capítulo 1 – tributos e suas espécies · alternativa correta: letra “c”: nos termos do...

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Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies (significando o fato jurídico-tributário), cuja subsunção deste naquela dá origem à obrigação tributária. Alternativa correta: letra “c”: nos termos do artigo 43 do CTN, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade eco- nômica ou jurídica de renda (assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combina- ção de ambos) e de proventos de qualquer natu- reza (assim entendidos os demais acréscimos patrimoniais). Demais alternativas: incorretas, por se refe- rirem a tributos que não tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade jurídica de acrés- cimos patrimoniais. 02. (ESAF Procurador Fazenda Nacio- nal/2007) Responda às questões abaixo, com Sim ou Não. Em seguida, indique a opção que contenha a seqüência correta. 1) Segundo a Constituição da República, é vedado à lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercia- lização de petróleo destinar o produto de sua arrecadação a órgão, fundo, despesa ou qualquer outra finalidade determinada? 2) A lei brasileira prevê a cobrança de contribui- ção de intervenção no domínio econômico, devida por pessoa jurídica adquirente de conhecimentos tecnológicos? 3) Entre os métodos de cálculo dos chamados “preços de transferência” está o Método dos Preços Independentes Comparados, definido como a média aritmética dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, em condições de pagamento semelhantes? a) Sim, Sim, Sim QUESTÕES ` CF, título VI, capítulo I, seções I a V. ` CF, arts. 5º, II, 30, I e II, 40, 68, § 2º, 177, 182, 195 e 227. ` CTN, arts. 3º, 4º, 5º, 15 a 82, 97 a 130, 149, 151, 156 e 170-A. ` CC, art. 82. ` Leis complementares 24/75, 87,96, 101/2000, 104/2001, 116/2003 e 123/2006. ` Leis 7.689/88, 8.981/95, 9.430/96, 10.168/2000, 10.833/03 e 10.865/04. ` Lei Paulista 6.374/89, art. 66-B. ` Decretos 6.306/97 (Regulamento do IOF), 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro) e 7.212/2010 (Regulamento do IPI). ` Decreto Paulista 45.490/00 (Regulamento do ICMS). 01. (ESAF Procurador Fazenda Nacio- nal/2007) Assinale a opção que completa, cor- retamente, o respectivo enunciado. A aquisição de disponibilidade jurídica de acréscimos patri- moniais corresponde ao fato gerador a) do imposto sobre heranças e doações b) da contribuição social de interesse das cate- gorias econômicas c) do imposto sobre a renda e proventos d) do imposto territorial rural, no caso de aces- são ou avulsão e) do imposto sobre a transmissão causa mortis ou inter vivos, nos territórios federais | COMENTÁRIOS| . ` Nota dos autores: no Direito Tributário, a expressão fato gerador é ambígua, haja vista que contempla ora a descrição legal (signifi- cando a hipótese de incidência, como é o caso do enunciado da questão), ora o fato concreto

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Page 1: Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies · Alternativa correta: letra “c”: nos termos do artigo 43 do CTN, o ... Assinale a opção que completa, cor-retamente, o respectivo

Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies

(significando o fato jurídico-tributário), cuja subsunção deste naquela dá origem à obrigação tributária.

Alternativa correta: letra “c”: nos termos do artigo 43 do CTN, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade eco-nômica ou jurídica de renda (assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combina-ção de ambos) e de proventos de qualquer natu-reza (assim entendidos os demais acréscimos patrimoniais).

Demais alternativas: incorretas, por se refe-rirem a tributos que não tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade jurídica de acrés-cimos patrimoniais.

02. (ESAF – Procurador Fazenda Nacio-nal/2007) Responda às questões abaixo, com Sim ou Não. Em seguida, indique a opção que contenha a seqüência correta.

1) Segundo a Constituição da República, é vedado à lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercia-lização de petróleo destinar o produto de sua arrecadação a órgão, fundo, despesa ou qualquer outra finalidade determinada?

2) A lei brasileira prevê a cobrança de contribui-ção de intervenção no domínio econômico, devida por pessoa jurídica adquirente de conhecimentos tecnológicos?

3) Entre os métodos de cálculo dos chamados “preços de transferência” está o Método dos Preços Independentes Comparados, definido como a média aritmética dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, em condições de pagamento semelhantes?

a) Sim, Sim, Sim

�QUESTÕES

` CF, título VI, capítulo I, seções I a V.

` CF, arts. 5º, II, 30, I e II, 40, 68, § 2º, 177, 182, 195 e 227.

` CTN, arts. 3º, 4º, 5º, 15 a 82, 97 a 130, 149, 151, 156 e 170-A.

` CC, art. 82.

` Leis complementares 24/75, 87,96, 101/2000, 104/2001, 116/2003 e 123/2006.

` Leis 7.689/88, 8.981/95, 9.430/96, 10.168/2000, 10.833/03 e 10.865/04.

` Lei Paulista 6.374/89, art. 66-B.

`Decretos 6.306/97 (Regulamento do IOF), 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro) e 7.212/2010 (Regulamento do IPI).

`Decreto Paulista 45.490/00 (Regulamento do ICMS).

01. (ESAF – Procurador Fazenda Nacio-nal/2007) Assinale a opção que completa, cor-retamente, o respectivo enunciado. A aquisição de disponibilidade jurídica de acréscimos patri-moniais corresponde ao fato gerador

a) do imposto sobre heranças e doações

b) da contribuição social de interesse das cate-gorias econômicas

c) do imposto sobre a renda e proventos

d) do imposto territorial rural, no caso de aces-são ou avulsão

e) do imposto sobre a transmissão causa mortis ou inter vivos, nos territórios federais

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: no Direito Tributário, a expressão fato gerador é ambígua, haja vista que contempla ora a descrição legal (signifi-cando a hipótese de incidência, como é o caso do enunciado da questão), ora o fato concreto

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14 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

b) Não, Não, Nãoc) Sim, Não, Simd) Sim, Sim, Não

e) Não, Sim, Sim

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: uma das perguntas refere-se ao tema “preço de transferência”. “O termo preço de transferência tem sido utili-zado para identificar os controles a que estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em paraíso fiscal. Em razão das circunstâncias peculiares existen-tes nas operações realizadas entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e, consequentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes, em condições análo-gas” (http: //www.receita.fazenda.gov.br/Pesso-aJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/ pr672a733.htm, acesso em 06/05/2014).

Alternativa correta: letra “a”.Questão 1: sim. Segundo o artigo 177, § 4º,

inciso II, da CF, a lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá destinar os recursos arrecadados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool com-bustível, gás natural e seus derivados e deriva-dos de petróleo; b) ao financiamento de proje-tos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de pro-gramas de infra-estrutura de transportes.

Questão 2: sim. O fundamento está no artigo 2º da Lei 10.168/2000 (que instituiu a con-tribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação além de dar outras providências).

Questão 3: sim. O artigo 18, inciso I, da Lei 9.430/96 define o método dos preços indepen-dentes comparados (PIC) como a média arit-mética ponderada dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em ope-rações de compra e venda empreendidas pela própria interessada ou por terceiros, em condi-ções de pagamento semelhantes.

03. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacio-nal/2012) De acordo com a jurisprudência do STJ sobre o IPTU – Imposto sobre a Propriedade Ter-ritorial Urbana, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, é incorreto afirmar que:

a) é defeso aos municípios aumentarem a base de cálculo do IPTU por meio de decreto.

b) são contribuintes responsáveis pelo paga-mento do IPTU tanto o promitente compra-dor do imóvel quanto o promitente vende-dor, podendo ambos figurar conjuntamente no polo passivo em ações de cobrança do imposto.

c) na hipótese em que o lançamento original reportou-se a área menor do imóvel, por desconhecimento de sua real metragem, o imposto pode ser complementado, pois a retificação dos dados cadastrais não significa recadastramento de imóvel.

d) não se permite a revisão do lançamento de IPTU referente a imóvel cujo padrão de aca-bamento considerado era diferente da rea-lidade, pois neste caso o lançamento com-plementar decorreria de um simples erro de fato, que não ensejaria a revisão da cobrança.

e) não incide IPTU sobre imóveis objeto de con-trato de concessão de direito real de uso, em razão da ausência do fato gerador do tributo.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: é uma questão que exige conhecimentos sobre posicionamentos jurisprudenciais do STJ. Daí a importância de se estudar os informativos e as súmulas. Ainda, atenção para a exigência de que seja assinalada a alternativa incorreta.

Alternativa correta: letra “d”. “Pela leitura do trecho acima, verifica-se que o lançamento original reportou-se a um padrão de acaba-mento diferente da realidade, o que ensejou posterior retificação dos dados, hipótese que se enquadra no disposto no artigo 149, inciso VIII, do CTN, razão pela qual conclui-se pela higidez da revisão do lançamento tributário” (AgRg no AREsp 30272 / MG).

Alternativa “a”: o texto está em sintonia com o teor da Súmula 160 do STJ (“é defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de cor-reção monetária”). O aumento deve ser por meio de lei, em respeito ao Princípio da Legalidade.

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Cumpre destacar que a atualização monetária não é majoração, e assim, não estaria inserida na tipicidade cerrada (exigência de lei). Entretanto, a alternativa refere-se a aumento da base de cál-culo, que é sim um assunto reservado à lei (CTN, art. 97, II e § 2º).

Alternativa “b”: o texto coaduna-se com o teor da Súmula 399 do STJ (“cabe à legisla-ção municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU”). Há de se lembrar os limites do CTN à legislação municipal, no sentido do artigo 34 (“contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título”).

Alternativa “c”: o texto encontra funda-mento no artigo 149, inciso VIII, do CTN, que assevera que “O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior”. No REsp 1130545/RJ, cujo relator foi o Minis-tro Luiz Fux (1ª Seção, julgado em 09/08/2010, DJe 22/02/2011), submetido ao Colegiado pelo regime da Lei nº 11.672/08 (Lei dos Recursos Repetitivos), queintroduziu o art. 543-C do CPC, reafirmou-se o posicionamento comentado.

Alternativa “e”: o artigo 34 do CTN define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Contudo, a inter-pretação desse dispositivo legal não pode se distanciar do disposto no art. 156, I, da Consti-tuição Federal. Nesse contexto, a posse apta a gerar a obrigação tributária é aquela qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja em vias de ser transformada em proprie-dade, seja por meio da promessa de compra e venda, seja pela posse ad usucapionem. Nesse sentido, há vários julgados do STJ (REsp 1091198 / PR, AgRg no Ag 1243867 / RJ, dentre outros).Não é o que ocorre no contrato de concessão de direito real de uso.

04. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacio-nal/2012) A Constituição Federal permitiu o tratamento tribu tário diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. Assim, editou-se a Lei Comple-mentar n. 123, de 14 de de zembro de 2006. De acordo com esta lei, analise os itens a seguir, para então assinalar a opção que corresponda às suas respostas.

I. Para a classificação como microempresa, a lei estabeleceu determinado valor máximo auferido por ano-calendário a título de receita bruta.

II. O conceito de receita bruta compreende o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, não incluídas as vendas canceladas e quaisquer descontos concedidos.

III. Também integram o conceito de receita bruta o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia.

IV. O enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, bem como o seu desenquadramento, não implicarão alte-ração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados.

V. No caso de início de atividade no próprio ano – calendário, o limite (valor máximo no caso de microempresa; valores mínimo e máximo no caso de empresa de pequeno porte) será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.

Estão corretos apenas os itens:

a) I, II, III e IV.

b) I, III e IV.

c) I, III, IV e V.

d) II, III e IV.

e) todos os itens estão corretos.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: a definição de trata-mento diferenciado e favorecido para as micro-empresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados, também é assunto a ser regido por lei comple-mentar, segundo a CF (artigo 146, inciso III, alí-nea “d”). Atualmente, a lei complementar que rege tal matéria é a de nº123/2006, que instituiu o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microem-presas e empresas de pequeno porte, denomi-nado Simples Nacional.

Alternativa correta: letra “c”.

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16 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

Item I: correto. Segundo o artigo 3º, inciso I, da LC 123/2006, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa indi-vidual de responsabilidade limitada e o empre-sário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devida-mente registrados no Registro de Empresas Mer-cantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que, no caso da micro-empresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezen-tos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

Item II: incorreto. O parágrafo primeiro do artigo 3º da citada lei complementar estipula que receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicio-nais concedidos.

Item III: correto. Reiterando o comentário do item anterior, o parágrafo primeiro do artigo 3º da citada lei complementar estipula que receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos ser-viços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas cancela-das e os descontos incondicionais concedidos.

Item IV: correto. O parágrafo terceiro do artigo 3º da citada lei complementar apregoa que o enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como micro-empresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente fir-mados.

Item V: correto. O parágrafo segundo do artigo 3º da citada lei complementar dispõe que no caso de início de atividade no próprio ano--calendário, o limite de receita bruta para fins de enquadramento será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.

05. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacio-nal/2012) Sobre o Imposto sobre a Renda e Pro-ventos de qualquer Natureza, julgue os itens a seguir, para então assinalar a opção que corres-ponda às suas respostas.

I. Como renda deve-se entender a aquisição de disponibilidade de riqueza nova, na forma de um acréscimo patrimonial, ao longo de um determinado período de tempo.

II. Tanto a renda quanto os proventos de qual-quer natureza pressupõem ações que reve-lem mais-valias, isto é, incrementos na capa-cidade contributiva.

III. Limitações temporais ou quantitativas com relação às despesas e provisões não neces-sariamente guardam estrita compatibilidade com a teoria do acréscimo patrimonial e com a atividade do contribuinte.

IV. Embora haja diversas teorias que se des-tinem a delinear o conceito de renda, em todas prevalece a ideia de que haja a neces-sidade de seu confronto com o conjunto de desembolsos efetivados relativamente ao conjunto das receitas.

V. Pode-se afirmar, a partir de alguns julgados do Supremo Tribunal Federal, que o conceito legalista/fiscalista de renda, assim conside-rado aquilo que a legislação do imposto de renda estabelecer que é, está ultrapassado.

Estão corretos apenas os itens:

a) II, IV e V.

b) I, II e III.

c) II, III, IV e V.

d) I, II, IV e V.

e) todos os itens estão corretos.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: A hipótese de incidên-cia (fato gerador abstrato) do imposto de renda está prevista no artigo 43 do CTN (“o imposto, de competência da União, sobre a renda e proven-tos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior”).

Page 5: Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies · Alternativa correta: letra “c”: nos termos do artigo 43 do CTN, o ... Assinale a opção que completa, cor-retamente, o respectivo

Alternativa correta: letra “d”.

Item I: correto. Segundo a jurisprudência pacífica do STJ, “o imposto sobre a renda incide sobre o produto da atividade de auferir renda ou proventos de qualquer natureza, que cons-titua riqueza nova agregada ao patrimônio do contribuinte e deve se pautar pelos princípios da progressividade, generalidade, universali-dade e capacidade contributiva, nos termos dos artigos 153, III, § 2º, I, e 145, § 1º, da Constitui-ção da República Federativa do Brasil de 1988. Sob o viés da matriz constitucional, foi recepcio-nado o conceito do artigo 43, do CTN, de renda e proventos, que contém em si uma conotação de contraprestação pela atividade exercida pelo contribuinte” (EREsp 1057912/SP). Em comple-mento, tem-se que “tais acréscimos patrimo-niais pressupõem que se levem em conta mar-cos temporais, e não, apenas, uma situação de momento. Deve haver, portanto, um aumento de riqueza econômica do contribuinte entre dois lapsos de tempo” (CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19ª ed. São Paulo: Malheiros, p. 623).

Item II: correto. A leitura do artigo 43 do CTN permite a conclusão de que tanto a renda como os proventos são acréscimos patrimoniais, representando, portanto, mais-valias.Já o pará-grafo primeiro do artigo 145 da CF dispõe sobre o princípio da capacidade contributiva, segundo o qual, “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facul-tado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, iden-tificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. Esse princípio, além de ser aplicável apenas aos impostos, ainda assim, não se adequa ple-namente a todos eles, moldando-se mais aos impostos de caráter pessoal (CF, art. 145, § 1º), como é o caso do imposto de renda. Mais preci-samente, por se perfazer mediante a instituição de alíquotas progressivas, constitui um preceito constitucional moldado mais para os impostos de caráter pessoal, do que para os impostos reais, que possuem caráter objetivo. Logo, o acréscimo patrimonial é um signo-presuntivo de riqueza, que permite a incidência do imposto de renda, por revelar incrementos de capacidade contributiva.

Item III: incorreto. A afirmação distorce a lição de João Dácio Rolin (O conceito jurídico de renda e proventos de qualquer natureza, alguns casos concretos, adições e exclusões ao lucro real, em RDT n 67. São Paulo: Malheiros, p. 223/224), no sentido de que “quaisquer limitações tempo-rais ou quantitativas com relação às despesas e provisões devem guardar estrita compatibili-dade com a teoria do acréscimo patrimonial e com a atividade do contribuinte, sob pena de serem inconstitucionais, por violarem o conceito jurídico de renda, por implicarem tributação direta ou indireta do capital e não do seu efetivo acréscimo e por afrontarem a capacidade contri-butiva do sujeito passivo da obrigação tributária, além de mitigarem ou anularem a rígida discri-minação da competência tributária entre União, Estados e Municípios”. Item IV: correto. A renda e os proventos pressupõem acréscimo patrimo-nial. O artigo 44 do CTN estipula que “a base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tribu-táveis”. Tanto na apuração do imposto de renda da pessoa física (modelo completo), como na apuração do imposto de renda da pessoa jurí-dica (lucro real), a busca pelo acréscimo patri-monial faz com que sejam admitidos, nos limites e contornos da lei, as deduções (desembolsos) para serem confrontadas com os rendimentos tributáveis.

Item V: correto.Nessa assertiva o exami-nador faz menção ao posicionamento do STF quanto à existência de um conceito constitucio-nal de renda, o que está presente em vários acór-dãos nos quais a Suprema Corte aprecia a legis-lação infraconstitucional à luz desse conceito. Nesse sentido, pode-se citar o RE 582525/SP, em que o STF manifestou-se sobre o conceito cons-titucional de renda ao decidir pela constitucio-nalidade de se vedar a dedução da CSLL da base de cálculo do imposto de renda. E também a ADI 2588/DF, julgada parcialmente procedente com base no conceito constitucional de renda. Sobre isso, cabe apenas uma observação na direção de que, no caso de recursos extraordinários, o STF somente se pronuncia sobre o conceito constitu-cional de renda se o acórdão recorrido demons-trar violação direta a esse conceito. No caso de violação indireta, o entendimento da Corte é de que, aí sim, faz-se necessária a reinterpretação do conceito infraconstitucional, o que é vedado em recurso extraordinário (vide RE 607826/RJ).

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18 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

06. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacio-nal/2012) O termo "preço de transferência" tem sido utilizado para identificar os controles a que estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em paraíso fiscal. Sobre este, assinale a opção incorreta.

a) Em razão das circunstâncias peculiares exis-tentes nas operações realizadas entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e, conse-quentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes, em condições análogas.

b) Diversos países vêm instituindo esse con-trole como medida de salvaguarda de seus interesses fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por empresas inter-dependentes em transações internacionais, com o inequívoco objetivo de usufruir de regimes tributários mais favoráveis.

c) No âmbito da legislação sobre o "preço de transferência", considera-se legislação tribu-tária favorecida a do país, aplicável às pes-soas físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza do ente com o qual houver sido praticada a operação, considerando-se sepa-radamente a tributação do trabalho e do capital, bem como as dependências do país de residência ou domicílio, que não tribute a renda, ou que a tribute em qualquer alíquota inferior às aplicadas no Brasil.

d) Uma empresa do tipo trading, que realiza diversos tipos de importações e exportações de produtos, inclusive negociando também com empresas concorrentes, poderia vir a ser caracterizada como interposta pessoa, e por esta razão estar sujeita aos controles de preço de transferência.

e) A legislação de "preço de transferência" somente se aplica ao imposto de renda e à contribuição social sobre o lucro líquido.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: atenção para o fato de que, nesta questão, a exigência do examinador é a única alternativa que contém uma afirmação falsa.

Alternativa correta: letra “c”. O texto afronta o artigo 24 da Lei 9.430/96 (“as disposi-ções relativas a preços, custos e taxas de juros, constantes dos arts. 18 a 22, aplicam-se, tam-bém, às operações efetuadas por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute a alíquota máxima inferior a vinte por cento”).

Demais alternativas: corretas. São repro-duções de informações divulgadas pela Receita Federal do Brasil(http: //www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/ pr672a733.htm, acesso em 06/05/2014). Aliás, não foi a primeira vez que a ESAF, em prova da PFN, cobrou conteúdo sobre preços de transferência disponíveis no site da Receita Federal.

07. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que:

a) o fato gerador da taxa não é um fato do con-tribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam.

b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercí-cio regular do poder de polícia.

c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na presta-ção ao contribuinte, ou na colocação à dis-posição deste, de serviço público específico, divisível ou não.

d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas.

e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempe-nhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do pro-cesso legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: atenção para o fato de que, nesta questão, a exigência do examinador é a única alternativa que contém uma afirmação falsa.

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Alternativa correta: letra “c”: não se pode afirmar que a atuação estatal referível ao con-tribuinte pode ser um serviço “divisível ou não”, uma vez que, nos termos expressos do artigo 145, inciso II, da CF, apenas serviços públicos divisíveis são passíveis de tributação por meio de taxas, assim compreendidos aqueles suscetí-veis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários (CTN, art. 79, III).

Alternativa “a”: a taxa é um tributo de natu-reza vinculada porque sempre é devida em razão de uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte (fato do Estado), destinando-se o produto da sua arrecadação ao financiamento da atividade a que se refere, que pode ser um serviço público ou o exercício regular do poder de polícia.

Alternativa “b”: como tributo de natureza vinculada, a taxa pode ser instituída em razão do exercício regular do poder de polícia (CF, art. 145, II), isto é, a restrição de liberdades individuais em prol da coletividade, desempenhado por auto-ridade competente e nos limites da legalidade, sem abuso ou desvio de poder, como, por exem-plo, as taxas cobradas pela expedição de licen-ças ambientais em prol de um meio ambiente saudável ou a concessão de porte de armas com vistas à preservação da segurança pública.

Alternativa “d”: diverso da taxa, o imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gera-dor uma situação independente de qualquer ati-vidade estatal específica relativa ao contribuinte (CTN, art. 16). Incide sobre fatos signo-presun-tivos de riqueza (sinais de riqueza do contri-buinte), tais como renda e propriedade, e não sobre atividades estatais. Constitui, assim, uma receita que se destina ao financiamento de ativi-dades gerais do Estado, tais como saúde, educa-ção, segurança pública, transporte etc.

Alternativa “e”: a opção transcreve quase que literalmente o que o parágrafo único do artigo 78 do CTN dispõe sobre o exercício regu-lar do poder de polícia.

08. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Em relação aos empréstimos compulsórios, é cor-reto afirmar que:

a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3º do Código Tributário Nacional.

b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado "Plano Collor" (Lei n. 8.024/90).

c) o conceito de 'despesa extraordinária' a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência.

d) se conceitua como um contrato de direito público, com a característica da obrigato-riedade de sua devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação.

e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver institu-ído.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: há de se tomar cui-dado com súmulas do STF editadas antes da promulgação da CF de 1988. Muitas delas estão ultrapassadas, porque em desacordo com a ordem constitucional atualmente em vigor. Um exemplo é a Súmula 418, que infirmava a natu-reza tributária do empréstimo compulsório.

Alternativa correta: letra “a”: além de pre-visto no capítulo constitucional atinente ao Sis-tema Tributário Nacional, o empréstimo compul-sório possui todas as características conceituais dos tributos contempladas no conceito legal do artigo 3º do CTN, quais sejam: i) é uma prestação pecuniária compulsória; ii) não constitui sanção de ato ilícito; iii) é instituído em lei; iv) é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Como diferencial, possui a previsão de restituibilidade do produto da sua arrecada-ção no fim de determinado prazo.

Alternativa “b”: como espécie tributária prevista no artigo 148 da CF, o empréstimo com-pulsório deve ser exigido sem ofensa às limita-ções constitucionais ao poder de tributar, entre elas, a vedação ao confisco (CF, art. 150, IV), o que invalida qualquer assertiva no sentido de consi-derá-lo uma espécie de confisco. Além disso, a despeito de muitas divergências doutrinárias e jurisprudenciais quanto à natureza jurídica do bloqueio de cruzados novos do “Plano Collor”, se de limitação administrativa ou de tributo, o Supremo Tribunal Federal nunca se pronun-ciou firmemente a respeito. Logo, não é possí-

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vel cravar como correta nenhuma assertiva que considere o bloqueio de cruzados novos como um empréstimo compulsório disfarçado ou uma exigência tributária de caráter confiscatório.

Alternativa “c”: está errada porque os fun-dos ou reservas de contingência são provisões orçamentárias para despesas imprevistas, tais como as aludidas no artigo 5º, inciso III, da Lei complementar 101/2000 (Lei de Responsabili-dade Fiscal) e no artigo 91 do Decreto 200/67. Se constituem provisões orçamentárias, ainda que sejam créditos suplementares ou complementa-res, não podem ser consideradas extraordinárias as despesas cobertas por fundos de contingência.

Alternativa “d”: não se pode atribuir natu-reza contratual ao empréstimo compulsório pelo simples fato de ser instituído por lei. Os contratos, ainda que de direito público, são caracterizados como acordos de vontade, o que não ocorre no empréstimo compulsório, em que tanto o tributo devido como a obrigação e o prazo de restituição encontram-se previstos em lei.

Alternativa “e”: consoante expressa ressalva do artigo 150, § 1º, da CF, o empréstimo compul-sório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (CF, art. 148, I), não se sujeita ao princípio da anterioridade tributária, o que invalida esta alternativa.

09. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Com relação ao imposto sobre importação de produ-tos estrangeiros, assinale a opção incorreta.

a) Somente se deve considerar entrada e importada aquela mercadoria estrangeira que ingressa no território nacional para uso comercial ou industrial e consumo, não aquela em trânsito, destinada a outro país.

b) A Constituição Federal outorga à União a com-petência para instituí-lo, vale dizer, concede a este ente político a possibilidade de instituir imposto sobre a entrada no território nacio-nal, para incorporação à economia interna, de bem destinado ou não ao comércio, produ-zido pela natureza ou pela ação humana, fora do território nacional.

c) A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição temporária num museu ou de uma máquina para exposição em feira, destinados a retornar ao país de ori-gem, não configuram importação, e, por con-seguinte não constituem fato gerador.

d) Terá suas alíquotas graduadas de acordo com o grau de essencialidade do produto, de modo a se tributar com alíquotas mais ele-vadas os produtos considerados supérfluos, e com alíquotas inferiores os produtos tidos como essenciais.

e) Possui caráter nitidamente extrafiscal, tanto que a Constituição Federal faculta ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar suas alíquotas, já que sua arrecadação não possui objetivo exclusivo de abastecer os cofres públicos, mas também a conjugação de outros interesses que interferem no direcionamento da ativi-dade impositiva – políticos, sociais e econô-micos, por exemplo.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: o candidato deve estar atento para a exigência da banca nesta ques-tão, que é a alternativa incorreta. Além disso, em razão de polêmica que será apresentada no comentário à alternativa “c”, a presente questão poderia ter sidoanulada, pois, dependendo do posicionamento doutrinário adotado em relação a ela, pode haver mais de uma opção incorreta.

Alternativa correta: letra “d”: diz respeito à seletividade, princípio constitucional específico de tributos em relação aos quais a Constituição Federal, expressamente, exige a sua observância, como são os casos do IPI e do ICMS. É a opção incorreta porque o imposto de importação não está entre os tributos constitucionalmente sele-tivos.

Alternativa “a”: contém uma afirmação cor-reta, pois, embora o fato gerador do imposto de importação ocorra no momento da entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro brasileiro (Regulamento Aduaneiro – Decreto 6.759/2009, art. 72), o imposto não incide em relação a mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação (Regulamento Aduaneiro – Decreto 6.759/2009, art. 71, IV), situação que ocorre com as mercadorias em trânsito destinadas a outros países.

Alternativa “b”: a Constituição Federal, quando atribui competência à União para instituir imposto sobre importação de produtos estran-geiros (art. 153, I), realmente não faz distinção entre bens primários ou secundários, destinados ou não ao comércio.

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Alternativa “c”: ao considerarcorreto o que afirmado nessa alternativa, a ESAF adotou o entendimento de não configurar importação e, por conseguinte, não haver incidência na entrada de bens para exposição em feiras e museus, quando destinados a retornar ao país de origem. Deve-se, porém, ressalvar que se trata de um posicionamento polêmico, uma vez haver quem defenda a ocorrência do fato gerador para a hipó-tese. É que a situação apresentada está sujeita ao regime aduaneiro de admissão temporária, com expressa previsão de suspensão do imposto (Decreto 6.759/2009, art. 359), e, para muitos, a suspensão do imposto pressupõe a sua incidência pela ocorrência do fato gerador. Corroborando esse entendimento, tem-se, também, a obrigação de recolhimento caso o retorno ao país de origem não se efetive no prazo legal.

Alternativa “e”: de fato, a Constituição Fede-ral, no § 1º do artigo 153, faculta ao Poder Exe-cutivo, atendidas as condições e os limites esta-belecidos em lei, alterar as alíquotas de alguns impostos, entre eles, o imposto de importação. Isso confere caráter extrafiscal ao tributo, na medida em que permite ao Estado, por meio do Poder Executivo, intervir no domínio econômico por meio de modificações na carga tributária.

10. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Analise os itens a seguir, classificando-os como verdadei-ros (V) ou falsos(F). Em seguida, escolha a opção ade quada às suas respostas:

I. as operações de câmbio constituem fato gerador do IOF – imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

II. o câmbio traz um comércio de dinheiro, no qual este se torne mercadoria e, como tal, tem custo e preço;

III. operações de câmbio são negócios jurídicos de compra e venda de moeda estrangeira ou nacional, ou, ainda, os negócios jurídicos consistentes na entrega de uma determinada moeda a alguém em contrapartida de outra moeda recebida.

a) Somente o item I está correto.

b) Estão corretos somente os itens I e II.

c) Estão corretos somente os itens I e III.

d) Todos os itens estão corretos.

e) Todos os itens estão errados.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: em relação aos tributos federais em espécie, os últimos editais do Con-curso de Auditor Fiscal da Receita Federal não tem especificado a que nível normativo cada tributo seria cobrado. São recorrentes questões como a presente em que, para uma resolução segura, é necessário que o conhecimento do candidato supere o plano das normas da Constituição Fede-ral e do Código Tributário Nacional, abrangendo, também, a legislação federal infraconstitucional, como é o caso do Regulamento do IOF – Decreto 6.306/2007).

Alternativa correta: letra “d”.

Item I: está correto porque, entre as opera-ções financeiras sujeitas à incidência do imposto, estão as operações de câmbio. Assim, nos termos da competência que lhe foi conferida pelo artigo 153, inciso V, da Constituição Federal, a União estabeleceu que o IOF incida sobre as operações de câmbio (Decreto 6.306/2007, art. 2º, II).

Itens II e III: também estão corretos, pois ambos estão em harmonia com o conceito de operações de câmbio decorrente da definição legal do fato gerador do IOF, delineada no artigo 11 do Regulamento do IOF – Decreto 6.306/2007, isto é, a entrega de moeda nacional ou estran-geira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em mon-tante equivalente à moeda estrangeira ou nacio-nal entregue ou posta à disposição por este. As afirmações constantes dos itens ora analisados nada distam desse conceito legal, assim como se adaptam às definições sobre câmbio veiculadas no site do Banco Central do Brasil, onde é possí-vel encontrar expressões tais como “mercado de câmbio”, “comprar e vender moeda estrangeira”, “troca da moeda de um país pela de outro país” e “contrato de câmbio” (disponível em http: //www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/mercCam.asp#1 – acesso em 2/6/2012).

11. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Segundo o art. 195, caput, da Constituição Fede-ral, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos ter-mos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais que enumera. Sobre estas, é incorreto afirmar que:

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a) ao afirmar que o financiamento da seguri-dade social se dará por toda a sociedade, revela-se o caráter solidário de tal financia-mento. Todavia, as pessoas físicas e jurídicas somente podem ser chamadas ao custeio em razão da relevância social da seguridade se tiverem relação direta com os segurados ou se forem, necessariamente, destinatárias de benefícios.

b) a solidariedade não autoriza a cobrança de tributo sem lei, não autoriza exigência de quem não tenha sido indicado por lei como sujeito passivo de obrigação tributária, e não autoriza que seja desconsiderada a legalidade estrita que condiciona o exercí-cio válido da competência relativamente a quaisquer tributos.

c) as contribuições de seguridade social, sendo tributos, submetem-se às normas referentes às limitações do poder de tributar, contidas no art. 150 da Constituição Federal, com exceção da anterioridade geral, em face da norma especial contida no art. 195, § 6º (anterioridade nonagesimal), especialmente concebida para o condicionamento da insti-tuição de contribuições de seguridade social.

d) para a instituição de contribuições ordinárias (nomina – das) de seguridade social, quais sejam, as já previstas nos incisos I a IV do art. 195 da Constituição, basta a via legislativa da lei ordinária, consoante o entendimento pacificado do Supremo Tribunal Federal.

e) as entidades beneficentes de assistência social gozam de imunidade das contribui-ções para a seguridade social.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: atenção porque, nessa questão, deve ser assinalada a opção incorreta.Quanto ao conteúdo, nos estudos é importante que o candidato preste atenção às informações sobre jurisprudência dos tribunais superiores, pois é rotineira a cobrança a respeito por parte da ESAF. No que tange à jurisprudência do STF, uma ferramenta mais direta de informação é a seção “A Constituição e o Supremo” veiculada no site do STF (disponível em http: //www.stf.jus.br/portal/constituicao/, acesso em 3/6/2012). Permite a pesquisa artigo por artigo de ementas de decisões correlatas, selecionadas no âmbito

da jurisprudência pacífica da Corte, além das res-pectivas súmulas e súmulas vinculantes.

Alternativa correta: letra “a”: essa alter-nativa é a opção incorreta a ser assinalada, haja vista que as contribuições sociais para finan-ciamento da seguridade social, da forma como moldadas no artigo 195 da CF, são tributos de natureza não vinculada. Significa dizer que não estão relacionadas ao exercício de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte, não sendo necessário que as pessoas chama-das ao custeio sejam destinatárias de benefí-cios. É assim que o texto constitucional delineia o campo de incidência e a sujeição passiva das contribuições, sujeitando à respectiva incidên-cia pessoas e fatos tais como empregadores, concursos de prognósticos e importadores de bens e serviços, sem nenhuma exigência de que sejam segurados ou destinatários de benefícios.

Alternativa “b”: ao defender a sujeição das contribuições sociais ao princípio da estrita legalidade tributária, essa assertiva está absolu-tamente correta. A limitação constitucional ao poder de tributar do artigo 150, inciso I, da CF aplica-se a todos os tributos. As únicas ameniza-ções do princípio estão previstas no artigo 153, inciso I, da CF (impostos federais extrafiscais), entre as quais não se encontra nenhuma contri-buição social.

Alternativa “c”: coerentecom a abordagem da opção anterior, também está correto afirmar que, por se tratar de tributos, as contribuições sociais para custeio da seguridade social sujei-tam-se às limitações ao poder de tributar do artigo 150 da CF. Igualmente, é válida a assertiva de que tais contribuições constituem exceção ao princípio da anterioridade geral do artigo 150, inciso III, alínea “b” (vedação à cobrança de tribu-tos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumen-tou). Isso, porque, em razão de norma expressa do artigo 195, § 6º, estão sujeitas, exclusiva-mente, à anterioridade nonagesimal (só pode-rão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver ins-tituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no artigo 150, inciso III, alínea “b”.

Alternativa “d”: realmente, a exigência de lei complementar do artigo 195, § 4º, da CF, decorrente da aplicação conjunta e sistemática do artigo 154, inciso I, refere-se exclusivamente à instituição de outras fontes destinadas a garan-

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tir a manutenção ou expansão da seguridade social. Dessa forma, é correto dizer que as con-tribuições ordinárias (nominadas) previstas nos incisos I a IV do artigo 195 da CF podem ser ins-tituídas por lei ordinária. Não menos acertada é a afirmação final da opção, uma vez que o STF, de fato, fixou firme entendimento quanto à des-necessidade de lei complementar (RE 390.840e RE 357.950, voto do Rel. Minº Marco Aurélio, julgamento em 9-11-2005, Plenário, DJ de 15-8-2006; RE 475.910-AgR, Rel. Minº Dias Toffoli, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 23-3-2011; RE 487.475-AgR, Rel. MinºRicardo Lewandowski, julgamento em 1º-6-2010, Pri-meira Turma, DJE de 6-8-2010 etc.).

Alternativa “e”: está correta porque a imu-nidade das entidades beneficentes de assistên-cia social às contribuições para a seguridade social constitui previsão expressa do artigo 195, § 7º da CF. Embora o dispositivo em questão uti-lize a expressão “isentas” ao invés de “imunes”, por se tratar de uma exoneração tributária vei-culada na Constituição Federal, a mesma possui natureza de imunidade. Isso, inclusive, também é amplamente reconhecido na jurisprudência do STF.

12. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2009)Sobre a Contribuição Social para o Lucro Líquido (CSLL), instituída pela Lei n. 7.689/88, julgue os itens abaixo, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção ade-quada às suas respostas:

I. a sua base de cálculo é a mesma do imposto de renda das pessoas físicas, sendo que as deduções e compensações admissíveis para a apuração de um correspondem àquelas admitidas para fins de apuração da base de cálculo do outro;

II. a sua base de cálculo é o valor do resul-tado do exercício antes da provisão para o imposto de renda;

III. a CSLL poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal seja o regime de apuração a que a pessoa jurídica se submete relativamente ao imposto de renda.

a) Estão corretos os itens I e II.

b) Estão corretos os itens I e III.

c) Estão corretos os itens II e III.

d) Todos os itens estão corretos.

e) Todos os itens estão errados.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: como ocorre em rela-ção às provas da maioria das bancas, nos con-cursos organizados pela ESAF, o candidato deve estar bastante atento para sutilezas que cons-tituem verdadeiras “pegadinhas”. A presente questão é um exemplo; a afirmação do item I, que insinua uma relação entre a CSLL – Contri-buição Social sobre o Lucro Líquido e o Imposto de Renda das pessoas físicas, tem grande poten-cial para levar o candidato a erro, haja vista as inúmeras relações entre a contribuição em ques-tão e o Imposto de Renda das pessoas jurídicas. Portanto, para não incorrer em erro, é necessário ter muita atenção para a utilização da expressão “pessoas físicas” no lugar de “pessoas jurídicas”.

Alternativa correta: letra “c”.

Item I: nos termos do artigo 2º da Lei 7.689/88, a base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o Imposto de Renda. Não guarda, portanto, nenhuma relação com a base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas físicas. Afirmação incorreta.

Item II: assertiva absolutamente correta, até porque utiliza os mesmos termos do artigo 2º da Lei 7.689/88, segundo o qual a base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o Imposto de Renda.

Item III: está correta, pois lucro presumido e arbitrado são regimes de apuração do Imposto de Renda das pessoas jurídicas, e o artigo 57 da Lei 8.981/95 estabelece, expressamente, que se aplicam à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto de Renda das pessoas jurídicas.

13. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2012) Com relação ao entendimento do STF sobre as contri-buições sociais gerais, as contribuições de inter-venção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, assi-nale a opção correta.

a) Não se pode prescindir de lei complementar para a criação das contribuições de interven-ção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais.

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b) Sua constitucionalidade seria aferida pela necessidade pública atual do dispêndio vin-culado e pela eficácia dos meios escolhidos para alcançar essa finalidade.

c) No caso da contribuição devida ao SEBRAE, tendo em vista tratar-se de contribuição de intervenção no domínio econômico, o STF entende ser exigível a vinculação direta do contribuinte ou a possibilidade de que ele se beneficie com a aplicação dos recursos por ela arrecadados.

d) A sujeição de vencimentos e de proventos de aposentadoria e pensões à incidência de contribuição previdenciária constitui ofensa ao direito adquirido no ato de aposentado-ria.

e) Tais contribuições sujeitam-se à força atra-tiva do pacto federativo, pois a União está obrigada a partilhar o dinheiro recebido com os demais entes federados.

|COMENTÁRIOS|.̀

Nota dos autores: atenção que essa questão deve ser respondida de acordo com o entendimento manifestado pela jurisprudência do STF. Intensificando tendência de provas ante-riores, nos concursos para as carreiras fiscais da Receita Federal de 2012, foi bastante intensa a cobrança da ESAF em torno da jurisprudência do Supremo.

Alternativa correta: letra “b”: é a alterna-tiva correta, pois se trata de um entendimento consagrado em recentes decisões do Supremo o de que a constitucionalidade dascontribuições em questão deve ser aferida pela necessidade pública atual do dispêndio vinculado e pela efi-cácia dos meios escolhidos para alcançar essa finalidade (STF – ADI 2556/DF – Pleno – Rel. Min. Joaquim Barbosa – julg. 13/06/2012).

Alternativa “a”: assertiva contrária à juris-prudência do STF, segundo a qual é dispensável a edição de lei complementar para instituição de contribuições de intervenção no domínio econômico (STF – AI 737858 ED-AgR / SP – 1ª. Turma – Rel. Min. Dias Toffoli – julg. 06/11/2012) e de interesse de categorias profissionais (STF – AI 737858 ED-AgR / SP – 2ª. Turma – Rel. Min. Eros Grau – julg. 26/05/2009).

Alternativa “c”: incorreta, na medida em que, com relação à contribuição para o SEBRAE, a jurisprudência ado STF orienta-se no sentido

de não ser necessária a vinculação direta entre o contribuinte e o benefício decorrente da apli-cação dos valores arrecadados (STF – RE 429521 AgR / MG – 2ª. Turma – Rel. Min. Joaquim Bar-bosa – julg. 29/03/2005).

Alternativa “d”: mais uma assertiva incor-reta por divergir totalmente do entendimento que se observa na jurisprudência do STF, segundo o qual inexiste no ordenamento jurí-dico norma jurídica válida que, como efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, estabeleça imunidade relativa a proventos e as pensões à contribuição previdenciária, não havendo, a respeito, direito adquirido com a aposentadoria (STF – ADI 3128 / DF – Pleno – Relª. Minª Ellen Gracie – 18/08/2004).

Alternativa “e”: errada, porque não há pre-visão de partilha do produto da arrecadação da contribuições sociais gerais entre a União e os demais entes federados.

14. (ESAF – Auditor-Fiscal – RFB/2012) A Cons-tituição Federal, em seu art. 195, dispõe sobre as contribuições para a seguridade social, estabe-lecendo as suas fontes. Sobre as contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento, e de acordo com o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, analise os itens a seguir, classificando-os como corretos ou incorretos, para, a seguir, assinalar a assertiva que corresponda à sua opção.

I. O Sistema Tributário Nacional fixou o regime de competência como regra geral para a apuração dos resultados da empresa, e não o regime de caixa.

II. Quanto ao aspecto temporal da hipótese de incidência da Cofins e da contribuição para o PIS, temos que o fato gerador da obrigação ocorre com o aperfeiçoamento do contrato de compra e venda (entrega do produto), e não com o recebimento do preço acordado.

III. O resultado da venda, na esteira da juris-prudência da Corte, apurado segundo o regime legal de competência, constitui o faturamento da pessoa jurídica, compondo o aspecto material da hipótese de incidência da contribuição ao PIS e da Cofins, consis-tindo situação hábil ao nascimento da obri-gação tributária.

IV. No âmbito legislativo, não há disposição permitindo a exclusão das chamadas vendas

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�DICAS

� Tributo

• Antes de tratar das espécies de tributos, importante o concursando rememorar o conceito pre-visto no art. 3º do CTN nos seguintes termos: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

a) Prestação pecuniária compulsória – pressupõe um comportamento obrigatório de prestação em dinheiro. Ou seja, efetivado o fato previsto na norma, o pagamento do tributo será obrigatório, independentemente da vontade do contribuinte.

b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – a expressão “moeda” revela-se, nesse con-ceito, prescindível e redundante, já que o termo “pecuniária” encerra igual sentido. Na expressão “ou cujo valor nela se possa exprimir”, o legislador ampliou o âmbito das prestações pecuniárias, admitindo o pagamento do tributo em outras formas que não apenas o dinheiro. É certo que nosso direito não aceita o pagamento de tributo in natura (bens) ou in labore (trabalho). No entanto, se houver lei específica do ente credor, os tributos podem ser pagos ou compensados com Títulos da Dívida Pública (TDP) ou Precatórios. Ademais, com o advento da LC 104/2001, foi inserido o inciso XI ao art. 156 do CTN, que faz referência à dação em pagamento em bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário.

c) Que não constitua sanção de ato ilícito – tributo não é penalidade. Logo, não deve ser utilizado como sanção para o contribuinte. Ele se distingue da penalidade exatamente porqueesta tem como hipótese de incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sem-pre algo lícito. Ademais, o Princípio da Interpretação Objetiva do “Fato Gerador” (art. 118 c/c 126 CTN) – Cláusula non olet – pressupõe que o tributo “não fede e não cheira”. Importa para o Estado arrecadar, angariar fundos para cobrir suas despesas (finalidade fiscal do tributo), não cabendo, nesse instante, aferir ilicitude do fato ocorrido. Em suma: o fato poderá ser ilícito, mas a hipó-tese de incidência (previsão normativa) jamais o será.

d) Instituída em lei – A obrigação tributária só pode resultar da lei, em abono ao Princípio da Estrita Legalidade. Em regra, a lei ordinária é instituidora de tributo. Excepcionalmente será instituído por Lei Complementar:

1) impostos sobre grandes fortunas;

2) impostos residuais da União;

3) contribuições residuais da seguridade social e I

4) empréstimos compulsórios. Ressalte-se que Medida Provisória poderá instituir e majorar impos-tos, exceto os reservados à lei complementar (art. 62, § 1°, III e § 2° da CF).

e) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – O Estado é obrigado a cobrar o tributo sempre que ocorra o fato jurídico tributário e dentro dos limites e condições esta-belecidas em lei. Tal formalização ocorrerá através do instituto do lançamento tributário (art. 142 do CTN). A atividade de cobrança do tributo não pode ser arbitrária ou discricionária, mas apenas vinculada.

� Espécies

Para o art. 5º do CTN, os tributos são impostos, taxas e contribuição de melhoria. No entanto, a jurisprudência e a doutrina são pacíficas no sentido de que, à luz da Constituiçao Federal, além dos mencionados no CTN, são tributos também os empréstimos compulsórios e as contribuições especi-ais.

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ESPÉCIES DE TRIBUTOS

• Empréstimos Compulsórios

• Contribuições especiais

Teoria Pentapartida

CF

Teoria Tripartida

CTN • Impostos

• Taxas

• Contribuições de Melhoria

Tributos e espécies tributárias (baseado no julgamento da ADI 447 pelo STF – DJ de 05/03/93)

3.2.1) De segu-ridade social

Art. 195 e §4º, CF/88

3.2.2) Salário educação

Art. 212, §5º, CF/88

3.3.1) De intervenção no domínio econômico

Art. 149, CF/88

3.3.2) De interesse de categorias

profissionais ou econômicas

Art. 149, CF/88

3.1) De melhoria

Art. 145, III, CF/88;

Art. 81, CTN

3.2) sociais

Art. 149, CF/883.3) Especiais

1) Impostos

Art. 145, I, CF/88;

Art. 16, CTN

2) Taxas

Art. 145, II, CF/88;

Art. 77, CTN;

3) Contri-buições

4) Emprés-timos com-pulsórios

Art. 148, CF/88

Espécies tributárias

Tributo

(gênero)

Art.3º do CTN

Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies 239

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240 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

• “Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos, encontra definição no art. 3° do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no constituir ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da vontade das partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denominadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do direito público, ‘nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento.’ (Geraldo Ataliba, ‘Hermenêutica e Sistema Constitucional Tributário’, in ‘Diritto e pratica tributaria’, volume L, Padova, Cedam, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4°), são a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que são c.l) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que, por sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195, CF, 195, § 4°) e c.2.2) salário educação (CF, art. 212, § 5°) e c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) de interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). Con-stituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).” (ADI 447, Rel. Min. Octavio Gallotti, voto do Min. Carlos Velloso, julgamento em 5-6-1991, Plenário, DJ de 5-3-1993).

� Impostos• É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade

estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16 do CTN). Daí ser chamado de tributo não-vinculado.

• Além de não ser vinculado em relação a uma atividade estatal específica em relação ao contribu-inte, ele também é tributo de receita não vinculada a órgão, fundo ou despesa, nos termos do art. 167, IV, da CF, com algumas exceções constitucionais.

• Seu fato gerador está descrito na Constituição Federal, conforme a classificação abaixo. Apenas a União poderá criar novos impostos, no exercício de sua competência residual.

IMPOSTOS FEDERAIS (art. 153 e 154 da CF)

IMPOSTOS ESTADUAIS (art. 155 da CF)

IMPOSTOS MUNICIPAIS (art. 156 da CF)

Imposto sobre importação de produtos estrangeiros – II

Imposto sobre transmissão "causa mortis" e doação de quaisquer bens ou direitos – ITCMD

Imposto sobre a propriedade pre-dial e territorial urbana – IPTU

Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados – IE

Imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de trans-porte interestadual e intermunici-pal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior – ICMS

Imposto sobre a transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato one-roso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garan-tia, bem como cessão de direitos a sua aquisição – ITBI ou ITIV

Imposto sobre a renda e proven-tos de qualquer natureza – IR

Imposto sobre a propriedade de veí-culos automotores – IPVA

Imposto sobre serviços de qualquer natureza serviços de qualquer natu-reza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complemen-tar – ISS ou ISQN

Imposto sobre produtos indus-trializados – IPI

Imposto sobre operações de cré-dito, câmbio e seguro, ou relati-vas a títulos ou valores mobiliá-rios – IOF

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IMPOSTOS FEDERAIS (art. 153 e 154 da CF)

IMPOSTOS ESTADUAIS (art. 155 da CF)

IMPOSTOS MUNICIPAIS (art. 156 da CF)

Imposto sobre a propriedade ter-ritorial rural – ITR

Imposto sobre grandes fortunas

Impostos residuais

Impostos extraordinários

• Os impostos possuem a seguinte classificação:

• Quanto à alíquota: fixos ou progressivos. Fixos são aqueles em que a alíquota não aumenta com o aumento da base de cálculo. Progressivos, ao contrário, a alíquota aumenta com o aumento da base de cálculo. São progressivos o IR, ITR e o IPTU.

• Quanto à forma de percepção: diretos e indiretos. Será direto quando o contribuinte real do tributo é o próprio sujeito passivo da obrigação tributária principal, como se dá com o IR. Será indi-reto quando o contribuinte real do tributo é o consumidor da mercadoria ou do serviço objeto da operação (contribuinte de fato) e o sujeito passivo da obrigação tributária principal (contribuinte de direito) repassa, no preço da mercadoria ou serviço, o imposto devido, como se dá com o IPI e o ICMS. Neste caso, quando o legislador altera a alíquota do tributo, tem em mira o consumidor (contribuinte de fato) e não o empresário (contribuinte de direito).

• Quanto ao objeto de incidência: reais e pessoais. Imposto real é aquele que incide sobre o patrimônio e não leva em consideração as condições inerentes aos contribuintes (ex: IPTU, ITIV). Imposto pessoal, ao contrário, leva em consideração as condições dos contribuintes, suas caracte-rísticas, estabelecendo diferenças em função dessas condições (IRPF).

� Impostos FederaisO quadro abaixo sintetiza as principais características dos impostos federais:

IMPOSTO DA UNIÃO

ASPECTOS GERAIS

Imposto de Importação – II

É excepcional aos princípios da legalidade e da anterioridade (anual e nonagesimal). Segundo a Constituição, o Poder Executivo, nos termos e limites fixados em lei, poderá alterar suas alíquotas.

Imposto de Exportação – IE

É excepcional aos princípios da legalidade e da anterioridade (anual e nonagesimal). Segundo a Constituição, o Poder Executivo, nos termos e limites fixados em lei, poderá alterar suas alíquotas.

Imposto sobre a Renda e Proventos

de Qualquer Natureza – IR

É exceção à anterioridade nonagesimal. O IR deve observar os critérios (princípios) da generalidade, da universalidade e da progressividade – GUP. Entende-se que generalidade significa a incidência do imposto sobre todas as pessoas. Por universalidade, entende-se a incidência sobre todos os tipos de rendimentos. A progressividade do imposto de renda toma a base de cálculo como critério para a variação de alíquotas.

A Emenda Constitucional n. 20, de 1998, revogou a regra constitucional que estabelecia a não incidência do imposto de renda, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimen-tos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total fosse constituída, exclusivamente, de rendimentos do traba-lho. O STF decidiu que a antiga regra constitucional não era auto-aplicável (MS 22.584). Assim, como a exoneração tributária não decorria diretamente da Constituição não pode-ria ser elencada entre as imunidades.

Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies 241

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242 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

IMPOSTO DA UNIÃO

ASPECTOS GERAIS

Imposto sobre Produtos Indus-trializados – IPI

É excepcional aos princípios da legalidade e da anterioridade anual (Obs: não é exceção à anterioridade nonagesimal). Segundo a Constituição, o Poder Executivo, nos termos e limites fixados em lei, poderá alterar suas alíquotas.

O IPI deve ser seletivo em função da essencialidade do produto. Assim, as alíquotas do imposto devem ser menores para os produtos essenciais e maiores para os produtos enquadrados na categoria de consumo supérfluo ou desaconselhável.

O IPI também deve observar a técnica da não-cumulatividade. Segundo o STF (RE 168.750), "o princípio da não-cumulatividade objetiva tão-somente permitir que o imposto incidente sobre a mercadoria, ao final do ciclo produção-distribuição-consumo, não ultrapasse, em sua soma, percentual superior à alíquota máxima prevista em lei".

Não haverá incidência de IPI (imunidade) sobre produtos industrializados destinados ao exterior. O objetivo claro da regra é desonerar a atividade de exportação, não remetendo tributos para o exterior.

Imposto sobre Operações

Financeiras – IOF

É excepcional aos princípios da legalidade e da anterioridade (anual e nonagesimal). Segundo a Constituição, o Poder Executivo, nos termos e limites fixados em lei, poderá alterar suas alíquotas.

O IOF somente pode incidir sobre operações de crédito, câmbio, seguro e relativas a títulos ou valores mobiliários. Neste sentido, o STF já considerou possível a cobrança de IOF sobre operações de factoring (desconto de títulos de crédito para disponibilizar recursos para as empresas) (ADInMC 1.763) e impossível a incidência sobre saques em cadernetas de pou-pança (RE 232.467).

O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF, devido na operação de origem. A alíquota mínima será de 1% (um por cento), sendo assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: a) trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, con-forme a origem e b) setenta por cento para o Município de origem. Por ser regra de incidência exclusiva, veicula imunidade para todos os outros tributos. Registre-se que o ouro como sim-ples mercadoria sofre a incidência tributária normal de todos os tributos do sistema.

Imposto Territorial Rural

– ITR

As alíquotas do ITR devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção das proprie-dades improdutivas. Temos aqui um bom exemplo de progressividade extrafiscal.

Por outro lado, o ITR não incidirá (imunidade) sobre pequenas glebas rurais quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. A Constituição remete a lei a definição do que deve ser entendido por "pequenas glebas rurais".

Poderá ser cobrado e fiscalizado pelo Município, o que lhe dará a receita total do imposto (art. 153, § 4º, III da CF).

Imposto sobre Grandes Fortunas

O imposto sobre grandes fortunas deverá ser instituído por lei complementar, ainda não editada.

Impostos Residuais

A Constituição reservou à União, e somente a esta, a possibilidade de criar impostos novos (além dos já elencados). Para o exercício desta competência exige o Texto Maior: a) utiliza-ção de lei complementar, b) adoção da técnica da não-cumulatividade e c) que o imposto novo não tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados. Esta competência é conhecida como residual.

Ainda segundo a Lei Maior, 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação dos impostos residuais pertencem aos Estados e ao Distrito Federal (art. 157, inciso II).

Impostos Extraordinários

Na iminência ou no caso de guerra externa, a União, e somente esta, poderá criar impostos extraordinários. Estes impostos podem estar ou não compreendidos em sua competência e serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas da instituição.

O art. 76 do CTN fixa o prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz, para a supressão gradativa dos impostos extraordinários.

O exercício da chamada competência extraordinária da União não precisa observar o prin-cípio da anterioridade (art. 150, § 1°. da Constituição).

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256 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

� SÚMULAS APLICÁVEIS• Súmula vinculante 12: “A cobrança de taxa

de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constitu-ição Federal”.

• Súmula vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públi-cos de coleta, remoção e tratamento ou des-tinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II da Consti-tuição Federal”.

• Súmula vinculante 29: “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra”.

• Súmula vinculante 31: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis”.

• Súmula vinculante 32: “O ICMS não incide sobre a alienação de salvados de sinistros pelas seguradoras”.

• Súmula 75, do STF: “Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador”.

• Súmula 93, do STF: “Não está isenta do imposto de renda a atividade profissional do arquiteto”.

• Súmula 112, do STF: “O imposto de trans-missão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”.

• Súmula 113, do STF: “O imposto de trans-missão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação”.

• Súmula 114, do STF: “O imposto de trans-missão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo”.

• Súmula 115, do STF: “Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão causa mortis”.

• Súmula 241, do STF: “A contribuição previ-denciária incide sobre o abono incorporado ao salário”.

• Súmula 331, do STF: “É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida”.

• Súmula 539, do STF: “É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residên-cia do proprietário, que não possua outro”.

• Súmula 545, do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são com-pulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”.

• Súmula 573, do STF: “Não constitui fato gerador do imposto de circulação de merca-dorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato”.

• Súmula 575, do STF: “À mercadoria impor-tada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional”.

• Súmula 583, do STF: “Promitente-compra-dor de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto pre-dial territorial urbano”.

• Súmula 584, do STF: “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração”.

• Súmula 586, do STF: “Incide imposto de renda sobre os juros remetidos para o exte-rior, com base em contrato de mútuo”.

• Súmula 587, do STF: “Incide imposto de renda sobre o pagamento de serviços técni-cos contratados no exterior e prestados no Brasil”.

• Súmula 588, do STF: “O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários”.

• Súmula 589, do STF: “É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte”.

• Súmula 590, do STF: “Calcula-se o imposto de transmissão “causa mortis” sobre o saldo credor da promessa de compra e venda

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de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor”.

• Súmula 591, do STF: “A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados”.

• Súmula 595, do STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idên-tica à do imposto territorial rural”.

• Súmula 656, do STF: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel”.

• Súmula 659, do STF: “ – É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finso-cial sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e min-erais do país”.

• Súmula 660, do STF: “Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto”.

• Súmula 661, do STF: “Na entrada de mer-cadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desem-baraço aduaneiro”.

• Súmula 662, do STF: “É legítima a incidên-cia do ICMS na comercialização de exem-plares de obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete”.

• Súmula 663, do STF: “Os §§ 1° e 3° do art. 9° do DL 406/68 foram recebidos pela Consti-tuição”.

• Súmula 664, do STF: “É inconstitucional o inciso V do art. 1° da Lei 8.033/90, que insti-tuiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros – IOF sobre saques efetuados em caderneta de pou-pança”.

• Súmula 665, do STF: “É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títu-los e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/89”.

• Súmula 666, do STF: “A contribuição con-federativa de que trata o art. 8°, IV, da Consti-

tuição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo”.

• Súmula 667, do STF: “Viola a garantia con-stitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”.

• Súmula 668, do STF: “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquo-tas progressivas para o IPTU, salvo se desti-nada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”.

• Súmula 670, do STF: “O serviço de ilumi-nação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.

• Súmula 724, do STF: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”.

• Súmula 732, do STF: “É constitucional a cobrança da contribuição do salário-edu-cação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a CF/1988, e no regime da Lei 9.424/96”.

• Súmula 20, do STJ: “A mercadoria impor-tada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional”.

• Súmula 68, do STJ: “A parcela relativa ao ICM inclui-se na base de cálculo do PIS”.

• Súmula 95, do STJ: “A redução da alíquota do imposto sobre produtos industrializados ou do imposto de importação não implica redução do ICMS”.

• Súmula 125, do STJ: “O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do imposto de renda”.

• Súmula 135, do STJ: “O ICMS não incide na gravação e distribuição de filmes e video-teipes”.

• Súmula 136, do STJ: “O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda”.

Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies 257

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� INFORMATIVOS APLICÁVEIS

` Taxa de combate a sinistros

Taxa de combate a sinistros. Constitucionalidade. O Tribunal, no julgamento do Recurso Extraordinário 206.777/SP, da relatoria do ministro Ilmar Galvão, con-cluiu pela constitucionalidade da Taxa de Combate a Sinistros. AgRg no AI 510.583-SP. Rel. Min. Marco Aurélio (Info 707)

` Poder de polícia. Presunção. MS

Poder de polícia. Presunção. Presume-se o que nor-malmente ocorre, ou seja, o exercício do poder de polícia ante a cobrança da taxa respectiva. Mandado de Segurança. Instrução. O mandado de segurança não é meio próprio a demonstrar-se a inexistência do exercício do poder de polícia que estaria a respaldar o implemento da taxa. AgRg no AI 786.940-RJ. Rel. Min. Marco Aurélio (Info 695).

` Taxa de instalação, localização e funcionamento

◙ Direito tributário. Embargos à execução fiscal. Taxa de instalação, localização e funcionamento. Base de cálculo. Número de empregados do estabelecimento. Elemento estranho ao custo da atividade estatal no regular exercício do poder de polícia. Inconstitucion-alidade. Decisão regional em harmonia com a juris-prudência do STF. Acórdão regional disponibilizado em 1.12.2011. As razões do agravo regimental não são aptas a infirmar os fundamentos da decisão agravada, mormente no que se refere à conformidade do enten-dimento regional com a jurisprudência do STF, a invi-abilizar o trânsito do recurso extraordinário. Agravo regimental conhecido e não provido. AgRg no RE 727.579-SP. Rel. Min. Rosa Weber (Info 715)

` Taxa de saúde suplementar por registro de pro-duto.

É ilegal a cobrança da Taxa de Saúde Suplementar por Registro de Produto, prevista no art. 20, II, da Lei 9.961/2000, em relação a requerimentos de registro efetuados antes de 1º de janeiro de 2000, data do início da vigência dessa lei. REsp 1.192.225-RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 21.5.2013. 2ª T. (Info 524)

` Requisitos para a instituição de contribuição de melhoria.

A instituição de contribuição de melhoria depende de lei prévia e específica, bem como da ocorrência de efe-tiva valorização imobiliária em razão da obra pública, cabendo ao ente tributante o ônus de realizar a prova respectiva. REsp 1.326.502-RS, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 18.4.2013. 1ª T. (Info 522)

` Base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins na hipótese de venda de veícu-los novos por concessionária de veículos. Recurso repetitivo.

Na venda de veículos novos, a concessionária deve recolher as contribuições para o PIS/PASEP e a COF-INS sobre a receita bruta/faturamento (arts. 2º e 3º da Lei 9.718/1998) – compreendido o valor de venda do veículo ao consumidor –, e não apenas sobre a difer-ença entre o valor de aquisição do veículo junto à fab-ricante concedente e o valor da venda ao consumidor (margem de lucro). Decerto, entre a pessoa jurídica fabricante (montadora-concedente) e o distribuidor (concessionária), há uma relação de concessão com-ercial cujo objeto é o veículo a ser vendido ao consu-midor. Esse vínculo, sob o ponto de vista comercial, é regido pela Lei 6.729/1979, que caracteriza o fornec-imento de mercadorias pela concedente à conces-sionária como uma compra e venda mercantil, pois estabelece que o preço de venda ao consumidor deve ser livremente fixado pela concessionária, enquanto na relação entre concessionária e concedente cabe a esta fixar “o preço de venda” àquela (art. 13). Con-firma o entendimento de que há uma compra e venda mercantil o disposto no art. 23 da mencionada lei, segundo o qual há obrigação da concedente de read-quirir da concessionária o estoque de veículos pelo “preço de venda” à rede de distribuição. Desse modo, é evidente que, na relação de “concessão comercial” prevista na Lei 6.729/1979, existe um contrato de com-pra e venda mercantil que é celebrado entre o conce-dente e a concessionária e outro contrato de compra e venda que é celebrado entre a concessionária e o consumidor, sendo que é o segundo contrato que gera faturamento para a concessionária. Saliente-se, a propósito, que não há mera intermediação, tampouco operação de consignação. Isso, inclusive, é confirmado pelo art. 5º da Lei 9.718/1998, que, quando equipara para fins tributários as operações de compra e venda de veículos automotores usados a uma operação de consignação, parte do pressuposto de que a operação de compra e venda de carros novos não configura con-signação. Efetivamente, só se equipara aquilo que não o é; se já o fosse, não seria necessário equiparar. Sendo assim, caracterizada a venda de veículos automotores novos, a operação se enquadra dentro do conceito de “faturamento” definido pelo STF quando examinou o art. 3º, caput, da Lei n. 9.718/1998, fixando que a base de cálculo do PIS e da COFINS é a receita bruta/fatura-mento que decorre exclusivamente da venda de mer-cadorias e/ou de serviços, não se considerando receita bruta de natureza diversa. REsp 1.339.767-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 26.6.2013. 1ª S. (Info 526)

` Contribuição compulsória dos servidores para o custeio de serviços de saúde.

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Contribuição compulsória dos servidores para

Capítulo 1 – Tributos e suas Espécies 261

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262 Alan Martins • Dimas Yamada Scardoelli • Harrison Leite • Thiana Cairo

o custeio de serviços de saúde. Sobrestamento. ADI 3.106/DF. Impossibilidade. 1. O Plenário desta Corte, ao apreciar o RE 573540-RG, cuja repercussão geral já havia sido reconhecida, decidiu que falece aos Esta-dos-membros competência para a criação de con-tribuição compulsória ou de qualquer outra espécie tributária destinada ao custeio de serviços médicos, hospitalares, farmacêuticos ou odontológicos presta-dos aos seus servidores. 2. A controvérsia atinente ao direito de servidores públicos estaduais à restituição de valores descontados compulsoriamente a título de contribuição declarada inconstitucional possui natureza infraconstitucional. 3. Não merece prosperar o pedido de sobrestamento do recurso até a apre-ciação final pelo Plenário dos embargos de declaração na ADI 3106, tendo em vista o fato de se tratar, nos presentes autos, de processo subjetivo e de já ter a decisão agravada, apoiada em recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, transitado em jul-gado. 4. Agravo regimental não provido. AgRg no ARE 670.075-MG. Rel. Min. Dias Toffoli (Info 692)

` Constitucionalidade da revogação da isenção dos atos cooperativos, em relação ao PIS e à Cofins

◙ Recurso extraordinário. Repercussão geral admitida. Processo versando a matéria. Sobrestamento. Manutenção. O tema atinente à constitucionalidade da revogação da isenção dos atos cooperativos, em relação ao PIS e à Cofins, por meio da Medida Provisória nº 1.858/89 teve repercussão geral admitida pelo denominado Plenário Virtual no Recurso Extraor-dinário nº 598.085/RJ. A matéria de fundo, tanto no mencionado recurso como neste extraordinário, diz respeito à definição da incidência ou não dessas con-tribuições sobre as receitas decorrentes de tais atos. Impõe-se aguardar o julgamento do mérito do para-digma, considerados o regime da repercussão geral, presentes os processos múltiplos, e a possibilidade de revisão do entendimento. AgRg no RE 540.257-SP Rel. Min. Marco Aurélio. (Info 711)

` PIS – COFINS e Locação de Imóvel

Constitucional e tributário. Programa de integração social – PIS. Contribuição para o financiamento da seguridade social – Cofins. Incidência sobre a locação de imóveis, inclusive sobre a renda auferida na locação de imóvel próprio. Repercussão geral reconhecida. RE-RG 599.658-SP. Rel. Min. Luiz Fux (Info 696)

` PIS e COFINS. Inclusão de crédito presumido de ICMS na base de cálculo

Não é possível a inclusão do crédito presumido de ICMS na base de cálculo da contribuição do PIS e da Cofins. O crédito-presumido do ICMS configura incen-tivo voltado à redução de custos, com a finalidade de proporcionar maior competitividade no mercado para as empresas de um determinado Estado-membro, não assumindo natureza de receita ou faturamento.

Assim, não se tratando de receita, não há que se falar em incidência do crédito presumido do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.229.134-SC, DJe 3/5/2011, e AgRg no REsp 1.165.316-SC, DJe 14/11/2011. AgRg no REsp 1.329.781-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 27/11/2012. (Info 510)

` PSS. Retenção na fonte sobre valores pagos em cumprimento de decisão judicial

É devida a retenção na fonte da contribuição do Plano de Seguridade do Servidor Público – PSS, incidente sobre valores pagos em cumprimento de decisão judicial, independentemente de condenação ou de prévia autorização no título executivo. Isso porque o desconto na fonte, realizada nos termos do art. 16-A da Lei n. 10.887/2004, constitui obrigaçãoex lege. Precedentes citados: REsp 1.196.777-RS, DJe 4/11/2010, e REsp 1.196.778-RS, DJe 4/11/2010. EDcl no AgRg no REsp 1.266.616-RS, Rel. Min. Humberto Martins, jul-gado em 20/11/2012. (Info 510)

` Contribuição Previdenciária. Retenção na fonte

A determinação de retenção na fonte da contribuição previdenciária, na forma e pelo modo estabelecido no art. 16-A da Lei n. 10.887/2004, nada mais representa do que uma providência de arrecadação do tributo, não traduzindo juízo de certeza quanto à legitimidade ou não da exação tributária ou do respectivo valor. Com isso, o contribuinte não fica inibido de promover, contra a entidade credora, ação própria de repetição de indébito ou outra que for adequada para, se for o caso, obter a devida tutela jurisdicional a respeito. Precedente citado: EDcl no REsp 1.196.778-RS, DJe 7/6/2011. EDcl no AgRg no REsp 1.266.616-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/11/2012. (Info 510)

` Contribuição para o Sebrae e desnecessidade de lei complementar

A contribuição destinada ao Sebrae possui natureza de contribuição de intervenção no domínio econôm-ico e não necessita de edição de lei complementar para ser instituída. Com base nessa jurisprudência, o Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que se alegava: a) indevida exigên-cia do pagamento da referida exação, pois criada por meio de lei ordinária, em afronta ao art. 146, II, a, da CF; e b) identidade de fato gerador e base de cálculo com outras contribuições, em violação ao art. 195, § 4º, c/c o art. 154, I, ambos da CF. Reputou-se que o acórdão recorrido estaria em consonância com a orientação da Corte. Vencido o Min. Marco Aurélio, que dava provi-mento ao recurso. Assentava a exigência de lei com-plementar, bem como realçava o fato de a contribu-inte, além de já submetida a outras contribuições, não se incluir no rol de beneficiárias do Sebrae, haja vista não se identificar com micro e pequenas empresas. Precedente citado: RE 396266/SC (DJU de 27.2.2004).