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CÂMARA DOS DEPUTADOS CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO REPÚBLICA: SUA CONSTRUÇÃO PASSA PELO LEGISLATIVO 1889-2006 Síntese histórica do processo de construção da ordem republicana, destacando o papel do Legislativo como uma instituição fundamental nos principais momentos de consolidação da democracia brasileira. CEDI - Coordenação de Publicações DEAPA - Coordenação de Serviços Gráficos Brasília – 2006

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

REPÚBLICA:

SUA CONSTRUÇÃO PASSA PELO LEGISLATIVO

1889-2006

Síntese histórica do processo de construção da ordem republicana, destacando o papel do Legislativo como uma instituição fundamental nos principais momentos de consolidação da democracia brasileira.

CEDI - Coordenação de PublicaçõesDEAPA - Coordenação de Serviços Gráficos

Brasília – 2006

CÂMARA DOS DEPUTADOS

DIRETORIA LEGISLATIVADiretor: Afrísio Vieira Lima Filho

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃODiretor: Jorge Henrique CartaxoCOORDENAÇÃO DE PUBLICAÇÕESDiretor: Pedro Noleto

COORDENAÇÃO DE PRESERVAÇÃO DE BENS CULTURAISDiretor: Márcio Coutinho Vargas

COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECADiretora: Sueli Caldeira Melo

COORDENAÇÃO DE ARQUIVODiretor: Lamberto Ricarte Serra Júnior

Trabalho organizado pela Seção de Museu da Câmara dos Deputados com a colaboração da Coordenação de Publicações e da Consultoria Legislativa.

Revisão: Cláudia Nunes Guimarães Ronaldo SantiagoArte: Ely Borges Nélson Roberto Souza Guimarães

Impressão: DEAPA - Coordenação de Serviços Gráficos

Câmara dos DeputadosCentro de Documentação e Informação — CEDICoordenação de Publicações — CODEPAnexo II, térreoPraça dos Três Poderes70160-900 - Brasília (DF)Telefone: (61) 3216-5802; fax: (61) [email protected]

SÉRIECadernos do Museu

n. 5

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.

República: sua construção passa pelo Legislativo, 1889-2006 . — Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2006. 30 p. : il. — (Cadernos do Museu ; n. 5) Exposição de Documentos e Imagens organizada pelo Centro de Documentação e Informação, mostrando a construção da República brasileira, seus principais momentos e atores. ISBN 857365484-8 1. República, exposição, Brasil. I. Brasil. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Centro de Documentação e Informação. II Série. CDU 061.43:981.07/.08

ISBN 857365484-8

SUMÁRIO

Grupo de trabalho ......................................................................5

Apresentação ..............................................................................7

Introdução ..................................................................................9

República: sua construção passa pelo Legislativo 1889-2006 ........11

Período 1930- 1946 ............................................................................... 17

Período 1946 - 1964 .................................................................19

Período 1964 - 1984 .................................................................21

Redemocratização 1985 - 2006 ................................................24

Documentos da Exposição .......................................................27

Bibliografia ...............................................................................30

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GRUPO DE TRABALHO

REPÚBLICA SUA CONSTRUÇÃO PASSA PELO LEGISLATIVO

1889-2006

Coordenação

Sidney de MiguelCássia Regina Ossipe Martins Botelho Gustavo Veloso Martins

Pesquisa histórica, imagens, textos e curadoria da exposição Casimiro Neto (Historiador)

Pesquisa de imagens e obras rarasMatiê Nogi (Bibliotecária)

Roteiro e RedaçãoAna Luíza Backes (Consultora e Cientista Política)Débora Bithiah de Azevedo (Consultora e Historiadora)

Fotografia - SEFOT Luiz AlvesGustavo Lopes Bezerra Reynaldo Loureiro Stavale

ColaboradoresCaio PortoCarolina Bitencourt Moura OliveiraDaniela CassolGuilherme Xavier Sobrinho

Cartilha da exposição Cláudia Nunes Guimarães

Comunicação Social Flávio Elias Ferreira PintoAna Míriam Nascimento Guerra Brandão

Espaço e plástica Elaine Rodrigues de OliveiraMarco Aurélio Tavares

Arte Ely BorgesNélson Roberto Souza Guimarães

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APRESENTAÇÃO

A Exposição que a Câmara dos Deputados vem oferecer ao público destaca a importância da Proclamação da República para nossa história. O projeto republicano, lançado no acanhado espaço das instituições oligárquicas do fim do século XIX, irá, a partir de então, conformar os avanços, retrocessos e aspirações da construção democrática e da efetivação de instituições dignas deste nome.

A seqüência de painéis destaca o papel fundamental do Legislativo nesse processo, trazendo à luz material dos acervos do museu, do arquivo e da biblioteca da Câmara dos Deputados.

Ao longo dos 117 anos de vida republicana, o Poder Legislativo tem sido o espaço de repercussão e de definição de parâmetros para a luta entre os diferentes grupos sociais. No debate parlamentar, em seu vigor, em suas ambigüidades e distorções, repercutem os projetos sociais em disputa. Ao representar e debater, legislar e fiscalizar os atos do Executivo, o Parlamento mantém constante diálogo com outras forças, produzindo, por meio do processo legislativo, princípios, regulamentações e normas em resposta às lutas sociais.

Na periodização dos acontecimentos históricos, dá-se ênfase às rupturas institucionais da República. Os cortes temporais, nesse caso, expressam a perda de eficácia dos acordos políticos e o surgimento de novas demandas políticas e sociais que deflagram mudanças nas principais instituições em cada período. Busca-se destacar as ações relevantes do Poder Legislativo em sua relação com acontecimentos e atores da política nacional e internacional.

Visou-se a um público diversificado: estudantes do ensino fundamental, médio e superior e pessoas de diferentes formações, áreas de trabalho, posições políticas e classes sociais.

O acervo em exibição inclui documentos históricos produzidos pelo Poder Legislativo e pesquisados nas Constituições, leis, pronunciamentos constantes dos Anais da Câmara e do Congresso, bem como gravuras e matérias de jornais e revistas de época, provenientes da biblioteca da Casa.

Que a Exposição propicie, pois, a reflexão sobre a nossa história, elemento essencial na formação da cidadania.

ALDO REBELOPRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

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A conjugação desses dois grandes acontecimentos abriu espaço para a construção de uma democracia. A idéia de que o Poder Executivo e o Poder Legislativo devem resultar diretamente da vontade dos cidadãos, iguais entre si, impulsionou os movimentos que ao longo desses 117 anos buscaram tornar efetiva a soberania do povo. É uma história de avanços e recuos, em que o Poder Legislativo é um ator fundamental.

A história do Legislativo nesse período reflete os movimentos de expansão e retração da cidadania. Ora mais aberto à representação dos diversos setores da sociedade, ora mais controlado por elites econômicas e políticas, por todo o período republicano, o Congresso foi chamado a definir os parâmetros legais e institucionais do jogo político.

INTRODUÇÃO

A República brasileira que hoje conhecemos é resultado de um processo histórico que envolve inúmeros atores em permanente diálogo e tensão, como movimentos sociais, indivíduos, imprensa e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A Proclamação da República em 1889 foi um momento de ruptura na história do Brasil, seguindo outro passo crucial que foi a abolição da escravatura. De um lado, promove-se o corte definitivo com a dinastia herdada dos portugueses e com suas instituições, o Imperador e o Poder Moderador; de outro, elimina-se a subjugação legal de um homem pelo outro, introduzindo-se a igualdade formal entre os cidadãos.

Princesa Isabel e a abolição da escravatura - Comemoração - 13/5/1888

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As vozes do Parlamento e a de movimentos sociais enfrentaram diferentes espaços de expressão, desde momentos de maior liberdade até aqueles em que foram explicitamente caladas pela ação repressora de regimes autoritários. Sempre, após esses períodos, o Legislativo é a instituição nacional chamada a consolidar em uma Carta constitucional o desenho de uma República mais democrática.

A construção da República é um projeto coletivo em constante transformação. É papel do Parlamento, em interação com a sociedade, debater as diferentes propostas, legislar, incorporando as conquistas nacionais no ordenamento jurídico, e fiscalizar sua aplicação por parte do Poder Executivo.

Nesta exposição são enfocados alguns momentos importantes dessa história, visando a contextualizar a periodização adotada, destacar avanços e retrocessos institucionais e apresentar a ação de movimentos sociais e do Parlamento.

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REPÚBLICA: SUA CONSTRUÇÃO PASSA PELO LEGISLATIVO

1889-2006

Um ano após a abolição da escravatura, a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, era a possibilidade de criar um regime fundado na soberania popular, no exercício pleno da cidadania, ampliado aos setores da população anteriormente marginalizados dentro da sociedade ou simplesmente excluídos do jogo político.

Apesar das divergências quanto aos rumos a serem tomados pela República, o interesse comum, de vencer o império, resultou numa frutífera aliança entre cafeicultores paulistas e o exército, que levou a termo a proclamação.

Decreto nº 1/1889 – Proclama provisoriamente e decreta como forma de governo da Nação Brasileira, a República Federativa, estabelecendo as normas pelas quais se devem reger os Estados Federais.

Como presidente do governo provisório, o marechal Deodoro da Fonseca cumpriu sua função implementando medidas urgentes para viabilizar o regime republicano, convocando o Congresso Nacional Constituinte.

Em uma de suas primeiras medidas, o regime republicano acabou com o voto censitário – a exigência de renda mínima para acesso ao direito de votar, mas estabeleceu a exclusão dos analfabetos.

A cidadania permanece, assim, extremamente restrita, por toda República Velha: a parcela de população com direito a voto é mínima, variando em torno de 2% da população.

A Constituição republicana de 1891 adota o federalismo e o presidencialismo. O presidente passa a ser eleito diretamente pela população. O cargo de senador deixa de ser vitalício: o mandato para o Senado passa a ser de 9 anos, e para a Câmara, de 3 anos.

Primeira Constituição republicana

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A primeira década da República foi um período muito conflituoso: Câmara e Senado são dissolvidos pelo marechal Deodoro, mas este renuncia sendo em seguida substituido pelo marechal Floriano Peixoto, o qual reabre o Congresso.

Em 1893, um movimento militar, batizado de “Revolta da Armada”, procura derrubar o regime republicano: o Marechal Floriano Peixoto lidera a resistência, conseguindo forte adesão popular. Em várias partes do país, especialmente no Rio de Janeiro, são formados batalhões patrióticos de defesa da República, com participação de civis.

Marechal Floriano Peixoto Marechal Deodoro da Fonseca

Ainda que a proclamação da República não tenha resultado de um movimento popular, a população do país não ficou indiferente aos destinos do novo regime.

No Rio Grande do Sul, uma outra revolta tem como bandeira a volta ao parlamentarismo: a Revolta Federalista, que vai de 1893 a 1895. O movimento recebe o apoio de monarquistas.

Os revoltosos são combatidos e derrotados pelo PRR (Partido Republicano Rio-grandense), com apoio do governo de Floriano Peixoto e do movimento republicano no Congresso.

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A intervenção de Portugal provoca indignação, pois acolhe revoltosos derrotados da Revolta da Armada em seus navios e os transporta para o Sul, onde se juntam aos federalistas. O governo brasileiro rompe relações diplomáticas com o governo português.

Na defesa das instituições republicanas, a maioria do Congresso dá apoio decisivo ao marechal Floriano, aos orçamentos de guerra, à decretação do estado de sítio. É eleito pelo voto direto o primeiro Presidente civil da República.

O Legislativo abre as portas para dar voz às manifestações das ruas.

A Constituição de 1891 estabelecia o direito de petição, pelo qual cidadãos podiam representar aos poderes públicos, denunciando abusos ou manifestando aspirações.

BARÃO DO RIO BRANCO: CONSOLIDAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS • 1895 - Questão de Palmas (o Litígio das Missões): assegurou para o

Brasil boa parte dos estados de Santa Catarina e Paraná em disputa com a Argentina;

• 1900: vitória sobre a França na definição da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa;

• 1903: assinatura do Tratado de Petrópolis, com a Bolívia, garantindo o território do Acre;

• 1904: definição dos limites com a Guiana Inglesa;• 1907: Acordo com a Colômbia;• 1909: Tratado com o Peru;• 1910: Convenção que estabeleceu a linha divisória entre o Brasil e a

Argentina no rio Uruguai.

O Legislativo discute e aprova tratados internacionais onde estão em jogo a soberania nacional e a consolidação das fronteiras do país.

O fim do século XIX é um momento de expansão imperialista: em 1893, o Daomé (Benin) foi incorporado à França, e o Havaí aos EUA; em 1894, a Itália invade a Abissínia. No Brasil, em 1895, o povoado do Amapá é invadido pela França, e a ilha de Trindade, pelos ingleses. Na Câmara, é votada moção que denuncia a atitude do governo inglês e concita o presidente a uma reação enérgica de defesa dos direitos brasileiros.

Os embates em torno da construção do regime republicano continuam: há um atentado contra a vida do presidente Prudente de Moraes, no qual perece seu ministro da Guerra; ocorrem prisões e desterro de parlamentares; é novamente decretado o estado de sítio.

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Dos conflitos do período, emerge vitorioso um arranjo oligárquico que irá enfraquecer o Legislativo e restringir a participação popular: o pacto de Campos Sales. Esta é a base da política coronelista, que fortalece o clientelismo e o controle dos governadores sobre a representação política, gerando o governismo no plano nacional.

Uma peça essencial do pacto foi a mudança do Regimento Interno da Câmara dos Deputados para assegurar que o presidente da Comissão de Verificação dos Poderes – Comissão que decidia sobre a eleição dos deputados – passasse a ser o presidente da Câmara anterior, e não mais o deputado mais antigo. As conseqüências funestas para a representação das minorias já eram previsíveis na época, e foram denunciadas nos debates do Congresso.

O início da República é marcado por grandes debates em torno da política econômica.

A política de emissão de moeda adotada por Ruy Barbosa (que leva à crise do Encilhamento) gera debates apaixonados; o Congresso é dissolvido logo após recusar o Plano Econômico do Barão de Lucena (ministro do marechal Deodoro).

Arraial de Canudos

A defesa da República serviu de justificação para uma das páginas mais tristes de nossa história: os sertanejos de Canudos foram acusados de monarquistas e violentamente reprimidos (1893-1897).

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É discutida a privatização ou arrendamento das estradas de ferro nacionais. O presidente envia Mensagem ao Congresso, pedindo apoio para o arrendamento. No Congresso não há consenso sobre o assunto, sendo a medida criticada por vários parlamentares.

Na virada do século, o presidente Campos Sales consegue o apoio do Legislativo para aprovação de acordos com os centros financeiros internacionais (os Funding Loan) e para uma severa política de saneamento financeiro e de atração de capitais estrangeiros.

Rompendo com o sufocamento oligárquico, vários movimentos ganham as ruas e buscam espaço no Parlamento. São alguns exemplos: a Revolta da Vacina (1904); a Guerra do Contestado (1912); o Tenentismo (decênio 1920); a criação do Partido Comunista do Brasil (1922); a Coluna Prestes (1925 a 1927).

REVOLTA DA CHIBATA

No ano de 1910, marinheiros se revoltaram contra a oficialidade e assestaram seus canhões contra a capital do país, exigindo do presidente da República o fim dos maus-tratos a que eram submetidos, especialmente os castigos físicos, o movimento ficou conhecido como “a Revolta da Chibata”. O Congresso aprova uma lei anistiando os revoltosos, mas esta não é cumprida.

Entre 1917 e 1920 inúmeras greves foram decretadas nos principais centros urbanos do país. A greve geral de São Paulo em 1917 mobilizou cerca de 50 mil trabalhadores e foi marcada por violentos confrontos com a polícia e forças militares. Nesse contexto, o debate sobre a questão social e sobre as medidas necessárias para enfrentá-las ganhou considerável espaço no cenário político nacional. O Poder Legislativo deu início a um debate com vistas a encaminhar a aprovação de um Código de Trabalho, o que não chegou a acontecer. O deputado Maurício de Lacerda era um dos principais tribunos das causas sociais.

PRIMEIRAS CONQUISTAS SOCIAIS APROVADAS PELO CONGRESSO

• É aprovado, em 1916, o Código Civil.• São aprovadas leis relativas a acidentes de trabalho, regulamentando

indenizações (1919).• É criada uma Comissão Especial de Legislação Social em 1920, com

a função de analisar toda e qualquer iniciativa legislativa na área trabalhista.

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• A lei que cria as Caixas de Aposentadorias e Pensões, de 1923, é considerada a primeira lei de previdência social do Brasil, também conhecida como Lei Elói Chaves.

• É criado o Conselho Nacional do Trabalho (1923).• São votadas também leis que regulamentam as férias, em 1925, e o

trabalho de menores, em 1926 e 1927.

O Congresso também aprova, contudo, leis restritivas contra os anarquistas e militantes sindicais, permitindo, por exemplo, a expulsão de operários estrangeiros envolvidos em agitações.

A década de 20 é um período conturbado, em que se evidenciam os limites do estreito sistema político. O estado de sítio é decretado por longos períodos, em vários dos governos da época.

Em fevereiro de 1922, em São Paulo, acontece a Semana de Arte Moderna. Jovens artistas e intelectuais defendiam a produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa, sem, contudo, perder o caráter nacional.

Cartaz da Semana de Arte Moderna

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PERÍODO 1930- 1946

O assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, foi um dos estopins da Revolução de 30. Multidões foram às ruas em protesto. Em 1930, um movimento armado derruba o presidente eleito conforme as regras do sistema oligárquico e Getúlio Vargas assume o Governo Provisório (03/11/1930).

Em 1932, o estado de São Paulo revolta-se contra o novo regime, deflagrando a Revolução Constitucionalista (09/07/1932 a 1º/10/1932). Com o fim do conflito, é convocada uma Assembléia Nacional Constituinte, da qual participam também representantes de associações profissionais, que elabora a Carta de 1934.

As instituições políticas e eleitorais da República Velha são postas em cheque: são aprovadas mudanças no sistema eleitoral e buscam-se medidas para garantir a “verdade na representação” (eleições limpas). É criada a Justiça Eleitoral. Adota-se o sistema proporcional e o voto das mulheres.

A partir da década de 30 observa-se uma aguçada polarização ideológica, reflexo em parte do quadro mundial, em que ganham força movimentos fascistas e comunistas.

Há um grande aumento da mobilização popular, que se expressa de várias formas.

Em outubro de 1932, Plínio Salgado lança o manifesto da Ação Integralista Brasileira. Em 1935 é lançado o Programa da Aliança Nacional Libertadora – ANL. Cresce a atividade do PCB, inserido na ANL. Deflagra-se o movimento de 1935, conhecido como Intentona Comunista (23/11/1935).

A resposta do regime é o fechamento das organizações políticas existentes e a adoção de um regime de exceção, com a dissolução do Congresso Nacional e a outorga de uma nova Constituição em 1937.

Inicia-se o período autoritário conhecido como Estado Novo, que impõe a censura à imprensa, a prisão e exílio de opositores e a repressão generalizada aos movimentos sociais.

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O período do Estado Novo caracteriza-se pela centralização do Poder Nacional na União, pelo intervencionismo estatal na economia, pelo desenvolvimento de uma política industrial e pela forte expressão do nacionalismo. Tem destaque a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1941.

Há, também, avanços na regulamentação de direitos trabalhistas do trabalhador urbano: direito de férias remuneradas, jornada de 8 horas, salário mínimo (1940), regulamentação das condições de trabalho, carteira de trabalho – direitos inseridos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (1943).

A Segunda Guerra Mundial e a luta dos aliados contra o fascismo influenciam a política nacional. O Brasil declara guerra à Alemanha, aderindo à frente antifascista.

Ampliam-se os movimentos em defesa da democracia em todo o território nacional, a exemplo de atos como o Manifesto dos Mineiros (1943) e o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, que reivindicou o direito à liberdade de expressão e a organização de um sufrágio universal direto e secreto (22/01/1944).

Em 29/06/1945 Vargas foi deposto pelos militares e foram confirmadas as eleições para o dia 02/12/1945.

Estado Novo no Jornal

ESTADO NOVO

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PERÍODO 1946 - 1964Com o fim do Estado Novo, ocorrem eleições gerais e tem início o trabalho da Assembléia Nacional Constituinte e conseqüente promulgação de nova Constituição em 18 de setembro de 1946. Esta nova Carta retoma e aprofunda as instituições republicanas: presidencialismo, federalismo, tripartição de poderes independentes e autônomos, soberania popular, eleições diretas, voto secreto, sufrágio universal (excluídos os analfabetos e mendigos), reafirmação de direitos trabalhistas.

São organizados partidos políticos nacionais, como a UDN (União Democrática Nacional), o PSD (Partido Social Democrático), o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PCB (Partido Comunista do Brasil). Ocorrem eleições regulares para presidente em 1945, 1950, 1955, 1960.

Melo Viana, que presidiu os trabalhos constituintes, assina a nova Carta Constitucional em 18 de setembro de 1946.

O regime instaurado em 1946 comporta diversos conflitos e contradições: proibição da criação de sindicatos rurais; impacto da guerra fria e anticomunismo; cassação do registro do PCB pela Justiça Eleitoral (1947) e dos parlamentares comunistas pelo Congresso Nacional (10/01/1948); atrelamento dos sindicatos ao Ministério do Trabalho; liberdade de expressão em contraste com a repressão à imprensa considerada comunista e o controle de espetáculos e diversões públicas. Em 1950 Vargas elege-se presidente da República.

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A campanha O Petróleo é Nosso tem início em 1948 e consegue mobilizar toda a sociedade até a aprovação, pelo Congresso Nacional, da criação da Petrobrás, em 1953.

A atividade política nacional é conturbada. O suicídio de Getúlio Vargas (24/08/1954) gerou grandes manifestações populares. A posse de Juscelino Kubitschek é garantida pelas armas, em meio ao estado de sítio declarado em novembro de 1955. Com a renúncia de Jânio Quadros (1961), há enorme resistência para permitir a posse de João Goulart e introduz-se o parlamentarismo (1961-1963), seguido da volta ao presidencialismo (1963).

O Congresso Nacional é palco de intensos debates e aprova importantes projetos de interesse nacional: primeira norma para combate ao racismo (Lei Afonso Arinos); a disciplina do capital estrangeiro no Brasil; o “Plano de Metas” de JK; a criação da Sudene; a construção de Brasília. Em 1962 é instituído o 13º salário.

A década de 50 é permeada pela tensão política: acirramento da polarização partidária, crescimento do discurso nacionalista, do desenvolvimentismo, bem como do discurso anticomunista. Na economia, o processo de industrialização acelerada é acompanhado de altos índices de inflação. No campo internacional, o país abandona o alinhamento automático com os Estados Unidos, com a emergência da Política Externa Independente.

No início da década de 60, intensificam-se as tensões políticas e sociais: greves em diversos setores e crescimento do movimento sindical; atuação das Ligas Camponesas; fundação do Comando Geral dos Trabalhadores (1962); luta antiimperialista; acirramento das manifestações estudantis; movimento pelas reformas de base. É importante destacar ainda a aprovação da Lei no 4.214, de 2/3/1963, que dispõe sobre o Estatuto do trabalhador rural.

Comício na Central do Brasil em favor das reformas de base

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PERÍODO 1964 - 1984O Golpe Militar de 1964 rompe com a ordem institucional vigente. Impõe um presidente indicado pelos militares; promove a cassação de direitos políticos de várias personalidades e a prisão de líderes sindicais e outros opositores; reprime os movimentos populares. A política econômica adotada acarreta arrocho salarial. Nas relações de trabalho, são impostos o fim do direito de greve e o controle governamental dos sindicatos. É suprimida a estabilidade de emprego e criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em 1966.

Revista Manchete - Carlos Lacerda

OS ANOS DE CHUMBO

Em 1968 acentuam-se movimentos de oposição ao regime, seguidos de um endurecimento das medidas adotadas pelo governo militar, inclusive o fechamento do Congresso Nacional (chamado recesso) e o cerceamento das atividades do Legislativo. São feitas novas cassações políticas e prisão de opositores. É introduzido o bipartidarismo forçado. O regime se fecha e recorre a torturas e desaparecimentos forçados para calar os opositores.

Paralelamente à oposição organizada no Parlamento pelo MDB, sucedem-se novas formas de combate ao regime militar: seqüestros de personalidades para troca de prisioneiros; guerrilha urbana; Guerrilha do Araguaia.

“Creio no Parlamento, ainda que com suas demasias e fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente.”(Deputado Mário Covas em pronunciamento feito na sessão de 12 de dezembro de 1968, quando foi rejeitado o pedido do Supremo Tribunal Federal para processar o deputado Márcio Moreira Alves)

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Passeata dos cem mil na Cinelândia em 26/06/1968

O DOPS na Universidade de Brasília

A censura atinge todas as formas de expressão: produção musical, teatro, imprensa, proibição da publicação de livros.

ECONOMIA

O governo militar promove maior abertura ao capital estrangeiro; são atingidas altas taxas de crescimento da economia a partir de 1968 (“milagre econômico”). Observa-se uma oligopolização da economia e um alto grau de endividamento externo.

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Empreende-se a construção de grandes obras públicas, como a Transamazônica, a hidrelétrica de Itaipu, a usina de Angra dos Reis. A propaganda do regime enfatiza o ufanismo nacionalista.

Ao final da década de 70, as lutas sociais voltam a ganhar as ruas: luta contra a carestia; luta pelas liberdades democráticas; movimento estudantil; greves em diversos setores (1978-1979). Tem início o processo controlado de abertura lenta e gradual.

Transamazônica

Campanha das Diretas Já

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Retoma-se o presidencialismo, o federalismo e o sistema proporcional. Garante-se a ampla liberdade de expressão, de organização partidária e o direito de greve. Ampliam-se os direitos sociais aos trabalhadores do campo.

O papel do Poder Legislativo é reforçado em relação ao processo orçamentário. Contudo, o Executivo adquire o poder de editar Medidas Provisórias, com maior influência na agenda do Congresso Nacional.

Nos marcos das novas instituições, crescem os movimentos sociais, as greves em diferentes setores e ocorre o surgimento de novos atores sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

REDEMOCRATIZAÇÃO 1985 - 2006Durante a transição negociada, com a eleição indireta de Tancredo Neves (15/1/1985), encerra-se a seqüência de governos militares e dá-se início à reconstrução de instituições republicanas. O Congresso aprova a reorganização dos partidos políticos (1985), segundo o princípio da pluralidade. Uma nova Constituinte é convocada.

A Constituição Federal promulgada em 1988 refaz o desenho institucional republicano e amplia os direitos e garantias individuais e sociais. Grandes conquistas foram a universalização do direito de voto, com a inclusão dos analfabetos, e o voto facultativo aos 16 anos.

Comemoração pela eleição de Tancredo Neves

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e as organizações não-governamentais – ONGs. Ganha destaque a luta ambiental e pelos direitos das minorias.

Os conflitos sociais e as crises políticas são encaminhadas e resolvidas por canais institucionais. Em 1992, o Congresso Nacional aprova o impeachment do presidente da República, Fernando Collor de Mello.

Ao final do século XX e início do novo século, o Poder Legislativo desenvolve trabalho intenso de fiscalização dos atos do Poder Executivo, inclusive com a instalação de várias Comissões Parlamentares de Inquérito. Cresce também o debate e a adoção de medidas para promover a inclusão social de setores desfavorecidos e o fortalecimento da cidadania, tendo sido aprovadas várias leis neste sentido.

Promulgação da “Constituição Cidadã” - 1988

Entre as leis votadas, destacam-se a chamada Lei Caó (Lei 7.716/89), que define os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor; o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, a introdução de políticas afirmativas para os deficientes físicos, e a adoção do sistema de cotas de gênero para aumentar a participação feminina na política.

Em votações mais recentes, o Poder Legislativo adota diversas medidas para o aperfeiçoamento de seus trabalhos e para conferir ainda maior transparência aos seus atos. Implementam-se providências, como a

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diminuição do recesso parlamentar, agora um dos menores do mundo; o fim dos pagamentos pelas convocações extraordinárias; e o fim do voto secreto para as votações no Congresso Nacional.

Os avanços democráticos têm continuidade em meio às amplas liberdades de organização e expressão. Promove-se, em 2006, a quinta eleição presidencial consecutiva: 1989; 1994; 1998; 2002; 2006 – o que representa o maior número de eleições democráticas sucessivas na história do Brasil.

Enfim, como mostra a história da República, o Poder Legislativo tem um papel fundamental na construção da representação da vontade popular. É ele a arena republicana onde podem se expressar as divergências, onde se faz ouvir a voz das ruas, onde se levantam as críticas contra o arbítrio e se denunciam as ameaças à nossa soberania.

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DOCUMENTOS DA EXPOSIÇÃO

ACERVO DO ARQUIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECRETO Nº 1/1889 – Proclama provisoriamente e decreta como forma de governo da Nação Brasileira a República Federativa, estabelecendo as normas pelas quais se devem reger os Estados Federais.

DECRETO Nº 6, de 19 de novembro de 1889 – Declara que se consideram eleitores para as câmaras gerais, provinciais e municipais todos os cidadãos brasileiros, no gozo dos seus direitos civis e políticos, que souberem ler e escrever.

DECRETO Nº 641/1891 – Dissolução do Congresso Nacional.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRAZILRio de Janeiro, em 24 de fevereiro de 1891.

MENSAGEM, de 3 de maio de 1899 – Presidente da República, Campos Sales, pede ao Congresso autorização para privatizar as estradas de ferro.

DECRETO Nº 1.641, de 7 de janeiro de 1907 – Trata da expulsão de estrangeiro que comprometer a segurança nacional ou a tranqüilidade pública e dá outras providências.

PROJETO DE LEI Nº 168 A de 1915 – Redação final do projeto do Código Civil Brasileiro. Autor: Dr. Clóvis Bevilaqua

PROJETO DE LEI Nº 247, de 1º de dezembro de 1924 – Concede o direito de voto à mulher, mediante condições que enumera.Autor: Deputado Basílio Magalhães

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASILRio de Janeiro, em 16 de julho de 1934.

DECRETO Nº 229/1935 – Determina o fechamento, em todo o território nacional, dos núcleos da Aliança Nacional Libertadora.

LEI Nº 244/1936 – Criação do Tribunal de Segurança Nacional.

PROJETO DE LEI Nº 736, de 28 de outubro de 1937 – Cria o Estatuto da Mulher.Autor: Comissão do Estatuto da Mulher

CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASILRio de Janeiro, em 10 de novembro de 1937.

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DECRETO-LEI Nº 4.105/1942 – Reconhece a União Nacional dos Estudantes.

CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASILRio de Janeiro, em 18 de setembro de 1946.

LEI Nº 1.390, de 3 de julho de 1951 – Inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça ou de cor (Lei Afonso Arinos).

LEI Nº 2.004, de 3 de outubro de 1953 – Dispõe sobre a criação da Petrobrás.

LEI Nº 2.654, de 25 de novembro de 1955 – Declara o estado de sítio em todo o território nacional.

LEI Nº 3.692, de 15 de dezembro de 1959 – Institui a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – Sudene.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 16, de 1961 – Institui o Sistema Parlamentar de Governo.(Transformado na EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 4, de 1961)Autor: Deputado Raul Pilla

LEI Nº 4.090, de 13 de julho de 1962 – Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores (13º salário).

LEI Nº 4.131, de 3 de setembro de 1962 – Disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior.

Lei Nº 4.341, de 1º de junho de 1964 – Cria o Serviço Nacional de Informações – SNI.

DECRETO-LEI Nº 314/1967– Lei de Segurança Nacional.

CONSTITUIÇÃO DO BRASILBrasília, em 24 de fevereiro de 1967.

PEC Nº 5, de 19 de abril de 1983 – Dispõe sobre a eleição direta para presidente e vice-presidente da República.Autor: deputado Dante de OliveiraVotação: 25/4/1984

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILBrasília, 5 de outubro de 1988.

LEI Nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 – Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

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LEI Nº 8.069/1990 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Autor: senador Ronan Tito

PROJETO DE LEI Nº 7,198/2002 – Concede anistia aos marinheiros que participaram da Revolta da Chibata.

ACERVO DA BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS SEÇÃO DE COLEÇÕES ESPECIAIS

LE BRÉSIL contemporain: galerie internationale des personnalité contemporaines dans le arts, sciences, lettres, politique, agriculture et commerce. Berlin: Charlottenburg: Adolf Ecksteins Verlag, Editeurs, [191-?]. 3 v., il. fots.

EXTINCÇÃO da escravidão no Brazil: Lei n. 3353 de 13 de maio de 1888: discussão na Camara dos Deputados e no Senado desde da apresentação da proposta do governo ate sua sancção. Rio de janeiro: Imprensa Nacional, 1889. 109 p.

MELLO, Americo Brasiliense de Almeida e. Os programas dos partidos e o segundo império. São Paulo: Typ. De Jorge Seckler, 1878. 205, lvi p.

NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. Londres: Typ. de Abraham Kingdon e Ca., 1883. 256 p.

REVISTA ILLUSTRADA. Rio de Janeiro: Officina Litographica da Revista Illustrada, 1876-1898.

TANCREDO, Neves: um homem para o Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Vale do Rio Doce, [200-?]. 4 v. + 1 CD-ROM, il. fots.

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BIBLIOGRAFIA

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LAMOUNIER, Bolivar. Da independência a Lula : dois séculos de política brasileira. São Paulo : Augurium Editora, 2005. 320 p.

NETO, Casimiro. A construção da Democracia: síntese histórica dos grandes momentos da Câmara dos Deputados, das assembléias nacionais constituintes e do Congresso Nacional. Brasília : Câmara dos Deputados, 2003. 751 p.

NOGUEIRA, Octaciano. História da Câmara dos Deputados. Brasília : Câmara dos Deputados, 2003. 133 p.

PINHO, Rodrigo César Rebello. Da organização do estado, dos poderes e histórico das constituições. São Paulo : Saraiva, 2006. 166 p.

VICENTINO, Cláudio ; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio: História Geral e do Brasil. 1. ed. São Paulo : Scipione, 2002. 688 p.

<http://www.dhnet.org.br/memoria/textos/mestre_sala.htm > acesso em 19 out. 2006.