cÂmara jr, joaquim mattoso - estrutura da língua portuguesa - o sistema de pronomes em português

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Capítulo 15 do livro Estrutura da Língua Portuguesa, O Sistema de Pronomes Em Português

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    na realidade nomes adjetivos cognatos do verbo. 7 Por outro lado,em certos dialetos sociais, alguns desses nomes adjetivos tm, comefeito, funo de particpio (um bom exemplo limpo, relacionadoa limpar). No portugus europeu, em certos dialetos sociais, h opadro especial, como a vogal temtica -e, para mais alguns verbos

    :'~- de C I. Ora so includos, ora excludos da lngua literria,aceito ou aceite para aceitar; variante do padro geral: aceitado;assente para assentar; variante do padro geral: assentado;entregue para entregar; variante do padro geral: entregado;expresso para expressar; variante do padro geral: expressao;expulso para expulsar; variante do padro geral: expulsdo;

    I frito para fritar; variante do padro geral: fritaM;ganho para ganhar; variante do padro geral: ganhao;gasto para gastar; variante do padro geral: gastado;pago para pagar; variante do padro geral: pagado;salvo para salvar; variante do padro geral: salvado;solto para soltar; variante do .padro geral: soltado.

    A gramtica normativa tem procurado, sem grande resultado,regulamentar o emprego de uma ou outra forma. Na realidade, atendncia do uso llngstco ampliar o emprego do padro geral.

    2) Verbos em que h a oposio R - R':2a) dito para dizer;feito para fazer;posto para pr;.visto para ver;

    Tio o radical ItiN/, sem travamento nasal, por IteNj, e SMT-o sem vogal temtica. Outra interpretao o radical reduzidot- (te-, do infinitivo, com a supresso da vogal tona final) e osufixo do padro geral -ido,

    2b) (Verbos apenas com R) :eleito para eleger; variante do padro geral: elegio;enxuto para enxugar; variante do padro geral: enxugao;

    variante .do..padro, geral

    o SISTEMA DE PRONOMESEM PORTUGU~S

    59. J vimos como os pronomes se caracterizam pela noo gra-matical de pessoa e em que ela consiste. uma noo que seexpressa peJa heteronmia, em vez da fJexo, ou seja, pela mu-dana do vocbulo gramatical. Tambm j conhecemos, em prin-cpio, o sistema desses pronomes, ditos pessoais, cuja funobsica indicar essa noo de pessoa. H um falante - eu, quepode associar a si uma ou mais pessoas - ns, constituindo aprimeira pessoa do singular, ou P 1, e a primeira pessoa do plural,ou P 4. A eles se ope um ouvinte (segunda pessoa do singularou P 2) - tu, ou mais de um ouvinte (segunda pessoa do pluralou P 5) - v6s, Todos os seres que ficam fora do eixo falante -ouvinte, constituem a terceira pessoa do singular, ou P 3, ou aterceira pessoa do plural (P 6) - ele, com o feminino ela, e eles,com o feminino elas, respectivamente (alternncia submorfmicall : ll no radical feminino). I

    Essas formas pronominais, ditas retas, so as dos pronomesusados em frase isolada ou como sujeito de um ~erbo, A seu lado,temos duas outras sries de formas, tambm ditas formas obl-quas. Uma adverbal, isto , usada como forma dependente juntoa um verbo, para expressar um complemento, que fonologicamente uma partcula procltica ou encltca do verbo; reSpectivamente: 'me, nos; te, vos; o, a, ou lhe; 08, as, ou lhee. Outra srie oblqua a de partculas que funcionam sob a subordinao Ide uma pre-. ~sio; estas, n.~ realidade" esto limitadas. s...fo~.~

    Rt.m:i .tr 6}.ft

    Fonologicamente, f so parteulas tnicas,' cabendo' e~ regra;' umaposio proclftica preposio subordinante. Alomorf~ desta lti-ma srie, para P 1, 2, 4, 5, so os que aparecemaglutnados preposio com - (co)migo, (con)tigo, (co)nosco, (CO\rt)'lJOl!co.

    A anlise apreciativa dessa descrio pe, em relevo certosfatos estruturais importantes. . . .

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  • Note-se que qualquer desses sistemas, com o verbo na terceirapessoa em referncia ao ouvinte e uma palavra ou locuo espe-cial, em vez do pronome pessoal reto, mantm para o ouvinte asformas oblquas adverbais de terceira pessoa (eu o ouo, eu lhefalo) . Na rea do Rio de Janeiro, entretanto, e alhures, no portu-gus do Brasil, a adoo de voc como tratamento de intimidade,num registro informal, introduz a forma adverbal te ao lado deo, a ou lhe, e assim aquela forma fica intercambivel com estasduas.

    Remodelao mais profunda do sistema consiste em deslocarlhe (com. a mesma amplitude de me e te) para forma adverbalcorrespondente a voc e o senhor. Ao mesmo tempo, na terceirapessoa propriamente dita, se eliminam o, a e lhe (no plural os, as,e lhes) em proveito de ele (-a, -s) em qualquer funo na frase. a rigor o registro que vigora na rea do Rio de Janeiro.

    Da, o seguinte sistema:

    P 1: eu ; me ; mim ; comigo.P 2: voc; lhe (te) .

    o senhor.P 3: ele (-a) .P 6: s (s).

    A srie tu, te, ti, contigo persiste com finalidade puramenteestilstica, ao lado de voc.

    Note-se que, para P 3 e P 6, h uma srie de formas oblquas,ditas reflexivas, quando se trata na sentena da mesma pessoaque o sujeito: se, adverbal; si, forma oblqua preposicionada;

    . consigo, aglutinao da preposio com e uma variante de si; ex.:ele se v no espelho; ele to vaidoso que s fala de si; sem nadadizer, ele pensou consigo .. Da, um sistema, especialmente comum

    . no portugus culto europeu, em que se deslocam as formas prepo-sicionadas si e consigo para o ouvinte, quando tratado com o verbona terceira pessoa: venho a si para lhe comunicar ... ,. falo

    '~~s;.CtmB.ig(),;;:''P(1J'~e..!,~~~r9~l1f8to~:;~,i,comp:,;ee~vo;~~~r esses 'sstemas interferentes dos pronomes

    l"~Rnllll1' portugueses, terminemos por apresentar aquele que, paraescrita e a lngua oral formulada, adota o nosso ensino

    me ; mim ; comigo.o senhor (fiem. a senhora)

    ; . ti ; contigo.o (fem. a), lhe.

    !,\.; loW conosco,...."

    ft.'

    ~-.,;

    P 5: Primeira srie de P 2 + /8/.P 3: ele (-a) ; o (a), lhe.P 6. P 3 + /8/. H

    J" r.

    60. Esses pronomes pessoais so funcionalmente substantivos. Osadjetivos correspondentes vm a ser os chamados adjetivos pos-sessivos, que tm as marcas nominais de feminino e plural paraconcordarem com o adjetivo determinado.

    O sistema terico dos possessivos, em que se leva em contaum P 5, plural puro e simples de P 2, o seguinte: .

    P 1: masc.: me + o = meu; pl.: + /S/; fem. */miN/ minh +a = minha; pl.: + /8/.

    P 2: masc.: te + o = teu,' pl.: + /S/; fem.: *tu + a = tua,'pl.: + /S/.

    P 4: */nOS/ + o = nosso; fem.: + a; pl.: + /8/.P 5: */voS/ + o = vosso; fem.: + a; pl.: + /S/.P 3, 6: masco se + o = seu; fem.: su. + a = sua; pl.: + /S/.

    .~

    :~,.,t:, .~

    ..r",

    r,

    ~.. ~s ~?~--;>". . ~~ . ;i

    A forma de P 5 persiste no tratamento formal ao, ouvintecomo - Vossa Alteza, Vossa Excelncia, Vossa Senhoria, etc. eo verbo na terceira pessoa concordando com a qualidade expressado ouvinte.

    . Elimina-se, porm, nos demais tratamentos do ouvinte naterceira pessoa verbal. A srie P 3, 6 - seu, sua, seus, suas oadjetivo correspondente ao ouvinte como determinante: sua deci-so (a deciso de Vossa Excelncia); sua opinio (a opinio dosenhor professor); seu livro (o livro do senhor, ou de voc). Dadecorre uma ambigidade incmoda com a srie seu para P 3, 6,propriamente ditos (sua opinio = a opinib dele ou deles). Oresultado na lngua coloquial e mesmo na lngut escrita em regis-tro pouco formal a eliminao da srie seu ~ara P 3, 6 e suasubstituio. neste casopor;;deleetc.;""ou*seja,(\,~'pronsubstantivo 'de' P '2,6 sob a regncia da preposio' de.'v,:'"!'. t. Como todos os adjetivos, os pronomes pessoais adjetivos, ditospossessivos, podem determinar ou predicar um. nome ou pronomesubstantivo. No primeiro caso, acrescenta-se' a esse nome e com.ele concorda em gnero e numero, dando o conjsnto detenninado:determinante. No segundo caso, reporta-se a um substantivo su-.jeito, dentro do predicado oracional, nterponde-se entre. os doisvocbulos uma forma verbal do ser (o livro bt?m, as lobas eramferozes, etc.) : da mesma sorte: o livro \ meu e )assim por diante.

    . ~jI

    i~:?~ ;~~.;ire :~t -t".

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    ~'1.1

  • , fi' ~

    Neste uso predicativo, entretanto, as. nossas gramticas tra-dicionais desenvolveram uma teoria da possibilidade de um pos-

    ; sessivo substantivo, quando precedido do artigo definido o, a,i etc.:. este livr~ . o meu. A idia subjacente que o .artigo subs-I tantiva o adjetivo, Como sucede em - o belo, equivalente a -! a beleza. Mas a associao entre as duas construes apenasI aparente, na realidade, o artigo, diante do possessivo, est pura-

    I.mente na sua funo essencial de tornar definido o ser determi-nado, que sem ele' fica indefinido. Em este livro meu apenas se

    I' .." .....~;:",expressa que o livro assim determinado meu entre outros, dosI " quais no se destaca defindamente nem no esprito do falante, 'nem no do ouvinte. Ao contrrio - este livro o meu refere-se

    1\ um livro bem individualizado para os interlocutores. Mas emqualquer dos casos se trata de uma funo adjetiva.

    Quanto a expresses do tipo - o livro seu e o meu, o segundopossessivo s aparentemente est sem o substantivo determinado.Trata-se do substantivo livro, enunciado na primeira parte daexpresso e omitido na segunda pelo processo de economia delinguagem chamado elipse desde a poca da gramatcologiagrega. E ainda a a partcula o est na sua funo essencial de

    II artigo definido (tanto seu livro corno meu livro esto individuali-11 , zados para quem fala e quem ouve).1";1\"':''''(1 ; 'Podemos assim concluir que os chamados possessivos no soI:;' :,. I, mais do que as' formas adjetivas dos pronomes pessoais prpria-" mente ditos.I: Esses pronomes pessoais adjetivos no tm por natureza um

    li carter de definidor, ou individualizador, do determinado. O que.~' lhes d esse carter a presena de artigo. Cabe apenas ressalvarI que com determinantes e antecedentes de um determinado o car-

    ter definidor do artigo desaparece e ele pode figurar, ou no, nai, j. locuo em variao livre (meu livro ou o meu livro). A definio1... ...-_.-: ~- s' ocorr"Epel.'prsena do artigo, no emprego predicativo ou,

    como determinante, posposto ao determinado: este o meu livro,'o livro meu no est aqui.

    .-61. A segunda subclasse dos pronomes a dos chamados demons-trativos. A sua funo indicar a posio no espao de umelemento do mundo biossocial tratado na lngua como ser, ounome. Essa indicao se faz em referncia posio do falante.H..a- tanesp~ vrios sistemas de demonstrativos pelas lnguasdo mundo af~. Um, muito generalizado, dcotmico- e consisteem marcar o ser indicado corno prximo ou distante do falante,

    ~~1C)C)

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    como se v em ingls na oposio this: that, bem como em muitaslnguas romnicas. A lngua portuguesa apresenta um sistemamais elaborado, tricotmico, em que se leva em conta o ouvinte:1) este (prximo do falante); 2) esse (prximo do ouvinte); 3)aquele (fora dos campos do falante e do ouvinte).

    So vocbulos de estrutura nominal de tema em -e, com femi-nino e plural, como vimos suceder com ele (e com a alternnciasubmorfmica /e no radical feminino). O seu emprego indife-rentemente em funo adjetiva (ex.: este livro) ou em funosubstantiva (este no o meu livro). A seu lado, figuram emcada srie urna forma especfica com as 3 marcas seguintes: a)s tm emprego substantivo; b) so invariveis em gnero e n-mero e de tema em -O'; c) s se reportam a seres consideradoscomo inanimados ou coisas iiet, isso, aquilo).

    Uma quarta srie neutraliza a posio definida no espao eintroduz em seu lugar a noo gramatical da definio. asrie o, a, os, as, cuia forma assinalada pelas 3 marcas acimareferidas a partcula invarivel o. o pronome meramente defi-nidor o, a, os, as, que em funo adjetiva, como de1erminante de.um nome substantivo, recebe tradicionalmente em nossas gram-ticas o ttulo do artigo definido e vimos ter um papel essencial namarcao do gnero dos nomes substantivos. O seu emprego iso-lado, como pronome substantivo, particularmente freqente dianteda partcula que e em tal caso corresponde a aquele (para assina-lar a eliminao dos campos (10 falante e do ouvinte) como a umaforma mais enftica: os que mais reclamam so 08 que menosrazo tm (cf.: aqueles que mais reclamam so aqueles que menosrazo tm).

    Da, o seguinte quadro dos pronomes demonstrativos portugue-ses (com alternnca submorfmca // Ve/ no radical feminino):Campo do falante: este, + a, + /S/; isto.Campo do ouvinte: esse, + a, + /S/; isso.Campo externo ao falante e ouvinte: aquele, + a, + /S/; aquilo,Campo indiferenciado ou neutralizado: \ .

    a) funo substantiva: aquele, + a,!.+ /s/ aquilo (empregoenftico).o, + a, + / /; o.

    b) funo adjetiva: o, + a, + /~I (artigo definido).

    O papel dos demonstrativos , portamo, essencialmente di-tico, isto , indicador no espao. Cabe-lhe,)entretanto, um segundopapel, que Said Ali chama anafrico (~\li, s/d, 262'. Consiste

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