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Informação e inspiração para mães e pais www.revistacrescer.com.br ESPECIAL ALIMENTAÇÃO TV E COMPUTADOR CRIANÇA TÍMIDA BELEZA NA GRAVIDEZ Crescer 171 Fevereiro 2008 15 IDÉIAS para você sobreviver à adaptação na escola Só os extrovertidos são felizes? Aprenda a respeitar a criança tímida OPERAÇÃO PRATO LIMPO Tire suas dúvidas sobre beleza na gravidez + Martha Stewart mostra como aproveitar fotos das férias + Como customizar os tênis deles Sem drama pra comer As melhores dicas para você alimentar bem seu filho (sem perder a cabeça!) Exclusivo: pesquisa de CRESCER com os leitores mostra o que acontece na hora de ir para a mesa TV e computador são sim aliados na educação 9 770104 398006 00171 FEVEREIRO 2008 N 0 171 R$ 8,90

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Informação e inspiração para mães e pais www.revistacrescer.com.br

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Crescer 171 Fevereiro 2008

15 IDÉIASpara você sobreviver à adaptação na escola

Só os extrovertidos são felizes? Aprenda a respeitara criança tímida

OPERAÇÃO PRATO LIMPO

Tire suas dúvidas sobre beleza na gravidez + Martha Stewart mostra como aproveitar fotos das férias + Como customizar os tênis deles

PRATO LIMPO

Sem drama pra comerAs melhores dicas para

você alimentar bem seu filho (sem perder a cabeça!)

pra comerpra comer Exclusivo: pesquisa de CRESCER com os leitores mostra

o que acontece na hora de ir para a mesa

TV e computador

são sim aliados na educação

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Por DANIELA TÓFoLI E THAIS LAZZErI FoToS ANDré SPINoLA E cASTro ProDução ISAbELA cAmPoS

Este é o desejo de boa parte dos pais. Tanto que,aqui na redação, recebemos inúmeras cartas e e-mailstodososmesescomdúvidassobrealimentação.Para saber um pouco mais acerca do assunto e ajudarvocê, CRESCER realizou uma pesquisa exclusivacom os leitores sobre o seu comportamento nahora das refeições. Foram 22 perguntas nainternet, respondidas por 764 pais (70%deles com filhos entre 0 e 4 anos) emapenas uma semana – o que confirma como oassunto faz parte das inquietações familiares.Muitos resultados são animadores: cerca de57% dos leitoresdizem liberar refrigerantesó aos fins de semana e 34% deles fazemas três refeições com a família todos osdias, por exemplo. O problema aparece quandose trata de comer verduras e legumes – tanto ospais quanto as crianças não levam esse hábitomuito a sério. Lógico que as respostas nemsempre refletem o que acontece emcasa todo dia (quem nunca teve uma semanacorrida e deixou a fruteira vazia?), mas o fato de ospais terem consciência de como as refeiçõesprecisam ser feitas já é meio caminho andado. Naspróximas páginas, fizemos um “dossiê daalimentação” com dicas para você realizar seusonho. Sirva-se das informações!

alimentação

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pratolimpoOperação

Agradecimentos:Em

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Nada melhor que ver as crianças comendo bem. A sensação de dever cumprido é ins-tantânea e faz com que vocês tenham certeza, pelo menos por alguns minutos, de que são osmelhores pais do mundo. Quando elas se alimentam direito é sinal de que estão saudáveis,felizes e crescendo! E é por isso que tantas famílias, como a sua, vira e mexe se questionam seestão fazendo a coisa certa. é uma questão de instinto. Talvez por isso os pais se esforcem paracriar hábitos saudáveis e fazer da alimentação um momento prazeroso. Ainda que de vez emquando o exemplo não seja o desejado, principalmente quando o assunto são verduras, legumese frutas, eles sabem o que deve ser feito.

Para começar tudo direitinho, a maioria concorda que é preciso comer à mesa – e 62,1% dospais que participaram da pesquisa de crEScEr dizem fazer isso. mais de um terço (38%),porém, faz a refeição em lugares não muito recomendados. uma parte sai andando pela casaatrás do filho ou dá a comida enquanto ele brinca. Por sorte, é pouca gente (5,5% e 5,2%, res-pectivamente). os outros 27,2% seguem um hábito condenado pelos especialistas – deixam acriança comer na frente da TV. resultado: ela não se concentra na refeição, não distingue ossabores dos alimentos e, como nem percebe a quantidade do que está ingerindo, pode começara comer compulsivamente e se tornar obesa.

Na casa de Leila brígida Lucindo, coordenadora pedagógica, é assim todos os dias. Enquantoela e o marido Jorge Luiz Gomes almoçam à mesa, escondidos do filho – porque se ele fica como casal não come direito –, o pequeno vê TV e almoça com a babá. A situação da secretária ro-sângela Serra é inversa. os pais comem no sofá e o filho, sentado à mesa. “Sei que está errado,mas no corre-corre esquecemos certos detalhes importantes”, diz. São esses detalhes a base daformação dos hábitos alimentares.

Se você acompanha seu filho na hora da refeição, por exemplo, além de ver como ele está secomportando e quais alimentos ingere, ainda poderá ensiná-lo a comer bem, mostrando comose faz. é isso mesmo: não adianta dizer que brócolis faz bem para a saúde e é gostoso se você nãocolocá-lo na boca. Apenas 25% dos pais ouvidos na pesquisa comem vegetais, legumes ou frutastrês vezes por dia. cerca de 32% os consomem só uma vez. o número cai para 18% quando

“A hora da refeição em casa parece uma novela.Minha filha mais velha foge e serra os dentes pra nãocomer. A mais nova chora entre uma colheradae outra. E, no meio desse fogo cruzado, tento acalmaros ânimos para conseguir ter refeições em paz,como deveria ser sempre”

Ana Schulli, mãe de Louise, 3 anos, e Camille, 6 meses

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falamos das crianças. E, como uma forma de aliviar a culpa e manter as crianças “saudáveis”, asfamílias partem para o uso de suplementos alimentares, como as vitaminas. o levantamento decrEScEr mostra um dado alarmante: 47,5% dos pais contam já ter dado suplementos (queprecisam de recomendação médica) aos filhos.

A dona de casa Gracineide maria Silveira nos contou uma história que seria engraçada, masque não serve como exemplo. Ela não gosta de verduras. Então, não compra. Quando foi almoçarna casa da sogra, sua filha se surpreendeu ao ver a avó comendo alimentos “verdes”. A mãe contaque a menina disse: “Vó, não come isso não, é grama. Isso é comida de coelho. Você vai ficar comdor de barriga.” A postura da filha reflete os hábitos alimentares da família.

Às vezes, o padrão de consumo muda com o nascimento da criança. A filha de Elisângela NeresVieira, fiscal tributária, só almoça depois que a mãe coloca salada para todos. marcelo batistapassou a se alimentar melhor com o nascimento do filho. Já Joe Horner fez uma horta em casa.A filha começou a ajudá-lo. “Ela tira os alimentos da horta e os vem comendo crus”, diz. outraforma de estimular as crianças é levá-las à feira ou ao mercado. A operária cristianne Yoshida vaicom a filha às compras. A menina pede por pepinos, brócolis e comida japonesa.

Professor de nutrologia do Departamento de Pediatria da universidade Federal de São Paulo(unifesp), José Augusto Taddei confirma que é importante manter rituais, como preparar osalimentos juntos ou colocar a mesa direito, para estimular os bons hábitos alimentares. “Se acriança participa dessas atividades, fica mais predisposta a comer o que é oferecido.” Assim, seseu filho não aceita verduras de jeito nenhum, tente fazer uma horta em casa, ainda que seja emvasos. Ele vai ver os alimentos crescendo, poderá colhê-los, irá acompanhar o preparo da saladae, muito provavelmente, não reclamará de comer aquilo que ele mesmo fez.

Legumes disfarçadosQuando nada disso dá certo, alguns pais recorrem ao esconde-esconde, disfarçando ver-

duras e legumes. o prato ganha cor e graça em formatos de palhaços, jardins, bichos etc.cristina cicolo, funcionária pública, comprou uma centrífuga para resolver o déficit naalimentação do filho. Agora o arroz é colorido, com caldo de beterraba, espinafre e cenoura.A façanha deu tão certo que o menino convida os amigos da escola para comer comida co-lorida. Essa fórmula é polêmica entre os nutricionistas. maria Luiza de brito ctenas, autorade Crescendo com Saúde (c2 Editora), por exemplo, acha que não se deve enganar a criança.“o dia em que ela descobrir, não vai comer mais nem acreditar nos pais.” Para resolver aquestão, a massoterapeuta Fernanda Pena decidiu “maquiar” os alimentos com o aval dafilha. “Ela diz assim: ‘mamãe, esconde os legumes. Eu como, mas não quero ver.’” Trato é

Letícia de CastroCavalcante, mãede Lais, 5 anos

“Minha filhacoloca dezbonecassentadasà mesa epede para eudar comidapara elastambém. Elacome tudo.É um almoçodemorado,mas funciona”

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trato. Disfarçar verduras e legumes é fórmula usada por 28% dos pais. cerca de 64%, porém,colocam os vegetais no prato dos filhos, mas não forçam a barra para que comam.

é claro que a hora da refeição não pode se tornar um momento de briga constante, mas per-sistência é fundamental. Fazer com que seu filho se acostume a novos sabores é uma tarefa queleva semanas. “Quando for dar um novo alimento, apresente-o em pequenas quantidades e repe-tidamente, para a criança poder se acostumar com o gosto”, diz José Augusto, da unifesp. “boaparte dos adultos, por exemplo, não gosta de comida japonesa logo de cara. Eles se acostumamaos poucos, e é assim que acontece com os pequenos.” ou seja, se seu filho reclamar da abobrinhana primeira vez, espere alguns dias e ofereça de novo. Tente também novas formas de preparo doalimento. Na quinta vez, ele reclamará menos.

outra dica que ajuda: quando seu filho começar a comer, ainda nas papinhas, é importantenão bater tudo no liqüidificador. Se fizer isso, os alimentos ficarão com cor e sabor misturados ea criança não saberá o que está comendo. “é melhor amassar na frente dela e oferecer, assim serápossível associar um gosto a uma comida”, afirma maria Luiza.

os pais também precisam lembrar que as crianças não vão gostar de todos os alimentos. Se seufilho não come cenoura, mas aceita a abóbora, não há problema. um substitui o outro. “Se osnutrientes chegam à criança, ela não precisa comer de tudo”, diz Fábio Ancona Lopez, pediatraespecialista em nutrição e vice-presidente da Sociedade brasileira de Pediatria.

Quando seu filho foge da comidacomer bem, aliás, nem sempre significa comer tudo. Até completar 3 anos, é natural que a

criança se alimente melhor. A partir daí, além dela crescer em ritmo mais lento, outros interessesdividem sua atenção, como as brincadeiras. Nesta fase, começam o relatos de pais que, literalmen-te, correm atrás dos filhos com o prato nas mãos. “Se a criança não presta atenção à comida, nãovai formar o hábito de comer na hora e no lugar certos”, afirma Fábio.

Atenção, porém, à quantidade que você coloca no prato do seu filho. Se ele come bem e estácom peso e altura normais, não há motivos para preocupação quando o pequeno diz que não quermais. “Todo mundo tem o direito de não comer tanto quanto o pai e a mãe esperam”, diz JoséAugusto. “Algumas crianças são glutonas, outras estão ‘estragadas’: sabem que os pais vão dar naboca. o que não pode é o pai se desesperar e oferecer qualquer alimento.” Lembre-se tambémde que o importante é avaliar o que a criança comeu durante a semana, e não apenas basear seudesespero em uma refeição que não ocorreu do modo como você esperava.

Quando a criança não quer comer – e não está doente nem querendo chamar a atenção – asolução é respeitar sua vontade sem abrir exceções, afirma o médico. “Ela não vai morrer se deixar

Tânia Dias Gomes,mãe de Arthur, 5 anos

“Às vezesmeu filho usaa hora darefeiçãoparachamaratenção.Quando issoocorre, insistoe ele come.Parece que sóquer medirforça”

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de almoçar, mas também não vai ter sobremesa. Sugiro que os pais guardem a comida e, quandoela tiver fome, esquentem a refeição. é melhor que substitui-la por lanches.”

Seu filho também não vai se alimentar na hora certa se você oferecer lanchinhos o dia todo,principalmente se deixar frutas de lado e privilegiar produtos industrializados. Nossa pesquisamostrou que 55% das crianças fazem dois lanches por dia e 25%, três. “é bom comer no meio damanhã e da tarde, desde que esses lanches sejam saudáveis”, diz Fábio. “Hambúrguer com fritastem de ser um almoço eventual, nunca um lanche intermediário.” Até porque consumir junkfood pode ser um hábito difícil de reverter. Tão difícil que, às vezes, nem os pais conseguemlargá-los. mas é preciso cuidado e não só em dar o exemplo. Pesquisas mostram que mu-lheres que consomem junk food na gestação podem estimular a preferência das criançaspor esse tipo de comida antes mesmo delas nascerem. Estudo do royal Veterinary col-lege, na Inglaterra, mostra que ratazanas que comeram muita bolacha, doce e batatana gravidez “programaram” o comportamento dos filhotes. Após o nascimento, elesbuscaram alimentos desse tipo e tiveram peso acima do normal.

os médicos ainda não conhecem bem o mecanismo de escolha dos alimen-tos. “mas sabemos que, se você oferece variedade, até por questão de sobrevi-vência a criança não vai querer só doce. A não ser que já esteja viciada”, dizJosé Augusto. é importante lembrar que os doces não estão proibidos, elessó precisam ser oferecidos com bom senso. Antes das refeições, atrapalha-rão o apetite do seu filho. o que também não quer dizer que, se você nãooferecê-los, a criança comerá bem.

Se nada parece dar certo, o que não adianta é partir para a chantagem –tática comum em momentos de desespero de ambos os lados. “Se a crian-ça vê que a família presta atenção no que ela não come, acaba usando osalimentos para fazer chantagem”, diz maria Luiza. “E os pais fazemo mesmo. Se comer a papinha, vai ganhar salgadinho. A questão énão obrigá-la a comer. Se não está com fome para o almoço, não vaiter fome para o doce. é uma questão de combinar as normas.” Aalimentação, como tudo na vida, também precisa de regras clarase, para que seu filho não precise passar por uma reeducaçãoalimentar mais tarde, nada melhor que educá-lo agora. Só ofato de você ter lido esta matéria mostra sua preocupação comisso – o que já é meio caminho andado. Agora só falta colocarem prática o que você já sabe na teoria.

dicas paraseu filhocomer bem5

1Tente oferecer as refeições semprenos mesmos local e horário. De

preferência com a TV desligada

2Dê o exemplo e tambémcoma saladas e frutas

3Combine regras antes: se elecomer verduras, vai ganhar

sobremesa, por exemplo

4Caso seu filho queira “pular” a refeição,deixe claro que ele não poderá comer

bolachas e salgadinhos dali a uma hora.No máximo, terá seu prato esquentado

5Introduza novos alimentos aos poucose persista até que ele se acostume

ao gosto. se a criança participar doprocesso de preparo da comida, comoa escolha dos legumes na feira oua ajuda no tempero, estará maisdisposta a experimentar novidades>>

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NO site: Acesse o arquivoCRESCER de papinha e oblog Comer É um Barato

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É só olhar para as prateleiras dos supermercados lotadas de caixinhas de leite paraas dúvidas começarem: qual o melhor tipo? As opções são tantas que comprar o produtomais indicado para seu filho torna-se um desafio. Leite de vaca, cabra, búfala, ovelha oucamela? Além da origem, há variações nos tipos (veja abaixo) e no teor de gordura. O in-tegral tem pelo menos 3%; o desnatado, no máximo 0,5%; e o semi-desnatado, um valorintermediário. A decisão de qual é melhor deve ser tomada com o pediatra. Segundo CidPinheiro, pediatra do Hospital São Luiz, a maioria das crianças consome leite de vaca in-tegral. “O desnatado e o semi são recomendados para tratamentos de doenças específicas,como a obesidade.” O acréscimo de farinha láctea também deve ser feito com orientaçãomédica. Ao lado, damos uma referência da quantidade que as crianças devem consumir,mas ela pode variar. “É preciso levar em conta a idade e informações como prematuridadeou não.” Abaixo, os tipos de leite mais comuns nos mercados:

Aromatizados Como melhoram oaroma, podem ser uma alternativa quandoas crianças rejeitam o leite. O produto, comcheiro de morango ou chocolate, por exemplo,parece um pouco escurecido. Novas marcasestão chegando ao mercado brasileiro. Énecessário ter atenção para casos de alergiaaos aditivos, especialmente corantes, se houver.

Hidrolisados São especialmenterecomendados para crianças com intolerânciaà lactose. Nelas, as enzimas digestivas nãoestão completas. Assim, aquela que faltapara digerir a lactose já age no leite antes daingestão. Os hidrolisados são tratados comenzimas para a quebra do açúcar do leite,facilitando a digestão.

enriquecidos Eles têm o objetivo decomplementar a alimentação da criançacom nutrientes importantes não encontradosno leite original ou para repor vitaminas.Podem ser com cálcio, ferro, fibras, ácidosgraxos tipo ômega 3 ou 6 etc. O enriquecidocom ferro, por exemplo, pode ser usado emqualquer faixa etária, mas até 2 anos é mais

Conheça asprincipais diferençase decida qual omais adequadopara o seu filho

recomendado pelos pediatras por causada necessidade maior deste mineral. Jáos que apresentam ômega 3 ou 6 ajudamno metabolismo e são recomendáveis porconterem gordura de boa qualidade.

em pó É muito prático para passeiose viagens, já que é fácil de carregar e podeser preparado na hora, sem necessidadede refrigeração. O produto é obtido pormeio da secagem, preservando seus demaisconstituintes. Costuma ser mais consumidopor crianças menores, justamente por teruma fórmula mais balanceada e completa.

De soja É indicado principalmentepara quem tem algum tipo de intolerânciaa proteínas de origem animal. Sua fontede proteína é vegetal, e não animal, comoos demais leites, e acaba sendo uma opçãode complemento alimentar.

Achocolatados Não são necessários.Mas, se ainda assim você quiser dar, faça-oapós o segundo ano de vida. Antes, podemaumentar o risco de alergia. Fo

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Consumopor idade:7 mesesa 2 anos:3 a 4 porçõesde 120 ml;2 a 3 anos:5 porçõesde 120 ml;4 a 6 anos:4 porçõesde 180 ml

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Tantosleites

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SalFaz bem O sódio é o principal componente do sal de cozinha. Ele tem uma funçãoimportante no nosso organismo: regular a atividade de água e sais, participando da contraçãomuscular. O sal também é importante para a transmissão de impulsos nervosos.QuandosetornavilãoOpaladardobrasileiroseacostumouaoconsumoexcessivo.A recomendação para adultos é de 6 gramas de sal por dia, ou uma colher dechá. Hoje, beira 12 gramas. Crianças devem ingerir ainda menos. “Em ca-sos raros em crianças, o organismo libera hormônios que podem causaredemas. Essa sobrecarga de sal pode acelerar ou causar mais cedo umproblema de disfunção renal na vida adulta”, afirma Lílian Gonçal-ves Zapoto, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). Ou-tro quadro que vem se tornando habitual é a hipertensão infantil.E não é só o sal de cozinha o responsável. O sódio é ingredientede vários produtos industrializados, como salgadinhos, e servecomo conservante.Dica esperta Não é só o sal que dá gosto à comida. Usar temperoscomo tomilho, alho, pimenta, salsinha, orégano e manjericão dáum charme especial ao prato e dispensa o uso excessivo de sal.

Gorduras Fazem bem No caso de bebês, a gor-dura encontrada no leite materno é usada na formação do siste-ma nervoso central. Já os maiores utilizam-na de outra maneira.Cerca de 30% da energia gasta pelo organismo provêm da queimade gorduras. A recomendação é que seja consumida a gordura in-saturada, que não aumenta o LDL, o colesterol ruim. Ela pode serencontrada em alimentos de origem vegetal, como óleo e azeite, quesão usados na preparação de refeições. As vitaminas lipossolúveis,como A, B, D, E e K, precisam se dissolver na gordura para serem ab-sorvidas pelo organismo. O ideal é que uma família de quatro pessoasutilize duas latas de óleo por mês.

Mocinhosou vilões?

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Quando se tornam vilãs As gorduras saturadas aumentam o LDL e elevam as caloriasdos alimentos. Na lista, os produtos favoritos de muitas crianças: bolacha recheada,sorvete, batata frita. O óleo reutilizado também se torna gordura saturada. Em alta

temperatura, ele libera radicais livres prejudiciais à saúde.Dica esperta A gordura transgênica, ou trans, utilizada para melhorar o sabor

e a aparência dos alimentos, faz mal. Muitos produtos já possuem versõeslivres delas. Prefira-os.

Açúcar Faz bem O açúcar, que é um carboidrato, contribuicom o fornecimento de energia para o organismo. Por isso, os médicosincentivam o consumo positivo do açúcar, ou seja, daqueles que já estãopresentes nos alimentos, como frutas, milho, arroz, e aconselham adiara entrada dos doces, pelo menos até o primeiro ano de vida.Quando se torna vilão Como as crianças têm preferência inatapelos doces, a adição de açúcar nas refeições deve ser contida paraque elas não tenham uma predileção precoce, o que pode geraruma tendência à rejeição aos salgados e, por fim, o aumento depeso. A consultoria Datagro, especializada em açúcar e álcool,anunciou que o consumo de açúcar no Brasil deve ser o maior emmais de dez anos. Segundo os médicos, não há consenso sobre aquantidade ideal a ser consumida por dia. Outra preocupação é o

aparecimento de cáries dentárias.Dica esperta Açúcar é um hábito. Se você acostumar a criança a

comer frutas na sobremesa e sucos sem adoçar ela não sentirá tantanecessidade de doces. E só use adoçantes no caso de diabetes, já que

os médicos ainda não têm certeza sobre os males que podem causar aoorganismo. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, o que se sabe

é que o adoçante pode provocar cáries e, se o número de doses diárias foralto, desencadear diarréia ou alergia.

O sal, o açúcar e a gordura sãoessenciais ao desenvolvimento deseu filho, mas, na medida errada,podem trazer problemas de saúde

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Onde encontrar:Proteína: Em cereais, leguminosas e frutasoleaginosas (nozes e amêndoas, após seu filhocompletar 1 ano)Ferro: Em melado de cana, gergelim, grão-de-bico, feijões, açaí e frutas secas. Evite chá,principalmente o preto, durante as refeições,pois dificulta a absorção do mineralCálcio: Em couve e brócolisVitamina D: Durante a exposição ao solpor 20 minutos, três vezes por semana, noshorários permitidos. Assim, o corpo sintetizaa vitamina. Caso contrário, são necessáriossuplementosZinco: Em castanha-de-caju, leguminosas(como feijão azuqui) e sojaÔmega 3: Em linhaça, alimentos à base desoja e óleos vegetaisVitamina B12: Em suplementos, se estivergrávida, amamentando ou tiver filhos veganos

Cuidar da alimentação dos filhos dá trabalho, os pais bem sabem. Quando a fa-mília é vegetariana, então, a atenção precisa ser redobrada. Não basta tirar a carne dasrefeições da família e se dizer adepto do vegetarianismo imaginando, assim, uma vidamais saudável. É necessário saber substitui-la corretamente para que as crianças nãocresçam com carência de nutrientes e ter paciência para explicar inúmeras vezes paraavós, tios e amigos os motivos da sua escolha.

O “verdadeiro” vegetariano é aquele que não come nenhum tipo de carne, nem mesmo pei-xe. O mais comum, no entanto, é o ovolactovegetariano, que não come carne, mas consomeovos e laticínios (leite e derivados), e o semivegetariano, que eventualmente inclui peixe ouave no cardápio. Os veganos são vegetarianos ao extremo: não ingerem nem usam produtosde origem animal, como gelatina ou couro, por exemplo.

Qualquer uma dessas dietas pode ser seguida pelos pequenos, desde que os pais façam assubstituições necessárias (veja exemplos no quadro). Afinal, a carne é, indiscutivelmente,

o alimento proteico mais completo, pois tem aminoácidos essenciais em maioresproporções que a maioria dos vegetais. Quando bem planejada, de preferência

com a orientação de um nutricionista, a alimentação vegetariana é adequadaa todos os estágios da vida – da infância à gravidez. Estudos comparativos

entre as crianças vegetarianas e as que comem carne, da Associação Die-tética Americana e do grupo Nutricionistas do Canadá, mostram queambos os grupos têm desenvolvimento semelhante.

Mas acreditar que excluir apenas a carne da dieta vai tornar suafamília mais saudável é um erro. Uma pessoa que não come carne,mas se alimenta à base de batata frita e refrigerante todos os dias,por exemplo, é uma forte candidata à carência nutricional e àobesidade. Não dá para eliminar um grupo alimentar inteiro,sem trocá-lo por opções variadas e de qualidade. “Vegetarianoscomem de tudo”, afirma o nutricionista George Guimarães,diretor da NutriVeg, consultoria de nutrição vegetariana. Se-gundo ele, a combinação de tipos variados de alimentos – le-guminosas, cereais, oleaginosas, tubérculos, frutas, verduras elegumes – garante uma boa nutrição.

A longo prazo, o vegetarianismo estrito (que exclui qualquertipo de derivados animais, como ovos e leite) pode causar de-ficiências nutricionais. A principal delas é a vitamina B12,

encontrada somente em alimentos de origem animal. Areposição é obrigatória para grávidas, mulheres que ama-

mentam e crianças. “A B12 está relacionada ao desen-

Muito maisque alface

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volvimento do sistema neurológico e sangüíneo, então é melhor não arriscar”,afirma o médico nutrólogo Eric Slywitch, coordenador do Departamento deMedicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Já os demaistêm de fazer exames regularmente para acompanhar o nível da vitamina no or-ganismo e, quando necessário, suplementá-la.

Outro nutriente que merece atenção na dieta vegetariana é o ferro. Segundoa pediatra Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia daSociedade Brasileira de Pediatria, a anemia ferropriva (falta de ferro) atinge 40% das criançasmenores de 2 anos no Brasil. Como a carne vermelha é rica em ferro-heme (forma do mineralmelhor absorvida pelo organismo), os vegetarianos têm de ficar atentos. Uma das formas dedriblar o problema é aumentar o consumo de alimentos com vitamina C durante as refeições,pois a substância facilita a absorção do nutriente.

ObstáculosHá cinco anos a produtora de eventos Roberta Von Doelinger baniu a carne do

cardápio por causa de seu amor pelos animais. Aos poucos, transmitiu o hábitopara as filhas Jéssyca, de 14 anos, e Amanda, 11. A mais nova, Marina, de 3 anos,nunca experimentou carne. A opção de Roberta vez ou outra é questionada.“Volta e meia familiares oferecem alimentos com carne para meus filhos etenho de explicar tudo de novo”, diz.

Além de ficar atenta ao cardápio dos almoços em família, pais vegetaria-nos podem encontrar dificuldades fora de casa. Nem todos os restaurantese hotéis, por exemplo, oferecem opções variadas de pratos sem carne e, naescola, devem avisar com antecedência que o filho não come carne. Apesardos obstáculos, os benefícios da alimentação vegetariana podem compen-sar. Além do consumo menor de gordura saturada, aqueles que seguemuma alimentação balanceada tendem a ser mais magros. “Provavelmenteporque comem mais fibras, que prolongam a saciedade, e menos proteí-nas e gorduras, resultando em menos calorias”, afirma a endocrinologistaEllen Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen).

Bebês e crianças pequenas seguem a dieta dos pais sem questionar.Mas, por volta dos 7 anos, os filhos de vegetarianos podem manifestar acuriosidade de experimentar os alimentos “diferentes”. Proibir as criançasde prová-los ou restringir sua vida social não é recomendável. Desde sempre,é importante deixar claro os motivos que levaram a família a seguir essaalimentação. Aos poucos, a criança irá entendê-los e, mais tarde, decidirse quer ou não adotá-la. (Cristiane Senna)

Não basta se dizer vegetariano,deixar de comer carne e seempanturrar de batatas fritas.É preciso saber substituir

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...mesmo assim, a tendência dos pais é não enxergar quando a obesidade tomaforma. Até porque não faltam parentes e amigos elogiando as dobrinhas do bebê e

oferecendo comida. No consultório do nutrologista pediátrico Carlos AlbertoNogueira, autor de Fofinho a Gordinho (Ed. Funcep), que atende meio pe-

ríodo em um hospital-escola, cerca de 80% dos casos são relacionadosà obesidade. E pouquíssimos são os casais que levaram o filho sem umencaminhamento prévio da escola ou do pediatra, por exemplo. A maiorparte dos pacientes faz a primeira consulta aos 4 anos, mas o problemado sobrepeso já pode aparecer no quarto mês de vida. O alarme contra

a obesidade nunca soa em casa. “A tendência é a família não ver. Elesnão enxergam a obesidade com a gravidade que deveriam”, diz.

Alguns casais levam até três anos para reconhecer o sobrepesodo filho e mudar a educação alimentar da casa. “Não tem

como você dizer que uma criança de 1 ano e meio gostade batata frita ou de chocolate. Ela só gosta porque

vê alguém comendo sempre e fez disso um hábitoalimentar”, diz Durval Damiani, chefe da Uni-

dade de Endocrinologia Pediátrica do Institutoda Criança do Hospital das Clínicas (SP). A

criança, em geral, responde bem ao trata-mento, que pode incluir medicamentos e,em casos de obesidade extrema, a indica-ção para uma cirurgia bariátrica.

Quando os hábitos alimentares da ca-sa são investigados, muitas vezes vê-se

que o resultado só poderia ser a obesida-de infantil. Faltam verduras e legumes na

mesa e horários fixos para as refeições. Sobraespaço para frituras e doces, dizem os médicos.

Levantamento da Secretaria de Saúde do Estado deSão Paulo constatou que, das 35.173 crianças avaliadas, comidades entre 6 e 10 meses, 54,6% apresentaram alimentaçãoinadequada. No lugar da papinha salgada e das frutas, ascrianças recebiam complementos lácteos.

Você já sabe, mas não custa alertar novamente: a obesidadeinfantil cresce ano a ano e precisa ser combatida cada vez maiscedo para se evitarem doenças como diabetes ou enfarte. Estudos

Bebê-bolinha

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SedentarismoIncentive a atividade física.Nos fins de semana, leveas crianças ao parque,andem juntos de bicicleta,apostem corrida

ProdutosindustrializadosNão estimule o consumodesses produtos e coloquelimites para guloseimasque os pequenos adoram,como salgadinhos

Balinhas Elas não têmvalor nutritivo e engordam.Ofereça de vez em quando

Frituras Faça os alimentosna chapa ou em grill, assimvocê evita frituras. O quedá sabor aos alimentossão os temperos

mostram um “boom” de pequenos obesos no Brasil (15% das crianças têm excesso depeso e 5% já sofrem de obesidade) associado às mudanças nos padrões de consumo.Ou seja, é o que você compra e coloca na mesa que determinará se seu filho terá debrigar com a balança ou não.

Uma análise de 24 pesquisas envolvendo 400 mil crianças sugere que, até 2020, 50%das crianças inglesas vão ser obesas. Nos Estados Unidos, o índice de obesidade infantiljá chega a 25%. Lá, a mania é fazer “baby fitness”: programa que antigamente dirigiaexercícios apenas para as mães, mas que incluiu recentemente um “treinamento” paraos bebês ficarem mais saudáveis, com brincadeiras entre mãe e filho. Paralelamente,pesquisadores do Instituto de Psicologia Neurofisiológica de Chester, na Inglaterra,afirmam que bebês passam cada vez mais tempo sentados e ficam menos no chão.

Falta de exercícios e hábitos alimentares nada saudáveis formam a dupla que desen-cadeia mais facilmente o problema, mas não são os únicos responsáveis. “Os fatoresgenéticos influenciam e têm grande importância, são facilitadores. Nos casos em queambos pais são obesos, a criança tem 80% de chances de seguir o mesmo caminho”, dizZuleika Halpern, endocrinologista responsável pelo Departamento de Obesidade Infan-til da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Centenas de genesEm casos raros, como o do bebê Mateus Araújo, baiano que comoveu o Brasil em

2006 por pesar 24 quilos com 1 ano e 3 meses, uma síndrome genética está associada.Na maioria dos pacientes, porém, não se sabe o que os leva à obesidade. Este é o quadroexposto por Durval, do HC-SP. “Somos amadores. Ainda estamos descobrindo comonosso organismo controla o peso.”

Um estudo da nutricionista Rafaela Ricco, em parceria com a Universidade de SãoPaulo e a Universidade de Ribeirão Preto, mostrou que o sobrepeso tem o mesmoimpacto que a obesidade na saúde da criança. Ela pode sofrer problemas ortopédicos,hipertensão, diabetes, aumento de triglicérides etc. Assim como diversos fatores am-bientais estão relacionados à obesidade, como desmame precoce e prematuridade,vários também são os genes envolvidos na doença. Para se ter uma idéia, mais de cemdeles ajudam a engordar.

Uma das descobertas recentes dos cientistas é a incapacidade dos obesos de produzirleptina, que nos dá a sensação de estarmos satisfeitos. Quando lhes é dado o hormônio,eles emagrecem. Neste caso, há saída para o problema. Mas soluções, nesse campo,são raríssimas. Para cada obeso seria necessário um tratamento específico, e nãogeneralizado, como é feito hoje em dia. Por enquanto, a melhor forma de se evitar aobesidade é manter bons hábitos alimentares.

Seu filho pode ser fofo,e não gordinho. Estafrase parece óbvia, mas...

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Obesidade:corra dela!

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Falar mastigando a comida não pode. Comer de boca aberta, nem pensar. Levantar nomeio da refeição sem pedir licença está fora de cogitação. Ensinar seu filho como se comportarà mesa pode exigir paciência – e muita insistência – mas vale a pena. Quando crescer, ele terádesenvoltura para lidar com todo tipo de situação: de jantar romântico até almoço de negócios.Mas é preciso bom senso. A idade da criança é o que vai determinar quando ensinar certasregras de etiqueta. O exemplo dos pais, mais uma vez, é o melhor caminho para esse aprendi-zado. “Com a minha filha vale aquele ditado: casa de ferreiro, espeto de pau”, conta ClaudiaMatarazzo, consultora em etiqueta e comportamento, chefe do cerimonial do governo de SãoPaulo e mãe de Valentina, 10 anos. “Por mais que eu fale e mostre como se faz, ela insiste emapresentar um novo passo de sapateado no meio da refeição. Tudo porque meu marido é assim,ele canta, levanta da mesa e dança durante o jantar. Ele dá o mau exemplo.”

Albertina Costa Ruiz, professora de etiqueta e co-autora do livro Não Fale de Boca Cheia(Ed. Mundo Cristão), também afirma que exemplo é tudo e diz que a família não deve deixar asboas maneiras para depois. “Cada criança tem seu tempo, mas os pais devem mostrar como sefaz, insistir para que adquira bons hábitos”, diz. “Não é questão de frescura, mas de educação.”Mas não transforme a hora da refeição em um momento tenso. As regras precisam ser intro-duzidas aos poucos e de acordo com a idade da criança. “Se ela é pequena, deve ser a primeiraa comer e, de preferência, seu prato vem pronto da cozinha”, diz Albertina. “Quando cresce,tem de aprender a esperar todos serem servidos para começar a refeição.” Ao lado, dicas dasespecialistas para que seu filho se comporte bem à mesa sem você perder a calma.

Etiqueta paraos pequenos

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Até os 2 anos• Nesta idade, a criançaainda se dispersa com muitafacilidade e seu prato já deveser levado pronto à mesa• Mesmo sendo pequena, eladeve aprender que nem tudopode ser comido com as mãos

Aos 3 anos• Os pais podemcomeçar a oferecer ogarfo no lugar da colher• Troque o prato infantilpor um fundo• Aproveite para ensiná-loque não se deve ficar batendoos talheres na mesa

Aos 6 anos• Troque o copo deplástico pelo de vidro,mas supervisione tudopara que não ocorranenhum acidente• Encha o copo apenasaté a metade

A partirdos 7 anos• Você já pode ensinarseu filho a colocar a mesacorretamente: facas do ladodireito do prato, garfosdo esquerdo, e assim vai...• Ele também já estará aptoa usar os talheres de peixe

Aos 5 anos• Quando a criança estiverusando o garfo com maishabilidade, deve-se substituiro prato fundo pelo raso• Com esta idade, elajá consegue ver a mesade cima e não precisamais de cadeirão

No restaurante• A criança sempredeve ser servida primeiro• Leve algum brinquedinhopara que ela se distraiaenquanto a comida não chega,até quando tiver 5 ou 6 anos.Depois, ela precisa aprendera esperar um pouco• Não deixe para comermuito tarde, para que elanão fique irritada• Se a criança se comportarmal no restaurante, nãofaça escândalo. Diga que,em casa, terão uma conversaséria – ou vá embora• Não coloque roupascheias de babados e fitinhasna manga, porque ela poderáse sujar facilmente. Se issoocorrer, dobre as mangas• Prefira as mesas que ficamnos cantos, para evitar confusãoem torno da criança

Aos 4 anos• A faca, sem ponta, jápode ser oferecida. Comeceestimulando seu filho a cortaralimentos moles, como batata• Ensine-o a usar a faca, e nãoo dedinho, para empurrar acomida até o garfo

Ensinar seu filho a se portar na hora darefeição não é frescura. Quando crescer,ele terá desenvoltura em almoçosde negócios e jantares românticos!

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