caracterização clínica e motora em pacientes com sdcl

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FACULDADE INTEGRADA METROPOLITANA DE CAMPINAS METROCAMP CURSO DE FISIOTERAPIA Rafaela MARTIN CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOTORA EM PACIENTES COM SÍNDROME DE CORNÉLIA DE LANGE CAMPINAS-SP 2014

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MARTIN, RAFAELA

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  • FACULDADE INTEGRADA METROPOLITANA DE CAMPINAS METROCAMP

    CURSO DE FISIOTERAPIA

    Rafaela MARTIN

    CARACTERIZAO CLNICA E MOTORA EM PACIENTES COM SNDROME DE CORNLIA DE LANGE

    CAMPINAS-SP 2014

  • 2

    Rafaela MARTIN

    CARACTERIZAO CLNICA E MOTORA EM PACIENTES COM SNDROME DE CORNLIA DE LANGE

    Trabalho de Concluso de Curso (TCC), apresentado ao curso de Fisioterapia da Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas (METROCAMP), para a obteno do ttulo de bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profa. Dra. Cristina Iwabe

    CAMPINAS-SP 2014

  • 3

    Rafaela MARTIN

    CARACTERIZAO CLNICA E MOTORA EM PACIENTES COM SNDROME DE CORNLIA DE LANGE

    Trabalho de Concluso de Curso (TCC), apresentado ao curso de Fisioterapia da Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas (METROCAMP), para a obteno do ttulo de bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profa. Dra. Cristina Iwabe

    Aprovado em:

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de dedicar este espao s pessoas que me acompanharam durante a

    graduao. Agradeo a todos os professores, em especial Profa. Dra. Cristina

    Iwabe, pela contruibuio no processo da elaborao desta pesquisa e pelo

    incentivo constante.

    Agradeo s minhas irms (Gabriela e Marina), que a distncia no s impediram

    que me motivassem. Agradeo especialmente minha querida me (Gisela Raineri

    Martin), pela pacincia, carinho e apoio durante todo o processo.

    Dedico esta minha famlia distncia (Stenersons), em especial ao Karl

    Stenerson, inspirao da escolha do tema desde trabalho.

  • 5

    RESUMO

    Introduao: a Sindrome de Cornlia de Lange (SCdL) um distrbio de herena

    dominante, na qual os indivduos apresentam aparncia facial caracterstica,

    comprometimentos fsicos, atraso cognitivo e de crescimento, com distrbios em

    diversos sistemas, como nervoso, craniofacial, gastrointestinal e msculo

    esqueltico. Para estas crianas, a interveno fisioteraputica fundamental, pois

    as interaes funcionais com o meio ambiente estimulam o desenvolvimento do

    desempenho mximo fsico e neurolgico. Objetivo: traar o perfil clnico e motor

    dos sujeitos com SCdL Materiais e Mtodos: foi realizado um estudo exploratrio e

    descritivo, com base em um questionrio, respondido pelos responsveis de

    crianas com SCdL. As famlias foram contatadas atravs de associaes

    localizadas em diferentes pases. O questionrio abordou questes relacionadas

    SCdL e as consequncias que a fisioterapia proporcionou na melhoria de vida

    dessas pessoas. Resultados: os sujeitos com SCdL apresentaram importante

    atraso no desenvolvimento psicomotor e na comunicao verbal; as principais

    caractersticas fsicas encontradas foram clios longos, lbio superior fino, nariz

    pequeno, mos e ps pequenos, sobrancelha fundidas na linha mdia e dentes

    espaados; o diagnstico foi realizado durante o primeiro ms de vida;

    predominncia no sexo feminino; o tratamento fisioteraputico foi realizado pela

    maioria dos sujeitos com resultados positivos quanto estimulao do

    desenvolvimento psicomotor principalmente no primeiro ano de vida, porm aqueles

    com idade mais avanada, tiveram menos acesso fisioterapia. Concluso: as

    caractersticas fsicas encontradas concordam com as descritas na literatura, e a

    interveno fisioteraputica possibilitou aos indivduos com SCdL tornarem-se aptos

    a responder s suas necessidades, principalmente quando iniciada precocemente,

    favorecendo o estmulo do desenvolvimento psicomotor e sua relao com o meio.

    Palavras chave: Sndrome de Cornlia de Lange. Fisioterapia. Desevolvimento

    Psicomotor.

  • 6

    ABSTRACT

    Introduction: Cornelia de Lange Syndrome (CdLs) is a dominantly inherited genetic

    disorder, in which the affected has characteristic facial appearance, physical

    impairment, cognitive and growth delay. It may interfere any system, but the most

    common are neurological, gastrointestinal and musculoskeletal. For these children,

    physiotherapy intervention is critical, since functional interactions with the

    environment stimulate the maximum development of physical and neurological

    performance. Thus, this study aimed Objective: to show the clinical and motor profile

    of patients with Cornelia De Lange syndrome. Material and Method: in order to get

    collection of data was made an exploratory and descriptive study, based on a

    questionnaire completed by the responsible of children with CdLs, families were

    contacted through associations located in different countries. The survey included

    questions related to CdLs, and the consequences brought trough the physical

    therapy treatment. Results: the individuals with CdLS showed a notable delay in

    psycho-motor development and verbal communication; The main physical features

    present were long eyelashes, a thin upper lip, a small nose, small hands and feet,

    eyebrows fused in the middle line, and spaced teeth; the diagnosis was made during

    the first month of their lives; the predominance was in females; most subjects

    received the physical therapy treatment with positive results regarding the stimulation

    of psychomotor development, especially when the treatment started during the first

    year of their lives, although those currently at an older age had less access to

    physical therapy. Conclusion: the physical features found agree with those

    described in the literature, and the physical therapy intervention made it possible for

    individuals with CdLS to become responsive to their needs, especially when the

    intervention was started earlier and favored the stimulation of psychomotor

    development and an interaction with their environment.

    Keywords: Cornelia de Lange Syindrome. Physical Therapy. Psychomotor

    Development.

  • 7

    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................ 8

    1.1 A Criana com Sndrome Cornlia de Lange (SCdL) ........................................... 9

    1.2 Fisioterapia e SCdL ............................................................................................ 10

    2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13

    3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 14

    3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 14

    3.2 Objetivos Especficos ......................................................................................... 14

    4 MATERIAL E MTODOS ...................................................................................... 15

    4.1 Desenho do Estudo ............................................................................................ 15

    4.2 Seleo e Caractersticas das Associaes ....................................................... 15

    4.3 Coleta de Dados ................................................................................................ 16

    5 RESULTADOS e DISCUSSO ............................................................................. 17

    6 CONCLUSO ....................................................................................................... 28

    7 REFERNCIAS .................................................................................................... 30

    APNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................33

    APNDICE B - Instrumento de Coleta de Dados ..................................................... 34

  • 8

    1 INTRODUO

    A Sndrome de Cornlia de Lange (SCdL) uma sndrome gentica

    rara, de estrutura proporcional pequena, originalmente descrita por Brachmann

    em 1916 e, posteriormente, por Lange em 1993 (KLINE, 2007). De acordo com

    Montes (2006) os estudos citogenticos demonstram resultados normais na

    maioria dos pacientes, porm, segundo dados literrios mutaes

    heterozigticas no regulador cohesin (NIPBL), ou nos seus componentes

    estruturais SMC1A e SMC3, foram identificados em aproximadamente 65% dos

    indivduos com SCdL (JINGLAN, 2010).

    Os indivduos com a sndrome descrita por Lange apresentam os

    seguintes aspectos: retardo mental, braquicefalia1, hipertrofia de clios e das

    sobrancelhas com unio destas na linha mdia, mos e ps pequenos, posio

    proximal dos polegares, implantao baixa de orelhas, sindactilia2 e

    hirsutismo3. Desde ento, os casos foram sendo registrados na literatura

    cientfica, com a incluso de novos elementos: anormalidades sseas,

    dermatoglficas4 e, em alguns casos, alteraes cromossmicas (WERNECK,

    1972).

    A SCdL um distrbio de herana dominante, com aparncia facial

    caracterstica, defeitos nos membros e atraso cognitivo e de crescimento

    (KRANTZ, 2004).

    Estima-se que afete, aproximadamente, um a cada 10.000 indivduos,

    porm, como foi relatada em indivduos moderadamente afetados, acredita-se

    que sua prevalncia real possa ser maior (KLINE, 2007).

    Qualquer sistema pode ser afetado, mas os mais comuns so o

    neurolgico, craniofacial, gastrointestinal e msculo esqueltico (KLINE, 2007).

    Baseado em um diagnstico funcional, a fisioterapia objetiva as

    alteraes do tnus, contraturas, deformidades associadas e outras

    manifestaes secundrias (MIKOAJEWSKA, 2013).

    1 Quando a sutura coronal se funde prematuramente, causando encurtamento longitudinal (eixo occipito-

    frontal) do dimetro do crnio. 2 Malformao congnita dos membros mais comuns.

    3 Pelos terminais mais grossos e escuros e podem ser dependentes de esterides sexuais (ex: pelos da

    regio torcica e abdominal dos homens). 4 Relativo aos padres de configurao dos sulcos da superfcie da pele, pontas dos dedos, que

    caracterizam as impresses digitais.

  • 9

    1.1 A Criana com Sndrome Cornlia de Lange (SCdL)

    O diagnstico de SCdL varivel, baseado no quadro clnico, quando se

    identifica a presena de caractersticas crnio faciais, alteraes de

    crescimento e comprometimento intelectual, anormalidades nos membros e

    hirsutismo. Os testes genticos podem ser teis e exames radiolgicos podem

    ajudar a identificar tais anormalidades e deformidades nos membros

    (MIKOAJEWSKA, 2013).

    De acordo com os estudos de Mikoajewska (2013), os traos mais

    caractersticos da sndrome, comeando dos mais importantes, so:

    a) caractersticas faciais distintivas: arcos orbitais pouco desenvolvidos

    (> 90% dos casos); sobrancelhas confluentes synophrys5 (> 90% dos casos);

    clios curvados longos (> 90% dos casos); bios finos ngulo curvado para

    baixo (94% dos casos); hirsutismo, pescoo curto com linhas de pelos

    anteriores e posteriores (92% dos casos); narinas antevertidas (88% dos

    casos); sobrancelhas em arco bem definidas (como pintadas); longa distncia

    entre narinas e lbio superior; problemas dentrios; micrognatia6; microsomia7;

    microcefalia8;

    b) baixo peso ao nascer;

    c) convulses;

    d) diversas anormalidades e deformidades nos membros: Antebraos

    curtos; mos pequenas; metacarpo curto; curto afilamento dos dedos;

    clinodactilia9 do quinto dedo; ps separados bilateralmente, etc;

    e) problemas cardacos (18% dos casos, mas na forma mais clssica de

    SCdL foram relatados mais de 50% dos casos);

    f) hrnia diafragmtica10;

    g) refluxo gastrointestinal (80% dos casos) e Esfago de Barretts11

    (BE), problemas na alimentao;

    5 Sobrancelhas espessas e unidas.

    6 Condio em que a mandbula est subdimensionada.

    7 Distrbio congnito que afeta o desenvolvimento da metade inferior do rosto.

    8 Condio neurolgica em que o tamanho da cabea menor do que o tamanho tpico para a idade do

    feto ou criana. 9 Curva ou curvatura do quinto dedo na direo do quarto dedo adjacente.

    10 Defeito no diafragma que permite que o contedo abdominal chegue cavidade torcica.

  • 10

    h) hipoacusia12, malformaes da orelha;

    i) atraso no desenvolvimento (especialmente nas reas de

    comunicao), QI de 30 a 102 com mdia de 53;

    j) distrbios do sono (3536% dos casos);

    k) epilepsia;

    l) agresso;

    m) comportamento de automutilao (55% dos casos).

    Mikolajewska (2013) relata que cada paciente diagnosticado com SCdL

    pode ser caracterizado por todos ou somente alguns dos itens anteriores,

    variando de moderado a severo e que, dependendo dos problemas

    apresentados e seu comprometimento, cada criana pode desenvolver seu

    prprio ritmo, geralmente mais lento do que a mdia. Afirma que, essa

    variabilidade de fentipo dificulta na identificao precoce da sndrome, e,

    apesar disso, a classificao da SCdL baseada no fentipo, pode ser um

    recurso til para facilitar a realizao do diagnstico.

    1.2 Fisioterapia e SCdL

    A fisioterapia abrange diversas reas da sade e tem como finalidade

    prevenir e tratar disfunes e distrbios do movimento humano, que sofreram

    algum tipo de alterao, promovendo a reabilitao e melhoria na qualidade de

    vida.

    A atuao do fisioterapeuta deve ser orientada de forma a mostrar s

    pessoas os movimentos e posturas funcionais, por meio de experincias da

    sua vivncia e atravs de exerccios motores ideais para cada indivduo.

    O fisioterapeuta pode orientar e corrigir condutas inadequadas,

    respeitando as limitaes de cada um. Alm disso, tem como papel

    fundamental a realizao de um diagnstico pelo qual ir avaliar e identificar a

    presena de qualquer alterao no quadro neuropsicomotor.

    As crianas com necessidades especiais realizam tarefas de forma

    diferenciada, pois podem depender de um tempo prolongado na execuo de

    11

    Doena em que h mudana anormal nas clulas da poro inferior do esfago. 12

    Deficincia auditiva.

  • 11

    algumas delas, assim como o brincar. Atravs das atividades ldicas, essas

    crianas constroem situaes agradveis e descobrem suas possibilidades de

    ao e interao (BOBATH, 1990).

    Essas expectativas em realizar atividades diferenciadas possibilitam

    alternativas, e fazem com que a famlia possa intervir tanto positiva quanto

    negativamente em relao s suas potencialidades.

    Para Bobath (1990), os pais influenciam na determinao do

    comportamento dos filhos e a conduta destes, tambm modifica e condiciona a

    atitude de seus pais.

    As atividades fsicas e ldicas podem ser um recurso para o treino da

    funcionalidade e possvel independncia da criana. Ser funcional, ser

    prtico, ou seja, realizar atividades; mover- se, etc. [...] [deve-se] usar o que

    mais importante para a criana; que o brincar (MOURA; SILVA, 2005, p. 3).

    Na SCdL a terapia principalmente voltada aos sintomas, por causa das

    diversas alteraes de desenvolvimento. O ideal a interveno interdisciplinar

    precoce de forma individual, geralmente encaminhada pelo pediatra. O

    tratamento multidisciplinar necessrio dependendo das caractersticas

    diagnosticadas e suas severidades. O tratamento pode ser feito por uma

    equipe bsica e nos casos mais complicados por uma equipe mais extensa.

    Nos casos mais complicados de SCdL, a equipe deve ser composta de:

    pediatra, geneticista, neurologista, clnico geral, cardiologista,

    gastroenterologista, endocrinologista, urologista, oftalmologista, cirurgio,

    dentista, nutricionista, mdico especialista em reabilitao, fisioterapeuta com

    experincia em reabilitao infantil neurolgica, psiclogo, fonoaudiloga, e

    especialistas, de acordo com as necessidades de terapias individualizadas

    (MIKOAJEWSKA, 2013).

    Desta forma, a fisioterapia nos indivduos com SCdL pode ser realizado

    atravs do uso de jogos, atividades ldicas, que podero estimular e melhorar

    a insero social. Alm disso, tal conduta individualizada e especfica, voltada

    ao desenvolvimento do desempenho mximo fsico e neurolgico da pessoa,

    auxiliar na capacidade de suprir as necessidades apresentadas.

    Com base na fisioterapia, possvel trabalhar o processo de reabilitao

    e aprendizagem, fazendo com que essas crianas com atraso do

    desenvolvimento neuropsicomotor tornem-se aptas a responder s suas

  • 12

    necessidades e s do seu meio, de acordo com seu contexto de vida. A

    interveno fisioteraputica , portanto fundamental, para as interaes

    funcionais e com o meio ambiente (SACCANI, 2007).

    Acredita-se que a carncia de estimulao no perodo de zero a trs

    anos pode provocar uma diminuio no ritmo do desenvolvimento mental. Este

    perodo o mais vulnervel da vida da criana, mas o de mais fcil

    assimilao, sendo de extrema importncia propiciar estmulos variados e

    reforar as aquisies motoras dentro de um ambiente social e rico de atitudes

    positivas, em que predomine um clima de segurana, afeto, alegria e liberdade

    (BOBATH, 1990).

  • 13

    2 JUSTIFICATIVA

    Apesar de a SCdL ser descrita como rara, existe um amplo estudo sobre

    ela no exterior. Por haver pouca divulgao sobre informaes sobre dos

    cuidados dessa Sndrome no Brasil, profissionais de todas as reas encontram

    dificuldades para a realizao do tratamento adequado.

    Em geral, so poucas as informaes sobre a relao da fisioterapia na

    vida das pessoas portadoras da sndrome, que se faz indispensvel para que

    haja garantia no alcance do potencial mximo do indivduo.

    No contexto de cada indivduo, diante de diferentes graus de

    acometimento da sndrome, a fisioterapia pode estimular o desenvolvimento

    psicomotor da criana, para o ganho motor, melhora no relacionamento fsico e

    emocional entre o portador da sndrome e sua famlia. Portanto, esta pesquisa

    poder contribuir para ampliar os conhecimentos sobre a importncia da

    fisioterapia na vida dessas pessoas.

  • 14

    3 OBJETIVOS

    3.1 Objetivo Geral

    Traar o perfil clnico e motor de pacientes com Sndrome de Cornlia

    de Lange.

    3.2 Objetivos Especficos

    Descrever as caractersticas fsicas e o desenvolvimento motor de

    crianas com SCdL.

    Descrever a frequncia e a influncia da interveno fisioteraputica nos

    aspectos motores de crianas com SCdL.

  • 15

    4 MATERIAL E MTODOS

    4.1 Desenho do Estudo

    Estudo exploratrio e descritivo, com base em um questionrio

    respondido pelos responsveis de crianas com SCdL. As famlias foram

    contatadas por meio das associaes relacionadas SCdL, localizadas em

    diferentes pases.

    Os dados levantados foram discutidos com base em outros estudos que

    abordem a SCdL, presentes tanto na literatura cientfica nacional quanto

    internacional, destacando-se o tratamento fisioteraputico para o

    desenvolvimento neuropsicomotor das crianas portadoras da SCdL.

    4.2 Seleo e Caractersticas das Associaes

    Foram contatadas as associaes a seguir, primeiramente por meio de

    carta enviada por email e traduzida para o ingls, solicitando autorizao para

    o contato com as famlias (APNDICE A).

    CdLs World Communities (Comunidade que d acesso a outras

    associaes em diferentes pases);

    Familias hispanas del Sndrome Cornelia de Lange (America Latina);

    Associazone Naziole di Voluntariato Conelia de Lange (Itlia);

    Asociacin Espaola Cornelia de Lange (Espanha);

    Association Francaise du Syndrome de Cornelia de Lange (Frana);

    CdLS fundation (EUA);

    Rarssimas (Portugal abrange vrios grupos com diferentes sndromes

    e um grupo especfico para SCdL).

    Como no Brasil no h nenhuma associao especfica para a Sndrome, o

    nico contato foi feito por meio de uma comunidade no Facebook especfica

    para pais com filhos diagnosticado com SCdL.

  • 16

    4.3 Coleta de Dados

    Para a coleta de dados foi utilizado um questionrio (APNDICE B),

    abordando questes relacionadas SCdL, como: se recebeu tratamento

    fisioteraputico e quais foram os benefcios motores que a fisioterapia trouxe.

    A aplicao do questionrio para a coleta de dados foi realizada via e-

    mail, somente aps aprovao de um Comit de tica em Pesquisa, conforme

    Resoluo 196/96.

    Com base nas informaes obtidas, foi possvel atingir os objetivos

    propostos, porm nome das associaes, bem como dos participantes foram

    divulgados, mantendo-se em sigilo.

    O presente estudo no apresentou riscos previsveis para os indivduos,

    pois a coleta de dados foi realizada via e-mail, contendo um link para acesso

    ao questionrio e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sem

    contato pessoal com os pesquisadores.

    A coleta de dados foi realizada nas seguintes etapas:

    1 Etapa: primeiro contato com as associaes por e-mail a fim de

    localizar as famlias e esclarec-las quanto aos aspectos gerais da pesquisa;

    2 Etapa: depois de localizado, o responsvel recebeu um e-mail

    contendo o link para responder ao questionrio que j possui o Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) logo no cabealho, alm de

    informaes sobre a pesquisa;

    O prazo de devoluo do questionrio foi pr-estabelecido. Assim que a

    devoluo foi confirmada, o indivduo e/ou responsvel efetivava o aceite em

    participar deste estudo.

  • 17

    5 RESULTADOS E DISCUSSO

    As associaes respondentes que participaram, respondendo s

    questes do e-mail enviado foram: CdLs World Comunnities (Alemanh e

    Inglaterra), Asociacin Espaola Cornelia de Lange, Association Francaise du

    Syndrome de Cornelia de Lange, CdLS fundation e Rarssimas.

    As famlias que participaram da entrevistada fazem parte das

    associaes: CdLs World Communities, CdLS Fundation, e comunidades

    brasileiras no Facebook de pais, cujos filhos so portadores da Sndrome de

    Cornlia de Lange.

    Em relao a Q1 observou-se que 84% dos indivduos com SCdL eram

    do Brasil, em 6 estados distintos, sendo que os 16% eram dos EUA e Europa

    (figura 1A); 62% das crianas eram do gnero feminino e 38% do masculino

    (figura 1B);

    A mdia de idade foi de 5 anos, mediana equivalente a 10 anos, sendo o

    mximo de 39 anos e a mnima de 3 meses; a idade que os indivduos

    receberam diagnstico de SCdL variou entre o momento do nascimento e os

    primeiros meses de vida.

    O tempo mdio do diagnstico de maior evidncia foi observado no

    primeiro ms de vida (46%) variando entre aqueles que receberam o

    diagnstico ao nascer (31%) ou diagnosticados anos aps o nascimento (7%).

    O diagnstico com um maior atraso entre relatado pelos entrevistados foi

    determinado quando a criana completou 3 anos de idade (figura 1C).

    (1A) (1B)

  • 18

    (1C)

    Figura 1: (A) Representa a localizao em que entrevistados vivem; (B) Representa o

    gnero dos indivduos com SCdL respondentes; (C) Representa a idade em que o

    indivduo recebeu o diagnstico.

    Segundo dados literrios, entre os indivduos com SCdL no existe

    predileo de gnero porm ligeiramente mais freqente no feminino (LEITE,

    2011), como demonstrado no nosso estudo.

    A expectativa de vida aparenta ser normal em relao a indivduos com

    a sndrome (KlLINE, 2007), fato contraditrio a um estudo realizado por Mattew

    (2011) no qual encontraram um modesto aumento na mortalidade em relao

    populao geral, ao se comparar com as taxas de sobrevivncia cumulativa,

    devido a fatores como: pneumonia por aspirao; apnia recorrente; doena

    cardaca congnita; obstruo intestinal; complicaes ps-cirrgicas

    (trombocitopenia e hemorragia intracraniana) e edema cerebral e herniao

    aps cirurgia da coluna.

    Neste estudo apenas foi descrita uma morte de causa no relatada,

    antes que a criana completasse 3 anos, no sendo possvel descrever a

    causa da mesma. Alm disso, a expectativa de vida tambm no pde ser

    analisada, pois a variao da idade dos sujeitos foi de 3 a 39 anos, com

    apenas um bito, como descrito.

  • 19

    Segundo Kline (2007), o diagnstico logo ao nascimento ou at os

    primeiros anos de vida torna-a o processo de reabilitao e tratamento clnico

    mais eficaz e otimizado, mesmo sabendo que a doena no progressiva e o

    quadro clnico no ir se alterar ao longo do tempo. O que foi demonstrado

    tambm no nosso estudo no qual o tempo mdio do diagnstico de maior

    evidncia observado foi no primeiro ms de vida (46%).

    Na Q2 observou-se que a maioria dos indivduos (77%) recebeu

    tratamento fisioteraputico (figura 2).

    Figura 2: Representa a porcentagem dos indivduos com SCdL que receberam

    tratamento fisioteraputico.

    Este estudo demonstrou que a fisioterapia altamente presente na vida

    dos indivduos com SCdL, apesar de no existir estudos cientficos especficos

    sobre a atuao e protocolos da fisioterapia nesses indivduos.

    Segundo estudos literrios a maioria daqueles com fentipo clssico da

    SCdL apresenta retardo motor moderado a severo. De acordo com Saccani

    (2007), a fisioterapia trabalha o processo de reabilitao e aprendizagem,

    possibilitando que a criana com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor

    responda s suas necessidades e s do seu meio. Desse modo, podemos

    concluir que a interveno fisioteraputica nos indivuduos com SCdL iniciada

    precocemente, favoreceu o estmulo do desenvolvimento psicomotor e sua

    relao com o meio.

  • 20

    Os dados da Q3 mostraram que os indivduos com idade entre 1 a 5

    anos (Grupo 1) comearam o tratamento fisioteraputico nos primeiros meses

    de vida e continuam atualmente (38%), com exceo de dois que no

    continuaram a reabilitao. Entre os indivduos de 8 a 15 anos (Grupo 2)

    observou-se que apenas 15% realizaram tratamento fisioteraputico. Apenas

    uma atingiu aos 10 anos de idade os objetivos propostos pelo fisioterapeuta,

    ganhando independncia e autonomia quanto ao seu desenvolvimento

    psicomotor. Os indivduos entre 25 e 39 anos (Grupo 3), relataram que nunca

    receberam tratamento fisioteraputico ou realizaram por um perodo curto

    (15%) (figura 3).

    (3A)

    (3B)

    Figura 3: (A) Representa a idade dos indivduos com SCdL que ainda recebem

    tratamento fisioteraputico; (B) Representa os indivduos com SCdL que ainda

    recebem tratamento fisioteraputico, que no realizam mais e os que nunca

    realizaram.

  • 21

    A interveno fisioteraputica durante os primeiros anos de vida nos

    indivduos com SCdL permitiu a estimulao e facilitao do desenvolvimento

    psicomotor, tornando possvel que os mesmos tornassem apto a responder s

    suas necessidades.

    De acordo com Willrich (2009), existe uma maior plasticidade cerebral

    durante os primeiros anos de vida (12 a 18 meses) otimizando os ganhos no

    desenvolvimento motor. Desta forma, atravs da estimulao precoce

    possvel promover melhoras de habilidades motoras.

    Bobath (1990), afirma que a carncia de estimulao no perodo de zero

    a trs anos provoca uma diminuio no rtmo do desenvolvimento mental,

    assim como Willrich (2009), que considera necessrio estimular o

    desenvolvimento motor infantil, pois a falta de estmulo pode estender prejuzos

    at a fase adulta.

    Este estudo ressaltou a importncia da estimulao psicomotora durante

    os primeiros anos de vida, por ser um perodo mais vulnervel, porm mais

    propcio para o desempenho das funes psicomotoras, reforando a

    necessidade da presena da fisioterapia na vida desses portadores.

    Constatamos tambm que atualmente a sociedade est mais consciente

    sobre a atuao da fisioterapia no desenvolvimento dos indivduos com

    deficincia. No caso da SCdL observou-se que aqueles que apresentavam

    idade mais avanada, tiveram menos acesso fisioterapia comparando-se aos

    mais novos.

    Os dados da Q4 demonstraram que 54% dos indivduos, reconhecem a

    necessidade da fisioterapia em suas vidas e deram continuidade ao tratamento

    (figura 4).

  • 22

    Figura 4: Representa os motivos pelos quais os indivduos interromperam o tratamento

    fisioteraputico.

    Segundo dados literrios o programa de realibilitao estabelecido varia

    de acordo com os resultados obtidos atravs da avaliao fisioteraputica

    detalhada, levando em conta a severidade das limitaes. A partir de ento, o

    fisioterapeuta vai determinar o prognstico e o plano de tratamendo, traando

    os objetivos de curto e de longo prazo.

    De acordo com Martin (2007), o fisioterapeuta deve determinar o

    impacto que as intervenes possuem no desenvolvimento e qualidade de vida

    desses pacientes, porm neste estudo somente 8% parou o tratamento devido

    ao alcance dos objetivos propostos pelo fisioterapeuta.

    A Q5 mostrou que 90% dos indivduos que receberam tratamento

    fisioteraputico obtiveram algum resultado. Dentre aqueles que realizaram a

    reabilitao foram observados benefcios como: ganho ou aprimoramento de

    habilidades de equilbrio(80%); coordenao motora(80%); independncia

    (80%); autonomia e socializao (20%) (tabela1).

  • 23

    Tabela 1: Representa os benefcios trazidos pela fisioterapia para os indivduos com SCdL.

    (Legenda: P=paciente; a=ano; m=meses)

    Segundo Willrich (2009), a fisioterapia contribui com as pesquisas

    relacionadas evoluo do desenvolvimento motor. Para que a interveno

    seja eficaz, uma avaliao criteriosa necessria, considerando: idade da

    criana, fora muscular, motricidade fina, motricidade ampla, fala e

    capacidades funcionais. A interveno adequada teraputica nas crianas com

    atraso do desenvolvimento psicomotor, possibita que estas sigam a mesma

    sequncia que as aquelas que tiveram desenvolvimento normal, assim como

    demonstrada no nosso estudo.

    Em relao a Q6 que abordou o desenvolvimento psicomotor dos

    indivduos com SCdL, observou-se que a maioria apresentou o

    desenvolvimento psicomotor atrasado. Em relao a necessidade de

    dispositivos auxiliares para deambulao, 50% utilizam recurso externo.

    Equilbrio Coordenao Motora

    Independncia e Autonomia

    Socializao RESULTADO

    P1 12a X X X Deambular P2 1a4m X X X Sugar, rolar e

    preenso de objetos

    P3 1a8m No Realizou P4 8a X X Sustentar o

    tronco P5 5a X X X Sentar e

    Deambular P6 3a4m X P7 4a6m X X X X Deambular e

    ser mais atento

    P8 3m No Realizou P9 29a No Realizou P10 39a Recebeu 2 meses de tratamento: no obteve resultado P11 2a8m X X X P12 14a X X X X Habilidades

    Psicomotoras e

    comunicao P13 15a X X X Todas as

    habilidades psicomotoras

  • 24

    Tabela 2: Representa o desenvolvimento psicomotor dos indivduos com SCdL.

    (Legenda: P=paciente; a=ano; m=meses; NR= no foi respondido)

    Segundo Carvalho (2011) o desenvolvimento motor tpico segue um

    padro de atividades e idades de aquisio, devido a maturao do sistema

    nervoso central, originalmente comandada pelo cdigo gentico. Os principais

    marcos motores podem ser descritos como, o acompanhamento de objetos

    com os olhos em linha mdia no primeiro ms de vida, sustentao da cabea

    na linha mdia durante o terceiro ms, aquisio da postura sentada com apoio

    no sexto ms, sem apoio no dcimo ms, e entre o dcimo e dcimo segundo

    ms, a criana apresenta marcha independente. Neste estudo, observou-se,

    porm atraso em todas as etapas motoras questionadas.

    Segundo um estudo descrito por Leite (2011) identificou uma

    malformao cerebral em uma criana com SCdL com disgenesia grave,

    provavelmente devido a mutao do complexo cohesin e seus reguladores, que

    podem ter implicado na deficincia em alguma etapa da formao cerebral

    (JINGLAN LIU, 2010).

    Direcionou o olhar

    Sustentou a cabea

    Sustentou a postura ereta

    Engatinhou Andou

    P1 12a - 6m 18m 12m 2a

    P2 1a4m NR

    P3 1a8m NR 1a7m

    P4 8a 1a No realizou

    P5 5a NR 6m NR NR Com auxlio

    P6 3a4m 1a No realizou

    P7 4a6m 1a6m 6m 1a 2a Com auxlio

    P8 3m 3m NR

    P9 29a NR

    P10 39a NR No realizou Com auxlio

    P11 2a8m 3m 1a2m 1a8m No realizou

    P12 14a 6m 1a No realizou 13a

    P13 15a NR 6m 1a2m 1a6m 1a10m

  • 25

    Na Q7 observou-se que 46% dos indivduos apresentaram patologias

    associadas, sendo as mais comuns foram alteraes no sistema cardaco

    (66%), digestrio (66%), urinrio (33%), respiratrio (33%) e deficincias de

    vitaminas (16%) (figura 5).

    Figura 5A: Representa as patologias associadas SCdL.

    Segundo Kline (2007), as alteraes mais frequentes nos indivduos com

    SCdL so: gastrointestinal, msculo esqueltico, desenvolvimento neurolgico

    e craniofacial, embora qualquer sistema possa ser afetado. Outras

    complicaes em portencial descritas por Oliveira (2012) so: alteraes

    hormonais, oculares e as convulses, alm das cardiopatias congnitas,

    distrbios gastroesofgicos. Tais caractersticas tambm foram encontradas na

    nossa casustica, demonstrando concordncia com dados literrios.

    Observou-se na Q8 que 85% destes indivduos no se comunicam

    verbalmente, mas atravs de gestos ou atitudes, enquanto 15% se comunicam

    verbalmente com dificuldade, ou normalmente (figura 6).

    Figura 6: Representa a forma de comunicao dos indivduos da SCdL.

  • 26

    De acordo com Oliveira (2012) o perfil dos indivduos com SCdL

    incluem atraso na comunicao verbal, porm existe indcios de casos que

    apresentaram comunicao verbal mnima ou ausente.

    Segundos dados literrios, a linguagem expressiva dos sujeitos com

    SCdL mais afetada do que a compreensiva, porm a resposta verbal e a

    organizao da percepo das memrias visual e espacial normal. Alguns

    estudos afirmam nesses casos, apesar de apresentar atraso no

    desenvolvimento mental, os sujeitos possuem uma boa memria visual-

    espacial e organizao perceptiva mais desenvolvida (OLIVEIRA, 2012).

    A Q9 abordou as atividades e atendimentos diferenciados que os

    indivduos receberam e participao social nas escolas. A maioria (77%)

    recebeu algum atendimento diferenciado como: atividades sociais (23%) salas

    de incluso (38%) e instituies (38%). Os demais (23%) nunca receberam

    atendimento diferenciado (figura 7A-B).

    (7A) (7B)

    Figura 7: (A) Representa os indivduos da SCdL que recebem algum atendimento

    diferenciado e aqueles que no recebem nenhum tipo de atendimento. (B) Representa

    as atividades diferenciadas que os indivduos de SCdL recebem.

    As atividades sociais consideradas foram: eventos familiares, clube,

    igreja, passeios e viagens. As Salas de Incluso consideradas foram: Escolas

    Regulares e as Instituies citadas pelos pais, entre elas a APAE e AACD.

  • 27

    De acordo com a Declarao de Salamanca, direito de todas as

    crianas e jovens portadores de necessidades especiais terem acesso

    educao regular, e que haja adequao das atividades realizadas conforme

    sua capacidade. Os pais so os responsveis quanto s escolhas das

    necessidades educativas especiais dos seus filhos e devem acompanhar na

    medida do possvel as atividades propostas (UNESCO, 1994).

    A incluso importante tanto para o indivduo quanto para a sociedade,

    pois permite que a mesma aprenda na prtica a aceitar e a lidar com as

    diferenas, trazendo mais harmonia entre todos. J para aqueles com

    deficincia fsica ou mental, estimula as habilidades motoras e sociais. O

    desenvolvimento motor depende das exigncias da capacidade de adaptaes

    aos estmulos externos, por isso, essas atividades diferenciadas proporcionam

    benefcios atravs dos diferentes ambientes e novas experincias. A interao

    com outras pessoas permite que essas crianas aprendam a conviver em

    sociade e criem laos de afeto.

    A Q10 abordou as caractersticas fsicas encontradas, observando as

    seguintes descries: clios longos (100%), lbio superior fino (90%), nariz

    pequeno (90%), mos e ps pequenos (75%), sobrancelha fundidas na linha

    mdia (60%), dentes espaados (51%), deformidade nos braos (21%),

    ausncia de dados da mo (21%), outras caractersticas (46%) (deformidade

    nos ps, atrofia de MMII, fenda palatina, lbio leporino e hirsutismo) (figura8).

  • 28

    Figura 8: Representa as caractersticas apresentadas pelos indivduos da SCdL.

    6 CONCLUSO

    Neste estudo observou-se que as caractersticas clnicas e motoras

    encontradas nos indivudos com SCdL concordam com as descritas na

    literatura, sendo que a interveno fisioteraputica possibilitou aos mesmos

    tornarem-se aptos a responder s suas necessidades, principalmente quando

    iniciada precocemente, favorecendo o estmulo do desenvolvimento psicomotor

    e sua relao com o meio.

    A fisioterapia mostrou-se extremamente presente na vida desses

    indivduos, principalmente durante os primeiros anos de vida, considerado o

    perodo mais propcio para o desempenho das funes psicomotoras, por

  • 29

    existir uma maior plasticidade cerebral. A fisioterapia pode, portanto intervir na

    estimulao do desenvolvimento psicomotor na SCdL, influenciando ainda, a

    melhora no relacionamento do indivduo com sua famlia, tanto fsico quanto

    emocional.

  • 30

    7 REFERNCIAS

    BOBATH, B & BOBATH, K. Desenvolvimento Motor nos diferentes tipos de Paralisia Cerebral. So Paulo: Manole, 1978. BOBATH, K. Uma base neurofisiolgica para o tratamento da paralisia cerebral. (2 ed.). So Paulo: Manole, 1990. BRANT, M. C. C. (Org.). A famlia contempornea em debate. (6a ed.) So Paulo: Cortez. 2005. CARVALHO, M. O desenvolvimento motor normal da criana de 0 1

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  • 31

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    Therapist [Interveno neurolgica para Fisioterapeutas] Philadelphia W.B.

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  • 32

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    http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%202009%201/226%20.pdfhttp://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%202009%201/226%20.pdf

  • 33

    APNDICE A Carta de Solicitao para Autorizao de Coleta de Dados (primeiro contato)

    A/C

    Campinas, ___ de _______ de 2014.

    Prezado(a) Sr.(a):

    Sou acadmica do 8. semestre do curso de Fisioterapia da Faculdade

    Integrada Metropolitana de Campinas (METROCAMP), localizada na cidade

    Campinas, So Paulo, Brasil.

    Estou desenvolvendo uma pesquisa para elaborao do meu Trabalho de

    Concluso de Curso (TCC) com famlia cujos filhos sejam portadores da Sndrome de

    Cornlia de Lange. O objetivo da pesquisa : Traar o perfil clnico e motor dos

    pacientes com Sndrome de Cornlia de Lange.

    Para tanto, solicito sua colaborao em fornecer o contato (e-mail) destas

    famlias.

    Este projeto ser prviamente submetido a um Comit de tica em Pesquisa

    de Campinas. Aps o aceite da pesquisa e o envio do contato das famlias pelos

    Senhores, ser iniciado a coleta de dados. Tambm informo que os dados sero

    utilizados apenas para fins cientficos e sero garantidos a confidencialidade e o

    anonimato das famlias envolvidas.

    Antecipadamente, agradeo sua colaborao.

    Pesquisadora: Rafaela Martin

    Acadmica do 8. semestre do curso de Fisioterapia

    Contato: [email protected] (19)99555-4343

    Responsvel pelo projeto: Profa. Dra. Cristina Iwabe

    Contato: [email protected]

    Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas METROCAMP, Campinas, So

    Paulo, Brasil

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • 34

    APNDICE B Instrumento de Coleta de Dados

    Questionrio para levantamento de dados para anlise

    A pesquisa Caracterizao clnica e motora em pacientes com

    Sndrome de Cornlia de Lange tem o objetivo de Traar o perfil clnico e motor dos

    pacientes com Sndrome de Cornlia de Lange.

    Agradeo antecipadamente sua participao, ressaltando a importncia de sua

    colaborao para o desenvolvimento deste estudo, referente ao meu trabalho de

    Concluso do curso de Fisioterapia da Faculdade Integrada Metropolitana de

    Campinas (METROCAMP), Campinas, So Paulo, Brasil.

    Questes:

    O questionrio para entrevista composto de perguntas abertas e fechadas, que questionaro:

    1. Qual o nome e a idade da criana com a sndrome? Onde mora? Com quanto

    tempo de vida a criana recebeu o diagnstico?

    2. Recebeu tratamento fisioteraputico? Sim ( ) No ( ) Outro ( )

    3. Por quanto tempo recebeu tratamento fisioteraputico? Ainda realiza tratamento fisioteraputico?

    4. Parou o tratamento fisioteraputico? Por qu?

    5. Quais foram os benefcios motores e comportamentais que a fisioterapia trouxe para criana?

    DECLARO que aceito a coleta e o uso de dados da METROCAMP, Campinas - SP, Brasil, para fins cientficos, relativos ao projeto de pesquisa: Interveno Fisioteraputica em Pacientes com Sndrome De Cornlia De Lange, sob coordenao e orientao da Prof

    a. Dr

    a. Cristina Iwabe.

    Responsvel pelo preenchimento do questionrio (filiao):

    Cidade: Estado: Brasil:

    Data: ___/___/2014

  • 35

    6. Com qual idade a criana iniciou a: sustentar a cabea, direcionar o olhar,

    sustentar a postura ereta, engatinhar e andar? Precisa de auxilio externo para andar?

    7. Apresenta patologias associadas? Se sim, quais?

    8. Se comunica verbalmente? Qual forma de comunicao?

    9. Quais atividades a criana participa socialmente? Recebe atendimento diferenciado nas escolas?

    10. Assinale as caractersticas apresentadas: Ausncia de dedos da mo ( ) Deformidades nos braos ( ) sobrancelhas fundidas na linha mdia( ) lbio superior fino ( ) clios longos( ) nariz pequeno ou largo ( ) dentes pequenos e espaados ( ) hipoplasia dos ossos dos membros superiores ( ) mos e ps pequenos ( ) Outro ( )