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CAPA: Xyris sincorana Kral & Wand.

Foto: S.E. Martins

Arte: V.M. Gonçalez

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INSTITUTO DE BOTÂNICA

JULIANA SANTOS GUEDES

Levantamento florístico das espécies de Xyridaceae ocorrentes na Serra do

Cabral, Minas Gerais, Brasil.

Dissertação apresentada ao Instituto de

Botânica da Secretaria de Estado do Meio

Ambiente, como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de

MESTRE em BIODIVERSIDADE

VEGETAL e MEIO AMBIENTE, na Área

de Concentração de Plantas Vasculares.

São Paulo

2012

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INSTITUTO DE BOTÂNICA

JULIANA SANTOS GUEDES

Levantamento florístico das espécies de Xyridaceae ocorrentes na Serra do

Cabral, Minas Gerais, Brasil.

Dissertação apresentada ao Instituto de

Botânica da Secretaria de Estado do Meio

Ambiente, como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de

MESTRE em BIODIVERSIDADE

VEGETAL e MEIO AMBIENTE, na Área

de Concentração de Plantas Vasculares.

Orientadora: Dra. Maria das Graças Lapa Wanderley

São Paulo

2012

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Ficha Catalográfica elaborada pelo NÚCLEO DE BIBLIOTECA E MEMÓRIA

Guedes, Juliana Santos

G924L Levantamento florístico das espécies de Xyridaceae ocorrentes na Serra do

Cabral, Minas Gerais, Brasil / Juliana Santos Guedes -- São Paulo, 2012.

150 p. il.

Dissertação (Mestrado) -- Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do

Meio Ambiente, 2012

Bibliografia.

1. Xyridaceae. 2. Taxonomia. 3. Campo rupestre. I. Título

CDU: 582.557

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Com carinho e admiração ao Alex e a minha família

Dedico

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L

A noite abre as flores em silêncio e deixa que o dia receba os agradecimentos.”

Xyris asperula Mart.

“A noite abre as flores em silêncio e deixa que o dia receba os agradecimentos.”

Tagore

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AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos a todos que de alguma forma contribuíram com o

desenvolvimento e finalização deste trabalho.

A professora, orientadora e amiga, Dra. Maria das Graças Lapa Wanderley pela

dedicação, incentivo e confiança que possibilitou a formação que recebi. Quero

agradecer pelos conselhos, e pela maravilhosa companhia em viagens de campo e

visitas aos herbários e por todo auxílio tanto pessoal quanto profissionalmente. Muito

obrigada por me ajudar a chegar até aqui.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pela

bolsa de mestrado concedida.

Ao Instituto Estadual de Floresta, IEF-MG, pela autorização de coleta.

Ao Instituto de Botânica, pela infraestrutura que possibilitou o desenvolvimento

do trabalho.

Aos coordenadores do programa de pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e

Meio Ambiente e aos funcionários da secretaria.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação que muito contribuíram

para a minha formação.

Aos membros da banca do exame de qualificação, Dr. Fábio de Barros, Dr.

Tarciso Filgueiras e Dra. Marília Cristina Duarte pelas sugestões.

Aos pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Curadoria do Herbário SP: Dra Cintia

Kameyama, Dra. Gerleni L. Esteves, Dr. Jefferson Prado, Dra. Lucia Rossi, Dra. Maria

das Graças L. Wanderley, Dra. Maria Margarida R.F. de Melo, Dra. Marie Sugiyama,

Dra. Mizué Kirizawa, Dra. Rosangela Simão-Bianchini, Dr. Sérgio Romaniuc Neto,

Msc. Sonia Aragaki, Suzana E. Martins e Dr. Tarcíso Filgueiras.

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À curadora Dra. Maria Cândida Henrique Mamede, e à Ana Célia Calado pela

ajuda com a logística de herbário.

Aos funcionários: Claudinéia Inácio e Evandro P. Fortes.

Ao Klei Souza pelas belíssimas ilustrações.

Aos meus irmãos de orientação, Anderson Luis dos Santos, Gisele O. Silva, Nara

O. F. Mota, Rafael B. Louzada e Rebeca P. Romanini, pelo conhecimento

compartilhado, fotos, bibliografias, por todo apoio e muito mais pela amizade nas horas

mais difíceis.

À Suzana E. Martins pela amizade e por todas as caronas com um bate-papo

sempre animado, que tornavam as viagens Jabaquara - Carapicuíba, um trecho curto e

agradável. Pelas belíssimas fotografias, companhia no campo, e leitura final da

dissertação.

À Gisele Oliveira Silva pela cumplicidade, visitas aos herbários e todo os

momentos traumáticos e burocráticos onde ela era semelhante à voz da experiência, e

me tranquilizava.

A Fátima O. S. Buturi, Kathlen Lysak, pela amizade e ajuda no campo.

Aos meus grandes amigos e colegas de disciplina, Allan Carlos Pscheidt, Cintia

Vieira e Rodrigo S. Rodrigues pelas palavras de incentivo, sugestões e correções; ao

Rafael F. Almeida pela ajuda com a montagem das pranchas fotográficas; ao Victor M.

Gonçalez pela confecção da capa; Ao Otavio Marques pela elaboração dos mapas. A

todo vocês quero deixar meu muito obrigado sincero por todas as dicas, carinho e

amizade e muito mais pela companhia nos fins de semanas e horários fora do

expediente, destinados a elaboração deste trabalho.

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Quero agradecer aos pais maravilhosos pela dedicação e credibilidade, e muito

mais pelo exemplo de vida que me passaram; aos meus irmãos por todo apoio

incondicional, pela paciência e por todo amor recebido.

Ao Alex por todo amor, companheirismo, cumplicidade e paciência durante todos

esses anos. Te amo.

Muito Obrigada!

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SUMARIO

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

1.1. CADEIA DO ESPINHAÇO ................................................................................................. 1

1.2. XYRIDACEAE. ................................................................................................................ 2

1.3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA. ........................................................................................... 4

1.4. HISTÓRICO TAXONÔMICO .............................................................................................. 5

1.5. OBJETIVOS. .................................................................................................................... 7

2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................... 8

2.1. ÁREA DE ESTUDO. .......................................................................................................... 8

2.2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO. ............................................................................... 12

2.3. CONSULTAS AOS HERBÁRIOS. ...................................................................................... 12

2.4. VIAGENS DE COLETAS .................................................................................................. 13

2.5. ANÁLISE DOS MATERIAIS E ELABORAÇÃO DA DISSERTAÇÃO. ....................................... 14

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 17

XYRIDACEAE C. AGARDH.. ................................................................................................ 18

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE XYRIDACEAE NA SERRA DO CABRAL ............................ 18

1. Abolboda Humb. & Bonpl...................................................................................... 19

1.1. Abolboda poarchon Bonpl. ............................................................................................... 20

1.2. Abolboda pulchela Seub. ................................................................................................... 21

2. Xyris Gronov. ex L ................................................................................................ 24

2.1. Xyris asperula Mart. .......................................................................................................... 32

2.2. Xyris augusto-coburgii Szyszył. ex Beck .......................................................................... 35

2.3. Xyris bialata Malme .......................................................................................................... 38

2.4. Xyris blanchetiana Malme................................................................................................. 40

2.5. Xyris calostachys Poulsen ................................................................................................. 43

2.6. Xyris diamantinae Malme ................................................................................................ 45

2.7. Xyris fallax Malme ............................................................................................................ 47

2.8. Xyris filifolia L.A. Nilsson ................................................................................................ 49

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2.9.Xyris glaucescens Malme ................................................................................................... 53

2.10.Xyris graminosa Pohl ex Mart. ......................................................................................... 55

2.11. Xyris insignis L.A. Nilsson .............................................................................................. 58

2.12. Xyris longiscapa L.A. Nilsson ......................................................................................... 60

2.13. Xyris macrocephala Vahl. ............................................................................................... 62

2.14. Xyris metallica Klotzsch ex Seub. ................................................................................... 67

2.15. Xyris minarum Seub. ....................................................................................................... 68

2.16. Xyris nubigena Kunth. ..................................................................................................... 72

2.17. Xyris obcordata Kral & Wand. ....................................................................................... 75

2.18. Xyris peregrina Malme. ................................................................................................... 76

2.19. Xyris pirapamae Wand. & J. Guedes .............................................................................. 78

2.20. Xyris platystachya A.L. Nilsson ex Malme ..................................................................... 79

2.21. Xyris pterygoblephara Steud. .......................................................................................... 82

2.21.1. Xyris pterygoblephara Steud. var. pterygoblephara .............................................. 83

2.21.2. Xyris pterygoblephara Steud. var. vernicosa Kral & Wand. .................................. 84

2.22. Xyris roraimae Malme..................................................................................................... 86

2.23. Xyris savanensis Miq. . .................................................................................................... 88

2.24. Xyris schizachne Mart. .................................................................................................... 91

2.25. Xyris seubertii A.L. Nilsson ............................................................................................ 94

2.26. Xyris sincorana Kral & Wand. ........................................................................................ 97

2.27. Xyris sparsifolia Kral & L.B. Sm. ................................................................................... 99

2.28. Xyris spectabilis Mart. ................................................................................................... 102

2.29. Xyris stenocephala Malme ............................................................................................ 104

2.30. Xyris subsetigera Malme ............................................................................................... 107

2.31. Xyris tenella Kunth. ....................................................................................................... 109

2.32. Xyris tortula Mart. ......................................................................................................... 111

2.33. Xyris trachyphylla Mart. ................................................................................................ 113

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2.34. Xyris sp 1 ....................................................................................................................... 116

2.35. Xyris sp 2 ....................................................................................................................... 118

2.36. Xyris sp 3 ....................................................................................................................... 119

2.37. Xyris sp 4 ....................................................................................................................... 120

2.38. Xyris sp 5 ....................................................................................................................... 122

2.39. Xyris sp 6 ....................................................................................................................... 123

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 129

5. LISTA DE EXSICATAS .......................................................................................................... 132

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 133

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Mapa com a delimitação da Serra do Cabral com seus respectivos

municípios.............................................................................................................. 10

Figura 2. Aspectos da vegetação da Serra do Cabral. ........................................................... 11

Figura 4. Ilustração de Abolboda poarchon e A. pulchella ................................................... 23

Figura 5. Ilustração de Xyris augusto-coburgii. .................................................................... 37

Figura 6. Mapa de distribuição de Abolboda poarchon e A. pulchella; Xyris asperula;

X. augusto-coburgii; X. bialata; X. blanchetiana. ................................................. 42

Figura 7. Ilustração de Xyris filifolia..................................................................................... 51

Figura 8. Mapa de distribuição de Xyris calostachys; X. diamantinae; X. fallax;

X. filifolia; X. glaucescens; X. graminosa .. .......................................................... 57

Figura 9. Ilustração de Xyris macrocephala e X. savanensis ................................................ 64

Figura 10 Ilustração de Xyris metallica ................................................................................ 67

Prancha 11. Fotos de Xyris minarum ........................................................................................ 71

Figura 12. Mapa de distribuição de Xyris insignis; X. longiscapa; X.

macrocephala; X. metallica; X. minarum; X. nubigena......................................... 74

Figura 13. Mapa de distribuição de Xyris obcordata; X. peregrina; X. pirapamae;

X. platystachya; X. pterygoblephara var. pterygoblephara; X.

pterygoblephara var. vernicosa. ............................................................................ 85

Figura 14. Fotos de Xyris roraimae ........................................................................................ 88

Figura 15. Ilustração de Xyris schizachne, X. tenella e X. tortula .......................................... 93

Figura 16. Fotos de Xyris seubertii ......................................................................................... 96

Figura 17. Mapa de distribuição Xyris roraimae; X. savanensis; X. schizachne; X.

seubertii; X. sincorana; X. sparsifolia ................................................................. 101

Figura 18. Ilustração de Xyris stenocephala ......................................................................... 106

Figura 19. Mapa de distribuição Xyris spectabilis; X. stenocephala; X.

subsetigera; X. tenella; X. tortula; X. trachyphylla ............................................. 115

Figura 20. Mapa de distribuição Xyris sp 1; Xyris sp 2; Xyris sp3; Xyris sp 4;

Xyris sp 5; Xyris sp 6 ........................................................................................... 125

Figura 21. Fotos de Abolboda poarchon; A. pulchella; Xyris asperula; X. bialata;

X. calostachys; X. glaucescens; X. insignis ......................................................... 126

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Figura 22. Fotos de Xyris longiscapa; X. macrocephala; X. minarum; X.

peregrina; F. X. roraimae; X. savanensis; X. sincorana. .................................... 127

Figura 22. Fotos de Xyris trachyphylla; Xyris sp 5. .............................................................. 128

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RESUMO

Xyridaceae é composta por cinco gêneros e aproximadamente 400 espécies. Possui

distribuição Pantropical, com a maioria dos gêneros ocorrendo na região neotropical,

apenas o gênero Xyris estendendo-se até áreas temperadas da América, Ásia e Austrália.

No Brasil, os principais centros de diversidade da família está localizado na Cadeia do

Espinhaço, com elevado índice de espécies endêmicas. Este trabalho teve como

objetivos conhecer a diversidade das espécies de Xyridaceae na Serra do Cabral,

contribuindo para o conhecimento das espécies da flora brasileira. A área de estudo

localiza-se na região centro-norte do estado de Minas Gerais, Brasil, compreendendo

parte dos municípios de Augusto de Lima, Buenópolis, Joaquim Felício, Francisco

Dumont e Lassance. Realizou-se levantamento bibliográfico e visitas aos herbários onde

se concentram as principais coleções oriundas da Serra do Cabral, de acordo com a

metodologia usual. Na área de estudo a família está representada por dois gêneros

Abolboda com duas espécies e Xyris com 39 espécies e duas variedades. Presume-se

que seis taxa, ainda em estudo, possam se tratar de espécies novas. Descrições,

ilustrações e chaves para a identificação dos gêneros e espécies, bem como mapas da

localização dos taxa na Serra do Cabral são apresentados. Comentários taxonômicos,

informação sobre distribuição e fenologia das espécies também são apresentados.

Palavras-chave: Abolboda, Xyris, Cadeia do Espinhaço, campo rupestre.

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ABSTRACT

Xyridaceae is composed by five genera and about 400 species. The family occurs

through the Tropics, mainly in Neotropics, and only Xyris is widespread through the

temperate Americas, Asia and Australia. In Brazil, the main center of diversity of this

family is the Espinhaço Range, with high rates of endemism. This work aims to know

the diversity of species of Xyridaceae in Serra do Cabral and contribute for the

knowledge of the Brazilian flora. The studied area is in the north-central of the state of

Minas Gerais, Brazil, municipalities of Augusto de Lima, Buenópolis, Joaquim Felício,

Francisco Dumont and Lassance. Bibliographic research plus studies in herbaria

collections from Serra do Cabral were made, according to the usual methodology. The

inventory of the Xyridaceae from Serra do Cabral revealed the occurrence of two

genera: Abolboda and Xyris. Abolboda is represented by two species and Xyris is

represented by 39 species and two varieties. It is presumably that six taxa, still under

analysis, are actually new species. Descriptions, illustrations, and keys for genera and

species, as well as maps of the location of the taxa in Serra do Cabral are provided.

Taxonomic comments, information on the global distribution and phenology are

provided too.

Key words: Abolboda, Xyris, Espinhaço Range, campo rupestre.

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1. CADEIA DO ESPINHAÇO

A origem da Cadeia do Espinhaço ou Serra Geral é datada da era Pré-Cambriana e

esta constituída de uma única cordilheira que, ao longo dos anos, sofreu dobramentos no

sentido NW-SE (Abreu 1984). Após longos processos de erosão eólica, estes blocos

foram remoldados pela movimentação do início do Terciário, resultando em uma

superfície arqueada com dois sistemas de fraturamento, um paralelo e outro

perpendicular (Mauro et al. 1982). Atualmente compreende um grupo de serras entre os

limites 20º34,5’S e 11º11’S, com extensão de 1.100 km e largura variável entre 50 e

100 km e com altitudes superiores a 800 m (Giulietti et al. 2005).

O intemperismo sofrido ao longo do tempo nesta região resultou em um relevo

acidentado abrigando diversas fisionomias vegetais, sendo os campos rupestres a

formação predominante (Giulietti et al. 1987). À sua vegetação está atribuída uma flora

peculiar e extremamente diversificada, quase 10% da flora brasileira estão representadas

nestas serras e boa parte dessa diversidade encontra-se confinada apenas aos campos

rupestres (Rapini 2000).

Chama a atenção na região o elevado grau de endemismo, evidenciado em

diferentes grupos vegetais. Cerca de 30% das espécies dos campos rupestres da Cadeia

do Espinhaço são exclusivas desta região. O microendemismo é frequente, com algumas

espécies restritas à uma única serra que, separada por outras, atua como barreiras

genéticas entre elas (Giulietti et al. 1987, 1996, 2005).

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Xyridaceae, juntamente com outras famílias botânicas como Poaceae,

Eriocaulaceae e Cyperaceae, são componentes herbáceos típicos dos campos rupestres,

apresentando como principal centro de diversidade a Cadeia do Espinhaço, tanto no

estado de Minas Gerais quanto no da Bahia.

1.2. XYRIDACEAE

Xyridaceae está inserida, conforme o APG III (2009), na Ordem Poales, no grupo

informal das Comelinídeas. A família é constituída por cinco gêneros: Abolboda Humb.

& Bonpl., Achlyphila Maguire & Wurdack, Aratitiyopea Steyerm. & P.E. Berry,

Orectanthe Maguire e Xyris Gronov. ex L.

Seus representantes são caracterizados por plantas herbáceas, perenes ou anuais.

O caule é do tipo rizomatoso em geral com entrenós curtos. As folhas são basilares,

dispostas em roseta ou distribuídas ao longo do caule, com bainha aberta, lâmina

isobilateral (Xyris e Achlyphila) ou bifacial, sempre ensiforme. A inflorescência, em

geral, é uma espiga no ápice de um pedúnculo (Abolboda, Xyris e Orectanthe), raro

panícula (Achlyphila e uma espécie de Abolboda) ou ainda, inflorescências em capítulos

com muitas flores (Aratitiyopea), sempre protegida por uma bráctea. As flores são

diclamídeas, heteroclamídeas, zigomorfas, geralmente sésseis, (pediceladas apenas em

Achlyphila), as sépalas são três, livres ou concrescidas, sendo, em geral, uma delas

distinta e reduzida, algumas vezes caduca (Xyris); as pétalas podem ser livres ou

concrescidas, amarelas, azuis ou vermelhas; o androceu representado por três estames,

algumas vezes com um segundo verticilo de estaminódios (Xyris); o ovário é súpero,

com placentação geralmente axial, ou muito variada em Xyris, ocorrendo os tipos

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central-livre, basal, axial ou parietal. Os frutos são cápsulas loculicidas com sementes

amiláceas, pequenas, numerosas e estriadas (Kral 1988, Wanderley 1992, Campbell

2004; Wanderley 2011).

A família é constituída por aproximadamente 400 espécies (Wanderley 2011).

Xyris é o gênero mais representativo com cerca de 380 espécies, muitas delas endêmicas

da flora brasileira. Abolboda apresenta 23 espécies distribuídas principalmente no norte

da América do Sul, destas 15 ocorrem em diversos estados brasileiros. Orectanthe é

constituído por duas espécies, com distribuição no norte da América do Sul, uma delas

com registro no norte do Brasil. Achlyphila e Aratitiyopea são gêneros monotípicos e

apresentam distribuição apenas no norte da América do Sul e apenas Aratitiyopea

apresenta registro de ocorrência para a flora brasileira (Kral 1998, Campbell 2004).

Xyridaceae possui distribuição pantropical, com a maioria dos gêneros ocorrendo

nos neotrópicos, e apenas Xyris estendendo-se até áreas temperadas da América, Ásia e

Austrália (Campbell 2004).

Os principais centros de diversidade da família estão nos neotrópicos,

particularmente no Brasil, destacando-se a Cadeia do Espinhaço e no norte da América

do Sul, no Escudo das Guianas, com elevado índice de espécies endêmicas,

especialmente do gênero Xyris (Campbell 2005; Wanderley 2010).

Representantes de Xyris ocorrem ainda na África tropical, Estados Unidos e

Austrália. Os gêneros Achlyphila, Aratitiyopea e Orectanthe ocorrem exclusivamente

no norte da América do Sul, e apenas Abolboda estende-se até 23°S (Campbell 2004).

Atualmente, para a flora brasileira estão registrados quatro gêneros e 183 espécies

para Xyridaceae. Destas, 133 são exclusivas do Brasil, três pertencentes ao gênero

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Abolboda e as demais a Xyris. Estudos anteriores (Smith & Downs 1966, Wanderley

1992) atribuíam cerca de 100 espécies aos campos rupestres brasileiros; porém

Wanderley et al (2012) referem 120, além de cerca de 20 táxons inéditos para a ciência

que estão em estudo, comprovando o empenho nos estudos realizados na família nos

últimos anos.

1.3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA.

Algumas espécies de Xyridaceae, juntamente com outras pertencentes à

Eriocaulaceae, Poaceae, Cyperaceae e Rapateaceae, possuem potencial econômico por

constituírem o grupo das chamadas “sempre-vivas”, plantas que, após serem colhidas,

ainda conservam suas características pela durabilidade de suas inflorescências

(Wanderley 1989; Giulietti 1988, 1996). Pela beleza que apresentam, as "sempre-vivas"

são utilizadas na decoração de interiores, conferindo a elas grande valor comercial,

inclusive no mercado internacional. As atividades de coleta e comercialização têm

gerado importante fonte de renda e empregos em diversas regiões do país,

especialmente em Minas Gerais (Giulietti 1988). Mas, por outro lado, devido ao

excessivo extrativismo destas plantas, é notória a escassez de algumas populações em

diferentes estados brasileiros (Giulietti 1996), o que torna necessário o conhecimento

taxonômico dessas espécies visando sua conservação. Ao exemplo de Xyris coutensis

Wand. & Cerati e Xyris fredericoi Wand. que sofrem sério risco de extinção, estando a

primeira delas na lista de espécies ameaçadas (Ministério do Meio Ambiente 2008).

Grande parte das “sempre-vivas” comercializadas são oriundas dos campos

rupestres brasileiros, como os do Planalto Diamantina em Minas Gerais, e os da

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Chapada Diamantina na Bahia.

1.4. HISTÓRICO TAXONÔMICO.

A primeira referência ao gênero Xyris foi dada por Gronovius Jan Fredrik, em

meados de 1737, quando este descreve Xyris foliis glandiatis (Gron. Virg. II Fl. zeyl.

35). Em 1753, Linnaeus, na obra Species Plantarum, reconhece Xyris (Gronov. ex L.).

Inicialmente descrito na família Restiaceae (atualmente Restionaceae) por R. Brown

(1810), juntamente com outros gêneros que depois foram segregados em famílias

distintas como Cyperaceae e Juncaceae.

Posteriormente Salisbury (1812), estabelece Xyrideae, uma subdivisão abrigando

Xyris, ainda como parte de Restiaceae. Paralelamente, o gênero Abolboda foi descrito

por Humboldt & Bonpland (1813), em uma família distinta, Abolbodaceae. Apenas em

1823, C. Agardh. reconhece a família Xyridaceae, incluindo os gêneros Xyris e

Abolboda.

Xyridaceae, ao longo dos anos, foi considerada por diversos especialistas uma

família heterogênea devido às poucas características morfológicas compartilhadas com

os dois gêneros até então descritos. Neste período, alguns autores reconheciam

subfamílias para abrigar os gêneros de Xyridaceae, logo Xyridoideae e Abolbodoideae

(Suessenguth & Beyerle 1935).

Essa circunscrição se manteve até 1943, quando Nakai, considerando as

diferenças morfológicas entre os gêneros de Xyridaceae, tais como: corola livre e

presença de estaminódio em Xyris; e corola gamopétala e presença de apêndices no

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gineceu em Abolboda; separa estes gêneros em famílias distintas, restabelecendo

Abolbodaceae.

Orecthante, o terceiro gênero, foi descrito por Maguire (1958). Pertenceu

inicialmente a Abolboda (A. sceptrum Oliv.), mas foi elevado a categoria de gênero por

diversas características, entre elas, ausência de brácteas no pedúnculo e corola

zigomorfa, amarela, com lobo da pétala superior bem desenvolvido. Abolbodaceae era

até então constituída por dois gêneros Abolboda e Orecthante.

Posteriormente, a família foi ampliada com a descoberta de Achlyphila, por

Maguire & Wurdack (1960). Com o estabelecimento desses dois novos gêneros, foi

possível reconhecer características comuns a Xyridaceae e Abolbodaceae. Em 1960,

Carlquist, reúne os quatro gêneros em uma única família, Xyridaceae.

O gênero Aratitiyopea foi o último a ser descrito, inicialmente sob Navia lopezii

L.B. Sm. (Bromeliaceae), que foi transferido por Steyemark (1984) para Xyridaceae,

agregando mais um gênero à família.

Apesar do gradiente morfológico apresentado pelos gêneros de Xyridaceae,

Campbell (2004) realizou uma filogenia morfológica incluindo 23 espécies de Xyris e

todas as espécies dos outros quatro gêneros da família. Por meio deste estudo foi

possível reconhecer quatro sinapomorfias morfológicas para Xyridaceae: brácteas da

inflorescência não formando um invólucro, duas sépalas imbricadas, verticilo externo

do androceu representado por estaminódios e ápice do conectivo emerso.

O monofiletismo das Xyridaceae ainda é bastante discutível, devido à família

surgir formando duas linhagens (Michelangeli et al. 2003, Davis et al, 2004, Linder &

Rudall 2005). Alguns trabalhos moleculares que abrangeram a família também

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corroboram com os resultados obtidos por Campbell, como a análise de Chase et al.

(2000) e APG III (2009). Atualmente, Xyridaceae integra a ordem Poales, inserida no

clado das Comelinídeas, emergindo como grupo irmão das Eriocaulaceae (Givnish et al.

1999, Bremer 2002, Linder & Ruddall 2005, APGII 2009).

1.5. OBJETIVOS

O presente trabalho teve como objetivos inventariar a diversidade das espécies de

Xyridaceae na Serra do Cabral, fornecendo descrições, chaves de identificação,

registros fotográficos, bem como comentários sobre a morfologia, taxonomia e a

distribuição geográfica das espécies.

Este estudo vem contribuir para o conhecimento das Xyridaceae brasileiras,

especialmente dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, um dos centros de

diversidade da família. Os representantes das Xyridaceae constituem importantes

componentes destas formações, principalmente em Minas Gerais, onde é concentrada a

maior parte dos estudos taxonômicos na família.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

A Serra do Cabral está localizada entre as coordenadas 17º18' 18º11'S e 44º08'

44º36'W, se estendendo por cerca de 100 km no sentido Norte-Sul e com largura

máxima de cerca de 40 km, na região centro-norte do estado de Minas Gerais,

compreendendo partes dos municípios de Augusto de Lima, Buenópolis, Joaquim

Felício, Francisco Dumont e Lassance (Fig. 1). Com elevações que variam entre 900 e

1.200 metros. A serra é um divisor de águas entre o rio das Velhas e o rio Jequitaí

(Silveira 1929), ambos afluentes da margem direita do rio São Francisco. A vegetação é

composta por cerrados, campos rupestres, campos graminosos, várzeas, veredas e brejos

(fig. 2 A-F). Apresenta também formações florestais como matas ciliares e cerradão e as

florestas estacionais semideciduais estão restritas a pequenos fragmentos (Rodrigues

2005).

Do ponto de vista geomorfológico, a região se insere no conjunto denominado

Supergrupo Espinhaço. Apresentando uma complexidade geológica com rochas

quartzíticas, filitos, metassiltitos e meta-argilitos (Moreira et al. 1977). Na maior parte,

onde se insere o Parque Estadual da Serra do Cabral, apresenta solos rasos e arenosos.

Nas porções de relevo suave ou plano o solo é profundo e propiciou a ocupação por

plantios de eucalipto, sendo que estas áreas mais férteis foram excluídas da delimitação

do Parque.

O clima predominante na Serra do Cabral é o tipo Cwa de Köppen, clima

mesotérmico úmido com verão quente, com temperaturas médias superiores a 22ºC no

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mês mais quente, e inverno seco. A precipitação anual é de aproximadamente 1.082

mm, com períodos secos de três a quatro meses no inverno e um período úmido sete a

oito meses no verão (Giulietti & Pirani 1987).

A área de estudo abriga o Parque Estadual da Serra do Cabral, abrangendo parte

dos municípios de Joaquim Felício e Buenópolis totalizando uma área de 22.494 ha.

Criado com o objetivo de preservar ecossistemas naturais, possibilitando a realização de

pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação.

Predomina na Serra do Cabral, dentre suas formações vegetais, os campos

rupestres, com uma grande riqueza florística. Apresenta a peculiaridade de estar

relativamente isolada das demais serras mineiras, tornando-se um local especial para a

pesquisa científica. A região apresenta uma flora bem peculiar para Xyridaceae, o que

pode ser constatado no presente trabalho.

Figura 1: Mapa da Serra do Cabral. Linha preta delimitação da Serra do Cabral, em

verde perímetro do Parque Estadual da Serra do Cabral.

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Figura 2: Vegetação da Serra do Cabral. A. Augusto de Lima, brejo; B-E. Joaquim Felício. B.

Estrada em direção ao Parque Estadual da Serra do Cabral; C. Campo graminoso; D. Campo

rupestre; E. Cerrado; F. Buenópolis, vereda (fotos: S.E. Martins).

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2.2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.

Foi realizado um levantamento bibliográfico das publicações referentes à

Xyridaceae, sendo que, trabalhos de diversas áreas da Botânica foram também

estudados, dentre eles anatomia, palinologia, taxonomia, biogeografia, além de cheklists

e floras regionais. Foram consultadas também bibliografias relacionadas à Serra do

Cabral, tanto sobre os aspectos fisionômicos da vegetação, quanto a geologia local.

Foram apanhadas diversas obras originais e bases de dados eletrônicas, tais como

Taxonomic Literature, Index Kewensis, Authors of Plant Names, Botanico Periodicum

Huntianum, Kew Record, The International Plant Names Index, Index of Botanical

Publications, MBG W3 Tropicos, Web of Science, Index to American Botanical

Literature, Lista de espécies da flora do Brasil e Jstor Plants Science.

2.3. CONSULTAS AOS HERBÁRIOS.

O levantamento dos dados iniciou-se com a consulta ao acervo de Xyridaceae

depositadas no herbário SP; que conta com uma rica coleção realizada por

pesquisadores como, Dr. Robert Kral e Dra. Maria das Graças Lapa Wanderley, ambos

especialistas na família. Coleções destes dois especialistas da década de 80 realizadas na

Serra do Cabral apresentam uma boa amostragem da região, cuja consulta foi

imprescindível para a realização do presente trabalho. Duplicatas desta coleção

encontram-se depositadas no Herbário da Universidade São Paulo (SPF). Durante a

elaboração do presente estudo foram visitados dois herbários Norte Americanos, o do

New York Botanical Garden (NY) e do Smithsonian Institution (US). Grande parte dos

materiais tipos da família encontra-se depositados nestas duas instituições, permitindo

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um grande avanço nos estudos taxonômicos na família. Os materiais tipos que não se

encontravam nos herbários visitados foram examinados através de fotografias em alta

resolução disponíveis em meio eletrônico.

A visita aos demais herbários foi definida a partir da consulta ao SpLink,

destinada a área de estudo, priorizando os herbários que abrigassem coleções da

localidade em estudo. Outros herbários foram visitados, levando-se em consideração

que algumas coleções ainda não foram totalmente informatizadas.

No total, foram examinadas 210 exsicatas provenientes dos Herbários: BHCB,

CESJ, ESA, MBM, NY, OUPR, R, RB, SP, SPF, UEC, US e VIC, com especial atenção

para as coleções procedentes da região da Serra do Cabral. Quando necessário foram

examinados materiais adicionais para complementar as descrições e realizar as

observações das variações morfológicas dos táxons estudados. Os acrônimos são citados

segundo Thiers (2012).

3.4. VIAGENS DE COLETAS

Foram realizadas duas expedições com a finalidade de coletar material botânico

da família em estudo. As visitas abrangeram os municípios de Joaquim Felício,

Buenópolis, e Augusto de Lima, pertencentes a Serra do Cabral.

As viagens foram realizadas entre junho de 2010 e março de 2011, com uma

permanência média em campo de três dias. O procedimento adotado para o

processamento dos materiais foi o tradicional utilizado em coletas segundo Fidalgo &

Bononi, (1984) e processados segundo Mori et al. (1989).

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Com as viagens foram coletadas e incorporadas 54 espécies de Xyridaceae a

coleção do herbário SP, para a Serra do Cabral. As duplicatas serão distribuídas

posteriormente a outros herbários, como o Herbário da Universidade Federal de Minas

Gerais (BHCB). Sempre que possível foram obtidos registros fotográficos das plantas,

além de observações das espécies em seu habitat. Algumas fotos foram selecionadas

para elaboração das pranchas.

3.5. ANÁLISE DOS MATERIAIS E ELABORAÇÃO DA DISSERTAÇÃO.

O presente trabalho segue as normas estabelecidas pelo Programa Pós-Graduação

do Instituto de Botânica de São Paulo. As citações bibliográficas no texto e as

referências bibliográficas seguem as normas estabelecidas pelo periódico Hoehnea.

O estudo e a identificação dos materiais foram realizados no laboratório do

Núcleo de Pesquisa Curadoria do Herbário de São Paulo, com o auxílio de bibliografia

especializada e chaves de identificação para os gêneros e espécies. Para confirmação

das identificações foram realizadas comparações com materiais já identificados por

especialistas depositados nos herbários visitados, além da comparação com o material

tipo dos herbários de NY e US, visitados durante a elaboração da dissertação, ou ainda,

fotografias de tipos disponíveis web site do Jstor (http://plants.jstor.org).

Para as descrições e análises das estruturas, foram efetuadas medidas com régua

graduada em milímetros para as partes vegetativas. Para observação das partes florais

foram utilizados materiais reidratados em água por 20 a 30 segundos em forno micro-

ondas, e as medidas foram obtidas em régua graduada em ½ milímetros. As estruturas

foram observadas e medidas sob estereomicroscópio Olympus SZ51.

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Todas as medidas utilizadas referem-se à menor e à maior dimensão das estruturas

e quando não foi possível observar tais variações, utilizou-se o termo ca. (cerca de).

Buscou-se analisar estruturas maduras, e sempre retiradas da porção mediana de cada

estrutura. Utilizou-se a terminologia “curto-ciliado (a)” para as estruturas com tricomas

menores que 1 mm de comprimento e “longo-ciliado(a)” para as com tricomas maiores

que 1 mm de comprimento. As sépalas foram descritas em vista lateral e as brácteas em

vista dorsal, sendo apresentadas as medidas das brácteas florais e das estéreis, algumas

vezes as brácteas estéreis são tratadas como brácteas externas, referindo-se a brácteas

mais externas da espiga.

Quanto ao tipo de placentação, foi adotado o conceito suprabasal, proposto por

Wanderley (2011). As demais estruturas adotou-se Font-Quer (1985), Radford et al.

(1974), e Stearn (2004) como referências para a terminologia morfológica.

As informações sobre distribuição geográfica foram extraídas de bibliografias

(Smith & Downs 1968, Kral 1992, Wanderley et al. 2012).

O presente trabalho traz algumas ilustrações inéditas, onde foram selecionadas

espécies de delimitação problemática ou deficiente na literatura, com a finalidade de

esclarecer e facilitar o reconhecimento do táxon. Estas ilustrações foram obtidas através

da colaboração do ilustrador botânico Klei Souza, que as ilustrou com auxílio do

estereomicroscópio acoplado a câmara clara.

Ainda para complementação, foram elaboradas pranchas fotográficas com auxilio

de microscópio Veho VMS-001, para fotografar detalhes e pequenas estruturas, câmera

fotográfica Canon A4000is HD, para fotografar hábito e estruturas maiores.

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Para a elaboração dos mapas foi utilizado o programa ArcGIS, versão 9.3 para

elaboração dos mapas de distribuição geográfica, utilizando as informações dos rótulos.

Quando esta informação se ausentava, buscou-se georreferenciar os dados com as

ferramentas disponíveis no site do CRIA (geoLoc).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

XYRIDACEAE C. AGARDH.

Plantas herbáceas, perenes ou anuais, cespitosas a isoladas; base da planta

bulbiforme a alargada. Raízes fibrosas a delicadas. Caule rizomatoso. Folhas dísticas a

polísticas; bainha em geral aberta, base pouco a muito alargada; lígula marginal

presente ou ausente; lâmina isobilateral ou bifacial, achatada a cilíndrica. Espata

foliácea presente ou ausente. Pedúnculo afilo ou bracteado. Inflorescência espiga,

pauciflora (até 10 flores) ou multiflora (mais de 11 flores); brácteas estéreis presentes

ou ausentes, poucas a numerosas. Flores heteroclamídeas; sépalas dimórficas, sendo a

anterior caduca na antese ou reduzida; corola gamopétala ou dialipétala, pétalas

amarelas, azuis a púrpuras, lobos expandidos; estames epipétalos, antera em geral

sagitada; ovário 1 ou 3-locular, placentação axial, basal, central-livre ou parietal,

gineceu com ou sem apêndices laterais, estilete simples, 3-partido para o ápice. Fruto

cápsula loculicida; sementes pequenas e geralmente numerosas.

Há registros da ocorrência de representantes da família nas formações vegetais da

caatinga (stricto sensu), campinarana, campo de altitude, campo de várzea, campo

limpo, campo rupestre, cerrado (lato sensu), restinga e na savana amazônica (Wanderley

et al. 2012). Em geral, são plantas frequentemente heliófilas, com alguns indivíduos

aquáticos (X. filifolia), vivendo em ambiente límnico, ou crescendo sobre afloramentos

rochosos.

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Apesar de algumas espécies serem capazes de crescer em solos com carência de

nutrientes, este fator não contribui com a capacidade de competitividade das espécies,

uma vez que suas folhas não se alongam muito para competir com a vegetação mais

alta, embora os pedúnculos possam levar as inflorescências acima das plantas vizinhas

(Lock, 2001).

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE XYRIDACEAE NA SERRA DO CABRAL

1. Pedúnculo bracteado; Corola azul a púrpura, gamopétala; estaminódios

ausentes; estiletes apendiculados; placentação axial ................................ 1. Abolboda

1'. Pedúnculo afilo; Corola amarela, dialipétala; estaminódios presentes;

estiletes sem apêndices; placentação parietal, central-livre, basal ou

suprabasal ......................................................................................................... 2. Xyris

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1. Abolboda Humb. & Bonpl.

Plantas perenes, cespitosas ou isoladas, base da planta bulbiforme a alargada.

Raízes fibrosas a delicadas. Folhas polísticas, algumas vezes formando roseta; bainha

alargada; lígula ausente; lâmina bifacial, achatada, face abaxial estriada a tranverso-

rugulosa, adaxial geralmente lisa, ápice em geral agudo, levemente aristado, margem

espessada e glabra. Espata ausente. Pedúnculo cilíndrico a subcilíndrico, com um par de

brácteas opostas ou subopostas, em geral lanceoladas, ápice acuminado e margem

membranácea. Espiga pauciflora a multiflora, elipsoide a turbinada; brácteas em geral

azuladas, paleáceas quando velhas, lisas ou estriadas, mácula presente ou ausente,

carena presente, margem inteira e membranácea, brácteas estéreis ausentes. Flores com

sépala anterior reduzida ou ausente e sépalas laterais inclusas a exsertas, livres,

lanceoladas, equilaterais ou inequilaterais, carenadas, carena em geral glabra; corola

gamopétala, pétalas azuis em geral obovadas; estaminódios ausentes; antera sagitada;

ovário 3-locular, placentação axial, gineceu com apêndices laterais. Cápsula elipsoide a

cilíndrica; sementes lisas a estriadas.

Etimologia: Abolboda do grego “A” não e “bolboda” bulboso. O nome do gênero

refere-se à ausência de bulbo, devido à comparação com as espécies da família Liliaceae

Juss.

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CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE ABOLBODA NA SERRA DO CABRAL

1. Pedúnculo 30-73 cm alt.; espiga com 10 ou mais flores; brácteas sem

mácula; sépalas laterais exsertas; gineceu com apêndices ramificados .........................

............................................................................................................. 1.1. A. poarchon

1'. Pedúnculo ca. 10-20 cm alt.; espiga com 4-6 flores; brácteas com mácula;

sépalas laterais inclusas; gineceu com apêndices simples ................. 1.2. A. pulchella

1.1 Abolboda poarchon Bonpl., Fl. Bras. 3(1): 223. 1855. Tipo: BRASIL. GOIÁS: G.

Gardner 3486 (G síntipo).

Figuras 4. K-R; 21. A.

Erva cespitosa; base da planta estreita. Folhas espiraladas, não formando roseta,

lâmina 8-30 cm compr., 5-6 mm larg., achatada, superfície abaxial estriada, adaxial lisa,

ápice agudo levemente aristado. Pedúnculo 30-73 cm compr., cilíndrico, liso; brácteas

do pedúnculo 2, opostas, 2-3,3 cm compr., lanceoladas, ápice acuminado, margem

membranácea. Espiga pauci a multiflora (10 ou mais flores), 19-25 mm compr., 8-15

mm larg., ovoide a largo-ovoide; brácteas esverdeadas com mácula acinzentadas,

passando a paleáceas quando velhas, superfície estriada, ápice agudo, excurrente, 10-12

mm compr., 5-8 mm larg., linear-lanceoladas; brácteas estéreis ausentes. Flores com

sépala anterior ausente e sépalas laterais exsertas, 15 mm compr., lanceoladas,

inequilaterais, carenadas, carena glabra; pétalas com lobo obovado, pétalas azuis a

púrpuras; estames ca. 5 mm compr.; estigma expandido; apêndices 2, ramificados.

Cápsula elipsoide; sementes ovoides, castanhas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, 17°56'59.6”S,

44°15'31.8”W, 31-III-2011, J.S. Guedes 53 (SP) fl., fr.; Francisco Dumont, Serra do

Cabral, estrada na subida do Morro do SCAI, 17°41'01”S, 44°15'53”W, 13-XI-2010,

N.F.O. Mota 1764 (SP, BHCB) fl., fr.

Distribuição: Norte (Roraima, Pará, Amazonas), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste

(Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais,

São Paulo). Ocorre também na Guiana Francesa, Colômbia e Venezuela (Figura 6-A).

Fenologia: Encontrada com flores e frutos de novembro a março.

Comentários: Espécie robusta, 30-73 cm alt., reconhecida por apresentar espigas

com brácteas de coloração esverdeada com manchas acinzentadas, passando a paleáceas

quando velhas, e flores com corola vistosa, azul a púrpura.

1.2. Abolboda pulchella Seub., Pl. Aequinoct. 2: 110, pl. 114. 1813. Tipo: BRASIL.

MATO GROSSO: Cuiabá, Serra da Chapada G. O. A Malme 1402 (G isótipo).

Figuras 4. A-J; 21.B.

Ervas cespitosas; base da planta estreita. Folhas polísticas, dispostas em roseta,

lâmina 2-6 cm compr., 2 mm larg., achatada, superfície abaxial minutamente tranverso-

rugulosa, adaxial lisa a estriada, ápice agudo, levemente aristado, margem levemente

espessada. Pedúnculo 10-20 cm compr., cilíndrico, liso; brácteas do pedúnculo 2,

opostas, 2-3,5 cm compr., lanceoladas, ápice acuminado, margem membranácea. Espiga

pauciflora (4 a 6 flores), 10-15 mm compr., 5 mm larg., ovoide a obovoide; brácteas

azuladas, paleáceas quando velhas, superfície estriada, rugulosa para o ápice, mácula

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presente, ápice agudo, excurrente, 9-11 mm compr., 4-6 mm larg., linear-lanceoladas;

brácteas estéreis ausentes. Flores com sépala anterior ausente e sépalas laterais inclusas,

6 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carenadas, carena glabra; pétalas com lobo

obovado; estames ca. 3 mm compr.; estigma expandido; apêndices 2, simples. Cápsula

obovoide a elipsoide; sementes globosas, castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, região do Tanque,

várzea próximo a afloramento rochoso, 25-IV-2006, L. Pangaio 615 (SP, HRJ) fl.;

Francisco Dumont, Serra do Cabral estrada na subida do Morro do SCAI, 17°41'39”S,

44°17'30”W, 13-XI-2010, N.F.O. Mota 1743 (SP, BHCB) fl., fr.

Distribuição: Norte (Roraima, Pará, Tocantins), Nordeste (Piauí, Bahia), Centro-

Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas

Gerais, Espírito Santo, São Paulo). Espécie endêmica da flora brasileira (Figura 6-B).

Fenologia: Encontrada com flores e frutos de novembro a março.

Comentário: Espécie delicada, ca. 10-20 cm alt., caracterizada por exibir espigas

com brácteas de coloração azulada e por apresentar as folhas dispostas em roseta.

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Figura 4. A-J. Abolboda pulchela. A. Hábito. B. Detalhe das brácteas do pedúnculo. C.

Espiga. D-F. Brácteas da espiga. G. Sépala lateral. H. Flor sem as sépalas. I. Flor aberta

evidenciado os estames. J. Gineceu evidenciando os apêndices simples. K-R. Abolboda

poarchon. K. Hábito. L. Detalhe das brácteas do pedúnculo. M. Espiga. N. Bráctea da espiga.

O. Sépala lateral. P. Flor sem as sépalas. Q. Flor aberta evidenciando os estames. R. Gineceu

evidenciando os apêndices ramificados. (A-J: G.O. Silva 150; K-R: J.S. Guedes 53).

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2. Xyris Gronov. ex L.

Plantas perenes ou anuais, cespitosas a isoladas; base da planta bulbiforme,

estreita a alargada. Raízes fibrosas a delicadas. Folhas dísticas, subdísticas a polísticas;

bainha com base pouco a muito alargada, castanha a negra, opaca ou brilhante, carena

presente ou ausente, margem ciliada a glabra; lígula presente ou ausente; lâmina

isobilateral achatada a cilíndrica, superfície lisa, estriada, rugulosa e transverso-

rugulosa, ápice acuminado a obtuso, simétrico a assimétrico, margem ciliada a glabra.

Espata conduplicada ou não, carenadas ou não, lâmina presente ou ausente. Pedúnculo

afilo, cilíndrico a achatado, superfície lisa, estriada, rugulosa ou transverso-rugulosa.

Espiga pauciflora ou multiflora, globosa a cilíndrica; brácteas em geral castanhas, lisas,

estriadas, rugulosas ou transverso-rugulosas, mácula presente ou ausente, carena

presente ou não, margem inteira a lacerada, pilosa ou glabra, brácteas estéreis presentes,

poucas a numerosas. Flores com sépala anterior cupuliforme, caducas; sépalas laterais

inclusas ou exsertas, livres ou concrescidas, geralmente carenadas, carena ciliada a

glabra, inequilaterais, equilaterais ou subequilaterais; corola dialipétala, pétalas

amarelas, unguiculadas, lobos expandidos; estaminódios bifurcados distalmente, glabros

a densamente pilosos; antera em geral sagitada; ovário 1-locular, placentação basal,

central-livre ou parietal, gineceu sem apêndices, estigmas pouco a muito expandidos.

Cápsula ovoide, oblonga a obovoide; sementes geralmente numerosas, elipsoides a

esféricas, geralmente castanhas, estriadas ou reticuladas.

Etimologia: Xyris do grego “Xyron” navalha de barbear. O epíteto específico se

refere à forma da folha (ensiforme) característica no gênero.

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CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE XYRIS NA SERRA DO CABRAL

1. Brácteas da inflorescência sem mácula

2. Espiga multiflora, com 50 a 120 flores

3. Pedúnculo irregularmente trígono, 1-costelado, costela escabra;

brácteas da inflorescência elípticas com ápice agudo ....... 2.2. X. augusto-coburgii

3'. Pedúnculo cilíndrico, costela ausente; brácteas da inflorescência

oblongas a obovadas com ápice arredondado ........................... 2.28. X. spectabilis

2'. Espiga pauciflora a multiflora, com até 49 flores

4. Base da planta bulbiforme; folhas polísticas

5. Folhas com bainha fortemente alargada ou alargada apenas na base

6. Bainha castanha a paleácea, superfície fortemente nervada;

lâmina foliar filiforme, subcilíndrica, raro achatada; espigas com

brácteas castanho-claras a paleáceas ................................ 2.26. X. sincorana

6'. Bainha castanha a castanho-dourada, superfície carenada;

lâmina foliar sempre achatada; espigas com brácteas castanhas a

castanho-escuras

7. Bainha castanha, opaca; lâmina foliar com superfície

rugulosa, tuberculada a escabra, raro lisa; lâmina da espata

ausente; espiga ovoide, obovoide a cilíndrica .................. 2.1. X. asperula

7'. Bainha castanho-dourada, brilhante; lâmina foliar com

superfície transverso-rugulosa; lâmina da espata presente;

espiga globosa a largo-ovoide ....................................... 2.14. X. metallica

5'. Folhas com bainha estreita

8. Lígula presente; sépalas laterais inequilaterais ...................... 2.32. X. tortula

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8'. Lígula ausente; sépalas laterais subequilaterais

9. Lâmina foliar com margem vilosa; pedúnculo 2-costelado,

costelas vilosas ................................................................. 2.37. Xyris sp. 4

9'. Lâmina foliar com margem glabra; pedúnculo sem costela .......................

............................................................................................... 2.35. Xyris sp. 2

4'. Planta sub-bulbiforme, com base estreita a alargada; folhas dísticas a

subdísticas

10. Base da planta sub-bulbiforme; espiga elíptica a estreito-obovoide,

tubular na antese ..................................................................... 2.34. Xyris sp. 1

10'. Base da planta estreita ou alargada; espiga ovoide a largo-ovoide,

cilíndrica, subglobosa a globosa, não tubular na antese

11. Espiga com brácteas fortemente laceradas e retroflexas

12. Lígula presente; pedúnculo cilíndrico, 2-costelado, costelas

ciliadas; espiga globosa a subglobosa; sépalas laterais

levemente exsertas e espatuladas ................................ 2.22. X. roraimae

12'. Lígula ausente; pedúnculo subcilíndrico, 2-costelado,

costelas escabras; espiga ovoide a cilíndrica; sépalas laterais

inclusas e lanceoladas ............................................... 2.24. X. schizachne

11'. Espiga com brácteas minutamente laceradas e eretas

13. Lâmina foliar com superfície estriada e pontuada; margem

ciliada

14. Base da planta alargada; bainha opaca, carena glabra;

espata conduplicada; sépalas laterais subequilaterais ..........................

............................................................................... 2.18. X. peregrina

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14'. Base da planta estreita; bainha brilhante, carena ciliada;

espata não conduplicada; sépalas laterais inequilaterais ......................

.................................................................... 2.21. X. pterygoblephara

13'. Lâmina foliar com superfície tranverso-rugulosa; margem

glabra

15. Lâmina foliar achatada .......................................... 2.12. X. longiscapa

15'. Lâmina foliar filiforme .............................................. 2.36. Xyris sp. 3

1'. Brácteas da inflorescência com mácula

16. Estaminódios glabros .................................................................... 2.23. X. savanensis

16'. Estaminódios pilosos

17. Brácteas com mácula estreita, apical ou inconspícua, avermelhada

a castanho-avermelhada

18. Lígula presente; superfície do pedúnculo transverso-rugulosa ......................

......................................................................................... 2.6. X. diamantinae

18'. Lígula ausente; superfície do pedúnculo estriada ou pontuada

19. Sépalas laterais exsertas ou levemente exsertas

20. Base da planta sub-bulbiforme; folhas polísticas; margem

da lâmina foliar glabra; pedúnculo multicostelado,

costelas glabras; sépalas laterais concrescidas ...... 2.10. X. graminosa

20'. Base da planta estreita; folhas dísticas a subdísticas;

margem da lâmina foliar ciliada; pedúnculo 1-2-

costelado, costelas ciliadas; sépalas laterais livres 2.19. X. pirapamae

19'. Sépalas laterais inclusas

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21. Plantas com hábito isolado; folhas polísticas; bainha

castanho-escura; sépalas laterais com carena rugulosa,

escura e curto-ciliada ......................................... 2.4. X. blanchetiana

21'. Plantas com hábito cespitoso; folhas dísticas a

subdísticas; bainha castanha a paleácea; sépalas laterais

com carena lisa, ciliada a glabra.

22. Placentação central-livre. ...................................... 2.39. Xyris sp. 6

22'. Placentação basal

23. Espiga de até 6 flores; brácteas estéreis com

ápice agudo, carena presente nas brácteas basais .....................

.......................................................................... 2.31. X. tenella

23'. Espiga de 8 a 40 flores; brácteas estéreis com

ápice arredondado, carena ausente em todas as

brácteas........................................................ 2.16. X. nubigena

17'. Brácteas com mácula ampla ou evidente, esverdeada, acinzentada,

verde-acinzentada ou castanha

24. Pedúnculo achatado

25. Espata conduplicada; pedúnculo 2-alado, raro 2-costado;

placentação central-livre ................................................... 2.3. X. bialata

25'. Espata não conduplicada; pedúnculo não costado, não alado;

placentação basal .................................................. 2.29. X. stenocephala

24'. Pedúnculo filiforme, cilíndrico a subcilíndrico

26. Espiga com 5 a 20 brácteas estéreis

27. Folhas filiformes

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28. Plantas com hábito cespitoso; lígula presente; espiga

ovoide a obovoide; sépalas inclusas, subequilaterais;

sementes elipsoides ................................................ 2.8. X. filifolia

28'. Plantas com hábito isolado; lígula ausente; espiga

cilíndrica; sépalas levemente exsertas, inequilaterais;

sementes fusiformes ........................................ 2.27. X. sparsifolia

27'. Folhas achatadas

29. Pedúnculo multicostelado a 1-2-costelado, raro sem

costela; espiga de até 49 flores; brácteas com margem

inteira

30. Bainha avermelhada, carena escabra, margem

ciliada; pedúnculo multicostelado ...................... 2.7. X. fallax

30'. Bainha castanho-escura, carena glabra, margem

glabra; pedúnculo ausente ou 1-2-costelado ............................

............................................................. 2.13. X. macrocephala

29'. Pedúnculo não costelado; espiga com mais de 50

flores; brácteas com margem lacerado-fimbriada

31. Plantas com hábito isolado; lâmina tranverso-

rugulosa ............................................... 2.20. X. platystachya

31'. Plantas com hábito cespitoso; lâmina estriada .......................

...................................................................... 2.38. Xyris sp. 5

26'. Espiga com até 4 brácteas estéreis

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32. Brácteas pilosas

33. As duas brácteas mais externas linear-lanceoladas,

alongadas, subigualando ou até ultrapassando o

comprimento da espiga, margem membranácea e

alva .............................................................. 2.5. X. calostachys

33'. Duas brácteas mais externas oval a oval-

lanceoladas, não ultrapassando o comprimento da

espiga, margem espessada, castanhas .............. 2.11. X. insignis

32'. Brácteas glabras

34. Brácteas com ápice excurrente

35. Lâmina foliar glauca a arroxeada; brácteas com

margem não membranácea, castanha, levemente

lacerada .......................................................... 2.25. X. seubertii

35'. Lâmina foliar esverdeada a castanho-escura;

brácteas com margem membranácea, alva,

lacerado-fimbriada ......................................... 2.15. X. minarum

34'. Brácteas com ápice agudo a arredondado

36. Placentação central-livre

37. Folhas curtas, 2-8 cm compr.; lâmina com

margem glabrescente a densamente ciliada ...........................

............................................................... 2.30. X. subsetigera

37'. Folhas longas, 8-35 cm compr.; lâmina com

margem escabra ou glabra

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38. Pedúnculo cilíndrico, multicostelado .. 2.9. X. glaucescens

38'. Pedúnculo cilíndrico a levemente

comprimido, sem costela ou 1-costelado 2.33. X. trachyphylla

36. Placentação basal ou suprabasal

39. Plantas com hábito cespitoso ou isolado; bainha

foliar estreita na base, margem glabra;

pedúnculo cilíndrico, não comprimido em

direção ao ápice; placentação suprabasal 2.17. X. obcordata

39'. Plantas com hábito cespitoso; bainha foliar

distintamente alargada na base, margem ciliada

na base; pedúnculo subcilíndrico, comprimido

em direção ao ápice; placentação basal .................................

....................................................... 2.21. X. pterygoblephara

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2.1. Xyris asperula Mart., Flora 24(2, Beibl.): 57. 1841. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS: Vila do Príncipe, Martius s/n (holótipo M)

Figura 21 C-D.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base da planta bulbiforme. Raízes delicadas.

Folhas espiraladas, 13-28 cm compr.; bainha fortemente alargada, castanha, opaca,

carenada, carena glabra, superfície tranverso-rugulosa, margem ciliada a glabrescente;

lígula ausente; lâmina 10-18 cm compr., 2-4 mm larg., achatada, superfície rugulosa,

tuberculada, escabra, raramente lisa, ápice agudo a acuminado, assimétrico, margem

escabra a rugulosa, espessada. Espata conduplicada, carenada, escabra, algumas vezes

glabra, lâmina ausente. Pedúnculo 30-80 cm compr., cilíndrico, costelas ausentes,

superfície rugosa, tuberculada, áspera a lisa, algumas vezes com estrias avermelhadas.

Espiga multiflora (10-20 flores), 9-20 mm compr., 5-10 mm larg., ovoide, obovoide a

cilíndrica; brácteas castanho-claras a castanho-escuras, superfície rugulosa, mácula

ausente, carena ausente, ápice arredondado, margem inteira a irregularmente lacerada;

brácteas estéreis 4, 6-7 mm compr., 5 mm larg., orbiculares a obovoides; brácteas florais

9 mm compr., 4 mm larg., oblongas a obovadas. Flores com sépalas laterais inclusas a

levemente exsertas, livres, 8-9 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carena ciliada;

pétalas com lobo obovado; estaminódios densamente pilosos por todo o ramo; estames

3 mm compr., antera oblonga; estilete ca. 11 mm compr., ramos 3 mm compr., estigmas

expandidos. Placentação basal. Cápsula elipsoide; sementes elipsoides, castanho-

escuras, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto de Lima, 12 km da

cidade em direção a Fazenda Serra do Cabral, 18°00'40"S, 44°19'41"W, 20-III-1994,

C.M. Sakuragui CFCR 15281 (SP, SPF, ESA) fr.; Buenópolis, Parque Estadual da Serra

do Cabral, 29-III-2011, M.G.L. Wanderley 2968 (SP) fl.; Joaquim Felício, Serra do

Cabral, Morro do Onça, 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 802 (SP) fl.; Joaquim Felício,

Serra do Cabral, 17-I-1996, G. Hatschbach 64296 (ESA, MBM); Joaquim Felício, Serra

do Cabral, Armazém de Laje, 16-III-1997, G. Hatschbach 66300 (MBM) fl.; Serra do

Cabral, Agropecuária Serra do Cabral, 16-I-1996, G. Hatschbach 64168 (MBM) fl.;

Serra do Cabral, Agropecuária Serra do Cabral, 16-IV-1996, G. Hatschbach 64891

(MBM) fl.; Joaquim Felício, Serra do Cabral, 17°42'04"S, 44°19'00"W, 11-I-199X, R.C.

Forzza 575 (SPF) fl.; Joaquim Felício, Serra do Cabral, 17 km da ponte sobre o Córrego

da Onça 17°43'S, 44°17'W, 25-III-20XX, J.R. Pirani 4661 (SPF); Joaquim Felício,

estrada de terra em direção a Serra do Cabral, 17°41'53.5"S, 44°15'43.4"W, 21-VI-

2010, J.S. Guedes 30 (SP) fr.; Francisco Dumont, Serra do Cabral estrada na subida

pelo Morro do SCAI, próximo à igrejinha, 12-XI-2010, 17°41'54"S, 44°15'50"W;

Joaquim Felício, Serra do Cabral, 05-VII-1985, R. Kral 72594 (SP, SPF) fr.; Joaquim

Felício, Serra do Cabral, Morro do Onça, 06-VII-1985, R. Kral 72629 (SP, SPF) fr.;

Joaquim Felício, Serra do Cabral, Morro do Onça, 06-IV-1985, R. Kral 72636 (SP,

SPF) fr.; Joaquim Felício, Serra do Cabral, Morro do Jucão, 07-VII-1985, R. Kral

72660 (SP,SPF, VDB) fr.; Joaquim Felício, estrada pela Serra do Cabral, 17-IV-1981,

L. Rossi CFCR 1068 (SP) fr.

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Distribuição: Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito

Federal), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), Sul (Paraná). Espécie endêmica da flora

brasileira, com restrição apenas ao norte do país. Na Serra do Cabral, X. asperula forma

grandes populações, principalmente em veredas e campos rupestres (Figura 6. D).

Fenologia: Floresce e frutifica de janeiro a novembro.

Comentário: Xyris asperula, seu epíteto específico refere-se á superfície foliar

com projeções que garantem um aspecto áspero ao tato, porém alguns indivíduos podem

apresentar superfície foliar lisa.

A espécie apresenta ainda grande polimorfismo em relação à forma da espiga, que

varia de ovoide a cilíndrica. Esta espécie é facilmente reconhecida por apresentar forte

brotação lateral (Figura 21 D).

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.2. Xyris augusto-coburgii Szyszył. ex Beck, Itin. Princ. S. Coburgi, 2: 94. 1888. Tipo:

BRASIL. SÃO PAULO: Fazenda Bocaina, Glaziou, 8004 (holótipo P!, isótipos: B, F

imagem!, BR, US imagem!).

Figura 5. A-K.

Ervas perenes, isoladas; base da planta estreita. Raízes espessas. Folhas dísticas,

40-70cm compr.; bainha alargada na base, castanha, brilhante, levemente carenada,

carena glabra, superfície tranverso-rugulosa, margem membranácea, glabra; lígula

ausente; lâmina 24-31 cm compr., 4 mm larg., achatada, superfície estriada, ápice

agudo, assimétrico, margem escabra. Espata conduplicada, carenada, carena escabra,

lâmina ca. 2 cm compr. Pedúnculo 90-140 cm compr., trígono, 1-costelado, costela

escabra, superfície estriada. Espiga multiflora (ca. 50 flores), 12-25 mm compr., 10-15

mm larg., ovoide a largo-ovoide; brácteas castanhas a castanho-claras, superfície

rugulosa, algumas vezes com nervuras evidentes no dorso, mácula ausente, carena

ausente, ápice agudo, margem revoluta, lacerada; brácteas estéreis ca. 20, 5-6 mm

compr., 3 mm larg., ovadas; brácteas florais 8 mm compr., 4 mm larg., elípticas. Flores

com sépalas laterais exsertas, livres, 8-9 mm compr., espatuladas, inequilaterais, carena

ciliada; pétalas com lobo ovado; estaminódios pilosos por todo o ramo; estames 3 mm

compr., antera sagitada; estilete 7 mm compr., ramos ca. 3 mm compr., estigma

truncado. Placentação basal. Cápsula obovoide; sementes não vistas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do

Cabral, ca. 17°41'34"S, 44°11'39"W, 08-VI-2001, N.F. Costa 297 (SP, SPF).

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Carangola, Fazenda

Neblina, 1.300 m da Serra da Araponga, 12-III-1989, L.S. Leoni 713 (HB); Ouro Preto,

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Serra do Falcão, 22°26"S, 43°33'W, 18-VIII-1998, R.C. Forzza 1030 (SP, SPF) fl.; RIO

DE JANEIRO: Nova Friburgo, Parque Estadual dos Três Picos, 22°19'14.9"S,

42°43'22.4"W, L.M. Versieux 235 (SP) fl.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro) (Wanderley et al.

2012). Inicialmente esta espécie foi citada apenas para os estados de São Paulo e Rio de

Janeiro, com distribuição restrita aos campos de altitude. As análises das coleções de

herbário e de bibliografia indicam a ocorrência desta espécie para os campos rupestres

de Minas Gerais, nos municípios de Ouro Preto, São Gonçalo do Rio Preto, Carangola e

Joaquim Felício (Serra do Cabral) (Figura 6. D).

Fenologia: Encontrada com flores de julho a agosto.

Comentário: Xyris augusto-coburgii apresenta afinidade morfológica com X.

spectabilis, devido a semelhança da forma da espiga. Xyris augusto-coburgii pode ser

facilmente reconhecida por apresentar o pedúnculo irregularmente trígono, 1-costelado,

costela escabra e brácteas da inflorescência elípticas com ápice agudo. Apresenta ainda

lâmina foliar com margem escabra, com diferenciação no tamanho dos tricomas em

relação às margens, sendo que, em um lado os tricomas são inconspícuos, e no outro

evidentes.

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Figura 5: A-K. Xyris augusto-coburgii A. Habito; B. Folha; C. Detalhe da margem da lâmina

foliar; D. Espiga; E. Bráctea estéril; F. Bráctea floral; G. Sépala lateral; H. Flor sem as

sépalas; I. Pétala portando estame e estaminódio piloso; J. Gineceu; K. Fruto aberto

mostrando placentação basal. (N.F. Costa 297).

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2.3. Xyris bialata Malme, Ark. Bot. 22A (15): 8. 1929. Tipo: Brazil. MINAS GERAIS,

(verisimiliter in districtu adamantimun), Saint-Hilare s.n (holótipo P).

Figura 21 E.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base da planta alargada. Raízes fibrosas.

Folhas dísticas, 15-30 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-escura a negra,

brilhante, carenada, carena glabra, superfície lisa, margem membranácea, glabra e

amarelada; lígula presente; lâmina 8-19 cm compr., 4-5 mm larg., achatada, superfície

estriada, castanho-avermelhada, ápice agudo a longo-atenuado, levemente assimétrico,

margem inconspicuamente escabra, espessada. Espata conduplicada, 2-carenada, carena

levemente escabra, lâmina 1,5 cm compr. Pedúnculo 47-76 cm compr., achatado, 2-

alado, alas glabras, mais raramente subcilíndrico e 2-costado, superfície estriada. Espiga

multiflora (30-90 flores), 12-35 mm compr., 7-10 mm larg., ovoide a cilíndrica; brácteas

castanhas a castanho-escuras, superfície rugulosa, mácula ampla, verde-acinzentada,

carena ausente, margem inconspicuamente lacerado-fimbriada, ápice obtuso; brácteas

estéreis 10-17, 3-6 mm compr., 3-3,5 mm larg., triangulares, oblongas a ovadas,

fortemente imbricadas, as duas mais externas menores, carenadas, fortemente adnatas

ao pedúnculo; brácteas florais 6-7 mm compr., 5 mm larg., orbiculares a obovoides.

Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 7 mm compr., espatuladas, inequilaterais,

carenadas, carena ciliado-fimbriada; pétalas com lobo obovado; estaminódios

densamente pilosos por todo o ramo; estames 3 mm compr., antera oblonga; estilete 11

mm compr., ramos 4 mm compr. Placentação central-livre. Cápsula oblonga; sementes

poucas, elipsoides, estriadas, castanhas.

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38

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto de Lima, Cuba,

17°56'59.6"S, 44°15'31.8"W, 30-III-2011, J.S. Guedes 60 (SP) fl.; Joaquim Felício,

Morro da SCAI, 17°41'59"S, 44°16'21"W, 09-VII-2007, F. Marino 307 (BHCB) fr.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Datas, 18°32'34.4"S,

43°41'37.4"W, 20-VI-2010, J.S. Guedes 17 (SP) fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo). Espécie

amplamente distribuída nos campos rupestres ao longo da Cadeia do Espinhaço e em

campos de altitude no Espírito Santo. Na Serra do Cabral são encontradas populações

isoladas desta espécie, formando densas touceiras próximas a afloramentos rochosos.

(Figura 6. E).

Fenologia: Floresce e frutifica de janeiro a agosto.

Comentário: Xyris bialata pode ser facilmente reconhecida por apresentar

pedúnculo achatado e bialado com espiga multiflora, em geral cilíndrica, além das duas

brácteas estéreis mais externas, muito menores e fortemente adpressas ao pedúnculo. Na

análise dos materiais, foi observado que os feixes do conectivo dos estames apresenta

um tom vináceo, característica comumente não encontrada em outras espécies de Xyris.

Apresenta afinidade morfológica a X. melanopoda L.B. Sm. & Downs, entretanto esta

espécie não foi encontrada na Serra do Cabral.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.4. Xyris blanchetiana Malme, Ark. Bot. 13(3): 60. 1913. Tipo: BRASIL. BAHIA,

Serra de Jacobina, Blanchet 2545 (B holótipo).

Ervas perenes, isoladas, bulbiformes. Raízes delicadas. Folhas polísticas, 10-30

cm compr.; bainha estreita, castanho-escura, opaca, carena ausente, superfície estriada,

margem membranácea, glabrescente; lígula ausente; lâmina 9-20 cm compr., 0,5-1 mm

larg., subcilíndrica a achatada, superfície tranverso-rugulosa, ápice agudo, simétrico,

margem glabra. Espata conduplicada, levemente carenada, carena glabra, lâmina 0,5-1,5

cm compr. Pedúnculo 22-54 cm compr., cilíndrico, glabro, costela ausente ou

irregularmente 1-costelado, costela glabrescente, superfície estriada. Espiga pauci a

multiflora, (10-15 flores), 6-14 mm compr., 5-11 mm larg., obovoide a globosa;

brácteas castanhas a castanho-escuras, superfície transverso-rugulosa, mácula estreita,

apical, castanho-avermelhada, carenada, ápice agudo, margem membranácea e

fortemente lacerada; brácteas estéreis 4, 6-10 mm compr., 2-4 mm larg., triangulares a

obovadas; brácteas florais 7-8 mm compr., 3-4 mm larg., obovadas. Flores com sépalas

laterais inclusas, livres, 7 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carenadas, carena

curto-ciliada, com superfície e ápice ruguloso e castanho-escura; pétalas com lobo

obovado; estaminódios densamente pilosos; estames 2 mm compr., antera sagitada;

estilete 6 mm compr., ramos 3 mm compr., estigma expandido. Placentação basal.

Cápsula elipsoide; sementes elipsoides, castanho-escuras, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Serra do Cabral,

ca. 17°55'0,6"S, 43°47'11"W, 29-IV-2007, T.E. Almeida 835 (BHCB) fl., fr.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: São Gonçalo do Rio

Preto, Parque Estadual do Rio Preto, 24-V-2007, M.G.L. Wanderley 2616 (SP, BHCB)

fl., fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Espécie distribuída nos

campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Figura 6. F).

Fenologia: floresce e frutifica entre março e agosto.

Comentário: Espécie caracterizada por apresentar base bulbiforme, folhas em

geral subcilíndricas, brácteas com mácula apical estreita e com margem membranácea

fortemente lacerada. Outra característica marcante nesta espécie é a presença de sépalas

laterais com carena e ápice de superfície rugulosa e castanho-escuros.

Ilustração em Wanderley 2011.

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Figura 6: Mapa de distribuição das espécies de Abolboda e Xyris na Serra do Cabral. A.

Abolboda poarchon; B. A. pulchella; C. Xyris asperula; D. X. augusto-coburgii; E. X. bialata;

F. X. blanchetiana.

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2.5. Xyris calostachys Poulsen, Vidensk. Meddel. Dansk Naturhist. Foren. Kjobenhavn:

118. 1893. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, sem procedência, Glaziou 19951 (P

holótipo, US! foto).

Figura 21 F-G.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes delicadas. Folhas

dísticas, 9-25 cm compr.; bainha distintamente alargada na base, negras e brilhantes ali,

no restante castanho-claro a paleácea, parte interna da bainha esbranquiçada, não

carenada, superfície estriada, margem membranácea e ciliada; lígula presente; lâmina 5-

21 cm compr., 1-1,5 mm larg., subcilíndrica, superfície conspicuamente estriada, ápice

acuminado, levemente assimétrico margem glabra. Espata conduplicada, não carenada,

lâmina 2,5-5 cm compr. Pedúnculo 30-43 cm compr., cilíndrico, costelas ausentes,

estriado. Espiga pauciflora (4-10 flores), 9-12 mm compr., 5-8 mm larg., obovoide;

brácteas castanho-escuras, rugulosas, pilosas para o ápice, mácula ampla, esverdeada

passando à castanha, ocupando quase toda extensão da bráctea, carenadas, ápice agudo,

excurrente, margem membranácea, alva, lacerado-ciliada, tricomas alvos e longos;

brácteas estéreis 4, 9-13 mm compr., 3-4 mm larg., as duas mais externas diferenciadas,

uma subigualando e a outra ultrapassando o comprimento da espiga, linear-lanceoladas;

brácteas florais 9-10 mm compr., 3-4 mm larg., oblongas. Flores com sépalas laterais

levemente exsertas, concrescidas até a metade, 9 mm compr., linear-lanceoladas,

inequilaterais, carena estreita, densamente ciliada; pétalas com lobo obovado;

estaminódios pilosos; estames. 3 mm compr., antera sagitada; estilete ca. 11 mm

compr., ramos 4 mm compr., estigma expandido. Placentação central-livre. Fruto e

sementes não vistos.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do

Cabral, 17°41'51.6"S, 44°16.'07.1"W, 30-III-2011, J.S. Guedes 49 (SP) fl.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie com registro apenas para os

campos rupestres de Minas Gerais. Na Serra do Cabral, X. calostachys forma pequenas

populações nas margens da estrada (Figura 8. A).

Fenologia: floresce e frutifica de janeiro a novembro.

Comentário: Espécie com potencial ornamental, sendo encontrada na composição

de arranjos de "sempre-vivas". Xyris calostachys apresenta afinidade morfológica com

X. insiginis, principalmente em caráter vegetativo. A grande semelhança existente entre

elas torna difícil separá-las com base no material de herbário, devido às máculas das

brácteas perderem sua coloração original e pela inflorescência glabrescente em X.

insignis L.A. Nilsson. Entretanto, a distinção destas espécies é feita principalmente pelo

formato e ornamentação das brácteas da inflorescência.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.6. Xyris diamantinae Malme, Ark. Bot. 22A (15): 6. 1929. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS, Milho Verde, A. Saint-Hilaire 495 (P isótipo).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta sub-bulbiforme. Raízes delicadas. Folhas

dísticas, 15-34 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanha, levemente

carenada, carena glabra, superfície fortemente transverso-rugulosa, margem ciliada;

lígula presente; lâmina 11,5-23 cm compr., 1-2 mm larg., achatada, superfície

transverso-rugulosa, ápice agudo, margem glabra, espessada. Espata conduplicada,

carenada, carena glabra, lâmina 6 cm compr. Pedúnculo 30-57 cm compr., cilíndrico, 1-

2-costelado, costelas glabras, superfície transverso-rugulosa. Espiga pauciflora (6

flores), 10-11 mm compr., 4-5 mm larg., ovoide a obovoide; brácteas castanho-

avermelhadas, superfície transverso-rugulosa, mácula estreita, inconspícua, fortemente

carenadas, ápice agudo, margem ciliado-fimbriada; brácteas estéreis 4, 5-7 mm compr.,

3-4 mm larg., ovadas; brácteas florais 9 mm compr., 2-3 mm larg., ovadas a oblongas.

Flores com sépalas laterais inclusas, concrescidas apenas na base, 9 mm compr.,

lanceoladas, inequilaterais, carenadas, carena ciliada; pétalas com lobo obovado;

estaminódios pilosos por todo o ramo; estames 2,5 mm compr., antera sagitada; estilete

7,5 mm compr., ramos 2,5 mm compr., estigma alargado. Placentação central-livre.

Cápsula oblonga; sementes fusiformes, castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, 31-X-1988,

M.G.L. Wanderley 1419 (SP); Serra do Cabral, estrada na subida do Morro do SCAI,

17°42'01”S, 44°15'50”W, 13-XI-2010, N.F.O. Mota 1761 (SP, BHCB) fl.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Conceição do Mato

Dentro; Fazenda Santana, 31-VII-1985, R. Kral 72945 (SP).

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Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Amplamente distribuída

ao longo da Cadeia do Espinhaço (Figura 8. B).

Fenologia: Floresce e frutifica de julho e dezembro.

Comentários: Xyris diamantinae está morfologicamente relacionada à X.

trachyphylla Mart. por compartilharem diversas características, tais como: superfície

foliar transverso-rugulosa, placentação central-livre e sépalas laterais concrescidas com

carena densamente ciliada. A separação destas espécies pode ser facilitada quando

observada a morfologia das duas brácteas mais basais da espiga. Em X. diamantinae as

brácteas mais basais são mais curtas, estreitas e fortemente carenadas, sendo que as

demais brácteas apresentam coloração avermelhada a vinácea, com margem ciliado-

fimbriada. Por outro lado, X. trachyphylla apresenta as duas brácteas basais mais

alongadas e alargadas em relação a X. diamantinae e carena pouco expressiva, as

brácteas são castanhas, com margem apenas lacerada. Outra característica que auxiliam

na separação destas espécie é a morfologia das sementes Sendo em X. diamantinae são

fusiformes, castanhas e estriadas, e em X. trachyphylla são elipsoides, castanho-escuras

e reticuladas.

Ilustração em L.B. Sm. & Downs 1968.

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2.7. Xyris fallax Malme, Bih. Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 22(2): 12. 1896.

Tipo: BRASIL. MATO GROSSO: Santa Ana da Chapada, Malme 1434 (S holótipo).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes filiformes. Folhas

dísticas, 10-37 cm compr.; bainha estreita, avermelhada, brilhante, levemente carenada,

carena escabra, superfície fortemente estriada, margem membranácea, ciliada apenas na

base; lígula ausente; lâmina 5-20 cm compr., 2-4 mm larg., achatada, superfície estriada,

estrias avermelhadas, ápice atenuado, assimétrico, margem escabra a glabrescente,

espessada. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina ca. 1 cm compr.

Pedúnculo 30-60 cm compr., cilíndrico, multicostelado, costelas glabras, superfície

estriada, estrias avermelhadas. Espiga multiflora (8-15 flores), 10-20 mm compr., 6 mm

larg., elipsoide a ovoide; brácteas castanhas, superfície estriada, mácula ampla, verde-

acinzentada, carenadas, ápice agudo, margem inteira; brácteas estéreis ca. 10, 4-6 mm

compr., 2-4mm larg., as duas mais externas menores, triangulares, as demais largo-

ovadas; brácteas florais 8 mm compr., 4 mm larg., largo-ovadas. Flores com sépalas

laterais inclusas, livres, 5 mm compr., lanceoladas, subequilaterais, carenadas, carena

estreita, glabrescentes; pétalas com lobo elíptico; estaminódios pilosos; estames ca. 1

mm compr., antera sagitada; estilete 13 mm compr., ramos ca. 3 mm compr., estigma

truncado. Placentação parietal. Cápsula ovoide; sementes fusiformes, castanho-claras,

reticuladas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Lassance, estrada na subida do

Morro do SCAI, 17°42'51”S, 44°23'35”W, 12-XI-2010, N.F.O. Mota 1735 (SP, BHCB)

fr.

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Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Uberaba, Fazenda

Sta. Juliana, 23-XII-2002, G.C. Oliveira 1942 (SP, HUFU) fl.

Distribuição: Norte (Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre), Nordeste

(Pernambuco, Bahia, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal),

Sudeste (Minas Gerais, São Paulo). Espécie de ampla distribuição, com registros para a

América do Sul e África (Kral 1988). No Brasil distribuiu-se principalmente nos

domínios fitogeográficos como a Amazônia, Caatinga e Cerrado. (Figura 8. C)

Fenologia: Floresce e frutifica de novembro a abril.

Comentário: Xyris fallax apresenta afinidade morfológica com X. macrocephala

por compartilharem algumas semelhanças vegetativas, além de apresentarem espigas

multifloras, brácteas com mácula conspícua e placentação parietal. Este último caráter

corresponde à Seção Xyris, sendo estas espécies as únicas representantes desta seção

para a Serra do Cabral. Entretanto, é possível separar estas duas espécies por X. fallax

apresentar pedúnculo multicostelado e sementes reticuladas, enquanto que X.

macrocephala geralmente não apresenta projeções no pedúnculo ou, quando presentes,

é uni ou bicostelado e suas sementes são estriadas.

Ilustração em Wanderley et al. 2003.

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2.8. Xyris filifolia L.A. Nilsson. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 24(14): 43.

1892. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, Caldas, Regnell III-2051 (S holótipo).

Figura 7. A-L.

Ervas perenes ou anuais, cespitosas, base da planta estreita. Raízes delicadas.

Folhas subdísticas, 40-60 cm compr.; bainha estreita, castanha, brilhante, não carenada,

superfície estriada, margem glabra; lígula presente; lâmina 34-53 cm compr., 0,5-1 mm

larg., filiforme, superfície estriada, ápice atenuado, simétrico. Espata conduplicada,

carena ausente, lâmina ca. 0,5 cm compr. Pedúnculo 50-70 cm compr., cilíndrico,

costelas ausentes, superfície estriada. Espiga pauciflora (6 flores), 9-10 mm compr., 4-5

mm larg., ovoide a obovoide; brácteas castanhas, superfície estriada, mácula ampla,

verde-acinzentada, carena ausente, ápice arredondado, margem inteira, levemente

membranácea; brácteas estéreis ca. 10, 4-6 mm compr., 3 mm larg., oblongas; brácteas

florais 6 mm compr., 3 mm larg., oblongas. Flores com sépalas laterais inclusas, livres,

6mm compr., linear-lanceoladas, subequilaterais, carenadas, carena minutamente

lacerado-fimbriada; pétalas com lobo obovado; estames 3 mm compr., antera sagitada;

estilete e estigma não vistos. Placentação basal. Cápsula estreito-elíptica; sementes

elípticas, castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Lassance, Serra do Cabral, 31-

X-1988, M.G.L. Wanderley 1412 (SP) fl.; Serra do Cabral, Morro do SCAI, 17°42'51"S,

44°23'35"W, 12-XI-2010, N.F.O. Mota 1736 (SP, BHCB) fl., fr.

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Distribuição: Centro-Oeste (Goiás, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, São

Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul). Encontrada nos

campos rupestres de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, nos campos de altitude de

São Paulo e Rio de Janeiro e nos pampas. Na Serra do Cabral ocorre em ambientes

brejosos ou submersas em pequenos córregos.

Fenologia: Floresce e frutifica de outubro a julho.

Comentários: Espécie facilmente reconhecida por apresentar rizoma conspícuo

com entrenós longos e folhas subdísticas, distribuídas esparsamente ao longo do caule.

Apresenta lígula marginal conspícua no ápice da bainha foliar (Figura 8. D).

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Figura 7: A-L. Xyris filifolia A. Habito; B Detalhe do hábito evidenciando o caule com

entrenós espaçados; C. Bainha com detalhe da lígula; D. Espigas; E. Bráctea estéril; F.

Bráctea floral; G. Sépala lateral; H. Flor sem as sépalas; I. Pétala portando estame e

estaminódio pilosos; J. Gineceu; K. Fruto aberto mostrando placentação basal; L. Semente.

(N.F.O. Motta 1736).

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2.9. Xyris glaucescens Malme, Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 5: 103. 1908. Tipo:

BRASIL. MINAS GERAIS, Serra da Lapa, Riedel 917 (LE holótipo).

Figura 21 H.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes filiformes. Folhas

dísticas, 4-10 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanha a castanho-

amarelada, opaca, algumas vezes brilhante na base, carena ausente, superfície estriada,

margem membranácea; lígula presente; lâmina 3-7 cm compr., 1,5-4 mm larg.,

achatada, superfície estriada, ápice atenuado assimétrico, margem glabra a

inconspicuamente escabra. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina ca. 1

cm compr. Pedúnculo 10-40 cm compr., cilíndrico, multicostelado, costelas escabras,

superfície pontuada. Espiga pauciflora (6-10 flores), 9-13 mm compr., 5-6 mm larg.,

ovoide a obovoide; brácteas castanho-escuras, superfície rugulosa, mácula ampla,

esverdeada a castanha, carenadas, ápice obtuso, margem minutamente lacerada; brácteas

estéreis 4, 4,5-7 mm compr., 3-6 mm larg., ovadas; brácteas florais 7-9 mm compr., 3-8

mm larg., ovadas. Flores com sépalas laterais inclusas a levemente exsertas,

concrescidas até a metade, 7 mm compr., oblongo-lanceoladas, inequilaterais,

carenadas, carena densamente pilosa pétalas com lobo orbicular; estaminódios pilosos

por todo o ramo, 3 mm compr.; estames 3 mm compr., antera oblonga; estilete 10,5 mm

compr., ramos 3,5 mm compr., estigmas estreitos. Placentação central-livre. Cápsula

oblonga; sementes elipsoides, castanho-escuras, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, 17°57'35"S,

43°47'05"W, 18-VI-2008, T.E. Almeida 1342 (BHCB) fl.; Joaquim Felício, Armazém

de Laje, 06-VII-1985, R. Kral 72634 (SP) fl.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Santana do Riacho,

km 111 ao longo da rodovia Belo Horizonte - Conceição do Mato Dentro, 07-IV-1987,

M.G.L. Wanderley 11 (SP) fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie exclusiva dos campos rupestres

mineiros. (Figura 8. E)

Fenologia: Floresce e frutifica entre março e setembro.

Comentário: X. glaucescens apresenta bainha com superfície estriada, lâmina glauca,

fortemente estriada, com margens inconspicuamente escabras, o pedúnculo é

multicostelado, além disso as brácteas são carenadas e exibem uma mácula ampla, cerca

da metade da superfície da bráctea esverdeada a castanha. As sépalas são concrescidas,

com carena densamente ciliadas com tricomas alvos. Para afinidade morfológica ver

comentário de X. trachyphylla.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.10. Xyris graminosa Pohl ex Mart., Flora 24(2, Beibl.): 55. 1841. Tipo: BRASIL.

MINAS GERAIS, Chapada da Serra de São Marcos, cabeceira do Ribeirão Batalha,

Pohl 2881 (holótipo: M, isótipos: BR, US imagem nº 5468!).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta sub-bulbiforme. Raízes fibrosas. Folhas

espiraladas, 17-30 cm compr.; bainha estreita, paleácea, carenada, carena glabra,

superfície estriada, costelada na base, margem glabra; lígula ausente; lâmina 11-28 cm

compr., 1-2 mm larg., achatada, superfície estriada, inconspicuamente tranverso-

rugulosa, ápice atenuado, margem glabra. Espata conduplicada, carenada, carena glabra,

lâmina 2-3 cm compr. Pedúnculo 25-66 cm compr., cilíndrico, multicostelado, costelas

glabras, superfície estriada. Espiga pauciflora a multiflora (10-15 flores), 8-11 mm

compr., 5-7 mm larg., ovoide, largamente ovoide a globosa; brácteas castanhas,

superfície transverso-rugulosa, mácula estreita, inconspícua, carena presente, margem

lacerada, ápice agudo a arredondado, margem levemente membranácea; brácteas

estéreis 4, 4-6 mm compr., 2-3 mm larg., ovadas, oblongas; brácteas florais 6-7 mm

compr., 4-6 mm larg., oblongas a largamente ovadas. Flores com sépalas laterais

levemente exsertas, concrescidas 1/3 do comprimento, 6-7 mm compr., espatuladas,

inequilaterais, carenadas, carena densamente ciliada; pétalas com lobo orbicular;

estaminódios densamente pilosos; estames ca. 3 mm compr., antera oblonga; estilete 6

mm compr., ramos 3 mm compr., estigma estreito. Placentação central-livre. Cápsula

obovoide; sementes elipsoides, castanhas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Parque Estadual da

Serra do Cabral, 29-III-2011, M.G.L. Wanderley 2976 (SP) fl.; Joaquim Felício, Serra

do Cabral, Morro do Onça, 06-VII-1985, R. Kral 72638 (SP) fl., fr.; Serra do Cabral,

Armazém de Laje, 07-VII-1985, R. Kral 72677 (SP) fr.; 16.III.1997, G. Hatschbach

66324 (MBM) fl.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Serra da Ibitipoca,

Pico do Picão, 14-V-1970, D. Sucre 6851 (RB) fl., fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Amplamente distribuída

nos campos rupestres ao longo da Cadeia do Espinhaço. (Figura 8. F).

Fenologia: Floresce de dezembro a março.

Comentário: Caracterizada por apresentar brácteas com mácula reduzida e apical,

sendo as duas brácteas mais basais fortemente carenadas. Apresenta também sépalas

laterais levemente exsertas, lanceoladas e soldadas apenas na base, com carena pilosa.

Ilustração em Wanderley 2011.

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Figura 8: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral, A. X. calostachys; B.

X. diamantinae; C. X. fallax; D. X. filifolia; E. X. glaucescens; F. X. graminosa.

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56

2.11. Xyris insignis L.A. Nilsson, Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 24(14): 44.

1892. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, Campo da Serra Fria, Martius s.n. (M

holótipo).

Figura 21. I.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes delgadas. Folhas

dísticas, 13-25 cm compr.; bainha distintamente alargada na base, negra e brilhante ali,

no restante castanho-escura e opaca, levemente carenada, carena glabra, superfície

estriada, margem membranácea, e pilosa; lígula presente; lâmina 9-15 cm compr., 2-4

mm larg., achatada, superfície estriada, ápice atenuado, assimétrico, margem inteira,

glabra. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina 2 cm compr. Pedúnculo

18-55 cm compr., cilíndrico, costela ausente, estriado. Espiga pauciflora (até 8 flores),

7-12 mm compr., 4-10 mm larg., ovoide a obovoide a globosa; brácteas castanho-

escuras, rugulosa, pilosa para o ápice, mácula ampla, castanho-esverdeada, levemente

carenada, ápice agudo, margem inteira, ciliada; brácteas estéreis 4, 5-6 mm compr., 3-4

mm larg., as 2 mais externas mais curtas ou subigualando às brácteas florais, ovaladas a

oval-lanceoladas; brácteas florais 7 mm compr., 3-4 mm larg., elípticas. Flores com

sépalas laterais levemente exsertas, concrescidas até a metade, 9 mm compr.,

lanceoladas, inequilaterais, carena larga, densamente ciliada, tricomas longos, alvos;

pétalas com lobo obovado; estaminódios pilosos por todo o ramo; estames 3,5 mm

compr., antera sagitada; estilete 9 mm compr., ramos 4 mm compr., estigma expandido.

Placentação central-livre. Cápsula ovoide; sementes elipsoides, castanhas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Parque Estadual da

Serra do Cabral, 17°53'29.3"S, 44°18'01.5"W, 29-III-2011, M.G.L. Wanderley 2977

(SP) fl.; Francisco Dumont, Morro da SCAI, próximo a plantação de Pinnus,

17°23'59"S, 44°23'37"W, 12-XI-2010, N.F.O. Mota 1737 (BHCB, SP) fr.; Joaquim

Felício, Morro do Onça, 06-VI-1985, R. Kral 72630 (SP); 13.I.1988, M.G. L.

Wanderley 801 (SP) fl., fr.; Armazém de Laje, 07-VI-1985, R. Kral 72674 (SP) fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Ocorre nos campos rupestres (Figura 12.

A).

Fenologia: Floresce e frutifica de janeiro a novembro.

Comentário: Espécie facilmente reconhecida por apresentar espigas paucifloras

em geral ovoides, recoberta por tricomas lanuginosos alvos. Alguns trabalhos

taxonômicos como Wanderley (2011) e Mota (2009), apontam X. insignis com folha

cilíndrica a subcilíndrica, porém, para a Serra do Cabral, foi possível encontrar

populações com folhas achatadas. Comentários sobre afinidade morfológica em X.

calostachys.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.12. Xyris longiscapa L.A. Nilsson., Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 24(14):

59. 1892. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, Serra da Caraça, Martius s.n. (M holótipo).

Figura 22. A.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes fibrosas. Folhas dísticas

a subdísticas, 10-36 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-avermelhada, opaca,

carenada, carena glabra, superfície transverso-rugulosa, margem membranácea, ciliada

na base; lígula presente; lâmina 7-19 cm compr., 6-9 mm larg., achatada, superfície

transverso-rugulosa, ápice obtuso, assimétrico, margem rugulosa, espessada. Espata

conduplicada, carenada, carena rugulosa, lâmina ausente. Pedúnculo 60-80 cm compr.,

cilíndrico, 1-costelado, costela rugulosa, transverso-rugulosa. Espiga multiflora (20-25

flores), 15-20 mm compr., 6-8 mm larg., ovoide, largo-ovoide a globosa; brácteas

castanhas a castanho-escuras, superfície transverso-rugulosa, mácula ausente ou

inconspícua, carenadas, especialmente as duas mais externas, ápice cuspidado, margem

lacerado-fimbriada, alva; brácteas estéreis 4, 8-10 mm compr., 5-8 mm larg., ovadas;

brácteas florais 9-10 mm compr., 4-5 mm larg., ovadas. Flores com sépalas laterais

levemente exsertas, livres, 10 mm compr., lanceoladas, subequilaterais, carena larga,

densamente pilosa; pétalas com lobo obovado; estaminódios densamente pilosos;

estames 3 mm compr., antera sagitada; estilete 8 mm compr., ramos 4 mm compr.,

estigma expandido. Placentação central-livre. Cápsula oblonga; sementes elipsoides,

castanho-avermelhadas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto de Lima, Serra do

Cabral, 17°56’59.6”S, 44°15’31.8”W, 31-III-2011, J.S. Guedes 59 (SP) fl., fr.; Joaquim

Felício, Morro do Jucão, 07-VII-1985, R. Kral 72656 (SP) fl., fr.

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Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Frequente nos campos

rupestres da Cadeia do Espinhaço. (Figura 12. B).

Fenologia: Coletada com flores e frutos entre março e julho.

Comentário: Xyris longiscapa é facilmente identificada por apresentar lígula e

espigas, em geral, robustas, ovoides, largamente ovoides a globosas; as brácteas

mostram-se com margem lacerado-fimbriada, fortemente carenadas em toda a sua

extensão, as sépalas apresentam tricomas lanuginosos em toda a carena.

Wanderley (2011) aponta Xyris longiscapa como uma espécie de difícil

delimitação para o gênero; devido à grande plasticidade morfológica, forma um

complexo de espécies juntamente com X. celiae L.B. Sm. & Downs, X. itatyaiensis

(Malme) Wand. & Sajo, X. obtusiuscula A.L. Nilsson, X. diamantinae Malme e X.

trachyphylla Mart. O levantamento realizado para a Serra do Cabral aponta a ocorrência

das duas últimas espécies deste complexo para a área de estudo, porém no material

examinado é possível estabelecer limites entre elas.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.13. Xyris macrocephala Vahl., Enum. Pl. 2: 204. 1805. Tipo: BRASIL. Sem

localidade exata, Martius s.n. (M holótipo).

Figura 9. A-D; 22. B.

Ervas anuais, cespitosas a isoladas, base da planta estreita. Raízes espessas.

Folhas dísticas, 15-60 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-escura, brilhante,

levemente carenada, carena glabra, superfície estriada a transverso-rugulosa, margem

membranácea, glabra; lígula ausente; lâmina 10-30 cm compr., 4-7 mm larg., achatada,

superfície estriada, ápice agudo, algumas vezes assimétrico, margem glabra. Espata

conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina ausente. Pedúnculo 90-120 cm compr.,

cilíndrico, costelas ausentes ou 1-2 costelado, superfície lisa. Espiga multiflora (20-40

flores), 20-30 mm compr., 10–15 mm larg., ovoide a cilíndrica; brácteas castanho-

escuras, superfície lisa, mácula ampla, verde ou acinzentada, carena ausente, ápice

arredondado, margem inteira, delicada; brácteas estéreis 8-10, 4-8 mm compr., 3-6 mm

larg., ovadas, carena presente nas duas mais externas; brácteas florais 10 mm compr., 6

mm larg., obovadas, ovadas a orbiculares, castanho-escuras. Flores com sépalas laterais

inclusas, livres, 6 mm compr., oblongas, subequilaterais, carena larga, densamente

ciliada; pétalas com lobo ovado; estaminódios densamente pilosos por todo o ramo;

estames 2,5 mm compr., antera sagitada; estilete 8 mm compr., ramos ca.1 mm compr.,

estigma alargado. Placentação parietal. Cápsula obovoide; sementes elipsoides,

castanho-escuras, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Francisco Dumont, 17°51'S,

43°58'W, 21-V-1990, M.M. Arbor 4539 (CTES, SPF, SP) fr.; Serra do Cabral, 14-III-

1997, G. Hatschbach 66223 (MBM) fl., fr.; Lassance, 22-III-1994, C.M. Sakuragui

CFSC 15388 (SPF) fl., fr.; Joaquim Felício, 17°42'50.3"S, 44°14'16.4"W, 30-III-2011,

J.S. Guedes 40 (SP) fl., fr; Parque Estadual da Serra do Cabral, 21-V-1990, M.G.L.

Wanderley 2972 (SP) fl. Serra do Cabral, Morro do SCAI, 17°42'51"S, 44°23'35"W, 12-

XI-2010, N.F.O. Mota 1734 (SP, BHCB) fl.

Distribuição: Norte (Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre,

Rondônia), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito

Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de

Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul). Espécie de ampla

distribuição, ocorrendo em toda a América tropical até a Argentina. Na Serra do Cabral

ocorre principalmente em ambientes brejosos, como veredas, mas também nos solos

arenosos dos campos rupestres. (Figura 12. C).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de março a dezembro.

Comentários: Xyris macrocephala apresenta indivíduos de grande porte, com

cerca de 1 m compr., possui espiga multiflora caracterizada pela presença de mácula

conspícua. Muito semelhante a X. jupicai Rich., que segundo as expedições realizadas e

o levantamento dos herbários, não ocorre na área de estudo. Para comentário de

afinidade morfológica ver X. fallax.

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Figura 9: A-D. Xyris macrocephala A. Hábito; B. Espiga; C. Flor completa; D. Placentação

basal; E-G. Xyris savanensis E. Habito; F. Espiga; G. Pétala portando estame e estaminódio

glabro. (X. macrocephala Hassler 8883; X. savanensis: M. Bernardi 18601).

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2.14. Xyris metallica Klotzsch ex Seub. Fl. Bras. 3(1): 213. Tipo: BRASIL. Sul do

Brasil, sem indicação de localidade, Sellow 5862 s.n. (B holótipo).

Figura 10. A-G.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes filiformes. Folhas

polísticas, 12-30 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanha a dourada,

brilhante, não carenada, superfície costelada e transverso-rugulosa, margem

membranácea, glabra; lígula ausente; lâmina 6,5-18 cm compr., 1-2 mm larg., achatada,

superfície transverso-rugulosa, ápice agudo, assimétrico, margem escabro-ciliada.

Espata conduplicada, carenada, carena escabra, lâmina ca. 2 cm compr. Pedúnculo 90-

140 cm compr., trígono, 1-2-costelado, costela escabro-ciliada, superfície estriada,

pontuada, pontuações brilhantes. Espiga multiflora (15 flores), 5-13 mm compr., 5-10

mm larg.; globosa a largo-ovoide; brácteas castanhas, superfície lisa, mácula ausente,

carena presente nas basais, margem hialina estreita e lacerada; brácteas estéreis ca. 10,

3,5-6mm compr., 2-4 mm larg., obovadas a oblongas, ápice agudo a arredondado;

brácteas florais 7 mm compr., 4-3 mm larg., elípticas a oblongas, ápice arredondado.

Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 7 mm compr., oblongo-espatuladas,

inequilaterais, carena ciliada; pétalas com lobo ovado; estaminódios pilosos, estames

2,5 mm compr., antera sagitada; estilete 5 mm compr., ramos ca. 3 mm compr.; estigma

expandido. Placentação basal. Cápsula ovoide; sementes ovoides, castanho-escuras,

estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Joaquim Felício, Armazém de

laje, 07-VII-1985, R. Kral 72678 (SP) fl.; Parque Estadual da Serra do Cabral, 30-III-

2011, J.S. Guedes 61 (SP) fr.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Belo Horizonte, Lago

Seca, 27-IX-1934 Mello-Barreto 4360 (US) fl. fr.

Distribuição: Centro-Oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul.

Ocorre nos campos rupestres (Figura 12 D).

Fenologia: Coletadas com flores e frutos nos meses março e julho.

Comentário: Espécie caracterizada por apresentar bainha, lâmina e pedúnculo

castanho a dourado e superfície estriada com pontuações brilhantes. A espiga em geral é

globosa com brácteas sem mácula e margem estreita, hialina e lacerada. Espécie por

muitas vezes confundida com X. tortula Mart., devido a grande semelhanças

compartilhadas pelas espigas destas espécie. Podem ser separadas por diversas

características vegetativas, como a presença de folhas e pedúnculo filiformes e sinuosos

em X. tortula.

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Figura 10: A-G. Xyris metallica A. Hábito; B. Espiga; C. Bráctea estéril; D. Bráctea floral; E.

Sépala lateral; f. Fruto aberto mostrando placentação basal; G. Semente. (R. Kral 72678).

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2.15. Xyris minarum Seub., Fl. Bras. 3(1): 125. 1855. Tipo: BRASIL MINAS GERAIS:

sem localidade exata, A. Glaziou 19953 (K holótipo).

Figuras 11. A-H; 22. C.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta sub-bulbiforme. Raízes delicadas. Folhas

espiraladas, 3,5-15 cm compr.; bainha alargada, castanha ficando negra para a base,

brilhante, carena ausente, estriada, margem membranácea, ciliada a glabrescente na

base; lígula ausente; lâmina 3,5-13 cm compr., 0,5-2,0 mm larg., filiforme, subcilíndrica

a achatada, superfície estriada, ápice atenuado, levemente assimétrico, margem escabro-

ciliada. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina 0,5-1 cm compr.

Pedúnculo 13-33 cm compr., filiforme, irregularmente 1-costelado, costela escabro-

ciliada, superfície estriada. Espiga pauci a multiflora (6-15(-20) flores), 7-11 mm

compr., 4-7 mm larg., globosa a ovoide; brácteas castanhas a castanho-escuras,

superfície transverso-rugulosa, mácula ampla esverdeada, passando a castanha,

ocupando quase toda extensão da bráctea, carenadas, ápice agudo a acuminado, margem

avermelhada, membranácea, lacerado-fimbriada; brácteas estéreis 4, 5-10 mm compr.,

1-2,5 mm larg., as duas basais triangular-lanceoladas e com carena excurrente,

subigualando ou até superando a espiga, as demais oval-lanceoladas; brácteas florais 5

mm compr., 2,5 mm larg., oval-lanceoladas. Flores com sépalas laterais inclusas, livres,

5 mm compr., oblongo-lanceoladas, inequilaterais, carena ciliada; pétalas com lobo

ovado; estaminódios pilosos por todo o ramo, 2 mm compr.; antera sagitada; estilete 7

mm compr., ramos 3 mm compr., estigma expandido. Placentação basal. Cápsula

oblonga; sementes elipsoides, castanho-avermelhadas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto de Lima, Serra do

Cabral, Cuba, 17°57'51.05.5"S, 44°15'33.2."W, 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2991

(SP) fl.; 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2993 (SP) fl; 31-III-2011, M.G.L. Wanderley

3000 (SP) fl.; Buenópolis, região do Tanque, 03-08-2006, L. Pangaio 796 (SP; HRJ) fl.;

Corinto, Serra do Cabral, 13-V-1977, P.E. Gibbs 5007 (UEC) fr.; Francisco Dunont,

18°00'40"S, 44°19'41"W, 20-III-1994, C.M. Sakuragui CFSC 15265 (SPF) fl.; Serra do

Cabral, 17°35"S, 44°58"W, 24-V-1982, H.P. Bautista 652 (MBM) fr.; Lassance, Serra

do Cabral, Morro do SCAI, 17°42'51"S, 44°23'35"W, 12-XI-2010, N.F.O. Mota 1738

(SP, BHCB) fr.; Joaquim Felício, Serra do Cabral, Bocaina, 05-VII-1985, R. Kral 72593

(SP) fr.; 05-VII-1985, M.G.L. Wanderley 769 (SP) fl., fr.; 05-VII-1985, M.G.L.

Wanderley 789 (SP) fl., fr.; Morro do Onça, 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 791 (SP)

fl.; 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 792 (SP) fl.06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 799

(SP) fl., fr.; 06-VII-1985, R. Kral 72652 (SP, SPF) fl., fr.; Fazenda da Onça, 01-09-

1985;. D.C. Zappi CFSC 8120 (SP, SPF) fl., fr.; Serra do Cabral, 17°42'28.1"S,

44°11'32.4"W, 21. VI.2010; J.S. Guedes 29, (SP) fl.; Serra do Cabral, 17°41'50.6"S,

44°17'42.5"W, 22. VI.2010; J.S. Guedes 33 (SP) fl.; Serra do Cabral, 17°41'51.1"S,

44°16'07.1"W, 30. III.2011; J.S. Guedes 47 (SP) fl.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie endêmica do estado de Minas

Gerais, sendo um componente típico dos campos rupestres mineiros, com alguns

representantes atingindo as imediações da caatinga. (Figura 12. E)

Fenologia: coletada com flores e fruto entre março e setembro.

Comentários: Facilmente reconhecida por apresentar espiga em geral globosa,

brácteas com margem vermelha e densamente lacerado-fimbriado, além de apresentar

mácula, que nas brácteas basais são excurrentes, atingindo ou ultrapassando o tamanho

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da espiga. X. minarum apresenta heterofilia, com alguns indivíduos apresentando lâmina

foliar achatadas e outros, lâminas filiformes ou subcilíndricas.

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Figura 11: A-H. Xyris minarum A. Hábito; B. Detalhe da base; C. Espiga; D. Detalhe da

espiga; E. Bráctea estéril; F. Sépala lateral; G. Bráctea floral; H. Fruto e sementes. (J.S.

Guedes 33).

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2.16. Xyris nubigena Kunth, Enum. Pl. (Kunth) 4: 3. 1843. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS, Serra de Santo Antonio, Sellow s.n. (holótipo B).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta sub-bulbiforme a estreita. Raízes

delicadas. Folhas subdísticas, 8-20 cm compr.; bainha alargada na base, castanhas

passando a negra na base, brilhante, levemente carenada, carena glabra, margem

membranácea, densamente ciliada na base, tricomas longos, lígula ausente; lâmina 6-12

cm compr., 1-2mm larg., achatada, superfície estriada, pontuada, ápice acuminado,

assimétrico, ciliada. Espata conduplicada, carenada, carena ciliada, lâmina 0,5 cm

compr. Pedúnculo 15-60 cm compr., cilíndrico, 2 costelado, costela ciliada, superfície

pontuada. Espiga pauci a multiflora (8 a 40 flores), 6-11 mm compr., 3-5 mm larg.,

ovoide, elíptica, oblonga; brácteas castanhas, superfície estriada, esparsamente rugulosa,

mácula apical inconspícua, avermelhada, ápice arredondado, margem inteira a

levemente lacerada; brácteas estéreis 4, 3-5 mm compr., 2-3 mm larg., elípticas a

obovoides, carenadas; brácteas florais 5-6 mm compr., 3-4 mm larg., oblongas a largo-

ovoides. Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 5-6 mm compr., lanceoladas,

equilaterais, carenadas, carena levemente serrilhada; pétalas com lobo largo-ovoide;

estaminódio densamente piloso; estame ca. 3mm compr., antera sagitadas; estilete 6 mm

compr., ramos 3 mm compr., estigma expandido. Placentação basal. Cápsula oblonga;

sementes elípticas, castanho-avermelhadas, estriadas.

Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Buenópolis, Serra do Cabral, região da

Lapa Pintada, 26-IV-2007, L. Pangaio, 676 (SP, HRJ); 23-V-2007, L. Pangaio, 965

(SP, HRJ); Joaquim Felício, Serra do Cabral, Bocaina, 05-VII-1985, R. Kral 72568 (SP,

SPF) fl., fr.; R. Kral 72592 (SP, SPF) fl., fr.; Serra do Cabral, Morro Onça, 06-VII-

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1985, R. Kral 72657 (SP, SPF) fr.; Serra do Cabral, Morro do Jucão, 07-VII-1985, R.

Kral 72657 (SP, SPF) fl., fr; Serra do Cabral , 17°42’29’’S, 44°11'31’’W, 16-V-1999,

V. Souza 22465 (ESA) fl.,fr.; Serra do Cabral, próximo a igrejinha, 17°42’15’’S,

44°18'3’’W, 10-VII-2007, F. Marino 302 (BHCB) fr.; Serra do Cabral, 17°41’50.2’’S,

44°17'31.9’’W, 22-VI-2010, J.S. Guedes 34 (SP) fl.; Serra do Cabral, 17°41’51.6’’S,

44°16'07.1’’W, 30-III-2011, J.S. Guedes 50 (SP) fl.; Serra do Cabral, próximo a

igrejinha, 17°41’54’’S, 44°15'50’’W, 12-XI-2010, N.F.O. Mota 1730 (BHCB) fr.; Serra

do Cabral, estrada subida pelo morro do SCAI, 17°42’11.’’S, 44°18'52’’W, 13-XI-2010,

N.F.O. Mota 1751 (BHCB) fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Frequentemente citada nos levantamentos

florísticos dos campos rupestre deste estado. Na Serra do Cabral formam grandes

populações, onde vivem simpatricamente com X. pterygoblephara Steud., espécies

morfologicamente relacionadas (Figura 12. F).

Fenologia: Encontra com flores e frutos de março a novembro

Comentários: A identidade de Xyris nubigena vem sendo ao longo dos anos pouco

conhecida, tanto pelo material tipo ser pouco representativo, como por trata-se de uma

espécie com amplo gradiente morfológico. A espécie apresenta algumas vezes espigas

paucifloras com 8 flores, muito pequenas e ovoides, contrapondo a espigas multifloras

atingindo até 40 flores, robustas, variando de elípticas a oblongas. As brácteas podem

apresentar de uma pequena mácula apical no dorso das brácteas pode ser um tanto

inconspícua em alguns indivíduos.

Ilustrada em Wanderley 2011.

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Figura 12: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral. A. X. insignis; B. X.

longiscapa; C. X. macrocephala; D. X. metallica; E. X. minarum; F. X. nubigena.

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2.17. Xyris obcordata Kral & Wand., Ann. Missouri Bot. Gard. 75(1): 361. 1988. Tipo:

BRASIL. MINAS GERAIS, Diamantina, H.S. Irwin 27763 (UB holótipo).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes filiformes. Folhas

dísticas a subísticas, 7-18 cm compr.; bainha estreita, castanho-clara a paleácea,

brilhante, carenada, carena glabra, superfície estriada, margem membranácea; lígula

ausente; lâmina 4-14 cm compr., 1-1,5 mm larg., achatada, superfície estriada a

rugulosa, ápice atenuado, levemente assimétrico, margem ciliada. Espata conduplicada,

carenada, carena ciliada, lâmina 0,5 cm compr. Pedúnculo 14-39 cm compr., cilíndrico,

costela ausente ou 1-2-costelado, costelas ciliadas a glabrescentes, superfície estriada.

Espiga pauci a multiflora (6-20 flores), 5-10 mm compr., 4-6 mm larg., ovoide, largo-

ovoide a subglobosa; brácteas castanho-claras, superfície lisa, mácula ampla,

esverdeada a castanha, carena ausente, ápice arredondado, ou raramente emarginado,

margem membranácea, lacerada, algumas vezes avermelhada no ápice; brácteas estéreis

4, 3-4 mm compr., 3-4 mm larg., oblongas a orbiculares; brácteas florais 5-6 mm

compr., 2-3 mm larg., oblongas a estreito-oblongas. Flores com sépalas laterais inclusas,

livres, ca. 6 mm compr., oblongo-espatuladas, subequilaterais, carena inteira, glabra;

pétalas com lobo oblongo; estaminódios pilosos; estames 2 mm compr., antera sagitada;

estilete 7 mm compr, ramos 2 mm compr. Placentação suprabasal. Cápsula oblonga;

sementes elípticas, castanho-avermelhadas, levemente estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Francisco Dumont, Serra do

Cabral, 21-XI-1984, R.M. Harley CFCR 6275 (SP, SPF) fl.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Datas, margem da

estrada Datas Gouveia, 25-III-1984, T. Cerati CFCR 4266 (SP, SPF) fl., fr.

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Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Na Serra do Cabral é encontrada nos

campos rupestres. (Figura 13. A).

Fenologia: Encontrada com flor e fruto em março e abril.

Comentário: Espécie caracterizada por apresentar espiga com brácteas castanho-

claras, lisas, margem avermelhada e ápice emarginado, exibe ainda mácula elíptica, em

geral esverdeada e placentação do tipo suprabasal.

Ilustração em Kral & Wanderley1988.

2.18. Xyris peregrina Malme, Ark. Bot. 25(12): 9. 1933. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS, Diamantina, Serra do Rio Grande, Mexia 5735 (holótipo S, isótipo US!).

Figura 22. D-E.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base alargada. Raízes fibrosas. Folhas

dísticas a subdísticas, 10-30 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-escura a

paleácea, opaca, carenada, carena glabra, superfície estriada, raro estriado-rugosa,

margem membranácea, glabra; lígula ausente; lâmina 7-18 cm compr., 3-5 mm larg.,

achatada, superfície estriada, pontuada, ápice uncinado a atenuado, assimétrico, margem

curto-ciliada. Espata conduplicada, carenada, carena curto-ciliada, lâmina ca. 0,5 mm

compr. Pedúnculo 48-80 cm compr., subcilíndrico, 2-costelado, costelas ciliadas,

superfície estriada. Espiga multiflora, (20-30 flores), 10-15 mm compr., 5-10 mm larg.,

elipsoide, ovoide a largo-ovoide; brácteas castanho-claras, lisas, mácula ausente, carena

presente apenas nas brácteas basais, margem lacerada, ápice truncado, emarginado;

brácteas estéreis 4, 5-8 mm compr., 3-4 mm larg., ovadas; brácteas florais 10 mm

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compr., 5 mm larg., largamente ovadas a oblongas. Flores com sépalas laterais inclusas,

livres, ca. 10 mm compr., oblongas, subequilaterais, carena larga, ciliado-fimbriada;

pétalas com lobo ovado; estaminódios densamente pilosos; estames 4 mm compr.,

antera oblonga; estilete 11 mm compr., ramos. 3 mm compr., estigma pouco alargado.

Placentação basal. Cápsula largo-ovoide; sementes elipsoides, castanho-avermelhadas,

estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS; Augusto de Lima, Cuba,

17°56'59.6”S, 44°15'31.8”W, 31-III-2011, J.S. Guedes 55 (SP) fl.; 17°42'12.7”S,

44°17'14.47”W, 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2985 (SP) fl.; 17°57'05.5”S,

44°15'33.2”W, 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2995 (SP) fl.; Joaquim Felício, Bocaina,

05-VII-1985, R. Kral 72571 (SP, SPF) fl.; R. Kral 72584 (SP, SPF) fl, fr.; Serra do

Cabral, Armazém de Laje, 07-VII-1985, R. Kral 72674 (SP, SPF) fr.; R. Kral 72676

(SP, SPF) fr.; Francisco Dumont, Morro do SCAI, 17°41'39”S, 44°17'30”W, 13-XI-

2010, N.F.O. Mota 1742 (SP, BHCB) fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Espécie frequente nos

campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Figura 13. B).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de março e novembro.

Comentários: Xyris peregrina é caracterizada por apresentar espigas multifloras

com brácteas castanho-claras e submembranáceas sendo as duas mais externas

distintamente menores e fortemente carenadas. X. peregrina foi considerada por Smith

& Downs (1968) como sinônimo de X. pterygoblephara Steud. Entretanto Wanderley

(2011) restabeleceu a espécie, considerando uma série de características como a forma

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da base da planta, tamanho da espiga, morfologia do pedúnculo e da semente

confirmando que são espécies distintas.

Com a análise das coleções dos herbários, foi possível observar que os espécimes

da Serra do Cabral apresentam variações na coloração da base e no formato da sépala;

em alguns materiais, como o R. Kral 72584, a base é castanho-clara a paleácea e as

sépalas laterais estreitas semelhante ao material-tipo, outros materiais, como Mota 1742,

apresenta indivíduos de base castanho-avermelhada e sépalas laterais largas e curvas,

evidenciando a variação morfológica da espécie.

Ilustração em Wanderley 2011.

2.19. Xyris pirapamae Wand. & J. Guedes, Bol. Bot. Univ. São Paulo 29(1): 129, 2011.

Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, Santana do Pirapama, Serra do Cipó, D.C. Zappi

2160 (SPF holótipo; SP! isótipo!).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes delicadas. Folhas dísticas

a subdísticas, 7-18 cm compr.; bainha estreita, castanho-clara, brilhante, carenada,

carena ciliada, superfície estriada, margem membranácea, ciliada; lígula ausente; lâmina

5-14 cm compr., 1-1,5 mm larg., achatada, superfície estriada, ápice agudo, levemente

assimétrico, margem ciliada. Espata conduplicada, carenada, carena ciliada, lâmina ca. 1

cm compr. Pedúnculo 12-31 cm compr., cilíndrico, 1-2-costado, costas ciliadas,

superfície estriada. Espiga pauciflora, (ca. 10 flores), 5-9 mm compr., 3-4 mm larg.,

ovoide a obovoide; brácteas castanhas, superfície estriada, mácula estreita, apical,

avermelhada, carenadas, margem avermelhada, levemente membranácea, lacerada,

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ápice arredondado; brácteas estéreis 4, 2-4 mm compr., 2-2,5 mm larg., ovadas a

orbiculares; brácteas florais 4-5 mm compr., 2-2,5 mm larg., oblongas. Flores com

sépalas laterais exsertas, livres, 6 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carenadas,

carena minutamente ciliada; pétalas com lobo elíptico; estaminódios pilosos; estames

ca. 2 mm compr., antera oblonga; estilete 6 mm compr., ramos 2 mm compr., estigma

estreito. Placentação suprabasal. Cápsula oblonga; sementes ovoides, castanho-claras,

estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Francisco Dumont, Serra do

Cabral, 18-I-1996, G. Hatschbach.64345 (MBM) fl.; 17°41'56”S, 44°17'31”W, 11-I-

1998, R.C. Forzza, 589 (SP, SPF) fl., fr.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Santana do Pirapama,

Serra do Cipó, 19°00'22”S, 43°45' 21”W, 15-III- 2009, D.C. Zappi 2160 (SPF holótipo,

SP isótipo) fl.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie conhecida apenas pela localidade

do tipo em Santana do Pirapama na Serra do Cipó, sendo aqui ampliada a ocorrência

deste táxon. (Figura 13. C).

Fenologia: floresce e frutifica de janeiro a março.

Comentário: caracteriza-se pelas folhas castanho-avermelhadas, com pontuações e

lâmina cilíndrica a subcilíndrica e brilhante. As brácteas têm margem distinta,

avermelhada e fortemente lacerada, a placentação e do tipo suprabasal.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.20. Xyris platystachya A.L. Nilsson ex Malme, Bih. Kongl. Svenksa Vetensk.-Akad.

Handl. 24(3): 17. 1898. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS, Serra do Cipó, Glaziou

119948 (P holótipo; B isótipo).

Ervas perenes, isoladas, base da planta estreita. Raízes espessas. Folhas dísticas,

20-45cm compr.; bainha estreita, pouco alargada na base, castanha a castanho-escura,

opaca, carenada, carena escabra, superfície tranverso-rugulosa, margem membranácea,

ciliada na base; lígula ausente; lâmina 13-35 cm compr., 2-4 mm larg., achatada,

superfície estriada, ápice atenuado, assimétrico, margem glabra. Espata conduplicada,

carenada, carena rugulosa, lâmina ca. 0,5 cm compr. Pedúnculo ca. 100 cm compr.,

cilíndrico, costela ausente, superfície estriada. Espiga multiflora (ca. 60 flores), 10-16

mm compr., 9-15 mm larg.; globosa a largo-ovoide; brácteas castanhas a castanho-

escuras, superfície transverso-rugulosa, mácula ampla, esverdeada, carena ausente,

margem lacerado-fimbriado, ápice arredondado; brácteas estéreis ca. 18, 5-7mm compr.,

4-5 mm larg., brácteas florais 8 mm compr., 3-5 mm larg., obovadas a oblongas. Flores

com sépalas laterais exsertas, livres, 8 mm compr., espatuladas, inequilaterais, carena

curtamente ciliada; pétalas com lobo obovado; estaminódios pilosos, estames 4 mm

compr., antera sagitada; estilete 9 mm compr., ramos ca. 4 mm compr., estigma estreito.

Placentação basal. Cápsula ovoide a globosa; sementes elipsoides, castanho-claras,

reticuladas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, 27-VII-1976, P.

Daves 2302 (UEC) fl., fr.

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Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Endêmica dos campos rupestres mineiros

(Figura 13. D).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de maio e setembro.

Comentário: Xyris platystachya é caracterizada por apresentarem plantas de

grande porte, em média 1 m compr., pela forma de suas espigas em geral globosa e

multiflora com cerca de 60 flores e por apresentar numerosas brácteas estéreis. No

material examinado, foi possível observar a presença de mácula estreito-elíptica na área

dorsal das brácteas florais. Espécie utilizada como "sempre-viva", sendo uma das mais

comercializada em Diamantina, Minas Gerais, conhecida popularmente como "cabeça-

de-negro" (Giuletti et al. 1996).

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.21. Xyris pterygoblephara Steud., Syn. Pl. Glumac. 2(10): 285. 1855. Tipo: BRASIL.

Sul do país, sem indicação segura, Sellow s.n. (holótipo B).

Ervas perenes, cespitosas a isolada, base da planta estreita a alargada. Raízes

delicadas a espessas. Folhas dísticas, 3-30 cm compr.; bainha estreita, distintamente

alargada na base, castanha a paleácea, carenada, carena ciliada, superfície estriada,

margem membranácea, inconspicuamente ciliada na base; lígula ausente; lâmina 3-18

cm compr., 2-5 mm larg., achatada, superfície estriada, pontuada, ápice agudo, obtuso a

uncinado, simétrico ou assimétrico, margem ciliada. Espata conduplicada ou não

conduplicada, carenada, carena ciliada, lâmina 0,3 cm compr. Pedúnculo 18-70 cm

compr., cilíndrico, subcilíndrico, comprimido para o ápice, 1-2-costelado, costela

ciliada, superfície estriada, pontuada. Espiga multiflora (12-20 flores), 5-15 mm compr.,

4-10 mm larg., ovoide a globosa; brácteas castanhas a castanho-claras, superfície

rugulosa a transverso-rugulosa, mácula ausente ou, quando presente, ampla, esverdeada,

carena ausente a levemente carenada, margem lacerada, ápice agudo a arredondado,

algumas vezes emarginado; brácteas estéreis 4, 3-6 mm compr., 3-6 mm larg., ovadas, a

suborbiculares; brácteas florais 6-7,5 mm compr., 2-5,5 mm larg., oblongas, globosas,

ovoides a largo-ovoides. Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 6 mm compr.,

oblongo-lanceoladas, inequilaterais, carenadas, carena ciliado-fimbriada; pétalas com

lobo ovado; estaminódios densamente pilosos; estames 3 mm compr., antera sagitada;

estilete 7,5 mm compr., ramos 2,5 mm compr., estigma estreito. Placentação basal.

Cápsula elipsoide a obovoide; sementes ovoides, castanho-escuras a castanho-

avermelhadas, estriadas.

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CHAVE PARA AS VARIEDADES DE X. PTERYGOBLEPHARA

1. Bainha foliar estreita e glabra na base; pedúnculo cilíndrico, não

comprimido; brácteas sem mácula ................................... 2.21.1. var. pterygoblephara

1'. Bainha foliar distintamente alargada e inconspicuamente ciliada na base;

pedúnculo subcilíndrico, comprimido para o ápice; brácteas com mácula 2.21.2. var. vernicosa

2.21.1. Xyris pterygoblephara Steud. var. pterygoblephara

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do

Cabral, Armazém de Laje, 7-VII-1985, R. Kral 72679 (SP) fr.

Material adicional examinado: Santana do Riacho, Serra do Cipó, rodovia Belo

Horizonte-Conceição do Mato Dentro, km 127, 21-III.1983, M.G.L. Wanderley CFSC

9319 (SP, SPF) fl., fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie com registros apenas para os

campos rupestres de Minas Gerais. (Figura 13. E).

Fenologia: floresce e frutifica nos meses de março a julho.

Comentários: Esta variedade é caracterizada por apresentar base da planta estreita

e mais delicada em relação à outra variedade, além de espiga com menor numero de

flores, cerca de 10, com brácteas castanho-claras, algumas vezes com o ápice

emarginado, não apresentando mácula.

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2.21.2. Xyris pterigoblephara var. vernicosa Kral & Wand., Kew Bull. 48(3): 583

(1993). Tipo: BRASIL. BAHIA, Brumadinho, Wanderley 1551 (holótipo SP!).

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Cuba, Lapa da

Dança 17°55'29”S, 44°14'23”W, 11-IX-2007, L. Pangaio 1152 (SP; HRJ) fl.; 11-IX-

2007, L. Pangaio 1153 (SP; HRJ) fl.; Francisco Dumont, Lapa Pintada, 17°53'S,

44°15'W, 13-X-1988, H. M. Harley 24968 (SPF) fl.; Joaquim Felício, Serra do Cabral,

Fazenda da Onça, 01-IX-1985, R. Mello-Silva 8129 (SP, SPF) fl.; Armazém de Laje,

07-VII-1985, R. Kral 75414 (SP, SPF) fl., fr.; Morro do Jucão, 31-X-1988, R. Kral

75414 (SP) fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Esta variedade foi

referida inicialmente para a Bahia, posteriormente foram descobertas outras duas

localidades, uma no Parque Estadual de Rio Preto e a outra na Serra do Cabral, ambas

em Minas Gerais. (Figura 13. F).

Fenologia: Floresce e frutifica de setembro a novembro.

Comentários: Xyris pterigoblephara var. pterygoblephara é caracterizada pela

base da planta alargada, com raízes em geral espessas, bainha distintamente alargada e

inconspicuamente ciliada na base. Nos materiais analisados para a Serra do Cabral, foi

observada a presença de espata conduplicada, diferindo de X. pterigoblephara var.

pterygoblephara cuja espata não é conduplicada. O pedúnculo apresenta-se

subcilíndrico e constantemente comprimido no ápice. A espiga é multiflora com cerca

de 20 flores; a característica mais marcante nesta variedade é a presença de a mácula

nas brácteas.

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Figura 13: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral. A. X. obcordata; B.

X. peregrina; C. X. pirapamae; D. X. platystachya; E. X. pterygoblephara var.

pterygoblephara; F. X. pterygoblephara var. vernicosa.

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2.22. Xyris roraimae Malme, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 6: 117. 1914. Tipo:

BRASIL. RIO BRANCO, Pico Roraima, Ule 8546 (lectótipo B, isolectotipo US!).

Figuras 14. A-E; 22. F.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta pouco alargada. Raízes filiformes.

Folhas dísticas, 17-32 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-escura, opaca,

carenada, carena glabra às vezes escabra, superfície transverso-rugulosa, margem

membranáceas, com presença de tricomas longos e finos apenas na base; lígula

presente; lâmina 9-17 cm compr., 4-5 mm larg., achatada, superfície transverso-

rugulosa, ápice agudo a atenuado, assimétrico, margem ciliada. Espata conduplicada,

carenada, carena ciliada, lâmina ca. 1 cm compr. Pedúnculo 60-80 cm compr.,

cilíndrico, 2-costelado, costelas ciliadas, superfície tranverso-rugulosa. Espiga

multiflora (ca. 30 flores), 9-17 mm compr., 5-8 mm larg., ovoide a cilíndrica; brácteas

castanho-claras, superfície estriada, com nervuras, mácula ausente, carena ausente,

margem membranácea, lacerada e avermelhada para o ápice; brácteas estéreis 10, 4-6

mm compr., 3-5 mm larg., obovadas, ápice arredondado; brácteas florais 5-6 mm

compr., 5,5 mm larg., obovadas, ápice truncado. Flores com sépalas laterais levemente

exsertas, livres, 5-6 mm compr., espatuladas, curvas, inequilaterais, carena larga e

ciliado-fimbriado, tricomas avermelhados; pétalas com lobo obovado, estaminódios

pilosos; estames 3 mm compr., antera oblonga, estilete 9 mm compr., ramos 4,5 mm

compr., estigma expandido. Placentação basal. Cápsula obovoide; sementes oblongas,

castanhas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do Cabral,

Morro do Onça, 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 800 (SP) fl.; Morro do Onça, 06-VII-1985, R.

Kral72628 (SP) fl.; Morro do Jucão 06-VII-1985, R. Kral 72628 (SP) fr. Morro do Jucão, 06-

VII-1985, R. Kral 72628 (SP) fl.; Morro do Jucão 07-VII-1985, R. Kral 72659 (SP) fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Goiás, Distrito Federal), Sudeste

(Minas Gerais). Espécie não endêmica da flora brasileira, ocorrendo na Venezuela.

(Figura 17. A).

Fenologia: floresce e frutifica entre os meses de março a dezembro.

Comentário: Xyris roraimae é caracteriza por apresentar superfície foliar

fortemente tranverso-rugulosa; o pedúnculo em geral são bicostelados, com costelas

densamente ciliadas, com alguns indivíduos apresentando uma terceira costela em

direção ao ápice, além de sépalas laterais espatuladas, com ápice avermelhado.

Apresenta afinidade morfológica com X. schizachne, por ambas apresentarem brácteas

castanho-avermelhadas com margem lacerada e revoluta. Para a separação destes táxons

pode-se observar a ausência de lígula marginal e a superfície foliar estriada em X.

schizachne.

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Figura 14: Xyris roraimae. A. Base; B. Detalhe do pedúnculo e da lâmina da espata; C.

Espiga; D. Bráctea floral; E. Sépala anterior; F. Botão floral envolvido pela bráctea anterior;

G. Bráctea estéril. (M.G.L. Wanderley 800).

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2.23. Xyris savanensis Miq., Linnaea 18: 605. 1844. Tipo: SURINAME. BERLYN,

Focke 1022 (holótipo: U).

Figura 9. E-G; 22. G.

Ervas anuais, cespitosas ou isoladas, base da planta estreita. Raízes delicadas.

Folhas dísticas, 1,5-10 cm compr.; bainha pouco alargada, castanho-avermelhada,

opaca, carenada, carena escabra, superfície transverso-rugulosa, margem membranácea,

glabra; lígula presente; lâmina 7-13(-21) cm compr., 0,5-3 mm larg., achatada,

superfície verrucosa a rugulosa, ápice agudo a obtuso, levemente assimétrico, margem

espessada. Espata conduplicada, carenada, carena verrucosa, lâmina ausente. Pedúnculo

(2-)10-30 cm compr., cilíndrico, 2-costelado, costelas escabras ou papilosas, superfície

estriada. Espiga multiflora (10 a 20 flores), 4-10 mm compr., 3-6 mm larg., globosa a

ovoide; brácteas castanho-escuras, superfície estriada, mácula apical, verde acinzentada,

carena presente apenas nas estéreis, margem inteira, ápice arredondado; brácteas

estéreis 4, 2-3 mm compr., 2,5-3,5 mm larg., orbiculares; brácteas florais 4-6 mm

compr., 3-5 mm larg., obovadas. Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 4 mm

compr., elípticas a espatuladas, inequilaterais, carena larga, ciliada; pétalas com lobo

obovado; estaminódios glabros; estames 1,5 mm compr., antera oblonga; estilete 4 mm

compr., ramos ca. 1 mm compr.; estigma estreito. Placentação basal. Cápsula obovoide;

sementes, globosas, castanho-escuras, estriada.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS; Augusto de Lima, Cuba, 17°

57'05.5”S, 44°15'33.2”W, 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2989 (SP) fl.; Buenópolis,

região da Lapa Pintada, 17° 54'58”S, 44°15'00.1”W, 23-V-2007, L. Pangaio 965 (SP,

HRJ) fl.; Parque estadual da Serra do Cabral, 17° 54'S, 44°15'W, 29-III-2011, M.G.L.

Wanderley 2970 (SP) fl.; Lassance , Morro do SCAI, 17°42'51”S, 44°23'35”W, 12-XI-

2010, N.F.O. Mota 1733 (SP, BHCB) fr.; Joaquim Felício, Bocaina, 05-VII-1985,

M.G.L. Wanderley 784 (SP) fr.; Morro do Onça, 05-VII-1985, R. Kral 72609 (SP) fr.;

Estrada de terra em direção a Serra do Cabral 17°42'28.1”S, 44°11'32.4”W, 21-VI-2010,

J.S. Guedes 27 (SP) fr.; Estrada de terra em direção a Serra do Cabral 17°41'52.4”S,

44°15'44.5”W, 30-III-2011, J.S. Guedes 46 (SP) fr.

Distribuição: Espécie de ampla distribuição ocorrendo da Venezuela até a

Argentina. No Brasil é encontrada em todos os estados (Figura 17. B).

Fenologia: Encontrada com flores e frutos ao longo de todo o ano.

Comentário: Xyris savanensis é facilmente reconhecida por apresentar ervas de

pequeno porte com aproximadamente 2 cm de comprimento e indivíduos intermediários

atingindo até 30 cm alt.. Esta espécie pode ainda ser distinta de todas as outras espécies

deste gênero por apresentar flores com estaminódios glabros. Na análise dos materiais

foi observado um caráter pouco comum às espécies do gênero, onde as sépalas laterais

são aderidas a bráctea floral vizinha, sendo difícil destacar um conjunto (bráctea e flor)

de outro na espiga.

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2.24. Xyris schizachne Mart., Flora 24 (2): 56. 1841. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS: sem localidade exata Ackermann in herb. Mart. (BR holótipo).

Figura 15. A-B.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes fibrosas. Folhas dísticas,

20-40 cm compr.; bainha alargada na base, castanho-clara, brilhante, levemente

carenada, carena glabrescente, superfície estriada, margem ciliada; lígula ausente;

lâmina 14,5-16,5 cm compr., ca. 3 mm larg., achatada, superfície estriada, ápice

acuminado, margem escabro-ciliada espessada. Espata conduplicada, carenada, carena

escabro-ciliada, lâmina curta ca. 0,5 cm compr. Pedúnculo 65-90 cm compr.,

subcilíndrico, 2-costelado, costelas escabras, superfície estriada. Espiga multiflora (ca.

20 flores), 5-7 mm compr., 4-7 mm larg., subglobosa a globosa; brácteas castanho-

escuras, mácula e carena ausentes, ápice arredondado, margem fortemente lacerada,

retroflexa, membranácea e avermelhada; brácteas estéreis 6, 4, 5-7 mm compr., 3-7 mm

larg. ovadas a orbiculares; brácteas florais semelhantes às brácteas estéreis, 7 mm

compr., 5,5 mm larg. ovadas a orbiculares. Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 9

mm compr., lanceoladas, subequilaterais, carena ciliado-fimbriado, tricomas

avermelhados; pétalas com lobo obovado; estaminódios pilosos por todo o ramo.;

estames 2 mm compr., antera oblonga; estilete ca. 10 mm compr., ramos 2 mm compr.;

estigma alargado. Placentação basal. Cápsula obovoide; sementes fusiformes; castanho-

claras, levemente estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do

Cabral, Morro do Jucão, 07-VII-1985, R. Kral 72646 (SP, SPF) fl., fr.; Rio da Onça, 19-

I-1996, G. Hatschbach 64406 (MBM) fl

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Distribuição: Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso

do Sul), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo), Sul (Paraná, Santa Catarina).

Fenologia: Floresce e frutifica de janeiro a julho.

Comentário: Xyris schizachne é facilmente reconhecida por apresentar pedúnculo

cilíndrico, bicostelado, costela escabra, espiga geralmente globosa, castanho-

avermelhada, com brácteas florais fortemente laceradas, retroflexas. Comentário sobre

afinidade morfológica ver X. roraimae. (Figura 16 C).

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Figura 15: A-B. Xyris schizachne A. Habito; B. Espiga; C-D. Xyris tenella C. Habito; D.

Espiga; E-F. Xyris tortula E. Habito; F. Espiga. (X. schizachne: A. Schinini 23030; X. tenella:

Hassler 9550; X. tortula: M.C. Ferruncci 1655).

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2.25. Xyris seubertii L.A. Nilsson, Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 24(14): 51.

1892. Tipo: BRASIL. ACRE: Serra da Roraima, Schomburgk 897 (holótipo B!)

Figura 16. A-I.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base da planta estreita a alargada. Raízes

delicadas a fibrosas. Folhas dísticas a subdísticas, 6-31 cm compr.; bainha alargada

apenas na base castanho-escura a negras, opaca, algumas vezes brilhante, 2-carenada,

carena escabra a glabra, superfície estriada, margem glabra inconspicuamente curto-

ciliada na base; lígula presente; lâmina 4-19 cm compr., 1-4 mm larg., achatada,

superfície estriada, ápice agudo a atenuado, margem levemente escabra. Espata

conduplicada, 2-carenada, carena escabra, lâmina 1-5 cm compr. Pedúnculo 25-66 cm

compr., cilíndrico, 1-2-costelado a multicostelado, costelas escabra a glabrescente,

superfície, lisa a transverso-rugulosa. Espiga pauciflora a multiflora (6-35 flores), 7-20

mm compr., 4-11 mm larg., obovoide ovoide, globosa a largo-ovoide; brácteas

castanhas, superfície tranverso-rugulosa, mácula ampla, verde-acinzentada, carenadas,

margem levemente lacerada, esparsamente ciliada; brácteas estéreis 4, 5-8 mm compr.,

3-5 mm larg., oblongas a ovadas, ápice agudo a mucronado; brácteas florais 6-7 mm

compr., 2,5-5 mm larg., oblongas, ápice arredondado. Flores com sépalas laterais

exsertas, concrescidas até a metade, 6-8 mm compr., oblongo-lanceoladas,

inequilaterais, carena larga, densamente pilosa; pétalas com lobo ovado a orbicular;

estaminódios pilosos por todo o ramo; estames 3-4 mm compr., antera oblonga; estilete

7 mm compr., ramos 4 mm compr., estigma alargado. Placentação central-livre. Cápsula

oblonga; sementes globosas, castanho-avermelhadas estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Cuba, Lapa Pintada, 30-

VII-2007, L. Pangaio 1054 (SP; HRJ) fl.; Joaquim Felício, Serra do Cabral, Bocaína,

05.VII.1985, M.G.L. Wanderley 744 (SP) fl.; 05.VII.1985, R. Kral 72582 (SP) fr.; Morro do

Onça, 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 805 (SP) fl.; 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 793 (SP)

fl.; 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 795 (SP) fl.; 06-VII-1985, M.G.L. Wanderley 799 (SP) fl.;

06.VII.1985, R. Kral 72631 (SP) fr.; 06.VII.1985, R. Kral 72633 (SP) fl.; Armazém de Lajes,

07.VII.1985, R. Kral 72680 (SP) fl.; Morro do Jucão, 07.VII.1985 R. Kral 72654 (SP) fl., fr;

Córrego Imbalaia, 14.III. 1997, G. Hatschbach 66246 (MBM) fr.; Serra do Cabral, 15.V.2001,

G. Hatschbach 72036 (MBM) fr.

Distribuição: Norte (Roraima), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso,

Goiás, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo). Espécie comum nos

campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, com representantes no cerrado e na

campinarana. (Figura 17. D).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de janeiro a julho.

Comentários: Espécie caracterizada pelas folhas esverdeadas, glaucas a

arroxeadas e negras na base, a base pode ser desde estreita até alargada, a espiga de

poucas a muitas flores, passando de ovoide até globosa, as brácteas estéreis são

oblongas a ovadas com ápice agudo a mucronado, algumas vezes excurrente. Este

polimorfismo observado, tanto em relação ao porte da espécie, quanto às diferentes

formas da espiga, pode ser dada devido a uma sinonimização indevida de X. calcarata

por L.B. Smth & Downs (1957), sendo necessário novos estudos.

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Figura 16: A-I. Xyris seubertii mostrando a variabilidade morfológica da espécie. A-B. Base;

C. Espiga; D. Bainha bicarenada; E. Lígula; F. Bráctea floral; G. Botão floral; H. Fruto; I.

Sépala lateral com tricomas ferrugíneos no ápice da carena. (J.S. Guedes 32; M.G.L.

Wanderley 799).

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2.26. Xyris sincorana Kral & Wand., Kew Bull. 48: 586. 1993. Tipo: BRASIL. BAHIA,

Serra do Sincorá, R. Kral & M.G.L. Wanderley et al. 72933 (holótipo SP!, isótipo US,

MO, VDB).

Figura 22. H-I.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base da planta bulbiforme. Raízes espessas.

Folhas polísticas, 10-40 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanha a

paleácea, brilhante, carena ausente, superfície fortemente nervada, margem

membranácea, ciliadas na base; lígula ausente; lâmina 6-30 cm compr., 0,5-1 mm larg.,

filiforme, subcilíndrica a achatada, superfície transverso-rugulosa, ápice atenuado,

levemente assimétrico, margem lisa a rugulosa. Espata conduplicada, carenada, carena

glabra, lâmina ca. 1 cm compr. Pedúnculo 35-80 cm compr., cilíndrico, costelas

ausentes a 1-2-costelado, costela glabra, superfície estriada e pontuada. Espiga

multiflora (até 20 flores), 10-15 mm compr., 5-10 mm larg.; ovoide a globosa; brácteas

castanho-claras a paleáceas, superfície transverso-rugulosa, mácula ausente, carena

ausente, margem lacerada, ápice agudo; brácteas estéreis 7, 10-20 mm compr., 1,5-3

mm larg., triangular-lanceolada; brácteas florais 8-9 mm compr., 2-3 mm larg., oval-

lanceoladas. Flores com sépalas laterais exsertas, livres, 7-8 mm compr., lanceoladas,

inequilaterais, carena ciliada; pétalas com lobo largo-elípticas; estaminódios pilosos,

estames 4 mm compr., antera oblonga; estilete 7 mm compr., ramos ca. 2,5 mm compr.;

estigma estreito. Placentação basal. Cápsula elipsoide; sementes cilíndricas, castanhas,

estriadas.

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Material examinado: Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto

de Lima, Cuba, 17°57'0.5"S, 44°15'33.2"W, 31-III-2011, M.G. L, Wandelerley 2987

(SP) fl.; 17°57'0.5"S, 44°15'33.2"W, 31-III-2011, M.G. L. Wandelerley 2997 (SP) fl.;

Buenópolis, Serra do Cabral, caminho do Tanque, 03-VIII-2006, L. Pangaio 821 (SP;

HRJ) fr.; após a área de Pinnus, 03-VIII-2006, L. Pangaio 779 (SP; HRJ) fr.; Parque

Estadual da Serra do Cabral, 29-III-2011, M.G. L. Wandelerley 2974 (SP) fl., fr.; 29-III-

2011, M.G. L. Wandelerley 2967 (SP) fl.; Lassance, Serra do Cabral, Morro do SCAI,

17°41'39"S, 44°17'30"W, 13-XI-2010, N.F.O. Mota 1745 (SP, BHCB) fr; Joaquim

Felício, Armazém de Laje, 07-VII-1985, R. Kral 72675 (SPF) fl., fr.; Morro do Onça,

05-VII-1985, R. Kral 72635 (SP) fl.; 06-VII-1985, R. Kral 72640 (SP) fr.; )6-VII-1985,

M.G. L. Wandelerley 1797 (SP) fl.; Comencha de Cima, 02-IX-1985, T.B. Cavalcanti

CFCR 8202 (SPF) fl.; próximo a Capelinha, 17°42'S, 44°18'W, 12-II-1988, J.R. Piranii

2213 (SPF) fl.; Serra do Cabral 30-X- 1988, M.G. L. Wandelerley 1396 (SP) fr.; Serra

do Cabral, 14-III- 1997, G. Hatschbach 66196, (MBM) fr.; Córrego do Veado Esfolado,

14-III- 1997, G. Hatschbach 66234, (MBM) fl.; Armazém de Laje, 16-III- 1997, G.

Hatschbach 66306 (MBM) fl.; 16-III- 1997, G. Hatschbach 66312 (MBM) fl.; Entre os

rios Embaiassaia e o Rio Preto, 07-VI-2004, G. Hatschbach 77409 (MBM) fl.;

17°41'50.6"S, 44°17'42.5"W, 22-VI-2010, J.S. Guedes 34 (SP) fr; Estrada para o Parque

Estadual da Serra do Cabral 17°41'51.6"S, 44°16'44"W, 30-III-2011, J.S. Guedes 48

(SP) fl. fr.; 30-III-2011, J.S. Guedes 50 (SP) fl.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Encontrada até o presente

momento em apenas três localidades da Cadeia do Espinhaço; Serra do Sincorá (BA),

Serra de Grão Mogol (MG) e na Serra do Cabral (MG). (Figura 17. E).

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Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de janeiro e novembro.

Comentários: Xyris sincorana apresenta hábito muito característico, em geral com

indivíduos isolados com base bulbiforme expondo restos de folhas e fibras desfiadas na

base. As folhas são dispostas espiraladamente, com lâmina foliar em geral subcilíndrica.

A espiga também auxilia no reconhecimento da espécie, onde as duas brácteas mais

externas igualam ou até ultrapassam o comprimento das demais, algumas vezes

apresenta brácteas estéreis recurvas. Outra característica marcante é a presença do

pedúnculo sinuoso, semelhante a outras espécies como em X. tortula Mart. e X.

sparcifolia Kral & L.B. Sm.

Ilustração em Wanderley et al. 2009.

2.26. Xyris sparsifolia Kral & L.B. Sm., Bradea 3(34): 279. 1982. Tipo: BRASIL.

BAHIA, Serra do Sincorá, Harley et al. 18801 (holótipo: CEPEC!, isótipos: K, US

imagem!, VDB).

Ervas perenes, isoladas, base da planta bulbiforme. Raízes filiformes. Folhas

espiraladas, 25-35 cm compr.; bainha abruptamente orbicular na base, castanho-

avermelhada a negra, brilhante, não carenada, superfície estriada, margem ciliada, lígula

ausente; lâmina 19-30 cm compr., 1 mm larg., cilíndrica a subcilíndrica, superfície

estriada, ápice agudo, assimétrico. Espata conduplicada, carena ausente, lâmina ca. 0,5

cm compr. Pedúnculo 30-50 cm compr., cilíndrico, costelas ausentes, superfície

estriada. Espigas multiflora (ca. 20 flores), 12-30 mm compr., 4-9 mm larg., cilíndrica;

brácteas castanhas, superfície estriada, mácula apical esverdeada, levemente carenadas

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para o ápice, ápice obtuso, margem inteira; brácteas estéreis 8, 3-4 mm compr., 1-3 mm

larg., oblongas a obovadas; brácteas florais 3-4 mm compr., 1-3 mm larg., elípticas a

obovadas. Flores com sépalas laterais levemente exsertas, livres, 4,5-5,0 mm compr.,

lanceolada, inequilaterais, carenada, carena ciliada; pétalas com lobo largo-oblongo;

estaminódios pilosos por todo o ramo; estames ca. 3 mm compr., antera sagitada;

estilete 9 mm compr., ramos 4,5 mm compr., estigma alargado. Placentação basal.

Cápsula elipsoide; sementes fusiformes, castanho-claras, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS; Augusto de Lima, Cuba,

17°56'59.6”S, 44°15'31.8”W, 31-III-2011, J.S. Guedes 54 (SP) fl., fr.; Morro do Jucão,

07-VII-1985, R. Kral 72658 (SP, SPF) fl, fr.; próximo à portaria da SCAI, 17°42'15"S,

44°18'3"W, 10-VII-2007, F. Marino 310 (BHCB) fr.

Distribuição: Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Espécie

amplamente distribuída nos campos rupestre da Cadeia do Espinhaço. Na Serra do

Cabral ocorrem pequenas populações com indivíduos isolados, sempre associados a

solos arenosos e úmidos (Figura 17. F).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de janeiro e julho.

Comentário: Espécie facilmente reconhecida por apresentar hábito isolado,

sinuoso, pouquíssimas folhas e espigas cilíndricas.

Ilustração em Wanderley et al. 2009.

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Figura 17: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral. A. X. roraimae; B.

X. savanensis; C. X. schizachne; D. X. seubertii; E. X. sincorana; F. X. sparsifolia.

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2.27. Xyris spectabilis Mart. Flora 24(2): 54. 1841. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS,

Serra Fria, campo pelo Rio Paraopeba, Martius s.n. (M holótipo).

Ervas perenes, cespitosas ou isoladas, base da planta estreita. Raízes espessas.

Folhas dísticas a subdistícas, 35-60 cm compr.; bainha estreita, alargada apenas na base,

castanho avermelhada a negra, opaca ou brilhante, carenada, carena glabra, superfície

transverso-rugulosa algumas vezes estriada, margem membranácea, algumas vezes

ciliada apenas na base; lígula ausente; lâmina 24-40 cm compr., 2-5 mm larg., achatada,

superfície fortemente nervada, pontuada, ápice agudo, assimétrico, margem glabra.

Espata conduplicada, 3-carenada, carenas glabras, lâmina ca. 2 cm compr. Pedúnculo

70-120 cm compr., cilíndrico, costelas ausentes, estriado e pontuado. Espiga multiflora

(ca. 120 flores), 18-20 mm compr., 10-12 mm larg.; ovoide a largo-ovoide; brácteas

castanho-escuras, rugulosas, mácula ausente, carena ausente, margem lacerada, ápice

arredondado; brácteas estéreis 20-24, 5-6 mm compr., 3-5 mm larg., obovadas; brácteas

florais 15 mm compr., 5 mm larg., obovadas. Flores com sépalas laterais exsertas,

livres, 8-9 mm compr., espatuladas, inequilaterais, carenada, carena ciliada; pétalas com

lobo obovado, estaminódios pilosos por todo o ramo, estames ca. 3 mm compr., antera

oblonga; estilete 10 mm compr., ramos ca. 3 mm compr.; estigma truncado. Placentação

basal. Cápsula obovoide; sementes ovoides, castanho-avermelhadas, multicosteladas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Augusto de Lima, Cuba, 31-III-

2011, M.G.L. Wanderley 2999 (SP) fl.; Buenópolis, Parque Estadual da Serra do Cabral,

29-III-2011, M.G.L. Wanderley 2973 (SP) fl.; Joaquim Felício, Serra do Cabral,

Bocaina, 05-VII-1985, M.G.L. Wanderley 785 (SP) fl.; Armazém de Laje, 07-VII-1985,

M.G.L. Wanderley 815 (SP) fl., fr.; Serra do Cabral, 05-VII-1985, R. Kral 72595 (SP,

SPF) fl.; Morro do Jucão, 07-VII-1985, R. Kral 72655 (SP, SPF) fl; Armazém de Laje,

07-VII-1985, R. Kral 72672 (SP) fl., fr.; Serra do Cabral, 31-VIII-1985, J.R. Pirani

CFCR 8082 (SPF, SP) fr.; 31-VIII-1985, R. Mello-Silva CFCR 8090 (SPF, SP) fr.;

Francisco Dumont, estrada na subida pelo Morro do SCAI 17°41'39"S, 44°17'30"W, 13-

XI-2010, N.F.O. Mota 1741 (BHCB, SP) fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Espécie exclusiva dos campos rupestres

mineiros (Figura 19. A).

Fenologia: Floresce e frutifica de março a novembro.

Comentários: Xyris spectabilis apresenta variação na coloração da base da planta

que, em alguns espécimes, a base é castanho-avermelhada e opaca e folhas com

superfície fortemente transverso-rugulosa e margem membranácea, ciliada apenas na

base; e em outros a bainha é negra, brilhante e as folhas possuem superfície estriada,

levemente transverso-rugulosa com margem apenas membranácea. Esta variação pode

ser dada pela diferença de ambiente, nos com afloramentos de arenito e rochas

predominam o primeiro tipo de base, e em ambientes úmidos, como as regiões de

brejosas ou veredas, incide o segundo tipo. Comentário sobre afinidade morfológica

detalhado em X. augusto-coburgii.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.29. Xyris stenocephala Malme, Bihang till Kgl. Sv. Vet. Akad. Handl. 22, Afd. 3(2):

18. 1896. Tipo: BRASIL. MATO GROSSO, Santa Ana da Chapada, Malme 1426 (S

holótipo).

Figura 18. A-E.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas; base da planta estreita. Raízes filiformes.

Folhas dísticas, 6-15 cm compr.; bainha estreita, castanho-escura, brilhante, carenada,

carena glabra, superfície lisa, margem membranácea; lígula presente; lâmina 13-5 cm

compr., 1-1,5 mm larg., achatada, estriadas, margem glabra. Espata não conduplicada,

carenada, carena glabra, lâmina ca. 0,5 cm compr. Pedúnculo 10-25 cm compr.,

achatado, costelas ausente, superfície estriada. Espiga multiflora (12-16 flores), 7-10

mm compr., 3,5- 5 mm larg., obovoide a elipsoide; brácteas castanhas, superfície

estriada, mácula ampla, verde-acinzentada, carena presente, margem levemente

membranácea e lacerada para o ápice, ápice arredondado; brácteas estéreis 9, 2,5-4 mm

compr., 1,5- 2,0 mm larg., elípticas a oblongas; brácteas florais 5-6mm compr., 3,5-4

mm larg., obovadas. Flores com sépalas laterais inclusas, livre, lanceoladas,

inequilaterais, carenada, carena esparsamente ciliada; pétalas com lobo obovado;

estaminódio piloso; estames ca. 3 mm compr., anteras oblongas; estilete 5 mm compr.,

ramos 3,5 mm compr., estigma estreito. Placentação basal. Cápsula oblonga; sementes

fusiformes castanho-claras, reticuladas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS; Joaquim Felício, Serra do

Cabral, Bocaina, 23-XI-1984, M.C.H. Mamede CFCR 6372 (SPF) fl., fr.

Material adicional examinado: BRASIL. DISTRITO FEDERAL, APA Gama-

Cabeça do Veado. Lagoa do córrego do Cedro 15º53'46”S 47º56'36”W, 25 XI-2002,

M.L. Fonseca 3777 (SP) fr.

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Distribuição: Norte (Roraima, Pará, Amazonas, Rondônia), Centro-Oeste (Mato

Grosso, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo). Espécie referida pela

primeira vez para o estado de Minas Gerais (Figura 19. B).

Fenologia: Encontrada com flores e frutos em novembro.

Comentário: Xyris stenocephala é uma espécie de fácil reconhecimento por

apresentar rizoma vertical bem desenvolvido com entrenós espaçados, base da planta

estreita com folhas dísticas, bainha castanho-escura e brilhante, com lâmina geralmente

sinuosa. Tem afinidade com X. bialata pela semelhança da espiga, com mácula evidente

e esverdeada nas brácteas e pelo pedúnculo achatado. Estas espécies podem ser

separadas pelo tipo de placentação, sendo a placentação é basal em X. stenocephala, e

central-livre em X. bialata.

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Figura 18: Xyris stenocephala. A. Hábito; B. Espiga; C. Detalhe das sépalas lateral unidas à

bráctea floral; D. Sépalas laterais; E. Corte transversal da sépala. (M.L. Fonseca 3777).

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2.30. Xyris subsetigera Malme, Ark. Bot. 13(3): 81. 1913. Tipo: BRASIL. MINAS

GERAIS, Vila do Príncipe, Martius s.n. (M holótipo).

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes delicadas. Folhas

dísticas, 2-8 cm compr.; bainha estreita, castanho, brilhante, carenada, carena glabra,

superfície estriada, margem membranácea; lígula ausente; lâmina 1-4 cm compr., ca. 1

mm larg., achatada, superfície pontuada, levemente estriada, ápice agudo, simétrico,

margem densamente ciliada, híspida, a glabrescente. Espata conduplicada, carenada,

carena ciliada, lâmina ca. 1 cm compr. Pedúnculo 20-35 cm compr., cilíndrico, 1-

costelado, costela ciliada a glabrescente, levemente estriado. Espiga pauciflora (ca. 10

flores), 6-10 mm compr., 4-5 mm larg., elipsoide a ovoide; brácteas castanho-claras,

mácula ampla, esverdeada, levemente carenada, margem inteira a minutamente

lacerada, ápice agudo; brácteas estéreis 4, 4,5 mm compr., 3 mm larg., ovadas; brácteas

florais 6-7,5 mm compr., 3 mm larg., oblongas a obovadas. Flores com sépalas laterais

inclusas, concrescidas 1/3 do comprimento, 6 mm compr., lanceoladas, inequilaterais,

carenadas, carena estreita, ciliada para o ápice; pétalas com lobo oblongo, estaminódios

pilosos por todo o ramo; estames ca. 3,5 mm compr., antera oblonga; estilete 7 mm

compr., ramos 2,5 mm compr., estigma expandido. Placentação central-livre. Cápsula

obovoide; sementes globosas, castanho-escuras, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS; Augusto de Lima, Cuba,

17°57'05.5”S, 44°15'33.2”W, 31-III-2011, M.G.L. Wanderley 2990 (SP) fl., fr.;

Buenópolis, Parque Estadual da Serra do Cabral, 17°53'29.3"S, 44°18.'01.5"W, 29-III-

2011, M.G. L. Wanderley 2969 (SP) fl.; Joaquim Felício, Bocaina, 05-VII-1985, R. Kral

72597 (SP) fr.; Morro do Jucão, 06-VII-1985, R. Kral 72632 (SP) fr.; Serra do Cabral,

17°42'S, 44°18.'W, 12-II-1988, J.R. Pirani 2117 (SPF, SP) fl.; Francisco Dumont,

Córrego do Veado Esfolado, 14-III-1997, G. Hatschbach 66228 (BHCB) fl.; Córrego

Imbalaçaia, 14-III-1997, G. Hatschbach 66250 (BHCB) fl.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais). Amplamente distribuída

ao longo da Cadeia do Espinhaço (Figura 19. C).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de fevereiro e agosto.

Comentários: Xyris subsetigera caracteriza-se por apresentar folhas curtas com

cerca de 2-8 cm compr., lâmina com margem densamente ciliada, híspida a

glabrescente. Apresenta espiga com brácteas castanho-escuras com mácula e carena.

Apresenta variação quanto à superfície foliar, uma vez que a análise das coleções da

Serra do Cabral mostra espécimes com superfície levemente estriada e pontuada, em

outras populações, como as da Serra do Cipó ou de Diamantina, a superfície foliar é

apenas estriada.

Ilustração em Wanderley 2011.

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2.31. Xyris tenella Kunth, Enum. Pl. (Kunth) 4: 9. 1843. Tipo: BRASIL, RIO DE

JANEIRO: Serra dos Órgãos, Luetzelburg 404 (lectótipo M, US imagem!).

Figura 15. C-D.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes delicadas. Folhas dísticas

a subdísticas, 1,5-12 cm compr.; bainha estreita, castanha a paleácea, brilhante,

carenada, carena glabra, superfície estriada a rugulosa, margem membranácea, ciliada;

lígula ausente; lígula ausente; lâmina 1-8 cm compr., 0,5-2 mm larg., achatada,

superfície estriada, ápice agudo, assimétrico, margem glabra. Espata conduplicada,

carenada, carena glabra, lâmina 0,2-0,5 cm compr. Pedúnculo 15-30 cm compr.,

cilíndrico a filiforme, multicostelado, costelas escabras, superfície estriada. Espiga

pauciflora (até 6 flores), 6-9 mm compr., 3-4 mm larg., elípticas a ovoide; brácteas

castanhas a castanho-claras, membranáceas, mácula estreita, inconspícua, avermelhada,

carenada, margem avermelhada, membranácea e lacerada, ápice agudo; brácteas estéreis

4, 3-5 mm compr., 1-3 mm larg., estreito-triangulares, ovadas a oblongas, brácteas

florais 5-7 mm compr., 2-3 mm larg., ovadas a oblongas. Flores com sépalas laterais

inclusas, livres, -5-6 mm compr., lanceoladas, subequilaterais, carena ciliada; pétalas

com lobo ovado; estaminódios densamente pilosos; estames 2,5 mm compr., antera

sagitada; estilete 5 mm compr., ramos 2 mm compr., estigma estreito. Placentação

basal. Cápsula ovoide; sementes fusiformes, castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, Serra do

Cabral, Bocaina, 23-XI-1984, A.M. Giulietti CFCR 6397 (SP, SPF) fr.; Morro do Jucão,

07-VII-1985, R. Kral 72651 (SP, SPF) fl., fr.; Armazém de Laje, 07-VII-1985, R. Kral

72668 (SP, SPF) fl., fr.; Comecha de Cima, 02-XI-1985, R. Mello-Silva CFCR 8229

(SP, SPF) fl.

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Distribuição: Centro-Oeste (Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo,

São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná). Espécie de Ampla distribuição, ocorrendo no

Paraguai, Venezuela e Guiana Francesa (Figura 19. D).

Fenologia: Floresce e frutifica de junho a novembro.

Comentário: Xyris tenella apresenta folhas curtas em relação ao pedúnculo,

atingindo em média poucos centímetros de comprimento (1,5-12 cm compr). As espigas

são paucifloras, delicadas, em sua maioria elípticas, brácteas com mácula estreito-

elíptica e avermelhadas no ápice; e com margem estreita e também avermelhada. Todas

estas características tornam esta espécie de fácil reconhecimento.

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2.32. Xyris tortula Mart., Flora 24(Beibl. 2): 55. 1841. Tipo: BRASIL. Sem indicação

de estado, Martius 872b (L isótipo).

Figura 15. E-F.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes filiformes. Folhas

polística, 15-30 cm compr.; bainha estreita, castanho-avermelhadas a amareladas,

brilhante, carena ausente, superfície estriada, margem ciliado-fimbriada; lígula presente;

lâmina 10-18 cm compr., 1,5 mm larg., filiforme, superfície estriada, rugulosa e

pontuada, ápice agudo, simétrico, margem rugulosa. Espata conduplicada, carenada,

carena glabra, lâmina 0,5 cm compr. Pedúnculo 20-50 cm compr. cilíndrico, 1-costelado

a multicostelado, costelas glabras, superfície estriada, pontuada. Espiga pauci a

multiflora (10-15 flores), 6-9 mm compr., 3-5 mm larg., ovoide; brácteas castanhas,

superfície estriada, mácula ausente, carenada, margem avermelhada e lacerado

fimbriada, ápice agudo; brácteas estéreis 4, 2-6 m compr., 2-4 mm larg., ovadas a

suborbiculares; brácteas florais 5-7 mm compr., 2-4 mm larg., oblonga a ovada. Flores

com sépalas laterais levemente exsertas, livres, 5-6 mm compr., oblongo-lanceoladas,

inequilaterais, carenada, carena ciliada; pétalas com lobo oblongo; estaminódios

pilosos; estames ca. 3 mm compr., antera oblongo; estilete 7 mm compr., ramos 2 mm

compr., estigma estreito. Placentação basal. Cápsula obovada, sementes ovoides

castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Buenópolis, Lapa da Dança,

17°55’29”S, 44°14’23”W, 13-III-2007, L. Pangaio 918 (SP, HRJ) fl.; Joaquim Felício,

Morro do Onça, 06-VII-1985, R. Kral 72642 (SP, SPF) fr.; R. Kral 72643 (SP, SPF);

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Morro do Jucão, 07-VII-1985, R. Kral 72650 (SP, SPF) fl. fr.; R. Kral 72652 (SP, SPF)

fl. fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito

Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,

São Paulo,), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Figura 19. E).

Fenologia: Floresce e frutifica entre os meses de janeiro a setembro.

Comentários: Xyris tortula é de uma espécie com grande variação morfológica e

algumas vezes de difícil reconhecimento.

A parte vegetativa pode ser confundida com outras espécies, especialmente pelas

lâminas foliares variarem de cilíndricas, filiformes a achatadas, como na forma das

espigas, que variam de dimensões e forma. Nos exemplares da Serra do Cabral,

predominam as lâminas filiformes eretas a sinuosas, com lígula muito reduzida, quase

inconspícua, sendo este padrão difícil para determinar alguns exemplares, levando a

identificação errônea nas coleções de herbário.

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2.33. Xyris trachyphylla Mart., Flora 24(2): 56.1841. Tipo: BRASIL. MINAS GERAIS,

Ouro Preto, Pohl s.n. (W holótipo).

Figura 23. A.

Ervas perenes, cespitosas, base da planta estreita. Raízes fibrosas. Folhas dísticas

a subdísticas, 5-33 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanho-escura, opaca

algumas vezes brilhante na base, carenada, carena escabro-ciliada; superfície

transverso-rugulosa, margem ciliada; lígula presente; lâmina 5-24 cm compr.; 1,5-4 mm

larg., achatada, superfície estriada, transverso-rugulosa, ápice obtuso, assimétrico,

margem escabra. Espata conduplicada, lâmina 2,5 mm compr. Pedúnculo 35-60 cm

compr., cilíndrico a levemente comprimido para o ápice, costelas ausentes a 1-

costelado, superfície transverso-ruguloso. Espiga pauciflora, 6-10 flores, 15-17 mm

compr., 6-8 mm larg., ovoide a elíptica; brácteas castanho-escuras, superfície

transverso-rugulosa, mácula ampla, verde a verde-acinzentada, passando a castanha

quando velha, carenadas, margem lacerada, ápice agudo; brácteas estéreis 4, 6-8 mm

compr., 5-8 mm larg., ovadas; brácteas florais 15-16 mm compr., 3-6 mm larg.,

oblongas. Flores com sépalas laterais inclusas a levemente exsertas, concrescidas até a

metade, 13 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carenada, carena densamente pilosa

a glabrescente; pétalas com lobo ovado; estaminódios pilosos por todo o ramo; estames

4 mm compr., antera oblonga; estilete 15 mm compr., ramos ca. 4 mm compr., estigma

alargado. Placentação central-livre. Cápsula oblonga; sementes elipsoides, castanho

escuras, reticuladas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Joaquim Felício, 07-III-1970,

H.S. Irwin 27116 (SP, NY) fl., fr.

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Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Santana do Riacho,

km 128 ao longo da rodovia Belo Horizonte - Conceição do Mato Dentro, 07-IV-1987,

M.G.L. Wanderley CFSC 10669 (SP, SPF) fl., fr.

Distribuição: Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São

Paulo). Ocorre nos campos rupestres da Cadeia de Espinhaço e nos campos de altitude

de São Paulo e Rio de Janeiro (Figura 19. F).

Fenologia: encontrada com flores e frutos de março a junho.

Comentário: Xyris trachyphylla é caracterizada pelas espigas com brácteas

providas de mácula conspícua, verde a verde-acinzentada, e pela presença de superfície

foliar fortemente transverso-rugulosa com margens e carena escabras. Estes caracteres

permitem o fácil reconhecimento da espécie, mesmo em material herborizado. Para

afinidade morfológica ver X. diamantinae.

Ilustração em Wanderley 2011.

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Figura 19: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral. A. X. spectabilis;

B. X. stenocephala; C. X. subsetigera; D. X. tenella; E. X. tortula; F. X. trachyphylla.

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2.34. Xyris sp. 1

Ervas perenes, cespitosas, base sub-bulbiforme. Raízes delicadas. Folhas dísticas, 7-16

cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanho-claro, opaca, carenada, carena

espessada e escabra, superfície estriada, margem membranácea, curtamente ciliada

glabrescente na base, algumas vezes com faixa estreita, castanho-avermelhada na margem

apenas na base, lígula ausente; lâmina 4-9 cm compr., 2-4 mm larg., achatada, superfície

estriada, ápice acuminado, assimétrico, margem ciliada, tricomas alvos. Espata conduplicada,

carenada, carena glabra, lâmina ausente. Pedúnculo 30-52 cm compr., cilíndrico, costela

ausente a 1-costelado, costela ciliada a glabrescente, superfície pontuada. Espiga multiflora

(11 flores), com inserção oblíqua do pedúnculo, 7-12 mm compr., 3-5 mm larg., elíptica a

estreito-obovoide, tubular na antese; brácteas castanhas, superfície tranverso-rugulosa, mácula

ausente, carena ausente, margem minutamente laceradas; brácteas estéreis 4, 4-5 mm compr.,

2,5-3 mm larg., elíptica a ovoide, ápice agudo; brácteas florais diferenciadas, as mais basais

6,5-7 mm compr., 3-4 mm larg., oblongas, ápice arredondado, as do ápice 9 mm compr., 2mm

larg., linear-lanceoladas ápice agudo. Flores com sépalas laterais inclusas, livres, 6-7 mm

compr., linear-lanceoladas, carenadas, carena estreita, glabra; pétalas 19 mm compr., lobos

elípticos; estaminódio piloso, tricomas longos; estames 3 mm compr.; estilete 10 mm compr.,

ramos 2 mm compr., estigma expandido. Placentação basal. Cápsula oblonga; sementes largo-

elípticas a globosas, castanho-avermelhadas, estriadas.

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Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Augusto de Lima, Serra do Cabral,

Cuba, 17°56'59.6"S, 44°15'31.8"W, 31-III-2011, J.S. Guedes 57 (SP); Joaquim Felício, Serra

do Cabral, Bocaina, 05-VII-1985, R. Kral 72583 (SP, SPF); Joaquim Felício, Serra do Cabral,

Morro do Onça, 06-VII-1985, R. Kral 72626 (SP, SPF); Joaquim Felício, Serra do Cabral,

17°41'52.4"S, 44°15'44.5"W, 30-III-2011, J.S. Guedes 45 (SP);

Distribuição: Encontrada até o presente momento apenas para Minas Gerais na Serra do

Cabral (Figura 20. A).

Fenologia: encontrada com flor e fruto entre os meses de março a julho.

Comentário: Trata-se de um táxon inédito para a ciência, caracterizado por apresentar

bainha alargada apenas na base, castanho-clara, com margem castanho-avermelhada e glabra.

As espigas são muito características, com inserção oblíqua no pedúnculo, dando um aspecto

inclinado às espigas; variando de elípticas a estreito-obovoides quando jovens, chegando a

tubular com ápice truncado após a floração. As brácteas florais são distintas, sendo as da base

são oblongas com ápice arredondado e as do ápice linear-lanceoladas com ápice agudo,

deixando a mostra suas extremidades agudas, juntamente com as sépalas lanceoladas.

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2.35. Xyris sp. 2

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes delicadas. Folhas

polísticas, 10-18 cm compr.; bainha estreita, castanha a paleácea, brilhante, costelada, costelas

glabras, superfície transverso-rugulosa, margem membranácea, ciliada; lígula ausente; lígula

ausente; lâmina 8-14 cm compr., 0,5-1 mm larg., filiforme, subcilíndrica a achatada;

superfície estriada a pontuada, ápice agudo a atenuado, simétrico, margem glabra. Espata

conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina ausente. Pedúnculo 12-52 cm compr.,

cilíndrico a filiforme, costela ausente, superfície estriada, pontuada. Espiga pauciflora (4-10

flores), 6-11 mm compr., 3-5 mm larg., elípticas a ovoide; brácteas castanhas a castanho-

claras, superfície estriada, mácula ausente, carena presente, margem membranácea e lacerada,

ápice atenuado, mucronado; brácteas estéreis 11, 5-7 mm compr., 1-3 mm larg., estreito-

triangulares a oblongas, brácteas florais 8 mm compr., 3 mm larg., oblongas. Flores com

sépalas laterais exsertas, livres, 6 mm compr., lanceoladas, subequilaterais, carena

glabrescente; pétalas e outras partes reprodutivas não visto. Placentação central-livre. Cápsula

ovoide; sementes fusiformes, castanho-avermelhadas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Joaquim Felício, Bocaina, 05-VII-

1985, R. Kral 7590 (SP) fl., fr.

Distribuição: Encontrada até o presente momento apenas para Minas Gerais na Serra do

Cabral (Figura 20. B).

Fenologia: Coletada com flor e fruto no mês de julho.

Comentário: Trata-se de uma provável espécie nova, necessitando de novas coletas para

sua confirmação e descrição. É caracterizada por apresentar hábito e espigas delicados. Por

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este caractere, assemelha-se a X. tenella, diferindo por apresentar espata fortemente carenada,

terminando com ápice excurrente, com lâmina ausente e brácteas estéreis mais externas

membranáceas, semelhantes a fitas.

2.36. Xyris sp. 3

Ervas perenes ou anuais, cespitosas a isoladas, base da planta estreita. Raízes filiformes.

Folhas dísticas a subdísticas, ca. 5 cm compr.; bainha estreita, castanhas passando a castanho-

escura na base, brilhante, levemente carenada, carena escabra, superfície tranverso-rugulosa,

margem membranácea, ciliada na base, curtamente ciliada na base, tricomas castanhos,

algumas vezes caducos; lígula presente; lâmina ca. 30 cm compr., 1 mm larg., filiforme,

superfície tranverso-rugulosa, ápice agudo, simétrico. Espata conduplicada, carenada, carena

glabra, lâmina ausente. Pedúnculo 30-80 cm compr., cilíndrico, costela ausente, superfície

estriada, estrias avermelhadas. Espiga multiflora (12 flores), 8-10,5 mm compr., 3-5,5 mm

larg., obovoide, globosa a elíptica; brácteas castanhas, superfície estriada, mácula ausente,

levemente carenadas para o ápice, margem membranácea, estreita, inteiras, glabras, ápice

arredondado; brácteas estéreis 18. 2,5-7 mm compr., 2-4 mm larg., globosas, largo-ovoide a

oblongas; brácteas florais 6-7 mm compr., 3-4 mm larg. oblongas a largo-obovadas. Flores

com sépalas laterais inclusas, livres, 7 mm compr., espatulada, inequilaterais, carenada,

carena larga, esparsamente ciliada, ápice avermelhado. Placentação central-livre. Cápsula e

sementes não vistas; flores jovens.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Serra do Cabral, Armazém de Lajes,

07-VII-1985, M.G.L. Wanderley 832 (SP) fl., fr.

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Distribuição: Encontrada até o presente momento apenas para Minas Gerais na Serra do

Cabral (Figura 20. C).

Fenologia: encontrada com flores e frutos em julho.

Comentários: Trata-se de uma provável espécie nova, necessitando de novas coletas

para sua confirmação e descrição. Caracterizada por apresentar folhas com bainha muito

delicada, algumas vezes decídua, dando com aspecto semelhante ao da lâmina, e lígula bem

desenvolvida, com ápice arredondado. As lâminas foliares, por sua vez, são filiformes a

subcilíndricas, triangulares no ápice. As espigas apresentam até 18 brácteas estéreis, sendo as

mais externas muito reduzidas e duas adpressas ao pedúnculo.

2.37. Xyris sp. 4

Ervas perenes, cespitosas, base da planta bulbiforme. Raízes delicadas. Folha polísticas,

10-20 cm compr.; bainha estreita, castanha a castanho-escura na base, brilhante, carena

ausente, superfície costelada, margem membranáceas e ciliadas; lígula ausente. lâminas 6-15

cm compr., 0,5 mm larg., filiforme a subcilíndricas, estriadas a levemente tranverso-rugulosa,

atenuado, simétrico, margem vilosa. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina 0,5

cm compr. Pedúnculo filiforme a cilíndrico, 2-costelado, costela vilosas, superfície estriada.

Espiga pauciflora (ca. 10 flores), 6-8 mm compr., 2,5-4 mm larg., elipsoide, ovoide a

obovoide; brácteas castanhas a castanho-escuras, superfície estriada, carenadas, margem

membranácea, lacerado-fimbriada, ápice agudo; brácteas estéreis 4, 4-5 mm compr., 1,5-3

mm larg., estreito-oblonga a obovada; brácteas florais 5 mm compr., 2-3 mm larg., estreito-

oblongas a obovadas. Sépalas laterais levemente exsertas, livres, 5,5-6 mm compr.,

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lanceoladas, subequilaterais, esparsamente ciliadas; pétalas com lobo oblongo; estaminódio

piloso, estame 2,5 mm compr., antera sagitada, estilete 5 mm compr., ramos 2 mm compr.,

estigma estreito. Placentação basal. Cápsula ovoide; sementes oblongas, castanho-claras,

estriadas com ápice reticulado.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Augusto de Lima, Cuba,

17°56'59.6"S, 44°15'31.8"W, 31-III-2011, J.S. Guedes, 56 (SP) fl., fr.; Joaquim Felício,

Bocaina, 05-VII-1985, R. Kral 72601 (SP) fl. fr.; Parque Estadual da Serra do Cabral,

17°42'50.3"S, 44°14'16.4"W, 30-III-2011, J.S. Guedes, 42 (SP) fl., fr..

Distribuição: Encontrada até o presente momento apenas para Minas Gerais na Serra do

Cabral (Figura 20. D).

Fenologia: Encontrada com flor e fruto de março a julho.

Comentário: Espécie em estudo necessitando de novas coletas para conclusão sobre sua

identificação. Provavelmente trata-se de um novo táxon para a Serra do Cabral, caracterizada

por apresentar margem da folha e pedúnculo branco-viloso, e sementes oblongas com dois

tipos de ornamentação, estriadas na maior parte da superfície e reticuladas no ápice.

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2.38. Xyris sp. 5

Figura 23. B-E.

Ervas perenes, cespitosas a isoladas, base da planta estreita. Raízes espessas. Folhas

dísticas, 16-40 cm compr.; bainha alargada apenas na base, castanha a castanho-avermelhada,

brilhante, levemente carenada, carena glabra, superfície estriada com pontuações, margem

membranácea, glabras; lígula ausente; lâmina 8-28 cm compr., 3-4 mm larg., achatada,

superfície estriada, ápice agudo, levemente assimétrico, margem glabra, espessadas. Espata

conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina 0,3-1 cm compr. Pedúnculo 40-120 cm compr.,

cilíndrico, costela ausente, superfície estriada. Espiga multiflora (até 50 flores), 13-25 mm

compr., 8-13 mm larg.; ovoide a largo-ovoide; a cilíndrica, castanhas a castanho-claras,

superfície rugulosa, mácula evidente, esverdeada, carena ausente, margem membranácea,

lacerado-fimbriado, ápice arredondado; brácteas estéreis 15, 3-5mm compr., 2-4 mm larg.,

oblongas, ovadas a orbiculares; brácteas florais 5-7 mm compr., 3-4 mm larg., oblongas,

obovadas a largo-ovadas. Flores com sépalas laterais exsertas, livres, 8-9 mm compr.,

espatuladas, inequilaterais, carena ciliada; pétalas com lobo ovado; estaminódios pilosos por

todo o ramo, estames 3 mm compr., antera sagitada; estilete 6 mm compr., ramos ca. 2 mm

compr., estigma alargado. Placentação basal. Cápsula obovoide; trígonas, castanho-claras,

reticulada.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Francisco Dumont, Serra do Cabral,

31-VIII-1985, D. C. Zappi CFCR 8097 (SPF, SP) fl.; Lassance, próximo à igrejinha

17°42'01"S, 44°15'53"W, 13-XI-2010, N.F.O. Mota 1758 (SP, BHCB) fl., fr.; Joaquim

Felício, Serra do Cabral, 07-VII-1985, R.Kral 72661 (SP) fl.; Morro do Onça 06-VII-1985,

M.G.L. Wanderley 804 (SP) fl.; Morro do Jucão, 31-X-1988, M.G.L.Wanderley 1411 (SP) fl.,

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fr.; Parque Estadual da Serra do Cabral, 17°42'50.3"S, 44°14'16.4"W, 30-III-2011, J.S.

Guedes, 41 (SP) fl.

Distribuição: Encontrada até o presente momento apenas para Minas Gerais na Serra do

Cabral, habitando ambientes brejosos, próximos a veredas (Figura 20. E).

Fenologia: coletada com flor e fruto de março a novembro.

Comentário: Espécie inédita para a família em estudo. Caracterizada por apresentar

espiga de muitas flores, com base atenuada, brácteas com mácula oval e esverdeada e

sementes trígonas, formato observada apenas nesta espécie, apiculada com superfície

reticulada.

2.39. Xyris sp. 6

Ervas perenes, cespitosas; base da planta estreita. Raízes fibrosas. Folhas dísticas a

subdísticas, 2-10 cm compr.; bainha estreita, castanha, brilhante, levemente carenada, carena

glabra, superfície tranverso-rugulosa, margem membranácea, glabra; lígula ausente; lâmina

1,3-8 cm compr., 0,5 mm larg., filiforme, superfície estriada, ápice agudo, simétrico, margem

glabra. Espata conduplicada, carenada, carena glabra, lâmina ca. 0,3-10 cm compr. Pedúnculo

7-18 cm compr., filiforme, 1-2-costelado, costela escabra, superfície estriada. Espiga

pauciflora (4 flores), 6-9 mm compr., 2-3 mm larg.; elipsoides; brácteas castanhas a castanho-

claro, superfície estriada, mácula estreita, inconspícua, avermelhada, carena presente, margem

hialina, lacerado-fimbriada, ápice agudo; brácteas estéreis 4, 3,5- 5 mm compr., 1-2 mm larg,

elípticas a obovadas; brácteas florais 5-7mm compr., 2 mm larg., elípticas a oblongas. Flores

com sépalas laterais inclusas, livres, 5 mm compr., lanceoladas, inequilaterais, carenadas,

carena glabra; pétalas com lobo obovado; estaminódios pilosos, estames 2,5 mm compr.,

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antera sagitada; estilete 5 mm compr., ramos 2 mm compr., estigma estreito. Placentação

central-livre. Cápsula oblonga; sementes obovoides, castanhas, estriadas.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, Buenópolis, cabeceira do Rio

Imbaiassaia, 10-VI-2004, G. Hatschbach 77736 (MBM) fl., fr.; Serra do Cabral, 17°55'06"S,

43°47'11"W, 29-IV-2007, T.E. Almeida 838 (BHCB) fl., fr.

Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS, São Gonçalo do Rio Preto,

18°12'52"W, 43°19'26"W, 28-IV-2007, N.F.O. Mota 1323 (SP, BHCB) fl., fr.; Diamantina,

18°20'S, 43°53'W, 23-IX-1994, Splett 644 (SP, UB) fr.

Distribuição: Sudeste (Minas Gerais). Foram encontradas populações desta espécie para

diversas localidades de mineiras como Diamantina, Parque Estadual do Rio Preto e na Serra

do Cabral (Figura 20. F).

Fenologia: Coletada com flores e frutos entre os meses de junho e setembro.

Comentário: Trata-se de uma provável espécie nova. Caracterizada por apresentar

indivíduos de pequeno porte, com até 20 cm comprimento, e folhas dísticas com lâmina

cilíndrica. Outra característica presente nesta espécie é a coloração avermelhada dos estames,

estaminódios e gineceu, que nas demais espécies de Xyris são amarelas.

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Figura 20: Mapa de distribuição das espécies de Xyris na Serra do Cabral. A. Xyris sp. 1; B.

Xyris sp. 2; C. Xyris sp. 3; D. Xyris sp. 4; E. Xyris sp. 5; F. Xyris sp. 6.

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Figura 21: A. Abolboda poarchon (foto: S.E. Martins); B. A. pulchella (foto: C.F. Hall); C-D.

Xyris asperula (fotos: S.E. Martins, M.G.L. Wanderley); E. X. bialata (foto: V.M. Gonçalez);

F-G: X. calostachys; H. X. glaucescens (foto: A.L. Santos); I. X. insignis (foto: N.F.O. Mota).

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Figura 22: A. Xyris longiscapa (foto: M.G.L. Wanderley); B. X. macrocephala (foto: S.E.

Martins); C. X. minarum; D-E. X. peregrina (fotos: N.F.O. Mota); F. X. roraimae (foto:

F.O.S. Buturi); G: X. savanensis (foto: S.E. Martins); H-I. X. sincorana.

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Figura 23: A. Xyris trachyphylla (foto: N.F.O. Mota); B-E. Xyris sp 5 (fotos: B- N.F.O. Mota;

E- S.E. Martins).

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento das Xyridaceae para a Serra do Cabral realizado no presente

estudo aponta a ocorrência de dois gêneros: Abolboda, com duas espécies e Xyris com

39 espécies e duas variedades.

Os gêneros foram diferenciados quanto à presença de brácteas no pedúnculo,

(presentes em Abolboda e ausentes em Xyris), coloração e fusão da corola (azulada e

gamopétala em Abolboda, amarelada e dialipétala em Xyris), presença de estaminódios

(estes ausentes em Abolboda), apêndices nos estiletes (ausentes em Xyris), placentação

(axial unicamente em Abolboda e de outros tipos em Xyris).

As duas espécies de Abolboda se diferenciam pelo tamanho (até 20 cm alt. em A.

pulchella, enquanto que A. poarchon cresce entre 30 a 73 cm alt.), quantidade de flores

nas espigas (4-6 em A. pulchella e acima de 10 em A. poarchon) e presença de mácula

(ausente em A. poarchon).

As plantas do gênero Xyris são ervas isoladas (X. augusto-coburgii, X.

blanchetiana, X. platystachya e X. sparsifolia), cespitosas (maioria das espécies) ou

variam entre um crescimento isolado a cespitoso (X. asperula, X. bialata, X.

macrocephala, X. peregrina, X. pterygoblephara, X. savanensis, X. seubertii, X.

sincorana, X. spectabilis e X. stenocephala). As lígulas são ausentes (maioria das

espécies) ou presentes (X. bialata, X. calostachys, X. diamantinae, X. filifolia, X.

glaucescens, X. insignis, X. logiscapa, X. tortula, X. roraimae, X. savanensis, X.

seubertii, X. stenocephala e X. trachyphylla). A espata é conduplicada (maioria das

espécies) ou não (X. pterygoblephara e X. stenocephala), sendo carenada (maioria das

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espécies) ou não (X. calostachys, X. filifolia e X. sparsifolia). As brácteas podem

apresentar mácula visível (maioria das espécies), inconspícua (X. longiscapa) ou não

portar mácula (X. asperula, X. augusto-coburgii, X. metallica, X. peregrina, X.

pterygoblephara, X. roraimae, X. schizachne, X. sincorana e X. spectabilis). O ápice

das brácteas pode variar de arredondado a agudo (maioria das espécies), obtuso (X.

glaucescens e X. sparsifolia), cuspidado (X. longiscapa) até truncado (X. peregrina). As

sépalas são livres (maioria das espécies) ou concrescidas (X. calostachys, X.

glaucescens, X. graminosa, X. insignis, X. seubertii, X. subsetigera e X. trachyphylla).

A placentação é basal (maioria das espécies), supra-basal (X. obcordata e X. tortula),

central-livre (X. bialata, X. calostachys, X. diamantinae, X. glaucescens, X. graminosa,

X. insignis, X. longiscapa, X. seubertii, X. subsetigera e X. trachyphylla) ou parietal (X.

macrocephala). As sementes são estriadas (maioria das espécies), reticuladas (X. fallax,

X. platystachya, X. stenocephala, X. trachyphylla) ou multicosteladas (X. spectabilis).

Quanto à sua distribuição geográfica, se destacam algumas espécies de ampla

distribuição, como A. poachon, A. puchella e X. roraimae, que ocorrem desde o norte da

América do Sul até o Sudeste brasileiro, e X. fallax, distribuída em toda a América

tropical até a Argentina. Enquanto que as outras, endêmicas da Cadeia do Espinhaço,

entre Minas Gerais e Bahia. Dessas, X. calostachys e X. insignis estão restritas às serras

mineiras.

Foram encontrados seis táxons que não tiveram suas identidades confirmadas,

tratando-se provavelmente de espécies inéditas para a ciência. Estes materiais

encontram-se em estudo para a sua confirmação e publicação. Grande parte destas

espécies é proveniente de materiais depositados em herbário, enquanto que outros foram

recoletados e aguardam ilustrações. Novas coletas serão realizadas na Serra do Cabral e

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regiões adjacentes para localizar outras populações e, assim, enriquecer o banco de

dados dessas espécies.

Dentre as contribuições para o conhecimento da família Xyridaceae, o presente

estudo amplia os dados da área de ocorrência de X. pirapamae Wand. & J. Guedes, e X.

stenocephala.

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5. LISTA DE EXSICATAS

Almeida, T.E.: 835 (2.4), 838 (2.39) 1342 (2.9); Arbor, M.M. 4539 (2.13); Bautista,

H.P.: 652 (2.15); Cavalcanti T.B.: CFCR 8202 (2.26); Cerati, T.: CFCR 4266 (2.17);

Costa, N.F.: 297 (2.2); Daves, P.: 2302(2.20); Ferrucci, M.C.: 1655; Fonseca, M.L.:

3777 (2.28); Forzza, R.C.: 575 (2.1), 589 (2.19), 1030 (2.2); Guedes, J.S.: 17 (2.3), 27

(2.23) 29, (2.15), 30 (2.1), 31 (2.16), 32 (2.16), 33, (2.15), 34 (2.26), 40 (2.13), 41

(2.38) 42 (2.37), 46 (2.23), 47 (2.15), 49 (2.5), 50 (2.26), 51 (2.16), 53 (1.1), 54 (2.27),

55 (2.18), 56 (2.37), 59 (2.12), 60 (2.3), 61 (2.14); Gibbs, P.E.: 5007 (2.15); Giulietti,

A.M.: CFCR 6397 (2.31); Harley, R.M.: CFCR 6275 (2.17), 24968 (2.21.2); Hassler:

9550(2.31), 8883(2.13); Hatschbach, G.: 64168 (2.1), 64345 (2.19), 64406 (2.24),

64891 (2.1), 66196, (2.26), 66223 (2.13), 66228 (2.30), 66234, (2.26), 66246 (2.25),

66250 (2.30), 66300 (2.1); 66306 (2.26), 66312 (2.26), 66324 (2.10), 72036 (2.25),

77409 (2.26); Irwin, H.S.: 27116 (2.33); Kral, R.: 72568 (2.16), 72582 (2.25), 72584

(2.18), 72592 (2.16), 72593 (2.15), 72597 (2.30), 72601 (2.37), 72609 (2.23), 72623

(2.16), 72628 (2.22), 72659 (2.22), 72629 (2.1), 72630 (2.11), 72631 (2.25), 72632

(2.30), 72633 (2.25), 72634 (2.9), 72635 (2.26), 72636 (2.1), 72638 (2.10), 72640

(2.26), 72642 (2.32), 72643 (2.32), 72646 (2.24), 72650 (2.32), 72651 (2.31), 72652

(2.32), 72593 (2.15), 72652 (2.32), 72654 (2.25), 72655 (2.28) 72656 (2.12), 72657

(2.16), 72658 (2.27), 72660 (2.1), 72661 (2.38), 72665 (2.31), 75414 (2.21.2), 72672

(2.28), 72673 (2.11) 72674 (2.18), 72675 (2.26), 72676 (2.18) 72677 (2.10), 72678

(2.14), 72679 (2.21.1), 72680 (2.25), 72943 (2.6), 75414 (2.21.2), 7590 (2.35), 77736

(2.39); Mamede, M.C.H.: CFCR 6372 (2.29); Marino F.: 302 (2.16), 307 (2.3), 308

(2.16), 309 (2.3), 310 (2.27); Mello-Barreto: 4360 (2.14); Mello-Silva, R.: 8129

(2.21.2), CFCR 8090 (2.28), CFCR 8229 (2.31); Mota N.F.O.: 1323 (2.39), 1730

(2.16), 1731 (2.1), 1733 (2.23), 1734 (2.13), 1735 (2.7), 1736 (2.8), 1737 (2.11), 1738

(2.15), 1741 (2.28), 1742 (2.18), 1743 (1.2), 1745 (2.26), 1751 (2.16), 1758 (2.38)1761

(2.6), 1764 (1.1); Oliveira G.C.: 1942 (2.7); Pangaio, L.: 615 (1.2), 779 (2.26) 676

(2.15), 821 (2.26) 918 (2.32), 796 (2.16) 965 (2.23), 1054 (2.25), 1152 (2.21.2), 1153

(2.21.2), Pirani, J.R.: 2117 (2.30), 2213 (2.26), 4661 (2.1), CFCR 8082 (2.28); Rossi,

L.: CFCR 1068 (2.1); Sakuragui, C.M.: CFSC 15265 (2.15), CFCR 15281 (2.1),

CFSC 15388 (2.13); Schinini, A.: 23030 (2.24); Silva, G.O.:150 (1.2); Souza, V.:

22465 (2.16); Splett: 644 (2.39); Sucre, D.: 6851 (2.10); Versieux, L.M.: 235 (2.2);

Wanderley, M.G.L.: 11 (2.9), 744 (2.25), 784 (2.23), 769 (2.15), 785 (2.28) 789 (2.15)

791 (2.15), 792 (2.15) 793 (2.25), 795 (2.25), 799 (2.25), 796 (2.15), 800 (2.22), 801

(2.11), 802 (2.1), 804 (2.38), 805 (2.25), 815 (2.28), 831 (2.16) 1396 (2.26), 1411

(2.38),1412 (2.8), 1419 (2.6), 1797 (2.26), 2616 (2.4), 2967 (2.26), 2968 (2.1), 2969

(2.30). 2970 (2.23), 2972 (2.13), 2973 (2.28), 2974 (2.26), 2976 (2.10), 2977 (2.11),

2985 (2.18), 2987 (2.26), 2989 (2.23) 2990 (2.30), 2991 (2.15), 2992 (2.1); 2993 (2.15),

2995 (2.18), 2997 (2.26), 2999 (2.28), CFSC 9319 (2.21.1), CFSC 10669 (2.33); Zappi,

D.C.: 2160 (2.19), CFSC 8120 (2.15), CFCR 8097 (2.38).

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