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Page 1: CARACTERÍSTICAS GENOTÍPICAS E FENOTÍPICAS … · e o somatotipo foram estimados ... ciclistas de alto rendimento e a seleção ... Comitê de Ética, em Pesquisa En-

RREESSUUMMOOO objetivo deste estudo foi compararas características genotípicas efenotípicas em um grupo de atletasde velocidade no atletismo. Fizeramparte do estudo 19 atletas de ambosos sexos, descritos pela idade de 22,42±3,53, massa corporal de 66,61±7,66kg e, estatura de173,18±7,23cm. O perfil genético e o somatotipo foram estimadoscom base no protocolo de Cumminse Midlo (1961), e Heath e Carter(1990), respectivamente, e a avalia-ção isocinética referenciada em Adams(1998). Os resultados demonstramque, no grupo: (a) D10=13 e SQTL=120, (b) para os tipos de desenhos,A=2,1%; L=64,7% e W=33,2%, (c) o perfil foi classificado por meso-morfo-balanceado sendo os valores2,33 - 4,11 - 2,81, (d) os valoressugeridos para o torque isocinéticonos diferentes intervalos entre asrepetições 1-3 e 48-50 foram, res-pectivamente, 348,67±24,4% e,150±24,7%, (e) não existe diferen-ça significativa para um valor dep<0,0001 entre a classificação dasvariáveis genotípicas e fenotípicas.Em conclusão, este estudo acumulaa possibilidade de inserção da der-matoglifia, neste âmbito esportivo,como método prognóstico que podeauxiliar, no barateamento e, na ava-liação diagnóstica do sujeito.

AABBSSTTRRAACCTTThe purpose this study was to com-parate the genotipics and the phe-notipics characteristics in a group ofthe runners sprint. They were part19 athletes of both sexes and des-cribe for 22,42±3,53 age, 66,61±7,66kg body mass and 173,18±7,23cm weight. The genetic profileand the somatotype were based inCummins & Midlo (1961) and Heath& Carter (1990) respectively, andthe evaluation isokinetic were basedin Adams (1998). The found resultsthat, in group: (a) D10=12,00 andSQTL=123, (b) for the types ofdrawings, A=2,1%; L=64,7% and W=33,2%, (c) the profile somatotypicof the group was classificated bymeso-balance, the values was 2,33 -- 4,11 - 2,81, (d) the values sugges-ted for the torque isokinetic in thedifferent intervals among the repeti-tions 1-3 and 48-50, were respec-tively, 348,67±24,4% and, 150±24,7%, (e) doesn't exist significantdifference for a value of p<0,0001between the classification of thevariables genotipics and fenotipics.In conclusion, it study accumulatesthe possibility dermatoglyphics insertin this sporting, as method prognosticthat can aid, in the lower cost and, in the subject's evaluation diagnostic.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS GGEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EE FFEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EEMM AATTLLEETTAASS VVEELLOOCCIISSTTAASS

CCHHAARRAACCTTEERRIISSTTIICCSS GGEENNOOTTIIPPIICCSS AANNDD FFEENNOOTTIIPPIICCSS IINN AATTHHLLEETTIICCSS SSPPRRIINNTTEERRSS

AUTORESLeonardo Chrysostomo dos Santos1

Paulo Moreira Silva Dantas1,2

José Fernandes Filho1

1 PROCIMH - UCB/RJ - Programa de Mestrado em Ciência da Motricidade Humana

2 UNIGRANRIO/RJ

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS GGEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EE FFEENNOOTTÍÍPPIICCAASS EEMM AATTLLEETTAASS VVEELLOOCCIISSTTAASS44((11)):: 4499--5566

PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEdermatoglifia; somatotipo;isocinético; corredores de velocidade.

KKEEYYWWOORRDDSSdermatoglyphic; somatotype;isokinetic; runners sprinters.

data de submissãoJJuullhhoo 22000077

data de aceitaçãoNNoovveemmbbrroo 22000077

investigação

NUMERO 1F.qxp 14/05/08 23:27 Page 49

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investigação técnico original opinião revisão50||51||

INTRODUÇÃO

Vale ressaltar por oportuno que,no âmbito das modalidades es-portivas, o perfil dermatoglíficotem sido investigado e, para tanto,cabe citar as pesquisas envolvendoa seleção brasileira de ginásticaolímpica, praticantes de basque-tebol, atletas de voleibol brasileiromasculino adulto, atletas de futsalbrasileiro masculino adulto, nada-dores meio-fundistas e fundistasde alto rendimento, atletas brasi-leiros de corrida de orientação de alto rendimento, a seleção bra-sileira de futebol de praia, ciclistasde alto rendimento e a seleçãobrasileira feminina adulta de an-debol8,10,21,22,24,25,26,27,31.

Condizente a utilização do métodoisocinético, cabe apresentar algumasde suas possibilidades de aplicaçãoque vão desde investigações acercada força e equilíbrio muscular deatletas, até estudos de revisãobibliográfica sobre os aspectospráticos da avaliação isocinética esua utilização para os indivíduosque praticam atividade física5,6,7.

Faz-se pertinente ressaltar que aclassificação somatotípica é empre-gada com o objetivo de: (1) des-crição e comparação, entre despor-tistas de distintos níveis; (2) carac-terização das mudanças no físicodurante o crescimento, o envelhe-cimento e o treinamento; (3) com-paração da forma relativa de joga-dores masculinos e femininos; (4)aplicação como ferramenta para aanálise da imagem corporal8,11,14,15,16,29.

Sobretudo, sabe-se que consta noacervo do conhecimento científicoque a seleção dos esportistas,para diferentes modalidades dejogos, se apóia nas respectivascapacidades de resolver tarefasmotoras, de caráter tático, de ma-neira eficiente, e, que ao dispor-se

de uma metodologia de marcasgenéticas, se evidencia não a au-sência dessas variáveis intervenien-tes, mas o aprimoramento de umprocesso que aumentaria a certezade manter sob a mira os indivíduosque já possuam um genótipo paraesta ou aquela modalidade, ou ainda,provas desportivas31.

Portanto, é pressuposto, aqui, queuma das condições necessáriaspara se conseguir sucesso dentrodo contexto de alto rendimentoesportivo, da Educação Física, é otalento inato ou a aptidão do atleta.Cabendo, também, destacar que autilização de informações préviasacerca das capacidades e das ten-dências genéticas aliadas à contri-buição fenotípica possibilita tanto adeterminação de um talento quantocom seu desenvolvimento. Nestecontexto, é possível constatar acarência de estudos que envolvamatletas de corrida de velocidade.

Contudo, faz-se necessário observarque a aplicabilidade prática dadermatoglifia e da somatotipia noprocesso de desenvolvimento dasestratégias de intervenção profis-sional, com cunho de orientação ede seleção desportiva, demonstrouque o meio (fenótipo), no qual ossujeitos observados habitam, acar-retou em influências positivas ounegativas, na confirmação dos dadosextrapolados. Sobretudo, recomen-daram a realização de futuras inves-tigações que busquem estabeleceruma associação entre a avaliaçãodo estado (fenótipo) e o potencialgenético (dermatoglifia)14.

Portanto, o objetivo geral desseestudo centra-se em comparar ascaracterísticas genotípicas e feno-típicas em atletas velocistas damodalidade de atletismo, de ambossexos e da categoria adulta, referen-ciado pelos protocolos de dermato-glifia20, somatotipia30 e, isocinético3.

METODOLOGIA

A amostra foi selecionada a partirde um grupo de atletas de corridade velocidade ranqueados pelaConfederação Brasileira de Atle-tismo33 e, composta por 19 atletasde alto rendimento e de ambos os sexos descritos pela idade de22,42±3,53 anos, massa corporalde 66,71±7,66 quilogramas (kg) e,estatura de 173,18±7,23 centíme-tros (cm).

No que diz respeito aos proce-dimentos metodológicos, cabe des-tacar que num primeiro momentotodos os indivíduos assinaram umtermo de consentimento livre eesclarecido, e também preencheramos dados solicitados na ananmese.Cabendo destacar que o presentetrabalho atendeu às Normas paraa Realização de Pesquisa em SeresHumanos, resolução 196/96, doConselho Nacional de Saúde de10/10/1996 e foi aprovado peloComitê de Ética, em Pesquisa En-volvendo Seres Humanos da Univer-sidade Castelo Branco.

O perfil dermatoglífico foi referencia-do pelo protocolo de dermatoglifia20,para o qual, na coleta das impres-sões digitais, utilizou-se papel noformato A4 e o coletor de impres-sões digitais da marca Impress®.Já as características somatotípicasforam avaliadas pelo método soma-totipológico30 que permite um es-tudo apurado sobre o tipo físicoideal de cada modalidade esportiva.Para tanto recorreu-se a seguinteinstrumentação: (1) uma balançade marca Filizola, devidamente cali-brada e aferida, com capacidade de aferição entre de zero a 150 kge precisão de 100 gramas. (2) umadipômetro científico, do tipo Harpen-den marca Cescorf, cuja precisão é de um milímetro. (3) um estadiô-metro, construído de madeira daCardiomed Ltda. (4) uma fita mé-

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RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

trica de metal flexível, do fabri-cante American Medical do BrasilLtda. marca Sanny, com dois metrosde comprimento e precisão de ummilímetro. (5) um paquímetro damarca Rosscraft, modelo Tommy02 (made in Canadá), cuja variaçãoé de dois a 18 cm, com precisão de um milímetro.Para o protocolo de avaliação isoci-nética3 foi utilizado um aparelhoisocinético de extensão unilateraldo joelho, devidamente calibrado e,da marca Kin-Com - fabricanteChattanoga Group®. A velocidade e as repetições estipuladas foramde 180º.s-1 e 50, respectivamente.Antes da execução de cada fasedeste protocolo, os indivíduos rea-lizaram cinco repetições completasdo movimento, com o mínimo es-forço possível, a fim de familiari-zarem-se com o equipamento. Porfim, há de se destacar que o esti-mulo verbal foi fornecido a cadasujeito com o objetivo de produzircontrações voluntárias máximasdurante o teste.O tratamento estatístico atendeu à proposta básica, utilizando aestatística descritiva com o intuitode constituir o perfil de cada indi-víduo do grupo, visando caracte-rizar o universo amostral pesqui-sado, para obtenção das variáveisde natureza discreta. Utilizaram--se as distribuições de freqüência,quanto às de natureza contínua,isto é, aquelas que obedeceram aum sistema métrico bem definido enormalizado, em que foram seguidosos parâmetros estatísticos básicos,como: tamanho da população (N),média (X), desvio padrão (s); me-diana (Med), valores mínimos emáximos18.No sentido de aumentar a potênciados resultados e garantir a con-fiabilidade dos mesmos foi aplicadoo teste Não-Paramétrico de Norma-lidade, Komogorov-Smirnov.

Ainda na tentativa de melhor elu-cidar as relações existentes entreas variáveis foi utilizado o métodoestatístico, de estudo da proporcio-nalidade23,32, para o qual, na tenta-tiva de transformar os valores emum único intervalo foi utilizada aseguinte equação: (valor observado-menor valor observado)/(maiorvalor observado-menor valor obser-vado).A estatística inferencial que compõeo teste de hipóteses foi baseada naclassificação, para a qual foi feitoum cruzamento comparativo entreas classificações, segundo o genó-tipo e fenótipo, utilizando-se o testeU de Mann-Whitney para variáveiscategóricas ordinais18.Por fim, e objetivando-se a mediçãodos testes, o presente trabalho sepautou em consonância às consi-derações básicas do tratamentoestatístico, a fim de manter-se a

cientificidade da pesquisa, em quese considerou o nível de signifi-cância de p<0,05, isto é, 95% deprobabilidade para as afirmativase/ou negativas, denotadas duranteas investigações1.

RESULTADOS

Pode-se observar na tabela 1 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis dermato-glificas do Arco (A), Presolha (L),Verticilo (W) Delta 10 (D10) eSomatório total da quantidade delinhas (SQTL). Após a verifiação da normalidade destas variáveisatravés do teste de Komogorov-Smirnov verificou-se que o arco é oúnico dado não paramétrico.

Feminino

SSeexxoo AA

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

0%

0

0

0

5

LL

5

68%

2,77

8

3

10

WW

5

32%

2,77

2

0

7

DD1100

5

13,2

2,77

12

10

17

SSQQTTLL

5

104,2

27,27

105

60

130

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

0,29%

0,61

0

0

2

14

6,36%

2,59

6,5

0

10

14

3,36%

2,79

3

0

10

14

13,07

3,1

13

9

20

14

126,07

31,71

130

78

202

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

0,21%

0,54

0

0

2

19

6,47%

2,57

7

0

10

19

3,32%

2,71

2

0

10

19

13,11

2,94

12

9

20

19

120,32

31,46

123

60

202

TTAABBEELLAA11Valores de Tendência Central das variáveis dermatoglificas.

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investigação técnico original opinião revisão52||53||

Pode-se observar na tabela 2 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis. Somato-tipicas: Endomorfia; Mesomorfia e Ectomorfia.

Pode-se observar na tabela 3 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis.isocinéticasIsocinético nas três repetições ini-ciais (Iso_início), Isocinético nastrês últimas repetições (Iso_Fim) e Percentual de Queda entre Ambas(%Q).

Pode-se observar na tabela 4 os valores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), me-diana (Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis Fenotipicase Genotipicas.

Pode-se observar na figura 1 (gru-po feminino n=5) e na figura 2 (gru-po masculino n=14) os resultadosda proporcionalidade estatísticadas variaveis isocinéticas, somato-tipicas e dermatoglificas.

DISCUSSÃO

É importante notar que a tabela 1apresenta os valores referentes aoperfil dermatoglífico dos atletas decorrida de velocidade, do presenteestudo. Contudo, cabe ressaltarque a alta variabilidade existenteintragrupo, no que diz respeito àquantidade de deltas em dez dedos(D10) e ao somatório da quantida-de total de linhas (SQTL), caracterizauma falta de normalidade.

Isto posto, ilustrando a argumen-tação contida nos autores21 quecreditaram ser comum, no pro-cesso de seleção dos atletasbrasileiros, o critério de escolha

Feminino

SSeexxoo EEnnddoommoorrffiiaa MMeessoommoorrffiiaa EEccttoommoorrffiiaa

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

2,25

1,02

2,61

1,15

3,24

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

2,35

0,73

2,33

1,31

4,2

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

2,33

0,79

2,36

1,15

4,2

5

3,35

1,46

4,25

1,15

4,55

14

4,38

0,88

4,1

3,32

6,22

19

4,11

1,12

4,11

1,15

6,22

5

3,64

1,43

4,14

1,16

4,65

14

2,52

0,95

2,75

0,45

4,22

19

2,81

1,17

2,82

0,45

4,65

TTAABBEELLAA22Valores de Tendência Central das variáveis somatotipicas.

Feminino

SSeexxoo IIssoo__iinníícciioo IIssoo__FFiimm %%QQ

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

254,13

59,26

247,67

185,33

343

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

14

386,41

64,41

372

294

506,67

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

19

351,6

85,78

348,67

185,33

506,67

5

111,6

17,73

112

90

135,67

14

162,02

32,43

158,17

97,33

227,67

19

148,75

36,74

150

90

227,67

5

44,74

5,78

45,2

35,1

49,8

14

42,47

8,46

44,45

29,5

53

19

43,07

7,76

45,2

29,5

53

TTAABBEELLAA33Valores de Tendência Central das variáveis isocinéticas.

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RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee

da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

considerar, predominantemente, oestado físico e técnico dos atletasem detrimento a preocupação como potencial genético apresentadopor eles. Tornando, portanto, indis-pensáveis às investigações e expli-cações acerca do processo genéticoe suas possibilidades de auxiliar otreinamento desportivo, objetivan-do potencializar as probabilidadesdestes atletas chegarem a ummelhor desempenho, relacionando--os com a modalidade desportiva.

Contudo, destaca-se que o presentegrupo apresenta um perfil de qua-lidades físicas referentes à forçarelativa e absoluta, e à estatura30.Ainda assim, e tendo por base oresultado observado em L>W, épossível constatar que ambos ossexos apresentaram caracterís-ticas genótipicas de capacidadeglicolítica e também anaeróbicaalática, sendo que o grupo mascu-lino apresentou mais característi-cas glicolíticas que o grupo feminino,constatado, também, por umamaior presença de SQTL, que é umindicativo de maior endurance9,12,13.

Concernente à análise dos desenhosdigitais, ressalta-se que estes apon-tam para o aumento na comple-xidade dos desenhos, e corroboramcom os autores que observaramuma tendência ao desaparecimentodo arco e ao aumento dos de-senhos mais complexos no altorendimento esportivo2,26,29.

Com base nos resultados apresen-tados na tabela 2, cabe destacarque o grupo feminino foi classi-ficado como ectomorfo-mesomorfoe, o grupo masculino apresentouuma classificação de mesomorfo--balanceado, assim como a classifi-cação geral do grupo.

Em diferentes contextos e conver-gindo com os dados do presenteestudo, também foram identificadasas características somatotípicas

Feminino

SSeexxoo FFeennóóttiippoo

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

5

3

1,58

3

1

5

GGeennóóttiippoo

5

3

1,58

3

1

5

14

7,5

4,18

7,5

1

14

14

7,5

4,18

7,5

1

14

19

6,32

4,16

5

1

14

19

6,32

4,16

5

1

14

Masculino

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

Total

N

X

s

Med

Mínimo

Máxima

TTAABBEELLAA44Valores de Tendência Central das variáveis: Fenótipo e Genótipo.

FFIIGGUURRAA22 Masculino (n=14).

0.9

1

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0

63%

47%

34%

50%

57%

88%

100%

68%

32%

66%

52%

MÉDIA_Inicial

MÉDIA_Final

%Queda

endo meso ecto A L W D10 SQTL

0.9

1

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0

61%

49%45%

12%

68%62%

75%

64%

34%

65% 63%

MÉDIA_Inicial

MÉDIA_Final

%Queda

endo meso ecto A L W D10 SQTL

FFIIGGUURRAA11 Feminino (n=5).

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investigação técnico original opinião revisão54||55||

da seleção brasileira de handebolfeminino22 e foram atribuídas predo-minâncias do componente meso-morfo, assim como em ciclistas dealto rendimento6, e em atletas decorrida de orientação27. Sobretudo,em atletas brasileiros de corrida de resistência16, foi identificada apredominância de um perfil ecto-morfo-mesomorfo, fato que convergecom os presentes dados no que diz respeito ao perfil somatotípicofeminino, mas diverge quanto àmodalidade esportiva.

No que se refere aos resultadosdemonstrados na tabela 3, cabeobservar que, no grupo feminino,houve uma queda acentuada paraas três últimas repetições, noteste isocinético, sugerindo que asatletas em questão possuem umamaior capacidade de gerar grandestorques do que uma capacidade demanutenção do mesmo. Isto posto,é possível creditar que estas atletastêm uma grande capacidade develocidade máxima e de aceleraçãoe que, muito embora a queda dotorque seja esperada, por serematletas de provas de velocidadeexplosiva, poder-se-ia sugerir quequanto menor for o percentual de queda mais interessante é acapacidade de manutenção de forçae velocidade. Em contrapartida, ogrupo masculino apresentou umaqueda menos acentuada nos torquedas três ultimas repetições, suge-rindo um comportamento de maiormanutenção da força e da veloci-dade, conforme esclarecido anterior-mente.

Ilustrando e fundamentando a infor-mação contida no parágrafo anterior,cabe apresentar especialmente, oestudo da relação entre os índicesdermatoglíficos e o resultado deuma avaliação isocinética e de ergo-espirometria, em jogadores profis-sionais de futebol de campo4. Nele,

os sujeitos foram divididos em doisgrupos, para o qual o critérioestabelecido foi apresentar umaporcentagem de 70% de W ou L.Os resultados após a avaliaçãoisocinética indicaram que o grupoque possuía 70% de W, iniciou oexercício com uma produção menorde torque, mas conseguiu manterum melhor padrão de torque até ofinal da tarefa, quando compara-dos ao grupo que possuía 70% deL. Corroborando com os presentesdados que demonstram um percen-tual de L = 64,74% aliados a umaredução de mais de 50% entre osvalores médios dos intervalos derepetições.

Há de se destacar que a maiorendurance genotípica observada nogrupo masculino, associada amaior quantidade de SQTL apresen-tada, corroboram com os valoresinferiores de queda das três pri-meiras repetições com as trêsúltimas, no teste isocinético. Poroutro lado, o autor do iente estudochama a atenção ao comporta-mento de queda mais abrupto nogrupo feminino que se coadunacom um genótipo mais caracterís-tico de coordenação neuromotora emenos acentuado de coordenaçãode endurance demonstrado peloD10 e SQTL31,32.

Os dados demonstrados na tabela4 e nas figuras 1 e 2 indicam, peloestudo de proporcionalidade, arelação existente entre o fenótipo e genótipo onde o genótipo tanto do grupo masculino quanto do gru-po feminino está manifestado nofenótipo. Entretanto, com base noresultado do teste de hipótese, opresente estudo aceita a hipótesenula. Em outros termos, não existediferença significativa para um valorde p<0,0001 entre a classificaçãodas variáveis genotípicas e fenotí-picas.

Diante do exposto, cabe destacar,sob a identificação de caracterís-ticas genéticas, que a interligação(pontos em comum) entre “asImpressões Digitais - a modalidadeesportiva - a posição esportiva”reflete a lei natural biológica geraldas ligações mútuas das marcasgenéticas com as aptidões congê-nitas das manifestações funcionaisindependentemente da pertinênciaàquela população. Por conseguinte,é cabível acreditar que as Impres-sões Digitais podem ser utilizadascomo critérios de orientação es-portiva precoce e da seleção espor-tiva nas condições do Brasil e dequalquer outro País1.Por outro lado, também, destaca--se a opinião dos autores que defen-dem que a dermatoglifia, como for-ma de predizer a performancemotora, não se demonstrou ummétodo eficiente19. Com isso,paralelamente, sugere-se novasinvestigações que incluam, em suaamostra, indivíduos que não sejamatletas e que possuam um perfildermatoglífico, supostamente, favo-rável a uma determinada capacidadefísica específica de um desporto,obviamente, analisando as respostasgeradas após um treinamento.É importante notar que os resulta-dos apresentados no iente estudoconstituem valores interessantes,que podem e devem ser usados,também, como forma de avaliaçãodo prognóstico de eficiência daprática destes e de outros atletasde corrida de velocidade.Em última análise, vale ressaltarpor oportuno que o perfil dermato-glífico do presente grupo, conformeesperado pelas particularidades dacorrida de velocidade34, divergiu do perfil observado no estudo ematletas de corrida de resistência16.Entretanto, com base no resultadodo mesmo estudo, o perfil somato-típico dos atletas tem predominância

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da Fundação Técnica e Científica do Desporto i

igual ao do presente estudo. Re-sultado este, não interessante eque pode ser atrelado à variabi-lidade de D10 e SQTL do presentegrupo e, conseqüentemente, ilustran-do a maior relação entre dermato-glifia e isocinético.

Sobretudo, o presente estudo bus-cou contribuir para uma elucidaçãode possibilidades oriundas da inter-ligação entre as característicasgenotípicas e fenotípicas, mostrandoque o conhecimento acerca destarelação é de suma importânciapara o crescimento e desenvolvi-mento dos processos que envolvemo treinamento desportivo. Processosestes, que podem auxiliar desde aotimização na identificação dascargas genéticas e/ou fenotípicasaté o barateamento dos custosenvolvidos, em detrimento da es-colha de um teste sobre o outro.Outrossim, acumulando a possibi-lidade da inserção da dermatoglifia,neste âmbito esportivo, como métodoprognóstico que pode auxiliar naavaliação diagnóstica do sujeito.

CORRESPONDÊNCIA

Leonardo Chrysostomo dos Santos

E-mail:[email protected]

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