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CAP 258 - REDES E COMUNICAÇÃO DE DADOS - Redes MODELO DE REFERÊNCIA, MEIOS, TOPOLOGIAS E EQUIPAMENTOS 35 03/21/01 Ulisses Thadeu V Guedes Redes - Parte I ____________________________________________________________ 37 1 INTRODUÇÃO _______________________________________________________ 37 1.1 Exercícios de pesquisa e fixação: _____________________________________________ 38 2 O Modelo de Referência OSI _____________________________________________ 39 2.1 Camada Física ____________________________________________________________ 40 2.2 Camada de Enlace (Link) ___________________________________________________ 40 2.3 Camada de Rede __________________________________________________________ 42 2.4 Camada de Transporte _____________________________________________________ 42 2.5 Camada de Sessão _________________________________________________________ 43 2.6 Camada de Apresentação ___________________________________________________ 43 2.7 Camada de Aplicação ______________________________________________________ 43 2.8 Exercícios: _______________________________________________________________ 43 3 Os Meios de Transmissão de Dados _______________________________________ 44 3.1 TRANSMISSÂO POR SINAIS ELÉTRICOS.__________________________________ 45 3.2 TRANSMISSÂO POR SINAIS ÓTICOS: _____________________________________ 45 3.3 TRANSMISSÃO POR ONDAS ELETROMAGNÉTICAS. _______________________ 46 3.4 OS TIPOS DE CONECTORES: _____________________________________________ 46 3.5 Propriedades de Rede ETHERNET __________________________________________ 46 3.5.1 CSMA/CD __________________________________________________________________ 47 3.5.2 CSMA/CA __________________________________________________________________ 47 3.5.3 O ENDEREÇO DE HARDWARE _______________________________________________ 47 3.5.4 O FORMATO DE UM FRAME ETHERNET (IEEE802.3) ____________________________ 48 3.6 Propriedades de Rede FDDI_________________________________________________ 48

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CAP 258 - REDES E COMUNICAÇÃO DE DADOS - Redes

MODELO DE REFERÊNCIA, MEIOS, TOPOLOGIAS E EQUIPAMENTOS

35 03/21/01Ulisses Thadeu V Guedes

Redes - Parte I ____________________________________________________________ 37

1 INTRODUÇÃO _______________________________________________________ 37

1.1 Exercícios de pesquisa e fixação: _____________________________________________ 38

2 O Modelo de Referência OSI_____________________________________________ 39

2.1 Camada Física ____________________________________________________________ 40

2.2 Camada de Enlace (Link) ___________________________________________________ 40

2.3 Camada de Rede __________________________________________________________ 42

2.4 Camada de Transporte _____________________________________________________ 42

2.5 Camada de Sessão _________________________________________________________ 43

2.6 Camada de Apresentação ___________________________________________________ 43

2.7 Camada de Aplicação ______________________________________________________ 43

2.8 Exercícios: _______________________________________________________________ 43

3 Os Meios de Transmissão de Dados _______________________________________ 44

3.1 TRANSMISSÂO POR SINAIS ELÉTRICOS.__________________________________ 45

3.2 TRANSMISSÂO POR SINAIS ÓTICOS: _____________________________________ 45

3.3 TRANSMISSÃO POR ONDAS ELETROMAGNÉTICAS. _______________________ 46

3.4 OS TIPOS DE CONECTORES: _____________________________________________ 46

3.5 Propriedades de Rede ETHERNET __________________________________________ 46

3.5.1 CSMA/CD __________________________________________________________________ 47

3.5.2 CSMA/CA __________________________________________________________________ 47

3.5.3 O ENDEREÇO DE HARDWARE _______________________________________________ 47

3.5.4 O FORMATO DE UM FRAME ETHERNET (IEEE802.3) ____________________________ 48

3.6 Propriedades de Rede FDDI_________________________________________________ 48

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MODELO DE REFERÊNCIA, MEIOS, TOPOLOGIAS E EQUIPAMENTOS

36 03/21/01Ulisses Thadeu V Guedes

3.6.1 O ENDEREÇO DE HARDWARE _______________________________________________ 49

3.6.2 O FORMATO DE UM FRAME FDDI (802.5)______________________________________ 50

3.7 Propriedades de Rede ATM _________________________________________________ 50

3.7.1 O TAMANHO DA CÉLULA ATM ______________________________________________ 50

3.7.2 GARANTIA DE CONEXÃO ___________________________________________________ 51

4 Topologias de Redes____________________________________________________ 51

4.1 PONTO-A-PONTO ________________________________________________________ 52

4.2 BARRAMENTO __________________________________________________________ 52

4.3 ANEL ___________________________________________________________________ 53

4.4 ESTRELA _______________________________________________________________ 54

5 Equipamentos de Rede__________________________________________________ 54

5.1 OS CONVERSORES DE MEIO (ou TRANSCEIVERS) _________________________ 54

5.2 REPETIDORES e HUBS ___________________________________________________ 55

5.3 SWITCH-HUB/BRIDGES __________________________________________________ 56

5.4 ROTEADORES ___________________________________________________________ 57

5.5 REDIRECIONADORES ___________________________________________________ 58

5.6 SWITCH-ROUTER _______________________________________________________ 59

5.7 PROXY__________________________________________________________________ 59

5.8 GATEWAY ______________________________________________________________ 61

5.9 SISTEMAS DE FIREWALL ________________________________________________ 62

6 EXERCÍCIOS:________________________________________________________ 64

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37 03/21/01Ulisses Thadeu V Guedes

Redes - Parte I

1 INTRODUÇÃO

Um nó é uma entidade dotada ou não de identificação física e/ou lógica e corresponde aoponto de conexão entre segmentos de rede através de algum equipamento. Quando admiteidentidade física, um mesmo nó físico pode ter várias identificações físicas e lógicas. Um nófísico pode representar vários nós lógicos. Um nó lógico está associado a um único nófísico.

Define-se redes de computadores como sendo a interligação entre dois ou mais nósenvolvendo os aspectos físico e lógico. Nesta interligação circulam protocolos decomunicação que implantam regras de conversação.

O meio utilizado na interligação entre os nós físicos denominamos de rede física. Exemplosde nó físico: uma porta serial, uma porta paralela, uma porta BNC de uma interface de rede,uma porta infravermelho, uma porta BNC de um conversor. Assim, numa rede físicacirculam sinais elétricos, ou óticos, ou acústicos ou, até mesmo, puramente binários, querepresentam frames contendo as informações, segundo algum padrão de transmissãousado para aquele meio. Um frame é uma estrutura de bits organizados, onde cadacampo traduz um tipo de informação pertinente à conexão. Assim, um nó físico sóadmite enlace com outro nó físico da mesma espécie. Porta serial com outra porta serial,placa com conector BNC com outra com conector da mesma espécie. Para uma mudançade meio existirão, pelo menos, 2 nós físicos envolvidos.

Considere, por exemplo, uma rede física interligando apenas dois nós com identidade semqualquer possibilidade de inserir um terceiro nó entre eles. Nesta rede, os frames enviadospor um nó só poderiam ser dirigidos ao outro nó. Isto implica numa possível simplificação decabeçalhos. Já numa rede física com mais de dois nós o sinal gerado por um emissor épassado para o meio físico, e aquele sinal deve conter dados sobre o destinatário (umreceptor). Os possíveis receptores devem verificar qual deles é o destinatário daqueleframe. O que nos leva a concluir que este tipo de frame possuirá um cabeçalho maior, maiscompleto, até mesmo mais complexo, e com uma estrutura bem definida.

Sobre este enlace, um frame pode conter um pacote. Este pacote é evolvido pelo frame.Este pacote, que também possui cabeçalho ainda mais completo, apresentacaracterística própria e pode ser dependente ou independente do meio detransmissão. É como se este pacote estabelecesse uma rede própria que denominaremosde rede lógica constituída por nós lógicos.

Nestes termos, poderemos ter novos pacotes envolvendo outros pacotes de formaindependente do meio físico, gerando cascas sobre cascas, ou encapsulamentosconstituindo redes lógicas de níveis superiores.

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Sob o ponto de vista de uma aplicação a transferencia de um dado é feita de forma"transparente": O dado útil, original, aquele que realmente representa a informação a sertransmitida estaria, então, sendo envolvido por uma seqüência de pacotes e cada um destesidentificado por seu cabeçalho. Para a aplicação de origem do dado ocorreu a transmissãodo mesmo. Para a aplicação que o recebeu ocorreu uma recepção do dado. Uma espéciede comunicação entre camadas de mesmo nível.

Uma vez que se admite esta transparência então, a forma de diálogo, o tratamento e asnegociações também se tornam transparentes entre níveis, mas dependentes naquele nívelentre o emissor e o receptor. A linguagem, o sotaque, o tratamento visto na "conversaentre os nós" é denominada de protocolo de comunicação.

Baseando-se neste idéia de rede, surgiu um modelo de referência de comunicação, quedenominamos de Modelo de referência OSI/ISO (Open System Interconnect/InternationalStandard Organization)

Veremos alguns protocolos: X.25, NETBEUI, IPX, e o TCP/IP e a estrutura deles em relaçãoao modelo de referencia OSI. Daremos um maior enfoque ao TCP/IP. Os outros serão vistosde forma superficial, mas as referencias bibliográficas serão passadas convenientemente.

1.1 Exercícios de pesquisa e fixação:1) Para estabelecer a comunicação entre duas máquinas bastaria interligá-las fisicamente? 2) A memória RAM poderia ser considerada um meio físico de comunicação? Quando?

Explique3) Observar o computador de sua sala ou do laboratório. Identifique neles os nós físicos e

lógicos.

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2 O Modelo de Referência OSI

Conhecer um modelo de referencia é útil para podermos estabelecer critérios decomparação. O modelo de referencia OSI (Open System Interconnect) é útil para quepossamos usar os conceitos evolvidos e entendermos os outros protocolos, ofuncionamento de equipamentos que comunicam com o uma máquina... em suma, asatividades relacionada à rede de computadores. Os protocolos que vamos analisar em brevepodem não seguir EXATAMENTE o padrão OSI. Mesmo assim, é possível compará-los comeste padrão de referencia.

O modelo de referencia OSI é composto por 7 camadas (ou layers). Cada camada tem umafinalidade e trabalham em conjunto, de modo que na conexão (física e lógica) entre nós acamada de um equipamento veja (ou pense ver) a camada do mesmo nível do outroequipamento. As camadas mais altas (Nível 3 ao Nível 7) tratam as conexões de formalógica e podem se preocupar com informações referentes às camadas vizinhas, mas nãointerferir nelas. As camadas mais baixas (Nível 1 e 2) estão relacionadas à rede física.

APLICAÇÃO Nível 7

APRESENTAÇÃO Nível 6

SESSÃO Nível 5

TRANSPORTE Nível 4

REDE Nível 3

RedeLógica

ENLACE Nível 2

FÍSICO Nível 1

RedeFísica

Conforme o modelo OSI, uma rede de computadores utiliza sucessivos encapsulamentos deprotocolos, de modo que um protocolo de um nível superior seja envolvido pelo o protocolode um nível inferior, sendo este último o “portador” ou carrier da informação. Com baseneste conceito, realizam-se o transporte de protocolos de serviço de redes locais(NETBIOS) encapsulado sobre o TCP que está sobre o IP, DECnet sobre TCP. Por estemesmo motivo é que dizemos TCP sobre IP, ou NETBIOS sobre TCP, DECnet sobre TCP, eassim por diante.

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A figura baixo nos mostra estes encapsulamentos:

AH = Application Protocol Header (Cabeçalho do protocolo de aplicação);PH = Presentation Protocol Header (Cabeçalho do protocolo de Apresentação);SH = Session Protocol Header (Cabeçalho do protocolo de Sessão);TH = Transport Protocol Header (Cabeçalho do Protocolo de Transporte);NH = Network Protocol Header (Cabeçalho do Protocolo de Rede)DH = Data Link Protocol Header (Cabeçalho do Protocolo de Enlace de Dados)DATA = Os dados transferidosDT = Data Termination (Sinalizador de final de pacote)

2.1 Camada Física

A camada física está relacionada com o meio físico usado para conectar diferentessistemas numa rede quanto a forma de envio dos frames por aquele meio físico (bit-a-bit,byte-a-byte, formas de sinal, etc. EX: "cabos" seriais, paralelos, cabos ethernet, cabostelefônicos, fibras óticas... e até mesmo os tipos de conectores usados no cabeamento. Asinformações estão codificadas em sinais elétricos, luminosos, acústicos, etc. seguindopadrões rigorosos. Estes padrões garantem condições mínimas para que um determinadohardware de um fabricante "fale" com o hardware, da mesma espécie, de outro fabricante.

2.2 Camada de Enlace (Link)

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A camada de link ou de enlace (ou DATA-LINK) é usada para definir como a informação étransmitida através da camada física, e certificar se a camada física está funcionandocorretamente. O software existente é o elo de comunicação entre a camada anterior(camada de rede) e o hardware da parte física. Algumas redes - tais como sistemas detelefonia pública, estações AM/FM e de televisões - usam sinais analógicos para transmitir ainformação, enquanto que as redes de computadores usam sinais digitais. Havendo algumproblema com a transmissão da informação no meio físico (cabeamento rompido ou emcurto-circuito, linha desbalanceada, colisões), o hardware sinaliza tais problemas e osoftware interno tratará tais eventos tomando as ações previstas. Então esta camada devetratar destes erros, retransmitindo ou notificando a falha para a camada de rede (superior),caso seja possível, ou atuando diretamente sobre o hardware.

Esta camada de enlace também trata da identificação do frame quanto a origem ou destinodo mesmo. Uma vez que as informações já estão digitalizadas, torna-se possível aidentificação de hardware da origem e o destino do frame. Nesta camada os frames jáidentificam sua origem e destino, assim como o tamanho do frame. Algumas topologias emecanismos de transferência adotam tamanhos de frames diferentes. É o caso, comoveremos, do sistema Token-Ring (topologia em Anel) que usa frames de 4 Kbytes. Já umrede tipo estrela e que emprega um protocolo Ethernet utiliza um frame de tamanho de 1500bytes (octetos). Se o protocolo de baixo nível for para uma rede ATM, este frame se resumeem poucas dezenas de bytes. A camada de enlace tem, portanto, a responsabilidade depreparar o frame que envolverá a informação para os protocolos de baixo nível que atuamno meio físico.

Numa rede ethernet, por exemplo, temos os endereços ethernet, ou seja, o nó físico éperfeitamente identificável através de 6 bytes, representados na forma hexadecimal. Os trêsprimeiros bytes identificam o fabricante quando usado por uma máquina sem atividadesespeciais, e os outros 3 (menos significativos) representam o número da placa.

FAB. Placa

00:60:08 A4:48:4E

Este endereço também está relacionado com a finalidade do sistema e com os protocoloutilizado. Se a máquina que contém uma placa ethernet com a numeração acima, executaDECnet, a numeração do fabricante é mascarada, aparecendo como:

0A:00:04:A4:48:4E

Caso esta máquina rode TCP/IP, qualquer que seja o sistema operacional, e estejaconfigurada como um roteador, o endereço de identificação do fabricante é alterado para opadrão: 08:00:XX.

08:00:20:A4:48:4E

Em redes TCP/IP, este tipo de informação é prestado por um protocolo denominado ARP(Address Resolution Protocol) que associa o endereço Ethernet ao endereço IP.

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Em condições especiais, (multicast e/ou broadcast), uma interface pode apresentar mais deum endereço físico completo. A escolha do endereço propagado fica por conta do sistemaoperacional (device-drivers). Veremos isto com mais detalhes quando estudarmos oprotocolo TCP/IP

2.3 Camada de Rede

A camada de rede é usada para identificar os endereços dos sistemas na rede, e para atransmissão dos dados entre os sistemas. A camada de rede deve estar ciente do meiofísico da rede, e empacotar a informação de tal forma que a camada de link possa enviá-lapara a camada física. Por exemplo, se a linha telefônica é o meio físico, então a camada derede deve preparar a informação de tal forma que a camada de link possa enviá-la por umcircuito analógico. Da mesma forma, se a informação é uma placa de rede Ethernet, então acamada de rede deve encapsular a informação nos sinais digitais apropriados para aEthernet, e então passá-la para a camada de enlace que a enviará. Em muitas redes, acamada de rede não verifica a integridade da informação. Ela, simplesmente, fornece oempacotamento e o serviço de envio. Caso a camada de rede não reporte algum erro entãoa rede está operacional. Estações de rádio e televisão trabalham desta maneira, assumindoque se eles transmitem um sinal, então os aparelhos de TV e rádio irão recebê-los semproblemas. Da mesma forma, encontram-se tecnologias de redes assumindo esteprocedimento, deixando que os protocolos de camadas de nível maior forneçam esterastreio de envio e garantam a integridade. Assim como na camada de enlace, a camada derede também pode apresentar uma identificação do equipamento. É o caso, por exemplo, doprotocolo IPX e do TCP/IP. No IPX a identificação da rede lógica é representada por valoreshexadecimais seguidos pelo endereço físico da placa de rede. No TCP/IP, como veremos, aidentidade da rede segue o conceito de classes e está embutido no endereço da máquina.Apesar da preocupação com a forma de empacotamento do meio físico, a camada de rededeve atender aos meios físicos existentes, estabelecendo o conceito de nível e nó lógicos.

Uma vez que a camada de rede estabelece a identidade lógica é nela que encontramosfunções importantes de roteamento. Roteamento lógico é a capacidade de redirecionardatagramas entre redes lógicas da mesma espécie (mesmo protocolo).

2.4 Camada de Transporte

A camada de transporte fornece serviços de verificação de integridade da informaçãopreenchendo a lacuna da camada anterior. Entretanto este tratamento só se aplica paraserviços de transmissão, e não para qualquer aplicação ou funções de serviços específicos.

A camada de transporte é responsável por verificar se a camada de rede está funcionandode forma eficiente, e se não, então ou ela requisita uma retransmissão ou retorna um erropara a camada superior a ela (sessão). Uma vez que os serviços de alto nível tem quepassar pela camada de transporte, todos os serviços de transporte são garantidos quandoesta camada é implementada e utilizada corretamente no e pelo software de rede. Nem

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todos os protocolos garantem que a camada de transporte forneça a integridade ouconfiabilidade necessária. Pelo contrário, muitos protocolos de redes fornecem camadas detransporte sem qualquer nível de confiabilidade para serviços não essenciais tais como oenvio de mensagens de controle ou erros.

2.5 Camada de Sessão

A camada de sessão é a responsável pelo estabelecimento da conexão entre sistemas,aplicações ou usuários. A camada de sessão pode receber solicitações de qualquer camadade nível mais alto, e então negociará uma conexão usando as camadas inferiores. Uma vezque a conexão foi estabelecida, a camada de sessão se comporta como uma interface decomunicação entre a camada de rede e as outras camadas mais altas. Quando as camadasmais altas encerram suas atividades, a camada de sessão é responsável pelo término daconexão.

2.6 Camada de Apresentação

A camada de apresentação fornece um conjunto de interfaces consistentes que serãoutilizadas pelas aplicações e serviços, quando se estabelece uma conexão através dacamada de sessão. Entretanto, estas interfaces também poderiam existir na camada desessão, tornando-as desnecessárias na camada de apresentação. Obtém-se melhorcomunicação/desempenho quando a camada de sessão somente gerencia as sessões enão se preocupa em verificar dados ou fornecer outros serviços extras. Exemplos deserviços fornecidos pela camada de apresentação são: a compressão de dados, permitindoque as aplicações ganhem em desempenho, a criptografia, para proporcionar um certo nívelde segurança, conversão de páginas de código, etc... ou seja trata da apresentação dosdados.

2.7 Camada de Aplicação

A camada de aplicação disponibiliza a interface de rede às aplicações para o usuário final,tais como serviços de impressão ou compartilhamento de arquivos, etc. ou seja, implementaa finalidade da aplicação. Esta camada também disponibiliza alguns serviços degerenciamento que certificarão se as interfaces estão sendo endereçadas e usadascorretamente.

2.8 Exercícios:1) Segundo o modelo OSI, uma placa de rede pertence à(s) camada(s)...?

2) Uma impressora está conectada ao computador via porta paralela. Faça uma análise datransmissão de um conjunto de bytes enviados pelo computador para a impressora evice-versa, seguindo o modelo OSI.

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3 Os Meios de Transmissão de Dados

Os meios de transmissão de Dados estão intimamente ligados às tecnologias decomunicação disponíveis. Uma das formas mais antigas de conexão física é a linha serial.Em seguida temos: o cabo coaxial, par trançado, fibras óticas, ondas de rádio,infravermelhos, etc.

Dependendo deste meio e dos recursos eletrônicos aplicáveis, o fluxo dos dados entre doisnós pode ocorrer segundo alguns modos de operação

MODO SIMPLEX

O fluxo do dado tem sentido único. O canal Lógico ou físico é unidirecional

MODO SEMI-DUPLEX (HALF-DUPLEX)

O fluxo dos dados opera nos dois sentidos, porém alternadamente. Um mesmo canal lógicoou físico recebe e transmite alternadamente. O modo Half-Duplex consiste no uso de umúnico canal por onde as informações são transmitidas e recebidas de forma não-simultanea,mas alternadamente segundo algum critério.

MODO DUPLEX (FULL-DUPLEX)

O fluxo de dados opera nos dois sentidos, simultaneamente. Este modo de operaçãonecessita de 2 (dois) canais (lógicos ou físicos) operando no modo SIMPLEX.

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3.1 TRANSMISSÂO POR SINAIS ELÉTRICOS.

Dependendo do meio e dos recursos providos pelas interfaces, temos a transmissão dedados operando em modo FULL-DUPLEX ou HALF-DUPLEX.

Vamos tomar uma linha serial operando em FULL-DUPLEX. Neste caso temos um canal deTX e outro de RX, transmissão e recepção respectivamente. Se esta linha opera em 19200bps (bits por segundo), ela é equivalente, teoricamente, a uma linha em HALF-DUPLEXoperando em qual velocidade? Para responder esta pergunta, considere a situação ondetemos 2 frames com 19200 bits que serão transmitido por um sistema A para um sistema Be recebido pelo sistema A de um sistema B. No modo FULL DUPLEX, admitindo ausênciade erros de transmissão/recepção, os dois frames levariam 1 segundo, pois as linhas sãoindependentes. Mas circularam 38400 bits (19200 na transmissão + 19200 na recepção).Numa linha HALF-DUPLEX, admitindo as mesmas condições e velocidade de linha,teremos, por exemplo, a transmissão dos 19200 bits, que consumiriam 1 segundo e depois,no segundo seguinte, estaríamos recebendo os 19200 bits, consumindo 2 segundos nastransferências. Conclusão: teoricamente, conexões em FULL-DUPLEX tem o dobro dedesempenho de conexões em HALF-DUPLEX com a mesma velocidade. As conexõesFULL-DUPLEX exigem canais (lógicos ou físicos) independentes.

O cabo coaxial veio proporcionar maior velocidade de comunicação, embora aplique técnicaHALF-DUPLEX, operando em velocidade entre 2 a 15 Mhz.

Vamos considerar um sistema de par-trançado operando em HALF-DUPLEX, acoplado aoHUB de várias portas e com várias máquinas ligadas a ele. Para evitar colisões, estesequipamentos retardam a velocidade do barramento, apresentando um índice dedesempenho entre 40 e 60% daquela velocidade (www.blackbox.com). Operando no modoFULL-DUPLEX é possível, teoricamente, sustentar a velocidade máxima do canal.Praticamente, este fator está na faixa de 20 a 60% de ganho sobre uma HALF-DUPLEXdependendo do tráfego da rede.

3.2 TRANSMISSÂO POR SINAIS ÓTICOS:

Os sinais luminosos são utilizados há muito mais tempo que se possa imaginar e remontada época do descobrimento do fogo. Naquela época, a informação era codificada através daobstrução da luz na direção desejada . Hoje, com o advento do Laser, infravermelhos efibras óticas e dispositivos especiais, a transmissão é feita através da oscilação daintensidade luminosa ou da variação de cores proporcionando grandes velocidades. (Nãodeixa de ser quase a mesma técnica!)

Da mesma forma que a transmissão via sinais elétricos, a transferência de informaçãoapresenta características em modo HALF-DUPLEX (fibra ótica mono-canal), e em FULL-DUPLEX (par de fibras com sentido exclusivo e infravermelho). Esta forma de transmissãoapresenta altíssima confiabilidade quando usamos meios específicos (fibra ótica).

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3.3 TRANSMISSÃO POR ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.

A comunicação entre os nós usando ondas de rádio é altamente utilizada na comunicaçãoenvolvendo grandes distâncias. Neste meio (ether), a onda eletromagnética representa umaportadora da informação e opera em freqüências elevadas. Quanto maior for esta freqüênciamaior é a velocidade do canal de informação. Quando as distâncias são muito elevadas, ouso deste tipo de recurso é controlado exigindo licenças especiais concedidas porautoridades (DENTEL).

3.4 OS TIPOS DE CONECTORES:

Muitas vezes precisamos unir redes físicas que estão em meios físicos diferentes. Existemvárias especificações. Para uma rede padrão Ethernet: 10Base2, 10Base-T, 10Base-FLEstes padrões seguem a ordem genérica vvBASEx, sendo vv a velocidade de comunicação,e x o meio; (2 - cabo coaxial fino, 5 cabo coaxial, T - par trançado, FL - Fibra ótica). Cadapadrão define, claramente, requisitos únicos de comunicação entre redes usandocomponentes e cabos diferentes.

UTP ( par-trançado)Full: RX+, RX-, TX+, TX-, CD+, CD-, Link +, Link-Half: RX+, RX-, TX+, TX-

AUI - Os mesmos sinais do UTP acrescidos de alimentação (+12, +/- 5 V, GND)BNC - Malha (externo) + Alma (Interno) FL - Conectores ST e SC.

ST SC

3.5 Propriedades de Rede ETHERNET

A ETHERNET é uma tecnologia de barramento com controle de acesso e de envio. É umbarramento pois este é compartilhado por todos os nós. É do tipo broadcast porque todos os

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outros nós recebem a transmissão realizada por algum deles. No caso de um destes nósestar desligado ou desativado, a informação é perdida por aquele nó.

As Redes Ethernet operam entre 2 a 10 Mbps. As redes FastEthernet operam em 100Mbps.

3.5.1 CSMA/CD

O esquema de controle de acesso é denominado CSMA (Carrier Sense Multiple Access), ouseja, antes da transmissão a interface observa o barramento quanto a existência de algumaonda portadora presente (Sensor de Portadora - Carrier Sense). Quando algum outro nóestá transmitindo então a portadora está presente, caso contrário, o nó pode transmitir seuspacotes em um tempo limitado, com um intervalo de tempo entre as transmissões.

Mesmo assim, após este intervalo de "silencio", um outro nó pode tentar assumir obarramento ao mesmo instante que outro, gerando uma colisão. Na presença desta, ostransmissores perceberão a colisão e suspenderão o envio de pacotes por algum tempo.Este método denominamos de CD (Colision Detect), constituindo um padrão CSMA/CD.

3.5.2 CSMA/CA

Existe um outro tipo de controle que difere do anterior quando ao problema de colisão,denominado de CSMA/CA - (CA = Colision Avoided). Neste, quando um nó pretende usar obarramento, ele envia um pacote de tamanho muito menor (menor duração) para sinalizarum início de transmissão, antes de enviar um pacote completo, o que deverá ser feito dentrode um intervalo de tempo. Este sistema é exclusivo de máquinas Apple, mas nada impedeque placas com esta característica sejam aplicadas em outras plataformas, desde queapresente driver adequado (Isto exige que todas as interfaces dos nós existentes siga omesmo mecanismo de controle...)

3.5.3 O ENDEREÇO DE HARDWARE

As tecnologias de hardware de redes definem um mecanismo de endereçamento que seráusado nos computadores para identificar a origem e destino de cada pacote. O pacoteenviado contém um campo denominado de campo de endereço de destino. Pela análisedeste campo, o hardware (ou o nó físico) examina o endereço para reconhecer se odestinatário é ele ou algum outro. Se aceito (identificado) o endereço de origem presentenum campo específico é retido para uma futura resposta.

Normalmente, o endereço Ethernet é fixo e define um endereço físico, um endereço dehardware ou um nó físico com identidade e pertence à unidade de hardware (interface). Esteendereço é composto por 48-bits. Os 24-bits mais significativos identificam o fabricante dainterface e também é usado para sinalizar algum tipo de recurso em termos de protocolos denível superior (por exemplo, capacidade de roteamento). Os 24-bits restantes identificamaquele hardware em relação ao fabricante. Normalmente representado em formahexadecimal:

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48 03/21/01Ulisses Thadeu V Guedes

FABR. HDW-ID

00:4E:5F D8:22:41

00:4E:5F:D8:22:41

O endereço Ethernet pode fazer mais que especificar o endereço de uma interface. Ele podeser usado como:

• Endereço de broadcast de rede• Endereço de multicast

Endereço de broadcast é um endereço "coringa", todos os 48-bits em 1(FF:FF:FF:FF:FF:FF). Neste caso, todas as interfaces físicas acopladas à rede aceitarão opacote cujo endereço de destino é de broadcast.

Endereço de multicast proporciona uma forma de limitar o broadcast, ou seja, apenas umconjunto de interfaces receberá o pacote. O conjunto de interfaces que participam desteconjunto é denominado de grupo de multicast. Para se unir ao grupo, um computador deveinstruir aquela interface para aceitar os endereços do grupo.

Para acomodar o endereçamento multicast e broadcast, a interface de hardware de rededeve reconhecer mais de um endereço físico. Isto é de responsabilidade dos componentesdo sistema operacional (drivers) .

3.5.4 O FORMATO DE UM FRAME ETHERNET (IEEE802.3)

Preâmbulo Endereçode Destino

Endereço deOrigem

Tipo doFrame

Dados doFrame CRC

8octetos

6octetos

6octetos

2octetos

64-1500octetos

4octetos

Estabelece osincronismo.Umaseqüênciaalternada de0's e 1's

Informa o tipode protocoloutilizado. Útilpara redesmulti-protocolos.

Usado paradetecçãode erros

3.6 Propriedades de Rede FDDI

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FDDI (Fiber Distributed Data Interconnect) é uma tecnologia de redes que proporciona umalargura de passagem muito maior que a Ethernet. Diferentemente das tecnologias que usamsinais elétricos em meio de cobre, a tecnologia FDDI utiliza fibra ótica, transferindo os dadospela codificação destes em pulsos de luz.

Existe uma tecnologia semelhante ao FDDI empregada em meio de cobre, denominada deCDDI (Copper Distributed Data Interface).

As Redes de fibra ótica tem duas vantagens sobre as de cobre. A primeira delas é que afibra não está sujeita às interferências elétricas, mesmo passando próximas de fontes deruídos. Segundo, porque, usando luz, a quantidade de dados por unidade de tempo é muitomaior que em cabos, além de permitir maiores distâncias.

Redes FDDI operam em velocidade de 100Mbps (ou mais) e usam a tecnologia de tokenring com capacidade de auto-restauração (self-healing). A tecnologia token ring consiste natransmissão de um sinalizador (o token) que passa de nó em nó controlando a vez detransmissão. Cada estação pertencente ao anel e que tem dados para transmitir, aguarda achegada do token, transmite um único pacote de dados e repassa o token para a próximamáquina do anel.

A capacidade de auto-restauração consiste no ajuste automático do hardware (interfaces)para contornar falhas na conexão entre os nós envolvidos. Ela existirá desde que o FDDIopere em modo de anel duplo. Cada anel em um sentido. Assim, numa condição de falha deuma estação, as interfaces das estações vizinhas entram em modo loopback transformandoo anel duplo em um único anel, garantindo a comunicação.

3.6.1 O ENDEREÇO DE HARDWARE

Como em outras tecnologias, cada interface conectada à rede FDDI tem um endereço ecada frame contém um campo de endereço de destino. Entretanto, para tornar a rede maisflexível e para proporcionar um padrão de interconectar 2 anéis FDDI, os projetistasconceberam frames com mais de uma formato. O endereço de uma interface pode ser de 16ou 48 bits, seguindo um padrão semelhante ao da Ethernet.

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3.6.2 O FORMATO DE UM FRAME FDDI (802.5)

Um tamanho de um frame FDDI e os respectivos campos que o compõe são medidos emsímbolos de 4-bits. O tamanho máximo de um frame é de 9000 símbolos (SB) (4500octetos) e apresenta o seguinte formato:

PA SD FC DA SA RI DADO FCS ED FS

4 ou + 2 2 4 ou 12 4 ou 12 0 a 60 0 ou + 8 1 3 ou +

onde:

PA é o preambulo (sincronismo)SD um delimitador de inícioFC controle do frameDA Endereço de destinoSA Endereço de OrigemRI Informações de RotasDADO Campo de DADOSFCS Seqüência de verificação do FrameED Delimitador FinalFS Status do Frame

Uma vez que o cabeçalho não ocupa mais que uma centena de octetos, um simples framepode transportar 4KB de dados. Assim, uma rede FDDI é adequada para aplicaçõesenvolvendo um grande volume de dados, sem sobrecarga e um alto throughput.

3.7 Propriedades de Rede ATM

ATM (Asyncronous Transfer Mode) é o nome de uma tecnologia de rede de alta velocidadecom garantias de envio e recebimento de seus pacotes. Opera através de chaveamento emaltas velocidades (ordem de Gigabits) de frames de tamanho fixo denominados de célula.

Para garantir tais velocidades as redes ATM utilizam de hardware e software especiais. Aconexão é feita através de fibra ótica entre o equipamento de chaveamento (switch) e ainterface ATM do computador. Assim, as redes ATM são caras (em 2000), mas permitem atransferencia de voz e dados.

3.7.1 O TAMANHO DA CÉLULA ATM

Uma célula ATM tem 53 bytes, dos quais 5 bytes correspondem ao cabeçalho e os 48restantes aos dados.

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3.7.2 GARANTIA DE CONEXÃO

As redes ATM implementam um conjunto de recursos semelhantes ao de uma rede depacotes (X.25). A diferença está na garantia de envio e recebimento das células e na formacom que se estabelece a conexão entre máquinas.

Os computadores e equipamentos são ligados ao switch ATM constituindo uma topologiaestrela. Para estabelecer a conexão, a interface ATM deve, primeiro, informar ao switch qualé o destino da célula. O switch, então, tenta estabelecer o contato com aquele destinoinformando o status da conexão para o equipamento requisitante. Em caso de sucesso, oswitch retorna ao requisitante um caminho (path) dotado de identificação. Este canal, então,pode será utilizado entre as duas máquinas para a transferencia de dados. Para terminar aconexão, o nó requisitante informa sua intenção ao switch e este disconecta os doisequipamentos. Tudo se processa de forma idêntica de uma Central Telefônica Chaveada.

Por implementar muito mais que um protocolo de enlace, trataremos do ATM como umprotocolo de rede.

Níveis OSIequivalent

es

NíveisATM

Sub-níveisATM

Funções

3 e 4 AALCS - Recuperação relógio fonte

- Montagem e decomposição das PDU SARSAR - Detecção de perda e inserção de células

- Segmentação e remontagem

2 e 3 ATM- Controle de fluxo- Geração/Extração do cabeçalho de célula- Gerenciamento de Canais/Rotas virtuais

1 e 2 FÍSICOTC

- Adaptação taxa de células com taxa de bit- Verificação/geração CRC de cabeçalho- Geração de células- Empacot/Desemp células do módulo de

transp.- Geração módulos de transporte (STM/STS)

PMD - Sincronismo de bit- Acesso físico a Rede (HDSL ou FTTC)

(Fonte: www.ufrg.br - Liliane Tarouco - Curso de Mestrado em Redes)

4 Topologias de Redes

Dependendo da forma de conexão física entre os equipamentos podemos classificar asredes quanto a sua topologia em PONTO-APONTO, BARRAMENTO, ANEL e ESTRELA.

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4.1 PONTO-A-PONTO

O nó físico de uma máquina está ligado de forma única ao nó físico da mesma espécie deoutra máquina diretamente. Onde encontramos? Conexão entre computadores via modem,portas seriais, portas paralelas e segmentos de rede outras topologias (estrela e anel).

Cada nó é um ponto crítico. A sua expansão leva à topologia estrela sendo que oequipamento central pode não ser dedicado (uso exclusivo).

4.2 BARRAMENTO

Todas as máquinas compartilham um mesmo meio físico. O meio é um cabo coaxial de 50OHM, dotado de terminadores resistivos nas extremidades. A distância entre extremosdepende do tipo de coaxial utilizado (fino ou grosso). Com coaxiais finos esta o comprimentodo segmento está limitada a 180 metros e um máximo de 64 nós. No coaxial grosso ocomprimento do segmento é de até 500 metros. Usando cabo coaxial fino, a expansão é debaixo custo, mas quanto maior o número de nós presentes menor será o desempenho darede.

A topologia de barramento impõe limitações de velocidade, tamanho do segmento e númerode máquinas. A figura mostra as limitações para um barramento usando cabo coaxial fino de50 Ω, operando em 10Mbps. Para cabos coaxial grosso o segmento é limitado em 500metros e velocidades de até 15 Mbps e máquinas espaçadas de uma distância de 2 metros,aproximadamente.

Em redes de barramento que usam cabo coaxial fino, usam-se conectores BNC machos etipo T. Quando se usa cabos coaxiais grossos há a necessidade de adaptadores (MAU -

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Midia Adapter Unit) que convertem para um padrão de conectores AUI. A topologia toma aforma:

O ponto crítico desta topologia é o próprio barramento. Uma vez que o meio é passivo (ossinais de portadora são gerados pelos equipamentos conectados à ela), falhas deconectorização e cabeamento levam qualquer "ser humano normal" ao delírio e stress. Masé a topologia mais flexível quanto à expansão, pois apresenta o menor custo deequipamentos e é ideal para redes com pequeno número de equipamentos ( < 20 máquinas)e pequeno fluxo de dados.

4.3 ANEL

As máquinas estão interligadas em um barramento fechado. O meio pode ser de cobre (par-trançado) ou fibra ótica. As Redes FDDI empregam esta topologia.

As redes em anel se caracterizam pela redundância de caminhos (anel duplo), tamanho dospacotes e velocidade. A principal desvantagem deste tipo de topologia é a limitação quantoao número de máquinas que deve ser pequeno (redes com mais de 8 nós apresentamqueda acentuada de desempenho).

Não apresenta ponto crítico quando na configuração de anel duplo. Em anel simples cadanó da rede é um ponto crítico (condição herdada da topologia ponto-a-ponto), pois sua falhacompromete o funcionamento da mesma.

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4.4 ESTRELA

É um aprimoramento da topologia ponto-a-ponto. Os nós físicos são ligados aoconcentrador ou equipamento central.

Nesta topologia é praxe o uso de equipamento central (A) dedicado, sendo ele o foco críticoda rede. A expansão pode ocorrer a partir dos nós extremos ou pelo nó central (maisadequado).

5 Equipamentos de Rede

Quando tratamos de redes de computadores, é comum a necessidade de expansão da redefísica, o acoplamento entre redes com meios físicos diferentes, ou mesmo a separaçãofísica ou lógica destas. Para resolver estes "pequenos inconvenientes" usamosequipamentos. A escolha inadequada destes equipamentos pode gerar transtornos e nãosoluções.

5.1 OS CONVERSORES DE MEIO (ou TRANSCEIVERS)

Um conversor (ou transceiver) é o equipamento usado para converter de um meio físicopara outro. Os seus nós (mínimo de 2) não são identificáveis nem fisicamente nemlogicamente. São, somente, conversores de sinais. Em casos de "sofisticação", apresentamindicadores de presença de portadoras, indicação de link, colisão. Os sinais de um nó érepetido (copiado) para os outros nós conforme aquele meio, seguindo os padrões usadospor eles. É uma "cópia" perfeita. Inclusive as colisões que possam existir. Por exemplo: umconversor de 10Base2 para 10BaseFL (coaxial para par-trançado). A forma de sinal elétricode um coaxial apresenta uma forma de onda e os bits representam alterações nas fases daonda portadora. Numa fibra ótica, os sinais podem ser na variação da freqüência ouintensidade luminosa. Então são elementos ATIVOS.

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5.2 REPETIDORES e HUBS

Os repetidores tem a finalidade de reforçar os sinais, concentrando num único ponto todasos nós físicos de um segmento ao outro e vice-versa. É como se fosse uma única redefísica. Embora possam ser usados como conversores, os repetidores diferem do primeiroquanto ao reforço os sinais. Eles, os repetidores, corrigem distorções do meio. Por exemplo:intensidade dos sinais nos extremos de um cabo coaxial ou par-trançado, fibras óticas degrandes comprimentos. Pode ser considerado um concentrador pois, numa expansão, eleestá transportando para o nó de um segmento os nós dos outros segmentos. Os repetidorespodem ser classificados em REPETIDORES LOCAIS e REMOTOS. A diferença está na suasensibilidade/amplificação dos sinais.

O maior problema do uso de cabos coaxiais como meio físico é a dificuldade de encontrarpontos de falha. Numa rede expandida, dotada de repetidores tradicionais, a falha dequalquer segmento físico implica na falha de todos os segmentos. Esta falha pode sergerada por: falta de contato nos conectores (oxidação e má conectorização), cabo rompido,cabo aberto "inadvertidamente" pelo usuário... ou seja, houve um desbalanceamento daimpedância da linha. Se é assim, a idéia de trazer toda a linha para dentro de umequipamento não seria tão absurda. Se dotássemos estes pontos com conversores (ourepetidores), poderemos mudar a topologia da rede de barramento para estrela.Adicionando alguma eletrônica para monitorar um sinal de colisão, por exemplo, de formamais eficiente, é possível isolar aquele segmento com problema muito antes que toda a redeentre em colapso ou até mesmo reduzir a velocidade do barramento num caso de excessode tráfego. Em condições normais, um HUB eqüivale ao repetidor, ou seja, é um copiador desinais. O sinal de uma porta é copiado para todas as outras portas.

Há, porém, os conversores de Midia que atuam como conversores de protocolos de enlacefísico. É caso de conversores de linhas que operam em modo FULL-DUPLEX para HALF-DUPLEX (par trançado de 10Mbps em modo FULL-DUPLEX para Coaxial, FDDI para par-trançado ). Estas conversões requerem a remontagem da forma de endereçamento(conversão IEE802.5/IEE802.3). Estes conversores atuam nos limites da camada de enlace

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(Data Link) e, neste caso, exigem algum processamento e memória. Normalmente, eles sãoencontrados em equipamentos já dotados de recursos de processamento (roteadores,switches e até mesmo em alguns hubs).

5.3 SWITCH-HUB/BRIDGES

Até então, os equipamentos anteriores tratavam, basicamente, dos sinais elétricos e não seimportavam com "o quê aqueles sinais carregavam". Numa rede de muitos nós físicos(identificáveis ou não) os atrasos, o fluxo de dados, a repetição dos sinais para todos ossegmentos pode ser desnecessário. As perguntas são:

1. "Por que devo retransmitir um sinal para um segmento de rede que não detém o nófísico de destino daquela informação, como acontecem com os hubs e repetidores?"

2. Qual a diferença entre SWITCH e BRIDGE

As respostas:

1. Não é preciso retransmitir. Olhando para o modelo OSI e para o protocolo de enlace deuma rede Ethernet temos que os frames são perfeitamente identificáveis através de seusendereços MAC. Não é preciso saber o que estes frames carregam. Basta conhecer osendereços que estão num cabeçalho inicial, montar uma tabela com tais endereçosidentificando os respectivos nós de conexão e usar um algoritmo de busca. Tem-se,agora, o isolamento dos segmentos físicos pelos sinais e endereços Ethernet além daredução do tráfego, o que implica num maior desempenho da rede. Para isto, énecessário hardware mais sofisticado (mais que um HUB), com uma ou mais CPUs paraprocessar o algoritmo de busca e roteamento de baixo nível e Memória para guardar ocódigo do software e os endereços em tabelas. Os dados das tabelas são coletadosatravés de transmissão de pacotes de broadcast. Isto se chama SWITCH-HUB. EntãoSwitches e Bridges, são considerados gateways de enlace.

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Os Switches são equipamentos (computadores) dedicados. A CPU trabalha emvelocidade tal que permite garantir a velocidade de cada segmento. As portas de umSwitch são varridas de forma cíclica (chaveamento de portas) em velocidade razoável.Nesta varredura, os pacotes de cada segmento são recolhidos, analisados, etransferidos para buffers internos. Ao chegar à porta de destino, os frames sãopropagados para o segmento. Um Switch pode funcionar como um simples HUB? Pode.Sempre que se sobe uma camada é possível acessar uma camada de nível mais baixo.

2. As diferenças entre um Switch e uma Bridge (Pontes) estão na Velocidade e forma deimplementação dos métodos de roteamento (chaveamento) dos pacotes. Um SWITCHimplementa o chaveamento dos frames em hardware enquanto as bridges vão emsoftware. As bridges, por exemplo, não permitem o acoplamento de LANs comvelocidades diferentes, já os switches podem. As bridges não suportam uma grandequantidade de portas, os switches sim; as bridges trabalham com chaveamento tipoarmazenamento/redirecionamento, os switches trabalham com redirecionamento alémde empregarem o método de cut-through; finalmente, os switches reduzem o número decolisões porque eles admitem uma largura de banda dedicada para cada segmento. Asbridges são muito mais antigas (~1980). Uma vez que elas trabalham em "store-forwarding", numa rede TCP/IP é possível tratar o chaveamento baseado no IP(ARP/RARP) entre segmentos. Os switches introduziram o conceito de VLAN (VirtualLAN), permitindo que redes IPs num mesmo segmento pudessem ser tratadas de formadistinta nas portas específicas de cada rede IP. Num switch de 24 portas, por exemplo,podemos ter mais de 256 VLANs diferentes (Ver SWITCH-ROUTER)

5.4 ROTEADORES

Nem tudo é perfeito!! E como fica os protocolos de camadas superiores? Nível Lógico?Vimos no modelo de referencia OSI que o protocolo de rede implementa algumaidentificação lógica. Para se obter esta identificação o pacote precisa ser extraído do framee ter o seu cabeçalho observado. Reparem que o roteador deve identificar não só oprotocolo de enlace como também o protocolo de rede. Isto significa que o softwareexecutado é ainda mais completo.

O roteamento é feito através da identificação lógica (identidade da Rede lógica),característica do protocolo. Os roteadores são tratados como GATEWAYS de rede lógica(camada de rede), pois são os elos de ligação entre redes lógicas diferentes de um mesmoprotocolo.

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Um roteador pode se comportar como um switch? Pode! Lembrem-se de que para chegar àcamada de rede (pacote) é preciso desmontar um frame (camada de enlace). Logo, se umcerto roteador não o faz é uma decisão do fabricante não fornecer comandos para exploraro recurso, pois as funções existem. E pode se comportar como um HUB? Também, e pelomesmo motivo. (É um desperdício!). Esta idéia é de um roteador BÁSICO. Roteadoresdisponíveis no mercado implementam recursos de camadas lógicas superiores e sãocapazes de se comportar como redirecionadores.

5.5 REDIRECIONADORES

Embora não tenha um equipamento específico que trate deste mecanismo, vamos tentarexplicar seu funcionamento. Normalmente, um roteador simplesmente analisa o destino deum datagrama. Por ser um recurso de software, um redirecionador não só analisa, comotambém é capaz de modificar o destino de um datagrama. Esta característica é encontradaem filtros de pacotes.

Considere o diagrama abaixo:

Um datagrama A de origem O e destino para uma aplicação em M1. Uma aplicaçãosemelhante está disponível em M2. Por alguma razão, o nó M1 não pode receber

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datagramas de origem O. Um redirecionador modificaria o endereço de destino dodatagrama (neste caso, apenas no endereço de destino) para a máquina M2 e atuaria comouma espécie de roteador para aquele novo destino. Este recurso não é um roteamento,exclusivamente, pois, repetindo, roteadores não modifica cabeçalho, apenas analisa. Umavez que certos protocolos admitem que nós físicos tenham várias identificações lógicas(sejam vários nós lógicos), é admissível a mudança de destino de M1 para M2, e este últimoassumirá a conexão. Este recurso é perfeitamente aplicável para protocolos TCP/IP taiscomo HTTP, SMTP e FTP, dentre outros.

5.6 SWITCH-ROUTER

Um SWITCH-ROUTER é um switch cujo software tem mais recursos que um switch normal,porém está aquém de um roteador. Ele é capaz de ler um pacote, mas não tem acapacidade de decidir sua rota. Para isto ele envia o pacote para um roteador decidir. Istotraz à tona o conceito de VLAN. Para entendermos este conceito convém lembrar de queexistem frames de broadcast enviados por máquinas de um segmento lógico. VLANcorresponde ao segmento lógico. Estes frames têm que seguir para segmentos que nãofazem parte de sua rede lógica? Não. Já os frames enviados pelo Switch são necessáriospara a atualização das tabelas, mas frames de broadcast enviados por um segmento lógiconão precisam ser propagados para os outros segmentos lógicos da mesma switch (ouVLANs).

5.7 PROXY

Subindo as camadas do modelo OSI encontramos as camadas de transporte, sessão,apresentação e aplicação. Um proxy é um conjunto de hardware e software que se

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comporta como um roteador agindo como um intermediário e interferindo na conexão. (ele éo responsável por elas). É um como um "intermediador" de pacotes e de serviços. O usuárioda máquina envia a solicitação para destino, mas este é, na verdade, enviado para o proxypara que ele, o proxy, estabeleça a conexão com o destino, aguarde a resposta do destino,e transfira para a máquina do usuário. O cliente "acha" que está conectado logicamente como destino e o destino vê o proxy conectado à ele. Há uma análise de pelo menos ocabeçalho da camada de sessão (ou quase todos os cabeçalhos).

Vamos tentar explicar isto. Considere três máquinas: máquina A, proxy e máquina B. Aaplicação da máquina A está configurada para enviar ao proxy suas requisições. Digamosque a máquina A queira estabelecer uma conexão com a máquina B. A solicitação destaconexão é enviada para o proxy e este se encarrega de estabelecer a conexão com B. Aaplicação da máquina B, por sua vez, tem como cliente o proxy e não a máquina A. Entãoas respostas enviadas ao proxy são transmitidas para a máquina A. Ou seja, o proxy é umintermediário "ativo" pois interfere nos cabeçalhos e também pode interferir no conteúdo,isolando as partes envolvidas.

Exemplos de proxy:

- Proxy-Cache: Imagine um conjunto de máquinas (A1, A2, A3....An) da rede A acessandodiretamente (através de roteador) uma máquina B de uma rede diferente. Considere que avelocidade de enlace entre as redes A e B seja pequena. A máquina B, neste caso, estariacom "n" conexões ativas que compartilhariam o mesmo enlace. Se as conexões tratarem damesma informação a máquina B a transferirá "n" vezes. Vamos introduzir um Proxy-cache.Todas as máquinas A tem suas aplicações configuradas para usar o Proxy-Cache. Agoratodas as máquinas A transmitem suas requisições para o Proxy. Este estabelece a conexãocom a máquina B e traz 1 única vez a informação solicitada, armazena-a em disco. Amáquina B realizou uma única conexão (como Proxy). As requisições feitas a ele pelasaplicações das máquinas A terão suas respostas da mesma forma, com economia de bandae maior velocidade.

- Proxy-Mail: Agindo como um Mail-Hub, um proxy mail não vai centralizar as mensagens,mas servirá como elo de ligação e redirecionador. Uma vez que a mensagem ficará

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61 03/21/01Ulisses Thadeu V Guedes

armazenada temporariamente, ela poderá aplicar filtros mais sofisticados ao receber e entesde enviar as mensagens.

5.8 GATEWAY

Um GATEWAY é a "passagem". Este nome veio de épocas "remotas" quando não haviatantos protocolos de comunicação como hoje. Os protocolos de comunicação eram presos àplataforma. O panorama encontrado era o seguinte: "Imaginem 2 máquinas constituindouma rede rodando um protocolo experimental. Uma destas máquinas roda mais umprotocolo. Digamos, X.25, que era o protocolo usado para interligar esta máquina numaterceira e esta ligada numa quarta máquina.

Uma vez que o protocolo é experimental (sem funcionalidade comprovada), a única soluçãoviável para passar o "dado" da primeira máquina para a quarta máquina, é odesempacotamento total deste dado na segunda máquina, incluí-lo no protocolo conhecido(X.25), transferi-lo para a terceira máquina, empacotá-lo novamente no protocolodesconhecido e, através deste, transferi-lo para a quarta máquina.

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Ou seja, um GATEWAY (máquina 2 e 3) é nome de um equipamento dotado de recursoscapaz de transportar um dado de uma rede para outra sem ou com encapsulamento dodado ou de protocolos. Para o remetente não importa como os gateways envolvidosenviarão o dado. O que interessa é que o gateway reconheça o remetente e saiba paraonde enviar com a finalidade de alcançar o destinatário em função de informações contidasnos pacotes. Se for possível, certificar se o dado foi recebido. Ou seja, um GATEWAY,teoricamente, é um equipamento que reconhece o protocolo do EMISSOR em, pelo menos,na camada de rede e, não necessariamente, camadas superiores. O nome GATEWAY éatribuído e genericamente válido, para roteadores, redirecionadores, proxies, e conversoresde aplicação.

5.9 SISTEMAS DE FIREWALL

Uma vez aceito que a Internet é um meio inseguro de transmissão de dados, que os pacotespodem ser adulterados, tipos de pacotes podem ser modificados sem qualquer "avisoprévio" por falsificação dos cabeçalhos, tornou-se comum, nos dias atuais, citarmos oFIREWALL. O que é um FIREWALL?

FIREWALL é a denominação de um conjunto de hardware e software com objetivos deautorizar ou rejeitar pacotes e conexões em função de seu conteúdo, endereços de origem edestino, tipo de protocolo utilizado. Isto significa que sistemas de Firewall são capazes deanalisar os diversos níveis através de filtros. É um sistema e pode ser composto por váriosequipamentos e redes.

Podemos classificar um sistema de Firewall em: Filtros de pacotes, GATEWAY deaplicação e GATEWAY de Circuitos.

Um sistema Firewall que implementa filtros de pacotes é capaz de tomar suas decisões(aceitar ou rejeitar a passagem de um pacote) em função dos endereços de origem/destino,e do tipo de protocolo de transporte e portas utilizados. Ou seja, uma análise rápida doconteúdo do cabeçalho de rede e dos pseudo cabeçalhos da camada de transporte. Nestecaso, é possível o bloqueio aceite de um determinado protocolo em função da origem do

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pacote ou vice-versa. Exemplo: bloquear qualquer pacote UDP (User Datagam Protocol)que venha da rede A.B.C, e bloquear pacotes ICMP (Internet Control Message Protocol).

Um sistema Firewall com filtros de APLICAÇÃO (GATEWAY DE APLICAÇÃO) representamo extremo oposto no projeto de um FREWALL. Invés de usarem um mecanismo genéricopara o controle do tráfego, eles usam códigos especiais para cada aplicação. é capaz deanalisar o conteúdo dos pacotes nos mais altos níveis. Por exemplo:, o envio de umarequisição para um servidor HTTP: "GET /". Esta solicitação não tem perigo algum, mas umasolicitação tipo "GET /cgi-bin/?aaa........aaaaa" poderia representar algum. Um filtro deaplicação pode identificar esta solicitação e rejeitar o pacote, além de registrar a ocorrência.

Um sistema Firewall com filtros de Circuitos (GATEWAYS DE CIRCUITO) retransmitemconexões usando protocolos de transporte diferentes ou portas diferentes. Por exemplo,uma conexão UDP entre duas máquinas, uma interna e outra externa à rede. Um gatewayde circuito recebe a conexão em protocolo UDP, converte para TCP, envia para o endereçoespecificado, e lá, retorna para UDP e retransmite para o destino. ou seja, estabelecem umcircuito entre as máquinas.

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6 EXERCÍCIOS:

1) Seja a planta baixa de um prédio fornecida a seguir. Em cada sala há um computador.Os recursos são limitadíssimos e todos os computadores devem ser interligados(apesar da aparência sofisticada da planta!). Esboçar o diagrama de uma redeconsiderando cabo coaxial como meio físico.

2) Na rede da questão acima, uma máquina instalada em um extremo verá todo o tráfegoda rede?

3) Refaça a questão 1 considerando uma topologia estrela com a condição de quequalquer máquina possa ver o tráfego de toda a rede. Citar o tipo e as característicasdo tal equipamento. Descartar os nomes dos equipamentos e marcas

4) Digamos que seja necessário segmentar a rede por corredor de salas. Que tipo deequipamento pode ser utilizado? Neste caso uma máquina deste segmento veria otráfego de todos os segmentos de rede? Explique em função dos equipamentosadotados.

5) Depois de tudo instalado conforme a questão 4, deve-se inserir 16 máquinas nestarede numa única sala que não possui pontos de acesso desocupados. Estas máquinasficarão ali por um curto período. Como fazer?

6) Um usuário da rede resultante da questão (4) teve sua máquina invadida. Se ele usa amáquina apenas para processamento matemático, esta máquina poderia ser utilizadapara capturar alguma senha, sabendo que estas circulam "livremente" nos outrossegmentos? Em que condições isto será possível e impossível?

Planta do Prédio