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40 ECONOMIA A GAZETA DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO Dados mostram que eles são a maioria da população, o que traz uma janela de oportunidades para o Estado; é preciso mais qualificação PLENO EMPREGO JOVENS EM ALTA NO MERCADO DINÁ SANCHOTENE [email protected] O Espíri- to Santo nunca vi- veu um momen- to tão promis- sor para a juventude. A pi- râmide demográfica mos- tra que o Estado possui hoje sua população economica- mente ativa concentrada nos jovens entre 18 e 29 anos, com participação de 26% do total entre as faixas etárias, ou seja, são a maio- ria. Isso quer dizer que por um grande tempo teremos uma massa ativa com pre- domínio de pessoas em ida- de ideal de produção. Os dados estão compilados no Anuário 2013, publicação de A GAZETA que chega às bancas no dia 26. A juventude capixaba já representa a maior fatia da população local (26,9%). Das 935 mil pessoas entre 15 e 29 anos, 86,2% estão inseridos no mercado de trabalho. Outro ponto favo- rável é o recuo do desem- prego nessa faixa etária, que caiu 11,2% entre 2001 e 2011. Entre 25 e 29 anos, o desemprego reduziu 11,3%, em 2007, para 8,8%, em 2011. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB- GE) de 2011. Os indicadores são bons para o mercado, mas sobretudo para os jovens. Só para se ter uma ideia, estão sendo esperados mais de R$ 100 bilhões de investimentos públicos e privados até 2016. A ex- pectativa é de que sejam necessários mais de 152 mil profissionais qualifi- cados somente na área in- dustrial. A boa notícia é que a maior parte destas será destinada a jovens. Só para se ter uma ideia, empresas investem na for- mação para garantir a mao de obra necessária e têm dado preferência aos mais novos. É o que está aconte- cendo no Estaleiro Jurong de Aracruz, que selecionou 23 alunos do Instituto Fe- deral do Espírito Santo (Ifes) para receber treina- mento em Singapura. O economista Orlando Caliman destaca que al- guns investimentos feitos no Estado vão exigir um nível de qualificação ain- da maior. “Os jovens estão em ple- na condições de trabalho. Hoje são grandes as possibi- lidades de formação e trei- namento. Existe vaga para quem está qualificado. O Es- pírito Santo tem tudo para se tornar referência em tudo que faz parte da cadeia de gás e petróleo, inclusive na área naval”, ressaltou. CAPACITAÇÃO Caliman ressalta ser ne- cessário pensar na forma- ção dos profissionais, des- de agora, daqueles que ainda vão nascer. Um bom exemplo é o da Coreia do Sul, que há alguns anos es- tava bem atrás do Brasil e, hoje, após investimentos na educação, ocupa uma

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40 ECONOMIAA GAZETA DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO

Dados mostram que eles são a maioria da população, o que traz umajanela de oportunidades para o Estado; é preciso mais qualificação

PLENO EMPREGOJOVENS EM ALTANO MERCADO

DINÁ [email protected]

O Espíri-to Santonunca vi-veu ummomen-to tãopromis-

sor para a juventude. A pi-râmide demográfica mos-traqueoEstadopossuihojesua população economica-mente ativa concentradanos jovens entre 18 e 29anos, com participação de26%dototalentreas faixasetárias, ou seja, sãoamaio-ria. Isso quer dizer que porum grande tempo teremosuma massa ativa com pre-domíniodepessoasemida-de ideal de produção. Osdados estão compilados noAnuário 2013, publicaçãode A GAZETA que chega àsbancas no dia 26.

A juventude capixaba járepresenta a maior fatia dapopulação local (26,9%).Das 935 mil pessoas entre15 e 29 anos, 86,2% estãoinseridos no mercado detrabalho.Outropontofavo-rável é o recuo do desem-prego nessa faixa etária,que caiu 11,2% entre 2001e 2011. Entre 25 e 29 anos,o desemprego reduziu11,3%, em 2007, para8,8%, em 2011. Os dadossão da Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicíliosdo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IB-GE) de 2011.

Os indicadores sãobons para o mercado, massobretudo para os jovens.Só para se ter uma ideia,estão sendo esperados

mais de R$ 100 bilhões deinvestimentos públicos eprivados até 2016. A ex-pectativa é de que sejamnecessários mais de 152mil profissionais qualifi-cados somente na área in-dustrial. A boa notícia éque a maior parte destasserá destinada a jovens.

Sóparaseterumaideia,empresas investem na for-maçãoparagarantiramaode obra necessária e têmdado preferência aos maisnovos.Éoqueestáaconte-cendo no Estaleiro JurongdeAracruz,queselecionou23 alunos do Instituto Fe-deral do Espírito Santo(Ifes) para receber treina-mento em Singapura.

O economista OrlandoCaliman destaca que al-guns investimentos feitosno Estado vão exigir umnível de qualificação ain-da maior.

“Os jovens estão em ple-na condições de trabalho.Hojesãograndesaspossibi-lidades de formação e trei-namento. Existe vaga paraquemestáqualificado.OEs-pírito Santo tem tudo parasetornarreferênciaemtudoque faz parte da cadeia degás e petróleo, inclusive naárea naval”, ressaltou.

CAPACITAÇÃOCalimanressaltaserne-

cessário pensar na forma-ção dos profissionais, des-de agora, daqueles queainda vão nascer. Um bomexemplo é o da Coreia doSul,queháalgunsanoses-tava bem atrás do Brasil e,hoje, após investimentosna educação, ocupa uma

Documento:AG09CA040;Página:1;Formato:(274.11 x 382.06 mm);Chapa:Composto;Data:08 de Jun de 2013 12:37:22

ECONOMIA41DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

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Aos 24 anos, Wander é coordenador de operações de um shopping, mas seus planos não param: vai se formar em Engenharia este mês e quer cargo de gerência antes dos 30

posiçãodedestaquenoce-nário mundial.

Para o economista, alémda qualificação, os jovensprecisam ter domínio nalíngua inglesa e desenvol-veracapacidadedeempre-ender. “Já os salários vãocrescer se a produtividadetambém crescer”.

O diretor de estudos epesquisas do Instituto Jo-nes dos Santos Neves, Pa-blo Lira, ressaltou que umdos fatores que contribuí-ram para isso foi um au-mentononíveldequalifica-ção. “Essaéumadascondi-cionantesparaingressodosjovens no mercado de tra-balho. Da população de 15a 29 anos, 26% tinha nívelsuperiorem2009,enquan-to que em 2011 subiu para30,4%. Isso indica que,quanto maior a qualifica-ção,maioressãoaschancesde conseguir uma vaga nomercado de trabalho”.

GENTE GRANDEOcoordenadordeopera-

çõesdoShoppingMestreÁl-varo,WanderPortodaSilva,tem 24 anos e vai se formarem Engenharia Elétrica naFaculdade Novo Milênioainda este mês. Ele, que játemfezumcurso técnicodeEletrotécnica antes de en-trar na faculdade, começoua estagiar com 17 anos.

“Decidi fazer um cursosuperior para abrir aindamais as oportunidades detrabalho. Também fiz ou-tros cursos complementa-res e espero conseguiruma gerência antes de 30anos. Estou trabalhandopara isso”, afirmou.

Demanda tem curso sob medidaCapacitação no Estado éfeita conforme a chegadade novas empresas; nívelsuperior atrai interesses

Os jovensestãocadavezmais interessados na qua-lificação profissional. Osecretário de Estado deCiência, Tecnologia, Ino-vação, Educação Profis-sional e Trabalho, JadirJosé Péla, ressaltou quede, acordo com pesquisasfeitas na Grande Vitória eno interior, há um grandeinteresse também na for-mação superior.

“De modo geral, a for-mação é de ensino médio

para cima. Já oferecemoscursostécnicos integradosem mais de 50 escolas es-taduais.Percebemosqueéuma tendência cada vezmaior de retorno às esco-las para formação profis-sional. Para isso, estamosconstruindonovasescolastécnicas e ampliando ou-tras. Também trabalha-mos com a criação de uminstituto de nível supe-rior”, comentou.

Os cursos técnicos sãoescolhidos de acordo compesquisas feitas em cadaregião, conforme a de-mandademãodeobra.Ja-dirPéladestacouqueéde-

batida a necessidade deformação com empresainteressadas em investirno Estado.

Ele citou o exemplo doEstaleiro Jurong. “Con-versamoscomaempresaepara verificar o perfil pro-fissional que eles vão pre-cisar. O mesmo ocorreucom a fábrica da Itaiaia,em Sooretama. A ideia éformar pessoas que mo-rem na região onde serãofeitos esses investimen-tos”, comentou.

A expectativa, segundoo secretário, é treinar 160mil pessoas por meio doscursos gratuitos de forma-

çãoinicialecontinuadadaRede Formar.

“Esseprogramatemco-mo objetivo somar com aformação do Ifes e do Se-nai. As escolas estaduaisserão ampliadas paraatender à demanda. Acre-dito que o Estado passapor um bom momentoeconômico e por isso háum grande interesse dasempresas em investiraqui. O resultado é a gera-ção de emprego e renda”.

ACESSOO governo estadual

também conta com o Pro-grama Nossa Bolsa que

amplia as oportunidadesde acesso ao ensino supe-riorparaestudantesoriun-dos do ensino público.

Péla observou que hácursos com pouco interes-se, como os de eletricista,soldador e pedreiro. Já omaior desejo dos jovens ése profissionalizar nasáreas de mecânica e infor-mática, por exemplo.

“A educação deve serpensada de forma meto-dológica. É preciso ter umolharparaofuturo,verco-moseráa formaçãoeode-sempenho profissionalentre 2020 e 2030”, ava-liou o secretário.

OUTRA LÍNGUA

“É essencial se manteratualizado. Ao sair dafaculdade, já épreciso investir emqualificação. Hoje emdia, não tem como nãoser fluente emoutra língua”ORLANDO CALIMAN

NÍVEL SUPERIOR

“De acordo comnossas pesquisas, égrande o interesse dosjovens por curso degraduação. Nossameta é a criação deum instituto de nívelsuperior”JADIR JOSÉ PÉLA

Jurong oferece novas chancesde capacitação a alunos do Ifes

Uma prova de que o Es-píritoSantoéaboladavezdos investimentos é a ins-talação do Estaleiro Ju-rong Aracruz. A empresaselecionou 23 estudantesdo curso de Mecânica doInstitutoFederaldoEspíri-to Santo (Ifes) e três pro-fessores para serem capa-citados em Singapura.Eles participam, desde ja-neiro deste ano, de umtreinamento em tecnolo-gia naval e oceânica noInstitutoNgeeAnnPolyte-chnic, referência no setor.

As inscrições para opróximo programa serão

abertas no dia 18 destemês, no site www.ju-rong.com.br. Nesta etapa-ra, serãoselecionadosalu-nos dos cursos de Eletro-mecânica, Edificações,Eletrotécnica, Automaçãoe Mecânica.

MULTIPLICADORESA turma que já está em

Singapura participa doPrograma de QualificaçãoEducacional. “O EspíritoSanto não tinha tradiçãona área naval. A nossaideia é multiplicar o co-nhecimento nesse seg-mento e construir a histó-

riadessaindústrianoEsta-do”, disse a gerente de Re-cursos Humanos da Ju-rong, Lucila Lopes.

O grupo passou por umcursointensivodeinglêstéc-nico de três meses tambémministrado pela equipe téc-nica do instituto. Ao final daatividade, os jovem retor-nam ao Estado para traba-lhar no Estaleiro.

“A nossa ideia é que emcinco anos sejam formadosentre 100 e 150 alunos equeocursopossaserofere-cido no Espírito Santo. Porisso, treinamososprofesso-res”, disse.

Documento:AG09CA041;Página:1;Formato:(274.11 x 382.06 mm);Chapa:Composto;Data:08 de Jun de 2013 12:37:05

42 ECONOMIAA GAZETA DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

REDES SOCIAIS

CUSTO-FACEBOOKREDE “ROUBA” 14 DIAS DOSEU TRABALHO POR ANOE, acredite, isso pode ser bem legal para você e sua empresa

FERNANDA [email protected]

O momento mágico do diaem que abrimos o Facebookna empresa e vemos aqueleglobinho com 29 notifica-ções. E você se perde naspostagens, algumas legais,outrasesquisitas,outrasquesimplesmente passam pelosnossosolhos.Nesteinstante,aqui no “meu Face”, meusamigos postaram a foto domenorcavalodomundo(fo-fo,fofo,fofo!!!) ,umarevistame diz que um parque nosEUA vai lançar réplica da ci-dade dos Simpsons e pelaenésima vez, vejo a citação“prefiro o doce silêncio daminha mente barulhenta aobarulho de bocas cheias,mas de mentes vazias”. Ain-da olhei postagens em queme marcaram e fiz algunscomentários. Foi-se, então,20 minutos do meu tempo.

Eassiméavidadequemtem acesso às redes sociaisno trabalho. Um levanta-mento feito pelo Blog doEmpreendedor, do Esta-dão, diz que cada funcio-nário fica 14 dias por anoconectado às redes sociaisnohoráriodeserviço.OFa-cebook, claro, é a mais evi-dente hoje em dia, mas ocálculo levou em contatambém Twitter, Pinterest,Instagram e outros.

Algunspatrõesdevemes-tarserevirandonascadeiras,mas outros se apressam emdizerqueproibiroacessopo-denãoserumaboaideia.Aoinvésdesitiaroacessoàs re-des, eles recomendam con-versarcomosfuncionáriosepedir parcimônia na utiliza-ção da ferramenta. Quemsabe tudo sobre otimizaçãodetempotambémpensaas-sim. Dê uma olhada na pá-gina seguinte, com dicas deChristian Barbosa, especia-lista em administração detempo e produtividade.

Odiálogoabertoe franco

é o segredo do sucesso nouso das redes no Grupo SáCavalcante. O diretor deWeb do grupo, Rafael SilvaOliveira,explicaquealémdepermitir o acesso às redespor meio de computadoresda empresa, a empresa en-controu no Facebook umasaída de comunicação entreos trabalhadores, por meiode um grupo fechado na re-desocial.“UsamosoFacebo-ok para comunicação inter-na, como as empresas usa-vam o e-mail há 10 ou 15anos. Nas postagens, maisgentecolabora,fazinterven-ção. Ganhamos velocidadede processo e aproximamosas pessoas da empresa”.

O diretor tem uma visãointeressante sobre as intera-ções na rede no horário doexpediente. “Se tenho umproblema e posto, ganho acompetência de todos osmembrosdogrupo.Seaindaposto de forma aberta, nomeu perfil, a empresa rece-be, além do meu trabalho, aajuda indireta de todos osmeus amigos”.

Essa saudável informa-lidadenuncagerouproble-mas, diz Oliveira. “Quantomais transparente a em-presa é, mais você limpaseus processos. E esse am-biente livre conta com obom-senso de cada funcio-nário. Quem não quer tra-balhar não trabalha de jei-to nenhum, com ou semFacebook”.

A empresa de softwareTotvs também vê esse movi-mento de liberação das re-dessociaisdeformapositiva.Opresidentedaunidadeca-pixaba, Eduardo Couto, ex-plicaqueogrupo já liberaasredes sociais nos computa-dores de trabalho.

“Atéporque80%dosfun-cionários têm acesso às re-des por meio de smartpho-nes. Não faz sentido negaracesso pelo computador”.

TODOS CONECTADOS

“A EMPRESA LIBEROU O FACEBOOK, E ELE SE TORNOUUMA FERRAMENTA DE TRABALHO”.Gustavo FigueiredoGerente de incorporação e novos negócios

Sinergiaem todoo grupo

A abertura do acessoàs redes sociais, segun-do o engenheiro civil egerente de incorpora-ção e novos negóciosda Sá Cavalcante, Gus-tavo Figueiredo, melho-rou, e muito, a sinergiaentre as empresas dogrupo. “A permissão foi

decidida há um ano emeio. O Facebook teveacesso liberado, e a re-de social se tornou umaferramenta de trabalho.Como é uma empresaque atua em vários Es-tados, os funcionáriosdo grupo começaram ater contato uns com osoutros. E está sendomuito positivo. Se eucriei algo interessanteaqui, posso postar e al-guém de outro Estadoaproveitar a ideia em

um projeto dele”. Gus-tavo Figueiredo traba-lha no grupo há 13anos e afirma que nopassado o meio maiscomum de contato en-tre os funcionários erao e-mail, e o resultadofinal nem sempre era omelhor. “A comunicaçãoera feita por e-mail ecriava uma barreira, jáque não sabíamos se apessoa tinha recebidoou não, se leu ou não,se entendeu ou não.

Além disso, era difícilsaber exatamente o quese passava com o grupoem outro Estados, quaiseram as novidades”.Em relação ao uso darede para fins pessoais,Gustavo afirma que nãovê problema, já que is-so se dilui durante odia. “Você não ficaolhando o Facebook odia inteiro. Se você émarcado, olha e, se in-teressa, responde. Masnão interfere”.

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Documento:AG09CA042;Página:1;Formato:(274.11 x 382.06 mm);Chapa:Composto;Data:08 de Jun de 2013 12:35:06