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1 CÂMARA MUNICIPAL OLIVEIRA DE AZEMÉIS

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CÂMARA MUNICIPAL

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

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CÂMARA MUNICIPAL DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS

PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DO

CONCELHO DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS

RELATÓRIO

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PLANO DIRECTOR MUNICIPAL

FICHA TÉCNICA PROMOTOR: Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, na pessoa do Sr. Presidente Ângelo da Silva Azevedo, representado pelo Sr. Arqt.º Carlos José Flores, Adjunto do Sr. Presidente da Câmara. — Entidades que participaram na Comissão Técnica de Acompanhamento do Plano: - C.C.R.N. - Presidência da C.T.A. - J.A.E. - (Junta Autónoma de Estradas) - D.G.O.T. - (Direcção Geral de Ordenamento do Território) - D.G.F. - (Direcção Geral de Florestas) Autores do Plano: — CENTRO DE ESTUDOS DA FACULDADE DE ARQUITECTURA DO PORTO Coordenador do Plano - Prof. Arquitecto Domingos Tavares - Arquitecto Eduardo Oliveira - Arquitecto Luís Laranjeira - Arquitecto Octávio Fonseca Secretariado - Ana — Técnicos da Câmara Municipal - Arquitecta Maria Emília Costa - Doutor Carlos Patrão - Doutora Maria da Luz - Eng.º Vasco Amorim

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— Consultores Especialistas: - Prof. Dr. Fernando Ladeira - Geologia - Geotecnia - Dr. Rui Braz - Assistente da Faculdade de Arquitectura Universidade· do Porto - Estudo sobre Economia - Dr. Fernando Silva - Arqueologia e Património - Eng.ª Maria Manuel Ribeiro Mendes - Florestas - Dr. José Rosas - Demografia e Povoamento - Eng.º Ribeiro de Sousa (Geestrada) - Rede Viária — Apoio de Desenho: - Antero Augusto Nunes Leitão - José Gentil da Silva Pinho Pinto - Helder Fernando Gonçalves Pinho — Secretariado: - Maria Isaura dos Santos Barbosa de Matos Marques - Sara Maria de Pinho Gomes Ribeiro

ESPECIAIS AGRADECIMENTOS Ao Exmo. Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, Sr. Eng.º Braga da Cruz, ao Sr. Presidente da C.T.A., Sr. Arqt.º Bernardino Silva e a todos aqueles que de uma forma ou outra tornaram possível este exaustivo trabalho.

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I CARACTERIZAÇÃO

1 – INTEGRAÇÃO SUB-REGIONAL O concelho de Oliveira de Azeméis, criado em 1799 é constituído por dezanove freguesias que ocupam uma área de 162,7 Km2. É limitado a Norte pelos concelhos de S. João da Madeira e Feira, a Nordeste por Arouca, a Este por Vale de Cambra, a Sudeste por Sever do Vouga, a Sul por Albergaria-a-Velha, a Sudoeste por Estarreja e a Oeste por Ovar (Figura 1.1). Dista aproximadamente 35Km da sede de distrito, a cidade de Aveiro, com a qual mantém sobretudo relações de índole administrativa. Com o Porto e com a sua área metropolitana, que fica aproximadamente a 40Km, mantém intensas relações, não só como local de aquisição de bens e serviços, mas também como local de emprego. Integra conjuntamente com Arouca, Feira, S. João da Madeira e Vale de Cambra, o Agrupamento do Concelho Entre Douro e Vouga, divisão sub-regional criada pelo Ministério do Planeamento e Ordenamento do Território, e que visa sobretudo aspectos relacionados com o ordenamento e a administração do território. Conjuntamente com os municípios de S. João da Madeira e Vale de Cambra integra a Associação de Municípios de Terras de Santa Maria, cuja vocação principal é concorrer a obras intermunicipais. O concelho é atravessado sensivelmente a meio pelo IC2. Na sua proximidade, tocando inclusive o território concelhio na freguesia de Loureiro passa o IP1 – Auto-estrada do Norte. A sul, mas fora do concelho passa o IP5, que liga o país do litoral à fronteira entre Aveiro e Vilar Formoso. É servido pela linha do Vale do Vouga, atravessando de sul para norte as seguintes freguesias – Pinheiro da Bemposta, Travanca, Macinhata da Seixa, Ul, Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul e Vila de Cucujães.

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2-CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

2.1 - Geologia No Concelho de Oliveira de Azeméis existem formações rochosas de idades recentes (Cenozóico e Quaternário) e muito antigas (Palezóico e Pré-Câmbrico). Os terrenos mais recentes (Quaternário) são constituídos por depósitos de fundo de vale, aluviões, eluviões, depósitos de vertente. Os terraços fluviais, terraços marinhos e depósitos de praia são de idade terciária. Estas formações estendem-se principalmente nas zonas planas de SW e E do concelho. O Palezóico é representado por quartzitos e xistos associados, de idade ordovícica, nas cristas entre Pindelo e Mosteiro, e entre Corujeira e Nespereira de Cima. O Complexo Xisto-Grauváquico (Câmbrico-Infracâmbrico) é constituído por xistos argilosos, xistos grauvacóides, quartzitos cinzentos, micaxistos e gnaisses e representa a formação geológica mais extensa do concelho. Trata-se de uma formação intensamente metaformizada, como se depreende da grande variedade de tipos litologicos presentes. O Précâmbrico e representado por filádios e micaxistos aflorantes junto aos terrenos terciários na zona SW do concelho. As rochas graníticas existentes podem ser agrupadas em dois grupos principais: rochas hercínicas sintectónicas constituídas por granitos de grão fino, médio e grosseiro de duas micas, presentes na região NE do concelho e o complexo granítico da faixa blastomilonítica de Oliveira de Azeméis pelos gnaisses albito-moscovíticos, granitos e granodioritos gnaissicos e tonalitos de grão fino que ocupam grande parte da zona central do concelho. As rochas Infra-Cenozóicas são frequentemente cortadas por filões de quartzo aplitos, pegmatitos e pórfiros granitóides, com orientação preferencial NE-SW. A região onde se insere o concelho sofreu ao longo dos tempos intensa actividade tectónica, materializada por dobramentos, falhas com orientação preferencial NE-SW e NW-SE e metamorfismo regional.

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2.2. - Geotecnia A caracterização geotécnica das formações mencionadas no item anterior (Geologia) exige um tratamento minucioso e dispendioso que estaria fora do âmbito deste PDM; abordar-se-ão apenas as unidades geotécnicas que foi possível organizar tendo como base o carácter litogenético e a experiência anterior de estudos em unidades idênticas. Deste modo as 4 unidades são as seguintes (ver Mapa Geotécnico-Desenho 2): - depósitos aluvionares; - solos areno-silto-argilosos dos depósitos de cobertura; - solos residuais areno-siltosos dos granitos e quartzitos; . solos residuais silto-argilosos do complexo de xistos. migmatitos e gnaissses. Os depósitos aluvionares ocupam uma área relativamente importante ao longo dos rios e ribeiras, especialmente ao longo dos rios Caima, Ínsua e Antuã e seus tributários. São maus terrenos do ponto de vista de capacidade de carga mas quando espessos poderão constituir razoáveis aquíferos. Os solos areno-siltoso-argilosos dos depósitos de cobertura são essencialmente compostos pelos depósitos de vertente e pelos terraços marinhos do Pliocénico. São constituídos por fragmentos de pedras, cascalhos, seixos rolados, burgaus, areias de vários tipos granulométricos e materiais silto-argilosos. Apresentam coesão nula ou muito baixa e o ângulo de atrito pode oscilar entre 30 e 38 graus; podem apresentar baixas e altas capacidades de carga, dependendo do tipo de solo presente, i.e., se forem siltes e argilas a capacidade é mais baixa. Os solos residuais areno-siltosos são provenientes da alteração físico-química e mecânica (tectónica) dos granitos e quartzitos. Enquanto que os solos residuais oriundos dos granitos são relativamente espessos. O mesmo não acontece nos dos quartzitos que são pouco espessos. Quando os grandes estão caulinizados a capacidade de carga dos solos residuais é baixa; quando não existe a caulinização apresentam boa capacidade de carga: os solos residuais dos quartzitos apresentam boa capacidade de carga. Os solos residuais-silto-argilosos do complexo xisteno gnaissico constituem uma unidade bastante heterogénea e englobam grande parte da área do concelho. Os solos residuais são essencialmente silto-argilosos. poucas vezes silto-arenosos.

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Podem apresentar baixa e média capacidade de carga. Quando fracturados apresentam permeabilidade elevada; sem fracturas são quase impermeáveis permitindo colocar aterros sanitários. Dada a grande heterogeneidade dos solos desta região e as dificuldades que daí advêm para os projectistas, é de todo o interesse para quem constrói (entidade pública ou privada) que se executem estudos geotécnicos do subsolo antes de se iniciar o projecto, a fim de melhorar a qualidade desses projectos e na quase totalidade dos casos reduzir substancialmente os custos relativo das fundações. Este concelho apresenta elevado índice de construção urbano-industrial e é um dos que apresenta menor quantidade de estudos geotécnicos traduzindo-se num aumento substancial do custo das obras. No que concerne à hidrogeologia podem distinguir-se três formações: 1 – Formações recentes em que apenas os aluviões poderão, em certos casos fornecer caudais exploráveis 2 - Um conjunto metassedimentar onde ocorrem nascentes nos contactos dos quartzitos com os micaxistos e gnaisses envolventes. No entanto os quartzitos em si não são bons aquíferos enquanto os micaxistos e os gnaisses do CXG são formações de razoável disponibilidade aquífera: 3 - Rochas eruptivas diversas que, apesar do elevado numero de nascentes, dão origem a furos que atingem profundidades que oscilam entre os 30 e 80 metros e fornecem caudais modestos. Tendo como objectivo primordial o aproveitamento racional e integrado dos recursos hídricos do concelho, estudou-se ainda a possibilidade de implantação de captações superficiais e micro-hidricas. As captações superficiais, a efectuar por intermédio de barragens que, na maior parte dos casos, não ultrapassam os 15 metros de altura, destinam-se fundamentalmente a contribuir para 0 abastecimento de água potável as populações e diversas industrias.

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Dado que em poucas barragens anteriores será possível produzir energia eléctrica, estudaram-se ainda alguns locais com possibilidades de proceder a captação de água num determinado ponto e conduzir essa água através de tubagem para a casa de máquinas, alguma distância a jusante do ponto de captação. A captação exige apenas a condução da água para um ponto da ribeira através de um pequeno açude galgavel com 1 a 2 metros de altura. Estas micro-hidricas são bastante rentáveis por terem pouca manutenção e pequena infraestrutura. Todos estes locais aparecem no relat6rio de especialidade da Geotécnica da Ria (1994).

2.3 - Relevo O relevo do concelho e marcado pela baixa altitude média, com valores a rondar os 200 a 250 metros de altitude, muito embora se possam encontrar pontes situados acima dos 500 metros. Esta situação verifica-se principalmente na parte leste do concelho, freguesias de Palmaz, Ossela, Pindelo, Carregosa e Fajoes. A oeste, nas freguesias de S. Martinho da Gândara e Loureiro, as cotas apresentam valores bastante mais baixos, sendo em alguns casos inferiores aos 100 metros. Analisando os cortes topográficos podemos verificar 0 que atrás ficou dito. Há efectivamente uma diminuirão gradativa da altitude de Este para Oeste. Sendo a maior parte da movimentação do relevo da responsabilidade das diversas linhas de agua que ao longo do tempo tem provocado a erosao e 0 encaixe mais ou menos pronunciado dos respectivos vales.

2.4 - Clima A análise do clima de Oliveira de Azemeis torna-se relativamente difícil por não haver na área do município uma estação ou posto do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica. Para fazer a caracterização temos que recorrer aos dados de estações meteorológicas relativamente afastadas do concelho. Neste caso concreto foi usada para tentar caracterizar o clima da região a estacão denominada Aveiro Barra, situada a 40º 39`´ de Latitude norte e com uma altitude de apenas 3 metros. Estes valores podem ser comparados com os registados para a estacão Meteorológica de Estarreja, situada mais para o interior e a uma altitude de 26 metros, cujas características meteorológicas, situada mais próximas das verificadas em Oliveira de Azeméis.

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Esta estação esteve em funcionamento apenas entre 1955 e 1969, encontrando-se, no entanto os valores expressos no quadro 2.3.1, reduzidos para 0 período 1941 - 1970 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV OEZ

AVEIRO (31-60)

Temperatura ('C) 9,9 10,2 12,8 14,4 15,6 17,5 18,2 18,4 18,0 16,0 13,0 10,6

Precipitação (mm) 137 84 120 65 66 32 12 16 42 82 126 132

ESTARREJA (41-70)

Temperatura ('C) 9,0 9,5 12,2 13,7 15,4 18,4 19,1 19,1 18,3 16,3 12,1 9.2

Precipitação (mm) 182 147 142 88 85 43 14 19 59 114 141 174 Quadro 2.3.1 Em Aveiro a amplitude térmica anual e de 8,59º C, sendo o valor mais baixo da temperatura, registado em Janeiro com 9,99º C e o valor mais elevado, registado em Agosto, com 18,49 C. Na estação de Estarreja verificamos que a amplitude é ligeiramente mais elevada - 10,1º C, com o valor mínimo mais baixo (0,9º C) e 0 valor máximo ligeiramente mais alto (0,7º C). É também de referir que o mês mais quente e diferente; em Aveiro e o mês de Agosto e em Estarreja, Julho e Agosto apresentam o mesmo valor. A precipitação e mais elevada em Estarreja (1208) do que em Aveiro (914). Tal facto deve-se ao afastamento em relação ao mar e ao mecanismo de desencadeamento das chuvas. No mapa da figura 2.3.1, esta situação está bem explícita. Duma forma geral, quanta mais para o interior maior é o valor da precipitação, que atinge o máximo (2 500 a 3 000 mm) a Leste e a Sul de Vale de Cambra, onde os valores da altitude são mais elevados. São precipitações desencadeadas essencialmente pelo relevo. No concelho de Oliveira de Azeméis os valores médios registados variam aproximadamente entre os 1200 e os 2000 mm / ano. Com base na análise do gráfico Termo-pluviométrico da figura 2.3.2, podemos considerar o clima como Temperado Mediterrânico, pois se os valores da precipitação são de alguma forma elevados, para uma variedade mediterrânica típica, a ocorrência de meses secos, ou seja meses em que o valor da precipitação é menor ou igual a duas vezes o valor da temperatura, dão-lhe essa característica.

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2.5 - Hidrografia Todo o concelho está incluído na Bacia Hidrográfica do Vouga, de que é afluente o Caima, principal rio que atravessa o concelho. Este rio nasce na serra da Freita, nas proximidades de Albergaria da Serra e atravessa as freguesias de Ossela e Palmaz, sensivelmente com uma orientação Nordeste - Sudoeste, aproveitando as múltiplas falhas, existentes e prováveis, que ocorrem nesta parte do território concelhio. O outro rio importante que atravessa o concelho é o Antuã, impropriamente designado por Ínsua, que nasce em Alagoas no concelho de Arouca, recebe na freguesia de Ul, no lugar do Crasto, 0 rio Ul, que na cartografia recente aparece designado como Antuã, para desaguar na laguna de Aveiro, nas proximidades de Estarreja. A orientação geral deste rio e também Nordeste - Sudoeste e, também ele, aproveita na parte sul do concelho algumas falhas e fracturas para estabelecer o seu vale. Para além destes a rede hidrográfica e caracterizada pela existência de pequenos rios e ribeiras afluentes destes três principais e que importa referir: No rio Caima são de referir a Ribeira da Felgueira e a Ribeira da Fílvida. Ambas na freguesia de Palmaz. Esta última limita a sudeste os concelhos de Oliveira de Azeméis e Sever do Vouga. No rio Antuã as ribeiras afluentes não são significativas dada a sua pequena extensão. No rio Ul são de referir o rio Cercal e a Ribeira do Pintor. A densidade da rede é bastante variável. Duma maneira geral é mais densa a Este duma linha definida pela margem esquerda dos rios Antuã e Ul. No entanto esta característica é mais visível a sudeste que a nordeste. Este facto pode-se explicar pela topografia mais movimentada a sudeste, o que implica de imediato uma maior densificação das linhas de água. A nordeste aparece uma área aplanada nas freguesias de Carregosa, Cesar e Fajões, que é drenada por um menor número de linhas de água. A partir da margem direita dos rios anteriormente referidos e para oeste, a situação é oposta. A noroeste, nas freguesias de S. Martinho da Gândara e Vila de Cucujães, a densidade da rede é maior do que a sudoeste, na freguesia de Loureiro. Onde se verificam as áreas mais aplanadas do concelho, com altitude média a rondar os 100 metros.

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3 – DEMOGRAFIA

O concelho caracteriza-se por ter tido um crescimento populacional sempre positivo, tendo passado de 23.734 habitantes em 1878 para 66.846 habitantes em 19991. SUP

Km2 POP 1878

POP 1981

POP 1991

VARIA-ÇÃO% 78/81

VARIA-ÇÃO% 81/91

DENS. POP.

CARREGOSA 11,40 1485 3048 3544 138,65 12,98 310,88

CESAR 6,30 810 2529 2739 238,15 7,67 446,82

FAJÕES 8,76 878 2969 3112 254,44 4,60 355,25

LOUREIRO 17.20 2305 3241 3376 46,46 4,00 196,28

MAC. SARNES 3,54 372 2231 2193 489,52 -1,73 619,49

MAC.SEIXA 3,08 557 1431 1443 159,07 0,83 468,51

MADAIL 2,63 373 674 804 115,55 16,17 306,29

NOG. CRAVO 5,47 462 2523 2681 480,30 5,89 490,13

O.DE AZEMÉIS 7,40 2502 8692 9679 286,85 10,20 1307,97

OSSELA 18,06 1295 2110 2359 82,16 10,56 130,62

PALMAZ 17,04 1093 1949 2133 95,15 8,63 125,18

PINDELO 7,46 901 2425 2569 185,13 5,61 344,37

P. BEMPOSTA 12,31 1502 3134 3432 128,50 8,68 278,80

S. RIBA-UL 6,33 1339 3379 3585 167,74 5,75 566,35

S.M. GANDARA 8,14 1321 2239 2237 69,34 -0,09 274,82

TRAVANCA 5,13 635 1685 1818 186,30 7,32 354,73

UL 3,58 1543 2788 2856 85,09 2,38 798,88

S. ROQUE 8,26 1022 4395 5156 404,50 14,76 624,21

V. CUCUJÃES 10,82 3339 11343 11130 233,33 -1,91 1028,65

TOTAL 162,70 23734 62821 66846 181,65 6,02 410, 85

Este crescimento, não manteve contudo sempre o mesmo ritmo. Nos dois últimos períodos inter censitários – 70 / 81 e 81 / 91, o aumento foi de 6043 habitantes (10,8%) para o primeiro e de 4025 habitantes (6,4%) para o segundo período. Analisando o crescimento a nível de freguesias, verifica-se que este foi muito variável. As freguesias que mais cresceram entre 1878 e 1991 foram as de Macieira de Sarnes, Nogueira do Cravo e Vila Chã de S. Roque, com crescimento superior a 400%, enquanto em Loureiro, Ossela, Palmaz, S. Martinho da Gândara e Ul, a população não

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chegou a duplicar. É de referir também que, se analisarmos o último período inter censitário, algumas anomalias ao que foi dito se verificam: - As freguesias de Vila de Cucujães, Macieira de Sarnes e S. Martinho da Gândara, viram diminuir a sua população residente; - As freguesias de Carregosa, Madaíl, Oliveira de Azeméis e Vila Chã de S. Roque, viram a sua população residente aumentar em 10%. A densidade populacional em 1991 era de aproximadamente 410,9 hab. / Km2, valor muito superior à média do país, que segundo os resultados do mesmo censo, era apenas de 107,1 hab. / Km2. A análise da densidade populacional por freguesia, permite-nos verificar situações muito diversas. Enquanto Palmaz, a freguesia menos densamente povoada, apresentava uma densidade da ordem dos 125,2 hab. / Km2; a freguesia sede do concelho apresentava um valor muito próximo dos 1 308 hab. / Km2. O desacelerar do crescimento populacional verificado entre 1981 e 1991, pode ser em parte explicado pela diminuição bastante acentuada da Taxa de Natalidade, que passou de 16,72% em 1981 para 12,77% em 1990. A esta diminuição da Taxa de Natalidade, não correspondeu, igual diminuição da Taxa de Mortalidade, que se manteve praticamente inalterada, passando de 8,20% em 1981 para 7,68% em 1990. Este facto fez diminuir a Taxa de Crescimento Natural, ou seja, a variação da população relativamente a cada mil habitantes. Mas a diminuição do crescimento da população não se pode explicar apenas pela diminuição do crescimento natural. Outros factores são os responsáveis por esta situação verificada no período 81 / 91. O que efectivamente se passou, foi um menor crescimento efectivo (diferença entre o chamado saldo fisiológico ou crescimento natural e o saldo migratório, ou seja, a diferença entre os Imigrantes e os Emigrantes), que no período considerado foi de 4 025 habitantes, resultantes de 9 296 nascimentos e 4 744 óbitos. Perante esta situação, fica demonstrada a fraca capacidade que o concelho tem em reter, pelo menos, a população que aqui nasceu, tendo sido ainda alguns os que daqui saíram para outros concelhos da região, para outras regiões do país ou até para o estrangeiro, por não encontrarem aqui trabalho, mas sobretudo habitação a preços comportáveis. No mesmo período, assistiu-se também ao envelhecimento progressivo da população do município. Os Jovens (indivíduos até aos 20 anos de idade), eram em 1970, 23 695 ou seja, 42,33% da população total residente no concelho. Esse valor diminuiu em 1991 para 20 582, o que correspondia apenas a 30, 79% do total.

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Pelo contrário, a população com mais de 65 anos de idade (população estatisticamente velha), passou de 4 370habitantes (7,85) em 1971, para 7 021 habitantes (10,51%) em 1991. Como explicação desta situação podem usar-se os seguintes argumentos: - Diminuição da taxa de natalidade, com a consequente diminuição do número de nascimentos o que provoca uma menor disponibilidade de jovens; - Melhoria das condições de vida das populações, nomeadamente no acesso a melhores condições de assistência hospitalar, melhores condições de higiene e melhores hábitos alimentares, o que provocou um aumento da Esperança Média de Vida, com o consequente aumento da população mais idosa. Um indicador que reflecte bem a melhoria das condições de vida é a Taxa de Mortalidade Infantil. No concelho o seu valor passou de 26,49% em 1981 para 9,45% em 1991, o que reflecte bem as melhorias verificadas no sistema de saúde pré-natal e no acompanhamento por pessoal especializado dos partos. A população distribui-se no território num padrão muito semelhante ao que se verifica em toda a região. As casas alinham-se ao longo das ruas e estradas ou então na sua proximidade imediata, o que muitas vezes dificulta a delimitação dos diferentes lugares. Aparecem alguns núcleos de povoamento que se pode considerar agrupado, principalmente na parte leste do concelho, onde o relevo mais acidentado, contribuiu durante muitos anos para o seu isolamento, provocando nos habitantes a necessidade de se agruparem nos pontos mais elevados, por forma a deixar libertas as áreas mais baixas, onde praticam a agricultura. No entanto a sua expressão numérica é diminuta.

Estatisticamente, aparecem também alguns isolados (dispersos), mas o seu significado é desprezível, pois apenas 0,54% da população presente em 1991 se encontrava nessa situação.

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4 – CARACTERIZAÇÃO ARQUEOLÓGICA

4.1 – O povoamento da região Falar do povoamento pré e proto-histórico na região administrativa de Oliveira de Azeméis era, até há bem pouco tempo, uma tarefa sumamente difícil, dada a escassez de dados existentes sobre o assunto. Efectivamente, o pouco que se conhecia a tal nível, resultava principalmente de uma ou outra noticia referindo o achado de materiais “antigos”, aqui ou ali, ou então do registo literário legado pelos escritores românticos do século XIX, com destaque particular para Pinho Leal. Trabalho sistemático nunca foi realizado, pelo que o povoamento humano da região entroncava as suas raízes, de um modo geral, no passado romano, e/ou na tradição, que via (e em certa medida ainda continua a ver!) nos “Mouros” os agentes de grande parte dos testemunhos arqueológicos conhecidos. Também aos “Celtas” era dado um lugar não menos importante na historiagrafia local, com estes a deterem a “paternidade” de tudo o que fossem “castros”, “castros” (também designados “carns célticos” na literatura romântica), “machados polidos” (os “celts” de alguns Autores), “pulceiras” (sic), “braceletes”, etc., etc. Será esta tradição que irá marcar profundamente as origens míticas das populações da região (nas outras regiões a situação é sensivelmente idêntica), até bem entrado o século XX – mesmo em nossos dias ainda é vulgar ouvir da boca de pessoas com alguma responsabilidade no património cultural concelhio, a alusão aos “castros celtas”, “mamoas celtas”, como se um fenómeno sociocultural de amplitude tão alargada, como o representado pelo povoamento da região, se pudesse reduzir à escala de um povo, fosse ele o Celta, o Romano ou o Mouro, independentemente do absurdo que tais designações encerram. Com a realização das primeiras escavações modernas na região, o panorama foi-se modificando aos poucos, tendo tendência para se alterar significativamente, à medida que os trabalhos de levantamento arqueológico sistemático e a realização de modernas campanhas arqueológicas, em sítios e estações do Concelho, venham a ser realizadas. Será contudo, a partir dos trabalhos de cartografia sistemática dos arqueosítios, que hoje já se pode avaliar um pouco melhor o que foi o povoamento pré e proto-histórico concelhio, aquele que até há bem pouco tempo mais obscuro se apresentava.

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4.2 – Do Neolítico à Idade do Bronze O Concelho de Oliveira de Azeméis, tem um povoamento documentado materialmente, desde os meados/finais do IV milénio a.c., ou seja remontam à cerca de 5 000 anos os testemunhos mais antigos da existência do Homem nesta região (A referência a um utensílio, bifacial, em quartzite, encontrado “nos lagos de Vale Grande (Cucujães) ” (Santos 1983:44-47), e depositado no “Museu de Cucujães” levanta muitas dúvidas, pelo que não o incluímos na documentação sobre o povoamento pré-histórico da região). Tais testemunhos, além da sua forma particular, possuem também uma função peculiar (embora outras lhe possam ser consignadas): a de local de sepultamento aos membros da comunidade, ou comunidades, que os construiu. Temos assim que o povoamento primigénio consiste em sepulturas, de que as “megalíticas” (antas ou dolmens) são o melhor exemplo. Construídos a partir do Neolítico Médio/Final, tais monumentos sepulcrais, de que o concelho conta ainda com algumas dezenas, aparentam uma forma mamelar que ocasiona a que, na linguagem popular, sejam conhecidos por “mamoas” – designação esta comummente aceite, mas sem acentuação na primeira vogal. Feitos de terra e pedras, apresentam localizações estereotipadas como seja em plateaux e em chãs, próximos de linhas de água e em locais de boa visibilidade. Monumentos singelos à vista, pese embora a monumentalidade de alguns deles, internamente apresentam-se de grande complexidade estrutural. Destinados a receber os restos mortais dos elementos das comunidades que os ergueram, neles foram sepultados vários indivíduos, ligados com toda a probabilidade por laços de parentesco. Embora encontremos estas sepulturas “megalíticas” (ou “sub-megalíticas”) disseminadas um pouco por todo o lado, isso significa que tenham todas sido construídas na mesma altura. Durante cerca de 3 000 anos (com as variantes que se conhecem quer na região, como fora dela) os mortos foram sepultados em mamoas (também designadas tumuli), no interior das quais se localiza a sepultura propriamente dita, e que pode atingir quer as grandes dimensões das câmaras megalíticas, sem e com corredor de acesso, como as reduzidas dimensões das pequenas sepulturas individuais, de tradição megalítica, designadas “cistas”. Se conhecemos bem (ao nível geral do Centro-Norte Litoral) as “casas dos mortos”, já o mesmo não se passa com os habitats dos vivos: a este nível o “vazio” é total. Embora os construtores das sepulturas se movimentassem no âmbito de uma economia de produção, tendo a sedentarização adquirido foros de vivência comum, as suas estruturas habitacionais não lhes terão porventura merecido os cuidados que encontramos nas sepulturas. É muito provável que tais habitats tenham sido construídos

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com materiais perecíveis, de que não nos chegou qualquer testemunho, “arquivado” no registo arqueológicos, mas também a erosão e os trabalhos agrícolas terão por certo contribuído para que dessas frustes habitações quase nada tenha chegado aos nossos dias. Só para épocas mais tardias encontramos documentos que atestam a vivência habitacional das populações na região. Remonta pelo menos à Idade do Bronze (materiais atribuíveis ao Calcolítico conhecem-se em algumas estações arqueológicas, como no caso do Castro de Ul. Porém, tais artefactos não surgem em contextos habitacionais claros, donde apenas tomarmos em linha de conta com os níveis seguramente atribuíveis à Idade do Bronze, os quais correspondem, à primeira fase dos castros) a documentação sobre os espaços habitacionais das populações que, nos finais do II milénio a.c., estavam estabelecidas na região. De tais populações conhecemos alguns dos seus povoados, utensílios, assim como a olaria. Embora não se conheça ainda, por falta de estudos sistemáticos na região, o padrão de povoamento nesta época, constata-se que os povoados privilegiaram a ocupação de cabeços de média altura, sobranceiros a linhas de água (caso de Ossela, sobre a margem direita do rio Caima, num sector estrangulado deste rio) (ou na confluência de linhas de água importantes, como no caso de Ul), zonas potencialmente agrícolas, ou ainda em locais de grande visibilidade e que permitam o controle de pontos de passagem importantes. Estes povos de pastores, agricultores e metalurgistas (não se conhecem no concelho objectos metálicos associados à Idade do Bronze), segundo tudo indica, continuaram a enterrar os seus mortos em sepulturas providas de mamoas, numa tradição que entroncará as suas raízes nas grandes sepulturas megalíticas: pequenas cistas de pedra, recobertas por montículos baixos de terra e pedras ou só de pedras, onde era depositado apenas um cadáver (com toda a probabilidade as cinzas, colocadas no interior de uma “urna” de barro, de que se documentam normalmente os fragmentos). O conhecimento da ocupação humana do território, durante este período, embora esteja documentada pela existência de povoados de média altitude, mantém-se ainda muito obscuro pois os únicos dados provenientes de escavações arqueológicas, são apenas os recolhidos no Castro de Ul. Sobre os níveis de ocupação da Idade do Bronze Final, e para os quais desconhecemos se houve alguma forma de amuralhamento dos seus habitats, dar-se-ão transformações importantes, que passarão pela realização de grandes empreendimentos de interesse “público”: construção de amuralhados nos povoados (os povoados passam a ser dotados de várias ordens de muralhas (geralmente 3) e de fossos, como no caso do Castro de Ossela, entre outros), alargamento do povoamento “intra-muros”, primeiras formas de

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urbanismo (casas que se abrem para pátios lajeados, áreas de circulação lajeadas, etc.) habitações construídas em pedra, intensificação das trocas comerciais e generalização da metalurgia do Bronze e mais tarde do Ferro. Também socialmente, se irá assistir a alterações que já apareceriam esboçadas no Bronze Final, como a emergência de élites locais, num movimento imparável, no sentido da consolidação do poder daquelas élites. Será sobre este fundo socioeconómico que se irá abater o peso da Civilização Romana, com todas as alterações daí decorrentes.

4.3 – A romanização Como em outras regiões do País, também no Concelho de Oliveira de Azeméis existem provas documentais da acção dos Romanos, nos inúmeros achados avulsos dispersos um pouco por todo o lado. Mas, será particularmente incidente nos povoados fortificados de altitude que melhor documentada se encontra a influência romana. É com efeito nos castros que melhor documentada encontramos a acção da romanização. Em todos eles abundam os vestígios materiais, avulsos, da presença romana: seja ao nível construtivo habitacional, coma generalização da cobertura de telha (tegulae e imbrices), o uso da roda de oleiro, as produções da olaria romana de importação, os vidros, a circulação monetária, etc., todo um conjunto de usos e costumes tipicamente meridionais. Nas duas únicas estações concelhias que foram alvo de escavações (Ossela e UL), os testemunhos são abundantíssimos mas, infelizmente, não houve até ao momento prossecução dos trabalhos e de ambas, apenas para Ul se conhece uma primeira notícia, actualizada, dos resultados das escavações aí realizadas. Além das estações e vestígios (predominantemente ceramológicos) conhecidos, no concelho existem ainda um marco milenário proveniente daquela última estação, um “Terminus Augustalis” incrustado na parede da Igreja de Ul, alguns restos de calçadas de filiação romana incerta (calçada das Cavadas), e uma ou outra ponte de alicerces atribuíveis aos Romanos (caso, por exemplo, da Ponte da Pica, em Cucujães).

4.4 – O medievo Para a Idade Média (de que não trataremos aqui directamente), os elementos que se possuem são predominantemente arquitectónicos, iconográficos e manuscritos (O documento mais antigo, referente a Oliveira de Azeméis, data do séc. (922) e trata-se de

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uma carta de doação). Porém, em algumas das estações visitadas (duas das quais escavadas – Ossela e Ul), recolhemos elementos ceramológicos que atestam a habitabilidade dos “castros” até bem avançada a Idade Média. Os casos de Ossela e Ul documentam à exaustão que as populações vão continuar aí a habitar durante grande parte do medievo, só sendo tais “redutos” abandonados, provavelmente por volta do século XV ou mesmo do século XVI. Noutros povoados fortificados, como no Castro Troncal (S. Martinho da Gândara) parece ter-se verificado o mesmo (falta de estudos sistemáticos sobre esta época não permite informação mais completa), o mesmo tendo por certo acontecido em outros povoados. Deste período são ainda algumas pontes, erradamente atribuíveis a épocas mais antigas, de que a Ponte da Pica é um bom exemplo (embora possa ter fundação romana). E que será com toda a probabilidade de época mediaval (o cavalete da ponte é típico desta época), o mesmo acontecendo com algumas calçadas, como a que se dirige para aquela ponte (calçada das Cavadas), entre outras (a documentação escrita principalmente refere a existência de trechos da “via romana” de Viseu ao Porto no aro do concelho, com testemunhos em alguns locais como no Curval de Baixo, Pinheiro da Bemposta, Cavadas, etc.(CASTRO 1987:47-52). Outras pontes, atribuíveis mais claramente á Idade Média, se contam no concelho como: a da Salgueirinha (na freguesia de Ul), a do salgueiro (em Riba-Ul), Etc. Esta Época é, porventura, aquela para a qual a documentação conhecida é mais escassa tradicionalmente ligada à pesquisa documental, só na última década o estudo documental passou a ser acompanhado da intervenção arqueológica, abrindo-se assim um campo à investigação, mas que ainda balbucia os primeiros passos e que no concelho não teve ainda percursores. Pelo exposto se verifica que o concelho representa um nicho arqueológico de valor inegável /em todas as épocas) mas que, sem trabalho sério e continuado, manterá as lacunas que facilmente detectamos. Não por falta da documentação necessária ao investigador mas, principalmente, pela ausência de incentivos que permitam aprofundar o conhecimento do passado da região. Campos vastos e diversificados, requer o maior empenho dos poderes locais, seja ao nível do registo cartográfico, como do estudo, protecção, salvaguarda e divulgação.

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5 - CARACTERIZAÇÃO FLORESTAL 0 concelho de Oliveira de Azeméis, com uma superfície territorial de 16.27 hectares, apresenta uma estimativa de 11.269 hectares de solos que se incluem na classe F de capacidade de uso (em principio não agrícola). isto é, cerca de 69% do território concelhio classifica-se com predominância de solos de aptidão 110restal. Os povoamentos florestais do concelho são constituídos essencialmente por pinheiro bravo e eucalipto globulus, formando manchas contínuas. Constata-se que houve e ainda há mas já em menor escala, substituição do pinheiro por eucalipto. Em algumas áreas existe muita regeneração natural de sobreiros e de carvalhos roble, com uma densidade apreciável que devem ser sujeitos a um tratamento, particularmente diferenciado: - desbaste, - adensamento e - introdução de outras essências folhosas com o objectivo de se criar uma floresta mais diversificada evitando assim as monoculturas existentes. Como normalmente verifica-se a inexistência de ordenamento das áreas florestais, cujo tratamento se limita a definição dos espaços mais vocacionado para aquele usa, por exclusão das restantes unidades territoriais e como existem disposições legais sabre a matéria que apontam para um "planeamento mínimo obrigatório" dos espaços florestais contemplados na Planta de Ordenamento do PDM, cuja gestão faz parte das atribuições das autarquias. E tendo em vista a contemplação destas considerações, no PDM do concelho de Oliveira de Azeméis, pretende-se com este estudo sectorial o desenvolvimento da elaboração da "Caracterização Florestal da Ocupação Actual do Solo", das "Bases para o Estabelecimento de Normas de Arborização" e a "Indicação do 'Quadro Legal" em vigor que determina o cumprimento do Ordenamento Florestal". Com o capítulo "Bases para a Estabelecimento de Normas de Arborização" pretende-se apenas fornecer indicações orientadoras de carácter ecológico-cultural quanta ao tipo de arborizações que potencialmente se podem instalar no concelho. Estas indicações servirão como base de trabalho para a elaboração de planas e projectos de arborização, requerendo estas duas figuras análises mais profundas das características físicas de áreas restritas do concelho, necessitando, quando for caso disso, igualmente de estudos pormenorizados sobre técnicas a utilizar, a sua viabilidade económica e os impactes paisagísticos, ambientais e sociais.

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A "Indicação do 'Quadro Legal' em vigor que determina o cumprimento do Ordenamento Florestal". encaixa-se com o capitulo "Bases para o Estabelecimento de Normas de Arborização" porque ira fazer-se uma abordagem a legislação especifica para as áreas florestais, a qual contemple precisamente as normas de arborização indicadas, e dotando a autarquia de um instrumento orientador, que permita contribuir para uma mais correcta e racional gestão dos respectivos espaços com vocação florestal delimitados na "Carta de Ordenamento" do Plano. Ou seja, pretende-se com este estudo obter o diagnóstico da situação actual de ocupação do solo para se definir as linhas estratégicas no âmbito da: I – Realização de intervenções culturais nos povoamentos florestais existentes como forma de melhorar os seus níveis de produtividade e de diminuir os riscos de incêndio. II – Preservação dos povoamentos existentes com interesse ecológico. III – Detecção e Prevenção dos Incêndios Florestais, incluindo a criação de infra-estruturas e obras adequadas, nomeadamente uma rede viária e divisional eficaz, uma rede de postos de vigia, postos de abastecimento de agua. construção de um heliporto e pistas para utilização de meios aéreos (esta linha estratégica deverá ser definida e desenvolvida para obtenção de melhores resultados a nível interconcelhio). IV – Criação de condições de incentivo e fomento de acções de (re)arborização com diversas espécies com assistência técnica adequada.

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6 – ESTRUTURA SÓCIO ECONÓMICA

A análise do emprego e das actividades no Concelho assentou num

levantamento exaustivo de todas as empresas empregadoras do Concelho de Oliveira de

Azeméis, procurando identificar os principais problemas da estrutura económica,

concelhia, da chamada base produtiva se suporte. Estabeleceu-se também um quadro da

distribuição espacial das actividades pelos cerca de 300 lugares censitários do Concelho

a fim de poder detectar assimetrias ou a especialização de algumas áreas em certos tipos

de actividade e estudar as formas de uso do espaço para fins produtivos, bem como a

localização das fontes de emprego para melhor identificar necessidades das zonas de

concentração de empregados e articulação com as pendularidades quotidianas.

Como conclusões gerais referidas a todo o Concelho detectou-se:

— predomínio da indústria da fabricação do calçado como empregadora e em

número de empresas;

— elevado emprego nos ramos da fabricação de produtos metálicos e de artigos

de matérias plásticas e das associações económicas e organizações profissionais

(cooperativa leiteira), em geral de grande dimensão;

— recurso continuado à figura do trabalho doméstico assalariado e à peça, nos

ramos de actividade pouco intensivos em capital;

— deficiente formação profissional da força de trabalho com evidentes

repercussões ao nível da produtividade;

— elevado número de activos na situação de pluriemprego;

— existência de numerosas empresas comerciais e de restauração embora de

pequena dimensão;

— existência de algumas poucas empresas de média dimensão nos ramos da

alimentação das confecções, das máquinas metálicas não eléctricas e material de

transporte no qual as destinadas a uso agrícola e dos serviços de reparação;

— importância dos ramos do comércio, seja pela sua difusão no território, seja

pelo emprego que oferece, pese embora a pequena dimensão das empresas com

excepção de uma do ramo dos produtos lácteos;

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— deficiente nível dos equipamentos e serviços de apoio à actividade produtiva,

em particular de infraestruturas básicas e transportes.

A análise assim efectuada foi complementada pela construção de um conjunto de

indicadores que permitam identificar os níveis de urbanidade dos diversos lugares ao

nível da existência de funções urbanas centrais e deu lugar à construção de uma base de

dados identificadora da existência dessas funções por lugar. Esta base de dados tem um

carácter necessariamente aberto e deverá ser completada e contemplada durante o

processo de gestão territorial que o Plano vai gerar.

6.1. – Concessões Mineiras C20 – Couto Mineiro Vista Alegre – DL 271 de 20/09/1986

C26 – Couto Mineiro Quinta do Covo – DL 80 de 06/04/1950

C29 – Couto Mineiro Barrocas – DL 301 de 30/12/1980

C2895 – Couto Mineiro Devesa – DL III Série de 09/02/1954

C3609 – Couto Mineiro Mirões nº 1 – DL 279 de 05/12/1983

6.2. – Pedreiras Licenciadas PD1 – Pedreira 3951 Pisão – DL 89/90 de 16/3

PD2 – Pedreira 4950 Quinta da Cerca – DL 89/90 de 16/3

PD3 – Pedreira 4265 Sacramento 3 – DL 89/90 de 16/3

PD4 – Pedreira 5094 Lomba – DL 89/90 de 16/3

PD5 – Pedreira 5089 Carregosa – DL 89/90 de 16/3

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7. REDE VIÁRIA

A existência de uma rede viária adequadamente hierarquizada sob os pontos de

vista funcional e operacional constituiu um factor fundamental na implementação de

uma estratégica global de ordenamento do território.

A sua estrutura, quando dotada de coerência espacial, constitui factor essencial

numa adequada política de ocupação urbana, uma vez que permite assegurar os

necessários níveis de acessibilidade da população.

Pelo facto de não ter sido definido em tempo oportuno um plano rodoviário para

o município baseado nos pressupostos referidos nos parágrafos anteriores e de o

território ser atravessado por vias que desempenham funções nacionais por cuja

implementação são responsáveis organismos que não estão na dependência da

autarquia, constata-se que as vias existentes não satisfazem as exigências de circulação

e desenvolvimento do concelho.

No que respeita à rede viária implantada no concelho com carácter nacional,

caracteriza-se por lanços que ligam o norte ao sul e por lanços que estabelecem a

ligação entre o interior e o litoral. Estas vias apresentam uma única faixa de rodagem,

perfis transversais tipo reduzidos, grande ocupação marginal e acessibilidade

indiferenciada. Assim, o serviço que prestam é muito baixo, acarretando graves

prejuízos para os que nelas circulam bem como para as povoações por elas atravessadas.

As vias nacionais que permitem um acesso a norte ou a sul são a EN1 e o IC2.

A EN1, nesta data, mais não é do que um arruamento, devido a toda a sua

ocupação marginal e às suas acessibilidades.

O IC2, tendo sido construído mais recentemente, apresenta um estatuto que não

permite acessos laterais e cruzamentos de nível, fazendo-se a captação do tráfego local

através de três nós.

Dotado de um perfil transversal com apenas uma faixa de rodagem, o seu nível

de serviços tem vindo a reduzir-se devido ao aumento do tráfego pesado.

As vias nacionais que permitem o escoamento do tráfego com orientação

interior/litoral são a EN 327, a EN 227, e a EN 224.

A EN 327 e a EN 327-1, situadas a norte do Concelho, permitem o acesso a

Arouca/Castelo de Paiva e Ovar.

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A EN 227 garante o acesso por norte a Vale de Cambra e a S. João da Madeira,

tendo vindo a sofrer beneficiações em termos de traçado e de pavimento.

No que se refere à EN 224, esta situa-se ao centro do Concelho, atravessa a sede,

estabelece ligação com Vale de Cambra e é a via de acesso à A1 (nó de Estarreja) na

parte sul do Concelho.

Quanto à rede municipal, as localidades do concelho são servidas por vias

pavimentadas, encontrando-se muitas delas em mau estado de conservação e destituídas

de sinalização.

Factores de ordem topográfica, geológica e económica estão na origem das suas

carências, ressaltando os fracos traçados e os exíguos perfis transversais.

A rede concelhia apresenta hierarquização onde surgem as estradas municipais e

os caminhos municipais.

Das estradas municipais destacam-se a EM 533 (Cucujães/Loureiro/Pindelo) que

apresentam características muito semelhantes. Ambas se desenvolvem no sentido

Norte/Sul, são as mais extensas da rede, servem as freguesias mais desenvolvidas e não

têm ligação directa à sede do Concelho, sendo esta última particularidade um dos

factores que têm contribuído para enfraquecer a vivência das freguesias de nordeste e

noroeste com a sede do concelho.

A um nível abaixo aparecem a EM 535 (Pardieiro/Oliveira de Azeméis), a

EM 545 (Samil/S. Roque/Bustelo) e a EM 547 (Cesar/Carregosa).

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8. REDE ESCOLAR

8.1. – Parque utilizado

Educação Pré-Escolar

O parque relativo à Educação Pré-Escolar é constituído por 46 jardins de Infância, dos

quais 23 pertencem à rede pública, 10 são autárquicas, 3 são particulares, 8 pertencem a

Instituições Particulares de Segurança Social e 2 à rede oficial da Segurança Social e

cobre todas as freguesias do concelho.

Apenas seis Jardins de Infância funcionam de raiz, quatro utilizam edifícios de antigas Escolas Primárias, duas cantinas de antigas Escolas Primárias, três edifícios pré-fabricados, um funciona numa garagem, dois em salas particulares e seis conjuntamente com o 1º ciclo.

1º Ciclo do Ensino Básico

O parque do 1º ciclo do Ensino Básico é constituído por 59 estabelecimentos de ensino, dos quais 4 são particulares. A maioria dos quais (38%) possui 4 ou mais salas.

A maioria dos projectos dos edifícios afectos a este nível de ensino são Planos dos Centenários (42), sendo do tipo Rural (22) e do tipo urbano (18), existem dois edifícios Conde Ferreira, três Adães Bermudes, um P3, três são Planos Especiais, sete são do tipo indefinido e oito são instalações pré-fabricados. De realçar que nove estabelecimentos de ensino utilizam mais do que um edifício.

As condições de funcionamento destes estabelecimentos de ensino são consideradas boas, exceptuando as Escolas de Santa Luzia – Cucujães, Alvão – Macinhata da Seixa, Santo António – Ossela, Areosa – Pinheiro da Bemposta, Vila Chã – S. Roque, bem como os edifícios pré-fabricados. Estes estabelecimentos tenderão a ser desactivados, com excepção das Escolas de Santa Luzia e Areosa nas quais a Câmara irá realizar obras de remodelação e ampliação.

De realçar ainda que, apesar de existirem cinco cantinas, apenas a da Escola de Alumieira – Loureiro se encontra em funcionamento. As restantes estão desactivadas, estando a da Escola do Alvão - Macinhata da Seixa a ser utilizada como sala de aula e da Escola do Picôto – Cesar ocupada com a Educação Pré-Escolar.

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2º Ciclo do Ensino Básico

O Ensino Básico Mediatizado é ministrado em oito estabecimentos de ensino e funciona conjuntamente com o 2º Ciclo na maioria dos casos. Só em Palmaz funciona autonomamente na antiga Escola Primária Soares Basto.

O Ensino Directo funciona em três estabelecimentos de ensino:

Escola Preparatória de Oliveira de Azeméis, edifício projecto Brandão, com capacidade para 24 turmas. As instalações encontram-se em bom estado de conservação, dispõe de cantina, biblioteca e instalações gimno-desportivas cobertas e descobertas em bom estado de conservação, contudo não tem balneários de ar livre.

Escola Preparatória e Secundária de Couto de Cucujães, edifício tipo SU, financiado pelo Banco Mundial, com capacidade para 20 turmas, e posteriormente ampliado para 30 turmas. As instalações em bom estado de conservação, dispõe de cantina, biblioteca e instalações gimno-desportivas cobertas e descobertas em bom estado de conservação, só necessitando da construção de balneário de ar livre.

Escola Preparatória e Secundária de Fajões, edificío tipo C+S, com capacidade para 24 turmas. As instalações encontram-se em bom estado de conservação, dispõe de cantina, biblioteca e instalações gimno-desportivas cobertas e descobertas de ar livre.

3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário

O 3º Ciclo funciona conjuntamente com o 2º Ciclo nas Escolas Preparatórias e Secundárias de Fajões e Couto de Cucujães; aliás nesta última também funciona o Ensino Secundário, e ainda em duas Escolas Secundárias:

Escola Secundária de Oliveira de Azeméis, edifício de base técnica, com capacidade para 28 turmas. As instalações encontram-se em bom estado de conservação, dispõe de cantina, biblioteca e instalações gimno-desportivas cobertas e descobertas necessitando estas últimas de obras de reparação, não possui balneários ao ar livre.

Escola Secundária Ferreira de Castro, edifício base liceal, com capacidades para 30 turmas. As instalações encontram-se em bom estado de conservação, dispõe de cantina,

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biblioteca e instalações gimno-desportivas descobertas e está já aprovado o contrato- -programa para a construção.

8.2. Taxas de Ocupação

As taxas de ocupação correspondem à razão entre a frequência escolar diurna dos estabelecimentos de ensino e a capacidade das respectivas instalações.

Na Educação Pré-Escolar este indicador não é normalmente utilizado: no entanto todos os Jardins de Infância da rede oficial do Ministério da Educação e de iniciativa autárquica têm uma frequência igual ou superior a 15 alunos, valor considerado como mínimo aceitável para a criação de um estabelecimento deste tipo.

Das salas afectas ao primeiro ciclo do Ensino Básico onze são utilizadas pela Educação Pré-Escolar, em Azagães (Silvares) – Carregosa (1), Picôto (2) e Vilarinho – Cesar(1), Fonte Joana – Oliveira de Azeméis (2), Faria de Baixo – Cucujães (1), Rebordões – Cucujães (1) e Picôto – Cucujães (2) e Brejo – S. Martinho (2) que irão funcionar em 93-94 e sete encontram-se devolutas, uma em Vilarinho - Cesar, uma em Macieira de Sarnes, duas em Palmaz, uma em Vila Cova – Santiago de Riba – Ul e em Faria de Baixo – Cucujães, duas em Rebordões - Cucujães e três em Picôto – Cucujães.

O parque escolar caracteriza-se no 1º ciclo por, apesar de maioritariamente constituído por escolas de razoável dimensão, funcionar na maioria dos casos em regime duplo. Nos outros níveis de ensino registam-se taxas de ocupação muito elevadas e a nível do 2º ciclo encontram-se ainda em funcionamento oito Escolas do Ensino Básico mediatizado.

Pelo exposto impõe-se a necessidade de reorganizar e redimensionar a rede escolar deste concelho, tanto mais que ela não responde satisfatoriamente aos objectivos da Lei de Bases do Sistema Educativo, tendo em vista o efectivo cumprimento da escolaridade e o aumento das taxas de escolarização do Ensino Secundário.

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De salientar que, no Segundo e Terceiro Ciclos, com excepção da Escola Preparatória e Secundária de Couto de Cucujães, todos os outros estabelecimentos se encontram numa situação de superlotação, verificando-se mesmo que, em termos globais, o estado de ocupação das instalações tem vindo a piorar. Este facto é preocupante, tanto mais que a generalização do Ensino Secundário agravará esta situação.

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II PROPOSTAS DO PLANO

1 – ESTRATÉGIA E DESENVOLVIMENTO

O Plano Director Municipal deverá assumir um carácter de documento estratégico modelador da forma física de suporte do desenvolvimento do Concelho, considerada a meta operativa de 10 anos. Assim sendo, importa definir um modelo de referência para esse desenvolvimento, tendo em conta a estrutura administrativa e territorial presente que constitui um pressuposto estável, associado às tradições e valores de culturas locais identificadas.

O Concelho enquadra uma forte componente urbano-industrial na zona nordeste, muito sujeita à solicitação de movimentos centrípetos gerados por infraestruturas e serviços que a aproximam do grande núcleo metropolitano do Porto. Um sector centro- -oeste, igualmente dinâmico e industrializado, que justifica e consolida a estrutura urbana central da cidade de Oliveira de Azeméis. Um sector sul, agrícola a oeste e florestal a este de menor dinâmica transformadora.

É perceptível a tendência para um desenvolvimento assimétrico privilegiando o norte em detrimento do sul e interior sul. Se a morfologia de suporte que constitui o conjunto dos factores naturais que condicionam os usos do território justifica algumas opções do plano, nomeadamente o interior florestal, muitas outras opções podem ser assumidas no sentido de estabelecer linhas de reequilibro estrutural das diferentes componentes do espaços concelhio.

A distribuição espacial das actividades económicas, nomeadamente a fixação de algumas especialidades funcionais não parece, em si, constituir problema de maior, se for montada uma estrutura de articulação de serviços, suportes residenciais, linhas de acessibilidade, etc., articuladas com uma rede de equipamentos que dinamize as opções de estruturação funcional.

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A primeira grande opção estratégica que se propõe é a de consolidar a cidade de Oliveira de Azeméis como polo central dinamizador na unidade concelhia, valorizando em duas direcções:

a) reorganizando a estrutura viária e as acessibilidades de modo a

garantir que a cidade seja “fácil” em todos os movimentos da cidadania oliveirense;

b) reforçar culturalmente este referencial da cidadania, incrementando

as representações culturais e desportivas, consolidando equipamentos de cultura, de

saúde, de serviços, de lazer, de desporto, etc., dinamizando a vida associativa e

representativa dos valores concelhios.

Este pressuposto está associado à implantação de fortes equipamentos centrais como sejam a central distribuidora de transportes, uma nova estrutura hospitalar, equipamentos comerciais, pietonização do centro histórico, criação de um Centro Cultural capaz de albergar biblioteca, auditório municipal, áreas de exposições, centros de actividade teatral, cine-clubista, musical ou orfeão, etc., etc..

Na linha da primeira opção perfila-se uma segunda opção de carácter político no âmbito da administração municipal, a qual seja a de assumir a Câmara Municipal uma capacidade motora de transformação à luz da iniciativa diferenciada dos munícipes. E isto é tanto necessário nas questões culturais como nas do desenvolvimento económico e nas tarefas de expansão urbana. Neste sentido a vereação deverá assumir uma política de concentração. Urbana, primeiro sobre a cidade existente e depois sobre os centros tradicionais das freguesias, concentrando aí equipamentos e investimentos diversificados, com particular incidência nas infra-estruturas urbanas de saneamento, abastecimento de águas, colectores e redes diversificadas, bem como iniciativas do quadro habitacional ou outras capazes de polarizar a própria iniciativa privada. A segunda grande opção estratégica é apostar forte numa rede viária municipal em complemento das redes nacionais ou intermunicipais que seja de dar corpo à primeira grande opção:

1 - Lançamento da via nordeste, garantindo fluxos fáceis dos núcleos urbanos

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do noroeste com o centro urbano e deste para as redes nacionais. 2 - Ligação de Travanca ao nó de Estarreja da A 1 como elemento chave da fluidez “interessante” referida ao centro. 3 - Ligação da via nordeste, nó de Bráfemes, ao IC1 e poente, com claro abandono da periférica a S. João da Madeira pelo nó da Margonça, reforçando mais uma vez a noção de referência do centro da cidade/Cucujães como linha de passagem. 4 – Reutilização do canal ferroviário como linha de serviço urbano de passageiros com interesse interconcelhio, melhorando acessibilidades num sistema de transporte de massas. Na sequência destas clarificações de principio ressalta então a legitimidade das complementaridades funcionais das diferentes partes do concelho, cabendo às Juntas de Freguesias o reforço da promoção urbana dos núcleos com enquadramento das tendências de desenvolvimento urbano, industrial, agrícola, etc., numa hierarquia que tem Oliveira de Azeméis como referencial prioritário.

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2 - REDE VIÁRIA

2.1 - Rede rodoviária O horizonte temporal de planeamento numa rede rodoviária cifra-se nos 20 anos, horizonte este superior ao previsto para o período de vigência do PDM. facto que não impede que a sua definição e estruturação seja feita de uma forma atempada, assegurando que a sua implementação progressiva esteja enquadrada por critérios globais de estruturação da rede.

Em termos de planeamento houve que identificar e caracterizar os objectivos associados ao desenvolvimento de uma rede viária como parte de um Plano de Ordenamento em execução, sendo necessário proceder a sua hierarquização e classificação. O critério base de partida para o desenvolvimento da hierarquização e a avaliação das funções predominantes que cada via desempenha dentro da globalidade do sistema, ou seja, o serviço que oferecem a partir de pólos geradores. Sob o ponto de vista funcional, as vias apresentam duas funções predominantes, o acesso e mobilidade. Os níveis mais elevados da hierarquia viária apontam para uma predominância da função mobilidade, enquanto que nos níveis mais inferiores predomina a função acesso. A proposta de rede viária teve em conta a estrutura viária existente e o enquadramento que Ihe é dado pelo Plano Rodoviário Nacional, apresentando hierarquicamente três níveis. As com características predominantemente nacional, as intermunicipais e as municipais. As vias nacionais, embora sejam vias cujos projecto e construção dependem da Junta Autónoma de Estradas, pelo facto de ainda não existirem estudos que estabeleçam os seus traçados, entende-se pertinente a apresentação. desde já, de um corredor que servirá como ponto de referência aquando do lançamento dos estudos pela JAE. As vias em causa são apenas duas. Uma delas e o lanço do IC2 entre Travanca e o limite do concelho no sentido suI, troço que permitirá desviar do Pinheiro da Bemposta e do Curval o tráfego de passagem. O outro e a designada ligação sul à auto-estrada, via que, tendo origem no IC2 (nó de

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Travanca) irá ligar ao nó de Estarreja da A1, servindo a Zona Industrial prevista nas proximidades de Loureiro. As vias intermunicipais integram um nível que, não sendo nacional, tem como principal característica funcional a acessibilidade intermunicipal, devendo ser tratadas a nível de planeamento como um corredor, considerando-se útil apresentar esta proposta, uma vez que irá reforçar a implementação de uma rede regional, rede essa importante como ligação da rede municipal aos itinerários estruturantes nacionais. As características resultantes da localização do concelho, região interior de transição, reforçam a forma de abordar as atravessamentos. As propostas do PDM são ambiciosas, mas surgem como imprescindíveis e estão concertadas com os demais municípios interessados. As vias propostas são três: - Via Intermunicipal Poente/Nascente, ligando ao IC1, serve as concelhos de Ovar, Oliveira de Azeméis e Arouca. Atravessando a concelho a norte vai melhorar a acessibilidade a rede nacional das freguesias de noroeste e nordeste. - Via Intermunicipal norte/sul, que serve as concelhos da Feira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra. - Ligação Chão D`Ave (EN 224.1) à VIM Poente/Nascente. Quanto às vias municipais as propostas do PDM apontam para duas frentes distintas. Uma consiste na beneficiação de vias, com uma intervenção nos pavimentos, na sinalização e na segurança. A outra aponta para a construção de novas vias, sendo basicamente definidos três lanços que, por ordem de prioridade de implementação, são: - Via Nordeste, eixo que vai melhorar a acessibilidade das freguesias de Nordeste à sede do concelho, reduzindo assim a atracção existente dessas freguesias para os concelhos vizinhos. - Via de Cintura Interna à sede do concelho, via que permitirá descongestionar o centro da cidade, e garantir um acesso em melhores condições ao Caminho de Ferro, à Central de Camionagem e ao Hospital Interconcelhio. - Via de Cintura Oliveira de Azeméis/S. João da Madeira. Sintetizando os considerandos e as propostas apresentadas poder-se-ão apontar as seguintes grandes linhas: - intervenção da autarquia desde raiz na definição dos traçados que se integram na rede viária nacional;

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- participação na elaboração dos projectos e na captação de financiamentos relativamente às Vias Intermunicipais, consciente que são vias que têm de ter uma gestão global supra concelhia; - lançamento a curto prazo de Variantes municipais que vão permitir uma melhor acessibilidade à sede do concelho e libertar o centro urbano do trânsito viário de passagem. Cientes de que o Plano de Ordenamento não é mais do que um instrumento de trabalho e de que o desenvolvimento e manutenção de uma rede viária implica a disponibilidade de verbas vultuosas e por extravasar o âmbito do PDM será pertinente implementar a curto prazo acções que visem: - Sensibilizar as autoridades exteriores a autarquia que têm a ver com o lançamento de vias que atravessam o concelho. - Criação de um banco de dados que permita inventariar, caracterizar e manter actualizada a rede viária em serviço, instrumento importante na componente operacional do Plano e do Planeamento, obtendo-se indicadores quanta ao tipo e nível de investimentos a efectuar. - Execução de um plano operacional de intervenção no domínio dos pavimentos, que permita a estruturação a médio prazo dos investimentos neste domínio.

- Elaboração dos Estudos Prévios das Vias Intermunicipais e Municipais previstas no Plano de modo a poderem ser avaliadas com mais rigor as verbas em jogo, bem como permitir uma redução do corredor a proteger.

2.2 - Caminho de ferro A reposição de um sistema de transporte ferroviário de passageiros à escala intermunicipal, com recuperação da infra-estrutura existente, pode constituir um elemento de grande valor para a dinamização do processo urbano e para o reforço da importância de lugar central para a cidade de Oliveira de Azeméis no contexto da organização do espaço concelhio. Como prioridade de articulação ao sistema nacional de transportes, ganha importância a ligação ao nó ferroviário do Porto através da estação de Espinho, em vista da integração progressiva dos concelhos de Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira na Área Metropolitana do Porto, a qual vem reforçada com o importante desenvolvimento de circulação introduzido pelo complexo do Euro-Parque de Santa Maria da Feira.

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Esta orientação fica dependente da avaliação económica de uma operação que implica a duplicação da via e a realização de um conjunto de obras de arte que suprima todos os cruzamentos de nível, constituindo então um factor de qualificação urbana. 0 Plano prevê reserva de áreas para a duplicação da via, com reformulação das gares de Oliveira de Azeméis e Pinheiro de Bemposta, admitindo-se que esta possa ser tratada como estação terminal se for decidido não continuar a via para o concelho de Albergaria.

3 – INFRA-ESTRUTURAS

É extremamente deficitária a organização do sistema de infra-estruturas instaladas nas diferentes áreas urbanas do concelho. No que se refere às redes de distribuição de energia eléctrica e comunicações telefónicas, as carências não são determinantes de qualquer orientação a propor no plano, uma vez que as empresas responsáveis por estes serviços têm uma política nacional que vai dando resposta às solicitações em função das capacidades que resultam das suas capacidades próprias. O mesmo se pode dizer em relação à futura rede de distribuição domiciliária de gás, em processo inicial de lançamento.

Já as questões relacionadas com o saneamento básico, esgoto de efluentes industriais, tratamento e despoluição dos caudais de rios, recolha e tratamento de lixos urbanos, apresentam panoramas bastante negativos que, sendo afinal comum a outras regiões, o que põe em evidencia o esforço que ainda é necessário desenvolver nestas áreas, se agrava em Oliveira de Azeméis pela fragilidade dos investimentos até agora mobilizados e pela dispersão urbana que caracteriza o concelho.

3.1 - Rede de Saneamento 0 completamento da rede de esgotos extensivo a todos os núcleos urbanos delimitados na Carta de Ordenamento e a primeira medida que se impõe na continuação do ajuste do plano geral da rede encetada pelos Serviços Municipalizados.

Está prevista a localização de uma segunda Estação de Tratamento de Águas

Residuais, a localizar no curso sul do rio Caima, que servirá principalmente a área sul do concelho.

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3.2 - Plano Director de Água A questão do abastecimento domiciliário de água é também uma preocupação fundamental a resolver, apontando para o principio mínimo de uma torneira em cada fogo. A tradição continuada de poços e furos individuais constitui já um perigo para a saúde publica em face da degradação progressiva da qualidade da água, principalmente nos terrenos baixos e permeáveis. A resolução do problema poderá vir a passar por soluções de nível intermunicipal, mas identificam-se desde já certas possibilidades de recorrer à construção de pequenas barragens para captação à superfície. A perspectiva será a da elaboração de um Plano Director de Água, tendo em vista a resolução destes problemas. Entretanto, como norma provisória, a Câmara Municipal não deverá licenciar nenhuma construção para as freguesias de Nogueira do Cravo e Macieira de Sarnes, sem que seja apresentado caso a caso um estudo de abastecimento de água potável à construção a licenciar. Esta medida impõe-se em face da suspeita da existência de níveis excessivos de arsénico nas águas e lençóis subterrâneos da Ribeira das Minas do Pintor.

3.3 - Novo aterro sanitário É previsto um novo aterro sanitário no extrema suI do concelho, com reserva de uma área envolvente que garanta o desenvolvimento de um projecto eficaz e seguro, com capacidade de funcionamento para algumas décadas.

3.4 - Aeródromo Reserva-se uma área na freguesia de Loureiro como proposta de instalação de um aeródromo local. A ideia é a de localizar uma infra-estrutura de apoio e movimentação de meios de combate a incêndios florestais que possa, simultaneamente, servir uma região fortemente industrializada, com boa articulação com o nó do IP1 localizado em Estarreja.

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4 - PATRIMÓNIO

A situação particular do património arqueológico, arquitectónico e natural, classificado ou não classificado, na extensa área do concelho de Oliveira de Azeméis, pressupõe a tomada de medidas cautelares no processo de gestão corrente das transformações físicas do espaço, independentemente das normas legais que exigem procedimento especifico para o património classificado. O regulamento do plano contempla o principio do estudo especial para as áreas referenciadas como valor patrimonial que são demarcadas na Carta de Ordenamento e na Carta do Património. No que se refere á gestão do património arqueológico, reconhecido ainda numa fase preliminar, permite esboçar o seguinte quadro: 1º - existência de estações e sítios em numero maior do que aquele que é referido na bibliografia; 2º - dos vários arqueosítios já inventariados, apenas em três casos se documenta a existência de intervenções arqueológicas: Castro de Ossela (Ossela), Castro de UI (UI) e Mamoa da "Mamoa" Mourisca (Fajões); 3º - algumas estações arqueológicas foram quase que completamente destruídas: "Os Castros" - La Salette, por obras de urbanização e construção daquele Santuário; o "Castilhão", pelo alargamento da malha urbana da sede do concelho; o "Outeiro do Cruzeiro ou do Calvário" (estação inédita) pela instalação da Zona Industrial; a "Mamoa de Mirões", pela instalação de uma unidade fabril-serração; a "Mamoa de Mato de Arca" pela construção de uma moradia; a "Mamoa do Gato" devido a urbanização; 4º - várias estações têm vindo a sofrer destruições com o plagio indiscriminado de eucaliptos e alargamento das áreas agrícolas: o Castro de Ossela, o Castro de UI, 0 Castro de S. Martinho da Gândara; 5º - trechos de "vias romanas" tem sido alcatroados ou mesmo destruídos: 6º - devido a abertura de novas vias de comunicação, em épocas passadas, vários vestígios arqueológicos perderam-se irremediavelmente, um pouco por todo o concelho. Perante tal situação, que tendencialmente se agravará com o incremento do desenvolvimento do concelho, quer do ponto de vista da rede viária, instalação de zonas industriais e equipamentos sociais, como aterros sanitários, gasoduto, etc., somos de parecer que deverão existir determinadas linhas de força de actuação, por parte do Município, com vista a uma gestão equilibrada e integrada do património arqueológico concelhio, as quais deveriam ser consignadas no PDM.

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Tais princípios orientadores deverão ser os seguintes: a) recuperação das estações em que já se realizaram trabalhos de índole arqueológica - Castro de UI (na freguesia de UI) e Mamoa da "Mamoa" Mourisca (freguesia de Fajões): limpeza e restauro das estruturas postas a descoberto, sinalização e colocação de painéis explicativos das mesmas e sua integração em percursos turísticos, escavações pontuais; b) realização de estudos de impacto arqueológico, prévios a qualquer projecto que passe pela remoção de terras;

c) fiscalização/acompanhamento, pelo técnico responsável dos trabalhos de terraplanagem que se verifiquem;

d) licenciamento de obras, terraplanagens, plantação de eucaliptos, etc., deverá ser condicionado à realização de estudos prévios de prospecção e/ou salvamento, eventualmente necessários.

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4.1 - Património classificado 1K - Cruzeiro "Senhor Coberto", Pinheiro da Bemposta - DL 16/6/1910 2K - Pelourinho, Pinheiro da Bemposta - DL 23112,11/10/1993 3K - Ponte da Pica, Cucujães - DL 40684, 13/7/1956 - DL 41191, 18/7/1957 4E - Capela da Sr.ª da Ribeira, Pinheiro da Bemposta - DL 1/86, 3/1 5E - Estação da Malaposta, Pinheiro da Bemposta - DL 45/93, 30/1 6E - Casa dos Corte-Real, O. de Azeméis - DL 45/93, 30/11 7E - Igreja Matriz, O. de Azeméis - OL 45/93, 30/11 8K - Ponte do Salgueiro, Santiago de Riba-UI - DL 45/93. 30/11 9U - Zona de Protecção da Casa dos Corte-Real e Igreja Matriz, O. de Azeméis, Despacho SEC de 1991 10U - GTL da Bemposta, P. da Bemposta, Ped. de Classificação ao IPPC, 24/5/82 11A - Quercu Robur L, Cesar - DG 270, 18/11/1942 12A - Quercus Robur L, Vila de Cucujães . DR 166, 20/7/1988 13A - Pinus Pinaster Ail., Pinheiro da Bemposta - DR 166.20/7/1988 14C - Castro de UI - em processo de classificação 15C - Castro das Baralhas, Ossela - em processo de classificação 4.2 - Outros valores patrimoniais

1- Valor Arquitectónico: Carregosa: E51- Capela de Nª Sr.ª da Ribeira E52. Igreja Matriz E53. Casa a recuperar E54- Edifício dos Correios E55- Capela de Nª Sr.ª de Lurdes E56- Capela de Azagães E57- Capela de Nª. Nª. da Guia E58- Casa da Quinta da Povoa E59- Casa da Ínsua E60- Capela de S.to António de Silvares E141- Capela Particular Q11- Quinta de S. António Q12 - Quinta da Costeira Q13- Quinta do Padre Aguiar K6- Cruzeiro de Teamonde

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K7- Cruzeiro da Igreja Matriz K8- Cruzeiro da Capela de Azagães K9- Portal da Q.ta da Póvoa Cesar: E165- Capela da Sr.ª da Graça E166- Capela de Vilarinho . E167- Casa da D. Maria E168- Palacete Brasileiro E169- Casa Azul E170- Palacete E171- Palacete . E172- Edifício de Habitação E173- Edifício de Habitação Q31- Quinta do Outeiro Q32- Quinta Verde Q33- Quinta da Herdade Q34- Quinta do Sr. Amorim U14- Núcleo Urbano do Largo da Igreja U15- Troço de rua - Largo da Gândara/ Largo da Igreja R13- Núcleo Rural de Vilarinho R14- Núcleo Rural dos Arcos R15- Núcleo Rural Fajões: E37- Capela do Coto E38- Edifício do Tribunal E39- Moinhos E40- Capela de S. Marcos E41- Ermida da Sr.ª da Ribeira E42- Palacete de 1915 E179- Casa da Junta de Freguesia Q9- Quinta da Vermiosa K1- Aqueduto de S. Mamede K2- Forno de Telha Loureiro: E43- Casa Frei Caetano Brandão

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E44- Casa do Barão e Quinta ARCL E45- Capela de Stº. António E46- Capela do Faial E47- Capela da Alumieira E48- Capela de Nª. Sr.ª. da Esperança E49- Moinhos E50- Igreja Paroquial Q10- Quinta K3- Fonte do Pinhal K4- Fonte de Contumil KS- Fonte do Freixo U3- Largo da Nª Sr.ª da Alumieira Macieira de Sarnes: E130- Casa Resende E131- Casa do Touto E132- Casa do Passadiço Q27- Quinta do Conde de Campo Belo K28- Cruzeiro Macinhata da Seixa: E111- Igreja Matriz E112- Casa dos Terras E113- Casa do Dr. Bodas E114- Casa Rufino Fonseca E115- Capela de Stº António E116- Casa Barbedo E117- Capela da Sr.ª do Socorro E118- Alminhas e Ponte do Senhor da Ponte Q22- Quinta do Almeu Q23- Quinta do Fundo do Lagar U9- Núcleo Urbano P2- Percurso panorâmico Madaíl: E101- Casa do Manica E102- Casa das Cambeiras Q21- Quinta das Camélias

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K18- Fontes K19- Ponte do Manica K20- Moinho do Manica K21- Moinhos da Eira K22 - Moinhos do Ginete K23- Moinho do Ruivo K24- Cruzeiro do Souto K25- Cruzeiro de Residência K26- Alminhas (muro) U8- Núcleo da Igreja, Cruzeiro e Largo Nogueira do Cravo: E61- Casa de Martins Portugal E62- Casa do Lima E63- Capela de Stº Antão E64- Capela da Sr.ª dos Prazeres E65- Minas do Pintor E66- Moinhos E97- Edifício de Habitação E98- Edifício de Habitação K10- Arcos K11- Fonte U4- Núcleo da Igreja Matriz e largo Oliveira de Azeméis: E142- Casa dos Barreto Feio E143- Casa da Família Albuquerque E144- Capela de La Sallette E145- Casa de Brasileiro E146- Edifício do Antigo Colégio E147- Edifício Xa- Xa- Xa E148- Casa Amarela (Família Adelino Carvalho) E149- Paços Municipais E150- Casa dos Sequeira Monterroso E151- Mercado Municipal E152- Edifício na Rua do Conde Santiago de Lobão E153- Casa na Rua Ant. Luís G. Filho E154- Casa na Rua Ant. Luís G. Filho

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E156- Edifício do B. P. & S. M. E157 - Edifício Ferreira de Castro E158- Garagem Justiço E159- Edifício na Rua de António Bernardo E160- Edifício na Rua de António Bernardo E161- Antigo Teatro E162- Edifício da Escola E163- Escola de Conde de Ferreira E164- Edifício na Rua Dr. Pinto Basto E174- Edifício da Farmácia Moderna E175-"Chalet" do Dr. Salvador Machado E176- Casa da Família Guerra E177- Capela de S. Lourenço E178- Casa Agrícola, eira, espigueiro em Lações E180- Casa dos Monteiros Q28- Solar dos Corte-Real, Cidacos Q29- Quinta do Forno Q30- Solar de Cidacos (Dr. Calejo) Q35- Quinta na Escravilheira Q36- Quinta do Côvo K30- Cruzeiro e Alminhas K31- Alminhas de Passos K32- Moinho do Meio U11- Praça José da Costa U12- Grupo de casas na Rua do Conde de S. de Lobão U13- Núcleo de casas "Raul Lino" U17- Centro Histórico da Cidade P3- Estrada Real- Oliveira Norte P4- Estrada Real- Oliveira Sul R12- Núcleo Rural da Cerca do Mosteiro Ossela: E133- Capela de Mosteiro E134- Casa Museu de Ferreira de Castro E135- Biblioteca de Ferreira de Castro E136- Capela do Sr. da Fonte E137- Capela de S. Frutuoso E138- Capela da Sr.ª da Graça

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E139- Capela da Sr.ª da Lapa E140- Casa do Torreal K29- Ponte dos Cadeados U10- Núcleo Urbano da Igreja Matriz R10- Núcleo Rural de Bustelo do Caima R11- Núcleo Rural do Carvalhal Palmaz: E119- Igreja Matriz e Cemitério E120- Moinhos E121- Ermida da Sr.ª da Mó E122- Capela de S. Lourenço E123- Fabrica do Papel do Caima E124- Capela de Nª. Sr.ª da Piedade E125- Escola Primaria E126- Escola de Soares de Basto E127- Capela de S. Gonçalo E128- Capela de S. Luís E129- Casa em Nespereira de Cima E181- Capela de S. João E182- Capela da Nª Sr.ª da Memória Q24- Quinta do Casinhoto Q25- Quinta dos Pamplonas Q26- Quinta de Baixo K27- Ponte sobre o Caima R9- Núcleo Rural de Vilarinho de S. Luís Pinheiro da Bemposta: E77 - Casa de Fonte Chã E78- Casa de S. Gonçalo E79- Antigos Paços do Concelho E80- Casa da D. Joaninha E81- Casa do Dr. Norberto E82-Casa do Cruzeiro E83-Casa dos Melos E84-Casa do Eng. Carlos Ribeiro E85-Casa do Dr. Corte Real E86- Casa da Junta

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E87- Capela de S. Sebastião E88- Igreja Paroquial E89- Casa estilo "Português Suave" E90- Casa de Brasileiro E91- Casa do Arco E92- Casa do Sr. Tomás E93- Casa Soares de Pinho E94- Capela de S. Silvestre E95- Capela de S. Luís E96- Moinhos Q16- Quinta do Calvário Q17- Quinta do Passal Q18- Quinta de Vera Cruz Q19- Quinta do Barral Q20- Quinta do Sobreiro K16- Fonte da Bemposta K17- Lagar do Azeite K33- Cruzeiro Paroquial R7- Núcleo Rural de Figueiredo R8- Núcleo Rural da Casa do Curval S. Tiago de Riba-UI: E70- Núcleo da Casa dos Rebelo E71- Casa do Comandante E72- Capela e Casa das Garridas E73- Capela do Sr. da Campa E74- Edifício da Associação dos Socorros Mútuos E75- Casa Agrícola das Cortinhas E76- Núcleo da Igreja de Santiago E155- Palacete Q15- Quinta de Carcavelos K15- Alminhas dos Franceses U6- Largo do Sr. da Campa R5- Núcleo Rural da Ponte do Salgueiro R6- Núcleo Rural da Quinta de Santiago S. Martinho da Gândara: E32- Igreja Matriz

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E33- Escola do Pardieiro E34- Palacete E35- Moinhos E36- Edifício de Habitação Q8- Quinta do Troncal U2- Largo do Pardieiro R1- Núcleo Rural do Alto da Quinta R2- Núcleo Rural de Casal Dias R3- Núcleo Rural R4- Núcleo Rural da Espinheira S. Roque: E99- Edifício do Sindicato Nac. dos Operários Vidreiros E100- Antigos Escritórios da Fabrica do Vidro U7- Núcleo Urbano do eixo Igreja/Cemitério U16- Núcleo urbano de Samil Travanca: E103- Casa da Malaposta E104- Capela do Espirito Santo E105- Casa Solarenga E106- Capela de Nª . Sr.ª. das Flores E107- Igreja Paroquial E108- Edifício da Junta de Freguesia E109- Edifício de Habitação E110- Edifício de Habitação UI: E67- Igreja Matriz E68- Capela de Adães E69- Casa em Adães Q14- Quinta de Adães K12- Ponte da Salgueirinha K13- Moinho da Salgueirinha K14- Moinho do Avelão U5- Largo da Igreja

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Vila de Cucujães: E1- Edifício da Junta de Freguesia E2- Mosteiro Beneditino E3- Capela de S.ta Luzia E4- Casa de Buraco E5- Casa do Visconde de Carregoso E6- Casa Andersen E7- Palacete Alves dos Reis E8- Palacete Pinto Leite E9- Casa do Mato E10- Casa Senhorial E11- Casa dos Azulejos E12- Casa M. A. S. E13- Asilo da Gandarinha E14- Edifício das Finanças E15- Edifício do Centro de Saúde E16- Edifício da Casa do Povo E17- Cinema E18- Estação da C. P. E19- Edifício dos CTT E20- Castelinho E21- Convento dos Padres Beneditinos E22- Casa do Abade Arede E23- Palacete E24- Capela de Nª Sr.ª da Conceição E25- Capela de Stº. António E26- Edifício de Habitação E27- Casa Agrícola E28- Edifício de Habitação E29- Casa estilo "Raul Lino" E30- Edifício de Habitação E31- Casa dos Barbedos Q1- Quinta do Sol Q2- Vila Brandão Q3- Quinta do Picoto Q4- Quinta do Barreiro

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Q5- Quinta da Dª. Beatriz Brás Q6- Quinta da Família Macedo Q7- Quinta do Seminário U1- Núcleo de Palacetes P5- Estrada Real 2 - Valor Arqueológico: Carregosa: M2- Mamoa de Silvares Cesar: AP6- Área protegida do Monte Calvo ( Serra da Naia) AP7- Área protegida do Monte Calvo (Serra do Pinheiro) Fajões: M1- Mamoa de "Mamoa" Mourisca Loureiro: M3- Mamoa das Almas Mouras AP1- Área protegida do Antuã Oliveira de Azeméis: AP3- Área protegida do Castilho AP4- Área protegida de La-Sallette AP5- Área protegida da Lomba Ossela: C4- Castro das Baralhas Palmaz: APB- Área protegida da Mó AP9- Área protegida da Raposeira S. Tiago de Riba-UI: M4- Mamoa do Peralta AP2- Área protegida do Calvário C5- Castro de Vila Cova

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S. Martinho da Gândara: C1- Castro do Troncal Travanca: AP10- Área protegida das Flores C3- Castro de Damonde UI: C2- Castro de UI M5 - Mamoa da Baixa 3 - Valor Natural: Fajões: N1- Monte de S. Marcos Macinhata da Seixa: N7 - Área natural do Rio Antuã (Baixa de Silvares) Madaíl : N4- Área natural da Ponte do Manica Ossela: N6- Área natural do Pedregolhal Palmaz: N5- Área natural do Parque Turístico de Bento Carqueja Pinheiro do Bemposta: N2- Área natural do Vale da Sr.ª da Ribeira Travanca: N3- Área envolvente da Capela da Sr.ª das Flores

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5 - EQUIPAMENTOS Para além de uma previsão genérica de reserva de espaços para equipamentos não especificados, que podem constituir o suporte de desenvolvimento dos diferentes espaços urbanos delimitados na Carta de Ordenamento, os quais incluem situações diversas ligadas à cultura, ao lazer, a serviços, ao completamento da rede escolar e outros, referem-se especialmente pela sua importância na caracterização dos objectivos estratégicos do Plano, os seguintes: Equipamentos de saúde Existem actualmente no Concelho treze unidades na área da saúde, com destaque para um hospital concelhio de 200 camas e dois centros de saúde. Faz-se a previsão de reserva de um terreno para equipamento, a sul da mata do Côvo, com destino a um novo hospital que possa assumir caracter intermunicipal entre Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, com avaliação de área para uma unidade com cerca de 400 camas. Central de camionagem Constituindo hoje o sistema de transporte de passageiros por camionagem principal rede de acessibilidade no interior de Oliveira de Azeméis, e mesmo na relação com a maioria dos concelhos vizinhos, considera-se a localização de uma Estação Central Rodoviária como uma peça chave da qualificação do uso da cidade, constituindo a sua posição em local próximo da Estação Ferroviária, do novo mercado e de outros equipamentos de localização central, bem articulada com a via periférica do espaço central facilitando as saídas para a rede viária principal. Hotelaria e similares É muito frágil a estrutura de serviços hoteleiros prestados actualmente pela cidade de Oliveira de Azeméis, mesmo se esta não se organiza numa estratégia que coloque o desenvolvimento turístico como o fulcro da actividade económica, porque à sempre uma margem de procura e motivos complementares de interesse que é necessário valorizar e promover. Esta oferta existente concentra-se na sua quase totalidade dos meios disponíveis no principal centro urbano. Considerando a Estalagem no Parque de

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La Salette e um hotel no centro da cidade como estruturas contáveis, preconiza-se a criação de mais um hotel, uma albergaria e uma estalagem, todos da classe de 4 estrelas. para além de outras unidades menores incluindo unidades de turismo de habitação e turismo rural, para que se aponta Pinheiro da Bemposta e outros espaços nos vales dos rios UI e Antuã, perfazendo um total de oferta desejável de 120 quartos. Instituto Politécnico Em complemento da rede escolar existente e do suprimento de faltas enquadradas pela previsão de espaços para novas unidades integradas nas áreas não especificadas de equipamentos, com destaque para duas escolas EB1 na zona Nordeste do Concelho, refere-se especialmente a demarcação de área para instalação de uma unidade de ensino superior politécnico no topo suI do espaço central da cidade, próximo da zona de equipamentos desportivos, a qual constitui também uma forma de protecção e futura recuperação de uma das mais belas casas de quinta barrocas, situada à ilharga da velha e desqualificada Estrada Real, que urge requalificar. Centro Cultural A construção de um novo equipamento destinado a funções múltiplas de âmbito cultural, nomeadamente cobrindo as funções de museu, biblioteca, salas de exposição, auditório com meios para teatro e musica, salas para instalação de associações culturais, ateliers ligados a arte e a comercialização de artesanato urbano, etc., constitui um elemento imprescindível de valorização do centro da cidade. A sua previsão na área de articulação de outros novos equipamentos, entre a área desportiva e a completar com um complexo de piscinas, constituíra a chave da reorganização do centro urbano. Outras previsões

São previstos espaços para implantação do novo quartel de bombeiros e de um novo cemitério afectos à área central da cidade, sendo também de considerar a necessidade de instalação de um novo Tribunal Cível.

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III CONCLUSÕES Constitui este Plano Director Municipal um instrumento de orientação de desenvolvimento de Oliveira de Azeméis para os próximos dez anos. Do preconizar uma estratégia de fixação dos valores simbólicos e culturais que fomentem o orgulho dos oliveirenses pelo seu concelho, tem-se em conta que este objectivo só è atingível pela implementação de acções concretas que contribuam para a melhoria das condições de vida das populações em termos básicos e gerais e que a estas à que acrescentar as medidas que contribuam para a elevação dos standards de urbanidade.

Neste sentido recomendam-se algumas acções prioritárias, entre as quais se destaca a da elaboração do Plano de Urbanização da Cidade, dos Planos de Pormenor dos núcleos centrais das freguesias e do Plano de Pormenor de Salvaguarda de Cucujães, na perspectiva de enquadrar a protecção e preservação integrada do complexo de casas de quinta ditas "dos brasileiros". Em complemento a estas Áreas Urbanas de Desenvolvimento Prioritário que integram o domínio de habitação, à que estabelecer urgentemente Programas de Habitação Social para estas ADP, no sentido de sanear a tecido urbano e abrir caminho para as acções de infra-estruturação básica. A rede viária interna e intermunicipal, com destaque para a designada Via Nordeste, eixo fundamental para melhorar a acessibilidade das freguesias do nordeste à sede do concelho, bem como a via de cintura à cidade constitui outra prioridade fundamental.