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Campo Grande-MS | Quinta-feira, 5 de janeiro de 2017 o Estado Mato Grosso do Sul A3 Estamos com sangue quente e querendo trabalhar Pastor Jeremias Flores, vereador de Campo Grande [email protected] Política Em visita ao Paço Municipal, Azambuja falou com prefeito de ações conjuntas em dois setores Henrique Drobnievski Agenda na prefeitura traçou metas de trabalho para recapeamento de vias Agora vai Com a determinação de reduzir em 30% o gasto com comissionados, a gestão de Marquinhos Trad (PSD) também se projeta a dois desafios que foram enfrentados na prefeitura sem sucesso nos últimos três anos. Caberá ao novo governo municipal equilibrar o fluxo de caixa, para que, com reservas, a gestão não dependa mais do dinheiro que entra no mês a fim de quitar “débitos do mês”. No cenário instável de entradas que a crise imprime, apesar da estabilidade de que a receita própria de Campo Grande goza no comparativo entre os últimos exercícios anuais, somente um controle efetivo do planejamento dará à Capital o retorno a uma condição que já existiu, mas que foi varrida por conta de mudanças em modelo de governo, aumentos vegetativos de pisos salariais de categorias e sobretudo pela redução de repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Recuo providencial Desde 2014, a Capital vive um índice de comprometimento da RCL (Receita Corrente Líquida) com folha de pessoal acima de 51%, isso sem incluir no cálculo de impacto fiscal o que se gastava com terceirizados da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária. Por fora Somente com os convênios, de acordo com levantamento de uma investigação da Câmara Municipal, a despesa girava em torno de R$ 110 milhões, dinheiro que equivale a mais que o custo de um mês da folha de pessoal da prefeitura. Caso haja recontratações desses convênios, o Ministério Público Estadual requer que a despesa “não seja mais calculada por fora”. Dois pesos, duas medidas Curiosamente, vale lembrar que os R$ 8,5 milhões mensais gastos com a Omep e Seleta, até abril de 2016, eram o mesmo valor que a prefeitura precisaria para atender a exigência de integralização dos professores da Reme (Rede Municipal de Educação) ao piso nacional. Isso quando a atualização da remuneração ficava na casa dos 11,37%, o que foi acumulando e acumulando desde 2014. Tá valendo “Vale para os 79 municípios: o governo do Estado senta, dialoga, a gente não assume as responsabilidades que não são nossas, mas somos parceiros em trabalhar junto por uma cidade”, voltou a dizer sobre parcerias o governador Reinaldo Azambuja, ontem (4). Recurso Estados e municípios receberão neste mês R$ 175,8 milhões para ações de vigilância e custeio de agentes de endemias. Desse total, R$ 100,9 milhões são destinados aos Agentes de Combate a Endemias, fundamentais na prevenção e no controle de doenças como dengue, chikungunya e zika. Boas energias No ritmo de boas energias, o deputado estadual Beto Pereira (PSDB) desejou sucesso, em 2017, a todos os prefeitos de Mato Grosso do Sul em sua página do Facebook. Que seja! Tamo junto “A primeira semana deste novo ano começa com muito trabalho, principalmente para os prefeitos eleitos e reeleitos em 2016. Por isso, quero desejar aos administradores de todos os municípios boa sorte e muito equilíbrio para conduzir as cidades e garantir qualidade de vida à população. Coloco o nosso mandato à disposição dos prefeitos”, destacou o parlamentar. Ajuste de regras Mato Grosso do Sul ajustou as regras da lei previdenciária estadual (MSPrev) para corrigir distorções na concessão de pensão por morte. A atualização aprovada pela Assembleia Legislativa, em 2016, com a lei 4.963, já foi aprovada em “Diário Oficial” neste ano. Como fica? Para o cônjuge ou companheiro, a duração do benefício segue conforme a idade. Menos de 21 anos –3 anos de benefício; entre 21 e 26 anos –seis anos de benefício; entre 27 e 29 anos –10 anos de benefício; entre 30 anos e 40 anos –15 anos de benefício; entre 41 e 43 –20 anos de benefício; e para 44 anos ou mais –pensão vitalícia. Colaboraram Danilo Galvão e Alana Regina Bastidores DE MARQUINHOS TRAD (PSD), prefeito de Campo Grande, sobre as providências que toma quanto ao pagamento de exonerados do Executivo que tinham contrato pela Omep ou Seleta. Vou dar prazos exequíveis para a prefeitura não enrolar mais o MPE, porque não quero resolver o problema apenas por seis meses Aliança Nada de recesso Omep e Seleta Marquinhos recebe governador ‘em casa’ e confirma parceria Além da Omep e Seleta, Câmara Municipal também fiscaliza, por colegiado, o IMPCG Gestão cita prazo sobre pagar exonerados Danilo Galvão e Bruno Arce O terceiro dia de adminis- tração municipal para Marqui- nhos Trad foi de visita oficial. Porém, desta vez o anfitrião foi o prefeito, que no Paço Mu- nicipal se encontrou com o go- vernador Reinaldo Azambuja, em agenda que também teve a presença do presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha (PSDB). Há uma década um chefe do Executivo estadual não visitava o gabi- nete do gestor da Capital. “Foi extremamente positiva a reunião com o Marcos e sua equipe, primeiro para um diá- logo aberto e permanente, que ele vai ter com toda a equipe do governo. Juntos podemos solu- cionar os problemas de Campo Grande”, disse Reinaldo sobre a ida à prefeitura. Na agenda os assuntos que predominaram foram o estabelecimento con- tínuo de parcerias, possível es- treitamento para políticas pú- Danilo Galvão Mesmo em recesso oficial, as atividades da Câmara de Verea- dores de Campo Grande seguem com ritmo que nada parece com o de férias. Reformulada com dois terços dos parlamen- tares, a Casa de Leis opera com comissões especiais que têm ajudado o Legislativo a se firmar presente em questões ur- gentes como a dos pagamentos de acertos de desligados da pre- feitura, que tinham vínculo pela Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária. Ontem (4) foi a vez de outro colegiado interno iniciar uma fiscalização a outro assunto, que foi denunciado em 2016, mas que não evoluiu na apuração de autoridades. No plenarinho Edroim Re- verdito, a Comissão Especial para Acompanhamento e Re- estruturação do IMPCG (Insti- tuto Municipal de Previdência de Campo Grande) realizou o seu primeiro encontro, no qual ficou definida a presidência e a relatoria do grupo de trabalho, além da metodologia de ação. Os postos serão ocupados pelos vereadores Enfermeiro Fritz (PSD) e Enfermeira Cida Amaral (PTN), que estreiam na Câmara em 2017. “A prefeitura está fazendo um diagnóstico completo da situação do IMPCG, para termos encaminhamentos mais sólidos sobre as irregularidades e es- tarmos conduzindo os traba- lhos da comissão”, avisou o presidente do colegiado, sobre o monitoramento do instituto. Denúncia levada à tribuna da Assembleia Legislativa, pelo deputado estadual Coronel David (PSC), citou um eventual sumiço de R$ 100 milhões do órgão, desde 2013. O grupo é composto ainda pelos vereadores Pastor Jere- mias Flores (PT do B), William Maksoud (PMN), Chico Ve- terinário (PSB) e Livio Leite (PSDB). O primeiro encaminha- mento decidido pela Comissão foi a elaboração de ofícios soli- citando cópias dos livros fiscais e dos diários dos anos de 2010 a 2016, referentes às contas do Instituto Municipal de Previ- dência de Campo Grande. “Esse dinheiro desapareceu. Também fico preocupado com a qualidade de trabalho dispo- nível para os nossos servidores e colegas”, afirmou o vereador Chico Veterinário, na reunião que será a primeira de encon- tros regulares da comissão. (Com assessoria) Karina Campos A comissão da Câmara de Vereadores de Campo Grande que acompanha o problema dos funcionários desligados da prefeitura, que mantinham vínculo com o Executivo por meio da Omep (Organização Mundial para Educação Pré- -Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, e foram desligados, obteve res- posta do Executivo quanto a uma expectativa de resolução da conta em aberto. O novo pre- feito da Capital garante que até o dia 10 de janeiro há chance de boa notícia para os ex-colabora- dores que ainda esperam pelo dinheiro da rescisão e também pelo pagamento de dezembro. “São dois problemas, um deles é o pagamento. Com re- ferência ao pagamento deles, o MPE quer saber onde é que está esse dinheiro. Eles [fun- cionários Omep/Seleta] estão reclamando do salário deles e a Câmara informou que teve a suplementação específica para isso, e cadê?”, destacou Marquinhos, em relação à pen- dência deixada pela adminis- tração anterior, mesmo com a autorização para remaneja- mento de recursos, da ordem de R$ 30 milhões, que permitiram o pagamento dos R$ 5,5 milhões que restam das rescisões. O chefe do Executivo res- saltou ainda que se pretende detalhar planos e planeja- mentos para honrar a decisão judicial do MPE . Entre as pos- sibilidades, uma levantada é a de um novo concurso, desde que as contratações mantenham a prefeitura dentro do limite de comprometimento da RCL (Receita Corrente Líquida) com gasto de pessoal. “Vou dar prazos exequíveis para a prefeitura não enrolar mais o MPE, porque não quero resolver o problema apenas por seis meses”, relatou o prefeito. Estima-se que 3.900 cargos das duas entidades ainda precisem de pagamento de acertos do desligamento com a prefeitura, o que, segundo informações de dezembro do ano passado, necessitariam de investimento direto do Exe- cutivo em R$ 5,5 milhões. A administração municipal, com Marquinhos Trad, herdou so- mente parte do dinheiro para quitar a folha de dezembro (paga em janeiro) e ainda recebeu pendências do 13º para quitar. O dinheiro da arrecadação do IPTU 2017 e da campanha de conciliação fiscal se tornaram a saída. O rombo, que o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Pedro Pedrossian Neto, acusa da passagem de governo na pre- feitura é de R$ 93 milhões, dinheiro que Marquinhos pre- cisará levantar, o que Alcides Bernal obrigatoriamente de- veria ter deixado para parte dos débitos de folha de pessoal pendentes. blicas de habitação e também obras de infraestrutura na malha viária do município. Marquinhos, por sua vez, enfatizou que o acordo entre as duas administrações des- trói muros que existiam há anos entre Campo Grande e o governo do Estado. Empol- gado com a reunião, o prefeito disse inclusive que a aliança pode talvez até cruzar 2017. Segundo ele, o encontro se tornou possível graças a ini- ciativa do governo em querer conhecer a sua equipe admi- nistrativa. “Andar com pessoas que buscam ajudar a cidade é sempre bem-vindo. A atitude dele foi totalmente altruísta e republicana, e para nós significa um ponto de partida a fim de que os dois governos andem de mãos dadas”, citou Marquinhos. O presidente da Câmara Municipal destacou que a par- ceria entre o prefeito e o go- vernador é algo fundamental para que Campo Grande se recupere dos problemas que vem enfrentando nos últimos anos. João Rocha comentou na visita que a convergência ajudará em problemas emer- genciais da cidade, contudo, a longo prazo, tende a fornecer resultados ainda maiores, que já poderiam ter sido al- cançados antes, se houvesse o mesmo tipo de viabilidade anteriormente. Sem decolar, última aproximação seria para alinhamento em 40 projetos A aproximação de Azam- buja e Marquinhos reabre uma perspectiva anunciada no ano passado, em abril, quando o governador recebeu no seu ga- binete o ex-prefeito de Campo Grande. Na ocasião, o governo do Estado sinalizou com R$ 14,5 milhões de recursos próprios para investimento apenas na avenida Euler de Azevedo e a prefeitura solicitou apoio em 40 projetos, que envolviam a recuperação de ruas e avenidas e até recuperação de pontes. Na época, o encontro dos dois chefes de Executivo ocorreu há 19 semanas do período oficial de campanha, quando Alcides Bernal ainda tentava fechar uma coalizão com o PSDB. Con- tudo, o ninho tucano definiu Rose Modesto como candidata a prefeita, que inclusive tirou Al- cides Bernal do segundo turno das eleições, por uma diferença de apenas 2.610 votos, o equiva- lente a 0,61% dos votos válidos na disputa. Nos debates, protagonizando um duelo particular no acesso à continuidade do pleito, a vice- -governadora defendeu que o candidato do PP havia recusado os investimentos do governo do Estado, tratados na reunião de abril, ao passo que o prefeito, que tentava a reeleição relatou a espera pela concretização do que foi prometido pelo Execu- tivo estadual.

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Campo Grande-MS | Quinta-feira, 5 de janeiro de 2017 o EstadoMato Grosso do Sul

A3

Estamos com sangue quente e querendo trabalharPastor Jeremias Flores, vereador de Campo [email protected]

Política

Em visita ao Paço Municipal, Azambuja falou com prefeito de ações conjuntas em dois setores

Henrique Drobnievski

Agenda na prefeitura traçou metas de trabalho para recapeamento de vias

Agora vai Com a determinação de reduzir em 30% o gasto com

comissionados, a gestão de Marquinhos Trad (PSD) também se projeta a dois desafios que foram enfrentados na prefeitura sem sucesso nos últimos três anos. Caberá ao novo governo municipal equilibrar o fluxo de caixa, para que, com reservas, a gestão não dependa mais do dinheiro que entra no mês a fim de quitar “débitos do mês”. No cenário instável de entradas que a crise imprime, apesar da estabilidade de que a receita própria de Campo Grande goza no comparativo entre os últimos exercícios anuais, somente um controle efetivo do planejamento dará à Capital o retorno a uma condição que já existiu, mas que foi varrida por conta de mudanças em modelo de governo, aumentos vegetativos de pisos salariais de categorias e sobretudo pela redução de repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Recuo providencial Desde 2014, a Capital vive um índice de comprometimento

da RCL (Receita Corrente Líquida) com folha de pessoal acima de 51%, isso sem incluir no cálculo de impacto fiscal o que se gastava com terceirizados da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária.

Por foraSomente com os convênios, de acordo com levantamento

de uma investigação da Câmara Municipal, a despesa girava em torno de R$ 110 milhões, dinheiro que equivale a mais que o custo de um mês da folha de pessoal da prefeitura. Caso haja recontratações desses convênios, o Ministério Público Estadual requer que a despesa “não seja mais calculada por fora”.

Dois pesos, duas medidasCuriosamente, vale lembrar que os R$ 8,5 milhões

mensais gastos com a Omep e Seleta, até abril de 2016, eram o mesmo valor que a prefeitura precisaria para atender a exigência de integralização dos professores da Reme (Rede Municipal de Educação) ao piso nacional. Isso quando a atualização da remuneração ficava na casa dos 11,37%, o que foi acumulando e acumulando desde 2014.

Tá valendo“Vale para os 79 municípios: o governo do Estado senta,

dialoga, a gente não assume as responsabilidades que não são nossas, mas somos parceiros em trabalhar junto por uma cidade”, voltou a dizer sobre parcerias o governador Reinaldo Azambuja, ontem (4).

RecursoEstados e municípios receberão neste mês R$ 175,8

milhões para ações de vigilância e custeio de agentes de endemias. Desse total, R$ 100,9 milhões são destinados aos Agentes de Combate a Endemias, fundamentais na prevenção e no controle de doenças como dengue, chikungunya e zika.

Boas energiasNo ritmo de boas energias, o deputado estadual

Beto Pereira (PSDB) desejou sucesso, em 2017, a todos os prefeitos de Mato Grosso do Sul em sua página do Facebook. Que seja!

Tamo junto“A primeira semana deste novo ano começa com

muito trabalho, principalmente para os prefeitos eleitos e reeleitos em 2016. Por isso, quero desejar aos administradores de todos os municípios boa sorte e muito equilíbrio para conduzir as cidades e garantir qualidade de vida à população. Coloco o nosso mandato à disposição dos prefeitos”, destacou o parlamentar.

Ajuste de regrasMato Grosso do Sul ajustou as regras da lei

previdenciária estadual (MSPrev) para corrigir distorções na concessão de pensão por morte. A atualização aprovada pela Assembleia Legislativa, em 2016, com a lei 4.963, já foi aprovada em “Diário Oficial” neste ano.

Como fica?Para o cônjuge ou companheiro, a duração do benefício

segue conforme a idade. Menos de 21 anos –3 anos de benefício; entre 21 e 26 anos –seis anos de benefício; entre 27 e 29 anos –10 anos de benefício; entre 30 anos e 40 anos –15 anos de benefício; entre 41 e 43 –20 anos de benefício; e para 44 anos ou mais –pensão vitalícia.

Colaboraram Danilo Galvão e Alana Regina

Bastidores

DE MARQUINHOS TRAD (PSD), prefeito de Campo Grande, sobre as providências que toma quanto ao pagamento de exonerados do Executivo que tinham contrato pela Omep ou Seleta.

Vou dar prazos exequíveis para a prefeitura não enrolar mais o MPE, porque não quero resolver o problema apenas por seis meses

Aliança

Nada de recesso

Omep e Seleta

Marquinhos recebe governador ‘em casa’ e confirma parceria

Além da Omep e Seleta, Câmara Municipal também fiscaliza, por colegiado, o IMPCG

Gestão cita prazo sobre pagar exonerados

Danilo Galvão e Bruno Arce

O terceiro dia de adminis-tração municipal para Marqui-nhos Trad foi de visita oficial. Porém, desta vez o anfitrião foi o prefeito, que no Paço Mu-nicipal se encontrou com o go-vernador Reinaldo Azambuja, em agenda que também teve a presença do presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha (PSDB). Há uma década um chefe do Executivo estadual não visitava o gabi-nete do gestor da Capital.

“Foi extremamente positiva a reunião com o Marcos e sua equipe, primeiro para um diá-logo aberto e permanente, que ele vai ter com toda a equipe do governo. Juntos podemos solu-cionar os problemas de Campo Grande”, disse Reinaldo sobre a ida à prefeitura. Na agenda os assuntos que predominaram foram o estabelecimento con-tínuo de parcerias, possível es-treitamento para políticas pú-

Danilo Galvão

Mesmo em recesso oficial, as atividades da Câmara de Verea-dores de Campo Grande seguem com ritmo que nada parece com o de férias. Reformulada com dois terços dos parlamen-tares, a Casa de Leis opera com comissões especiais que têm ajudado o Legislativo a se firmar presente em questões ur-gentes como a dos pagamentos de acertos de desligados da pre-feitura, que tinham vínculo pela Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária. Ontem (4) foi a

vez de outro colegiado interno iniciar uma fiscalização a outro assunto, que foi denunciado em 2016, mas que não evoluiu na apuração de autoridades.

No plenarinho Edroim Re-verdito, a Comissão Especial para Acompanhamento e Re-estruturação do IMPCG (Insti-tuto Municipal de Previdência de Campo Grande) realizou o seu primeiro encontro, no qual ficou definida a presidência e a relatoria do grupo de trabalho, além da metodologia de ação. Os postos serão ocupados pelos vereadores Enfermeiro Fritz (PSD) e Enfermeira Cida Amaral (PTN), que estreiam na

Câmara em 2017. “A prefeitura está fazendo

um diagnóstico completo da situação do IMPCG, para termos encaminhamentos mais sólidos sobre as irregularidades e es-tarmos conduzindo os traba-lhos da comissão”, avisou o presidente do colegiado, sobre o monitoramento do instituto. Denúncia levada à tribuna da Assembleia Legislativa, pelo deputado estadual Coronel David (PSC), citou um eventual sumiço de R$ 100 milhões do órgão, desde 2013.

O grupo é composto ainda pelos vereadores Pastor Jere-mias Flores (PT do B), William

Maksoud (PMN), Chico Ve-terinário (PSB) e Livio Leite (PSDB). O primeiro encaminha-mento decidido pela Comissão foi a elaboração de ofícios soli-citando cópias dos livros fiscais e dos diários dos anos de 2010 a 2016, referentes às contas do Instituto Municipal de Previ-dência de Campo Grande.

“Esse dinheiro desapareceu. Também fico preocupado com a qualidade de trabalho dispo-nível para os nossos servidores e colegas”, afirmou o vereador Chico Veterinário, na reunião que será a primeira de encon-tros regulares da comissão. (Com assessoria)

Karina Campos

A comissão da Câmara de Vereadores de Campo Grande que acompanha o problema dos funcionários desligados da prefeitura, que mantinham vínculo com o Executivo por meio da Omep (Organização Mundial para Educação Pré--Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, e foram desligados, obteve res-posta do Executivo quanto a uma expectativa de resolução da conta em aberto. O novo pre-feito da Capital garante que até o dia 10 de janeiro há chance de boa notícia para os ex-colabora-dores que ainda esperam pelo dinheiro da rescisão e também pelo pagamento de dezembro.

“São dois problemas, um deles é o pagamento. Com re-ferência ao pagamento deles, o MPE quer saber onde é que está esse dinheiro. Eles [fun-cionários Omep/Seleta] estão reclamando do salário deles e a Câmara informou que teve a suplementação específica para isso, e cadê?”, destacou Marquinhos, em relação à pen-dência deixada pela adminis-tração anterior, mesmo com a autorização para remaneja-mento de recursos, da ordem de R$ 30 milhões, que permitiram o pagamento dos R$ 5,5 milhões que restam das rescisões.

O chefe do Executivo res-saltou ainda que se pretende detalhar planos e planeja-mentos para honrar a decisão

judicial do MPE . Entre as pos-sibilidades, uma levantada é a de um novo concurso, desde que as contratações mantenham a prefeitura dentro do limite de comprometimento da RCL (Receita Corrente Líquida) com gasto de pessoal.

“Vou dar prazos exequíveis para a prefeitura não enrolar mais o MPE, porque não quero resolver o problema apenas por seis meses”, relatou o prefeito.

Estima-se que 3.900 cargos das duas entidades ainda precisem de pagamento de acertos do desligamento com a prefeitura, o que, segundo informações de dezembro do ano passado, necessitariam de investimento direto do Exe-cutivo em R$ 5,5 milhões. A

administração municipal, com Marquinhos Trad, herdou so-mente parte do dinheiro para quitar a folha de dezembro (paga em janeiro) e ainda recebeu pendências do 13º para quitar. O dinheiro da arrecadação do IPTU 2017 e da campanha de conciliação fiscal se tornaram a saída.

O rombo, que o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Pedro Pedrossian Neto, acusa da passagem de governo na pre-feitura é de R$ 93 milhões, dinheiro que Marquinhos pre-cisará levantar, o que Alcides Bernal obrigatoriamente de-veria ter deixado para parte dos débitos de folha de pessoal pendentes.

blicas de habitação e também obras de infraestrutura na malha viária do município.

Marquinhos, por sua vez, enfatizou que o acordo entre as duas administrações des-trói muros que existiam há anos entre Campo Grande e o governo do Estado. Empol-gado com a reunião, o prefeito disse inclusive que a aliança pode talvez até cruzar 2017. Segundo ele, o encontro se tornou possível graças a ini-ciativa do governo em querer conhecer a sua equipe admi-nistrativa.

“Andar com pessoas que buscam ajudar a cidade é sempre bem-vindo. A atitude dele foi totalmente altruísta e republicana, e para nós significa um ponto de partida a fim de que os dois governos andem de mãos dadas”, citou Marquinhos.

O presidente da Câmara Municipal destacou que a par-ceria entre o prefeito e o go-vernador é algo fundamental para que Campo Grande se recupere dos problemas que vem enfrentando nos últimos anos. João Rocha comentou na visita que a convergência ajudará em problemas emer-genciais da cidade, contudo, a longo prazo, tende a fornecer resultados ainda maiores, que já poderiam ter sido al-cançados antes, se houvesse o mesmo tipo de viabilidade anteriormente.

Sem decolar, última aproximação seria para alinhamento em 40 projetos

A aproximação de Azam-buja e Marquinhos reabre uma perspectiva anunciada no ano passado, em abril, quando o governador recebeu no seu ga-binete o ex-prefeito de Campo Grande. Na ocasião, o governo do Estado sinalizou com R$ 14,5 milhões de recursos próprios para investimento apenas na avenida Euler de Azevedo e a prefeitura solicitou apoio em 40 projetos, que envolviam a recuperação de ruas e avenidas e até recuperação de pontes.

Na época, o encontro dos dois chefes de Executivo ocorreu há 19 semanas do período oficial de campanha, quando Alcides

Bernal ainda tentava fechar uma coalizão com o PSDB. Con-tudo, o ninho tucano definiu Rose Modesto como candidata a prefeita, que inclusive tirou Al-cides Bernal do segundo turno das eleições, por uma diferença de apenas 2.610 votos, o equiva-lente a 0,61% dos votos válidos na disputa.

Nos debates, protagonizando um duelo particular no acesso à continuidade do pleito, a vice--governadora defendeu que o candidato do PP havia recusado os investimentos do governo do Estado, tratados na reunião de abril, ao passo que o prefeito, que tentava a reeleição relatou a espera pela concretização do que foi prometido pelo Execu-tivo estadual.