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CAMARIM Uma Publicação da Cooperativa Paulista de Teatro - Ano III - N° 16 - Novembro/Dezembro 2000 Neste número

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Page 1: CAMARIM - COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO · Camarim é uma publicação da Cooperativa Paulista de Teatro - Ano III - Número 16 - Novembro/Dezembro de 2000 Conselho Editorial: Débora

CAMARIMUma Publicação da Cooperativa Paulista de Teatro - Ano III - N° 16 - N ovem bro /D ezem bro 2 0 0 0

Neste número

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Cômicos e Curtoscom César Gouvêa e Davi Ta ludireção de Wellington Nogueira sextas e sábados às 18h de 11/11 a 17/12 TBCRua Major Diogo 315 - Tel.: 3115.4627

O Ó da Viagemcom a Companhia do Feijão

direção de Pedro Pires sextas e sábados às 21 h e domingos às 20h

até 10/12 Teatro N.Ex.T.

Rua Rego Freitas 454 - Tel.: 259.2485

Pirata na Linhacom o Grupo Barata Albinadireção de Débora Dubois sábados e domingos às 16h até 3/12Teatro Popular do Sesi A v. Paulista 1313 - Tel.: 284.2268

Lucia Mindlin

Loeb

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DESTAQUES

EntrevistaMíriam Muniz conversa sobre sua vida e direção de atores.

Política Cultural _ yConselho de Grupos em mobilização crescente. 10

O ator-manipulador Arte Contra a BarbárieDiscussão sobre a função do ator no Manifesto dos atores.teatro de animação. g I

rV ^ o m o demonstram alguns textos desta edição, estamos vivendo um

momento onde o artista, em particular o artista de teatro, anda inquieto. Em grande parte isso se deve à conjuntura profissional extremamente penosa que temos que enfrentar todos os dias. Como conseqüência, porém, focos de discussões e iniciativas recém-surgidos das mais variadas fontes de insatisfação vão deixando cada vez mais clara nossa capacidade de reação, que talvez melhore ainda mais quando a fronteiriça vaidade jogar definitivamente a toalha. Apesar de não se saber direito onde chegar e de quem fugir, é certo que já pecamos menos enquanto classe. E para que esses focos se disseminem são necessários vetores. A participação cooperativa surge então no horizonte, talvez como uma real possibilidade de multiplicação de êxitos.

Camarim é uma publicação da Cooperativa Paulista de Teatro - Ano III - Número 16 - Novembro/Dezembro de 2000

Conselho Editorial: Débora Dubois (Diretoria), Luiz Amorim (Diretoria) e Petronio Nascimento (Conselho de Grupos - cargo rotativo). Edição: Zernesto Pessoa (MTb 19.868/SP). Reportagem : André Corrêa. D iagram ação: Ricardo Lucas. F o to lito : Soft Press. Impressão: Fazio Gráfica. Colaboraram nesta edição: Aury Porto, Camila Bolaffi, Cláudia Apóstolo, Elcio Nogueira Seixas, Georgette Fadei, Isabel Teixeira, José Geraldo Rocha, Luah Guimarãez, Mariana Lima, Mariana Senne e Pedro Pires. Foto da capa: Bonecos da Cia. Trucks, por Henrique Sitchin. T iragem : 4000 exemplares. D is tribu ição gratuita.

Correspondência para a Camarim deverá ser enviada aos cuidados da Redação, incluindo remetente e telefone para contato. M aterial de divulgação deverá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita à disponibilidade de espaço e obedecerá à ordem de entrega do material.

Cooperativa Paulista de Teatro - R. Treze de Maio 240 - Bela Vista - CEP 01327-000 - São Paulo - SP. (11) 258.7457 camarim@ cooperativadeteatro.com.br

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ENTREVISTA / MÍRIAM MUNIZ

P r o f u n d a m e n t e h u m a n a ESSA PROFISSÃO"

Os 8 anos que a atriz Mírian Muniz ficou com o roteiro do filme Amélia valeram a pena. Sua elogiada interpretação no longa-metragem da diretora Ana Caro- lina vem lhe rendendo muito tra­balho. Seus compro­missos profissionais já se estendem até março do ano que vem em atuações no teatro, cinem a e televisão. M írian contou à Camarim um pouco de sua h istória, de seus novos desafios como atriz e de sua grande paixão: ensinar e dirigir atores. Con­fira os principais trechos da entrevista.

Camarim: Conte um pouco da sua traje­tória. Como e quando você começou a trabalhar com teatro?Míriam Muniz: Eu comecei na Escola de Arte Dramática do Alfredo Mesquita, que naquele tempo ficava na rua Maranhão. Foi em 1958. Eu era enfermeira e resolvi fazer esse curso de arte dramática. Acabei virando atriz. Fiz a escola do Alfredo inteira e já sai contratada pro teatro com uma peça do Augusto Boal dirigida pelo Antônio Abujamra, chamada José do Parto à Sepultura. Fiz muitos anos de teatro, 15 anos sem parar. Depois,

abri o teatro-escola Macunaíma junto com meu ex-marido Sílvio Zílber. Tínhamos o Marcelo Peixoto, que era um aluno meu, o Cláudio

Lucchesi e o Flávio Império ajudando. Aí o Roberto Freire, que é psiquiatra, resolveu m ontar um co n ­sultório lá e nós fizemos um teatro- terapia. Fiquei uns anos nessa escola, até que fui convidada pra dirigir o show Falso Brilhante com a Elis Regina e foi um grande sucesso. Eu ainda não tinha dirigido nada grande. Nesse tempo eu me separei da escola e do meu marido, deu um rebu na minha vida. Fui viver com o Cacá D A ngreta, que é ilum inador. Vivo com ele até ho je. Resolvi voltar a dar aulas e passei a me interessar pelo ator.

Era um curso que durava um ano e no final fazíamos uma montagem. Fui vivendo assim, dessa experiência, que eu gosto muito. Nesse entremeio eu fazia cinema, televisão e teatro, mas me dedicava mais ao ensino. Hoje, como já tenho diretores que eu formei, quando me afasto da escola pra fazer algum trabalho, eles ficam dirigindo no meu lugar.

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C: Você se sente influenciada por algum diretor em particular?MM: Eu me influenciei muito pelo Teatro de Arena, porque trabalhei nove anos seguidos ali. Foi onde eu mais trabalhei. Fazíamos teatro político, queríamos mudar o mundo. Tomar o poder. Foi onde eu mais aprendi. Tínhamos o Boal, o Paulo José, o Flávio Império, que cuidava da parte de cenografia, figurino, era um grande artista.

C: De que é feito o ator? O que você considera essencial para seguir nessa profissão?MM: Tem que ser um pouco louco, né? Tem que ser um pouco louco no bom sentido. Porque o ator é meio marginal, está um pouco fora da sociedade. Ele que puxa a sociedade pra frente, a arte faz isso. É lógico que é preciso ter talento. Você sente na sua alma quando você é. Eu acho que desde pequeno. Você vai ao teatro e diz: - é isso que eu quero fazer. Foi assim que aconteceu comigo. Eu fui ao teatro e falei assim: - Ué... que engraçado... é aquilo que eu quero. E fui lá. Eu não sabia que era tão difícil. É muito cansativo, mexe muito com a sua cabeça, com o seu corpo, com a sua emoção, mexe com tudo. É muito perigoso pirar, né? Fora a dificuldade financeira. O Brasil não tem condições financeiras para ajudar a cultura, a arte. Você tem que ir se virando. Minha vida foi sempre assim. Eu já faço teatro há 40 anos e sempre me virei. Um dá uma coisa, outro dá outra. Você consegue um pequeno patrocinador, você pede, implora, chora. Aí, de repente, você ganha algum prêmio que é um gato de ouro e que com o tempo fica preto. É assim

que a gente vive. Mas é uma paixão. Tem que ser, senão você não faz.

C: Que diretores de atores nós temos no Brasil? MM: Eu conheci muitos. Na EAD, por exemplo, tinha um italiano chamado Alberto DAversa, que já morreu, e que era um grande diretor de ator. Flávio Rangel dirigia ator, já morreu. Adolfo Celli, um dos italianos que vieram pro Brasil pra trabalhar no TBC, era um grande diretor de ator. Todo mundo já morreu. Atualmente, existem muitos por aí, como não? Chico Medeiros, por exemplo, dirige ator. José Rubens Siqueira dirige ator. Quem mais dirige ator? Ah... tem muitos que dirigem atores. Gianni Ratto também é um grande diretor de ator, Fauzi Arap. São tantos que a gente não se lem bra. É que outros estão mais preocupados com o espetáculo. E como o ator já vem meio preparado, ele próprio vai se resolvendo. Não tem mais aquela coisa de dirigir o ator. O ator agora é mais esperto, ele se vira. Quando chega pra trabalhar já estudou um pouco.

C: Como você vê a preparação de atores para a televisão?MM: Hoje tem até preparação de ator dentro da televisão. Dentro da TV tem uma escola. A Globo tem uma escola que prepara atores com pessoas do teatro. Ensinam pelo menos o básico. Não é uma coisa profunda, de saber história do teatro, história da arte, estética. Conhecer pintura, música, ter essa cultura que o ator precisa ter, isso não. Essa cultura é só ao longo da vida que

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você adquire. Mas alguma informação eles têm. Mais do que na minha geração. É que eu fiz parte de uma escola de intelectuais, tive sorte. Todos os meus professores eram intelectuais. Os melhores da época. A escola era de graça. O Alfredo Mesquita não cobrava nada e ainda dava comida pra gente. A gente não tinha dinheiro.

C: Como é o seu processo na direção de atores? MM: Eu dirijo o ator como ele se apresenta. Eu olho pra ele e vou fazendo de acordo com o que ele vai me dizendo que é. Não adianta você querer torcer a pessoa. Cada um tem uma história, uma educação, uma neura, uma cultura. Então eu dirijo cada um de acordo com suas possibilidades. Você tem que conhecer a pessoa. Primeiro a pessoa. Como ela é, como ela se comporta, como é o corpo dela, como ela se relaciona com os outros, o que ela tem na cabeça, o que ela sabe, o que ela intui, o que ela leu, como ela vê o mundo, tudo isso. Espírito ela tem. Não dá pra dirigir de outro jeito, pra mim não. Não adianta eu querer impor a minha visão de mundo. É impossível. Eu me adapto um pouco à visão do ator e procuro fazer com que ele se adapte à minha. E ver se isso dá certo, porque às vezes não dá. Você pode achar

que a minha visão de mundo é uma cretinice... É um assunto religioso. Eu considero o teatro uma coisa muito sagrada. Profana também. O diabo está lá. Deus e o diabo de braços dados. Tudo que você faz é para o outro. Para que o outro entenda, pra abrir a cabeça do outro, pra sensibilizar o outro. A gente trabalha pro outro. Se prepara pra passar pro outro. E o outro gosta. Acha maravilhoso e agradece. É pra isso que a gente trabalha. Profundamente humana essa profissão, a de artista.

C: Por que você acha que o público anda distante do teatro?MM: O teatro é pra elite. É elitista o teatro. Não é popular. Popular é a televisão. A televisão entra na sua casa. No teatro você tem que ir até uma sala, pagar o ingresso, ver ao vivo a pessoa. Tem começo meio e fim. Não corta para o comercial, entendeu? Se pudéssemos fazer teatro para o povo seria maravilhoso. A gente estaria num outro degrau de evolução.

C: Em quais projetos você está envolvida?MM: Agora eu vou fazer a minissérie Os Maias na Rede Globo, um personagem interessantíssimo.

Uma mulher horrível. Sovina, beata, mesquinha... Vou fazer isso até março do ano que vem. Me convidaram para fazer um filme chamado Nina, em dezembro, e agora me convidaram para fazer um outro filme, na Bahia, que se chama O Vale de J a fé . Eu tam bém gostei m uito do personagem. É uma velha m acum beira, que benze, levita, bebe pinga...adorei. Ela mija nas calças quando benze as pessoas, é um personagem m aravilhoso. E pretendo continuar dando aula. Porque é isso que eu gosto. De ensinar o ator.

por André Corrêa

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O ATOR-MANIPULADOR

A ARTE DE INTERPRETAR SEM SER VISTO

O trabalho do ator na manipulação de bonecos ou ob je to s está ligado há um teatro onde o inanimado é o personagem ce n tra l. No chamado Teatro de A nim ação, o processo de interpretação difere e se assemelha ao teatro co n v en cion a l em m u itos pontos. Mas quais são essas d iferen ças e essas sem e­lhanças?

Segundo Ana M aria Amaral, professora titular de 1 Teatro de Animação da ECA- 0 USP, no teatro de bonecos o ator cria o personagem mas não é visto, pois o público olha para o objeto. “Mesmo assim, o ator não se sente diminuído nem negado, porque o boneco é ele também.” No trabalho que desenvolve com seus alunos, Ana inicia a preparação do ator-m anipulador através da

máscara neutra. “Ela representa o oposto da individualidade. Através dela, o ator começa a se perceber fora de si mesmo. É o momento de escuta, o ponto zero.” A etapa seguinte é o treinamento com máscaras expressivas, onde os atores desenvolvem composições gestuais em situ ações determ inadas. Som ente na última etapa é que o ator-manipulador começa a trabalhar com bonecos e objetos. É aí que surge o trabalho de anim ação que, no Brasil, vem sendo desenvolvido por muita gente.

O diretor da companhia Truks, Henrique Sitchin, em cartaz no teatro Crowne Plaza com o espetáculo Senhor dos S onhos , diz que a criação interna do personagem é igual tanto para o ator quanto para o ator-manipulador. Para e le , “o a to r-m an ip u lad o r tem que interpretar como se ele mesmo tivesse em cena,

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Tanto que já incorporei isso na história dele. Ele é Romualdo: surfista, rastafari, ator, contra- regra e multimídia. Um boneco surfista que chegou a interpretar Hamlet.”

Para o ator D om ingos Montagner, do grupo Pia Fraus, no teatro de anim ação “você tem um objeto pra trabalhar em cena além da sua atuação e precisa fazer com que ele se

a torne íntimo de sua atividade t no palco. É um elemento a mais

que faz muita diferença. Parece

transferindo para o boneco toda a carga dramática que usaria como um ator de carne e osso.” Sitchin acredita que a mudança, no teatro de bonecos, é que o ator não cria o personagem nele mesmo e sim num objeto intermediário. “Uma grande vantagem é que um boneco pode fazer coisas que um ator não faz. Pode fazer coisas fantásticas, como voar. Ações não humanas que um ator precisaria de uma tecnologia absurda para poder fazer.”

Eduardo Alves, diretor da com panhia Bonecos Urbanos, tam bém acredita que o processo de cr iação do ator e do ator- manipulador é muito parecido. Em cartaz com a peça Buzum dos Bonecos, apresentada ao ar- livre no Parque da Água Branca, Alves acha que “a grande diferença está no fato de que com o boneco você não pode voltar atrás, ele assume uma personalidade pro resto da vida. Enquanto ator eu posso estar indo por um caminho e, de repente, mudar esse caminho completamente. Com o boneco você até pode mudar, mas aí terá que confeccionar outro.” Alves termina dizendo que existem exceções. “Um boneco que eu confeccionei ganhou tanta vida que passou a interpretar outros papéis.

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sim p les, m as requ er ou tro tipo de co n cen tração e uma técn ica e sp e c íf ic a .” Montagner conta que muita gente que nunca trabalhou com isso sente uma dificuldade

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com atores e não com marionetistas que se sentem incapazes de aparecer em cena. E conclui: “Esconder-se atrás de um boneco

que não estão acos­tumados com isso, Sandra n ota um pouco de ansiedade mas, mesmo assim, p refere trabalh ar

muito grande. “No teatro de animação você tem que am pliar seu u niverso c ê n ic o ”, completa. O Pia Fraus está em cartaz até dezembro no Teatro Popular do Sesi com o espetáculo Farsa Quixotesca, uma adaptação de Dom Quixote dirigida por Hugo Possolo.

Muito bem recebido no Festival Beckett Time, na Escócia, o grupo Sobrevento esteve em excursão pela Europa durante todo o mês de outubro. Sandra Vargas é outra diretora que não vê muitas diferenças entre o trabalho do ator e do a tor-m an ip u lad or. “O Sobrevento pensa o teatro de bonecos como Teatro, acima de tudo. Acredito que a maior d ificu ld ad e este ja que, em bonecos, o asp ecto té cn ico é muito presente e isso faz com que o ator tenha que se co n ­cen trar em m uitas coisas sim u ltan ea­m en te .” Em atores

sempre tem que ser uma opção e não uma falta de opção.” ©

por André Corrêa

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p o l ít ic a c u l t u r a l

C o n s e l h o d e G r u p o s

O Conselho de Grupos da Cooperativa Paulista de Teatro vem se reunindo nos últimos quatro meses com o objetivo de criar propostas que viabilizem projetos dos grupos cooperados, tomando como ponto de partida as atuais circunstâncias sociais, políticas e econômicas que estamos vivendo.

Veja a seguir os principais assuntos que vêm sendo discutidos:• Apoio e participação na elaboração do

Projeto de Lei para a criação do Fundo Mu­nicipal de Cultura, destinado a apoiar e suportar financeiram ente pro jetos de natureza artístico-cultural e a comunicação comunitária no município de São Paulo, idealizado pelo vereador Vicente Cândido.

• Apoio da Cooperativa à proposta de Projeto de Lei formulado pelo movimento Arte Con­tra a Barbárie, que cria o Programa Munici­pal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, primeiro programa permanente de teatro para uma ação pública em âmbito municipal. O programa aponta para o trabalho continuado de excelência e qualidade, com núcleos estáveis, em contraposição à reunião de elencos em tomo de produções eventuais.

• Discussão para elaboração de propostas de ocupação de espaços públicos diversos, hoje abandonados ou su b-u tilizados, que propiciem continuidade aos trabalhos de pesquisa de grupos. Paralelamente, projetos sócio -cu ltu rais ju n to às com unidades envolvidas poderão estreitar a ligação entre cultura e educação, além de promover a formação de um novo público para o teatro.

• Gestões junto à Secretaria Estadual de Cultura para a reativação do Prêmio Estímulo (leia artigo de José Geraldo Rocha na página ao lado).Além dessas questões, o Conselho de Grupos

pretende levar adiante novas discussões sobre as relações trabalhistas e tributárias do ator, custos de produção, ética profissional e mercado, entre outras.

Sinal de que o interesse e a necessidade estão aumentando, o quórum do Conselho de Grupos está crescendo, mas ainda é baixo em relação ao número de cooperados. Mais participação implica, entre outras coisas, em maior abrangência e representatividade de qualquer decisão que se tome. Por isso sua presença é importante, compareça! As reuniões acontecem todas as segundas-feiras às 14h30, na sede da Cooperativa. ®

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N ã o e s t a m o s e m e x t in ç ã o

No último dia 4 de setembro, a Cooperativa e o Sindicato tiveram uma reunião com o Secretário Estadual de Cultura para cobrar uma posição sobre o “falecido” Prêmio Estímulo, que durante algum tempo criou uma expectativa de um programa de teatro para a classe teatral. Para quem não sabe, o Prêmio Estímulo tinha como princípio vários projetos, entre eles: Bolsa de Dramaturgia, Consolidação de Grupo, Auxílio- Montagem, e Pesquisa de Linguagem Cênica.

Depois das tradicionais explicações de falta de recursos, corte de verba, chegamos mais uma vez à constatação de que a Secretaria não tem nenhuma proposta de política cultural, mas de eventos pontuais e de curto prazo. Mais grave ainda é ler um subtexto claro e preciso de que temos pouca representatividade e não conseguimos nos mobilizar para garantir aumento de verbas no orçamento para que alguns projetos tenham continuidade e espaço para acontecer a médio e longo prazo. É o mais recente flagelo da economia neo-liberal, criar ‘“lobbies” em todos os setores, onde o que vale é o apadrinhamento e o número de contatos e relações.

Uma das perguntas que normalmente fica sem resposta quando se tenta o diálogo com os administradores públicos, em todas as esferas, é sobre a incompetência de conseguir recursos mínimos e gerenciamento para o teatro. Estamos vivendo momentos de barbárie e aniquilamento da criação e da produção teatral. Estamos mais

uma vez sendo obrigados a repensar o significado e, consequentemente, os caminhos da nossa arte. Temos que evoluir para uma mudança de paradigma mais sensível e humano, em sintonia e conexão com os verdadeiros valores de nossa espécie.

A Cooperativa tem aproximadamente 220 grupos com mais de 1100 associados e cada vez mais sentimos a dificuldade de conseguirmos convencer os representantes do poder público de que fazer teatro e cultura nesse país é respirar e transpirar. Não temos obrigação nenhuma de fazer “lobbies” e mendigar recursos para continuar existindo como grupos expressivos que atuam fora do mercado convencional. É função e obrigação do Estado reconhecer a nossa existência e sobretudo garantir espaços e recursos para que tenhamos continuidade. Nosso ofício é atestado de convicção, coragem, resistência e sobretudo sobrevivência. Uma sobrevivência de aprendizagem que vem dos antigos homens pré-históricos, quando se disfarçavam de animais para comer e beber.

Não somos uma espécie em extinção, evoluímos, e no processo evolutivo descobrimos que não podemos viver sem arte nem sensibilidade, como condições essenciais para existir e perpetuar-se... ®

por José Geraldo RochaVice-presidente da Cooperativa

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ARTE CONTRA A BARBARIE

O texto a seguir foi criado pelos atores Luah Guimarãez, Aury Porto, Isabel Teixeira, Georgette Fadei, M ariana Senne, Cláudia Apóstolo, Elcio Nogueira Seixas, Cuca Bolaffi, Pedro Pires e Mariana Lima e apresentado num dos encontros do movimento Arte Contra a Barbárie.

O movimento Arte Contra a Barbárie nos trouxe, como um presente, o encontro entre atores de diversos grupos de teatro da cidade de São Paulo. Nós aproveitamos o estímulo do movimento para falar sobre o que nos interessa mais diretamente: o ator.

Nesses encontros, muitas questões foram levantadas: Qual o papel do ator na sociedade em que vivemos? O ator é um pensador? O ator é criador? O teatro é útil?

Apesar das nossas diferentes histórias, experiências e opções sobre o nosso ofício, NOS EN C O N TRA M O S. P artim os de depoim entos pessoais, que m uitas vezes soaram com o desabafos, e, aos p ou cos, detectamos um interesse com um que nos despertou a vontade de uma participação ativa e consciente do ator no panorama do teatro atual. O nosso objetivo m aior não é um levantamento de soluções imediatas e sim a abertura de um espaço comum onde a troca de inform ações gere a ação consciente do artista dentro da sua sociedade. A discussão e a ação fundam entada podem ser m ais poderosas do que a cartilha de reclamações infrutíferas que estamos cansados de repetir.

Temos uma grande produção de Teatro em São Paulo e n ó s, a to res , som os os principais produtores deste teatro. Contudo, som os tam bém os m ais p re ju d icad o s financeiramente. Trabalhamos m uito, por muito pouco. E muitas vezes por nada. O que nós produzimos é cultura, aquilo que fortifica

e dá espaço para o que há de mais nobre no homem: a consciência, que não deve ser medida pelo valor mercadológico. Como ter condições de produzir e fazer teatro, sem ter que, obrigatoriamente, responder às leis de mercado? É justo que sobrevivamos do nosso ofício e para o nosso ofício . É ju sto que possamos exercê-lo com integridade.

Kuka Bolaffi

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Há uma compreensão da realidade que está estruturada de acordo com a seguinte premissa: “ter” em vez de “ser”! A economia não vive m ais em função do hom em , é o homem que vive em função da economia. E o teatro passa a ter seu valor mercadológico como fator decisivo na sua viabilização. Nesse esquema o teatro, como mercadoria, se afasta do hom em e o ator se torna apenas um ap ên d ice an ôn im o e ín fim o , em bora imprescindível.

O ator que faz teatro hoje como profissão, exerce um sacerdócio e se oferece em sacrifício. No exercício desse sacerdócio, passamos por “apaixonados” ou, num outro momento de maturidade do ofício, “militantes”, ou, numa etapa mais triste, “desanimados”.

Achamos que a nossa geração ainda não deu sua real contribuição para o teatro. Nossa liberdade está restrita. No silêncio das salas de ensaio, sempre o receio: nada nos garante que amanhã poderemos estar ali. Apesar da nossa entrega, de nossos mergulhos solitários, p erceb em o s que nos falta a rticu la çã o . Produzim os obras isoladam ente, mas não produzimos um corpo com força política e social que tenha ressonância.

Estivemos por longo tempo esperando -

gerações e gerações - para poder dizer com a certeza temos hoje: estamos prontos e mais prontos para assumirmos o nosso papel de atores. Estamos prontos para derramar nossas forças em favor da transformação da vida. Estamos prontos para poder dizer em nome de todos que acreditam em CRESCER: o homem é, sim, feito para a felicidade. Estamos prontos para assumir com responsabilidade e força nosso papel divino de participantes da CRIAÇÃO. E estamos mais que prontos para responder ao nosso papel social de criar sempre o MELHOR DOS MUNDOS.

E stam os p ro n tos para o in íc io da conversa.

Nós temos loucura, paixão, saúde, força de trabalho. Acreditamos que a consciência, o senso de responsabilidade e de fraternidade terá como resultado a gênese de uma nova escala de valores dentro do nosso ofício. O espaço para a troca está sendo aberto agora. Dar continuidade a isso depende só de nós mesmos.M ERD A !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

0 Espaço da Cena - Teatro Oficina, rua Jaceguai 520 (3106.2818), segundas-feiras às 20h, com entrada franca.

“O Teatro é um dos instrumentos úteis e significativos para a edificação de um país: constitui o barômetro que

assinala sua grandeza e sua decadência. Um teatro sensível e bem orientado em todos os setores, da

tragédia ao vaudeville, pode mudar em poucos anos a sensibilidade de um povo. Um teatro lamentável pode

embrutecer e adormecer uma nação inteira.”

Federico Garcia Lorca

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SERVIÇOS

Sua carteira de associado dá d ire ito a descontos e promoções nos locais e serviços relacionados na página ao lado. Se você ainda não tem a sua, entre em contato conosco. Novos convênios continuam sendo firmados.

0 convênio para Plano de Saúde para cooperados encontra-se em fase final de definição do fornecedor. O cadastro continua sendo feito em nossa sede, onde poderão ser obtidos maiores detalhes.

Todas as 3“ e 5as das 14h às 17h, com a Dra. Martha Macruz de Sá. Para cooperados

e-mail: [email protected]

• Não deixe de visitar nosso site. Lá você poderá encontrar informações dos núcleos e seus espetáculos, lista completa de associados, edição virtual da revista Camarim, fórum de discussões e links especiais.

• Os grupos que não enviaram material para o site da Cooperativa devem fazê-lo pelo e-mail [email protected] (deverão constar histórico, repertório, dados para contato e fotos).

• Envie seu e-mail para nosso cadastro: [email protected]

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í ASSESSORIA JURÍDICA

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CONVÊNIOODONTOLÓGICO

Dra. Adriana Pêcego M. Romano Dra. Emília M ioko Yokote Dra. Maria Lúcia Rocha de Morais R. Capote Valente 747 - Pinheiros Tel.: 30 81 .04 84

Dra. Andréa Cristina Aroni Christo fo letti Todas as especialidadesAv. V ital Brasil Filho 404 / sobreloja - São Caetano Tel.: 42 26 .36 96 / 4229 .5872

Dr. Edson Y. Assakawa - prótese e estética R. M iguel Rodrigues 237 - Pinheiros Tel.: 30 97 .01 09 / 9777 .2639

Dr. Eduardo Ruiz PesseAv. São G ualter 433 - A lto de PinheirosTel.: 30 22 .48 00 / 3022. 3549

Dr. Flávio Barreto Paiva - clinica geral/endodontia Dra. M ilene Lisboa M e r lo -c lín ic a geral Outros: periodontia , prótese, o rtodontia e cirurgia.Rua Frei Caneca 33 / cj. 62 - Consolação Tel.: 214 .4366 / Fax.: 258.9007 - fbpa iva@ apcd.o rg .b r

Dra. Regina CudekAv. Angélica 1814 / cj. 805Tel.: 26 62 .12 85 / 3661 .9375

Institu to Bibancos de Odontologia Dr. Fábio Bibancos - todas as especialidades Rua Maurício Francisco Klabin 401 - V I . Mariana Tel.: 570.5453 / 572.1959 / 573.2288 - bibancos@ uol.com .br

Procedimentos:• Telefonar com antecedência para marcar consulta;• Informar sobre forma de pagamento;• Não esquecer a carteira de associado.

V_______________________________________________J

Convênio entre a Cooperativa e o SIMPRO - S indicato dos Professores de São Paulo perm ite divulgação de peças de cooperados no roteiro de tea tro do Jornal do Professor, d istribu ído a 20 mil filiados, m ediante desconto de 50% aos sócios do sindicato. M ateria l para a Cooperativa, aos cuidados de Fatão.

DESCONTOSAulas e CursosAnton io Carlos M artins Lima Carlos Zimbher20% e isenção de taxa de matrícula em aulas de v io lão e expressão vocal20% em criação e/ou gravação de trilhas sonoras Tel.: 37 22 .00 82 / 3721 .5408

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ComércioMaster Colchões - descontos e prazos especiais Solteiro, casal e sob medida - todas as marcas.Tel.: 3683.3541

EstúdiosA rtium Estúdios - 20% em todos os serviços Áud io , fo tog ra fia e aulas de artes plásticas e música. Tel.: 3277.1291 / 1551 w w w .artium .com .br - artium @ artium .com .br

DVD D igital Cooperativa de Comunicação 15% na confecção de Vídeo Book R, Bernardino de Campos 541 - Campo Belo Telefax: 542.2716 - dvdd ig ita l@ orig ine t.com .br

Oficina mecânicaAuto Mecânica Cabrera Centro A utom otivo R. Amazonas 259 - Centro - São Caetano Tel.: 42 24 .48 28

RestaurantesCantina d A m ico Piolim - 30%R. Augusta 311Tel.: 255.4587 / 256.9356

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M áfia Siciliana Bar e Cantina - 25% nas refeições R. M artins Francisco 261 -S ta . Cecília Tel.: 36 63 .40 58

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NOTICIAS

CRITICA DA CRITICANo esteio da mobilização que vem ocorrendo em diversas instâncias no sentido de rever o momento cultural que atravessamos, a tão esperada e paradoxalmente tão execrada Critica também vem sendo discutida. Em outubro foi realizado o ciclo de debates A Crítica da Crítica, que reuniu artistas, jornalistas, acadêmicos, produtores cultura is e público, promovido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) no Centro Cultural São Paulo. Nos debates presenciados pela Camarim, porém, chamou a atenção o baixíssimo comparecimento da classe artística, representando a perda de uma rara oportunidade de confrontar e discutir os critérios e as funções dos críticos e seus reflexos sobre o trabalho do artista. Depois não reclamem...

ÁGORA LIVRE

CRÍTICA 2O site w ww.antaprofana.com .br, de Sebastião Milaré, oferece uma seção onde você pode responder a críticas, criticar espetáculos e em itir opinião sobre os críticos. Dedicado ao tea tro brasile iro, lusófono e latino-americano, o site possui ainda seções de notícias de in te resse da com un id a d e teatral, história, críticas, festivais, artigos e fotos.

Agora e Cooperativa Paulista de Teatro convidam para os últimos encontros de 2000 do Projeto ÁGORA LIVRE

6 /1 1 - Convidado a confirmar 20/11 - Cacá Rosset

4/12 - Encerramento do Projeto Ágora Livre neste ano, com Roberto Lage e Celso Frateschi Sempre às segundas-feiras às 21 h, com o teatro aberto desde as 20h. A entrada é gratuita

Mímica Corporal Dramática - Workshop com Ana Teixeira, de 20 a 24/11 das 14h às 18h. 15 vagas

ÁgoraRua Rui Barbosa 672 - Bela Vista -Tel.: 284.0290 / 284.8532

www.cooperativadeteatro.com.br - [email protected]

Rio C oopera tivo 2000 - Id e n tid a d e C o o p era tiva para o Novo M ilê n ioMaior evento do cooperativismo mundial até hoje, acontecerá entre 3 e 8 de dezembro de 2000 no Rio de Janeiro, reunindo cinco eventos:o XII Congresso Brasileiro de Cooperativismo, o II Fórum Global da Aliança Cooperativa Internacional - ACI, a Conferência Ibero-Am ericana de Cooperativismo, a IV Assembléia da ACI Américas e a III Expocoop - Exposição de Produtos e Serviços de Cooperativas Brasileiras e Feira Internacional de Produtos e Serviços de C ooperativas. Serão 2000 participantes reunidos, discutindo os rumos do cooperativismo brasileiro e mundial. Maiores informações - www.riocoop2000.org .

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NOTÍCIAS

TEATRO X - PROJETO FACES DO TEATRO

Quintas, Sextas e Sábados, sempre às 21 h. Na quinta de cada semana haverá a perform ance CENTELHA MÁGICA com Alexandre Henrique e Luciana Zola.

de 9 a 11/11: DANTEAde Mariana M u n iz -d ia 12:Workshop

de 16a 18/11: BOMBA ANATÔMICA de Gerson Esteves-d ia 19:Workshop

de 23 a 25/11: WERTHER NA VEIA de Celso Cruz - dia 26: Workshop

de 30/11 a 02/12: MULHER DAMA BORBOLETA de Rita Martins - dia 3: Workshop

de 7/12 a 9/12: A DESPEDIDA DE LAURAde Edson de San tana-d ia 10: Workshop

de 14/12 à 16/12: RASHOMON de Viviane Dias

17/12: PP CONTA HH de Paula Preta às 20h no encontro das produções do projeto Faces do Teatro.

Terças-feiras - Projeto Cena Musical — 21 h — R$ 5 Domingos - Roda de Choro com o Grupo Bola Preta — 18h — R$ 3

Estúdio Teatro X Cia Teatro X da Cooperativa Paulista de Teatro

Rua Barão de Tatuí 258 - Santa Cecília - São Paulo - SP Tel.: 3661.1318

http://membro.intermega.com.br/teatrox - [email protected]

Se o seu grupo está em cartaz, não deixe de enviar material para a Cooperativa.

THEATRO s ã o PEDRORestaurado em 1998, depois de 15 anos em obras, oTheatro São Pedro ganhou livro e ensaio fotográfico. Editado pela Associação de Amigos do Arquivo do Estado em parceria com Secretaria de Estado da Cultura, o livro Theatro São Pedro - resistência e preservação conta a trajetória do teatro desde sua construção em 1917 até a reinauguraçãoem 1998.

■ D i r c e u A m a d i oiramIN D Ú STR IA ■ C U L TU R A ■ CIDADANIA

w w w . i r a m . c o m . b ri r a m @ i r a m . c o m . b r

- VALORIZANDO O TALENTO -

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NOTÍCIAS

CONCURSO DE DRAMATURGIA CARAS DOA Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, através da Coordenação RECLAME de Artes Cênicas, estará recebendo inscrições para o 3o Concurso deDramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho. Cópias do Regulamento na Movimento independente de atoresCooperativa. Os prêmios são em dinheiro: R$ 4.000 (1o lugar), R$ 2.500 e La^ lzes Pr° fls s|0nais q ue(2o lugar) e R$ 1.500 (3° lugar). Além disso, as obras vencedoras serão trabalham no mercado publicitário, publicadas no volume 3 o Concurso de Dramaturgia - Prêmio Carlos *ca„ melllores condições Carvalho. Os interessados deverão inscrever seus trabalhos até 18 de trabalho e remuneração. Asdezembro de 2000 pelo correio ou diretamente na Coordenação de Artes reuniões acontecem todas asCênicas, A v. Érico Veríssimo 307, CEP 90.160-181, Porto Alegre - RS, te rÇas-feiras as 20h na Escolatelefax: (051) 221.6622 ramais 241 e 234, site www.portoalegre.rs.gov.br/ Carmina Domus^a Rua Jacurid 81 eventos/dramaturgia, e-mail: [email protected] [email protected]

AULAS M AGNAS E LEITURAS DRAMÁTICASO Empório Alquimia da Cena - Casa do Estudo do Ator promove entre 21 e 26 de novembro, sempre às 20h, com entrada gratuita, em São Caetano, uma semana de Aulas Magnas e Leituras Dramáticas com textos inéditos de dramaturgos emergentes. Maiores informações pelo 4221.2118.

SITES DE TEATROw w w .teatrochik.com .br - site parceiro da Cooperativa, de Francisco Carlos Vieira de Souza, o Chiquinho, com espetáculos, grupos, história, localização e apresentação de teatros.

w w w .in te rp a lco .co m .b r - site de Fabiano Martins e Ivan Pinho, traz história, entrevistas, artigos, críticas e dicas.

www.m ediacast.com .br - seção multimídia de teatro com espetáculos, críticas, entrevistas e roteiros.

w w w .iram .com .br - apoiadora de diversos espetáculos e grupos teatrais em São Paulo, a Iram Indústria Mecânica representa uma exceção no mundo empresarial, com uma mentalidade que visa em primeiro lugar a cidadania.

Se o seu site trata de teatro, envie informações à Camarim.

ATENÇÃO COOPERADONão deixe de fazer sua prestação de contas de cada nota em itida por

seus trabalhos. Compareça à Cooperativa!

Cooperativapaulista

DCTEATRQ

D ireto ria : Presidente - Luiz Amorim ; Vice-Presidente - José Geraldo Rocha; Secretário - Neto de Oliveira; Segundo Secretário - Alexandre Roit; Tesoureiro - José Eduardo Petean; Segunda Tesoureira - Débora Dubois; V o g a l- Cristiani Zonzini. Conselho Fiscal: Hugo Possolo, Sérgio Santiago e Beto Andreatta. Suplentes do Conselho Fiscal: Luciano Draetta, Flávio Faustinoni e Luis André Cherubini.

No Front: A dm in is tradora -Maricene Gregorut; Auxiliar A dm in is tra tiva -Audrei Luana; Relações P úb lica s -Fátima Ribeiro; Auxiliar de Escritório - André Araújo; Recepcionista - Luana Kavanji; Assessora Técnica - Dulce Maschio; Faxine ira -Maria das Montanhas; Office-boy - Ricardo Pereira Barroso; Contabilidade - Âncora Assessoria Contábil.

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A Barraca do Nosorcom o Teatro dos Quinto

direção de Soraya Saide terças e quartas às 19h30 - até 13/12

Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa Rua Vergueiro 1000 - Tel.: 3277.3611 r. 250

Procurando Firmecom o Grupo Jádireção de Neyde Veneziano sábados e domingos às 16h - até 16/11 Teatro ImprensaRua Jaceguai 400 - Tel.: 239.4203

Quero a Luacom a Companhia Letras em Cena

direção de Kiko Jaess sábados e domingos às 16h - até 3/12

Teatro Maria Delia Costa Rua Paim 72 - Tel.: 256.9115

Uma Peça por Outracom a Companhia Elevador de Teatro Panorâmicodireção de Marcelo Lazzaratto de terça a quinta às 21 h30 - até 16/11 Centro Cultural São Paulo - Sala Jardel Filho Rua Vergueiro 1000 - Tel.: 3277.3611 r. 250

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I ztLk J Cooperativa PAULISTA

Ln yJ DETEATROGRUPOS QUE FAZEM O TEATRO ACONTECER

A LÍRICO CIA. PAULISTA A PALAVRA E 0 CESTO ABACIRCOACORDES CELESTINOS ACROBÁTICO FRATELLI ANDALUZ- TEATRO DE ANIMAÇÃO ARARAMA A SANTA PALAVRA AS MENINAS DO CONTO ATELIÊ TEATRO ATMOSFERA MÁGICA AVES DE ARRIBAÇÃO B'LUME CENA & CIA BAMBU DE VEZ BALANGANDAÇA CIA.BALEIA AZULBARRACÃO TEATROBENDITA TROUPEBICICLETAS VOADORASBONECOS URBANOSBOTO VERMELHOCADERNO COR DE ROSACAIXA DE FUXICOCAIXA DE IMAGENSCALIBANCANTOS E ATOSCAVALEIRO DA MÃO DE FERROCENTRO DEARTES CÊNICAS DO TUCACHIQUITITASCIA. A CASA DO SOLCIA. ALÉM TEMPOCIA ANJOS VOADORES DE GRCO-TEATROCIA. ARTHUR ARNALDOCIA. ARTICULARTE DE TEATROCIA.ATURARTECIA. AUTO FALANTECIA. BANDOCIABRASILflRADEMYSTÍRIOSENOVIDADES.CIA. BURLANTIMCIA. CARICATURASCIA. CASCA DE ARROZCIA. CÊNICA NAU DE ÍCAROSCIA.CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEISCIA. CIRCENSE VARIETE ETECETERACIA. DE TEATRO FURUNFUNFUNCIA. CIRCO NAVEGADORCIA. CLÁSSICACIA. COISA E TRECOCIA. CONCEIÇÃO ACIOLICIA. CORES VIVASCIA. DA GINACIA. DAS ARTESCIA. DE ARTE OSTENSIVACIA. DE ROCOCÔZCIA. DE TEATRO ERA UMA VEZCIA. DE TEATRO FÁBRICA SÃO PAULOCIA. DE TEATRO ÓPERA NA MALACIA. DE TEATRO MEVITEVENDOCIA DETEATRO OS VENDEDORES DE MÁSCARASCIA. DE TEATRO PANDORGACIA. DELIRIUM TREMENSCIA. DO ACASO

CIA. DO DIVINO CIA. DO FEIJÃO CIA. DO LATÃO CIA. DOS CONTRÁRIOS CIA. DOS INSÍGTHS CIA. DOS LOBOS CIA. DOS SETECIA. ELEVADOR DE TEATRO PANORÂMICO CIA. FALBALÁCIA.FRATERNAL DE ARTES E MALAS ARTESCIA. LETRAS EM CENACIA. DRAMÁTICACIA. LIVRECIA. LÚDICACIA. MARIA BONITACIA. MULUNGOCIA. PAULICEACIA. PAULISTA DE TEATROCIA. PAULISTA DE PANTOMINACIA. PANTURRILHA DE TEATROCIA. PAVANELLICIA. PIC E NIC 2CIA. POMPA CÔMICACIA. PRAZENTEIRA DE TEATROCIA. RASO DA CATARINACIA. S. JORGE DE VARIEDADESCIA. SOLITÁRIACIA. STROMBOLICIA. TATALISCIA. TEATRAL ARTE & VIDACIA. TEATRAL ARTEIROSCIA. TEATRAL TERRA BRASILEIRACIA. TEATRO DE PAPELCIA. TRIPTAL DECISUSCIA.TRUKS-TEATRO DE BONECOSCIA.VANDENRIZZO DE TEATROCIA. ZAGREU DE TEATROCINCOINCENACIRANDARCIRCO E CIA.CIRCO GRAFITTI CIRCODÉLICO CIRCO MlNIMO CLIPS E CLOPS COAN E CIA.CONFRARIA DA CRIAÇÃOCONFRARIA DE PEQUENAS MENTIRASCONFRARIA DETEATRO NIHILCONTANDO FLORESCOROPOSTADELlRIO URBANODESESPERADADRAGÃO 7DRAMARAMADUO CLOWNDUOMARCEFERRANDUO TEATRALESCOLA LIVRE DETEATROESCRITÓRIO FANTASIAEUREKAEUGENIOSLÁVIA CIA. DE TEATRO ENCENAÇÃO

EXPRESSO ARTFÁBRICA CÊNICAFABRICA CIA. DE TEATROFÁBRICA LÚDICAFARÃNDOLA TROUPEFIM DOS CONFINSFRACTONSFOLIAS DRAMÁTICASGIOCONDA CRIAÇÃO TEATRALGIRA CIA. TEATRALGIRASONHOSGRUPO ABAPORUGRUPO A JACA ESTGRUPO AGORA DE ATORESGRUPO ARLEQUINS DO TEATROGRUPO AS GRAÇASGRUPO ASFALTO SELVAGEMGRUPO BARATA ALBINAGRUPO CIRCO BRANCOGRUPO ClRCULO DE COMEDIANTESGRUPO DE TEATRO BENDITOS E MALDITOSGRUPO DE TEATRO ESTAÇÃO CIÊNCIAGRUPO DE TEATRO FILHOS DE PRÓSPEROSGRUPO DE TEATRO XGRUPO ESTRANGEIROGRUPO FORÇA TAREFAGRUPO JÁGRUPO LÉ COM CRÊGRUPO MANIFESTA DE ARTE CÔMICAGRUPO MANGARÁGRUPO MOMAGRUPO O CACHORRO DA CACILDAGRUPO PASÁRGADAGRUPO TEATRAL CÊNICOS E ClNICOSGRUPO TEATRO DE RISCOGRUPO TEMPOGRUPO VIRAMUNDOIMÃ CIA. TEATRALIRMÃOS NICOLAUKAPAFICUSKYOLADRÕES DE METÁFORALA MamaNinaLA MlNIMALE PLAT DU JOURLINHAS AÉREASLUARNOARLUX IN TENEBRISLUZ E RIBALTAMÃE CORAGEMMARZIPANMEGAMINIMETAMORFACESNA CIA. DO SOLNATT-NÚQfflDEARIEDOSTÉCNICOS DETEATRO NT2AMNÚCLEO ABACARÔNÚCLEO AANGATUNÚCLEO ÁGORANÚCLEO BARTOLOMEUNÚCLEO DE P. LATINO AMERICANANÚCLEO DO CASTELO

NÚCLEO IMPRENSANÚCLEO SÃO PAULO DETÉCNICOSnudeodeatores.brOLHAR IMAGINÁRIOOMSTRABÓPERA SECAOS CHARLES E CIA.OS DOISOS EXTRADIVÁRIOS OS HERMENEUTAS OS PESSOAS PARCERIA.COM.BR PARLAPATOES, PATIFES E PASPALHÕES PERSONAPESSOAL DO FAROESTE PIA FRAUS PIC E NICPIMENTAS ATÔNITOSPINUS PLOFTPROJETO CENAS E LETRASPROJETO NÚCLEO OCARAMA-KRYARAY LUARRENATA JESIONROLETA RUSSASAIA JUSTASHERAZADESOBREVENTOSTÚDIO ARTE VIVASTULTlFERAS NAVISSUCO DE LÓTUSTEATRO BALAGANTEATRO CARTELTEATRO DIADOKAIT»m3AQUATlONÚQH)D0GRUF0TH<roNSTEATRO DEMAMULENGO MESTRE VALDECKTEATRO DO MITOTEATRO DOS QUINTOte a t r o In t im oTEATRO POR UM TRIZ TEATRO 4GAR0UPAS TEATRO SEM NOME TEATRO VENTO FORTE TEATRO VIVO TEATRO XTEATRO AOS TRAGOS THE SOLITARY GOATS TRAGÉDIA POUCA É BOCAGE TRAQUEJOSEALENTOS TRECOS E CACARECOS TREINADORES DA ALEGRIA TREINART "IN COMPANY"TRIO PIRATINYTROUPE DE ATMOSFERA NÔMADETRUPETRUZTRUPE VERMELHAVAGALUM TUM-TUMVILA SÉSAMOWLAPXPTOZIRKUS