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População e demografia capítulo 5 capítulo 5 Opção Brasil Imagens/Marcos André Opção Brasil Imagens/G. Evangelista Pulsar Imagens/Stefan Kolumban Opção Brasil Imagens/Marcos André Pulsar Imagens/Sergio Ranalli O que você vê, você sente Observe as imagens acima, compare-as e depois responda às questões propostas. Ver Manual, item 36. 1. O que é possível afirmar sobre a formação étnica do Brasil? 2. O que se pode afirmar sobre as características socioeconômicas do país? 3. Qual sua opinião sobre a desigual distribuição de renda no Brasil? Formação da população brasileira A população brasileira foi constituída, inicialmente, por diferentes grupos étnicos: os indígenas, os africanos es- cravizados e os portugueses, principalmente. Mas é difícil afirmar até que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado. 86

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População e demograf iacapítulo 5capítulo 5

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O que você vê, você sente

Observe as imagens acima, compare-as e depois responda às questões propostas.Ver Manual, item 36.

1. O que é possível afirmar sobre a formação étnica do Brasil?

2. O que se pode afirmar sobre as características socioeconômicas do país?

3. Qual sua opinião sobre a desigual distribuição de renda no Brasil?

Formação da população brasileiraA população brasileira foi constituída, inicialmente, por diferentes grupos étnicos: os indígenas, os africanos es-

cravizados e os portugueses, principalmente. Mas é difícil afirmar até que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado.

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População e demograf iaO movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante o século

seguinte e foi expressivo no século XVIII. No decorrer desses séculos, consolidou-se a estrutura étnica da população brasileira com o entrecruzamento de africanos da costa atlântica, portugueses e os indígenas.

Os povos indígenasHá cinco séculos, os portugueses chegaram ao litoral do Brasil, iniciando um processo de ocupação que se estendeu

até o início do século XX, estabelecendo-se nas terras que eram ocupadas pelos povos indígenas. Esse processo levou à extinção muitas sociedades indígenas, seja pela ação de armas, pelo contágio por doenças, seja pela política que pretendia assimilar os indígenas à sociedade aqui implantada, de forte influência europeia.

Dezenas de milhares morreram em consequência do contato direto e indireto com os europeus e com as doenças por eles trazidas. Doenças hoje controladas, como gripe, sarampo, coqueluche, além de outras mais graves, como tuberculose e varíola, vitimaram, muitas vezes, sociedades inteiras por não terem os indígenas imunidade natural a esses males.

Os indígenas brasileiros pertencem aos grupos chamados de paleoameríndios. Cerca de 180 línguas são faladas pelos membros dessas sociedades, que pertencem a mais de 30 famílias linguísticas diferentes e podem ser agrupados em quatro troncos linguísti-cos principais: o Tupi ou Tupi-Guarani; o Macro-Jê ou Tapuia; o Caraíba ou Karib; e o Aruak ou Nu-Aruak, além de outros grupos linguísticos dispersos pelo ter-ritório, como o Pano, Maku, Yanoama, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru, entre outros.

Ritual feminino do Yamurikumã na Aldeia Kamayurá no Parque Indígena do Xingu. Gaúcha do Norte – MT, 2012

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Identidade e pertencimento étnico não são conceitos estáticos, mas processos dinâmicos de construção individual e social. Dessa forma, não cabe ao Estado reconhecer quem é ou não indígena, mas garantir que sejam respeitados os processos individuais e sociais de construção e formação de identidades étnicas. Os critérios adotados pela FUNAI se baseiam na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada integralmente no Brasil pelo Decreto n.º 5.051/2004, e no Estatuto do Índio (Lei 6.001/73). A Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada integralmente no Brasil pelo Decreto n.º 5.051/2004, em seu artigo 1º afirma que:

“1. A presente convenção aplica-se:

a) aos povos tribais em países independentes, cujas condições sociais, culturais e econômicas os dis-tingam de outros setores da coletividade nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente, por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial;

Quais os critérios utilizados para a definição de indígena?

Um passo além

UNIDADE 2 87

b) aos povos em países independentes, considerados indígenas pelo fato de descenderem de popula-ções que habitavam o país ou uma região geográfica pertencente ao país na época da conquista ou da colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras estatais e que, seja qual for sua situação jurídica, conservam todas as suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas, ou parte delas.

2. A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério fundamental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da presente Convenção.”

Já o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) define, em seu artigo 3º, indígena como:

“...todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional.”

Dessa forma, os critérios utilizados consistem:

a) na auto-declaração e consciência de sua identidade indígena;

b) no reconhecimento dessa identidade por parte do grupo de origem;

Fonte: MINISTÉRIO da Justiça. Fundação Nacional do Índio (Funai). Povos indígenas. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/portal/acessoinfo/Acesso.html>. Acesso em: 7 jul. 2012.

Atualmente, no Brasil, vivem mais de 800 mil indígenas, cerca de 0,4% da população brasileira, de acordo com dados do censo de 2010. Eles estão distribuídos entre 683 terras indígenas e algumas áreas urbanas. Há referências a 77 grupos não conta-tados, dos quais 30 já foram confirmados. Há também grupos que estão requerendo reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista, isto é, a Funai (Fundação Nacional do Índio), órgão estatal subordinado ao Ministério da Justiça e responsável pela aplicação da legislação contida no Estatuto do Índio.

Existem populações indígenas em todo o território nacional, porém mais da metade delas reside nas regiões Norte e Centro--Oeste, principalmente na Amazônia Legal.

Os imigrantes europeusOs portugueses trouxeram um caldeamento étnico muito peculiar de lusitanos, romanos, árabes

e africanos, que habitavam Portugal. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII.

Entre os imigrantes europeus, destacando-se os seguintes grupos:

• atlanto-mediterrâneo: é o grupo mais numeroso e representa cerca de 75% do total de imigrantes que entravam no Brasil. É formado, principalmente, por portugueses, italianos e espanhóis.

• germanos ou teutões: grupo representado por alemães, austríacos, holandeses e suíços, entre outros.

• eslavos: grupo representado por poloneses, ucranianos, russos, etc.

Aldeia de índígenas isolados hostis ao contato com não indígenas – Acre, 2009

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Caldeamento: miscigenação

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Os povos africanosOs africanos escravizados, sobretudo da costa atlântica, trazidos para o Brasil, do século XVI até 1850, trabalharam

na lavoura canavieira, na mineração e na lavoura cafeeira e pertenciam a dois grupos: os sudaneses e os bantos. É tarefa difícil precisar exatamente o número de escravizados trazidos durante o período do tráfico de africanos, do século XVI ao XIX, mas estima-se que foram de cinco a seis milhões.

A vinda forçada dos escravizados para o Brasil é explicada pelos elevados lucros decorrentes do seu tráfico e pela exploração da sua força de trabalho na nascente economia canavieira.

Por vários séculos, desde o ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII) até o ciclo do café (séculos XIX e XX), eles foram o braço sustentador da economia brasileira, estando presente em todas as atividades econômicas fundamentais do país.

Desde o início da colonização, os africanos escravizados se engajaram em combates contra essa condição desumana em vários núcleos de resistência. Entre esses, destacam-se os quilombos.

QuilombosEm 2003, o governo federal definiu

“quilombo” como qualquer comunida-de que se identifique como tal e tenha “ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”. A partir dessa lei, 17 mil quilombos rece-beram o reconhecimento oficial e outras comunidades entraram com o pedido de reconhecimento.

Moradias em Quilombo da Barra – comunidade quilombola remanescente em Rio de Contas – BA, 2012

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Imagine que fosse possível sobrevoar a Terra no século 17, o período colonial no qual, segundo os livros de história, os europeus enxamearam no Novo Mundo para dominar uma vastidão quase despovoada. O que você veria, na verdade, seriam dezenas de milhões de índios que já viviam nas Américas, somados a um extraordinário afluxo não de colonos europeus, mas de escravos africanos. Até as primeiras décadas do século 19, quase quatro vezes mais africanos do que europeus vieram para as Américas. Olhando lá do alto, você não poderia imaginar que a pequenina minoria de europeus se diria protagonista da história. Em vez disso, sua atenção se voltaria para as duas populações majoritárias: africana e indígena.

Às dezenas de milhares, escravos africanos, para escapar das condições de trabalho que os europeus lhes impunham em suas plantações e lavras de minérios, refugiavam-se em áreas controladas por índios.

Terra de homens livres

Um passo além

UNIDADE 2 89

De norte a sul nas Américas, ex-escravos e indígenas fundavam povoações híbridas conhecidas, em inglês, como comunidades maroons, do espanhol cimarrón, ou fugitivo.

A complexa interação entre negros e nativos é um drama oculto que historiadores e arqueólogos só há pouco começaram a desvendar. Esse capítulo perdido deixou suas marcas mais evidentes no Brasil, onde milhares de comunidades vêm emergindo das sombras para reafirmar sua cultura mista e reivindicar a legalização da posse das terras que ocupam desde a era escravista. A questão estratégica é: novas leis conferem um papel fundamental para a determinação do futuro da Floresta Amazônica a esses povoados conhecidos como quilombos (“povoados” na língua quimbundo, originária de Angola). [...]

Fonte: MANN, Charles C.; HECHT, Suzanna. Terra de homens livres. In: National Geographic Society. Revista National Geographic, abr. 2012. p. 74.

Quilombo é um movimento amplo e permanente que se caracteriza pelas seguintes dimensões:

• vivência do sistema colonial e do escravismo;

• formas associativas que se criavam em florestas de difícil acesso, com defesa e organização so-cioeconômica e política próprias;

• sustentação da continuidade africana através de genuínos grupos de resistência política e cultural.

O africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pelo processo de miscigenação, parte inseparável do seu povo. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.

De acordo com o IBGE, a intensa miscigenação ou mestiçagem entre esses grupos originou os mu-latos (brancos + negros), os cafuzos (índios + negros) e os caboclos ou mamelucos (índios + brancos).

A diversidade cultural pode ser enfocada tanto do ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não indígenas, quanto sob o das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem no Brasil. Contudo, está sempre relacionada ao contato entre realidades so-cioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especificamente num país pluriétnico, como é o caso do Brasil.

Conexões

• A discriminação não é apenas uma questão de cor, mas também de qualidade de vida: o afrodescendente quando nasce tem 34% a mais de chances de morrer antes dos 5 anos de idade que o descendente de europeus e o dobro de chances de sair da escola sem saber ler ou escrever.

• Ao se analisar os indicadores econômicos brasileiros, fica claro que os longos processos de intensa exploração dos afrodescendentes resultaram na desigual distribuição de renda, oportunidades e escolaridade entre as etnias.

Analisando os dados mencionados, pesquise as razões dos fatos apresentados.

GEO212 Quilombos

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Características da população brasileiraNo decorrer do século XX, a população brasileira cresceu aceleradamente e vivenciou grandes

transformações étnicas e geográficas.

Na última década do século XX, observou-se um lento e constante declínio nas taxas de crescimento demográfico no Brasil. No período de 1950 a 1970, a população brasileira cresceu cerca de 3% ao ano, taxa que caiu para 1,9% na década de 1980.

Por ter se mantido a histórica tendência de declínio nos níveis de fecundidade, iniciada na década de 1970, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007 comprovaram que o valor da taxa de fecundidade total atingiu 1,99 filho, em média, por mulher. Pela primeira vez, observou-se uma taxa abaixo de dois filhos por mulher, pois, no censo demográfico de 1991, essa taxa era de 2,9 filhos por mulher e, no censo de 2000, constatou-se uma média de 2,35 filhos por mulher. Já no censo de 2010, a taxa foi de 1,9 filho por mulher.

Observe o gráfico a seguir.

Brasil: Taxa de fecundidade/1940-2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.

gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2012.

IBGE. Séries estatísticas. Projeção da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/series_estatisticas/exibedados.

php?idnivel=BR&idserie=POP327>. Acesso em: 5 jul. 2012.

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4,4

2,92,3

1,9

Esses índices fizeram com que o Brasil entrasse no grupo de países onde a taxa de fecundidade atingiu níveis abaixo da chamada reposição demográfica. Essa tendência significa que o número médio de filhos, a médio e longo prazos, não sustentará o crescimento ou um equilíbrio populacional. Portanto, as taxas de fecundidade totais, iguais ou inferiores a 2,0 filhos em média por mulher, con-duzirão, em poucas gerações, mantidas as tendências de declínio, a uma interrupção do crescimento demográfico e, consequentemente, a uma redução da população total do Brasil.

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Fonte: Folha de S.Paulo on-line. Cotidiano. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1170362-mulheres-com-maiores escolaridade-e-renda-adiam-maternidade.shtml>.

Acesso em: 22 out. 2012.

Em termos concretos, o significado das taxas atuais de fecundidade pode ser traduzido pela diminuição relativa e absoluta da população de crianças e, posteriormente, de jovens. Esse fato, associado a uma maior expectativa de vida, deverá proporcionar um crescimento relativo da população adulta e, principalmente, da população idosa, indicando um envelhecimento da população.

As taxas de crescimento demográfico vêm sofrendo uma queda contínua desde a década de 1960, chegando a 1,6% ao ano no período entre 1991 e 2000. Os resultados da contagem populacional de 2007 indicaram uma taxa de crescimento de 1,21% ao ano no período entre 2000 e 2007, enquanto as estimativas populacionais para o mesmo período ficaram em torno de 1,3% ao ano.

Fecundidade

2000 2010

Branca 2,05 1,63Preta 2,80 2,12Parda 2,75 2,12Indígena 3,88 3,88

Evolução da taxa de fecundidade no BrasilEm filhos

6,16 6,21 6,285,75

4,35

2,892,38

20102000199119801970196019501940

Taxa de fecundidade por cor e raça

Taxa de fecundidade por nível de instrução em 2010

BrancaPretaParda

Indígena

27,526,526,327,1

1,90

Idade média das mães brasileiras, segundo cor ou raça, em 2010

Sem instrução e fundamental incompleto

Fundamental completo e médio incompleto

Médio completo e superior incompleto

Superior completo

3,09

2,541,34

1,14

3,92,67

1,881,30

1,101,070,97

2,03

Taxa de fecundidade por faixas de rendimento domiciliar per capita

Até 1/4 de salário mínimoDe 1/4 a 1/2

De 1/2 a 1De 1 a 2De 2 a 3De 3 a 5

Mais de 5Sem rendimento

> A idade média das mães da classe sem rendimento era de 25,7 anos em 2010; já entre as com renda superior a 5 salários mínimos per capita, a idade subia para 31,9 anos> A idade média de maternidade entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto era menor (25,4 anos) do que das mulheres com ensino superior (30,9 anos)

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Contudo, a população brasileira ainda apresenta crescimento conforme mostra o quadro a seguir.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES – 1991 – 2000 – 2010

Brasil e grandes regiõesPopulação total

1991 2000 2010

Brasil 146 917 459 169 590 693 190 755 799

Norte 10 257 266 12 893 561 15 864 454

Nordeste 42 470 225 47 693 253 53 081 950

Sul 22 117 026 25 089 783 27 386 891

Sudeste 62 660 700 72 297 351 80 364 410

Centro-Oeste 9 412 242 11 616 745 14 058 094

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.

php?dados=4&uf=00>. Acesso em: 22 mar. 2012.

No entanto, existe uma tendência demográfica de diminuição populacional, percebida em todas em todas as regiões, inclusive naquelas em que os níveis elevados sempre foram regra, como as regiões Norte e Nordeste, onde os valores, em 2006, já caíram para 2,48 e 2,16 filhos, em média, por mulher, respectivamente. Na Região Sudeste, os valores já são baixos, com 1,76 filho por mulher no total da região, chegando a 1,74 em São Paulo e 1,60 no Rio de Janeiro, considerado o índice mais baixo do país. As diferenças entre as taxas de fecundidade nas áreas rurais (média de 2,86) e urbanas (média de 1,86) diminuíram. Isso significa que vem ocorrendo uma disseminação demográfica e sociocultural do fenômeno da redução da fecundidade e do tamanho das famílias.

Em 2000, as taxas de natalidade eram de 21‰ e as previsões são de que cheguem a aproximadamente 12‰ no ano de 2025. Essa redução é explicada pelas mudanças introduzidas no modo de vida da população, afetadas pelo rápido processo de urbanização e pela difusão do uso de métodos anticoncepcionais e, em certas regiões, pela este-rilização das mulheres.

Brasil: taxa de natalidade/1940-2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2008/indic_sociais2008.pdf>. Acesso em: 5 set. 2012. INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Séries estatísticas. Projeção da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/series_estatisticas/exibedados.php?idnivel=BR&idserie=POP327>. Acesso em: 5 set. 2012.

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31,2

23,421,2

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UNIDADE 2 93

A taxa de mortalidade, um dos componentes da dinâmica demográfica, vem decrescendo significativamente, princi-palmente após 1940. Esse fato deve-se principalmente ao grande avanço da medicina, em áreas como a bioquímica, que foi responsável pelo desenvolvimento de antibióticos e vacinas. Esses benefícios, juntamente com o saneamento básico (esgoto e água tratados) e a disseminação de medidas de higiene, contribuíram para a diminuição da mortalidade geral da população. Contudo, a permanência de condições desfavoráveis de saúde e alimentação para grande parcela da população traduz-se ainda em elevadas taxas de mortalidade infantil, pouco mais de 24‰ em 2008.

Observe os gráficos a seguir.

Brasil: taxa de mortalidade/1940 2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico: resultados preliminares da amostra. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2018&id_pagina=1>. Acesso em: 22 mar. 2012

Brasil: taxa de mortalidade infantil - total por regiões (1990-2010)

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/

condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2012.

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30,0

20,0

10,0

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NordesteBrasilNorteCentro-OesteSudesteSul

A evolução positiva dos níveis de sobrevivência por idade é consequência de alguns fatores, como o declínio da mortalidade infantil, a diminuição das mortes de crianças com até cinco anos, as políticas de saúde pública, as cam-panhas de prevenção e o acesso aos serviços médicos. Por outro lado, o aumento da violência gerada pelos mais diversos fatores provocou um aumento da mortalidade entre a população jovem, principalmente masculina. Esse fato tem interferido nos índices de crescimento da expectativa de vida da população em geral. Contudo, a diminuição da mortalidade tem provocado um avanço na expectativa de vida. Em 1991, essa expectativa era de 66,9 anos, de 70,4 em 2000 e, em 2010, passou para 73 anos.

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Brasil: esperança de vida ao nascer/1920-2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2008/indic_sociais2008.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2012; INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Séries estatísticas. Projeção da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/series_estatisticas/exibedados.php?idnivel=BR&idserie=POP327>. Acesso em: 5 jul. 2012.

Observe o gráfico a seguir.

1920

1940

1950

1960

1970

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1991

1999

2010

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30

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Brasil: Esperança de vida ao nascer/1920-2010

424246

52 54 5460

6873

Anos de idade

Em relação à diferenciação de gênero, a expectativa de vida das mulheres é de oito anos a mais que os homens, isto é, uma longevidade de 76,1 anos para as mulheres e de 68,5 anos para os homens. Um dos fatores levantados pelo IBGE para justificar essa diferença é a alta incidência de mortalidade masculina por causas externas entre homens jovens na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade.

Observe, no mapa a seguir e no gráfico da página seguinte, a expectativa de vida por unidade da federação.

Expectativa de vida no Brasil por UF – 2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos Indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://ibge.gov.br/home/estatistica/população/

condiçãodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2012. Adaptação.

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UNIDADE 2 95

Em todas as regiões do país, houve uma diminuição das taxas de mortalidade. Isso ocorreu, sobretudo, em razão dos investimentos nos serviços de saúde, que contribuíram para a diminuição das desigualdades regionais e sociais. A análise dessa trajetória é fundamental para a definição de políticas públicas futuras.

No Brasil, nas próximas décadas, estima-se que as taxas de mortalidade serão inferiores às de natalidade. De acordo com o IBGE, para cada três pessoas nascidas vivas, contabiliza-se a morte de uma pessoa. Contudo, essa diferença passará a sofrer uma diminuição constante, podendo ocorrer, até meados deste século XXI, um equilíbrio entre o número de nascimentos e o de mortes.

Uma terceira componente demográfica, que desempenha um papel fundamental na dinâmica populacional brasi-leira, é a componente migratória.

No caso do crescimento recente da população brasileira, a componente migratória a ser considerada é a migração internacional, com os respectivos saldos de entrada e saída do país. De acordo com o IBGE, não existem cadastros e fontes primárias suficientemente confiáveis e completas que permitam estabelecer a quantidade de brasileiros que estão vivendo no exterior. Isso ocorreu porque existem muitos que emigram de forma ilegal.

As imigrações estrangeiras já não são tão expressivas no crescimento populacional brasileiro. Todavia, ainda são intensas as migrações regionais em busca de trabalho que garanta melhorias nas condições de vida do migrante. Algumas alterações em relação às áreas de atração populacional precisam ser registradas. O destino do migrante não é mais a Região Sudeste, principalmente em função do alto índice de desemprego que tem atingido os trabalhadores dessa região. Por essa razão, tem ocorrido o retorno dos migrantes a seus locais de origem ou em direção aos novos centros regionais, localizados principalmente nos estados de Goiás, Tocantins, Paraná e Santa Catarina.

Os indicadores de saúde das regiões Norte e Nordeste demonstram uma situação crítica: na Região Norte, para cada 1 000 crianças nascidas vivas, 25 morrem antes de completar um ano de vida, em consequência de doenças como a diarreia e a desnutrição. No Nordeste, esse índice é ainda mais alarmante: para cada 1000 crianças nascidas vivas, 36 morrem antes de completar um ano de vida. Apesar disso, essa região é a que vem apresentando maiores quedas nas taxas de mortalidade infantil. Os fatores que têm contribuído para essa acentuada diminuição foram as campanhas de aleitamento materno, promovidas pelo ministério público, e a adoção de políticas de assistência à saúde das populações carentes. Essas políticas consistem em visitas de agentes comunitários, que fazem distribuição de remédios e alimentos básicos para crianças e gestantes.

Expectativa de vida no Brasil por UF – 2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos Indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:<http://ibge.gov.br/home/estatistica/população/

condiçãodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2012. Adaptação

65 anos

AL

MA

PE PI

PB

RR

CE

AP

RN SE

RO TO AC

AM PA BA RJ

MT

GO ES

MS

PR

SP

MG RS

SC DF

66,8

67,6

68,3

68,9

69,0

69,9

70,3

70,4

70,4

70,9

71,2

71,3

71,4

71,6

72,0

72,0

73,1

73,1

73,4

73,7

73,8

74,1

74,2

74,6

75,0

75,3

75,3

70 anos

75 anos

Cass

iano

Dar

ela,

201

3. D

igita

l.

96

1Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.Fontes: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das

condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2008/indic_sociais2008.pdf>.

Acesso em: 5 jul. 2012.INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=4&uf=00>. Acesso em: 5 jul. 2012.

Transição demográficaA transição demográfica nacional, após um início moderado na segunda metade dos anos 1960, apresentou uma

aceleração crescente durante as duas décadas seguintes. Isso ocorreu em razão da rápida redução da fecundidade, fato que resultou na diminuição do crescimento demográfico natural da população. De um ritmo elevado de 3% ao ano entre 1950-1960, praticamente inédito até então entre populações numerosas, esse nível baixou para 1,93% médios anuais entre 1980-1991.

Com base nessa perspectiva, estima-se que a taxa de crescimento da população nacional ficará abaixo de 1,0% anual a partir do período entre 2015 e 2020; e abaixo de 0,5% depois de 2035. Se essa tendência for mantida, a população se aproximará de um estado praticamente estacionário nos anos próximos a 2090, com um contingente entre 240 e 250 milhões de pessoas compondo o total da população.

Durante as décadas de 1950 e 1960, o elevado ritmo de crescimento natural da população foi resultado do rápido declínio da taxa bruta de mortalidade observado entre 1945 e 1955, enquanto a taxa bruta de natalidade manteve-se praticamente estável. Nas duas décadas seguintes, ocorreu o contrário; a natalidade diminuiu em 34,1% e a mortalidade manteve-se quase estável, observando-se uma diminuição da diferença entre ambas as taxas.

A relação entre o número de nascidos vivos e a população continuou declinando aceleradamente entre 1985 e 1995. A taxa de natalidade passou de 40,8‰ para 26,9‰ entre 1965 e 1985. Essa redução pode ser considerada expressiva, pois não houve, na época, qualquer ação governamental tanto na área geral das políticas populacionais quanto, especificamente, na área do planejamento familiar. Estima-se que esse indicador permaneça em torno de 18,7 nascidos vivos por mil habitantes entre 2000 e 2010, resultando numa redução ainda considerada significativa.

Confirmando essa tendência, a natalidade média na primeira década do século XXI reduziu-se a menos da metade do seu valor em 40 anos, embora o nível de 16,38‰ ainda seja considerado um índice elevado, se comparado aos países que já completaram a transição demográfica.

Nas primeiras décadas do século XXI, o número de nascidos vivos será praticamente igual ao observado no período entre 1990 e 2000, totalizando, nessas duas décadas, pouco mais de 65 milhões de novas crianças, cujos sobreviven-tes constituirão a população com menos de 20 anos de idade. Isso significa que o efeito da diminuição no ritmo de crescimento demográfico é praticamente inexpressivo em relação à necessidade de serviços de saúde e educacionais para crianças e jovens durante os próximos vinte anos.

BRASIL: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO POR GRUPOS DE IDADE / 1997 – 2010

Faixa etária 1997¹ (%) 2002¹ (%) 2010 (%)

0 a 6 anos 13,6 12,5 10,3

7 a 14 anos 17,2 15,4 13,8

15 a 17 anos 6,7 6,0 5,4

18 a 24 anos 12,6 13,5 12,5

25 a 59 anos 41,3 43,3 47,2

Mais de 60 anos 8,6 9,3 10,8

Na população brasileira predominam os jovens, isto é, 46% da população tem menos de 20 anos de idade, conforme pode ser observado no quadro a seguir:

UNIDADE 2 97

Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade. Brasil 2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010. Características da população: resultados do universo. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_da_populacao/

resultados_do_universo.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2012.

Pela análise do gráfico, percebe-se que, à medida que cresce a expectativa de vida, o número de mulheres no total da população idosa aumenta em relação ao de homens, fenômeno que vem sendo observado desde a década de 1960.

EducaçãoAproximadamente 97,6% das crianças e adolescentes com idade entre 7 e 14 anos estão matriculados no Ensino

Fundamental (do 1.° ao 9.° ano). Esse índice tem contribuído para que o analfabetismo no país esteja diminuindo: de 20%, em 1990, passou para 15%, em 1997, 13,6% em 2000 e 9,6% em 2010.

Entretanto, 65% da população acima de 15 anos não completou oito anos de estudo, período mínimo determinado pela Constituição do Brasil. A média de escolaridade no Brasil é de apenas seis anos por habitante, metade do que a Unesco considera ideal para que uma pessoa possa dispor de condições necessárias para superar a linha de pobreza.

O analfabetismo, que atinge 14,1 milhões de pessoas (cerca de 15% da população total), é o principal indicador do atraso econômico de um país. Segundo estudos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o analfabe-tismo é maior quanto mais velha é a população. Ele também é maior nas áreas rurais, mas é menor entre as mulheres. Nas regiões brasileiras, o analfabetismo vem diminuindo, mas ainda atinge uma parcela significativa da população.

Mais de 100 anos95 a 99 anos90 a 94 anos85 a 89 anos80 a 84 anos75 a 79 anos70 a 74 anos65 a 69 anos60 a 64 anos55 a 59 anos50 a 54 anos45 a 49 anos40 a 44 anos35 a 39 anos30 a 34 anos25 a 29 anos20 a 24 anos15 a 19 anos10 a 14 anos

5 a 9 anos0 a 4 anos

0,07,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0

7.24731.528

114.964310.759668.623

1.090.5181.667.3732.224.0653.041.0343.902.3444.834.9955.692.0136.320.5706.766.6657.717.6578.460.9958.630.2278.558.8688.725.4137.624.1447.016.987

0,0%0,0%0,1%0,2%0,4%0,6%0,9%1,2%1,6%2,0%2,5%3,0%3,3%3,5%4,0%4,4%4,5%4,5%4,6%4,0%3,7%

0,0%0,0%0,1%0,3%0,5%0,8%1,1%1,4%1,8%2,3%2,8%3,2%3,5%3,7%4,2%4,5%4,5%4,4%4,4%3,9%3,6%

16.98966.806

211.595508.724998.349

1.472.9302.074.2642.616.7453.468.0854.373.8755.305.4076.141.3386.688.7977.121.9168.026.8558.643.4188.614.9638.432.0028.441.3487.345.2316.779.172

6,05,04,03,02,01,0 7,0

HOMENS MULHERES

Entre os fatores que determinaram o rápido declínio da natalidade e da transição demográfica no Brasil estão a intensa urbanização, a industrialização e a expansão dos meios de comunicação e de transporte, que facilitaram a transmissão de novos comportamentos reprodutivos. Contudo, a disseminação dos métodos anticoncepcionais, o surgimento do planejamento familiar e o novo papel desempenhado pelas mulheres na sociedade contribuíram decisivamente para as mudanças observadas no quadro populacional brasileiro.

Lentamente, a população brasileira está envelhecendo. Porém, quando são analisadas as diferentes camadas salariais, verifica-se que para a população que recebe até um salário-mínimo, a expectativa de vida é de 55 anos, ampliando-se para 71 anos para os que recebem acima de cinco salários mínimos.

Observe, no gráfico a seguir, a pirâmide etária do Brasil.

Cesa

r Sta

ti, 2

013.

Dig

ital.

98

Taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade,segundo as Grandes Regiões - 2000/2010

%

12,8

9,0

15,6

10,6

24,6

17,6

7,55,1

7,04,7

9,76,6

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

2000 2010

Taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade, segundo as grandes regiões - 2000/2010

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010. Características da população: resultados do universo. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_da_

populacao/resultados_do_universo.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2012.

O governo brasileiro estabeleceu como meta para a educação primária que ela seja, até 2015, disseminada por toda a população. Essa meta foi estabelecida pelos países signatários do acordo dos Objetivos do Milênio, da ONU, do qual o Brasil faz parte. Uma das formas de se medir o empenho para atingir esse objetivo é a determinação da taxa de analfabetismo para a população na faixa entre 15 e 24 anos de idade.

Até 2015, todos os 191 Estados-membros das Nações Unidas assumiram os seguintes compromissos:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome

Brasil: O Brasil já cumpriu o objetivo de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015: de 25,6% da população em 1990 para 4,8% em 2008. Mesmo assim, 8,9 milhões de brasileiros ainda

tinham renda domiciliar inferior a US$ 1,25 por dia até 2008. Para se ter uma ideia do que isso representa em relação ao crescimento populacional do país, em 2008, o número de pessoas vivendo em extrema pobreza era quase um quinto do observado em 1990 e pouco mais do que um terço do valor de 1995. Diversos programas governamentais estão em curso com o objetivo de alcançar essa meta.

Mundo: Globalmente, o objetivo de redução da pobreza é um dos mais propensos a ser ultrapassado. Até 2015, segundo estimativas do Banco Mundial, a taxa global de pobreza (renda) é projetada ao redor de 15%, ligeiramente acima dos 14,1% previstos antes da crise financeira mundial, mas ainda superando as metas graças a ganhos acumulados no passado. De acordo com o Banco Mundial, a crise teria levado um adicional de 64 milhões de pessoas para o grupo dos extremamente pobres ao final de 2010. Como resultado disso, estima-se que 53 milhões de pessoas não conseguirão sair da pobreza até 2015, como previsto anteriormente.

OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

Um passo além Ver Manual, item 37.

Observe o gráfico a seguir:

Cesa

r Sta

ti, 2

013.

Dig

ital.

UNIDADE 2 99

2. Atingir o ensino básico universal

Brasil: No Brasil, os dados mais recentes são do 4.º Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM, de 2010, com estatísticas de 2008: 94,9% das crianças e jovens entre 7 e 14 anos estão matriculados no ensino fundamental.

Nas cidades, o percentual chega a 95,1%. O objetivo de universalizar o ensino básico de meninas e me-ninos foi praticamente alcançado, mas as taxas de frequência ainda são mais baixas entre os mais pobres e as crianças das regiões Norte e Nordeste. Outro desafio é com relação à qualidade do ensino recebida.

Mundo: Houve progressos no aumento do número de crianças frequentando as escolas nos países em desenvolvimento, mas apesar de grandes avanços, é improvável que a meta seja atingida. As matrículas no ensino primário continuaram a subir, atingindo 89% nos países em desenvolvimento em 2008. Entre 1999 e 2008, as matrículas aumentaram 18 pontos percentuais na África Subsaariana, e 11 e 8 pontos percentuais no Sul da Ásia e da África do Norte, respectivamente. Alcançar o ensino primário universal exige mais do que a matrícula completa, significa assegurar que as crianças continuem a frequentar as aulas. Na África Subsaariana, mais de 30% dos alunos do ensino primário desistem antes da conclusão dos cursos.

3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

Brasil: O empoderamento das mulheres é importante não apenas para o cumprimento do Objetivo 3, mas para vários outros objetivos, em especial os

ligados a pobreza, fome, saúde e educação. No Brasil, as mulheres já estudam mais que os homens, mas ainda têm menos chances de emprego, recebem menos do que homens trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos. Em 2008, 57,6% das brasileiras eram consideradas economicamente ativas, frente a 80,5% dos homens. Em 2010, elas ficaram com 13,6% dos assentos no Senado, 8,7% na Câmara dos Deputados e 11,6% no total das Assembleias Legislativas.

Mundo: Graças ao aumento significativo no índice de matrículas de meninas no ensino primário, muitos países estão conseguindo alcançar igualdade de gênero nas escolas. Em 2008, havia 96 meninas para cada 100 meninos matriculados no ensino primário, e 95 meninas para cada 100 meninos matriculados no ensino secundário nos países em desenvolvimento. A expectativa é de que esse objetivo seja alcança-do globalmente em 2015 para ambos os níveis de ensino. Já a cota global de mulheres no parlamento continua a crescer lentamente e chegou a 19% em 2010. Ações afirmativas continuam sendo o principal fator a impulsionar o progresso para as mulheres.

4. Reduzir a mortalidade infantil

Brasil: As projeções para os ODM ligados à saúde são as piores no grupo de metas estabelecidas até 2015. O Brasil reduziu a mortalidade infantil (crianças com menos de um ano) de 47,1 óbitos por mil nascimentos, em 1990, para

19 em 2008. Até 2015, a meta é reduzir esse número para 17,9 óbitos por mil, mas a desigualdade ainda é grande: crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer do que as ricas, e as nascidas de mães negras e indígenas têm maior taxa de mortalidade. O Nordeste apresentou a maior queda nas mortes de zero a cinco anos, mas a mortalidade na infância ainda é quase o dobro das taxas registradas no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste.

Mundo: Em âmbito global, entre 1990 e 2008, a taxa de mortalidade para crianças menores de cinco anos diminuiu 28%, de 100 para 72 mortes por mil nascidos vivos. Progresso notável, mas insuficiente para que o ODM 4 seja alcançado com redução dessas mortes em dois terços. A tendência para o período 2009-2015 aponta para 1,2 milhão de mortes adicionais de crianças dessa faixa etária.

100

5. Melhorar a saúde materna

Brasil: Segundo o 4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM de 2010, o Brasil registrou uma redução na mortalidade materna de praticamente 50% desde 1990. A Razão de Mortalidade Materna (RMM) corrigida para 1990 era de 140 óbitos por 100 mil nascidos, enquanto em 2007 declinou

para 75 óbitos. O relatório explica que a melhora na investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos de idade), que permite maior registro dos óbitos maternos, possivelmente contribuiu para a estabilidade da RMM observada nos últimos anos da série.

Mundo: A mortalidade materna continua inaceitavelmente elevada em muitos dos países em desenvol-vimento. Mais de 350 mil mulheres morrem anualmente de complicações durante a gravidez ou o parto, quase todas elas nos países em desenvolvimento. Na África Subsaariana, o risco de mortalidade materna é 1 em 30, comparado com 1 em 5.600 nas regiões desenvolvidas. Todos os anos, mais de 1 milhão de crianças são deixadas sem mãe, e as crianças que perderam suas mães têm até 10 vezes mais chances de morrer prematuramente.

6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças

Brasil: O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a proporcionar acesso universal e gratuito para o tratamento de HIV/Aids na rede de saúde pública. Quase 200 mil pessoas recebem tratamento com antirretrovirais

financiados pelo governo. A sólida parceria com a sociedade civil tem sido fundamental para a resposta à epidemia no país. De acordo com dados do Relatório de Acompanhamento dos ODM de 2010, a taxa de prevalência da infecção na população em geral, de 15 a 49 anos, é de 0,61% e cerca de 630 mil pessoas vivem com o vírus.

Mundo: No mundo, todos os dias, 7,5 mil pessoas são infectadas pelo vírus HIV e 5,5 mil morrem em consequência da Aids – a maioria por falta de prevenção e tratamento. O número de novas infecções vem diminuindo, mas o número de pessoas que vivem com a doença continua a aumentar junto com o aumento da população mundial e maior expectativa de vida dos soropositivos. Houve avanços importantes e o monitoramento progrediu. Mesmo assim, só 28% do número estimado de pessoas que necessitam de tratamento o recebem. Os dados mais recentes apontam que a malária mata um milhão de pessoas por ano, principalmente na África, e dois milhões morrem de tuberculose por ano em todo o mundo.

7. Garantir a sustentabilidade ambiental

Brasil: O país reduziu o índice de desmatamento, o consumo de gases que provocam o buraco na camada de ozônio e aumentou sua eficiência energética com o maior uso de fontes renováveis de energia. O acesso à água potável deve

ser universalizado, mas a meta de melhorar condições de moradia e saneamento básico ainda depende dos investimentos a serem realizados e das prioridades adotadas pelo país. A estimativa é de que o Brasil cumpra, na média nacional, todos os 8 ODM, incluindo o ODM 7. Mas este é considerado por muitos especialistas como um dos mais complexos para o país, principalmente na questão de acesso aos serviços de saneamento básico em regiões remotas e nas zonas rurais.

Mundo: A proporção de áreas protegidas em todo o mundo tem aumentado sistematicamente. A soma das áreas protegidas na terra e no mar já é de 20 milhões de km² (dados de 2006). A meta de reduzir em 50% o número de pessoas sem acesso à água potável deve ser cumprida, mas a melhoria das condições de vida em favelas e bairros pobres está progredindo lentamente. Entre 1990 e 2006, mais de 1,6 bilhão de pessoas ganharam acesso a água potável, aumentando de 76% para 86% a proporção da população

UNIDADE 2 101

Outro indicador utilizado para avaliar o nível educacional de uma população é a taxa de analfabetismo funcional, criada pela Unesco. O analfabetismo funcional considera a porcentagem da população de 15 anos ou mais de idade, com menos de quatro anos completos de estudos. Ela representa a parcela da população brasileira que não concluiu o primeiro segmento do Ensino Fundamental.

O conceito de analfabetismo mudou muito nos últimos 40 anos. Em 1958, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) definia como analfabeto um indivíduo que não consegue ler ou escrever algo simples. Após 20 anos, ela passou a usar o conceito de alfabetização funcional, definido como: “Uma pessoa é funcionalmente alfabetizada se pode participar de todas as atividades em que o conhecimento da escrita é necessário para o funcionamento efetivo do seu grupo e da sua comunidade, e também para permitir que continue a usar a leitura, a escrita e o cálculo para o seu desenvolvimento e o da sua comunidade”.

No Brasil, a partir da década de 1990, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a utilizar uma definição operacional para alfabetização funcional, seguindo recomendações da Unesco, como o domínio de habilidades em leitura, escrita, cálculos e ciências, em correspondência a um determinado número de anos de estudos. Pelo critério adotado, no Brasil são consideradas analfabetas funcionais (AFs) as pessoas com menos de quatro anos de estudo.[...]

Fonte: INSTITUTO de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). Universidade de São Paulo

(USP). Disponível em: <http://www2.nilc.icmc.usp.br/wiki/images/8/83/PorSimples_projeto_submetido.

pdf>. Acesso em: 6 nov. 2012.

Um passo além

com esse acesso. São 76 os países que estão no caminho para o cumprimento dessa meta, mas 23 estão estagnados e 5 apresentaram retrocesso de acordo com dados mais recentes do Banco Mundial.

8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

Brasil: O Brasil foi o principal articulador da criação do G-20 nas negocia-ções de liberalização de comércio da Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio. Também se destaca no esforço para universalizar o acesso a

medicamentos para a Aids. O país é pró-ativo e inovador na promoção de parcerias globais usando a Cooperação Sul-Sul e a contribuição com organismos multilaterais como principais instrumentos.

Mundo: Apesar dos desembolsos dos países da OCDE em assistência ao desenvolvimento terem crescido 0,7% em termos reais de 2008 para 2009 e atingido US$ 119,6 bilhões, eles vieram abaixo dos compromissos previamente assumidos, especialmente com os países da África Subsaariana. Descontado o perdão das dívidas, a assistência estrangeira ao desenvolvimento cresceu 6,8% em termos reais. No comércio global, além dos impactos da crise financeira mundial, um dos maiores obstáculos tem sido o fracasso das nações em concluir as negociações da Rodada de Doha e colocar em prática as metas pro-postas neste que é o único ODM a engajar diretamente os países desenvolvidos.

Fonte: PROGRAMA das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Disponível em: <http://www.pnud.org.br/ODM.aspx>. Acesso em: 7 jul. 2012.

102

Em 2010, a taxa de analfabe-tismo funcional abrangia 20,3% da população brasileira, isto é, aproximadamente 30 milhões de pessoas. Apesar dessa porcenta-gem ainda elevada, o Brasil vem reduzindo esse índice nos últimos dez anos. A taxa de analfabetismo funcional apresentada pelo setor rural é de 40,7% e corresponde a mais que o dobro do analfa-betismo apresentado pelo setor urbano, que é de 16,7%.

Observe essa realidade no grá-fico apresentado ao lado.

Taxa de analfabetismo funcional das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por situação de domicílio / 1997 – 2010 (%)

1 Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e Amapá.Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística. (IBGE): Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>.

Acesso em: 24 mar. 2012.

1997¹ 2001¹ 2004¹ 2007 2010

TotalUrbanaRural

60

50

40

30

20

10

0

A frequência à escola de crianças de 0 a 6 anos de idade, em 1997, era de 29,2%, passando para 36,5% em 2002 e, em 2007, para 44,5%. Esse aumento evidencia as mudanças ocorridas no Ensino Fundamental, cuja duração passou de oito para nove anos, desde a aprovação da Lei n.o 11.274, em dezembro de 2006. Essa lei estabeleceu a responsabi-lidade legal dos pais e do Estado por fazer com que as crianças entre 6 e 14 anos frequentem o Ensino Fundamental.

Para o conjunto da população brasileira de 15 anos ou mais de idade, a média de anos de estudo, em 2009, foi de apenas 7,2 anos, considerado um índice pouco satisfatório. Nesse aspecto, a escolaridade média da população tem evoluído muito lentamente, comprometendo o desenvolvimento socioeconômico do país.

Observe o gráfico a seguir.

Brasil: média de anos de estudo das pessoas de 10 anos ou mais e de 15 anos ou mais de idade / 2009

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://

www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2012.

Total

%

7,2 7,5

7,0 7,

4

7,4 7,7

7,6 8,0

4,6 4,8

Homens Mulheres Urbana Rural

10 anos ou mais15 anos ou mais

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Cesa

r Sta

ti, 2

013.

Dig

ital.

Cesa

r Sta

ti, 2

013.

Dig

ital.

UNIDADE 2 103

Os programas governamentais e privados de alfabetização e educação de jovens e adultos podem representar uma resposta adequada à questão do analfabetismo.

Densidade demográfica e distribuição populacional no território brasileiro

A densidade demográfica média do Brasil é de 22,2 hab./km², con-siderado um número pouco elevado se comparado à grande extensão do território nacional. Ao se analisar esse índice, levando em consideração as regiões, fica evidente a desigualdade da distribuição populacional do Brasil.

Observe a tabela ao lado.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Região Densidade demográfica (hab./km²)

Norte 4,12

Nordeste 34,15

Centro-Oeste 8,75

Sudeste 86,92

Sul 48,58

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=10&uf=00>. Acesso em: 23 mar. 2012.

Outra maneira de visualizarmos a distribuição espacial da população brasileira pelo território nacional é por meio do mapa a seguir. Observe-o com atenção.

Brasil: densidade demográfica

Fonte: INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2012. Adaptação.

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GEO206 Analfabetismo

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No mapa, é possível verificar uma nítida concentração populacional ao longo da faixa litorânea, resultado de alguns fatores relevantes: o tipo de povoamento verificado no decorrer da história do país; o êxodo rural, responsável por levar grandes massas de população para os grandes centros urbanos; o tipo de prática econômica, que prioriza as exportações. A maioria das cidades com mais de um milhão de habitantes, com exceção de Belo Horizonte e Brasília, estão situadas no litoral ou em áreas próximas, cuja distância não ultrapassa 100 km.

1. Por que as taxas de mortalidade vêm diminuindo no Brasil?

2. A população brasileira vem apresentando um lento envelhecimento. Qual é a explicação para isso?

3. O Nordeste é a região brasileira que exibe os mais elevados índices de mortalidade infantil do Brasil e, ao mesmo tempo, é a região na qual essas mesmas taxas vêm diminuindo consideravelmente. O que explica essa melhoria?

4. Como se caracteriza a população brasileira em termos de idade?

Questões complementares

1. (UFBA) Com base na análise do gráfico e nos co-nhecimentos sobre a população brasileira, defina crescimento natural ou vegetativo e explique a evo-lução demográfica do país, no século XX, indicando duas causas das elevadas taxas de mortalidade nas duas primeiras décadas, duas medidas adotadas pelo Estado nas décadas de 30/40 no combate a essa mortalidade e uma consequência dessas medidas nas décadas seguintes.

2. (Enem) A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas últimas décadas do século XX, re-gistraram-se processos que resultaram em transfor-mações na distribuição das atividades econômicas

e da população sobre o território brasileiro, com reflexos no PIB por habitante.

Assim,

a. As desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o cresci-mento vivido pelo país.

b. Os novos fluxos migratórios instaurados em di-reção ao Norte e ao Centro-Oeste do país pre-judicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao cres-cimento da demanda por postos de trabalho.

c. O Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país.

d. O avanço da fronteira econômica sobre os es-tados da região Norte e do Centro-Oeste resul-tou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores primário e secundário, como no terciário.

e. O Nordeste tem vivido, ao contrário do restan-te do país, um período de retração econômica, como consequência da falta de investimen-tos no setor industrial com base na moderna tecnologia.

Síntese do ConteúdoVer Manual, item 38.

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