capitulo1elaboraodeprojetoenocoesgerais_20150315141637

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20/08/2014 1 ESTRADAS E PAVIMENTAÇÃO Prof. Mest. Márcio Luiz de Moura Departamento de Engenharia Civil Faculdade Pitágoras Conteúdo baseado no livro de / ANTAS, Paulo Mendes et al. Estradas: projeto geométrico e de terraplenagem. Rio de Janeiro: Interciência. Introdução O setor de transporte hoje é o que mais absorve os investimentos do país. Todo o planejamento de transportes cabe ao governo, pois tem a finalidade de ampliar as atividades econômicas de qualquer região. Este planejamento é feito com base em um levantamento de necessidades de transporte de uma região para elaboração de um plano diretor. Neste levantamento torna-se importante conhecer o planejamento econômico estabelecido para a região em estudo, tanto por entidades publicas como privadas. ELABORAÇÃO DO PROJETO – NOCÕES GERAIS Definição de um espaço geográfico para estudo da malha. Neste levantamento considera-se a evolução do sistema de transporte em conjunto e o papel desempenhado pela prestação dos serviços de cada modalidade no atendimento total. Racionalização dos recursos em função dos tipos de atividade econômica Após estas análises inicia-se uma programação governamental para elaboração de projetos e a execução das obras que irão atender a região escolhida. Plano nacional de Viação (PNV) Tem como objetivo analisar ou prever as interligações entre regiões. Trata-se de um planejamento a longo prazo. Através do PNV os estados e municípios realizam planos complementares que se integram as malhas nacionais. O PNV é responsável por definir os vários eixos que atravessa o país em diversas direções cujas posição relativa serve de base para sua nomenclatura.

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Capitulo1ElaboraodeProjetoeNocoesGerais_20150315141637

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    ESTRADAS E PAVIMENTAO

    Prof. Mest. Mrcio Luiz de MouraDepartamento de Engenharia Civil

    Faculdade Pitgoras

    Contedo baseado no livro de / ANTAS, Paulo Mendes et al. Estradas: projeto geomtrico e de terraplenagem. Rio de Janeiro: Intercincia.

    Introduo

    O setor de transporte hoje o que mais absorve os investimentos do pas. Todo o planejamento de transportes cabe ao governo, pois tem a finalidade

    de ampliar as atividades econmicas de qualquer regio.

    Este planejamento feito com base em um levantamento de necessidadesde transporte de uma regio para elaborao de um plano diretor.

    Neste levantamento torna-se importante conhecer o planejamentoeconmico estabelecido para a regio em estudo, tanto por entidadespublicas como privadas.

    ELABORAO DO PROJETO NOCES GERAIS

    Definio de um espao geogrfico para estudo da malha.

    Neste levantamento considera-se a evoluo do sistema de transporte emconjunto e o papel desempenhado pela prestao dos servios de cadamodalidade no atendimento total.

    Racionalizao dos recursos em funo dos tipos de atividade econmica

    Aps estas anlises inicia-se uma programao governamental paraelaborao de projetos e a execuo das obras que iro atender a regioescolhida.

    Plano nacional de Viao (PNV)

    Tem como objetivo analisar ou prever as interligaes entre regies. Trata-se de um planejamento a longo prazo. Atravs do PNV os estados e municpios realizam planos complementares

    que se integram as malhas nacionais.

    O PNV responsvel por definir os vrios eixos que atravessa o pas emdiversas direes cujas posio relativa serve de base para suanomenclatura.

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    As rodovias e ferrovias so identificadas por trs algarismos, onde oprimeiro algarismo caracterstico da posio da via no territrio nacional:

    Radiais as que partem de Braslia, em qualquer direo, para ligao a capitaisestaduais ou pontos perifricos importantes. O primeiro nmero caracterstico o0.

    Longitudinais as que se orientam entre o norte-sul, como primeiro algarismocaracterstico 1.

    Transversais As que orientam na direo geral Leste-Oeste, caracterizadas peloalgarismo 2.

    Diagonais pares as que se orientam na direo NO-SE, cuja numeraosegundo nmeros pares, de 300, no extremo NE, a 350, em Braslia, at 398, noextremo SO.

    Diagonais mpares as que se orientam na direo NE-SO, cuja numeraovaria segundo nmeros mpares, de 301, no extremo NO, a 351, em Braslia, at399, no extremo SE.

    Ligaes traados que no se enquadram em categoria mas que ligam pontosimportantes das categorias anteriores ou permite o acesso a instalaes federaisou qualquer outros pontos como pontos tursticos, terminais. O nmero da ligaoao norte de Braslia ficar entre 400 e 450, se ao sul, entre 499.

    Legislao Normativa

    Lei 8.666, de 21/06/93 ( Norma para licitao e contratos), estabelece osseguintes procedimentos de interesse para a compreenso deste capitulo.

    Projeto Bsico; Projeto executivo; Execuo das obras e servios.

    Cada etapa deve precedida de aprovao por autoridade competente.

    As obras e os servios s tero seu inicio autorizados quando os seguintesitens existirem:

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    Projeto bsico aprovado pela autoridade competente e disponvel para exame dos interessados, em particular aos do processo licitatrio;

    Oramento detalhado em planilha que expressem a composio de todos os seus custos unitrios;

    Previso de recursos oramentrios que assegurem o pagamento da obrigaes decorrentes de obras e servios a serem executados no exerccio financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma.

    Anteprojeto

    Decidido fazer a ligao o prximo passo definir o traado.

    O anteprojeto tem como objetivo realizar uma avaliao tcnico-econmica a ligao com mais riqueza de detalhes do que na etapa de planejamento.

    A preciso dos dados ser responsvel pelas alternativas escolhidas.

    Nesta etapa no se pretende elevado grau de detalhamento, mas conhecimento suficiente para uma deciso fundamentada tcnica e economicamente para a ligao.

    Projeto Bsico

    Nesta fase com mais informaes, inicia-se o processo de soluo dando amelhor tratativa possvel com criatividade e uso de tecnologia para cadaproblema buscando a melhor soluo.

    Devido a falta de informaes mais profundas usual considerar soluesonerosas como viadutos por questo de segurana.

    Esta etapa onde se cria as solues de problemas. O profissionaldesenvolve sua criatividade na soluo dos problemas recorrendo aevoluo tecnolgica. Ao final desta etapa deve-se ter a soluo de todos osproblemas e um custo aproximado.

    Projeto Executivo

    Nesta etapa decorre o detalhamento dos processo de execuo das obras.

    Todo o processo construtivo deve ser detalhado de forma a contemplartodas a solues das na etapa anterior.

    conveniente discriminar quais sero os equipamentos usados em cadafase da obra, isso possibilita a elaborao de um plano de execuo, peachave no sucesso da execuo.

    H projetos que s podem ser pormenorizados durante a execuo comofundaes de pontes e viadutos.

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    Velocidade

    Uma via avaliada pelo conforto e pela economia que proporciona notransporte de pessoas e bens.

    Torna-se fundamental o estabelecimento de uma velocidade de projeto ouvelocidade diretriz que esteja de acordo com o projeto geomtrico das via.

    No sempre os veculos se deslocaro com velocidade de projeto. A velocidade de operao aquela que efetivamente constatada na via,

    usada pelos veculos em seus deslocamentos. Define-se a velocidade deoperao como a mais alta velocidade possvel em funo de limitaesexistentes na via.

    Esforo Trator

    Trs grandezas intervm no transporte: A carga de peso Q, a ser transportada, qual deve ser acrescido o peso do

    veculo, a tara;

    O trajeto a ser percorrido pelo veculo, isto , a via; A fora tratora a ser aplicada ao veiculo para possibilitar o deslocamento;

    O esforo trator quando comparado entre uma ferrovia e uma rodovia de 4vezes mais para a mesma carga.

    Em caso de rampas com uma inclinao X o percentual de ampliao da forarequerida em uma rodovia quanto e uma ferrovia de 50% e 200%respectivamente.

    Classificao de Rodovias e Ferrovias

    Classificao das Rodovias; Classe 0 Rodovia do mais elevado padro, via expressa com mais de uma pista,

    cruzamentos em desnvel, total controle de acessos e bloqueio total de pedestres;

    Classe I-A Rodovia de pista dupla com controle parcial de acesso, prevista para atendersituaes em que, com a pista simples em terreno plano ou ondulado, tem-se nvel de servioinferior a C e em caso de trechos montanhosos inferior a D.

    Classe I-B Rodovia de pista simples de levado padro, prevista para volume de trafegoinferior ao exigido pela Classe I-A e superior a 200 veculos horrios bidirecionais ou volumemdio dirio bidirecional de 1400 veculos mistos.

    Classe II Rodovia de pista simples prevista para atender volume mdio dirios bidirecionalde 700 a 1400 veculos mistos.

    Classe III Rodovia de pista simples prevista para atender volume mdio dirio bidirecional de 300 a 700 veculos mistos.

    Classe IV Rodovia de pista simples, com apenas revestimento primrio, caso o volume mdio dirio bidirecional seja superior a 100 veiculo ou precipitao pluviomtrica anual exceder 1.500 mm, deve ser avaliada a necessidade de pavimentao passando sua classificao para IV-A.

    Classificao Funcional Sistema Arterial;

    Sistema Coletor;

    Sistema local.

    E estes classificados quanto a mobilidade:

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    Sistema Arterial caracterizado pelo alto nvel de mobilidade para grande volume de trafego; Arterial principal rodovias para viagens;

    Arterial primrios viagens interestaduais e interegionais;

    Arterial secundrio essencialmente a viagens interestaduais;

    Sistema Coletor destina-se a atender ncleos populacionais ou centros geradores de trafego menor vulto, no servido pelo sistema arterial. Coletor primrio trafego intermunicipal;

    Coletor secundrio acesso as reas do estado;

    Sistema local acessos de pequena extenso, municpios, reas rurais, pequenas localidades.

    Tabela 1.2 - Classificao funcional das rodovias

    Sistema Cidade (hab.0 Ext/total (%) Veic-km (%) Viagem (KM) TMD Vmedia (km/H)

    Arterial Principal 150000 2,0 - 3,5 30 - 35 120 1000 60 - 120

    Arterial primrio 50000 1,5 - 3,5 15 - 20 80 500 50 - 100

    Arterial secundrio 10000 2,5 - 5,0 10 - 20 60 250 40 - 80

    Coletor Primrio 5000 4,0 - 8,0 8 - 10 50 150 30 - 70

    Coletor secundrio 2000 10 - 15 7 - 10 35 50 30 - 60

    local 65 - 80 5 - 30 20 10 20 - 50

    Relao entre classe de Projeto e Classificao FuncionalTabela 1.3 - Classes funcionais e de Projeto

    Sistema Classe Funcional Classe de Projeto

    Arterial

    Principal Classes 0 e I

    Primrio Classe I

    Secundrio Classe I e II

    ColetorPrimrio Classe II e III

    Secundrio Classe III e IV

    Local local Classe III e IV

    Classe de projeto em Ferrovia As ferrovias so classificas em linhas tronco, subsidirias e ramal;

    Sua classificao est relacionada com o aspecto funcional;

    Existem estudos que buscam normalizar fazendo a associao das caractersticas tcnicas com as funes.

    Nos projetos os estudos orientam as caractersticas tcnicas a serem adotadas para a viabilizao da ligao e os valores de norma servem para orientao.

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    Caractersticas Topogrficas

    O projeto geomtrico tem o grande objetivo de acomodar o traado ao terreno; A implantao dentro de uma topografia muito importante no tange aos custos.

    O sistema topogrfico fundamental na analise do traado.

    A topografia submeter o profissional ao seu maior desafio.

    Velocidade Diretriz

    Velocidade de projeto ou Diretriz principal parmetro para o dimensionamento dos elementos doprojeto.

    A velocidade ser definida em funo da classificao da via e a acidentaro do terreno onde sedesenvolve o traado.

    Velocidades diretrizes elevadas proporcionam conforto e reduo de tempo e segurana uma vezque os elementos geomtricos so proporcionais a velocidade;

    Deve-se analisar o impacto da escolha da velocidade aos custos.

    No caso de projetos ferrovirios a velocidade diretriz resultar dos estudos operacionais. Nas ferrovias os raios mnimos tem uma grande influencia na definio da velocidade diretriz.

    Tabela 1.4 - Velocidade Diretriz de Rodovia

    Regio

    Classe da Rodovia Plana Ondulada Montanhosa

    0 120 100 80

    I 100 80 60

    II 100 70 50

    III 80 60 40

    IV 60-80 40-60 30-40