cÁlculo iluminaÇÃo natural parte 3_22

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NOV/2004

NBR15215-3

ABNT Associao Brasileira de Normas TcnicasSede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 28 andar CEP 20003-900 Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro RJ Tel.: PABX (21)3974-2300 Fax: (21) 2220-1762/2220-6436 Endereo eletrnico: www.abnt.org.br

Iluminao natural Parte 3: Procedimento de clculo para a determinao da iluminao natural em ambientes internosOrigem: Projeto 02:135.02-003:2003 ABNT/CB-02 Comit Brasileiro de Construo Civil CE-02:135.02 Comisso de Estudo de Iluminao Natural de Edificaes NBR15215-3 Daylighting Part 3: Calculation procedure for the determination of daylighting levels in internal enviroments Descriptors: Daylighting. Building

Copyright 2004, ABNTAssociao Brasileira de Normas Tcnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados

Palavras-chave:

Iluminao natural. Iluminncia. Edificao 33 pginas

Sumrio Prefcio 1 Introduo 2 Objetivo 3 Referncias normativas 4 Definies 5 Referencial terico para predio da iluminao natural 6 Procedimento de clculo: Mtodo do fluxo dividido ANEXO A Diagramas

Prefcio A ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas o Frum Nacional de Normalizao. As Normas Brasileiras, cujo contedo de responsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial (ABNT/ONS), so elaboradas por Comisses de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratrios e outros). Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no mbito dos ABNT/CB e ABNT/NOS, circulam para Consulta Pblica entre os associados da ABNT e demais interessados. Introduo A luz natural admitida no interior das edificaes consiste em luz proveniente diretamente do sol, luz difundida na atmosfera (abbada celeste) e luz refletida no entorno. A magnitude e a distribuio da luz no ambiente interno dependem de um conjunto de variveis, tais como: disponibilidade da luz natural (quantidade e distribuio variveis com relao s condies atmosfricas locais), obstrues externas, tamanho, orientao, posio e detalhes de projeto das aberturas, caractersticas ticas dos envidraados, tamanho e geometria do ambiente e das refletividades das superfcies internas. Um bom projeto de iluminao natural tira proveito e controla a luz disponvel, maximizando suas vantagens e reduzindo suas desvantagens. As decises mais crticas a este respeito so tomadas nas etapas iniciais de projeto.

2

NBR15215-3Na definio de uma prioridade em termos de exposio luz natural, valores de iluminncias e distribuio necessrias para as atividades em cada ambiente devem ser estabelecidos. Em alguns ambientes a iluminao uniforme mais recomendada, em outros desejvel maior variao. Em ambientes nos quais os usurios ocupam posies fixas, o critrio deve ser diferente daqueles onde as pessoas podem mover-se livremente na direo das aberturas ou para longe delas. A NBR 5413:1991 fixa nveis de iluminao recomendados para diferentes tipos de atividades, baseados numa iluminao constante e uniforme sobre um plano de trabalho. O incio do projeto de iluminao natural, entretanto, talvez no seja um conjunto de valores absolutos, mas uma medida da iluminao natural interna num dado local como uma percentagem da iluminao externa. A figura mais conhecida para esta medida o " Daylight Factor - DF ", recomendado pela CIE - Commission Internationale de l'Eclairage, definido como a razo entre a iluminncia EP num ponto - localizado num plano horizontal interno, devido luz recebida direta ou indiretamente da abbada celeste, com uma distribuio de luminncias assumida ou conhecida - e a iluminncia simultnea EE num plano externo horizontal, devida uma abbada celeste desobstruda, conforme a seguinte expresso:

DF = E P *100% EEA contribuio devido luz direta do sol no levada em considerao no clculo do DF, devido aos seus atributos direcionais e outros efeitos, como: ganho de calor, degradao dos materiais e ofuscamento, devendo ser considerada separadamente. Na sua formulao original, o DF assumido como uma constante para todos os pontos de um ambiente, independentemente da iluminncia horizontal externa produzida por cus com uma distribuio de luminncias uniformemente constante com relao ao azimute (cus uniformes e encobertos). Assim, o DF pode ser utilizado como critrio para comparar o desempenho de diferentes sistemas de iluminao natural e ser facilmente convertido em iluminncias internas, multiplicando-o por uma iluminncia externa apropriada. Esta parte da NBR estende o conceito da medida proporcional da iluminao natural, possibilitando a sua predio para qualquer condio de cu no uniforme conhecida e implementando um procedimento de clculo simples e prtico baseado num mtodo grfico, auxiliado pelos diagramas mostrados no anexo A.

1 Objetivo Esta parte da NBR descreve um procedimento de clculo para a determinao da quantidade de luz natural incidente em um ponto interno num plano horizontal, atravs de aberturas na edificao. 2 Referncias normativas As normas relacionadas a seguir contm disposies que, ao serem citadas neste texto, constituem prescries para esta parte da NBR. As edies indicadas estavam em vigor no momento desta publicao. Como toda norma est sujeita a reviso, recomenda-se queles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a convenincia de se usarem as edies mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informao das normas em vigor em um dado momento. NBR NBR Iluminao natural - Parte 1: Conceitos bsicos e definies Iluminao natural - Parte 2: Procedimentos de clculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural

NBR 5413:1991 - Iluminncia de interiores - Procedimento. NBR 5461:1991 Iluminao - Terminologia. 3 Definies Para os efeitos desta parte da NBR aplicam-se as definies das NBR 5461, NBR 4 Referencial terico para predio da iluminao natural 4.1 Princpio bsico O desempenho de uma fonte de luz de grande superfcie, como a abbada celeste, para a qual a lei do inverso do quadrado da distncia no aplicvel, no pode ser definido pela curva polar de sua intensidade luminosa. A superfcie precisa ser subdividida em pequenas zonas, para as quais as concentraes de fluxo emitidas numa dada direo so denominadas luminncia - L. e NBR

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A iluminao produzida por uma fonte de pequena superfcie independente da distncia da fonte e depende somente da luminncia e do ngulo slido coberto pela mesma. Assim, no caso de edificaes, a iluminao produzida pelo cu visto atravs de aberturas independente da distncia da fonte, neste caso a abboda celeste (ou o cu); ela completamente definida pela direo e luminncia de cada zona do cu e pelo ngulo slido abrangido. 4.2 O Hemisfrio Unitrio e o princpio do ngulo slido projetado Para a determinao da distribuio espacial da luz que chega a qualquer ponto P em um plano horizontal, conveniente visualizar o ponto envolvido por um hemisfrio de raio unitrio. Crculos de altitude e raios de azimute ajudam a definir a direo do ponto P para cada ponto no hemisfrio e a direo de qualquer ponto no espao, dentro ou fora do hemisfrio (ver figura 1). O princpio do ngulo slido projetado detalhado na figura 2.

Figura 1 - Hemisfera de raio unitrio e sua projeo no plano horizontal

Figura 2 - Princpio do ngulo slido projetado 1 Para o clculo da iluminao produzida num ponto P por uma abertura, produz-se a projeo radial da abertura sobre um hemisfrio de raio unitrio centrada em P e obtm-se dS, um elemento do hemisfrio. Em P a rea dS vai cobrir o mesmo ngulo slido que a abertura. Caso P esteja num plano horizontal e seja o ngulo entre a vertical e a direo de dS e L seja a luminncia do cu visvel atravs da abertura, a iluminncia em P ser calculada pela seguinte expresso: dE = L dS cos ...1)

1

Fonte: Soteras, R.M. (1985): Geometria e Iluminacion Natural, Tesis Doctoral, ETSAB/UPC, Barcelona, 355 p.

4

NBR15215-3Caso a projeo ortogonal de S no plano horizontal seja Q Q = dS cos ...2)

Substituindo expresso 2 em 1, tem-se: dE = L dQ e integrando a expresso acima obtm-se, de modo simplificado: E= ...3)

L dQ

...4)

Como a iluminncia E proporcional projeo horizontal dQ, possvel a utilizao de mtodos de representao grfica que relacionem a geometria e distncia dos objetos ao ponto de referncia. Empregando-se a subdiviso da abbada celeste e a determinao da luminncia (Lp) de cada zona conforme a NBR , possvel a determinao dos nveis de iluminao internos pela aplicao direta da expresso 8 da mesma norma, onde o ngulo slido proporcional rea dQ do princpio do ngulo slido projetado. 4.3 Diagramas de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) Os DCRL so diagramas que representam a projeo estereogrfica da abbada celeste, com uma subdiviso em 244 zonas (conforme NBR ). Cada zona apresenta numericamente sua contribuio relativa para a iluminncia no plano horizontal desobstrudo, em funo da altitude do sol. Os diagramas - com subdivises do hemisfrio celeste de 10o em 10o - so apresentados no anexo A conforme os itens seguintes: a) Diagramas com os fatores de forma para o hemisfrio celeste A.1; b) Diagramas de distribuio de luminncias - para cu claro e cu encoberto - para as altitudes solares de 15o, 30o, 45o, o o o 60 , 75 , 90 - A.2; c) Diagramas para anlise de obstruo e geometria da insolao para altitudes solares variando de 10o em 10o - A.3. 5 Procedimento de clculo: Mtodo do fluxo dividido 5.1 Consideraes Mtodo baseado na considerao dos vrios caminhos atravs dos quais a luz natural pode alcanar um ponto no interior de uma edificao. Distinguem-se trs caminhos bsicos resultantes da diviso do fluxo luminoso admitido em trs componentes, conforme figura 3: a) CC - Componente do Cu: luz que alcana um ponto do ambiente interno proveniente diretamente do cu; b) CRE - Componente Refletida Externa: luz que alcana um ponto do ambiente interno aps ter refletido em uma superfcie externa; e c) CRI - Componente Refletida Interna: luz que alcana um ponto do ambiente interno somente aps ter sofrido uma ou mais reflexes nas superfcies internas.

CC

CRE Figura 3 - Fontes de luz natural que alcanam o edifcio1

CRI

1

Fonte: Soteras, R.M. (1985): Geometria e Iluminacion Natural, Tesis Doctoral, ETSAB/UPC, Barcelona, 355 p.

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A soma destas trs componentes, corrigida por fatores relativos aos diversos efeitos redutores, onde: FM representa um fator de manuteno das superfcies internas, KT a transmissividade do vidro, KM o fator de manuteno dos vidros e KC o fator de caixilho (ver valores em anexo), representa o nvel de iluminao natural num ponto do ambiente interno, conforme expresso 5: CIN = [CC + CRE + (FM * CRI)] KT KM KC ...5)

Assumindo a proporcionalidade da iluminncia num plano horizontal, produzida pela viso de uma fonte de luz superficial, para com a projeo horizontal dQ desta fonte (conforme expresso 4), pode-se definir a Contribuio de Iluminao Natural (CIN) de um ponto localizado num plano horizontal interno, conforme a expresso 6:

CIN = EP * 100(%) EHextOnde EP a iluminncia num plano horizontal no ponto P do ambiente interno, em lux;

...6)

EHext a iluminncia produzida por toda a abbada celeste num plano horizontal externo livre de obstrues, excluda a iluminao direta do sol, em lux. substituindo CIN da expresso 5 na expresso 6, pode-se obter EP como segue: EP = {[CC + CRE + (FM *CRI)] KT KM KC} * EHext / 100(%) ...7)

Assim como CIN, as componentes celeste, refletida externa e refletida interna, podem ser determinadas como um percentual da iluminncia horizontal externa (EHext). O somatrio destas trs percentagens, corrigidas pelos fatores K, resulta num valor de CIN (%), que por sua vez pode ser usado, atravs da expresso (6) para a determinao de EP. Para condies de cu que no apresentem variao de luminncia com relao ao azimute (isotropia azimutal) - como o cu encoberto padro CIE ou o cu uniforme - a CIN assemelha-se ao Daylight Factor - DF, apresentando valores constantes para qualquer ponto do ambiente. 5.2 Metodologia para determinao de Ep atravs do DCRL Para se fazer a determinao da quantidade de luz incidente em um ambiente atravs de uma abertura, usa-se uma carta de trajetrias solares aparentes, um diagrama de obstruo e as tabelas de distribuio de luminncias, que devem estar em mesma escala e utilizar o mesmo sistema de projeo.NOTA Nesta parte da NBR utilizada a projeo estereogrfica.

5.2.1 Determinao da posio do sol Para se determinar a posio do sol, calculam-se os ngulos de altitude solar (s) e azimute solar (s) atravs das expresses apresentadas na NBR , para dia, hora e latitude predefinidos. Alternativamente, a posio do sol pode ser estimada com um grau de preciso aceitvel atravs de diagramas de trajetrias solares aparentes (ver figura 4 e anexo A).

6

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Figura 4 - Diagrama de trajetrias solares aparentes (Lat 27o 32' S) ( ver anexo A) 5.2.2 Clculo da componente do cu (CC) 5.2.2.1 A seguir esto apresentados os passos a serem seguidos para o clculo da CC com o uso de um exemplo demonstrativo, a partir do uso dos DCRL, tanto para cu encoberto (nesta condio de cu, no se consideram os itens relativos orientao) quanto para cu claro: a) determina-se um ponto no interior do ambiente que se queira estudar; b) produz-se a mscara de obstruo (figuras 5, 6 e 7), - determinam-se os ngulos formados entre a abertura e o ponto interior atravs de plantas baixas e sees longitudinais do ambiente em estudo; - os ngulos obtidos so transpostos para a mscara de obstruo; - as obstrues externas devem ser marcadas seguindo o mesmo procedimento para levantamento dos ngulos de obstruo, obtendo-se desta forma a frao visvel da abboda celeste; c) verifica-se a orientao para a qual est voltada a janela a ser estudada; d) escolhe-se o dia (ou poca) do ano e horrios a se estudar; e) determina-se o azimute e a altitude solar com o auxlio da carta de trajetrias solares (figura 8); f) de posse da altitude solar, seleciona-se o DCRL mais adequado, para cu claro ou cu encoberto. No primeiro caso o o o o o o ainda deve-se escolher a altitude solar (15 , 30 , 45 , 60 , 75 ou 90 ), a partir do valor obtido no item anterior: o - para altitudes inferiores a 15 , assumido este valor; - no caso de altitudes intermedirias, acima de 15o, quando a variao for superior a 7,5o, toma-se a altitude de maior valor; caso seja menor ou igual a 7,5o, utiliza-se o diagrama de menor valor; g) no DCRL, para cu claro, marca-se o Norte a partir do azimute encontrado em sentido anti-horrio, como mostra a figura 8, devendo-se observar aqui que um azimute positivo marcado em sentido anti-horrio no diagrama, uma vez que este fornece, no o Norte, mas a posio do sol; h) sobrepe-se a mscara construda sobre o DCRL de forma que a abertura fique orientada adequadamente a partir do Norte j marcado, como mostra a figura 9; i) procede-se soma dos valores internos mascara de obstruo - as subdivises do diagrama que forem cortadas pelas linhas das mscaras sero consideradas proporcionalmente diviso, como pode ser visto na figura 10.

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Orientao sala: SUL o Latitude: 27 32S

Figura 5 - Planta esquemtica do ambiente mostrando a disposio dos trs pontos de referncia internos com respectivos ngulos de viso da abertura (desenho sem escala)

Figura 6 - Diagrama usado para construo de mscaras de obstruo

Figura 7 - Mscaras de obstruo para os pontos de estudo

8

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N

O N

O

L S L SFigura 8 - Localizao do azimute do sol no DCRL

O7 7 7 1 5 7 1 5 1 7 7 1 5 1 5 1 5 1 5 1 5 7 1 5 1 7 1 7 1 5 7 7 1 5 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 5 1 7 1 5

7 7 1 6 1 5 1 8 1 7 1 9 1 8 1 8 1 7 1 7 1 6 1 6 1 6 1 6 1 6 1 6 1 7 1 7 1 8 1 8 1 7 1 8 1 5 1 6 7 7 1 9 1 7 1 81 6 1 5 1 5 1 5 1 5 1 5 1 5 1 6

7

8

9 1 0 1 1 24 29 33 41 39 49 4147

1 7 21 23

1 8 24 27

21 27 32

1 9 21 201 7

1 3 35 1 6 44 66 1 8 53 84 1 48 1 82 1 82 1 48 1 04 1 04 18 1 18 1 62 68 68

N21

221 9

24 28 33

51 63

1 8 1 71 6

21 23 27 32 38

52 67

83 12 1

55 44 33

79 1 26 66 79 79 66 1 26

40 50 43 53 43 53 40 50 79

89 59 75 1 20 9519 1 1 39 1 39 19 1 95 75 59

7

1 66 232

40 40

31 31 33 44

1 86 1 86

22 22

M scar a do pon to P2

7

232 1 66 1 20

7

1 6

551 7 1 9

21 23 27 32

38

47

89 67 83 63 49

12 1 84 66 51 44 35 29 1 3 1 1 53

62

21

20

22 24 28 33 41 21 23 21 1 7 27 24 1 8 32 27

52 39

1 8

S

7

41 33 24 21 1 0

1 6

1 9

7

8

9

L

Figura 9 - Superposio da mscara de obstruo sobre o DCRL (abertura para Sul)

7 7 7 1 5 1 5 1 7 1 8 1 8 1 9 1 7 1 8 1 5

7

7

7 7 1 5 1 5 1 5 1 7 1 7 1 7 1 7 7

1 5

1 5

1 7 1 7

1 7 1 7

1 7 1 7

Figura 10 - Parcela de cu no obstruda vista pela abertura de iluminao (Ponto 3) Neste caso tem-se: CC = [(76,3) + (156,3) + (176,3) + [(181,15 +175,15)] 0,5]/100 CC = 3,13 % EHext ou 3,1% da contribuio total do cu. Caso existam vrias aberturas: CCT = CC1 + CC2 + ... + CCn

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5.2.2.2 O valor encontrado representa a percentagem de luz que chega ao ponto, proveniente diretamente da abboda celeste atravs da(s) abertura(s) considerada(s), ou seja, a componente celeste - CC. 5.2.3 Clculo da componente refletida externa (CRE) Caso a admisso de luz natural por uma abertura seja notadamente limitada por obstrues externas, necessrio calcular a CRE. 5.2.3.1 Cu encoberto e cu claro com a obstruo no iluminada pelo sol direto O procedimento tratar a obstruo externa visvel a partir do ponto de referncia como uma poro do cu cuja luminncia inferior da poro do cu obstrudo. Em outras palavras, calcula-se a componente celeste da rea obstruda, conforme descrito 5.2.2, e converte-se o resultado para a componente refletida externamente, multiplicando pelo coeficiente de reflexo da obstruo, conforme expresso 8: CRE = CCcu obstrudo obstruo onde: CRE igual ao valor percentual da componente refletida externa; obs igual ao coeficiente de reflexo da superfcie externa. 5.2.3.2 Obstruo iluminada pelo sol direto Cabe salientar que esta contribuio no calculada em valor percentual e sim em valor absoluto em iluminncia, uma vez que seu clculo depende da iluminncia produzida pelo sol na superfcie da obstruo e no apenas da abboda celeste. Seu valor deve ser somado ao valor final calculado da contribuio de iluminao natural (CIN). Quando a superfcie oposta abertura iluminante for iluminada diretamente pelo sol, considera-se que a obstruo visvel estar mais clara que a poro de cu que ela obstrui. Aqui, portanto, introduz-se o clculo da iluminao direta do sol no plano vertical da obstruo. Inicialmente, a iluminncia devido ao sol no plano da obstruo (ESV), geralmente vertical, deve ser calculada conforme procedimentos descritos na NBR ou, alternativamente, atravs da figura 11. A iluminncia ESV pode ser estimada pela superposio do diagrama de trajetrias solares aparentes com o diagrama da figura 11; a projeo do sol numa data e hora especificadas permite a leitura ou interpolao da iluminncia nas linhas isolux. Como o mtodo grfico proposto introduz o conceito de fator de forma projetado em uma esfera de raio unitrio para o clculo da contribuio de luz proporcionada por uma fonte superficial, o clculo da CRE pode ser feito seguindo o mesmo procedimento. Obtm-se a projeo estereogrfica das obstrues em relao ao ponto de referncia. O clculo do fator de forma (contribuio de luz) correspondente rea projetada das obstrues externa (ver figura 12) feito pela superposio da mscara encontrada sobre o diagrama de fatores de forma (ver figura 13 e figura A.1 do anexo) ...8)

10

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NOTA A utilizao feita superpondo o Diagrama de Trajetrias Solares Aparentes

1

Figura 11 - Diagrama para estimativa da iluminncia (klux) produzida pelo sol num plano vertical (ESV).

Figura 12 - Exemplo de projeo de obstruo

Figura 13 - Diagrama com fatores de forma

O clculo da CRE se faz pela multiplicao da iluminncia na superfcie oposta abertura pelo fator de forma correspondente superfcie da abbada obstruda pela edificao, FFoe, e pelo coeficiente de reflexo da superfcie externa para que se obtenha a contribuio relativa dessa luminncia na contribuio total da iluminao natural no ponto.

CREabs = (Esv FFoe obs) /

...9)

1

Fonte: Soteras, R.M. (1985): Geometria e Iluminacion Natural, Tesis Doctoral, ETSAB/UPC, Barcelona, 355 p.

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Onde: CREabs igual ao valor absoluto da componente refletida externa em lumen por metro quadrado (lux); ESV a iluminncia devida ao sol no plano da obstruo (lux); FFoe igual ao fator de forma das obstrues externas, relativo ao ponto de observao e obtido pelo uso do diagrama de fatores de forma, anexo A.1; obs o coeficiente de reflexo da superfcie externa. 5.2.4 Clculo da componente refletida interna (CRI) Para o clculo da componente refletida interna emprega-se representao grfica do espao similar ao clculo da componente celeste. Determina-se a projeo estereogrfica das superfcies internas do ambiente em relao aos pontos de medio, como pode ser visto na figura 14. Superpondo-se estas projees ao diagrama com os fatores de forma, pode-se acessar o valor da rea projetada das superfcies internas do ambiente, conforme a figura 15. O fator de forma calculado pelo mtodo DCRL representa quanto do total de superfcies visveis pelo ponto representado por cada uma das superfcies.

Figura 14 - Projeo das superfcies internas do ambiente em relao aos pontos de medio

Figura 15 - Projeo das superfcies internas do ambiente em relao ao ponto P2 com exemplo de superposio sobre o diagrama de fatores de forma

12

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Como o mtodo, para fins de simplificao do modelo, assume que toda a luz que penetra atravs da abertura (CC + CRE) seja uniformemente distribuda (e refletida) pelas superfcies internas, acima do plano em que se localiza o ponto em estudo, foi necessria a introduo de um fator de correo, Kp, determinado empiricamente, para compensar as mltiplas reflexes da luz que ocorrem no ambiente real. A CRI pode ser calculada pela expresso 10:n=1

CRI = { (FFsi * mi )} * (CC + CRE) * kPn= i

...10)

Onde: n igual ao nmero de superfcies; FFsi igual ao fator de forma de cada uma das superfcies internas em relao ao ponto P (obtido atravs da figura 15); mi igual refletncia mdia de cada superfcie interna; kP um fator emprico de correo em funo da posio do ponto, conforme quadro abaixo: Posio do ponto prximo abertura posio intermediria afastado da abertura Valor de kP 0,9 1,15 1,6

A tabela 1 apresenta os resultados para o clculo da CRI para o ponto P2, conforme exemplo apresentado em 5.2.2. Nesta tabela, apresentado o somatrio percentual de sua projeo relativo rea vista pelo ponto P2 de cada uma das superfcies, compostas por paredes, teto e abertura. O valor encontrado do fator de forma das superfcies internas, FFs, de cada uma das superfcies multiplicado pela refletncia mdia desta superfcie, m, obtendo-se assim o valor percentual da contribuio da CRI em relao localizao do ponto. Calculando-se o valor final de CRI pela expresso (10), obtm-se o valor 2,4%. Tabela 1 Exemplo de clculo da CRI a partir dos fatores de forma estimados para as superfcies internas do ambiente em estudo em relao ao ponto P2 (exemplo) Superfcie Teto Parede que contm a janela Parede lateral esquerda Parede lateral direita Parede dos fundos FF (DCRL/100) 45% 9% 14% 14% 14% 100% 0,80 0,60 0,60 0,60 0,75 FF * FF * 0,36 0,05 0,08 0,08 0,10 0,68 3,1% 0 1,15 2,4% CC CRE* Kp CRI

* Neste exemplo, atribuiu-se a componente refletida externa (CRE) o valor 0.

/ANEXO A

NBR15215-3Anexo A (normativo) Diagramaso A.1 Diagramas com os fatores de forma para o hemisfrio celeste com subdivises de 10 em 10

13

NOTA Neste diagrama cada 100 unidades correspondem a 1% da rea total da hemisfera celeste.

Figura A.1 - Diagrama com os fatores de forma do hemisfrio celeste para subdivises de 10o em 10o

14

NBR15215-3A.2 Diagramas de distribuio de luminncias - para cu claro e cu encoberto - com divises de 10o em 10o, para o o o o o o as altitudes solares de 15 , 30 , 45 , 60 , 75 , 90 As figuras A.2 a A.7 referem-se DCRL para cu claro e altitudes solares variando de 15o em 15 A figura A.8 refere-se a DCRL para cu encoberto.

Figura A.2 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 150

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Figura A.3 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 30

0

16

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Figura A.4 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 45

0

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Figura A.5 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 60

0

18

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Figura A.6 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 75

0

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19

Figura A.7 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu claro, com altitude solar de 900

20

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Figura A.8 - Diagrama de Contribuio Relativa de Luz (DCRL) para cu encoberto

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A.3 Diagramas para anlise de obstruo e geometria da insolao para altitudes solares variando de 10o em 10o A figura A.9 aplicada para a construo de mscaras.

Figura A.9 - Diagrama usado para construo das mscaras

22

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A.4 Diagramas de trajetrias solares aparentes, confeccionados em projeo esteogrfica, para latitudes de + 8o (N) at 36o (S), variando de 4o em 4o

o Figura A.10 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 8 N

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23

Figura A.11 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 4o N

24

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Figura A.12 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 0

o

NBR15215-3

25

o Figura A.13 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 4 S

26

NBR15215-3

o Figura A.14 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 8 S

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27

o Figura A.15 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 12 S

28

NBR15215-3

o Figura A.16 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 16 S

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o Figura A.17 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 20 S

30

NBR15215-3

Figura A.18 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 24o S

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o Figura A.19 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 28 S

32

NBR15215-3

Figura A.20 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 32 S

o

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33

o Figura A.21 - Diagramas de trajetrias solares aparentes para latitude 36 S

34

NBR15215-3A.5 Valores usuais para o fator de manuteno das superfcies internas (FM), fator de manuteno dos vidros (KM), transmissividade do vidro (KT) e fator de caixilho (KC) Tabela A.1 Valores para FM e KM Fator KM Inclinao da abertura Tipo de edificao Comercial Auditrio Banco Biblioteca Cozinha Escola Escritrio Ginsio Hospital Hotel Restaurante Residencial Industrial FM 0,85 0,85 0,80 0,75 0,80 0,80 0,75 0,90 0,75 0,75 0,75 0,70 V 0,85 0,80 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 0,90 0,75 0,75 0,75 0,70 30o 0,85 0,75 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,85 0,70 0,70 0,70 0,65 45o 0,75 0,70 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,80 0,65 0,65 0,65 0,60 60o 0,70 0,65 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,75 0,60 0,60 0,60 0,55 H 0,65 0,60 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 0,70 0,55 0,55 0,55 0,50

Tabela A.2 Mudanas nos valores de FM e KM, de acordo com a frequncia de limpeza Freqncia de limpeza Mensal Cada 2 meses Cada 4 meses Cada 6 meses Uma vez por ano Sem programao de limpeza Mudana em FM ou KM + 0,05 a + 0,10 + 0,00 a + 0,05 usar valores da tabela - 0,00 a 0,10 - 0,10 a 0,15 valor da tabela / 2

Tabela A.3 Valores de KT para alguns tipos de fechamento de aberturas Descrio Vidros Vidro comum 4 mm Vidro bronze 4 mm Vidro refletivo prata 6 mm Vidro refletivo bronze 6 mm Vidro laminado bronze claro 6 mm Vidro laminado bronze escuro 6 mm Acrlicos Acrlico transparente Acrlico branco Policarbonatos Policarbonato incolor Policarbonato azul Policarbonato verde Pelculas Prata refletivo Bronze natural Bronze refletivo Transmissividade - KT 0,85 0,60 0,55 0,28 0,53 0,30 0,85 0,40 0,85 0,70 0,65 0,26 0,20 0,10

Fonte: ASSIS, R.M. C. (1997): Caracterizao ptica de materiais transparentes e sua relao com o conforto ambiental em edificaes, UNICAMP, Fac. de Eng.

O fator de caixilho KC calculado pela expresso KC = (Ajan Acaixilho)/Ajan onde: Ajan a rea da janela Acaixilho a rea da esquadria e de todos aqueles elementos que reduzem a rea efetiva da abertura _________________________