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8 l Novembro l 2012 l ADESG N o plano mundial, adota-se a nomenclatura da International Civil Aviation Organization, que definiu recentemente a denomi- nação de UAS - Unmanned Aircraft Systems, que englobam os RPAS- Remotely Piloted Air Systems, quando de uso civil, e Drones, quando militar. A indústria brasileira de UAS foi formada a partir de 2006 por meio de subsídios da FINEP/MCT a diver- sos projetos. Hoje temos 15 empresas no setor, a grande maio- ria pequenas, todas nacionais. Nesse período foram concedidos cerca de R$ 100 milhões para essas indústrias, inclusive em projetos colaborativos com o CTA, IME, USP e outras entidades de ciência e tecnologia. A maioria das empresas está com produtos prontos e testados, equipes capacitadas, mas não há mercado significativo para a venda de Drones ou regulamentado para operação comercial de RPAS. Mercado militar Em setembro foram definidos os Requisitos Operacionais Conjuntos para Drones. Aponta- se para um veículo de médio porte e médio alcance (160 km), o que já é capaz de ser atendido pela nossa indústria. Apesar de os Drones estarem definidos como produtos prioritários na Estratégia Nacional de Defesa, não temos ainda uma definição do mercado total. O que há de concreto são pequenas compras, pela Marinha e CTEx,de lotes experimentais desses produtos de duas de nossas empresas. Já a FAB importou dois Drones que estão em operação em base no RS, tendo participado com suces- so na operação Ágata em 2011. Mercado Civil A principal questão desse mercado é a regulamentação dos voos que explorem o potencial de uso comercial. No Brasil, temos regulamentação para voos experimentais para P&D e treinamento de pilotos. Mantemos na ABIMDE - Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança um grupo de trabalho com a ANAC e o DECEA voltado para o avanço dessa regulamentação, o que está ocorrendo, mas ainda toma- rá tempo para podermos trans- formar em caixa nas empresas o Antonio M. O. Castro Coordenador do Comitê de Veículos Não Tripulados da ABIMDE Veículos Aéreos Não Tripulados O que fazer agora? As estatísticas publicadas sobre Drones em outros países apon- tam para um mercado de vários bilhões de dólares nos últimos anos e nos próximos. Qual a polí- tica adequada ao Brasil nessa área, considerando que esses números estão muito longe de nossa realidade? Com os R$ 100 milhões já inves- tidos conseguimos criar uma base industrial apta para suprir as nos- sas Forças Armadas em seus requi- sitos técnicos iniciais, tendo desen- volvido produtos capazes de pres- tar serviços para o mercado civil. Continuar esse processo de desen- volvimento dual da nossa indús- tria de defesa pode ser a estraté- gia mais inteligente a prosseguir. Nossa indústria pode não ter um mercado militar nacional que a torne autossuficiente, mas pode continuar a ser apoiada em seus projetos de desenvolvimen- to para a área de defesa e segu- rança através dos mecanismos de incentivos a pesquisa e desenvo- vimento já empregados com sucesso, de forma a cada vez mais ter os equipamentos capa- zes de competir com produtos importados no mercado dual. Os veículos aéreos não tripulados de uso militar são chamados de drones no linguajar internacional Pag8.qxd 10/19/2012 1:45 AM Page 1

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8 l Novembro l 2012 l ADESG

No plano mundial, adota-se anomenclatura da InternationalCivil Aviation Organization,

que definiu recentemente a denomi-nação de UAS - Unmanned AircraftSystems, que englobam os RPAS-Remotely Piloted Air Systems,quando de uso civil, e Drones,quando militar.

A indústria brasileira de UAS foiformada a partir de 2006 por meiode subsídios da FINEP/MCT a diver-sos projetos. Hoje temos 15empresas no setor, a grande maio-ria pequenas, todas nacionais.Nesse período foram concedidoscerca de R$ 100 milhões para essasindústrias, inclusive em projetoscolaborativos com o CTA, IME,USP e outras entidades de ciênciae tecnologia.

A maioria das empresas estácom produtos prontos e testados,equipes capacitadas, mas não hámercado significativo para a vendade Drones ou regulamentado paraoperação comercial de RPAS.

Mercado militarEm setembro foram definidos

os Requisitos OperacionaisConjuntos para Drones. Aponta-se para um veículo de médioporte e médio alcance (160 km),

o que já é capaz de ser atendidopela nossa indústria. Apesar deos Drones estarem definidoscomo produtos prioritários naEstratégia Nacional de Defesa,não temos ainda uma definiçãodo mercado total. O que há deconcreto são pequenas compras,pela Marinha e CTEx,de lotesexperimentais desses produtosde duas de nossas empresas. Já aFAB importou dois Drones queestão em operação em base noRS, tendo participado com suces-so na operação Ágata em 2011.

Mercado CivilA principal questão desse

mercado é a regulamentaçãodos voos que explorem opotencial de uso comercial. NoBrasil, temos regulamentaçãopara voos experimentais paraP&D e treinamento de pilotos.Mantemos na ABIMDE -Associação Brasileira dasIndústrias de Materiais deDefesa e Segurança um grupode trabalho com a ANAC e oDECEA voltado para o avançodessa regulamentação, o queestá ocorrendo, mas ainda toma-rá tempo para podermos trans-formar em caixa nas empresas o

Antonio M. O. CastroCoordenador do Comitê de Veículos Não

Tripulados da ABIMDE

Veículos AéreosNão Tripulados

O que fazer agora?As estatísticas publicadas sobre

Drones em outros países apon-tam para um mercado de váriosbilhões de dólares nos últimosanos e nos próximos. Qual a polí-tica adequada ao Brasil nessaárea, considerando que essesnúmeros estão muito longe denossa realidade?

Com os R$ 100 milhões já inves-tidos conseguimos criar uma baseindustrial apta para suprir as nos-sas Forças Armadas em seus requi-sitos técnicos iniciais, tendo desen-volvido produtos capazes de pres-tar serviços para o mercado civil.Continuar esse processo de desen-volvimento dual da nossa indús-tria de defesa pode ser a estraté-gia mais inteligente a prosseguir.

Nossa indústria pode não terum mercado militar nacional quea torne autossuficiente, maspode continuar a ser apoiada emseus projetos de desenvolvimen-to para a área de defesa e segu-rança através dos mecanismos deincentivos a pesquisa e desenvo-vimento já empregados comsucesso, de forma a cada vezmais ter os equipamentos capa-zes de competir com produtosimportados no mercado dual.

Os veículos aéreos não tripulados de uso militar são chamados de drones no linguajar internacional

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