canavilhas joao jornalistas online
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Os jornalistas online em PortugalJoo Canavilhas
Universidade da Beira Interior
ndice1 Introduo 12 Desenvolvimento do jornalismo na In-
ternet 23 O caso portugus 24 Concluso 75 Bibliografia 7
1 IntroduoO jornalismo online portugus cumpre esteano uma dcada. Durante este perodo, opas assistiu ao nascimento de vrias publi-caes exclusivamente online e criao deverses web da esmagadora maioria dos me-dia tradicionais.
Numa primeira fase, jornais, rdios e tele-vises foram atrados pela imagem de ino-vao tecnolgica associada presena naInternet e pela possibilidade de consegui-rem uma dimenso global at ento condi-cionada pelos circuitos de distribuio. Porisso, as primeiras edies online limitaram-se a transportar para a web aquilo que j fa-ziam nas verses tradicionais. S mais tardealgumas empresas perceberam o potencial daweb, tendo introduzido funcionalidades pr-prias do meio e criado novos servios apenaspossveis neste meio.
Apesar dos avanos, cedo se percebeu que
explorar as potencialidades jornalsticas daweb exigiria um investimento assinalvel.Com a economia em recesso e os merca-dos financeiros avisados aps a queda dasempresas tecnolgicas, a procura de um mo-delo econmico que viabilize o negcio dainformao online tornou-se num objectivono cumprido at aos dias de hoje.
Numa fase inicial, pensou-se que a supres-so das despesas relativas ao papel e dis-tribuio colocaria os custos de produo deuma publicao online ao nvel das receitasoriundas da publicidade, o que no se veri-ficou. Apesar das receitas publicitrias on-line continuarem a crescer, os valores atin-gidos ainda esto longe de cobrir os custosinerentes a uma publicao pensada para aweb. Por isso, a adopo de um modelo eco-nmico anlogo aos das televises e rdioshertzianas baseado quase exclusivamentena publicidade parece no ser, para j, omais indicado.
Uma das alternativas publicidade o pa-gamento dos contedos. Em Abril de 2005,ms em que a verso online do PBLICOpassou a ser paga, Jos Vtor Malheiros, jus-tificava1 esta opo com a necessidade de au-mentar as receitas. Segundo ele, para almdo aumento de custos decorrente da necessi-
1 http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=04&d=03&id=14009&sid=1537
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dade de mais recursos humanos e tcnicos, averso online levou ao desaparecimento dasassinaturas oriundas do estrangeiro, pelo quea situao se tornou ainda mais difcil para osector online. Por isso, a empresa optou porum modelo de negcio assente no pagamentodo acesso informao. Porm, a experin-cia de outros sectores econmicos indica que difcil convencer os consumidores a paga-rem um bem ou servio quando ele foi for-necido gratuitamente durante um longo pe-rodo. A excepo verifica-se quando essebem ou servio sofre melhorias significati-vas: neste caso, os clientes esto dispostos amudar de atitude, pagando o bem ou servio.
O estudo A Internet e a Imprensa em Por-tugal, publicado em 2003, d bons indicado-res nesse sentido, identificando as vrias ra-zes que levariam os consumidores a pagarinformao online: personalizao, desejode aceder a informao com suporte multi-mdia, a actualizao permanente e possibi-lidade de trocar informaes com os jorna-listas, so algumas das razes que, segundoos inquiridos, os levariam a pagar o acesso informao online. A resposta a estes an-seios implica necessariamente que o jorna-lismo na web entre numa nova fase de de-senvolvimento.
2 Desenvolvimento dojornalismo na Internet
John Pavlik (2001) sistematizou a evoluodo jornalismo na web em trs fases:
Fase 1. Os contedos disponibilizados on-line so os mesmos que antes foram publica-dos nas verses tradicionais do meio.
Fase 2. Os contedos so produzidos uni-camente para as verses online, contendo j
hiperligaes, aplicaes interactivas e, nal-guns casos, fotos, vdeos ou sons.
Fase 3. Contedos desenvolvidos exclusi-vamente para a web, tirando partido de todasas suas caractersticas.
Esta ltima fase, a que chamamos Web-jornalismo, caracteriza-se pela produo deinformao de cariz noticioso com recursoa uma linguagem constituda por palavras,sons, imagens - estticas ou em movimento- e hiperligaes, tudo combinado num todocoerente, interactivo, aberto e de livre nave-gao para os utilizadores.
justamente nesta fase que os factoreseconmicos adquirem especial importncia,no s ao nvel da emisso, como ao da re-cepo.
Recepo: Embora o nmero de utiliza-dores continue a crescer de forma exponen-cial, a banda larga ainda uma miragem paragrande parte da populao. A integrao devdeo e som na notcia, por exemplo, exigemlargura de banda, pois de outra forma os uti-lizadores desistem de aceder aos contedosmultimdia.
Emisso: a dificuldade em financiar osprojectos online tem sido o maior entrave aodesenvolvimento de uma nova linguagem. Aproduo de informao multimdia implicaa existncia de profissionais que dominem oprocesso de produo noticiosa mas que, emsimultneo dominem um conjunto de ferra-mentas informticas que lhes permita traba-lhar contedos multimdia.
3 O caso portugusO jornalismo que actualmente se faz na webencontra-se ainda na segunda fase de de-senvolvimento preconizada por Pavlik. Namaior parte dos casos, aquilo a que se chama
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jornalismo online a disponibilizao de no-tcia de ltima hora. Jornais exclusivamenteonline, como o Dirio Digital ou o PortugalDirio, esto longe de ter entrado na fase dewebjornalismo. O Dirio Digital funcionacomo uma espcie de jornalismo de agncia,ao qual se juntam hipertexto, arquivo, artigosde opinio e a possibilidade de contactar osjornalistas.
O Portugal Dirio, por seu lado, acres-centa a tudo isto algumas novas funcionali-dades e ainda dossiers multimdia que seresumem a textos, fotografias e, nalguns ca-sos, curtos vdeos.
As restantes publicaes fornecem edi-es online com caractersticas muito seme-lhantes s das suas verses tradicionais, ti-rando partido de algumas caractersticas daweb mas, ainda assim, muito longe de ex-plorarem as potencialidades do meio. Casoscomo a TSF online ou a SIC online funcio-nam com base em texto, ao qual acrescen-tam os hipermdia2 naturais de cada um dosmeios: som ou vdeo.
A marca mais visvel de uma terceira fasede desenvolvimento do jornalismo na web a oferta de infografias multimdia. Porm,ainda so poucas as publicaes portuguesasque apostam no Flash, uma ferramenta compotencial para criar um novo gnero jornals-tico no online.
Apesar de tudo, os jornalistas que traba-lham no online partilham um conjunto de va-lores comuns e tm uma noo clara da si-tuao que vivem, pelo que o ponto de par-tida para a anlise da situao do jornalismona web passa necessariamente por conhecer
2 Utiliza-se a palavra hipermdia para referir foto-grafias, clips de vdeo/udio ou animaes em flash.
a classe, suas caractersticas, dificuldades eanseios.
3.1 MetodologiaNo ms de Fevereiro de 2005 foram identi-ficadas as publicaes online existentes emPortugal e compilados os contactos dos seusjornalistas. Nas 253 publicaes exclusiva-mente online, ou com uma verso online, fo-ram recolhidos os endereos electrnicos de93 jornalistas4 .
No contacto estabelecido, 8 endereoselectrnicos estavam errados e 5 publicaesno responderam, pelo que o universo do es-tudo ficou reduzido a 20 publicaes com 79jornalistas. Destes, 54 preencheram o inqu-rito enviado por correio electrnico.
Os inquiridos responderam a 17 questesdivididas em quatro grandes grupos: dadospessoais, experincia profissional, formaoe utilizao da Internet.
Foi ainda includo um grupo de questesdestinados a integrar os dados recolhidos, so-licitando a concordncia ou discordncia emrelao a algumas frases onde se abordavamquestes ligadas sua actividade profissio-nal.
3.2 AmostraDe um universo 79 jornalistas foram rece-bidos 54 inquritos, conseguindo-se assimuma Taxa de Retorno de 71%, um valor sufi-ciente para validar os resultados.
3 Das publicaes identificadas, 5 forneciam umendereo nico, por isso considerou-se a existnciade um s jornalista na redaco.
4 Neste trabalho o termo jornalista entendidocomo o profissional que trabalha numa publicao on-line, no sendo considerada a necessidade de carteiraprofissional.
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3.2.1 Sexo
A observao das fichas tcnicas das publi-caes online permite afirmar que as mulhe-res (54,9%) esto em maioria no universo dojornalismo online. A amostra que serviu debase a este estudo reflecte esse mesmo dom-nio, com 59,3% dos inquiridos a pertencer aosexo feminino.
3.2.2 Idade
O escalo etrio mais representado o dos26/35 anos (59,3%), seguido dos que tmmenos de 25 anos (24,1%), do grupo 36/45(12,9%) e do escalo 46/55 (3,5%).
A percentagem de jornalistas portuguesescom menos de 35 anos (83,4%) concor-dante com o que se verifica na Amrica La-tina, onde 87%5 tem entre 20 e 30 anos, umdado que no surpreende dado estarmos a fa-lar de um fenmeno recente.
A proporo homens/mulheres no uni-forme em todos os escales. A diferena particularmente desequilibrada nos gru-pos dos menores de 25 anos e dos 36/45.No caso dos jornalistas em incio de car-reira, as mulheres representam 84,6%, sendoque os poucos homens pertencentes a estegrupo trabalham numa publicao online di-zem que o trabalho neste meio foi um re-curso.
No grupo etrio 36/45 regista-se precisa-mente o caso contrrio, com 85,7% dos jor-nalistas a pertencerem ao sexo masculino e98,1% a afirmarem que o trabalho no onlinefoi uma opo.
5 http://www.noticiasdot.com/publicaciones/2004/0404/2604/noticias260404/noticias260404-15.htm
3.3 Experincia profissionalA maioria dos jornalistas que trabalha nasedies online est em incio de carreira:53,75% exerce a profisso h menos de 5anos, 29,6% trabalha h 6 /10 anos e apenas14,8% trabalha h mais de 11 anos.
O facto do grupo mais representado sero dos jornalistas em incio de carreira po-dia indicar que o online um recurso paraos que no encontram colocao nos meiostradicionais. Porm, apenas 38,9% dos jor-nalistas afirma que o trabalho no online foium recurso, enquanto 61,1% defende quea escolha do online foi efectuada por von-tade prpria. A ideia parece ser reforadapelo facto de apenas 35,2% dos inquiridoster comeado a sua carreira no online. Osrestantes inquiridos optaram por sair de ou-tros meios para ingressarem no online, com35,2% vindo da imprensa escrita, 22,2% dardio e 7,4% da televiso.
Este grupo de jornalistas online origin-rios de outros meios considera mesmo queo trabalho no online mais gratificante(59,3%), enquanto 29,6% diz preferir outromeio e 11,1% no tem opinio.
Em termos de organizao das redacesonline, e contrariamente ao que vulgar nosmeios tradicionais, o trabalho em diferenteseditorias prtica habitual, com 46,3% dosinquiridos a trabalhar para vrias seces.Seguem-se as seces de Sociedade (27,8%),Poltica (22,2%), Nacional (16,7%), Cultura(12,9%), Desporto (11,1%) e Internacional(5,6%).
3.4 FormaoA esmagadora maioria dos jornalistas inqui-ridos (90,7%) refere que a web um novo
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meio de comunicao social e h um con-senso (98,1%) quando referem que o jorna-lismo online no apenas uma moda. Estesdados permitem afirmar que a identificaode uma linguagem jornalstica prpria para aweb e a necessidade de formao especficanesta rea adquirem uma importncia cru-cial.
A formao na empresa a situao maishabitual entre os profissionais que trabalhamno online (53,7%). Destes, 77,3% teve for-mao em actividade, contra apenas 22,7%que adquiriu competncias nesta rea emcursos fornecidos pela empresa. Os restan-tes inquiridos receberam formao espec-fica no Ensino Superior (16,7%) ou no Cen-jor (9,3%). H ainda uma percentagem sig-nificativa de jornalistas (33,3%) que no tevequalquer tipo de aco formativa.
A baixa percentagem de jornalistas querecebeu formao no Ensino Superior e aemergncia dos meios online levam 94,4%dos inquiridos a considerar que a opo dejornalismo online deve ser introduzida nocurrculo das escolas.
Actualmente, seis escolas de Ensino Supe-rior portugus ministram uma disciplina dejornalismo online, embora com denomina-es diferentes. Outras escolas incluem noseu curriculum disciplinas ligadas temticadigital onde o jornalismo online abordado.
Embora 88,9% dos jornalistas considereimportante o domnio de ferramentas des-tinadas produo de contedos multim-dia, o inqurito revelou que os softwa-res mais utilizados so os processadores detexto (96,3%), os programas destinados tra-tamento digital de fotografias (87%) e as fo-lhas de clculo (31,5%). As ferramentas deproduo multimdia tm utilizaes mar-ginais: animao vectorial (16,6%), edio
de som (14,8%), edio de HTML (12,9%),edio de vdeo (7,4%) e edio electrnica(5,6%).
Justamente por falta de formao, ou poropo da empresa, os hipermdia ainda noso muito utilizados nas publicaes portu-guesas. Apenas 68,5% dos jornalistas utilizao hipertexto nos seus artigos, embora 74,1%considere que se trata de um bom auxiliar nahora de construir a notcia.
A integrao de vdeo ou som na notcia mais rara, com 44,4% a referir a sua utiliza-o. Embora as percentagens paream sig-nificativas, a realidade algo diferente. Aanlise das publicaes onde trabalham es-tes jornalistas permite observar uma utiliza-o diminuta do som/vdeo. Ainda assim, esalvo rarssimas excepes, o som e vdeoso usados apenas pelas edies online dosmeios que, na sua verso tradicional, ofere-cem este tipo de formato. A TSF Online, porexemplo, disponibiliza sons, tal como a SICOnline disponibiliza vdeos. Ou seja, os hi-permdia so usados apenas como comple-mento, no se verificando a sua integraona notcia.
O recurso ao hipertexto comea a ser maisvulgar nas publicaes portuguesas, emboraa sua utilizao se fique pela referncia a ar-tigos relacionados com a notcia.
3.5 Utilizao da InternetDas vrias funes oferecidas pela Internet,a procura de informao a mais referida(100%) pelos jornalistas. Seguem-se a lei-tura/envio de correio electrnico (98,1%), aactualizao de dados (90,7%), o contactocom fontes (87%), a formao (81,5%) e ocontacto com especialistas (72,2%).
Para as pesquisas na web, o motor prefe-
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rido dos jornalistas o Google (94,4%), se-guido do Yahoo (31,5%), do SAPO (29,6%),do Altavista (24,1%) e do A9 (7,4%). con-sensual que a web facilitou uma das activida-des base do jornalismo, a pesquisa.
Uma das caractersticas que distingue ojornalismo online do jornalismo desenvol-vido nos restantes meios a possibilidadedos leitores contactarem os jornalistas. Po-rm, essa possibilidade no exploradanas edies online portuguesas, pois ape-nas 22,2% assina os trabalhos com endereoelectrnico prprio. A prova de que os lei-tores apreciam esta possibilidade o factode 91,6% dos que assinam com endereoprprio receber mensagens dos seus leitores:72,7% recebe 1 a 5 mensagens por artigo e27,3% recebe 6 a 10 mensagens. Quase me-tade dos jornalistas (45,5%) responde a todosas mensagens, exactamente a mesma percen-tagem de jornalistas que responde apenas aalgumas.
Os sites mais utilizados para actualiza-o de informaes so a Lusa (44,4%), oPblico (18,5%), a TSF (14,8%), a BBC(12,9%), o Dirio Digital (11,1%), o ElMundo (9,3%) e a CNN (7,4%). So aindareferidas mais 17 fontes de informao, mui-tas delas ligadas a reas de trabalho especfi-cas de determinadas seces.
O facto da Internet ter aumentado a ofertade informao poderiam tornar o jornalistadispensvel, mas no isso que pensam osjornalistas online: 98,1% dos inquiridos dizque o excesso de informao , justamente,uma situao que refora a necessidade dejornalistas que hierarquizem e seleccionem ainformao.
Neste estudo foi pedido aos jornalistas quedefinissem jornalismo online. Embora asdefinies variem bastante, h termos que se
repetem. O mais referido jornalismo ac-tualizado ao minuto.
Com a questo da velocidade em desta-que, foi perguntado aos jornalistas se jus-tificvel cometer incorreces para ser o pri-meiro a dar a notcia. Os resultados referemque 90,1% rejeita esta hiptese, um valoralto mas que deixa ainda 9,9% de jornalis-tas para quem ser o primeiro a avanar umainformao justifica a falta de rigor.
Face possibilidade de actualizao cons-tante das notcias, perguntou-se ainda aosjornalistas se justificvel que algumas pu-blicaes online tenham periodicidade. Osdados revelam que 62,9% dos inquiridosdiscorda, defendendo uma actualizao aoritmo dos acontecimentos.
Para alm da questo da velocidade, osjornalistas definiram ainda jornalismo onlinecomo eficaz, imediato e sinttico, misto depapel e rdio, consequncia tecnolgica,complemento para os restantes meios ou,simplesmente, jornalismo com um tempode vida mais reduzido. Foram ainda assi-nalados termos como opinio, gratuitidade,emoo, opinio e interaco.
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4 ConclusoPodemos dizer que os jornalistas online por-tugueses so, sobretudo, jovens em incio decarreira, o que natural dado tratar-se deuma rea de especializao recente. Estesjornalistas so profissionais que esto no on-line por opo, embora entre o sexo femininose registe uma rejeio inicial ao online.
Embora reconhea que o domnio das fer-ramentas online muito importante para aprofisso, a esmagadora maioria dos jor-nalistas apenas domina processadores detexto, programas de tratamento de imageme softwares de edio online prprios da suapublicao, tendo obtido esta ltima com-petncia em formao na prpria empresa.Acreditando que o online no apenas umamoda, os jornalistas recomendam s escolasa integrao de algumas disciplinas especfi-cas nos currculos.
Das caractersticas fundamentais do jorna-lismo na web - multimdia, interactivo, hi-pertextual, personalizado e memria ape-nas a interactividade foi amplamente re-ferida pelos jornalistas portugueses que par-ticiparam neste estudo. Se lhe juntarmosa actualizao permanente, ficamos comuma imagem daquilo que a realidade di-ria das publicaes informativas portuguesasdisponveis na web: integrao de hiperme-dia quase inexistente, fraca utilizao do hi-pertexto e aposta nas notcias de ltima hora,num modelo muito semelhante aos das agn-cias de notcias.
Por detrs desta realidade parece estar adificuldade em encontrar um modelo de ne-gcio que viabilize as publicaes online. Ostrs modelos at agora testados - pagamentodo acesso informao, registo para acessogratuito edio do dia e acesso sem restri-
es no mostraram ser capazes de viabi-lizar o negcio. O modelo misto acessogratuito maior parte dos contedos + pu-blicidade direccionada (em resultado da ne-cessidade de registo) + venda de contedos -parece ser o modelo mais promissor, j quegarante o essencial para viabilizar o negcio:a existncia de pblico.
Neste mar de dvidas relacionadas comquestes financeiras, h uma certeza: o web-jornalismo ter de encontrar uma linguagemque tire partido das caractersticas do meio.Este estilo de informao exige investimen-tos, como se viu, grande parte do qual em re-cursos humanos qualificados, algo que o sis-tema de ensino deve ter em considerao nostempos vindouros.
5 BibliografiaCanavilhas, Joo Messias. A notcia no web-
jornalismo: arquitectura e leitura daimagem 152-171 em Brasil A, Alza-mora G. e outros (org). Cultura emFluxo: novas mediaes em rede, Mi-nas Gerais , Edit. PUC-Minas, 2004
Noci, Javier Daz y Salaverria, Ramn (co-ord), Manual de Redaccin Ciberperi-odstica, Barcelona, Ariel Comunica-cin, 2004
Pavlik, John, Journalism and new media,New Cork, Columbia University Press,2001
Valcarce, David P. y Marcos, Jos A. Ciber-periodismo. Madrid, Sintesis, 2004
Ward, Mike, Journalism Online, Oxford, Fo-calPress, 2002
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Textos OnLineCabrera Gonzlez, M.A. [2000] Conviven-
cia de la prensa escrita y la prensaon line en su transicin hacia elmodelo de comunicacin multimdia,http://www.ucm.es/info/perioI/Period_I/EMP/Numer_07/7-4-Comu/7-4-01.htm, consultado em 15 de Maio de 2005
Fidalgo, Antnio [2000] JAC JornalismoAssistido por computador, http://www.labcom.ubi.pt/jac/o_que_e_jac.html,consultado em 22 de Abril de 2005
Estudos OnLineA Internet e a Imprensa em Portugal - Estudo
da Vector XXI, http://www.vector21.com/pd/estudosmercado/, consultado em2 de Maio de 2005
Participaram neste estudo jornalistasdas seguintes publicaes: Azores News,Canal de Notcias do IPV, Dirio Digital, Ex-presso OnLine, Fbrica de Contedos, OesteOnLine, OnLine News, Portugal Dirio, Mo-liceiro, Mundo Luso, Record OnLine, RTPOnLine, Setbal na Rede, SIC OnLine, Sin-tra Digital, Pblico OnLine, TSF Online,Urbi@Orbi, Tinta Fresca, Viso OnLine.
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