caracteristicas fÍsicas, quÍmicas e degradaÇÃo …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO RUMINAL DE GRÃOS DE MILHO Fabíola Alves Lino Orientador: Juliano José de Resende Fernandes GOIÂNIA 2014

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Page 1: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO

RUMINAL DE GRÃOS DE MILHO

Fabíola Alves Lino

Orientador: Juliano José de Resende Fernandes

GOIÂNIA

2014

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FABÍOLA ALVES LINO

CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO

RUMINAL DE GRÃOS DE MILHO

Dissertação apresentada junto ao

Programa de Pós-Graduação em Ciência

Animal da Escola de Veterinária e

Zootecnia da Universidade Federal de

Goiás.

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de pesquisa:

Metabolismo nutricional, alimentação e forragicultura na produção animal

Orientador:

Prof. Dr. Juliano José de Resende Fernandes EVZ/UFG

Comitê de orientação:

Prof. Dr. Milton Luiz Moreira Lima EVZ/UFG

Prof. Dr. Marcos Neves Pereira DZO/UFLA

GOIÂNIA

2014

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iii

DEDICATÓRIA

Aos meus pais e irmãos que sempre me

apoiaram e ajudaram nesta caminhada.

Tudo o que faço é para vocês e por

vocês.

Page 6: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por mais esta conquista e tudo de

bom que me foi concedido.

À minha família, meu pai Manoel, minha mãe Maria da Guia e meus

irmãos Fabiana e Fernando pela compreensão e apoio durante os anos de

estudos.

A todos os meus amigos em especial aos colegas de pós-graduação

Marcela, Rayanne, Kiria, Barbara, Flávia, Leonardo, Tiago, Thiago, José

Thiago, Marcondes, Carlos, Leandro, Sandro, Alex, Adesvaldo e Aleane pelo

companheirismo, colaboração na condução do experimento e apoio nas

atividades acadêmicas.

Á Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás

pela oportunidade de realização do mestrado.

Ao meu orientador professor Dr. Juliano José de Resende Fernandes

pela oportunidade, incentivo e orientação.

Aos professores do Departamento de Produção Animal em especial

Emmanuel Arnhold, Milton Luiz Moreira Lima e Eliane Sayuri Miyagi pela

contribuição na minha formação.

Aos funcionários Lucas, Reginaldo Jacovetti, Benedito e Hélio.

Aos estagiários, Marcelo da Silva, Alexandre, Antônio, Victor,

Thaynara, Maria Luisa, Thiago, Lidiamar e demais pela ajuda.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico

(CNPq) pela concessão da bolsa de estudos.

Aos membros da banca pela presença e contribuição com as

correções.

A todos que de alguma forma contribuíram para o presente trabalho.

Muito Obrigada.

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v

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... vi

RESUMO........................................................................................................... vii

ABSTRACT ...................................................................................................... viii

1 INTRODUÇÂO ................................................................................................ 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 3

2.1 Caracterização do grão de milho .................................................................. 3

2.2 Estágios de maturidade dos grãos ............................................................... 5

2.3 Textura, matriz proteica e degradabilidade .................................................. 6

3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 10

3.1 Local e planejamento experimental ............................................................ 10

3.2 Colheita e preparo das amostras ............................................................... 11

3.3 Análises laboratoriais ................................................................................. 12

3.3.1 Amido ...................................................................................................... 12

3.3.2 Zeína ....................................................................................................... 13

3.3.3 Densidade ............................................................................................... 14

3.3.4 Microscopia eletrônica de varredura ....................................................... 15

3.4 Degradabilidade in situ ............................................................................... 15

3.5 Análise estatística ...................................................................................... 16

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 17

5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 23

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 24

Page 8: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

vi

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Matéria seca (MS) e densidade de grãos dos seis

híbridos de milho colhidos no estágio R5 (metade da

linha do leite)...................................................................... 19

TABELA 2 Valores de proteína bruta (PB), amido, e zeína dos grãos

de híbridos de milho colhidos no estágio R5 (metade da

linha do leite)...................................................................... 20

TABELA 3 Degradabilidade in situ dos grãos de híbridos de milho

colhidos no estágio R5 (metade da linha do leite)............. 21

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RESUMO

Objetivou-se avaliar as características físicas e químicas dos grãos de milho e se estas afetam a degradabilidade ruminal dos grãos colhidos na metade da linha do leite. Foram utilizados seis híbridos de milho: AG 1051, BJ 9450 PRO, AG 4051 PRO, IMPACTO VIP, BM 3061 e SG 3060YG. O delineamento foi em blocos casualizados com cinco repetições. A parcela experimental foi formada por quatro linhas de 5,0 m de comprimento e espaçamento entre linhas de 0,6 m. Foram colhidas espigas das linhas centrais de cada parcela quando os grãos estavam na metade da linha do leite. Posteriormente foram secas em estufa de ventilação forçada a 55°C até os grãos atingirem teor de umidade ideal para o armazenamento, em torno de 13%. Os grãos foram debulhados e submetidos a análise de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), amido, prolamina (zeína) e densidade. A degradabilidade ruminal in situ foi realizada em quatro bovinos da raça Nelore munidos de cânula ruminal. Foram incubados sacos de poliéster no tamanho 5,0 x 10,0 cm com porosidade de 50±10 μm (Ankom Technology) contendo 2,0 g de amostras dos grãos quebrados em quatro partes. Avaliaram-se os seguintes tempos de incubação: 6, 12, 24 e 72 horas. Foi realizado análise de variância e teste de Scott-Knott ao nível de significância de 5% (R CORE TEAM, 2012). Os híbridos de textura farinácea AG 1051, AG 4051 PRO e BM 3061 apresentaram menor teor de MS (P<0,05) em comparação aos híbridos duro (IMPACTO VIP) e semiduro (BJ 9450 PRO) com exceção do SG 6030 YG. Os híbridos duro e semiduros apresentaram densidade superior à observada nos híbridos farináceos (P<0,05). Dessa forma, definindo duas classes de dureza, tipo duro ou grupo de alta densidade (IMPACTO VIP, BJ 9450 PRO e SG 6030YG) e farináceo ou grupo de baixa densidade (AG 1051, AG 4051 PRO e BM 3061). O grupo de baixa densidade apresentou o maior teor de proteína bruta (PB) (P<0,05). O teor de amido variou de 68,0% no híbrido IMPACTO VIP a 75,6% no híbrido AG 1051. Os híbridos de baixa densidade apresentaram os maiores teores de zeína em g/100g de MS e também em relação ao amido g/100g de amido. Não houve diferenças na degradação ruminal in situ dos híbridos de milho nos tempos de incubação avaliados.

Palavras chave: amido, textura dos grãos, Zea mays L., zeína

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viii

ABSTRACT

The objective was to evaluate the physical chemical characteristics of the corn grains and if these affect the ruminal degradability of grain harvested at half milk line. Six corn hybrids were used: AG 1051, BJ 9450 PRO, AG 4051 PRO, IMPACTO VIP, BM 3061 e SG 3060YG. The randomized block design with five replications was used. The experimental plot consisted of four rows of 5.0 m and spaces between rows of 0.6 m. Cobs of the central rows of each plot were harvested when the grains were at half milk line. Posteriorly were dried in a forced air at 55 °C until the grains achieve content of humidity ideal for storing around 13%. The grains were threshed and submitted to analysis of dry matter (DM), crude protein (CP), starch, prolamin (zein) and density. The in situ degradability was conducted in four Nelore cattle fitted with rumen cannula. polyester bags were incubated in size 5.0 x 10.0 cm with a porosity of 50 ± 10 μm (Ankom Technology) containing 2.0 g samples of grain broken into four parts. We evaluated the following incubation times: 6, 12, 24 and 72 hours. Analysis of variance and the Scott-Knott test at 5% significance was conducted (R CORE TEAM, 2012).Hybrids farinaceous texture AG 1051, AG 4051 PRO and BM 3061 showed lower DM content (P<0.05) compared to hard (IMPACT VIP) and semi-hard hybrids (BJ 9450 PRO) except SG 6030 YG. The hard and semi-hard hybrids showed higher density than the hybrid farinaceous (P <0.05). Thus, defining two classes of hardness, hard or high density group (IMPACTO VIP, BJ 9450 PRO and SG 6030YG) and farinaceous or low density group (AG 1051, AG 4051 PRO and BM 3061). The low density group showed the highest CP (P <0.05). The starch content ranged from 68.0% in the hybrid IMPACTO VIP until 75.6% in the hybrid AG 1051. The hybrids of the low density showed the highest levels of zein in g/100g DM and also in relation to starch g/100g of starch. There were no differences in the in situ ruminal degradation of corn hybrids in the time of incubation evaluated. Keywords: grain texture, starch, Zea mays L., zein

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1 INTRODUÇÂO

O milho (Zea mays L) é um alimento com alto valor energético muito

utilizado na alimentação animal. Algumas características dos grãos como a

textura, composição química e a maturidade afetam o aproveitamento do milho

pelos ruminantes.

O endosperma dos grãos de milho é composto principalmente por amido

e proteínas (zeínas) que formam os corpos proteicos componentes da matriz

proteica que envolve os grânulos de amido, de acordo com esse arranjo tem-se a

classificação em farináceo e vítreo. A relação entre estes dois tipos de

endospermas determina a textura do grão que é expressa pela vitreosidade ou

pela densidade uma medida indireta (PEREIRA et al., 2004). No mercado

brasileiro predomina o comércio de grãos de textura dura e semidura (CRUZ et

al., 2012).

O milho duro possui maior quantidade de endosperma vítreo (KOTARSKI

et al., 1992) e presença da zeína neste endosperma contribui para a sua

resistência à colonização e digestão bacteriana. A matriz proteica atua como uma

barreira dificultando o acesso dos microrganismos ao amido. Seu rompimento é

essencial para otimização da digestão do amido e a capacidade de quebra-la irá

variar de acordo com a quantidade de proteína associada ao grânulo de amido

(ZINN et al., 2002).

Diferenças na digestão ruminal do grão de milho podem estar

relacionadas à isto, já que inicialmente as bactérias colonizam as regiões entre os

grânulos de amido (MCALLISTER et al., 1990).

A maioria dos estudos que avaliam a digestão do milho pelos animais

compara grãos de cultivares americanas com as brasileiras, que apresentam

características químicas e físicas bem distintas. O que evidencia a necessidade

de avaliar o comportamento dos híbridos comerciais nacionais quanto aos fatores

preditos na literatura que afetam a digestão do amido.

Tal avaliação é importante não somente quando o grão maduro será

utilizado em rações concentradas, como também para avaliar grãos colhidos na

metade da linha do leite de cultivares para confecção de silagem da planta inteira,

Page 12: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

2

pois nesse tipo de volumoso a presença de grãos contribui para a qualidade da

silagem.

Portanto, objetivou-se avaliar as características físicas e químicas dos

grãos de milho e a degradabilidade ruminal dos grãos colhidos na metade da linha

do leite.

Page 13: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Caracterização do grão de milho

A composição dos grãos varia de acordo com a cultivar, com as

condições ambientais para produção e colheita, secagem, método e tempo de

armazenamento (OWENS et al., 1997).

Os grãos de milho constituem de endosperma, gérmen, pericarpo (casca)

e ponta (Figura 1).

FIGURA 1 - Anatomia do grão de milho e suas partes. Fonte: adaptado de BRITANNICA (2006) citado por PAES (2006).

O endosperma representa aproximadamente 83% do peso seco do grão,

é composto na sua maioria por amido (88%) e proteínas de reserva (8%)

principalmente prolaminas chamadas de zeínas, que formam os corpos proteicos

componentes da matriz proteica que envolve os grânulos de amido (PAES, 2006).

As zeínas (alfa, beta, gama e delta) são solúveis em álcool e insolúveis no

ambiente ruminal (ZINN et al., 2002).

De acordo com o arranjo dos grânulos de amido e da matriz proteica o

endosperma dos grãos é classificado em dois tipos: farináceo e vítreo (PAES,

2006). O endosperma vítreo assim chamado por causa de sua natureza rígida é

Gérmen Plúmula Escutelo Radícula

Células do endosperma

Camada de

aleurona

Endosperma Farináceo

Vítreo

Casca

Ponta

Testa Células tubulares Células cruzadas Mesocarpo Epiderme

Pericarpo

Page 14: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

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encontrado nas laterais da semente de milho, possui grânulos de amido cercados

por uma matriz proteica densa. Enquanto o endosperma farináceo possui

grânulos de amido rodeados por uma matriz proteica fina, são mais dispersos

dando ao amido uma aparência opaca (ZINN et al., 2002).

O gérmen representa 11% do grão de milho e concentra quase a

totalidade de lipídios do grão, além de minerais e das proteínas de reservas

albuminas, globulinas e glutelinas que diferem em composição e organização

molecular das encontradas no endosperma (PAES, 2006).

O pericarpo protege as demais estruturas, representa em média 5% do

grão. Já a ponta é a menor estrutura, e é responsável pela conexão do grão ao

sabugo (PAES, 2006).

O amido é um polissacarídeo composto por amilose e amilopectina. A

amilose é um polímero linear com unidades de D-glicoses de ligações α-1,4

(ROONEY & PFLUGFELDER, 1986) é menos susceptível a ação das enzimas

digestivas e o avanço na maturidade dos grãos aumenta a sua proporção no

amido do milho, deixando-o menos digestível (OWENS, 2005). Segundo

ROONEY & PFLUGFELDER (1986) a amilopectina é um polímero maior,

ramificado com unidades de D-glicoses unidas por ligações α-1,4 e nos pontos de

ramificação unidas por ligações α-1,6, que ocorrem a cada 20 – 25 unidades de

glicose, sendo o componente mais abundante do amido.

De acordo com ROONEY & PFLUGFELDER (1986) os grânulos de amido

possuem áreas organizadas chamadas de cristalinas e relativamente

desorganizadas que são as áreas amorfas. A região cristalina é composta

principalmente de amilopectina, resistente à entrada de água e ao ataque

enzimático. A região amorfa é rica em amilose e menos densa do que a área

cristalina, a água se move livremente e o ataque da amilase sobre o grânulo

começa nesta região.

O processo de gelatinização do amido consiste na quebra das pontes de

hidrogênio intermoleculares do grânulo e na perda da sua estrutura inicial.

Durante a gelatinização ocorre absorção de água e aumento na superfície de

contato deixando o amido mais susceptível ao ataque enzimático (ROONEY &

PFLUGFELDER, 1986).

Page 15: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

5

2.2 Estágios de maturidade dos grãos

NIELSEN (2008) descreve seis estágios de desenvolvimento dos grãos

de milho (Figura 2), são eles:

Estágio inicial (R1): é a fase de desenvolvimento das espigas e dos

grãos.

Estágio de crescimento “bolhas” (R2): Os grãos são esbranquiçados

parecem “bolhas” tem líquido claro abundante. Inicia-se o acúmulo de

amido no endosperma. Nessa fase a radícula, o coleóptilo e a primeira

folha embrionária já estão formados. O teor de umidade dos grãos é de

aproximadamente 85%.

Estágio leitoso (R3): Os grãos em geral são amarelos e contem um

líquido branco “leitoso”. As divisões celulares dentro do endosperma

apresentam-se completas. A partir daí a expansão é devido à deposição de

amido nas células. Um estresse hídrico nessa fase pode afetar a produção,

porém menos crítico do que na fase anterior. Teor de umidade de

aproximadamente 80%.

Estágio pastoso (R4): O líquido leitoso do interior do grão está mudando

para uma consistência "pastosa". A acumulação de amido no endosperma

é contínua. As estruturas embrionárias de dentro dos grãos encontram-se

totalmente diferenciadas. Os grãos já acumularam em torno da metade do

peso que eles atingirão na maturidade e apresentam cerca de 70% de

umidade.

Estágio de dente (R5): Teor de umidade inicial é de 55%. Surge uma linha

divisória chamada “linha do leite” que avança com a maturação em direção

à base do grão subdividindo esse estágio em três fases: R5a- inicial; R5b-

metade da linha do leite; R5c-final.

Page 16: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

6

Maturidade fisiológica (R6): Os grãos atingem seu peso seco máximo e

estão fisiologicamente maduros. Ocorre logo após a linha do leite

desaparecer e a camada preta estar formada. Os grãos tem umidade

média de 30% mais pode variar de 25 a 40%.

FIGURA 2 - Estágios de maturidade dos grãos de milho.

Fonte: NIELSEN (2008).

2.3 Textura, matriz proteica e degradabilidade

Os grãos podem apresentar textura dentada ou mole (dent), dura (flint),

intermediárias semidura e semidentada. Verifica-se no mercado brasileiro a

predominância de grãos semiduros e duros, o que atende as expectativas da

indústria que valoriza esses tipos, enquanto os grãos semidentados e dentados

são minoria (CRUZ et al., 2012).

A avaliação da vitreosidade é uma forma de mensurar com maior precisão

a textura dos grãos e está relacionada com a quantidade de endosperma vítreo e

farináceo (CANTARELLI et al., 2007). A vitreosidade é estimada por dissecação

física dos grãos, na qual é retirado o pericarpo, gérmen e o endosperma farináceo

restando apenas o vítreo, sendo expresso como porcentagem do endosperma

total (DOMBRINK-KURTZMAN & BIETZ, 1993; CORREA et al., 2002). A

densidade dos grãos é uma medida indireta de avaliar a vitreosidade (PEREIRA

et al., 2004) podendo substituí-la por possuir alta correlação (0,87) e ainda ser

menos trabalhosa (CORREA et al., 2002).

R1 R2 R3 R4

R5(a) R5 (b) R5 (c) R6

Page 17: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

7

Vários estudos mostram a relação negativa entre vitreosidade do

endosperma e digestibilidade do amido (PHILIPPEAU et al., 2000; CORREA et

al., 2002; PEREIRA et al., 2004; NGONYAMO-MAJEE, et al., 2008; LOPES et al.,

2009).

CORREA et al. (2002) ao avaliarem 14 híbridos de milho dos EUA (dent)

e cinco híbridos do Brasil (flint) constataram que os milhos comerciais brasileiros

apresentaram maior vitreosidade (média de 73,1%) do que os híbridos

americanos (média de 48,2%). Os autores encontraram correlação de -0,93

(P<0,001) entre vitreosidade e disponibilidade ruminal do amido. Dessa forma,

destaca-se a importância de compreender tal relação para melhorar a utilização

do milho nas dietas para ruminantes e assim permitir selecionar melhor os

híbridos para produção de silagem ou grãos.

PHILIPPEAU et al. (2000) observaram que a degradabilidade ruminal do

amido foi significativamente (P<0,001) maior para milho dent do que para o milho

flint, com média de 619 e 462 g/kg-1, respectivamente. Da mesma forma, LOPES

et al. (2009) encontraram maior digestibilidade do amido no trato total de vacas

em lactação alimentadas com dietas que continham milho de endosperma

farináceo e opaco em comparação com as dietas que possuíam milho vítreo.

O estágio de maturidade do grão é um fator que impacta sobre a

vitreosidade, independente da textura com o avanço da maturidade há aumento

na vitreosidade dos grãos, que é mais expressivo em grãos de textura dura.

Mesmo no estágio dentado inicial os grãos duros apresentaram maior

vitreosidade do que os híbridos de textura farinácea no estágio final de

maturidade (linha negra) (PEREIRA et al., 2004).

Com o avanço da maturidade PEREIRA et al. (2004) também

observaram redução da degradabilidade ruminal com 24 horas de incubação

(DEG24). O efeito da textura sobre a DEG24 foi marcante na fase de linha negra.

Milhos flint apresentaram DEG24 de 73,3; 65,0 e 19% na MS e 86,2; 61,4 e

42,3% na MS para milhos dent nos estágios de dentado inicial, metade da linha

do leite e linha negra respectivamente.

Page 18: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

8

Tais variações na digestão do amido de milho de diferentes vitreosidades

relacionam-se com a distribuição de proteínas no endosperma do grão (DAVIDE

et al., 2011).

A degradação ruminal do amido é negativamente relacionada com a

quantidade de zeínas (P<0,05), que estão associadas ao aumento na proporção

de corpos proteicos componentes da matriz proteica. O que limita o acesso dos

microrganismos aos grânulos de amido no rúmen, reduzindo sua degradação

ruminal (PHILIPPEAU et al., 2000). Por meio da microscopia eletrônica de

varredura é possível observar as diferenças no encapsulamento do amido pela

matriz proteica (HOFFMAN & SHAVER, 2009).

O conteúdo de zeína possui correlação positiva (P<0,01) com a

vitreosidade (PHILIPPEAU et al., 2000) e com a textura do grão (DOMBRINK-

KURTZMAN & BIETZ, 1993).

As zeínas podem ser extraídas em laboratório por métodos de

fracionamento das proteínas (LANDRY & MOUREAUX, 1970; WALLACE et al.,

1990; HAMAKER et al., 1995; LANDRY et al., 2000) ou por métodos

turbidimétricos (LARSON & HOFFMAN, 2008; NELLIS et al., 2013) extração e

solubilização apenas da fração prolamina.

A síntese de zeína está ligada a fatores genéticos de cada cultivar.

Regiões de endosperma vítreo dos grãos contem maior quantidade de alfa e

gama zeína (DOMBRINK-KURTZMAN & BIETZ, 1993). A baixa síntese desses

tipos de zeína pelas cultivares de endosperma farináceo contribui para um

aumento no valor proteico do grão e menor dureza do mesmo. Dessa forma,

alterações na síntese de alfa e gama zeína parece influenciar a estrutura e

tamanho dos corpos proteicos componentes da matriz proteica (PEREIRA, 2006).

Para compreender os fatores que influenciam na digestibilidade do amido

e consequentemente no desempenho dos ruminantes LARSON & HOFFMAN

(2008) evidenciam a importância da quantificação da prolamina em conjunto com

dados de lactação, crescimento, ensaios de digestibilidade in vitro, in situ ou in

vivo.

Ao avaliar a textura de cultivares de milho na degradação ruminal in vitro

ou in situ é preciso tomar cuidado com o tipo de processamento adotado para não

mascarar diferenças entre as cultivares. Em grãos moídos há maior dificuldade

Page 19: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

9

em identificar diferenças do que cortados ou quebrados (DAVIDE et al., 2011).

Dessa forma, CORREA et al. (2002) acreditam que a moagem dos grãos a 4mm

pode ter reduzido a sensibilidade do ensaio em identificar possíveis diferenças na

degradação entre as maturidades avaliadas.

Portanto, a degradação ruminal da MS parece ser um indicador preciso

da degradação ruminal do amido de grãos de milho, o que reduziria o custo

associado à análise de amido de resíduos dos sacos em ensaios de

degradabilidade. A correlação entre a disponibilidade ruminal do amido e da MS

foi de 0,98 (P<0,001) CORREA et al. (2002).

Page 20: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e planejamento experimental

O plantio foi realizado no dia 05 de janeiro de 2013 em uma área de 529,2

m² do Confinamento Experimental de Bovinos de Corte (CEBC) localizado na

Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, Campus II

Samambaia, município de Goiânia-GO, com altitude média de 771m, latitude 16º

36’ Sul e longitude 49º 15’ Oeste.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados com cinco

repetições, cada faixa de solo constituiu um bloco.

De acordo com a classificação de CRUZ et al. (2013) com base nas

características repassadas pelas empresas produtoras de sementes, as cultivares

utilizadas são classificadas quanto a textura em, farináceos: AG 1051, AG 4051

PRO (Agroceres) e BM 3061 (Biomatrix); semiduros: BJ 9450 PRO (Agroceres) e

SG 3060YG (Limagrain/Guerra); duro: IMPACTO VIP (Syngenta Ltda.) (Quadro

1). Os híbridos escolhidos são comumente utilizados para produção de silagem e

grãos.

QUADRO 1 - Características dos híbridos utilizados no experimento.

Cultivar Ciclo Cor Textura do

grão Uso

AG 1051 SMP AM Farinácea G/SPI/MV

BJ 9450 SMP AM/AL Semidura G/SPI

AG 4051PRO SMP AM Farinácea G/SPI/MV

IMPACTO VIP P AL Dura G/SPI

BM 3061 P AM Farinácea SPI/MV

SG 6030 YG P AM/AL Semidura G/SPI/SGU

SMP=Semiprecoce; P=Precoce. AM= Amarelo; AL=Alaranjado. G=Grãos; MV=Milho verde; SPI=Silagem da planta inteira; SGU=Silagem de grão úmido.

A parcela experimental foi formada por quatro linhas de 5,0 m de

comprimento e espaçamento entre linhas de 0,6 m sendo o bloco composto por

uma parcela de cada híbrido (Figura 3). Plantou-se um número maior de

sementes e após o desbaste feito anteriormente à adubação de cobertura, o

estande foi mantido com densidade final de 60.000 plantas/ha.

Page 21: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

11

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 4

5

1

2

6

2 3 1 5 Bloco 5

Bloco 5

6 4 6 4 2

5

1 5 3 3 3

1

4 6 4 1 4

6

3 2 5 2

FIGURA 3 - Esquema de plantio. 1- AG1051; 2- BJ 9450 PRO; 3-AG 4051 PRO; 4 – Impacto Vip; 5 – BM 3061; 6 – SG 6030YG.

Realizou-se a análise de solo da área a ser cultivada e a partir dos

resultados obtidos procedeu-se a recomendação de adubação de acordo com a

exigência nutricional da cultura. A adubação no plantio consistiu de 150 kg de

N/ha na forma de liberação lenta (ureia revestida com polímero kimcoat

kimberlity), 120 kg/ha de P2O5 (MAP revestido com polímero kimcoat kimberlity),

90 kg/ha de K2O (Cloreto de potássio) e micronutrientes FTE BR12, na adubação

de cobertura 40 kg/ha de N (ureia convencional). Durante o cultivo realizou-se

tratos culturais e aplicação de produtos fitossanitários de acordo com a

necessidade da cultura.

3.2 Colheita e preparo das amostras

Para identificar a data de colheita das amostras (Quadro 2), a partir de 20

dias após o florescimento foram feitas avaliações a cada cinco dias até os grãos

chegarem ao estágio R5a e coletas de espigas das linhas um e quatro das

parcelas experimentais a cada dois dias até chegarem no R5b (metade da linha

do leite) no qual se procedeu a colheita. O estágio R5 foi identificado após a

quebra da espiga ao meio e observação da linha do leite. Este estágio

corresponde ao ponto de colheita da planta de milho para ensilagem.

Page 22: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

12

QUADRO 2 - Dias após o plantio da colheita dos grãos de cada híbrido.

Cultivar Colheita

(dias após o plantio)

AG 1051 108

BJ 9450 109

AG 4051PRO 106

IMPACTO VIP 104

BM 3061 104

SG 6030 YG 107

As duas linhas centrais de cada parcela foram usadas para coleta de

espigas, sendo desprezadas as pertencentes às três plantas das extremidades de

cada linha. Em seguida, as espigas foram secas em estufa de ventilação forçada

a 55°C até atingirem teor de umidade ideal para o armazenamento, em torno de

13%. Os grãos foram debulhados e armazenados em câmara fria a -20°C até a

condução das análises.

3.3 Análises laboratoriais

As amostras foram moídas em moinho tipo Willey com peneira de malha

de 1,0 mm e submetidas à análise de matéria seca (MS), proteína bruta (PB),

amido e prolamina (zeína).

As análises de MS e PB foram realizadas no Laboratório de Nutrição

Animal (LANA) do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e

Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. A MS de todas as amostras foi

determinada em estufa a 105°C durante 12 horas. O teor de nitrogênio total das

amostras foi determinado utilizando o método de Kjeldahl multiplicando o valor

obtido por 6,25 obtendo o teor de proteína bruta (AOAC, 1990).

3.3.1 Amido

O amido foi determinado segundo metodologia proposta por BACH

KNUDSEN (1997). Adicionou-se 0,10 g de amostra moída (1,0 mm) em tubos de

ensaio com capacidade para 20 mL, acrescentou-se 15 mL de solução tampão de

acetato de sódio (pH= 5,00 ± 0,05 a 0,1 mol L -1) e 25 µL da enzima α- amilase

Page 23: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

13

(Novozymes, Termamyl 2X). Todos os tubos de ensaio foram homogeneizados

em agitador e colocados em banho maria a 100°C por uma hora, nesse período

foram homogeneizados com 10, 30 e 50 minutos de incubação.

Após o período de hora foram retirados do banho maria e permaneceram

na bancada até atingirem temperatura ambiente. Em seguida adicionou-se 0,5 mL

de solução contendo 100 unidades da enzima amiloglicosidase/mL (Sigma -

Aldrich). Os tubos foram novamente agitados e colocados em banho maria a 60°C

por duas horas, sendo agitados com uma hora de incubação. Após este período

os tubos foram retirados do banho maria e deixados na bancada até atingirem

temperatura ambiente.

A mistura foi transferida para tubos eppendorf que foram centrifugados a

5500 nM por 10 minutos a uma temperatura de 10 ºC. Foram pipetados 10 µL do

sobrenadante de cada tudo e transferido para tubos de ensaios contendo 1 ml de

solução estável de um kit comercial de glicose enzimática líquida GOD PAP,

numa diluição de 1:100. Após 10 minutos de reação a 37ºC, procedeu-se a leitura

em espectrofotômetro (Shimadzu, UV- 1601 PC), a 510 nm. Para cada ensaio

utilizaram-se duas amostras padrões (amido puro e fubá de milho) e um branco.

Para evitar que o amido fosse superestimado em virtude da

contaminação com glicose, pesou-se 0,10g de amostra que foi transferida para

tubos de ensaio de 20 mL e adicionadas 15 mL de água deionizada, a mistura

permaneceu por quatro horas nas quais os tubos foram agitados a cada 30

minutos. Após este período o conteúdo foi transferido para eppendorf e

centrifugado, a partir daí seguiu-se os mesmos passos citados acima. O valor

obtido após a leitura de glicose foi subtraído nos valores encontrados de amido

das amostras.

3.3.2 Zeína

A zeína foi determinada segundo metodologia proposta por LARSON &

HOFFMAN (2008). Na primeira etapa (extração) pesou-se 1,0 g de amostra

moída em moinho com peneira de malha de 1 mm, colocada em erlenmeyer e

adicionadas 20 mL de acetona. Foram agitados por 1 hora em agitador

magnético. Posteriormente o conteúdo da mistura foi filtrado em papel filtro 541

Page 24: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

14

Whatman após este ter permanecido em estufa e ter seu peso registrado. O papel

filtro contendo a amostra retida após a filtragem foi colocado em estufa de

ventilação forçada a 55°C por 24 horas e depois pesado.

Na segunda etapa (solubilização da zeína), pesou-se 0,2 g da amostra

retida no papel filtro, em duplicata. Adicionou-se em tubo falcon com capacidade

de 50 mL e foram adicionadas 20 mL de solução de álcool isopropílico + 2

mercaptoetanol e posteriormente agitados em incubadora com agitação orbital

(TE-421 TECNAL) por 4 horas. Após a agitação a mistura foi centrifugada em

centrífuga a 4.500 x g por 20 min, pipetadas 0,5 mL do sobrenadante e colocados

em tubos de ensaio. Adicionou-se 5,5 mL de solução de TCA a 0,15 M, a mistura

permaneceu em repouso por 45 min, e então procedeu a leitura em

espectrofotômetro a uma absorbância de 440 nm.

A curva padrão foi montada a partir da leitura do padrão composto de

zeína purificada de milho (Z 3625, SIGMA ALDRICH). A fórmula [(100 / %PB da

zeína na MS x 0,9)] / %MS da zeína foi utilizada para obter a quantidade de zeína

que foi adicionada a um erlenmeyer com capacidade de 100 mL no qual teve seu

volume completado com a solução de álcool isopropílico + 2 mercaptoetanol, com

posterior agitação por 1 hora em agitador magnético. A partir dessa solução de

zeína foram confeccionadas as demais nas concentrações de 750, 500, 250 e 0

μg/mL de zeína, nas quais continham 15, 10, 5 e 0 ml da solução de zeína e 5,

10, 15, 20 mL da solução de álcool respectivamente.

3.3.3 Densidade

A densidade foi determinada segundo metodologia proposta por KNIEP &

MASON (1989) que consistiu em colocar 50 grãos em uma proveta com

capacidade de 50 mL e completar o volume com álcool etílico, registrou-se o peso

antes e após completar o volume.

Para o calculo da densidade dos grãos foi utilizada a seguinte equação:

D= (m1)/[50-(m2-m1)/dálcool]

Em que:

D=densidade da amostra

m1=peso dos grãos de milho na proveta de 50 mL.

Page 25: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

15

m2=peso dos grãos de milho na proveta de 50 mL+álcool

dálcool= densidade do álcool

3.3.4 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

As análises foram realizadas no Laboratório Multiusuário de Microscopia

de Alta Resolução (LABMIC) localizado no Instituto de Física da UFG, utilizando

o Microscópio Eletrônico de Varredura modelo JSM – 6610 da marca JEOL. As

amostras foram metalizadas com equipamento modelo Desk V da marca Denton

Vacuum com o seguinte procedimento: o filme de ouro foi depositado em uma

câmara com pressão atmosférica entre 50 e 60 mt e corrente de 15mA por dois

minutos, gerando uma camada de aproximadamente 250 Angstroms de

espessura de ouro por cima da amostra.

Procedeu-se então a observação das amostras dos seis híbridos

selecionados aleatoriamente entre os blocos antes e após a incubação nos

tempos 6, 12, 24 e 72 horas. A MEV feita nos grãos secos antes da incubação foi

utilizada para a caracterização do endosperma dos grãos.

3.4 Degradabilidade in situ

Foram utilizados sacos de poliéster no tamanho 5,0 x 10,0 cm com

porosidade de 50±10 μm (Ankom Technology), previamente lavados em acetona

por 5 minutos, marcados com caneta para tecido, secos em estufa a 105°C e

pesados em balança analítica.

Os grãos foram quebrados em quatro partes com o auxílio de um cortador

de comprimidos, em cada saco foram acondicionados 2,0 g de amostra.

Posteriormente os sacos foram selados a calor utilizando seladora. Avaliaram-se

os seguintes tempos de incubação: 6, 12, 24 e 72 horas.

Para cada tempo de incubação utilizou-se um saco contendo amostra de

cada híbrido presente em cada bloco e um saco sem amostra (branco), em

virtude de seis parcelas perdidas foram incubados um total de 114 sacos por

animal. Os sacos correspondentes ao tempo zero foram lavados ao final da

incubação junto com os demais.

Page 26: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

16

Foram utilizados quatro bovinos da raça Nelore munidos de cânula

ruminal, e alimentados com pastagem a vontade e 4,0 kg de concentrado por

animal por dia. Os sacos contendo as amostras foram colocados em sacos de

lavar roupas de 30,0 x 30,0 cm e amarrados a correntes, sendo disposto em cada

rúmen de forma reversa ao tempo de incubação, com retirada simultânea o que

permitiu padronizar a lavagem.

Os sacos após serem retirados do rúmen foram colocados em água

gelada para paralisar a atividade dos microrganismos, posteriormente lavados em

água corrente até o líquido fluir incolor, levados a estufa de ventilação forçada

(55°C) por 24 horas. Em sequencia foram secos em estufa a 105°C por 12 horas,

acondicionados em dessecador por 40 minutos e pesados.

3.5 Análise estatística

Foi realizado análise de variância e teste de Scott-Knott ao nível de

significância de 5% (R CORE TEAM, 2012).

Page 27: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As características dos endospermas dos grãos dos seis híbridos de milho

obtidas por meio da microscopia eletrônica de varredura (MEV) podem ser vistas

na Figura 4. Nos híbridos de textura farinácea (AG 1051, AG 4051 PRO e BM

3061) a maior parte do endosperma possui grânulos de forma arredondada

espaçados entre si (Figura 4 - A, C, E), enquanto no híbrido duro (IMPACTO VIP)

os grânulos são poligonais e compactados, totalmente envoltos pela matriz (D).

Os híbridos semiduros (BJ 9450 PRO e SG 3060 YG) possuem o arranjo dos

grânulos de forma intermediária às texturas farinácea e dura (B e F). Tais

características estão de acordo com as observadas na literatura (MCALLISTER et

al., 1990; KOTARSKI et al., 1992; PEREIRA, 2006; DAVIDE, 2009; PIOVESAN,

2009).

FIGURA 4 - Microscopia eletrônica de varredura (MEV) do endosperma de grãos

de milho. A – AG 1051; B – BJ 9450 PRO; C – AG 4051 PRO; D –

IMPACTO VIP; E – BM 3061; F – SG 3060YG.

A B

C D

E F

Page 28: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

18

Ao avaliar o teor de matéria seca (MS) dos grãos de milho colhidos no

estágio de maturidade R5 (metade da linha do leite) constatou-se que os híbridos

de textura farinácea AG 1051, AG 4051 PRO e BM 3061 apresentaram menor

teor de MS (P<0,05) em comparação aos híbridos duro (IMPACTO VIP) e

semiduro (BJ 9450 PRO) com exceção do SG 6030 YG (Tabela 1). Isto acontece

porque o endosperma farináceo possui uma estrutura celular menos compactada

e espaços com ar entre os grânulos de amido, que são envoltos por uma fina e

descontinua matriz proteica, permitindo que a umidade permaneça por mais

tempo no endosperma (PEREIRA et al., 2004).

Os híbridos IMPACTO VIP, BJ 9450 PRO e SG 6030YG apresentaram

densidade de 1,26; 1,21 e 1,19 g/cm³ respectivamente, superior à observada nos

híbridos farináceos (P<0,05). O que está de acordo com a literatura em que grãos

de milho duros e semiduros apresentam maior densidade em comparação aos de

textura farinácea (PHILIPPEAU et al., 1999; CORREA et al., 2002; PEREIRA et

al., 2004; DAVIDE, 2009; SANTOS, 2012). Resultados semelhantes foram

encontrados por SANTOS (2012) em que a densidade de grãos colhidos na

metade da linha do leite foi de 1,12 g.cm3 para o grupo de textura dura e semidura

e 1,08 g.cm3 para o de textura farinácea.

Essa diferença observada na densidade entre as texturas é explicada não

somente pela variação na composição bioquímica, mais também pela quantidade

de espaços vazios dentro do endosperma e a proporção vítrea e farinácea

(PHILIPPEAU et al., 1999). Milhos duros apresentam melhor empacotamento dos

grânulos de amido e ausência de espaços entre os grânulos (PEREIRA, 2006).

Os resultados obtidos no presente estudo permitem alterar a classificação

do grau de dureza dos grãos realizada pelas empresas produtoras de sementes,

diferenciando assim apenas duas classes de dureza, tipo duro ou grupo de alta

densidade (IMPACTO VIP, BJ 9450 PRO e SG 6030YG) e farináceo ou grupo de

baixa densidade (AG 1051, AG 4051 PRO e BM 3061).

Page 29: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

19

TABELA 1 - Matéria seca (MS) e densidade de grãos dos seis híbridos de milho colhidos no estágio R5 (metade da linha do leite)

Híbrido Textura %MS Densidade (g/cm³) AG 1051 Farinácea 49,9b 1,15b AG 4051PRO Farinácea 51,3b 1,14b BM 3061 Farinácea 50,0b 1,12b SG 6030 YG Semidura 50,1b 1,19ª BJ 9450 Semidura 56,8a 1,21ª IMPACTO VIP Dura 55,9a 1,26ª CV% 2,74 3,09 Médias seguidas de letras minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott-Knott

(P<0,05).

O híbrido BM 3061 apresentou o maior teor de proteína bruta (PB)

(P<0,05) 11,4% seguido do AG1051 e AG4051 PRO com 9,8 e 9,9% de PB

respectivamente, os híbridos de alta densidade apresentaram os menores teores

(Tabela 2). Estes resultados podem ser atribuídos às características genéticas de

cada cultivar, pois ambas foram cultivadas em mesmo solo e adubação, assim,

submetidas às mesmas condições de campo.

Teores de proteína superiores aos observados neste trabalho foram

obtidos por LARSON & HOFFMAN (2008) avaliando cultivares americanas, sendo

17,1% para o milho flint, e média de 11,3% para os dentados. De forma

semelhante PHILIPPEAU et al. (1999) observaram teor de PB de 12,0% e 10,7%

nas cultivares flint e dent respectivamente. Enquanto a média de PB dos grãos

brasileiros é de 9,10% (VALADARES FILHO et al., 2010).

O teor de amido variou de 68,0% no híbrido IMPACTO VIP a 75,6% no

híbrido AG 1051. A quantidade de amido parece não estar relacionada à textura

do grão, como observado por PEREIRA et al. (2008) avaliando diferentes híbridos

de milho verificaram que não há um padrão claro no teor de amido entre as

texturas dos grãos analisados. Isso porque os grãos brasileiros apresentam teor

médio de amido de 70,08% (VALADARES FILHO et al., 2010)

Observa-se na Tabela 2 o teor de zeína dos grãos expresso na MS e em

relação ao teor de PB e do amido. Os híbridos de baixa densidade apresentaram

os maiores teores de zeína: BM 3061 com 3,11 g/100g de MS seguido do AG

1051 e AG 4051PRO com 2,60 e 2,39 g/100g de MS respectivamente. Enquanto

os híbridos de alta densidade (IMPACTO VIP, BJ9450 PRO e SG 6030YG)

apresentaram os menores teores, 1,52; 1,82; 1,72 g/100g de MS

Page 30: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

20

respectivamente. Resultados contrários aos observados na literatura, de acordo

com DAVIDE (2009) milho farináceo, opaco e grãos imaturos possuem menor teor

de zeína que o milho duro e grãos maduros.

Entretanto, os resultados de zeína obtidos comportam-se de acordo com

os dados de PB, em que os híbridos com maiores teores de proteínas

apresentaram maior quantidade de zeína.

Quando a zeína foi expressa em relação à PB novamente os híbridos de

baixa densidade apresentaram os maiores teores (P<0,05), sendo 26,23; 27,08 e

23,87 g/100g de PB para o AG 1051, BM 3061 e AG 4051PRO respectivamente.

O híbrido BM 3061 apresentou o maior teor de zeínas em relação ao

amido 4,29 g/100g de amido, seguido do AG 1051 com 3,41 e AG 4051PRO com

3,30 g/100g de amido. Os menores valores foram observados nos grãos de alta

densidade (IMPACTO VIP, BJ9450 PRO, SG 6030YG). Teores de 2,0 a 4,9% de

zeínas em relação amido são considerados baixos (HOFFMAN & SHAVER,

2009).

TABELA 2 - Valores de proteína bruta (PB), amido, e zeína dos grãos de híbridos de milho colhidos no estágio R5 (metade da linha do leite)

Híbrido Textura

Nutriente %MS Zeína

PB Amido g/100g

da MS

g/100g

de PB

g/100g

de Amido

AG 1051 Farinácea 9,8b 75,6a 2,60b 26,23a 3,41b

AG 4051PRO Farinácea 9,9b 71,6c 2,39b 23,87a 3,30b

BM 3061 Farinácea 11,4a 71,0c 3,11a 27,08a 4,29a

SG 6030 YG Semidura 8,5c 70,3c 1,72c 20,32b 2,43c

BJ 9450 Semidura 8,4c 73,5b 1,82c 21,67b 2,48c

IMPACTO VIP Dura 8,4c 68,0d 1,52c 18,04b 2,21c

CV% 8,16 1,85 17,19 10,62 16,34

Médias seguidas de letras minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott-Knott

(P<0,05).

Diferentemente do observado neste trabalho LARSON & HOFFMAN

(2008) observaram que quando a zeína foi expressa na MS e em relação a PB o

milho duro não diferiu dos farináceos, entretanto, em g de zeína/100g de amido

houve diferenças entre os tipos de endospermas. O milho flint apresentou 19,3

enquanto no dent média de 12,65 g de zeína/100g de amido. Concluíram que

Page 31: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

21

grãos com endosperma vítreo possuem maior quantidade de zeínas

encapsulando o amido (g de zeínas/g de amido) do que os de endosperma

farináceo. Contudo, os autores avaliaram grãos na maturidade fisiológica e

somente cultivares americanas, que possuem características distintas das

comercializadas no Brasil. Dessa forma, não se pode afirmar que a variação nos

teores de zeínas obtidas neste estudo se manterá nos grãos maduros.

Não houve diferenças na degradação ruminal in situ dos híbridos de milho

nos tempos de incubação avaliados (Tabela 3). Resultados semelhantes foram

obtidos por PEREIRA et al. (2004) avaliando a degradação de grãos de híbridos

de diferentes texturas nos estágios dentado inicial e metade da linha do leite.

Da mesma forma, SANTOS (2012) avaliou grãos colhidos na metade da

linha do leite, cortados ao meio e incubados no rúmen de vacas por 24 horas, e

não observou diferença entre a degradação ruminal de grãos do grupo de alta

densidade (textura dura e semidura) e o grupo de baixa densidade (textura

farinácea) com valores médios de 23,98% e 26,17% respectivamente. Apesar

disso, o aumento da densidade observada dos grãos na metade da linha do leite

para ¾ da linha do leite indica que este pode ser um fator limitante na degradação

do grão entre os grupos avaliados, já que a degradabilidade da MS reduziu com o

avanço da maturidade.

TABELA 3 - Degradabilidade in situ dos grãos de híbridos de milho colhidos no

estágio R5 (metade da linha do leite)

Híbridos Textura Tempo (horas)

0 6 12 24 72 AG 1051 Farinácea 15,07 28,95 37,56 44,84 82,73 AG 4051PRO Farinácea 12,52 24,65 36,56 40,16 81,92 BM 3061 Farinácea 13,27 25,40 38,34 41,98 81,53 SG 6030 YG Semidura 13,36 25,55 41,27 46,11 80,92 BJ 9450 Semidura 12,57 23,66 38,00 41,03 77,43 IMPACTO VIP Dura 11,77 23,72 35,88 39,63 76,67 CV% 11,4 9,4 10,6 7,8 5,0

No presente estudo o maior teor de MS observado foi de 56,8% e os

grãos estavam no estágio R5 (metade da linha do leite), neste estágio o

enchimento dos grãos não está completo, ainda há transferência de nutrientes da

planta para o grão, o que provavelmente contribuiu para não ter se observado

efeito da textura na degradabilidade in situ da MS. Tal fato se comprova no estudo

Page 32: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

22

de PEREIRA et al. (2004) que observaram efeito da textura sobre a

degradabilidade in situ com 24 horas quando os grãos apresentavam acima de

65% de MS e estavam na maturidade fisiológica (R6 – linha negra).

Page 33: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

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5 CONCLUSÃO

As características químicas e físicas observadas sugerem apenas duas

classes de textura: dura e farinácea. Apesar disso, grãos colhidos no estágio R5

(metade da linha do leite) não diferem quanto a degradação ruminal.

Page 34: CARACTERISTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E DEGRADAÇÃO …

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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