capitulo 3 - mecanica do dano
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Material relacionado a disciplina de engenharia mecânica, onde é abordado o tema relacionado a mecânica do dano.TRANSCRIPT
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Capítulo 3. Mecânica do Dano Aplicada a Problemas Compressivos
Muitos autores já verificaram que o modelo original de Lemaitre [LEMAITRE, 1985]
é apropriado para prever a evolução do dano com precisão para caminhos de deformação
simples, contudo refinamentos são sem dúvida necessários para produzir um modelo capaz de
ser aplicado a problemas que envolvem caminhos de deformação complexos. Uma possível
melhoria é a introdução do efeito dos fechamentos dos vazios para processos com dominância
de tensões compressivas.
Uma abordagem semelhante foi utilizada por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e
Andrade Pires et al. [PIRES, 2004], já apresentada no Capítulo 2, na aplicação da mecânica
do dano em problemas compressivos utilizando a equação introduzida por Lemaitre
[LEMAITRE, 1985]. Este modelo considera o modelo de Lemaitre [LEMAITRE, 1985]
melhorado pelo efeito do fechamento dos vazios, através da decomposição do tensor tensão
em componentes trativas e compressivas, σσσσ = σσσσ + + σσσσ -, com a inclusão do parâmetro redutor
h. É observado que Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] utiliza o modelo rígido-plástico
enquanto que Andrade Pires et al. [PIRES, 2004] adota o modelo elasto-plástico com
integração explícita. Neste trabalho é utilizado o modelo elasto-plástico com integração
implícita.
Este capítulo apresenta a determinação de uma equação para taxa de liberação de
energia do dano mais completa, que leva em conta o produto da tensão hidrostática para
tensões compressivas pela tensão hidrostática para tensões trativas, não contemplado pelo
modelo utilizado por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e Andrade Pires et al. [PIRES,
2004]. Na Seção 3.2, é apresentado o esquema de integração para materiais danificados
segundo o método do preditor elástico/corretor plástico utilizando o modelo de Lemaitre
[LEMAITRE, 1985] e implementado no programa HYPLAS [SOUZA NETO, 2003]. Por fim,
um exemplo numérico é apresentado com o intuito de comparar as equações determinadas
neste capítulo com a equação utilizada por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e Andrade
Pires et al. [PIRES, 2004].
3.1 Modelo de Lemaitre Melhorado
Partindo-se da equação (2.27) e lembrando que 2σ):3(σσeq = e [ ] 3σTrσH = ,
rescreve-se a taxa de liberação de energia de dano como
37
( )( ) ( )
[ ]( )2
22Tr
D1E2
ν:
D1E2
ν1Y σσσσσσσσσσσσ
−−
−
+=− (3.1)
onde σ é o tensor tensão principal. Utilizando a decomposição trativa/compressiva do tensor
tensão principal, −+ += σσσ , sendo que +σ e −
σ contêm as componentes trativas e
compressivas do tensor tensão principal respectivamente, pode-se escrever
( ) ( ) −−++−+−+ +=++= σσσσσσσσσσ :::: (3.2)
e
[ ]( ) [ ]( ) [ ] [ ]( ) =+=+= −+−+ 222TrTrTrTr σσσσσ
[ ]( ) [ ]( ) [ ] [ ]−+−+ ++= σσσσ TrTrTrTr22
2
(3.3)
Substituindo (3.2) e (3.3) em (3.1),
( )( ) ( )
[ ]( ) +−
−−
+=− +++ 2
22Tr
D1E2
ν:
D1E2
ν1Y σσσσσσσσσσσσ
( )( ) ( )
[ ]( )( )
[ ] [ ]−+−−−
−−
−−
−
++ σσσσσσσσσσσσσσσσσσσσ TrTr
DETr
D1E2:
D1E2
ν12
2
22 1
νν
(3.4)
ou seja,
( ) ( )( )
[ ] [ ]−+−+
−−−+−=− σσ TrTr
D1EYYY
2
ν (3.5)
onde ( )+− Y e ( )−− Y correspondem às parcelas devidas unicamente às componentes positiva
(trativa) e negativa (compressiva) do tensor tensão principal. Nota-se pela Equação (3.5) que a
decomposição aditiva entre as componentes positiva e negativa do tensor tensão principal não
implica na decomposição aditiva da taxa de liberação de energia de deformação de dano.
Rearranjando a Equação (3.4), tem-se
38
( )( ) ( )
[ ]( )
+
−−
−
−
+=−
+++2
D1
Tr
E2
ν
D1:
D1E2
ν1Y
σσσ
( )
( ) ( )[ ]
( )[ ]
( )[ ]
( )
−
−−
−−
−
−
++
−+−−−
D1
Tr
D1
Tr
ED1
Tr
E2D1:
D1E
ν12
σσσσσ νν
2
(3.6)
Para considerar o efeito de fechamento dos vazios é definido um parâmetro
experimental, h, tal que 0 ≤ h ≤ 1, o que é aplicado sobre os termos relativos às componentes
compressivas do tensor tensão principal e sobre os valores correspondentes da variável de
dano, ou seja,
( )hD1
~
−=
−− σσσσ
σσσσ . (3.7)
Assim, a Equação (3.6) é rescrita como
( )( ) ( )
[ ]( ) +−
−−
+=− +++ 2
22 1212
1σσσ Tr
DE:
DEY
νν
( )( ) ( )
[ ]( ) −−
−−
++ −−− 2
22 1212
1σσσ Tr
hDEh:
hDEh
νν
( )( )
[ ] [ ]−+
−−− σσ TrTr
hDDEh /
1121 ν
(3.8)
Uma característica importante das equações (3.8) e (3.10) é o fato de que para h = 1 os
resultados são idênticos àqueles obtidos pela equação original (2.34). Ressalta-se que a
equação utilizada por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e Andrade Pires et al. [PIRES,
2004] não contempla o último termo de (3.8), sendo expressa por
( )( ) ( )
[ ]( )
[ ]( )
−+
−−
−+
−
+=−
−+−−++ 22
22 112112
1
hD
Trh
D
Tr
EhD
:h
D
:
EY
σσσσσσσσσσσσσσσσσσσσσσσσ νν (3.9)
39
3.2. Esquema de Integração Numérica para Materiais Danificados
Nesta seção é descrita a implementação numérica do modelo de Lemaitre melhorado
apresentado na Seção 3.1 no programa de elementos finitos HYPLAS [SOUZA NETO, 2003].
Deve-se salientar que esta implementação não altera o modelo de solução do problema para as
não linearidades geométricas, mas somente o modelo do material. Destaca-se também que
este modelo não considera o encruamento cinemático.
A solução de um problema elasto-plástico deve introduzir as leis da evolução da
elasto-plasticidade e uma lei que rege a evolução da variável de dano
pTe εεεεεεεεεεεε &&& −=
σε
∂
∂=
ψγ&&
p
∂
∂=
ψγ&&
YD
∂
∂−=
ψγ&&
(3.10)
onde ψ é o potencial de dissipação, decomposto como ψ = ψp + ψd , ou seja, potencial de
dissipação plástico e potencial de dissipação do dano, eε& é a taxa de deformação elástica, Tεεεε&
é a taxa de deformação total, pε& é a taxa de deformação plástica, q& representa o crescimento
radial de superfície de escoamento, γ& é o parâmetro de consistência e Y é a taxa de liberação
de energia de dano. Para o modelo de Lemaitre [LEMAITRE, 1985],
( )( )
1s
dpr
Y
1sD1
rψψψ
+
−
+−+=+= φ (3.11)
onde r e s são parâmetros materiais e φ é função de escoamento, dada por
( )( )q
D
σY +−
−≤ 01
σφeq
(3.12)
Logo,
40
pTe εεεεεεεεεεεε &&& −=
( ) s
s
σε
2
3
D1
γψγp
−=
∂
∂=
&&&
( ) pεD1γq
ψγq &&&& −==
∂
∂=
( )
s
r
Y
DYD
−
−=
∂
∂−=
1
γψγ
&&&
(3.13)
Onde as seguintes condições devem ser satisfeitas:
0γ ≥& , 0≤φ e 0γ =φ&
Uma vez assumida a decomposição aditiva de (3.13a), têm-se as tensões governadas
pela equação constitutiva elástica
( )D1−=σσσσ C ( )D1: e −=εεεε C ( )pT: εεεεεεεε − (3.14)
onde C é o módulo de elasticidade. Souza Neto [SOUZA NETO, 1994] mostra que a
decomposição aditiva é válida para este caso.
Em termos das tensões desviadoras e volumétricas, apresentadas pelas Eq. (2.24a) e
(2.24b), tem-se
( ) ( ) IeIsσ ve
H εK3D1G2D1 −+−=+= σ , (3.15)
onde G é o módulo de cisalhamento e K é o módulo de compressibilidade.
No contexto dos elementos finitos a nível dos pontos de Gauss, a integração numérica
das Equações (3.13) é obtida pelo método de Euler implícito, considerando-se a evolução do
estado do material em um intervalo de tempo [tn, tn+1], ou seja,
41
( ) s
sε
2
3
D1
γp
−=
&&
( )∫ ∫+ +
−=
1n
n
1n
n
t
t
t
t
pdt
D1
γ
2
3dt
s
sε
&&
( )( )
( )∆t
D1
γ
2
3θ1∆t
D1
γ
2
3θ
n
n
n
n
1n
1n
1n
1nt
t
p 1n
n
−−+
−=
+
+
+
++
s
s
s
sε
&&
(3.16)
onde 10 ≤≤ θ . Para o método implícito θ = 1 e fazendo 1n1n γ∆tγ ++ =&
( ) 1n
1n
1n
1npn
pn
pn
D1
γ
2
3
+
+
+
+++ −
=−=s
sεεε∆ 11 (3.17)
Analogamente, tem-se
1nn1n γqq ++ += (3.18)
( )
s1n
1n
1nn1n
r
Y
D1
γDD
−
−+= +
+
++ (3.19)
e para as tensões desviadora e hidrostática
( ) ( ) ( )p1n1n1n
e1n1n1n G2D1G2D1 ++++++ −−=−= eees (3.20)
( )1nv1n1nH Kε3D1σ +++ −= (3.21)
O algoritmo de integração numérica é baseado na metodologia do preditor
elástico/corretor plástico, apresentado no Quadro 3.1. Na etapa do preditor elástico, é
assumido que todo o incremento de deformação é elástico, ou seja, a deformação plástica e o
dano trial são iguais ao do passo anterior, como a seguir.
42
pn
trialp1n ee =+
nvtrial
nv εε =+1
ntrial
1n qq =+
ntrial
1n DD =+
(3.22)
Adicionalmente,
( ) triale1nn
trial1n G2D1 ++ −= es
trial1n
trial1neq
2
3σ ++ = s
( ) trialnvn
trialnH KD 11 31 ++ −= εσ
(3.23)
e das Equações (3.12), (3.22) e (3.23), a função de escoamento é
( )( )n0Y
n
trial1neqtrial
1n qσD1
+−−
=+
+
σφ (3.24)
Se 0trial
1n ≤+φ , o incremento é totalmente elástico e as variáveis em tn+1 são tomadas
como trial1n1n )()( ++ ⋅=⋅ . Nos casos onde 0
trial1n >+φ , a etapa do corretor plástico é requerido.
Onde, nesta etapa, os valores γn+1 e Dn+1 devem ser obtidos pela solução das equações
( )0
r
Y
D1
γDD
s1n
1n
1nn1n =
−
−−− +
+
++ (3.25)
( )( )
( )0
D1
γG3qσ
D1
σ
1n
1nnY
n
trialeq
=−
−+−− +
+0 (3.26)
onde (3.25) é obtido da Equação (3.19) e (3.26) é obtida de Equação (3.20) e (3.24). Estas
equações foram propostas por Vaz Jr e Owen [VAZ JR., 2001] no contexto da predição de
fratura em processo de corte de metais.
43
No entanto, Souza Neto [SOUZA NETO, 2002] apresenta a solução para γn+1 através
de uma equação, tornando o algoritmo computacionalmente mais eficiente. Para isso, define-
se inicialmente a integridade do material como
D1ω −≡ , (3.27)
E, com (3.27), pode-se escrever
1nYn
trialeq
1n1n1n
σD1
σ
γG3D1ω
+
+++
−−
≡−≡ (3.28)
Da mesma forma para a Equação. (3.26) tem-se
( ) 0r
Y
ω
γωωγF
s1n
1n
1nn1n1n =
−+−≡ +
+
+++ (3.29)
Substituindo a Eq. (3.28) em (3.29), tem-se por fim, a equação para a solução em γn+1 como
( )s
1n
2
2
1nYn
trialeq
1nYn
trialeq
n
1nr
Y
G9
σD1
σ
G3
σD1
σD1
γ
−
−
−−
−
−−
= +
++
+ (3.30)
Uma vez calculado o Dn+1 e γn+1, calcula-se as tensões e as deformações com
( )( )
−−−=
++
++++
1ntrial
1neq
1n1n
triale1n1n
D1σ
Gγ3D1G2 es (3.31)
( ) trial1nv1n1nH Kε3D1σ +++ −=
Isσ 1nH1n1n σ +++ +=
(3.32)
(3.33)
44
( )
( )Ieε
trial1nv
ntrial
1neq
1n1ntriale1n
e1n ε
D1σ
D1Gγ31 +
+
++++ +
−
−−= (3.35)
É importante salientar que no presente trabalho a definição original de (-Yn+1) é
substituída pelas Equações (3.8) e (3.09), que incluem o efeito do fechamento dos vazios.
3.3 Exemplo Numérico
Esta seção apresenta dois exemplos numéricos realizados [VAZ JR., 2005] que
ilustram o uso das Equações (3.8) propostas na Seção 3.1 em comparação com a equação
(3.9) utilizada por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e Andrade Pires et al. [PIRES, 2004].
O material utilizado foi o aço baixo carbono, sendo suas propriedades e os parâmetros
materiais do modelo de dano utilizados na análise são apresentados na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 Propriedades do aço baixo carbono e parâmetros do modelo de dano [VAZ
JR., 2005].
Descrição Símbolo Valor
Módulo de Young E 200000 MPa
Densidade ρ 7860 kg/m³
Tensão de escoamento σY ( ) 2620025120722 ,P, ε+ MPa
Módulo de Poisson ν 0,3
Parâmetro de dano r 0,1 MPa
Parâmetro de dano s 1,0
O primeiro exemplo trata da comparação direta das Equações (3.8) e (3.9),
apresentada na Figura 3.1 pelas curvas da evolução da variável de dano e tensão equivalente
de von Mises em função da deformação plástica equivalente. O exemplo considera a evolução
dos parâmetros para apenas um ponto de Gauss e representa um estado de tensão trativa com
componentes positivas e negativas da tensão principal para h = 1.
45
Quadro 3.1 Algoritmo preditor elástico/corretor plástico para o modelo de Lemaitre
[LEMAITRE, 1985] e proposto por Souza Neto [SOUZA NETO, 2003].
(i) Preditor elástico. Dado ∆e, ∆εv e as variáveis de estado em tn, calcular o estado elástico
trial.
n
en
triale1n
∆eee +=+ e
nvnv
triale
1nv ∆εεε +=+
n
trial1n qq =+
n
trial1n DD =+
( ) ( ) Ieσtrial
nvntriale
1nntrial
1n KDG2D1 131 +++ −+−= ε
(ii) Verificação da condição de consistência plástica.
SE [ ] 0qσD1
σn0Y
n
trial1neqtrial
1n ≤+−−
=+
+φ
ENTÃO (Estado elástico)
trial1n1n )()( ++ ⋅=⋅ e FIM
SENÃO (Estado plástico)
(iii) Corretor plástico. Resolver a equação para γn+1 usando o método de Newton-Raphson.
( )s
1n
2
2
1nYn
trialeq
1nYn
trialeq
n
1nr
Y
G9
σD1
σ
G3
σD1
σD1
γ
−
−
−−
−
−−
= +
++
+
(iv) Estado final. Atualizar tensões e deformações plásticas e calcular o indicador de fratura.
( )
( )Ieε
trial1nv
ntrial
1neq
1n1ntriale1n
e1n ε
D1σ
D1Gγ31 +
+
++++ +
−
−−=
1nn1n γqq ++ +=
( )
s1n
1n
1nn1n
r
Y
D1
γDD
−
−+= +
+
++
( )( )
( ) Ieσtrial
1nv1n
1ntrial
1neq
1n1n
triale1n1n Kε3D1
D1σ
Gγ3D1G2 ++
++
++++ −+
−−−=
( ) p1n1nH
p1n
pn
p1n
∆ε...,σ,εfII ++++ += (Convencional)
ou
( )( )n1n1npn
p1n
DDYfII −−+= +++ (Dano)
FIM
FIM
46
(a) Tensão equivalente de von Mises. (b) Variável de dano.
Figura 3.1. Comparação das Equações (3.8) e (3.9) [VAZ JR., 2005].
Nota-se na Figura 3.1(a) uma diferença na evolução da tensão equivalente de von
Mises para os casos onde (-Y) foi calculado pelas Equações (3.8) e (3.9). Esta diferença é
devida ao fato de que a Equação (3.9) não contempla o último termo da Equação (3.8), ou
seja,
( ) ( ) ( )( )[ ] [ ]−+
−−−−=− σσσσσσσσ TrTr
hD1D1E
νhYY 2/1
3..Eq3.8.Eq 9 (3.36)
O outro exemplo apresenta a simulação da compressão de um cilindro que embora
pareça simples, apresenta todas as características de uma típica operação de forjamento. A
altura e o raio do cilindro são H = 30 mm e R0 = 10 mm respectivamente. O deslocamento
total é de U = 6,5 mm aplicado na face superior. Devido à simetria do cilindro, somente um
quarto é modelado, no qual uma malha quadrilateral estruturada foi usada. É assumido contato
rígido na interface entre a matriz e o corpo de prova, tendo sido prescritos os deslocamentos
nodais da face superior do cilindro de modo que o deslocamento relativo matriz - corpo de
prova corresponda a um coeficiente de atrito de Coulomb µ = 0,2. Este modelo pode ser visto
na Figura 3.2.
A diferença percentual da evolução do dano ao longo do raio do cilindro para as
Equações (3.8) e (3.9) é apresentada na Figura 3.3. As simulações mostram que as diferenças
diminuem com o aumento da compressão, ou seja, as menores diferenças são associadas a
grandes estados de dano. A Figura 3.4 apresenta o valor da variável de dano para U = 6,5 mm,
47
sendo o valor máximo localizado no equador do cilindro, o que é confirmado pela literatura e
será demonstrado experimentalmente no capítulo 4.
Figura 3.2. Geometria utilizada no exemplo numérico [VAZ JR., 2005].
(a) Linha de simetria. (b) Diferença percentual.
Figura 3.3. Diferença percentual entre as Equações (3.8) e (3.9): Diferença na linha de
simetria R-R' para diferentes valores de U e distribuição das diferenças percentuais
para uma compressão U = 6,5 mm [VAZ JR., 2005].
R R’
48
Figura 3.4. Variável de dano para U = 6,5 mm [VAZ JR., 2005].
3.4. Conclusão
A mecânica do dano contínuo tem tido grande aceitação como metodologia para a
predição de fratura dúctil pelo fato de modelar o histórico de tensão-deformação da
degradação do material.
Desta forma, o modelo de Lemaitre foi melhorado com o efeito do fechamento dos
vazios, através do desenvolvimento de uma nova equação para a taxa de liberação de energia
do dano, com o objetivo de aplicá-lo em análises com estados de tensões complexos.
Ressalta-se que o modelo semelhante encontrado na literatura não contempla todos os termos
que estão presentes nesta nova equação.
A solução acoplada das leis da evolução da elasto-plasticidade com lei da evolução do
dano assegura uma apropriada descrição do fenômeno envolvido. No entanto, a
implementação numérica requer um algoritmo bem elaborado, como o apresentado nesta
seção. A fim de se obter um sistema de integração numérica computacionalmente mais
eficiente utilizou-se o modelo do preditor elástico/corretor plástico com uma equação e o
esquema iterativo de Newton-Raphson foi adotado pela sua conhecida eficiência [SOUZA
NETO, 2002].
Nos exemplos numéricos pode-se notar alguma diferença entre a nova equação e a
equação utilizada por Andrade Pires et al. [PIRES, 2003] e Andrade Pires et al. [PIRES,
2004], além disso verifica-se o correto resultado de início da fratura para problemas
compressivos, neste caso, no equador do cilindro que é confirmado pela literatura e que será
demostrado experimentalmente no Capítulo 4.