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CAPITULO I A crise do Feudalismo

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Page 1: CAPITULO I A crise do Feudalismo. O processo de transformação A crise do feudalismo, no século XIV, teve como conseqüências principais: A marginalização

CAPITULO I

A crise do Feudalismo

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O processo de transformação A crise do feudalismo, no século XIV, teve como conseqüências

principais: A marginalização de parte da mão-de-obra, que participou das

Cruzadas, e contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo, com o renascimento comercial urbano;

O estímulo ao espírito cientifico, na busca de soluções para aumentar a produtividade, como a ferradura, a atrelagem em fila, o arreio peitoral que aumentava a capacidade de tração, o arado;

A utilização de terras desocupadas. Esses fatores combinados não foram capazes de diminuir as

pressões sociais. A produção continuou insuficiente e se acentuou o processo de transformação do sistema feudal.

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Mudanças nas relações servis

Em suas propriedades, os senhores feudais passaram a valorizar a produção para ser vendida no mercado. Nas novas terras usadas para cultivo, adotou-se, em geral, um novo sistema de trabalho, baseado em obrigações temporárias: servos e vilões foram, assim, substituídos por jornaleiros.

Atraídos pela vida nos centros urbanos ou pelas guerras, os senhores começaram também a deixar suas terras aos cuidados de um administrador. Este se dedicava ao cultivo de vinhas ou produtos que requeriam menos trabalho e rendiam mais; cedia o resto da terra ao arrendamento ou parceria, com contratos de até dez ou vinte anos.

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Mudanças nas relações servis Aos poucos, ocorreu a substituição das obrigações servis por obrigações

em dinheiro e a libertação de servos em troca de pagamento em moeda. A arrecadação dos senhores também cresceu com a intensificação da cobrança das banalidades: os antigos servos, depois de libertos, eram obrigados a utilizar os equipamentos do senhor (moinho, prensa, forno), pagando em dinheiro.

Apesar das inúmeras mudanças nas relações de trabalho, os servos não desapareceram por completo, continuando a existir ao lado dos arrendatários; mas com o passar do tempo, na prática, tornaram-se camponeses quase livres. Aos poucos, as relações no campo deixaram de ser regidas pelo costume e passaram a ser fundamentadas em contratos. As possibilidades de vender excedentes permitiam ao camponês melhorar sua situação e comprar produtos na cidade. No entanto, a maioria preferia comprar a própria liberdade.

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A economia do final da Idade Média

De modo geral, do século XII ao XV a economia européia esteve em ascensão. Entretanto, na segunda metade do século XIV, ocorreu uma grande retração. Uma notável recuperação iria ocorrer do século XV em diante.

A crise do século XIV se explica pela brusca diminuição da população, em prejuízo das atividades econômicas. A partir de 1348, a população européia vivenciaria a ação de uma pandemia definida pela propagação da Peste Negra ou Peste Bubônica. A bactéria responsável pela peste negra chegou ao continente através dos navios italianos responsáveis pelo comércio de especiarias.

A falta de saneamento básico no continente era precário e o hábito do banho não era generalizado entre a população, isso estimulou a rápida proliferação da bactéria que, defrontando-se com uma sociedade já debilitada pela fome, reduziu em um terço a população européia em menos de vinte anos. Tantas mortes fizeram com que a produção agrícola tivesse uma queda abrupta seguida pela retração das atividades comerciais.

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A economia do final da Idade Média

O perigo da contaminação levou populações inteiras a abandonar as cidades em direção ao campo. Porém, entre os fugitivos, havia centenas de pessoas que já portavam o mal. Dessa forma, a doença se propagou entre as populações camponesas. Poucos anos depois, cerca de 25 milhões de pessoas tinham sido dizimadas pela doença.

A Igreja apresentava a peste como um castigo divino aos pecados humanos, como resultado do afastamento dos homens em relação a Deus.

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Rebeliões urbanas e camponesas

Diante da ação da crise agrária e da Peste Negra, a falta da mão-de-obra elevou os salários e tornaram os senhores menos dispostos a conceder liberdade aos servos. Os senhores procuraram, por exemplo, reforçar as leis que proibiam a fuga dos servos e facilitavam sua captura.

Em algumas situações a nobreza feudal substituiu o tributo servil da corvéia, o imposto pago em trabalho, pelo tributo a ser pago em moedas. Em outras situações, os grupos proprietários recrudesceram a jornada de trabalho imposta, indistintamente, aos trabalhadores rurais e urbanos. Por causa dessa situação, ocorreram muitas rebeliões. O povo revoltava-se contra a fome e as más condições de vida desses tempos de crise. Saqueando castelos, invadindo os domínios senhoriais, as rebeliões urbanas e camponesas colocavam em risco a autoridade e o poder da nobreza feudal.

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Rebeliões urbanas e camponesas

A estabilidade política do sistema feudal foi também abalada em razão de inúmeros conflitos locais envolvendo a disputa de terras entre elementos da nobreza, além de conflitos entre as monarquias feudais já constituídas. Podemos destacar a Guerra dos Cem Anos travada entre as monarquias francesa e inglesa no período de 1337 a 1453.

A guerra foi também provocada por questões de ordem econômica, como o controle sobre a rica região de Flandres (atual Bélgica), estratégico pólo têxtil e financeiro do continente. Responsável pela devastação da agricultura e pela desarticulação das feiras e do comércio na região central do continente, o conflito agravou a crise política e econômica do sistema feudal.

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Crise de crescimento do século XV

Passados os efeitos da crise do século XIV, a população da Europa voltou a crescer e com ela também o ritmo da produção econômica e da atividade comercial. Em meados do século XV, começaram a surgir novos obstáculos que dificultaram a continuidade desse crescimento. Entre esses obstáculos, podemos apontar:

A inadequação entre o sistema feudal e as necessidades de uma sociedade em expansão. Dessa incompatibilidade surgiram dois problemas: a produção agrícola, estagnada devido às características do regime de trabalho servil, não era suficiente para abastecer os centros urbanos; e a produção artesanal urbana não encontrava consumidores na zona rural.

As dificuldades do comércio. Os produtos orientais percorriam longo trajeto, controlado pelos árabes, pelas cidades da península Itálica e pelas guildas mercantis que operavam nas rotas européias. O grande número de intermediários encarecia os produtos, enquanto os senhores, os principais consumidores, tinham suas rendas drenadas pela crise do feudalismo.

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Crise de crescimento do século XV

A falta de moedas. Escoadas para o Oriente como pagamento das especiarias, as moedas escassearam, criando dificuldades para o desenvolvimento do comércio e forçando a busca de metais preciosos.

A crise de crescimento da economia só encontrou alternativas com a exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos, produtos e metais a baixo custo; e ainda com o consumo de mercadorias produzidas na Europa.

Marcado pela diversidade de moedas, pesos, medidas e leis estabelecida entre diferentes feudos, os grupos mercantis apoiaram financeiramente a constituição desse novo processo como forma de expandir os seus negócios a partir da unificação dos padrões monetários.