cap 9 a cristianização de aristóteles

24
PROFº JOSÉ FERREIRA JÚNIOR A CRISTIANIZAÇÃO DE ARISTÓTELES

Upload: jose-ferreira-junior

Post on 29-Jun-2015

2.048 views

Category:

Education


19 download

DESCRIPTION

Filosofia da Idade Média.

TRANSCRIPT

Page 1: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

PROFº JOSÉ FERREIRA JÚNIOR

A CRISTIANIZAÇÃO DE ARISTÓTELES

Page 2: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

“Mas as doutrinas teológicas não coincidem, nos seus princípios,

com as da filosofia: a teologia

fundamenta-se na razão, mas na revelação e na

inspiração.”

Page 3: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Santo Alberto representou a primeira grande expressão filosófica e científica do impacto de Aristóteles sobre a cultura ocidental latina.

Ele foi um dos mais universais pensadores da Idade Média. Seus interesses iam das ciências naturais à teologia.

Deixou contribuições à lógica, psicologia, metafísica, meteorologia, mineralogia, botânica e zoologia.

É considerado o santo padroeiro das ciências naturais.

Page 4: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Estudou na Universidade de Pádua e entrou para a Ordem Dominicana em 1223.

Ele foi o mais ilustre catedrático da faculdade de teologia de Paris, onde lecionou de 1245 a 1248, e nesse período São Tomás de Aquino se tornou seu discípulo.

Foi chamado "Magno" porque seu pensamento científico, filosófico e teológico teve grande repercussão enquanto ainda vivia.

Page 5: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Em 1248, ele foi nomeado para dirigir um importante centro de estudos (chamado studium generale) da ordem dominicana em Colônia, para onde foi com Tomás de Aquino, o qual retornaria em seguida a Paris para terminar os estudos.

Alberto passou grande parte da vida estudando o pensamento de Aristóteles.

Ele procurou compreendê-lo distanciando-se dos estudiosos árabes, que haviam inserido suas próprias idéias nos escritos sobre o pensamento aristotélico.

No entanto, ele leu os escritos dos mais importantes filósofos árabes para desenvolver suas próprias idéias em filosofia.

Page 6: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Especulando como atingir o conhecimento da verdade, procurou demonstrar que se podia alcançá-la tanto por meio da revelação e da fé quanto por meio da filosofia e da ciência, sem contradições.

Embora houvesse mistérios acessíveis somente à fé, alguns aspectos da doutrina cristã, como a imortalidade da alma, podiam ser compreendidos também pela razão.

Page 7: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Sua notável compreensão de grande diversidade de textos filosóficos permitiu que ele fizesse uma das mais importantes sínteses da cultura medieval.

Entre seus principais escritos científicos, podemos citar: "Sobre os Vegetais e as Plantas", "Sobre os Minerais" e "Sobre os Animais". Entre os escritos filosóficos: a "Metafísica" e suas paráfrases da "Ética", "Física" e "Política" de Aristóteles.

Page 8: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Tanto na paráfrase de obras aristotélicas como em seus escritos originais, Alberto se mostrou um admirador da filosofia e da ciência de Aristóteles.

Um de seus grandes méritos foi ter inserido o aristotelismo no pensamento cristão, orientando assim o caminho de estudos de seu ilustre discípulo Tomás de Aquino, que herdou do mestre o interesse pela metafísica e pela antropologia.

Page 9: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO ALBERTO MAGNO

Sua doutrina teológica aceita as verdades baseadas na autoridade de Deus, que se revela.

Por outro lado, a filosofia estabelece as verdades enquanto conhecidas pela luz natural da razão.

Acredita, assim, em vias cognitivas especificamente distintas, autônomas e capazes de conduzir-se isoladamente dentro de suas esferas; como ciências, são corpos distintos, com método e princípios próprios.

Admite que a existência de Deus e da alma espiritual pode ser provada por ambos os caminhos, o da razão e o da fé.

Page 10: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

“Para que a inteligência humana possa investigar a

Deus pela sabedoria, é necessário

conhecer muitas outras coisas antes, pois praticamente

todos os conhecimentos filosóficos se

ordenam a esse modo de

conhecimento de Deus.”

Page 11: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Nasceu em Nápoles, sul da Itália, e faleceu no convento Fossanuova, aos 49 anos de idade.

Sua filosofia (Tomismo) nasceu com objetivos claros: não contrariar a fé.

Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélico em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé cristã.

Page 12: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Retomando as idéias de Aristóteles sobre o ser e o saber Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial.

Em relação ao processo de conhecimento dessa realidade, ressaltou uma série de princípios considerados básicos, dentre os quais se destacam: PRINCÍPIO DA NÃO-CONTRADIÇÃO – o ser é ou

não é. PRINCÍPIO DA SUBSTÂNCIA – na existência dos

seres podemos distinguir a substância (a essência, propriamente dita, de uma coisa, sem a qual ela não seria aquilo que é) do acidente (a qualidade não-essencial, acessória do ser).

Page 13: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

PRINCÍPIO DA CAUSA EFICIENTE – todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes, isto é, não possuem, em si próprios, a causa eficiente de suas existências. Portanto, para existir, o ser contingente depende de outro ser que representa a sua causa eficiente, chamado de ser necessário.

Page 14: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

PRINCÍPIO DA FINALIDADE – todo ser contingente existe em função de uma finalidade, de um objetivo, de uma “razão de ser”. Enfim, todo ser contingente possui uma causa final.

Page 15: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

PRINCÍPIO DO ATO E DA POTÊNCIA – todo ser contingente possui duas dimensões: o ato e a potência. O ato representa a existência atual

do ser, aquilo que está realizado e determinado.

A potência representa a capacidade real do ser, aquilo que não se realizou mas pode realizar-se. É a passagem da potência para o ato que explica toda e qualquer mudança.

Page 16: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Não se pode dizer que Tomás de Aquino tenha apenas adaptado a filosofia de Aristóteles ao cristianismo.

O que o filósofo escolástico empreendeu foi uma sistematização da doutrina cristã que se apóia em parte na filosofia aristotélica, mas que contém muitos elementos estranhos ao aristotelismo: o conceito de criação do mundo; a noção de um deus único; a idéia de que o vir-a-ser (a passagem da potência

ao ato) não é autodeterminado, mas procede de Deus.

Page 17: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Introduziu uma distinção entre SER e ESSÊNCIA, dividindo a metafísica em duas partes:A do ser em geral; ea do ser pleno, que é Deus.

De acordo com essa distinção, o único ser realmente pleno, no qual o ser e a essência se identificam, é Deus.

Page 18: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Para o filósofo, Deus é ato puro. Não há o que se realizar ou se atualizar em Deus, pois ele é completo.

Deus é Ser, e o mundo tem ser.Deus é o SER que existe como fundamento da realidade das outras essências que, uma vez existentes, participam de seu SER.

Page 19: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINOAs provas da existência de Deus

O primeiro motorTudo aquilo que se move é movido

por outro ser.

A causa eficienteTodas as coisas existentes no mundo

não possuem em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser consideradas efeitos de alguma causa.

Page 20: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO As provas da existência de Deus

Ser necessário e ser contingente Todo ser CONTINGENTE, do mesmo modo que

existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de

ser, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria,

pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já existia.

É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa da sua existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes.

Esse ser necessário é Deus.

Page 21: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO As provas da existência de Deus

Os graus de perfeição Em relação à qualidade de todas as coisas

existentes, pode-se afirmar a existência de graus diversos de perfeição.

Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos” determinada qualidade positiva, isso supõe que deve existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição.

Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um SER MÁXIMO E PLENO.

Esse ser é DEUS.

Page 22: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO As provas da existência de Deus

A finalidade do ser Todas as coisas brutas, que não possuem

inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade.

Devemos admitir, então, que existe algum SER INTELIGENTE que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo.

Esse ser é Deus.

Page 23: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

SANTO TOMÁS DE AQUINO

Proclamado pela Igreja Católica como o Doutor Angêlico e o Doutor por Excelência, Tomás de Aquino é reverenciado nos meios católicos pelos filósofos e professores de filosofia.

Page 24: Cap 9   A Cristianização de Aristóteles

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Santo Alberto Magno. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/santo-alberto-magno.jhtm>. Acessado em 06 de junho de 2013.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.

CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006.