capítulo 39

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Capítulo 39 - Panorama econômico da América Latina Estruturas econômicas A América Latina ficou classificada na divisão internacional do trabalho (DIT), como fornecedora de matérias-primas, o que ainda constituiu uma marca para muitos países na atualidade: América Central: frutas tropicais; Brasil e Colômbia: destaque para o café; Cuba: açúcar; Argentina e Uruguai: Carne, lã e trigo; Bolívia: estanho; Chile: cobre; Peru: prata e pescados. Industrialização tardia A industrialização teve seu início no período entre guerras: A dificuldade na importação de bens manufaturados das grandes potências, estas envolvidas em crises/guerras, impulsionou o desenvolvimento industrial através do modelo de substituição de importações. O surto industrial, no início do século XX, ocorreu em poucos países, como o Brasil, a Argentina e o México. Isso se deve aos investimentos estatais nos setores de infra- estrutura (energia e transporte), e na regulação do mercado de trabalho. Entre 1950 -1960, Brasil Argentina e México passam a receber com a instalação de filiais de empresas transnacionais no ramo automobilístico, por exemplo. Tais países ampliaram sua participação na DIT, abastecendo o mercado mundial com de bens de consumo duráveis e não- duráveis. O desenvolvimento industrial não assegurou autonomia a estes países, obrigando-os a importar tecnologias sofisticadas, reforçando a situação de dependência econômica;

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Page 1: Capítulo 39

Capítulo 39 - Panorama econômico da América Latina Estruturas econômicas A América Latina ficou classificada na divisão internacional do trabalho (DIT), como fornecedora de matérias-primas, o que ainda constituiu uma marca para muitos países na atualidade:

América Central: frutas tropicais;

Brasil e Colômbia: destaque para o café;

Cuba: açúcar;

Argentina e Uruguai: Carne, lã e trigo;

Bolívia: estanho;

Chile: cobre;

Peru: prata e pescados. Industrialização tardia A industrialização teve seu início no período entre guerras:

A dificuldade na importação de bens manufaturados das grandes potências, estas envolvidas em crises/guerras, impulsionou o desenvolvimento industrial através do modelo de substituição de importações.

O surto industrial, no início do século XX, ocorreu em poucos países, como o Brasil, a Argentina e o México.

Isso se deve aos investimentos estatais nos setores de infra-estrutura (energia e transporte), e na regulação do mercado de trabalho.

Entre 1950 -1960, Brasil Argentina e México passam a receber com a instalação de filiais de empresas transnacionais no ramo automobilístico, por exemplo.

Tais países ampliaram sua participação na DIT, abastecendo o mercado mundial com de bens de consumo duráveis e não-duráveis.

O desenvolvimento industrial não assegurou autonomia a estes países, obrigando-os a importar tecnologias sofisticadas, reforçando a situação de dependência econômica;

Page 2: Capítulo 39

América Latina e economia globalizada Década de 80

Contexto: crise, recessão.

Altas taxas de juros sobre a dívida externa.

Baixos investimentos em setores de infra-estrutura e em políticas sociais.

Privatizações e controle dos gastos públicos (Consenso de Washington).

Década de 90

Redução das taxas de juros internacionais e renegociação de dívidas externas.

Políticas de atração de capital estrangeiro e valorização da moeda.

Financeirização que gerou:

sucateamento industrial.

necessidade de geração de superávits comerciais.

transferência de parte dos setores públicos e privado nacionais para o capital internacional.

Consequências diferentes: México Ênfase no desenvolvimento do norte do país com a presença das indústrias maquilladoras e crescimento das cidades médias. Chile Inserção no mercado internacional, especializando a produção. - ao norte, investimentos estrangeiros para a mineração (extração de cobre); - ao sul, fruticultura mais sofisticada. Argentina e Brasil Políticas influenciadas pelas corporações internacionais; formação de redes extravertidas de transportes, facilitando a integração com mercados mundiais ao invés de iniciativas para integração nacional.

Page 3: Capítulo 39

Indicadores sociais e econômicos •Reúne países com distribuição de renda mais desigual do mundo:

220 milhões de pessoas vivendo na pobreza (100 milhões em pobreza extrema), com diferenças em todos os níveis: renda, lazer, acesso à serviços de educação, transporte, saneamento, saúde e habitação; •Medidas NEOLIBERAIS que favoreceram a situação acima: - controle dos gastos públicos; - cortes em investimentos sociais; - situação da economia mundial (recessão).