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Novembro de 2010 TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-1 VI - EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DA DESPESA 6.1 – Enquadramento Legal O n.º 1 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), define a despesa pública como todo o dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à reposição dos mesmos. Por sua vez, o n.º 2 do mesmo artigo preceitua que “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”. Nos termos do artigo 11 da lei supracitada, compete aos órgãos e instituições que integram o Subsistema do Orçamento do Estado, dentre outras responsabilidades, preparar e propor os elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado e avaliar os processos de execução orçamental e financeira. As regras atinentes à execução do Orçamento do Estado de 2009 estão estabelecidas na Lei n.º 1/2009, de 8 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado de 2009, na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, na Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, que estipula o Regime Jurídico da Fiscalização Prévia das Despesas Públicas, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, no Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma n.º 169/2007 do Ministro das Finanças, de 31 de Dezembro, nas Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, aprovadas pela DNCP, em 31 de Outubro de 2000, bem como nas de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 30 de Dezembro de 1999. A Circular n.º 2/GAB-MF/2009, do Ministro das Finanças, de 17 de Fevereiro, define os procedimentos a serem observados na administração e execução do Orçamento do Estado para o exercício de 2009, nos termos do artigo 28 da lei que cria o SISTAFE. Quanto à responsabilidade financeira dos gestores públicos, o n.º 5 do artigo 66 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, estabelece que “(...) o Estado tem direito de regresso sobre todo o funcionário público que cause, por seu acto ou omissão, prejuízos ao Estado”. No que toca à estrutura, a Conta Geral do Estado deve conter o relatório do Governo sobre os resultados da gestão orçamental, balanço e mapas da execução orçamental, conforme o preceituado no artigo 48 da referida lei. O artigo 47 da mesma lei determina, ainda, que a Conta Geral do Estado deverá apresentar, entre outras, a informação completa sobre as despesas pagas pelo Estado. 6.2 - Considerações Gerais No âmbito da execução do orçamento da despesa, no exercício em análise, foram auditadas 41 entidades, sendo 15 de nível central, 11 do provincial e 15 do distrital. Todavia, nem em todas elas foram disponibilizados, para a verificação, os recibos e facturas das despesas

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009

VI-1

VI - EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DA DESPESA

6.1 – Enquadramento Legal

O n.º 1 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), define a despesa pública como todo o dispêndio de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à reposição dos mesmos.

Por sua vez, o n.º 2 do mesmo artigo preceitua que “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”.

Nos termos do artigo 11 da lei supracitada, compete aos órgãos e instituições que integram o Subsistema do Orçamento do Estado, dentre outras responsabilidades, preparar e propor os elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado e avaliar os processos de execução orçamental e financeira.

As regras atinentes à execução do Orçamento do Estado de 2009 estão estabelecidas na Lei n.º 1/2009, de 8 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado de 2009, na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, na Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, que estipula o Regime Jurídico da Fiscalização Prévia das Despesas Públicas, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, no Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma n.º 169/2007 do Ministro das Finanças, de 31 de Dezembro, nas Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, aprovadas pela DNCP, em 31 de Outubro de 2000, bem como nas de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 30 de Dezembro de 1999.

A Circular n.º 2/GAB-MF/2009, do Ministro das Finanças, de 17 de Fevereiro, define os procedimentos a serem observados na administração e execução do Orçamento do Estado para o exercício de 2009, nos termos do artigo 28 da lei que cria o SISTAFE.

Quanto à responsabilidade financeira dos gestores públicos, o n.º 5 do artigo 66 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, estabelece que “(...) o Estado tem direito de regresso sobre todo o funcionário público que cause, por seu acto ou omissão, prejuízos ao Estado”.

No que toca à estrutura, a Conta Geral do Estado deve conter o relatório do Governo sobre os resultados da gestão orçamental, balanço e mapas da execução orçamental, conforme o preceituado no artigo 48 da referida lei.

O artigo 47 da mesma lei determina, ainda, que a Conta Geral do Estado deverá apresentar, entre outras, a informação completa sobre as despesas pagas pelo Estado.

6.2 - Considerações Gerais

No âmbito da execução do orçamento da despesa, no exercício em análise, foram auditadas 41 entidades, sendo 15 de nível central, 11 do provincial e 15 do distrital. Todavia, nem em todas elas foram disponibilizados, para a verificação, os recibos e facturas das despesas

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-2

realizadas com receitas próprias e consignadas, das componentes Funcionamento e de Investimento, no valor de 179.118.773,59 Meticais que representa 5,3% do valor da amostra auditada, de 3.410.733.604,98 Meticais. O detalhe desta informação consta do ponto 6.7.

A falta de justificativos descrita no parágrafo anterior constitui violação do estabelecido no artigo 104 do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, segundo o qual as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

Acresce que o desaparecimento de bens, dinheiros ou outros valores, sem saída documentada, constitui infracção financeira, segundo o estabelecido nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

No exercício económico de 2009, verificou-se que parte considerável dos projectos de investimento inscritos no Orçamento do Estado não foi executada, o que revela deficiências na planificação, bem como na sua execução. Assistiu-se, ainda, ao desembolso tardio dos fundos externos.

Por outro lado, continuam a existir projectos executados sem inscrição no Orçamento do Estado, o que contraria o princípio de universalidade consagrado na alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, bem como no n.º 2 do artigo 15 da mesma lei, segundo o qual “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, (...) seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”.

Nos pagamentos realizados por via directa, tanto na Componente Funcionamento como na de Investimento, verificaram-se divergências entre os números dos documentos externos, constantes das Ordens de Pagamento e os apresentados nas respectivas facturas.

Constatou-se, também, que os arquivos dos processos de despesa não se encontram devidamente organizados, o que dificulta a disponibilização de justificativos das transacções, durante a realização das auditorias. De acordo com o estabelecido na alínea f) do n.º 1 do artigo 16 do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, a entidade deve “Manter em arquivo os documentos comprovativos dos actos de gestão na UGE, por um prazo de cinco anos a contarem da data da aprovação da CGE do exercício correspondente”, sendo que o n.º 3 do artigo 62, relativo à Prestação de Contas das UGE´s, constante do Título III, estatui que esses comprovativos de despesa devem estar à disposição da inspecção dos órgãos competentes.

Os factos mencionados no parágrafo anterior motivam a deficiente prestação de informação ao Tribunal Administrativo, nos termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Na celebração dos contratos de pessoal, fornecimento de bens, prestação de serviços, empreitada, consultoria e arrendamento, nem sempre se obedeceu às normas e procedimentos legalmente instituídos na Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, que aprova o Regime Jurídico da Fiscalização Prévia das Despesas Públicas, na Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, que introduz

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-3

mecanismos complementares de combate à corrupção, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro e às Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 30 de Dezembro de 1999.

6.3 – Análise Global da Evolução da Execução Orçamental

No quadro e gráfico seguintes, apresenta-se a evolução da execução orçamental ao longo do quinquénio 2005-2009, com base na informação obtida em cada uma das Contas Gerais do Estado.

Quadro n.º VI.1 – Evolução da Execução do Orçamento Global

Valor Peso % Valor Peso

% Valor Peso Valor Peso % Valor Peso

%Funcionamento 20.854 50,2 25.809 53,1 31.983 52,7 37.276 53,5 43.793 51,6 17,5 110,0Investimento 16.057 38,7 19.000 39,1 24.661 40,7 28.336 40,7 35.336 41,6 24,7 120,1Operações Financeiras 4.600 11,1 3.756 7,7 4.019 6,6 4.083 5,9 5.747 6,8 40,8 24,9

Despesa Total 41.511 100 48.565 100 60.663 100 69.695 100 84.876 100 21,8 104,5

PIB 153.041 193.322 201.437 239.249 263.174Índice de Inflação 1,072 1,136 1,082 1,103 1,0325Crescimento Anual (%) da Despesa

17,0 24,9 14,9 21,8

Crescimento no Período (%) da Despesa 17,0 46,1 67,9 104,5

Despesa/PIB em % 27,1 25,1 30,1 29,1 32,3

Taxa de inflação média acumulada entre 2005 e 2009 {(1,136*1,082*1,103* 1,0325) -1}*100 = 40%

Execução do Orçamento2006 20082005 2007 2009 Var.

% 09/08

(Em milhões Meticais)

Fonte: Mapa 10 e Quadro n.º 4 da CGE (2005) Mapas III, IV e V da CGE (2006-2009)

Var. %

09/05

Como se observa no Quadro n. ° VI.1, a despesa total executada, no quinquénio 2005-2009 em apreço, registou a variação de 17%, em 2006, 24,9%, em 2007, 14,9%, em 2008 e 21,8%, em 2009.

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Gráfico n.º VI.1 – Evolução da Execução do Orçamento Global

20.854

25.809

31.983

37.276

43.793

16.05619.000

24.66128.336

35.336

4.600 3.756 4.019 4.083 5.747

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

2005 2006 2007 2008 2009

Func io namento

Inves timento

Operaçõ esFinance iras

Fonte: Mapa 10 da CGE de 2004-2005, Mapa III, IV e V da CGE de 2006-2008

No exercício económico de 2009, as Despesas de Funcionamento cresceram 17,5% e as de Investimento, 24,7%.

Refira-se, ainda, que:

a) o crescimento acumulado, no quinquénio 2005-2009, foi de 104,5%, enquanto a taxa de inflação média acumulada foi de 40%, resultando um crescimento real de 46,1%1;

b) o indicador da despesa em relação ao PIB registou um aumento de 29,1%, em 2008, e 32,3%, em 2009;

c) as Operações Financeiras, comparativamente ao ano anterior, aumentaram em 40,8%;

d) as despesas de Funcionamento tiveram sempre um peso maior relativamente às de Investimento;

e) o crescimento, no período (2005-2009), foi de 110% para as Despesas de Funcionamento, de 120,1% para as Despesas de Investimento e de 24,9% para as Operações Financeiras.

6.4 – Execução Global do Orçamento Segundo a Classificação Funcional

O Quadro n.º VI.2 ilustra a execução do Orçamento por funções, com destaque para as consideradas prioritárias no âmbito do Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II).

Neste quadro, são indicadas as principais sub-funções dos Sectores/Instituições prioritários em comparação com a dotação orçamental, incluindo as Operações Financeiras.

1 Taxa de crescimento real da despesa no quinquénio {(2,045/1,400)-1}*100=46,1%

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Quadro n.º VI.2 – Execução do Orçamento, Segundo a Classificação Funcional

Valor %Peso %

Educação 18.229 16.673 91,5 21,4 Ensino Geral 15.549 14.194 91,3 18,3 Ensino Superior 2.680 2.479 92,5 3,2Saúde 11.512 8.052 69,9 10,4 Sistema de Saúde 10.935 7.737 70,8 9,9 HIV/SIDA 577 315 54,6 0,4Infra-estruturas 13.790 10.134 73,5 13,0 Energia e Recursos Minerais 1.159 1.139 98,3 1,5 Estradas 6.725 5.450 81,0 7,0 Águas 5.343 3.066 57,4 3,9 Obras Públicas 563 479 85,1 0,6Millenium Challenge Account 350 348 99,4 0,4

Agricultura e Desenvolvimento Rural 4.852 3.648 75,2 4,7Boa Governação 7.989 7.645 95,7 9,8 Segurança e Ordem Pública 2.827 2.823 99,9 3,6 Administração Pública 2.083 1.748 83,9 2,2 Sistema Judicial 3.079 3.074 99,8 4,0

Outros Sectores Prioritários 1.204 1.083 90,0 1,4 Acção Social 917 836 91,2 1,1 Trabalho e Emprego 287 247 86,1 0,3Total Sectores Prioritários 57.926 47.583 82,1 61,2Restantes Sectores 32.129 30.177 93,9 38,8Despesa Sem Enc. da Dívida e Op. Financeiras 90.055 77.760 86,3 100,0

Encargos da Dívida 1.392 1.371 98,5 1,8Operações Financeiras 5.033 5.747 114,2 7,4Despesa Total 96.480 84.878 88,0 109,2

(Em milhões de Meticais)

Fonte: Quadro n.° 9 do Relatório e Mapa I-1.1 da CGE de 2009

Sectores PrioritáriosExecução

Dotação

No Quadro n. ° VI.2, observa-se que a execução dos sectores prioritários que integram o PARPA, em termos globais, foi de 82,1%, sendo a execução dos restantes sectores igual a 93,9%. A nível da despesa total, a execução fixou-se em 88%, sendo a das Operações Financeiras, de 114,2% e dos Encargos da Dívida, de 98,5%.

Ainda, no mesmo quadro, observa-se que o sector da Educação é o que apresenta maior expressão, com 21,4% do total da despesa, seguido das Infra-estruturas, da Saúde e da Boa Governação, com 13%, 10,4% e 9,8%, respectivamente.

Numa análise sectorial mais desagregada, destaca-se, na Educação, o Ensino Geral, e na Saúde, o Sistema de Saúde, que absorveram 18,3% e 9,9% da despesa total, respectivamente. Evidenciam-se, ainda, na construção de Infra-estruturas, as estradas, com 7%, e as águas, com 3,9% do total.

6.5 – Execução Global da Componente Funcionamento do Orçamento

No quadro a seguir, verifica-se que, na Componente Funcionamento, foram gastos 43.792.882 mil Meticais, dos quais, 22.708.039 mil Meticais (51,9%) correspondem a despesas de âmbito Central, 17.779.283 mil Meticais (40,6%), do Provincial, 2.748.471 mil Meticais (6,3%), do Distrital e 557.089 mil Meticais (1,3%), do Autárquico.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-6

Quadro n.º VI.3 – Distribuição das Despesas

de Funcionamento por Âmbito

Correntes Peso % CapitalPeso %

Central 22.540.653 51,8 167.386 58,2 22.708.039 51,9

Provincial 17.676.810 40,6 102.473 35,6 17.779.283 40,6

Distrital 2.730.594 6,3 17.877 6,2 2.748.471 6,3

Autárquico 557.089 1,3 0 0,0 557.089 1,3

Total 43.505.146 100 287.736 100 43.792.882 100

Representatividade 99,3 0,7 100Fonte: Mapa III da CGE de 2009

(Em mil Meticais)

NívelDespesas

Total Peso %

Neste quadro, pode-se constatar que do total executado nesta componente, 99,3% foi nas Despesas Correntes e apenas 0,7%, nas Despesas de Capital.

O Quadro n.º VI.4 evidencia os montantes da dotação e execução do Orçamento da Componente Funcionamento. Constata-se que a execução global situou-se em 99,5%, com as Despesas Correntes e de Capital a registarem uma realização de 99,9% e 64,8%, respectivamente.

Quadro n.º VI.4 – Execução Global da Componente Funcionamento Central, Provincial, Distrital e Autárquico

Valor % Peso %

1 Despesas Correntes 43.550.464 43.505.147 99,9 99,311 Despesas com o Pessoal 22.545.929 22.544.256 100,0 51,512 Bens e Serviços 9.086.454 9.081.124 99,9 20,713 Encargos da Dívida 1.391.944 1.370.689 98,5 3,114 Transferências Correntes 7.926.205 7.912.566 99,8 18,115 Subsídios 437.520 437.512 100,0 1,016 Outras Despesas Correntes 2.162.124 2.158.877 99,8 4,917 Exercícios Findos 288 123 42,8 0,0

2 Despesas de Capital 444.354 287.735 64,8 0,721 Bens de Capital 444.354 287.735 64,8 0,722 Transferências de Capital 0 0 0,0 0,0

43.994.818 43.792.882 99,5 100,0

24 Operações Financeiras 6.694.658 5.746.977 85,8 100,0241 Operações Activas 5.033.367 4.570.807 90,8 79,5242 Operações Passivas 1.661.291 1.176.170 70,8 20,5

Fonte: Mapas III e V da CGE de 2009

CED Designação

(Em mil Meticais)Execução

Total Componente Funcionamento

Dotação Orçamental

Em relação às Operações Financeiras, a execução foi de 85,8%, com as Operações Activas a situarem-se em 90,8% e as Passivas, em 70,8%.

Quanto ao peso na execução das Despesas Correntes, destacam-se as Despesas com o Pessoal, com 51,5%, seguidas de Bens e Serviços e Transferências Correntes, com 20,7% e 18,1%, respectivamente.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-7

No Quadro n.º VI.5, apresenta-se uma amostra das entidades de Âmbito Central que beneficiaram dos fundos do Sector 6518 – EGE – Outras Despesas Correntes. Estes dados foram apurados durante a auditoria à DNCP, relativa à CGE de 2009.

Quadro n.º VI.5 – Amostra das Entidades Beneficiárias dos Fundos do Sector 6518 – EGE

CED Designação Valor6518 Outras Despesas Correntes 947.014

Ministério da Mulher e Acção Social 5.960 Secretariado Técnico de Administração Eleitoral 377.211 Presidência da República 24.000 Fundos destinados ao reembolso do IVA, IRPS e IRPC 539.843

2.158.87743,9

Fonte: Relatório de auditoria e Mapa VI da CGE de 2009

Total - Sector 6518 - Outras Despesas CorrentesRepresentatividade

(Em mil Meticais)

No exercício em análise, constata-se que foi registado, no Sector 6518 - Outras Despesas Correntes, o valor de 947.014 mil Meticais que representa 43,9% do montante executado (2.158.877 mil Meticais), que devia ter sido incluída nos respectivos orçamentos sectoriais.

Por outro lado, a utilização de um grupo de carácter residual para registar despesas que representam 2,2% do total gasto na Componente Funcionamento (43.792.882 mil Meticais), fere o princípio de especificação, plasmado na alínea d) do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual “(...) cada despesa deve ser suficientemente individualizada”.

Acresce, ainda, que de acordo com a definição das Outras Despesas Correntes, constante do Classificador Económico das Despesas, devem ser contabilizadas, neste grupo, as despesas “não classificáveis” nos outros grupos.

6.5.1 – Execução de Âmbito Central da Componente Funcionamento do Orçamento

O quadro e o gráfico seguintes representam a evolução das despesas da Componente Funcionamento, de Âmbito Central, nos últimos cinco anos.

Quadro n.º VI.6 – Evolução da Execução da Componente Funcionamento de Âmbito Central

Designação 2005 2006 2007 2008 2009 Var. % 09/05

Despesas com o Pessoal 4.699.488 5.604.997 6.818.809 8.040.892 9.657.433 105,5 Crescimento anual (%) 0,0 19,3 21,7 17,9 20,1Restantes Despesas 6.577.081 8.563.217 10.400.270 11.209.107 13.050.606 98,4 Crescimento anual (%) 0,0 30,2 21,5 7,8 16,4Total 11.276.569 14.168.214 17.219.079 17.219.079 22.708.039 Cresc. do Período (%) 25,6 52,7 52,7 101,4

(Em mil Meticais)

Fonte: Mapa III da CGE (2005-2009) De forma global, o crescimento acumulado, no quinquénio 2005-2009, desta Componente, situou-se em 101,4%, sendo de 25,6%, em 2006, 52,7%, em 2007 e 2008, respectivamente.

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Neste crescimento, em 2009, destacam-se as Despesas com o Pessoal, com um crescimento acumulado de 105,5%, enquanto as restantes cresceram 98,4%.

A variação anual das Despesas com o Pessoal, em 2009, foi de 20,1% e as restantes em 16,4%.

Gráfico n.º VI.2 – Evolução da Execução da Componente Funcionamento de Âmbito Central

4.699.488 5.604.9976.818.809

8.040.8929.657.433

6.577.081

8.563.217

10.400.270

11.209.107

13.050.606

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

2005 2006 2007 2008 2009

Em

Mil

hões

de M

etic

ais

Restantes Despesas

Com o Pessoal

Fonte: Mapa III da CGE (2005-2009)

No Quadro n.º VI.7, apresenta-se a execução de uma amostra de 66,1% das despesas de funcionamento de organismos de Âmbito Central.

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Quadro n.º VI.7 – Execução das Despesas de Funcionamento – Âmbito Central

CED Designação 2005Peso% 2006

Var. %06/05

Peso% 2007

Var. %

07/06

Peso% 2008

Var. %08/07 Peso% 2009

Var. %

09/08

Peso%

Var. %

09/05

01 01 Presidência da República 341.671 3,0 411.168 20,3 2,9 554.989 35,0 3,2 747.827 34,7 3,9 698.447 -6,6 3,1 104,401 05 Casa Militar 134.737 1,2 160.900 19,4 1,1 213.969 33,0 1,2 300.901 40,6 1,6 395.381 31,4 1,7 193,403 01 Gabinete do Primeiro Ministro 34.124 0,3 54.057 58,4 0,4 50.506 -6,6 0,3 63.960 26,6 0,3 76.555 19,7 0,3 124,305 01 Assembleia da República 309.269 2,7 314.232 1,6 2,2 375.700 19,6 2,2 455.261 21,2 2,4 493.011 8,3 2,2 59,411 01 Tribunal Administrativo 76.608 0,7 100.578 31,3 0,7 115.395 14,7 0,7 111.343 -3,5 0,6 150.889 35,5 0,7 97,015 01 Ministério da Defesa Nacional 176.227 1,6 201.245 14,2 1,4 287.876 43,0 1,7 312.660 8,6 1,6 364.033 16,4 1,6 106,6

15 02 Forças Armadas de Defesa de Moçambique

910.823 8,1 1.036.184 13,8 7,3 1.360.089 31,3 7,9 1.566.786 15,2 8,1 1.829.995 16,8 8,1 100,9

17 01 Ministério do Interior 1.647.975 14,6 1.859.548 12,8 13,1 2.039.507 9,7 11,8 2.441.146 19,7 12,7 2.678.804 9,7 11,8 62,6

19 01 Serviço de Informações e Segurança do Estado 275.540 2,4 414.175 50,3 2,9 421.869 1,9 2,5 485.683 15,1 2,5 662.263 36,4 2,9 140,4

21 03Embaixadas e Outras Representações Diplomáticas 530.261 4,7 640.489 20,8 4,5 744.239 16,2 4,3 755.812 1,6 3,9 753.401 -0,3 3,3 42,1

26 01Ministério da Planificação e Desenvolvimento 27.173 0,2 60.659 123,2 0,4 89.997 48,4 0,5 99.851 10,9 0,5 162.764 63,0 0,7 499,0

27 01 Ministério das Finanças 167.279 1,5 160.797 -3,9 1,1 157.648 -2,0 0,9 167.265 6,1 0,9 178.552 6,7 0,8 6,7

2710Autoridade Tributária de Moçambique -.- -.- 203.082 -.- 1,4 811.015 299,4 4,7 1.353.342 66,9 7,0 1.333.454 -1,5 5,9 0,0

27 03 Direcção-Geral das Alfândegas 390.907 3,5 511.766 30,9 3,6 92.395 -81,9 0,5 -.- … -.- 0 … 0,0 0,050 01 Ministério da Educação e Cultura 294.402 2,6 331.006 12,4 2,3 423.415 27,9 2,5 494.838 16,9 2,6 522.168 5,5 2,3 77,450 61 Universidade Eduardo Mondlane 445.998 4,0 565.604 26,8 4,0 586.984 3,8 3,4 739.832 26,0 3,8 820.229 10,9 3,6 83,950 62 Universidade Pedagógica 103.057 0,9 127.566 23,8 0,9 148.847 16,7 0,9 160.918 8,1 0,8 223.482 38,9 1,0 116,958 01 Ministério da Saúde 567.899 5,0 865.932 52,5 6,1 912.638 5,4 5,3 1.003.645 10,0 5,2 939.275 -6,4 4,1 65,4

582711 Hospital Central de Maputo 193.436 1,7 236.557 22,3 1,7 308.478 30,4 1,8 421.369 36,6 2,2 442.160 4,9 1,9 128,66.627.386 58,8 8.255.543 24,6 58,3 9.695.555 17,4 56,3 11.682.440 20,5 60,7 12.724.863 8,9 56,0 92,0

11.276.569 100 14.168.214 25,6 100 17.219.076 21,5 100 19.249.998 11,8 100 22.708.039 18,0 100,0 101,4

(Em mil Meticais)

AmostraTotal Fonte: CGE (2005-2009)

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Como se mostra no Quadro n.º VI.7, em 2009, destaca-se, pela sua representatividade no total das despesas de Funcionamento, o Ministério do Interior, com 11,8%, e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, com 8,1%. As outras instituições apresentam uma percentagem inferior a 6%.

Quanto à variação das despesas, relativamente ao ano anterior, destaca-se o crescimento das do Ministério da Planificação e Desenvolvimento (63%), da Universidade Pedagógica (38,9%), do Serviço de Informações e Segurança do Estado (36,4%), do Tribunal Administrativo (35,5%) e da Casa Militar (31,4%).

No quinquénio em análise, em termos globais, as despesas cresceram 101,4%, sendo que a taxa de crescimento da execução das instituições da amostra foi de 92%, assumindo especial relevo a sobreexecução verificada no Ministério da Planificação e Desenvolvimento (499%), Casa Militar (193,4%), Serviço de Informações e Segurança do Estado (140,4%), Hospital Central de Maputo (128,6%), Gabinete do Primeiro Ministro (124,3%), Universidade Pedagógica (116,9%), Ministério da Defesa Nacional (106,6%) e Presidência da República (104,4%).

6.5.2 – Execução de Âmbito Provincial da Componente Funcionamento do Orçamento

No que respeita às despesas de Âmbito Provincial da Componente Funcionamento, segundo a classificação económica, consta do Quadro n.º VI.8 a comparação entre os valores da dotação actualizada e a respectiva execução.

Quadro n.º VI.8 – Execução da Componente Funcionamento de Âmbito Provincial

Valor % Peso %

1 Despesas Correntes 17.677.796 17.676.811 100,0 99,411 Despesas com o Pessoal 10.956.133 10.955.948 100,0 61,612 Bens e Serviços 2.339.820 2.339.410 100,0 13,214 Transferências Correntes 4.300.231 4.300.009 100,0 24,216 Outras Despesas Correntes 81.409 81.342 99,9 0,517 Exercícios Findos 203 101 49,8 0,02 Despesas de Capital 105.540 102.473 97,1 0,621 Bens de Capital 105.540 102.473 97,1 0,6

17.783.336 17.779.283 100,0 100,0

(Em mil Meticais)Execução

Fonte: Mapa III da CGE de 2009 Total

CED DesignaçãoDotação

Orçamental

Em termos globais, foram executados, em Despesas de Funcionamento, 17.779.283 mil Meticais, da dotação actualizada de 17.783.336 mil Meticais. Nelas, as Despesas Correntes tiveram uma execução de 100% e as de Capital, 97,1%.

Ainda no mesmo quadro, verifica-se que 99,4% dos recursos foram consumidos em Despesas Correntes e 0,6% em Despesas de Capital. No grupo das Despesas Correntes, destacam-se as Despesas com o Pessoal, com 61,6% e as Transferências Correntes, com 24,2%.

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6.5.3 – Execução de Âmbito Distrital da Componente Funcionamento do Orçamento

O Quadro n.º VI.9, a seguir, apresenta a execução orçamental de Âmbito Distrital da Componente Funcionamento, segundo a classificação económica.

O total das despesas dos 128 distritos foi de 2.748.471 mil Meticais, representando 6,3% do total executado na Componente Funcionamento do OE de 2009 (43.792.882 mil Meticais).

Quadro n.º VI.9 – Execução de Âmbito Distrital da Componente Funcionamento do Orçamento

Valor % Peso %

1 Despesas Correntes 2.735.341 2.730.594 99,8 99,311 Despesas com o Pessoal 1.932.019 1.930.875 100 70,312 Bens e Serviços 780.737 777.249 99,6 28,314 Transferências Correntes 21.433 21.328 99,5 0,816 Outras Despesas Correntes 1.142 1.142 100,0 0,017 Exercícios Findos 10 0 0,0 0,02 Despesas de Capital 19.227 17.877 93 0,721 Bens de Capital 19.227 17.877 93 0,7

2.754.568 2.748.471 99,8 100Fonte: Mapa III da CGE de 2009

(Em mil Meticais)Execução

Total

CED Designação Dotação Orçamental

Verifica-se, em termos globais, que a taxa de execução das Despesas de Funcionamento de Âmbito Distrital foi de 99,8%. Nelas, as Despesas Correntes registaram, igualmente, 99,8%, enquanto as de Capital se situaram em 93%.

A maior expressão, em termos de peso, corresponde às Despesas com o Pessoal e aos Bens e Serviços, representando 70,3% e 28,3%, respectivamente, da despesa total.

6.5.4 – Fundo de Compensação Autárquica

Segundo o preceituado no artigo 10 da Lei n.º 1/2009, de 8 de Janeiro, a dotação do Fundo de Compensação Autárquica, inscrita na Componente Funcionamento, no exercício de 2009, foi fixada em 558.021 mil Meticais.

Segundo o disposto no artigo 45, conjugado com o n.º 1 do artigo 46, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, a Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem como apresentar o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos órgãos do Estado, devendo, assim, ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade de modo a possibilitar a sua análise económica e financeira.

Em termos globais, a execução foi de 557.089 mil Meticais, que representa 99,8% do valor da dotação final alocado. No geral, nesta execução os municípios situaram-se em 100%, à excepção dos municípios de Tete e de Pemba, com 95,1% e 98,8%, respectivamente.

Relativamente ao peso, neste Fundo, destacam-se os Municípios de Maputo, da Beira, da Matola e de Nampula, com 19,4%, 9,8%, 9,4% e 7%, respectivamente.

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Quadro n.º VI.10 – Execução do Fundo de Compensação Autárquica

Lei n.º 1/2009

CGE Valor % Peso %

900110 Lichinga 12.887 12.887 12.887 100,0 2,3900120 Cuamba 7.966 7.966 7.966 100,0 1,4900130 Metangula 2.535 2.535 2.535 100,0 0,5900140 Marrupa 4.684 4.684 4.684 100,0 0,8

28.071 28.071 28.072 100,0 5,0900210 Pemba 11.497 11.497 11.358 98,8 2,0900220 Montepuez 6.636 6.636 6.636 100,0 1,2900230 Mocímboa da Praia 5.262 5.262 5.262 100,0 0,9900240 Mueda 3.612 3.612 3.612 100,0 0,6

27.007 27.007 26.868 99,5 4,8900310 Nampula 39.101 39.101 39.101 100,0 7,0900320 Angoche 9.314 9.314 9.314 100,0 1,7900330 Ilha de Moçambique 6.305 6.305 6.305 100,0 1,1900340 Nacala 20.484 20.484 20.484 100,0 3,7900350 Monapo 5.356 5.356 5.356 100,0 1,0900360 Ribáuè 7.064 7.064 7.064 100,0 1,3

87.624 87.624 87.624 100,0 15,7900410 Quelimane 18.228 18.228 18.228 100,0 3,3900420 Gúruè 8.843 8.843 8.843 100,0 1,6900430 Mocuba 7.269 7.269 7.269 100,0 1,3900440 Milange 4.755 4.755 4.755 100,0 0,9900450 Alto Molócuè 4.276 4.276 4.276 100,0 0,8

43.371 43.371 43.371 100,0 7,8900510 Tete 15.150 15.150 14.408 95,1 2,6900520 Moatize 3.563 3.563 3.561 99,9 0,6900530 Ulónguè 2.492 2.492 2.492 100,0 0,4

21.205 21.205 20.461 96,5 3,7900610 Chimoio 21.063 21.063 21.063 100,0 3,8900620 Manica 5.035 5.035 5.035 100,0 0,9900630 Catandica 2.549 2.549 2.549 100,0 0,5900640 Gondola 4.103 4.103 4.103 100,0 0,7

32.751 32.751 32.750 100,0 5,9900710 Beira 54.530 54.530 54.530 100,0 9,8900720 Dondo 10.039 10.039 10.039 100,0 1,8900730 Marromeu 3.362 3.362 3.362 100,0 0,6900740 Gorongosa 5.098 5.098 5.094 99,9 0,9

73.029 73.029 73.025 100,0 13,1900810 Inhambane 13.434 13.434 13.434 100,0 2,4900820 Maxixe 13.439 13.439 13.394 99,7 2,4900830 Vilanculo 5.532 5.532 5.532 100,0 1,0900840 Massinga 3.453 3.454 3.454 100,0 0,6

35.858 35.858 35.814 99,9 6,4900910 Xai-Xai 14.779 14.779 14.779 100,0 2,7900920 Chibuto 8.831 8.831 8.831 100,0 1,6900930 Chókwè 6.321 6.321 6.321 100,0 1,1900940 Mandlacaze 2.619 2.619 2.619 100,0 0,5900950 Macia 4.153 4.153 4.153 100,0 0,7

36.702 36.702 36.703 100,0 6,6901010 Matola 52.478 52.478 52.478 100,0 9,4901020 Manhiça 6.851 6.851 6.851 100,0 1,2901030 Namaacha 5.217 5.217 5.217 100,0 0,9

64.547 64.547 64.546 100,0 11,6CIDADE DE

MAPUTO901110 Maputo 107.857 107.857 107.856 100,0 19,4

558.021 558.021 557.089 99,8 100

(Em mil Meticais)

PROVÍNCIA Código AutarquiasDotação Orçamental Execução

NAMPULA

Sub-total

ZAMBÉZIA

Sub-total

NIASSA

Sub-total

CABODELGADO

Sub-total

TotalFonte: Lei n.º 1/2009, de 8 de Janeiro, e Mapa III-3 da CGE de 2009

GAZA

Sub-total

MAPUTO

Sub-total

INHAMBANE

Sub-total

TETE

Sub-total

SOFALA

Sub-total

MANICA

Sub-total

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6.5.5 – Concessão de Subsídios

Nos termos da alínea d) do n.º 2 do artigo 10 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho, este Tribunal deve apreciar, designadamente, “as subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio concedidos, directa ou indirectamente”.

Para cumprir o desiderato acima indicado, apresenta-se, a seguir, a execução daquelas despesas.

Quadro n.º VI.11 – Evolução da Execução dos Subsídios

Subsídios 2005 2006 Var. % 2007 Var. %

2008 Var. %

2009 Var. %

Peso %

Às Empresas: 177.754 244.406 37,5 267.341 9,4 289.032 8,1 304.885 5,5 69,7 Televisão de Moçambique 68.710 86.918 26,5 117.361 -20,9 124.215 70,8 116.974 5,8 28,4 Rádio Moçambique 98.444 123.000 24,9 139.380 -20,0 151.039 41,6 172.592 8,4 34,5 Hidráulica do Chókwè 9.000 10.000 11,1 10.600 -10,0 13.778 17,8 15.319 30,0 3,1 Carbomoc 1.600 24.488 1.430,5 0 -93,5 0 0,0 0 0,0 0,0 Aos Preços: 43.946 68.048 54,8 77.265 13,5 105.494 36,5 132.623 25,7 30,3 Transportes P. de Maputo 30.446 48.429 59,1 54.821 13,2 69.498 26,8 93.346 26,8 15,9 Transportes P. da Beira 13.500 19.619 45,3 22.444 14,4 35.996 60,4 39.277 60,4 8,2

Total 221.700 312.454 40,9 344.606 10,3 394.526 14,5 437.508 10,9 10040,9 55,4 78,0 97,313,6 8,2 10,3 3,2513,6 22,9 35,6 41,3

( Em mil Meticais)

Fonte: Anexo Informativo 4 da CGE de 2009 Taxa de inflação média acumulada entre 2005 e 2009: {(1,136*1,082*1,103*1,0325)-1}*100=40%

Crescimento da taxa de inflação no período (%)

Crescimento da despesa no período (%)Taxa de Inflação Anual

Extrai-se, do quadro que, em matéria de subsídios, no ano em apreço, foram gastos 437.508 mil Meticais, tendo sido alocados 304.885 mil Meticais às empresas e 132.623 mil Meticais aos preços, o que em termos de peso na execução, corresponde a 69,7% e 30,3%, respectivamente.

De uma forma global, os valores dos subsídios registaram um crescimento nominal anual de 40,9%, em 2006, 10,3%, em 2007, 14,5%, em 2008 e de 10,9%, em 2009. O aumento, no quinquénio, foi de 97,3%, sendo de 40,9%, em 2006, 55,4%, em 2007 e 78%, em 2008.

As taxas de crescimento dos subsídios estiveram sempre acima da inflação ocorrida em cada ano, com registo, no quinquénio, de 97,3%, para uma inflação acumulada de 40%.

Os subsídios às empresas e aos preços, em 2009, cresceram 5,5% e 25,7%, respectivamente.

Quanto ao pagamento de subsídios às empresas, em 2009, destacam-se, pelo seu peso, os concedidos à Rádio Moçambique, E.P., com 34,5%, e à Televisão de Moçambique, E.P., com 28,4%. No que tange aos preços, a empresa Transportes Públicos de Maputo beneficiou de 15,9% e os Transportes Públicos da Beira, de 8,2%.

6.6 - Execução da Componente Investimento do Orçamento por Tipo de Financiamento

No quadro a seguir, verifica-se que na Componente Investimento foram gastos 35.336.200 mil Meticais. Deste valor, 27.728.660 mil Meticais (78,5%) correspondem às despesas de

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Âmbito Central, 5.448.607 mil Meticais (15,4%) às do Provincial, 1.883.948 mil Meticais (5,3%) ao Distrital e 274.985 mil Meticais (0,8%) ao Autárquico.

Quadro n.º VI.12 – Distribuição das Despesas de Investimento por Financiamento

Interno Peso %

Externo Peso %

Central 8.674.319 64,6 19.054.341 87,0 27.728.660 78,5

Provincial 2.739.028 20,4 2.709.579 12,4 5.448.607 15,4

Distrital 1.743.135 13,0 140.813 0,6 1.883.948 5,3

Autárquico 274.985 2,0 0 0,0 274.985 0,8

Total 13.431.467 100,0 21.904.733 100 35.336.200 100

Fonte: Mapas IV-3,4,5,6 da CGE de 2009

(Em mil Meticais)

Âmbito Total Peso %

Financiamento

Relativamente à execução das despesas por tipo de financiamento, 21.904.733 mil Meticais (62%) correspondem ao financiamento externo e 13.431.467 mil Meticais (38%) ao interno.

De seguida, é feita uma análise da evolução das Despesas de Investimento financiadas com fundos internos e externos, no quinquénio em consideração.

Quadro n.º VI.13 - Evolução da Despesa de Investimento

As Despesas de Investimento cresceram 120,1%, no quinquénio, tendo a comparticipação do financiamento interno crescido 152,6% e a do externo, 104%.

Verifica-se, ainda, que na distribuição entre os dois tipos de financiamento, interno e externo, o segundo aumentou a sua participação nos dois últimos anos, 2008 e 2009, tendo passado de 60,1% para 62,0%, respectivamente, das Despesas de Investimento.

No que tange aos donativos, observa-se, ao longo do período em apreço, que eles têm vindo a aumentar a sua participação, apesar de, em 2009, terem registado uma redução de 2,2 pontos percentuais em relação ao exercício de 2008.

V alor Peso %

Valor Peso %

Valor Peso %

Valor Peso %

Valor Peso %

Interno 5.317 33,1 6.542 34,4 9.236 37,5 11.296 39,9 13.431 38,0 152,6Externo 10.740 66,9 12.459 65,6 15.425 62,5 17.040 60,1 21.905 62,0 104,0 Donativos 5.882 36,6 7.623 40,1 11.632 47,2 13.402 47,3 15.924 45,1 170,7 Empréstimos 4.858 30,3 4.836 25,5 3.793 15,4 3.638 12,8 5.980 16,9 23,1Total 16.057 100,0 19.001 100 24.661 100 28.336 100 35.336 100 120,1

18,3 29,8 14,9 24,7

-0,5 -21,6 -4,1 64,4Fonte: CGE (2005-2009)

2005 2006 2007

Crescimento Anua l das Despesas Financiadas com Empréstimos Externos (%)

Financiamento

(Em milhões de Metic ais)

Crescimento Anua l da Despesa Total (%)

2008 2009Var. % 09/05

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Quanto aos empréstimos, depois de terem registado diminuições sucessivas até ao exercício passado, conheceram, no presente, um incremento de 4,1 pontos percentuais, situando-se em 16,9%.

No período 2005-2009, as despesas de investimento financiadas com empréstimos externos cresceram 23,1%. Assim, em 2006, houve uma diminuição de 0,5% e, em 2007 e 2008, registaram-se taxas negativas de 21,6% e 4,1%, respectivamente, ocorrendo, em 2009, um crescimento de 64,4%.

No exercício de 2009, à semelhança de 2008, a proporção entre os donativos e os empréstimos, no total do financiamento externo, foi favorável aos primeiros, em 72,7%.

6.6.1 – Execução da Componente Investimento, Segundo a Classificação Económica

Os dados relativos à execução da Componente Investimento do Orçamento, tanto do financiamento interno como do externo, referentes ao ano de 2009, são ilustrados no Quadro n.º VI.14, que se segue.

Nele, verifica-se que, em termos globais, a taxa de execução das despesas financiadas com fundos internos foi de 100% e de 64,4% a das financiadas com os externos.

Por sua vez, a execução das Despesas Correntes foi de 67,9%, enquanto a das Despesas de Capital situou-se em 75,1%.

Quadro n.º VI.14 – Despesas de Investimento - Âmbito Central Financiamento Interno e Externo

Por outro lado, do total executado de 19.054.341 mil Meticais das Despesas de Investimento, com os fundos externos, as Despesas Correntes registaram uma taxa de 62,6% e as Despesas de Capital, 65,6%.

Relativamente ao peso na execução, as Despesas Correntes absorveram 34,7%, com registo de 27,9% nos Bens e Serviços e as de Capital, 65,3%, correspondendo aos Bens de Capital, 61,3%.

Dotação Final Execução % Dotação

Final Execução % Dotação Final Execução % Peso

%1 Despesas Correntes 2.013.590 2.013.430 100 12.165.825 7.620.885 62,6 14.179.415 9.634.315 67,9 34,711 Despesas com o Pessoal 634.380 634.380 100 1.542.088 938.209 60,8 2.176.468 1.572.589 72,3 5,712 Bens e Serviços 1.299.613 1.299.453 100 9.993.639 6.428.233 64,3 11.293.252 7.727.686 68,4 27,9

14Transferências Correntes 79.597 79.598 100 630.098 254.443 40,4 709.695 334.040 47,1 1,2

2 Despesas de Capital 6.660.924 6.660.888 100 17.432.875 11.433.456 65,6 24.093.799 18.094.345 75,1 65,321 Bens de Capital 5.605.623 5.605.623 100 17.352.351 11.404.906 65,7 22.957.974 17.010.530 74,1 61,3

22Transferências de Capital

1.046.301 1.046.265 100 30.180 28.550 94,6 1.076.481 1.074.815 99,8 3,9

23Outras Despesas de Capital 9.000 9.000 100 50.344 0 0,0 59.344 9.000 15,2 0,0

Total 8.674.514 8.674.319 100 29.598.700 19.054.341 64,4 38.273.214 27.728.660 72,4 100

Fonte: Mapa IV-1 da CGE 2009

Total

(Em mil Meticais)

CED DesignaçãoFinanciamento Interno Financiamento Externo

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6.6.2 – Execução das Despesas de Investimento, Segundo a Classificação Orgânica - Âmbito Central

No Quadro n.º VI.15, mais adiante, é apresentada a evolução das Despesas de Investimento de Âmbito Central, no período 2006-2009, com base numa amostra cuja representatividade é superior a 80% do total do Investimento executado, de 2005 a 2008 e de 71,7%, em 2009.

O crescimento das despesas das instituições indicadas no quadro foi de 37,1% no quadriénio, sendo de 16,7%, em 2007, 6,4%, em 2008, e 7%, em 2009.

Das instituições que registaram níveis de crescimento mais elevados, no período 2006-2009, destacam-se o Ministério da Energia, com 1.391,3% e o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), com 258,8%.

Em 2009, os sectores que apresentaram crescimento anual mais significativo foram: Encargos Gerais do Estado (42,4%), Ministério da Saúde (32,2%) e Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (21,5%).

Em contrapartida, o Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA, os Ministérios da Administração Estatal, da Agricultura, da Energia e das Obras Públicas e Habitação executaram, em 2009, valores inferiores aos do ano anterior.

Em termos do seu peso, verifica-se que, em 2009, o Fundo de Estradas participa com 19,6% do total, o Ministério da Educação e Cultura com 12,6% e o Ministério da Saúde com 12,3%. As outras entidades que integram a amostra, apresentam um peso inferior a 6%.

Note-se que a participação, no investimento total anual, do Fundo de Estradas tem vindo a diminuir ao longo do quadriénio, tendo registado 30,2%, 24,4%, 22,1% e 19,6%, nos anos de 2006 a 2009. O peso do Ministério da Educação e Cultura também diminuiu, tendo passado de 14,7%, em 2008, para 12,6%, em 2009. O Ministério da Administração Estatal, depois de ter atingido, em 2007 e 2008, 1,5% e 3,3%, respectivamente, baixou, em 2009, para 1,3%. O Ministério da Saúde passou de 16,4%, em 2006, para 12,3%, em 2009.

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Quadro n.º VI.15 – Execução das Despesas de Investimento Segundo a Classificação Orgânica – Âmbito Central

Interno Externo Total Interno Externo Total Interno Externo Total Interno Externo Total25 01 Ministério da

Administração Estatal0 417.269 417.269 2,5 29.676 286.434 316.110 -24,2 1,5 93.965 644.535 738.500 133,6 3,3 124.262 227.687 351.949 -52,3 1,3 -15,7

2601 Ministério da Planificação e Desenvolvimento

33.956 518.339 552.296 3,3 54.679 467.768 522.447 -5,4 2,5 61.050 318.495 379.546 -27,4 1,7 57.279 351.151 408.430 7,6 1,5 -26,0

2704 Unidade Técnica da Reforma da Administração Financeira do Estado

24.696 278.980 303.676 1,8 110.054 408.111 518.166 70,6 2,5 57.858 261.456 319.315 -38,4 1,4 148.318 189.924 338.242 5,9 1,2 11,4

3501 Ministério da Agricultura 25.564 656.211 681.775 4,1 29.161 786.335 815.497 19,6 3,9 228.524 729.056 957.580 17,4 4,3 482.785 328.338 811.123 -15,3 2,9 19,04001 Ministério da Energia 32.204 30.202 62.406 0,4 247.166 179.936 427.102 584,4 2,0 693.212 426.969 1.120.181 162,3 5,0 445.779 484.911 930.690 -16,9 3,4 #####4701 Ministério das Obras

Públicas e Habitação 112.406 440.461 552.867 3,3 288.021 286.372 574.394 3,9 2,7 241.812 854.777 1.096.589 90,9 4,9 212.536 842.361 1.054.897 -3,8 3,8 90,8

4751 Fundo de Estradas 2.019.991 3.020.339 5.040.329 30,2 2.576.452 2.556.696 5.133.149 1,8 24,4 3.242.483 1.744.754 4.987.236 -2,8 22,1 2.574.309 2.851.024 5.425.333 8,8 19,6 7,647 56 Administração Regional de

Águas do Sul 208.840 383.379 592.219 3,5 196.359 235.913 432.272 -27,0 2,1 134.563 86.789 221.352 -48,8 1,0 120.357 101.841 222.198 0,4 0,8 -62,5

4763 Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água

34.115 408.767 442.883 2,7 115.946 541.986 657.932 48,6 3,1 87.339 1.220.527 1.307.866 98,8 5,8 104.740 1.484.421 1.589.161 21,5 5,7 258,8

5001 Ministério da Educação e Cultura

93.019 1.715.984 1.809.003 10,8 162.640 2.370.848 2.533.488 40,0 12,1 150.568 3.157.827 3.308.395 30,6 14,7 180.124 3.326.293 3.506.417 6,0 12,6 93,8

5801 Ministério da Saúde 64.935 2.682.759 2.747.694 16,4 90.560 3.624.055 3.714.616 35,2 17,7 68.836 2.520.447 2.589.284 -30,3 11,5 81.558 3.342.469 3.424.027 32,2 12,3 24,6

58 03 Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA

63.186 424.718 487.904 2,9 62.998 429.146 492.144 0,9 2,3 53.323 447.375 500.698 1,7 2,2 56.062 261.879 317.941 -36,5 1,1 -34,8

6519 Encargos Gerais do Estado 804.242 0 804.242 4,8 1.322.450 0 1.322.450 64,4 6,3 1.045.588 0 1.045.588 -20,9 4,6 1.489.303 0 1.489.303 42,4 5,4 85,2

Amostra 3.517.154 10.977.409 14.494.563 86,8 5.286.165 12.173.602 17.459.766 16,7 83,1 6.159.122 12.413.008 18.572.129 6,4 82,5 6.077.411 13.792.299 19.869.710 7,0 71,7 37,14.728.060 11.980.349 16.708.409 100 7.140.351 13.869.297 21.009.648 13,7 100 8.169.088 14.349.596 22.518.684 7,2 100 8.674.319 19.054.341 27.728.660 23,1 100 66,0

% da Amostra 74,4 91,6 86,8 74,0 87,8 83,1 75,4 86,5 82,5 70,1 72,4 71,7

2006 2008(Em mil Meticais)

2009 Var. %

09/08

Fonte: CGE de 2006-2009 - Mapa IV - 5

Var. %

09/06

Peso % Financiamento Financiamento

Var. %

08/07

Peso %

Total Investimento/Central

CED InstituiçõesPeso %

Peso %

Var. %

07/06

2007Financiamento Financiamento

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6.6.3 - Execução da Componente Investimento, Segundo a Classificação Económica – Âmbito Provincial

O quadro a seguir ilustra a execução das despesas da Componente Investimento de Âmbito Provincial.

Quadro n.º VI.16 – Execução das Despesas de Investimento – Âmbito Provincial

Em termos globais, a execução das Despesas de Investimento financiadas com fundos internos foi de 2.739.028 mil Meticais e as com fundos externos, 2.709.580 mil Meticais, representando 99,8% e 64,3% das respectivas dotações.

Na distribuição por classificação económica, a execução das Despesas Correntes foi de 79,6%, e as de Capital, de 76,6%.

Quanto ao peso, 56,7% correspondem às Despesas Correntes e 43,3% às de Capital. Nas Despesas de Capital, destacam-se os Bens de Capital, com 42% e nas Despesas Correntes, as Despesas com o Pessoal, com 34,2%, seguidos dos Bens e Serviços, com 20,4%.

6.6.4 - Execução da Componente Investimento - Âmbito Distrital

O Quadro n.° VI.17 evidencia as Despesas da Componente Investimento de Âmbito Distrital, focalizando os distritos com as taxas de execução abaixo dos 50% nas despesas financiadas com fundos externos.

Dotação Final Execução % Dotação

Final Execução % Dotação Final Execução % Peso

%1 Despesas Correntes 1.328.566 1.324.477 99,7 2.555.002 1.767.020 69,2 3.883.568 3.091.497 79,6 56,711 Despesas com o Pessoal 1.181.321 1.180.885 100,0 895.310 681.353 76,1 2.076.631 1.862.238 89,7 34,212 Bens e Serviços 139.688 136.035 97,4 1.499.073 976.477 65,1 1.638.761 1.112.512 67,9 20,414 Transferências Correntes 7.557 7.557 100,0 160.619 109.190 68,0 168.176 116.747 69,4 2,1

2 Despesas de Capital 1.414.629 1.414.551 100,0 1.662.014 942.560 56,7 3.076.643 2.357.111 76,6 43,321 Bens de Capital 1.349.227 1.349.149 100,0 1.406.668 937.250 66,6 2.755.894 2.286.399 83,0 42,022 Transferências de Capital 22.471 22.471 100,0 214.920 0 0,0 237.391 22.471 9,5 0,423 Outras Despesas de Capital 42.931 42.931 100,0 40.426 5.309 13,1 83.357 48.241 57,9 0,9

Total 2.743.195 2.739.028 99,8 4.217.016 2.709.580 64,3 6.960.211 5.448.608 78,3 100,0Fonte: Mapa IV-2 da CGE 2009

Total

(Em mil Meticais)

CED DesignaçãoFinanciamento Interno Financiamento Externo

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-19

Quadro n.º VI.17 - Despesas de Investimento – Âmbito Distrital

Dotação Final

Execução % Dotação Final

Execução % Dotação Final

Execução %

Ibo 10.452 10.452 100 3.572 301 8,4 14.025 10.753 76,7 0,6Mágoè 10.756 10.756 100 1.526 614 40,2 12.282 11.370 92,6 0,6Mutarara 9.256 9.256 100 9.191 2.238 24,3 18.447 11.494 62,3 0,6Tsangano 10.633 6.444 61 980 128 13,1 11.613 6.572 56,6 0,3Chemba 11.085 11.085 100 6.208 1.803 29,1 17.293 12.888 74,5 0,7Gorongosa 10.262 10.262 100 2.662 896 33,7 12.924 11.158 86,3 0,6Marínguè 9.843 9.843 100 6.180 1.334 21,6 16.023 11.177 69,8 0,6Muanza 10.050 10.050 100 6.482 616 9,5 16.533 10.667 64,5 0,6Nhamatanda 11.968 11.968 100 2.462 1.155 46,9 14.430 13.123 90,9 0,7Inhassoro 8.938 8.938 100 2.693 976 36,2 11.631 9.914 85,2 0,5Chókwè 27.724 27.724 100 2.291 952 41,5 30.015 28.675 95,5 1,5Total de Amostra 130.967 126.778 97 44.248 11.013 24,9 175.216 137.791 78,6 7,3Total Âmbito Distrital 1.749.855 1.743.135 99,6 190.322 140.813 74,0 1.940.177 1.883.948 97,1 100,0

(Em mil Meticais)

Fonte: Mapa XII-03 da CGE 2008

Peso %

TotalDistritos Interno Externo

Financiamento

Nas despesas financiadas com fundos externos, os distritos que tiveram as mais baixas taxas de execução foram os seguintes: Ibo, em Cabo Delgado, com 8,4%; Muanza, em Sofala, com 9,5% e Tsangano, em Tete, com 13,1%. Os restantes tiveram taxas entre 21,6% e 46,9%.

6.6.5. – Execução da Componente Investimento das Autarquias

No Quadro n.° VI.18, é apresentada a execução das Despesas de Investimento de Âmbito Autárquico, com financiamento interno, que foi de 98,6%.

Quanto ao peso na execução, distinguem-se os municípios da Cidade de Maputo, com 14,4%, da Matola, com 8,5%, da Beira, com 8,4% e de Nampula, com 6,0%.

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Quadro n.º VI.18 - Execução da Componente Investimento das Autarquias

V al or % P eso %

9 0 01 1 0 L ich in ga 7 .46 8 7 .4 68 1 0 0 2 ,79 0 01 2 0 C ua mb a 4 .31 1 4 .3 11 1 0 0 1 ,69 0 01 3 0 M etan g u la 1 .69 0 1 .6 90 1 0 0 0 ,69 0 01 4 0 M arru pa 2 .52 3 2 .5 23 1 0 0

1 5 .99 1 15 .9 92 1 0 0 5 ,89 0 02 1 0 Pem b a 5 .72 9 5 .1 56 9 0 1 ,99 0 02 2 0 M o n tepu ez 3 .42 4 3 .0 74 9 0 1 ,19 0 02 3 0 M o cím b oa d a P ra ia 2 .33 8 2 .1 04 9 0 0 ,89 0 02 4 0 M u ed a 2 .40 8 2 .1 67 9 0 0 ,8

1 3 .89 9 12 .5 01 9 0 4 ,59 0 03 1 0 N am p u la 1 6 .48 4 16 .4 84 1 0 0 6 ,09 0 03 2 0 A n go ch e 6 .54 2 6 .5 42 1 0 0 2 ,49 0 03 3 0 Il ha d e M o çamb iq u e 3 .20 4 3 .2 04 1 0 0 1 ,29 0 03 4 0 N aca l a 1 1 .47 2 11 .4 72 1 0 0 4 ,29 0 03 5 0 M o n apo 3 .86 1 3 .8 61 1 0 0 1 ,49 0 03 6 0 R ib áu è 2 .70 9 2 .7 09 1 0 0

4 4 .27 2 44 .2 72 1 0 0 16 ,19 0 04 1 0 Q u e lim an e 8 .94 6 8 .0 52 9 0 2 ,99 0 04 2 0 G ú ruè 5 .72 1 5 .1 48 9 0 1 ,99 0 04 3 0 M o cu ba 4 .30 9 3 .8 78 9 0 1 ,49 0 04 4 0 M il ang e 2 .16 5 1 .9 48 9 0 0 ,79 0 04 5 0 A lto M o lócu è 2 .35 1 2 .0 37 8 7 0 ,7

2 3 .49 1 21 .0 63 9 0 7 ,79 0 05 1 0 T e te 8 .47 0 8 .4 70 1 0 0 3 ,19 0 05 2 0 M o atize 3 .60 2 3 .6 02 1 0 0 1 ,39 0 05 3 0 U ló n gu è 1 .66 1 1 .4 95 9 0 0 ,5

1 3 .73 4 13 .5 67 9 9 4 ,99 0 06 1 0 C hi mo io 9 .19 0 9 .1 83 1 0 0 3 ,39 0 06 2 0 M an ica 3 .19 6 3 .1 96 1 0 0 1 ,29 0 06 3 0 C atan d ica 1 .36 6 1 .3 66 1 0 0 0 ,59 0 06 4 0 G o nd o la 2 .73 6 2 .7 36 1 0 0

1 6 .48 8 16 .4 81 1 0 0 6 ,09 0 07 1 0 B eira 2 3 .20 0 23 .2 00 1 0 0 8 ,49 0 07 2 0 D o n do 8 .45 8 8 .4 58 1 0 0 3 ,19 0 07 3 0 M arrom eu 2 .69 3 2 .6 93 1 0 0 1 ,09 0 07 4 0 G o ro n go sa 3 .14 8 3 .1 48 1 0 0

3 7 .49 9 37 .4 99 1 0 0 13 ,69 0 08 1 0 In h am b ane 9 .75 7 9 .7 57 1 0 0 3 ,59 0 08 2 0 M ax ix e 7 .45 9 7 .4 59 1 0 0 2 ,79 0 08 3 0 V ila ncu lo 2 .94 7 2 .9 47 1 0 0 1 ,19 0 08 4 0 M as sin g a 2 .30 2 2 .3 02 1 0 0

2 2 .46 5 22 .4 65 1 0 0 8 ,29 0 09 1 0 X ai -X a i 7 .20 3 7 .2 03 1 0 0 2 ,69 0 09 2 0 C hi bu to 3 .92 5 3 .9 25 1 0 0 1 ,49 0 09 3 0 C hó k w è 3 .89 2 3 .8 92 1 0 0 1 ,49 0 09 4 0 M an d lacaze 1 .83 3 1 .8 33 1 0 0 0 ,79 0 09 5 0 M aci a 2 .70 3 2 .7 03 1 0 0

1 9 .55 7 19 .5 56 1 0 0 7 ,19 0 10 1 0 M at ola 2 3 .33 2 23 .3 32 1 0 0 8 ,59 0 10 2 0 M an h iça 5 .56 7 5 .5 67 1 0 0 2 ,09 0 10 3 0 N am aach a 2 .97 8 2 .9 78 1 0 0

3 1 .87 8 31 .8 77 1 0 0 11 ,6C I D A D E D E

M A P U T O9 0 11 1 0 M ap u to 3 9 .73 7 39 .7 10 9 9 ,9 14 ,4

27 9 .01 0 2 74 .9 85 9 8 ,6 10 0

Sub- to ta l

N I A SSA

(E m m il M etica i s)Ex ecuçã oD o ta ção

F i na lA u ta rqu ia sC ó dig oP R O V Í N C IA

Sub-to ta l

C A BOD E LG A D O

N A M P U LA

Sub-to ta l

ZA M B É ZIA

Sub-to ta l

Sub- to ta l

T E TE

M A N IC A

Sub-to ta l

Sub- to ta l

SO F A L A

IN H A M B A N E

F o nte : L e i n .º 1 /2 00 9 , de 8 d e J an ei ro , e M a pa IV -4 d a CG E d e 20 0 9T ota l

Sub- to ta l

Sub- to ta l

Sub- to ta l

G A Z A

M A P U T O

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6.7- Resultados das Auditorias

No quadro a seguir, são apresentadas as entidades auditadas no âmbito da Conta Geral do Estado de 2009.

Quadro n.º VI.19 – Relação das Entidades Auditadas

Âmbito Central Âmbito Provincial Âmbito DistritalProvíncia do NiassaDirecção Provincial do Plano e Finanças do Niassa

Secretaria Distrital de Mueda

Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Mueda

Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental Direcção Provincial da Saúde do Niassa Serviço Distrital de Planeamento e Infra-

estruturas de Mueda

Ministério dos Recursos MineraisDirecção Provincial da Educação e Cultura do Niassa

Serviço Distrital das Actividades Económicas de Mueda

Ministério da EnergiaDirecção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa

Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social de Mueda

Direcção Provincial da Indústria e Comércio do NiassaProvíncia de Cabo Delgado

Ministério da Planificação e Desenvolvimento

Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado Secretaria Distrital de Montepuez

Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes

Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado

Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas de Montepuez

Ministério da Administração Estatal

Direcção Provincial da Saúde de Cabo DelgadoDirecção Provincial da Educação e Cultura de Cabo DelgadoProvíncia de Maputo

Direcção Nacional de Contabilidade Pública

Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo Distrito de Mocímboa da Praia

Fundo do Ambiente Secretaria Distrital de Mocímboa da PraiaFundo para o Fomento da Habitação

Fundo de Promoção Desportiva

Fundo de EnergiaDistrito de MarracueneServiço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de MarracueneServiço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas de MarracueneServiço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social de Marracuene

Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Mocímboa da Praia

Ministério da Função PúblicaDistrito de Montepuez

Universidade Eduardo Mondlane

Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Montepuez

Distrito de MuedaMinistério da Indústria e Comércio

Direcção Provincial da Agricultura do Niassa

Ministério dos Transportes e Comunicações

As auditorias realizadas nas instituições apresentadas no quadro acima corresponderam às acções de controlo previstas no Plano Anual das Actividades do ano 2010, da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, Subsecção de Contas.

Estas acções foram efectuadas no âmbito das competências atribuídas ao Tribunal Administrativo pelo disposto no número 1 do artigo 1 da Lei n.º 5/92, de 6 de Maio, Lei

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Orgânica do Tribunal Administrativo, bem como nos termos da alínea a) do número 2 do artigo 10 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.a Secção deste Tribunal, aprovado pela Lei n.o 16/97, de 10 de Julho, que determina que o TA, no contexto do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado deve apreciar designadamente “a actividade financeira do Estado no ano a que a Conta se reporta, nos domínios patrimonial, das receitas e despesas”.

Da execução da despesa, no exercício em apreço, as entidades arroladas no Quadro n.º VI.20, a seguir, não disponibilizaram as facturas e recibos das despesas efectuadas com receitas próprias e consignadas, das componentes Funcionamento e Investimento, no montante de 179.118.773,59 Meticais, que representa 5,3% do valor da amostra de 3.410.733.604,98 Meticais.

Refira-se, a este propósito, que o Relatório Preliminar sobre a Conta Geral do Estado de 2009, remetido ao Governo, apresentava o valor não justificado de 517.758.526,43 Meticais, tendo o executivo entregue ao Tribunal Administrativo, no exercício do contraditório, justificativos de 338.639.752,84 Meticais, o que reduziu a falta de comprovativos para 179.118.773,59 Meticais.

Destacam-se, das instituições com justificativos em falta, a Direcção Provincial da Saúde do Niassa, com 42,8% (69.386.438,60 Meticais), a Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa, com 28,4% (9.723.555,00 Meticais) e o Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes, com 20,3% (5.605.276,55 Meticais).

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Quadro n.º VI.20 – Despesas sem Justificativos

Próprias Consignadas Funcionamento Investimento

Ministério da Indústria e Comércio 363.187.037,12 1.154.214,50 0,00 1.154.214,50 0,3

Ministério dos Transportes e Comunicações 306.214.827,25 490.120,53 490.120,53 0,2Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental 59.233.059,48 8.048.921,74 376.034,26 8.424.956,00 14,2

Ministério da Energia 456.875.212,14 969.515,04 623.979,02 1.935.747,51 3.529.241,57 0,8

Ministério da Função Pública 58.041.706,31 871.311,42 1.223,71 872.535,13 1,5

Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes 27.620.457,32 5.185.985,79 419.290,76 5.605.276,55 20,3

Universidade Eduardo Mondlane 713.562.878,69 10.421.400,00 10.421.400,00 1,5Fundo de Energia 314.700.481,28 78.422,48 78.422,48 0,0

Ministério da Administração Estatal161.333.217,04 4.220.425,32 13.281.144,57 17.501.569,89 10,8

Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa 34.264.685,00 3.700.988,00 4.662.320,00 1.360.247,00 9.723.555,00 28,4Direcção Provincial da Agricultura do Niassa 225.540.358,24 13.246,20 2.748.386,52 2.761.632,72 1,2Direcção Provincial da Saúde do Niassa 162.243.037,34 19.337.061,60 50.049.377,00 69.386.438,60 42,8Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa 87.469.970,17 5.394.551,02 5.219.610,63 10.614.161,65 12,1Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa 28.537.471,13 1.188.928,15 108.296,20 1.297.224,35 4,5

Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa 5.597.225,26 86.503,05 78.014,22 164.517,27 2,9Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado 64.186.294,52 113.219,00 4.628.496,26 869.804,68 5.611.519,94 8,7Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado 77.755.448,63 161.507,87 161.507,87 0,2Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado 226.172.270,60 18.098.467,14 10.335.836,72 28.434.303,86 12,6Distrito de Marracuene 5.050.333,87 1.200,00 0,00 1.200,00 0,0Distrito de Mueda 15.172.651,81 501.257,46 990.559,00 1.491.816,46 9,8Distrito de Mocímboa da Praia 2.899.674,50 0,00 0,00 0,0Distrito de Montepuez 15.216.557,73 248.970,22 1.144.189,00 1.393.159,22 9,2Total 3.410.874.855,43 4.304.327,53 969.515,04 84.848.746,76 88.996.184,26 179.118.773,59 5,3Fonte:Relatórios de auditorias

Instituições

(Em Meticais)

%TotalComponenteDespesas Realizadas Com

ReceitasAmostra Auditada

A referida falta de justificativos constitui infracção financeira, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 12, conjugado com o artigo 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

De acordo com o estabelecido no artigo 104 do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

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Novembro de 2010

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6.7.1 - Execução de Âmbito Central

De seguida, é apresentada, de forma resumida, a execução das despesas pagas por receitas próprias e consignadas, das componentes Funcionamento e Investimento, das entidades de Âmbito Central, Provincial e Distrital auditadas.

6.7.1.1- Execução das Despesas com Receitas Próprias e Consignadas das Entidades Auditadas

O quadro a seguir foi elaborado com base nos dados obtidos nas auditorias e na Conta Geral do Estado de 2009.

Quadro n.º VI.21 – Execução das Despesas Realizadas com Receitas Próprias e Consignadas

Próprias Consignadas Total

1 Ministério da Indústria e Comércio 0,00 726.354.662,13 726.354.662,13 4.275.870,00 -722.078.792,13

2Ministério dos Transportes e Comunicações 7.924.794,90 72.764.261,58 80.689.056,48 72.996.370,00 -7.692.686,48

3 Ministério dos Recursos Minerais 4.794.417,80 3.702.783,94 8.497.201,74 0,00 -8.497.201,74

4 Ministério da Energia 0,00 8.139.391,07 8.139.391,07 0,00 -8.139.391,07

5 Universidade Eduardo Mondlane 10.564.994,30 0,00 10.564.994,30 0,00 -10.564.994,30

6 Fundo do Ambiente 109.219,53 2.173.439,83 2.282.659,36 4.493.260,00 2.210.600,64

7 Fundo de Promoção Desportiva 2.781.821,43 2.173.439,83 4.955.261,26 0,00 -4.955.261,26

8 Fundo de Energia 0,00 324.706.953,86 324.706.953,86 0,00 -324.706.953,86Total 26.175.247,96 1.140.014.932,24 1.166.190.180,20 81.765.500,00 -1.084.424.680,20

(Em Meticais)

Diferença

Fonte: Relatórios de auditorias e Mapas VI e X da CGE

N.º InstituiçãoExecução com Receitas-Entidades

CGE

Conforme se verifica no quadro supra, em termos globais, a execução das despesas com receitas próprias e consignadas foi de 1.166.190.180,20 Meticais, montante superior ao registado na CGE, em 1.084.424.680,20 Meticais.

Segundo o disposto no artigo 45, conjugado com o n.º 1 do artigo 46, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, a Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem como apresentar o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos órgãos do Estado devendo, assim, ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade de modo a possibilitar a sua análise económica e financeira.

6.7.1.2 - Execução da Componente Funcionamento das Entidades de Âmbito Central Auditadas

O Quadro n.º VI.22, a seguir, foi elaborado com base na informação constante do mapa Demonstrativo Consolidado da Componente Funcionamento por UGB, extraída do e-SISTAFE e reflecte a execução orçamental da Conta Geral do Estado de 2009.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-25

Quadro n.º VI.22 – Execução Orçamental da Componente Funcionamento de Âmbito Central

Valor % Peso % CGE Diferença

1 Ministério da Indústria e Comércio 130.633.519,47 130.633.519,47 100 8,0 130.633.520,00 0,53

2Ministério dos Transportes e Comunicações 72.183.427,77 72.183.427,77 100 4,4 72.183.430,00 2,23

3Ministério para a Cordenação da Acção Ambiental 91.321.334,21 91.321.334,21 100 5,6 91.321.330,00 -4,21

4 Ministério dos Recursos Minerais 62.924.737,77 62.924.737,77 100 3,9 62.924.740,00 2,235 Ministério da Função Pública 49.818.518,88 49.818.518,88 100 3,1 49.818.520,00 1,12

6Ministério da Planificação e Desenvolvimento 162.764.283,51 162.764.283,51 100 10,0 162.764.280,00 -3,51

7Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes 32.305.341,89 32.305.341,89 100 2,0 32.305.340,00 -1,89

8 Ministério da Administração Estatal 102.734.171,29 102.732.258,99 100 6,3 102.732.260,00 1,019 Ministério da Energia 43.489.703,47 43.489.703,47 100 2,7 43.489.700,00 -3,47

10 Universidade Eduardo Mondlane 820.229.086,76 820.229.086,76 100 50,2 820.229.090,00 3,2412 Fundo do Ambiente 10.835.600,41 10.835.600,41 100 0,7 10.835.600,00 -0,4113 Fundo de Promoção Desportiva 53.315.232,06 53.062.898,21 100 3,3 53.062.900,00 1,79

14 Fundo para o Fomento da Habitação _._ _._ _._ _._ _._ 015 Fundo de Energia _._ _._ _._ _._ _._ 0

1.632.554.957,49 1.632.300.711,34 100 100 1.632.300.710,00 -1,34Fonte: Mapa Demonstrativo Consol. do Orçamento de Funcionamento por UGB e Mapa VI-450100000 da CGE de 2009

Execução(Em Meticais)

Total

N.º Instituição Dotação Final

Dos dados apresentados no quadro acima, observa-se que, em termos globais, a execução da Componente Funcionamento, destas entidades, foi de 1.632.300.711,34 Meticais, da dotação actualizada de 1.632.554.957,49 Meticais.

Refira-se que no e-SISTAFE, bem como na CGE de 2009, não constam os dados da execução orçamental do Fundo para o Fomento da Habitação (FFH) e do Fundo de Energia, as quais, segundo informações prestadas pelas próprias entidades, ainda não foram integradas naquele sistema.

É de salientar, ainda, que da auditoria realizada ao FFH, apurou-se que este recebeu 60.000.000,00 Meticais, da Direcção Nacional de Património do Estado. Deste valor, foram executados 31.226.295,97 Meticais, que representam 52%.

No que tange ao peso na execução, destaca-se a Universidade Eduardo Mondlane, com 50,2% do total executado e as restantes situaram-se entre 0,7% e 10%.

6.7.1.3 - Execução da Componente Investimento das Entidades de Âmbito Central Auditadas

No Quadro n.º VI.23, a seguir, é apresentada a execução orçamental da Componente Investimento das entidades auditadas.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-26

Quadro n.º VI.23 – Execução Orçamental da Componente Investimento de Âmbito Central

Valor % Peso % CGE Diferença

1 Ministério da Indústria e Comércio 506.872.200,26 313.498.551,78 61,8 8,7 313.498.550,00 -1,78

2Ministério dos Transportes e Comunicações 1.056.110.955,45 880.363.156,89 83,4 24,4 880.363.160,00 3,11

3Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental 56.207.977,13 56.166.981,37 99,9 1,6 56.166.980,00 -1,37

4 Ministério dos Recursos Minerais 18.666.708,84 18.638.317,46 99,8 0,5 18.638.320,00 2,545 Ministério da Função Pública 275.317.569,25 219.210.791,06 79,6 6,1 219.210.790,00 -1,06

6Ministério da Planificação e Desenvolvimento 669.995.501,83 408.429.986,86 11,3 408.429.990,00 3,14

7Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes 11.345.142,65 11.345.142,65 100,0 0,3 11.345.140,00 -2,65

8 Ministério da Administração Estatal 575.029.503,29 351.948.530,99 61,2 9,8 351.948.530,00 -0,999 Ministério da Energia 946.256.528,06 930.689.808,23 98,4 25,8 930.689.810,00 1,77

10 Universidade Eduardo Mondlane 471.400.143,84 374.725.348,38 79,5 10,4 374.725.350,00 1,6211 Fundo do Ambiente 10.364.021,89 10.364.021,89 100,0 0,3 10.364.020,00 -1,89

12 Fundo de Promoção Desportiva 34.048.052,35 34.048.052,35 100,0 0,9 34.048.050,00 -2,35

13 Fundo para o Fomento da Habitação _._ _._ _._ _._ _._ 0,0014 Fundo de Energia _._ _._ _._ _._ _._ 0,00

4.631.614.304,84 3.609.428.689,91 77,9 100,0 3.609.428.690,00 0,09Fonte: Mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento por UGB/CED e Mapa IV-5 da CGE de 2009

Execução(Em Meticais)

Total

N.º Instituição Dotação Final

Constata-se, no quadro acima, que em termos globais, a execução orçamental das entidades auditadas foi de 3.609.428.689,91 Meticais, que representam 77,9% da dotação actualizada de 4.631.614.304,84 Meticais.

Quanto ao peso na execução, destaca-se o Ministério da Energia, com 25,8% e o dos Transportes e Comunicações, com 24,4%, situando-se as restantes entidades entre 0,3% e 11,3%.

6.7.1.4 - Análise dos Comprovativos

Neste ponto, são apresentadas as constatações relevantes das auditorias efectuadas nas instituições de Âmbito Central.

6.7.1.4.1 - Ministério da Indústria e Comércio

O Ministério da Indústria e Comércio (MIC) é o órgão central do Aparelho do Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidos pelo Governo, tutela e supervisa os ramos da indústria alimentar e de bebidas, indústria têxtil e de vestuário, calçado e couro, indústria química, indústria metalúrgica, indústria metalo-mecânica, electrotecnia, artes gráficas e publicação, distribuição, manutenção e assistência técnica ao equipamento

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-27

industrial, outra indústria ligeira e comércio e prestação de serviços, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 1 do Decreto Presidencial n.º 15/2000, de 19 de Setembro.

Para efeitos de análise das despesas realizadas por esta entidade, no exercício de 2009, foi seleccionada uma amostra de 363.187.037,12 Meticais, que representa 92,4% do total executado de 392.876.251,34 Meticais. Daquele valor, 19.980,03 Meticais correspondem às despesas pagas com Receitas Consignadas, 104.636.172,93 Meticais à Componente Funcionamento e 258.530.884,16 Meticais, à de Investimento.

Daquela aferição, constatou-se que dos 20 projectos de investimento inscritos no Orçamento do MIC, 4 não foram executados. Esta informação consta do quadro a seguir.

Quadro n.º VI.24 – Relação de Projectos não Executados (Em Meticais)

Ordem Código Designação Dotação Orçamental

1 MOP08-01-MOP-1988-0006Reabilitação de Furos para Abastecimento de Água Rural 2.773.061,86

2 MIC02-00-MIC-2007-0014 Aumento das Exportações de Obra Intensiva 11.001.440,00

3MIC02-00-MIC-2007-0019 Aumento das Exportações de Obra Intensiva-

Capacity Building 11.561.700,004 MIC07-00-MIC-2009-0007 Programa Commodity Aid-Itália 81.632.038,14

106.968.240,00Fonte: Relatório de auditoriaTotal

Refira-se que em sede do contraditório do Relatório de auditoria, a entidade não se pronunciou sobre o facto.

6.7.1.4.2 - Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

Segundo o artigo 3 do Decreto Presidencial n.º 6/95, de 29 de Novembro, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) é o órgão do Aparelho do Estado que tem como funções dirigir a execução da política do ambiente, coordenar, assessorar, controlar e incentivar uma correcta planificação e utilização dos recursos naturais do País.

Na auditoria feita a esta entidade, foi seleccionada uma amostra de 59.203.059,46 Meticais, que representa 40,4% do total das despesas executadas (146.471.890,01 Meticais). Daquele montante (59.203.059,46 Meticais), 29.592.810,24 Meticais correspondem à Componente Funcionamento e 29.610.249,22 Meticais, à de Investimento.

Apurou-se, na acção, que foram pagas, pelas OP´s n.º 200900128, emitida a 23/01/2009, no montante de 111.931,94 Meticais, dos fundos de funcionamento da instituição e n.º 200900023, datada de 19 de Abril, de 249.515,00 Meticais, retirados do projecto “MCOA01-00-MICA-2005-0004 - Apoio à Avaliação do Programa Nacional do Ambiente”, obras de reabilitação de residências de altos dirigentes do Ministério.

Estas despesas deveriam ter sido suportadas com fundos do investimento mas, de acordo com a entidade, não estavam inscritas no seu orçamento de investimento do exercício económico do ano em consideração.

Assim, na realização das mencionadas despesas, não foi observado o correcto enquadramento nos classificadores da célula orçamental correspondentes.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-28

6.7.1.4.3 - Ministério da Energia

O Ministério da Energia (ME) é o órgão central do Aparelho do Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidos pelo Governo, dirige, planifica, promove e controla a inventariação e uso dos recursos energéticos e o desenvolvimento e expansão da rede de fornecimento e distribuição de energia eléctrica, gás natural e produtos petrolíferos, em conformidade com o Decreto Presidencial n.º 21/2005, de 31 de Março, que define as atribuições e competências deste organismo.

Do valor global executado de 809.289.036,26 Meticais, foi seleccionada uma amostra de 456.875.212,74 Meticais que representa 56,5% do total. Este valor compreende 7.014.700,16 Meticais de despesas pagas com receitas consignadas, 20.374.200,38 Meticais da Componente Funcionamento, e ainda 429.486.311,60 Meticais de Investimento.

Da análise efectuada constatou-se o seguinte:

a) os números das facturas registados em 8 Ordens de Pagamento da Componente Funcionamento, emitidas pelo e-SISTAFE, diferem dos constantes dos próprios documentos apensos aos processos de despesa.

Refira-se que o registo de números de facturas falsas no e-SISTAFE, para a retirada de fundos públicos do cofre do Estado, constitui infracção financeira, nos termos da alínea a) do artigo 12 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, a falta de conformidade processual e documental no pagamento da despesa configura violação do preceituado no n.º 2 do artigo 26, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, segundo o qual é da competência do Agente do Controlo Interno certificar-se da legalidade dos actos que resultem no recebimento de numerário, realização de despesas e ainda registar a conformidade processual e documental;

b) foram emitidas Ordens de Pagamento no valor de 1.241.602,47 Meticais, para pagar despesas referentes à aquisição de bens e prestação de serviços, sem a existência de qualquer documento externo (requisições e facturas);

A falta de justificativos das despesas é uma violação do preceituado no artigo 104, Capítulo XIII, Título I do Manual de Administração Financeira e dos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho, anteriormente referidos;

c) do montante de 13.457.610,89 Meticais, alocado ao projecto “MDE 01-00-MDE-2007-001 – Edificação de Novas Instalações do Ministério da Energia”, foram despendidos 13.455.932,75 Meticais, na reabilitação de uma casa protocolar do Fundo de Casas do Conselho de Ministros, afecta ao Ministério de Energia.

Esta despesa deveria ter sido suportada com fundos do investimento mas, de acordo com a entidade, não estava inscrita no seu orçamento de investimento relativo ao exercício económico do ano em consideração.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-29

Há a referir que nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado aprovado, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

d) segundo o Mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento por UGB/CED - financiamento externo do e-SISTAFE, o projecto “MDE02-01-MDE-2008-002 – Apoio Institucional ao Sector de Energia – NORAD & SUE”, orçado em 80.475.000,00 Meticais, não foi executado. Porém, da consulta aos processos de prestação de contas, disponibilizados por esta entidade, registou-se uma execução de 1.760.231,61 Meticais.

Por outro lado, do Mapa XIII da CGE do ano em análise, consta uma execução de 35.505,85 Meticais, referente ao mesmo projecto;

É de referir que a Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem como apresentar o resultado do exercício e avaliação do desempenho dos órgãos do Estado devendo, deste modo, ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade de forma a possibilitar a sua análise económica e financeira, conforme resulta da conjugação do estatuído no artigo 45 e no n.º 1 do artigo 46, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado;

e) não foram disponibilizados, durante a auditoria ao Ministério da Energia, nem em sede de contraditório do relatório preliminar da mesma, os processos de prestação de contas das despesas realizadas com fundos internos do Investimento, no valor de 112.651.233,48 Meticais, correspondentes a 33,1% das despesas totais, que segundo a entidade se encontravam na Unidade Gestora Beneficiária (UGB)-Fundo de Energia (FUNAE).

Na auditoria realizada ao FUNAE, obteve-se, através da Nota n.º 1116/MU/FUNAE/PC/10, de 9 de Junho, a informação de que os comprovativos em causa se encontravam arquivados no Ministério de tutela (ME).

No exercício do contraditório ao Relatório sobre a Conta Geral do Estado de 2009, o Governo enviou a relação das Ordens de Pagamento, daquele montante, sem anexar, no entanto, os respectivos comprovativos (facturas, recibos ou Notas de recepção, pelos beneficiários).

Menciona-se que o desaparecimento de bens, dinheiros ou outros valores sem saída documentada constitui infracção financeira nos termos do disposto nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, a inexistência da documentação atinente à execução da despesa constitui violação do preceituado no artigo 104, Título I, Capítulo XIII do MAF, o qual estatui que as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

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6.7.1.4.4 - Fundo de Energia

O Fundo de Energia, abreviadamente designado por FUNAE, é uma instituição pública que prossegue o desenvolvimento, produção e aproveitamento de diversas formas de energia a baixo custo, para o abastecimento às zonas rurais e urbanas habitadas por populações de baixos rendimentos e promove a conservação e gestão racional e sustentável de recursos energéticos, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 1 e o artigo 2, ambos do Estatuto Orgânico do FUNAE, aprovado pelo Decreto n.º 24/97, de 22 de Julho.

Para efeitos de análise das despesas realizadas nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 314.589.230,85 Meticais, que representa 53,6% do total executado de 586.963.865,15 Meticais. Daquele valor, 192.267.445,33 Meticais correspondem às despesas pagas com receitas consignadas e 122.321.785,52 Meticais, às de Investimento.

Da análise efectuada aos comprovativos disponibilizados apurou-se que através da conta bancária n.º 51514858 (MZN) – Millennium bim, titulada pelo FUNAE, foi concedido um empréstimo de 120.000,00 Meticais, a um trabalhador, para fazer face a despesas de carácter social.

No exercício do contraditório ao relatório preliminar de auditoria, a entidade afirmou que “Em 2010, o Conselho de Administração decidiu criar um Fundo Social, estando em curso a elaboração do regulamento que define as normas de utilização do fundo, bem como os critérios de elegibilidade, eliminando a prática de adiantamento ora em vigor”.

O facto acima apresentado configura pagamentos indevidos (n.º 1 do artigo 96 do Título I do MAF), constituindo infracção financeira, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

6.7.1.4.5 - Ministério da Planificação e Desenvolvimento

O Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD) é o órgão central do Aparelho de Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidas pelo Governo, dirige e coordena o processo de planificação e orienta o desenvolvimento económico e social integrado e equilibrado do País, conforme o preceituado no artigo 1 do Decreto Presidencial n.º 23/2005, de 27 de Abril.

No âmbito da auditoria realizada ao MPD, relativa ao exercício em análise, foi seleccionada uma amostra de 225.540.358,24 Meticais, que representa 58,9% do total executado de 383.123.348,59 Meticais. Daquele montante da amostra, 160.057.654,86 Meticais correspondem às despesas da Componente Funcionamento e 65.482.703,38 Meticais, às de Investimento, tendo sido apurado que foram pagos, sem inscrição no Orçamento, 1.500.000,00 Meticais, correspondentes a 35.000 Euros de uma transferência e respectivas comissões bancárias, pela participação na 20.ª Sessão do Fórum Crans Montana, que decorreu em Bruxelas, de 24 a 27 de Junho de 2009.

Em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, a entidade afirmou que “Relativamente ao reforço para o pagamento ao Fórum da Crans Montana, esta despesa não foi programada e tendo em conta que o País tinha que se fazer representar neste Fórum, na

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-31

qualidade de “Guest Country”, o Ministério solicitou o reforço para acomodar a respectiva transferência”.

É de referir que nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado aprovado, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

6.7.1.4.6 - Universidade Eduardo Mondlane

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) é uma pessoa colectiva de direito público que prossegue, de entre outros fins, a formação de profissionais com alto grau de qualificação técnica e científica, promoção e incentivo da investigação científica, a realização das actividades de extensão e difusão da cultura, da ciência e da técnica no seio da sociedade moçambicana, e sistematização e valorização das contribuições de outros sectores, nas mesmas áreas e o estabelecimento do intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições nacionais e estrangeiras, nos termos dos artigos 1 e 4, ambos do Estatuto Orgânico da Universidade Eduardo Mondlane, aprovado pelo Decreto n.º 12/95, de 25 de Abril.

Das despesas realizadas por esta entidade, foi seleccionada uma amostra de 713.562.878,69 Meticais, que representa 64% do total global executado (1.114.378.792 Meticais). Daquele montante da amostra, 7.311.443,58 Meticais correspondem a despesas pagas com receitas próprias, 512.914.381,24 Meticais da Componente Funcionamento e 193.337.053,87 Meticais da Componente Investimento.

Consta do Mapa Demonstrativo Consolidado da Componente Investimento Interno, emitido pelo e-SISTAFE, o registo da execução de 51.223.000,63 Meticais, referente ao projecto “EGE-02-02-EGE-2008-002 – Encargos em Recursos Humanos para o Funcionamento”.

Sobre este assunto, em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, a entidade afirmou que este projecto não era do seu conhecimento.

6.7.1.4.7 - Fundo para o Fomento da Habitação

O Fundo para o Fomento da Habitação (FFH) é um organismo público que visa a promoção de construção de imóveis para a habitação social, bonificação das taxas de juros de créditos concedidos por bancos para a construção de habitação, concessão de créditos para a construção, reparação ou ampliação de habitações, financiamento da promoção de estudos, execução de operações e trabalhos de urbanização que se mostrem necessários ao desenvolvimento das suas actividades bem como da instalação e das actividades dos organismos públicos responsáveis pela implementação de programas habitacionais do Estado, segundo o disposto no n.º 2 do Decreto n.º 24/95, de 6 de Junho, que cria aquele Fundo.

No que concerne à execução do IV Contrato Programa, esta entidade, recebeu da Direcção Nacional do Património do Estado 285.000.000,00 Meticais, que representam 79,4% do valor previsto (358.937.804,00 Meticais), dos fundos do Orçamento do Estado.

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-32

É de referir que do valor disponibilizado pelo Estado, foram gastos 144.159.411,30 Meticais, que representam 51%. Este facto, segundo o FFH, deveu-se à falta de regularidade na disponibilização de fundos pelo Governo, o que dificultou uma adequada previsão das suas actividades.

Em termos globais, em 2009, a execução da Componente Investimento situou-se em 31.279.106,00 Meticais, o que representa 16,2% do valor da dotação orçamental (193.645.623,81 Meticais). Deste valor, foram gastos, em Despesas Correntes, 27.571.634,00 Meticais, que representam 88,1%.

No que concerne aos projectos de investimento, da dotação prevista de 119.548.118,76 Meticais, foram executados 3.707.472,00 Meticais, o que corresponde apenas a 3,1%.

Sobre a baixa taxa de execução, os gestores da entidade esclareceram que a mesma deveu-se ao fraco ritmo de desembolsos efectuados pelo Governo e à inobservância dos prazos de execução pelos fornecedores de serviços e empresas de construção.

Da análise feita aos comprovativos das despesas de investimento, verificou-se o seguinte:

a) não foram executados os projectos “Urbanização de 640 talhões em Zimpeto” e “Reabilitação do Edifício do FFH-sede”. No exercício do contraditório, a entidade referiu que a não execução do primeiro projecto deveu-se à não disponibilização de um espaço pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo e a do segundo, ao litígio com a comissão de moradores do condomínio;

b) não foram definidos os procedimentos sobre a utilização dos valores depositados nas 14 contas bancárias existentes na sede do FFH, nem se obedeceu a critérios uniformes na movimentação dos fundos nelas existentes, facto que pode propiciar a falta de transparência e dificultar o controlo da gestão dos dinheiros públicos;

c) no âmbito do projecto de construção das 100 casas do tipo 3 em PICOCO II, Distrito de Boane, foram gastos 42.766.117,76 Meticais que representam 85,5% do valor orçado de 50.000.000,00 Meticais. É de referir que estas casas, ainda na fase de construção, apresentavam fissuras profundas tanto no soalho como nas paredes e algumas não tinham vigas na parte superior das paredes, janelas, portas, cobertura, nem a respectiva instalação eléctrica.

A entidade, confrontada com esta situação, mandou imediatamente paralisar as obras e remeteu o processo à Procuradoria Geral da República e ao Ministério das Obras Públicas e Habitação, para a responsabilização da empresa adjudicatária.

6.7.1.4.8 - Fundo de Promoção Desportiva

O Fundo de Promoção Desportiva (FPD) é uma instituição pública de âmbito nacional, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial, tutelada pelo Ministro da Juventude e Desportos, segundo o preceituado nos n.ºs 1 e 2 do artigo 1 do seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Decreto n.º 12/98, de 17 de Março.

Foram verificados os comprovativos das despesas no valor de 70.723.555,81 Meticais, que representa 86% do total executado (82.226.260,67 Meticais). Daquele valor, 9.143.041,58 Meticais correspondem às despesas pagas com receitas próprias, 31.293.084,06 Meticais, pela Componente Funcionamento e 34.812.548,40 Meticais, pelo Investimento. Nesta

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-33

análise foi apurado que não foram executados 3 projectos inscritos no Orçamento do Fundo, nomeadamente “MJD-2008-0004- Reabilitação de Campos de Jogos de Centros de Excelência em Gondola”, “MJD – 2009-0001- Complexo Desportivo Municipal de Tete” e “MJD-2009-0002-Parque dos Continuadores”.

Em relação à não execução dos projectos acima referidos, a entidade, em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, informou que:

• quanto ao “Projecto de Reabilitação de Campos de Jogos de Centros de Excelência de Gondola, existem dificuldades em viabilizar o projecto, contudo foi constituída uma comissão de trabalho que está a preparar o processo para a implementação do memorando;

• no que tange ao Complexo Desportivo Municipal de Tete, foi lançado um concurso de empreitada que, após a avaliação por parte da comissão, recomendou-se o cancelamento do mesmo pelo facto de os concorrentes terem apresentado o orçamento em moeda estrangeira e os valores das propostas serem superiores ao estipulado pelo consultor (5.000.000,00 Meticais e 155.000.000,00 Meticais) da proposta mais baixa, respectivamente.

• no concernente ao Parque dos Continuadores, o processo está no Tribunal Administrativo para efeitos do visto”.

Relativamente a este último ponto, há a referir que o contrato do projecto em causa foi devolvido por este Tribunal, através da Nota n.º 2117/3.ª/V-TA/2009, de 23 de Abril de 2009, para junção de mais elementos relacionados com o processo.

6.7.2 – Execução de Âmbito Provincial

6.7.2.1 - Execução das Despesas com Receitas Próprias e Consignadas das Entidades Auditadas

O quadro a seguir foi elaborado com base nos dados obtidos nas auditorias realizadas e na Conta Geral do Estado de 2009.

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Quadro n.º VI. 25 - Execução das Despesas Realizadas com Receitas Próprias e Consignadas

Próprias Consignadas Total

1Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado 144.550,00 329.788,91 474.338,91 0,00 -474.338,91

2Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado 0,00 915.801,91 915.801,91 0,00 -915.801,91

3Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa 81.825,00 224.991,00 306.816,00 0,00 -306.816,00

4Direcção Provincial da Agricultura do Niassa 5.553.423,64 0,00 5.553.423,64 0,00 -5.553.423,64

5Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa 34.100,00 0,00 34.100,00 0,00 -34.100,00

6Direcção Provincial das Obras Pública e Habitação do Niassa 103.980,42 0,00 103.980,42 25.000,00 -78.980,42

7Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa 0,00 130.593,45 130.593,45 0,00 -130.593,45

5.917.879,06 1.601.175,27 7.519.054,33 25.000,00 -7.494.054,33

(Em Meticais)

Fonte: Relatórios de auditorias e Mapa VII da CGE de 2009Total

DiferençaN.º InstituiçãoExecução com Receitas

CGE

Conforme se verifica no quadro supra, em termos globais, a execução das despesas com receitas próprias e consignadas foi de 7.519.054,33 Meticais, montante que difere do registado na CGE (25.000,00 Meticais), em 7.494.054,33 Meticais.

Nestas diferenças, destaca-se o montante da Direcção Provincial da Agricultura do Niassa, de 5.553.423,64 Meticais.

Este facto constitui violação do estabelecido no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, de que a Conta Geral do Estado deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de forma a possibilitar a sua análise económica e financeira.

A Conta Geral do Estado não reflecte a execução realizada com as receitas próprias e consignadas, à excepção da utilização feita pela Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa.

6.7.2.2 - Execução da Componente Funcionamento das Entidades de Âmbito Provincial Auditadas

O quadro a seguir foi elaborado com base na informação do mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Funcionamento, por UGB e ilustra a execução orçamental das entidades auditadas.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-35

Quadro n.º VI. 26 - Execução da Componente Funcionamento de Âmbito Provincial (Em Meticais)

Valor % Peso %

CGE

1Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado 39.789.863,27 39.761.048,58 99,9 2,7 39.761.050,00

2Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado 27.876.977,92 27.876.977,92 100,0 1,9 27.876.980,00

3Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado 130.891.176,80 130.887.435,85 100,0 8,7 130.887.440,00

4Direcção Provincial da Educação e Cultura de Cabo Delgado 621.385.382,29 621.385.382,29 100,0 41,4 621.385.380,00

5Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa 23.736.752,22 23.736.519,20 100,0 1,6 23.736.520,00

6 Direcção Provincial da Agricultura do Niassa 28.609.374,97 28.609.374,97 100,0 1,9 28.609.370,007 Direcção Provincial da Saúde do Niassa 113.441.534,49 113.441.534,49 100,0 7,6 113.441.530,00

8Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa 494.271.885,78 494.271.885,78 100,0 33,0 494.271.890,00

9Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa 9.185.440,23 9.185.440,23 100,0 0,6 9.185.440,00

10Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa 4.445.487,12 4.445.487,12 100,0 0,3 4.445.490,00

11Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo 5.868.022,50 5.717.210,00 0,0 0,4 5.717.210,00

Sub-Total 1.499.501.897,59 1.499.318.296,43 100,0 100,0 1.499.318.300,00Fonte: Mapa Demonstrativo Consolidado de Funcionamento por UGB e Mapa III-6 e VII da CGE de 2009

N.º Instituição Dotação ActualizadaExecução

Deste quadro, observa-se que a execução das entidades de Âmbito Provincial, auditadas pelo TA sobre o exercício económico de 2009, foi de 1.499.318.296,43 Meticais, que representa a quase totalidade da respectiva dotação orçamental (1.499.501.897,59 Meticais).

Relativamente ao peso na execução, destacam-se as Direcções Provinciais da Educação e Cultura de Cabo Delgado e do Niassa, com 41,4%, e 33%, respectivamente.

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6.7.2.3 - Execução da Componente Investimento de Âmbito Provincial das Entidades Auditadas

Os dados relativos à execução da Componente Investimento do Orçamento das entidades auditadas, referentes à CGE de 2009, são ilustrados no Quadro n.º VI.27, que se segue.

Quadro n.º VI. 27 - Execução da Componente Investimento de Âmbito Provincial

1Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado 47,370,937.22 14,571,077.22 30.8 2.3 14,571,080.00 2.78

2Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado 119,475,948.81 100,924,373.68 84.5 16.2 100,924,370.00 -3.68

3Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado 287,853,211.72 92,092,963.65 32.0 14.8 92,092,960.00 -3.65

4Direcção Provincial da Educação e C.de Cabo Delgado 101,713,775.00 95,873,565.33 94.3 15.4 95,873,570.00 4.67

5Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa 30,559,633.72 16,079,486.98 52.6 2.6 16,079,490.00 3.02

6Direcção Provincial da Agricultura do Niassa 72,211,790.45 52,231,329.59 72.3 8.4 52,231,330.00 0.41

7Direcção Provincial da Saúde do Niassa 85,186,465.92 66,040,657.20 77.5 10.6 66,040,660.00 2.80

8Direcção Provincial da Educação e C. do Niassa 208,778,275.41 164,722,874.59 78.9 26.5 164,722,880.00 5.41

9Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa 47,849,502.36 17,522,835.70 36.6 2.8 17,522,830.00 -5.70

10Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa 1,933,440.41 1,933,440.41 100.0 0.3 1,933,440.00 -0.41

11

Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo

520,476.72 520,476.72 100 0.1 520,480.00 3.28Total 1,003,453,457.74 622,513,081.07 62.0 100.0 622,513,090.00 8.93Fonte: Mapa Demonstrativo dos Consolidado de Investimento por UGB e Mapas XI da CGE de 2009

Deste quadro, observa-se que a execução das entidades auditadas pelo TA, relativamente ao exercício económico de 2009, na componente Investimento, em termos globais, foi de 622.513.081,07 Meticais que representam 62% da dotação orçamental de 1.003.453.457,74 Meticais.

Ainda no quadro acima verifica-se que a maior expressão em termos de peso foi assumida pelas Direcções Provinciais da Educação e Cultura do Niassa, com 26,5%, da Agricultura, da Educação e da Saúde de Cabo Delgado, com 16,2%, 15,4% e 14,8%, respectivamente, e as restantes situaram-se entre 0,3% e 10,6%.

6.7.2.4 - Análise dos Comprovativos

Neste ponto são apresentadas as constatações relevantes das auditorias efectuadas nas instituições de Âmbito Provincial.

6.7.2.4.1 - Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa

A Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa (DPPFN) é o órgão provincial dos Ministérios das Finanças e da Planificação e Desenvolvimento responsável pela coordenação e execução da actividade global daqueles ministérios na respectiva área de jurisdição territorial e funciona metodologicamente sob orientação daqueles órgãos centrais, nos termos

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-37

dos Diplomas Ministeriais n.º 152/2005, de 2 de Agosto e n.º 162/2005, de 10 de Agosto, do Ministério das Finanças e Ministério da Planificação e Desenvolvimento, respectivamente, e do estabelecido nos artigos 1, 2 e 3 do Regulamento Interno das Direcções Provinciais do Plano e Finanças, aprovado pelo Diploma Ministerial conjunto n.º 116/2007, de 29 de Agosto, dos Ministros das Finanças e da Planificação e Desenvolvimento.

Foram verificados os comprovativos das despesas realizadas no valor de 34.264.685,00 Meticais, que representa 86,1% do total executado (39.799.606,00 Meticais). Daquela amostra, 7.052.580,00 Meticais correspondem às despesas pagas com receitas próprias, 1.092.185,00 Meticais, com receitas consignadas, 7.879.736,00 Meticais, pela Componente Funcionamento e 18.240.184,00 Meticais, pelo Investimento.

Da verificação feita, apurou-se que dos 17 projectos inscritos no Orçamento desta instituição, não foram executados 4 projectos financiados com fundos externos, nomeadamente “MPD04-00-NIA-2007-0165 - Apoio ao Plano e Finanças - Fundo da Irlanda”, “NIA01-00-NIA-2008-0050 - Apoio à DPIC - Fundo Sueco”, “NIA01-00-NIA-2009-0204 - Construção do Centro de Formação Profissional de Cuamba” e “NIA01-00-NIA-2009-0215 - Construção de 50 Casas nos Centros de Reassentamento”.

Relativamente à falta de execução dos projectos em causa, a entidade, em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, não se pronunciou.

O facto acima mencionado traduz deficiente prestação de informação ao Tribunal Administrativo, nos termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

6.7.2.4.2 - Direcção Provincial da Agricultura do Niassa

A Direcção Provincial da Agricultura do Niassa (DPAN) é o órgão responsável pela direcção, planificação, coordenação e execução de toda actividade agrária na Província, segundo o artigo 1 do Estatuto Orgânico da DPA, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 57/88, de 27 de Abril, do Ministro da Agricultura.

Para efeitos de fiscalização das despesas realizadas nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 225.540.358,24 Meticais, que representa 58,9% do total executado de 383.123.348,59 Meticais. Daquele montante, 160.057.654,86 Meticais correspondem às despesas da Componente Funcionamento e 65.482.703,38 Meticais às de Investimento.

Da análise, apurou-se que 6 projectos de investimento não foram executados, sendo 5 financiados com fundos externos, nomeadamente, “AGRO2 01-NIA-2009-0157 - Construção de Pavilhão e Criação de Galinhas Poedeiras”, “AGRO2-03-NIA-2009-0156 – Swima - Produção de Mudas de Fruteiras”, “AGRO2-03-NIA-2009-0158 - Produção de Semente Melhorada de Milho no Povoado de Lissiete-Mandimba”, “AGRO2-04-NIA-2008-079-Reforço à Irrigação de Pequena Escala em Mandimba” e “AGRO2-05-NIA-2008-080 - Fomento de Piscicultura em Niassa” e 1 com recursos internos “AGRO2-03-NIA-0099-0012 - Programa de Desenvolvimento Agrário - Niassa”.

Em relação aos projectos não executados, a entidade afirmou que este facto deveu-se à recepção tardia dos fundos (23 de Dezembro de 2009).

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-38

6.7.2.4.3 - Direcção Provincial da Saúde do Niassa

A Direcção Provincial da Saúde do Niassa (DPSN) é o órgão do Aparelho do Estado que, a nível local, funciona como instrumento para a planificação, implementação e controlo dos objectivos e funções atribuídas ao Ministério da Saúde, conforme o disposto no artigo 72 do Diploma Ministerial n.º 9/88, de 20 de Janeiro, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério da Saúde.

Foram verificados os justificativos das despesas realizadas no valor de 162.243.037,34 Meticais, que representa 69,8% do total executado. Daquele montante, 77.084.779,70 Meticais correspondem às despesas pagas pela Componente Funcionamento e 85.158.257,64 Meticais às de Investimento, tendo sido constatado o seguinte:

a) não foi registada no Mapa Demonstrativo Consolidado do e-SISTAFE, da DPSN, a execução dos projectos “NIA-2009-0124 - Aquisição de Aparelhagem Sonora para a Sala de Reuniões” e “NIA-2009-0121 - Reabilitação e Apetrechamento da Sala de Reuniões da DPS-Niassa”, financiados com fundos internos, e “NIA-2009-0008- Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes na Província de Niassa-Geração Biz”, “NIA-2009-0116 - Construção do Centro de Saúde tipo II e Casas – Lupeliche”, financiados com fundos externos, no valor de 2.600.000,00 Meticais.

Relativamente a este assunto, a entidade afirma que as dotações dos projectos “NIA-2009-0124 -Aquisição de Aparelhagem Sonora para a Sala de Reuniões” e “NIA-2009-0121 -Reabilitação e Apetrechamento da Sala de Reuniões da DPS-Niassa”, por questões contingenciais e a mando do Governo Provincial, foram alocadas ao Sector de Educação, no âmbito do Festival Nacional dos Jogos Escolares de que a Província do Niassa foi anfitriã.

Ainda, segundo a mesma entidade, o projecto “NIA-2009-0121 -Reabilitação e Apetrechamento da Sala de Reuniões da DPS-Niassa”, foi posteriormente executado com fundos do projecto Family Health International (FHI).

Informaram, ainda, que o projecto “NIA-2009-0116 - Construção do Centro de Saúde tipo II e casas – Lupeliche”, foi executado, antes de 2009, ao contrário do que foi registado no Mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento do e-SISTAFE;

b) a falta dos comprovativos do valor de 56.267.229,97 Meticais, de Salários e Remunerações pagas.

Este procedimento constitui infracção financeira, à luz do disposto nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, viola o estabelecido no Título I, Capítulo XIII, artigo 104 do Manual de Administração Financeira, segundo o qual as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

Sobre esta matéria, consta do Relatório Anual do Ano/2009, fornecido pelo Gabinete de Inspecção da DPSN, que foi registado um arrombamento do cofre e furto de

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salários dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social do Lago e que houve descaminho de salários dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Mecula, tendo sido instaurados processos disciplinares e criminais, de que resultou a detenção de um funcionário.

6.7.2.4.4 - Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa

A Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa (DPECN) é o órgão do Governo Provincial que realiza e controla a aplicação unitária da Política de Educação do Estado com base nos princípios, objectivos, normas e programas definidos pelos órgãos centrais do Estado, Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Governo Provincial, em conformidade com o artigo 1 do Diploma Ministerial n.º 76/88, de 18 de Maio, que aprova o Estatuto Orgânico das Direcções Provinciais da Educação e Cultura, publicado no Boletim da República n.º 20, I Série.

Relativamente à execução orçamental desta entidade, foi seleccionada, com base na informação constante do e-SISTAFE, uma amostra de 87.469.970,17 Meticais que representa 17,1% do total executado de 510.783.860,37 Meticais. Do montante seleccionado, 29.600,00 Meticais referem-se às despesas pagas com receitas próprias, 19.308.596,52 Meticais, à Componente Funcionamento e 68.131.773,65 Meticais, ao Investimento.

Da análise dos comprovativos da despesa, constatou-se que vários números das facturas registados nas Ordens de Pagamento, emitidas pelo e-SISTAFE, não coincidem com os dos respectivos documentos anexos aos processos de prestação de contas. Estas anomalias verificaram-se tanto ao nível das despesas de Funcionamento como nas de Investimento, nos montantes de 5.437.775,14 Meticais e 6.516.294,00 Meticais, respectivamente.

Questionada sobre o assunto, a entidade informou que os lançamentos daquela informação no e-SISTAFE são efectuados, em alguns casos, com base nas Notas de Cabimentação, em virtude de os empreiteiros não enviarem atempadamente as facturas para processamento, aquando da elaboração do processo administrativo. Optou-se por esta medida porque o campo relativo ao documento externo não pode ficar em branco. A elaboração ou organização do processo administrativo da despesa ocorre posteriormente, depois de todos os pagamentos terem-se realizado, o que não devia ocorrer sem as respectivas facturas.

Refira-se que o registo de números de facturas falsas no e-SISTAFE, para a retirada de fundos públicos do cofre do Estado, constitui infracção financeira, nos termos da alínea a) do artigo 12 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, a falta de conformidade processual e documental no pagamento da despesa configura violação do preceituado no n.º 2 do artigo 26, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, segundo o qual é da competência do Agente do Controlo Interno certificar-se da legalidade dos actos que resultem no recebimento de numerário, realização de despesas e ainda registar a conformidade processual e documental.

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6.7.2.4.5 - Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa

Em conformidade com o Estatuto Orgânico – Tipo das Direcções Provinciais das Obras Públicas e Habitação, a Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação do Niassa é um órgão do Governo Provincial que tem a responsabilidade de garantir a implementação e execução, ao nível local, de obras públicas, habitação, urbanismo de construção e recursos hídricos, de acordo com as instruções dos órgãos centrais do Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH).

Quanto à análise das despesas realizadas nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 28.537.471,13 Meticais, que representa 92,2% do total executado de 30.942.276,25 Meticais. Aquele montante corresponde a 100.316,75 Meticais de despesas pagas com receitas próprias, 2.930.644,00 Meticais da Componente Funcionamento e 25.506.510,38 Meticais de Investimento.

Da verificação feita aos documentos de despesa constatou-se o seguinte:

a) segundo o Mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento por UGB/CED do e-SISTAFE, dos 6 projectos financiados com fundos externos, 5 não apresentam a execução. Porém, na auditoria, foram apurados pagamentos de despesas relacionados com os 5 projectos anteriomente referidos com fundos da Irlanda, através da conta bancária n.º 7094969, no Millennium bim;

b) a dotação programada para a construção de 20 fontes de água, no Distrito de Cuamba, no valor de 849.517,87 Meticais, no âmbito do projecto “MOP08-01-NIA2009-0041 – Reabilitação de 60 fontes de abastecimento de água” em 4 distritos da Província do Niassa, foi executada, integralmente, no pagamento da dívida contraída na construção do Pequeno Sistema de Abastecimento de Água no Acampamento Turístico de Matchedje. Apesar desta modificação ter sido autorizada por despacho formal do Governador da Província, a mesma não foi posteriormente registada no e-SISTAFE;

c) vários números de facturas registados no e-SISTAFE, referentes à Componente Funcionamento, no valor de 1.071.357,65 Meticais, não coincidem com os das próprias facturas anexas nas pastas de arquivos.

A entidade, no exercício do contraditório do relatório de auditoria, reconheceu a irregularidade e afirmou que embora os correspondentes números das facturas não tenham sido registados no e-SISTAFE, os montantes indicados foram efectivamente pagos aos beneficiários mencionados, sem produzir qualquer prova do afirmado.

O registo de números de facturas falsas no e-SISTAFE, para a retirada de fundos públicos do cofre do Estado, constitui infracção financeira, ao abrigo do disposto na alínea a) do artigo 12 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, a falta de conformidade processual e documental no pagamento da despesa configura violação do preceituado no n.º 2 do artigo 26, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, segundo o qual é da competência do Agente do Controlo Interno certificar-se da legalidade dos actos que resultem no recebimento de numerário, realização de despesas e ainda registar a conformidade processual e documental.

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6.7.2.4.6 - Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa

A Direcção Provincial da Indústria e Comércio do Niassa (DPICN) é o órgão local para a direcção, planificação e coordenação das áreas definidas no Decreto Presidencial n.º 15/2000, de 19 de Setembro, que tenham aplicação a nível das províncias, de acordo com o desenvolvimento económico e social, aprovado pela Resolução n.º 12/2002, de 21 de Agosto, que regula o Estatuto-Tipo das Direcções Provinciais da Indústria e Comércio, no seu artigo 1.

Foram verificados os comprovativos das despesas realizadas por esta entidade, no montante de 5.597.225,26 Meticais, que representa 94,7% do total executado (5.907.487,12). Do montante seleccionado, 120.137,09 Meticais correspondem a despesas pagas com receitas próprias, 3.672.695,56 Meticais, à Componente Funcionamento e 1.804.392,61 Meticais, ao Investimento.

Há a referir que do extracto da conta bancária n.º 88518903, no Millennium bim, constam transferências para contas pessoais de alguns funcionários daquela entidade, no montante de 93.880,00 Meticais. Deste valor, 65.650,00 Meticais foram para a conta do Director Provincial, 13.000,00 Meticais, para a Chefe de Repartição de Administração e Finanças, 5.850,00 Meticais para o Chefe do Departamento de Comércio, 1.050,00 Meticais para o Chefe da Secretaria e 8.600,00 Meticais para um motorista. Salienta-se que a entidade, em sede da auditoria, não disponibilizou quaisquer documentos a respeito destas operações.

A entidade, reagindo em relação ao Relatório Preliminar de Auditoria, referiu que “...devido à ausência de cheques na instituição para o pagamento de algumas despesas aos fornecedores, estas transferências foram feitas para algumas contas dos funcionários da DPICN para fazer face a algumas despesas de carácter urgente”.

Sobre este assunto, é entendimento do Tribunal que as transferências não deviam ter sido efectuadas para as contas bancárias daqueles funcionários mas sim directamente para as dos fornecedores.

Igualmente, não foram disponibilizados os justificativos das transferências efectuadas da conta Salários n.º 86060923, sediada no Millennium bim, para as contas de 3 funcionários, no montante de 78.057,40 Meticais, sendo 55.447,70 Meticais para a Chefe da Repartição de Administração e Finanças, 20.592,00 Meticais para uma funcionária e 2.017,70 Meticais para um motorista.

Em relação a esta matéria, a entidade, em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, não teceu quaisquer comentários.

Os factos mencionados constituem infracção financeira à luz do disposto nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, violam o estabelecido no Título I, Capítulo XIII, artigo 104 do Manual de Administração Financeira, segundo o qual as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

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6.7.2.4.7 - Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado

A Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado (DPPFCD) é o órgão provincial dos Ministérios das Finanças e da Planificação e Desenvolvimento, responsável pela coordenação e execução da actividade global daqueles ministérios na respectiva área de jurisdição territorial e funciona metodologicamente sob orientação daqueles órgãos centrais, nos termos dos Diplomas Ministeriais n.º 152/2005, de 2 de Agosto, do Ministério das Finanças e n.º 162/2005, de 10 de Agosto, do Ministério da Planificação e Desenvolvimento e do estabelecido nos artigos 1, 2 e 3 do Regulamento Interno das Direcções Provinciais do Plano e Finanças, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 116/2007, de 29 de Agosto, dos Ministros das Finanças e da Planificação e Desenvolvimento.

Para efeitos de análise das despesas realizadas nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 64.186.294,52 Meticais, que representa 67% do total executado de 95.784.876,11 Meticais. Daquele montante, 179.468,14 Meticais correspondem às despesas pagas com receitas próprias, 9.058.882,97 Meticais, com receitas consignadas, 42.487.938,62 Meticais à Componente Funcionamento e 12.460.004,79 Meticais ao Investimento.

Da verificação dos processos das despesas, apurou-se que os números de algumas facturas registados nas ordens de pagamento diferem dos apresentados nos respectivos documentos.

O registo de números de facturas falsas no e-SISTAFE, para a retirada de fundos públicos do cofre do Estado, constitui infracção financeira, ao abrigo do disposto na alínea a) do artigo 12 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, a falta de conformidade processual e documental no pagamento da despesa contraria o preceituado no n.º 2 do artigo 26, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, segundo o qual é da competência do Agente do Controlo Interno certificar-se da legalidade dos actos que resultem no recebimento de numerário, realização de despesas e ainda registar a conformidade processual e documental.

6.7.2.4.8 - Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado

A Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado (DPSCD) é o órgão do Aparelho do Estado que funciona como um instrumento para a planificação, implementação e controlo dos objectivos e funções atribuídas ao Ministério da Saúde, conforme o disposto no artigo 72 do Diploma Ministerial n.º 9/88, de 20 de Janeiro, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério da Saúde.

Foram verificados os comprovativos das despesas realizadas pela entidade, no montante de 226.172.270,58 Meticais que representa 83,3% do total executado de 271.526.144,00 Meticais. Do valor seleccionado, 98.848.604,02 Meticais correspondem às despesas pagas pela Componente Funcionamento e 127.323.666,56 Meticais, pela de Investimento.

Não foram apresentados, durante a auditoria, os justificativos correspondentes ao montante de 28.665.732,38 Meticais, conforme se indica a seguir.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-43

Quadro n.º VI.28 – Despesas sem Justificativos (Em Meticais)

Designação Valor

Conta bancária n.º 126055963 - Funcionamento 9.813.877,94Conta bancária n.º 73895183 - Salários e Remunerações 2.805.859,66Funcionamento - Via Directa 5.710.158,06Conta bancária n.º 3031451451007 - Fundo Comum Provincial 5.775.367,58

Conta bancária n.º 968166810001- PROSAÚDE 76.875,00

Conta bancária n.º 4796748 - Fundos da OMS 788.066,50Conta bancária n.º 3031265191006 - Fundos daUNICEF 3.695.527,64Total 28.665.732,38Fonte: DPSCD

Refira-se que o desaparecimento de bens, dinheiros ou outros valores públicos, sem saída documentada constitui infracção financeira de acordo com o disposto nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Por outro lado, o facto descrito configura violação do estipulado no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, segundo o qual as prestações de contas previstas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de 5 anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício, para eventuais consultas ou auditorias.

6.7.2.4.9 - Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo

A Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo (DPTCM) é o órgão provincial do Aparelho de Estado para a planificação, direcção e coordenação da área sócio-económica dos Transportes e Comunicações, conforme o n.º 1 do artigo 1 do Estatuto Orgânico destas direcções, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 110/88, de 24 de Agosto.

Nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 4.148.495,52 Meticais, que representa 66,5% do total executado de 6.237.690,00 Meticais. Daquele montante, 925.258,46 Meticais correspondem às despesas pagas com fundos provenientes das receitas consignadas, 2.960.335,32 Meticais, à Componente Funcionamento e 262.901,74 Meticais à de Investimento. Apurou-se que não foi executado, por esta direcção, o Projecto “EGE-O2-EGE-2008-002-Encargos em Recursos Humanos para o Funcionamento e para a Capacitação Institucional dos Órgãos do Estado”, que consta como executado no Mapa Demonstrativo Consolidado desta entidade.

Em sede do contraditório do Relatorio Preliminar da Auditoria, a entidade afirmou que o projecto em causa não foi por ela executado, nem consta do seu Plano Económico Social de 2009.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-44

6.7.3 – Execução de Âmbito Distrital

Em 2009, na execução do Orçamento do Estado de Âmbito Distrital, foram auditadas as Secretarias e os Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, da Saúde, Mulher e Acção Social, de Planeamento e Infra-estruturas de Mueda, Mocímboa da Praia e Montepuez na Província de Cabo Delgado, e de Marracuene na Província de Maputo.

É de referir que tanto no e-SISTAFE como na CGE de 2009, não são apresentados os dados sobre a execução dos diferentes serviços distritais, visto que estes ainda não foram integrados naquele sistema. Assim, é apresentada, de forma resumida, neste ponto, a informação sobre a execução dos distritos que foram auditados.

6.7.3.1 - Execução das Despesas com Receitas Próprias e Consignadas dos Distritos Auditados

No quadro a seguir, é apresentada a execução das despesas com receitas próprias e consignadas, por aqueles distritos.

Quadro n.º VI.29 – Execução das Despesas com Receitas Próprias e Consignadas

Próprias Consignadas Total CGE Diferença1 Distrito de Marracuene 101.638,00 0,00 101.638,00 369.560,00 267.922,002 Distrito de Mueda 0,00 0,00 0,00 129.730,00 129.730,003 Distrito de Montepuez 182.586,50 0,00 182.586,50 46.670,00 -135.916,50

4 Distrito de Mocímboa da Praia 512.723,69 0,00 512.723,69 45.220,00 -467.503,69796.948,19 0,00 796.948,19 591.180,00 -205.768,19

(Em Meticais)

Fonte: Relatórios de auditorias e Mapas VIII-02 e VIII-10 da CGE

N.º Distritos

Total

Execução com Receitas

Conforme se verifica no quadro, a execução das despesas com receitas próprias e consignadas foi, em termos globais, de 796.948,19 Meticais. Este montante difere em 205.768,19 Meticais do registado na CGE de 2009.

Segundo o disposto no artigo 45, conjugado com o n.º 1 do artigo 46, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, a Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem como apresentar o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos órgãos do Estado, devendo ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de forma a possibilitar a sua análise económica e financeira, o que não foi o caso.

6.7.3.2 – Execução da Componente Funcionamento das Entidades de Âmbito Distrital Auditadas

O Quadro n.º VI.30 foi elaborado com base na informação constante do Mapa Demonstrativo Consolidado da Componente Funcionamento por UGB, extraída do e-SISTAFE e reflecte a execução orçamental relativa à Conta Geral do Estado de 2009.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-45

Quadro n.º VI.30 – Execução da Componente Funcionamento das Entidades Auditadas de Âmbito Distrital

Entidade % CGE1 Distrito de Mueda 14.426.156,53 14.426.156,53 100 14.426.160,02 Distrito de Montepuez 17.426.293,28 17.426.293,28 100 17.426.290,03 Distrito de Mocímboa da Praia 14.656.029,69 14.656.029,69 100 14.656.030,04 Distrito de Marracuene 86.894.640,00 86.894.640,00 100 86.894.640,00

133.403.119,50 133.403.119,50 100 133.403.120,00

(Em Meticais)

Fonte: Mapas Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Funcionamento por UGB/CED e Mapas VIII da CGE de 2009Total

N.º Distritos Dotação Actualizada

Execução

Observa-se que a execução das entidades, no exercício económico de 2009, foi de 133.403.119,50 Meticais que representam 100% da respectiva dotação final.

6.7.3.3 - Execução da Componente Investimento das Entidades de Âmbito Distrital Auditadas

Os dados relativos à execução da Componente Investimento do Orçamento das entidades auditadas, referentes à CGE de 2009, são ilustrados no Quadro n.º VI.31, que se segue.

Quadro n.º VI.31 – Execução da Componente Investimento das Entidades Auditadas de Âmbito Distrital

Entidade % CGE1 Distrito de Mueda 11.065.170,00 11.065.170,00 100 11.065.170,002 Distrito de Montepuez 10.831.630,00 10.548.995,00 97,4 10.549.000,003 Distrito de Mocímboa da Praia 10.107.550,00 9.963.709,00 98,6 9.963.710,004 Distrito de Marracuene 12.031.077,00 12.031.077,00 100 12.031.077,00

44.035.427,00 43.608.951,00 99,0 43.608.957,00

(Em Meticais)

Fonte: Mapas Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento por UGB/CED e Mapas XII da CGE de 2009

Total

N.º DistritosDotação Actualizada Execução

Conforme ilustra o quadro, a execução das entidades distritais auditadas pelo TA, relativa ao exercício económico de 2009, foi de 43.608.951,00 Meticais.

6.7.3.4 – Análise dos Comprovativos

A análise dos comprovativos das despesas executadas incidiu sobre a informação respeitante à execução orçamental efectuada pelos governos distritais que compreendem diferentes serviços e secretarias distritais.

As constatações das auditorias realizadas nestas entidades são apresentadas a seguir, por distrito.

6.7.3.4.1 – Distrito de Mueda

Neste distrito, foi analisada a execução das despesas das componentes Funcionamento e Investimento do Orçamento, concretamente os contratos de mútuo no âmbito do Fundo de Investimento de Iniciativa Local, os contratos celebrados entre as entidades e as empresas fornecedoras de bens e os de prestação de serviços e de empreitada de obras públicas.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-46

Na Componente Investimento, foram auditados os projectos “MED01-00-MED-2009-0001- Reabilitação da Residência do Chefe do Posto de Negomano”, “ED01-00-MED-2009-0001-Reabilitação do Edificio do Gabinete do Administrador” e “MED02-00-MED-2008-0001- Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Alimentos”, executados pela Secretaria Distrital, “MEC02-05-MED-2008-003 - Fundo de Apoio à Supervisão Distrital- Educação”, à responsabilidade do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia e “MOP10-01-MOP-2008-0002 - Projecto Asas”, implementado pelo Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estruturas.

Seguidamente, são apresentadas as constatações das auditorias das entidades do Distrito de Mueda.

6.7.3.4.1.1 – Secretaria Distrital de Mueda

A Secretaria Distrital de Mueda (SDM) é o órgão que presta a assistência técnica e administrativa necessária ao funcionamento do Governo Distrital. Compete-lhe organizar, planificar e controlar as actividades do Governo Distrital, em geral, e das áreas da função pública e da administração local do Estado, em conformidade com o n.º 2 do artigo 3 do Decreto n.º 6/2006, de 12 de Abril, que aprova o Estatuto Orgânico do Governo Distrital.

Foram verificados os justificativos das despesas realizadas pela Secretaria, no montante de 12.617.919,17 Meticais, representando 91% da execução (13.865.152,88 Meticais). Daquele montante, 2.761.219,17 Meticais correspondem à Componente Funcionamento e 9.856.700,00 Meticais à de Investimento. Da amostra analisada, constatou-se o seguinte:

a) falta das facturas e recibos das despesas realizadas na Componente Funcionamento, no valor de 91.784,46 Meticais, constituindo infracção financeira, à luz do estatuído nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julh. A ausência de comprovativos das despesas viola o disposto no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos o qual preceitua que as prestações de contas, bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias.

b) 12 dos 211 mutuários que beneficiaram de financiamento do Fundo de Investimento de Iniciativa Local, em 2009, não foram registados nos respectivos postos administrativos.

6.7.3.4.1.2 - Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Mueda

O Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Mueda (SDEJTM) é o órgão do aparelho distrital do Estado responsável pela implementação das acções do Governo ao nível do Distrito, nos domínios da Educação, da Cultura, da Juventude e Desporto e da Ciência e Tecnologia.

Nesta entidade, foi analisada a execução do projecto “MEC02-05-MED-2008-003 - Fundo de Apoio à Supervisão Distrital- Educação”, no valor de 1.008.470,00 Meticais, que corresponde à dotação orçamental.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-47

Este projecto foi criado com o objectivo de dotar o distrito de meios materiais e financeiros que permitam a realização das actividades de supervisão, de forma autónoma, contribuindo para a melhoria do desempenho da Educação e Cultura.

Da verificação dos comprovativos que integram os processos do referido projecto, constatou-se o seguinte:

a) 20.000,00 Meticais dos fundos concedidos ao projecto “FASE” foram alocados ao projecto de “Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Comida”, sem autorização da entidade competente. Este procedimento consubstancia desvio de aplicação nos termos do disposto no artigo 78 do Capítulo VIII, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, dado que a despesa não observa o correcto enquadramento em um ou mais classificadores da célula orçamental a que corresponde;

b) foram adquiridos 3.650,86 litros de combustível de que não se indica, no processo, a finalidade, contrariando o estatuído na alínea d) do n.º 1 do artigo 13, da Lei n.º 9/2002, de 9 de Fevereiro, a qual estabelece que cada despesa deve ser suficientemente individualizada.

Refira-se que a preterição das normas de execução orçamental constitui infracção financeira à luz do preceituado na alínea b) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo.

6.7.3.4.1.3 - Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estruturas de Mueda

Em conformidade com o disposto no artigo 1 do Diploma Ministerial n.º 146/2009, de 24 de Junho, o Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas de Mueda (SDPIM) é o órgão do aparelho distrital do Estado responsável pela planificação, direcção e coordenação das actividades do sector.

No período em análise, a entidade executou a totalidade da sua dotação de 499.998,00 Meticais. Deste montante, 200.000,00 Meticais referem-se à execução do projecto “MOP10-01-MOP-2008-0002 - Projecto ASAS” e 299.998,00 Meticais, às despesas da Componente Funcionamento, de que não foram disponibilizados os correspondentes justificativos.

O facto acima descrito configura infracção do estabelecido no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, constituindo infracção financeira, nos termos do preconizado no n.º 1 do artigo 12, conjugado com o artigo 13, ambos do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

6.7.3.4.2 – Distrito de Montepuez

No âmbito da auditoria realizada a este distrito, foi analisada a execução das despesas da Componente Funcionamento e de 4 projectos de Investimento, nomeadamente, “MTP 02-00-MTP-2008-0005 - Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Alimentos”, executado pela Secretaria Distrital, “MTP 01-00-MTP -2009-0005-Construção de uma Residência para o Chefe do Posto Administrativo”, “MTP 03-00-MTP -2009-0002 - Construção de uma Casa

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-48

para funcionários”, executados pelo Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas e o projecto “MEC 02-05-MTP -2008-0002 - Fundo de Apoio à Supervisão Distrital – Educação”, a cargo do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia.

Seguidamente, são apresentadas as constatações das auditorias, por entidade.

6.7.3.4.2.1 – Secretaria Distrital de Montepuez

A Secretaria Distrital de Montepuez (SDMTP) é o órgão que presta a assistência técnica e administrativa necessária ao funcionamento do Governo Distrital. Compete-lhe organizar, planificar e controlar as actividades do Governo Distrital, em geral, e das áreas da função pública e da administração local do Estado, em conformidade com o n.º 2 do artigo 3 do Decreto n.º 6/2006, de 12 de Abril, que aprova o Estatuto Orgânico do Governo Distrital.

Foram verificados os comprovativos das despesas realizadas pela entidade, no valor de 12.647.092,73 Meticais que representam 98,6% da execução (12.833.559,19 Meticais). Desta amostra, 2.253.115,73 Meticais são da Componente Funcionamento e 10.393.977,00 Meticais, da Componente Investimento. Da análise, apurou-se o seguinte:

a) falta de justificativos no valor de 10.541.106,50 Meticais, sendo 220.244,89 Meticais das despesas pagas pela conta n.º 6529362 e 28.725,42 Meticais, pela conta n.º 112444147, ambas sediadas no Millennium bim, 9.267.336,19 Meticais, correspondentes a pagamentos, por via directa, da Componente Funcionamento e 1.024.800,00 Meticais, da Componente Investimento.

A ausência de comprovativos das despesas configura infracção financeira, à luz do preconizado nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho e constitui violação do preceituado no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos;

b) através da conta bancária n.º 112430276 – Reembolsos dos Fundos do Projecto “Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Alimentos” foram concedidos empréstimos no valor 11.500,00 Meticais, no total, a 4 desmobilizados de guerra, para a deslocação dos seus filhos à Província de Maputo.

A realização desta despesa constitui desvio de aplicação, à luz do disposto no artigo 78 do Capítulo VIII, do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, ao não observar o correcto enquadramento no classificador da célula orçamental respectiva.

6.7.3.4.2.2 – Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Montepuez

O Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Montepuez (SDEJTMTP) é o órgão do aparelho distrital do Estado responsável pela implementação das acções do Governo ao nível do Distrito, nos domínios da Educação, da Cultura, da Juventude e Desporto e da Ciência e Tecnologia.

De acordo com o Mapa Demonstrativo Consolidado do Investimento por UGB/CED, no exercício económico de 2009, nesta entidade, foi executado o projecto “MEC 02-05-MTP-

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-49

2008-0002-Fundo de Apoio à Supervisão Distrital-Educação”, no montante de 1.089.995,00 Meticais que corresponde a 79,4% do valor orçado (1.372,630,00 Meticais).

Para a conferência das despesas pagas no âmbito deste projecto foi seleccionada uma amostra de 885.914,00 Meticais, equivalentes a 81,3% do total executado.

Daquela amostra, não foram disponibilizados os comprovativos no montante de 339.058,00 Meticais, correspondentes a 38,3%, o que contraria o estatuído no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, já referido, constituindo infracção financeira, nos termos do disposto nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

6.7.3.4.3 – Distrito de Mocímboa da Praia

Neste distrito, foi analisada a informação respeitante à execução das despesas das componentes de Funcionamento e de Investimento do Orçamento, os contratos de mútuo, no âmbito do Fundo de Investimento de Iniciativa Local e os contratos celebrados entre as entidades do distrito e as empresas fornecedoras de bens e de prestação de serviços e empreitada de obras públicas.

Na Componente Investimento, foram auditados 5 projectos, sendo “MCP01-00-MCP-2009-0002 - Reabilitação da Secretaria do Posto Administrativo de Diaca”, “MCP01-00-MCP-2009-0003- Construção da Secretaria Distrital de Mocímboa da Praia”, “MCP02-00-MCP-2008-0001- Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Alimentos” e “MCP02-05-MCP-2008-0002 - Projecto ASAS”, executados pela Secretaria Distrital, e “MCP02-05-MCP-2008-0002 - Fundo de Apoio à Supervisão Distrital – Educação”, à responsabilidade do Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia.

Seguidamente, são apresentadas as constatações relevantes, por entidade.

6.7.3.4.3.1 – Secretaria Distrital de Mocímboa da Praia

A Secretaria Distrital de Mocímboa da Praia (SDMP) é o órgão que presta assistência técnica e administrativa necessária ao funcionamento do Governo Distrital. Compete-lhe organizar, planificar e controlar as actividades do Governo Distrital, em geral, e das áreas da função pública e da administração local do Estado, em conformidade com o n.º 2 do artigo 3 do Decreto n.º 6/2006, de 12 de Abril, que aprova o Estatuto Orgânico do Governo Distrital.

Foram verificados os justificativos das despesas realizadas pela entidade, pela Componente Investimento, no valor de 2.376.079,50 Meticais, que representam 98,7% do total executado (2.407.783,39 Meticais), dos quais 1.460.083,39 Meticais são relativos a 4 projectos de investimento e 915.996,11 Meticais, aos débitos da conta bancária n.º 203111000256 – Reembolsos do FIIL2, sediada no Barclays, tendo-se constatado o seguinte:

a) falta das facturas e recibos das despesas efectuadas, no montante de 283.570,55 Meticais, na execução do projecto “MOP01-00-MCP-2009-0002 – Reabilitação da Secretaria do Posto Administrativo de Diaca”;

2 Fundo do Investimento de Iniciativa Local

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-50

b) inexistência de documentos relativos à autorização dada pela entidade competente, para a realocação dos fundos do projecto “MOP01-00-MCP-2009-0003 – Construção da Secretaria Distrital da Mocímboa da Praia”, para a aquisição de bens móveis, no valor de 306.025,00 Meticais, destinados à residência do Administrador daquele distrito;

c) no âmbito do projecto “MOP02-00-MCP-2008-0001 – Geração de Rendimento, Emprego e Produção de Alimentos”, alguns contratos de desembolso, termos de entrega e de compromisso de reembolso de fundos não foram assinados pelos respectivos intervenientes, no valor de 182.000,00 Meticais;

d) os reembolsos efectuados na conta n.º 203111000256, do Banco Barclays, atinentes aos desembolsos de 2007 e 2008, totalizaram 1.081.104,50 Meticais. É de referir que durante o ano em análise, foram debitados 1.111.219,39 Meticais, não tendo sido disponibilizados os justificativos relativos a 915.996,11 Meticais que representam 82,4% daquele montante.

Os factos mencionados nas alíneas a) a d) configuram infracção financeira, à luz do preconizado nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho e constitui violação do preceituado no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos.

6.7.3.4.3.2 – Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Mocímboa da Praia

O Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Mocímboa da Praia (SDEJTMP) é o órgão do aparelho distrital do Estado responsável pela planificação, direcção e coordenação das actividades do sector em conformidade com o artigo 1 do Diploma Ministerial n.º 148/2009, de 24 de Junho, que aprova o Regulamento - Tipo da orgânica destes Serviços Distritais.

No âmbito do Fundo de Apoio ao Sector da Educação, foram alocados 616.300,00 Meticais a este distrito, tendo sido executados 523.595,00 Meticais, que representam 85%.

Da aferição dos comprovativos disponibilizados, constatou-se o seguinte:

a) ausência de recibos dos pagamentos feitos na aquisição de diverso material de escritório e equipamento de transporte, no valor total de 432.659,50 Meticais, o que constitui infracção financeira, à luz do preconizado nos artigos 12 e 13, ambos do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho e viola o preceituado no artigo 104, Título I, do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos;

b) não foram indicados os beneficiários de 2 motorizadas, 4 bicicletas e respectivos acessórios e uma máquina de escrever, pagos através da OP n.º 20090005, de 04/05/2009, no valor de 92.445,00 Meticais. Este facto constitui deficiente prestação de informação ao Tribunal Administrativo, nos termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-51

6.7.3.4.4 – Distrito de Marracuene

Neste distrito, foi verificada a execução das despesas das componentes Funcionamento e Investimento e dos contratos celebrados entre as entidades e as empresas fornecedoras de bens e de prestação de serviços e empreitadas de obras públicas.

Da apreciação realizada, foram extraídas as constatações consideradas relevantes que são apresentadas a seguir, por entidade.

6.7.3.4.4.1 - Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estruturas de Marracuene

Em conformidade com o Diploma Ministerial n.º 146/2009, de 24 de Junho, o Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estruturas de Marracuene (SDPIM) é o órgão do aparelho distrital do Estado responsável pela planificação, direcção e coordenação das actividades do sector.

Nesta entidade, para efeitos de verificação das despesas realizadas, foi seleccionada uma amostra de 652.562,90 Meticais que representa 37,1% da execução (1.757.130,00 Meticais). Da análise efectuada, constatou-se que foram adquiridos, pelo orçamento da entidade, produtos alimentares e de higiene para a residência da Directora, no valor de 18.569,79 Meticais. Esta despesa não se enquadra nos objectivos de funcionamento desta instituição.

Assim, e segundo o estabelecido no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, “Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, (...) seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”.

6.7.3.4.4.2 - Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social de Marracuene

O Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social de Marracuene (SDSMAS) é o órgão do aparelho distrital do Estado para a planificação, direcção e coordenação das actividades do sector, conforme o disposto no artigo 1 do Diploma Ministerial n.º 147/2009, de 24 de Junho, que aprova o Regulamento-Tipo da Orgânica do Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social.

No âmbito da análise das despesas realizadas nesta entidade, foi seleccionada uma amostra de 5.050.333,85 Meticais, representando 52,2% da execução (9.669.340,00 Meticais). Deste montante, 89.385,00 Meticais correspondem aos pagamentos efectuados pelos fundos das receitas consignadas, 2.760.488,39 Meticais, pela Componente Funcionamento e 2.200.460,46 Meticais referem-se ao Fundo Comum, tendo-se constatado o seguinte:

a) não foi disponibilizado o suporte documental do pagamento de subsídio de almoço, feito de Janeiro a Dezembro de 2009, a 124 funcionários deste serviço, no montante global de 415.924,91 Meticais, no âmbito do projecto PROSAÚDE. Este facto infringe o estabelecido no artigo 104 do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, segundo o qual as prestações de contas bem como os documentos originais comprovativos dos actos de gestão, deverão ser mantidos em arquivo organizado pelo período de cinco anos a contar da data de aprovação da CGE do exercício correspondente, para eventuais consultas ou auditorias;

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-52

b) não foi indicado o local em que foram usados os materiais de vedação, no valor de 9.930,96 Meticais, pagos pela OP 200900627. Tal facto constitui deficiente prestação de informação ao Tribunal Administrativo, nos termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

6.7.4 – Processos Relativos aos Contratos

As auditorias referentes ao ano de 2009 tiveram também como objectivos a verificação da observância da legislação sobre a fiscalização prévia das despesas públicas, contratação pública e o funcionamento da Administração Pública.

Neste âmbito, a nível central, provincial e distrital, foram analisados 5.967 processos, sendo 4.509 de pessoal, 707 de fornecimento de bens, 282 de prestação de serviços, 369 de empreitada de obras públicas, 56 de consultoria e 44 de arrendamento, cujas principais constatações são apresentadas seguidamente.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-53

Quadro n.º VI.32 - Processos Analisados nas Auditorias Relativas ao Ano de 2009

Pessoal Bens Serviços

Empreitada

Arrenda-mento

Consul-toria

Total

1 Ministério da Administração Estatal (MAE) 208 29 25 0 0 0 262

2 Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes (MAAC) 84 5 11 4 1 1 106

3 Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) 358 6 21 0 0 0 3854 Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) 370 11 5 0 0 0 3865 Ministério da Energia (ME) 168 46 5 6 2 15 2426 Ministério da Função Pública (MFP) 73 0 24 1 2 0 1007 Ministério da Indústria e Comércio (MIC) 313 17 7 4 2 0 3438 Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD) 214 21 23 1 2 2 2639 Ministerio dos Transportes e Comunicações (MTC) 176 16 8 5 0 0 205

10 Fundo do Ambiente (FUNAB) 24 21 14 0 1 0 6011 Fundo para o Fomento da Habitação (FFH) 80 25 13 28 6 9 16112 Fundo de Energia (FUNAE) 88 3 0 50 2 23 16613 Fundo para a Promoção Desportiva (FPD) 17 4 14 4 1 3 4314 Universidade Eduardo Mondlane (UEM) 82 61 4 24 0 0 171

2.255 265 174 127 19 53 2.893

15 Direcção Provincial da Agricultura do Niassa (DPA) 157 20 2 4 0 0 183

16 Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa (DPEC) 190 26 11 112 4 0 343

17 Direcção Provincial da Indústrica e Comércio do Niassa (DPIC) 35 6 0 2 0 0 43

18 Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa (DPPF) 114 26 11 3 1 0 155

19 Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa (DPOPH) 116 17 1 4 0 2 140

20 Direcção Provincial da Saúde do Niassa (DPS) 247 57 22 16 12 0 354

21 Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado (DPA) 194 12 1 3 1 0 211

22 Direcção Provincial da Educação e Cultura de Cabo Delgado (DPEC) 155 97 21 38 0 0 311

23 Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado (DPPF) 82 11 17 2 0 0 112

24 Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado (DPS) 161 73 16 40 7 0 297

25 Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações de Maputo (DPTC)17 0 0 0 0 0

17

1.468 345 102 224 25 2 2.166

26 Secretaria Distrital de Mocímboa da Praia (SDMP) 346 30 0 3 0 1 38027 Secretaria Distrital de Montepuez (SDMPZ) 161 11 5 8 0 0 18528 Secretaria Distrital de Mueda (SDM) 49 5 0 3 0 0 57

29 Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Marracuene (SDEJT) 84 18 0 1 0 0

103

30 Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estructuras de Marracuene (SDPI) 9 3 1 3 0 0

16

31 Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Acção Social de Marracuene (SDSMAS) 137 30 0 0 0 0

167

786 97 6 18 0 1 9084.509 707 282 369 44 56 5.967

Fonte: Relatórios de Auditorias

Tipos de Processos

Entidades

Instituições de Âmbito Central

Instituições de Âmbito ProvincialSub-total (Âmbito Central)

Sub-total (Âmbito Provincial)Instituições de Âmbito Distrital

Sub-total (Âmbito Distrital)

Total

Ordem

6.7.4.1 - Processos Relativos ao Pessoal

Da conferência de 4.509 processos relativos ao pessoal, apurou-se o seguinte:

a) 381 processos, correspondentes a 8,4% do analisado, relativos a contratos, títulos de provimento, despachos de rescisão de contratos e a comissão de serviço das entidades

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-54

indicadas no Quadro VI.33, foram executados sem o visto ou anotação do Tribunal Administrativo, contrariando o disposto no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho (regime jurídico da fiscalização prévia das despesas públicas), o qual estabelece que a eficácia dos actos e contratos está condicionada à concessão do visto pelo Tribunal Administrativo. Por seu turno, o n.º 1 do artigo 11 da mesma lei, dispõe que estão sujeitos à anotação os actos não sujeitos a visto que a lei determinar.

A falta do visto deste Tribunal torna os actos e contratos inexequíveis e insusceptíveis de quaisquer efeitos financeiros, nos termos do n.º 1 do artigo 7 da lei supracitada. Ora, tendo havido execução destes actos e contratos sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI.33 - Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

Entidades Qtd. Situação Niassa Qtd. Situação Montepuez Qtd. Situação

MICOA 1 DPA 1 SDMTZ 8365 Contratos e 7 títulos de provimento

MIREM 2 DPEC 5 Mocimboa da Praia Qtd. Situação

ME 15 DPIC 1 Título de provimento SDMP 27 ContratosMIC 10 DPPF 6 Contratos Mueda Qtd. Situação

MPD 18 DPOPH 17 15 Contratos e 2 títulos de provimento

SDM 7 Contratos

FUNAB 4 DPS 18 Contratos Marracuene Qtd. Situação

FUNAE 20 Cabo Delgado Qtd. Situação SDSMAS 8

1 Contrato e 7 títulos de provimento

FPD 4 DPA 33 _ _ _UEM 72 DPEC 2 _ _ _

MTC 2Títulos de provimento DPPF 18

14 Contratos e 4 despachos em comissão de serviço _ _ _

_ _ _ DPS 7 Despachos de rescisão de contratos _ _ _

Sub-total 148 108 125

Total

Âmbito

Contratos

ProvincialCentral Distrital

Contratos

Contratos

Fonte: Relatórios de Auditorias381

Em sede do contraditório, relativamente à falta do visto, o FUNAB referiu que, “sendo uma instituição com autonomia administrativa, patrimonial e financeira, tem a prerrogativa de contratar pessoal fora do quadro desde que a sua remuneração seja garantida através de receitas próprias”.

Sobre o mesmo facto, o Ministério da Planificação e Desenvolvimento, reagindo ao relatório preliminar de auditoria, afirmou que os contratados encontravam-se em actividade no âmbito da execução do Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas, obedecendo aos procedimentos do financiador, nos termos do Acordo de Financiamento N.º HO67-MOZ, celebrado entre o Governo de Moçambique e o Banco Mundial.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-55

Os pronunciamentos acima não alteram as conclusões formuladas pois, havendo despesa pública, é obrigatória a submissão dos contratos à fiscalização prévia do Tribunal Administrativo para efeitos do visto, nos termos do disposto nas alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 3 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho;

b) em 127 processos individuais dos funcionários e agentes do Estado das instituições apresentadas no Quadro n.º VI.34, equivalentes a 2,8% do total analisado, não constam documentos respeitantes à sua carreira, facto que contraria o estabelecido no n.º 1 do artigo 93 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública (NFSAP), aprovadas pelo Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, o qual estabelece que os processos individuais devem conter todos os dados e documentos respeitantes ao funcionário e à sua carreira.

Quadro n.º VI.34 - Falta de Documentação em Processos Individuais

Niassa Qtd. Documentos em falta Montepuez Qtd. Documentos em falta

DPS 218 Títulos de provimento, 3 contratos, 2 certificados de habilitações literárias, 3 despachos de nomeação definiva e 5 processos sem documentos.

SDMTZ 10Processo sem o título de provimento ou contrato.

DPEC 33 Títulos de provimento ou contratos. Mocímboa da Praia.

Qtd. Documentos em falta

DPOPH 2 SDMP 12 7 Contratos e 5 processos sem documentos.

DPIC 1 Mueda Qtd. Documentos em falta

Cabo Delgado Qtd. Documentos em falta SDM 19

12 Títulos de provimento e 7 contratos.

DPS 18 2 contratos, 13 processos individuais, 2 despachos de nomeação definiva e 1 de aposentação. Marracuene Qtd. Documentos em falta

DPPF 9 Títulos de provimento ou contratos. SDEJT 1 Títulos de provimento ou contratos.

DPEC 1Contrato e certificado de habilitações literárias ou profissionais. _ _ _

Sub-total 85 42TotalFonte: Relatórios de Auditorias

Províncial

Títulos de provimento.

Âmbito

127

Distrital

c) dois agentes do Estado do Ministério dos Recursos Minerais, cinco da Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa, seis da de Educação e Cultura e doze do Plano e Finanças de Cabo Delgado continuam a exercer as suas actividades e a auferir salários, apesar de os seus contratos terem expirado e não terem sido renovados, evidenciando a falta de vínculo com o Estado.

De acordo com o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, o provimento faz-se por nomeação ou contrato sujeito ao visto do Tribunal Administrativo e à publicação no Boletim da República, sempre que a dispensa de publicação não seja expressamente determinada. Havendo dispensa de visto, haverá sempre anotação;

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d) não foram facultados, para verificação, 11 processos de bolseiros e 119 individuais, na Direcção Provincial da Saúde do Niassa e 117 processos individuais na Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado.

Destaca-se que a sonegação de informação deficiente prestação de informação ou documentos pedidos pelo Tribunal Administrativo, constitem infracção financeira, conforme o preceituado na alínea e) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho;

e) em 2009, foram atribuídas 124 bolsas de estudo a funcionários das seguintes entidades: Ministério da Indústria e Comércio (13), Direcções Provinciais da Educação e Cultura (53) e da Saúde (42), do Niassa, Direcções Provinciais do Plano e Finanças (5), da Saúde (6) e da Educação e Cultura (5), de Cabo Delgado.

As mesmas foram concedidas sem a observância das formalidades pré-estabelecidas no Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, nomeadamente, a elaboração de um plano até 31 de Dezembro de cada ano e a publicação da notificação do resultado do concurso no Boletim da República e outros meios de informação, segundo o plasmado nos artigos 3 e 6 do Regulamento de bolsas de estudo, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 58/89, de 19 de Julho, do Ministro da Administração Estatal.

Com excepção das Direcções Provinciais de Educação e Cultura do Niassa e da Saúde de Cabo Delgado, não foram celebrados contratos que formalizem a atribuição de bolsas de estudo, conforme o disposto no artigo 7 do Regulamento de bolsas de estudo, já citado.

6.7.4.2 – Processos de Fornecimento de Bens

Da verificação dos 707 processos relativos ao fornecimento de bens, apurou-se que:

a) 424 não foram precedidos de abertura de concurso público, contrariando o estabelecido no artigo 7 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro. Os contratos das entidades mencionadas no quadro seguinte ascendem a 151.308.156,80 Meticais.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-57

Quadro n.º VI.35 - Processos sem Lançamento de Concurso

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Niassa Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

Mueda Qtd. Valor (em Meticais)

ME 3 12.249.927,44 DPEC 15 1.460.062,61 DPEC 88 21.378.788,00 SDM 5 488.890,00

MPD 13 4.127.817,73 DPIC 5 497.005,50 DPS 65 9.600.160,43 Montepuez _ _

FUNAB 13 918.993,35 DPPF 17 10.432.450,75 DPPF 9 9.856.564,34 SDMTZ 11 1.437.557,15

MAAC 2 1.497.105,98 DPOPH 4 461.900,00 DPA 9 1.209.086,01 Mocímboa da Praia

_ _

MAE 28 17.629.783,31 DPS 48 5.745.433,25 _ _ _ SDMP 22 2.987.424,00

MTC 16 46.667.675,84 _ _ _ _ _ _ Marracuene _ _

_ _ _ _ _ _ _ _ _ SDEJT 9 611.445,30

_ _ _ _ _ _ _ SDSMAS 42 2.050.085,81

Sub-total 75 83.091.303,65 _ 89 18.596.852,11 _ 171 42.044.598,78 _ 89 7.575.402,26

Total Qtd.

Total

Âmbito

Províncial

424

Fonte: Relatórios de Auditorias151.308.156,80

Central Distrital

Refira-se que as despesas mencionadas no quadro foram realizadas na modalidade do ajuste directo, quando as mesmas se mostravam acima do estabelecido na lei como limite máximo (43.750,00 Meticais), conforme resulta da conjugação do n.º 3 do artigo 104 e da alínea b) do n.º 2 do artigo 88, ambos do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado que temos vindo a citar;

b) as entidades indicadas no quadro infra efectuaram várias aquisições no valor de 117.443.315,07 Meticais sem, no entanto, terem celebrado os respectivos contratos, o que constitui violação do preceituado no n.º 1 do artigo 42 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, o qual estabelece que os contratos devem ser reduzidos a escrito.

Quadro n.º VI.36 - Aquisições sem Celebração de Contratos

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Niassa Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

Montepuez Qtd. Valor (em Meticais)

MPD 13 4.127.817,73 DPIC 4 277.085,50 DPA 9 1.209.086,01 SDMTZ 11 1.437.577,15

MFP 35 4.184.484,68 DPS 48 5.745.433,25 DPPF 9 9.856.564,34 Mocímboa da Praia

_

MTC 16 46.667.675,84 DPEC 15 1.460.062,61 DPEC 75 10.145.063,23 SDMP 22 2.987.424,00

ME 3 12.249.927,44 DPPF 10 4.577.521,75 DPS 65 9.600.160,43 Marracuene _

_ _ _ DPOPH 3 255.900,00 Maputo Qtd. _ SDEJT 9 611.445,30

_ _ _ _ _ _ DPTC 3 _ SDSMAS 42 2.050.085,81

Sub-total 67 67.229.905,69 _ 80 12.316.003,11 _ 161 30.810.874,01 _ 84 7.086.532,26Total Qtd.Total

Âmbito

Províncial

392

Fonte: Relatórios de Auditorias117.443.315,07

Central Distrital

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-58

A preterição do regime estabelecido para a aquisição de bens infringe as normas sobre a execução do Orçamento e constitui infracção financeira, ao abrigo do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho;

c) os contratos celebrados pelas entidades apresentadas no Quadro n.º VI.37, totalizando 76.468.597,36 Meticais, foram executados sem que tivessem sido visados pelo Tribunal Administrativo. De acordo com o preceituado no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, a eficácia dos actos e contratos está condicionada à concessão do visto pelo Tribunal Administrativo. A falta do visto deste Tribunal torna os actos e contratos inexequíveis e insusceptíveis de quaisquer efeitos financeiros, nos termos do preconizado no n.º 1 do artigo 7 da lei supracitada.

Havendo execução e pagamento destes contratos, sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI.37 - Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

d) três contratos do Ministério da Indústria e Comércio, um do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, dois da Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa e três da Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado não contêm a cláusula anti-corrupção, nos termos do disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, em conjugação com o n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, segundo o qual em todos os contratos em que seja parte o Estado é obrigatória a inclusão de uma cláusula anti-corrupção em que as partes se comprometem a não oferecer, directa ou indirectamente, vantagens a terceiros, nem solicitar, prometer ou aceitar, para benefício próprio ou de outrem, ofertas com o propósito de obter julgamento favorável sobre os serviços a prestar. É de realçar que a omissão da referida cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, atrás referida;

e) em quatro contratos da Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado não se indicam as datas de início e termo, o que viola o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

Entidades Qtd. Valor (em Meticais) Niassa Qtd. Valor

(em Meticais)Cabo

Delgado Qtd. Valor (em Meticais)

Marracuene Qtd. Valor

MPD 6 5.523.196,53 DPIC 1 219.920,00 DPS 8 15.966.687,64 SDPI 3 181.992,00MIC 4 604.772,58 DPPF 8 8.593.927,00 DPEC 9 13.532.389,22 SDEJT 1 1.483.267,50UEM 11 11.180.815,15 DPEC 11 10.660.964,64 - - - - - -

- - - DPOPH 7 2.248.334,00 - - - - - -- - - DPA 8 6.272.331,10 - - - - - -

Sub-total 21 17.308.784,26 - 35 27.995.476,74 - 17 29.499.076,86 - 4 1.665.259,50Total Qtd.Total (Em Meticais)

ÂmbitoDistrital

Fonte: Relatórios de Auditorias

ProvincialCentral

76.468.597,36

77

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-59

f) dois contratos do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, um da Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa e dois da Direcção Provincial da Educação e Cultura de Cabo Delgado não estão datados, o que infringe o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 17 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual os contratos definitivos são acompanhados de documento onde conste a data da sua celebração;

g) um contrato da Direcção Provincial da Educação e Cultura de Cabo Delgado não foi rubricado pelas partes outorgantes. Segundo o estipulado no n.º 1 do artigo 224.º do Código Civil, “A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu poder ou é dele conhecido; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta na forma adequada”. Mesmo assim, todos estes contratos foram pagos;

h) em seis contratos da Direcção Provincial da Educação e Cultura de Cabo Delgado, as partes estipularam que o início de vigência dos mesmos é 30 dias após a assinatura. A este respeito é de referir que os contratos só produzem os seus efeitos a partir da data de concessão do visto, excepto nos casos em que haja urgente conveniência de serviço, nos termos do artigo 5, em conjugação com o n.º 5 do artigo 7, ambos da Lei n.º 13/97, de 10 Julho, facto que não ocorreu;

i) em onze processos da Universidade Eduardo Mondlane, sete da Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa, um da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação do Niassa, dois da Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado, três da Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado e um do Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia de Marracuene, não constam elementos que demonstram a qualificação jurídica, económico-financeira e técnica dos fornecedores, de acordo com o estabelecido no artigo 18, conjugado com os artigos 20, 21 e 22, todos do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

j) de entre os 11 processos da Universidade Eduardo Mondlane, um contrato foi celebrado na modalidade do ajuste directo, quando o valor do mesmo (3.821.366,25 Meticais) está acima do estabelecido na lei como limite máximo (43.750,00 Meticais), conforme resulta da conjugação do n.º 3 do artigo 104 e da alínea b) do n.º 2 do artigo 88, ambos do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro.

6.7.4.3 - Processos de Prestação de Serviços

Da aferição da documentação relativa a 282 processos, apurou-se que:

a) as entidades referidas no quadro seguinte efectuaram pagamentos no montante de 30.086.436,96 Meticais a fornecedores de serviços sem, no entanto, terem lançado concurso. Este facto viola o disposto no artigo 7 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado e constitui infracção financeira, nos termos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-60

Quadro n.º VI.38 - Processos sem Lançamento de Concurso

Entidades Qtd.Valor

(em Me ticais)Niassa Qtd.

Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd.Valor

(em Meticais)

MarracueneQtd.

Valor (em Meticais)

FPD 13 2.613.321,00 DPS 11 796.250,45 DPS 8 721.721,00 SDSM AS 10 274.289,28MPD 18 13.309.109,98 DPOPH 1 110.726,55 DPEC 18 2.791.341,53 Montepuez - -FUNAB 14 937.355,46 DPPF 7 756.215,18 DPPF 16 5.707.081,07 SDM TZ 5 329.515,77UEM 4 1.971.167,46 - - - DPA 1 97.860,00 - - -

Sub-total 49 18.830.953,90 - 19 1.663.192,18 - 43 9.318.003,60 - 15 603.805,05

Total Qtd.

Total (em Meticais)

ÂmbitoDistrital

Fonte: Relatórios de Auditorias

ProvincialCentral

30.415.954,73

126

As despesas no quadro acima foram realizadas na modalidade do ajuste directo, quando

as mesmas se mostravam acima do estabelecido na lei como limite máximo (43.750,00 Meticais), conforme resulta da conjugação do n.º 3 do artigo 104 e da alínea b) do n.º 2 do artigo 88 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

b) as entidades mencionadas no quadro a seguir beneficiaram de serviços prestados, no total de 60.380.738,08 Meticais sem, no entanto, terem celebrado contratos para tal. Este facto constitui violação do preceituado no n.º 1 do artigo 42 do regulamento citado na alínea anterior, o qual estabelece que os contratos devem ser reduzidos a escrito, e do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 3 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual são obrigatoriamente sujeitos à fiscalização prévia, os contratos de qualquer natureza ou montante, designadamente os relativos a prestação de serviços.

Ao preterir-se o regime estabelecido para a prestação de serviços incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea b) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI. 39 - Processos de Prestação de Serviços sem Celebração de Contratos

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

MarracueneQtd. Valor

(em Meticais)

FPD 13 2.613.321,00 MTC 8 19.180.250,58 DPS 8 721.721,00 SDSMAS 10 274.289,28MPD 18 13.309.109,98 MAE 24 2.783.748,51 DPEC 18 2.791.341,53 Montepuez - -FUNAB 14 937.355,46 MICOA 19 3.136.547,93 DPPF 16 5.707.081,07 SDMTZ 5 329.515,77UEM 4 1.971.167,46 MAAC 9 3.096.680,56 DPA 1 97.860,00 - - -MFP 24 1.878.282,32 - - - Niassa - - - - -

- - - - - - DPS 11 796.250,45 - - -- - - - - - DPPF 7 756.215,18 - - -

Sub-total 73 20.709.236,22 - 60 28.197.227,58 - 61 10.870.469,23 - 15 603.805,05

Total Qtd.Total (em Meticais)

ÂmbitoDistrital

Fonte: Relatórios de Auditorias60.380.738,08

209

Central Provincial

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-61

c) os contratos celebrados pelas entidades apresentadas no quadro que se segue, no valor de 6.952.268,14 Meticais, foram executados sem que tivessem sido visados pelo Tribunal Administrativo. De acordo com o preceituado no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, a eficácia dos actos e contratos está condicionada à concessão do visto pelo Tribunal Administrativo. A falta do visto deste Tribunal torna os actos e contratos inexequíveis e insusceptíveis de quaisquer efeitos financeiros, nos termos do preconizado n.º 1 do artigo 7 da lei supracitada.

Tendo havido execução e pagamento destes contratos, sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI.40 - Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

d) um contrato da Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa não contém a cláusula anti-corrupção. Nos termos do preceituado no n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, conjugado com a alínea i) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, em todos os contratos em que seja parte o Estado é obrigatória a inclusão de uma cláusula anti-corrupção em que as partes se comprometem a não oferecer, directa ou indirectamente, vantagens a terceiros, nem solicitar, prometer ou aceitar, para benefício próprio ou de outrem, ofertas com o propósito de obter julgamento favorável sobre os serviços a prestar. A omissão da referida cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do mesmo dispositivo legal;

e) quatro contratos do Ministério da Planificação e Desenvolvimento não estão datados, contrariando o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 17 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual os contratos definitivos são acompanhados de documento onde conste a data da sua celebração;

f) em três contratos da Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa não se indicam as datas de início e termo, o que viola o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

g) em quatro processos da Direcção Provincial do Plano e Finanças do Niassa e três do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estrutura de Marracuene não constam os elementos que demonstram a qualificação jurídica, económico-financeira e técnica dos

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Niassa Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

Marracuene Qtd. Valor

(em Meticais)

MPD 4 1.274.167,43 DPPF 4 827.663,51 DPPF 1 315.000,00 SDPI 3 181.992,00- - - DPEC 1 49.050,00 DPEC 3 4.203.095,20 - -- - - DPA 2 101.300,00 - - - - - -

Sub-total 4 1.274.167,43 - 7 978.013,51 - 4 4.518.095,20 3 181.992,00Total Qtd.

Total (em Meticais)

ÂmbitoDistrital

Fonte: Relatórios de Auditorias

ProvincialCentral

6.952.268,14

18

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-62

fornecedores para executar empreitadas de obras públicas, de acordo com o estabelecido no artigo 18, conjugado com os artigos 20, 21 e 22, todos do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro.

6.7.4.4 - Processos de Empreitada de Obras Públicas

Da análise de 369 processos, constatou-se que:

a) os contratos das entidades mencionadas no quadro seguinte, somando 72.590.397,67 Meticais, não foram precedidos de abertura de concurso público, contrariando o estabelecido no artigo 7 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, segundo o qual o regime geral para a contratação de empreitada de obras públicas ao Estado é o concurso público.

Quadro n.º VI.41 - Processos sem Lançamento de Concurso

Entidades Q td. Valor (em Meticais)

Entidades Q td. Valor

(em Meticais) Niassa Q td. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado Q td. Valor

(em Meticais)

MTC 1 7.830.828,35 FUNAB 1 68.856,00 DPS 4 562.759,86 DPA 1 97.860,00

MFP 2 129.290,85 UEM 3 13.193.087,09 _ _ _ DPPF 2 3.320.929,99MICOA 7 1.154.841,62 _ _ _ _ _ _ DPEC 15 25.518.390,24

_ _ _ _ _ _ _ _ _ DPS 5 20.713.553,67

Sub-total 10 9.114.960,82 _ 4 13.261.943,09 _ 4 562.759,86 _ 23 49.650.733,90Total Q td.Total (em Meticais)Fonte: Relatórios de Auditorias

72.590.397,67

CentralÂmbito

Províncial

41

Menciona-se que as despesas foram realizadas na modalidade do ajuste directo, quando as mesmas estavam acima do estabelecido na lei como limite máximo (43.750,00 Meticais), conforme resulta da conjugação do n.º 3 do artigo 104 e da alínea b) do n.º 2 do artigo 88, ambos do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

b) as entidades indicadas no quadro a seguir efectuaram várias aquisições no montante de 14.142.663,23 Meticais sem, no entanto, terem celebrado os respectivos contratos, o que constitui violação do preceituado no n.º 1 do artigo 42 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, supramencionado, o qual estabelece que os contratos devem ser reduzidos a escrito.

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-63

Quadro n.º VI.42 - Empreitadas sem Celebração de Contratos

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Niassa Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

MTC 2 660.856,26 FUNAB 1 68.856,00 DPS 4 562.759,86 DPA 1 97.860,00MFP 2 129.290,85 MAE 4 10.119.196,01 _ _ _ DPPF 1 1.349.002,63MICOA 7 1.154.841,62 _ _ _ _ _ _ _ _ _

Sub-total 11 1.944.988,73 _ 5 10.188.052,01 _ 4 562.759,86 _ 2 1.446.862,63Total Qtd.Total (em Meticais)Fonte: Relatórios de Auditorias

14.142.663,23

CentralÂmbito

Províncial

22

A preterição do regime estabelecido para a contratação de empreitada constitui infracção financeira, à luz do estabelecido na alínea b) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho;

c) os contratos das entidades indicadas no quadro infra, somando 168.086.767,45 Meticais, não foram visados pelo Tribunal Administrativo, nos termos do estabelecido no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, o qual estabelece que os actos e mais instrumentos legalmente sujeitos ao visto, dentre os quais os contratos, só são eficazes após a concessão do visto, excepto nos casos em que haja urgente conveniência de serviço (n.º 5 do artigo 7 da lei anteriormente citada).

Realça-se que a falta do visto do Tribunal torna os contratos inexequíveis e insusceptíveis de quaisquer efeitos financeiros, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 7 da lei supracitada. Ora, tendo havido execução e pagamentos destes contratos, sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho;

Quadro n.º VI.43 - Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

Entidades Qtd. Valor (em Meticais)

Niassa Qtd. Valor (em Meticais)

Cabo Delgado

Qtd. Valor (em Meticais)

MarracueneQtd. Valor

(em Meticais)

MTC 2 7.830.828,35 DPS 5 20.713.553,44 DPEC 19 34.379.621,33 SDPI 3 5.316.071,48MFP 1 1.465.856,77 DPPF 1 7.750.360,63 DPPF 1 1.971.927,36 Montepuez Qtd. _MAAC 2 9.318.999,99 DPEC 43 2.975.747,15 DPS 5 20.713.553,67 SDMTZ 4 4.488.715,86

UEM 7 22.232.058,20 DPA 1 686.812,00 _ _ _ _ _ _

FFH 14 24.724.742,56 DPIC 1 319.158,75 _ _ _ _ _ _

_ _ _ DPOPH 2 3.198.759,91 _ _ _ _ _ _

Sub-total 26 65.572.485,87 _ 53 35.644.391,88 _ 25 57.065.102,36 7 9.804.787,34Total Qtd.Total (em Meticais)

Âmbito

111

168.086.767,45Fonte: Relatórios de Auditorias

ProvíncialCentral Distrital

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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-64

d) em quinze processos que se indicam no quadro a seguir, não constam os elementos que demonstram a qualificação jurídica, económico-financeira e técnica dos fornecedores para realizar empreitada de obras públicas, de harmonia com o disposto no artigo 18, conjugado com os artigos 20, 21 e 22, todos do Regulamento anteriormente referido.

Quadro n.º VI.44 - Processos que não Contêm Elementos de Qualificação Jurídica, Económico-financeira e Técnica dos Fornecedores

e) trinta e cinco contratos constantes do quadro seguinte não contêm a cláusula anti-corrupção, nos termos do disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, em conjugação com o n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, que estabelece que em todos os contratos em que seja parte o Estado é obrigatória a inclusão de uma cláusula anti-corrupção em que as partes se comprometem a não oferecer, directa ou indirectamente, vantagens a terceiros, nem solicitar, prometer ou aceitar, para benefício próprio ou de outrem, ofertas com o propósito de obter julgamento favorável sobre os serviços a prestar. É de realçar que a omissão da referida cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do mesmo dispositivo legal;

Quadro n.º VI.45 - Falta de Cláusula Anti-corrupção

f) em doze processos das entidades indicadas no quadro seguinte, não constam os comprovativos do pagamento da prestação de garantia definitiva, contrariando o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 70 do regulamento de contratação pública já citado.

Entidades Qtd. Niassa Qtd. Cabo

Delgado Qtd. Montepuez Qtd.

UEM 2 DPOPH 2 DPPF 1 SDMTZ 2MTC 1 DPPF 1 DPS 2 _ _MAAC 2 DPS 2 _ _ _ _Sub-total 5 5 3 2Total

Âmbito

Fonte: Relatórios de Auditorias15

Central Provincial Distrital

Entidades Qtd. Niassa Qtd. Cabo Delgado Qtd. Montepuez Qtd.

UEM 14 DPOPH 2 DPEC 9 SDMTZ 2MFP 1 DPPF 1 _ _ _ _

_ _ DPS 1 _ _ _ __ _ DPEC 5 _ _ _ _

Sub-total 15 9 9 2Total

Âmbito

Fonte: Relatórios de Auditorias35

Central Provincial Distrital

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Quadro n.º VI.46 - Falta de Comprovativos de Pagamento de Garantia Definitiva

g) a adenda do contrato para a construção de dois passadiços, uma bilheteira, casa de banho e alpendres no cais do Rio Matola, celebrado pelo Ministério de Transportes e Comunicações, no valor de 3.170.404,42 Meticais, é superior em mais de 25% do contrato inicial (4.660.423,93 Meticais), contrariando o estabelecido nos n.ºs 2 e 3 do artigo 52 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, segundo o qual a contratada fica obrigada a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nos bens até vinte e cinco por cento do valor inicial do contrato. Ainda, os acréscimos superiores a esta percentagem devem ser autorizados por despacho do Ministro que superintende a área das Finanças, facto que não ocorreu;

h) oito contratos da Direcção Provincial da Saúde do Niassa e dois da de Cabo Delgado não estão datados, contrariando o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 17 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual os contratos definitivos são acompanhados de documento onde conste a data da sua celebração;

i) um processo da Secretaria Distrital de Montepuez não contém os comprovativos da regularidade fiscal do empreiteiro, nomeadamente, a certidão válida de quitação emitida pela Administração Fiscal e a declaração válida emitida pelo responsável do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), conforme o disposto no artigo 23, ou documento que comprove a inscrição no cadastro único, nos termos do artigo 56, todos do Regulamento citado;

j) um processo do Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes, um da Direcção Provincial do Plano e Finanças de Cabo Delgado e três do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-Estruturas de Marracuene não contêm os despachos de autorização para a abertura de concurso público, contrariando o estabelecido na alínea a) do artigo 15 das Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 30 de Dezembro de 1999;

k) na verificação física de duas obras na Secretaria Distrital de Montepuez, constatou-se o incumprimento do prazo de entrega, o que contraria o disposto no n.º 1 do artigo 406 do Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47334, de 25 de Novembro de 1966, segundo o qual os contratos devem ser pontualmente cumpridos.

Entidades Qtd. Niassa Qtd. Cabo

Delgado Qtd. Montepuez Qtd.

UEM 3 DPOPH 1 DPS 1 SDMTZ 2

MTC 1 DPIC 1 _ _ Marracuene Qtd.

_ _ DPPF 1 _ _ SDPI 2Sub-total 4 3 1 4Total

Âmbito

Fonte: Relatórios de Auditorias12

Central Provincial Distrital

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6.7.4.5 - Contratos de Consultoria

Da verificação de 56 processos, aferiu-se que:

a) os contratos das entidades indicadas no quadro infra, totalizando 19.852.367,52 Meticais, não foram visados pelo Tribunal Administrativo, nos termos do estabelecido no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, o qual estipula que os actos e mais instrumentos legalmente sujeitos ao visto, dentre os quais os contratos, só são eficazes após a concessão do visto, excepto nos casos em que haja urgente conveniência de serviço (n.º 5 do artigo 7 da lei anteriormente citada). Ora, tendo havido execução e pagamentos destes contratos, sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI.47 - Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

Entidades Qtd.Valor

(em Meticais) Entidades Qtd.Valor

(em Meticais) Niassa Qtd.Valor

(em Meticais)ME 15 1.275.509,00 FUNAB 8 3.268.686,00 DPOPH 2 192.745,80MPD 2 10.015.649,72 FPD 2 3.487.969,00 _ _ _FFH 9 1.611.808,00 _ _ _ _ _ _

Sub-total 26 12.902.966,72 _ 10 6.756.655,00 _ 2 192.745,80Total Qtd.Total (Meticais) 19.852.367,52Fonte: Relatórios de Auditorias

Âmbito Central Províncial

38

Em sede do contraditório, o FUNAB referiu que os seus contratos não foram submetidos à fiscalização prévia do Tribunal Administrativo em razão de o seu financiamento provir de receitas próprias e doações da Embaixada da França.

A gerência da Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação do Niassa afirmou que segundo o acordo de crédito entre BAD e GOM, cumulativamente à regra definida pelo financiador, toda a documentação e contratos celebrados deveriam ser redigidos na língua inglesa. Por outro lado, a entidade afirmou que não foi possível traduzir o mesmo, pelo facto de não existir um fundo específico para o efeito.

Os gestores do Fundo para o Fomento da Habitação afirmaram que a falta do visto deveu-se à morosidade dos fornecedores na entrega de sua documentação para consequente envio ao Tribunal Administrativo.

Não obstante os pronunciamentos das entidades acima, reitera-se a necessidade de observância do preconizado na alínea a) do n.º 1 do artigo 3 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual são obrigatoriamente sujeitos à fiscalização prévia os contratos de qualquer natureza, geradores de despesa pública;

b) nove contratos do Fundo para o Fomento da Habitação, um contrato do Fundo de Promoção Desportiva, dois contratos do Ministério da Planificação e Desenvolvimento não contêm a cláusula anti-corrupção, contrariando o estabelecido no n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, conjugado com a alínea i) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-67

Prestação de Serviços ao Estado, segundo o qual em todos os contratos em que seja parte o Estado é obrigatória a inclusão de uma cláusula anti-corrupção. A omissão da referida cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do artigo 6 da lei acima referida;

c) quinze contratos do Ministério da Energia, dois do Ministério da Planificação e Desenvolvimento e dois da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação de Niassa foram redigidos em língua inglesa, violando-se o estatuído no n.º 1 do artigo 5 do Regulamento aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro, segundo o qual todos os documentos inerentes à contratação devem ser redigidos em língua portuguesa;

d) no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental foi executada uma despesa no valor de 533.056,66 Meticais sem, no entanto, ter sido celebrado o respectivo contrato, o que constitui violação do preceituado no n.º 1 do artigo 42 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, o qual estabelece que os contratos devem ser reduzidos a escrito.

6.7.4.6 - Contratos de Arrendamento

Da verificação efectuada a 44 processos, apurou-se que:

a) os contratos celebrados pelas entidades apresentadas no quadro que se segue, no montante de 6.842.085,58 Meticais, foram executados sem que tivessem sido visados pelo Tribunal Administrativo. De acordo com o preceituado no artigo 5 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, a eficácia dos actos e contratos está condicionada à concessão do visto pelo Tribunal Administrativo. A falta do visto deste Tribunal torna os actos e contratos inexequíveis e insusceptíveis de quaisquer efeitos financeiros, nos termos do preconizado no n.º 1 do artigo 7 da lei supracitada.

Tendo havido execução e pagamento destes contratos, sem o visto, incorreu-se na infracção financeira prevista na alínea i) do n.º 2 do artigo 12 do Regimento aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho.

Quadro n.º VI.48- Processos não Visados pelo Tribunal Administrativo

Entidades Qtd.Valor

(em Meticais)Entidad

es Qtd.Valor

(em Meticais)Cabo

Delgado Qtd.Valor

(em Meticais) Niassa Qtd.Valor

(em Meticais)

ME 2 1.273.033,44 FUNAB 1 688.738,68 DPS 7 978.000,00 DPEC 3 546.000,00

MPD 2 674.522,52 FPD 1 561.600,00 _ _ _ DPS 12 270.159,54FFH 6 564.000,00 MICO 1 492.660,00 _ _ _ _ _ _FUNAE 2 793.371,40 _ _ _ _ _ _ _ _

Sub-total 12 3.304.927,36 _ 3 1.742.998,68 _ 7 978.000,00 _ 15 816.159,54Total Qtd.Total (Em Meticais) 6.842.085,58Fonte: Relatórios de Auditorias

Províncial

Âmbito Central

37

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Novembro de 2010

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2009 VI-68

Conforme o preceituado na alínea c) do n.º 1 do artigo 3 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, são obrigatoriamente sujeitos à fiscalização prévia os contratos e mais instrumentos jurídicos de qualquer natureza e montante, geradores de despesa pública;

b) os contratos mencionados no Quadro n.º VI.49 não contêm a cláusula anti-corrupção, nos termos do disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, em conjugação com o n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de Junho, que estabelece que em todos os contratos em que seja parte o Estado é obrigatória a inclusão de uma cláusula anti-corrupção em que as partes se comprometem a não oferecer, directa ou indirectamente, vantagens a terceiros, nem solicitar, prometer ou aceitar, para benefício próprio ou de outrem, ofertas com o propósito de obter julgamento favorável sobre os serviços a prestar. É de realçar que a omissão da referida cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do mesmo dispositivo legal.

Quadro n.º VI.49 - Falta de Cláusula Anti-corrupção

Entidades Qtd. Entidades Qtd. Niassa Qtd. Cabo Delgado Qtd.

FFH 6 FUNAB 1 DPEC 4 DPA 1MIC 1 FPD 1 DPS 1 DPS 3MPD 2 _ _ DPOPH 1 _ _

_ _ _ _ DPPF 1 _ _Sub-total 9 2 7 4Total

Âmbito

22Fonte: Relatórios de Auditorias

Provincial Central

c) dois contratos da Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado não estão datados, contrariando o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 17 da Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, segundo o qual os contratos definitivos são acompanhados de documento onde conste a data da sua celebração;

d) um contrato da Direcção Provincial da Saúde de Cabo Delgado não contém as datas de início e termo, o que viola o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 43 do Regulamento de Contratação de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 54/2005, de 13 de Dezembro;

e) um processo do Fundo do Ambiente, seis do Fundo para o Fomento da Habitação, quatro da Direcção Provincial da Educação e Cultura do Niassa, doze da Direcção Provincial da Saúde do Niassa, um da Direcção Provincial da Agricultura de Cabo Delgado não contêm os títulos de propriedade dos imóveis arrendados, o que que viola o preceituado na alínea a) do n.º 1 do artigo 2 do Decreto-Lei n.º 47611, de 28 de Março de 1967, que aprova o Código de Registo Predial, mandado aplicar pela Portaria n.º 23088, de 26 de Dezembro de 1967.