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CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO ESCOLA DO PARLAMENTO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU “LEGISLATIVO E DEMOCRACIA NO BRASIL” André Guilherme Medeiros Abibe PRESTAÇÃO DE CONTAS, UMA ANÁLISE DO PROAC-ICMS São Paulo 2015

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CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DO PARLAMENTO

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

“LEGISLATIVO E DEMOCRACIA NO BRASIL”

André Guilherme Medeiros Abibe

PRESTAÇÃO DE CONTAS, UMA ANÁLISE DO PROAC-ICMS

São Paulo

2015

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015

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DO PARLAMENTO

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

“LEGISLATIVO E DEMOCRACIA NO BRASIL”

André Guilherme Medeiros Abibe

PRESTAÇÃO DE CONTAS, UMA ANÁLISE DO PROAC-ICMS

Monografia apresentada à Escola do

Parlamento da Câmara Municipal de

São Paulo como requisito parcial para

aprovação no curso de Pós-Graduação

Lato Sensu “Legislativo e Democracia

no Brasil”

Orientador: Marcello Gollo Ribeiro

São Paulo

2015

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DO PARLAMENTO

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

“LEGISLATIVO E DEMOCRACIA NO BRASIL”

André Guilherme Medeiros Abibe

PRESTAÇÃO DE CONTAS, UMA ANÁLISE DO PROAC-ICMS

Média da avaliação da banca examinadora.

Nota Final: .................................................

São Paulo, ..... de ...................... de 2015.

___________________________________________

ORIENTADOR: Marcello Gollo Ribeiro

Dedico este trabalho a minha honrada e digna família. A essa

grande mulher guerreira Regina de Almeida Medeiros, ao meu

grande irmão Daniel Gustavo e ao meu grande pai José Roberto

Abibe.

Dedico também à outra mulher guerreira, mais parecida com um

anjo, que o destino me presenteou com sua companhia em

minha vida, Nayara Bazzolli.

Por fim, em tempos que, inacreditavelmente, vozes se levantam

contra a democracia e se remetem a períodos obscuros de nosso

pais, dedico este trabalho e minha participação em um Curso de

Democracia, à todos aqueles que lutaram, lutam e lutarão pela

democracia Brasileira.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Prefeitura da Cidade de São Paulo pela oportunidade de mais um aprendizado em

minha vida e mais uma etapa da minha formação acadêmica.

Agradeço a todos os funcionários da Escola do Parlamento, da Câmera Municipal de São

Paulo, bem como a todos os professores com os quais aprendi muito.

Agradeço em especial ao Professor Marcelo Gollo Ribeiro, pela orientação, pela paciência,

pelo respeito, e pela forma sempre prestativa de responder as minhas infinitas indagações.

Agradeço imensamente algumas pessoas que sem as quais eu não teria feito e terminado o

curso. Primeiramente agradeço o amigo de longa data, Allan Souza Santos, que me avisou

sobre o edital, e que, como sempre, se mostrou um grande amigo ao longo do curso. Agradeço

a Nayara Bazzoli por toda ajuda e paciência. Agradeço a grande amiga/irmã Stella la la Vieira

por toda ajuda e paciência.

Agradeço a todos os colegas de curso, que já viraram amigos, pelos bons momentos, pelo

conhecimento que eles me transmitiram, e por todo auxílio.

Agradeço a todos os colegas e amigos de serviço, em especial a Rogério Cunha, por todos

ensinamentos sobre Prestação de Contas.

RESUMO

O acesso à cultura é tido como sendo fundamental no mundo atual. O presente trabalho

buscou demonstrar brevemente a importância do Estado investir em políticas culturais, e

como o modelo de financiamento a projetos culturais via renúncia fiscal se tornou o principal

meio de incentivo à cultura no País. Esta análise será focada na legislação do Programa de

Ação Cultural do Estado de São Paulo (PROAC), na modalidade ICMS (PROAC/ICMS),

apontando os principais artigos que se relacionam diretamente com a Prestação de Contas.

Para tanto, foi realizada revisão bibliográfica das principais teorias de “Accountability” e de

Controle na administração pública. Tais teorias serviram como base para verificar se o

programa possui meios de controlar, fiscalizar e responsabilizar, garantindo que os recursos

públicos repassados aos projetos culturais sejam bem geridos pelos proponentes. De fato, com

base na literatura pesquisada, foi possível verificar que o PROAC/ICMS possui legislação que

garante o controle, exige responsabilização e pode punir os maus gestores. Todavia, o

presente trabalho constatou que existem desafios a serem vencidos no que tange a ferramentas

que possibilitem o que a literatura chama de “controle social e accountability vertical”.

Palavras-chave: Prestação de Contas. Accountability. Teoria de Controle na Administração

Publica. Programa de Ação Cultural - PROAC

ABSTRACT

Currently, access to culture is essential. This study sought to briefly demonstrate the

importance of the state to invest in cultural policy, and as the model of funding for cultural

projects via renounces tax has become the primary means to encourage culture in the country.

This analysis will focus on the Cultural Action Program legislation the State of São Paulo

(PROAC) in ICMS mode (PROAC/ICMS), pointing out the main items that relate directly to

the accountability. For this purpose, literature review of the main theories of Accountability

and control in public administration was held. Such theories have served as a basis to see if

the program has the means to control, monitor and responsibility, ensuring that public

resources allocated to cultural projects are well managed by the proponents. In fact, based on

the literature, we found that the PROAC / ICMS has legislation that ensures control requires

accountability and can punish bad managers. However, this study found that there are

challenges to be overcome when it comes to tools that enable what the literature calls "social

control and vertical accountability".

Keywords: Renounces tax; Accountability; PROAC/ICMS;

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE AUTORAL E AUTORIZAÇÃO DE

PUBLICAÇÃO.

Eu, André Guilherme Medeiros Abibe, declaro ser o autor desta Monografia

apresentada à Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo para o Curso de Pós-

Graduação “Legislativo e Democracia no Brasil” e que qualquer assistência recebida em sua

preparação está divulgada no interior da mesma. Declaro também que citei todas as fontes das

quais obtive dados, ideias ou palavras, usando diretamente aspas (“ “) ou parafraseando,

sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou

quaisquer outros tipos. Declaro por fim, que este trabalho poderá ser publicado por órgãos de

interesse público. Declaro que o presente trabalho está de acordo com a Lei 5988 de

14/12/1973, Lei de proteção intelectual, e que recebi da Instituição, bem como de seus

professores, a orientação correta para assim proceder. Em ambos os casos responsabilizo-me

exclusivamente por quaisquer irregularidades.

São Paulo, ..... de ...................... de 2015.

___________________________________

André Guilherme Medeiros Abibe

Sumário

1 Introdução............................................................................................................................ 8

2 Justificativa........................................................................................................................ 10

3 Incentivo à Cultura ............................................................................................................ 11

4 Teoria de Controle da Administração Pública .................................................................. 18

5 Accountability: Prestação de Contas e Transparência ...................................................... 21

6 Prestação de Contas: PROAC-ICMS ................................................................................ 25

7 Discussão e desafios .......................................................................................................... 31

8 Conclusões ........................................................................................................................ 34

9 Bibliografia........................................................................................................................ 36

8

1 Introdução

A realização de projetos cultuais no Brasil está condicionada ao suporte de

diversos setores, públicos e privados. Neste cenário, a implementação de leis de incentivo

fiscal tornou-se favorável para que, mesmo em situações de falta de condição de

financiamentos diretos do governo, haja patrocínio privado. A opção pelo financiamento

público-privado, no qual o recurso público provindo da renúncia fiscal complementa os

recursos orçamentários tradicionais do governo, é um vetor de incentivo não só aos projetos

culturais, mas também ao chamado “marketing cultural” das empresas.

O Estado de São Paulo possui o programa de incentivo à cultura através de

renúncia fiscal. Instituído pela lei 12.268 de 2006, o PROAC, na sua modalidade ICMS

(PROAC/ICMS), possibilita que empresas redirecionem de 0,1 a 3,0% do valor do imposto de

ICMS para projetos culturais aprovados pela Secretaria de Estado da Cultura. Uma vez que os

proponentes de projetos culturais consigam captar recursos advindos de renúncia fiscal das

empresas para realizarem seus projetos, passa a ser dever do Estado exigir e obrigação por

parte do proponente Prestar Contas, visto que, em plena democracia, o cidadão tem direito de

exercer controle sobre os gastos públicos e ajudar no desenvolvimento das políticas.

A prestação de Contas se interliga com o conceito de “Accountability”,

imprescindível para a administração pública, o qual exige responsabilização dos agentes e dos

órgãos públicos quanto a eficiência e resultados das políticas públicas, uma vez que,

disponíveis os dados para a população, consequentemente há maior responsabilização com o

uso dos recursos públicos.

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar e analisar a legislação do

Programa de Ação Cultural (PROAC), na modalidade de renúncia fiscal, sob a luz do

conceito de Accountability e da teoria de controle na administração pública, para verificar

9

como o programa exige prestação de contas por parte dos proponentes que captam recursos

públicos para execução de seus projetos culturais. Soma-se a isso a discussão de novos

desafios, especialmente a publicização de dados que possibilizem controle por parte da

sociedade. Para tanto, a importância do investimento em políticas culturais por parte do

Estado será abordada brevemente, assim como o fato de atualmente no Brasil as políticas de

renúncia fiscal terem se tornado um dos principais mecanismos de apoio à cultura. Vale

ressaltar que não será objetivo deste trabalho aprofundar-se nos resultados das políticas

culturais e de incentivo à cultura, nem ao menos analisar se PROAC/ICMS cumpre ou não

seus objetivos culturais.

A hipótese levantada é que a legislação do programa e os documentos exigidos na

prestação de contas dos projetos possam garantir meios de controle que fiscalizem a utilização

dos recursos públicos advindos da renúncia fiscal e se esta foi de fato bem gerida, e se for o

caso punir aqueles que não administraram da forma correta.

10

2 Justificativa

Considerando que as leis de incentivo fiscal são realidade atual no Brasil para o

financiamento da Cultura, torna-se fundamental o estudo dos mecanismos de prestação de

contas por parte dos proponentes dos projetos contemplados para com o governo e a

sociedade. Sendo assim, o presente trabalho justifica-se por estudar o caso específico da

legislação do PROAC/ICMS, órgão pertencente ao governo estadual de São Paulo, à luz dos

conceitos apresentados nos capítulos que se sucedem a esta justificativa. A discussão que se

seguirá a apresentação dos conceitos é importante ao passo que um grande montante de

recursos é destinado para os projetos culturais. Menciona-se a escassez de estudos: não foram

encontrados estudos analisando especificamente o tópico “prestação de contas de leis de

incentivo à cultura no PROAC/ICMS”.

11

3 Incentivo à Cultura

A cultura é, como entendida em sentido amplo, questão-chave nas reflexões

sociais no mundo atual. Neste sentido, o conjunto de significados foi definido pela Declaração

mexicana sobre políticas culturais:

A cultura, entendida em sentido amplo, como um conjunto de ações

espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam a sociedade a

um grupo, engloba artes, as letras e os modos de vida, é considerada

essencial para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade... É um dos

caminhos para se alcançar a colaboração entre as nações, o respeito ao

direito dos outros, as liberdades do homem e dos povos, e um importante

passo para a paz 2.” (Declaração mexicana sobre políticas culturais –

conferência mundial 26/07/1982, tradução nossa).

Nos últimos anos, a cultura tem se tornado elemento fundamental na estruturação

dos planos de desenvolvimento econômico e social dos povos, à partir da compreensão da

sociedade sobre a articulação entre desenvolvimento e cultura. Este fato tornou a cultura

agente comum nas discussões sobre o desenvolvimento de políticas sociais. Sobre isso, a

Declaração mexicana sobre políticas culturais cita:

O artigo 27 (vinte e sete) da declaração dos direitos humanos estabelece que

toda pessoa tem o direito de tornar-se parte da vida cultural da comunidade,

a gozar das artes e participar do processo cientifico e dos benefícios que

destes resultem. Os Estados devem tomar medidas necessárias para alcançar

necessárias para alcançar esse objetivo 3. (Declaração mexicana sobre

políticas culturais – Conferencia mundial 26/07/1982 apud constituição de la

UNESCO. tradução nossa)

No Brasil, a garantia do exercício dos direitos culturais é citada na Constituição

Federal de 1988, que assegura no Artigo 215 o fato de que o Estado deve garantir, além do

exercício dos direitos culturais, o acesso a manifestações culturais, bem como apoiar e

incentivar a valorização e a difusão das fontes de cultura nacional. Haja vista o Artigo 216 em

que é citado o Sistema Nacional de Cultura, no intuito de um regime de colaboração, de forma

12

descentralizada e participativa, que institui o processo de gestão conjunta de políticas públicas

democráticas e permanentes entre os entes da federação. O artigo 216-A, em seu paragrafo

quarto (incluído pela ementa constitucional nº 71, de 2012), menciona que os estados, distrito

federal e os municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura. A Constituição do

Estado de São Paulo corrobora os direitos a cultura, ao passo que assegura o acesso à cultura,

e demonstra a obrigação do Estado em incentiva-la (Constituição do Estado de São Paulo,

artigo 259).

O fato de a cultura ter passado a ser vista como pilar de desenvolvimento

ocasionou a multiplicação da demanda de políticas culturais. Lia Calabre, em sua obra

“Política Cultural do Brasil: Um histórico”, define o termo Política Pública cultural como

sendo “conjunto ordenado e coerente de preceitos e objetivos que orientam linhas de ações

públicas mais imediatas no campo da cultura” (CALABRE, 2005. p.2).

A despeito do fato de o objetivo do presente estudo não ser analisar as políticas

culturais do Brasil, é fundamental a menção a alguns notáveis momentos destas políticas. Este

ponto será balizado pela obra da autora Lia Calabre (CALABRE, 2005. p.2).

1937: Criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

(SPHAN), do Instituto Nacional do Livro (INL); do Serviço Nacional de Teatro

(SNT) e do Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE);

1938: Criação do Conselho Nacional de Cultura;

1969: Criação da Empresa Brasileira de Filmes (EMBRAFILME);

1973: Lançamento do programa de Cidades Histórica (PCH), do Plano de Ação

Cultural (PAC) e criação do Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA);

1975: Lançamento do Plano Nacional da Cultural (PNC), da Campanha

Nacional do Folclore. Criação do Centro Nacional de Referência Cultural

(CNRC) e da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE);

13

1978: Criação da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

(SPHAN) e da Fundação Nacional Pró-Memória (Pró-Memória);

1985: Criação do Ministério da Cultura;

1986: Promulgação da Lei 7.505 Lei Sarney;

1987: Criação da Fundação Nacional Pró-Leitura (Pró-Leitura) e da Fundação

Nacional de Artes Cênicas (FUNDACEN);

1990: Extinção da FUNARTE, do Pró-Memória, da Fundação Nacional de

Artes Cênicas (FUNDACEN), Fundação do Cinema Brasileiro (FCB), Fundação

Nacional Pró-Leitura (Pró-Leitura) e EMBRAFILME e reformulação do SPHAN;

1991: Promulgação da Lei 8.313 que criou o Programa Nacional de Apoio À

Cultura (PRONAC) Lei Rouanet.

De acordo com a mesma autora, os diferentes períodos do governo no Brasil

trouxeram consigo diferentes posturas quanto as políticas públicas culturais. Enquanto no

período Vargas nota-se a primeira formalização, o governo militar renovou o papel da ação

pública no campo cultural. O governo Collor, por sua vez, teve ação devastadora neste

aspecto. O período após a redemocratização destaca-se, segundo Pablo Ortellado, pelo

aprimoramento das leis de incentivo, especialmente no governo FHC. Já o governo Lula

trouxe consigo novas ações, com prioridade notável em relação ao Plano Nacional de Cultura

e o Sistema Nacional de Cultura. Os frutos gerados estão atuantes no momento com a gestão

de Dilma Rousseff, com a cultura possuindo papel de gerador de riquezas não só culturais,

mas econômicas e sociais (ORTELLADO, 2015).

O cenário acima descrito se deu, de acordo com Isaura Botelho (BOTELHO,

2001), pelo financiamento de projetos através das leis de incentivo fiscal. As leis de incentivo

são, segundo a autora, maneira encontrada pelo governo para solucionar a falta de recursos

14

recorrendo ao patrocínio privado, dispondo de mais verba para a cultura mesmo quando há

cortes de gastos nas áreas de políticas sociais e de cultura.

Participar da lei de incentivo fiscal é manobra benéfica não só para os proponentes

de projetos. Atualmente, a estratégia de incentivar a produção cultural no Brasil é “uma

conjunção de interesses que proporciona benefícios também para o mundo empresarial, ao

passo que o desenvolvimento de ações sociais é marketing para a imagem da empresa, além

de proporcionar economia fiscal importante” (BARBOSA & OLIVEIRA. 2004. p.).

Esta estratégia não extingue, porém, a responsabilidade do Estado em regular as

ações do setor privado, uma vez que o recurso empregado é público (renúncia fiscal). Soma-

se a isso o fato de que as empresas tendem, de acordo com Botelho (BOTELHO, 2001),

influenciar a produção de arte e cultura.

Os fatos acima citados norteiam as atuais Leis de Incentivo à Cultura no Brasil,

que são implementadas em todas as esferas: federal, estadual e municipal. Dentre estas,

destaque-se a Lei Rouanet (8313/91), que substituiu a Lei nº 7505 de 22 de julho de 1986,

conhecida como Lei Sarney, considerada pioneira das leis de incentivo.

(...) Tem como princípio fundamental a permissão, a pessoas físicas e

jurídicas, de desconto no imposto de renda de investimento, (doações e

patrocínios) em projetos culturais. Tais projetos devem ser previamente

cadastrados e aprovados pelo Ministério da Cultura, de acordo com critérios

estabelecidos pela referida lei. O programa Nacional de Apoio à Cultura

(PRONAC FOI CRIADO PELA Lei nº8313/91 a fim de desenvolver a

atividade cultural e dar prioridade a produção da cultura nacional.

(BARBOSA & OLIVEIRA. 2004. p.95).

Menciona-se a particularidade na prestação de contas pelos proponentes. Os

projetos aprovados devem apresentar a prestação de contas apenas ao final da execução do

mesmo, conforme portaria nº 86 de 26 de agosto de 2014 (atual), que rege os procedimentos

de análise de prestação de contas do programa (PRONAC).

15

No município de São Paulo, a lei nº10923 chamada de “Lei Mendonça”

determinou os valores do benefício fiscal para as empresas incentivadoras: “Dedução do valor

de 70% do valor investido no projeto, até o limite de 20% do total devido de ISS (imposto

sobre serviço) e IPTU (imposto predial e territorial urbano) (BARBOSA, & OLIVEIRA, C.

2004. p.103). Atualmente, a Lei Mendonça não é mais implementada. No estado de São

Paulo, aplica-se o Programa de Ação Cultural – PROAC/ICMS. Lei 12268/2006. O histórico

da regulamentação da lei de incentivo do Estado de São Paulo é descrito brevemente por

Queiroz (2015):

“No ano de 1996, o Estado de São Paulo regulamentou sua primeira a lei

estadual de incentivo à cultura, lei 8.819/94, também conhecida como LINC

(Lei de Incentivo à Cultura). Apesar de um início crescente, a lei teve um

decrescimento de investimentos governamentais ao longo dos primeiros anos

e no ano de 1999, a lei foi engavetada e nenhuma ação cultural pode utilizar

seus benefícios. Até que, em 2006, após a mobilização de produtores locais,

aconteceu a regulamentação de uma nova lei estadual de incentivo à cultura.

Sob a batuta do então Secretário Estadual de Cultura o cineasta João Batista

de Andrade foi lançado o programa de incentivo à cultura do Estado de São

Paulo, o PAC (Programa de Ação Cultural), regulamentado pela lei

12.268/2006, que utiliza os benefícios fiscais do ICMS para o incentivo à

cultura no Estado. O programa foi chamado a partir do ano de 2007 de

PROAC para que não houvesse coincidência com o programa de economia

federal, com sigla homônima, lançado pouco tempo depois. A lei do ICMS

de São Paulo prevê a utilização de dedução fiscal para as empresas

patrocinadoras que podem deduzir parte devida do ICMS (Imposto sobre

Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de

Serviços de Transporte Interestadual). Os patrocínios das empresas são

baseados em percentuais aplicáveis ao valor do saldo devedor do ICMS

apurado pelo contribuinte, devendo esses percentuais variar de 0,01% a 3,0

% do valor devido de acordo com escalonamento por faixas de saldo

devedor anual. (LEI 12.268/2006, p. 2).”

O Programa de Ação Cultural -PROAC tem como objetivos: I -) Apoiar e

patrocinar a renovação, o intercambio, a divulgação e a produção artística no Estado; II -)

Preservar e difundir o patrimônio cultural material e imaterial do Estado; III -) Apoiar

pesquisas e projetos de formação cultural, bem como a diversidade cultural; IV -) Apoiar e

16

patrocinar a preservação e a expansão dos espaços de circulação da produção cultural (Artigo

2º Lei 12268/2006).

O Programa é divido em duas modalidades – PROAC – EDITAIS (que não será

objeto de estudo deste trabalho), e o PROAC/ICMS, que tem como fonte os recursos de

incentivo fiscal. Apenas para um breve resumo, a modalidade de EDITAIS consiste na

elaboração de concurso de projetos através de editais específicos para diversos segmentos

culturais. Os recursos desta modalidade são diretos da fonte da Secretaria de Estado da

Cultura. Os projetos são analisados por uma comissão avaliadora que faz uma seleção de

projetos premiados. Os proponentes de projetos aprovados assinam contratos com o Estado, e

no ato da assinatura recebem 70% do valor do projeto, os outros 30% somente são repassados

ao proponente após a entrega do relatório final de execução do projeto.

Já o PROAC/ICMS, modalidade de incentivo fiscal, atualmente regido pela

Resolução SC- 96 de 22 de Novembro de 2011. Nesta modalidade, as empresas jurídicas

devidamente cadastradas e regularizadas junto a Secretaria da Fazenda poderão redirecionar

até 3,0% do seu valor mensal de arrecadação do imposto ICMS (Artigo 6º – Lei 12268/2006)

para projetos aprovados pela Secretaria de Estado da Cultura. Os projetos são analisados pela

Comissão de Análise de Projetos (CAP) (Art 20 – Lei 12268/2006), que verificará se o

projeto atende os requisitos do artigo 9º da Resolução 96 de 22/11/2011, que trata do interesse

público, artístico, contabilidade de custos, capacidade técnica e artística do proponente, e

atendimento a legislação do PROAC.

Poderão apresentar projetos pessoas físicas e jurídicas, de que tenham dois

anos no mínimo residente no Estado de São Paulo, que não tenham problema com o fisco

(Art.6º, parágrafo.3º da Lei.12.268 de 20/02/2006), e comprove atividade principal na área da

cultura, neste caso, para pessoas jurídica (Artigos 8º e 15º da lei 12268/2006) podendo

cadastrar projetos em um dos 23 segmentos culturais disponíveis, de acordo com artigo 4º da

17

mesma lei. Uma vez aprovado o projeto, o proponente terá até o ano subsequente (Artigo 21º

Decreto 54275/2009) para captar recursos junto as empresas contribuintes do ICMS.

Em breve resumo, o ciclo de um projeto nesta modalidade é: (1) Cadastro do

proponente via sistema; (2) Envio da documentação de proponente e projeto, via sistema e

fisicamente; (3) aprovação ou não dos documentos e direcionamento para comissão de

analise, que analisará o projeto e poderá aprovar, reprovar ou pedir complemento de

informação (Artigo 10º Decreto 54275/2009); (4) em caso de aprovação o proponente

assinará um termo de compromisso e abrirá contas especificas para o projeto, (Artigos. 19 e

20 do Decreto 54275/2009), realizará o projeto e (5) prestará contas (Artigo 25 Decreto N°

54275/209).

Caso o proponente entregue todos os documentos listados (Artigo 29º Resolução

SC 96 de 22/11/2011), poderá cadastrar novos projetos. A não entrega de prestação acarretará

sanções e punições previstas (Artigos 33º e 34º da Resolução 96), A prestação de contas

apresentada poderá ser aprovada, aprovada com ressalva ou reprovada. No caso de

reprovação, o proponente não poderá mais celebrar contrato com o Estado. Desta forma, a

prestação de contas é parte fundamental na funcionalidade do PROAC/ICMS. Os pormenores

deste fato serão elucidados no capítulo subsequente.

18

4 Teoria de Controle na Administração Pública

A ideia de controle, para alguns autores, é muito antiga, sinal natural da evolução

do ser humano, que buscou poder controlar os fenômenos e acontecimentos para evitar

resultados que prejudicassem seu bem-estar e seus propósitos (SILVA, 2010). Nesta mesma

linha, o autor (RIBEIRO, 2002) destaca que pensadores clássicos como Hobbes e Maquiavel

já apontavam da necessidade do homem poder ter sua natureza controlada. Para o mesmo

autor existe uma forma de controle desde o início das organizações de trabalho, pois sempre

se pretendeu estabelecer controle sobre trabalho e produção.

Esta ideia esteve presente nos principais teóricos da Administração e Economia,

como Bobbaage , que propôs divisão do trabalho, e Fayol, que já relacionava o controle como

função administrativa essencial. (RIBEIRO, 2002).

Em relação ao seu papel na Administração, o controle é uma das cinco

ferramentas essenciais, ao lado de prever, organizar, comandar, coordenar. Sendo que o

controle se relaciona com todas as demais funções. (SILVA, 2010). Controle dentro da

Administração está sempre relacionado como ferramenta que permite verificar se os objetivos

desejados ou desejáveis foram cumpridos (RIBEIRO, 2002).

A definição de controle segue a mesma linha por outros autores. Para (Meggson

1981 Apud SILVA, 2002, p.3), controle é o processo que garante que os objetivos

organizacionais e gerenciais serão cumpridos. Para ( ALBANASE 1986 Apud SILVA, 2010,

p.3) é o processo que assegura que as ações estejam de acordo com o resultado desejado.

Aliado a verificação de resultados e objetivos, controle também prevê ações corretivas quando

necessárias (SILVA, 2010).

O Autor Ribeiro (2002) destaca que além do controle administrativo existe o

controle político, o controle jurisdicional e o controle social, sendo que o controle político é o

19

exercido pelos representantes do povo sobre os atos administrativos públicos, exercida pelo

Poder Legislativo, associado a ideia de controle externo. Já o controle Jurídico é exercido pelo

poder judiciário, com intuito de proteger o indivíduo e o patrimônio público. O controle

Social prevê ampla participação da sociedade como controladora das atividades do Estado.

Neste controle, o autor destaca a possibilidade de aumento de accountability, importante para

o momento em que o limite orçamentário e pessoal do Estado em criar mecanismos de

controle se reduzir (RIBEIRO, 2002). Uma divisão clássica em relação aos tipos de controle é

a definição de controle interno e controle externo:

A tradicional classificação entre o controle externo e interno está relacionada

à inserção ou não dos órgãos de controle administrativa a ser controlada. O

controle Interno é organicamente inserido na estrutura administrativa que

está sendo controlada, manda a boa pratica e a teoria de controle que ele

esteja diretamente subordinado ao dirigente maior do órgão em que está

inserido. O controle Externo é subordinado ou compõe outro poder,

tradicionalmente o Poder Legislativo, mas há casos de fazer parte do Poder

Judiciário. (RIBEIRO, 2002, p. 6).

Há de se destacar o processo histórico do controle interno no Brasil. A criação do

Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em 1936, é considerado o grande

marco inicial, onde buscou-se a racionalização, padronização e aquisição racional de matérias.

Neste período o concurso virou foram de ingresso na carreira da administração pública

(SILVA., 2010). Para o mesmo autor existe algumas leis que fundamentam o controle interno

no Brasil, ressalta:

O Fundamento do controle interno na Administração Pública Brasileira está

no Artigo 76 da Lei 4.320/64, o qual estabelece que o Poder Executivo

exercerá os três tipos de controlada execução orçamentária: 1)legalidade dos

atos que resultem arrecadação da receita ou realização da despesa, o

nascimento ou extinção de direitos e obrigações ; 2) a fidelidade funcional

dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e 3)

o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e

em termos de realização de obras e prestação de serviços... Decreto-lei n°

200/67, estabeleceu que as atividades da Administração obedeceriam aos

princípios fundamentais do planejamento, coordenação, descentralização,

20

delegação de competência e controle (Art. 6). Quanto ao controle, seria

exercido em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo o controle

pela chefia competente, pelos órgãos próprios de cada sistema e pelos órgãos

de contabilidade e auditoria (Art 13). (SILVA, 2010, p. 7).

O autor também menciona que a Constituição Federal de 1988 trouxe com mais

clareza o escopo do controle interno e destaca:

Art. 70ª fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,

quanto á legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções

e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante

controle externo e pelo sistema de controle interno de cada poder. Art. 74 Os

poderes Legislativos, Executivos e Judiciário manterão, de forma integrada,

sistema de controle interno com a finalidade de: I-Avaliar o cumprimento

das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de

governo e dos orçamentos da união; II – comprovar a legalidade e avaliar os

resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentaria, financeira e

patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal bem como da

aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III-exercer o

controle das operações de credito, avais e garantias, bem como dos direitos e

deveres da União; IV-apoiar o controle externo no exercício de sua missão

institucional. Parágrafo 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao

tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão

ciência ao tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilização

solidaria. (SILVA, 2010, p. 8).

21

5 Accountability: Prestação de Contas e Transparência

A administração pública brasileira, que a vinte anos passou por uma reforma do

aparelho estatal, busca aplicar os fundamentos da “Nova Gestão Pública”, onde o foco está

nos resultados das políticas públicas e no cidadão, que passa ser visto como cliente.

A busca pela eficiência e produtividade, ou seja, buscar alcançar os melhores

resultados possíveis com o recurso disponível é fundamental (PETERS & PIERRE.2011, p.

480); assim como a busca por um governo honesto e justo (HOOD,1991, apud, PETERS &

PIERRE, 2011, p 480). Os autores destacam que neste cenário, a ação coletiva para decisão da

formulação de políticas públicas, o “accountability” é essencial..

A definição de conceito da accountability ainda não possui, na língua portuguesa,

tradução exata, o que gera possibilidades de interpretações. O estudo de José Antônio Pinho e

Ana Maria Sacramento de 2009 traz à tona, novamente, um outro estudo sobre o mesmo tema,

no caso, da autora Anna Maria Campos, que trata justamente sobre a ausência deste conceito

no Brasil. Ao se buscar na língua inglesa a definição:

A ideia contida na palavra “accountability” traz implicitamente a

responsabilidade pessoal pelos atos praticados e explicitamente a exigente

prontidão para Prestação de Contas, seja no âmbito público ou no privado

(PINHO & SACRAMENTO, 2009, p. 1347)

Os autores Pinho & Sacramento (2009) ainda indicam para a ideia de

responsabilização frente à alguma coisa, sujeito a prestar contas, podendo entender que

“accountable” é algo que seja responsável, explicável e justificável. Os autores, novamente

destaca os estudos de Campos (1990), que afirma:

Accountability é sinônimo de responsabilidade objetiva, Isto é, trata-se da

responsabilidade de uma pessoa ou organização perante a outra, fora de si

mesma. Tal responsabilidade tem consequências, implicando em prêmios

pelo seu cumprimento e castigo quando o inverso for verificado (Campos

2009, apud PINHO & SACRAMENTO, 2009, p 1348).

22

Os autores fazem referência ao estudo de Schedlen (1999), que aponta para três

questões identificadas como necessária para a eficácia da accountability. São elas:

informação, justificativas e punição.

Resumidamente podemos afirmar ainda que accountability nasce com

assunção por parte de uma pessoa da responsabilidade delegada por outra, da

qual exige prestação de contas, sendo que a análise dessas contas podem

levar a responsabilização” Em um esquema simples “A” delega

responsabilidade para “B”, “B” ao assumir responsabilidade deve prestar

contas para “A”. “A” analisa os atos de “B”, feita análise premia ou castiga

(PINHO & SACRAMENTO,2009, p.1350).

Os estudos de O’Donnel (1991 e 1998) apontam duas arenas de aplicação do

accountability. “Nesta clássica diferenciação: horizontal, na qual um órgão público presta

contas a outro, e vertical, em que o estado presta contas à sociedade” (Angélico, F., 2012, p.

13). O estudo de Pinho e Sacramento (2009), também aborda esses dois campos teorizados

por O’Donnel: o campo vertical é uma relação entre desiguais, por exemplo nas eleições,

onde a sociedade avalia a gestão de um representado, e depois com o voto pune com a não

eleição ou premia com a reeleição. Já no caso da Vertical, entre iguais, está subentendido, a

relação check and balances entre os poderes constituídos, no caso, Executivo, Legislativo e

Judiciário (PINHO & SACRAMENTO, 2009).

Outra ideia que podemos entender que está embutida no tema de accountability é

o “controle”. Percebe-se que em ambas as dimensões de O’Donnel, os órgãos públicos

poderão e deverão ser controlados, ou pela sociedade, ou pelas instituições legislativas e

judiciaras, quanto por órgãos públicos criados para exercer controle e fiscalização. Menciona-

se como exemplos a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União.

Vale ressaltar que as tipologias de controle no Brasil são denominadas: “Controle

Interno”, quando inserido na estrutura administrativa que está sendo controlada e o “controle

23

externo” quando é subordinado a outro poder. Por exemplo, subordinação ao legislativo e às

vezes pelo judiciário (RIBEIRO, 2002).

Um fato importante que os estudos apontam, é que o accountability pressupõe

democracia. Em governos ditatoriais o controle e a fiscalização são impensáveis. Quanto mais

democrático é o país, maior é possibilidade de fiscalização e de obrigatoriedade de

responsabilização (CAMPOS 1990 apud PINHO & SACRAMENTO 2009).

O Brasil vive hoje o Estado democrático de Direito, onde a possibilidade de

controle e accountability vertical é cada vez maior. É pressuposto da Nova Gestão Publica o

controle social, não só para eleições, mas também para fiscalização das políticas públicas.

A Constituição Federal Brasileira garante em seu artigo 5º inciso XXXIII, que

todos têm o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou

coletivo, que serão prestados no prazo da lei, sob penalidade, ressalvo aquelas que estão sob

sigilo seja imprescindível que possam afetar a segurança da sociedade ou do Estado).

Em 2011 foi aprovada a importante Lei de acesso à informação (12527 de

18/11/2011), na qual é garantido ao cidadão acesso a informações dos órgãos governamentais

sobre a execução das políticas públicas e dos recursos públicos. Essas informações devem ser

fornecidas de forma espontânea pelo órgão (transparência ativa) e fornecida pelo órgão

sempre que solicitado (transparência passiva). Acresça-se que deverão ser claras e de fácil

entendimento.

Esta lei, dentro da administração pública, mas especificamente da Nova Gestão

Pública, que busca resultado e que tem foco no cidadão, é fundamental para que a população

exerça melhor a accountability vertical, e possa não só fiscalizar, mais ajudar na condução das

políticas públicas.

24

Em suma pode-se dizer que, ao se falar de prestação de contas, falamos de

Accountability, que por sua vez só consegue ser enraizada em solo onde a democracia é

exercida e, peça chave para a Nova Gestão pública, uma vez que ajudará no controle da

eficiência e na qualidade dos serviços prestados ao cidadão e no combate direto a corrupção.

25

6 Prestação de Contas PROAC/ICMS

Como já apontado nos tópicos anteriores, à administração pública necessita de

mecanismos de controle. O controle está embutido em accountability, associado à ideia de

responsabilização e de prestação de contas.

Tanto na lei quanto no decreto e resolução existem artigos que se relacionam

diretamente com a fiscalização da aplicação dos recursos públicos, direcionados aos projetos

aprovados pela Secretaria da Cultura. Um primeiro ponto a ser destacado é que só pode

patrocinar projetos empresas que não tenham problema com o fisco (Art.6º, parágrafo.3º da

Lei.12.268 de 20/02/2006).

Uma vez apto a se tornar proponente, o projeto só é aprovado se provar interesse

público e sua planilha orçamentária não ferir o princípio da razoabilidade e economicidade

que rege a Administração Pública (Artigo 10 Decreto e Artigo 9 da Resolução 96).

No PROAC-ICMS, a prestação de contas é obrigatória para todos os projetos

incentivados, tendo o proponente que apresentar os documentos em até trinta dias após a

execução de seu projeto (Artigo 25º, Decreto nº 54275 de abril de 2009).

O Manual de Prestação de Contas (p. 5) disponível na página do Programa alerta:

“por se tratar de recursos públicos, é necessário a aplicação de procedimentos de controle e

fiscalização que garantam a correta aplicação do recurso”. Esta obrigatoriedade vai ao

encontro da teoria de accountability, e se torna uma forma de controle por parte do Órgão

Secretaria de Estado da Cultura, através da Legislação do PROAC, garantir o bom

gerenciamento dos recursos e que o cumprimento do objetivo proposto pelo proponente, o que

nos remete a teoria de controle da administração pública, principalmente no que tange o

controle como forma de eficácia, metas atingidas e efetividade.

26

Entre os documentos exigidos pela legislação do PROAC-ICMS (Artigos

22,24,25), pode-se citar:

Relatório de Atividades e Metas: onde é detalhada a execução do projeto e

possíveis dificuldades enfrentadas, neste ponto é possível análise de resultados e

efetividade;

Envio de todas as notas fiscais: É obrigatório conforme artigo 25 da resolução

SC 96, que rege que as notas fiscais pagas com recurso público, deverão estar em

bom estado, em primeira via, detalhar serviços, serem emitidas no prazo de

vigência do projeto (não é permitida notas emitidas antes do primeiro aporte na

conta movimento. Artigo 18 Resolução SC 96) e com informações do fornecedor

como endereço e CNPJ, ou seja todas as informações que garantam a

possibilidade de consulta, inclusive das atividades que a empresa pode prestar de

acordo com seu objeto social. As notas deverão ser acompanhadas dos respectivos

comprovantes de pagamento. Só poderá ser efetuado pagamento através de cheque

nominal, e transferência eletrônica (artigo 16 Resolução SC 96). Esta exigência de

pagamento identificado torna possível o rastreamento do dinheiro público (artigo

32 resolução 96). Nos casos de projetos que recolheram impostos, também é

obrigatória a apresentação das guias geradas e dos respectivos comprovantes de

pagamento. (Artigo 25 resolução 96). Vale mencionar que pela legislação do

PROAC/ICMS, no caso de pagamento a pessoa física, é permitida a emissão de

recibo simples 9 artigo 25 resolução SC 96). Desde que apresente cópia do RG,

CPF e comprovante de residência.

Extratos completos das contas abertas especificamente para o projeto: A

obrigatoriedade da apresentação dos extratos e das notas fiscais nos remete a

27

teoria do controle da administração, que aponta para a importância do controle da

movimentação financeira. Para (SILVA,2011):

A fiscalização contábil diz respeito aos procedimentos necessários para a

avaliação e certificação de que a contabilidade do órgão/entidade registra

adequada e fidedigna (...) sendo a contabilidade a espinha dorsal do sistema

de informações econômico-financeira, constitui instrumento indispensável

em todos os enfoques de controle (SILVA, 2011,p. 8).

Neste ponto é importante destacar, a exigência contida nos artigos 19 e 20 do

Decreto 54275/2009 que obriga ao proponente movimentar os recursos por contas abertas

especificamente para cada projeto e controladas pelo PROAC-ICMS. Sendo obrigatória a

apresentação dos extratos das contas, o que torna possível analisar entradas e saídas de

dinheiro e compará-las com as notas fiscais. Desta forma é possível perceber que as contas

sempre estarão sempre aos olhos do programa.

Anexos: relacionam pagamentos com notas fiscais e rubrica aprovada, com

base no preenchimento desses anexos é possível averiguar se o proponente

movimentou recursos dentro do programado e aprovado pelo programa. Vale

mencionar que todos os anexos precisam obrigatoriamente serem assinados pelo

proponente e também por um contador regularizado. Tal medida é importante para

gerar mais responsabilidade ainda sobre os números apresentados.

Materiais de Divulgação e prova de realização: é obrigatório o envio de fotos,

notícias de jornais cartazes, banners, tudo que foi usado para divulgação e

comprovação da realização do projeto. Com base nesses documentos é possível

verificar se o projeto foi executado conforme aprovado, nos locais, horários e

preços previamente combinado. Este é outro ponto que pode-se relacionar

diretamente com a teoria de controle e de accountability, no que tange ao controle

como forma de atingimento de metas, efetividade, informações coletadas que

garantem o cumprimento do objeto. Neste momento também é analisado se os

28

logos institucionais foram divulgados, conforme previsto no artigo 18 da lei

12.268 de 2006. Uma vez que recursos públicos são destinados é dever do

proponente deixar nítida a população o apoio financeiro do Governo, desta forma

dar ciência do fato a população, que inclusive pode buscar maiores informações

sobre o projeto e exigir averiguação das contas. Aos olhos da teoria da

administração pública, a população poderia inclusive exercer o controle social e

accountability vertical. Pela legislação do programa a falta da logo marca do

Governo e do PROAC/ICMS, é passível de enquadramento em inadimplência e

punição, conforme artigos 33 e 34 da Resolução SC 96 de 22/11/2011.

Contrapartidas: Item obrigatório para todos os projetos, conforme artigo 17 do

decreto 54275de 2009, O PROAC/ICMS possui a Resolução 48 de 2012 que trata

do assunto. O proponente deverá apresentar fotos, declarações, listas, borderôs,

tudo que possa a comprovar como realizou o projeto. O PROAC/ICMS poderá

solicitar qualquer informação ou documento que julgar necessário para

comprovação deste item, na verdade, sobre qualquer item, conforme artigo 28 da

resolução SC 96.

Produto final: O proponente deve apresentar o produto realizado graças aos

recursos públicos, no caso, apresentar o CD, DVD, livro, etc. Lembrando que

todos os produtos deverão constar os logos institucionais, passiveis de sanção aos

proponentes que não divulgarem o apoio do governo do Estado e logo do

programa.

No caso da não entrega dos documentos, o proponente sofrerá suspensão de

qualquer outro projeto que esteja em andamento; o fato será comunicado à Secretaria da

Fazenda e a Procuradoria Geral do Estado. Tem ainda seu CPF ou CNPJ cadastrado no

CADIN ESTADUAL; terá que devolver o valor integral; será aberto um processo perante o

29

Tribunal de Contas do Estado e, não poderá cadastrar projetos por 5 anos no PROAC/ICMS,

como regem os Artigos 33 e 34 da Resolução de 22/11/2011, que substituem os Artigos 21 e

22 da Resolução 22 de 2009.

Uma vez entregues todos os documentos preenchidos corretamente e de forma

legível, como prevê a legislação, o PROAC/ICMS tem o dever de analisar a prestação de

contas, tanto da parte do objeto quanto da Prova financeira (Artigo 23 Resolução 96 de

22/11/11), e emitir um relatório (artigo 26 decreto 54.275/09). Na Resolução SC-96 de

22/11/2011, nos artigos 29 e 30, apontam para que o PROAC/ICMS, poderá solicitar

esclarecimentos a qualquer momento ao proponente, e que casos omissos na legislação a

Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural será responsável pela decisão.

Na literatura pesquisada, tanto de accountability quanto de teoria de controle, a

ideia de premiação para os bons gestores e punição quando ocorre o inverso, é muito

recorrente. No texto de Silva (2010), menciona-se que uma das fases do controle é a ação

corretiva, quando necessárias. O Estudo de Ribeiro (2002), aponta para o poder coercitivo que

o modelo do tribunal de contas possui. No caso do PROAC/ICMS a análise da prestação de

contas é feita a posteriori, e a legislação do programa, como demonstrado, gera punição aos

proponentes que não apresentarem a prestação de contas, não cumprirem o projeto conforme

aprovado, gerirem mal os recursos ou não divulgarem o logo institucional do governo e do

programa. Nestes casos o proponente poderá sofrer sanções de até cinco anos sem poder

cadastrar novos projetos, ter sua prestação de contas reprovadas e obrigação de devolver os

recursos integralmente ou parcialmente, ser cadastrado no Cadastro Informativo dos Créditos

não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (CADIN-Estadual); e ainda estará sujeito a

instauração de processo perante o Tribunal de Contas do Estado. Neste sentido, a forma de

controle social, daria oportunidade de fiscalização e execução do andamento do projeto,

30

também pela população, podendo auxiliar em medidas preventivas, para que não ocorra o

problema para depois ser punido.

Cabe destacar que pela teoria de controle o próprio programa está sujeito a controle,

inclusive o externo, podendo ser solicitado provas de objetivos e resultados de eficiência,

eficácia e efetividade, bem como sua gestão financeira.

31

7 Análise e Discussão

A legislação do PROAC-ICMS, como demonstrado, exige que os proponentes de

projetos passem por uma verdadeira maratona de comprovação de documentos, tanto da parte

financeira quanto da execução do projeto. Essas exigências tornam o processo transparente e

passível de fiscalização e controle, inclusive externo, o que faz com que os proponentes e os

gestores do programa tenham maior responsabilização accountability dos atos.

Como já falado em tópico anterior, a prestação de contas pressupõe que, quando

alguém, ou um órgão, delega responsabilidade a outros, este precisa prestar contas dos seus

atos, podendo inclusive punir, caso necessário. A legislação do PROAC/ICMS, garante este

controle e indica que efetuará punições se preciso.

Todavia, o presente estudo verifica que ainda existem desafios para o

fortalecimento da accountability vertical, que possibilite o controle por parte da sociedade.

Entre eles, buscar dispor de maiores informações em seu site sobre a execução de projetos em

andamento e sobre resultados de prestação de contas, como explicito no Artigo 7º item b, da

lei de acesso à informação, onde dispõe que o órgão público precisa divulgar o resultado de

inspeções, auditorias, prestação de contas realizadas pelos órgãos de controles interno e

externo, incluindo prestação de contas relativas a exercícios anteriores.

A publicidade é um preceito da lei de acesso à informação, que exige a divulgação

de informações de interesses públicos, independente de solicitação. É dever do órgão

disponibilizar dados, planilhas, relatórios, e sempre com uma linguagem de fácil

compreensão. A lei pressupõe que se incentive a pratica de transparência, e que se utilizem

todas as ferramentas possíveis da tecnologia da informação para fazer chegar aos cidadãos

informações sobre o andamento da política pública.

32

No site do PROAC/ICMS, verifica-se que alguns dados já são disponibilizados,

como a lista de empresas patrocinadoras, porém ainda não é possível saber qual projeto cada

empresa está patrocinando e quanto é o repasse de cada empresa. Também é disponibilizado

um link de consulta pública, onde o cidadão deverá fazer busca por nome de proponente,

nome de projeto, e cidade do proponente. No entanto, quando localizado um projeto se tem

apenas a proposta completa, não há como saber se o projeto foi aprovado com a planilha

inicial, e se houve alguma mudança.

Ao se publicizar seus dados, planilhas e relatórios, a tendência é que o

PROAC/ICMS seja auxiliado pela população, inclusive para efeito de prestação de contas dos

projetos, uma vez que só é apresentada pelo proponente os documentos de prestação de contas

ao final do projeto, ou seja, não existe um acompanhamento durante a execução. A população

poderia dispor de informações e de instrumentos que permitisse relatar ao PROAC/ICMS se o

projeto está acontecendo nos locais indicados quando da inscrição, se os preços cobrados ao

público não estão diferentes, e se os logos institucionais obrigatórios estão sendo divulgados.

Com base na literatura pesquisada, o PROAC/ICMS somente teria a ganhar

abertura de dados relativos aos projetos incentivados. A população ajudaria de forma

participativa na fiscalização, com isso ajudaria, inclusive, a prevenir mal uso do recurso

público por parte dos proponentes, o que desobrigaria a medidas coercitivas por parte do

PROAC/ICMS.

Uma vez, que o cenário é de análise a posteriori, a publicização de relatórios,

planilhas e também da prestação de contas dos projetos, fariam com que os proponentes

tivessem seus documentos apresentados a disposição para consulta de qualquer pessoa, o que

já traria uma responsabilidade ainda maior, principalmente quando da execução financeira.

Esta pratica poderia ajudar a inibir pratica não corretas de gestão dos recursos públicos. O

33

único entrave aqui é que alguns documentos podem ser considerados sigilosos. Mas não

existe ainda uma relação de qual documento do Programa é considerado ameaça a segurança.

Outro fator que podemos encarar como desafio ao PROAC/ICMS é poder utilizar

da tecnologia da informação, não só para ir de acordo com a teoria da administração pública,

que indica para a necessidade tecnológica, que facilitaria o controle social, mas como também

para que o proponente faça prestação de contas toda via sistema, o que daria uma maior

facilidade na gestão para o proponente, uma maior confiabilidade em relação aos dados

apresentados.

Não se pode deixar de colocar como desafio a interlocução política, entre os

programas de nível federal (PRONAC) e o de nível Estadual (PROAC/ICMS), uma vez que

se fosse possível cruzar os dados, haveria a possibilidade de se verificar se os projetos

patrocinados pelo recurso público do Estado também estão sendo financiado pelo recurso

federal.

Desta forma, seria possível ainda averiguar se o que o proponente já solicitou a

um dos órgãos, e não permitir a solicitação ao outro. Em outras palavras, isso evitaria, por

exemplo, que uma nota fiscal fosse apresentada tanto no PRONAC quanto no PROAC/ICMS.

34

8 Conclusão

O presente trabalho ao analisar a legislação do PROAC-ICMS, verificou que o

programa exige de prestação de contas dos proponentes para com o Governo, uma vez que o

Estado repassou verbas públicas a serem geridas pelo proponente durante a execução do

projeto.

Verifica-se, também, que os projetos poderão ser auditados por órgãos externos, o

que é mencionado na teoria do controle da administração pública, e na própria lei (Artigo 32º

Resolução 96) indica que os processos estarão à disposição de auditoria dos órgãos de

controle estaduais, entre outros.

Verifica-se que é possível analisar toda movimentação financeira ao se exigir a

apresentação dos extratos bancários, e relaciona-la com cada despesa com a nota fiscal e

rubrica. Além disso, existe a exigência de que o proponente apresente o comprovante de

pagamento, sendo desta forma, verificar se o emitente de uma nota fiscal é quem de fato

recebeu, com isso até mesmo a receita federal poderá cruzar dados, e sendo possível o

rastreamento do dinheiro.

Verifica-se que o proponente é exigido de apresentar documentações

comprobatórias em relação à execução do projeto, onde precisa apresentar fotos, banners,

declarações assinadas dos locai, e notícias jornalísticas, o que vai ao encontro da teoria de

controle da administração publica, no que tange a preocupação com o cumprimento do

objetivo e efetividade.

O presente pesquisa verificou que existem desafios, principalmente em relação a

publicização de dados, garantindo assim uma accountability vertical, com maior participação

do controle social sobre o programa.

35

Foi verificado que a legislação do PROAC/ICMS garante forma de premiar os

proponentes que executaram bem o projeto, dando-lhes oportunidades de cadastrar novos

projetos, como também de puni-los em caso da má utilização dos recursos, o que vai ao

encontro da literatura estudada da teoria de controle da administração pública e de

accountability. Conclui-se que hipótese apresentada se faz verdadeira, uma vez que legislação

do programa “PROAC/ICMS” – exige Prestação de contas e possui meios de analisa-la, e

garante que o processo administrativo estará sujeito a controle, ou seja, existe preocupação

com a forma que foi gerida os recursos públicos.

Em tempos em que a sociedade cada vez mais exige dos órgãos públicos o bom

gerenciamento dos recursos públicos, maior responsabilidade, transparência e meios que

possibilite fiscalização, a expectativa é que o presente trabalho tenha demonstrado que o

Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo possui uma legislação atenta para a

prestação de contas, mas que também busque evoluir cada vez mais em meios que garantam o

controle vertical social.

36

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SÃO PAULO (Estado). Sistema ProAC ICMS. Disponível em: http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/PAC. Acesso em 22 Maio 2015.

SÃO PAULO(Estado). Secretaria de Estado da Cultura. Manual de prestação de contas. Disponivel em: http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/PROAC/ICMS/ManualPROAC/ICMSPrestContasOut2014.pdf. Acesso: maio de 2016

UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160por.pdf . Acesso em maio de 2015.

UNESCO. Declaración de México sobre las politicas culturales. In: WORD CONFERENCE ON CULTURAL POLICES, Mexico Cty, 1982.