capítulo 2 metodologia · metodologia capítulo 2 39 bom jardim l t 5 0 0 k v i b i u n a itupeva...

23
Capítulo 2 Metodologia

Upload: others

Post on 08-Jun-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Capítulo 2

Metodologia

Metodologia

Capítulo 2

35

2 METODOLOGIA ADOTADA

No Sistema Interligado Nacional (SIN), utilizam-se diversos níveis de tensão

para alimentar a malha de transmissão de energia elétrica, através de linhas

de transmissão aéreas e subterrâneas. As LT’s de alta e extra-alta tensão

alimentam os bancos de transformadores das S/E’s, que são as supridoras

do sistema de subtransmissão. Com tamanho e características que

permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e

transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de

grande porte, com forte predomínio de usinas hidrelétricas e com múltiplos

proprietários. O SIN é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste,

Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da

capacidade de produção de eletricidade do país encontram-se fora do SIN,

em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região

amazônica.

Metodologia

Capítulo 2

36

Figura 2.1 – SIN das regiões Sul/Sudeste – Transmissão/Geração.

Para maior compreensão da metodologia adotada, alguns esclarecimentos

se fazem necessários. Por exemplo, a seleção dos AL’s primários, a

localização geográfica destes AL’s, suas fontes supridoras e também as

implicações e os impeditivos de manobras gerados no decorrer do

planejamento.

A seguir, têm-se o mapa geoelétrico do sistema de transmissão da região

metropolitana de São Paulo e municípios vizinhos, visto que os AL’s

estudados neste trabalho, bem como a empresa distribuidora responsável

por eles, estão dentro deste sistema.

Metodologia

Capítulo 2

37

Henry BordenHenry BordenHenry BordenHenry BordenHenry Borden

U. PiratiningaU. PiratiningaU. PiratiningaU. PiratiningaU. Piratininga

Anhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera Provisóriapanhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2

CarbocloroCarbocloroCarbocloroCarbocloroCarbocloro

GerdauGerdauGerdauGerdauGerdau

JaguariJaguariJaguariJaguariJaguari

LesteLesteLesteLesteLeste

Milton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton Fornasaro MogiMogiMogiMogiMogiMiguel RealeMiguel RealeMiguel RealeMiguel RealeMiguel Reale

NordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNorteNorteNorteNorteNorte

Nova PiratiningaNova PiratiningaNova PiratiningaNova PiratiningaNova Piratininga

OesteOesteOesteOesteOeste

ParaibParaibParaibParaibParaib

Santo ÂngeloSanto ÂngeloSanto ÂngeloSanto ÂngeloSanto Ângelo

Santa Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'Oeste

São José dos CampSão José dos CampoSão José dos CampSão José dos CampSão José dos Camp

CampinasCampinasCampinasCampinasCampinas

GuarulhosGuarulhosGuarulhosGuarulhosGuarulhos

IbiúnaIbiúnaIbiúnaIbiúnaIbiúna

Mogi das CruzesMogi das CruzesMogi das CruzesMogi das CruzesMogi das Cruzes

Tijuco PretoTijuco PretoTijuco PretoTijuco PretoTijuco Preto

SumaréSumaréSumaréSumaréSumaré

TTTTT

AnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhanguera

BandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantes

Bom JardimBom JardimBom JardimBom JardimBom Jardim

Baixada SantistaBaixada SantistaBaixada SantistaBaixada SantistaBaixada Santista

CariobaCariobaCariobaCariobaCarioba

CabreúvaCabreúvaCabreúvaCabreúvaCabreúva

CentroCentroCentroCentroCentro

Embu GuaçuEmbu GuaçuEmbu GuaçuEmbu GuaçuEmbu Guaçu

InterlagosInterlagosInterlagosInterlagosInterlagos

ItapetiItapetiItapetiItapetiItapeti

Santa BrancaSanta BrancaSanta BrancaSanta BrancaSanta Branca

Rio Paraíba do SulRio Tietê

MINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAIS

SÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULO

Figura 2.2 – SIN das regiões Sul/Sudeste - Transmissão.

Note que muitas das S/E’s possuem diferentes níveis de tensão primária,

provocando diferentes fechamentos nos bancos de transformação, ou

mesmo nos enrolamentos destes TR’s. Este fechamento provoca, em alguns

casos, uma defasagem angular de 30º na tensão secundária conectada no

sistema de subtransmissão. Esta defasagem angular impede manobras de

fechamento em anel ou de paralelismo dentro dos sistemas de

subtransmissão e distribuição.

Há duas S/E’s no sistema de subtransmissão da região Sudeste que, devido

à defasagem angular entre elas, jamais poderão ser colocadas em paralelo,

onde quer que seja, são elas as S/E’s PRI e BJA.

Metodologia

Capítulo 2

38

Anhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera Provisória

Milton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton Fornasaro

PiritubaPiritubaPiritubaPiritubaPiritubaAnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhanguera

Centro-ETRCentro-ETRCentro-ETRCentro-ETRCentro-ETR

LT 345 kV GUARULHOS /IBIUNA C-1 SP

LT 345 kV GUARULHOS /IBIUNA C-2 SP

LT 345 kV GUARULHOS /ANHANGUERA C-1 SP

LT 345 kV GUARULHOS /ANHANGUERA C-2 SP

LT 3

45 k

V M

. FO

RN

AS

AR

O /A

NH

AN

GU

ER

A P

R C

-2 S

P

LT 230 kV ANHANGUERA /CENTRO-ETR C-2 SP

LT 230 kV EDGARD SOUZA /PIRITUBA C-2 SP

LT 230 kV EDGARD SOUZA /PIRITUBA C-1 SP

LT 230 kV CENTRO-ETR /CENTRO C-2 SP

LT 230 kV CENTRO-ETR /CENTRO C-1 SP

São Paulo

Osasco

SÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULO

Figura 2.3 – Sistema de transmissão do SIN, localizado na zona norte de São Paulo - S/E

Pirituba.

Metodologia

Capítulo 2

39

Bom JardimBom JardimBom JardimBom JardimBom JardimLT 500 kV IB

IUN

A /CAM

PINA

S C

-1 SP

LT 4

40 k

V BO

M J

ARDI

M

/SAN

TO A

NGEL

O

SP

LT 4

40 kV

CABREUVA

/B

OM JA

RDIM

SP

LT 440 kV BOM JARDIM /TAUBATE SP

LT 440 kV SUMARE /BOM JARDIM SP

ItupevaJundiaíSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULO

Figura 2.4 – Sistema de transmissão do SIN, localizado na região de Jundiaí, São Paulo -

S/E Bom Jardim.

Note, nas figs. 2.3 e 2.4, os diferentes níveis das tensões de alimentação

das S/E’s, 230 kV para a S/E PRI e 440 kV para a S/E BJA. As duas

subestações possuem o mesmo nível de tensão nas barras secundárias, 88

kV. A diferença de tensão no primário dos bancos das S/E’s, força os

enrolamentos na transformação a terem diferentes conexões, rotacionando o

fasor da tensão em 30º.

A S/E PRI tem uma capacidade firme de 600 MVA’s e a S/E BJA de 900

MVA’s, porém, quando há a necessidade de transferência de cargas entre

elas sempre se leva em consideração a defasagem angular, fato que obriga

a interrupção das cargas a serem transferidas.

Metodologia

Capítulo 2

40

(a) (b)

Figura 2.5 – Conexão dos enrolamentos das S/E’s: (a) – PRI; (b) – BJA.

Logo, pode-se verificar através da figura 2.5, que a defasagem de 30º vem

dos fechamentos dos secundários dos bancos de transformação, um deles

fechado em estrela e outro em triângulo.

Figura 2.6 – Diagrama fasorial das tensões de linha e fase - estrela e triângulo.

Metodologia

Capítulo 2

41

No circuito da figura 2.6, têm-se as tensões de fase cnbnan VVV•••

;; , e as

tensões de linha cabcab VVV•••

;; .

Veja que, através da formulação, quando se transforma um circuito de

estrela para triângulo, há uma defasagem angular de 30º, conforme

equacionamento abaixo.

0=∑•

V (2.1)

bnaban VVV•••

+= (2.2)

bnanab VVV•••

−= (I) (2.3)

bnbccn VVV•••

=+ (2.4)

cnbnbc VVV•••

−= (II) (2.5)

cncaan VVV•••

=+ (2.6)

ancnca VVV•••

+= (III) (2.7)

Figura 2.7 – Diagrama fasorial das tensões de linha e fase.

Metodologia

Capítulo 2

42

23)]º60)[cos(º60(

'

==bnbnsen → bnbn ×=

23' (2.8)

23)º60(

'

==bnbnsen

→ bnbn ×=

23' (2.9)

anab VbnV••

×=××= 3232 (2.10)

º303 ∠×=∴••

anab VV (2.11)

º303 ∠×=••

bnbc VV (2.12)

º303 ∠×=••

cnca VV (2.13)

Através das equações (2.1) a (2.13), pode-se confirmar a defasagem de 30º

entre as tensões secundárias destas S/E’s, justificando o impedimento do

fechamento em anel das LT’s de subtransmissão, bem como dos AL’s da

rede aéerea primária de distribuição.

Como já mencionado neste trabalho, são analisados dois AL’s de

responsabilidade operativa da concessionária de energia AES Eletropaulo,

empresa responsável pelos sistemas de subtransmissão e distribuição de

energia elétrica na região metropolitana de São Paulo e dos municípios

vizinhos, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embú, Embu-

Guaçú, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Mauá, Osasco,

Pirapora do Bom Jesus, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santana de

Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São

Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.

Metodologia

Capítulo 2

43

Atualmente, de acordo com informações colhidas, o sistema de

subtransmissão da AES Eletropaulo possui 1.545,06 km de LT’s, aéreas e

subterrâneas, 148 Estações com 464 TR’s de potência, entre ETD’s e

ESD’s, 104 estações de consumidores na classe A2, supridos diretamente

das LTA’s aéreas de 88 kV. O sistema Eletropaulo possui também, somente

em suas estações, 12.862,28 MVA instalados. Já no sistema de distribuição,

conta com 42.358,79 km de rede primária de distribuição, distribuídos em

1782 AL’s aéreos e subterrâneos, 1.122.786 postes e 189.741 TR’s de

distribuição.

Henry BordenHenry BordenHenry BordenHenry BordenHenry Borden

U. PiratiningaU. PiratiningaU. PiratiningaU. PiratiningaU. Piratininga

Anhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera ProvisóriaAnhanguera Provisóriapanhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2panhia Brasileira de Alumínio 2

CarbocloroCarbocloroCarbocloroCarbocloroCarbocloro

GerdauGerdauGerdauGerdauGerdau

JaguariJaguariJaguariJaguariJaguari

LesteLesteLesteLesteLeste

Milton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton FornasaroMilton Fornasaro MogiMogiMogiMogiMogiMiguel RealeMiguel RealeMiguel RealeMiguel RealeMiguel Reale

NordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNorteNorteNorteNorteNorte

Nova PiratiningaNova PiratiningaNova PiratiningaNova PiratiningaNova Piratininga

OesteOesteOesteOesteOeste

ParaibParaibParaibParaibParaib

Santo ÂngeloSanto ÂngeloSanto ÂngeloSanto ÂngeloSanto Ângelo

Santa Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'OesteSanta Bárbara D'Oeste

São José dos CampSão José dos CampoSão José dos CampSão José dos CampSão José dos Camp

CampinasCampinasCampinasCampinasCampinas

GuarulhosGuarulhosGuarulhosGuarulhosGuarulhos

IbiúnaIbiúnaIbiúnaIbiúnaIbiúna

Mogi das CruzesMogi das CruzesMogi das CruzesMogi das CruzesMogi das Cruzes

Tijuco PretoTijuco PretoTijuco PretoTijuco PretoTijuco Preto

SumaréSumaréSumaréSumaréSumaré

TTTTT

AnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhangueraAnhanguera

BandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantesBandeirantes

Bom JardimBom JardimBom JardimBom JardimBom Jardim

Baixada SantistaBaixada SantistaBaixada SantistaBaixada SantistaBaixada Santista

CariobaCariobaCariobaCariobaCarioba

CabreúvaCabreúvaCabreúvaCabreúvaCabreúva

CentroCentroCentroCentroCentro

Embu GuaçuEmbu GuaçuEmbu GuaçuEmbu GuaçuEmbu Guaçu

InterlagosInterlagosInterlagosInterlagosInterlagos

ItapetiItapetiItapetiItapetiItapeti

Santa BrancaSanta BrancaSanta BrancaSanta BrancaSanta Branca

Rio Paraíba do SulRio Tietê

MINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAISMINAS GERAIS

SÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULOSÃO PAULO

Figura 2.8 – Sistema de transmissão do SIN, região metropolitana de SP.

Dentro do contexto de paralelismo de AL’s, devem ser analisados outros

fatores que estão diretamente ligados na mudança de configuração, de

radial para anel fechado.

Quando, intencionalmente, toma-se a decisão de se fechar um anel entre

Metodologia

Capítulo 2

44

dois AL’s, alguns cuidados devem ser tomados, pois a conseqüência desta

manobra pode fugir ao controle, tanto do eletricista de rede, como do centro

de operações.

No momento em que se manobra uma CH VIS, muda-se de imediato o

sentido do fluxo de carga nesta chave, bem como no AL. Esta chave é de

fechamento monopolar, ou seja, o fechamento é de uma fase por vez,

aumentando a complexidade da análise no AL e também na CH VIS.

Foto 2.1 – CH VIS com fechamento/abertura monopolar.

Também, não se descarta o efeito destas manobras nos dispositivos de

proteção dos AL’s, nos TR’s da(s) ETD(s) e também na(s) S/E(s) que é(são)

fonte(s) supridora(s).

Portanto, este capítulo apresenta a metodologia adotada na análise de

paralelismo entre dois alimentadores radiais, por meio de manobras em

seccionadoras monopolares de vis-à-vis na rede aérea primária de

distribuição, levando-se em consideração as restrições encontradas dentro

do sistema de subtransmissão.

Neste capítulo são apresentados três métodos possíveis de se efetuar

paralelismo entre alimentadores de uma rede aérea primária. O método do

Metodologia

Capítulo 2

45

Tipo II é abordado com maior ênfase, de acordo com o objetivo deste

trabalho.

2.1 CONFIGURAÇÃO DE ANEL FECHADO ENTRE DOIS

ALIMENTADORES

Para que seja possível alguma intervenção na rede aérea primária [4], para

manutenção emergencial, manobras programadas ou preventivas, ou

mesmo para reabilitação de serviços interrompidos, há sempre uma

preocupação particular com os consumidores penalizados com a falta de

energia. Empresas energéticas têm dado muita importância aos índices de

qualidade de energia, como DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC, tendo como

finalidade o controle de falhas e interrupções no fornecimento de energia

elétrica e dizer o tempo e a intensidade que um consumidor ficou sem

energia em um período de tempo. Estes índices são controlados pelos

órgãos reguladores como a ANEEL e a CSPE, que tem autoridade e

autonomia de punir as concessionárias com multas, podendo até cassar a

concessão desta empresa. Também existem os consumidores que não

podem ter os serviços de energia elétrica interrompidos, como hospitais,

órgãos públicos, locais de grande concentração de público e residências

onde existem pulmões mecânicos.

Devido a estas situações, houve a necessidade de prever manobras em

alimentadores primários, com a intenção de minimizar a interrupção de

energia elétrica, satisfazendo a preocupação com as restrições supracitadas.

Portanto, em um alimentador primário, poder-se-á executar três tipos de

manobras na rede aérea primária, de acordo com a figura 2.9.

Metodologia

Capítulo 2

46

Figura 2.9 – Diagrama esquemático das três possibilidades de paralelismo entre

alimentadores.

Abaixo, as três possibilidades de configuração dos alimentadores em anel

fechado:

- Tipo I - Alimentadores fechados em anel, quando alimentados pelo mesmo

TR de potência.

- Tipo II - Alimentadores fechados em anel, quando alimentados por TR’s

diferentes, em uma mesma subestação.

- Tipo III - Alimentadores fechados em anel, quando alimentados por TR’s

diferentes, em subestações diferentes.

2.1.1 CONFIGURAÇÃO DE FECHAMENTO EM ANEL DO TIPO I

A configuração do tipo I, figura 2.10, é a mais comum entre as três

configurações, oferecendo um menor número de restrições.

Metodologia

Capítulo 2

47

Figura 2.10 – Fechamento em anel do tipo I.

Atualmente, muitas das concessionárias de energia executam este tipo de

manobra em seus AL’s primários, tomando alguns cuidados e analisando e

observando as seguintes características:

- Dimensão dos alimentadores (proporções);

- Comprimento;

- Carregamento;

- Distribuição de cargas;

- Características das cargas nos alimentadores;

- Bloqueio dos RRA’s dos DJ’s dos alimentadores envolvidos;

- A somatória das correntes elétricas dos dois alimentadores não deve

ultrapassar a capacidade de um único alimentador;

- Limitar a diferença de corrente entre os alimentadores em 300A;

- Manobras em chaves de vis-à-vis com bastão Loadbuster, foto 2.2

[22];

Metodologia

Capítulo 2

48

Foto 2.2 – Chave de manobra em carga Loadbuster.

O fator limitante passa a ser a corrente de circulação nas chaves de vis-à-

vis, uma vez que os circuitos estão no mesmo barramento e no mesmo

transformador. O fechamento da chave de vis-à-vis de dois alimentadores

resulta em um novo fluxo de corrente através destes equipamentos,

podendo fazer com que opere o relé de sobrecorrente de proteção e

desarme o(s) disjuntor(es) do(s) alimentador(es) envolvido(s).

No momento em que dois AL’s estiverem sendo colocados na configuração

de anel fechado, pode-se pontuar como um possível problema o fato de a

CH VIS ser operada manualmente por um eletricista de rede, que pode

operá-la inadequadamente, dependendo de seu estado emocional, das

condições meteorológicas no momento da manobra e também das

condições dos equipamentos envolvidos (bastão de manobra e SECC).

Também, deve-se levar em consideração o estado dos EPI’s e EPC’s que o

eletricista utiliza para a execução das manobras.

Metodologia

Capítulo 2

49

2.1.2 CONFIGURAÇÃO DE FECHAMENTO EM ANEL DO TIPO II

As restrições começam a aumentar para a configuração do Tipo II. Como os

alimentadores estão em barras separadas em uma ETD, devem-se tomar

cuidados extras ao executar este tipo de manobra na rede aérea primária de

distribuição.

As concessionárias energéticas não executam este tipo de manobra com

freqüência, algumas delas nem sequer a executam, seja devido à falta de

controle na segurança, nas medidas técnicas ou pelo conservadorismo

adotado por falta de uma sistemática de operação, ou até pelo

desconhecimento dos fenômenos físicos conseqüentes deste tipo de

manobra.

Figura 2.11 – Fechamento em anel do tipo II.

Além dos cuidados adotados nas manobras do Tipo I (2.1.1), adotar-se

algumas medidas de segurança, analisar e observar as seguintes

características:

Metodologia

Capítulo 2

50

- Diferença das capacidades dos TR’s de potência, dentro da ETD;

- Impedâncias dos TR’s;

- Diferença de carregamento do TR’s;

- Características das cargas dos TR’s;

- Níveis de tensão e posicionamento dos seletores de taps dos TR’s.

Este tipo de manobra é o mais explorado neste trabalho. A intenção é de

subsidiar algumas manobras que ainda não são executadas na rede aérea

primária de distribuição.

Alguns possíveis problemas na operação surgem, para esta configuração,

quando dois AL’s estiverem sendo fechados em anel. Além do problema

citado na configuração do tipo I (2.1.1), têm-se o novo fluxo de corrente que

atravessa a CH VIS. O sentido de circulação do fluxo de corrente é

determinado pelo AL com maior carregamento.

Outro problema que ocorre normalmente é o tempo que o eletricista leva

para fechar cada pólo da CH VIS e ainda a certeza de que após a manobra,

a CH VIS não fica com um ou mais contatos mal fechados. Isto provoca uma

resistência de contato alta e leva a um aquecimento prejudicial, provocando

um enorme dano ao equipamento, conforme mostra a foto 2.3.

Foto 2.3 – Explosão provocada por mau contato após fechamento de chave seccionadora

em um alimentador aéreo primário.

Metodologia

Capítulo 2

51

Ainda, um cuidado a ser tomado é o posicionamento e o automatismo do

seletor de TAP’s dos TR’s envolvidos na manobra. Os seletores de tensão

devem permanecer em uma posição onde garantam o mesmo nível de

tensão na barra secundária dos TR’s envolvidos, bem como permanecerem

bloqueados durante o período da manobra de fechamento/abertura do anel.

2.1.3 CONFIGURAÇÃO DE FECHAMENTO EM ANEL DO TIPO III

Esta é a pior condição de manobra a ser executada na formação de anel

entre dois alimentadores. Os cuidados e as restrições aumentam quando se

paraleliza duas ETD’s através de seus circuitos aéreos primários.

Este tipo de manobra é evitado nas concessionárias de energia. As ETD’s

não têm seus equipamentos padronizados, ou seja, muitos TR’s com

impedâncias e carregamentos diferentes, alimentadores com características

de carga diversas, etc.

Figura 2.12 – Fechamento em anel do tipo III.

Metodologia

Capítulo 2

52

Além dos cuidados adotados nas manobras do Tipo I (2.1.1) e II (2.1.2),

devem-se tomar algumas medidas de segurança, analisar e observar as

seguintes características:

- Capacidade de curto-circuito no lado primário das ETD’s envolvidas;

- Níveis de Tensão das ETD’s;

- Ângulo de Fase e Tensão das LT’s que alimentam as ETD’s.

No Sistema Interligado Nacional (SIN), na região sudeste, há pelo menos

uma S/E que tem uma defasagem de 30º na tensão quando comparadas

com as demais que teriam possibilidades de paralelismo, tanto na rede da

Sub-Transmissão, quanto na rede aérea primária de distribuição.

Os problemas para a operação em tempo real são aumentados nesta

configuração, pois este é o pior caso para se fazer ou desfazer paralelismo

entre AL’s. Como nos casos anteriores, quando dois AL’s estiverem sendo

fechados em anel, têm-se os problemas citados nas configurações dos tipos

I e II e ainda a preocupação com a defasagem angular da tensão primária da

ETD, conforme mencionado anteriormente. Se houver uma defasagem

angular acima de três graus, não se deve executar qualquer manobra de

fechamento em anel, pois o nível de tensão entre os pólos da CH VIS, de

uma mesma fase, pode provocar uma sobre-corrente, prejudicando o

equipamento e podendo causar um acidente com o eletricista de rede.

Metodologia

Capítulo 2

53

2.2 ALGORITMO DA MANOBRA DE FECHAMENTO EM ANEL -

FLUXOGRAMA

Metodologia

Capítulo 2

54

Metodologia

Capítulo 2

55

Metodologia

Capítulo 2

56

Figura 2.13 – Fluxograma das manobras de fechamento em anel.