câmaras vão poder recorrer à venda de edifícios e ao ... · controlo das obras nas suas...

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QUARTA-FEIRA 16 OUTUBRO 2013 www.imobiliario.publico.pt PUBLICIDADE PUBLICIDADE Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente SUPLEMENTO COMERCIAL Câmaras vão poder recorrer à venda de edifícios e ao arrendamento forçado Reconstruir e recuperar uma casa ou construir de novo vai passar a ser mais fácil com a nova legislação da Lei de Bases da Política de Solos que vai agora para discussão e aprovação na Assembleia da República p14 DR “Quando os edifícios estão em risco de ruína porque os particulares não estão a cumprir as suas obrigações é preciso agir”, adverte o ministro do Ambiente Moreira da Silva Monsanto’s Palms com certificado de eficiência energético superior O promotor do condomínio residencial recorreu aos mais avançados materiais com a preocupação principal de o dotar de uma eficiência energética superior p12 “O balanço das ações no mercado externo foi muito positivo, tendo-se gerado negócios imediatos” Considera José de Matos, secretário- geral da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção p15

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QUARTA-FEIRA 16 OUTUBRO 2013 www.imobiliario.publico.pt

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Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente

SUPLEMENTO COMERCIAL

Câmaras vão poder recorrer à venda de edifícios e ao arrendamento forçadoReconstruir e recuperar uma casa ou construir de novo vai passar a ser mais fácil com a nova legislação da Lei de Bases da Política de Solos que vai agora para discussão e aprovação na Assembleia da República p14

DR

“Quando os edifícios estão em risco de ruína porque os particulares não estão a cumprir as suas obrigações é preciso agir”, adverte o ministro do Ambiente Moreira da Silva

Monsanto’s Palms com certificado de eficiência energético superiorO promotor do condomínio residencial recorreu aos mais avançados materiais com a preocupação principal de o dotar de uma eficiência energética superior p12

“O balanço das ações no mercado externo foi muito positivo, tendo-se gerado negócios imediatos”Considera José de Matos, secretário-geral da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção p15

02 Opinião IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

SIL 2013 credibilizou imobiliário português

A qualidade dos produtos e das obras de construção

Os ecos da recen-

te edição do Salão

Imobiliário de

Portugal ainda se fa-

zem sentir de forma

muito positiva a confi rmar a voca-

ção de Lisboa como uma cidade ide-

al para servir de plataforma entre o

Norte e o Sul e entre o Ocidente e o

Oriente, em muitos domínios entre

os quais o do imobiliário.

Na dupla qualidade de presiden-

te da Comissão Organizadora do SIL

2013 e de presidente da Confedera-

ção da Construção e do Imobiliário

de Língua Ofi cial Portuguesa (CI-

MLOP) apraz-me sublinhar a opor-

tunidade dos temas escolhidos para

a conferência internacional deste sa-

lão, a começar pelo tema da interna-

cionalização.

A CIMLOP, que

partilhou a orga-

nização desta

conferência, é,

como se sabe,

a estrutura que

organiza e liga o

espaço alargado

de negócios, na

área do imobili-

ário, que sob a

bandeira lusó-

fona atravessa o

mundo de Norte a Sul, da Europa

à América do Sul, e de Ocidente a

Oriente, de África à Ásia.

Esta vasta comunidade de 250

milhões de pessoas, rica na sua di-

versidade e como tal pilar funda-

mental para qualquer estratégia de

internacionalização dos mercados

imobiliários, abre-se a outras geo-

grafi as, com outras línguas pátrias,

nomeadamente a essa economia

emergente que é a da China, tradi-

cionalmente bem relacionada com

o Mundo lusófono.

Tudo isto é particularmente im-

portante pelo facto do sector imo-

biliário continuar a ser um motor de

desenvolvimento das economias, se,

como é o caso, resistir à tentação es-

peculativa e souber afastar os perigos

A globalização da eco-

nomia colocou a com-

petitividade e a qua-

lidade na ordem do

dia, ambas associadas

a uma exigência de minimização

do risco.

As obras de construção civil, in-

serindo-se de forma signifi cativa na

sociedade, devem ter como preo-

cupação a exibição de um conjunto

de características que satisfaçam

as necessidades e a segurança dos

seus utilizadores. Trata-se de um

conceito perfeitamente assumido

em todas as atividades de engenha-

ria que lhe estão associadas.

O Regulamento (UE) N.º 305/2011,

JOUE L 88, de 2011-04-04, corren-

temente designado como Regula-

mento dos Produtos da Construção,

estabelece condições harmoniza-

das para a comercialização dos pro-

dutos de construção, revogando a

Diretiva 89/106/CEE do Conselho,

Diretiva dos Produtos de Constru-

ção, apresentando disposições ad-

ministrativas que visam eliminar

barreiras técnicas ao comércio des-

tes produtos.

Contempla todos os que são in-

corporados de modo permanente

nas obras de construção civil, es-

tabelecendo os requisitos básicos

dessas obras, tais como a resistên-

cia mecânica, a segurança contra

incêndio, a higiene, saúde e am-

biente, a segurança e acessibilida-

de na utilização, a proteção contra

o ruído, a economia de energia e

isolamento térmico e a utilização

sustentável dos recursos naturais.

O seu principal objetivo é garantir

o adequado desempenho dos pro-

dutos de construção, isto é, a sua

aptidão ao caso previsto.

O requisito da utilização susten-

tável dos recursos naturais é uma

das principais novidades constan-

tes do regulamento face à anterior

diretiva, criando a necessidade do

desenvolvimento de produtos de

longa duração e, sempre que for

possível, de materiais reciclados.

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das chamadas bolhas imobiliárias.

Seja mais virado para o turismo

residencial, seja para a construção

ou reconstrução de habitação per-

manente, seja também para o não

residencial, o imobiliário é, num qua-

dro de sustentabilidade, um refúgio

seguro para grandes investidores e

para pequenos aforradores.

Mas para assumir esta vocação

deve mostrar-se em palcos como

o proporcionado pelo SIL, salão

privilegiado para ampliar redes de

contactos, partilhar informações

e estimular a criação de parcerias,

abrindo assim portas a novas ideias

e oportunidades de mercados. Uma

visibilidade importante de um sector

que ao credibilizar-se internacional-

mente dá também ânimo às procuras

internas.

O que fi ca realmente de importan-

te do Salão Imobiliário de Portugal

nesta edição SIL2013 é a consolidada

credibilização do imobiliário portu-

guês (a par de outros, como o brasi-

leiro, o moçambicano e o de Angola,

para citar apenas os que estiveram

mais em foco) como potencial refú-

gio seguro para muito investimento

e alguma poupança.

Não sei, nem ninguém virá a saber,

ao certo, com rigor, quantos negócios

terão sido concretizados, direta ou

indiretamente, pelas dinâmicas ge-

radas no SIL 2013, mas sei que a boa

imagem reafi rmada no salão imobili-

ário que a Feira Internacional de Lis-

boa acolheu refl etir-se-á muito positi-

vamente até no mercado interno.

Para quem está de fora ou perdeu

o contacto com a realidade do merca-

do, as leituras cruzadas entre a inter-

nacionalização e o mercado interno

poderão fazer pouco sentido, mas

na realidade elas são determinantes

para o nosso futuro e isto faz toda a

diferença.

Presidente da CIMLOPConfederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial [email protected]

No essencial, tem em vista garan-

tir que, ao conceber uma obra, se

disponha de informação que per-

mita a adoção dos materiais que

melhor se adequem e que permita

a avaliação dos custos de todas as

fases. Fases que incluem o ciclo de

vida dos materiais, dos produtos,

componentes e construções, desde

a extração das matérias-primas até

à demolição, reutilização ou depó-

sito como resíduo, contabilizando

a infl uência de todas estas fases na

degradação do ambiente.

Um fabricante, ao colocar a mar-

cação CE, compromete-se a garan-

tir o desempenho que declara pa-

ra esse produto. A decisão sobre a

sua utilização terá de ser comple-

mentada com a verifi cação se esse

desempenho se adequa à obra em

causa e se a aplicação é correta. As-

sume, assim, particular relevância

asseverar que nas diferentes fases

do projeto e da construção, sendo

elementos de uma cadeia, são ado-

tadas metodologias que garantam

que o elo mais fraco é sufi ciente-

mente forte. Metodologias que

passam pelo estabelecimento de

medidas que avalizem que os di-

versos intervenientes, projetistas,

fi scalização, controlo de qualidade

e segurança e construtores, sejam

igualmente efi cazes.

As obras falham, nos seus objeti-

vos de programação, quando este

conceito não é devidamente acau-

telado. A qualidade é, na prática,

a procura da ausência de falhas. A

não adoção destas medidas está à

revelia do que deve ser a prática

em todas as obras, potenciando

desvios em prazos e custos.

A garantia de qualidade da nossa

engenharia e as exigências da socie-

dade portuguesa não permitem que

sejamos tolerantes em relação ao

controlo das obras nas suas diferen-

tes fases, que incluem a observação

ao longo da sua vida útil.

Bastonário da Ordem dos Engenheiros

Luís Lima Carlos Matias Ramos

Tudo isto é particularmente importante pelo facto do sector

imobiliário continuar a ser um motor de

desenvolvimento das economias

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IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013 Atualidade 03

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A realização de uma Rodada de Ne-

gócios (Speed Networking) permi-

tiu juntar representantes do sector

imobiliário de Portugal, Angola, Bra-

sil, Moçambique e Cabo-Verde que

recebeu mais de cento e cinquenta

empresários. Promovida pela Confe-

deração da Construção e do Imobiliá-

rio de Língua Ofi cial Portuguesa - CI-

MLOP, em parceria com a Fundação

AIP e com o apoio da Associação dos

Profi ssionais e Empresas de Media-

ção Imobiliária de Portugal (APEMIP)

e da Associação dos Industriais da

Construção Civil e Obras Públicas

(AICCOPN),esta iniciativa tem como

objetivo ampliar as redes de contac-

Elisabete Soares

Internacionalização do imobiliário marcou realização do SIL Tem sido crescente o interesse que os empresários estrangeiros, nomeadamente dos países da CPLP e da China, mostram pelo imobiliário nacional

tos, partilhar informações, estimular

a criação de parcerias e, assim, abrir

portas para novas oportunidades e

ideias nos setores do imobiliário, da

construção e da reabilitação urbana.

Esta foi a quinta edição da Rodada

de Negócios, realizada no âmbito

do SIL, iniciativa que tem sido res-

ponsável por um processo de afi r-

mação das empresas da lusofonia,

revelando assim, uma vez mais, ser

um bom ponto de partida para a di-

namização do mercado imobiliário

dos países lusófonos, com um impor-

tante papel nesta aproximação para

o aproveitamento de sinergias que

projetem o espaço dos países de lín-

gua ofi cial portuguesa neste enorme

mercado que conta com mais de 250

milhões de pessoas a falar a língua

portuguesa.

Na opinião de Luís Lima, presiden-

te da Comissão Organizadora do SIL

2013 “esta foi mais uma oportunida-

de em que conseguimos alavancar,

ainda mais, o interesse crescente que

os empresários estrangeiros, nome-

adamente dos países da CPLP e da

China, têm vindo a demonstrar no

imobiliário português. A qualidade

e excelência, inegável, do que por

cá se faz, é o nosso melhor cartão-

de-visita para captar investimento e

contribuir para dinamizar, não só o

setor, mas acima de tudo, a econo-

mia nacional.”

No âmbito do salão imobiliário

teve lugar a reunião de Outono da

CIMLOP e a tomada de posse de Lu-

ís Carvalho Lima como presidente

desta confederação, para o triénio

2013-2016 que contou com a pre-

sença do secretário de Estado da

Administração Patrimonial e Equi-

pamentos do Ministério da Justiça,

Fernando Santo.

A 16ª edição do SIL, que este ano

recebeu cerca de 40.000 visitantes,

teve como ponto alto a entrega de

prémios. Um dos momentos altos

da noite foi a entrega do Prémio

Carreira ao arquiteto João Paciência

que, aos 70 anos, vê assim reconhe-

cido, mais uma vez, o seu valor. Os

prémios, que este ano tiveram duas

novas categorias, a reabilitação ur-

bana e o investimento imobiliário,

bem como as respetivas subcatego-

rias, premiaram projetos com a rea-

bilitação de Guimarães, a Ribeira das

Naus e o edifício Central Station, nas

diversas categorias de reabilitação.

Na construção nova destacou-se o

Pestana Troia Eco Resort e o hotel

Épic Sana Algarve. O prémio de pro-

moção internacional foi entregue à

Sonae Turismo.

O prémio SIL de promoção internacional foi entregue à Sonae Turismo

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04 Arrendamento e Reabilitação IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

InovaDomus lança 16 guias para orientar reabilitação de edifícios

A InovaDomus - Associação para o

Desenvolvimento da Casa do Futuro,

publicou recentemente os 16 Guias

para a Reabilitação”, constituído por

documentos de diferentes especia-

lidades e preparados por profi ssio-

nais. De acordo com António Olivei-

ra, presidente da InovaDomus, “os

guias pretendem dar orientações aos

cidadãos de como resolver os proble-

mas mais comuns que aparecem nas

habitações”. Na sua opinião, não es-

tamos a falar de processos de reabili-

tação de edifícios que estão bastante

degradados, mas sim da reabilitação

ou renovação das casas onde todos

nós vivemos.

Refi ra-se que “muitas das casas

construídas nos últimos 50 anos,

senão mesmo a maioria, precisam

de pequenas e, outras vezes não tão

pequenas, intervenções para as dotar

das condições mais compatíveis com

as exigências atuais de conforto e eco-

nomia”, alerta. Assim, na realização

dos guias foram evitadas descrições

excessivamente técnicas, por forma

a torna-los acessíveis a qualquer uti-

lizador, independentemente da sua

formação e nível de conhecimento

sobre as temáticas abordadas. A infor-

mação é, propositadamente, simples

e de aplicação prática, apresentando

um conjunto de soluções, produtos

e estratégias para as patologias mais

frequentes. A organização dos guias

resultou da assessoria científi ca dada

por uma doutorada da Universidade

de Aveiro com o apoio do Departa-

mento de Engenharia Civil da mesma

universidade e da interação com as

empresas especialistas em cada área,

que produzem materiais para o mer-

cado da reabilitação. Foi construída

uma matriz para o desenvolvimen-

to dos guias, mas de forma genérica

foi pedido aos intervenientes que

DR

Na realização dos guias foram evitadas descrições excessivamente técnicas, por forma a torna-los acessíveis

A InovaDomus publicou recentemente os Guias para a Reabilitação, constituído por 16 documentos, de diferentes especialidades, preparados por profissionais

apresentassem as principais formas

de manifestação de uma anomalia e

as possíveis soluções para a sua cor-

reção, de forma objetiva e evitando

uma linguagem excessivamente téc-

nica, com vista à fácil compreensão

por parte de um leque alargado de

utilizadores. No fi nal de cada guia,

foi criada uma checklist para auxiliar

os trabalhos de inspeção e a identi-

fi cação das anomalias, esta poderá

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Elisabete Soares

Consultório Jurídico Realização, pelo senhorio, de obras em prédios arrendados

O novo Regime Jurídico das Obras em Prédios Arrendados (RJOPA – DL n.º 157/2006, de 8 de Agosto, alterado pela Lei n.º 30/2012, de 14 de Agosto) veio facilitar a realização, pelo senhorio, de obras em prédios arrendados, através da denúncia do contrato de arrendamento para demolição ou realização de obras de remodelação ou restauro profundos (designadamente, conservação e reconstrução), nomeadamente, de imóveis localizados em áreas de Reabilitação Urbana (DL n.º 307/2009, de 23 de Outubro, alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de Agosto).

A regra é a de que cabe ao senhorio a realização das obras necessárias à manutenção do estado de conservação do prédio arrendado. No caso de o pretender fazer e estiver em causa um contrato de duração indeterminada, o senhorio pode denunciar o contrato, para isso devendo chegar a acordo com o arrendatário e, simultaneamente, pagar a este uma indemnização correspondente a um ano de renda ou garantir o seu realojamento por período não inferior a dois anos. Em caso de realojamento, este deve ser proporcionado em condições análogas às do anterior locado, quer no que respeita ao local (mesma freguesia ou freguesia limítrofe, estado de conservação igual ou superior e adequação às necessidades do agregado familiar), quer ao valor da renda e encargos. Note-se que, tratando-se de obra realizada no âmbito de uma operação de Reabilitação Urbana, o arrendatário tem sempre direito, nos termos daquele regime, ao realojamento temporário a expensas do proprietário (exceto

se dispuser, no mesmo concelho ou em concelho limítrofe, de outra habitação que satisfaça adequadamente as necessidades de habitação do seu agregado).

Se não for possível obter o referido acordo, tem o senhorio de pagar a indemnização mencionada no momento da entrega do locado. Diferentemente, no caso de denúncia de contrato com arrendatário com idade igual ou superior a 65 anos ou com deficiência com grau de incapacidade superior a 60%, o regime é, naturalmente, mais protetor. Assim, à falta de acordo corresponderá, agora, a obrigação do senhorio em garantir o realojamento do arrendatário, podendo este, contudo, optar entre o realojamento (caso em que deverá ser celebrado novo contrato de arrendamento de duração indeterminada) ou o pagamento de indemnização.

Se o senhorio pretender, em alternativa, a demolição do locado, a denúncia do contrato segue, em geral, os mesmos trâmites.

Em ambos os casos, a denúncia exige a comunicação ao arrendatário, com a antecedência mínima de 6 meses, da data pretendida para a desocupação do locado. Da comunicação deve também constar, expressamente, o fundamento da denúncia.

Francisco [email protected]

ser uma ferramenta utilizada por

qualquer pessoa e que ajudará nos

processos de reabilitação. Tivemos,

aquando do seu lançamento, um con-

junto alargado de gabinetes de enge-

nharia e empresas de pequenas obras

que estiveram presentes e levaram

para consulta os guias. Os guias estão

disponíveis, para download, no site

da associação e qualquer pessoa os

pode consultar de forma gratuita.

06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

Cidade em análiseFOTOS DR

Santa Maria da Feira foi dos concelhos que registou um maior aumento de população residente, famílias, alojamentos e edifícios

Na campanha Mês das Oportuni-

dades que, na zona Centro Norte

do país, abrange os concelhos dos

distritos de Aveiro, Castelo Branco

e Coimbra, a oferta para venda dis-

ponibilizada pelo Millennium bcp

concentra, especialmente, frações

de comércio, serviços e pouca ha-

bitação.

Assim, de acordo com José Araú-

jo, diretor do Millennium bcp, “te-

mos 85 imóveis em venda, sendo

22 para habitação, os restantes são

para serviços, comércio, armazéns

e terrenos”.

Na sua opinião, a oferta tem ca-

racterísticas diferentes consoante

os imóveis se situem nos concelhos

interiores (Covilhã) ou litoral (Figuei-

ra da Foz) ou Grande Porto (Feira).

“No interior temos muitas pequenas

moradias, principalmente casas an-

tigas, enquanto no litoral ou Grande

Porto predominam os edifícios de

apartamentos”, salienta.

Na habitação o valor médio dos

imóveis é de 72 mil euros, maiorita-

riamente apartamentos e moradias,

do tipo T2 e T3 com áreas de 70 a

200 m2. Já nos imóveis para comér-

cio e serviços têm um valor de venda

entre os nove mil euros e os 60 mil

euros e áreas de 40 a 170 m2.

Maior procura na FigueiraA Figueira da Foz tem um mercado

de segunda habitação ativo, cuja

procura vem predominantemente

da região de Coimbra, pois esta é a

mais importante estancia balnear

da zona. “A procura é signifi cativa,

aliás prevemos que todos os imóveis

residenciais desta zona sejam ven-

didos na ação comercial que está a

decorrer. Até ao momento já foram

vendidos 12 imóveis sobretudo de

habitação com um valor médio de

69 mil euros”, adianta José Araújo.

A oferta na Figueira da Foz é di-

versifi cada, quer para o segmento

médio-alto, essencialmente junto

à marginal, quer para o segmento

médio-baixo, no interior e perife-

rias. Em média, os preços das ha-

bitações que o banco tem colocado

no mercado andam entre os 60 mil

e os 70 mil euros.

Imóveis de serviços e comércio em maior número nos distritos do Centro NorteO Millennium bcp tem 85 imóveis para venda nos concelhos da Covilhã, Figueira da Foz e S. Maria da Feira, sendo a maioria de comércio e serviços

Preços das casas na Feira rondam os 70 mil euros

Feira com forte crescimento na década de 90

De acordo com Sílvia Costa e Nelson

Silva, sócios da Imo2007 - Mediação

Imobiliária, a oferta imobiliária do

Mbcp no concelho de Santa Maria

da Feira predominam os imóveis re-

sidenciais, de tipologias T2 e T3, sen-

do que as principais características

“são o preço atrativo e as condições

especiais de fi nanciamento”.

Na opinião dos mediadores a maio-

ria da oferta é constituída por casas

de gama média - baixa, com preços

médios de 70.000 euros.

Por seu lado Marco Silva, gerente

da Lazer do Habitáculo, sociedade

de mediação, considera que “apare-

ce alguma oferta com preços entre

os 40 mil e 50 mil euros a precisar

de obras”.

A maioria das vendas são feitas pa-

ra clientes fi nais. “Cerca de 90% das

vendas são a clientes fi nais, 10% são

investidores que colocam os imóveis

no mercado de arrendamento”, refe-

rem os responsáveis da Imo2007.

Marco Silva considera que cerca

de 20% dos clientes são investidores,

que compram para colocar no arren-

damento.

Aliás, “neste concelho existe uma

grande procura para arrendamento,

mas a oferta é pouca”, na opinião de

Sílvia Costa e Nelson Silva.

Já Marco Silva considera que o

mercado do arrendamento no con-

celho da Feira tem caído nos últimos

meses.

Entre 1991 a 2001, Santa Maria da

Feira foi dos concelhos do EDV (En-

tre Douro e Vouga), que registou

um maior aumento de população

residente, famílias, alojamentos e

edifícios.

De acordo com os dados estatís-

ticos publicados pela autarquia, o

maior crescimento registou-se nas

freguesias de Santa Maria da Feira,

Milheirós de Poiares, Mozelos, No-

gueira da Regedoura, Santa Maria de

Lamas e S. João de Ver. Fazendo uma

análise do número de famílias por

alojamento, nota-se, no concelho

de Santa Maria da Feira, uma forte

ocupação dos alojamentos, uma vez

que se apresentam valores superio-

res a Portugal, Região Norte, como

em todos os concelhos do EDV, com

a exceção de Oliveira de Azeméis,

onde o índice de ocupação é o mais

elevado.

A compra de uma casa de férias na

Figueira da Foz foi durante décadas

um dos projetos de vida de muitas fa-

mílias portuguesas e, apesar do ritmo

das vendas ser agora mais lento, con-

tinua a ser um mercado interessante.

Embora sem a expressão de outros

tempos são, agora, os emigrantes –

especialmente da Alemanha, Luxem-

burgo e França – e os estrangeiros,

dos países Nórdicos, como a Noruega

e a Islândia, e os vizinhos espanhóis,

os melhores clientes na aquisição de

casa de férias, mas, também, para

colocarem no mercado do arrenda-

mento sazonal.

Na Figueira da Foz o Millennium

bcp tem também alguma oferta de

comércio e serviços, embora não seja

em grande quantidade. “É constituí-

da, essencialmente, por lojas peque-

nas e de rua. Na atual campanha o

banco tem quatro imóveis em venda

dentro destes segmentos, com valo-

res compreendidos entre 9 mil euros

a 19 mil euros, com áreas de 60 m2 a

111 m2”, acrescenta José Araújo.

IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013 Oportunidades 07

Oportunidades

Santa Maria da Feira

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Apartamento T4Ref. Imóvel: 58055Freguesia: Buarcos, concelho da Figueira da FozPreço: 100 mil eurosO apartamento T4 apresenta uma área de 160 m2 e fica localizado na Rua Augusto Fernandes Santos Branco, 5, 1º Esquerdo. O edifício é do ano 2001.

Preços habitacionais caem 3,2% em Santa Maria da Feira

Segundo o Índice Ci, os preços das casas localizadas em Santa Maria da Feira diminuíram 1,1% no 2º trimestre de 2013 face ao trimestre anterior. A redução apresentou-se mais acentuada comparando com o período homólogo em 2012, cifrando-se em 3,2%. A freguesia de S. João de Ver protagonizou a quebra homóloga mais intensa do concelho no período, de 7,5%.

Habitação

Taxa de variação homóloga - Fogos usadosSanta Maria da Feira - 2.º T de 2013

A

C

D

E

F

BS. João de VerLourosaFeiraMozelosNogueirada RegedouraArgoncilhe

H

G

I

K

L

M

N

J

LobãoS. M. de LamasSanguedoArrifanaRio MeãoPaços deBrandão

O

FiãesFornosS. Paiode OleirosCanedoEscapães

P

Q

Fontes: Ci/LardoceLar.com

- 8% <-> -6%- 6,0% <-> -4%- 4,0% <-> -2,0%- 2,0% <-> 0%

Índice de preços (2005=100)

90

95

100

105

110

2.º Trim. 20131.º Trim. 2006

A Confidencial Imobiliário (Ci) é uma revista de Market Intelligence, especializada na produção de estatísticas sobre imobiliário, orientadas para profissionais. Saiba mais em www.confidencialimobiliario.com.

A

B

D

E

JN

Q

K

L

O

HM

I

F P

G

C

Apartamento T2Ref. Imóvel: 56685Freguesia: Vila Verde, concelho da Figueira da FozPreço: 38 mil eurosO apartamento T2 apresenta uma área de 79 m2 e fica localizado na Rua 20 de Setembro 7, 3º Norte-Nascente. O edifício é do ano de 1989.

Apartamento T3Ref. Imóvel: 56996Freguesia: Tavarede, concelho da Figueira da FozPreço: 50 mil eurosO apartamento T3 apresenta uma área de 94 m2 e fica localizado na Rua João António Luz Robim Borges, 14, 2º Direito. O edifício é do ano de 2001.

Apartamento T3Ref. Imóvel: 56468Freguesia: São Julião, concelho da Figueira da FozPreço: 128 mil eurosO Apartamento T3 apresenta uma área de 117 m2 e fica localizado na Rua Afonso de Albuquerque, 25, 3º Direito. O edifício é do ano de 2008.

08 Soluções de Aquecimento IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

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Vivemos numa década na qual um

terço do consumo de energia e emis-

sões de CO2 são precedentes dos

imóveis em que trabalhamos ou

habitamos. Estes dados não podem

deixar-nos indiferentes. Por esse mo-

tivo, Portugal tem feito um esforço

no sentido de garantir progressivos

níveis de efi ciência energética que,

ao mesmo tempo, assegurem as exi-

gências de qualidade e de conforto

dos edifícios. Esta preocupação é

crescente e representa novos desa-

fi os para a sociedade.

Este contexto é cada vez mais fa-

vorável à implementação de políticas

e instrumentos de apoio, tal como

a reabilitação urbana, o certifi cado

energético de edifícios e a etique-

tagem energética de produtos. Os

consumidores necessitam de apoio

para melhorar a efi ciência energéti-

ca nas suas casas e são necessárias

ferramentas para os ajudar.

Um parque edifi cado degradadoA Europa tem mais de 200 milhões

de edifícios que representam 30%

do consumo de energia dos Estados

membros, e metade destes edifícios

tem mais de 45 anos. Por este motivo,

torna-se importante apostar na sua

reabilitação e efi ciência energética. O

potencial de poupança energética es-

tá estimado em 30%, que representa,

simultaneamente, uma possibilidade

de poupança e uma possibilidade de

dinamizar a economia e criar postos

de trabalho. Alcançar este objetivo

signifi ca contribuir para um parque

edifi cado mais sustentável e equili-

brado, permitindo uma maior qua-

lidade de vida e a redução da fatura

energética dos consumidores.

Existe um potencial grande de rea-

Reabilitação urbana e eficiência energética: o caminho para um setor mais sustentávelPortugal tem feito um esforço no sentido de garantir progressivos níveis de eficiência energética dos edifícios que, ao mesmo tempo, assegurem as exigências de qualidade e de conforto

bilitação de habitações em Portugal,

pois nas últimas décadas a polí-

tica que tem sido seguida foi

de incentivo à construção

nova, o que de alguma

forma fez com que os cen-

tros urbanos perdessem

residentes e os seus edifí-

cios mais antigos fi cassem

degradados. Mesmo os edifí-

cios das décadas de 60 a 80 apre-

sentam um estado de conservação

preocupante, pois as famílias

não conseguem suportar

os custos de manutenção

exigidos.

Com base na certifi ca-

ção energética dos edifí-

cios, a maior e mais fi ável

base de dados de edifícios

em Portugal, verifi camos que

temos 4 milhões de fogos com de-

Uma boa reabilitação energética permite, entre outras coisas, ganhar conforto na habitação

local, tendo a ADENE dado um forte

contributo para o setor e seus bene-

fi ciários, através dos seus sistemas e

plataformas: Sistema de Certifi cação

Energética dos Edifícios, SCE, www.

adene.pt; Sistema de Etiquetagem

Energética de Produtos, SEEP, www.

seep.pt; simulador casa+, www.casa-

mais.adene.pt; plataforma solarpt –

informação e monitorização; forma-

ção técnica, Academia Adene, www.

adene.pt; Fundo de Efi ciência Ener-

gética, FEE, fee.adene.pt.

Pretende-se que estas plataformas

sejam um ponto de encontro entre

os consumidores e os profi ssionais

do setor, que quebrem barreiras,

promovam o diálogo e fomentem a

confi ança entre todos os envolvidos,

pois só, desta forma, será possível

promover o mercado da reabilitação

em Portugal. São muitos os desafi os

que Portugal e o setor da constru-

ção têm pela frente, mas são mais

as oportunidades para a afi rmação

e reforço da dimensão energética na

construção, reabilitação e utilização

dos edifícios. Cabe a todos continuar

a dinamizar este sector.

Radiografia do setor da reabilitação:

sempenho energético reduzido onde

mais de 85% dos edifícios construí-

dos, antes de 1999, são classe ener-

gética C ou inferior. Com base no ca-

dastro de cerca de 600 mil frações

com certifi cação energética efetuada

por peritos qualifi cados independen-

tes, verifi ca-se que foram registadas

mais de 1 milhão de medidas de me-

lhorias, apresentadas no certifi cado

energético (CE) como forma de alerta

ao proprietário com as ações que po-

de efetuar para melhorar o desempe-

nho energético da sua fração. O CE

pode ter um papel muito importante

no desencadear do processo da pe-

quena reabilitação.

Promover a reabilitação urbanaA reabilitação urbana é uma priori-

dade estratégica para Portugal e es-

sencial para atingir estas metas. Esta

aposta é um dos caminhos para fazer

face ao atual contexto económico e

fi nanceiro e representa uma clara

oportunidade de melhorar a quali-

dade e sustentabilidade do ambiente

construído, vital para a qualidade de

vida dos portugueses, para promover

as nossas empresas, bem com para a

identidade e competitividade estra-

tégica do nosso país.

Uma boa reabilitação energética

permite, entre outras coisas, ganhar

conforto na habitação, aproveitar

potencial de redução de consumos,

vender ou arrendar de forma mais

célere e diferenciada e reduzir im-

pacto ambiental dos edifícios.

As ferramentas disponíveis e o contributo da ADENEComo vista à promoção da reabilita-

ção urbana existem políticas e inicia-

tivas de incentivos a nível nacional e

- Mais de 200 milhões de edifícios na Europa- 50% dos edifícios com mais de 45 anos - Edifícios representam 30% do consumo de energia- Potencial de poupança energética de 30% - A reabilitação é essencial para atingir as metas europeias 20-20-20

O grau de poupançaque se sente

www.vulcano.pt

POUPE ATÉ 75% NA FATURA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA

A gama solar Vulcano garante uma elevada eficiência energéticae um grau de poupança considerável. Soluções solares térmicascompletas, para água quente e aquecimento da sua casa,com a qualidade Vulcano. Uma energia amiga do ambiente,com equipamentos de fácil instalação e um serviço de apoioespecializado. Comece já a poupar com a sua marca especialista.

Soluções inovadoras sempre na temperatura certa.

de tecnologias tanto térmicas co-

mo fotovoltaicas, que por seu lado

se têm mostrado de grande simpli-

cidade funcional e adequadas à in-

tegração nos edifícios.

Com a evidente crise na área da

construção, somam-se algumas ini-

ciativas de promoção ao sector da re-

abilitação sustentável. É o exemplo

do Fundo de Efi ciência Energética

(FEE), que lançará um novo

aviso – Edifício Efi ciente

2013 – destinado a pro-

mover a reabilitação de

edifícios mediante o

apoio ao investimento

de soluções de efi ciên-

cia energética traduzi-

das em intervenções em

edifícios residenciais unifa-

miliares e multifamiliares, po-

tenciando a redução de consumos

de energia em casa.

Nos edifícios multifamiliares exis-

tentes, por exemplo, em determi-

nadas condições, podem utilizar-se

soluções solares térmicas para aque-

cimento de águas sanitárias. No que

respeita a diferentes cenários possí-

veis de reabilitação, as intervenções

mais compatíveis situam-se ao nível

da reabilitação da cobertura (plana

ou inclinada); reabilitação/substitui-

ção da rede predial de água; reabi-

mento central a água (a lenha ou

pellets), interligado com um painel

solar térmico satisfaz a totalidade

das necessidades de aquecimento

e águas quentes de uma habitação,

eliminando completamente a fatu-

ra de gás, gasóleo ou eletricidade

para aquecimento de águas e da

habitação;

g) O investimento num recupera-

dor de aquecimento central a lenha

amortiza-se em cerca de 1,5 anos

com a poupança de combustível

efetuada por quem utiliza soluções

de gasóleo ou de gás;

A oferta atual de equipamentos

de aquecimento a lenha ou pellets é

bastante diversa e já permite ser in-

tegrada em qualquer tipo de habita-

ção, da mais rústica à mais moderna.

Os equipamentos e soluções atu-

ais permitem integrar e interligar

diversas formas de aquecimento,

para que se minimize a utilização

dos combustíveis mais dispendio-

sos, ou seja,

sempre que liga

o seu recupera-

dor de aqueci-

mento central a

lenha, a sua cal-

deira de gás ou

gasóleo desliga-

se de forma au-

tomática geran-

do poupanças

signifi cativas no

combustível.

Pode encontrar no mercado na-

cional diversas soluções de aqueci-

mento a biomassa de fabrico.

Para mais informações sobre os

modelos ou o seu funcionamento

pode consultar as páginas dos dois

principais fabricantes nacionais:

www.solzaima.ptwww.fogo-montanha.com

10 Soluções de Aquecimento IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

Faltam pouco mais de seis

anos para que os estados

membros demonstrem o

cumprimento do artigo

9º da Diretiva 2010/31/

EU de 10 de maio, o qual estabe-

lece que até 31 de dezembro de

2020, todos os edifícios novos e re-

abilitados têm de revelar-se edifí-

cios de energia quase nula. Daí que

o Regulamento de Desempenho

Energético dos Edifícios de

Habitação (REH) e o Regulamento

de Desempenho Energético dos

Edifícios de Comércio e Serviços

(RECS), estabelecido pelo novo

decreto-lei nº 118/2013 de 20 de

agosto e a vigorar a partir de 31 de

dezembro de 2013, tenham intro-

duzido padrões mínimos de efi ci-

ência energética para os sistemas

de climatização, de preparação de

água quente sanitária, de ilumina-

ção e de aproveitamento de ener-

gias renováveis. Em complemento

à efi ciência energética destaca-se a

promoção para o aproveitamento

do recurso solar, cuja produção de

energia pode ser efetuada através

O homem desde sem-

pre se aqueceu com

o fogo. A propos-

ta de aquecimento

destas páginas é re-

gressar aos “basics”, mas hoje de

forma mais bonita, confortável e

integrada com os restantes siste-

mas de aquecimento de uma ha-

bitação.

Sem qualquer dúvida, a forma

mais económica, ecológica e sus-

tentável de aquecer uma habitação

é com o combustível lenha, senão

vejamos:

a) Cerca de 40% do território de

Portugal é fl oresta;

b) Esta área de fl oresta cresceu

20% desde a década de 60;

c) Os cortes anuais necessários

para uma corre-

ta e efi caz gestão

da floresta ge-

ram anualmen-

te a quantidade

sufi ciente de re-

síduo florestal

para aquecer

as casas portu-

guesas, sem im-

portar combus-

tível;

d) Por estas

razões a lenha tem tido ao longo

dos anos um preço idêntico e está-

vel em Portugal;

e) Hoje, aquecer as casas com le-

nha ou pellets (pastilha de resíduo

fl orestal) é cerca de 3x mais econó-

mico do que aquecer com gasóleo

ou com gás;

f ) Um recuperador de aqueci-

Soluções de água quente solar em edifícios multifamiliares reabilitados

Como aquecer as nossas casas em tempo de crise?

JOANA DE FREITAS

Instalação de SST em reabilitação de edifício da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

litação/substituição da rede predial

de gás natural; e manutenção/inter-

venção no sistema de elevadores e

caixa de escada. Por outro lado,

uma base de decisão deve conside-

rar uma estimativa de custos para

quatro soluções essenciais de inte-

gração de sistemas solares térmicos

(SST): SST totalmente centralizado,

onde a água quente é produzida e

fornecida a cada fração; SST

parcialmente centraliza-

do, onde a água é pré-

aquecida sendo neces-

sário efetuar o apoio

em cada fração; SST

centralizado com AQS

individual através de

permutador de placas;

e SST individualizado em

cada fração. Consoante a so-

lução utilizada e considerando um

edifício-tipo de três andares e oito

apartamentos por andar, o investi-

mento estaria entre os 41.000 e os

47.500 € para o total do edifício, o

que signifi ca entre 1.700 e 2.000 €

por fração.

Se o aviso Edifício Efi ciente – 2013

contemplar, à semelhança do avi-

so anterior, o apoio à instalação de

SST, o consumidor poderá garantir

a recuperação desse investimento

num período de 4 a 5 anos.

A oferta atual de equipamentos de

aquecimento a lenha ou pellets é bastante

diversa e já permite ser integrada em qualquer

tipo de habitaçãoJoana FreitasSecretária-geral da Associação Portuguesa da Industria Solar - Apisolar

Nuno Matos SequeiraDiretor-geral da Solzaima – Soluções de Aquecimento a Biomassa

DR

Salamandra a lenha para aquecimento local: Basic Box

Combater as temperaturas bai-

xas, garantindo o conforto tér-

mico graças a uma solução de

aquecimento amiga do ambien-

te e que permita a melhor racio-

nalização e controlo de custos.

Eis o pressuposto de partida

para quem procura no mercado

soluções de aquecimento.

Por isso, empenhada em dar

resposta às solicitações do

mercado, a Vulcano disponibili-

za uma gama de aquecimento

com recurso a energia solar que

não só permite reduzir a fatura,

como também garante a preser-

vação do meio ambiente.

ENERGIA SOLAR, POUPANÇA A DUPLICAR

A energia solar é um recur-

so gratuito que nos é ofe-

recido pela natureza, propor-

cionando uma importante pou-

pança para os seus utilizadores

ao mesmo tempo que contribui

para uma redução das emissões

de CO2, e para uma menor pega-

da ambiental. Um facto tido em

conta no Decreto-Lei 80/2006,

que veio tornar obrigatório o re-

curso a sistemas solares térmi-

cos em cada uma das fracções

autónomas de todos os edifícios

novos de habitação.

Proveniente do Sol, este recur-

so energético gratuito pode ser

captado graças a coletores so-

lares térmicos, sendo posterior-

mente transferido para fluídos

como água ou ar. É este pro-

cesso que proporciona a gera-

ção de calor para os mais varia-

dos fins, desde a produção de

águas quentes sanitárias, ao

aquecimento ambiente (caso

COM O APROXIMAR DO INVERNO, CADA VEZ MAIS

PORTUGUESES INTENSIFICAM A BUSCA PELAS MELHORES

E MAIS EFICIENTES SOLUÇÕES DE AQUECIMENTO NO MERCADO.

E, AO ALIAR O CONFORTO TÉRMICO À POUPANÇA DE RECURSOS

– ECONÓMICOS E ECOLÓGICOS – A GAMA DE SOLUÇÕES

DE AQUECIMENTO COM RECURSO A ENERGIA SOLAR

DA VULCANO É A RESPOSTA PARA OS MAIS EXIGENTES.

Soluções de aquecimento Vulcano aliam conforto à poupança

dos pisos radiantes) e para o

aquecimento de piscinas, entre

muitos outros exemplos.

No setor doméstico, os sistemas

solares utilizados para a produ-

ção de águas quentes sanitá-

rias são concebidos de modo a

assegurar a total cobertura das

necessidades durante os meses

de Verão. Mas, quando o inverno

de aproxima é preciso garantir

a cobertura das necessidades

energéticas através de um sis-

tema de apoio complementar –

que pode ser um esquentador

a gás ou uma caldeira de dois

serviços, por exemplo –, como

aqueles que a Vulcano oferece.

De acordo com os especialis-

tas, um sistema solar térmico

terá capacidade para satisfa-

zer entre 50 a 75% das neces-

sidades energéticas relativas

à produção de águas quentes,

de modo geral. Sendo que, para

esse efeito, são geralmente uti-

lizados dois tipos de sistemas:

por termossifão e por circula-

ção forçada, cada um direciona-

do para diferentes tipologias de

edifícios.

QUAL A SOLUÇÃO MAIS ADEQUADA PARA O MEU EDIFÍCIO?

O primeiro, termossifão, é

reconhecida como a solu-

ção mais económica e que tem

a mais-valia da sua fácil instala-

ção, sendo por isso considerada

ideal para casas com espaços re-

duzidos e que não exigem gran-

des consumos. A unidade de co-

letor e acumulador estão incluí-

dos, juntos, no próprio sistema,

proporcionado desta forma um

bom rendimento e uma elevada

poupança no que concerne à fa-

tura energética relativa ao aque-

cimento de águas.

Por seu turno, o Sistema por

Circulação Forçada distingue-se

por ser mais completo e por se

adequar sobretudo a edifícios

coletivos, distinguindo-se tam-

bém pelo bom desempenho em

instalações de serviços como la-

res, restaurantes, hotéis, e em

instalações industriais. Uma das

principais diferenças em relação

ao termossifão, é no caso do Sis-

tema por Circulação Forçada os

coletores e o acumulador estão

fisicamente separados, o que

exige uma maior integração ar-

quitetónica no telhado e meno-

res perdas térmicas do sistema,

uma vez que o acumulador se

encontra no interior, na posição

vertical. Assim, e embora impli-

que um investimento à cabeça

maior, o rendimento do sistema

é otimizado, o que garante um

rápido retorno do investimento.

VULCANO, SOLUÇÕES INOVADORES E SERVIÇOSDIFERENCIADORES

O s sistemas solares térmi-

cos permitem uma pou-

pança económica significati-

va e, feitas as contas, a redu-

ção média na fatura mensal de

aquecimento de águas quentes

sanitárias ronda os 65%, po-

dendo mesmo esta poupança

chegar aos 100% nos meses de

maior exposição solar!

Atenta às necessidades do con-

sumidor final, sobretudo numa

altura de rigor económico para

a maioria das famílias portugue-

sas, a Vulcano disponibiliza uma

gama de soluções de aqueci-

mento solar térmico inovadoras.

As soluções solares térmicas da

Vulcano distinguem-se por aliar

a eficiência energética e a pre-

servação do meio ambiente ao

conforto e à poupança económi-

ca, respondendo assim às mais

elevadas exigências do consu-

midor e às novas tendências da

construção sustentável.

Complementarmente, a marca

pauta-se também pelos serviços

diferenciadores que presta aos

seus clientes, como o serviço-

-pós-venda, com cobertura em

todo o país, através de cerca

300 Postos de Assistência Téc-

nica, 400 Viaturas em circulação

e cerca de 600 Técnicos. Além

disso, a Vulcano oferece tam-

bém o mais rápido e eficiente

serviço pós-venda, assegurando

resposta num prazo entre 24h

e 48h (ou seja entre um a dois

dias úteis). Complementarmen-

te, coloca também à disposição

os serviços de Assistência Técni-

ca dentro e fora do período de

garantia, manutenções periódi-

cas, aconselhamento técnico e

venda de peças de origem.

No seu site – www.vulcano.pt – a

Vulcano disponibiliza um conjun-

to de informações sobre as van-

tagens da energia solar térmica,

bem como todas as informações

sobre os seus produtos, serviços

e documentação necessária.

PUBLIREPORTAGEM

12 Soluções de Aquecimento IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

O Monsanto’s Palms Residence Club

é um condomínio fechado com uni-

camente 12 apartamentos, inserido

no bairro histórico do Calhariz de

Benfi ca que é caracterizado pelas

suas construções tradicionais típicas

e pela sua identidade muito própria.

Fica localizado em frente ao maior

parque fl orestal de Lisboa, o Parque

de Monsanto, apresentando, desta

forma, uma localização privilegiada

num local de fusão entre a cidade e a

natureza. Por isso o lema do empre-

endimento é, segundo Brás Mendes,

sócio-gerente da Trianguloequiláte-

ro Promoção e Construção de Imó-

veis, Lda., “viver o campo dentro

da cidade e respirar ar puro todas

as manhãs”.

A Trianguloequilátero foi a entida-

de promotora do empreendimento,

tomando também a seu cargo toda

a fi scalização do processo constru-

tivo, de modo a garantir os padrões

de qualidade do imóvel.

O Monsanto´s Palms é constituí-

do por tipologia T2 e T3, com áreas

de 112 a 142 m2, e de 146 a 181 m2,

respetivamente, “com a garantia dos

melhores materiais, áreas amplas e

luminosas”, acrescenta o respon-

sável.

O empreendimento encontra-se

em plena fase de comercialização,

com 25% dos apartamentos vendi-

dos, praticando preços nos aparta-

mentos desde 245 mil euros a 360

mil euros.

De acordo com o promotor “a

procura dos apartamentos é feita

sobretudo de cidadãos nacionais,

tendo nos últimos meses aumenta-

do, consideravelmente, o interesse

de cidadãos estrangeiros, sobretudo

dos países de língua portuguesa”.

Na sua opinião, para “o pronun-

ciado crescimento da procura ve-

rifi cado ultimamente, muito tem

contribuído o trabalho desenvolvido

pelo Millennium bcp, quer através

da forte divulgação do empreen-

dimento junto dos seus clientes, a

nível da sua rede de balcões, quer

através da publicidade exterior, via

outdoors”. Na promoção do empre-

endimento o banco “encaminha os

clientes para o call center criado pa-

ra o efeito, quer via internet, com a

publicação do empreendimento no

site Millennium bcp Imobiliário”,

acrescenta o responsável. Na opi-

nião de Brás Mendes, a promoção

da oferta residencial do Monsanto´s

Palms é “complementado com uma

política de fi nanciamento aos poten-

Monsanto’s Palms com certificado de eficiência energético superiorO promotor do condomínio residencial recorreu aos mais avançados materiais com a preocupação principal de o dotar de uma eficiência energética superior

ciais clientes, bastante favorável nos

tempos que correm, quando compa-

rados com os praticados em situação

normal pela restante rede bancária”.

Efi ciência energética superior“Um bom conceito arquitetónico só

está concluído com a aplica-

ção de materiais inovado-

res de última geração e

de qualidade superior,

visíveis na caixilharia

de alumínio utilizada,

nos revestimentos

cerâmicos, no reves-

timento exterior em

pedra natural e no siste-

ma de cobertura por telhas

planas”, enumera o promotor.

Assim, o Monsanto’s Palms foi,

desde o início, construído com a

O aproveita-mento energético vai desde sistemas de aquecimento solar de águas sanitárias a uma central solar fotovoltaica de produção de energia elétrica

preocupação principal de o dotar

de uma efi ciência energética su-

perior, tendo o promotor recorri-

do aos mais avançados materiais

que possibilitassem a otimização

e aproveitamento energético, des-

de sistemas de aquecimento solar

de águas sanitárias a uma central

solar fotovoltaica de produção de

energia elétrica, cuja energia pro-

duzida é fornecida à rede elétrica

nacional, revertendo o produto da

venda a favor do condomínio. “Foi

completamente conseguida esta

nossa aposta, revelada nos certifi -

cados de efi ciência energética dos

apartamentos pela sua classifi cação

máxima”, adverte o responsável.

A nível das características da cons-

trução destaca-se a estrutura em be-

tão armado antissísmica, paredes

exteriores em alvenaria tradicional

de tijolo, duplas, com isolamento

térmico e acústico, paredes inte-

riores em alvenaria tradicional de

tijolo, sendo que as paredes interio-

res de separação entre fogos são em

alvenaria tradicional de tijolo com

caixa-de-ar e isolamento suplemen-

tar em lã mineral.

As fachadas exteriores do edifício

são revestidas a pedra de Lioz ama-

ciado. Destaca-se, ainda, a caixilha-

ria em alumínio lacada a cinza no

exterior e branco no interior, com

corte térmico e vidros duplos, sendo

no exterior colorido a verde.

As zonas exteriores do em-

preendimento são rodea-

das por jardins constitu-

ídos por espécies varia-

das de plantas, de porte

adequado ao espaço. O

empreendimento é do-

tado de uma piscina ex-

terior, sendo que na zona

envolvente foi aplicado ma-

terial em deck de madeira. Está

dotado ainda de iluminação exte-

rior e sistema de videovigilância.

FOTOS DR

14 Reabilitação Urbana IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013

Fim dos licenciamentos prévios: Para fazer construção nova ou reabilitação basta avisar as autarquias que vão fazer as obras. Contudo, isto só é válido se já existir um plano de loteamento que já tenha definido tudo o que se pode fazer naquela área: como o número de pisos, a volumetria ou os distanciamentos entre construções.

Fim dos solos urbanizáveis: Passa a haver apenas solos rústicos (rurais) e urbanos. Se para algumas propriedades houver alvarás válidos, os solos serão urbanos. Se os alvarás

O ministro do Ambiente, Ordena-

mento do Território e Energia, Jor-

ge Moreira da Silva, apresentou, na

última semana, a proposta de Lei

de Bases da Política de Solos, de

Ordenamento do Território e de

Urbanismo que se destina a fazer

alterações aos planos de urbanis-

mo, destinados à construção nova

ou à reabilitação.

Uma das medidas que poderá

ter impacto num futuro próximo

é a possibilidade de as autarquias

poderem recorrer à venda de edi-

fícios e ao arrendamento forçado.

Assim, segundo Moreira da Silva,

“quando o edifício está em risco

de ruína porque os particulares

não estão a cumprir as suas obri-

gações é preciso agir e, neste caso,

se a manutenção não estiver a ser

adequada, então existe a possibi-

lidade de venda ou arrendamento

forçado, por parte do município”.

Esta medida funcionará como uma

espécie de expropriação e poderá

ainda ser aplicada a solos rústicos

que não estejam a ser usados ou

cultivados.

“Esta lei dá uma boa resposta

aos problemas de financiamento

dos municípios que, muitas vezes,

tem de investir em manutenção de

edifícios e a partir de agora podem

recorrer à venda forçada”, acres-

centou Moreira da Silva, na apre-

sentação da proposta de lei.

Esta medida que poderá vir a ter

um forte impacto no edificado das

cidades vai, com certeza, gerar re-

ações diversas.

Na opinião de Rui D’Avila, admi-

nistrador do grupo Ferreira, “com-

preende-se a causa e o objetivo: as

cidades estão cheias de edifícios

devolutos podres para os quais

não há solução que não dependa

da vontade dos seus proprietá-

rios”. Na sua opinião, “com esta

inovação legislativa pretende-se

que, nesses casos, o Estado possa

obrigar o proprietário a vender ou

arrendar, argumentando – espe-

culo – que a propriedade imobili-

ária tem responsabilidade sobre a

qualidade do ambiente urbano que

não pode ser esquecida”.

Refira-se que a proposta de lei

será agora encaminhada para a

Assembleia da República, para

discussão e votação. Se for apro-

vada, sairá em conjunto com qua-

Elisabete Soares

Câmaras vão poder recorrer à venda de edifícios e ao arrendamento forçadoReconstruir e recuperar uma casa ou construir de novo vai passar a ser mais fácil com a nova legislação da Lei de Bases da Política de Solos que vai agora para discussão e aprovação na Assembleia da República

DR

Quando os edifícios estão em risco de ruína porque os particulares não estão a cumprir as suas obrigações é preciso agir

As novas medidas previstas

cratizar, agilizar procedimentos e

investimento e ainda potenciar a

reabilitação urbana. Assim estão

previstas medidas como fim dos

licenciamentos prévios, o fim da

figura do terreno urbanizável, res-

tando apenas os rústicos e os ur-

banos e a flexibilização dos planos

diretores municipais (PDM).

Contudo o fim dos licenciamen-

tos não será generalizado. Valerá

apenas para as situações em que

todas as normas de construção e

de urbanização são já conhecidas,

como o número de pisos, a volu-

metria ou os distanciamentos en-

tre construções. Ou seja, se todos

os detalhes estiverem já definidos

num plano de urbanização ou num

plano de pormenor, o construtor

terá apenas de informar as autar-

quias do projeto que irá concreti-

zar, sem ter de esperar por uma

autorização.

Aliás esta situação vem sendo

reclamada pelos profissionais há

vários anos. “De facto existe uma

indústria de produção de planos

e de pareceres que não acrescen-

tam nada ao longo dos procedimen-

tos conducentes à autorização de

obras de construção. Se os planos

existentes, sejam de urbanização,

de pormenor ou de loteamento, já

contêm os parâmetros urbanísti-

cos e as regras de implantação das

edificações, o restante deve ser dei-

xado para a esfera da responsabili-

dade dos projetistas”, adianta Rui

d´Avila. Alerta, “mas fiscalize-se e

envolvam-se as ordens profissionais

dos Arquitetos e dos Engenheiros

sempre que for necessário.”

Na opinião do ministro do Am-

biente, Moreira da Silva, a fiscaliza-

ção é feita durante a obra e no seu

final, acabando-se com a aprovação

prévia hoje em vigor. “Deixando de

se colocar tantos recursos na fase

do licenciamento, pode-se colocá-

los na fiscalização”, refere.

A nova lei colocará um peso

maior nos planos diretores munici-

pais (PDM). Tudo o que está defini-

do noutros planos de ordenamento

– das áreas protegidas, da orla cos-

teira ou outros – a respeito do que

os particulares podem fazer nas su-

as propriedades estará concentrado

nos PDM. As câmaras municipais

terão três anos para adaptar os seus

planos. Se não o fizerem, poderão

ficar impedidas de aceder a sub-

sídios e financiamentos públicos.

tro diplomas complementares, que

irão rever os regimes jurídicos dos

instrumentos de gestão territorial

e da urbanização e edificação, o

modelo de cadastro e a regulariza-

ção das atividades económicas.

Fim do licenciamento prévioNa proposta da Lei de Bases da

Política dos Solos constam dez al-

terações mais relevantes que têm

como principal objetivo desburo-

estiverem caducados, haverá um período de três anos para os renovar. Caso contrário, passam a rústicos.

PDM mais flexíveis: Poderão ser revistos e alterados por planos de pormenor e planos de urbanização. Neste processo, pode haver transformação de solos rústicos em urbanos.

Venda e arrendamento forçados: Esta figura já está prevista em programas de reabilitação urbana, quando os proprietários não cumprem o que está previsto. Agora será mais alargada, como uma

solução de fim de linha, quando as responsabilidades legais não sejam cumpridas.

Viabilidade económica: O uso do solo só pode ser alterado se houver a demonstração da viabilidade económica e financeira da função que vai cumprir, incluindo os custos associados com infraestruturas.

Distribuição de encargos e benefícios: Prevê uma repartição tanto dos custos de salvaguarda de valores naturais ou culturais, como das mais-valias obtidas devido a decisões administrativas.

IMOBILIÁRIO 16 OUTUBRO 2013 Materiais de Construção 15

A APCMC promoveu, entre os dias 23 e 27 de setembro, uma visita a Portugal de importadores de Cabo Verde, Angola, Bélgica e Moçambique.

Quais os desafi os que a APCMC pretende concretizarem no seu projeto de apoio à internacionalização?A enorme redução operada no mer-

cado interno, tornaram evidente

que, quer o conjunto da fi leira da

construção, quer, em particular, o

setor dos materiais de construção,

necessitam, para sobreviver, de alar-

gar a sua presença no exterior. To-

davia, como é conhecido, as nossas

empresas têm uma dimensão relati-

vamente pequena, sobretudo quan-

do comparadas com as congéneres

europeias. Esse fator representa um

verdadeiro handicap, quer em ter-

mos de capacidade fi nanceira, quer

em termos de capacidade de respos-

ta perante mercados com elevado

potencial e em que os interlocutores

e potenciais clientes têm uma dimen-

são geralmente muito maior.

Quais são os resultados das iniciativas levadas a cabo até ao momento?Até à data já realizamos uma missão

a uma feira em Marrocos e missões

inversas, traduzidas no convite a im-

portadores estrangeiros, dos merca-

dos de Angola, Bélgica, Cabo Verde e

Moçambique, para visitar as empre-

sas portuguesas e realizar encontros

de negócios. Importa aqui salientar

o excelente apoio que recebemos da

rede da AICEP. O balanço de todas es-

tas ações foi extremamente positivo,

tendo-se gerado negócios imediatos,

para além de expetativas interessan-

tes para o futuro próximo. Natural-

mente, os contatos com os mercados

referidos, deverão ser prosseguidos

através de outras missões, não só pa-

ra aprofundar as relações estabeleci-

das, mas sobretudo para fazer novos

contatos e aprofundar o conhecimen-

to desses mercados.

Que outras iniciativas estão previstas para os próximos meses?Até ao fi nal do ano temos previstas

várias ações de prospeção, dirigidas

aos mercados que já referimos e que

se destinam a consolidar os conta-

tos anteriores e, ainda, deslocações

Elisabete Soares

Entrevista

“O balanço das ações no mercado externo foi muito positivo, tendo-se gerado negócios imediatos”José de Matos é secretário-geral da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC)

à Argélia e a França. No domínio das

missões inversas, iremos receber a

visita de importadores da Polónia.

Para além disso, estamos a preparar

duas participações em feiras do setor

em mercados distintos, mas para os

quais existe grande uma grande ex-

petativa, o Canadá e a Índia. Estes

são mercados claramente distintos,

mas que pela sua dimensão e pela

boa aceitação dos nossos produtos,

ainda que em casos esporádicos, nos

levam a acreditar que um trabalho

bem feito junto dos canais de distri-

buição e dos prescritores nos pode

permitir abrir as portas para uma

presença muito mais substancial.

Entretanto, apresentámos uma nova

candidatura ao QREN, para 2014 e

parte de 2015, onde incluímos outros

mercados, nomeadamente, o Brasil,

a Colômbia e o México, na América

Latina, a Rússia e o Cazaquistão, na

Ásia e o Senegal, a Nigéria e a Guiné

Equatorial, na região ocidental de

África.

As empresas têm bons produtos para vender mas há uma clara lacuna a nível dos serviços? Os produtos portugueses são, de fa-

to, de uma maneira geral, de grande

qualidade, mas não só. A qualidade

dos nossos técnicos e das nossas em-

presas de construção tem-lhes per-

mitido afi rmarem-se nas mais exi-

gentes geografi as. Por isso mesmo,

apresentamo-nos, em todas as ações

que realizamos no âmbito deste pro-

jeto, com o lema de marketing “Ex-

cellence for Building, from Portugal”,

procurando uma associação entre

os elementos de excelência que os

mercados já reconhecem aos outros

produtos e serviços da mesma fi leira,

que pretendemos promover.

Em que áreas as empresas de materiais de construção podem ter sucesso a nível internacional?O mercado global é enorme para um

país como Portugal e para as suas

empresas. Além disso, apresenta

uma tão grande diversidade que é

impossível estabelecer balizas que

limitem de forma absoluta as nos-

sas possibilidades. Diria que isso

depende, fundamentalmente, das

diferentes combinações de fatores

presentes em cada mercado para

um determinado tipo de produtos

ou serviços. Por exemplo, embo-

ra à partida pudesse ser difícil de

conceber, verifi ca-se hoje que telhas

cerâmicas produzidas em Portugal

conseguem ser competitivas em

mercados tão improváveis como

o Brasil e a Tailândia. Ou, no caso

dos distribuidores, encontramos ca-

sos de implantação bem-sucedidas

de estabelecimentos em Angola,

Moçambique ou em França. Deve

dizer-se, aliás, que este setor não

tem uma posição do todo incipien-

te no domínio da internacionaliza-

ção. De fato, em 2010 os materiais

de construção exportaram cerca de

2,3 mil milhões de euros e um sal-

do favorável superior a 500 milhões

de euros, o que deixa para trás ou-

tros setores exportadores que são

muito badalados… Mas podemos ir

muito mais além, sobretudo agora

que a necessidade é óbvia. Aquilo

que importa é deslocar o foco dos

nossos argumentos competitivos,

do preço para o reconhecimento

da qualidade e da competência. Da

mesma forma temos que ser mais

assertivos e profi ssionais na prospe-

ção dos mercados, agindo de forma

mais organizada e aproveitando as

sinergias das ações conjuntas e do

networking com parceiros empresa-

riais e institucionais da fi leira.

“A reabilitação terá que ser o objeto central das políticas de habitação”

É exatamente neste quadro, no qual as autarquias terão um pa-pel determinante, que José de Matos perspetiva um impulso significativo na área da reabi-litação dos edifícios, pressu-pondo, naturalmente que virá a observar-se uma recuperação do rendimento das famílias, uma melhoria das condições de crédi-to e políticas adequadas de in-centivo à melhoria da eficiência energética dos edifícios de habi-tação privada. Na sua opinião, “a reabilitação terá que ser o objeto central das políticas de habita-ção dos próximos anos, na qual o arrendamento deverá constituir a alternativa privilegiada, não só porque é aquela que é mais com-patível com as condições finan-ceiras do país e das famílias, mas também porque é a que melhor assegura uma maior mobilidade profissional, indispensável para o crescimento e para o empre-go”. Assim, para este respon-sável, aquilo que parece óbvio é que a reabilitação urbana só acontecerá se for arrastada por uma dinâmica de regeneração e modernização das cidades, que seja atrativa para o inves-timento privado, não obstante, sobretudo no caso dos centros históricos, ser imprescindível um enquadramento fiscal e instru-mentos financeiros ajustados a esta realidade.

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