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128
Kátia Maria Leal da Fonseca CAMARÕES (ATYIDAE E PALÆMONIDAE) DA DE FLUVIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: SISTEMÁTICA E DISTRIBUIÇÃO Bca Exanadora: Prof. Dr Idalina Maria Brasil Li.ma (Presidente da Banca) Prof Dr. Jorge Luiz Nessimian Prof Dr. Gustavo Augusto Schimidt Melo o de Jeo,14 de Dezembro de 1995. 11

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Kátia Maria Leal da Fonseca

CAMARÕES (ATYIDAE E PALAEMONIDAE) DA REDE FLUVIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

SISTEMÁTICA E DISTRIBUIÇÃO

Banca Examinadora:

Prof. Dr Idalina Maria Brasil Li.ma

(Presidente da Banca)

Prof. Dr. Jorge Luiz Nessimian

Prof. Dr. Gustavo Augusto Schimidt Melo

Rio de Janeiro,14 de Dezembro de 1995.

11

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"Quando sabemos qual é o

nosso propósito, o trabalho da

Alma se realiza

maneira possivel

nosso corpo.

da melhor

através do

Um propósito

claro elimina todas as dúvidas,

pois imediatamente

identificamos aquilo que nos

conduz à nossa meta ou nos

desvia dela. A energia em

nossas vidas é imensa quando

uma clareza de propósito está

sempre presente. "

(tirado do livro Meditando com os Anjos de Sônia Café)

111

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Trabalho realizado no Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia e no

Departamento de Invertebrados, Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de

Janeiro.

Orientadora:

Profa. Dt:'1 Maria Margarida Gomes Corrêa

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Museu Nacional

1 !

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FICHA CATALOGRÁFICA FONSECA, Kátia Maria Leal Camarões de água doce (Atyidae e Palaemonidae) da rede fluvial do Estado do Rio de Janeiro: sistemática e distribuição. Rio de Janeiro. UFRJ, Museu Nacional, 1995. xi, 85 f. Tese: Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia) 1. Atyidae e Palaemonidae 2. Sistemática 3. Distribuição 4. Rio de Janeiro I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional II. Teses

V

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VI

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Maria Margarida Gomes Corrêa, do Museu

Nacional / UFRJ, pelo incentivo e orientação durante o desenvolvimento deste

trabalho.

À Professora Maria Cristina Ostrovski de Matos, do Departamento de

Zoologia / I.B. / UFRJ, pelo amparo técnico e importantes sugestões dadas durante

conversas informais, as quais enriqueceram este trabalho.

À Professora Doutora Érica Caramaschi, do Departamento de

Ecologia/ IB / UFRJ, por ter cedido parte do material estudado.

Ao Professor Doutor Gustavo Augusto Schmidt de Melo, do Museu de

Zoologia da Universidade de São Paulo, pela atenção dada e por permitir a consulta

ao material de interesse para este trabalho, pertencente à coleção do MZUSP.

Ao Professor Doutor Jorge Soares Marques, do Departamento de

Geografia/ UFRJ, pela atenção a mim dispensada e pelas importantes informações e

sugestões dadas, que enriqueceram este trabalho.

Ao Professor Doutor Sérgio Luiz Costa Bonecker, do Departamento

de Zoologia/ IB / UFRJ, pela utilização de seu equipamento de informática.

À Edelti Faria Albertoni, do Laboratório de Limnologia,

Departamento de Ecologia / UFRJ, por ter doado alguns exemplares e por sua

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Vll

contribuição com o fornecimentos de dados importantes que ainda faltavam neste

trabalho.

À grande arruga Margaret Mª. de Oliveira Corrêa, p01s sem seu

incentivo e ajuda talvez não houvesse realizado este trabalho.

À também grande amiga Geórgia Corrêa Atella pelo ap010 dado

sempre que necessário.

Ao amigo Flávio A. Bockmann por toda a sua boa vontade em ajudar,

e também pelo incentivo dado.

A todos os meus amigos que, com seu apoio e compreensão tomaram

possível a realização deste trabalho.

À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Zoologia / Museu

Nacional e do Departamento de Zoologia / Instituto de Biologia - Universidade

Federal do Rio de Janeiro, que tomaram viável a realização deste trabalho em todas

as suas etapas.

Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Técnico e

Científico) pelo amparo financeiro cedido sob a forma de bolsa de Mestrado.

E, finalmente, à minha mãe, pelo seu incansável apoio e compreensão

ao longo de toda a minha vida e sem os quais talvez não houvesse chegado à metade

desta caminhada.

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RESUMO

Esta dissertação compreende um estudo da sistemática e da distribuição geográfica dos camarões de água doce (Atyidae e Palaemonidae) existentes na rede fluvial do Estado do Rio de Janeiro. O presente estudo vem contribuir para o conhecimento de alguns aspectos ambientais ( salinidade, temperatura, declividade e oxigênio) os quais influenciam a distribuição destes arumais. São considerados, também, os mecanismos de dispersão por eles utilizados.

Este trabalho é constituído de uma introdução, uma parte sistemática, discussão, conclusões, referências bibliográficas, três quadros, cinco mapas e dez estampas das espécies estudadas.

São apresentadas chaves de identificação para famílias e espécies, diagnoses das famílias e subfamílias, caracterização das espécies, tamanho, localidade tipo, distribuição geográfica, material examinado e observações.

É registrada a ocorrência de uma espécie ainda não assinalada para a região, questionada a validade de uma espécie; e também são referidos fatores que influenciam a distribuição das espécies.

As espécies são distribuídas de acordo com as unidades hidrográficas delimitadas pela SERLA (Superintendência Estadual de Rios e Lagos) em 1985.

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SHRIMPS (ATYIDAE AND PALAEMONIDAE) FROM THE RIO DE

JANEIRO FLUVIAL SYSTEM: SYSTEMATICS AND DISTRIBUTION.

ABSTRACT

IX

Systematics and geographic distribution of freshwater shrimps

(Atyidae and Palaemonidae) from the Rio de Janeiro fluvial system were studied.

Some environmental factors (salinity, temperature, declivity and oxygen) influence

upon species distribution.

This dissertation contains an introduction, systematic part, discussion,

conclusions, bibliography, three squares, five maps and ten plates corresponding to

the species studied.

Keys for classification of families and species, diagnosis of families

and subfamilies are shown. Characterization, size, type locality, geographic

distribution, material examined and notes for each species are mentioned.

The occurrence of one species not yet recorded from the region is

mentioned, the validity of one species is discussed, and reported factors which

influence upon the species distribution.

The species are distributed according to the hydrographic basins

delimitated for SERLA (Superintendência Estadual de Rios e Lagos) in 1985.

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Agradecimentos

Resumo

Abstract

ÍNDICE

X

1. Introdução ..... .............................................. ......... . . ............. . ..... . . ........... .... . ....... . 1

1.1. Objetivos ............................................................ . . . . . . . . ............ . . . . ........... 1

1 2 H. t' . d ' . tr d 2 . . 1s onco as espec1es encon a as ............ . . . . ......... . . . ........... . . . . . . . ... . . ... . .

1.3. Distribuição das espécies pelo continente ........... .. ... . . ...... ...................... 5

1.3. 1.

1.3.2.

Fatores ainbientais ...................................................... .. ........... 5

Salinidade ........................................................ . . ................. . . . . . 5

Temperatura ............................................................................. 6

O .". 7 xigemo .................................................. . . . . . . . . ......... ............. . .

Declividade .................................... ... ..... ................... . . . . . . . . . . . . . . . 7

Alguns mecanismos de dispersão ............................................. 8

2. Material e Métodos .................................................................... . ...................... . . 9

2. 1. Coleções estudadas ..................................................... . . . ........... . . ... . ....... 9

2.2. No Cainpo ................. .................................. . . ......... .. . . .... . . . . . . . . ............. . . 9

2.3. No laboratório ................................................. . . . . . . .... . . ........ ..... ........... 10

3. Parte Sistemática ......... . . . . .......................................... . . . .. .... . .... . . .......... .. .... . . . . .... 15

Chave para famílias ........................................ ...................... . . ...... . . ..... . . ...... 16

Família Atyidae De Haan, 1849 .................................................... ....... . . ...... 16

Chave para as espécies da Família Atyidae ............. . .. . ... . . . ..... . . . . . . . . . . . . . ......... 17

Gênero A tya Leach, 1816 ......................... ............. ...................................... 18

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XI

1) Atya gabonensis Giebel, 1875 .. . . . . .... . . ... . . . ....... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . 19 2) A. scabra (Leach, 1815) .... . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ... . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1

Gênero Potimirim Holthuis, 1954 ... ... . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 3) Potimirim glabra (Kingsley, 1878) ... . .. . . . . . . . . ........... . ........ . . . . . . . . . . . .. 25 4) P. potimirim (Müller, 1881) . ... . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 28

Família Palaemonidae Rafinesque, 18 15 ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ... . . .. . . . . . . . . . . . 3 1 Subfamília Palaemoninae Dana, 1852 ... . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Chave para as espécies da Família Palaemonidae ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 33 Gênero Palaemon Weber, 1795 ............... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . .. . . ... . .. . . . . . . . . . . ..... 35

1) Pa/aemon (Palaemon) panda/iformis (Stimpson, 1871) ... . . . . . . . . . . . . . 35 Gênero Macrobrachium Bate, 1868 ........... . . . . . . . . . . . . . . .. ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . 38

2) Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) .. . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . ... .38 3) M carcinus (Linnaeus, 1758) . ... ... . . . . ... . . . . . . . . . . .. ... . . ... . . . . . . . . . . . . . ... . . .. .43 4) M olfersii (Wiegmann, 1836) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... .. .. . . . . . . . . . .. . .46 5) M potiuna (Müller, 1880) .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . ... . . . ... . . .. . . . . .... 52 6) M iheringi (Ortmann, 1897) .. . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......... . . . . . . . . . . . . 57

4. Discussão . ... . ... . . ............. ....... . .. ... . . ......... . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... ..... ... . . ... . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 60 4. 1 Sistemática ... ... .... . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . . . . . .. . . . . 60 4.2. Distribuição .. . . . .. . . . . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................. . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . 63

5. Conclusões ..... ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ... . ... . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... ...... . . .. . .... ... . . 69 6. Referências bibliográficas ......... . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... . ... . .... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 73

Mapas Estampas

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1

1. INTRODUÇÃO

Segundo RODRIGUEZ (1981) as famílias Atyidae e Palaemonidae estão representadas por camarões de hábitos bentônicos. Os Atyidae estão quase completamente confinados ao ambiente de água doce, estando representados no Estado do Rio de Janeiro pelos gêneros Atya Leach, 1816 e Potimirim Holthuis, 1954, sendo o primeiro pantropical e o segundo endêmico da região neotropical. A família Palaemonidae, de ampla distribuição no mundo, inclui os camarões de rio do gênero Macrobrachium Bate, 1868, pantropicais. ESCOBAR ( 1979) considera os Palaemonidae como animais não muito exigentes quanto à dieta alimentar, alimentando-se de peixes, crustáceos, larvas e adultos de insetos, plantas terrestres e aquáticas, folhas, sementes e algas, e os Atyidae também com alimentação detritivora. Segundo HOBBS & HART (1982), os Atyidae são mais ativos à noite do que durante o dia e COELHO (1963) considerou o mesmo quanto aos Palaemonidae .

Das quatro subfamílias pertencentes à família Palaemonidae (Palaemoninae, Pontoniinae, Euryrhynchinae e Typhlocaridinae ), apenas uma, a subfamília Palaemoninae está representada na rede fluvial do Rio de Janeiro.

1.1. OBJETIVOS:

O presente trabalho tem como objetivo o levantamento da fauna de camarões de água doce (Palaemonidae e Atyidae) do Estado do Rio de Janeiro,

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2 compreendendo um estudo da sistemática, aspectos relacionados à distribuição geográfica, das espécies nas bacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.

1.2. IDSTÓRICO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS:

O gênero Macrobrachium é o mais amplamente distribuído. O pnmerro registro para o Brasil de um espécimen do gênero foi feito por MARCGRAF ( 1648), que chamou de "Potipema", a espécie que mais tarde foi identificada como Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758).

Em 1880, MÜLLER encontrou um novo camarão de água doce do Brasil, o qual chamou de Pa/aemon potiuna, que mais tarde foi incluído no gênero Macrobrachium.

ORTMANN, em 1897 ampliou o número de espécies de camarões de água doce para o Brasil, com o registro de duas ocorrências novas, Pa/aemon

acanthurus Wiegmann, 1836 e Palaemon olfersii Wiegmann, 1836 e a descrição da nova espécie Palaemon iheringi, todas sendo, posteriormente, incorporadas ao gênero Macrobrachium. No mesmo ano IHERING, listou os camarões de água doce do Brasil, adicionando algumas informações sobre as localidades onde foram encontradas. O trabalho de MOREIRA (1901) sobre os crustáceos do Brasil, também foi uma grande contribuição para o conhecimento dos camarões de água doce.

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3

Mais uma importante contribuição para o melhor conhecimento da

fauna de camarões de água doce do Brasil, foi dada por SA W A YA em 1946, o qual

incluiu uma chave de identificação para machos e fêmeas.

Outros importantes trabalhos trataram da família Palaemonidae, como

a revisão feita por HOLTHUIS em 1952 sobre a subfamília Palaemoninae, e as

publicações de WILLIAMS (1965, 1984) e CHACE & HOBBS (1969) que contêm

importantes informações.

GOMES-CORRÊA (1977) no trabalho intitulado Palaemonídeos do

Brasil, tratou de 28 espécies, incluindo chaves de identificação para as espécies

brasileiras.

A família Atyidae, mostra-se representada no Estado Rio de Janeiro

por dois gêneros (Atya e Potimirim) e quatro espécies. O primeiro registro que

temos de um espécimen do gênero Atya no Brasil, foi encontrado em MARCGRAF

(1648) o qual chamou "Guaricuru". Em 1962, LEMOS DE CASTRO identificou a

gravura de Marcgraf como Atya scabra Leach, 1815.

LEACH (1815) primeiramente descreveu Atys scaber de local

desconhecido. Em 1816 corrigiu o nome para Atya scabra após ter descoberto que

o gênero Atys pertencia a um molusco gastrópodo. O gênero então criado por

LEACH, posteriormente tomou-se gênero tipo da família Atyidae.

Em 1864 A. MILNE-EDW ARDS publicou a primeira revisão do

grupo em seu trabalho intitulado "Revision des Crustacés Macroures de la Familie

des Atyoidées ".

MÜLLER (1881) descreveu uma espécie do Brasil que chamou de

Atyoida potimirim, a qual foi mais tarde sinonimizada para Ortmannia potimirim

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4

por RATHBUN, 1902. Em 1954, HOLTHUIS considerou sinônimos os gêneros

Ortmannia Rathbun, 1901 e Atya Leach, 1816, baseado em estudos feitos por

EDMONSON (1929) e RADIR (1930) (apud HOLTHUIS, 1954) os quais

descobriram que a espécie tipo do gênero Ortmannia, O. henshawi Rathbun, 1902,

era idêntica à Atya bisulcata Sharp, 1893. RATHBUN em 1901 observou que a

espécie tipo do gênero Atyoida, A. bisulcata (Randall, 1839), era idêntica à Atya

,,.-,. bisulcata. HOLTHUIS (1954), baseado no que havia sido observado por

RATHBUN, considerou Atyoida como sinônimo de Atya e propôs o nome

--- Potimirim para o gênero das outras espécies de Atyoida.

1

'

Em 1904, BOUVIER publicou uma revisão dos Atyidae do Museu de

História N aturai de Paris, e em 1925 descreveu as variações e a distribuição

geográfica desta família.

Em seu trabalho sobre os Atyidae do México, VILLALOBOS (1959)

descreveu uma espécie nova para o Brasil, Potimirim brasiliana, baseado na análise

de um material proveniente do rio Ariró, Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro.

Em 1963, SMALLEY sugeriu que P. brasiliana fosse colocada como sinônima de

P. glabra (KINGSLEY, 1878), devido à sua grande semelhança com esta espécie.

CHACE & HOBBS (1969) incluiram P. brasiliana , pela primeira vez, na lista de

sinonímia de P. glabra .

Outros autores têm citado representantes desta família em seus

trabalhos, HART (1961); CHACE (1972); ABELE, (1972); HUNTE (1978);

RODRIGUEZ (1980, 1981); VILLALOBOS (1982); ABELE & KIM (1986, 1989).

Em 1980 HOBBS citou a ocorrência de Atya gabonensis Giebel, 1875

pela primeira vez no Brasil, mais especificamente no Estado do Piauí.

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-�

5

Uma publicação de HOBBS & HART (1982), representou grande

contribuição para o estudo do gênero Atya, com chaves de identificação para todas

as espécies do gênero.

1.3. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES PELO CONTINENTE:

Os padrões de distribuição geográfica das espécies de camarões de

água doce são influenciados por alguns fatores ambientais e também por

mecanismos de dispersão utilizados por estas espécies.

1.3.1. FATORES AMBIENTAIS:

SALINIDADE

Segundo HUNTE (1978) os camarões de água doce, assim como os

camarões marinhos, tiveram sua origem no mar, migrando do ambiente marinho

para o de água doce, no curso de sua evolução. RODRIGUEZ ( 198 1) observou que

alguns destes camarões têm a necessidade de uma determinada concentração de

cloretos no seu desenvolvimento larvar, fato este que justifica sua dependência do

estuário. A partir destas observações Rodriguez (op. cit) classificou estes camarões

em espécies litorâneas e espécies continentais. Alguns outros autores têm

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6 realizado trabalhos nos quais citam hábitos migratórios dos camarões de ambas as

famílias (Palaemonidae e Atyidae ).

COELHO & RAMOS-PORTO (1985) seguem a classificação de

RODRIGUEZ (1981) definindo-a da seguinte forma:

• espécies litorâneas - São encontradas nas bacias costeiras e no curso inferior

dos grandes rios, pois suas fêmeas precisam migrar para o estuário no período de

desova.

• espécies continentais - São confinadas aos habitats de água doce. Segundo

VILLALOBOS (1982), estas espécies apresentam-se perfeitamente adaptadas

aos hábitos dulciaquícolas pelo fato de produzirem ovos grandes, os quais vão

eclodir em um estágio mais avançado, como resultado do encurtamento dos

estágios poslarvares dependentes do estuário.

TEMPERATURA

Segundo CHRISTOFOLETTI (1981), a energia potencial dos rios é

convertida, no fluxo, em energia cinética que, por sua vez, é grandemente dissipada

em calor e fricção, sendo grande parte da energia de um rio consumida em calor.

Dessa forma depois de uma cachoeira ou trecho encachoeirado, a água do rio estará

mais quente do que antes de passar por esse trecho. Além disso, as águas que vêm

de áreas mais elevadas são mais frias, e para chegarem às áreas mais baixas descem

por gradientes elevados. Nas áreas de elevado gradiente 1, a velocidade das águas é

maior, portanto o tempo de insolação é menor; em áreas de velocidade menor, maior

é o tempo de insolação acarretando um aumento de temperatura da água.

1 O gradiente está relacionado à declividade do terreno. Quanto maior a inclinação, maior será o gradiente.

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7

OXIGÊNIO

A superficie da água tem uma área de contato com o ar. Com a

turbulência das águas essa área aumenta e, inclusive, águas profundas chegam à

superficie. Portanto quanto maior a turbulência, maior a oxigenação. Trechos com

muitos blocos ou muitos afloramentos rochosos, provocam turbulência o que ajuda

na oxigenação, apesar da redução de velocidade do fluxo (J. S. MARQUES, com.

pes.). De acordo com HUNTE (1978) a quantidade de oxigênio dissolvido na água

está diretamente relacionada ao gradiente de cada trecho do rio ( quanto maior o

gradiente, maior a velocidade de fluxo). Trechos de rio com gradiente alto têm um

alto nível de oxigênio, o que provavelmente ocorre devido à grande turbulência e

mistura de suas águas. De acordo com experimentos realizados pelo mesmo autor,

espécies que vivem em trechos de rios de baixo gradiente, geralmente são mais

tolerantes a baixos níveis de oxigênio.

DECLIVIDADE

A velocidade do fluxo de águas de um rio é influenciada pela

declividade do terreno, presença de obstáculos e espraiamento de água, ou seja,

quanto maior a declividade do terreno por onde passa o rio maior será a velocidade

de suas águas. A velocidade é medida num ponto ou num trecho, ou seja ao longo

de todo o rio o fluxo apresenta vários valores de velocidade. A declividade também

influenciará no tipo de leito do rio, pois quanto maior for o declive do terreno maior

será a velocidade de corrente provocando uma maior erosão das margens (lateral) e

do leito (vertical). Essa maior erosão (vertical e lateral) será responsável pela

obtenção de sedimentos, que depositar-se-ão mais adiante, onde houver condições

favoráveis, comumente no baixo curso dos rios, predominando quase sempre

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,..

8

sedimentos arenosos ou lamosos no fundo de seu leito. De acordo com estes fatores as espécies continentais e litorâneas estarão relacionadas a fundo de pedras, no primeiro caso, e fundo de areia e lodo, no segundo.

1.3.2. ALGUNS MECANISMOS DE DISPERSÃO

Os animais dulciaquícolas, têm o seu potencial de dispersão limitado, pelo fato de habitarem massas d'água isoladas. A retenção do estágio planctônico marinho vem resolver esse problema, mantendo seu potencial de dispersão.

Alguns outros mecanismos são utilizados como migrações rio acima, transpondo pequenas cachoeiras e deslocamentos fora da água.

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9

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. COLEÇÕES ESTUDADAS:

Uma parte do material examinado está depositada na coleção

Carcinológica do Departamento de Zoologia - Instituto de Biologia da Universidade

Federal do Rio de Janeiro e a outra é pertencente à coleção do Setor de Carcinologia

- Departamento de Invertebrados - Museu Nacional - UFRJ. Este material inclui

espécimens coletados pela equipe do Setor de Ictiologia do Departamento de

Vertebrados - Museu Nacional do Rio de Janeiro e coordenada pela Prof! Dr Érica

Caramaschi do Departamento de Ecologia - Instituto de Biologia - UFRJ. Também

fazem parte da referida coleção, espécimens doados pela equipe do laboratório de

Herpetologia do Departamento de Zoologia - Instituto de Biologia - UFRJ. Alguns

exemplares incluidos neste trabalho são pertencentes à coleção carcinológica do

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).

2.2. NO CAMPO:

EQUIPAMENTO DE COLETA:

• Peneira de pedreiro.- Com malha de 3 mm. Utilizada na captura de indivíduos

que ficam junto à vegetação marginal.

• Armadilhas. - Improvisadas com garrafas plásticas ( de refrigerante) com

capacidade de 2 litros. Para montá-la basta medir 15 cm do comprimento que

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_,....._,

10

inclui a boca da garrafa, fazer wn corte transversal, inverter esta parte e em

seguida encaixá-la no corpo da garrafa (Fig. 1). A entrada não deve ficar muito

grande, para que não entre caranguejos, pois isso impediria a entrada de

camarões. Como isca, usa-se carne moída. Também foram colocadas algwnas

pedras no interior da armadilha, para que ela não flutuasse. Utilizada na captura

de animais que ficam escondidos sob pedras e troncos de árvores. O tempo de

espera mínimo, foi de 1 hora.

Após a coleta os exemplares foram anestesiados com mentol e depois

fixados com álcool à 70%.

2.3. NO LABORA TÓRIO:

No laboratório os espécimens foram conservados também em álcool à

70%, e analisados com microscópio estereoscópio OL YMPUS com awnento de até

400 vezes.

Foram elaboradas chaves de identificação baseadas em RODRIGUEZ

(1980) e HOBBS & HART (1982) para Atyidae e RODRIGUEZ (1980) e

HOLTHUIS (1952) para Palaemonidae, adaptadas para as espécies da região em

estudo.

Os desenhos das peças com as características importantes para a

identificação das espécies foram feitas com auxílio de microscópio estereoscópio

com câmara clara JENA com awnento de até 100 vezes.

A mensuração dos exemplares foi feita com o auxílio de paquímetro,

medindo os exemplares do ápice do rostro à extremidade posterior do telso

( comprimento total).

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11

A caracterização das espécies, foi feita baseando-se em espécimens machos, evidenciando-se os detalhes morfológicos de maior importância para a identificação das espécies.

A distribuição geográfica foi baseada em informações adquiridas em literatura, e no material estudado.

As espécies encontradas foram distribuídas em unidades hidrográficas delimitadas através de mapeamento feito pela SERLA (Superintendência Estadual de Rios e Lagos) em 1985 e estão expressas no quadro II e nos mapas 1 a 5.

O item "Observações" consiste em informações colhidas em literatura, acerca do habitat e problemas sistemáticos.

A terminologia utilizada neste trabalho é a mesma adotada por quase todos os especialistas em Decapoda, inclusive RODRIGUEZ, 1980 e HOBBS & HART, 1982, e pode ser consultada nas figuras esquemáticas 2 e 3.

Para cada espécie é dada uma lista de material examinado com suas localidades organizadas no sentido norte-sul. Cada procedência é associada a uma abreviatura e um número, que indicam a coleção e o número de registro dos espécimens ou lotes nas coleções a que pertencem.

A B R E VIA T URA S :

DZUFRJ - Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. MNRJ - Museu Nacional, Rio de Janeiro, UFRJ. MZUSP - Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo.

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12

1 5 cm

2.5 cm [ 1 0 cm

A

B

Figura 1 : Esquema de montagem de uma annadilha. A Garrafa de refrigerante com capacidade de 2 litros (linha de corte pontilhada), B. Annadilha pronta.

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13

r--Abdome �-------,-,--

Carapaça

Dra.resis

Figura 2 : Esquema de um Caridea• : ba.- base; ea.- espinho antenal; eh.- espinho

branquiostegal; ef.- escafocerito; eh.- espinho hepático; ep.- espinho pterigostômico;

ex.- coxa; C.- carpo; D.- dátilo; 1.- ísquio; M.- mero; P.- própode.

• Fonte: Rodriguez, 1980.

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,-....,

14

A

- -a.m.

--a.I.

B e

Figura 3 : A Vista lateral do terceiro pereópode do macho adulto de Atya (Hobbs &

Hart, 1982); B. Vista lateral do segundo pereópode de Atya (Hobbs & Hart, 1982);

C. Segundo pleópode de um macho de Macrobrachium (Gomes-Corrêa, 1977).

a.m., apêndice masculino; a.i., apêndice interno.

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n

15 3. PARTE SISTEMÁTICA

A terminologia e a classificação adotadas seguem basicamente ABELE & BOWMAN, 1982, ABELE, 1992 e BRUSCA & BRUSCA, 1990.

Subfilo CRUSTACEA Pennant, 1777. Classe MALACOSTRACA Latreille, 1806.

Subclasse EUMALACOSTRACA Grobben, 1892. Superordem EUCARIDA Calman, 1904. Ordem DECAPODA Latreille, 1803.

Subordem PLEOCYEMA TA Burkenroad, 1963. Infraordem CARIDEA Dana, 1852. Superfamília ATYOIDEA De Haan, 1849.

Família ATYIDAE De Haan, 1849. Superfamília PALAEMONOIDEA Rafinesque, 1815.

Família PALAEMONIDAE Rafinesque, 1 8 15. Subfamília PALAEMONINAE Dana, 1852

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16 CHAVE PARA AS FAMÍLIAS REPRESENTADAS NO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

1. Dedos das quelas do 2 primeiros pares de pereópodes com tufos de longos pêlos tenninais. Rostro desarmado dorsalmente . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . .. . . . Atyidae.

2. Dedos das quelas do 2 primeiros pares de pereópodes sem tufos de longos pêlos tenninais. Rostro armado dorsalmente .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Palaemonidae.

FAMÍLIA ATYIDAE De Haan, 1849. Atyidae De Haan, 1849 - Kingsley, 1878:91 - Chace & Hobbs, 1969:56 - Chace,

1972: 13 - Rodriguez, 1980:80-85 - 1981:41-46 - Villalobos, 1982:216.

Diagnose.- Rostro curto. Carapaça lisa dorsalmente e somente com espinho antenal e pterigostômico. Dedos dos dois primeiros pares de pereópodes, tenninam em pincéis de longos pêlos (exceto em Xiphocaris von Martens, 1872). Mandíbulas não apresentam palpos. Carpo do segundo pereópode inteiro. Exópodes podem aparecer ou não em todos os pereópodes. Telso alargado e com extremidade posterior arredondada.

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17 CHAVE PARA ESPÉCIES DA FAMÍLIA ATYIDAE DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

1. Carpo do segundo par de pereópodes mais largo do que longo. Rostro com margem ventral sem dentes .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Carpo do segundo par de pereópodes muito mais longo do que largo. Rostro com margem ventral provida de dentes .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3

2. Carapaça fortemente esculpida. Superficie flexora do própode do terceiro par de pereópodes com tubérculos não arranjados em fileiras longitudinais; dátilo do terceiro par de pereópodes com um grupo de tubérculos na sua superficie flexora sem formar fileiras .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ........ . .... ..... . . . Atya gabonensis (est. 1). Carapaça fracamente esculpida. Superficie flexora do própode do terceiro par de pereópodes com fileiras longitudinais de tubérculos; dátilo do terceiro par de pereópodes com tubérculos arranjados em fileira na sua superficie flexora .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . .. . . . . ......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atya scabra (est. II).

3. Rostro curvando-se para baixo; apêndice masculino sem espinhos na depressão entre o 2º e o 3° lobos; com epipodito nos 4 primeiros pares de pereópodes .. . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Potimirim glabra ( est. III). Rostro quase reto; apêndice masculino com espinhos na depressão entre o 2º e o 3º lobos; com epipodito nos 3 pnmerros pares de pereópodes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... . Potimirim potimirim ( est. IV).

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Atys Leach, 1 8 15:345. Atya Leach, 18 16:421.

Gênero Atya Leach, 1 8 16 .

18

Espécie tipo.- Atys scaber Leach, 18 15:345 [igual a Atya scabra

(Leach, 18 15) ] Diagnose.- Rostro achatado lateralmente, com ou sem espinhos em

sua margem dorsal e margem ventral com ou sem dentes. Carapaça com espinhos antenal e pterigostômico. Margem ventral da segunda à quinta pleura abdominal com ou sem dentículos. Pereópodes sem exópodes. Primeiro e segundo pares de pereópodes com carpo distintamente mais largo do que longo, sendo mais curto que os dedos; com uma escavação na sua extremidade distal, que permite o encaixe do própode; dedos das quelas terminando em longos pincéis de pêlos. Três últimos pares de pereópodes cobertos de tubérculos esclerosados; superfície flexora do dátilo com tubérculos agrupados ou arranjados em uma fileira longitudinal. Telso alargado e com sua extremidade distal arredondada.

Observações.- Espécimens deste gênero habitam rios de correnteza, onde há muito oxigênio dissolvido, e com fundo de pedras. Os tubérculos presentes nos três últimos pares de pereópodes, sobretudo no terceiro que é mais forte, representam importante adaptação, permitindo que o animal se agarre ao fundo e não seja levado pela correnteza (HOBBS & HART, 1982).

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19 Atya gabonensis Giebel, 1875.

Est. I (a-h)

Atya gabonensis Giebel, 1875:52-55 - Thompson, 1901:22 - Bouvier, 1904: 138 -1905: 1 10, 1 12, 123, 124, 128 - 1925:20, 22, 26, 27, 29, 293, 3 17 - Monod, 1928:205 - 1933:461 - 1967: 1 10, 1 19, 135 - 1977: 1203, 1204 - 1980:375 -Oliveira, 1945: 179 - Holthuis, 1951:9, 25 - 1980:69, 7 1, 181 - Hobbs, 1980: 1 1 1 -Hobbs & Hart, 1982:48 - Holthuis, 1993:3.

Euatya sculptilis Koelbel, 1884:317 - Hobbs, 1980: 1 1 1. Atya sculptata Ortmann, 1890:465. Atya (Atya) gabonensis - Ortmann, 1895:410, 414, 4 15 - 1897: 184, 185, 186. Euatya sculptilis - Ortmann, 1897: 185. Atya scabra - Rathbun, 1900:313.

Caracterização.- Rostro com carena mediana, sem dentes em suas margens dorsal e ventral, apresentando projeções laterais que formam, com o rostro, um ângulo nunca obtuso. Carapaça fortemente esculpida e com espinho pterigostômico pouco distinto. Pleuras abdominais sem dentículos esclerosados na sua margem ventral. Esterno do quinto segmento abdominal com projeção em forma de chifre. Telso com fileiras pares de 4 a 5 espinhos dorsais. Carena preanal com extremidade aguda e não direcionada para o telso. Apêndice masculino no segundo par de pleópodes do macho, 2.4 vezes mais longo do que apêndice interno.

Primeiro par de pereópodes alcança o último artículo do pedúnculo antenular. Segundo par de pereópodes alcança os dedos do primeiro par de pereópodes. Primeiro e segundo pares de pereópodes apresentam o carpo mais largo do que longo e seus dedos terminam em longos pincéis de pêlos.

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20

Terceiro par de pereópodes ultrapassa o último artículo do pedúnculo

antenular com o carpo inteiro. Mero um pouco achatado ventralmente e 2.5 mais

longo do que largo, superficie lateral com fileiras irregulares de tubérculos córneos

com extremidades achatadas e em forma de escama; apresenta um tubérculo na

superficie médio ventral do mero em oposição a um outro tubérculo do carpo. Mero

2.4 vezes o comprimento do carpo. Própode 2 vezes o comprimento do carpo,

superficie extensora do própode com tubérculos córneos semelhantes aos do mero e

com poucos largamente espalhados na sua superficie flexora. Superficie flexora do

dátilo com um grupo de 4 a 5 tubérculos próximos à extremidade córnea.

Diaresis do ramo externo de cada urópode, marcada por uma fileira de

17 a 19 dentículos articulados, e terminando em um espinho fixo um pouco maior.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 135 mm a 156 mm, e

o da fêmea ovada é de 101 mm. Os ovos são numerosos e pequenos.

Material examinado:

DZUFRJ-3541, 1 macho - Natividade de Carangola, Fazenda São José (200 a

300 metros de altitude).

DZUFRJ-3540, 3 fêmeas (1 ovada) - Natividade de Carangola, Fazenda São

José (200 a 300 metros de altitude).

MNRJ-2696, 1 macho - São Fidélis, Pureza, rio Paraíba do Sul.

MNRJ-2694, 1 macho - Itaocara, rio Paraíba do Sul.

MNRJ-2699, 1 macho - Itaocara (a montante de Coronel Teixeira), no

Paraíba do Sul.

MZUSP- 10288, 1 macho - Itaocara, Coronel Teixeira, rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 10289, 2 machos - Itaocara, Coronel Teixeira, rio Paraíba do Sul.

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2 1 Localidade-tipo.- Gabão, África. O tipo foi depositado no British

Museum (Natural Histmy ), Londres, Inglaterra. Distribuição geográfica.- África: do Senegal até o Zaire; América do

Sul: Suriname, nordeste e sudeste do Brasil, México. Observações.- Os adultos desta espécie habitam rios de correnteza

rápida e com fundo de pedras. Os indivíduos jovens podem ser capturados entre a vegetação (HOBBS & HART, 1982). Foram encontrados em altitudes de até 300 metros.

Segundo o mesmo autor, a distribuição geográfica de A. gabonensis

era limitada à costa oeste da África, Suriname e nordeste do Brasil (Estado do Piauí). Em 1994, sua distribuição foi ampliada para o norte do Estado do Rio de Janeiro, na bacia do Paraíba do Sul (FONSECA, OSTROVSKI & SILVA-

---- FERREIRA, 1994).

Atya scabra (Leach, 18 15) Est. II (a-h)

Atys scaber Leach, 18 15:345. Atya mexicana Wiegmann, 1836: 145. Ataya margaritacea Milne-Edwards, 1864: 148 (grafia errada). Atya punctata Kingsley, 1878:9 1.

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22

Atya scabra - Rathbun, 1901: 1 19 - Bouvier, 1925 :3 14 - Villalobos, 1943:7 -

Holthuis, 1966:234 - Fausto-Filho, 1968:28 - Chace, 1972: 14 - Abele, 1975 :56,

57 - Escobar, 1977: 126 - Rodriguez, 198 1:46 - Hobbs & Hart, 1982: 106 - Coelho

& Ramos-Porto, 1985 :404 - Abele & Kim, 1989:4.

Caracterização.- Rostro curto sem dentes em suas margens dorsal e

ventral e com projeções laterais formando ângulo obtuso com o rostro. Superficie

dorsal com carena mediana um tanto afiada. Carapaça fracamente esculpida,

podendo ser nodosa em indivíduos maiores. Espinhos lateral e pterigostômico

fortes. Margem ventral da segunda até a quinta pleura com uma fileira de dentículos

esclerosados. Esternito do quinto segmento abdominal com projeção mediana

comprimida e nunca formando estrutura em forma de chifre, ultrapassando o sexto

esternito abdominal. Carena preanal com extremidade aguda ou arredondada e

dirigida para trás em direção ao telso. Telso com 2 fileiras de 5 a 7 espinhos

dorsais. Apêndice masculino no segundo par de pleópodes do macho, 3 .4 vezes

mais longo do que o apêndice interno.

Primeiro e segundo pereópodes com dedos terminando em longos

pincéis de pêlos. Primeiro pereópode atinge além da extremidade do último artículo

antenular com extremidade do pincel de pêlos. Segundo pereópode com carpo mais

largo do que longo.

Terceiro pereópode ultrapassando o último artículo do pedúnculo

antenular com o carpo inteiro. Mero arredondado ventralmente e 2.6 vezes mais

longo do que largo; superficie lateral com fileiras irregulares de tubérculos córneos.

Carpo tem a metade do comprimento do mero. Própode 1.4 vezes mais longo do

que o carpo; com fileiras de tubérculos esclerosados, estando os da superficie

flexora arranjados em duas fileiras longitudinais. Dátilo com uma única fileira

longitudinal de 6 a 7 tubérculos na sua superficie flexora.

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23 Diaresis do ramo externo de cada urópode, marcada por uma fileira de

15 a 20 dentículos articulados e tenninando em um espinho fixo. Tamanho.- O comprimento dos machos examinados varia de 55 a 59

mm e o das fêmeas examinados fica entre 24 e 36 mm. A fêmea ovada tem comprimento de 40 mm. Os ovos são numerosos e pequenos.

Material examinado: DZUFRJ-2041, 1 macho - Natividade de Carangola, Fazenda São José. MNRJ-2698, 1 macho - Campo Grande, rio da Prata. DZUFRJ-21 13, 2 fêmeas - Mangaratiba, rio Grande. MNRJ-2695, 1 macho - Angra dos Reis, rio Zungu. DZUFRJ-2106, 1 fêmea - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2097, 1 macho - Parati, rio Parati-Mirim. MNRJ-4162, 1 fêmea - Parati, afluente da margem esquerda do rio Parati­

Mirim. Localidade tipo.- Foi estabelecido neótipo para Misantla, Estado de

Vera Cruz, México. O neótipo foi depositado no British Museum (Natural History), Londres, Inglaterra.

Distribuição geográfica. - África Ocidental, Austrália e Américas (México, Antilhas e Brasil até Santa Catarina).

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,,

24 Observações.- Os indivíduos desta espécie habitam águas doces e

rasas, com correnteza e fundo de pedras, escondendo-se debaixo de pedras e folhas. Tem uma ampla distribuição no rio. Os indivíduos desta espécie passam as primeiras fases de seu desenvolvimento perto da costa, posteriormente migrando rio acima para distribuir-se em áreas muito distantes do estuário (VILLALOBOS, 1959). Foram encontrados em altitudes de O a 300 metros.

Gênero Potimirim Holthuis, 1954. Villalobos, 1959. Car. Emend.

Potimirim Holthuis, 1954:2 - Chace & Hobbs, 1969:76 - Chace, 1972: 14 -Rodriguez, 1980:83 - 1981:41 - Villalobos, 1982:223 - Abele & Kim, 1989:5.

Espécie tipo: Caridina mexicana De Saussure, 1857. Diagnose.- Rostro curto, sem dentes na margem dorsal e com dentes

na margem ventral. Espinhos supra orbitais ausentes; espinho antenal presente e espinho pterigostômico distintamente presente nas fêmeas, podendo ser fraco ou ausente nos machos. Pereópodes sem exópodes em sua base. Epipoditos presentes nos três ou quatro primeiros pares de pereópodes. Dois primeiros pares de pereópodes com os dedos de suas quelas terminando em pincéis de longos pêlos. Carpos do primeiro e segundo pares de pereópodes com extremidade distal escavada onde se encaixa a extremidade proximal do própode; segundo par de pereópodes

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25

com carpo mais longo do que largo. Segundo par de pleópodes do macho com

apêndice masculino, estrutura importante como característica taxonômica.

Potimirim glabra (Kingsley, 1878)

Est. III (a-d)

� Atyoida glabra Kingsley, 1878 :93 .

Potimirim glabra; Holthuis, 1954:3, fig. 1 - 1954a: 160 - Villalobos, 1960:273 -

Smalley, 1963: 177, fig. 1 - Chace & Hobbs, 1969:76, figs. 15, 19 b, c - Abele &

Blum, 1977:244 - Hart, 1980:845 - Rodriguez, 198 1:43,46 - Villalobos, 1982:217

- Felgenhauer & Abele, 1985 :40 1 - Holthuis, 1986:445 - Abele & Kim, 1989.

Potimirim brasiliana Villalobos, 1959:275, lams. I-IV.

Caracterização.- Rostro ultrapassando a extremidade distal do

primeiro artículo do pedúnculo antenular, margem dorsal do rostro sem dentes e

com sua extremidade um pouco voltada para baixo; margem ventral com 2 ou 3

dentes, excepcionalmente 1. Ângulo pterigostômico dos machos pode ser

arredondado ou agudo, mas nunca formando espinho; e nas fêmeas sempre agudo.

Pleuras abdominais arredondadas. Pleura do quinto somito abdominal

das fêmeas com a extremidade terminando em um vértice arredondado. Telso com

fileiras pares de 4 a 6 espinhos dorsais. Epipoditos nos 4 primeiros pares de

pereópodes.

Primeiro par de pereópodes com carpo mais curto que os dedos.

Segundo par de pereópodes com carpo distintamente mais longo do que largo, e

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quase tão longo quanto os dedos. Dátilo do terceiro par de pereópodes apresentando

7 a 8 dentes (incluindo o terminal) em seu bordo inferior, os quais são encurvados,

com sua extremidade voltada pará trás; carpo com pequenos e numerosos tubérculos

na região inf eroproximal e também com 2 espinhos, um em cada lado da mesma

região, os quais correspondem aos órgãos sexuais caracteristicos dos machos; mero

3.5 vezes mais longo do que largo, com metade distal alargada, provida de urna série

longitudinal de 4 espinhos e também com numerosos e pequenos tubérculos em sua

margem inferior. Pereópodes do quarto par com dátilo apresentando a margem

inferior com 7 dentes terminando em um mais forte. Pereópodes do quinto par têm

dátilo com margem inferior pectinada terminando em 2 dentes fortes. Apêndice

masculino do segundo par de pleópodes com margem posterior dividida em 3 lobos,

estando o proximal separado dos outros 2 por urna depressão sem espinhos.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 1 1 a 26 mm e o das

fêmeas fica entre 11 e 19 mm. A maior fêmea ovada tem 27 mm de comprimento.

Ovos numerosos e pequenos.

Material examinado:

MNRJ-4401, 16 fêmeas (ovadas) - Itabapoana, Barra de Itabapoana (próximo

à ponte RJ/ES).

MNRJ-2684, 3 fêmeas (2 ovadas) - Araruama, lagoa de Juturnaíba.

DZUFRJ-2 133, 3 machos - Miguel Pereira, cachoeira do rio Santa Branca

(BR 125)

MNRJ-2715, 10 machos e 13 fêmeas - Ilha de Itacuruçá (riacho do lado

esquerdo da praia Grande)

DZUFRJ-2120, 296 machos e 98 fêmeas - Mangaratiba, rio Grande.

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27 DZUFRJ-2122, 2 fêmeas (ovadas) - Mangaratiba, serra do Piloto (aprox. 500

m de altitude) MNRJ-2719, 3 machos e l fêmea (ovada) - Ponta da Figueira (entre

Mangaratiba e Conceição do J acareí). DZUFRJ-2125, 3 fêmeas (ovadas) - Lídice, afluente do rio da Guarda. MNRJ-2686, 4 machos e 3 fêmeas (ovadas) - Angra dos Reis, rio Ariró

Pequeno. MNRJ-2745, 3 fêmeas - Angra dos Reis, Ilha Grande. DZUFRJ-2067, 15 machos e 6 fêmeas - Angra dos Reis, Ilha Grande. MNRJ-2734, 53 machos e 64 fêmeas ( 14 ovadas) - Parati, riacho da prainha

entre Mambucaba e T arituba. DZUFRJ-2099, 11 machos - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2101 , 1 macho e 1 fêmea ( 1 ovada) - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2077, 3 machos e 6 fêmeas (2 ovadas) - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2080, 2 fêmeas ( 1 ovada) - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2074, 2 fêmeas (ovadas) - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2081 , 9 fêmeas (ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2083, 2 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2085, l macho e l fêmea (ovada) - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2082, 2 fêmeas ( 1 ovada) - Parati, rio Graúna. MZUSP-7373, l macho - Parati.

Localidade tipo.- Costa oeste da República da Nicarágua. O tipo foi depositado no Museum of Comparative Zoology, Harvard University, Cambridge, Massachusets, EUA.

Distribuição geográfica.- Oeste do México até o Equador e do leste do México até São Paulo (Brasil).

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28

'\ r-- Observações.- São habitantes de águas doces, em rios com fundo de

\ ·'

,-.

cascalho e com correnteza moderada a rápida (CHACE & HOBBS, 1969). Foram

encontrados em altitudes de até 500 metros (Serra do Piloto, Mangaratiba), estando

junto à vegetação marginal e também associados às raízes de macrófitas.

As fêmeas de P. glabra podem, às vezes, ser confundidas com as de P.

potimirim (MÜLLER 188 1), das quais podem ser diferenciadas pela presença de

epipodito no quarto par de pereópodes e também pela largura do mero do terceiro

pereópode, que é maior em P. glabra.

Potimirim potimirim (Müller, 188 1)

Est. IV ( a-d).

Atyoida potimirim Müller, 188 1: 117.

Ortmania potimirim; Rathbun, 190 1: 120.

Ortmania mexicana; Bouvier, 1925 :284.

Potimirim mexicana; Holthuis, 1954:4.

Potimirim potimirim; Villalobos, 1959:3 13-326, lams. X-XII - Abele, 1972:215, fig.

4 - Rodriguez, 198 1:46 - Villalobos, 1982:217 - Abele & Kim, 1986: 127-129.

Caracterização.- Rostro alcançando a porção proximal do segundo

artículo do pedúnculo antenular, margem dorsal do rostro quase reta e sem dentes;

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\

29

margem ventral com 2 ou 3 dentes. Ângulo pterigostômico dos machos sem espinho; fêmeas com um espinho pterigostômico agudo.

Pleura do quinto somito abdominal das fêmeas com extremidade terminando em ângulo reto. Telso com fileiras pares de 5 espinhos dorsais. Epipodito nos 3 primeiros pares de pereópodes.

Primeiro par de pereópodes com carpo mais curto que os dedos. Segundo par de pereópodes com carpo distintamente mais longo do que largo, e quase tão longo quanto os dedos. Pereópodes do terceiro par têm dátilo com 7 a 8 dentes_ (incluindo o terminal) na margem inferior; carpo com 2 espinhos, um em cada lado da região inf eroproximal, os quais correspondem aos órgãos sexuais característicos dos machos; mero um pouco alargado na metade distal, sendo 4.75 vezes tão longo quanto largo, e com uma fileira longitudinal de 4 espinhos na margem inferior. Pereópodes do quarto par têm dátilo com 7 a 8 dentes (incluindo o terminal) na sua margem inferior, com extremidade um pouco voltada para trás. Carpo com 2 espinhos lateroproximais e um espinho mais distal na superfície externa; possui também pequenos e numerosos tubérculos na superfície inferior da sua porção proximal; mero com uma série de 4 espinhos na sua metade distal. Pereópodes do quinto par têm dátilo com margem inferior pectinada e terminando em 2 espinhos fortes. Apêndice masculino do segundo par de pleópodes com margem posterior dividida em 3 lobos estando o proximal separado dos outros 2 por uma depressão provida de espinhos, e menos acentuada que em P. glabra.

Tamanho.- O comprimento dos machos examinados varia de 11 a 25 mm e o das fêmeas examinadas fica entre 11 a 24 mm. A maior fêmea ovada examinada tem 21 mm de comprimento. Ovos numerosos e pequenos.

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í

30

Material examinado:

DZUFRJ-2054, 3 fêmeas - São Fidélis, rio Dois Rios (afluente do rio Paraíba

do Sul).

DZUFRJ-2055, 2 fêmeas - São Fidélis, Cambiasca.

DZUFRJ-2040, 3 fêmeas (ovadas) - Maricá, rio Bananal.

MNRJ-2664, 2 fêmeas (ovadas) - rio em Muriqui.

MNRJ-27q, 12 machos e 12 fêmeas (2 ovadas) - Angra dos Reis, no

Florestão.

DZUFRJ-2066, 10 machos e 17 fêmeas - Angra dos Reis, rio Bracuí.

MNRJ-898, 1 fêmea - Angra dos Reis, rio Bracuí.

MNRJ-2736, 4 machos e 12 fêmeas (6 ovadas) - Angra dos Reis, rio Grataú.

DZUFRJ-207 1 , 2 machos - Parati, rio São Roque.

MZUSP-1 1295, 2 fêmeas ( 1 ovada) - Parati, rio Barra Grande.

DZUFRJ-2075, 3 fêmeas (ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim.

DZUFRJ-2076, 10 machos e 3 fêmeas (2 ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim.

MNRJ-27 16, 15 machos e 20 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim.

MNRJ-4164, 6 machos e 13 fêmeas (ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim (local

com influencia de maré)

MNRJ-4163, 1 fêmea - Parati, afluente da margem direita do rio Parati­

Mirim.

Localidade tipo.- Rio Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Distribuição geográfica.- Flórida (EUA) até Santa Catarina (Brasil).

Observações.- Apesar de serem habitantes de águas doces, é possível

encontrar espécimens de P. potimirim no mar, a uma certa distância da costa.

Alguns indivíduos encontram-se associados às raízes de macrófitas que são

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/\

31

arrastadas pelos rios, permitindo uma possível dispersão desta espécie, assim como

de outras do gênero Potimirim (VILLALOBOS, 1959).

P. potimirim é muito semelhante à P. mexicana (De Saussure, 1857),

que ocorre no México, Costa Rica, Jamaica e Porto Rico. P. potimirim tem o

apêndice masculino mais estreito e as depressões entre os lobos, na margem

posterior, são mais profundas. Segundo COELHO & RAMOS-PORTO ( 1985) são

animais encontrados em altitudes de até 100 metros.

Família Palaemonidae Rafinesque, 1815

Palaemonidae Rafinesque, 1815 - Holthuis, 1950: 1 - 1952: 1 - 1955:42 - Chace &

Hobbs, 1969:87 - Chace, 1972: 17 - Gomes-Corrêa, 1977: 16 - Rodriguez, 1980:85

- Williams, 1984:63.

Diagnose.- Rostro geralmente bem desenvolvido, lateralmente

comprimido, com dentes na margem dorsal e com ou sem dentes na margem ventral.

Carapaça com espinho antenal sempre presente e com ou sem espinho hepático ou

branquiostegal. Sulco branquiostegal presente ou ausente. Exopoditos presentes em

todos os maxilípedes. Terceiros maxilípedes filiformes, com endopodito

pluriarticulado e exopodito inteiro. Pereópodes sem exopoditos. Dois primeiros

pares de pereópodes quelados e com carpo inteiro, pereópodes do segundo par

geralmente maiores do que os do primeiro. Três últimos pares de pereópodes com

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32 dátilo simples ou bífido. Apêndice masculino do segundo par de pleópodes podendo estar presente ou ausente.

A família compreende quatro subfamílias, das quais apenas a subfamília Palaemoninae possui representantes na rede fluvial do Estado do Rio de Janeiro.

Subfamília Palaemoninae Dana, 1852

Palaemoninae Dana, 1852: 17, 24 - Holthuis, 1950:4 - 1952: 1 - 1955:43 - Williams, 1965:50 - Chace & Hobbs, 1969:87 - Chace, 1972: 18 - Gomes-Corrêa, 1977:33 -Williams, 1984:63.

Diagnose.- Rostro com dentes nas margens dorsal e ventral. Carapaça com espinho antenal sempre presente e com ou sem espinho hepático ou branquiostegal; sulco branquiostegal presente ou ausente. Telso com margem posterior provida de 2 pares de espinhos e um ou mais pares de cerdas. Flagelo antenular superior com os ramos fusionados na porção basal. Mandíbulas com ou sem palpo. Segundo par de pereópodes mais forte do que o primeiro. Apêndice masculino sempre presente no segundo pleópode.

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r

-

_,....

33

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DA FAMÍLIA PALAEMONIDAE DO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

1. Espinho hepático ausente. Espinho branquiostegal presente ..... .. . . . . . . . . . . . .. . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............. .. . . . . .. . . . . . Pa/aemon (Palaemon) panda/iformis ( est. V)

Espinho hepático presente. Espinho branquiostegal ausente .. . . . .... . . . ..... . . ..... .

· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·2

2. Rostro longo, ultrapassando a extremidade distal do escafocerito. Dedos das

quelas do 2º par de pereópodes cobertos de pêlos ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrobrachium acanthurus ( est. VI)

Rostro curto, alcançando a extremidade distal do pedúnculo antenular ou

mais curto. Dedos das quelas do 2° par de pereópodes sem pêlos e com fortes

espinhos ... . ................ ..................................................... . . ..... . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . 3

3. Margem posterior do telso com uma extremidade truncada e com espinhos

posteriores curtos. Pereópodes do segundo par com o carpo menor que o

mero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrobrachium carcinus (est. VII)

Margem posterior do telso com uma distinta extremidade aguda e com

espinhos posteriores internos tão ou mais longos que a citada extremidade.

Pereópodes do segundo par com o carpo tão ou mais longo quanto o mero .. .

· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·4

4. Pereópodes do segundo par muito desiguais em forma e tamanho e com

própode inchado. Margem dorsal do rostro com 12 a 15 dentes .... . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrobrachium olfersii (est. VIII)

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"1 34

Pereópodes do segundo par iguais em forma, podendo ser desiguais ou ligeiramente desiguais em tamanho e com própode nunca inchado. Margem dorsal do rostro com 5 a 10 dentes .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

5. Segundo par de pereópodes com dedos deixando um espaço quando fechados. Espinhos internos do telso ultrapassando a extremidade do mesmo . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrobrachium potiuna ( est. IX) Segundo pereópode com dedos não deixando espaço quando fechados. Espinhos internos do telso ultrapassando a extremidade do mesmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrobrachium iheringi (est. X)

Gênero Palaemon Weber, 1795.

Palaemon Weber, 1795:94 - Fabricius, 1798:378, 402 - Holthuis, 1952: 167 -1955:46.

Espécie tipo.- Cancer Squila Linnaeus, 1758.

Diagnose. - Rostro longo e com dentes em suas margens dorsal e ventral. Carapaça com espinhos antenal e branquiostegal, sem espinho hepático e com sulco branquiostegal. Mandíbula com palpo bi ou triarticulado. Dois primeiros pares de pereópodes delgados, sendo o segundo ligeiramente mais forte que o primeiro. Três últimos pares de pereópodes com dátilo simples. Telso terminando em uma extremidade aguda.

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1

35 Palaemon (Palaemon) pandaliformis (Stimpson, 1871).

Est. V (a-d).

Leander pandaliformis Stimpson, 1871: 130. Leander potitinga Ortmann, 1897: 193, pl. 1, fig. 13 - Thering, 1897:422 - Moreira,

1901 : 12. Palaemon (Palaemon) pandaliformis; Holthuis, 1950:7 - 1952: 187, pl. 46, figs. g. 1 -

Chace & Hobbs, 1969: 1 1 1, figs. 26, 28 a - Chace, 1972:21 - Gomes-Corrêa, 1977: 103, est. XXVI, figs. 1- 10 - Hart, 1980:845 - Rodriguez, 1980: 128, 129 -1981:43, 47 - Villalobos, 1982:218, 225.

Caracterização.- Rostro longo e delgado, ultrapassando a extremidade distal do escaf ocerito, margem dorsal quase reta ou com a extremidade voltada para cima; margem dorsal com 1 ou 2 dentes subapicais, um espaço desarmado e 5 a 7 dentes na metade proximal, sendo que um está localizado sobre a carapaça, atrás do nível da órbita; margem ventral com 5 a 8 dentes. Carapaça sem espinho hepático e com espinho branquiostegal presente em sua margem anterior.

Carapaça e abdome lisos. Pleura do quinto somito abdominal com extremidade terminando em vértice arredondado. Sexto somito abdominal quase o dobro do quinto e tão longo quanto o telso. Telso um tanto delgado e com 2 pares de espinhos dorsais; margem posterior com extremidade aguda, e com 2 pares de espinhos posteriores, sendo que os internos ultrapassam a extremidade do telso.

Mandíbula apresentando palpo triarticulado.

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36

Primeiro par de pereópodes alcançando a extremidade distal do

escafocerito, dedos um pouco mais longos que a palma. Segundo par de pereópodes

iguais na forma e no tamanho e bastante delgados; ultrapassa o escafocerito com

metade da palma quando esticado; dedos um pouco mais curtos que a palma;

margem cortante do dedo fixo lisa e a do dátilo com um pequeno dente na porção

proximal; carpo 2.5 vezes o comprimento da palma e 1 . 5 vez o comprimento do

mero. Terceiro par de pereópodes alcançando a extremidade distal do escafocerito;

própode 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 1 .5 vez mais longo do que o carpo e

um pouco menor que o mero. Quarto par de pereópodes ultrapassa a extremidade

distal do escafocerito com o dátilo inteiro; própode 2 .5 vezes tão longo quanto o

dátilo, quase 2 vezes mais longo do que o dátilo e um pouco mais longo que o mero.

Quinto par de pereópodes ultrapassa o escafocerito com metade do própode;

própode 3 .5 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes mais longo do que o carpo e

um pouco maior que o mero.

Tamanho.- O comprimento dos machos examinados varia de 7 a 36

mm. A maior fêmea ovada examinada tem 40 mm de comprimento total. Os ovos

são numerosos e pequenos.

Material examinado:

DZUFRJ-2056, 1 8 machos e 23 fêmeas - Campos, canal da lagoa da Cataia.

DZUFRJ-2058, 3 machos - Campos, canal da lagoa da Cataia.

DZUFRJ-2057, 2 machos - Campos, canal da lagoa da Cataia.

MZUSP- 1955, 7 machos - rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 1956, 7 machos e 12 fêmeas ( 10 ovadas) - rio Paraíba do Sul.

LAB. LIMNOLOGIA-UFRJ, 1 fêmea (ovada) - Macaé, lagoa Comprida.

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37 MNRJ- 1046, 2 machos e 7 fêmeas (2 ovadas) - Duque de Caxias, rio Paô.

Col. em 27/06/1941 . MNRJ- 1040, 1 macho e 9 fêmeas (7 ovadas) - Rio de Janeiro, rio Pavuna.

Col. em 20/07/1944. MNRJ-998, 3 fêmeas (ovadas) - Rio de Janeiro, Barra da Tijuca, canal do

Cortado MNRJ- 1039, 8 machos e 62 fêmeas ( 1 ovada) - Rio de Janeiro, Recreio dos

Bandeirantes, lagoa de Marapendi. Col. em 05/10/ 1961 . MNRJ- 1042, 4 machos e 14 fêmeas ( 13 ovadas) - Itacuruçá, rio Itinguaçu. DZUFRJ-3788, 4 machos - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale, praia da Cruz. DZUFRJ-2068, 1 macho - Angra dos Reis, rio Areia do Pontal. MNRJ-893, 9 machos e 2 fêmeas - Angra dos Reis, rio Saco. MNRJ-976, 4 machos e 15 fêmeas ( 1 ovada) - Angra dos Reis, rio do Frade. MNRJ-4402, 1 macho e 2 fêmeas - rio Mambucaba. DZUFRJ-2084, 2 machos e 5 fêmeas - Parati, rio Barra Grande.

Localidade tipo.- Trinidad (Venezuela). O tipo foi depositado na coleção do United States National Museum, Washington, D.C., EUA.

Distribuição geográfica.- Antilhas e Guatemala até Santa Catarina (Brasil).

Observações.- São predominantemente de água salobra, sendo encontrados próximo a foz dos rios. De acordo com COELHO & RAMOS-PORTO ( 1985) são encontrados em altitudes de O a 100 metros.

Palaemon (Palaemon) panda/iformis mostra-se bastante relacionada à espécie Pa/aemon (Palaemon) graci/is (SMITH, 187 1) da costa ocidental da

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38 América, diferenciando-se dela pela forma da extremidade do telso e comprimento dos seus espinhos posteriores internos.

Gênero Macrobrachium Bate, 1868.

Macrobrachium Bate, 1868:363 - Holthuis, 1950:98 - 1952: 10 - 1955:53 - Chace & Hobbs, 1969:89 - Rodriguez, 1980: 113.

Espécie tipo.- Macrobrachium americanum Bate, 1868. Diagnose.- Rostro bem desenvolvido, comprimido lateralmente e com

dentes nas margens superior e inferior. Flagelo antenular superior com dois ramos fusionados na base. Carapaça com espinhos antenal e hepático presentes e espinho branquiostegal ausente. Sulco branquiostegal bem marcado. Maxilípedes com exopoditos. Mandíbula com palpo triarticulado. Primeiro par de pleópodes do macho sem apêndice interno. Telso com dois pares de espinhos dorsais e dois pares de espinhos posteriores.

Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836). Est. VI (a-e).

Palaemon acanthurus Wiegmann, 1836: 150.

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39 Macrobrachium acanthurus; Pearse, 19 11: 1 1 1 - Holthuis, 1952:45, pl. 8-9, figs.a, b

- 1959:9 1 - Williams, 1965:52, fig. 43 - Chace, 1972:20 - Gomes-Corrêa, 1977:60, est. XIII, figs. 1-9 - Williams, 1984:66, figs 44-45 - Abele & Kim, 1989:5.

Caracterização.- Rostro longo, geralmente alcançando ou ultrapassando a extremidade distal do escafocerito; margem dorsal com 9 a 1 1 dentes, 2 primeiros dentes sobre a carapaça, atrás da margem orbital, sendo o primeiro separado do segundo por um espaço maior do que entre o segundo e o terceiro; margem ventral com 4 a 7 dentes. Tanto na margem dorsal quanto na ventral os dentes proximais mostram-se mais juntos que os distais. Carapaça lisa, exceto por alguns eventuais pelos curtos na região anterolateral.

Abdome liso. Pleura do quinto somito abdominal com extremidade terminando em vértice agudo. Telso com margem posterior terminando em uma extremidade aguda, flanqueada por dois pares de espinhos, sendo os mais internos mais longos que a referida extremidade.

Primeiro par de pereópodes alcança a extremidade do escafocerito com o própode inteiro e, às vezes com parte do carpo; dedos mais curtos que a palma e carpo 2.5 vezes mais longo do que o própode. Segundo par de pereópodes delgados e iguais em forma e tamanho; alcançam a extremidade do escafocerito com o carpo inteiro ou uma parte do mero. Dedos não deixando espaço quando fechados, quase tão longos quanto a palma e cobertos por uma densa pubescência aveludada; margens cortantes armadas com um forte dente proximal no dátilo, outro no dedo fixo ( o dente do dátilo está localizado um pouco antes do dente do dedo fixo) e 3 ou 4 dentículos basais; própode 2 vezes mais longo do que o dátilo; carpo mais longo que a palma e que o mero. Terceiro par de pereópodes ultrapassa o escafocerito

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40

com o própode inteiro e uma pequena parte do dátilo; própode 2.6 vezes mais longo

do que o dátilo, 1.6 a 2 vezes do que o carpo e um pouco menor que o mero. Quarto

par pereópodes alcança o escafocerito com a extremidade do dátilo; própode quase 3

vezes mais longo do que o dátilo, 1.5 do que o carpo e quase tão longo quanto o

mero. Quinto par de pereópodes ultrapassa o escafocerito com uma pequena parte

do dátilo; própode 3 vezes mais longo do que o dátilo, 1.6 a 2 vezes do que o carpo

e tão longo quanto o mero ou um pouco mais curto.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 33 a 180 mm e o das

fêmeas fica entre 26 a 96 mm. A maior fêmea ovada tem comprimento total de 11 O

mm. Os ovos são numerosos e pequenos.

Material examinado:

MNRJ-3367, 1 macho - Barra de Itabapoana.

MNRJ-4399, 2 fêmeas - Barra da Itabapoana, próximo à ponte RJ/ES.

MZUSP-1929, 23 machos e 3 fêmeas ( 1 ovada) - rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 1921, 22 machos e 2 fêmeas ( 1 ovada) - rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 1926, 2 machos e 2 fêmeas (ovadas) - rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 1934, 4 machos e 8 fêmeas (5 ovadas) - rio Paraíba do Sul.

MZUSP- 1935, 13 machos e 1 fêmea (ovada) - rio Paraíba do Sul.

MZUSP-628, 10 machos e 9 fêmeas (3 ovadas) - São João da Barra.

MNRJ-964, 1 macho e 1 fêmea - Campos, Atafona.

MZUSP- 1911, 1 macho - Campos, Atafona.

MZUSP-6473, 1 macho e 4 fêmeas - Campos, Atafona.

MNRJ-875, 1 macho - Campos, rio Novo, lagoa Feia.

MNRJ-882, 3 machos e 3 fêmeas - Macaé, lagoa adjacente à Quissamã.

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41 MNRJ-4160, 2 machos e 1 fêmea - Rio das Ostras, riacho que desemboca na

praia do Mar do Norte. DZUFRJ-2033, 1 macho e 1 fêmea - Bom Jardim, rio São José (afluente do

rio Grande). MNRJ-880, 3 machos - Araruama, lagoa de Jutumaíba. DZUFRJ-2026, 1 macho - Maricá, rio Engenho Novo. DZUFRJ-2028, 1 macho - Maricá, lagoa de Maricá. MZUSP-1932, 1 macho - Maricá, lagoa de Maricá. DZUFRJ-3568, 1 macho - Maricá, laguna de Maricá. MNRJ-914, 3 machos e 2 fêmeas - Niterói, Jurujuba. MNRJ-932, 2 machos e 3 fêmeas - Niterói, Jurujuba. MNRJ-9 16, 2 machos - Duque de Caxias. Col. Dez/1941. MNRJ-883, 2 machos e 2 fêmeas - Rio de Janeiro, lagoa Rodrigo de Freitas. MNRJ-958, 1 fêmea - Rio de Janeiro, lagoa de Jacarepaguá. MNRJ-927, 1 macho - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, rio Camorim. Col.

23/06/1968. MNRJ-96 1, 1 fêmea - Pedra de Guaratiba. MNRJ-963, 1 macho e l fêmea - rio em Guaratiba. MNRJ-4398, 2 fêmeas - Barra de Guaratiba, riacho na estrada da Ilha. MNRJ-922, 1 fêmea (ovada) - Rio de Janeiro, rio Piraquê. MNRJ-872, 1 fêmea (ovada) - Sepetiba, praia de D. Luísa. MNRJ-920, 10 machos e 7 fêmeas - Itacuruçá, rio Itinguaçu. MNRJ-923, 5 machos e 9 fêmeas (3 ovadas) - Ilha da Marambaia. MNRJ-918, 1 macho - Ilha da Marambaia. MNRJ-921, 2 machos e 4 fêmeas (2 ovadas) - Mangaratiba, praia do Saco. DZUFRJ-2123, 1 macho - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale, praia da Cruz. DZUFRJ-21 17, 9 machos e 15 fêmeas ( 11 ovadas) - Mangaratiba, Fazenda

Lindo Vale.

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42 DZUFRJ-2112, 6 machos - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale. DZUFRJ-3784, 13 machos e 1 fêmea - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale. DZUFRJ-3789, 13 machos e 6 fêmeas (4 ovadas) - Mangaratiba, Fazenda

Lindo Vale. DZUFRJ-3787, 6 machos e 21 fêmeas (1 ovada) - Mangaratiba, Fazenda

Lindo Vale. DZUFRJ-3791, 12 machos e 1 fêmea - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale. DZUFRJ-3786, 4 machos e 1 fêmea - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale. DZUFRJ-21 15, 1 macho - Mangaratiba, rio na praia do Saí. MNRJ-915, 4 machos e 5 fêmeas - Conceição do Jacareí, Tanque. MNRJ-3342, 2 machos e 1 fêmea (ovada) - Angra dos Reis, Ilha Grande,

riacho na praia de Provetá. MZUSP-206, 1 macho - Angra dos Reis, Ilha Grande. MNRJ-917, 1 fêmea - Angra dos Reis, Japuíba. DZUFRJ-2059, 2 machos e 1 fêmea (ovada) - Angra dos Reis, Caputera, rio

Areia do Pontal. MNRJ-977, 1 macho - Angra dos Reis, rio do Frade. MNRJ-919, 2 machos - Parati, Fazenda Laranjeiras. DZUFRJ-2110, 1 macho e 6 fêmeas (1 ovada) - Parati, rio Graúna. DZUFRJ-2092, 2 machos - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2073 , 1 fêmea - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2073, 1 fêmea - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2096, 1 macho - Parati, rio Barra Grande. DZUFRJ-2103, 1 macho e 2 fêmeas - Parati, rio Barra Grande. DZUFRJ-2091, 1 fêmea (ovada) - Parati, rio Barra Grande. MNRJ-4166, 2 machos - Parati, rio Parati-Mirim (local com influência da

maré). DZUFRJ-2109, 2 machos e 1 fêmea - Parati, rio Parati-Mirim.

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DZUFRJ-2102, 4 machos - Parati, rio Parati-Mirim.

DZUFRJ-2089, 1 macho e 5 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim.

DZUFRJ-2087, 2 machos e 2 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim.

43

Localidade tipo.- Costa brasileira. O tipo foi depositado no

Zoologisch Museum, Berlim, Alemanha.

Distribuição geográfica.- Carolina do Norte (EUA), Antilhas até o Rio

Grande do Sul (Brasil).

e salobras.

Observações.- Indivíduos desta espécie são habitantes de águas doces

De acordo com ESCOBAR ( 1979), podem ser encontrados

preferencialmente em trechos de rio de correnteza suave e com fundo lodoso -

arenoso, onde existe muito material vegetal em decomposição. Também podem ser

capturados em remansos com fundo de pedra, e perto do estuário (fêmeas ovadas).

O rostro pode variar em comprimento e formato. Fêmeas adultas e

machos jovens têm o segundo par de pereópodes mais curto, mais delgado, menos

espinuloso e pubescente que machos adultos. De acordo com ESCOBAR, 1979 são

encontrados em altitudes de até 250 metros.

Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758).

Est. VII (a-d).

Potipema Marcgraf, 1648: 187.

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Astacus jluviatilis major chelis acu/eatis Sloane, 1725 :271, pi. 245, fig. 2. Cancer carcinus Linnaeus, 1758:631. Macrobrachium jamaicense Pearse, 1915 :551.

44

Macrobrachium carcinus - Hedgpeth, 1949:31, figs. l b, 3, 5 - Holthuis, 1952: 114, pi. 30, 31, figs. a, c - 1959:96, fig. 13 - Chace & Hobbs, 1969:93, figs. 21, 25 b-h -Chace, 1972:20 - Coelho & Ramos-Porto, 1972 - Gomes-Corrêa, 1977:43, est. VIII, figs. 1-7 - Rodriguez, 1980:123, fig. 35 a-b - Williams, 1984:68 - Abele & Kim, 1989:6.

Caracterização.- Rostro curto, alcançando a extremidade distal do pedúnculo antenular; margem dorsal sinuosa e extremidade um pouco voltada para cima; margem dorsal armada com 11 a 14 dentes distribuídos regularmente, dos quais 4 a 6 estão localizados sobre a carapaça, atrás da margem orbital. Carapaça lisa ou áspera na parte lateral, nos machos adultos.

Abdome liso. Pleura do quinto somito abdominal com ângulo posterior reto e extremidade arredondada. Telso com espinhos posteriores curtos, os quais não ultrapassam sua extremidade truncada.

Primeiro par de pereópodes alcança a extremidade distal do escafocerito com a quela inteira e, às vezes, com a metade do carpo. Segundo par de pereópodes, do macho adulto, fortes e iguais em forma e tamanho, com dedos um pouco mais curtos que a palma; dedos, quando cruzados, deixam um espaço entre eles na parte proximal; margens cortantes com grandes dentes, um na metade do comprimento do dátilo e um outro no final do terço proximal do dedo fixo; palma levemente comprimida, entre 3 a 4 vezes mais longa do que larga; carpo com mais ou menos a metade do comprimento da palma e um pouco menor que o mero. Terceiro par de pereópodes ultrapassa o escafocerito com o própode e uma parte do

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45 dátilo; própode 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 1.3 a 1. 7 vezes do que o carpo e menor que o mero. Quarto par de pereópodes com própode 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes mais do que o carpo e menor que o mero. Quinto par de pereópodes 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 1.4 vezes mais do que o carpo e menor que o mero.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 25 a 240 mm e o das fêmeas ovadas fica entre 24 e 170 mm. Os ovos são pequenos e numerosos.

Material examinado: MNRJ-2672, 2 machos e 3 fêmeas (2 ovadas) - Barra de Itabapoana, rio

Itabapoana. MZUSP-1918, 1 macho - rio Muriaé. MNRJ-2669, 6 machos e 7 fêmeas (3 ovadas) - São Fidélis, rio Paraíba do

Sul. DZUFRJ-2046, 3 machos - São Fidélis, rio Paraíba do Sul. DZUFRJ-2044, 1 macho - São Fidélis, rio do Colégio (afluente do rio Paraíba

do Sul). MNRJ-888, 1 macho e 1 fêmea - Araruama, lagoa de Juturnaíba. MNRJ-2286, 6 machos e 3 fêmeas - Maricá. MNRJ-2671, 3 fêmeas (2 ovadas) - Niterói, Jurujuba. MNRJ-2673, 1 macho - Rio de Janeiro, rio na encosta da Gávea. MNRJ-2297, 1 macho - Tinguá, represa da Boa Esperança. MNRJ-2676, 1 macho - Guaratiba, rio na estrada da Barra de Guaratiba. DZUFRJ-2 116, 1 fêmea (ovada) - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale. DZUFRJ-3785, 2 machos - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale.

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DZUFRJ-3790, 2 fêmeas - Mangaratiba, Fazenda Lindo Vale.

DZUFRJ-2114, l macho - Mangaratiba, rio na praia do Saí.

MNRJ- 1034, l macho - Angra dos Reis.

MNRJ-1092, 1 macho e 2 fêmeas - Parati.

46

Localidade tipo.- Jamaica (Sloane, 1758). O tipo foi depositado no

British Museum, Londres, Inglaterra.

Distribuição geográfica.- Desde a Flórida e Texas (EUA), até Santa

Catarina (Brasil), incluindo as Antilhas.

Observações.- Espécimens desta espécie são habitantes de água doce

e salobra. São encontrados em trechos de rio com correnteza e também em

remansos com fundo de areia e pedras. Preferem locais com fluxo constante de água

(ESCOBAR, 1979). Parte do seu desenvolvimento (primeiros estágios) é realizado

em água salgada e salobra (HOLTHUIS, 1980). De acordo com ESCOBAR, 1979

,.-l são encontrados em altitudes de até 200 metros.

Macrobrachium olfersii (Wiegmann, 1836).

Est. VIII (a-e)

Astacus 987 Gronovius, 1764:23 1, pl. 17, fig. 1.

Astacus Serratus Meuschen, 1781:9.

Palaemon olfersii Wiegmann, 1836: 150.

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Macrobrachíum olfersíí; Pearse, 19 1 1: 1 1 1 - Holthuis, 1952:95, pi. 25, figs. a, -Villalobos, 1969: 1055-1066 - Gomes-Corrêa, 1977:53, est. XI, figs. 1-9 -Williams, 1984:70, figs. 47-48 - Abele & Kim 1989: 10- 1 1.

Macrobrachíum bíraí Lobão, Melo & Fernandes, 1986: 1.

Caracterização.- Rostro curto, reto ou um pouco voltado para baixo e alcançando a extremidade distal do pedúnculo antenular; margem dorsal com 12 a 15 dentes dispostos regularmente, dos quais 4 ou 5 estão localizados sobre a carapaça, atrás da margem orbital; margem ventral com 3 a 4 dentes. Carapaça lisa.

Abdome liso. Pleura do quinto somito abdominal com ângulo posterior reto ou ligeiramente agudo. Margem posterior do telso com espinhos internos mais longos que a sua extremidade aguda.

Primeiro par pereópodes alcança a extremidade distal do escaf ocerito com 1/3 do comprimento do carpo. Dedos tão longos quanto a palma, ou um pouco mais curtos; carpo duas vezes o comprimento do própode; mero quase tão longo quanto o carpo. Segundo par de pereópodes do macho adulto muito desigual em forma e tamanho e com espinhos em todos os artículos. O maior ultrapassa a extremidade distal do escafocerito com o carpo inteiro e uma pequena parte do mero; dedos curtos deixando um espaço entre eles, quando fechados; cada margem cortante com um dente forte na porção proximal, dois dentes menores entre o dente grande e a base dos dedos e outros dentes menores dispostos regularmente até a extremidade distal do dedo; margens cortantes flanqueadas por pêlos duros. Palma bastante dilatada, sendo 1.5 a 2 vezes mais longa que larga, ligeiramente maior que o dátilo coberta com fortes espinhos e parcialmente coberta com densa pubescência. Carpo tão longo quanto o mero. Segundo pereópode menor ultrapassa a extremidade distal do escafocerito com parte do carpo; palma não dilatada; dedos

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48

1 .5 vez mais longos do que a palma e com espaço entre eles, quando fechados; cada

margem cortante com apenas um dente em sua porção proximal e muitos pêlos

longos e eretos. Terceiro par de pereópodes alcança a extremidade distal do

escafocerito com a extremidade do dátilo; própode 2.5 a 2.8 vezes mais longo do

que o dátilo, 1.5 a 2 vezes do que o carpo e menor que o mero. Quarto par de

pereópodes com própode 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 1.5 a 2 vezes do que

o carpo e quase tão longo quanto o mero. Quinto par de pereópodes 2.5 a 3 . 5 mais

longo do que o dátilo, 1.5 a 2 vezes do que o carpo e tão longo quanto o mero.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 16 a 75 mm e o das

fêmeas ovadas fica entre 28 e 54 mm. Os ovos são numerosos e pequenos.

Material examinado:

DZUFRJ-2042, 8 machos e 2 fêmeas - Itaperuna, rio Muriaé.

MNRJ-3354, 11 machos e 6 fêmeas (3 ovadas) - Barra de Itabapoana.

MZUSP- 1913, 1 macho - rio Paraíba do Sul.

MZUSP-12037, 3 machos - rio Paraíba do Sul.

MNRJ-862, 1 macho - Itaocara, rio Paraíba do Sul.

DZUFRJ-2047, 1 macho - Itaocara, rio Paraíba do Sul.

DZUFRJ-2043, 5 machos e 8 fêmeas (6 ovadas) - São Fidélis, Cambiasca, rio

Negro.

DZUFRJ-2045, 1 macho - São Fidélis, rio Dois Rios (afluente do rio Paraíba

do Sul).

DZUFRJ-2048, 7 machos e 13 fêmeas (ovadas) - São Fidélis, rio Dois Rios

( afluente do rio Paraíba do Sul).

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49 DZUFRJ-2049, 4 machos e 8 fêmeas (4 ovadas) - São Fidélis, rio Dois Rios

( afluente do rio Paraíba do Sul). DZUFRJ-2050, 1 fêmea - São Fidélis, rio Dois Rios (afluente do rio Paraíba

do Sul). DZUFRJ-2053, 2 machos - São Sebastião do Alto, rio Grande (afluente do rio

Dois Rios). DZUFRJ-2052, 3 machos e 2 fêmeas - São Sebastião do Alto, rio Negro. DZUFRJ-2051, 3 machos - São Sebastião do Alto, rio Grande (afluente do rio

Dois Rios). MNRJ-10 machos e 14 fêmeas (7 ovadas) - Macaé, rio d'Anta. MNRJ-2750, 4 machos e 2 fêmeas (ovadas) - rio das Ostras, riacho que

desemboca na praia do Mar do Norte. MNRJ-2666, 1 macho e 1 fêmea - Barra de São João, rio São João. MNRJ-2727, 5 machos e 2 fêmeas - Nova Friburgo, rio Robelo. MNRJ-2575, 1 macho - Nova Friburgo, rio Ipitiuna (cruzando a estrada de

Itaocara). MZUSP-5945, 1 macho e 1 fêmea (ovada) - Cachoeiras de Macacu, no

Guapiaçu. MZUSP-5947, 1 macho - Cachoeiras de Macacu, rio Guapiaçu. MNRJ-4400, 1 macho - Rio Bonito, rio Bonito. DZUFRJ-1972, 5 machos e 7 fêmeas (3 ovadas) - Maricá, rio Fundo. DZUFRJ-2030, 1 fêmea - Maricá, lagoa de Maricá. DZUFRJ-2027, 1 macho e 2 fêmeas - Maricá, rio Fundo. DZUFRJ-3564, 3 machos e 6 fêmeas - Maricá, rio Bananal. DZUFRJ-3572, 3 machos - Maricá, rio Engenho Novo. DZUFRJ-2025, 21 machos e 7 fêmeas (3 ovadas) - Maricá, rio Engenho

Novo. DZUFRJ-2029, 6 machos - Maricá, rio Engenho Novo.

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50 DZUFRJ-2022, 14 machos e 29 fêmeas - Maricá, rio Bananal. MNRJ-2294, 1 fêmea - Maricá, serra da Tiririca, córrego dos Colibris. DZUFRJ-2031, 2 machos e 3 fêmeas - Magé, Santo Aleixo, rio Andorinhas. DZUFRJ-3563, 1 macho - Magé, rio Inhomirim, Raiz da Serra. MNRJ-2568, 1 macho - Rio de Janeiro, riacho que desemboca na praia de

Copacabana. Col. em 03/12/19 1 1 . MNRJ-2570, 3 fêmeas - Rio de Janeiro, Fumas da Tijuca. Col. em

06/05/1962. MNRJ-2576, 1 macho - Rio de Janeiro, canal da Barra da Tijuca. Col. em

19/05/1969. MNRJ-2577, 1 macho - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, rio do Anil. Coletado

em 0 1/ 1 1/1942. MNRJ-3428, 2 fêmeas - Rio de Janeiro, lagoa de Jacarepaguá. MNRJ-3375, 9 machos e 5 fêmeas - Barra de Guaratiba, riacho na estrada da

Ilha. MNRJ-972, 1 fêmea - ltaguaí, rio Guandu. MNRJ-4373, 2 machos e 1 fêmea (ovada) - Itaguaí, rio Guandu. MNRJ-1 macho - Coroa Grande. MNRJ-2593, 2 machos e 1 fêmea - Itacuruçá, rio Itinguaçu. MNRJ-2725, 1 fêmea (ovada) - Itacuruçá, Águas Lindas. MNRJ-2566, 2 machos - Ilha da Marambaia. MNRJ-259 1, 2 machos - Ilha da Marambaia. MNRJ-2590, 4 machos e 4 fêmeas - Ilha da Marambaia. DZUFRJ-2 1 19, 1 macho e 7 fêmeas (1 ovada) - Mangaratiba, rio na praia do

Saí. DZUFRJ-2121 , 3 machos e 4 fêmeas - Mangaratiba, rio Grande. MNRJ-2572, 36 machos e 40 fêmeas - Mangaratiba, Conceição de Jacareí. MNRJ-3368, 2 machos - Angra dos Reis, Ilha Grande.

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51 DZUFRJ-2060, 3 machos e 2 fêmeas - Angra dos Reis, Ilha Grande. DZUFRJ-2037, 21 machos e 38 fêmeas ( 1 ovada) - Resende, Fazenda Santa

Mônica. DZUFRJ-2062, 1 macho - Angra dos Reis, no Grande (estrada entre

Mangaratiba e Lídice ). DZUFRJ-2065, 6 machos e 5 fêmeas - Angra dos Reis, rio Bracuí. MNRJ-3353, 6 machos e 6 fêmeas - Angra dos Reis, rio Mambucaba. DZUFRJ-2 107, 1 macho e 3 fêmeas - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2105, 6 machos 1 fêmea -Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2104, 2 machos e 1 fêmea (ovada) - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2093, 2 machos - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2095, 10 machos e 2 fêmeas - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2072, 1 macho - Parati, rio São Roque. MNRJ-2771, 5 machos - Parati, rio São Roque. DZUFRJ-2108, 1 macho - Parati, rio Barra Grande. DZUFRJ-211 1, 18 machos e 17 fêmeas (7 ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2090, 9 machos e 15 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2094, 3 machos e 5 fêmeas (3 ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2079, 1 macho - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2078, 1 macho e 3 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2070, 2 fêmeas - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2088, 1 macho - Parati, rio Parati-Mirim. DZUFRJ-2086, 2 machos e 3 fêmeas (2 ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim. MNRJ-4165, 3 machos e 5 fêmeas (ovadas) - Parati, rio Parati-Mirim. MNRJ-4 161, 1 fêmea - Parati, afluente na margem direita do rio Parati-

Mirim. MNRJ-3330, 1 fêmea - Parati, rio Parati-Mirim.

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52 Localidade tipo.- Costa brasileira. O tipo foi depositado no

Zoologisch Musewn, Berlim, Alemanha. Distribuição Geográfica.- Carolina do Norte (EUA) até Santa Catarina

(Brasil). Observações.- Espécimens desta espécie são encontrados em águas

doces e salobra, em fundo de areia e pedras. Segundo ESCOBAR ( 1979) podem ser encontrados em altitude de até 250 metros em trechos de rio com fundo de areia e lodo e perto de estuário, se escondendo sob troncos, folhas e pedras.

Macrobrachium olfersii é bastante semelhante a M diguetti

(BOUVIER, 1895) que ocorre do lado do Pacífico, podendo ser diferenciado desta, por possuir a palma do segundo par de pereópodes maior, dilatada e com maior número de cerdas longas (GOMES-CORRÊA, 1977).

Macrobrachium potiuna (Müller, 1880). Est. IX ( a-d)

Palaemon Potiuna Müller, 1880: 152. Macrobrachium potiuna Luederwaldt, 19 19:430 - Holthuis, 1952:76, pl. 18, figs. a­

d - Gomes-Corrêa, 1977:69, est. XVI, figs. 1-8 - Bond & Buckup, 1983: 177 -Jalihal, Sankolli & Shenoy, 1993:373.

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53

Caracterização.- Rostro curto e reto não ultrapassando a extremidade

distal do pedúnculo antenular; margem dorsal com 5 a 1 O dentes distribuídos

regulannente, sendo 1 ou 2 dentes localizados sobre a carapaça, atrás da margem

orbital; margem ventral com 1 ou 2 dentes. Machos adultos com carapaça áspera na � região anterolateral, devido à presença de pequenos espinhos.

Abdome liso. Pleura do quinto somito abdominal com a extremidade

um pouco aguda. Telso com destacada extremidade aguda na margem posterior e,

também com espinhos internos longos, ultrapassando a citada extremidade.

Primeiro par de pereópodes ultrapassa a extremidade distal do

escafocerito com o própode inteiro e uma pequena parte do carpo. Dedos tão longos

quanto a palma; carpo um pouco menos que 2 vezes mais longo do qtie o própode.

segundo par de pereópodes do macho adulto igual em forma e um pouco desigual no

tamanho, ultrapassando o escafocerito com parte do carpo. Dedos quase tão longos

quanto a palma, cruzando quando fechados e deixando um espaço entre eles;

margens cortantes com 2 dentes grandes na metade proximal do dátilo e um dente

grande no dedo fixo que se encaixa entre os 2 dentes do dátilo. O dedo fixo ainda

apresenta uma fileira de 4 pequenos dentes na porção proximal. Própode 2.5 vezes

mais longo do que o carpo e o mero. Espinhos presentes em todos os artículos.

Terceiro par de pereópodes alcançando a extremidade distal do escafocerito com a

extremidade do dátilo, própode 3 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes do que o

carpo e ligeiramente menor que o mero. Quarto par de pereópodes 3.5 vezes tão

longo quanto o dátilo, 2 vezes do que o carpo e tão longo quanto o mero. Quinto

par de pereópodes com própode 4 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes do que

o carpo e um pouco maior que o mero.

Tamanho.- O comprimento dos machos varia de 16 a 60 mm e o das

fêmeas ovadas fica entre 28 e 50 mm. Os ovos são grandes e em pouca quantidade.

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r

54

Material examinado:

MNRJ-2636, 16 machos e 29 fêmeas (5 ovadas) - Santa Maria Madalena,

serra Maria Madalena, córrego Tamanduá.

DZUFRJ-2144, 3 fêmeas - Macaé, lagoa Cabiúnas.

MNRJ-2633, 1 fêmea - Silva Jardim.

DZUFRJ-3427, 135 machos e 122 fêmeas (3 ovadas) - Nova Friburgo,

represa da CEDAE.

MNRJ-6 machos e 8 fêmeas (4 ovadas) - Rio Bonito.

MNRJ-2302, 2 machos - Teresópolis, Buracada Canoas.

MNRJ-2635, 21 machos e 25 fêmeas (2 ovadas) - Petrópolis , estrada de

Petrópolis.

DZUFRJ-2035, 2 machos e 1 fêmea - Três Rios, rio Bemposta (afluente do

rio Calçado).

MNRJ-2631, 22 machos e 26 fêmeas - Areal, riacho da Fazenda da Lagoa.

MNRJ-2621, 8 machos e 18 fêmeas - Areal, rio Preto.

MNRJ-2620, 5 machos e 2 fêmeas - Duque de Caxias, rio Paô. Coletado em

27/06/1941.

MNRJ- 2626, 1 fêmea (ovada) - Rio de Janeiro, riacho que desembocava na

praia de Copacabana. Col. em Dez./ 1911.

MNRJ-1703, 1 macho - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, rio Camorim (próximo à

represa Camorim).

MNRJ-2628, 3 machos e 1 fêmea (ovada) - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, rio

Fundo.

MNRJ-2639, 2 machos e 2 fêmeas - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, Covanca.

MNRJ-2623, 3 machos e 2 fêmeas (1 ovada) - Rio de Janeiro, Jacarepaguá,

rio V argem Grande.

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,,.

55 DZUFRJ-2132, 3 fêmeas (ovadas) - Miguel Pereira, cachoeira do rio Santa

Branca (BR- 125). DZUFRJ-2135, 2 machos e 1 fêmea - Miguel Pereira, rio Santa Branca (ponte

do Livramento). DZUFRJ-2136, 3 machos - Miguel Pereira, no Santa Branca (ponte do

Livramento). MNRJ-2634, 6 machos e 13 fêmeas - Nova Iguaçu, Reserva Biológica do

Tinguá. MNRJ-3333, 1 fêmea - Vassouras. DZUFRJ-1992, 14 machos e 16 fêmeas (7 ovadas) - Campo Grande, represa

do Mendanha. DZUFRJ-1991, 3 machos e 3 fêmeas ( 1 ovada) - Campo Grande, represa do

Mendanha. DZUFRJ-2039, 13 machos - Campo Grande, represa do Mendanha. DZUFRJ-3425, 2 1 machos e 6 fêmeas - Campo Grande. MNRJ-2596, 7 machos - Campo Grande, rio Guandu Sena. MZUSP-9839, 1 macho - Itaguaí. DZUFRJ-21 18, 2 machos e 13 fêmeas - Mangaratiba, serra do Piloto. DZUFRJ-2 124, 9 machos e 3 fêmeas - Lídice, afluente do rio da Guarda

(estrada de Angra dos Reis). DZUFRJ-2037, 21 machos e 38 fêmeas ( 1 ovada) - Quatis. DZUFRJ-2063, 11 machos e 22 fêmeas - Angra dos Reis, Matutu ( entre

Mangaratiba e Lídice ). MNRJ-2610, 2 machos e 2 fêmeas - Angra dos Reis. MNRJ-2637, 6 machos e 2 fêmeas ( 1 ovada) - Angra dos Reis, Japuíba. MNRJ-2619, 1 macho - Angra dos Reis, rio Ariró. MNRJ-2758, 5 machos e 5 fêmeas - Resende, rio Pirapetinga (afluente do rio

Paraíba do Sul)

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r,

MNRJ-2620, 1 macho e 3 fêmeas - Resende, rio Paraíba do Sul.

MNRJ-2616, 2 machos - Itatiaia, rio do Cemitério.

56

DZUFRJ-2100, 3 machos e 4 fêmeas (1 ovada) - Parati, cachoeira da Penha

(200 metros).

Localidade tipo.- Rio Itajaí (afluente do rio Itajaiaçu). O autor não

designou tipo. Não há nenhuma referência feita à coleção na qual foram

depositados os espécimens examinados pelo autor.

Distribuição geográfica. - Desde o Espírito Santo até o Rio Grande do

Sul

Observações.- Espécie estritamente de água doce. Espécimens desta

espécie podem ser capturados em rios com correnteza moderada com fundo de

pedras e restos de vegetais, normalmente junto à vegetação marginal. De acordo

com COELHO & RAMOS-PORTO (1985), são encontrados desde poucos metros a

aproximadamente 1200 metros de altitude.

M potiuna é bastante confundido com M iheringi (Ortmann, 1897),

com o qual está proximamente relacionado. M potiuna apresenta os espinhos

internos da margem posterior do telso muito longos, ultrapassando a sua

extremidade aguda, já em M iheringi os mesmos espinhos não são tão longos e

apenas alcançam a extremidade posterior aguda do telso. Os dedos do segundo par

de pereópodes do macho adulto de M potiuna deixam um espaço quando fechados

enquanto em M iheringi, fecham por inteiro. Muitas vezes toma-se dificil a

diferenciação entre estas espécies, pois quando jovens mostram-se extremamente

próximas, quanto às características acima citadas.

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Macrobrachium iheringi (Ortmann, 1897)

Est. X ( a-d).

Palaemon iheringi Ortmann, 1897:2 11, pl. 1, figs. 7-8.

Palaemon Iheringi Von Ihering, 1897:423.

57

Macrobrachium iheringi - Luedeiwaldt, 1919:430 - Sawaya, 1946:406, pl. 1, fig. 1,

pl. 2, fig. 2 - Holthuis, 1950: 15 - 1952:85, pl. 2 1, figs. a-d - Gomes-Corrêa,

1977:73, est. XVII, figs. 1-9 - Coelho & Ramos-Porto, 1985:405.

Caracterização.- Rostro curto, com a extremidade um pouco voltada

para baixo e alcançando a extremidade distal do pedúnculo antenular; margem

dorsal com 6 a 9 dentes, dos quais 1 ou 2 estão localizados sobre a carapaça, atrás

da margem orbital; margem ventral com 1 ou 2 dentes. Carapaça pode ter pequenos

espinhos na sua região anterolateral.

Abdome liso. Pleura do quinto somito abdominal terminando em um

distinto pequeno ponto. Telso com margem posterior terminando em uma

extremidade aguda, com espinhos posteriores internos alcançando esta extremidade.

Primeiro par de pereópodes ultrapassa o escafocerito com o própode

inteiro e uma parte do carpo. Dedos tão longos quanto a palma; carpo 1.5 vez mais

longo do que o própode. Segundo par de pereópodes igual na forma e desigual no

tamanho e com espinhos em todos os artículos. O pereópode maior ultrapassa o

escafocerito com o própode inteiro e uma parte do carpo, quando esticado. Dedos

não deixam espaço entre eles quando fechados; margens cortantes com 4 a 6 dentes

na porção proximal; dátilo tão longo quanto a palma; própode 2 vezes mais longo do

que o carpo. Terceiro par de pereópodes ultrapassa o escafocerito com uma parte do

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58

dátilo, própode 2 a 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes do que o carpo e tão longo quanto o mero. Quarto e quinto pares de pereópodes com própode 2.5 vezes mais longo do que o dátilo, 2 vezes do que o carpo e tão longo quanto o mero.

Tamanho.- O comprimento dos machos examinados varia de 15 a 62 mm, e o das fêmeas ovadas fica entre 26 e 50 mm. Os ovos são grandes e em pouca quantidade.

Material examinado: MNRJ-2652, 1 macho e 1 fêmea - Porciúncula, Fazenda Cachoeira. MNRJ-2648, 1 fêmea - Bom Jesus de Itabapoana, afluente do rio Itabapoana. DZUFRJ-2143, 3 fêmeas - Cantagalo, córrego da Areia. DZUFRJ-2032, 16 machos e 8 fêmeas - Bom Jardim, rio Grande. MNRJ-2757, 1 macho - Cachoeiras de Macacu, rio Rabelo. MNRJ-2653, 57 machos e 35 fêmeas - Magé, riacho no Distrito de Tocaia. MNRJ-2645, 1 macho - Rio de Janeiro, Jacarepaguá, lagoa de Camorim. MNRJ-2650, 4 fêmeas - Rio de Janeiro, Jacarepaguá. MNRJ-2647, 2 machos e 5 fêmeas - Nova Iguaçu, serra do Tinguá. MNRJ-3379, 2 machos e 2 fêmeas - Nova Iguaçu, Bela Vista, serra do

Tinguá. MNRJ-2655, 84 machos e 120 fêmeas (15 ovadas) - Campo Grande, no

Guandu Sena. MNRJ-969, 1 macho - Mangaratiba. MNRJ-2646, 1 fêmea - Itatiaia, Fazenda Serra, represa Itatiaia. MNRJ-2649, 5 machos e 1 fêmea - Itatiaia, rio Bonito.

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59

Localidade tipo.- Rio Tietê, Estado de São Paulo, Brasil. Lectótipo e

paralectótipos no Carnegie Musewn at Pittsburg, Pensilvannia.

Distribuição geográfica.- Bacias do Sudeste do Brasil.

Observações. - Espécie estritamente de água doce sendo, por isso,

classificada como espécie continental.

Os indivíduos jovens não possuem os pequenos espinhos na região

anterolateral da carapaça. Esta espécie é muito próxima de M potiuna sendo dela

diferenciada pela comparação dos machos adultos, sendo muito di:ficil a

identificação dos indivíduos jovens. Segundo COELHO & RAMOS-PORTO, 1985,

são encontrados desde poucos metros até 1200 metros de altitude.

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60

4. DISCUSSÃO

4.1. SISTEMÁTICA

No presente trabalho foram examinados indivíduos de dez espécies,

distribuídas em duas familias (Atyidae e Palaemonidae) e quatro gêneros (Atya,

Potimirim, Palaemon e Macrobrachium).

Dentre estas espécies M olfersii, foi a que mostrou um grande número

de variações morfológicas. Ultimamente foram descritas duas espécies muito

próximas à M olfersii: M holthuisi Genofre & Lobão, 1978 de São Sebastião,

litoral norte de São Paulo, e M birai Lobão, Melo & Fernandes, 1986 para a Iegião

de Cananéia, sul do Estado de São Paulo.

LOBÃO et al, 1986 consideraram M birai tão próxima de M olfersii

que a incluiram no grupo olfersii de VILLALOBOS ( 1969). As espécies que

constituem o grupo olfersii são: M digueti (Bouvier, 1895), M faustinum

(Saussure, 1857), M acantochirus (Villalobos, 1966), M crenulatum (Holthuis,

1950) e M hancocki (Holthuis, 1950). Para reunir estas espécies no grupo olfersii,

Villalobos baseou-se em caracteres do segundo pereópode maior que possibilitaram

considerá-las espécies afins.

Estas espécies são bastante semelhantes à M olfersii quanto aos

formatos do rostro, carapaça e telso (OSTROVSKI, FONSECA & SILVA­

FERREIRA, no prelo). As diferenças e semelhanças foram observadas nas

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61

comparações das descrições e dos tipos de M birai e M holthuisi, e estão indicadas

no quadro I.

M birai é semelhante à M olfersii nas características 3 ( a-b ), 5 e 6

(a), e M holthuisi, nas características 2, 4 e 8, sendo a primeira espécie muito mais

próxima à M olfersii do que a segunda, conforme o exame de todo o material,

incluindo os tipos, depositado na coleção do Museu de Zoologia da Universidade de

São Paulo (M holthuisi➔ 29 exemplares, e M birai➔ 6 exemplares).

Durante a análise detalhada de todo o material identificado como M

olfersii, foi observado que as características 2, 4, 6 (a-c) e 7, expressas no quadro I,

não são constantes, pois a grande maioria dos indivíduos de M olfersii examinados,

apresentam características das três espécies e alguns ainda têm características

intermediárias. Além disso, no exame detalhado do holótipo de M birai foi

observado que a extremidade da 5ª pleura ( característica 8) forma um ângulo reto

como M olfersii e não é mais aguda como consta em LOBÃO et al, 1986. Diante

da extrema semelhança entre M birai e M olfersii e da inconstância observada nas

outras características que separam ambas as espécies, M birai foi considerada no

presente trabalho como sinônima de M olfersii.

As espécies M potiuna e M iheringi são muito próximas, sendo sua

diferenciação muito dificil quando os exemplares são jovens, pois nesse estágio M

potiuna assemelha-se a M iheringi. Deste modo os espécimens muito jovens foram

colocados a nível de gênero (Macrobrachium sp ). Os caracteres que os diferenciam

quando adultos são:

• espinhos posteriores do telso➔ em M potiuna são mais longos que a

extremidade do telso. Em M iheringi eles apenas alcançam esta extremidade;

• dedos do 2º pereópode do macho adulto➔ em M potiuna deixam um espaço

quando fechados. Em M iheringi eles fecham por inteiro.

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63 Estas espécies além de muito semelhantes, possuem uma mesma área

de ocorrência, o que também dificulta a sua diferenciação quando os exemplares são Jovens.

P. potimirim é muito semelhante à P. mexicana, que ocorre no México, Costa Rica, Jamaica e Porto Rico. Estas duas espécies se reúnem em um grupo natural caracterizado pela presença de epipodito no coxopodito do quarto par de pereópodes (HOLTHUIS, 1955). P. potimirim tem o apêndice masculino mais estreito e as depressões entre os lobos, na margem posterior, mais profundas.

Inicialmente, a outra espécie do gênero Potimirim, representada na região estudada, era P. brasiliana Villalobos, 1959. A partir de 1969, CHACE & HOBBS a incluíram na lista de sinonímias de P. glabra, devido à sua extrema semelhança com a referida espécie. MANNING & HOBBS ( 1977) ignoraram este argumento considerando ainda a espécie P. brasiliana. VILLALOBOS em 1982, relata o fato de estar realizando um estudo com a finalidade de provar a validade de P. brasiliana. Este estudo, segundo o mesmo autor, era baseado na variação de forma e proporções do apêndice masculino. Por não se ter conhecimento, na literatura, dos resultados finais deste estudo, a espécie P. brasiliana foi mantida na sinonímia de P. glabra.

4.2. DISTRIBUIÇÃO

Os padrões distribucionais das espécies de camarões de água doce nas bacias hidrográficas do Rio de Janeiro, mostram-se bastante influenciados por

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64

fatores ambientais, os quais atuam em todas as fases de desenvolvimento destes ammais.

A concentração de cloretos na água (salinidade) representa importante fator na localização das espécies. De acordo com a dependência ou não de salinidade, os camarões são divididos em duas categorias ( como visto na introdução): • espécies litorâneas - dependentes do estuário; Atya scabra, A. gabonensis,

Potimirim glabra, P. potimirim, Palaemon (Palaemon) pandaliformis,

Macrobrachium acanthurus, M carcinus e M olfersii;

• espécies continentais - estritamente de águas doces; Macrobrachium potiuna e M iheringi.

Apesar de a espécie P. northropi ocorrer no Estado do Rio de Janeiro, ela não foi abordada no presente trabalho, por ser considerada uma espécie marinha. Segundo COELHO ( 1963a) P. northropi é uma espécie que freqüenta apenas os lugares onde a salinidade durante a preamar é igual a do mar, só diminuindo após grandes chuvas; já P. panda/iformis começa a ocorrer nos limites de penetração de P. northropi em diante, onde há variação do nível de água devido à ação das marés.

A observação do diâmetro e quantidade de ovos, também permite identificar uma espécie como litorânea ou continental. As espécies litorâneas produzem ovos pequenos e numerosos, enquanto as espécies continentais produzem ovos grandes e em menor quantidade, o que sugere um encurtamento dos estágios larvares dependentes do estuário, fato que pode ser comprovado pela grande quantidade de vitelo presente em seus ovos (RODRIGUEZ, 1980). Segundo VILLALOBOS ( 1959), A. scabra passa as primeiras fases do seu desenvolvimento próximo da costa, para depois retomar rio acima e distribuir-se em áreas bastante

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afastadas do estuário. Quanto à A. gabonensis, C. B. POWELL (apud HOBBS & HART, 1982) observou que larvas obtidas de fêmeas coletadas em água doce, morriam após cerca de 1 O a 12 dias, quando mantidas em água doce, mas com a adição de água salgada, sobreviviam até atingir um segundo estágio de desenvolvimento.

Fatores ambientais como temperatura, oxigênio e declividade também são muito importantes na distribuição destes camarões, mas não foram medidos ao longo deste trabalho, pois grande parte dos exemplares estudados são de coleções. Apesar disso é possível relacioná-los à altitude e velocidade do rio, conforme citado em literatura.

Como visto anteriormente, a declividade do terreno influencia diretamente na velocidade do fluxo de seus rios (correnteza), devido a maior energia potencial de suas águas. Quanto maior a correnteza no trecho de um rio, maior será a turbulência e mistura de suas águas e, consequentemente maior o nível de oxigênio dissolvido. A declividade de um rio determinará o seu gradiente ( está relacionado ao gradiente topográfico), ou seja, quanto mais acentuada for a inclinação de um terreno maior será o gradiente de seus rios. Esses fatores também vão determinar o tipo de leito do rio, sendo rochoso nas partes mais altas e arenoso ou lamoso nas partes mais baixas (próximas ao litoral), como resultado da deposição de sedimentos obtidos da erosão das partes mais altas. Entretanto, em alguns rios de pequeno porte, próximos ao litoral, seu fundo pode ser de cascalho. No litoral sul do Estado do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Parati) isto acontece. São rios que estão muito próximos a relevos de grande amplitude e possuem fluxos torrenciais em épocas de grandes chuvas, favorecendo o transporte de material grosseiro (J. MARQUES, com. pes. ). Assim sendo, as espécies litorâneas podem estar relacionadas a fundos de areia e lama ou de cascalho, já as espécies continentais estão mais relacionadas à fundo rochoso.

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Como foi visto na introdução, as águas que vêm de áreas mais

elevadas são mais frias. Assim sendo espécies encontradas em altitudes maiores,

como M potiuna e M iheringi, parecem estar melhor adaptadas às condições

descritas acima, tendo sido encontradas em altitudes de até 500 metros. Os limites

de altitude estabelecidos por COELHO (1985) - de poucos metros a 1200 m -

confirmam este dado. Segundo BOND & BUCKUP ( 1983), M potiuna é uma

espécie !ótica, isto é, vive em águas continentais em movimento, precisando de

elevados teores de saturação de oxigênio. M iheringi pertence à mesma área de

ocorrência de M potiuna estando, portanto, adaptada às mesmas condições

ambientais.

No presente trabalho a espécie A. scabra foi encontrada desde poucos

metros, em rios litorâneos, até aproximadamente 300 m de altitude em Natividade

de Carangola local onde também foi encontrada A. gabonensis. Estas espécies são

consideradas por HUNTE (1978) como espécies !óticas, estando perfeitamente

adaptadas a ambientes com baixa altitude em rios rasos, de alto gradiente e com

uma boa tolerância a temperaturas mais altas. De acordo com HOBBS & HART

(1982) a distribuição destes camarões está restrita a trechos de rio de correnteza

rápida a moderada e, portanto, com alto teor de oxigênio dissolvido. Como

adaptação a este tipo de ambiente, estes animais possuem pereópodes fortes e

cobertos com tubérculos escamiformes, permitindo que se agarrem ao fundo

pedregoso, e impedindo que sejam arrastados pela correnteza (VILLALOBOS,

1982).

r'\ Habitar massas d'água isoladas, representa uma desvantagem para os

animais dulciaquícolas, já que isso limita seu potencial de dispersão. A solução

para este problema está na retenção do estágio planctônico marinho, que mantém o

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seu potencial de dispersão garantindo, assnn, a escolha do rio apropriado pela

própria larva (HUNTE, 1978).

Mecanismos de dispersão podem aumentar a distribuição de algumas

espécies pelo continente. Segundo VILLALOBOS (1982), existem espécies de

Macrobrachium (M acanthurus e M carcinus) que podem sair do meio aquático

para ultrapassar obstáculos que dificultem sua migração pela água, principalmente

rio acima. M o/fersii também parece usar o mesmo artificio descrito anteriormente

pois, como as espécies anteriormente citadas, apresenta uma distribuição bastante

ampla dentro da área estudada, ocorrendo desde o litoral até 250 metros de altitude

(de acordo com ESCOBAR, 1979) e foi encontrada no presente trabalho 1 indivíduo

a 500 metros de altitude, no rio Grande ( entre Mangaratiba e Lídice ). De todas as

espécies encontradas, M acanthurus foi a que se mostrou mais amplamente

distribuída, tendo sido encontrada em todas as bacias hidrográficas.

O fato de as larvas de Macrobrachium dependerem do estuário,

permite sua dispersão pelo litoral por meio das correntes de maré. Indivíduos

jovens podem associar-se às raízes de plantas macrófitas sendo arrastadas pela

correnteza até o mar para depois alcançar outros rios. Já os indivíduos adultos

podem migrar de uma bacia para outra, nas nascentes dos rios (VILLALOBOS,

1982).

De acordo com HOBBS & HART (1982), espécies do gênero Atya,

também são capazes de sair da água por pequenas distâncias, durante suas

migrações rio acima, uma vez que sobem pequenos rios tributários até quase a

cabeceira, transpondo pequenas cascatas. Presume-se que estas espécies sejam

capazes de atravessar divisões baixas entre as cabeceiras próximas de dois rios.

Indivíduos de Potimirim e jovens de Atya também podem ser encontrados entre as

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raízes de plantas macrófitas, podendo ser levados pela correnteza para o mar, de lá sendo arrastados para outros lugares (VILLALOBOS, 1959).

Segundo J. S. MARQUES (com. pess.), rios de uma bacia podem ser capturados por rios de outra bacia, ocorrendo em áreas onde a divisão é baixa entre as cabeceiras de rios de bacias diferentes como, por exemplo, nas áreas de cabeceiras das bacias do Paraíba do Sul e Tietê. Já, no Rio de Janeiro, isso é mais dificil de ocorrer, devido à sua grande área serrana, que impede comunicação entre as cabeceiras. De acordo com a mesma fonte, podem ocorrer comunicações entre bacias em suas áreas mais baixas, em períodos de enchentes. Estas comunicações podem representar uma possibilidade de migração de espécies de uma bacia para outra. De forma semelhante, a migração de indivíduos jovens por correntes de maré, através do litoral, também poderá levá-los a alcançar estuários de rios pertencentes à outras bacias próximas. Assim sendo, os mecanismos de dispersão citados mostram-se de grande importância na distribuição geográfica destas espécies de camarões, constituindo uma forma de compensação às dificuldades impostas pelo fato de habitarem massas d'água isoladas.

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6. CONCLUSÕES

• No Estado do Rio de Janeiro foram encontradas dez espécies de camarões na

rede fluvial, quatro representantes da família Atyidae e seis da familia

Palaemonidae.

• Devido a estreita semelhança entre M birai e M olfersii pode-se sugerir que a

primeira seja colocada na sinonímia da última.

• De acordo com a dependência do estuário, as espécies são classificadas como

espécies litorâneas e espécies continentais. A distribuição das espécies nos tipos

de água pode ser vista no quadro III.

• Palaemon (Palaeander) northropi, não foi abordado neste trabalho por ser uma

espécie de água salgada, embora ocorra em parte da área estudada.

• Macrobrachium acanthurus foi a espécie de mais ampla distribuição, sendo

encontrada em todas as bacias hidrográficas.

• M carcinus e M olfersii ocorrem nas mesmas bacias hidrográficas.

• As espécies da família Atyidae estão representadas em um número menor de

bacias hidrográficas do Rio de Janeiro.

• A espécie Atya gabonensis é pela primeira vez citada para o Rio de Janeiro,

tendo sido registrada somente na bacia do Paraíba do Sul.

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• M heterochirus (Wiegmann, 1836) não ocorre na área estudada, como afirmaram Holthuis ( 1952) e Gomes-Corrêa ( 1977). O exame dos espécimens listados revelou que pertencem à M carcinus.

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QUADRO II: hidrográficas.

Distribuição das espécies encontradas nas bacias

BACIAS HIDROGRÁFICAS

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M olfersii X X X X X X X

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Legenda:

O - rio Itabapoana 1 - contribuinte à lagoa Feia 2 - rios Macaé, São João e Una

3 e 4 - contribuinte aos sistemas lagunares de Araruama, Saquarema, Maricá, Itaipu e Piratininga

5 - contribuinte à baía de Guanabara 6 - rio Paraíba do Sul 7 - contribuinte ao sistema lagunar de Jacarepaguá 8 - contribuinte à baía de Sepetiba 9 - contribuinte à baía de Ilha Grande

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MAPAS: DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Escala aproximada - 1 : 1 650000.

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E S T A M P A S

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Atya gabonensis (macho)

a. - Vista dorsal da região cefálica;

b.- Vista lateral da região cefálica;

e .- Vista lateral do terceiro pereópode;

d.- Superficie flexora da porção distal do terceiro pereópode;

e.- Apêndices masculino e interno;

f- Vista lateral da carena preanal;

g.- Vista lateral da segunda à quinta pleura abdominal;

h.- Vista dorsal do telso.

Obs. : Escalas marcadas em 1 mm.

<•>Fonte: Hobbs & Hart, 1 982 .

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Aiya scabra (macho)

a.- Vista dorsal da região cefálica;

b.- Vista lateral da região cefálica;

c.- Vista lateral do terceiro pereópode;

d.- Superficie flexora da porção distal do terceiro pereópode;

e.- Apêndices masculino e interno;

f- Vista lateral da carena preanal;

g.- Vista lateral da segunda à quinta pleura abdominal;

h.- Vista dorsal do telso.

Obs. : Escalas marcadas em 1 mm.

(•) Fonte: Hobbs & Hart, 1982.

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ESTAMPA III

Potimirim glabra (macho)

a.- Vista lateral da carapaça;

b.- Vista lateral do segundo pereópode;

c.- Apêndices masculino e interno;

d.- Vista dorsal do telso e urópodes.

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ESTAMPA IV

Potimirim potimirim (macho)

a.- Vista lateral da carapaça;

b.- Vista lateral do segundo pereópode;

c. - Apêndices masculino e interno;

d.- Vista dorsal do telso e urópodes.

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ESTAMPA V

Palaemon (Palaemon) pandaliformis (macho)

a. - Vista lateral da região cefálica;

b.- Vista lateral do segundo pereópode;

c .- Vista dorsal do telso e urópodes;

d.- Extremidade posterior do telso

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ESTAMPA VI

.Macrobrachium acanthurus (macho)

a.- Vista lateral da região cefálica;

b. - Vista lateral do segundo pereópode;

e. - Dedos do segundo pereópodes (sem pêlos);

d.- Extremidade posterior do telso;

e.- Vista dorsal do telso e urópodes.

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ESTAMPA VII

Nfacrobrachium carcinus (macho)

a.- Vista lateral da região cefálica;

b.- Vista lateral do segundo pereópode;

e .- Vista dorsal do telso e urópodes;

d. - Extremidade posterior do telso.

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ESTAMPA VIII

lvf acrobrachium olfersii (macho)

a. - Vista lateral da região cefálica;

b.- Vista lateral do segundo pereópode maior;

e.- Vista lateral do segundo pereópode menor;

d.- Vista dorsal do telso e urópodes;

e. - Extremidade posterior do telso.

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ESTAMPA IX

Afacrobrachium potiuna (macho)

a.- Vista lateral da região cefálica;

b.- Vista lateral do segundo pereópode;

e.- Vista dorsal do telso e urópodes;

d.- Extremidade posterior do telso.

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ESTAMPA X

Afacrobrachium iheringi (macho)

a. - Vista lateral da região cefálica;

b. - Vista lateral do segundo pereópode:

e.- Vista dorsal do telso e urópodes;

d.- Extremidade posterior do telso.

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