cap 02 - etapas de um experimento

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Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Página 25 25 2 ETAPAS DE UM EXPERIMENTO O pesquisador das ciências agrárias está constantemente se utilizando de experimentos para obter novos fatos, negar ou confirmar hipóteses ou resultados obtidos anteriormente. Tais experimentos, conforme já visto no capítulo anterior, são pesquisas planejadas, que tomam por base determinados princípios básicos, para resolver problemas da agropecuária. Em função disso, eles apresentam as seguintes etapas: elaboração do projeto, instalação do experimento, execução do experimento, análise estatística dos dados experimentais, interpretação dos resultados e relatório final. 2.1 Elaboração do Projeto Todo pesquisador durante sua vida profissional elabora vários projetos de pesquisa. Tais projetos têm por objetivo obter recursos para a condução da pesquisa, além de orientar as atividades durante o decorrer do trabalho. A elaboração de um projeto de pesquisa não é uma empreitada simples, pois exige conhecimento e dedicação por parte do pesquisador. Ele normalmente deve possuir um profundo conhecimento da espécie que irá trabalhar em vários aspectos, tais como: botânica, fisiologia vegetal, genética vegetal, manejo da cultura, problemas de insetos- praga e doenças e exigência de mercado, para o caso de espécies vegetais; e anatomia, fisiologia animal, genética animal, manejo do animal, problemas de parasitos e doenças e exigências de mercado, para o caso de espécies animais. Segundo RAMALHO, FERREIRA e OLIVEIRA (2000), esse conhecimento é importante para a escolha do assunto que deve ser pesquisado, na identificação da melhor alternativa para solucionar o problema e ter informações do que já foi realizado por outros pesquisadores na solução do problema, evitando, assim, que se repita o que outros já fizeram. A dedicação na elaboração do projeto de pesquisa também é importante. É preciso ter sempre em mente que a sua capacidade profissional e a sua instituição estão sendo avaliadas pelo que está contido no projeto de pesquisa. Como normalmente há necessidade de se elaborar o projeto de pesquisa dentro de um período muito curto de tempo, por exigência da instituição financiadora do projeto, cabe ao pesquisador ter uma atenção redobrada. Além do que foi visto, é conveniente ressaltar que um projeto de pesquisa deve ser muito bem elaborado, para que a análise estatística possa ser efetuada de forma adequada e conduza a conclusões válidas; pois de nada adianta um experimento bem conduzido, se ele estiver baseado em um planejamento inadequado. Portanto, todo pesquisador deve desenvolver a capacidade de elaborar projetos de pesquisa, pelo menos para atender a seus interesses pessoais ou do grupo em que está

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Estatística experimental

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  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 25

    25

    2 ETAPAS DE UM

    EXPERIMENTO

    O pesquisador das cincias agrrias est constantemente se utilizando de

    experimentos para obter novos fatos, negar ou confirmar hipteses ou resultados obtidos

    anteriormente. Tais experimentos, conforme j visto no captulo anterior, so pesquisas

    planejadas, que tomam por base determinados princpios bsicos, para resolver

    problemas da agropecuria. Em funo disso, eles apresentam as seguintes etapas:

    elaborao do projeto, instalao do experimento, execuo do experimento, anlise

    estatstica dos dados experimentais, interpretao dos resultados e relatrio final.

    2.1 Elaborao do Projeto

    Todo pesquisador durante sua vida profissional elabora vrios projetos de

    pesquisa. Tais projetos tm por objetivo obter recursos para a conduo da pesquisa, alm

    de orientar as atividades durante o decorrer do trabalho.

    A elaborao de um projeto de pesquisa no uma empreitada simples, pois

    exige conhecimento e dedicao por parte do pesquisador. Ele normalmente deve possuir

    um profundo conhecimento da espcie que ir trabalhar em vrios aspectos, tais como:

    botnica, fisiologia vegetal, gentica vegetal, manejo da cultura, problemas de insetos-

    praga e doenas e exigncia de mercado, para o caso de espcies vegetais; e anatomia,

    fisiologia animal, gentica animal, manejo do animal, problemas de parasitos e doenas e

    exigncias de mercado, para o caso de espcies animais. Segundo RAMALHO,

    FERREIRA e OLIVEIRA (2000), esse conhecimento importante para a escolha do

    assunto que deve ser pesquisado, na identificao da melhor alternativa para solucionar o

    problema e ter informaes do que j foi realizado por outros pesquisadores na soluo

    do problema, evitando, assim, que se repita o que outros j fizeram.

    A dedicao na elaborao do projeto de pesquisa tambm importante.

    preciso ter sempre em mente que a sua capacidade profissional e a sua instituio esto

    sendo avaliadas pelo que est contido no projeto de pesquisa. Como normalmente h

    necessidade de se elaborar o projeto de pesquisa dentro de um perodo muito curto de

    tempo, por exigncia da instituio financiadora do projeto, cabe ao pesquisador ter uma

    ateno redobrada.

    Alm do que foi visto, conveniente ressaltar que um projeto de pesquisa deve

    ser muito bem elaborado, para que a anlise estatstica possa ser efetuada de forma

    adequada e conduza a concluses vlidas; pois de nada adianta um experimento bem

    conduzido, se ele estiver baseado em um planejamento inadequado.

    Portanto, todo pesquisador deve desenvolver a capacidade de elaborar projetos de

    pesquisa, pelo menos para atender a seus interesses pessoais ou do grupo em que est

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 26

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    inserido. As instituies financiadoras de projetos, tanto pblicas como privadas,

    possuem, geralmente, um roteiro prprio com instrues especficas para montagem do

    projeto. O pesquisador deve ento se submeter quele modelo. Em alguns casos,

    sobretudo quando se trata de pesquisas importantes, o pesquisador deve recorrer aos

    tcnicos em planejamento para auxili-lo na elaborao do projeto.

    Na elaborao do projeto, devem geralmente ser especificados os seguintes itens:

    a) Ttulo - O ttulo do trabalho experimental deve ser o mais simples possvel, de

    forma a no deixar dvida sobre o objetivo da experimentao. Na realidade, o ttulo

    uma sntese dos objetivos do trabalho experimental.

    Na definio do ttulo, o pesquisador deve evitar generalidades ou idias vagas.

    Por exemplo, no se deve utilizar: "Estudo de relaes fisiolgicas em sorgo sacarino" e

    sim "Avaliao do espaamento sobre a produo de lcool etlico em trs cultivares de

    sorgo sacarino"; Estudo de relaes fisiolgicas em gado bovino de leite e sim Avaliao da temperatura sobre a produo de leite em quatro raas de gado bovino de leite.

    b) Responsvel e Colaboradores - Indicar as pessoas que elaboraram o projeto e

    as que iro trabalhar na execuo do experimento, com as respectivas titulaes, bem

    como as instituies envolvidas. O responsvel principal, ou seja, o coordenador do

    projeto, deve ser o primeiro da lista.

    c) Resumo - O resumo a apresentao concisa e freqentemente seletiva do

    projeto, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importncia, ou seja, a

    importncia do assunto a ser pesquisado, os objetivos a serem alcanados, a metodologia

    a ser usada e os resultados esperados.

    d) Introduo - Nela deve conter, pela ordem: importncia do assunto a ser

    pesquisado, descrio do problema e justificativa do trabalho.

    Na importncia do assunto a ser pesquisado, deve ser ressaltado o aspecto

    econmico e social do mesmo.

    Na descrio do problema, o mesmo deve ser identificado e caracterizado de

    forma clara, alm de manter coerncia com os objetivos e metas do projeto.

    Na justificativa do trabalho, as razes para a conduo do projeto devem ser

    explicitadas, deve indicar a contribuio que o mesmo dar para a soluo do problema,

    bem como devem ser abordados os aspectos tcnicos e econmicos relacionados ao

    entendimento do problema.

    e) Objetivos - O pesquisador deve expor claramente as questes que devem ser

    respondidas pela pesquisa. Os objetivos devem ser realistas, compatveis com os meios e

    mtodos disponveis, e manter coerncia com o problema que deu origem ao projeto.

    Um projeto de pesquisa, quando bem sucedido, normalmente d uma pequena

    contribuio informao existente sobre o tema. Assim, projetos com objetivos

    ambiciosos demais dificilmente so aprovados, pois os consultores tm vivncia no

    assunto e sabem que a proposta de baixa viabilidade. Muitas vezes, os objetivos so

    viveis, porm so em nmero excessivo. Nesse caso, embora eles sejam viveis, o

    pesquisador pode se perder no manuseio de toda a informao que gerada, e o projeto

    reduz sua eficincia. Portanto, os objetivos devem ser bem pensados, avaliando-se a

    probabilidade de sucesso.

    Devem ser enumerados os objetivos como: determinar..., avaliar..., comparar...,

    encontrar..., relacionar..., selecionar..., recomendar..., etc..

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 27

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    f) Metas - O pesquisador deve evitar metas que extrapolam a performance do

    projeto de pesquisa, ou seja, metas ilusrias, pois depe contra o projeto de pesquisa,

    mostrando falta de conhecimento do pesquisador sobre o assunto pesquisado.

    nesse tpico onde o pesquisador detalha, quantifica e localiza os objetivos no

    tempo.

    Sempre que possvel explicitar as metas no cronograma de execuo para

    facilitar o acompanhamento.

    g) Hiptese Cientfica - A formulao da hiptese cientfica no projeto deve ser

    bem fundamentada em conhecimentos tericos e raciocnios lgicos.

    A principal arma do pesquisador no o conhecimento existente nem a reviso

    de literatura, mas sim a forma de como ele as utiliza para raciocinar e deduzir criando sua

    hiptese cientfica.

    A hiptese cientfica a proposio testvel do projeto. Em funo disso, ela

    deve ser coerente com os objetivos e com a metodologia, isto , a hiptese cientfica deve

    conter a proposta testvel dos objetivos, e a metodologia apresentada deve ser capaz de

    test-la.

    h) Reviso de Literatura - Nesse tpico o pesquisador deve expor claramente o

    que j conhecido acerca do problema para o qual se procura a resposta, quais as

    questes j respondidas por outras pesquisas e se esse conhecimento acumulado no

    suficiente para ter a soluo via difuso/transferncia de conhecimento ou tecnologia.

    Para responder a essas questes, a reviso de literatura deve ter uma abrangncia

    ampla, permitindo ainda verificar a adequao dos materiais e mtodos do projeto para o

    alcance dos objetivos e metas propostas, bem como a funo de fornecer subsdios para a

    formulao da hiptese cientfica e de auxiliar a interpretao dos resultados.

    A reviso de literatura no deve ser uma simples seqncia de outros trabalhos.

    Ela deve incluir tambm uma contribuio do autor, para mostrar que os trabalhos no

    foram meramente catalogados, mas sim examinados e criticados objetivamente.

    Deve-se incluir somente os trabalhos mais importantes desenvolvidos sobre o

    assunto, dando preferncia queles publicados nos ltimos dez anos.

    sempre aconselhvel referir-se somente aos assuntos que possuam relao

    direta e especfica com os objetivos da pesquisa.

    Deve-se evitar citaes referentes a assuntos j amplamente divulgados,

    rotineiros ou de domnio pblico, bem como de natureza didtica (apostilas, por

    exemplo) que reproduzam de forma resumida os trabalhos originais. Nestes casos,

    aconselhvel, sempre que possvel, consultar e citar o original. Isto no impede que sejam

    citados trabalhos didticos, quando ofeream contribuies originais.

    A citao dos trabalhos feita da seguinte maneira: No caso de um autor, os

    trabalhos so citados com o sobrenome do autor em letras maisculas, seguido do ano de

    publicao entre parnteses, como por exemplo, FERREIRA (1983). No caso de dois

    autores, mencionam-se os sobrenomes dos dois com letras maisculas unidos por "e" ou

    ";", como por exemplo, FERREIRA e COSTA (1984) ou (FERREIRA; COSTA, 1984).

    No caso de trs autores, mencionam-se os sobrenomes dos trs com letras maisculas

    unidos por ", e e" ou por "; e ;", como por exemplo, BANZATTO, BENINCASA e

    ORTOLANI (1986) ou (BANZATTO; BENINCASA; ORTOLANI, 1986), porm se

    forem mais de trs autores, deve-se citar apenas o sobrenome do primeiro em letras

    maisculas, seguindo pela expresso et al. e do ano entre parnteses. Ex.: RAMALHO et

    al. (1983). Em caso de citao de outra citao, o autor do trabalho original (no

    consultado) deve aparecer em letra maiscula, seguindo-se, entre parnteses, o

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 28

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    sobrenome em letras maisculas do autor consultado, precedido pela expresso "apud" ou

    "citado por" e acompanhado do ano de publicao, como por exemplo, BARROS (apud

    SILVA, 1989) ou BARROS (citado por SILVA, 1989).

    i) Material e Mtodos - Devem ser definidos em funo das hipteses

    formuladas. aqui onde o pesquisador deve colocar o maior nmero possvel de

    detalhes, porm sem exagero. Nesse tpico deve conter, pela ordem:

    i.1) O lugar onde se realizar o experimento, se no laboratrio, casa-de-

    vegetao, estbulo ou campo, especificando para qualquer um dos trs primeiros locais

    as condies ambientais, em termos de temperatura ambiente, umidade relativa do ar,

    luminosidade, etc., e no campo, o tipo do solo, o pH, topografia, clima, coordenadas

    geogrficas, etc.;

    i.2) Os tratamentos a serem avaliados, sendo indicados da forma mais completa

    possvel;

    i.3) O delineamento experimental que ser utilizado e o nmero de repeties do

    experimento. Alm disso, a rea total e a rea til da parcela, o nmero de plantas por

    parcela, o espaamento a ser utilizado, o nmero de sementes ou mudas por cova ou por

    metro de sulco, para o caso dos vegetais, a rea da parcela, o nmero de animais por

    parcela, para o caso dos animais;

    i.4) Manejo da cultura e/ou do animal, indicando, para o caso dos vegetais, a

    poca de semeadura, o sistema de plantio, a forma, poca e tipo de adubao, o sistema e

    poca de irrigao, os tipos e pocas dos tratos culturais, os controles preventivos contra

    os insetos-praga e s doenas, a forma e poca de colheita, etc., e, para o caso dos

    animais, a idade, a raa, o sexo e o peso dos mesmos, a rao utilizada e a forma de

    administr-la, os controles preventivos contra os parasitos e doenas, etc.;

    i.5) As variveis a serem determinadas, indicando claramente como as mesmas

    sero realizadas e a metodologia a ser utilizada na sua determinao;

    i.6) Os procedimentos estatsticos, indicando como ser feita a anlise dos dados

    experimentais e os testes a serem utilizados, alm do modelo matemtico das referidas

    anlises.

    j) Bibliografia - Relacionar toda literatura utilizada efetivamente na elaborao

    do projeto de pesquisa, obedecendo s normas da Associao Brasileira de Normas

    Tcnicas (ABNT).

    l) Oramento - Nesse tpico o pesquisador deve fornecer uma estimativa dos

    gastos a serem realizados com materiais de consumo, mo-de-obra, servios de terceiros,

    equipamentos, combustveis, manuteno de equipamentos, dirias, construes, etc., o

    que no uma tarefa fcil.

    Se houver uma instabilidade econmica no pas poder comprometer a execuo

    do experimento, pois os recursos que foram previstos com dois a trs anos de

    antecedncia podero sofrer uma defasagem quando a inflao atinge nveis elevados.

    Por outro lado, mesmo no ocorrendo inflao no pas, o pesquisador deve solicitar

    apenas o necessrio, atendendo aos itens de despesa que a fonte financiadora

    normalmente exige, pois, caso contrrio, se a solicitao for subestimada indica

    desconhecimento do assunto, e se for superestimada cai-se no ridculo.

    Sempre que possvel, o pesquisador deve justificar a aquisio de cada

    equipamento, procurando evidenciar a sua importncia na execuo do experimento para

    o alcance dos objetivos propostos. Da mesma forma, se for solicitado a construo de um

    laboratrio, casa-de-vegetao, galpo, tanque, etc., o pesquisador deve ressaltar a sua

    importncia na execuo do experimento para o alcance dos objetivos propostos.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 29

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    m) Cronograma de Execuo - O pesquisador deve escalonar, no tempo, as

    fases e tarefas do experimento com muita preciso. Mesmo no se dando muita ateno a

    esse tpico, um projeto de pesquisa bem planejado ter naturalmente um cronograma de

    execuo bem definido.

    A seguir ser apresentado um modelo de projeto de pesquisa.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    Avaliao de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

    Projeto de pesquisa apresentado pelo

    aluno de ps-graduao, Jair Tenrio

    Cavalcante, Coordenao do Curso

    de Mestrado em Agronomia: Produo

    Vegetal do CECA/UFAL, referente

    sua Dissertao de Mestrado.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 30

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    Rio Largo/Alagoas

    Setembro de 1999

    Avaliao de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

    Jair Tenrio Cavalcante (1)

    Paulo Vanderlei Ferreira (2)

    Lailton Soares (3)

    1 RESUMO

    Apesar da batata-doce ser uma das hortalias mais consumidas no Brasil e

    especialmente em Alagoas, apresenta baixa produtividade em funo dos seguintes

    fatores: ocorrncia de pragas e doenas, tecnologia de produo inadequada e falta de

    cultivares selecionadas para a regio. Em funo destes fatos e da extrema necessidade

    do Estado de Alagoas expandir o seu potencial produtivo de hortigranjeiro, faz-se

    necessrias pesquisas no sentido de obter para a regio cultivares de batata-doce

    adaptadas, com boas caractersticas agronmicas, elevada capacidade produtiva e

    resistncia s principais pragas e doenas que assolam a cultura. Com esse objetivo

    pretende-se avaliar 14 clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante anlise

    de varincia, comparao de mdias e coeficiente de determinao genotpica para oito

    caracteres, nas condies de solo e clima de Rio Largo-AL. Sero avaliados os seguintes

    clones da batata-doce: CL - 01, CL - 03, CL - 04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12,

    provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09, provenientes da cultivar Paulistinha

    Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar Roxa de Rama Fina; CL - 02,

    proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da cultivar 60 Dias; CL - 07,

    proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da cultivar Pixaim I. Ser

    utilizado o delineamento em blocos casualizados, com quatro repeties. A partir dos 90

    dias aps o plantio e at a colheita dos tubrculos sero observados quinzenalmente os

    danos causados pela presena de pragas e doenas, caso venham a ocorrer, para avaliao

    do grau de resistncia dos referidos clones de batata-doce. Aos 130 dias aps o plantio,

    na ocasio da colheita, ser avaliado o rendimento dos clones (em kg ha-1

    ), bem como

    ser feita uma caracterizao dos tubrculos em termos de: peso (em g), dimetro (em

    cm) e comprimento (em cm). Com a pesquisa espera-se aumentar a produtividade de

    batata-doce em Alagoas atravs da seleo de cultivares produtivas e adaptadas para a

    regio.

    2 INTRODUO

    A batata-doce a quarta hortalia mais consumida no Brasil. uma cultura

    tropical e subtropical, rstica, de fcil manuteno. Apresenta boa resistncia seca e

    ampla adaptao. O custo de produo relativamente baixo, com investimentos

    mnimos e de retornos elevados. tambm uma das hortalias com maior capacidade de

    produzir energia por unidade de rea e tempo (kcal ha-1

    dia-1

    ) (MIRANDA et al., 1995).

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 31

    31

    Fatores como a ocorrncia de pragas e doenas, tecnologia de produo

    inadequada e a falta de cultivares selecionadas so responsveis pela baixa produtividade

    mdia brasileira, que est em torno de 8,7 t ha-1

    (SILVA e LOPES, 1995). Por outro lado, _______________________

    (1) Engo. Agro. Professor da Escola Agrcola de Jundia da UFRN. Aluno do Curso de Mestrado em Agronomia: Produo Vegetal da UFAL.

    (2) Engo. Agro., M. Sc., Dr. Professor Adjunto 4 do FIT-CECA/UFAL. Orientador. (3) Engo. Agro. M. Sc., Dr. Professor Adjunto 4 do FIT-CECA/UFAL. Co-Orientador.

    a situao em Alagoas mais crtica, pois apresenta produtividade mdia de 7,7 t ha-1

    e

    no existem cultivares selecionadas para a regio (FIBGE, 1999).

    So poucos os trabalhos de pesquisas visando selecionar e recomendar cultivares

    de batata-doce para diferentes regies do pas (SILVA e LOPES, 1995). Sabe-se que

    tanto a introduo como a obteno de novas cultivares, de qualquer espcie cultivada,

    constitui um trabalho contnuo e dinmico, pois as novas cultivares selecionadas

    permanecem em uso durante um nmero varivel de anos, para por sua vez serem

    substitudas por outras superiores.

    Por outro lado, a avaliao de gentipos superiores feita geralmente a partir de

    uma anlise de varincia e comparao de mdias para cada varivel. Contudo, seria

    importante tambm incluir a anlise de um parmetro gentico que venha dar suporte aos

    resultados alcanados. Um dos parmetros genticos mais usados o coeficiente de

    determinao genotpica, pois o seu conhecimento para um dado carter permite a

    quantificao da relao entre o desempenho das plantas-mes e suas prognies em

    geraes subseqentes. Alm disso, o seu conhecimento permite estabelecer os objetivos

    principais a serem alcanados em programas de melhoramento de plantas

    (GONALVES et al., 1983).

    Considerando-se estes fatos e a extrema necessidade do Estado de Alagoas

    expandir o seu potencial produtivo de hortigranjeiro, faz-se necessrio um estudo no

    sentido de obter para a regio, atravs do melhoramento gentico de plantas, cultivares de

    batata-doce adaptadas, com boas caractersticas agronmicas, elevada capacidade

    produtiva e resistncia s principais pragas e doenas que assolam a cultura. Isto decerto,

    ir contribuir para o desenvolvimento scio-econmico da regio.

    3 OBJETIVO

    Avaliar clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante anlise de

    varincia, comparao de mdias e coeficiente de determinao genotpica para cada

    carter, nas condies de solo e clima de Rio Largo-AL.

    4 META

    Avaliar 14 clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante anlise de

    varincia, comparao de mdias e coeficiente de determinao genotpica para oito

    caracteres, nas condies de solo e clima de Rio Largo-AL, no ano de 1999.

    5 HIPTESE CIENTFICA

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 32

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    A baixa produtividade de batata-doce em Alagoas conseqncia da ausncia de

    cultivares produtivas e adaptadas para a regio.

    6 REVISO DE LITERATURA

    6.1 Aspectos Gerais da Cultura da Batata-Doce

    A batata-doce tem sua origem muito discutida, no entanto a maioria das

    autoridades opina pela origem americana (BRAGA, 1976).

    Pertence a classe das dicotiledneas, famlia das convolvulceas, gnero Ipomoea

    e espcie Ipomoea batatas (L.) Lam. (BARRERA, 1989)

    uma planta herbcea, de crescimento rasteiro, podendo suas ramas atingir de

    dois a trs metros, em algumas variedades pode chegar at dez metros de comprimento,

    com colorao que variam de verde claro, escuro a roxo e dimetro variando de cinco a

    oito milmetros. Suas folhas podem ser classificadas como lobos profundos, lobos rasos e

    folhas inteiras, com colorao de verde claro, escuro e at roxo. O comprimento do

    pecolo varia de sete a 25 cm. As flores so grandes com cinco ptalas, apresentando

    colorao branca, rsea ou arroxeada. O fruto uma cpsula em forma de globo,

    contendo quatro lculos onde se localizam as sementes, que possuem forma achatada,

    angulosa e negra, medindo cerca de trs milmetros de comprimento, coberta por uma

    pelcula escura e resistente, causando um baixo poder germinativo. O sistema radicular

    formado por uma raiz principal no tuberosa, e por um nmero pequeno de razes

    secundrias, laterais, sendo que algumas dessas ltimas se transformam em razes

    tuberosas. As cultivares que tm maior aceitao no comrcio, so aquelas que

    apresentam epiderme rosa, roxa ou branca e a polpa branca ou creme (BARRERA,

    1989).

    O crescimento e desenvolvimento da batata-doce so constitudos por trs fases:

    Uma fase inicial, caracterizada pelo crescimento lento da parte area (ramos e folhas) e

    razes absorventes; uma fase intermediria, onde a taxa de crescimento da parte area e

    das razes absorventes elevado e onde tambm ocorre o incio da formao e

    crescimento das razes tuberosas e uma fase final, caracterizada pela reduo na taxa de

    crescimento da parte area e das razes absorventes e um rpido crescimento das razes

    tuberosas (SILVA e LOPES, 1995).

    uma planta tropical, preferindo clima quente, alta luminosidade, fotoperodo

    longo e com temperaturas em torno de 24 0C e no tolera geadas; produz bem em regies

    onde ocorrem precipitaes entre 750 a 1.000 mm/ano ou 500 a 600 mm bem distribudos

    durante o ciclo da cultura. Entretanto, no tolera encharcamento, pois pode causar razes

    tuberosas finas e alongadas, quando h excesso de umidade (MIRANDA et al., 1995).

    Estudos desenvolvidos por MIRANDA et al. (1995) mostram que a batata-doce

    desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo, entretanto consideram-se como ideais os

    solos mais leves, soltos, bem drenados, de mdia a alta fertilidade, bem estruturados e

    com boa aerao. Nesses solos as razes so mais uniformes, apresenta pouca aderncia a

    terra na superfcie e tendo melhor aparncia. Os solos argilosos, excessivamente

    compactados, midos e frios, provocam deformaes nos tubrculos. Um excesso de

    nitrognio no solo provoca um crescimento vegetativo exagerado. Sendo muito tolerante

    a acidez do solo, produz bem em solos com pH entre 5,6 a 6,5. As exigncias minerais da

    cultura so em ordem decrescente: potssio, nitrognio, fsforo, clcio e magnsio.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 33

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    A propagao da batata-doce se d atravs de sementes botnicas, batatas, ramas,

    mudas, enraizamento de folhas destacadas ou cultura de tecidos. A formao de viveiros

    para a produo de mudas ou ramas o mtodo mais recomendado comercialmente,

    segundo SILVA e LOPES (1995).

    Existe um grande nmero de cultivares de batata-doce no Brasil como em outros

    pases. Em quase todos os estados brasileiros somam-se dezenas de cultivares desses

    tubrculos (BARRERA, 1989). A recomendao dessas cultivares esto estreitamente

    relacionadas ao local e poca de plantio, adubao, finalidade do cultivo e

    preferncia do mercado consumidor. Algumas regies tm indicaes prprias, tais

    como: Balo, Trs Quinas e Jambo (Manaus, AM); Gonalves, Variedade 14, Arroba e

    Peanha Branca (MG); Americana e Rama Roxa (Porto Alegre e regies prximas, RS);

    Rosinha do Verdan (RJ); Ourinho e Batata-Salsa (SE); Rainha e Japonesa (PA);

    Brasilndia Rosada e Coquinho (Braslia, DF), entre outras. comum encontrar uma

    cultivar com nomes diferentes, ou diferentes cultivares com o mesmo nome. Existem, por

    exemplo, dezenas de cultivares com o nome de rainha (MIRANDA et al., 1995).

    A poca de plantio varia em funo das condies locais (temperatura,

    luminosidade, fotoperodo) e da cultivar (precocidade, vigor e tipo de planta). Deve-se

    considerar ainda a disponibilidade ou no de equipamento de irrigao. Os espaamentos

    mais utilizados para o plantio variam de 80 a 100 cm entre leiras e 25 a 45 cm entre

    plantas, com leiras de 20 a 30 cm de altura (SILVA e LOPES, 1995).

    As ramas ou pedaos de hastes utilizados para o plantio comercial de batata-

    doce, devem ter de oito a dez entrens e serem obtidas de viveiros feitos com batatas ou

    lavouras novas (at 90 dias), enterrando de trs a quatro entrens da base da rama no topo

    da leira (MIRANDA et al., 1995).

    A irrigao recomendada quando os plantios forem feitos em pocas de seca ou

    quando ocorrerem longos perodos de estiagem. O perodo crtico da cultura os

    primeiros 40 dias aps o plantio, quando a superfcie do solo deve estar com um bom teor

    de umidade para promover um bom pegamento das ramas e um bom desenvolvimento

    vegetativo. Tambm nos ltimos 40 dias antes da colheita, no deve faltar gua no solo

    para haver uma boa formao das razes tuberosas. A irrigao poder ser feita tanto por

    asperso como por sulcos, observando certos cuidados neste ltimo (declividade, tipo de

    solo, etc.) (SILVA e LOPES, 1995).

    Segundo SILVA e LOPES (1995), o replantio deve ser feito at 15 dias aps o

    plantio, quando ocorrer mais de 12 a 15 % de falhas. Deve-se manter a plantao livre de

    plantas invasoras, principalmente nos primeiros 45 dias aps o plantio, poca de maior

    competio por gua, luz, nutrientes e espao fsico entre a cultura e as ervas. Evitar

    plantios sucessivos de batata-doce em um mesmo local por mais de dois anos, pois

    aumenta a incidncia de pragas e doenas e provocam queda de produtividade devido ao

    desbalanceamento dos minerais no solo. E na destruio da soqueira aps a colheita,

    orientam aplicar 2 kg/ha do ingrediente ativo de glifosato, promove um bom controle. A

    adio de uria a 0,5 % calda melhora a atividade do herbicida. Aps trs a quatro

    semanas fazer catao manual dos tubrculos e raizames remanescentes.

    A poca de colheita depende da finalidade da cultura, mesa, indstria ou

    alimentao animal, geralmente se colhe entre quatro e cinco meses. Esta pode ser feita

    manual (enxadas, enxades) ou mecanizada com equipamentos prprios acoplados a

    tratores. De incio, faz-se a retirada da ramagem, posteriormente procede-se o arranquio

    dos tubrculos, deixando-os expostos ao sol por meia a trs horas para secar, quanto

    maior a temperatura, menor ser o tempo de exposio. Depois, leva-se os tubrculos

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 34

    34

    para o galpo onde se procede o escovamento para a retirada da terra aderida,

    classificao, embalamento e armazenamento. Sendo necessrio a prtica da cura para

    uma melhor conservao do produto. Nesta, a temperatura ambiente deve est entre 28 a

    30 oC e alta umidade relativa do ar (85 a 90 %) por quatro a sete dias, aps este perodo

    as batatas podem ser conservadas em locais com temperaturas mais amenas (13 a 16 oC),

    e alta umidade relativa do ar (85 a 90 %) e boa aerao. Com esse tratamento a batata

    pode ser conservada por 100 dias ou mais (MIRANDA et al., 1995).

    De acordo com SILVA e LOPES (1995), as principais pragas que afetam a

    cultura da batata-doce so:

    Broca da raiz (Euscepes postfasciatus) - os adultos medem de trs a cinco

    milmetros de comprimento, tm colorao geral marrom ou castanha, com uma mancha

    transversal sobre os litros. Este inseto pode aparecer durante todo ciclo da cultura. Suas

    larvas so de cor branca ligeiramente encurvadas e podas, danificando as razes tanto

    interna como externamente, desvalorizando-as para o comrcio. As galerias abertas pelas

    larvas alteram o aspecto fsico, odor e o sabor das razes, tornando-as imprestveis para o

    consumo humano e at mesmo animal.

    Vaquinha ou bicho-alfinete (Diabrtica speciosa) o adulto um besourinho de cor verde, com cinco a oito milmetros de comprimento, que se caracteriza pelas manchas

    amarelas localizadas nos litros. As larvas so geralmente brancas, chegam a alcanar at

    dez milmetros de comprimento, fazendo pequenos furos superficiais na raiz tuberosa,

    depreciando-a comercialmente, alm de facilitar a entrada de patgenos como fungos e

    bactrias. Os adultos eventualmente podem danificar as folhas pela destruio do limbo

    folias.

    Existem outras espcies de vaquinhas como: Sternocolaspis quatuordecimcosta,

    Diabrotica bivitula. Os danos so os mesmos causados pela D. speciosa.

    Besouro Larva-arame (Conoderus sp.) os besouros tm colorao castanha ou marrom, corpo alongado e achatado e mdia de 15 a 25 mm, As larvas so marrom-claras

    ou escuras, cilndricas fortemente quitinizadas, (duras como couraas), medem at 20

    mm, provocando furos de at cinco milmetros de dimetro, que so relativamente

    fundos, diminuindo o valor comercial e facilitando a entrada de fungos e bactrias.

    Broca-do-coleto (Megastes pusialis) os adultos so mariposas pardo-escuras e medem at 45 mm de envergadura. As fmeas depositam seus ovos no caule e haste da

    planta. Ao eclodirem, as larvas penetram no interior das ramas, escavando galerias. No

    ltimo nstar, as larvas alcanam 40 a 50 mm de comprimento e tm colorao

    predominantemente rosada, com pontuaes dorsais negras. Geralmente as lagartas

    empupam dentro das hastes. Um sintoma visual caracterstico o murchamento das

    folhas e ramas.

    Existem outros insetos como besourinhos, pulges, bicho-bolo, cigarrinhas,

    lagarta rosca e outras lagartas da folhagem que causam danos eventuais, de importncia

    econmica secundria.

    Como medidas gerais de controle das pragas, citam-se: plantar cultivares

    resistentes a pragas do solo; fazer rotao de cultura; plantar ramas produzidas em

    viveiros; fazer amontoa adequada para diminuir os danos causados pelos insetos do solo;

    colher as batatas antes de 130 dias aps o plantio para evitar danos de insetos do solo,

    roedores e eliminar ou queimar os restos culturais para evitar a proliferao dos insetos.

    Com relao s principais doenas da batata-doce, SILVA e LOPES (1995)

    citam as seguintes:

    a) Doenas provocadas por fungos:

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 35

    35

    Mal-do-p (Plenodomus destruens) inicialmente os sintomas aparecem no caule ao nvel do solo, com pequenos pontos escuros, que vo aumentando de tamanho

    at tomar toda base da planta que fica enegrecida. Como conseqncia, a planta murcha e

    morre.

    Ferrugem branca (Albugo ipomoea panduratae) se manifesta com pequenas manchas amareladas na parte superior das folhas e com pstulas esbranquiadas na parte

    inferior. Posteriormente as reas afetadas ficam deformadas, como se fossem bolhas. O

    sintoma tambm pode aparecer no caule.

    Mancha-de-alternria (Alternria spp.) o sintoma principal o amarelecimento das folhas, ocasionado pela toxina liberada pelo fungo em desenvolvimento, leses no

    limbo e pecolo foliares.

    Mancha-parda (Phyllosticta batatas) ataca somente as folhas formando manchas arredondadas com bordas marrons e centro cor de palha, onde podem ser

    observados pequenos pontos negros, que so estrutura do fungo. As vezes as leses se

    desprendem deixando a folha furada.

    Sarna (Monilochaestes infuscans) ataca somente as razes, deixando manchas escuras na pelcula, no atingindo a polpa, no entanto diminui o seu valor comercial.

    Podrido-mole (Rhizopus sp.) ocorre principalmente aps a colheita, podendo tambm se apresentar antes. A raiz afetada pode ser facilmente quebrada e no apresenta

    mal cheiro. No armazm as batatas atacadas apresentam um mofo preto que se propaga

    facilmente para outras razes.

    b) Doenas provocadas por vrus:

    Mosaico comum (Feathery mottle ou vrus do mosqueado) os sintomas so pequeno crescimento das folhas, folhas estreitas e amareladas. O pulgo o principal

    transmissor do vrus.

    Micoplasmose (Conhecida como doena do enraizamento) a planta apresenta superbrotao e deformao do limbo foliar.

    c) Doenas provocadas por nematides:

    Rachaduras longitudinais em razes so sintomas do ataque do nematide do

    gnero Meloidogyne, embora no sejam os nicos causadores dessas doenas.

    Como medidas gerais de controle das doenas, citam-se: plantar apenas ramas ou

    mudas sadias; fazer viveiro para produo de mudas a partir de mudas sadias e

    selecionadas; eliminar as plantas que possam ainda aparecer doentes no viveiro; plantar

    cultivares resistentes e bem adaptados regio; na retirada das ramas evitar aquelas

    prximas ao colo da planta me; fazer tratamento sanitrio do viveiro com fungicidas e

    inseticidas; evitar o plantio em local muito mido ou mal drenado e adubar as plantas de

    forma balanceada, evitando principalmente o excesso de nitrognio.

    d) Distrbios fisiolgicos:

    Rachaduras causadas por alta umidade do solo, seguida por longos perodos de seca;

    Escaldadura causada pela exposio das razes ao sol ou geadas; Corao duro razes expostas a temperatura menores de 8 10 oC causa polpa

    dura aps o cozimento.

    Fasciao fatores ainda desconhecidos causam achatamento do caule.

    6.2 Melhoramento Gentico na Cultura da Batata-Doce:

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 36

    36

    Apesar do aumento da produtividade agrcola ter se tornado o objetivo principal

    do melhoramento gentico de plantas, no se pode desprezar a qualidade dos produtos

    agrcolas produzidos, nem to pouco os outros objetivos relacionado com as necessidades

    do ser humano.

    No caso da batata-doce, como ela pode ser utilizada para diversas finalidades,

    segundo COSTA e PINTO (1977), os objetivos iro variar de acordo com a finalidade,

    mas de um modo geral os seguintes caracteres devem ser considerados: alto rendimento

    de razes tuberosas; grande contedo de beta-caroteno; boas qualidades culinrias que

    incluem condies para panificao, cozimento, doces, etc.; obteno de razes com

    formato ideal; boa capacidade de armazenamento; alto contedo de matria seca; com

    resistncia as principais pragas e doenas; resistncia a nematides; entre outros.

    Existe, no Brasil, um nmero elevado de cultivares de batata-doce, com enorme

    diversidade gentica entre elas. Esta diversidade costuma se apresentar no s de uma

    cultivar para outra, como tambm entre diferentes campos de lavoura de uma mesma

    cultivar e algumas vezes, at mesmo dentro de uma mesma planta que no raro pode apresentar no mesmo p, folhas diferentes, no comeo e na ponta da rama. Essa

    capacidade de sofrer mudanas dada atravs de mutaes genticas (mutaes-

    somticas) e tambm atravs de cruzamentos espontneos. exatamente neste ponto que

    o papel do pesquisador-melhorista pode ser de mxima importncia. Estudando as

    mutaes que ocorrem na natureza e muitas vezes tentando cruzar as diferentes cultivares

    que j provaram ser de alta produtividade e resistncia, poder desenvolver em poucos

    anos aquilo que dentro da natureza levaria dcadas ou at mesmo sculos (BARRERA,

    1989).

    Segundo ALLEM (1988), a substituio regional de variedades primitivas por

    variedades comerciais j uma realidade para um sem nmero de gros, especialmente

    cereais. A mesma tendncia comea a esborar-se para culturas de razes e tubrculos,

    tradicionalmente propagadas por via clonal. A sugesto de que o agricultor adote formas

    vegetais melhoradas est correta em tese, mas importante reconhecer-se que tal poltica

    implica numa reduo da variabilidade gentica da cultura, a no ser que medidas

    paliativas sejam tomadas para minorar o problema. E a principal delas a multiplicao,

    caracterizao e conservao deste germoplasma em vias de perda em coleo de

    germoplasma.

    ALLEM (1988) cita ainda que a maioria das cultivares de batata-doce auto-

    estril, apresentando alta percentagem de auto-incompatibilidade. A polinizao natural

    por abelhas permite que dois progenitores auto-incompatveis possam produzir sementes

    (JONES, 1980). E a maneira de se preservar a variabilidade gentica a longo prazo

    melhor conseguida atravs do armazenamento de sementes verdadeiras (YEN, 1970), as

    quais conservam-se bem por perodos de at 20 anos (JONES, 1980; JONES e DUKES,

    1982). Alm disso, programas de melhoramento gentico baseiam-se principalmente na

    seleo de variedades clonais produzidas a partir de plntulas (MARTIN, 1983).

    Em relao aos mtodos de melhoramento, nas espcies propagadas

    assexuadamente so utilizados os seguintes: seleo clonal, autofecundao, hibridao e

    policruzamento. No caso particular da batata-doce, por ser uma espcie auto-

    incompatvel, o mtodo mais adequado de melhoramento parece ser o da hibridao. O

    referido mtodo consiste no cruzamento entre duas populaes clonais, plantio das

    sementes botnicas e seleo das plantas individuais, retirada das mesmas dos rgos

    vegetativos usados na multiplicao da espcie, avaliao dos clones em ensaios de

    campo e seleo dos mais satisfatrios, os quais iro constituir as novas variedades. Este

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 37

    37

    mtodo se baseia no fato de que o cruzamento praticado em plantas propagadas

    assexualmente j libera a variabilidade gentica presente na populao na gerao

    seguinte, uma vez que tais plantas so altamente heterozigticas, dando imediata

    oportunidade seleo. Alm disso, conforme BORM (1997), o trabalho do

    fitomelhorista pode ser facilitado, uma vez que identificado um tipo superior, ele pode ser

    perpetuado, mantendo a sua identidade gentica. Por essa razo, segundo ALLARD

    (1971), o melhoramento das espcies propagadas assexuadamente , em certos aspectos,

    menos complicado do que o melhoramento de outras espcies.

    7 MATERIAL E MTODOS:

    O experimento ser realizado no Centro de Cincias Agrrias da Universidade

    Federal de Alagoas, localizado no Campus Delza Gita, BR 104 Norte, km 85, Rio Largo

    Alagoas, no ano de 1999. O solo classificado como Latossolo Vermelho de acordo com JACOMINE et al. (1975). O municpio est situado a uma latitude de 9

    o 27S,

    longitude de 35o 27W e uma altitude de 127 m acima do nvel do mar, com temperaturas

    mdias de mxima 29 oC e mnima de 21

    oC, e pluviosidade mdia anual de 1.267,7 mm

    (CENTENO e KISHI, 1994).

    Sero avaliados 14 clones da batata-doce, obtidos a partir de sementes botnicas

    de populaes de polinizao livre, em novembro/97. So eles: CL - 01, CL - 03, CL -

    04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12, provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09,

    proveniente da cultivar Paulistinha Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar

    Roxa de Rama Fina; CL - 02, proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da

    cultivar 60 Dias; CL - 07, proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da

    cultivar Pixaim I.

    Ser utilizado o delineamento em blocos casualizados, com 14 tratamentos e

    quatro repeties. As parcelas experimentais sero constitudas por trs leiras de 6,0 m de

    comprimento com 0,30 m de altura cada, com 15 plantas por leira, no espaamento de

    0,80 m x 0,40 m, considerando-se como rea til a fileira central, avaliando-se sete

    plantas alternativas e competitivas, a partir da segunda.

    Antes do plantio, sero retiradas amostras do solo para anlise qumica, visando a

    correo da acidez, caso necessrio; no ser utilizado adubao qumica ou orgnica

    para melhor caracterizar a situao atual do cultivo na regio.

    No plantio sero utilizadas ramas sadias com oito a dez entrens, dos quais trs a

    quatro sero enterrados no topo da leira.

    Sero efetuadas irrigaes por asperso quando necessrias, visto que tais clones

    de batata-doce sero plantados no perodo de inverno.

    As parcelas experimentais sero mantidas livres de ervas daninhas, atravs de

    capinas manuais enxada.

    No sero efetuados os controles de pragas e doenas que por ventura apaream.

    A partir dos 90 dias aps o plantio e at a colheita dos tubrculos sero

    observados quinzenalmente os danos causados pela presena de pragas e doenas, caso

    venham a ocorrer, para avaliao do grau de resistncia dos referidos clones de batata-

    doce.

    Aos 130 dias aps o plantio, na ocasio da colheita, ser avaliado o rendimento

    dos clones (em kg ha-1

    ), bem como ser feito uma caracterizao dos tubrculos em

    termos de: peso (em g), dimetro (em cm) e comprimento (em cm).

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 38

    38

    As anlises da varincia do ensaio no delineamento em blocos casualizados

    seguiro as recomendaes de FERREIRA (1996). As comparaes entre mdias de

    clones de batata-doce sero feitas pelo Teste de Tukey no nvel de 5% de probabilidade.

    J as anlises dos coeficientes de determinao genotpica sero feitas de acordo com

    CRUZ (1994).

    8 BIBLIOGRAFIA

    ALLARD. R. W. Princpios do melhoramento gentico de plantas. Rio de Janeiro:

    Editora Edgard Blucher Ltda.. 1971. 381p.

    ALLEM, A. C. Recursos genticos da batata-doce: situao atual e perspectivas. In:

    SEMINRIO SOBRE A CULTURA DA BATATA-DOCE. 1988, Braslia. Anais.

    Braslia: EMBRAPA, 1988. p. 37-54.

    BARRERA, P. Batata doce. 2. ed. So Paulo: CONE Editora Ltda. 1989. 93p.

    BORM, A. Melhoramento de plantas. Viosa: UFV. 1997. 547p.

    BRAGA, R. Plantas do nordeste, especialmente do Cear. 3. ed. Mossor: Coleo

    Mossoroense . v. XLII, 1976. p. 77-79.

    COSTA, C. P. da e PINTO, C. A. B. P. Melhoramento de hortalias. Piracicaba:

    Departamento de Gentica da ESALQ/USP. 1977. 319p. (Apostila).

    CENTENO, J. A. S.; KISHI, R. T. Recursos hdricos do Estado de Alagoas. Macei:

    Secretaria de Planejamento, Ncleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hdricos. 1994.

    41p.

    CRUZ, C. D. Mtodos biomtricos aplicados ao melhoramento gentico. Viosa, MG:

    UFV, Imprensa Universitria. 1994. 390p.

    FERREIRA, P. V. Estatstica experimental aplicada agronomia. 2. ed. Macei:

    EDUFAL. 1996. 606p.

    FUNDAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA.

    Anurio estatstico do Brasil. Rio de Janeiro: Secretaria de Planejamento da Presidncia

    da Repblica. v.59, p. 3-36, 1999.

    GONALVES, P. de S.; ROSSETTI, A. G.; VALOIS, A. C. C.; VEIGAS, I. de J. M.

    Coeficiente de determinao genotpica e possveis ganhos genticos para caracteres

    utilizados na seleo de seringueira. Manaus: SUDHEVEA/EMBRAPA, 1983. 15p.

    JACOMINE, P. K. T.; CAVALCANTE, A. C.; PESSOA, S. C. C.; SILVEIRA, C. O. da.

    Levantamento exploratrio-reconhecimento dos solos do Estado de Alagoas. Recife:

    EMBRAPA, Centro de Pesquisas Pedolgicas. 1975. 532p. (Boletim tcnico, 35).

    JONES, A. Sweet potato. In: FEHR, W. R. e HADLEY, H. H. (eds.) Hybridization of

    crop plants. Madison: American Society of Agronomy, 1980. p. 645-655.

    JONES A. e DUKES, P. D. Longevity of stored seed of sweet potato. Hortiscience. v.17,

    p. 756-757, 1982.

    MARTIN, F. W. Diferences in yield betweem potato seedlings and their derived clones.

    Prop. Root & Tuber Crops Newsl.. v.14, p. 41-43, 1983.

    MIRANDA, J. E. C.; FRANA, F. H.; CARRIJO, O. A.; SOUZA, A. F. PEREIRA, W.;

    LOPES, C. A. e SILVA, J. B. C. A cultura da batata-doce. Braslia: EMBRAPA. 1995.

    94p. (Coleo Plantar).

    SILVA, J. B. C. e LOPES, C. A. Cultivo da batata-doce. 3. ed. Braslia:

    EMBRAPA.1995. 18p. (Instrues Tcnicas de CNPHortalilas7). YEN, D. E. Sweet potato. In: FRANKEL, O. H. e BENNETT, E. (eds.), Genetic

    Resources in Plants. London: Brlackweel. 1970. p. 341-351.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 39

    39

    9 - ORAMENTO DO PROJETO ANO: 1999

    Natureza da Despesa 1999 Valor Total (R$)

    Quantidade Valor Unitrio (R$)

    Placa de identificao 01 5,00 5,00

    Plaquetas 56 0,50 28,00

    Preparo do solo 1,25 h/trat. 40,00 50,00

    Plantio 5 d/h 8,00 40,00

    Tratos culturais 3,25 d/h 8,00 26,40

    Colheita 5,5 d/h 8,00 44,00

    Kit irrigao 01 1.000,00 1.000,00

    Total 1.193,40

    Legenda: h/trat. : hora trator; d/h: dia homem.

    10 - CRONOGRAMA DE EXECUO

    Atividades jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez

    Reviso de Literatura

    X

    X

    X

    Elaborao do Projeto

    X

    Implantao do Projeto

    X

    X

    Tratos Culturais

    X

    X

    X

    X

    Coleta de Dados

    X

    X

    X

    Anlise de Dados

    X

    Interpretao de Dados

    X

    Relatrio Final

    X

    2.2 Instalao do Experimento

    A instalao do experimento nada mais do que o transporte para a prtica

    (campo, laboratrio, casa-de-vegetao, estbulo, etc.) do que foi idealizado, estudado e

    planejado. Esta etapa constitui o incio da fase prtica do experimento e deve ser

    realizada com os mesmos cuidados e ateno com que foi elaborado o projeto

    experimental.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 40

    40

    Na instalao do experimento, o pesquisador deve seguir risca o que consta no

    croqui, conforme apresentado na FIGURA 2.1. Contudo, quando algum fator (por

    exemplo, condies locais de solo, topografia, etc.) impede a sua instalao da forma

    como foi planejado, o pesquisador deve usar o bom senso para direcionar os trabalhos,

    indicando a forma de instalao do experimento, sem afetar os objetivos bsicos do

    mesmo e sem reduzir a sua preciso.

    FIGURA 2.1 CROQUI DO EXPERIMENTO SOBRE AVALIAO DE CLONES DE BATATA-DOCE (Ipomoea batatas (L.) Lam.), EM RIO LARGO - ALAGOAS

    33,6 m

    14

    5

    4

    7

    11

    6

    2

    8

    13

    3

    12

    1

    9

    10

    9

    11

    13

    12

    8

    6

    14

    1

    3

    10

    7

    5

    2

    4

    12

    5

    3

    10

    1

    13

    8

    2

    4

    7

    6

    9

    14

    11

    3

    13

    9

    7

    14

    5

    4

    8

    2

    12

    11

    6

    10

    1

    NOTAS: Tratamentos: 1 CL 01; 2 CL 02; 3 CL 03; 4 CL 04; 5 CL 05; 6 CL 06; 7 CL 07; 8 CL 08; 9 CL 09; 10 CL 10; 11 CL 11; 12 CL 12; 13 CL 13; 14 CL 14. rea Total do Experimento: 907,2 m

    2.

    rea do Bloco: 201,6 m2.

    rea da Parcela: 14,4 m2.

    Nmero de Fileiras/Parcela: 3.

    BLOCO I

    6,0 m

    1,0 m

    BLOCO II

    BLOCO III

    BLOCO IV

    BLOCO V

    BLOCO VI

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 41

    41

    Espaamento: 0,80 m x 0,40 m.

    Sempre que qualquer alterao seja feita no projeto para possibilitar a sua

    instalao, a mesma deve ser transportada para o plano inicial, a fim de que o mesmo

    sempre represente o que est sendo executado no campo, para possibilitar a interpretao

    e divulgao dos resultados, principalmente nos projetos de longa durao.

    Como a instalao do experimento constitui o incio da sua fase prtica, todo o

    cuidado pouco por parte do pesquisador, para se alcanar uma boa preciso do

    experimento. Dessa forma, ele deve evitar os erros sistemticos, aplicar corretamente os

    princpios da experimentao e usar toda sua experincia para obter tal preciso

    experimental.

    2.3 Execuo do Experimento

    A execuo do experimento a forma de conduzir, no campo, laboratrio, casa-

    de-vegetao, estbulo, etc., o plano experimental. Esta etapa no obedece a normas

    fixas, pelo contrrio, extremamente malevel, devendo adaptar-se s condies

    encontradas, procurando obter sempre o mximo de informaes e de eficincia.

    Na execuo do experimento, o pesquisador deve anotar pessoalmente os dados e

    observaes do experimento em fichas, anexadas em um caderno de campo para no

    perd-los. Alguns modelos dessas fichas sero apresentados a seguir.

    Ficha de Observao de Campo

    Ano Agrcola: ________

    Projeto: __________________________________________________________________

    Experimento: ______________________________________________________________

    Local de

    Execuo:_________________________________________________________________

    N

    da

    Par

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    Tratamento

    Em

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  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 42

    42

    Ficha de Manejo Cultural Ano Agrcola ______

    Projeto: _________________________________________________________

    Experimento: _____________________________________________________

    Local de Execuo: ________________________________________________

    Textura do Solo: ________________________ pH do Solo: ______________

    Anlise de Nutrientes do Solo:________________________________________

    Exposio do Campo: ______________________________________________

    Semeadura (data): ______ Transplante (data):______ Desbaste (data): _______

    Controle de Pragas

    Data Produto

    Utilizado

    Praga Combatida (Nomes

    vulgar e cientfico)

    Eficincia de

    Controle

    I R B

    Controle de Doenas

    Data Produto

    Utilizado

    Doena Combatida (Nome

    da doena e agente causal)

    Eficincia de

    Controle

    I R B

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 43

    43

    Ficha de Tabulao

    Ano Agrcola ________

    Projeto: _________________________________________________________

    Experimento: _____________________________________________________

    Local de Execuo: ________________________________________________

    N

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    Par

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    Tratamento

    Perodos (dias) Produo (em g)

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  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 44

    44

    Ficha de Acompanhamento Mensal de Projeto de Pesquisa

    Ms/Ano:_______

    Ttulo:_____________________________________________________

    Elaborador do Projeto: ________________________________________

    Executor do Projeto: _________________________________________

    Ano de Incio: ___ Experimentos: a) Previstos: ____ b) Instalados:____

    __________________________________________________________

    Resumo descritivo das realizaes no ms - por experimento

    (observaes realizadas, dificuldades encontradas, providncias tomadas,

    aspectos tcnicos mais importantes, sugestes e outras informaes).

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

    __________________________________________________________

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 45

    45

    Mais detalhes a respeito da execuo do experimento poder ser obtido no

    captulo anterior.

    2.4 Anlise Estatstica dos Dados Experimentais

    A anlise estatstica dos dados experimentais uma fase muito importante do

    experimento, pois nela que se verifica se os tratamentos avaliados so ou no

    diferentes.

    Vrios mtodos so utilizados na anlise estatstica de experimentos, os quais

    sero objeto de outros captulos.

    Independentemente do mtodo a ser utilizado na anlise estatstica do

    experimento, o pesquisador deve ter em mente os seguintes pontos:

    a) Antes de efetuar a anlise de varincia nos dados experimentais, ele deve

    verificar se os mesmos atendem s suposies da anlise de varincia (os efeitos devem

    ser aditivos, os erros devem ser independentes, devem apresentar distribuio normal e as

    suas varincias devem ser homogneas), sob pena das concluses obtidas no terem

    validade.

    b) No processo de anlise estatstica dos dados experimentais, o sistema de

    aproximao dos dados poder aumentar o erro experimental. Em funo disso, no

    recomendado aproximar os dados durante a anlise estatstica, e sim no final da mesma,

    deixando-se no mnimo, quatro casas decimais.

    c) Quando analisar quaisquer dados dever dar nfase aos resultados biolgicos e

    no aos mtodos estatsticos. No incluir no trabalho detalhes matemticos

    desnecessrios.

    2.5 Interpretao dos Resultados

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 46

    46

    A interpretao dos resultados experimentais submetidos anlise estatstica

    constitui uma das etapas fundamentais do plano de pesquisa.

    Atravs do exame dos resultados parciais verifica-se se a pesquisa est se

    desenvolvendo satisfatoriamente, ou se existe algo errado e que deve ser corrigido. Por

    exemplo, em um experimento na cultura do milho, o crescimento das plantas, a colorao

    e a turgescncia das folhas, a umidade do solo, a temperatura ambiente, as precipitaes

    pluviais, a ocorrncia de insetos-praga e doenas nos diferentes tratamentos, etc.,

    fornecem informaes muito valiosas sobre o desenrolar do experimento. A interpretao

    desses resultados parciais, no momento em que ocorrem, permite melhor compreenso do

    fato e facilita as concluses finais.

    A exposio pura e simples dos resultados obtidos no experimento, mesmo

    quando acompanhados de anlise estatstica, no merece o ttulo de pesquisa. Para que

    isso ocorra, necessrio que se faa a interpretao dos resultados para se chegar a um

    fato novo; necessrio que se chegue a uma concluso nova, que venha solucionar um

    problema tcnico ou prtico.

    A interpretao de resultados que conduza somente a concluses especficas, sem

    possibilidades de generalizao, indica que a pesquisa ainda no terminou, devendo

    serem pesquisados outros aspectos. Por exemplo, no caso da irrigao na cultura do

    milho, os dados disponveis at o momento se mostram desfavorveis a essa prtica, da

    forma e nas condies em que vem sendo realizada. Tal pesquisa estar concluda apenas

    quando, analisados e interpretados os dados de irrigao, temperatura, precipitao

    pluvial, etc., se puder concluir sobre os fatores que tornam a irrigao desaconselhvel no

    lugar e nas condies em que vem sendo realizada, e em que condies de solo e clima a

    irrigao na cultura de milho poderia ser economicamente praticada.

    Os resultados de qualquer pesquisa devem ser profunda e meticulosamente

    analisados e interpretados, constituindo as concluses e sua meta fundamental.

    2.6 Elaborao do Relatrio Final

    Um projeto de pesquisa somente poder ser considerado concludo quando gerar

    algum produto ou as informaes obtidas tenham domnio pblico. Em funo disso, o

    pesquisador deve elaborar o relatrio final, tanto para atender as exigncias da instituio

    financiadora do projeto de pesquisa como para ser publicado numa revista especializada,

    bem como apresent-lo em reunies cientficas, congresso ou similares.

    De um modo geral, na elaborao do relatrio final, deve ser especificado os

    seguintes itens:

    a) Ttulo - Deve ser redigido com bastante cuidado para indicar precisamente

    qual o contedo do trabalho cientfico. aqui onde mais se exige clareza e conciso por

    parte do pesquisador. Lembre-se que o ttulo deve ser bem ajustado ao objetivo do

    trabalho cientfico.

    Os servios de indexao e de publicao de resumos (abstracts) solicitam ttulos

    curtos e especficos, incluindo a natureza do estudo e os organismos envolvidos.

    Algumas revistas no permitem mais que dez palavras, outras limitam o ttulo a noventa

    caracteres e espaos. Se for necessrio ultrapassar esses limites, desdobre-o em ttulo e

    subttulo.

    Deve ser evitadas generalidades ou idias vagas, conforme visto na etapa

    Elaborao do Projeto. Tambm, deve ser evitado expresses suprfluas como: investigao sobre ..., estudo de ..., efeito de ..., influncia da ..., contribuio

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 47

    47

    para ..., sobre a natureza de ..., aspectos de ..., introduo ao estudo de ..., anlise preliminar de ..., etc..

    Sugere-se no inclui: nome cientfico da espcie juntamente com nome vulgar,

    especialmente se essa j bem conhecida, optar pelo nome vulgar; abreviaturas; poca

    em que foi desenvolvido o experimento (data), a no ser que faa parte dos objetivos;

    frmulas qumicas; uso de aspas, barras ou versus (x).

    b) Autoria - O nome do autor (ou autores) deve constar logo abaixo do ttulo,

    direita do mesmo. Deve ser iniciado, preferencialmente, pelo sobrenome todo em letras

    maisculas, seguido pelas iniciais do nome. H revistas que publicam o ttulo do autor

    (ou autores), o nome da Instituio onde foi realizado o trabalho, ou ambos, logo abaixo

    do nome do mesmo. Outras preferem trazer essas indicaes em rodap, na primeira

    pgina do relatrio de pesquisa (artigo cientfico), o que assegura certa economia de

    espao. Nesse caso, faz-se uma chamada por meio de asteriscos, ou melhor, de nmeros-

    indces entre parnteses.

    Parece-nos suprfluo acrescentar que os nomes figurando no cabealho de um

    relatrio de pesquisa devem ser estritamente os dos autores efetivos do trabalho; aqueles

    que participam do planejamento, instalao e execuo do experimento, anlise

    estatstica dos dados experimentais e interpretao dos resultados so, em maior ou

    menor grau, autores intelectuais do trabalho. Essa classificao depende da importncia

    da contribuio no trabalho cientfico, ou seja, o pesquisador que mais contribuiu tem seu

    nome em primeiro lugar. Consentir na incluso de seu nome em outras circunstncias ou

    a outro ttulo, ou colocar nomes de terceiros que no preencham aqueles requisitos,

    infringir a tica do trabalho cientfico e contribuir para a corrupo dos costumes nesse

    domnio.

    Toda colaborao, ajuda material, apoio moral, crticas, etc., recebidos de outras

    pessoas devem ser referidos nos Agradecimentos, no fim do trabalho cientfico e antes das referncias bibliogrficas, de uma forma clara e objetiva.

    c) Resumo - O resumo a apresentao concisa e freqentemente seletiva do

    texto, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importncia, ou seja, a natureza

    do assunto pesquisado, os resultados importantes obtidos e as concluses principais a que

    se chegou.

    A finalidade do resumo difundir o mais amplamente as informaes (quer

    diretamente, quer atravs de sua reproduo nos peridicos especializados em resumos,

    ou de sua incorporao ao acervo dos servios de comunicao) e permitir a quem l,

    decidir sobre a convenincia de consultar o texto completo. Por isso, ele deve ser bem

    redigido, at porque se espera que ele seja lido cerca de 50 a 500 vezes mais do que o

    trabalho cientfico na ntegra.

    Deve ser redigido na forma impessoal do tratamento gramatical, bem como deve

    ser evitado usar frases como: so descritos e ser apresentado. Quanto sua extenso,

    no deve ir alm de duzentas palavras, para permitir que, depois de impresso, possa

    constar de uma ficha de 12,5 cm por 7,5 cm.

    d) Abstract - O abstract corresponde traduo do resumo para o ingls, em

    funo da necessidade de uma lngua de grande penetrao nos meios especializados. Se

    o trabalho cientfico for apresentado em lngua estrangeira (que no o espanhol), esse

    resumo ser em portugus.

    Este tpico assume o papel de divulgador internacional das contribuies

    cientficas.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 48

    48

    e) Introduo - Nela deve conter, pela ordem: natureza e importncia do assunto

    pesquisado, evoluo e situao do problema, e identificao dos objetivos do trabalho

    cientfico. Quase todas as observaes sobre a redao da introduo do projeto de

    pesquisa so vlidas aqui.

    Quanto natureza e importncia do assunto pesquisado, deve ser focalizados o

    problema com indicao daqueles fatos ou situaes que evidenciem sua importncia.

    Por exemplo, se o assunto aumento da protena em milho, mostrar porque importante

    que esse cereal tenha maior teor de protena.

    Na evoluo e situao do problema, deve ser feito um levantamento dos estudos

    j feitos sobre o problema por outros pesquisadores, (reviso bibliogrfica), de modo que

    mostre a real situao do problema na literatura nacional e estrangeira, na poca em que

    se planejou a pesquisa. Contudo, extensas revises da literatura no tm sentido, devendo

    ser substitudas por referncias aos trabalhos mais recentes e mais importantes. Quando

    um assunto muito pesquisado e h inmeras literaturas a esse respeito, cite trs, no

    mximo quatro delas.

    Na identificao dos objetivos do trabalho cientfico, deve ser exposto

    claramente as questes que foram respondidas pela pesquisa.

    f) Material e Mtodos - O material e mtodos deve ser feito da mesma maneira

    como visto na etapa Elaborao do Projeto, alterando apenas o tempo do verbo, do futuro para o passado. Alm disso, a descrio dos mtodos usados deve ser breve, porm

    suficiente para possibilitar a outros pesquisadores repetir a investigao; processo e

    tcnicas j publicados devem ser apenas referidos por citao, sendo necessrio detalhar

    no caso de serem novos ou pouco usual.

    g) Resultados e Discusso - Primeiramente, deve ser apresentado os resultados

    que se encontram em uma tabela (ou quadro) ou figura (grfico, desenho, mapa,

    fotografia, etc.) de forma objetiva, exata, clara e lgica, com o mnimo possvel de

    discusso ou interpretao pessoal.

    As tabelas e/ou figuras podero vir logo aps a apresentao dos resultados ou no

    final do trabalho cientfico.

    Posteriormente, feita a discusso dos dados obtidos e dos resultados alcanados

    luz da experincia do pesquisador, ligando os novos achados aos conhecimentos

    anteriores.

    Lembre-se de que, na apresentao dos resultados, se os dados forem numricos,

    os mesmos devem vir acompanhados de anlise estatstica, sempre que conveniente.

    No apresente separadamente os resultados de uma grande nmero de

    observaes similares ou experincias equivalentes, tal como analisar as caractersticas

    de uma populao. As informaes adequadas podem estar todas compreendidas, via de

    regra, quando se fornecem: o nmero de observaes; a mdia aritmtica dos valores; o

    desvio padro e/ou erro padro da mdia.

    Tais informaes podem constar do texto ou das tabelas, da seguinte forma: 275

    2,8 (12), onde 275 representa a mdia, 2,8 representa o desvio padro ou erro padro da mdia (indicar qual) e (12) corresponde ao nmero de observaes, caso esse

    j no conste de outra coluna da tabela.

    Quando forem apresentadas diferenas entre mdias (ou outros dados

    estatsticos) de tratamentos, aplique o teste de significncia mais adequado.

    Na discusso dos resultados, o autor (ou autores) deve:

    g.1) estabelecer relaes entre causas e efeitos;

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 49

    49

    g.2) deduzir as generalizaes e princpios bsicos que tenham comprovao nas

    observaes experimentais;

    g.3) esclarecer as excees, modificaes e contradies das hipteses, teorias e

    princpios diretamente relacionados com o trabalho realizado;

    g.4) indicar as aplicaes tericas ou prticas dos resultados obtidos, bem como

    as suas limitaes;

    g.5) procurar elaborar, quando possvel, uma teoria para explicar certas

    observaes ou resultados obtidos;

    g.6) sugerir, quando for o caso, novas pesquisas, tendo em vista experincia

    adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando sua complementao.

    Alm da discusso dos resultados entre si, cabe a discusso diante da literatura,

    isto , a comparao dos resultados obtidos com os dos autores citados. Cabe ao autor (ou

    autores) definir se seus resultados confirmam, eqivalem ou desmentem os dos outros

    trabalhos mencionados.

    Jamais oferea argumentos ou provas que se baseiam em comunicaes privadas

    ou publicaes de carter restrito. Ainda que se tolerem aluses e entrevistas orais ou a

    comunicaes pessoais, elas no devem justificar afirmaes ou concluses apoiadas em

    fatos no comprovados pelo autor (ou autores).

    h) Concluses - Nela deve ser colocado os principais resultados obtidos com a

    experimentao, de uma forma clara, objetiva, lgica e breve.

    aqui onde esto situadas as contribuies do autor (ou autores) para o avano

    da cincia, alm do que elas podero abrir perspectivas de novas pesquisas.

    As concluses, obviamente, tm que se basear somente em fatos comprovados.

    Na redao dessa parte do trabalho cientfico devem ser evitadas expresses que

    indiquem reserva ou ressalva, tais como: houve indcios, provavelmente, possivelmente,

    etc..

    Em alguns peridicos no consta o item Concluses, sendo que as mesmas

    aparecem em Resultados e Discusso.

    i) Agradecimentos (Opcional) - Os agradecimentos devem ser feitos a pessoas

    ou instituies que realmente colaboraram para o desenvolvimento do trabalho

    cientfico.

    Tambm, aqui, o estilo deve ser sbrio e claro, indicando as razes pelas quais se

    fazem os agradecimentos.

    Devem ser omitidos os agradecimentos a colaboraes rotineiras, tais como:

    datilografia, desenhos eventuais, trabalhos de impresso, etc..

    j) Literatura Citada - As informaes citadas pelo autor (ou autores) de um

    trabalho cientfico, com o propsito de fundamentar, de comentar ou ilustrar as asseres

    do texto e que j tenham sido publicadas (ou que estejam sabidamente em publicao),

    devero ser acompanhadas de referncias, permitindo ao autor comprovar os fatos ou

    ampliar seu conhecimento do assunto mediante a consulta nas fontes.

    Evidentemente, essa finalidade s ser atingida na medida em que a referncia

    for correta e apresentada de forma inequvoca para o leitor, devendo ainda atender s

    convenincias dos servios de bibliografia e bibliotecas, para evitar perda de tempo e

    dificuldades na localizao do artigo para consulta ou reproduo. Siga para isso as

    normas internacionais institudas pela Organizao Internacional de Normalizao e pela

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas e editadas pelo Instituto Brasileiro de

    Bibliografia e Documentao.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 50

    50

    O prprio autor (ou autores) quem deve compilar a bibliografia que ir citar,

    nela incluindo os trabalhos que efetivamente consultou e na medida em que sejam

    necessrios exposio de suas idias ou resultados.

    A seguir sero apresentados exemplos dos casos mais comuns de referenciao.

    Na citao de artigos de peridicos, os seguintes elementos devero aparecer,

    pela ordem: sobrenome do(s) autor(es), iniciais do prenome (tudo em letras maisculas);

    ttulo do artigo; ttulo do peridico (em negrito); local de publicao do peridico;

    volume; nmero; pginas inicial e final do artigo; ano de publicao. Exemplo:

    LOPES, M. E. B. M.; KIMATI, H. Avaliao da resistncia de gentipos de girassol

    (Helianthus annus L.) a Macrophomina phaseolina (Tass.) Goid. no Estado de So

    Paulo. Summa Phytopathologica, Piracicaba, v. 13, n. 1/2, p. 133-141, 1987.

    No caso de um livro, a citao dever conter os seguintes elementos, pela

    ordem: sobrenome do(s) autor(es) do captulo, iniciais do pronome (tudo em letras

    maisculas); ttulo do livro (em negrito); nmero da edio (exceto a 1a); local da

    publicao do livro; editora; ano de publicao; nmero do volume (quando houver);

    nmero total de pginas. Exemplo:

    BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentao agrcola. Jaboticabal: FUNEP,

    1989. 247p.

    No caso de captulo de livro, os seguintes elementos devero constar na citao,

    pela ordem: sobrenome do (s) autor (es), iniciais do prenome (tudo em letras maisculas);

    ttulo do captulo ou parte referenciada; palavra In:; sobrenome do autor ou editor do

    livro, iniciais do prenome (tudo em letras maisculas); ttulo do livro (em negrito);

    nmero da edio (exceto a 1a); local de publicao do livro; editora; ano de publicao;

    nmero do volume (quando houver); nmero do captulo e/ou pgina inicial e final da

    parte referenciada. Exemplo:

    BANDEL, B. Gentica. In: PATERNIANI, E. Melhoramento e produo de milho

    no Brasil. Piracicaba: Fundao Cargill, 1980. p. 97-121.

    No caso de dissertao ou tese, a citao dever conter os seguintes elementos,

    pela ordem: sobrenome do autor, iniciais do prenome (tudo em maisculo); ttulo da

    dissertao ou tese (em negrito); local de apresentao (cidade); instituio onde a

    dissertao ou tese foi defendida; ano da defesa; nmero de pginas; dissertao ou tese;

    grau. Exemplo:

    FERREIRA, P.V. Aspectos fisiolgicos e implicaes genticas da cerosidade foliar

    em cebola ( Allium cepa L.) Piracicaba: ESALQ, 1983. 101 p. Tese, Doutoramento.

    No caso de eventos (congressos, simpsios, reunies, etc.), a citao dever

    conter os seguintes elementos, pela ordem: nome do evento (todo em letras maisculas);

    nmero, ano e local de realizao do evento; ttulo (em negrito); local de publicao;

    editora; ano de publicao; nmero de pginas ou nmero de volumes. Exemplo:

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 51

    51

    CONGRESSO BRASILEIRO DE NEMATOLOGIA, 12, 1988. Dourados. Resumos.

    Dourados: Sociedade Brasileira de Nematologia, EMBRAPA/UEPAE de Dourados,

    1988, 42 p.

    No caso de parte de eventos, os seguintes elementos devero aparecer, pela

    ordem: sobrenome do(s) autor(es) do trabalho, iniciais do prenome (tudo em letras

    maisculas); ttulo do trabalho, palavra In:; nome do evento (todo em letras maisculas);

    nmero, ano e local de realizao do evento; ttulo (em negrito); local de publicao;

    editora; ano de publicao; pgina inicial e final da parte referenciada. Exemplo:

    MELO, I.S. de. Controle biolgico de doenas de raiz. In: REUNIO SOBRE

    CONTROLE BIOLGICO DE DOENAS DE PLANTAS, 1,1986, Piracicaba. Anais.

    Campinas: Fundao Cargil, 1986. p. 7-12.

    No caso de abstracts, a citao dever conter os seguintes elementos, pela ordem:

    sobrenome do(s) autor(es) do artigo cientfico, iniciais do prenome (tudo em letras

    maisculas); ttulo do artigo; ttulo do peridico (em negrito); local de publicao;

    volume (nmero do fascculo); pgina inicial e final da parte referenciada; ano de

    publicao do artigo cientfico seguido pela expresso apud e ttulo do abstracts (em negrito apenas o ttulo do abstracts); volume; nmero de referncia do artigo; nmero da

    pgina; ano de publicao do abstracts. Exemplo:

    KATIS, N.; GIBSON, R. W. Transmission of potato virus y by cereal aphids. Potato

    Research, Wageningen, v. 28, n.1, p. 65-70, 1985 apud Review of Plant Pathology, v.

    65, n.1, p. 4038. 1986.

    Mais detalhes sobre bibliografia, bem como sobre os outros itens de um relatrio

    de pesquisa, consultar, entre outros, IPARDES (2000).

    A seguir ser apresentado um modelo de relatrio de pesquisa:

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 52

    52

    Avaliao de Clones de Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam), em Rio Largo - AL.

    Jair Tenrio Cavalcante

    Paulo Vanderlei Ferreira

    Lailton Soares

    Relatrio de pesquisa apresentado

    Revista Magistra da Escola de Agronomia

    da Universidade Federal da Bahia para

    publicao.

    Rio Largo/Alagoas

    Janeiro/ 2002

    AVALIAO DE CLONES DE BATATA-DOCE

    (Ipomoea batatas (L.) Lam.), EM RIO LARGO AL 1

    Jair Tenrio Cavalcante 2; Paulo Vanderlei Ferreira

    3; Lailton Soares

    3

    2 Escola Agrcola de Jundia/Universidade Federal do Rio Grande do Norte, CEP: 59280-000, Macaiba-

    RN. E-mail: [email protected] 3 Universidade Federal de Alagoas, BR 104 Norte, km 14, CEP: 57100-000, Rio Largo-AL.

    RESUMO: Considerando-se que so poucos os trabalhos de pesquisa com batata-doce

    para o Estado de Alagoas, faz-se necessrio estudos no sentido de se obter para a regio,

    atravs do melhoramento gentico de plantas, cultivares adaptadas, com boas

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 53

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    caractersticas agronmicas, elevada capacidade produtiva e resistncia s principais

    pragas e doenas que assolam esta cultura. O experimento foi realizado em Rio Largo Alagoas, em 1999, objetivando avaliar clones de batata-doce, mediante anlise de

    varincia, comparao das mdias e do coeficiente de determinao genotpica. Utilizou-

    se o delineamento experimental em blocos casualizados, com 14 tratamentos e quatro

    repeties, analisando-se as variveis: produtividade de razes comerciais, produtividade

    de razes no comerciais, comprimento da raiz, dimetro mdio da raiz e nmero de

    razes comerciais; peso da parte area; resistncia broca do coleto e resistncia

    ferrugem branca. O clone 13 apresentou o maior rendimento de razes comerciais (19,97 t

    ha-1

    ), maior dimetro mdio de raiz (7,05 cm) e menor percentual de sintomas da broca

    do coleto. As estimativas dos coeficientes de determinao foram elevadas (acima de

    70%); havendo assim pouca influncia do ambiente na expresso das variveis. Os clones

    13, 14, 03, 09 e 06 apresentaram os melhores desempenhos, superando a produtividade

    mdia de razes comerciais de batata-doce no Estado de Alagoas.

    Palavras-chave: produtividade, razes, coeficiente de determinao genotpica.

    EVALUATION OF SWEET POTATOES CLONES (Ipomoea batatas (L.) Lam.), IN

    RIO LARGO AL

    ABSTRACT: Since very little research has been done with sweet potato in the State of

    Alagoas, Brazil, studies are necessary in order to obtain for this region, through plant

    breeding, adapted cultivars, with good agronomic characteristics, high productive

    capacity and resistance to the main plagues and diseases that destroy this crop. The

    experiment was carried out in Rio Largo countryside of Alagoas/Brasil, in 1999, with the purpose of evaluating sweet potato clones through the analyses of variance,

    comparison of means and genotype coefficient determination. The experimental design

    was in randomised blocks with fourteen treatments and four repetitions. The following

    variables were analysed: marketable tuber yield, tuber length, tuber diameter, number of

    marketable tuber, plant aerial parts dry weight, non-marketable tuber yield, resistance to

    stem drill, and resistance to white rust. The clone 13 presented the largest marketable

    tuber yield (19.97 t ha-1

    ), largest mean tuber diameter (7.05 cm) and the lowest

    percentage of stem drill symptoms. The estimates of coefficient determination were high

    (above 70%). Therefore, the environment has little influence in the expression of the

    ____________ 1 Parte da Dissertao do primeiro autor, apresentada Universidade Federal de Alagoas.

    Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 15, n.1, p. 13-17, jan./jun. 2003.

    variables. The clones 13, 14, 03, 09 and 06 presented the best results, overcoming the

    average productivity of marketable tubers of sweet potato in the State of Alagoas.

    Key words: production, roots, genotypes coefficients determination.

    INTRODUO

    A batata-doce a quarta hortalia mais consumida no Brasil. uma cultura

    tropical e subtropical, rstica, de fcil manuteno. Apresenta boa resistncia seca e

    ampla adaptao. O custo de produo relativamente baixo, com investimentos

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 54

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    mnimos e de retornos elevados. tambm uma das hortalias com maior capacidade de

    produzir energia por unidade de rea e tempo (kcal ha-1

    dia-1

    ) (MIRANDA et al., 1995).

    Fatores como a ocorrncia de pragas e doenas, tecnologia de produo

    inadequada e a falta de cultivares selecionadas so responsveis pela baixa produtividade

    mdia brasileira, que est em torno de 8,7 t ha-1

    (SILVA e LOPES, 1995). Por outro lado,

    a situao em Alagoas mais crtica, pois apresenta produtividade mdia de 7,7 t ha-1

    e

    no existem cultivares selecionadas para a regio (FIBGE, 1999).

    So poucos os trabalhos de pesquisas visando selecionar e recomendar cultivares

    de batata-doce para diferentes regies do pas (SILVA e LOPES, 1995). Sabe-se que

    tanto a introduo como a obteno de novas cultivares, de qualquer espcie cultivada,

    constitui um trabalho contnuo e dinmico, pois as novas cultivares selecionadas

    permanecem em uso durante um nmero varivel de anos, para por sua vez serem

    substitudas por outras superiores.

    Em programas de melhoramento gentico de plantas, alm de estudos

    relacionados anlise de varincia e comparao de mdias, tambm deve-se proceder

    anlise de um parmetro gentico que venha dar suporte aos resultados alcanados. Um

    dos parmetros genticos mais usados o coeficiente de determinao genotpica, pois o

    seu conhecimento para um dado carter permite a quantificao da relao entre o

    desempenho das plantas-mes e suas prognies em geraes subseqentes. Alm disso, o

    seu conhecimento permite estabelecer os objetivos principais a serem alcanados em

    programas de melhoramento de plantas (GONALVES et al., 1983).

    Considerando-se estes fatos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar

    clones de batata-doce desenvolvidos em Alagoas, mediante anlise de varincia,

    comparao das mdias e do coeficiente de determinao genotpica, nas condies de

    clima e solo de Rio Largo-AL.

    MATERIAL E MTODOS

    O experimento foi realizado no Centro de Cincias Agrrias, Universidade

    Federal de Alagoas, localizado no Campus Delza Gita, BR 104 Norte, km 85, Rio Largo

    Alagoas, no ano de 1999. O solo classificado como Latossolo Vermelho de acordo com JACOMINE et al. (1975). O municpio est situado a uma latitude de 9

    o 27S,

    longitude de 35o 27W e uma altitude de 127 m, com temperaturas mdias de mxima 29

    oC e mnima de 21

    oC, e pluviosidade mdia anual de 1.267,7 mm (CENTENO e KISHI,

    1994).

    Foram avaliados 14 clones da batata-doce, obtidos a partir de sementes botnicas

    de populaes de polinizao livre, em novembro/97. So eles: CL - 01, CL - 03, CL -

    04, CL - 05, CL - 10, CL - 11 e CL - 12, provenientes da cultivar Co Copinha; CL - 09,

    provenientes da cultivar Paulistinha Branca; CL - 13 e CL - 14, provenientes da cultivar

    Roxa de Rama Fina; CL - 02, proveniente da cultivar Co Branca; CL - 06, proveniente da

    cultivar 60 Dias; CL - 07, proveniente da cultivar Copinha; e CL - 08, proveniente da

    cultivar Pixaim I.

    O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 14

    tratamentos e quatro repeties. As unidades experimentais foram constitudas por trs

    leiras de 6,0 m de comprimento com 0,30 m de altura cada, com 15 plantas por leira, no

    espaamento de 0,80 m x 0,40 m, considerando-se como rea til a fileira central,

    avaliando-se sete plantas alternativas e competitivas, a partir da segunda.

  • Autor: PAULO VANDERLEI FERREIRA CECA-UFAL, 2011. Pgina 55

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    Aps anlise de solo, procedeu-se o preparo do mesmo, onde foram efetuadas

    duas gradagens: uma antes e outra aps a aplicao do corretivo; no foi aplicado adubo

    qumico, visto que o solo apresentou uma boa fertilidade e tambm para melhor

    caracterizar o cultivo na regio. Decorridos 30 dias, levantaram-se as leiras com sulcador

    tratorizado. Para o plantio, foram utilizadas ramas novas de at 90 dias, sadias, com oito a

    dez entrens, dos quais trs a quatro enterrados no topo da leira, este executado em

    11/06/1999. Utilizou-se irrigao por asperso, visto que ocorreram veranicos nos

    primeiros 60 dias aps o plantio.

    As parcelas experimentais foram mantidas livres de ervas daninhas, atravs de

    capinas enxada e no foram efetuados os controles de pragas e doenas que ocorreram,

    pois um dos objetivos do presente trabalho foi a avaliao da resistncia dos referidos

    clones de batata-doce s molstias.

    A partir dos 90 dias aps o plantio e at a colheita das razes tuberosas, foram

    quinzenalmente observados os danos causados pela presena de pragas e doenas,

    anotando-se a percentagem de danos, para avaliao do grau de resistncia dos referidos

    clones de batata-doce. Aos 130 dias aps o plantio, foi efetuada a colheita das razes

    tuberosas na leira central.

    As variveis relacionadas a seguir referem-se s mdias de sete plantas

    competitivas da leira central de cada parcela experimental:

    1 Produtividade de Razes Comerciais (PRC): refere-se ao peso (t ha-1) das razes comerciais (acima de 80 g), com uso de balana de preciso.

    2 Dimetro Mdio da Raiz (DMR): refere-se ao dimetro (cm), da parte intermediria transversal da raiz, utilizando-se 20 tubrculos tomados aleatoriamente.

    Nesta medio utilizou-se um paqumetro.

    3 Comprimento da Raiz (CR): refere-se ao comprimento da raiz (cm), utilizando-se os mesmos 20 tubrculos avaliados no DMR. Medio feita com rgua

    milimtrica.

    4 Nmero de Razes Comerciais por Planta (NRC): refere-se quantidade de razes comerciais (acima de 80 g), por planta.

    5 Produtividade de Razes No Comerciais (PRNC): refere-se ao peso (t ha-1) das razes no comerciais (de 40 a 80 g), com uso de balana de preciso.

    6 Peso da Parte Area das Plantas (PPA): refere-se ao peso (t ha-1) da parte area das plantas, retirando-se a trs cm do solo, usando-se balana de preciso.

    7 Resistncia Broca do Coleto (RBC): quinzenalmente foram atribudas notas de 1 a 5, percentagem de plantas atacadas pela Broca do coleto (Megastes pusialis) por

    parcela experimental. Sendo 1 - (0 - 10