capÍtulo 3 geometria analítica: ponto e reta...70 unidade 2 • geometria analítica: ponto, reta...
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3CAPÍTULO Geometria
analítica: ponto e reta
Você já tem bastante familiaridade com o plano cartesiano. Nele, os pontos são localizados por meio de dois eixos perpendiculares, e cada ponto fica perfeitamente determinado por sua posição. Imagine que você queira indicar onde deve ser colocado um prego em uma parede — basta dizer a altura do chão ao prego e a distância dele a uma parede lateral. Fazendo isso, você estará aplicando exatamente o princípio de representação dos pontos no plano cartesiano — a cada posição no plano fica associado um ponto.
Foi René Descartes (1596-1650), filósofo famoso por sua frase: “Penso, logo existo”, que, percebendo essa correspondência, esta-beleceu relações entre curvas no plano e equações algébricas com duas incógnitas. As propriedades geométricas das curvas foram, assim, “traduzidas” por meio de equações, e os resultados da Ál-gebra foram interpretados geometricamente. E nós ganhamos com isso, pois muitas vezes temos mais facilidade com a Álgebra ou com a Geome tria graças a essa compreensão, e a passagem de uma representação (algébrica ou geométrica) para outra torna claros os conceitos matemáticos. Descartes estava, acima de tudo, em-penhado em descobrir uma fórmula que disciplinasse o raciocínio e unificasse o conhecimento.
Outro estudioso da Matemática que contribuiu para o desen-volvimento da Geometria analítica foi o francês Pierre de Fermat (1601-1665). Assim como Descartes, Fer mat associou equações a curvas e superfícies.
Embora seja comum a ideia de que a Geometria analítica é uma redução da Geo metria à Álgebra, os escritos de Descartes mostram que sua preocupação era a construção geométrica e a possibilidade de encontrar um correspondente geométrico para as operações algébricas. Já com relação a Fermat, o uso de coordenadas surge da aplicação da Álgebra da Renascença a problemas geométricos da An tiguidade. Isso mostra que os caminhos percorridos por eles foram independentes. O século XVII foi, assim, marcado por um grande avanço na Matemá-tica, ao ser esta desligada da simples aplicação às necessidades econô-micas e tecnológicas.
Começaremos o estudo da Geo me tria analítica, neste capítulo, por seus elementos primitivos, o ponto e a reta, observando como o recurso de processos algébricos imprime uma precisão nas medidas e nos cálcu-los não encontrada na Geometria e como, por outro lado, a representação geométrica torna concretas as expressões algébricas, na maioria das vezes tão abstratas.
Re
pro
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René Descartes
Rep
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a e
dit
ora
Pierre de Fermat
69Capítulo 3 • Geometria analítica: ponto e reta
1 Introdução à Geometria analíticaA Geometria analítica está fundamentada na ideia de representar os pontos da reta por números reais
e os pontos do plano por pares ordenados de números reais. Assim, as linhas no plano (reta, circunferência, elipse, etc.) são descritas por meio de equações. Com isso, é possível tratar algebricamente muitas questões geométricas, como também interpretar de forma geométrica algumas situações algébricas.
Essa integração entre Geometria e Álgebra foi responsável por grandes progressos na Matemática e nas outras ciências em geral.
Em Geometria analítica estudaremos várias figuras (incluindo as que não representam funções) e suas propriedades geométricas por meio de processos algébricos (equações, inequações, sistemas, etc.). Para isso, algumas ideias estudadas nos capítulos 2 (Funções) e 3 (Função afim e função modular) do volume 1 serão retomadas e aprofundadas e outras serão introduzidas. Por exemplo:
Uma função f: ® → ®, definida por f(x) � ax � b (ou y � ax � b), com a � ® e b � ®, tem como gráfico uma reta não paralela ao eixo y.
Pela equação é possível estudar propriedades dessa reta, assim como, a partir de uma propriedade da reta, pode-se identificar uma equação. Veja exemplos:
a) A reta de equação y � 3x � 7 é paralela à reta de equação y � 3x � 8.
b) Se a reta passa pela origem O(0, 0), então sua equação é da forma y � ax.
« Constate que essas afirmações são verdadeiras.
2 Sistema cartesiano ortogonalComo vimos no capítulo 3 do volume 1, existe uma correspondência biunívoca entre os pontos de um
plano e o conjunto dos pares ordenados de números reais, isto é, a cada ponto do plano corresponde um único par ordenado (x, y), e a cada par ordenado (x, y) está associado um único ponto do plano. Essa relação biunívo-ca não é única, depende do sistema de eixos ortogonais adotado.
Para estabelecer uma dessas correspondências biunívocas são usados dois eixos ortogonais (eixo x e eixo y) que formam o sistema cartesiano ortogonal. A intersecção dos eixos x e y é o ponto O, chamado origem do sistema.
« No sistema cartesiano ortogonal abaixo cada par ordenado está associado a um ponto. Reúna-se a um colega e respondam: a qual ponto está associado cada par ordenado:
a) (0, 0)?
b) (3, 2)?
c) (�1, 4)?
d) (�2, �3)?
e) (2, �1)?
Considerando o ponto A(3, 2), dizemos que o número 3 é a coordenada x ou a abscissa do ponto A, e o número 2 é a coordenada y ou a ordenada do ponto A.
Correspondência biunívoca: correspondência um a um, ou seja, que associa os elementos de dois conjuntos, tal que cada elemento de um tenha um único correspondente no outro.
Eixos ortogonais: retas orientadas que permitem a localização de pontos no plano ou no espaço.
2
1
3
A(3, 2)
B
E
D G
O
F
C
H
x
y
3
4
4
�1
�1
�3
�2
�2�3
�4
2
Unidade 2 • Geometria analítica: ponto, reta e circunferência70
Observações:
1a) Os eixos x e y chamam-se eixos coordenados e dividem o plano em quatro regiões chamadas quadrantes,
cuja identificação é feita conforme a figura.
O sinal positivo ou negativo da abscissa e da ordenada varia de acordo com o quadrante.
2a) Se o ponto P pertence ao eixo x, suas coordenadas são (a, 0), com a � ®.
3a) Se o ponto P pertence ao eixo y, suas coordenadas são (0, b), com b � ®.
2o quadrante(�, �)
1o quadrante(�, �)
3o quadrante(�, �)
4o quadrante(�, �)
O
x
y
Você sabia?Os nomes “coordenadas cartesianas” e “sistema cartesiano ortogonal” derivam de Renatus Cartesius, nome de Descartes em latim.Fora da Matemática, o adjetivo cartesiano pode também ser usado para designar uma pessoa metódica e sistemática em excesso, uma vez que as ideias filosóficas de Descartes primavam pela sistematização e pelo rigor racional.
Fique atento!O ponto O(0, 0) pertence aos dois eixos.
1. Observe a figura e determine os pontos, ou seja, dê suas coordenadas:a) A d) D
b) B e) E
c) C
2B
2
D
E
0
x
y
3
5
5
3C
�1
�1
�4
�4
�6
A
2. Marque em um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais os pontos:a) A(1, �2) d) B(�3, 3) g) C(4, 4)
b) D(0, 3) e) P(�1, �5) h) M(�4, 0)
c) Q(3, �2) f ) N(0, �4) i) R(3, 0)
3. No retângulo da figura, AB � 2a e BC � a. Dê as coor-denadas dos vértices do retângulo.
A B
D C
x
y
4. Determine quais são as coordenadas genéricas (em função de a, por exemplo) dos pontos pertencentes à bissetriz dos quadrantes:a) ímpares (1o e 3o); b) pares (2o e 4o).
5. ATIVIDADE EM DUPLA Sabendo que P(2m � 1, �3m � 4) pertence
ao terceiro quadrante, determinem os possíveis valo-res reais de m.
ATENÇÃO!Não escreva no
seu livro!Exercícios
71Capítulo 3 • Geometria anal’tica: ponto e reta
3 Distância entre dois pontosComo estudamos no volume 1, dados dois pontos, A e B, a distância entre eles, que será indicada por
d(A, B), é a medida do segmento de extremidades A e B. Por exemplo:
a)
0
x
y
1A(1, 1) B(3, 1)
1 2 3
c)
0 1
x
y
�1
1
2
�2
�3
�4 B(1, �4)
A(1, 2) e)
1
2 2
3
A(4, 1)
B(1, 3)
10 2 3
3
4
x
y
d(A, B) � 3 � 1 � 2 d(A, B) � 2 � (�4) � 6 [d(A, B)]2 � 32 � 22 ⇒ d(A, B) � 13
b)
0
x
y
�1
�1
1 2 3�2
A(�2, �1) B(3, �1)
d)
0�1�2
B(�2, 4)
A(�2, 1)x
y
1
2
3
4 f)
0
x
y
1
1
2
3
�15�2
�3 B(1, �3)
A(�2, 2)
�2
�1
d(A, B) � 3 � (�2) � 5 d(A, B) � 4 � 1 � 3 [d(A, B)]2 � 32 � 52 ⇒ d(A, B) � 34
Fique atento!Nos exemplos e e f foi usado o teorema de Pitágoras.
F—rmula da dist‰ncia entre dois pontosPodemos determinar uma expressão que indica a distância entre A e B, quaisquer que sejam A(x
1, y
1)
e B(x2, y
2).
O triângulo ABC é retângulo em C, logo podemos usar o teorema de Pitágoras:
C
B
A �x
�yd(A, B)
y2
y1
x1
x2
A(x1, y
1)
y
x
O
�x
�y
C(x2 , y
1)
B(x2, y
2)
[d(A, B)]2 � (�x)2 � (�y)2 ⇒ d(A, B) � ( ) ( ) ( ) ( )2 2
2 1
2
2 1
2� � � � � � �x y x x y y
Concluímos, então, que a distância entre dois pontos A e B quaisquer do plano, tal que A(x1, y
1) e
B(x2, y
2), é dada por:
d(A, B) � ( ) ( )( )( )2 ( )( )2( )( )( )( )( ) y y( )( )( )( )( )� �( )( )( )2( )( )( )( )( ) ( )( )
Fique atento!�x � x
2 � x
1
�y � y2 � y
1
Fique atento!A expressão geral obtida independe
da localização de A e B.
Unidade 2 • Geometria analítica: ponto, reta e circunfer•ncia72
1. Um ponto P(a, 2) é equidistante dos pontos A(3, 1) e B(2, 4). Calcule a abscissa do ponto P.
Resolução:
Como P é equidistante de A e B, devemos ter:
d(P, A) � d(P, B) ⇒ ( ) ( )3 1( ( ) ( ( ) )2 2( )3 13 1( ( ) )3 13 1 )3 13 13 1 � ) ) ) ) ) ) � ( ) ( )2 4( ( ) ( ( ) )2 2( )2 42 4( ( ) )2 42 4 )2 42 42 4 � ) ) ) ) ) ) ⇒ ( ) ( )3 1( ( ) 2 4 )2 22 2( )3 13 1 2 42 4( ( )3 13 1 )3 13 13 1 2 42 4a aa a ) ) ( ) )3 1 ) ) 2 4( ( ) )2 22 2( 3 1 2 4( ( ) )3 13 1 ) )3 13 13 1 � �� �( 2 42 4( ( 2 22 22 2( 2 4( ( ⇒
⇒ (3 � a)2 � 1 � (2 � a)2 � 4 ⇒ 9 � 6a � aa22 � 1 � 4 � 4a � aa22 � 4 ⇒
⇒ �6a � 4a � 4 � 4 � 9 � 1 ⇒ �2a � �2 ⇒ 2a � 2 ⇒ a � 1
2. Demonstre que o triângulo com vértices A(�2, 4), B(�5, 1) e C(�6, 5) é isósceles.
Resolução:
0
x
yC
A
B
�1
1
2
3
4
�2�3�4�5�6
5
Um triângulo é isósceles quando tem dois lados congruentes (medidas iguais). Vamos calcular, então, as medidas dos lados do triângulo ABC:
• d(A, B) � ( ) ( )( ( � �( 5 2( ( ) )� �( ( 1 4( ( ) )� �( ( 2 2( )� �( 1 4( ( ) )� �( ( � 9 99 99 9 � 18 � 3 23 2
• d(A, C) � ( ) ( )( ( � �( 6 2( ( ) )� �( ( 5 4( ( ) )� �( ( 2 2( )� �( 5 4( ( ) )� �( ( � 16 1� � 17
• d(B, C) � ( ) ( )( ( � �( 6 5( ( ) )� �( ( 5 1( ( ) )� �( ( 2 2( )� �( 5 1( ( ) )� �( ( � 1 161 11 1 � 17
Como d(A, C) � d(B, C), o triângulo ABC é isósceles.
Exerc’cios resolvidos
6. Calcule a distância entre os pontos dados:a) A(3, 7) e B(1, 4)
b) E(3, �1) e F(3, 5)
c) H(�2, �5) e O(0, 0)
d) M(0, �2) e N ( ), 5 2�
7. Calcule a distância entre os pontos dados:a) P(3, �3) e Q(�3, 3)
b) C(�4, 0) e D(0, 3)
8. A distância do ponto A(a, 1) ao ponto B(0, 2) é igual a 3. Calcule o valor da abscissa a.
9. Um ponto P pertence ao eixo das abscissas e é equi-distante dos pontos A(�1, 2) e B(1, 4). Quais são as coordenadas do ponto P?
10. A abscissa de um ponto P é �6 e sua distância ao ponto Q (1, 3) é 74 . Determine a ordenada do ponto.
11. ATIVIDADE EM DUPLA Considerem um ponto P(x, y) cuja distância ao
ponto A(5, 3) é sempre duas vezes a distância de P ao pon-to B(�4, �2). Nessas condições, escrevam uma equação que deve ser satisfeita com as coordenadas do ponto P.
12. Mostre que um triângulo com vértices A(0, 5), B(3, �2) e C(�3, �2) é isósceles e calcule o seu perímetro.
13. ATIVIDADE EM DUPLA Encontrem uma equação que seja satisfeita
com as coordenadas de qualquer ponto P(x, y) cuja distância ao ponto A(2, 3) é sempre igual a 3.
14. ATIVIDADE EM DUPLA Considerem um triângulo com lados que medem a, b e c, sendo a a medida do lado maior. Lembre-se de que:• a2 � b2 � c2 ⇔ triângulo retângulo• a2 � b2 � c2 ⇔ triângulo acutângulo• a2 � b2 � c2 ⇔ triângulo obtusânguloDados A(4, �2), B(2, 3) e C(6, 6), verifique o tipo do triân-gulo ABC quanto aos lados (equilátero, isóceles ou escaleno) e quanto aos ângulos (retângulo, acutângu-lo ou obtusângulo).
Exerc’cios
73Capítulo 3 • Geometria analítica: ponto e reta
4 Coordenadas do ponto mŽdio de um segmento de reta
Dado um segmento de reta AB tal que A(x1, y
1) e B(x
2, y
2) são pontos distintos, vamos determinar as
coordenadas de M, ponto médio de tABu.
Considere:
• um segmento com extremidades A(x1, y
1) e B(x
2, y
2);
• o ponto M(x, y), ponto médio do segmento AB.
B
x 1
y1
y
y2
x2
xO
x
y
A1
B1
M1
A
M
B2
M2
A2
Aplicando o teorema de Tales, temos:
AM
MB
A M
M B
x x
x x � �
�
�
1 1
1 1
1
2
1⇒ ⇒ x � x1 � x
2 � x ⇒ 2x � x
2 � x
1 ⇒ x �
x x2 1
2
�
AM
MB
A M
M B
y y
y y � �
�
�
2 2
2 2
1
2
1⇒ ⇒ y � y1 � y
2 � y ⇒ 2y � y
2 � y
1 ⇒ y �
y y2 1
2
�
Então, podemos concluir que, dado um segmento de extremidades A(x1, y
1) e B(x
2, y
2):
• a abscissa do ponto médio do segmento é a média aritmética das abscissas das extremidades:
x �
x x2 1x xx x
2
�x xx xx xx x
• a ordenada do ponto médio do segmento é a média aritmética das ordenadas das extremidades:
y � y y2 1y yy y
2
�y yy yy yy y
Fique atento!¥ A demonstra•‹o independe da localiza•‹o de A e B nos quadrantes.
¥ Chamando de M o ponto mŽdio de tABu, temos: Mx x y y1 2 1 2
2 2
,
� �
.
Para refletirPor que A e B devem ser pontos
distintos?
Exerc’cios resolvidos
3. Determine M, ponto médio de tABu, nos seguintes casos:
a) A(3, �2) e B(�1, �6);
b) A B( )A BA BA B1
A BA B2
1A BA B
3, A BA B( )( )1
2
3, eA BA B( )( ).
Resolução:
a) Considerando M(xM
, yM
), temos:
xM
� 3 1
2
2
2
( )3 13 13 13 13 13 13 1� � 1
yM
� � �
��
�2 6� �� �
2
8
24
( )2 62 6��
Logo, M(1, �4).
Unidade 2 • Geometria analítica: ponto, reta e circunferência74
b) xM
�
1
2
2
1
2
2
1
4
( )1� �( )( )
�
�
� �
yM
�
1
3
2
3
2
1
2
�
�
Logo, M .( )( )�1
4
1
2,
4. Calcule os comprimentos das medianas de um tri‰ngulo de vŽrtices A(2, �6), B(�4, 2) e C(0, 4).
Fique atento!• A mediana de um triângulo é o segmento que tem como
extremidades um vértice e o ponto médio do lado oposto.• Todo triângulo possui três medianas que se cruzam em
um ponto chamado baricentro do triângulo.Considere um triângulo de vértice A(x
1, y
1), B(x
2, y
2) e
C(x3, y
3). O baricentro (G) desse triângulo é o ponto
G(xG, y
G), onde: x
G �
x x x1 2x xx x 3
3
� �x xx x1 2x xx x e y
G �
y y y1 2y yy y 3
3
� �y yy y1 2y yy y.
Resolu•‹o:
Observando a figura:
A
O
M1
M3
M2
x
C
y
B
15. Determine o ponto mŽdio do segmento de extremidades:
a) A(1, �7) e B(3, �5)
b) A(�1, 5) e B(5, �2)
c) A(�4, �2) e B(�2, �4)
16. Uma das extremidades de um segmento Ž o ponto A(�2, �2). Sabendo que M(3, �2) Ž o ponto mŽdio des-se segmento, calcule as coordenadas do ponto B(x, y), que Ž a outra extremidade do segmento.
Exerc’cios
17. ATIVIDADE EM DUPLA Em um tri‰ngulo is—sceles, a altura e a me-
diana relativas ˆ base s‹o segmentos coincidentes. Calculem a medida da altura relativa ̂ base BC de um tri‰ngulo is—sceles de vŽrtices A(5, 8), B(2, 2) e C(8, 2).
18. ATIVIDADE EM DUPLA Em um paralelogramo ABCD, M(1, �2) Ž o
ponto de encontro das diagonais AC e BD. Sabe-se que A(2, 3) e B(6, 4) s‹o dois vŽrtices consecutivos. Uma vez que as diagonais se cortam mutuamente ao meio, determinem as coordenadas dos vŽrtices C e D.
M1 Ž o ponto mŽdio de tAB u; calculando suas coor-
denadas:
x � � �
� �4 2� �� �
21
y � 2 6
22
2 62 6� �
Ent‹o, M1(�1, �2).
¥ M2 Ž o ponto mŽdio de AC; calculando suas coor-
denadas:
x � 0 2
21
0 20 2�
y � 4 6
21
4 64 6� �
Ent‹o, M2(1, �1).
¥ M3 Ž o ponto mŽdio de BC; calculando suas coor-
denadas:
x � 0 4
22
0 40 4� �
y � 4 2
23
4 24 2�
Ent‹o, M3(�2, 3).
Vamos calcular, agora, os comprimentos das me-dianas:
¥ mediana AM3, sendo A(2, �6) e M
3(�2, 3):
d(A, M3) � ( ) ( )( ( � �( 2 2( ( ) )� �( ( 3 6( ( ) )� �( (
2 2( )� �( 3 6( ( ) )� �( ( �
� 16 81 97� �81
¥ mediana BM2, sendo B(�4, 2) e M
2(1, �1):
d(B, M2) � ( ) ( )1 4( ( ) ) 1 2( ( ) )
2 2( )1 2( ( ) )� � )1 41 4 ) )
2 22 2( ( 1 21 2( ( �
� 25 9 39 34� �9 39 3
¥ mediana tCM u1, sendo C(0, 4) e M
1(�1, �2):
d(C, M1) � ( ) ( )( )( ) � �( )( )� �� �( )( )( )( )( )( ) ( )( )( )( )( ) 1 3� �� �1 3� �� � 6
2 2( )� �( )� �� �( )( )( )( )( ) � �� �� �� �1 3� �� � 6
� 37
75Capítulo 3 • Geometria analítica: ponto e reta
Exerc’cio resolvido
5 Condi•‹o de alinhamento de tr•s pontosConsideremos três pontos A, B e C alinhados:
Pelo teorema de Tales:
AB
AC
A B
A C
AB
AC
x x
x x
AB
AC
A
� ��
�
�
1 1
1 1
2 1
3 1
⇒
22 2
2 2
2 1
3 1
B
A C
AB
AC
y y
y y
⇒ ��
�
I
II
Comparando I e II , temos:
x x
x x
y y
y y
y y
x x2 1
3 1
2 1
3 1
2 1
2
−
−
=
−
−
⇒
−
− 11
� y y
x x
y y
x x
y y
x x
3 1
3 1
2 1
2 1
3 1
3
−
−
⇒
−
−
−
−
− 11
� 0 ⇒
⇒ (x3 � x
1)(y
2 � y
1) � (x
2 � x
1)(y
3 � y
1) � 0 ⇒
⇒ x3 y2 � x
3 y1 � x
1 y2 � x y1 1 � x
2 y3 � x
2 y1 � x
1 y3 � x y1 1 � 0 ⇒
⇒ x1 y2 � x
1 y3 � x
2 y3 � x
2 y1 � x
3 y1 � x
3 y2 � 0
O primeiro termo da igualdade corresponde ao determinante
x y
x y
x y
1 1
2 2
3 3
1
1
1
.
Daí, podemos dizer que, se três pontos A(x1, y
1), B(x
2, y
2) e C(x
3, y
3) estão alinhados, então:
D �
x y
x y
x y
1 1
2 2
3 3
1
1
1
� 0
Observa•‹o: Fazendo o caminho inverso, podemos verificar também que, se D �
x y
x y
x y
1 1
2 2
3 3
1
1
1
� 0, então
A(x1, y
1), B(x
2, y
2) e C(x
3, y
3) são pontos colineares (recíproca da propriedade anterior).
C
x1
y1
y2
y3
x3x2O
x
y
A1 C1B1
A
B
C2
B2
A2
Para refletir
Verifique que o primeiro
termo da igualdade
realmente corresponde
ao determinante
apresentado.
coluna das ordenadas dos pontos
coluna das abscissas dos pontos
5. Verifique se os pontos A(�3, 5), B(1, 1) e C(3, �1) estão alinhados.
Resolu•‹o:
Usando as coordenadas, calculamos o determinante:
D �
�3 5 1
1 1 1
3 1� 1
� �3 � 15 � 1 � 3 � 5 � 3 � � 15 � 15 � 0
Como D � 0, os pontos dados estão alinhados.Observa•‹o:
A figura ao lado ilustra, geometricamente, que os pontos dados estão em uma mesma reta, ou seja, estão alinhados, mas é o pro-cesso analítico que garante a propriedade.
B
1
1
0
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