cantar elementos não verbais e estados de humor no processo musicoterapêutico

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    Revista Brasileira de Musicoterapia. Ano XIII, n. 11, 2011.

    Cantar: elementos no verbais e estados de humor no

    processo musicoteraputico

    Luciana Steffen3

    RESUMO

    O Cantar um recurso muito utilizado em Musicoterapia.

    Sabe-se que a voz um importante meio de comunicao eexpresso fora do ambiente musicoteraputico. Essapesquisa atravs de trs estudos de caso, objetiva investigarse h uma relao entre estados de humor e elementos noverbais verificados na voz cantada e falada dentro de umprocesso musicoteraputico, averiguar a congruncia entre osestados de humor emitidos pela voz cantada e falada, eanalisar a contribuio dos recursos no verbais no processo

    musicoteraputico. Para sua realizao o projeto de pesquisafoi aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa/CEP -Faculdades EST, n 022/2009 e um instrumento de avaliaopara as sesses musicoterpicas foi elaborado e aplicadopela autora dessa pesquisa. Os estados de humor influenciama voz cantada e falada no processo musicoteraputico, sendoque a voz cantada carrega uma supremacia de informaessobre a voz falada. Os elementos no verbais da voz do

    paciente configuram-se em subsdios de anlise, tornando-serecursos imprescindveis para os processos de avaliao e

    3Graduada em Musicoterapia pela Faculdades ESTSo Leopoldoe Tcnica em Canto pela ESEP - Escola Sinodal de EducaoProfissional. Musicoterapeuta da Clnica Transdisciplinar de Infnciae Adolescncia Espao Dom Quixote de So Leopoldo. E-mail:[email protected]

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    Revista Brasileira de Musicoterapia. Ano XIII, n. 11, 2011.

    teraputico. Salienta-se que os achados desta pesquisa,embora sejam consistentes, ainda so insuficientes paraconsolidao dos resultados obtidos levando-se em

    considerao a quantidade da amostra coletada.

    Palavras-chave: voz falada, voz cantada, Musicoterapia,estados de humor.

    Singing: nonverbal elements and mood states within the

    music therapy process

    ABSTRACT

    Singing is a resource often used in music therapy. It is knownthat the voice is an important means of communication andexpression out of the music therapeutic environment. Thisresearch conducted through three case studies, aims to

    investigate whether there is a relationship between moodstates and nonverbal elements of singing and speaking voiceinside the music therapeutic process; to evaluate thecongruence between the mood states expressed throughsinging and speaking voice, and to analyze the contribution ofnonverbal resources in the music therapeutic process. Beforebeing conducted, the research project was approved by theResearch Ethics Committee /CEP - Faculdades EST, underno. 022/2009 and an assessment tool for the music therapysessions was developed and implemented by the author ofthis research. The mood states influence the singing andspeaking voice in the music therapeutic process and thesinging voice carries supremacy of information over thespeaking voice. Nonverbal elements of the patients voicearetransformed into analysis subsidies to the processes ofassessment and therapy. It should be stressed that the

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    findings of this research, although consistent, are stillinsufficient to consolidate the results obtained by taking intoaccount the amount of sample collected.

    Keywords: speaking voice, singing voice, Music Therapy,mood states.

    INTRODUO

    A voz cantada e falada altera-se e influenciada peloestado de humor do comunicador fora de um ambiente

    teraputico, como afirma Behlau (1987), Scherer (2003), entre

    outros. Supe-se que estados de humor tambm influenciem

    as expresses da voz cantada e falada no processo

    musicoteraputico, sendo possvel sua verificao atravs da

    anlise de seus elementos no verbais.

    A partir da experincia e motivao da autora foram

    estabelecidos os seguintes objetivos para a realizao desta

    pesquisa: a) investigar se h uma relao entre estados de

    humor e elementos no verbais verificados na voz cantada e

    falada dentro de um processo musicoteraputico; b) averiguar

    a congruncia entre os estados de humor e a emisso vocal

    da voz cantada e falada; c) analisar a contribuio dos

    recursos no verbais para o processo musicoteraputico.

    Trata-se de uma pesquisa de trs estudos de caso, um

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    estudo dos elementos no verbais da voz cantada e falada,

    assim como do estado de humor e fsico das pacientes,

    realizada no decorrer de dez sesses. Aps a aprovao do

    projeto de pesquisa pelo Comit de tica/CEP, foram

    selecionadas trs pacientes atendidas individualmente em

    Musicoterapia na Clnica-Escola, em um total de dezoito

    sesses. O critrio de incluso foi o cantar como principal

    recurso no verbal nas sesses com pacientes adultas do

    sexo feminino e, o critrio de excluso, a seleo de sujeitos

    juridicamente caracterizados como incapazes. O registro dos

    atendimentos se efetivou atravs da gravao sonora, pelo

    preenchimento de questionrios entregues s pacientes, e

    pela elaborao e preenchimento de fichas avaliativas dos

    elementos no verbais da voz, denominadas Instrumentos deAvaliao da Voz Falada AVFal, e Avaliao da Voz

    Cantada AVCan (Cf. Anexo 1). Os instrumentos foram

    elaborados e aplicados visando a anlise das vozes cantada e

    falada.

    O referencial terico que subsidiou a reflexo

    musicoterpica sobre os dados colhidos foi selecionado com

    base no tema aqui proposto e nos resultados das ltimas

    pesquisas na rea. Cabe salientar que na literatura disponvel

    em Musicoterapia ainda h uma escassez de informaes

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    musicais sobre o Cantar, bem como instrumentos de anlise

    vocal para subsidiar o processo de avaliao em

    Musicoterapia.

    O CANTAR EM MUSICOTERAPIA

    Pesquisas sobre o Cantar em Musicoterapia so

    registradas a partir da dcada de 50, coincidindo com a

    estruturao da Msica como terapia e como cincia.

    Atualmente, o Cantar est relacionado expresso individual

    do indivduo e subjetividade revelada atravs de seu

    comportamento. Na teoria Vocal Holding Techniques, utilizada

    pela Mt. Diane Austin (2001), o Cantar encontra-se alternado

    entre paciente e musicoterapeuta pela improvisao vocal,oferecendo um espao de expresso e alcance de autonomia.

    A Mt. europeia Sylka Uhlig (2006) estabelece diferentes nveis

    de utilizao do canto em terapia. Na sua abordagem

    encontram-se mtodos vocais que podem ser utilizados para

    atingir cada um dos nveis: emocional, relacional, cognitivo,

    fsico, esttico, espiritual e tcnico.No nvel afetivo, afirma que

    emoes como raiva, tristeza, medo e satisfao e estados de

    humor como amor, abalo emocional e cimes podem ser

    revelados na qualidade da voz.

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    O musicoterapeuta ingls Paul Newham (1999)

    estabelece a modalidade Voice Movement Therapy, dividindo

    a voz em dez componentes acsticos (altura, movimento

    meldico, intensidade, ataque gltico, quantidade de ar,

    rompimento, registro, nasalidade, qualidade vocal e

    articulao). Estes so identificados quando se canta,

    analisados e trabalhados para melhorar a expresso vocal

    geral, refletindo na melhora de diversos aspectos

    psicolgicos.

    Cantar em Musicoterapia um dos procedimentos

    utilizados pelo paciente e seu musicoterapeuta, arrolado como

    recurso e como processo tanto para atingir objetivos

    teraputicos, quanto para avaliar o modo de ser e estar do

    paciente. As canes configuram um espao de expressooferecido na sesso ao paciente, recurso musical este, que

    comunica questes subjetivas atravs dos modos de cantar,

    como afirmam alguns autores como Uhlig (2006), Austin

    (2001) e Newham (1999).

    Autores como Albinati (2008), Aldridge (2008) e Uhlig

    (2006) trazem o Cantar como meio expressivoe comunicativo.

    O paciente revela-se como um todo atravs dele,denunciando

    seu estado emocional, como trazem Behlau (1987) e Scherer

    (2003), autoestima, personalidade, entre outros. Segundo

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    Uhlig (2006), o Cantar permite acessar sentimentos e

    pensamentos pela vibrao e ressonncia das clulas e

    msculos do corpo, j que, ao cantar o instrumento passa a

    ser o prprio corpo, na sua estrutura orgnica e psquica,

    despertando emoes e memrias atravs do acionamento do

    sistema lmbico.

    As emoes influenciam diretamente as estruturas

    utilizadas na voz. Seus efeitos, primeiramente controlados

    pelo sistema lmbico, ativam o sistema nervoso autnomo e

    somtico, alterando os msculos envolvidos na produo

    vocal, de muco, de saliva e a respirao. Segundo Scherer

    (2003), ao provocar mudanas fisiolgicas, as emoes e os

    estados de humor so perceptveis atravs dos elementos

    no verbais da voz.

    H diversidades sobre quais elementos esto

    relacionados com a expressividade do canto. Behlau (1987),

    dentro da rea da fonoaudiologia traz os parmetros de leitura

    vocal, que so, entre outros: respirao, altura, extenso,

    registros, intensidade, ressonncia, articulao, patosiii,

    maneirismo e melisma, postura, velocidade/andamento e

    timbre.

    Morton (2007) e Behlau (1987) afirmam que os

    elementos no verbais, incluindo altura, andamento e inflexo

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    vocal,so os meios mais bvios de transmitir emoes pelas

    canes. Algumas pesquisas como a de Sundberg, Iwarsson,

    e Hagegard (1995) relacionam tons mais graves, longas

    duraes das slabas, melodia descendente, intensidade fraca

    e andamento lento, com tristeza; respirao e articulao

    curtas (frases entrecortadas), nfase nas consoantes,

    intensidade forte e melodias ascendentes ou lineares, com o

    sentimento de raiva; e Behlau e Pontes (1995) relacionam

    tons agudos, trazendo junto inflexes, maior velocidade,com

    alegria, junto com extenso vocal e previsibilidade na melodia,

    alm de respirao curta e rpida poder indicar ansiedade.

    Entoar canes existentes, improvisar ou comp-las,

    com ou sem acompanhamento instrumental e/ou vocal do

    musicoterapeuta, so algumas das possibilidades do Cantarcom fins teraputicos. As possibilidades so selecionadas

    pelo musicoterapeuta de acordo com os objetivos teraputicos

    e com a clientela.

    O Cantar pode ser dirigido ou espontneo. Na

    improvisao vocal, a subjetividade do paciente verificada

    de modo mais intenso do que quando ele canta algo j

    estruturado por Outro, sendo um cantar livre e espontneo

    (AUSTIN, 1996). Atravs deste recurso musical, o

    musicoterapeuta permite a verificao autntica da expresso

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    das emoes e estados de humor do paciente (ALDRIDGE;

    ALDRIDGE, 2008).

    Por outro lado, o Cantar conduzido ocorre quando um

    intrprete se utiliza dos recursos tcnicos apreendidos para

    cantar, assumindo a responsabilidade de transmitir o carter

    da cano e seguindo as regras sintxicas impostas pelo

    autor, independente do seu estado de humor. Mas, mesmo

    que o paciente atue como um intrprete, no se convocando

    no processo teraputico, encobrindo suas emoes pelo canto

    dirigido, estima-se que algum subsdio no verbal possa ser

    extrado de seu estado emocional, pois este ser revelado

    pelo seu Cantar.

    A cano por si s no relevante, mas sim, o modo

    como o paciente a percebe e comunica-se ao entoar essaestrutura musical. Ao Cantar, independente da estrutura

    meldica, o paciente sonoriza seus elementos internos,

    oportunizando ao musicoterapeuta a compreenso do seu

    estado de humor.

    Na Musicoterapia, os elementos no verbais do Cantar

    revelam o estado de humor momentneo e evidenciam as

    atitudes do paciente em relao a este estado, simulando

    como este se comporta em outros contextos, denunciando

    como est e como age.

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    O Cantar funciona tanto como um recurso quanto um

    processo para que os objetivos delineados pelo

    musicoterapeuta possam ser alcanados. Os elementos no

    verbais proporcionam ao paciente maneiras de se relacionar

    consigo e com o Outro, permitindo que ele expresse e revele

    sua autonomia, independncia e humor no momento em que

    canta. O musicoterapeuta intervm e se comunica com o

    paciente atravs do Cantar, alternando liderana,

    possibilitando que ele cante sozinho, permitindo que faa

    escolhas, seja de uma cano, tom, andamento, entre outras

    tantas possibilidades.

    Cantar individualmente pressupe que o indivduo entoe

    uma melodia. O Cantar coletivo permite que pessoas

    compartilhem o tempo e o espao da cano no mesmo tom,andamento, com a mesma articulao, conectando-os assim

    em todas as dimenses, seja intra e interpessoal. A relao

    interpessoal propiciada pelo Cantar revela e desenvolve

    questes como liderana, autonomia, iniciativa, segurana,

    cooperao, responsabilidade, comunicao, concentrao,

    capacidade de fazer escolhas, autoestima, organizao,

    submisso, autoritarismo, entre outros. Quanto s relaes

    intrapessoais, o Cantar revela os estados de humor,

    desenvolve o emocional, a autoexpresso, o

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    autoconhecimento, provoca mudanas de humor, alivia as

    tenses, leva a uma reflexo sobre sentimentos, emoes,

    entre outros. Permite que o paciente se conscientize sobre

    seu estado emocional e que as questes reveladas pelo

    Cantar sejam elaboradas.

    No grupo, o Cantar oferece um backgroundpromotor de

    energia e fora quele paciente, cuja iniciativa ainda encontra-

    se minimizada. O canto do Outro se soma ao canto do

    paciente. Nesse acrscimo de textura, emerge a fora e a

    noo de poder. O paciente necessita seguir uma sequncia

    de ajustes para manter-se na cano, sendo convocado para

    estar e compartilhar com o Outro.

    Quando h o domnio dos elementos da linguagem

    musical e da sua sintaxe pelo musicoterapeuta, efetiva-seuma escuta analtica sobre o Cantar. Isenta de uma anlise de

    natureza psquica, o nvel musical do paciente fornece

    elementos que subsidiam e formam critrios de avaliao em

    Musicoterapia.

    Em Musicoterapia utilizam-se critrios de avaliao do

    Cantar oferecidos por outras reas, a exemplo da

    Fonoaudiologia e da Tcnica Vocal. Na sequncia, apresenta-

    se um instrumento elaborado para promover referncia na

    avaliao das questes relacionadas estrutura psquica

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    revelada pelo paciente atravs dos elementos no verbais do

    Cantar.

    INSTRUMENTO DE AVALIAO DA VOZ FALADA(AVFAL) E INSTRUMENTO DE AVALIAO DA VOZCANTADA (AVCAN)

    Aqui sero apresentadas as caractersticas da clientela

    atendida identificadas por A, B e C, e os instrumentos de

    avaliao propostos para a voz falada e cantada. Por no ser

    o foco desse estudo, a especificidade de cada queixa no

    ser aprofundada, apenas citada como informao.

    Paciente A, mulher de 65 anos, casada, dona de casa,

    com diagnstico de depresso, me de trs filhos adultos, um

    falecido h treze anos; paciente B, mulher de 57 anos,

    casada, me de trs filhos adultos, atua em dois turnos como

    faxineira numa instituio de ensino superior, diagnosticada

    com Sndrome do Pnico; e, paciente C, mulher de 31 anos,

    casada, me de dois filhos (menores de idade), atua como

    secretria nos dois turnos, apresentando queixas de estresse,

    sem diagnstico mdico.

    O estado de humor e fsico foi relatado pelas pacientes

    atravs de questionrio elaborado pela autora, preenchido

    antes de cada sesso. Foram selecionadas as produes

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    vocais da voz cantada e falada de cada paciente. Dentre as

    diversas tcnicas musicoterpicas considerou-se a tcnica de

    Recriao pela qual o musicoterapeuta oferecia canes

    conhecidas e as pacientes cantavam e\ou acompanhavam

    com instrumentos de percusso. Nas atividades a liderana

    era exercida tanto pelo musicoterapeuta como pelas

    pacientes, onde s vezes o Musicoterapeuta determinava o

    tom e o andamento e cantava junto, visando prover energia e

    motivao, auxiliando e incentivando as pacientes na busca

    dessa liderana e autoestima.

    Suspeita-se que quando as pacientes no alcanavam

    um bom desempenho musical, seja cantando fraco, com m

    articulao, projeo inadequada, impreciso nas alturas,

    inflexo montona e sem manter o centro tonal, a execuomusical poderia estar associada falta de conhecimento da

    cano proposta, ou pelo gosto musical.

    Foram considerados aqueles elementos que configuram

    a qualidade vocal. Cada elemento no verbal sinaliza uma

    parcela de informao sobre o estado vocal, fsico e

    psicolgico das pacientes. Para classificar vozes patolgicas a

    graduao de cada elemento seguiu a orientao dada pela

    Fonoaudiologia, encontradas em Behlau (1995). Como

    complemento, incluiu-se nos instrumentos de avaliao os

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    parmetros musicais a fim de se analisar os elementos da voz

    cantada.

    Os parmetros que integram a avaliao da voz cantada

    e falada foram sistematizados em dois instrumentos de

    avaliao, denominados: Instrumento de Avaliao da Voz

    Falada (AVFal) e Instrumento de Avaliao da Voz Cantada

    (AVCan), ambos preenchidos a cada sesso para cada

    paciente. Em cada tabela foram agrupados os elementos no

    verbais da voz cantada e da voz falada. Os itens foram

    preenchidos com subsdios extrados dos atendimentos

    individuais. Cada atendimento foi seccionado em trs partes

    (incio, desenvolvimento e fim), levando-se em considerao o

    estado de humor relatado por escrito. Cada sesso teve a

    durao em torno de quarenta e cinco minutos, dividida empartes iguais, respeitando-se incios e fins das canes ou

    falas.

    Para o item Estados de Humor, constatou-se que

    aqueles assinalados pelas pacientes variavam

    individualmente a cada sesso, sendo para paciente A)

    Angustiada, Tensa, Alegre e Insegura; B) Tranquila, Insegura,

    Tensa, Triste e Cansada, e, C) Tensa, Triste e Tranquila. Com

    relao Qualidade Vocal, foi identificado o Tipo de Voz,

    sendo encontrado o tipo de voz Neutra para todas as

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    pacientes.

    O quesito Extenso inclui espectro de alturas, alturas

    prevalentes e tessitura. Para a voz cantada foram

    acrescentados: manuteno do centro tonal e determinao

    do tom.

    O espectro de alturas da voz falada da paciente A foi

    C1 a G#3, B, F2 a G3 e C, F2 a E3 e da voz cantada, A,

    A1 a A3, B, D2 a B3 e C, D2 a A3. As alturas prevalentes

    da voz falada da paciente A foi D2 a E3, B, G2 a D3 e C,

    G2 a D3, e da voz cantada: A, D2 a F#3, B, G2 a A3 e C,

    D2 a F#3. A tessitura da voz falada da paciente A foi E2 a

    C#3, B, A2 a D3 e C, G2 a D3, e da voz cantada: A, E2 a

    E3, B, A2 a G3 e C, A2 a F#3. Em relao ao centro tonal,

    a paciente A manteve o tom na maior parte das sesses,B, manteve, mas sem alcanar as alturas mais agudas e

    mais graves e C, manteve. A determinao do tom das

    pacientes A e B foi dada pela/o terapeuta na maior parte

    das sesses, e da paciente C, pela terapeuta e paciente.

    A Intensidade foi analisada com as seguintes

    graduaes: adequada, aumentada ou reduzida, tendo como

    referncia a prpria paciente. Na voz cantada encontrou-se

    para a paciente A e B intensidade adequada e reduzida e

    Cadequada. Na voz falada a intensidade foi adequada para

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    todas as pacientes.

    Com base na referncia da velocidade da prpria

    paciente, a voz falada foi analisada como aumentada,

    reduzida, adequada ou com muita variao entre as

    graduaes. Na voz cantada considerou-se para o

    andamento: o carter de acordo com o aferimento do

    Metrnomo de Maelzel (M.M.). Considerou-se a manuteno

    do andamento (mantiveram, aceleraram ou diminuram) e sua

    determinao (pela paciente ou pela/o musicoterapeuta). A

    velocidade da voz falada da paciente A foi normal, com 84

    palavras por minuto, B, aumentada, com 86 palavras por

    minuto e C, normal, com 73 palavras por minuto. O carter

    da paciente A foi andante e larghetto, B, andante, e C,

    adgio. O M.M. indicou para A, 40 a 115bpm, B, de 45 a

    118bpm e C, 49 a 140bpm. A paciente A manteve e

    diminuiu o andamento, B e C, mantiveram o andamento. A

    determinao do andamento observada foi A e B, pela/o

    terapeuta e C, pela terapeuta e paciente.

    Para a voz cantada analisou-se a textura. Observou-se

    se a paciente cantava sozinha ou acompanhada pelo

    musicoterapeuta (monofonia), com acompanhamento

    harmnico (homofonia) ou se o musicoterapeuta e paciente

    cantavam linhas meldicas diferentes (polifonia). A textura foi

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    homofnica para todas as pacientes.

    A Capacidade Articulatria foi analisada como normal,

    precisa, indiferenciada, travada ou exagerada. Para a voz

    cantada, a articulao de todas as pacientes foi normal, para

    a voz falada, encontrou-se na paciente A articulao normal

    e precisa e nas pacientes B e C, normal.

    As Inflexes da voz cantada foram consideradas como

    montona ou modulante, assim como sua determinao (pela

    paciente ou pela/o musicoterapeuta). Para todas as pacientes

    as inflexes foram modulantes e a determinao das inflexes

    pela paciente.

    A voz falada foi classificada de acordo com o contorno

    meldico produzido, delineada pelas formas ascendente ou

    descendente, arco, arco invertido, senoidal ou linear, para apaciente A e B arco e C, senoidal. O ltimo elemento

    considerado foi a Projeo vocal descrita como adequada ou

    inadequada, onde para todas as pacientes na voz cantada e

    falada encontrou-se projeo adequada.

    RESULTADOS

    Apresentam-se a seguir os elementos prevalentes

    encontrados no AVCan e no AVFal para o estado de humor

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    prevalente relatado, mostrando a relao entre estado de

    humor e elementos no verbais da voz, alm de outros

    resultados relevantes para a Musicoterapia.

    PACIENTE A

    A paciente nem sempre cantava e, quando chorava,

    cantava com intensidade reduzida, sem adequao de

    projeo e com inflexo e articulao indiferenciada. Em

    determinadas canes ela referia-se ao filho falecido.

    Salienta-se que na quarta sesso, a paciente revelou que sua

    semana tinha sido boa, usando alturas entre C2 e D2, sem

    projeo vocal e com a voz em intensidade fraca. No decorrer

    da sesso relatou sua tristeza devido data de aniversrio dofilho falecido. A partir desse momento cantou as alturas mais

    graves de todas as sesses. Sua fala tambm foi emitida em

    alturas graves e intensidade fraca, articulando mal as

    palavras, impossibilitando o entendimento do contedo

    verbalizado.

    O estado de humor Angustiado foi prevalente nas sete

    sesses. Nessas ocasies foram entoadas tanto alturas

    graves como agudas. O centro tonal foi mantido e

    determinado pelo musicoterapeuta, variando a intensidade de

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    adequada reduzida. O andamento apresentou-se como o

    mais lento, semelhante ao humor Tenso. A velocidade foi

    mantida e s vezes era diminuda. Apresentou articulao

    normal, precisa e indiferenciada, com inflexo montona e

    modulante. O modelo vocal foi determinado pela paciente e

    pelo musicoterapeuta. Cantou com textura homofnica, em

    projeo que alternava entre adequada e inadequada.

    Na voz falada os elementos vocais so semelhantes.

    Emitiu palavras com alturas graves. A velocidade variou de

    normal reduzida, mantendo um dos menores nmeros de

    palavras por minuto. A articulao manteve-se entre o normal

    e indiferenciada. Os contornos meldicos entoados seguiram

    a forma de arco e descendente.

    PACIENTE B

    O estado de humor Tranquilo foi prevalente em trs

    sesses. Quando cantou com a musicoterapeuta alcanou as

    alturas mais agudas, o que sozinha no conseguiu,

    independente do acompanhamento do violo. Afinou e

    manteve o andamento quando a musicoterapeuta entoava

    junto. Nestas situaes, a paciente ou atrasava ou adiantava

    o andamento, havendo necessidade de que fosse modificada

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    a velocidade da cano para que a musicoterapeuta estivesse

    com a paciente.

    Quando tranquila alcanou as alturas mais agudas

    semelhantemente ao estado no qual se declarava insegura.

    Na maioria das vezes, acompanhada pelo musicoterapeuta,

    manteve o centro tonal, entoando as melodias tanto em

    regies graves como na regio aguda. Verificou-se que a

    intensidade variava entre adequada, aumentada e reduzida. O

    andamento foi mantido, fixando-se entre o acelerado e

    diminudo, observando-se que foi o mais rpido e o mais lento

    entre os demais estados de humor. A velocidade das canes

    foi determinada preponderantemente pela musicoterapeuta.

    Articulava de forma normal, precisa e indiferenciada.

    Realizava modulaes na inflexo e ao final das sesses porvezes modulava ou vocalizava de forma montona.

    Determinao da inflexo foi dada pela paciente. A projeo

    vocal foi sempre adequada. A determinao do tom foi

    estabelecida pela musicoterapeuta e a tessitura se manteve

    em todos os estados de humor.

    Os resultados obtidos para a voz falada foram similares.

    As alturas entoadas foram as mais agudas, em intensidade

    adequada. A velocidade variava entre aumentada e normal,

    verbalizando um nmero de palavras Intermedirio. O

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    contorno meldico para a fala apresentou as formas de arco,

    arco invertido, ascendente, senoidal. A projeo vocal

    manteve-se adequada.

    A maior diferena de alturas ocorreu quando o humor

    modificou-se de Tranquila para Insegura. As alturas

    prevalentes configuram uma escala ascendente deslocando-

    se do grave quando Cansada, passando pela regio mdia

    quando Triste, alcanando o pice quando Tensa e Tranquila.

    PACIENTE C

    O acompanhamento das canes ou era executado

    harmonicamente ao teclado ou pelo playback do karaok,

    situaes nas quais o tom e o andamento eram impostos eno dependiam de escolhas.

    No houve diferenas significativas no espectro de

    alturas. O estado de humor Tenso foi prevalente nas sesses.

    Quando se identificava assim, as alturas entoadas foram as

    mais graves de todos os estados de humor, embora a

    variao entre as frequncias emitidas entre o grave e o

    agudo alcanou o intervalo de um tom e meio. O centro tonal

    foi mantido apenas no final da sesso, determinado

    principalmente pela musicoterapeuta. A intensidade vocal

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    Revista Brasileira de Musicoterapia. Ano XIII, n. 11, 2011.

    revelada foi adequada e reduzida, no andamento mais rpido,

    e mantido. s vezes articulava de forma indiferenciada,

    dificultando o entendimento das palavras. Em outras ocasies

    articulava normalmente.

    Sua inflexo vocal variava entre a monotonia e

    pequenas modulaes. Ao final das sesses a projeo vocal

    inicialmente inadequada, tornava-se mais adequada ao

    ambiente.

    Para a voz falada entoava alturas mais graves, em uma

    intensidade adequada, considerando-se que a paciente falava

    pouco durante as sesses. A velocidade das palavras

    pronunciadas por minuto s puderam ser quantificadas em

    uma situao. Nesta ocasio, a articulao manteve-se

    normal e precisa, delineada em um contorno meldico nasformas de arco, descendente, e ascendente, com projeo

    vocal adequada.

    DISCUSSO DE RESULTADOS

    Diante dos resultados descritos na seo anterior, pode-

    se observar que no decorrer de cada sesso os elementos da

    voz cantada e falada se modificaram, sinalizando que houve

    uma modulao nos estados de humor. Salienta-se que o

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    desconhecimento de canes gerou inflexes vocais

    montonas e intensidade fraca. Questiona-se aqui se os

    parmetros conhecimento prvio e gosto musical

    configuram-se em um vis determinante para a interpretao

    de dados referentes intensidade e realizao de inflexes

    vocais. Verificou-se que o gosto musical revelado pelas

    interpretaes de canes influenciou na emisso da

    intensidade e das inflexes vocais. Observa-se que as

    pacientes cantavam mais forte, realizando inflexes

    modulantes quando entoavam canes conhecidas e

    integrantes de seu repertrio predileto.

    Quanto s variveis observadas na discusso nos

    resultados surgem questes que podem alterar ou mascarar

    os resultados, como: a) quando o tom e o andamento dacano so propostos, qual o espao que o paciente possui

    para revelar-se? b) em que medida as escolhas musicais

    acolhidas ou refutadas influenciam nos resultados da emisso

    vocal? c) quando o tom da cano imposto e est

    inadequado, quais elementos podem ser colhidos? d) h

    diferena entre Cantar individualmente, em grupo, e com

    acompanhamento harmnico? e) quando o paciente est

    acometido por alguma patologia ou alguma alterao fsica

    momentnea, o estado de humor pode estar revelado pela

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    emisso vocal?

    CONCLUSO

    Para alcanar os objetivos de analisar os elementos no

    verbais da voz, pela inexistncia de outro instrumento

    avaliativo em Musicoterapia, foi necessrio elaborar um

    instrumento especfico formado por parmetros que

    descrevem as caractersticas vocais. Considerando-se que o

    mesmo foi aplicado pela primeira vez, sugere-se que este seja

    testado com outros pacientes e focado como objeto de nova

    pesquisa.

    Os elementos prevalentes foram analisados e formaram

    o corpo de dados que evidenciaram a confirmao de umarelao entre os estados de humor e os elementos no

    verbais da produo vocalfalada e cantada.

    Os resultados demonstram que a modulao dos

    estados de humor no decorrer das sesses, bem como a

    influncia do gosto esttico e o conhecimento musical, entre

    outras questes podem alterar ou mascarar a obteno de

    dados. Porm, a voz cantada apresenta diversos parmetros

    a serem analisados. Conclui-se que os estados de humor so

    detectados principalmente atravs do Cantar trazendo mais

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    informaes atravs dos elementos no verbais do que pela

    voz falada. Sublinha-se que os principais elementos

    verificados no Cantar so intensidade, andamento e inflexo.

    Pesquisas sobre o tema ainda esquivam-se de

    discorrer sobre a complexidade das informaes musicais

    presentes no Cantar, tanto do Musicoterapeuta como do

    paciente. Necessita-se de mais pesquisas na rea e embora

    os dados deste estudo sejam consistentes, ainda so

    insuficientes para consolidao dos resultados obtidos,

    levando-se em considerao a quantidade da amostra

    coletada. H de se considerar as variantes que acompanham

    o Cantar no processo musicoteraputico espontneo ou

    dirigido.

    REFERNCIAS

    ALBINATI, M. Recursos musicais aplicveis sade e educao da criana e do adolescente: Contribuies daMusicoterapia clnica peditrica. 138 f. 2008. Tese(Doutorado em Cincias da Sade)Universidade Federal de

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    ALDRIDGE, Gudrun, ALDRIDGE, David. Melody in musictherapy: a therapeutic narrative analysis. Philadelphia:Jessica Kingsley. 2008.

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    ANEXO 1 - INSTRUMENTO DE AVALIAO DA VOZCANTADA AVCan