cap 21 religião, mitos e magias

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Prof. João Carlos S. Balbi Antropologia Filosófica

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Page 1: Cap 21 religião, mitos e magias

Prof. João Carlos S. Balbi

Antropologia

Filosófica

Page 2: Cap 21 religião, mitos e magias

O que é Antropologia FilosóficaDisciplina que tem como objetivo o estudo do homem em suas características essenciais, nas manifestações culturais.

Reflexão filosófica sobre o homem.

Campo do conhecimento que pretende responder à pergunta: O que é o homem?

Observação sistemática e reflexiva sobre o homem e sua capacidade de criação e produção cultural

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A Antropologia Filosófica surgiu por volta de 1920 que investiga o fenômeno humano. seu objetivo maior é saber o que é o homem. Para isso ela usa métodos do tipo: fenomenológico, dedutivo, histórico, e muitos outros. Diz Scheler que o homem possui espírito, pode amar, admirar, contemplar, enquanto que os outros animais não dispõem de nada disso. Pois estes contam com o instinto e aquele com a razão; a esta diferença atribui-se a limitação dos outros animais.

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Quem primeiro se inclinou a estudar o homem foi Sócrates, filósofo grego do final do século V e IV a.C., que dizia “Conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates o homem era alguém que podia responder com racionalidade a uma indagação racional. Já para seu seguidor e aluno, Platão, o homem é alma e que, com isso, ele é imortal.Para Aristóteles, discípulo de Platão, o homem é o animal político.

ANTROPOCÊNTRICA

TEOCÊNTRICACOSMOCÊNTRICA

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ANTROPOCÊNTRICA

FENÔMENO HUMANO

MÚLTIPLAS MANIFESTAÇÕES DE SUA RACIONALIDADE

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Um ser racional (Descartes) Um Ser livre (Sartre) Um ser problemático (Marcel) Um ser religioso (Luckmann) Um ser de ciência (Comte) Um animal essencialmente social

(Marx)

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Homo somaticus Dimensão corpórea (psíquico e

somático) Alma (athma), corpo e espírito Corporeidade: “Être au monde à travers

un corps” (Merleau-Ponty, Phenoménologie de la perception, 1945, p. 357)

Função mundanizante

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Homo vivens Consciente do fenômeno da vida O que é a vida?

Viver

Matar

Suicidar

• Organização particular da matéria?

• Organinação funcional das células?

• A vida tem sentido

• A vida tem significados

• Como viver (princípios morais)

Page 11: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo sapiens Conhecimento sensitivo, intelectivo e

imaginativo História e memória Homo sapiens sapiens Individualidade e pessoalidade Consciência e autoconsciência Reflexão e autoreflexão

Page 12: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo volens Vontade e decisão: conformismo e audácia Liberdade: livre arbítrio e autonomia Limites da vontade: religião, sociedade,

etc. Vontade alienada: mídia, tecnologia e

política Vontade escravizada: paixões Vontade, liberdade e consciência: ética

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Homo loquens Único animal que fala Origem: deuses ou criação humana? Homo simbolicus: signo, representação e comunicação

Aprimoramento da linguagem: arte poética

Linguagens e relações humanas: sociedade

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Homo socialis Sociabilidade e politicidade: família, clã,

tribo, aldeia, cidade, estado: PODER e AUTORIDADE Questão da prioridade política: estado

ou indivíduo? Positivismo: indivíduo e estado: progresso

(Comte) Problema do corpo: do indivíduo ou da

sociedade? Maior do problema da atualidade: homem e meio

Page 15: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo culturalis O homem para além das estruturas físicas

e faculdades espirituais: os produtos culturais

Definição de cultura: o conjunto de toda e qualquer criação do intelecto humano

Pode ser: local, regional ou geral A cultura é produto do homem ou o

homem produto da cultura? Trocas e choques culturais

Page 16: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo faber Trabalho: atividade natural do homem Instinto (animal) e criação (humano) Do Trabalho manual ou artesanal Ócio (contemplação) e trabalho (produção) Cristianismo: purificação e salvação Revolução industrial: trabalho e

escravização Desafio: superar o foco na mercadoria

Page 17: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo ludens Jogo e divertimento: uso alegre dos

símbolos Brinquedo: atividade apenas infantil? Reconhecimento (Aristóteles) – rejeição

(Igreja) – valorização (mundo atual) Exploração: jogatina e competição

capitalista Ludicidade: modo agradável e educativo de

atingir objetivos = Instrumento dos profissionais da saúde

Page 18: Cap 21 religião, mitos e magias

Homo religiosus Religião: caráter universal Transcendência humana: sublimação e essência

Igreja e dogma: domínio e guerras Fundamentalismo e teocracia Karl Marx: ópio do povo = materialismo Nietzsche: Deus está morto! = superhomem Fundamentos da religião: fé, sentimentos,

conversão, devoção e resignação Problema atual: exploração da fé e

comercialização

Page 19: Cap 21 religião, mitos e magias

O homem é o ser que vive em constante interação com seu meio, produzindo cultura a partir das coisas, dos animais e dos outros

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Toda criação da capacidade intelectual do homem.

Tudo o que não é natureza e resulta do artifício e da criatividade humana

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Relação: homem e fenômeno

Hipóteses

MITOS

RITOS

Page 22: Cap 21 religião, mitos e magias

Importância: Exercício do intelecto Desenvolvimento da linguagem Agregação social Religião e transcendência Diversificação

Os mitos podem ser: Cosmogônicos Antropogônicos Escatológicos

Para Mircea Eliade (p. 11):

“O mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do ‘princípio”.

Narrativa da criação

Page 23: Cap 21 religião, mitos e magias

Demonstra a imanginação dos primeiros povos;

Une as tribos em torno de uma crença comum;

Auxilia na formação política e organização social;

Desenvolve a linguagem e a comunicação;

Registra as leituras de mundo e os costumes das culturas primitivas.

Page 24: Cap 21 religião, mitos e magias

“A principal função do mito consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: tanto a alimentação ou o casamento, quanto o trabalho, a educação, a arte ou a sabedoria” (Eliade, p. 13)

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HISTÓRIAS HISTÓRIASVERDADEIRAS FALSAS

Relatar

Conhecer

Reverenciar

Celebrar

“Nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função indispensável: ele exprime, enaltece e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais; garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. O mito, portanto, é um ingrediente vital da civilização humana; longe de ser uma fabulação vã, ele é ao contrário uma realidade viva, à qual se recorre incessantemente” (p. 23)

Page 26: Cap 21 religião, mitos e magias
Page 27: Cap 21 religião, mitos e magias

Menonitas: leitura da realidade / modo de se relacionar com ela / produção da cultura

Povos primitivos: totem, sacrifício, antropofagia, xamã, curas = visão cosmocêntrica e teocêntrica

Caráter universal

Page 28: Cap 21 religião, mitos e magias

Religião: Edward Tylor: “Crença em seres espirituais” Características: universal: presente em todos os povos

Religião e magia: identificação de uma com a outra

Crença: aceitação que não supõe compreensão

Ritual: sons / palavras / imagens / objetos / vestuário / gestos DANÇAS:

1

• Dança dos índios (chuva)

• Folia de Reis (bênção)

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“A religião não deve ser confundida com a magia, embora muitas vezes se encontrem associadas. A religião implica a crença em seres espirituais, deuses, o sobrenatural, sendo a oração a técnica usada pelos adeptos para relacionar-se com eles. A atitude religiosa é de humildade, submissão, reverência e adoração.

A magia não recorre aos seres espirituais. Vale-se de técnicas para controlar os poderes sobrenaturais. A atitude do mágico é arrogância e auto-confiança, de compulsão, ou seja, coação sobre as forças da natureza.”

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Explanatória Interpenetrativa

• Psicológica: surgimento nos mitos

• Sociológica: surgimento nos ritos

A religião surgiu dos mitos ou dos ritos?

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Evocação de poderes em apelar a um ser supremo ou aos espíritos, utilizando de objetos ou imagens para alcançar um objetivo que vai além das capacidades humanas.

Ex.: cabelo / dente no telhado / roupa branca / etc.