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Page 1: Capa€¦ · 2 Capa: Exemplar de Peroba- rosa (Aspidosperma polyneuron) do Parque Municipal do Morro de São Bento. (Foto de Vinício Pecci) 1ª Revisão de texto: Simone Abrahão
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Capa: Exemplar de Peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron) do Parque Municipal do Morro de São Bento. (Foto de Vinício Pecci)

1ª Revisão de texto: Simone Abrahão

2ª Revisão de texto: Valéria Fernandes Turci

Ilustrações: Matheus Gouvêa Tozzo

Projeto Gráfico: Elisa Torrezani

Catalogação na fonte elaborada pela bibliotecáriaGina Botta Corrêa de Souza CRB 8/7006

Índice para catálogo sistemático1. Plantas (Botânica) 580

Gigantes do bosque: árvores do parque municipal do Morro de São Bento / Marcelo Pereira ... [et al.]. -- Ribeirão Preto: Os autores, 2018.

124f. : il.

ISBN 978-85-53095-00-1

1. Botânica. 2. Plantas brasileiras. 3. Árvores brasileiras. I. Pereira, Marcelo. II. Henriques, Olga Kotchetkoff. III. Tozzo, Matheus Gouvêa. IV. Polo, Lucimar. V. Sakamoto, Clarice Harumi. VI. Título.

CDD 581.981 61

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MARCELO PEREIRA Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Universidade de São Paulo

OLGA KOTCHETKOFF HENRIQUESParque Municipal do Morro de São Bento

Prefeitura de Ribeirão Preto

MATHEUS GOUVÊA TOZZO

LUCIMAR POLO Secretaria Municipal da Educação

Prefeitura de Ribeirão Preto

CLARICE HARUMI SAKAMOTO Secretaria Municipal da Educação

Prefeitura de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

2018

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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETOAntônio Duarte Nogueira Júnior

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃOLuciana Andrade Rodrigues

SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTEOtávio Okano

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO

Vinício Biagi Pecci

DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTALDalila Cisneiros Lopes Marsola

SEÇÃO PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO Alexandre Carvalho Gouvêa

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Compartilhamento de Conhecimento

A educação deve ser sempre encarada como primordial em qualquer tipo de sociedade. A entrega de conhecimento às pessoas também é fundamental para o desenvolvimento das pessoas, das comunidades, cidades, estados, países e continentes. A informação correta às pessoas precisa estar sempre disponível. Ao alcance do maior número possível de interessados.

Este livro cumpre exatamente a função de mostrar a seus leitores o que está inserido dentro do Bosque e Zoológico Fábio Barreto. Sim, porque quem passeia pelas ruas do importante espaço, muitas vezes, nem destina um olhar mais detido às espécies ali presentes. A atenção fica voltada para os animais e vegetação mais próxima dos locais por onde passam os visitantes.

E é natural e compreensível que as pessoas assim se comportem diante da diversidade oferecida. Mas como nada é para sempre, as próximas páginas deste livro têm tudo para mudar esta forma de ver o bosque. Com conhecimen-to, visitantes terão um olhar mais direcionado, específico e refinado.

Saber o que são, informar sobre a característica de cada planta apresen-tada no livro possibilitará às pessoas leigas no assunto conhecer as espécies. E quem conhece valoriza. Quem valoriza cuida ou ajuda a cuidar. Por isso é pre-ciso celebrar a iniciativa de pessoas que se dedicam a produzir esta importante obra para esmiuçar o conteúdo do bosque. Celebrar e agradecer.

Porque é fundamental reconhecer a qualidade deste trabalho que agora se torna público e disponível para as pessoas. E tenho certeza que ao terminar de ler este livro você terá uma nova e positiva imagem deste singular espaço manti-do e conservado em nossa cidade.

E ainda conhecerá as duas mais antigas moradoras de Ribeirão Preto: duas árvores Peroba-rosa, que têm cerca de 300 anos cada e que estão no bosque muito antes de os habitantes se instalarem em Ribeirão Preto.

DUARTE NOGUEIRAPrefeito Municipal de Ribeirão Preto

Prefácio

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Apresentação ........................................................................................................................................................................11

Histórico do Parque Municipal do Morro de São Bento ...................................................................13

Como surgiu o Parque Municipal do Morro de São Bento ............................................................17

Formação Geológica do Parque Municipal do Morro de São Bento ......................................35

Geologia .........................................................................................................................................................................39

Solos .................................................................................................................................................................................41

Relevo ..............................................................................................................................................................................43

Vegetação do Parque Municipal do Morro de São Bento ...............................................................47

Matas do Parque Municipal do wMorro de São Bento .....................................................................51

Gigantes do Bosque.........................................................................................................................................................55

Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento .....................................................................59

Mapa do Bosque Municipal Fábio Barreto................................................................................................60

Alecrim-de-campinas ............................................................................................................................................62

Amendoim-bravo .....................................................................................................................................................64

Angico .............................................................................................................................................................................66

Aroeira .............................................................................................................................................................................68

Cabreúva ........................................................................................................................................................................70

Cajá-mirim ....................................................................................................................................................................72

Canafístula ....................................................................................................................................................................74

Sumário

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Cedro ................................................................................................................................................................................76

Chichá ..............................................................................................................................................................................78

Embaúba .......................................................................................................................................................................80

Farinha-seca .................................................................................................................................................................82

Guapuruvu ....................................................................................................................................................................84

Guaritá .............................................................................................................................................................................86

Jacarandá.......................................................................................................................................................................88

Jatobá ..............................................................................................................................................................................90

Jequitibá-branco .......................................................................................................................................................92

Jequitibá-rosa .............................................................................................................................................................94

Paineira............................................................................................................................................................................96

Pau-brasil .......................................................................................................................................................................98

Pau d’alho ...................................................................................................................................................................100

Pau-ferro ......................................................................................................................................................................102

Pau-pereira ................................................................................................................................................................104

Peroba-rosa ...............................................................................................................................................................106

Rabo-de-peixe .........................................................................................................................................................108

Tamboril ......................................................................................................................................................................110

Glossário .................................................................................................................................................................................113

Referências ...........................................................................................................................................................................121

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O Parque Municipal do Morro de São Bento (PMMSB) é uma unidade de con-servação ambiental, sob responsabilidade da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que abriga o Bosque e Zoológico Municipal Fábio Barreto, um complexo esportivo, um complexo cultural e a Praça Alto do São Bento. Foi criado para proteger uma área com atributos naturais importantes e proporcionar lazer à população, sendo um conhecido ponto turístico de Ribeirão Preto e região, principalmente por apresentar atrações tais como animais de vida livre, o Zoológico e o Jardim Japonês.

Poucos sabem, no entanto, que esse local tem muito mais para mostrar. Loca-lizado na área central de Ribeirão Preto, o parque abriga um dos raros fragmentos de mata nativa presentes na área urbana de uma grande cidade. Nele é possível observar desde espécies comumente encontradas em espaços urbanos (calçadas, praças, par-ques), tais como o amendoim-bravo e embaúba, até espécies normalmente só encon-tradas em áreas de mata, tais como a peroba-rosa e o guaritá. É um verdadeiro santuá-rio de árvores em Ribeirão Preto.

O parque também é um local voltado ao desenvolvimento de Educação Am-biental. Entre as atividades realizadas na área, ressaltamos as desenvolvidas pelo Pro-grama de Educação Ambiental do Parque Municipal do Morro de São Bento (PEA), uma parceria entre as Secretarias Municipais da Educação e a do Meio Ambiente. Estas atividades são direcionadas à rede escolar e ao público em geral.

Apresentação

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O PMMSB é um grande laboratório vivo e a céu aberto para as atividades de educação ambiental, porém pouco explorado no que diz respeito à vegetação. Pen-sando nisso, decidimos elaborar um livro sobre o assunto que possa ser consultado e utilizado não apenas por professores e seus alunos, mas também pelo público que de-seja conhecer melhor as árvores do local, suas épocas de floração, frutificação e outras curiosidades.

O livro também esclarece sobre a relação das árvores com o parque, com o tipo de solo e com a história da cidade. É uma forma de agradecer às pessoas que, ao longo do tempo, dedicaram-se e ainda se dedicam à preservação da área, especial homena-gem ao ex-prefeito Fábio de Sá Barreto, que empresta seu nome ao Bosque Municipal.

Caro leitor, esperamos que este livro desperte a sua atenção para as árvores, estes maravilhosos seres vivos, e que você nunca deixe de notar não só os pequenos, mas também os gigantes que vivem à nossa volta, tais como os “Gigantes do Bosque”.

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Histórico do Parque Municipal do Morro de São Bento

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A MATA RESISTE À CIDADE EM MUDANÇA

Vista do córrego do Retiro Saudoso em obras de canalização, na atual avenida Dr. Francisco Junqueira. Ao fundo, é possível ver a mata do Morro do Cipó (atual Bosque Municipal Fábio de Sá Barreto).

Data: década de 1920.

Foto: arquivo pessoal de Mário Barillari.

Fotógrafo: não identificado.

Fonte: Grupo Amigos da Fotografia.

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O Parque Municipal do Morro de São Bento ocupa parte da área inicialmente conhecida como Morro do Cipó, onde existia um trecho de floresta nativa, remanes-cente das matas que cobriam a região de Ribeirão Preto antes da chegada da lavoura do café. Parte desta mata estava localizada na Chácara Olympia, de propriedade do Dr. Olympio Rodrigues Antunes. Conforme escritura de compra e venda, a chácara ocupava uma área de 360.413 metros quadrados e estava situada na margem direita do córrego do Retiro, com frente para a então rua Visconde de Inhaúma, atual rua Taman-daré (Figura 01).

Parte da mata do Morro do Cipó era utilizada, no final do século XIX, para a realização de festas da população de Ribeirão Preto. Por iniciativa do músico Pedro Xa-vier de Paula, o “Pedro Músico”, algumas barracas foram construídas nas proximidades da esquina das atuais ruas Camilo de Matos e Tamandaré, onde existia um majestoso tamboril. Nos dias festivos, este local, conhecido como “Parque Tamboril”, era todo enfeitado com bandeirolas.

A primeira iniciativa oficial para a preservação da mata do Morro do Cipó foi do Coronel Francisco Schmidt, vereador durante a legislatura 1899-1902. Em 4 de mar-ço de 1899, Schmidt apresentou à Câmara Municipal uma indicação para que a mata do Morro do Cipó fosse adquirida e conservada pela municipalidade. Apesar de aceita, a indicação não foi concretizada neste período. Somente em 10 de agosto de 1907, durante a administração do prefeito Capitão Renato Jardim, foi assinada a escritura de compra e venda entre a Câmara Municipal e Dona Maria Eugenia Ramos Antunes,

Como surgiu o Parque Municipal do Morro de São Bento

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viúva de Olympio Rodrigues Antunes. A partir desta data a área da Chácara Olympia, onde estava inclusa parte da mata do Morro do Cipó (Figura 02), passava a pertencer à municipalidade.

Parte da área passa a abrigar o Horto Municipal, instalado num terreno situa-do na então rua Visconde de Inhaúma, atual rua Tamandaré (Figura 03). Para trabalhar no local, inicialmente foi contratado um botânico alemão, que foi substituído em 1918 pelo engenheiro agrônomo italiano Theodoro Papa. Este último elaborou diversos pro-jetos para o município, entre eles o plano de arborização da cidade e os projetos das praças XV de Novembro, Aureliano de Gusmão (Sete de Setembro), Luís de Camões e os canteiros da avenida Saudade, que abrigavam tipuanas.

Em março de 1908, a Câmara Municipal autoriza a prefeitura a arrendar a Chácara do Morro do Cipó, bem como efetuar a concessão para a construção de um restaurante e o estabelecimento de um campo para demonstração de máquinas agrí-colas. Esta autorização inaugurou um novo período na história do Morro do Cipó, a partir do qual uma série de modificações e alterações ocorreram ao longo do tempo. Ainda em 1908 foi construído, dentro dos limites da Chácara Municipal, o estande de Tiro de Guerra.

Entre 1910 e 1920, a Chácara Olympia foi arrendada, com exceção da área do Bosque, ao Sr. Lino Engracia de Oliveira. Este arrendamento foi importante por impe-dir o desmembramento da chácara, como pretendia a Câmara Municipal que, em 1911, apresentou projeto de lei que autorizava a abertura de ruas e a divisão do terreno para venda.

Na descrição da Chácara Olympia, feita pelo Procurador Fiscal da Prefeitura em 9 de outubro de 1912, a área ocupada por mata é denominada “Bosque Municipal”, sendo relatado o plantio de árvores nativas tais como cedro, jenipapo, indaiassu, figuei-ras, jaborandi e palmeiras. Havia na área, ainda, terreno ocupado com cultivo de café e uma pedreira.

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FIGURA 1Planta da Chácara Olympia (1911).

As ruas da Misericórdia, Visconde de Inhaúma, dos Italianos e a Estrada do Morro do Cipó, são hoje denominadas, respectivamente, avenida Capitão Salomão e ruas Tamandaré, Camilo de Matos e João Bim.

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FIGURA 3Horto Municipal, localizado na então rua Visconde de Inhaúma, atual rua Tamandaré. Vista interna: viveiros, lateral da casa e vegetação. O terreno foi ocupado por plantações de diversos arbustos e árvores nacionais e estrangeiras, destinadas na maior parte à arborização das ruas e praças da cidade. Data: década de 1900. Foto: João Passig. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 2Vista do córrego Retiro Saudoso. A médio plano, conjunto de edifícios e, ao fundo, a mata do Morro do Cipó (atual Bosque Municipal Fábio de Sá Barreto). Data: início da década de 1900. Foto: João Passig. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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Em 1922, foi desmembrada para a construção da Escola Profissional Mista, denominada posteriormente Escola Profissional José Martiniano da Silva (Figura 04).

Entre os anos de 1931 e 1937, a Chácara Olympia esteve arrendada ao Sr. José da Cruz Horta. Este arrendamento não incluiu, entre outras áreas, a mata nativa, os terrenos ocupados pelos reservatórios da Empresa de Águas e Esgoto, o Horto Municipal e uma área de pedreira. Desta pedreira foram retiradas as pedras para o calçamento das ruas da cidade e para a construção do Mosteiro de São Bento e da Igreja de Santo Antônio.

Inicialmente previsto para durar 10 anos, o arrendamento foi rescindido em 1937 pelo prefeito da época, Dr. Fábio de Sá Barreto. Conquistada a rescisão, a Prefei-tura voltou a administrar a Chácara Olympia e implantou no local o Bosque Municipal no mesmo ano (Figura 05).

Durante todo o período que atuou como Prefeito Municipal (16/06/1936 a 03/05/1944), Fábio Barreto (Figura 06) empenhou-se em dotar a Chácara Olympia de condições e estruturas necessárias para tornar o local uma área destinada à preservação da flora e da fauna nacional. Após a implantação do Bosque Municipal, ele conseguiu junto a instituições e chefes de Estado doações de plantas e animais. Em 1942 inaugu-rou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico, Museu Zoológico e Mineralógico e um bar e restaurante. Nesta época, o estande de tiro foi transferido para a cava da pedreira, a Cava do Bosque.

Em maio de 1944, devido a problemas de saúde, Fábio Barreto solicitou afas-tamento do cargo de prefeito, mas continuou administrando e gerenciando o Bosque Municipal, promovendo várias mudanças. A partir de doações conseguidas junto a empresas, fazendeiros e cidadãos, no dia 1º de outubro de 1944 foram inaugurados o Aquário (Figura 07) e as obras de reforma do Orquidário. O local torna-se definitiva-mente uma importante área de lazer para a cidade (Figura 08). Em 1945 foi inaugurado o Parque Infantil Machado de Assis, construído com bambus extraídos da mata do próprio Bosque Municipal (Figura 09).

Não só o Bosque mudava como também a cidade ao seu redor (Figuras 10 a 12). A paisagem urbana se altera rapidamente e, desde o início do século XX, as áreas de vege-tação tornam-se cada vez mais escassas. A aquisição da Chácara Olympia pela prefeitura e a conservação da mata do Morro do Cipó foram decisivas para preservar uma área de vegetação nativa no centro de uma cidade que passava por rápida expansão urbana.

Em 20 de julho de 1947 foi inaugurado o Mosteiro de São Bento e lançada a pedra fundamental do Monumento ao Sagrado Coração de Jesus. Nesta ocasião foi feito um abaixo-assinado solicitando a alteração do nome Morro do Cipó para “Alto do São Bento”. Em 1948 é inaugurada a primeira capela do Santuário das Sete Capelas na área onde anteriormente funcionava uma pedreira do Morro do Cipó (Figuras 13 e 14).

Em 22 de novembro de 1948, por meio da Lei nº 61, o Bosque Municipal pas-sou a denominar-se Bosque Fábio Barreto. No mês de dezembro do mesmo ano Fábio Barreto veio a falecer.

Entre 1948 e 1949 algumas salas no Bosque serviram de sede provisória do Museu Histórico Municipal. Este museu foi transferido para o prédio da Fazenda Monte Alegre em 1950.

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FIGURA 4Escola Profissional Mista, futura Escola Profissional José Martiniano da Silva, fachada e lateral do prédio, na rua Visconde de Inhaúma, atual rua Tamandaré. Ao fundo, à direita da foto, é possível visualizar parte da mata do Morro do Cipó. Data: 1927. Foto: Rainero Maggiori. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 5 Vista de uma alameda arborizada do Bosque Municipal. Data: 1937/1939. Foto: Foto Gullaci. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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FIGURA 6 Fábio de Sá Barreto,

em pé, no centro de terno claro,

caminhando junto a um grupo de pessoas

numa alameda do Bosque Municipal. Data: 1944/1948.

Foto: fotógrafo não identificado.

Fonte: Arquivo Público e Histórico de

Ribeirão Preto.

FIGURA 7Aquário do Bosque Municipal.

Data: maio de 1962. Foto: Miyasaka. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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FIGURA 8Vista de alameda próxima à portaria da rua Liberdade. Ao centro, um dos quiosques espalhados pelo Bosque, uma das mais populares áreas de lazer da cidade. Data: 1940/1950. Foto: Foto Postal Colombo - São Paulo. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 9Parque Infantil Machado de Assis, construído com bambus extraídos da mata do próprio Bosque Municipal. Data: 1950. Foto: fotográfo não identificado. Fonte: arquivo pessoal de José Luiz Barbieri.

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FIGURA 10Vista do local onde está localizado atualmente o Mirante do

Bosque Municipal Fábio Barreto. Ao fundo é possível ver a Catedral São Sebastião. Data: início da década de 1940. Foto: fotógrafo não identificado.

Fonte: arquivo pessoal de Sebastião de Carvalho Leme/Grupo Amigos da Fotografia.

FIGURA 11 Vista do local

do Mirante em que é possível

ver em primeiro plano parte da

vegetação da área e, ao fundo, o

centro da cidade. Data: década de 1940. Foto: José

Gonçalves de Mattos. Fonte:

Grupo Amigos da Fotografia.

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FIGURA 12 Mais uma vista do local do Mirante em que é possível ver em primeiro plano parte da vegetação da área e, ao fundo, o centro da cidade. Data: década de 1940. Foto: fotógrafo não identificado. Fonte: arquivo pessoal de Nicolau Ferreira Vianna/Grupo Amigos da Fotografia.

FIGURA 13 Santuário das Sete Capelas, vista parcial. Obras da construção das duas primeiras capelas. Ao fundo é possível ver os paredões da antiga pedreira do Morro do Cipó. Data: 1940/1950. Foto: fotógrafo não identificado. Fonte: arquivo da família Frateschi/Grupo Amigos da Fotografia.

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No final da administração de José de Magalhães e durante a administração do Tenente Coronel Alfredo Condeixa Filho, o Bosque passa por reformas. As ruas inter-nas são asfaltadas (Figura 15), é construído o portão da rua Liberdade (Figura 16), o Restaurante do Bosque é ampliado, é construído o prédio da administração do Bosque (inaugurado em 1951), ocorre a criação e instalação da Escola Municipal de Belas Artes nas dependências do Bosque, criação e instalação do Parque Infantil Amélia Junqueira (Figura 17), a construção de novos recintos para as aves e felinos, entre outras. Posterior-mente também é construída uma fonte próximo ao portão da rua Liberdade (Figura 18).

Em 1952 iniciou-se o processo de desapropriação de terrenos próximos à área de-nominada Cava do Bosque para a construção do Ginásio de Esportes Gavino Virdes (Fi-gura 19), inaugurado em 1953. Neste mesmo ano o Estande de Tiro foi transferido para o novo Horto Municipal, próximo à mata de Santa Tereza.

O monumento ao Sagrado Coração de Jesus (Figura 20) e a praça em torno foram inaugurados em 1953, ano em que também terminaram as obras do prolongamento da rua Capitão Salomão, antiga rua da Misericórdia. Este prolongamento desmembrou a área da antiga Chácara Olympia, já reduzida ao longo do tempo por doações, em duas glebas.

Em 1953, a área do Morro de São Bento já formava um complexo composto pelo Bosque Municipal Fábio Barreto, o Mosteiro de São Bento e o Ginásio de Esportes da Cava do Bosque (Figura 21).

FIGURA 14 Santuário das Sete Capelas, vista parcial. Obras da construção das três primeiras capelas.

Em primeiro plano e, ao fundo, é possível ver árvores típicas da região de solo raso do Parque de São Bento. Data: 1940/1950. Foto: Postal Colombo - São Paulo. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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A lei nº 481 de 1955 concede permuta de terreno entre o Município e o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - para a construção de uma escola em área da Chácara Olympia.

Por meio da lei nº 672, de 7 de março de 1958, o caminho que ligava o Bosque às Sete Capelas passou a denominar-se Via São Bento.

FIGURA 15 Vista de rua interna asfaltada no Bosque Municipal. O bambuzal visto na foto é de uma espécie de origem asiática que foi introduzida no parque para fins ornamentais. Data: 1956. Foto: Foto Esporte. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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FIGURA 16 Inauguração do Pórtico do Bosque Municipal Fábio Barreto, atual portaria da rua Liberdade. À direita da

pessoa que descerra a fita inaugural, de terno claro, está o prefeito José de Magalhães e, ao seu lado Antonio Machado Sant'Anna. No fundo da foto é possível visualizar o tronco de um exemplar de jequitibá-branco.

Este exemplar encontra-se ainda vivo e, seguramente, possui mais de 100 anos de idade. Data: 28 de março de 1950 Foto: J. Gullaci. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 17 Parque Infantil Amélia Junqueira, no Bosque Municipal.

Grupo de professoras e funcionárias nas escadas em frente ao prédio. Data: setembro de 1961. Foto: Foto Miyasaka. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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FIGURA 18 Fonte na entrada do Bosque Municipal Fábio Barreto, em construção. No centro, de terno claro e de costas, está o prefeito Alfredo Condeixa Filho. Data: 1950/1960. Foto: J. Gullaci. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 19 Obras de construção da Cava do Bosque. Em 1952 iniciou-se o processo de desapropriação de terrenos próximos à área denominada Cava do Bosque para a construção do Ginásio de Esportes, inaugurado em 1953. Data: 1952/1953. Foto: J. Gullaci. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

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FIGURA 20 Monumento Sagrado Coração de Jesus, durante sua construção. A estátua de bronze, de 7 metros, está atualmente instalada na Praça Alto do São Bento. Data: 1950. Foto: fotógrafo não identificado. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.

FIGURA 21 Vista aérea do centro da cidade. Ao fundo, na parte superior esquerda da foto, é possível ver a mata do Bosque

Fábio Barreto. No alto do morro de São Bento é possível ver a estátua do Cristo, o longo prédio horizontal do Mosteiro de São Bento e, na parte baixa do morro, a cúpula do ginásio Gavino Virdes, parte da Cava do Bosque.

Data: década de 1950. Foto: Foto Esporte. Fonte: Arquivo Público Histórico de Ribeirão Preto.

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Em outubro de 1961, a lei no 1095 autorizou concorrência pública para explora-ção do Restaurante do Bosque, que passou a ser local de realização de grandes banquetes oficiais. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980 era um local muito bem frequentado, sendo ponto de referência para a cidade. Em 1984 a empresa J. Rossato Restaurante e Choperia Ltda. obtém a permissão para uso e exploração do restaurante que passou a ser chamado de JR Bosque. Em 1995 o restaurante encerrou suas atividades. Após esta data, o edifício abrigou, inicialmente, a Secretaria Municipal do Meio Ambiante e, depois, o Centro de Visitantes do Parque do Morro de São Bento. A partir de 2003 o local passa a abrigar a Casa da Ciência Galileu Galilei, unidade da Secretaria Municipal da Educação.

Em 1964 foi realizada cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Teatro Popular, no Morro de São Bento. No dia 19 de junho de 1969 o Teatro foi inaugurado em solenidade com a presença do então Presidente da República General Costa e Silva. Os autores do projeto do teatro foram Mario Reginato e Jaime Zeiger, e o desenho do palco de autoria do artista Bassano Vaccarini. Neste mesmo ano foi inaugurado o Teatro de Arena, idealizado e construído por Jaime Zeiger, aproveitando a declividade do terreno.

Na mesma ocasião, em 19 de junho de 1969, foi também inaugurado o Jardim Japonês, contendo apenas um lago. O jardim foi posteriormente ampliado, em 1990, com a construção de mais dois lagos, uma ponte e uma casa de chá. O Mirante do Jar-dim Japonês foi inaugurado em junho de 1995.

Entre 1969 e 1970 é aberta a Trilha do Jequitibá (Figura 22), inicialmente uti-lizada para atividades de lazer. Posteriormente passou a ser destinada apenas para fins de educação ambiental. Localizada em área íngreme, a trilha precisou de corte e aterro do terreno para ser executada.

FIGURA 19 Trilha do Jequitibá – Vista da Trilha do Jequitibá, área utilizada para atividades de educação ambiental. Para a abertura da trilha foi feito corte e aterro do terreno. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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Em 1971, a lei nº 2541 autorizou a Prefeitura a entregar em comodato as edifi-cações e área de terra situada no alto do Bosque Municipal para a Casa do Radioama-dor de Ribeirão Preto.

Ainda em 1971, a prefeitura doa uma parte do terreno do Bosque Municipal para o Instituto Santa Lydia para a construção do Hospital. Em 2010 a prefeitura passa a administrar o hospital.

No mês de outubro de 1975 foi assinado o edital de concorrência para constru-ção da Casa da Cultura, no Morro de São Bento, ao lado da Casa do Radioamador. As obras foram iniciadas em 1976 e a Casa da Cultura “Juscelino Kubitschek” foi inaugu-rada em 26 de janeiro de 1977. O conjunto compreendido pelos prédios dos teatros e da Casa da Cultura, bem como as praças e obras de arte existentes no alto do Morro de São Bento foram denominados Complexo Cultural “Antônio Palocci” em 1987.

No final da década de 1970 e início da década de 1980, a Associação dos Oli-vetanos realizou a venda de um terreno situado entre a via São Bento, avenida Meira Júnior, rua Redenção e rua Dom João VI, com cerca de 19.300 metros quadrados. Esta venda despertou diversas manifestações motivadas pelo desejo de preservação da área verde. Em 1987, a Lei Estadual nº 6131 determina esta área do morro de São Bento como Área de Proteção Ambiental (APA).

Em 1988 foram realizadas obras de construção, reforma e ampliação na área do Ginásio da Cava do Bosque. O Complexo Esportivo denominado Elba de Pádua Lima foi inaugurado em 27 de agosto deste mesmo ano, durante o governo do prefeito João Gilberto Sampaio.

Também em 1988, a EMEI Amélia Junqueira é transferida do Bosque Munici-pal para um prédio novo, na avenida Treze de Maio. No local onde a escola funcionava, em 1990, a Secretaria do Meio Ambiente instituiu o Centro de Educação Ambiental de Ribeirão Preto (CEARP), vinculado à Diretoria de Educação Ambiental. Em 1993 a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente é transferida para o Bosque, passando a dividir espaço com o CEARP. Atualmente, o prédio faz parte do Zoológico e abriga o Terrário.

No dia 29 de novembro de 1989 ocorrem fortes chuvas no município, que pro-vocam sérios danos no conjunto arbóreo e edificações do Bosque. Em razão destes danos, o Bosque permaneceu fechado no período de 01 de dezembro de 1989 até 31 de janeiro de 1990. Em 1996, o Bosque voltou a ficar fechado para reformas que visavam a adequação do Zoológico às exigências do IBAMA, sendo reaberto em outubro de 1998.

Em 1995, pela Lei Complementar n° 476, os 250.880 metros quadrados da área formada pelo Bosque Fábio Barreto (zoológico, áreas verdes, Jardim Japonês, etc.), complexo esportivo (conjunto poliesportivo Elba de Pádua Lima e Ginásio Gavino Vir-des) e o Complexo Cultural Antônio Palocci (Teatro Municipal, o Teatro de Arena “Jaime Zieger”, a Casa da Cultura “Juscelino Kubitscheck de Oliveira”, a Casa do Rádio Amador e a Praça do Alto do São Bento), ou seja, parte da área da primitiva Chácara Olympia, foi transformada no Parque Municipal do Morro de São Bento, uma unidade de conservação de proteção integral. Atendendo a recomendações da legislação federal sobre unidades de conservação de proteção integral, em 1998 é aprovado o Plano de

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Manejo do Parque Municipal do Morro São Bento, que estabelece as diretrizes para o seu desenvolvimento e conservação.

Em 17 de junho de 1996 foi firmado contrato de patrocínio com a Petrobras/Petróleo Brasileiro S.A. para a recuperação do prédio da antiga Escola Municipal de Belas Artes do Bosque para abrigar o Centro de Apoio à Educação Ambiental. A refor-ma foi concluída em dezembro de 1996.

Em outubro de 2009 o IBAMA homologou o registro do Zoológico Municipal como Jardim Zoológico “categoria B”.

Em 2011 foi homologado o PIEA - Programa Integrado de Educação Ambien-tal realizado em parceria entre as Secretarias da Educação e do Meio Ambiente. Este programa, após revisão e ampliação, passou a ser denominado de Programa de Educa-ção Ambiental do Parque Municipal do Morro de São Paulo, em vigor a partir de 2018.

Em 2015, foi implantado o Meliponário do Bosque e foi inaugurado um novo Aquário. Posteriormente, em 2016, foi instalado o Centro de Apoio a Animais Silves-tres Vitimados.

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Formação Geológica do Parque Municipal do Morro de São Bento

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A HISTÓRIA AFLORA

Vista de paredão de basalto na avenida Meira Júnior, próximo às Sete Capelas. O paredão é resultado de corte na rocha para a construção da via.

Data: 2013.

Fotógrafo: Marcelo Pereira

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O município de Ribeirão Preto, situado na região Nordeste do Estado de São Paulo, apresenta topografia pouco acidentada e com declividades pequenas. A altitude varia entre 510 m na margem do rio Pardo e cerca de 800 m na divisa com Cravinhos, cidade vizinha.

Ribeirão Preto está inserido na Bacia do Paraná, uma ampla bacia sedimen-tar do continente sul-americano que cobre porções do centro-sul do Brasil (do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul), norte do Uruguai, nordeste da Argentina e leste do Paraguai, totalizando uma área de 1,5 milhões de quilômetros quadrados.

O nome Bacia do Paraná é derivado do Rio Paraná, que corre aproximada-mente no seu eixo central, no sentido norte-sul. Essa bacia é composta por formações de rochas sedimentares e magmáticas que se formaram durante parte das eras Paleo-zoica e Mesozoica. Seu registro sedimentar compreende rochas formadas do Período Ordoviciano ao Cretáceo, abrangendo um intervalo de tempo entre 440 e 65 milhões de anos atrás.

Na região de Ribeirão Preto, as cidades estão assentadas sobre rochas das for-mações Piramboia, Botucatu e Serra Geral, além de formações superficiais e aluviões.

Por volta de 440 milhões de anos atrás, durante o Paleozoico, a Bacia do Paraná fazia parte do supercontinente Gondwana, formado pelos atuais continentes América do Sul, África, Antártica, além de Austrália e Índia. Era um golfo aberto para o então Oceano Panthalassa e esteve sob influência da invasão do mar, de glaciação e de esforços tectônicos. Em distintos períodos foram depositadas sequências de estratos e camadas

Geologia

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de sedimentos de textura fina - argilas, siltes e calcários - com centenas de metros de espessura.

A partir do Triássico (250 a 200 milhões de anos atrás), o mar regrediu e não mais retornou em ambiente continental. Rios e lagos se formaram e o clima foi se trans-formando até se tornar inteiramente desértico. Nessa época ocorreram novos ciclos de sedimentação: na base da sequência encontram-se sedimentos arenosos e argilosos, depositados em ambientes de lagos e rios pela ação da água e do vento, que deram ori-gem ao pacote de arenitos denominado Formação Piramboia. Posteriormente, o clima tornou-se mais seco e toda a região transformou-se num imenso deserto, com deposi-ção de sedimentos pelo vento em sucessivos campos de dunas constituindo uma topo-grafia suave, semelhante ao atual deserto do Saara. Estes sedimentos deram origem aos arenitos da Formação Botucatu.

Os arenitos das formações Piramboia e Botucatu apresentam grande porosi-dade e, portanto, grande capacidade de armazenamento de água. Essas rochas formam o chamado Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Esse manancial subterrâneo é de suma importância para o município de Ribeirão Pre-to, tendo em vista que toda a água que abastece a cidade é extraída deste aquífero.

Em Ribeirão Preto, afloramentos do arenito Botucatu são encontrados nas zo-nas norte e leste, consideradas áreas de recarga do aquífero. Os melhores locais para se observar o arenito Botucatu situam-se ao longo da Rodovia SP - 333, que liga Ribeirão Preto a Serrana e Cajuru.

A Formação Serra Geral se formou durante o Mesozoico (251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), quando sucessivamente volumes gigantescos de lava foram ex-travasados em toda a Bacia do Paraná, cobrindo o deserto Botucatu. O derrame de lava foi resultado de um intenso vulcanismo fissural que atingiu os territórios onde encontramos hoje o Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, parte de São Paulo e estendeu-se ao longo das fronteiras do Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua principal fase ocorreu entre 133 e 130 milhões de anos atrás, formando a maior província mag-mática em terreno continental do planeta. As rochas resultantes da solidificação deste derrame são chamadas de basaltos.

O basalto é uma rocha extremamente dura e, quando inalterado, é utilizado como brita que compõe o concreto na construção civil e como paralelepípedos que revestem ruas e avenidas.

A maior parte da área do município de Ribeirão Preto encontra-se sobre o basalto da Formação Serra Geral, principalmente a região central e a zona sul. A espes-sura total do basalto na região varia de 10 a 160 metros, com valores mais frequentes de 70 a 110 metros. As observações das cotas de contato entre o basalto e o arenito Bo-tucatu mostram uma morfologia de dunas que tiveram a sua conformação preservada devido ao mecanismo passivo de colocação das lavas.

O Parque Municipal do Morro de São Bento encontra-se assentado sobre o basalto da Formação Serra Geral (Figura 23), sendo possível observar seus aflora-mentos no Bosque e Zoológico Fábio Barreto (Figura 24), Cava do Bosque e Sete Ca-pelas, outros locais da cidade onde é possível observar esses afloramentos são: Parque

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Prefeito Luiz Roberto Jábali (Curupira), Parque Roberto de Melo Genaro, Parque Dr. Luiz Carlos Raya; entre outros.

SolosA decomposição do basalto pela ação de agentes físico-químicos, como água,

calor e vento (Figura 25) ou fatores biológicos, como microorganismos e plantas (Fi-gura 26), leva à formação de um solo de cor avermelhada, denominado de “terra roxa”. A cor vermelha se deve ao basalto ser rico em ferro: a oxidação do basalto durante o processo de decomposição tem como um dos seus produtos o óxido de ferro, substân-cia de cor avermelhada.

O basalto é o embasamento rochoso do Parque Municipal Morro do São Bento e os solos da área são resultados da decomposição dessa rocha. Os solos encontrados no Parque são o Litólico, o Latossolo Roxo e, em menor escala, a Terra Roxa Estruturada.

Assim como em outros pontos da região, o basalto depositado no passado na área do Morro do São Bento pode ser observado nos pontos mais elevados da paisa-gem. A ação do intemperismo conduziu o solo proveniente da degradação do basalto para as porções mais baixas do relevo. O resultado é a ocorrência de solo litólico – raso e pedregoso – nas porções mais elevadas e de latossolo – solo profundo – nas porções mais baixas

FIGURA 23Gráfico ilustrando as formações que compõe o subsolo da área onde está localizado o Parque Municipal do Morro de São Bento. O Parque está assentado sobre o basalto da formação Serra Geral.

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FIGURA 24 Afloramento de basalto na rua Camilo de Matos, no limite do Parque Municipal do Morro de São Bento. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

FIGURA 25 Vista de detalhe no paredão de basalto na área da cava das Sete Capelas. Dilatações e contrações da rocha devido a alterações na temperatura podem levar ao surgimento de fissuras. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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O Litólico é um solo muito raso com, aproximadamente, 30 cm de profundi-dade, assentado diretamente sobre o basalto íntegro/consolidado – contato lítico – (Fi-gura 27) ou o parcialmente decomposto – contato paralítico. Este solo armazena pouca água limitando a disponibilidade para as plantas.

No contato paralítico, o basalto encontra-se predominantemente sob a forma de matacões e cascalho entremeados por material de solo (Figura 28). O contato paralítico permite que as raízes das árvores, arbustos e ervas atinjam profundidades significativas, explorando água e nutrientes em um volume bem maior do que no solo de contato lítico.

O Latossolo Roxo é um solo argiloso muito profundo, muito poroso e verme-lho escuro de grande fertilidade e com grande capacidade de armazenamento de água. Este solo cobre a maior extensão do município.

No Parque existem trechos de Terra Roxa Estruturada, com aproximadamente 1,2 metros de profundidade. Este é um solo argiloso, vermelho escuro, com as camadas constituí-das de pequenos blocos de terra, com moderada quantidade de água utilizável pelas as plantas.

RelevoSob o contexto geomorfológico, a área do Parque Municipal Morro do São

Bento é dominada por uma feição de plataforma interfluvial, reflexo do entalhamento

FIGURA 26 Vista de detalhe no paredão de basalto situada na área das Sete Capelas onde é

possível notar a atuação das raízes no intemperismo da rocha. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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imposto ao terreno pelos córregos Retiro Saudoso (Figura 29) e Tanquinho. O limite norte do parque coincide com a área mais alta - 590m de altitude - onde se encontra a Praça São Bento (Figura 30).

O parque apresenta declividades que vão de 0% a mais de 45%. Estas declivida-des foram agrupadas em três tipos de relevo: suave, moderado e acidentado.

O relevo suave é aquele que apresenta como característica básica declividades menores que 10%. É o tipo de relevo que domina a porção norte e noroeste, onde está a parte mais urbanizada do parque.

O relevo moderado é aquele que apresenta declividades entre 10 e 20%, sujeito a processos de erosão quando o manejo da vegetação, solo ou drenagem são inadequados.

Já o relevo acidentado é aquele que apresenta declividades superiores a 20%. É o tipo de relevo encontrado no Mirante, um dos principais acidentes topográficos do parque, constituído por um maciço rochoso com inclinação abrupta na face sul. Na base desta en-costa ocorre a altitude mínima do parque, aproximadamente 530 metros (Figura 31).

Parte do Parque teve seu relevo desfigurado pela exploração rudimentar do basalto no início do século, como os taludes localizados próximos a Cava do Bosque.

FIGURA 27Vista de detalhe no paredão de basalto na área das Sete Capelas em que é possível notar o solo Litólico (contato lítico). Esse tipo de solo é muito raso e encontra-se assentado diretamente sobre o basalto íntegro. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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FIGURA 28Solo Litólico (contato paralítico). Neste tipo de solo, o basalto encontra-se parcialmente decomposto,

principalmente na forma de matacões e cascalho entremeados por material de solo. Data: 2011. Fotógrafo: Lucimar Polo.

FIGURA 29 Vista do Mirante do Jardim Japonês. Próximo ao centro da foto é possível notar a avenida Dr. FranciscoJunqueira,

onde corre o córrego Retiro Saudoso (ladeado por árvores). Junto com o córrego do Tanquinho, o Retiro Saudoso impôs o entalhamento do terreno onde está localizado o Parque Municipal do Morro de São Bento.

Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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FIGURA 30Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, localizado na Praça Alto do São Bento. O monumento marca o local onde se encontra a maior altitude do Parque Municipal do Morro de São Bento, aproximadamente 590 metros. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira

FIGURA 31 Base da encosta do Mirante do Jardim Japonês, vista da rua Camilo de Matos. No local ocorre a menor altitude do Parque Municipal do Morro de São Bento, aproximadamente 530 metros. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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Vegetação do Parque Municipal do Morro de São Bento

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ILHA VERDE

Vista aérea do Parque Municipal do Morro de São Bento, tomada a partir da rua Tamandaré.

Data: 2013.

Fotógrafo: JF Pimenta

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Matas do Parque Municipal do Morro de São Bento

A vegetação do Parque Municipal do Morro de São Bento é formada por um re-manescente de mata natural e por áreas ajardinadas onde existem árvores nativas e exóticas.

A mata natural ocupa uma área de 72.000 metros quadrados, estando a maior parte dela inserida nas dependências do Bosque e Zoológico Fábio Barreto. Essa vege-tação natural é do tipo Floresta Mesófila Semidecídua.

Também chamada de Floresta Estacional Semidecidual, essa formação vegetal é incluída no bioma Mata Atlântica. As características dessa floresta são influenciadas pela estacionalidade climática, marcada por uma estação quente e úmida e outra seca e com temperatura amena. A pluviosidade tem maior influência na vegetação que a diferença de temperatura. É a sazonalidade na disponibilidade hídrica que determina a maior ou me-nor diversidade de espécies nessas matas. Uma das adaptações apresentadas pelas árvores desta formação é a queda de folhas: as espécies presentes perdem total ou parcialmente as folhas durante a época seca do ano, reduzindo assim a perda de água para o ambiente.

Durante a época de seca, a vegetação utiliza a água acumulada no solo. Logo, quanto mais espessa a camada de solo, maior a quantidade de água acumulada em seu interior e maior o porte e a diversidade da vegetação. Quanto mais raso for o solo, me-nor o porte e a diversidade de espécies que ocorrem.

Devido à diferença de profundidade de solo, a Floresta Mesófila Semidecídua do parque apresenta duas fisionomias distintas: a Mata Semidecídua e a Mata Decídua.

A Mata Semidecídua desenvolve-se no Latossolo Roxo, na Terra Roxa Estruturada e no solo Litólico assentado sobre camada de basalto parcialmente decomposto (contato paralí-

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tico), sendo encontrada nas áreas mais baixas e de menor declividade do parque. A diversida-de de espécies encontrada na Mata Semidecídua é grande, sendo a maioria delas perenifólias ou semidecíduas. A mata permanece verde todo o ano. O interior é sempre sombreado e fres-co. As árvores são altas e destacam-se indivíduos de grande porte. O estrato superior das copas atinge, em média, 15 metros de altura (Figura 32). O solo acumula grande camada de folhas e galhos secos: a serrapilheira (Figura 33). Entre espécies marcantes nesse tipo de mata estão a peroba-rosa, jequitibá-branco, guaritá, pau d’alho, bálsamo e alecrim-de-campinas.

A Mata Decídua desenvolve-se no solo Litólico, assentado sobre o basalto consolida-do, ou sobre o parcialmente consolidado, com predominância de grandes blocos de basalto íntegro. É encontrada nas áreas mais elevadas do parque. Essa floresta não forma estrato superior denso e a penetração do sol é mais intensa. O seu interior é quente, mesmo no período chuvoso. Na época seca, as plantas perdem totalmente as folhas para se protegerem da perda excessiva de água (Figura 34). As árvores são mais baixas e a di-versidade de espécies é menor com o predomínio de angico e aroeira.

FIGURA 32 Vista do interior da área de Mata Semidecídua. A diversidade de espécies é alta e as árvores atingem porte elevado, com dossel em média a 15 metros de altura. As árvores emergentes podem atingir até 35 metros de altura. Data: 2013. Foto: Marcelo Pereira.

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FIGURA 33 O solo da Mata Semidecídua acumula grande camada de folhas e

galhos secos, camada esta conhecida como serrapilheira. Data: 2017. Foto: Matheus Tozzo.

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FIGURA 34 Diferentes aspectos do interior da Mata Decídua: A- Durante o mês de julho, no período de seca; B - Durante o mês de outubro, após o início das chuvas; C- No final do mês de dezembro, já no período das chuvas. Data: 2013. Fotos: Marcelo Pereira.

A

B

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Gigantes do Bosque

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MORADA DE GIGANTES

Vista do interior da área de Mata Semidecídua.

Data: 2013.

Fotógrafo: Marcelo Pereira

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Dentre as árvores que existem no Parque, diversas chamam a atenção pelo tamanho, pela beleza e pela frequência com que são encontradas. Com o objetivo de ajudar as pessoas a reconhecer algumas dessas árvores, foram selecionadas 25 espécies para uma descrição mais detalhada.

Dessas espécies, 22 são típicas da Floresta Mesófila Semidecídua, sendo que quatro (amendoim-bravo, chichá, embaúba e farinha-seca) ocorrem também em ou-tras formações, tais como o Cerrado e Mata Ciliar, e nove (alecrim-de-campinas, amen-doim-bravo, cedro, embaúba, farinha-seca, jacarandá, tamboril, paineira e pau-ferro) são comumente encontradas em espaços urbanos como calçadas, praças e parques.

Outras duas espécies (cajá-mirim e pau-brasil), são originárias da Mata Atlân-tica do Nordeste e foram introduzidas no parque.

Uma espécie exótica, a palmeira rabo-de-peixe, de origem asiática, foi intro-duzida para ornamentação e acabou se disseminando por todo o parque, inclusive pela área de mata nativa por apresentar fruto atrativo para os macacos da espécie Alouatta caraya, popularmente conhecidos como bugios-pretos, que vivem livres nas copas das árvores.

O mapa a seguir indica a posição de um exemplar representativo de cada uma das 25 espécies. Esperamos que este livro ajude você a encontrar outras árvores destas espécies existentes no Parque.

Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Altura: 15 a 26 metros.Tipo de copa: Globosa e densa.Tronco: Apresenta sulcos profundos e abertos, casca cinzenta-es-cura, lisa, fina e com descamação irregular. Pode atingir mais de 1 m de diâmetro. Folhas: Alternas, compostas, paripinadas, com 12 cm de compri-mento e 3 cm de largura. Folíolos verde-escuros e brilhantes, alon-gados e estreitos, irregulares na base e muito nervados, com 1,5 cm de comprimento. Planta semidecídua.Floração: Flores pequenas e esbranquiçadas, reunidas em inflo-rescências axilares curtas, com cerca de 2 cm de comprimento. Surgem de agosto a outubro. São pouco visíveis ao observador.Frutos: Drupa globosa, com 2 a 3 cm, verde, com uma ou duas se-mentes grandes. A maturação acontece entre dezembro e fevereiro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente no Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. No Brasil, ocorre nas formações florestais do interior e do litoral, do Rio Grande do Sul até São Paulo. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A árvore apresenta crescimento lento.

• O formato do tronco e as folhas brilhantes ajudam a reconhecer a espécie.

• A madeira apresenta coloração vermelho-amarelada, é pesada (0,92 g/cm3), dura, de grande resistência e de longa durabilidade. Foi muito utilizada pelos índios na fabricação de flechas e tacapes. É usada na construção civil, na confecção de móveis de luxo, peças torneadas, bengalas e carrocerias.

• As folhas contem ácido cianídrico e podem causar intoxicação se ingeridas.

• Os frutos são muito apreciados por morcegos, que são um dos principais dispersores de suas sementes.

• Para a germinação das sementes, os frutos podem ser plantados diretamente no solo, sem necessidade de remoção da polpa. A germinação ocorre em cerca de 30 dias.

• A árvore é bastante ornamental, podendo ser utilizada para reflorestamentos em áreas degradadas e em praças e parques urbanos. Pode também ser utilizada na arborização de ruas largas e sem fiação aérea.

Nome científico: Holocalyx balansae Micheli

Nomes populares: pau-alecrim, ibirapepê, uirapepê

Família: Fabaceae

Foto: Fabrício Pavoni

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Altura: 10 a 25 metros.

Tipo de copa: Globosa.

Tronco: Cilíndrico, acinzentado, rugoso e lenticelado. O diâmetro varia entre 60 a 90 cm.

Folhas: Alternas, compostas, imparipinadas, de 10 a 30 cm de comprimento, com 8 a 18 folíolos, brilhantes na face superior e opacos na inferior. Os folíolos me-dem de 4 a 7 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura. Planta decídua.

Floração: Inflorescência em panículas formadas por racemos de flores pequenas de coloração amarelo-es-verdeada, perfumadas e pouco vistosas. Floresce de dezembro a março.

Frutos: Sâmara, com 3 a 5 cm de comprimento. Apre-sentam cor marrom clara quando maduros e abrigam uma semente com cerca de 1 cm de comprimento. A maturação acontece entre maio e agosto.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre da Região Amazônica até o sul da Argentina. No Brasil, ocorre do nordeste do país até o oeste de Santa Ca-tarina, principalmente na Floresta Estacional Semidecí-dua. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A árvore tem crescimento rápido, é heliófita e muito resistente. Por essas

características, a espécie é indicada para o reflorestamento de áreas degradadas.

• A casca desta espécie apresenta cumarina, alcalóides, saponinas e substâncias tanantes.

• Possui madeira moderadamente pesada (densidade 0,78 g/cm3), dura, difícil de rachar, moderadamente resistente ao apodrecimento, própria para a confecção de móveis finos.

• O amendoim apresenta seiva rósea, utilizada na tinturaria.

• As flores são melíferas e atraem muitas abelhas, que fazem a polinização.

• O nome do gênero, Pterogyne, significa “ovário alado”. Isto se deve à presença de uma expansão laminar na superfície do fruto, denominada ala ou asa, característica que facilita a dispersão das sementes pelo vento (anemocoria).

• É recomendada para paisagismo, principalmente na arborização de ruas largas e avenidas.

Foto: Mar-

celo Pereira

Nome científico: Pterogyne nitens Tul.

Nomes populares: pau-amendoim, pau-de-fava

Família: Fabaceae

Foto: Marcelo Pereira

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Altura: 12 a 20 metros.Tipo de copa: Globosa e aberta.Tronco: Diâmetro de 30 a 50 cm, podendo atingir até 100 cm, revestido por casca que varia de uma forma quase lisa e clara até escamosa, fissurada e escura.Folhas: Compostas, bipinadas, constituídas por 20 a 45 pares de pinas, com 20 a 70 pares de foliólulos opostos com 1 a 3 mm de comprimento. As folhas apresentam glândulas no pecíolo. Planta decídua.Floração: Flores pequenas, branco-amareladas, em forma de pincel, reunidas em inflorescências terminais globosas com cerca de 1 cm de diâmetro. Floresce de setembro a novembro.Frutos: Legume deiscente, achatados, segmentados, de superfície áspera e cor marrom, medindo até 25 cm de comprimento por 2 cm de largura, contendo 5 a 10 se-mentes. Amadurecem entre os meses de agosto e setem-bro. As sementes são achatadas, escuras, em forma de disco redondo, com cerca de 1,5 cm de diâmetro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente no Brasil, Peru, Bolívia, Argenti-na e Paraguai. No Brasil, ocorre na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, do Piauí até o Paraná e também no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• É uma das espécies mais comuns na área da mata decídua do parque.

• Desenvolve-se bem em áreas arenosas e cascalhentas.

• Possui madeira com densidade 0,52g/cm3, de grande durabilidade, mesmo quando exposta. É ótima para lenha e carvão.

• A casca é rica em tanino, tendo sido largamente utilizada no passado pelos curtumes.

• Planta melífera.

• Pelo fato de florescer exuberantemente todos os anos, é própria para a arborização de parques e praças.

• Apresenta crescimento rápido e é tolerante à incidência de luz solar direta, o que a torna uma boa opção para a recuperação de áreas degradadas.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

Nomes populares: angico-branco, angico-vermelho

Família: Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Altura: 15 a 25 metros.Tipo de copa: Globosa.Tronco: Diâmetro de 50 a 80 cm. A casca externa é cas-tanho escura, subdividida em placas escamiformes nos troncos mais velhos. Nas árvores jovens a casca é íntegra, cinzenta e coberta de lenticelas. Folhas: Alternas, compostas, imparipinadas, levemente pilosas, com 15 a 23 cm de comprimento. Folíolos alonga-dos a ovais, com 4 a 7 cm de comprimento, aromáticos e levemente cobertos por pelos. Planta decídua.Floração: Inflorescências em cachos terminais com até 20 cm de comprimento, formado por flores branco-avermelhadas, pequenas (0,2 a 0,3 cm). Floresce nos meses de julho a agosto. Frutos: Aquênio alado, cujas alas são formadas pelo cáli-ce ampliado e com sépalas persistentes, tendo a aparência de uma pequena flor. Semente esférica e pequena, com cerca de 0,2 cm. A dispersão dos frutos é feita pelo vento e ocorre no início da brotação das folhas, entre setembro e outubro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. É mais frequente no nordeste do país, oeste dos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo e sul dos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Ge-rais e Goiás. É encontrada também na Argentina, Paraguai e Bolívia. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Apesar de ser considerada vulnerável à extinção pela Secretaria de Estado

do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e pelo Ministério do Meio Ambiente, essa espécie ocorre em abundância na parte mais elevada dos morros associada ao solo litólico e à mata decídua.

• A madeira contém tanino. É de cor pardo-avermelhada, dura, muito pesada (densidade 1,19 g/cm3) e imputrescível, própria para ser usada em obras externas, como dormentes de linhas férreas, postes e na construção civil.

• Durante a época seca do ano, de junho a setembro, a árvore perde totalmente as folhas. A dispersão dos frutos ocorre junto com a brotação das folhas novas, que apresentam coloração avermelhada.

• Espécie muito melífera. Atrai grande quantidade de abelhas quando em floração, que são seus polinizadores naturais.

• Pessoas sensíveis podem ter reações alérgicas ao entrar em contato com a planta, principalmente durante a floração.

• Lesões no tronco exsudam resina transparente e odorífera.

• Espécie considerada ameaçada de extinção pelo Ministério do Meio Ambiente.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Myracrodruon urundeuva Allemão

Nomes populares: urundeúva, aroeira-do-campo, aroeira-preta

Família: Anacardiaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 12 a 26 metros. Tipo de copa: GlobosaTronco: Cilíndrico, revestido por casca acinzentada e fissurada, com 60 a 80 cm de diâmetro.Folhas: Alternas, compostas, imparipinadas com 9 a 13 folíolos, de 5 a 10 cm de comprimento cada. As margens dos folíolos são levemente onduladas. Planta decídua.Floração: Flores brancas, com 1 cm, dispostas em cachos eretos com cerca de 8-10 cm. Floresce de julho a setembro.Frutos: Sâmara medindo cerca de 6 cm de comprimen-to. A maturação acontece entre outubro e novembro. As sementes medem cerca de 1 cm de diâmetro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre nas Américas Central e do Sul, do México à Ar-gentina. No Brasil, ocorre na Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Região Amazônica. É muito encontrada na Floresta Estacional Semidecídua da Bacia do Paraná. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A árvore dá nome à cidade de Cabreúva, localizada no interior do estado

de São Paulo.

• O tronco, ao ser lesionado, libera uma resina conhecida como “bálsamo-de-tolu”, empregado em perfumaria e fitoterápicos. A resina do tronco e a madeira tornaram a árvore de grande interesse econômico.

• A produção comercial de bálsamo-de-tolu somente pode ser feita com árvores que possuem mais de 20 anos. Cada árvore produz cerca de 3 kg de resina por ano.

• Possui madeira pesada (densidade 0,95 g/cm3), dura, de alta resistência ao apodrecimento. Muito utilizada para construção civil e fabricação de móveis.

• Os folíolos, ao serem observados contra a luz, apresentam traços translúcidos.

• As sementes possuem cumarina, substância de odor forte e característico de baunilha, utilizada como aromatizante.

• A árvore é bastante ornamental, podendo ser utilizada para reflorestamentos em áreas degradadas e em praças e parques urbanos

Foto: Antônio de Souza

Nome científico: Myroxylon peruiferum L. f.

Nomes populares: cabreúva-vermelha, óleo, bálsamo

Família: Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 20 a 26 metrosTipo de copa: Em forma de taça, ampla. Tronco: Ereto, de casca acinzentada ou brancacen-ta, rugosa, fendida e muito grossa, com 40 a 60 cm de diâmetro. Folhas: Alternas espiraladas, compostas, imparipina-das, com 5 a 11 pares de folíolos ovalados e elípticos, com 9 a 11 cm de comprimento. Floração: Flores verde-esbranquiçadas, pequenas e pouco vistosas, reunidas em panículas terminais, destacadas da copa da árvore. Floresce de agosto até dezembro. Planta semidecídua.Frutos: Drupas ovoides, carnosas, amarelo-alaranja-das quando maduras, medindo cerca de 3 a 4 cm de comprimento e 2 a 2,5 cm de largura. Contém uma única semente grande, envolta em polpa comestível, suculenta, macia, de sabor adocicado e ligeiramente ácido. A maturação ocorre de outubro a janeiro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente no México e em vários países das Américas Central e do Sul. No Brasil, ocorre da Região Amazônica até o Rio de Janeiro, sendo mais frequente nos estados nordestinos. Introduzida no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A madeira é leve (densidade 0,41g/cm3), mole e fácil de trabalhar. Na

região norte é muito utilizada na construção de pequenas embarcações.

• As flores são procuradas pelas abelhas para a produção de mel.

• Os frutos são utilizados na região do nordeste para preparo de sucos e sorvetes. Os frutos também são muito apreciados pela fauna em geral.

• Na cultura popular, esta planta é conhecida por diversos usos medicinais. A fervura da casca e das raízes é utilizada no tratamento de diarreias, hemorroidas e náusea. A fervura das flores serve para curar doenças dos olhos e da laringe. O suco da fruta estimula o funcionamento dos rins. Já o chá das flores e das folhas alivia dores de estômago, cistites, inflamações da garganta e dos olhos, e atua como relaxante muscular. As folhas apresentam compostos com propriedades antiviróticas.

Foto: Antônio de Souza

Nome científico: Spondias mombin L

Nomes populares: cajá, cajazeiro, taperabá

Família: Anacardiaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 25 metros.Tipo de copa: Globosa e ampla.Tronco: De 50 a 70 cm de diâmetro, revestido por casca com ritidoma escamoso. Quando a planta é jo-vem, a casca é fina e os ramos e pecíolos possuem pelos glandulares que, quando tocados emitem odor agradável. Esses pelos também possuem substância adesiva característica.Folhas: Alternas, espiraladas, dotadas de estípula ramificada, compostas bipinadas, medindo cerca de 50 cm de comprimento, constituídas por 12 a 20 pares de pinas, cada uma com 20 a 30 pares de foli-ólulos, ovalados, com 5 a 6 mm de comprimento e 2 a 4 mm de largura, verde-escuras. Planta decídua.Floração: Ocorre nos meses de dezembro a feverei-ro. As flores são amarelas, grandes (cerca de 2 cm de comprimento), reunidas em panículas terminais eretas com até 30 cm de comprimento. Frutos: Legumes indeiscentes, achatados, de cor mar-rom-claros, com cerca de 8 cm de comprimento por 1,5 cm de largura. Amadurecem entre os meses de março e abril, podendo permanecer na árvore durante meses. Abrigam uma a três sementes de cor amarelada que medem cerca de 1 cm de comprimento.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente do México ao Sul do Brasil. No Brasil, ocorre nos es-tados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina principalmente na Floresta Estacional Semidecídua. Nativa no Parque Muni-cipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• É uma das espécies característica da Mata Estacional Semidecídua da

bacia do Paraná.

• Possui madeira moderadamente pesada (densidade 0,69 g/cm3), de grande durabilidade quando em lugares secos. É empregada na construção civil e marcenaria.

• A polinização é realizada por abelhas.

• Os frutos, achatados e leves, são muito eficientes na dispersão das sementes pelo vento. As sementes também são leves (1 Kg contém aproximadamente 14.700 unidades).

• Apresenta uma bela floração e proporciona ótima sombra quando isolada.

• Tem crescimento rápido e é tolerante à incidência de luz solar direta, o que a torna uma boa opção para a recuperação de áreas degradadas.

Nome científico: Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.

Nomes populares: faveira, tamboril-bravo

Família: Fabaceae

Foto: Marcelo Pereira

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura:15 a 40 metros.Tipo de copa: Globosa.Tronco: Reto e pouco tortuoso, com casca suberosa e com fissuras longitudinais profundas e largas, muito típicas, de odor agradável na parte interna. Diâmetro de 60 a 90 cm.Folhas: Alternas, compostas, paripinadas, com até 90 cm de comprimento, com folíolos de 12 a 20 cm de comprimento, cheiro aromático e sabor amargo, com as margens lisas e textura delicada. Planta decídua.Flores: Pequenas, brancas, reunidas em cachos de até 30 cm de comprimento. Floresce nos meses de agosto a setembro.Frutos: Cápsulas lenhosas, rugosas, marrom-escuras e com lenticelas claras muito características. Os frutos se abrem espontaneamente (deiscentes) em cinco fen-das longitudinais. Medem cerca de 7 cm de compri-mento e abrigam sementes aladas A maturação ocorre nos meses de junho a agosto, com a árvore totalmente sem folhas.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:É encontrada desde a Argentina até o Panamá, na América Central. Possui ampla dis-tribuição na América do Sul. No Brasil, ocorre no Cerrado e Mata Atlântica, do Rio Grande do Sul até Minas Gerais. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

Foto: Fabrício Pavoni

Nome científico: Cedrela fissilis Vell.

Nomes populares: cedro rosa, cedro-branco,

cedro-da-várzea

Família: Meliaceae

CURIOSIDADES• O chá das cascas do cedro é utilizado, na medicina popular, como tônico fortificante, contra

febre, no tratamento de disenterias e artrite.

• Possui madeira leve (densidade de 0,6 g/cm3), macia ao corte, de superfície lustrosa, com reflexos dourados, de textura grosseira e durável em ambiente seco. Bastante procurada para esculturas e obras de talha. Foi utilizada pelo movimento Barroco no Brasil. A espécie foi muito explorada devido ao alto valor de sua madeira.

• Da madeira extrai-se um óleo essencial com perfume semelhante ao do cedro-do-líbano.

• As flores do cedro são polinizadas por abelhas e mariposas.

• As sementes ficam dentro de frutos duros que, quando maduros, se abrem como flores. Ao se abrir, o fruto libera as sementes aladas, que são dispersadas pelo vento. Popularmente, o fruto é conhecido como flor de madeira.

• As sementes são muito leves. Um quilo contém cerca de 21.000 unidades.

• A árvore é muito empregada no paisagismo. Seu cultivo, no entanto, deve ser feito com grande espaçamento e alternado com outras espécies. Muitos cedros próximos podem atrair a broca-do-cedro.

• Em escala global, esta espécie é considerada ameaçada de extinção pela IUCN. No Estado de São Paulo, é considerada vulnerável (Resolução SMA 57/2016).

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 10 a 25 m.Tipo de copa: Globosa, ampla e alta. Tronco: Reto, com casca estriada irregularmente de cor pardo-acinzentada, ramos grossos com cicatrizes folia-res. Apresenta raízes tabulares. Diâmetro de 40 a 60 cm. Folhas: Simples, de 15 a 20 cm de comprimento, do-tadas de margens profundamente recortadas, dando a impressão de que se trata de três a cinco folhas ge-minadas, pecíolo longo. Planta perenifólia.Flores: Sem pétalas, de 2,5 a 3,5 cm de diâmetro, consti-tuídos por um cálice de 5-6 segmentos côncavos e ovais, de cor amarela e com pigmentos roxos, agrupadas em cachos de até 25 cm de comprimento e densamente pi-losos. Flores masculinas e flores femininas crescem no mesmo ramo. Floresce nos meses de novembro a março.Frutos: Cápsulas lenhosas e secas, de cor verde-ama-relado a pardacento, pilosas, divididas em até 5 seg-mentos, de 6 a12 cm de comprimento por 3 a 6 cm de largura cada, sustentado por haste de até 30 cm de comprimento. Quando maduro, o fruto fica vermelho. Cada segmento se abre espontaneamente para libera-ção das sementes. Sementes grandes, com 2,5 cm de comprimento por 1,5 cm de largura, elíptica, negra e brilhante. Os frutos amadurecem de maio a setembro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre do México ao Brasil e Paraguai. No Brasil, é encontrada no Sul da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• O nome chichá vem do termo indígena, xixa, que significa “fruto semelhante a

mão ou punho fechado”.

• A madeira é muito leve (densidade 0,39 g/cm3), vindo daí os nomes populares pau-de-cortiça, boia e pau-de-boia. É também mole e de baixa durabilidade natural. Empregada em obras internas, forros, na fabricação de palitos de fósforo, de pasta celulósica e de molduras.

• As sementes, negras, destacam-se com o fundo amarelo do fruto e são amplamente consumidas pela fauna. Na América Central, são consumidas torradas e utilizadas, moídas, no preparo de uma bebida refrescante local. Tribos indígenas, como a norte-americana etnia Kofán, utilizavam o óleo da semente para tratar as erupções cutâneas.

• Árvore majestosa e ótima para paisagismo.

Nome científico: Sterculia apetala (Jacq.) H. Karst.

Nomes populares: xixa, boia, pau-de-cortiça,

pau-de-boia

Família: Malvaceae

Foto: Fabrício Pavoni

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 4 a 7 metros.Tipo de copa: Aberta, em formato de taça.Tronco: Ramificado apenas na porção su-perior, apresentando casca cinzenta com manchas brancas, com nós evidentes, oco, com 15 a 25 cm de diâmetro. Folhas: Alternas, digitadas, com 7 a 10 lo-bos medindo até 40 cm, sustentados por uma haste felpuda de 10 a 55 cm de compri-mento. Superfície superior das folhas áspera e inferior recoberta por pelos esbranquiça-dos. Planta perenifólia.Flores: Unissexuais (masculinas ou fe-mininas), muito pequenas, sem pétalas e reunidas em inflorescências em forma de espiga que surgem na junção da folha com o caule. Floresce durante os meses de se-tembro a outubro.Frutos: Desenvolve-se em infrutescências compostas, a partir das espigas femininas. Mede cerca de 14 cm de comprimento. Em cada eixo cilíndrico, carnudo e doce, encon-tram-se numerosas sementes embutidas, ovais, castanho-amareladas, muito pe-quenas, com cerca de 2 mm. A maturação ocorre em junho

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente no Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil, pode ser encontrada nos estados de Ceará, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo até o Rio Grande do Sul, em várias formações vegetais. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

Foto: Fabrício Pavoni

Nome científico: Cecropia pachystachya Trécul

Nomes populares: embaúba-branca, árvore-da-preguiça

Família: Urticaceae

CURIOSIDADES• Existem embaúbas masculinas e femininas (dioicas).

• Apresentam crescimento rápido e são abundantes em áreas perturbadas e em estágios iniciais de processos sucessionais.

• O bicho-preguiça (Bradypus sp.) alimenta-se das infrutescências e também das folhas novas dessa árvore, vindo daí o nome popular árvore-da-preguiça. As infrutescências são apreciadas também por pássaros e morcegos.

• Ocorre um convívio harmônico com formigas que habitam seus troncos ocos e protegem a planta da predação.

• Madeira leve (densidade 0,41 g/cm3), macia ao corte, lisa ao tato e de baixa durabilidade natural. Utilizada na confecção de brinquedos, caixotaria leve, saltos para calçados, lápis, compensados e polpa celulósica.

• As sementes são muito leves. Um quilo contém aproximadamente 800.000 unidades.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: Até 35 m.Tipo de copa: Globosa e ampla.Tronco: Cilíndrico e reto, com até 80 cm de diâme-tro. A casca mede até 11 mm de espessura, amare-lada, lisa e pulverulenta. Odor desagradável.Folhas: Alternas, grandes (10 a 20 cm), bipinadas, com 8 a 14 pares de folíolos compostos por nume-rosos foliólulos pequenos e verde-escuros medindo de 2 a 5 mm. Planta decídua.Flores: Pequenas, branco-amareladas, perfumadas, reunidas em capítulos de 1 cm de diâmetro, pedun-culados, que formam panículas terminais ou late-rais. Floresce de outubro até janeiro.Frutos: Vagem achatada, castanha, com 5 a 10 cm comprimento por 1 a 2 cm de largura, com 5 a 10 sementes ovaladas, de cor castanho-clara. A matu-ração ocorre nos meses de setembro a outubro com a planta totalmente desprovida de folhas.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:Ocorre em vários países da América Central e do Sul. No Brasil, é encontrada naturalmente em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, na Flo-resta Estacional Semidecídua da Bacia do Paraná. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• O nome popular “farinha-seca” se deve à casca

pulverulenta que, quando tocada, solta fragmentos semelhantes a farinha.

• Apresenta crescimento rápido.

• Espécie colonizadora, comum em pastos e áreas abertas. Não se desenvolve em ambientes sombreados.

• A altura e o formato da copa, bem como a folhagem verde-escura, fazem dela uma espécie bastante ornamental.

• A madeira é leve (densidade 0,75 g/cm3), macia ao corte, pouco compacta, de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos. É empregada apenas para forros, caixotaria e confecção de objetos leves, como brinquedos, lápis, etc.

• As sementes apresentam viabilidade mesmo após 8 meses de armazenamento. Elas também são muito leves. Um quilo contém cerca de 36.000 unidades.

• As raízes são ricas em saponinas. A casca fervida pode ser utilizada para amenizar a dor de picadas de escorpião.

Foto: Marcelo PereiraFoto: Marcelo Pereira

Nome científico: Albizia niopoides

(Spruce ex Benth.) Burkart.

Nomes populares: angico-branco, frango-assado

Família: Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 20 a 30 m.

Tipo de copa: Alta, aberta, em forma de taça.

Tronco: Esguio, reto, cilíndrico, com 60 a 80 cm, apre-sentando ramificações apenas no alto. Casca cinzenta quando adulta e verde quando jovem, com grandes ci-catrizes foliares e lenticelas. Os ramos jovens são verdes.

Folhas: Alternas, grandes, com até 1 m de comprimento, bipinadas, folíolos opostos, folíolulos grandes (2 a 3 cm comprimento). Ramos jovens cobertos com pilosidade glandulosa, que os torna pegajosos. Espécie decídua.

Flores: Grandes, 3 cm de diâmetro, vistosas, amarelas, em cachos densos, terminais, com até 30 cm de com-primento. Floresce nos meses de agosto a outubro.

Fruto: Legume bivalve, em forma de espátula, marrom quando maduro, com 9 cm de comprimento e 4 de lar-gura. Cada fruto contém uma semente grande, lisa e dura, com 3cm de comprimento por 2cm de largura, envolvida em membrana papirácea leve e fina, que ajuda na disper-são pelo vento. Os frutos amadurecem de abril a julho.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:Ocorre, naturalmente, em vários países das Américas Central e do Sul. No Bra-sil, ocorre na Mata Atlântica, da Bahia até o Rio Grande do Sul.

CURIOSIDADES• É uma das árvores nativas brasileiras de mais rápido crescimento. Pode

atingir 3 m em um ano.

• É considerada a árvore símbolo de Florianópolis.

• Apresenta dispersão irregular e descontínua, comum em matas abertas e capoeiras, é muito rara na floresta primária densa.

• A casca possui tanino.

• Possui madeira leve (0,32 g/cm3), pouco resistente e fácil de entalhar, utilizada na confecção de embarcações tipo canoa, no aeromodelismo e também em caixotaria e obras internas.

• A espécie apresenta florescimento intenso, que ocorre após a queda das folhas, tornando a florada mais espetacular.

• A polinização é feita por abelhas e a dispersão das sementes ocorre pelo vento.

• A semente, chata e ovóide, é semelhante a uma ficha ou moeda. Vem daí os nomes populares ficheira e pataqueira.

• Muito utilizada no reflorestamento de áreas degradadas e em paisagismo urbano. Os ramos e a folhagem, porém, apresentam queda fácil em dias de vento, o que torna a espécie não recomendada para lugares muito frequentados.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake

Nomes populares: guapuruvu, ficheira, pataqueira

Família: Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 25 m.

Tipo de copa: Globosa e alta.

Tronco: Cilíndrico, ereto, com casca lisa e desca-mante, apresentando manchas com uma coloração mais clara e esbranquiçada, de fácil reconhecimen-to. Diâmetro de 35 a 100 cm.

Folhas: Compostas, imparipinadas, 11 a 36 cm de comprimento, com 5 a 15 pares de folíolos glabros e com borda levemente serreada. As folhas mace-radas possuem forte odor de terebentina. Espécie decídua.

Flores: Verde-amareladas, pequenas, cerca de 5 mm, reunidas em inflorescências terminais ou axi-lares com até 20 cm de comprimento. Floresce de junho a agosto, com a árvore totalmente sem folhas.

Frutos: Aquênio alongado, com cálice persisten-te, que o faz parecer uma pequena flor seca. Essas sépalas persistentes facilitam a dispersão do fruto pelo vento. Mede cerca de 1,5 cm de diâmetro e 1 cm de comprimento. Frutifica de setembro a outu-bro. Frutos dispersos pelo vento.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre do México ao norte da Argentina. No Bra-sil, ocorre na Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, no sul da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Lesões no tronco exsudam resina transparente e odorífera.

• A madeira é muito pesada (densidade 0,97 g/cm3), dura, de coloração castanho-avermelhada, superfície lisa ao tato e de pouco brilho. Tem grande durabilidade, mesmo quando exposta, fincada na terra ou dentro da água. É considerada uma das melhores madeiras de lei da América do Sul.

• A espécie é melífera e atrai grande quantidade de abelhas, que polinizam as flores.

• As folhas novas apresentam coloração avermelhada.

Foto: Antônio de Souza

Nome científico: Astronium graveolens Jacq

Nomes populares: gonçalo-alves, aroeirão

Família: Anacardiaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 20 m.

Tipo de copa: Globosa.

Tronco: Possui de 30 a 40 cm de diâmetro, reves-tido por casca áspera e acinzentada.

Folhas: Compostas, bipinadas, de 20-50 cm de comprimento, com 10 -14 pares de folíolos opos-tos, imparipinados, foliólulos cuspidados, princi-palmente o terminal, raque alada. Planta decídua.

Flores: Vistosas, com cerca de 4 cm de comprimen-to, tubulosas, roxas, dispostas em panículas termi-nais com 18 a 20 cm de comprimento. Floresce a partir de setembro, prolongando-se até outubro.

Fruto: Cápsula lenhosa, arredondada e achatada, cerca de 6-8 cm, de cor marrom-claro, deiscente, que ao abrir expõe inúmeras sementes aladas. Os frutos amadurecem durante os meses de agosto a setembro, com a planta despida de folhas.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre na Floresta Estacional Semidecidual da bacia do Paraná, sendo frequente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo até o norte do Paraná e na transição para o Cerrado. Nativa no Parque Mu-nicipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Devido à beleza de suas flores arroxeadas, a árvore é muito utilizada no

paisagismo e na ornamentação de ruas.

• Madeira leve, macia, de durabilidade média em ambientes secos. É muito utilizada em marcenaria.

• A madeira possui odor característico.

• A árvore é extremamente ornamental, principalmente quando em flor. O crescimento é moderado.

• Um quilograma de sementes contém 33.000 unidades.

Nome científico: Jacaranda cuspidifolia Mart.

Nomes populares: jacarandá- de- minas, caroba

Família:

Bignoniaceae

Foto: Marcelo Pereira

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 20 metros, pode atingir até 40m.

Tipo de copa: Globosa, densa e ampla.

Tronco: Ereto, revestido por casca áspera e de cor cinza clara, com finas rugosidades horizon-tais. Pode passar de 1m de diâmetro.

Folhas: Alternas, compostas, com dois folíolos pareados, brilhantes, de 6 a 14 cm de compri-mento, parecendo um par de pulmões.

Flores: Brancas, perfumadas, com até 5 cm de diâ-metro, agrupadas em inflorescências terminais. Em média, nascem 14 flores em cada inflorescência. Floresce durante os meses de outubro a dezembro.

Frutos: Legume indeiscente, possui casca dura e lenhosa, marrom, com 2 a 4 sementes duras en-voltas por uma polpa farinácea, de cor amarela, adocicada e de forte odor. Os frutos medem cerca de 14 cm e as sementes 3 cm de comprimento. A maturação ocorre a partir do mês de julho.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:Ocorre do México ao Paraguai. No Brasil, é en-contrada na Região Amazônica, Caatinga, Cer-rado, Mata Atlântica e Pantanal. Nativa no Par-que Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A casca da árvore era utilizada para fazer um chá, o vinho do jatobá, um poderoso

estimulante e fortificante. Hoje, o vinho do jatobá é produzido a partir de um extrato da árvore e não é mais preciso retirar a casca.

• A madeira é pesada (densidade de 0,9 a 1,1 g/cm3), muito dura ao corte, mas fácil de ser torneada. É empregada na construção civil e na confecção de artigos esportivos, cabos de ferramentas, esquadrias e móveis.

• A farinha do fruto é comestível e muito nutritiva, podendo ser consumida tanto pelo homem como por animais silvestres. É também rica em ferro, sendo indicada para tratamento de anemias crônicas.

• Apesar de duras, suas sementes germinam rapidamente (12 a 18 dias). Os principais dispersores naturais das sementes são cutias, antas, pacas e macacos.

• É uma árvore melífera, muito procurada por abelhas. As flores são também polinizadas por morcegos e beija-flores.

• A árvore é muito usada em reflorestamentos e na arborização de parques e grandes jardins. A propagação natural, no entanto, vem sendo prejudicada pela falta de dispersores animais.

Foto: Fabrício Pavoni

Nome científico: Hymenaea courbaril L.

Nomes populares: jataí, jataí-amarelo, jataí-vermelho

Família: Fabaceae

• Espécie potencialmente útil na biorremediação de solos contaminados por metais pesados.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 30 a 40 m, podendo atingir até 50 m.Tipo de copa: Globosa, alta e densa.Tronco: Tronco cilíndrico, característico, re-vestido por casca espessa, escura, com sulcos verticais profundos. Diâmetro de 60 a 120 cm. Folhas: Simples, alternas, com 6 a 12 cm de comprimento por 3 a 6 cm de largura, com borda serreada. As folhas novas apresentam coloração avermelhada. Planta semidecídua.Flores: Pequenas, com cerca de 1 cm de diâ-metro, esbranquiçadas, reunidas em inflores-cências terminais, tipo panícula densa, com 3 a 6 cm de comprimento. A floração ocorre de outubro a dezembro. Frutos: Denominados pixídios, são lenhosos, secos, com cerca de 10 cm de comprimento, com abertura espontânea. São popularmente conhecidos como “pito de macaco”. Apresen-tam borda denteada. As sementes são pardas, aladas e medem cerca de 4 cm de comprimen-to por 1 cm de largura. Cada fruto abriga apro-ximadamente 23 sementes. A maturação dos frutos ocorre nos meses de julho e agosto.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre no Brasil, Peru, Bolívia e Paraguai. No Brasil, ocorre no Acre, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia até o Rio Grande do Sul. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• É uma das maiores árvores do Brasil. A palavra "jequitibá" é originária do

termo tupi yekïti'bá, que quer dizer “gigante da floresta”.

• Possui madeira moderadamente pesada (densidade 0,78 g/cm3), pouco durável sob condições naturais. Usada na construção civil apenas em obras internas.

• As flores são muito perfumadas e se abrem pouco antes do nascer do sol. A polinização é feita por abelhas e outros insetos.

• Os frutos são popularmente utilizados para a confecção de cachimbos e para artesanato.

• Ao abrir, o fruto libera as sementes aladas que são dispersas pelo vento. A árvore produz anualmente pequena quantidade de sementes viáveis.

• Suas sementes são avidamente consumidas por macacos.

• A árvore possui qualidades ornamentais, entretanto, devido ao seu grande porte, é apenas recomendada para o paisagismo de parques e grandes jardins.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze

Nomes populares: jequitibá, jequitibá-rei

Família: Lecythidaceae

Foto: Marcelo Pereira

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: Pode atingir até 50 m.

Tipo de copa: Globosa, alta e densa.

Tronco: Cilíndrico e ereto, característico, com casca es-pessa, escura, com sulcos longitudinais profundos. Até 7 m de diâmetro, com registro de 11 m.

Folhas: Simples, alternas, apresentando no seu verso, no terço inferior, um pequeno enrolamento da borda que se estende até o pecíolo. Apresenta de 4 a 8 cm de com-primento por 2 a 3 cm de largura. Planta semidecídua.

Flores: Muito pequenas, com cerca de 0,5 cm de diâme-tro, esbranquiçadas, reunidas em inflorescências tipo panícula terminal densa com até 18 cm de comprimen-to. Floresce durante os meses de dezembro a fevereiro.

Frutos: Pixídio, lenhosos, secos, com 4 a 7 cm de com-primento por 3 cm de diâmetro, com abertura espontâ-nea. São popularmente conhecidos como pito-de-ma-caco. Apresentam borda lisa. As sementes são aladas e medem até 3 cm de comprimento. A maturação dos frutos ocorre no período agosto a setembro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAEspécie endêmica do Brasil. Ocorre naturalmente nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janei-ro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. É característica da Floresta Estacional Semidecídua da Bacia do Paraná. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• É uma das maiores árvores do Brasil. A palavra "jequitibá" é originária do termo

tupi yekïti'bá, que quer dizer “gigante da floresta”.

• Em Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo, existe um exemplar com idade estimada superior a 3000 anos.

• Possui madeira leve (densidade 0,53 g/cm3), macia ao corte e de baixa resistência a organismos xilófagos. Na construção civil, a madeira é utilizada apenas em obras internas. É também usada na fabricação de móveis, brinquedos, saltos de calçados, lápis, cabo de vassouras, etc.

• O chá da casca é utilizado medicinalmente como antiséptico e antiinflamatório. Da casca também são extraídos tanino e resina.

• A espécie é melífera. É polinizada por abelhas e outros insetos. Ao abrir, o fruto libera as sementes aladas que são espalhadas pelo vento. Os frutos são popularmente utilizados para a confecção de cachimbos.

• A árvore é exuberante podendo ser empregada no paisagismo de parques e praças públicas. Por ser tolerante à luz solar direta, é também utilizada em reflorestamentos.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico:

Cariniana legalis (Raddi) Kuntze

Família: Lecythidaceae

• Espécie Vulnerável à extinção (IUCN, Portaria MMA 443/2014, Resolução SMA 57/2016)

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 30 m.

Tipo de copa: Ampla e globosa.

Tronco: Cilíndrico, volumoso, podendo atingir mais de 1 m diâmetro, abaulado no terço infe-rior, cinza-esverdeado e recoberto de acúleos grandes e piramidais. O tronco jovem é verde.

Folhas: Alternas, compostas, digitadas, com 5 a 7 folíolos de margem serreada. Pecíolo lon-go, cerca de 4,5 cm de comprimento, folíolos com 6-12 cm de comprimento e 2-6 cm de largura. As folhas caem na época da floração.

Flores: Grandes (10 a 15 cm), vistosas, brancas no centro e rosas nas pontas das cinco pétalas, reunidas em inflorescências. Floresce a partir de meados de dezembro, prolongando-se até abril.

Frutos: Cápsulas verdes, grandes (15 a 20 cm), deiscentes, que ao abrir expõem as se-mentes envoltas em fibras finas e brancas que auxiliam a flutuação, a paina. Sementes pequenas, escuras e achatadas, dispersas pelo vento. Os frutos amadurecem de junho a setembro, com a árvore totalmen-te despida de folhagem.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre no Brasil, Bolívia e Colômbia. No Brasil, é encontrada naturalmente no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, na Floresta Estacional Semidecídua da Bacia do Paraná. Nativa no Par-que Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• A palavra “speciosa” significa, em latim, bonita, elegante, graciosa. Isto se

deve ao fato de a árvore apresentar uma floração exuberante.

• A árvore é extremamente ornamental, sendo muito utilizada para o paisagismo de praças e grandes jardins. É ótima para recomposição de áreas degradadas.

• O tronco pode acumular água na sua base, ficando abaulado no terço inferior. Vem daí um dos nomes populares, barriguda.

• A coloração verde do tronco é devido à presença de cloroplastos, o que permite às paineiras fazer fotossíntese mesmo quando a árvore está sem folhas.

• Madeira leve (densidade 0,34 g/cm3), de baixa durabilidade natural, usada na construção civil apenas em obras internas.

• A paina já foi muito utilizada no enchimento de colchões e travesseiros.

• Produz, anualmente, grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas pelo vento.

Foto: Isabel C. Ramos

Nome científico: Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna

Nomes populares: paineira-rosa,

árvore-de-paina, barriguda

Família: Malvaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 10 a 15 m.Tipo de copa: Globosa e densa.Tronco: Reto, casca cinza escura, coberta por acúle-os, principalmente nos ramos mais jovens. Pode atin-gir 60 cm diâmetro de tronco.Folhas: Alternas, bipinadas, com 10 a 15 cm de compri-mento, formada por 5 a 6 pares de folíolos, cada qual com 6 a 10 pares de folíolos secundários com 1 a 2 cm de com-primento. Ocorrem pequenos acúleos na parte de baixo da ráquis. Planta semidecídua.Flores: Ocorrem em inflorescências eretas apicais, cada flor com cerca de 3 cm, apresentando quatro pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromática e polinizada por abelhas. Floresce de agosto a setembro.Frutos: Vagem lenhosa, com 6 a 8 cm comprimento, coberta por espinhos, deiscente, com uma a cinco se-mentes discóides, marrons. O fruto possui deiscência explosiva e retorce após a abertura. A maturação dos frutos ocorre de novembro a janeiro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAEndêmica do Brasil. Ocorre na floresta de encosta Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste, ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Introduzida no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• O nome pau-brasil vem da coloração vermelha da madeira e do corante extraído da

árvore, conhecido como brasileína. Na época colonial, a brasileína era intensamente extraída para ser utilizada no tingimento de tecidos e na fabricação de tintas para escrever. A exploração deste corante caracterizou um período econômico de nossa história e levou à adoção do nome “Brasil” para o nosso país.

• O pau-brasil apresenta madeira de excelente qualidade, pesada (densidade 1,1 g/cm3), dura, compacta, de coloração avermelhada e muito resistente. É apropriada para a construção naval, indústria moveleira e fabricação de instrumentos musicais. A madeira é atualmente muito utilizada na fabricação de arcos de violinos.

• Os nomes “ibirapitanga", "ibirapiranga", "ibirapitá" são derivados dos termos tupis ïbi'rá, "pau" e pi'tãga, "vermelho”.

• Echinata significa, traduzido do latim, "com espinhos". É uma referência ao fato de as vagens do pau-brasil terem espinhos, fato único dentro de seu gênero, Caesalpinia.

• O pau brasil é considerado ameaçado de extinção na categoria “em perigo” pelo Centro Nacional de Conservação da Flora e pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

• Pela Lei 6 607, de 7 de Dezembro de 1978, o pau-brasil foi declarado árvore nacional do Brasil.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico:

Caesalpinia echinata Lam.

Nomes populares:

ibirapitanga, ibirapiranga, ibirapitá

Família:

Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 30 metros.Tipo de copa: Globosa.Tronco: A casca apresenta espessura de 10 mm, a parte externa castanha levemente descamante e a parte interna amarelada e esponjosa, com 70 a 140 cm de diâmetro.Folhas: Simples, alternas e espiraladas, elípti-cas a obovadas, coriáceas, glabras, de 10 a 19 cm de comprimento por 2,7 a 8,7 cm de largu-ra. Planta perenifolia.Floração: Flores pouco vistosas, branco esverdea-das, dispostas em panículas terminais densas, com até 20 cm de comprimento. As flores tem forte odor de alho. A floração ocorre de fevereiro a abril.Frutos: Sâmara, de coloração paliácea quando maduro. Mede cerca de 3 cm de comprimento e 1 a 1,5 cm de largura. A semente mede menos de 1 cm. A maturação acontece entre setem-bro-outubro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente no Brasil, Colômbia, Equador e Peru. No Brasil, ocorre nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito San-to, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. É característica da Floresta Estacional Semidecí-dua da Bacia do Paraná. Nativa no Parque Mu-nicipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Todas as partes da árvore exalam cheiro de alho. O cheiro fica mais intenso em dias com

alta umidade do ar. É um interessante indicador de possibilidade de chuva.

• Tem crescimento rápido e é muito utilizada em reflorestamentos. Ocorre preferencialmente em solos profundos e úmidos, sendo considerada indicadora de solo de alta fertilidade.

• A madeira é moderadamente pesada (densidade 0,66 g/cm3), dura ao corte e pouco resistente ao ataque de organismos xilófagos, tais como fungos, cupins e besouros. É empregada para tabuado em geral, sarrafos, para construções temporárias, caixotaria e confecção de embalagens leves.

• A copa frondosa proporciona ótima sombra, sendo muito usada na arborização rural. Pode servir ao paisagismo de parques e grandes jardins. Não é recomendada, no entanto, para áreas de grande movimentação de pessoas, já que é pouco resistente ao vento.

• A polinização das flores é realizada por abelhas e outros insetos.

• As sementes e frutos que possuem prolongamento alado, são dispersos pelo vento.

Foto: Fabrício Pavoni

Nome científico: Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms

Nomes populares: guararema, ibirarema

Família: Petiveriaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 20 a 35 metros.

Tipo de copa: Apresenta copa irregular, arre-dondada e larga, com diâmetro de 6 a 12m.

Tronco: Cilíndrico, liso, com aparência marmo-rizada devido à descamação da casca, que re-sulta em trechos com coloração esbranquiçada. Diâmetro de 50 a 80 cm.

Folhas: Alternas, compostas, bipinadas, paripi-nadas, com 15 a 19 cm de comprimento, com 4 a 6 pinas. Cada pina é formada por 6 a 12 pares de foliólulos. Planta semidecídua.

Floração: Flores em panículas axilares ou ter-minais, amarelas. Floresce a partir de meados de novembro até fevereiro.

Frutos: Vagem lenhosa, lustrosa e indeiscente, com cerca de 8 cm de comprimento. A semente mede menos de 1 cm. A maturação ocorre de julho até o final de setembro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICANativa e endêmica do Brasil, ocorrendo do Piauí até São Paulo. Introduzida no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Tem crescimento rápido e é muito utilizada em reflorestamentos e

paisagismo.

• É uma árvore bastante conhecida por ser cultivada em praças, parques e ruas de todo o país. Seus ramos, no entanto, são facilmente quebrados pelo vento e o plantio deve ser evitado em áreas de grande circulação.

• A madeira é muito pesada (densidade 1,12 g/cm3) e dura, o que justifica os nomes populares. Afunda ao ser jogada na água. É muito empregada na construção civil, movelaria e também na fabricação de instrumentos musicais.

• No passado, a madeira era utilizada pelos índios para a fabricação de tacapes.

• A polinização é feita por insetos, principalmente abelhas. Espécie melífera.

• A dispersão das sementes ocorre por autocoria.

• Na natureza, apresenta dispersão irregular e descontínua.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Caesalpinia ferrea Mart ex. Tul

Nome popular: quebra-foice

Família: Fabaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 15 a 22 metros

Tipo de copa: Ampla e alta.

Tronco: Revestido por casca acinzentada, com diâmetro de 40 a 60 cm.

Folhas: Alternas, compostas trifolioladas; folí-olos largamente grandes, sendo os laterais as-simétricos e o terminal ovalado, com 8 a 16 cm de comprimento. Planta decídua.

Floração: Flores vistosas, 2 – 3 cm de diâme-tro, roxas quando abrem e tendendo a brancas com o passar do tempo, dispostas em panícu-las terminais amplas. Floresce durante os me-ses de fevereiro a abril.

Frutos: Vagem achatada, deiscente, revestida por pilosidade ferrugínea, contendo 3 a 8 se-mentes igualmente achatadas. O fruto mede cerca de 20 cm de comprimento e a semente cerca de 2 cm de comprimento. Os frutos ini-ciam a maturação em agosto prolongando-se até o final de setembro.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAPlanta nativa e endêmica do Brasil. Tem ocor-rência natural no sul da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. É ca-racterística de terrenos acidentados e pedrego-sos da Floresta Semidecídua de altitude. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Tem crescimento rápido e é tolerante à insolação direta. Estas

características a tornam adequada para utilização em reflorestamentos.

• Madeira moderadamente pesada (0,81 g/cm³) e própria para mobiliário, revestimentos decorativos, vigas, assoalhos, cabos de ferramentas.

• A árvore é bastante ornamental, principalmente quando em flor. É utilizada para paisagismo em geral.

• Produz anualmente grande quantidade de sementes férteis.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Platycyamus regnellii Benth.

Nomes populares: pereiro, pau-pente, folha-de-bolo

Família: Fabaceae

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Page 108: Capa€¦ · 2 Capa: Exemplar de Peroba- rosa (Aspidosperma polyneuron) do Parque Municipal do Morro de São Bento. (Foto de Vinício Pecci) 1ª Revisão de texto: Simone Abrahão

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: 20 a 30 metros, podendo atingir até 50 metros.Tipo de copa: Globosa e ampla.Tronco: Cilíndrico, ereto, revestido por casca grossa, áspera, profundamente fissurada longi-tudinalmente, de coloração clara, com 60 a 90 cm de diâmetro, podendo atingir 390 cm. Folhas: Simples, lisas, lustrosas na face superior e com muitas nervuras paralelas, medindo 5 a 12 cm de comprimento e 2 a 4 cm de largura. Apresenta ramos jovens trifurcados, o que facilita a identifica-ção da espécie. Exsudam um líquido leitoso de cor branca quando cortadas. Planta perenifólia.Floração: As flores, pequenas, branco-amarela-das a bege, são reunidas em inflorescência termi-nais curtas, 1 – 6 cm de comprimento, formadas por numerosas flores e pouco visíveis. O floresci-mento ocorre nos meses de outubro e novembro.Frutos: Folículos deiscentes, densamente recober-tos por lenticelas. Medem cerca de 4,5 cm de com-primento e amadurecem entre os meses de agosto e setembro. As sementes possuem alas e medem cerca de 3 cm de comprimento.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre na América do Sul, da Venezuela e Co-lômbia até a Argentina. No Brasil, ocorre na Ca-atinga, Cerrado e Mata Atlântica, da Bahia ao Paraná. É característica da Floresta Estacional Semidecídua da Bacia do Paraná. Nativa no Parque Municipal do Mor-ro de São Bento.

CURIOSIDADES• Podem viver por até 500 anos. No Bosque Fábio Barreto, existem dois

exemplares que possuem cerca de 300 anos. São as mais antigas do parque.

• Devido a danos ocorridos na base do tronco, uma das árvores tricentenárias passou por tratamento e recebeu estaiamento por meio de cabos de aço.

• É uma árvore que ocorre preferencialmente em solos profundos e férteis.

• A casca interna apresenta uma cor rosa intensa, vindo daí o nome popular peroba-rosa. Também apresenta sabor amargo, de onde vem seu outro nome popular, peroba-amargosa.

• Produz grande quantidade de sementes, porém somente a cada dois ou quatro anos.

• A madeira é moderadamente pesada (densidade 0,83 g/cm3). É muito apreciada na construção civil e na confecção de móveis pesados.

• A espécie é considerada ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. A principal ameaça é a exploração da madeira.

Foto: Marcelo Pereira

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Aspidosperma polyneuron Müll. Arg

Nomes populares: peroba, peroba-paulista,

peroba-amargosa

Família: Apocynaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: Palmeira com 12 a 20 metros.

Tronco: Único, robusto, de 10 a 18 metros de al-tura e 30 a 40 cm de diâmetro. Marcado pelas ci-catrizes das folhas que caem.

Folhas: Bipinadas, podem alcançar até 5 m de com-primento com folíolos em forma de cunha, serreados no ápice, semelhantes a um rabo de peixe. A bainha é lisa e bem destacada. Planta perenifólia.

Floração: Inflorescências de 2 a 4 m de compri-mento e numerosos ramos pendentes com cerca de 1 m de comprimento. Floresce continuamente ao longo do ano.

Frutos: Os frutos são avermelhados quando ma-duros e recobertos por cristais de oxalato de cál-cio. São urticantes quando manuseados. Apresen-tam-se em forma de cacho.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAPlanta originária da Ásia (Índia, Burma, Sri Lanka e Malásia). Introduzida no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Palmeira tropical de rápido crescimento,

resistente ao pleno sol, mas também tolerante à meia-sombra na fase jovem.

• Popularmente conhecida como palmeira-rabo-de-peixe devido ao formato de seus folíolos.

• Os frutos possuem cristais de oxalato de cálcio que causam grande irritação à pele e aos olhos quando manuseados. Embora considerados não comestíveis, são consumidos pelos bugios (Alouatta caraya) de vida livre no parque, que são os grandes dispersores das sementes da palmeira.

• Essa espécie adaptou-se muito bem ao parque, onde tornou-se muito abundante. A resistência, a grande dispersão das sementes pelos bugios e o rápido crescimento desta palmeira conferem grande vantagem na competição com espécies nativas, o que é prejudicial à flora natural do bosque.

• As populações nativas das regiões de origem extraem sagu da medula e açúcar da seiva coletada no pedúnculo floral carnoso que, após fermentado transforma-se num vinho denominado “toddy”.

• Floresce pela primeira vez, aproximadamente, aos 13 anos de idade e a partir daí, durante 5 a 7 anos, produz anualmente várias inflorescências. Na última frutificação, a planta morre, terminando o seu ciclo.

• Suas folhas fornecem fibras para a construção de cestos, pincéis e outros artigos.

Foto: Fabrício Pavoni

Nome científico: Caryota urens L.

Nome popular: cariota

Família: Arecaceae

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICASAltura: Árvore com 20 a 40 m.Tipo de copa: Cimosa, ampla e frondosa.Tronco: Cilíndrico, com 80 a 160 cm de diâ-metro. As raízes são grossas e longas.Folhas: Alternas, bipinadas, paripinadas, com até 18 cm de comprimento. Folíolos e folíolulos opostos e de cor verde clara. Espécie decídua.Flores: Em capítulos globosos, com 1 a 4 cm de comprimento, contendo de 10 a 20 flores bran-cas e pequenas. A corola é quase duas vezes maior que o cálice. Floresce em setembro.Frutos: Vagem semilenhosa, seca, negra, com cerca de 7 cm de comprimento, recurvado, com forma característica que lembra uma orelha. Con-tém de 2 a 12 sementes marrons, duras, elipsóides, brilhantes, com cerca de 1 cm de comprimento. Os frutos amadurecem de junho a julho, podendo permanecer na árvore por mais alguns meses.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICAOcorre naturalmente em vários países da América do Sul, do Brasil até Argentina. É mui-to frequente na Floresta Estacional Semidecídua da bacia do Paraná. Nativa no Parque Municipal do Morro de São Bento.

CURIOSIDADES• Os nomes populares orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-onça e

orelha-de-preto se devem ao formato do fruto, que lembra uma orelha.

• Possui rápido crescimento inicial, o que a torna boa para o reflorestamento de áreas degradas.

• A casca e o fruto possuem quantidade elevada de saponina, servindo para fabricação de sabão caseiro. A saponina contida nos frutos pode ocasionar intoxicação em herbívoros, por isso é evitada em pastagens.

• Madeira leve (densidade 0,6 g/cm3), própria para a fabricação de barcos e canoas. É usada na construção civil apenas em obras internas.

• A copa, em forma de guarda-chuva, proporciona boa sombra durante o verão.

• A espécie é melífera. É polinizada por abelhas e outros insetos. A dispersão das sementes ocorre por zoocoria.

• Não produz sementes todos os anos.

• A área onde o Bosque Fábio Barreto está inserido chegou a ser conhecida, no final do século XIX, como “Parque Tamboril”. O nome foi dado devido a um majestoso tamboril que existia nas proximidades da esquina das atuais ruas Camilo de Matos e Tamandaré.

Foto: Marcelo Pereira

Nome científico: Enterolobium

contortisiliquum (Vell.) Morong

Nomes populares: orelha-de-macaco, orelha-de-negro,

orelha-de-onça, orelha-de-preto

Família: Fabaceae

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Glossário

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ício

Pec

ci

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AAcúleos Estrutura epidérmica rígida e pontiaguda que não possui vasos condutores em seu interior. Diferente

dos espinhos, os acúleos destacam-se das plantas facilmente.

Ala Termo utilizado para representar todo e qualquer tipo de expansão laminar da superfície de frutos ou semen-tes, normalmente capacitando-os a planar por pequenas distâncias após desprenderem-se da planta mãe.

Alada (o) Que possui ala, ou seja, expansões em forma de asas.

Aquênio Fruto simples, seco, indeiscente e com uma única semente que é presa à parede do fruto (pericarpo) em um só ponto, pericarpo coriáceo. Fruto procedente de ovário súpero, monocarpelar.

Autocoria Disseminação das sementes por meio da abertura espontânea do fruto.

Axila Termo geralmente usado para designar a junção do caule com a base da folha.

BBiorremediação Utilização de seres vivos na recuperação de áreas contaminadas.

Bipinada Folha composta em que os folíolos são também compostos, isto é, subdivididos em estruturas chama-das foliólulos. São folhas duplamente compostas.

Borda serreada Margem de uma folha que apresenta dentes semelhantes aos de uma serra.

CCálice Conjunto de sépalas, verticilo de folhas modificadas que envolvem o botão floral.

Capítulo Inflorescência em que as flores são sésseis (sem pedúnculo), muito próximas entre si e inseridas em um eixo comum alargado.

Cápsula Fruto simples, seco, deiscente, formado por dois ou mais carpelos (folhas modificadas que envolvem as sementes) contendo várias sementes.

Cerne Porção central de um tronco, formado principalmente por tecidos mortos do xilema. Normalmente apresenta apenas função de sustentação.

Corola Conjunto de pétalas, normalmente coloridas e atrativas para os polinizadores.

Cumarina Substância produzida por algumas espécies de plantas que possue odor característico de baunilha. Muito utilizada como aromatizante de produtos de limpeza e cosméticos.

Cuspidado Termo para designar um ápice cujas margens afilam-se em um determinado ângulo a abruptamente passam a afilar-se em ângulo ainda mais agudo.

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DDecídua Termo utilizado para designar árvore que perde todas as suas folhas no período mais seco do ano.

Deiscente Fruto que se abre de forma espontânea quando maduro.

Drupa Fruto que apresenta uma semente recoberta por um revestimento duro, popularmente chamada de caroço. Um exemplo de drupa é a azeitona.

Dioica, Planta Espécie em que o indivíduo apresenta apenas flores masculinas ou apenas flores femininas.

Digitada Tipo de folha cuja forma lembra uma mão aberta.

E Aquela com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo, assim reconhecida pelo

Ministério do Meio Ambiente, com base em documentação científica disponível.

Espécie endêmica Que só ocorre em uma região específica.

Espinhos Estruturas epidérmicas rígidas e pontiagudas e que possuem vasos condutores de seiva em seu inte-rior. São folhas modificadas que não possuem limbo e geralmente são endurecidas.

Espiraladas Folhas dispostas em espiral.

Estípula Formação, geralmente laminar e em número de dois, existente na base do pecíolo de certas folhas.

FFolha composta Folha dividida em várias partes independentes denominadas folíolos.

Folha bicomposta Mesmo que folha bipinada.

Folha simples Folha com limbo sem divisões.

Folha trifoliolada Folha composta por três folíolos.

Folhas alternas Folhas que se inserem de forma alternada no caule, uma por nó.

Folhas espiraladas Folhas dispostas em espiral.

Folhas opostas Situação em que as folhas se inserem aos pares, no mesmo nível. Em cada nó nascem duas folhas.

Folículo Tipo de fruto seco que apresenta abertura em apenas um lado.

Folíolo Cada uma das estruturas formadas pela divisão de uma folha composta.

Foliólulo Estruturas formadas pela subdivisão dos folíolos em uma folha bipinada.

GGlabro Diz-se do órgão vegetal desprovido de pelos.

Globosa Copa que apresenta forma arredondada.

HHeliófita Planta que cresce obrigatoriamente sob luz solar plena e não é capaz de se desenvolver totalmente

em sombra ou meia sombra.

IImparipinada Folha composta que termina com um folíolo no ápice da raque.

Imputrescível Que não apodrece, não se deteriora.

Indeiscente Fruto que não se abre de forma espontânea.

Inflorescência Conjunto de flores ou ramos terminados em flores.

Infrutescência Conjunto de frutos muito próximos entre si e que são dispersos como uma única unidade.

Espécie ameaçada de extinção

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JJugos Quando, em uma folha composta, dois folíolos ou foliólulos mostram-se perfeitamente opostos em

uma raque.

LLegume Fruto seco de formato amplamente variável que abre-se por meio de duas fendas longitudinais. Quan-

do está verde é chamado de vagem.

Lenticela Pequenos pontos de ruptura que aparecem como orifícios na superfície do caule. Fazem contato entre o meio ambiente e as células do interior do caule, auxiliando nas trocas gasosas Quando observadas macroscopicamente, apresentam aparência de pequenas cicatrizes na região exterior do caule.

Lenticelado Tronco que apresenta lenticelas.

Limbo Região achatada da folha, geralmente correspondente à maior parte da área fotossintética. É uma das estruturas vegetais com a maior variação quanto à forma, textura e coloração.

MMelífera Planta cujas flores disponibilizam substâncias para a produção de mel.

NNativa Originária de uma determinada região.

Nervado Que possui vasos condutores de seiva visíveis externamente (nervuras).

Nervura Termo que designa cada uma das unidades de vascularização (vasos condutores de seiva) das folhas e outros órgãos foliáceos que é visível externamente.

Nó Região do caule onde surgem as folhas.

OObovada Folha que possui lâmina mais larga próxima ao ápice do que próximo à base.

Oblonga Folha que possui ápice e base pontudas e margens paralelas.

PPanícula Estrutura em que, de um eixo principal, surgem cachos de flores (racemos). É um cacho de cachos de flores.

Papiráceo Semelhante a papel.

Paripinada Folha composta que termina com dois folíolos.

Pecíolo Haste que sustenta a folha.

Pedúnculo Nome dado ao eixo que porta cada flor ou o eixo que porta uma inflorescência.

Perenifólia Árvore que mantém suas folhas mesmo nas épocas mais secas do ano.

Pétala Nome dado a cada um dos apêndices individuais da corola, em geral coloridas.

Pina Termo utilizado para designar cada um dos segmentos de uma folha pinada.

Pinada Folha composta em que a nervura central (raque) forma um eixo alongado onde se inserem os folío-los. Recebe este nome por se assemelhar a uma pena.

Pioneira Espécie colonizadora, que ocupa uma área não ocupada por outras espécies, geralmente iniciando o

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processo de sucessão ecológica.

Pixídio Designa um fruto seco que se abre transversalmente na extremidade, separando uma “tampa” apical (opérculo) do restante do fruto.

Pubescente Superfície coberta por pelos curtos, frágeis, porém densos.

Pulverulenta Superfície que, quando tocada, libera um pó fino.

RRacemo Inflorescência com flores inseridas ao logo de um eixo alongado (cacho).

Raiz tabular O mesmo que sapopema.

Raque Nervura principal de uma folha composta que sustenta as pinas ou folíolos.

Ritidoma Casca morta presente nos troncos que pode se acumular e tornar-se progressivamente mais grossa ou se descolar na forma de placas.

Rocha resultante da consolidação devida ao resfriamento do magma derretido ou parcialmente derre-tido (ex. basalto).

Rocha sedimentar Rocha resultante da consolidação de fragmentos soltos provenientes de rochas previamente existentes e acumuladas em camadas.

SSâmara Frutos que possuem uma expansão, semelhante a uma asa (ala), que os capacitam a planar, após

desprenderem-se da planta mãe, pelo menos por curtas distâncias.

Saponina Substância produzida por certas espécies vegetais, de cor branca ou amarela, de sabor amargo e com propriedades de detergente. Forma espuma quando em contato com meio aquoso.

Sapopema Raízes achatadas que surgem pouco acima da base do tronco, geralmente em árvores de grande por-te, com a função de dar maior sustentação. O mesmo que raiz tabular.

Semidecídua Termo utilizado para designar árvore que perde parte de suas folhas no período mais seco do ano.

Síliqua Tipo de fruto que se abre em duas valvas, deixando exposta a moldura onde prendem as sementes.

Suberosa Casca formada por súber, camada de células mortas e impregnadas de suberina, substância que imper-meabiliza o tronco. Quando o súber é muito pronunciado, é chamado de cortiça.

TTanino Nome dado a um conjunto de compostos de origem vegetal que formam complexos fortes com pro-

teínas e outras macromoléculas. Possuem sabor amargo e provocam grande adstringência, conhecida popularmente como sensação de “boca amarrada”. Estas substâncias inibem o ataque às plantas por herbívoros, vertebrados ou invertebrados, e também por microorganismos patogênicos.

Terebentina Substância líquida obtida a partir da resina de várias plantas. É um líquido incolor, com aroma forte. É um ótimo solvente, sendo usada na mistura de tintas, vernizes e polidores. É usada também na medici-na, como um leve anestésico local.

VVagem Termo geralmente utilizado para designar um fruto do tipo legume ou fava quando este ainda

encontra-se verde.

Verticilo Designa qualquer conjunto de apêndices vegetais (usualmente folhas ou partes da flor) que surgem do mesmo nó.

Rocha ígnea ou magmática

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XXilófago Organismos que se alimentam de madeira, tais como cupins, besouros e fungos.

ZZigomórfica Flor ou corola que apresenta simetria bilateral.

Zoocoria Dispersão de frutos ou sementes por animais, zoocórica.

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Referências

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ício

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Este livro foi impresso em papel couchê brilho 150 g/m2

na gráfica Spiral do Brasil.São Paulo.

Maio de 2018.