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1 Calagem e adubação da cebola (Allium cepa L.)* Paulo Espíndola Trani ( 1 ) José Maria Breda Júnior ( 2 ) Thiago Leandro Factor ( 3 ) ( 1 ) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). [email protected] ( 2 ) COOPERBATATA, Vargem Grande do Sul (SP). [email protected] ( 3 ) APTA - Polo Regional Nordeste Paulista, Mococa (SP). [email protected] * Campinas (SP), janeiro de 2014 INTRODUÇÃO No contexto da agricultura brasileira, a cebola posiciona-se como uma cultura de elevada importância socioeconômica, caracterizando-se como típica de propriedades pequenas e médias e de natureza familiar, sobretudo no Sul e no Nordeste brasileiro (Oliveira, 2010). Estima-se mais de 100 mil produtores envolvidos com a exploração desta hortaliça, gerando mais de 250 mil empregos diretos só no setor da produção (Vilela et al., 2005). Face à diversidade climática das diversas regiões do País, a cultura da cebola é desenvolvida ao longo de todos os meses do ano, com maior ou menor intensidade, dependendo do estado produtor. Em 2010/2011 foram cultivados no Brasil 60.020 mil hectares e a produção foi de 1,36 milhão de toneladas, com produtividade média de 22,6 t ha -1 (Camargo Filho et al., 2011). Os principais estados produtores em ordem decrescente de volume produzido em 2012 foram Santa Catarina, São Paulo, Bahia/Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, com 338.860, 250.016, 169.440, 161.477, 147.472, 137.500, 114.735 toneladas, respectivamente (Senace, 2012). A produção de cebola no Estado de São Paulo está concentrada em poucas regiões, onde geralmente há intensificação e especialização na atividade. As principais regiões

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1

Calagem e adubação da cebola (Allium cepa L.)*

Paulo Espíndola Trani (

1)

José Maria Breda Júnior (2)

Thiago Leandro Factor (3)

(1) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). [email protected]

(2) COOPERBATATA, Vargem Grande do Sul (SP). [email protected]

(3) APTA - Polo Regional Nordeste Paulista, Mococa (SP). [email protected]

* Campinas (SP), janeiro de 2014

INTRODUÇÃO

No contexto da agricultura brasileira, a cebola posiciona-se como uma cultura de

elevada importância socioeconômica, caracterizando-se como típica de propriedades

pequenas e médias e de natureza familiar, sobretudo no Sul e no Nordeste brasileiro

(Oliveira, 2010). Estima-se mais de 100 mil produtores envolvidos com a exploração desta

hortaliça, gerando mais de 250 mil empregos diretos só no setor da produção (Vilela et al.,

2005).

Face à diversidade climática das diversas regiões do País, a cultura da cebola é

desenvolvida ao longo de todos os meses do ano, com maior ou menor intensidade,

dependendo do estado produtor. Em 2010/2011 foram cultivados no Brasil 60.020 mil

hectares e a produção foi de 1,36 milhão de toneladas, com produtividade média de

22,6 t ha-1 (Camargo Filho et al., 2011).

Os principais estados produtores em ordem decrescente de volume produzido em

2012 foram Santa Catarina, São Paulo, Bahia/Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Rio

Grande do Sul e Goiás, com 338.860, 250.016, 169.440, 161.477, 147.472, 137.500,

114.735 toneladas, respectivamente (Senace, 2012).

A produção de cebola no Estado de São Paulo está concentrada em poucas regiões,

onde geralmente há intensificação e especialização na atividade. As principais regiões

2

produtoras de cebola em São Paulo são por ordem de importância, o Nordeste, Centro Norte

e Sudoeste Paulista, representada pelos principais municípios produtores de São José do

Rio Pardo, Monte Alto e Piedade, com aproximadamente 45%, 35% e 20% do total,

respectivamente (Factor et al., 2012).

A produtividade de cebola no Estado de São Paulo, nos últimos 10 anos de 30 t ha-1,

constitui-se em uma das mais altas do Brasil. Isso pode ser atribuído à soma de diferentes

fatores: utilização de híbridos de cebola bem adaptados às condições climáticas regionais;

calagem e adubação calculadas conforme análise de solo; avanços nos sistemas de

irrigação; novas técnicas de manejo do solo com destaque ao sistema de plantio direto e

outras práticas conservacionistas; pesquisa agronômica e assistência técnica intensiva

realizada por Cooperativas, Empresas Privadas e Órgãos Oficiais.

1. Coeficientes Técnicos e Custo de Produção

A Tabela 1 apresenta os coeficientes técnicos e o custo produção da cebola em 2011,

no sistema de semeadura direta na região de São José do Rio Pardo (SP) para

produtividade de 45 t ha-1. Verifica-se um significativo gasto de 27,5% referentes aos custos

com calcário, fertilizantes e sua aplicação ao solo quando comparado ao total das despesas

com a implantação, manejo e colheita da cebola. Torna-se, portanto, fundamental a

realização e interpretação da análise de solo e foliar, importantes e necessárias ferramentas

agronômicas para o cálculo correto da calagem e adubação.

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Tabela 1. Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio direto na região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1).

1 - Preparo do solo/Plantio Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

1.a – Operações

Roçagem 4,0 h/maq R$ 70,00 R$ 280,00

Calagem 2,0 h/maq R$ 70,00 R$ 140,00

Plantio 2,0 h/maq R$ 100,00 R$ 200,00

Conservação do solo 1,5 h/maq R$ 70,00 R$ 105,00

Aplicação de adubo orgânico* 6,0 h/maq R$ 70,00 R$ 420,00

Subtotal R$ 1.145,00

1.b – Insumos Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

Calcário dolom. (PRNT 80%) 3,0 ton R$ 97,00 R$ 291,00

04-14-08 + B + Zn 1,5 ton R$ 500,00 R$ 750,00

Cama de frango de corte 5,0 ton R$ 110,00 R$ 550,00

Subtotal R$ 1.591,00

2 - Tratos culturais

2.1. Operações Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

tratorista plantio 0,25 diarias R$ 40,00 R$ 10,00

Ajudante plantio 0,25 diarias R$ 30,00 R$ 7,50

aplic. Herbicida dessecante (1 X) 0,50 h/maq R$ 70,00 R$ 35,00

aplic. Herbicida pré (1 X) 0,50 h/maq R$ 70,00 R$ 35,00

aplic. Herbicida pós 2 1,00 h/maq R$ 70,00 R$ 70,00

Adubação de cobertura¨** (4 X) 8,00 h/maq R$ 70,00 R$ 560,00

Pulverizações (14 X) 7,00 h/maq R$ 70,00 R$ 490,00

Irrigação 3.000,00 KW/h R$ 0,32 R$ 960,00

Subtotal R$ 2.167,50

2.2 – Insumos Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

12- 06-12 *** (4 X) 1,50 ton R$ 830,00 R$ 1.245,00

Roundup (1 X) 5,00 litro R$ 6,00 R$ 30,00

Ronstar 2,00 litro R$ 57,80 R$ 115,60

Fusilade 0,60 litro R$ 50,00 R$ 30,00

Totril 2 X 1,00 litro R$ 106,30 R$ 106,30

Mancozeb (8 X) 24,00 Kg R$ 14,00 R$ 336,00

Oxicloreto de cobre (5 X) 10,00 Kg R$ 15,00 R$ 150,00

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Tabela 1 (cont.). Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio direto na região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1).

Benomil ( 1 X ) 1,00 Kg R$ 27,64 R$ 27,64

Azoxystrobin ( 3 X ) 3,00 fr (100 gr) R$ 45,00 R$ 135,00

Tebuconazole ( 1 X ) 1,00 litro R$ 54,30 R$ 54,30

Metalaxyl ( 1 X ) 2,50 Kg R$ 66,67 R$ 166,68

Lambdacyhalotrin ( 4 X ) 0,60 litro R$ 54,30 R$ 32,58

Fenitrothion ( 4 X) 0,60 litro R$ 74,26 R$ 44,56

Imidacloprid ( 4 X ) 1,40 litro R$ 93,50 R$ 130,90

NPK + micro foliar**** 20,00 Litro R$ 9,40 R$ 188,00

CaB foliar***** 40,00 Litro R$ 6,80 R$ 272,00

Sementes 4,00 Kg R$ 1.000,00 R$ 4.000,00

Subtotal R$ 7.064,55

3 – Colheita Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

3.a – Operações

Arranquio/enleiramento 20,00 diárias R$ 30,00 R$ 600,00

“Toalete” (limpeza dos bulbos) 40,00 diárias R$ 30,00 R$ 1.200,00

Transporte interno 6,00 diárias R$ 30,00 R$ 180,00

Transporte interno 10,00 h/maq R$ 70,00 R$ 700,00

Subtotal R$ 2.680,00

3.b – Insumos Quantidade Unidade Custo Unit. R$/ha

Sacas 1.300 Sacas R$ 1,20 R$ 1.560,00

Barbante 10 Unidd R$ 2,20 R$ 22,00

Subtotal R$ 1.582,00

Produção Estimada (t ha-1

) 45

Receita Bruta Estimada R$ 25.650,00

Total do custo Total Geral R$ 16.230,05

Lucro R$ 9.419,95

HT = hora trator; DH = dia homem; HM = hora máquina. * Inclui o carregamento do adubo orgânico com a caçamba do trator e a aplicação em si. ** adubação de cobertura com aplicação mecanizada canteiro por canteiro. *** cobertura parcelada em 4 aplicações de 380 kg ha

-1.

**** em média 6 pulverizações com 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação. ***** em média 13 pulverizações de 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação. Fonte: Breda Jr., J.M., 2011

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2. Características botânicas da cebola

A cebola é uma cultura anual para a produção de bulbos e bianual para produção de

sementes. É uma planta herbácea de folhas grandes subcilíndricas ocas (tubulares), lisas e

cerosas, dificultando de certo modo a absorção de nutrientes via foliar (Jones & Mann,

1963). A parte comerciável é um bulbo tunicado, grande, concêntrico, formado pelo

entumecimento das bainhas das folhas sobrepondo-se umas às outras, constituindo um

órgão de reserva onde são acumulados hidratos de carbono. O caule é um disco comprimido

na parte inferior do bulbo, de onde saem as raízes fasciculadas, pouco ramificadas que

exploram um volume de solo equivalente a 25 cm de diâmetro e 60 cm de profundidade,

sendo que nos 30 cm superiores do solo é que há maior concentração de raízes

(Mascarenhas, 1980). A avaliação do sistema radicular da cebola foi realizada no Brasil

pioneiramente por Prado (1940, 1941) que realizou em Campinas, no IAC, trabalhos sobre o

desenvolvimento radicular da cebola propagada por mudas, concluindo o seguinte: as raízes

concentram seu maior volume até os 30 cm, embora boa parte destas atinja 40 a 50 cm de

profundidade (e até 70 a 80 cm) em solo com condições físicas e químicas uniformes em

todo seu perfil (Figuras 1 e 2). Observou também que as raízes da cebola “caminham”

durante seu desenvolvimento inicial, quase em paralelo à superfície do solo por uns 25 cm e

5 cm de profundidade para depois descerem perpendicularmente (Figura 3).

Estas características acima descritas têm implicações peculiares quanto à aplicação e

o suprimento de nutrientes.

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Figura 1. Raízes de cebola por ocasião da colheita do bulbo, desenvolvidas em um solo uniforme sem impedimentos físicos e químicos. IAC, Campinas,1940. Foto: Olympio T. Prado.

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Figura 2. Plantas jovens de cebola mostrando maior concentração de raízes nos primeiros 30 cm de profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado.

Figura 3. Plantas de cebola com boa concentração de raízes até os 25 cm laterais e 30 cm em profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado.

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3. Nutrição Mineral

A determinação da quantidade de nutrientes e sua aplicação na forma e momento

mais adequados para as espécies vegetais são influenciadas pelas características da planta,

do solo e do ambiente de cultivo. Além das características botânicas da cebola, deve-se

conhecer a função dos nutrientes, os sintomas de deficiência e toxidez, as formas de

absorção e transporte destes, a curva de crescimento, a disponibilidade e eficiência de

recuperação de cada nutriente adicionado no solo, para se calcular a necessidade de

calagem e adubação.

3.1 Funções dos nutrientes e principais sintomas de deficiência

Inúmeras literaturas descrevem a função dos nutrientes nas plantas e os principais

sintomas de deficiência na cebola, além de outras culturas, destacando-se Haag et al (1968,

1970), Malavolta et al (1974); Scaife & Turner (1983); Piggott (1988); Barker & Pilbeam

(2007); Mendes et al (2008).

3.1.1 Nitrogênio (N)

O nitrogênio é componente da estrutura de aminoácidos, proteínas, clorofila, enzimas,

coenzimas, RNA, DNA, além de vitaminas como a niacina, tiamina, riboflavina. Os

metabólitos que contêm N são em grande parte ativadores enzimáticos, além de

participarem dos processos de absorção de íons, fotossíntese, respiração, sínteses

bioquímicas e crescimento vegetativo.

Na cebola, os principais sintomas de deficiência de N constituem-se na diminuição do

ritmo de crescimento, as folhas mais velhas amarelecem, secam e caem. As poucas folhas

novas mostram-se finas e delicadas e os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido.

3.1.2 Fósforo (P)

O fósforo é parte essencial da estrutura dos ésteres de carboidratos, fosfolipídeos,

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coenzimas e ácidos nucleicos (ATP e ADP). O fósforo contribui para o desenvolvimento do

sistema radicular. Desempenha também um papel fundamental na respiração, seja no

desdobramento inicial da glicose, seja no armazenamento, na transferência e utilização da

energia gerada no processo.

Quando a planta de cebola apresenta deficiência de P, suas folhas mais velhas

mostram-se amareladas e secam facilmente. As folhas intermediárias e as mais novas

apresentam coloração verde-escura. Os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido.

3.1.3 Potássio (K)

O potássio atua nos processos osmóticos, na síntese de proteínas e na manutenção

de sua estabilidade, na abertura e fechamento dos estômatos, na permeabilidade da

membrana e no controle do pH da célula.

Sua deficiência se caracteriza pelo murchamento das folhas; as mais velhas

apresentam coloração amarelada, progredindo para o secamento das pontas, reduzindo

também o desenvolvimento dos bulbos.

3.1.4 Cálcio (Ca)

O cálcio é componente da parede celular, sendo indispensável para manutenção da

estrutura das membranas celulares, em particular do plasmalema, sendo indispensável para

a germinação do grão de pólen e para o crescimento do tubo polínico no processo de

polinização e fecundação.

Plantas de cebola com deficiência de Ca apresentam as folhas novas com aspecto

aparentemente normal, porém tombam repentinamente sem se fraturarem e após alguns

dias secam a partir do ápice no sentido da base. Com a progressão da carência, o fenômeno

se repete nas folhas intermediárias e nas folhas velhas.

3.1.5 Magnésio (Mg)

O magnésio está presente na molécula de clorofila, sendo importante ativador de

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diversas enzimas, participando dos processos de fotossíntese, respiração, síntese de

compostos orgânicos, absorção iônica e trabalho mecânico, como aprofundamento e

expansão da raiz. A absorção de P (na forma de H2PO4-) é máxima na presença de Mg2+,

tendo o papel de carregador de fósforo, provavelmente, pela sua participação na ativação de

ATPases.

Em situação de deficiência de Mg, as folhas mais velhas tornam-se uniformemente

amareladas ao longo do seu comprimento, sem evoluir para a morte. Há o secamento do

ápice das folhas e os bulbos produzidos são pequenos.

3.1.6 Enxofre (S)

O enxofre é constituinte importante de alguns aminoácidos, como a cistina, metionina,

cisteína e triptofano, precursores de compostos sulfurados voláteis responsáveis pelo aroma

característico da cebola.

As folhas de plantas deficientes apresentam-se finas e deformadas, com

amarelecimento das folhas novas, ocorrendo reduzido crescimento radicular. Apesar das

poucas folhas, há, relativamente, uma boa formação de bulbos.

3.1.7 Boro (B)

É ativador enzimático e atua nos processos de absorção iônica, transporte de

carboidratos, síntese de lignina, celulose, ácidos nucleicos e proteínas. Tem importante

função na translocação de açúcares e no metabolismo de carboidratos, no florescimento, no

crescimento do tubo polínico, nos processos de frutificação, no metabolismo do N e na

atividade de hormônios. Intervém na absorção e no metabolismo dos cátions, principalmente

do Ca++.

Em condição de deficiência, inicialmente, as folhas mais novas adquirem uma

tonalidade verde-azulada. Estas tornam-se mosqueadas e enrugadas. Surge fendilhamento

nas folhas mais velhas, que ficam quebradiças. Há a paralisação do crescimento e morte

das folhas, a partir do ápice.

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A deficiência de B ocasiona ainda a má formação das películas (cascas) externas da

cebola, necrose interna principalmente nas escamas do centro e região meristemática,

menor consistência e menor poder de conservação pós-colheita. Bulbos tratados com B, em

pré-colheita, apresentam incremento na coloração, aumento da resistência das cascas e

menor perda de massa durante o armazenamento.

3.1.8 Cobre (Cu)

O cobre é constituinte da estrutura de proteínas e de diversas enzimas que atuam nos

processos de fotossíntese, respiração, regulação hormonal, fixação de N e metabolismo de

compostos secundários. É essencial no balanço de nutrientes que regulam a transpiração na

planta.

Os principais sintomas de deficiência são folhas de coloração amarelo-parda, com

necrose nas margens e retorcidas. O bulbo torna-se amarelo e fino, faltando solidez e

firmeza. Na cebola, a aplicação de Cu intensifica a coloração da casca melhorando também

a resistência desta e propicia menor perda de peso dos bulbos durante o armazenamento.

Vale observar que uma fonte indireta de fornecimento deste micronutriente para as plantas é

o oxicloreto de cobre, produto que controla a ferrugem e outros agentes patogênicos da

cebola. À medida que este for substituído por outros agrotóxicos deverá ser necessário o

fornecimento de cobre através de fertilizantes aplicados ao solo, em pré-plantio e também

via foliar durante o período de crescimento da cebola e formação de bulbos.

3.1.9 Manganês

O manganês participa de diversas reações bioquímicas atuando como ativador de

enzimas envolvidas nos processos de respiração e na síntese de aminoácidos e lignina.

Atua também nas reações de oxi-redução e transporte de elétrons nas células vegetais.

O manganês é um micronutriente ainda pouco pesquisado para a cebola no Brasil e

poderá ter sua demanda aumentada nos próximos anos, à medida que os agrotóxicos que o

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contém e o fornece indiretamente às plantas (como o Mancozeb) forem sendo substituídos

por outros produtos.

As plantas de cebola deficientes em Mn mostram folhas externas com faixas estreitas

(”riscos”) cloróticas e esbranquiçadas seguindo-se o aparecimento de necroses. O

crescimento das plantas é severamente reduzido.

3.1.10 Molibdênio

O molibdênio atua como catalizador de reações de oxi-redução em mais de 60

enzimas presentes nas células vegetais. Este micronutriente tem um importante papel no

metabolismo do nitrogênio nas plantas, onde participa, por exemplo, no processo de redução

do NO3-- para NO2

-- ativando a enzima reductase do nitrato.

Em plantas adultas de cebola deficientes em Mo ocorre a morte das extremidades

(pontas) das folhas e abaixo destas aparecem partes flácidas ou murchas, enquanto a parte

basal ainda permanece verde.

Considera-se 0,1 mg de Mo por kg de matéria seca das folhas como um valor mínimo

necessário (nível crítico) às necessidades nutricionais da cebola.

O molibdênio é necessário em pequenas quantidades, cerca de 0,1 kg (100 gramas)

de Mo por ha, via solo, para proporcionar boas produções de hortaliças em geral. A

aplicação de Mo em pulverização para a cebola, é citada no item “adubação foliar”.

3.1.11 Zinco (Zn)

É constituinte de diversas enzimas que atuam nos processos de respiração, controle

hormonal e síntese de proteínas. É necessário para a síntese e conservação de auxinas,

hormônios vegetais envolvidos no crescimento.

Quando as plantas de cebola são deficientes em Zn, há o aparecimento de folhas

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retorcidas, atrofiadas e com riscas (faixas estreitas) amareladas.

3.1.12 Outros nutrientes e elementos úteis

O ferro é um micronutriente presente em quantidades significativas na maioria dos

solos cultivados com cebola no Estado de São Paulo e não há relatos de sua deficiência

nesta cultura.

Quanto ao níquel (Ni), ainda não existe no Brasil pesquisa agronômica sobre sua

ação em cebola, já sendo, porém, recomendado para algumas outras espécies hortícolas.

O silício (Si) é um elemento útil, mas não essencial às plantas. Proporciona em

algumas culturas melhor resistência a certas doenças fúngicas, porém nada foi relatado para

a cultura da cebola a esse respeito. O Si é componente de fertilizantes como o termofosfato

e o F.T.E. (Fritted Trace Elements). .

3.2 Acúmulo de matéria seca e absorção de nutrientes

Empresas privadas, empresas públicas e cooperativas estão constantemente

desenvolvendo novos híbridos e cultivares adaptadas às diferentes condições climáticas,

com diferentes exigências nutricionais. Nesse sentido, são necessários estudos envolvendo

as curvas de absorção de nutrientes dos diferentes genótipos lançados, no sentido de

aprimorar as recomendações de calagem e adubação.

As curvas de absorção de nutrientes e o acúmulo de matéria seca em função da

idade da planta possibilitam conhecer os períodos de maior exigência dos nutrientes e de

produção de massa de matéria seca, obtendo-se informações seguras quanto às épocas

mais convenientes de aplicação de fertilizantes (Haag & Minami, 1988).

De acordo com Porto et al. (2007) o crescimento da planta de cebola é lento até

próximo à metade do ciclo. A partir daí, segundo Gamiely et al. (1991), iniciam-se a

bulbificação e a translocação de fotoassimilados e outros compostos para o bulbo. Nessa

fase, há um rápido acúmulo de matéria seca no bulbo (Brewster, 1994).

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Santos et al. (2007) avaliaram o acúmulo de matéria seca e o teor de nutrientes em

cebola, cultivares Alfa São Francisco e Franciscana IPA 10, em um Vertissolo localizado em

Juazeiro/BA e observaram que o acúmulo máximo de matéria seca nas folhas foi lento até

aos 40 dias após o transplantio, sendo que o maior acúmulo de matéria seca ocorreu aos

80 dias. Já Porto et al. (2006) estudando a marcha de absorção na cebola em um híbrido

Superex em São José do Rio Pardo/SP, observaram crescimento muito lento até 70 dias

após a semeadura, sendo que maiores incrementos na matéria seca da parte aérea e do

bulbo ocorrem, respectivamente, nos períodos de 70 a 110 dias e de 90 a 130 dias do ciclo,

mostrando assim diferenças marcantes entre regiões, sistemas de produção e materiais

genéticos no que tange o acúmulo de massa e teor de nutrientes.

Vidigal et al. (2002) observaram, ao final do ciclo da cebola, os acúmulos na parte

aérea dos macronutrientes (em kg ha-1): N: 55; P: 7; K: 74; Ca: 38; Mg: 5; S: 8; e os

micronutrientes (em g ha-1): B:139; Cu: 301; Fe: 605; Mn: 528; Zn:110. Os acúmulos nos

bulbos dos macronutrientes foram (em kg ha-1): N: 70; P:15; K: 57; Ca: 25; Mg: 4; S:12; e os

micronutrientes (em g ha-1): B:150; Cu: 30; Fe: 749; Mn: 280; Zn: 266. O acúmulo total (parte

aérea + bulbos) de macronutrientes foi (em kg ha-1): N: 125; P: 22; K: 131;Ca: 63; Mg: 9;

S: 20 e os micronutrientes (em g ha-1): B: 289; Cu: 331; Fe: 1354; Mn: 808; Zn: 376.

Ainda Vidigal et al. (2010), estudando a absorção de nutrientes pela cultura da cebola

no sistema de semeadura direta e transplante de mudas, verificaram que independente do

sistema de cultivo o crescimento inicial foi lento, intensificando a partir dos 56 e 74 dias após

a semeadura, para o cultivo em semeadura direta e transplantio de mudas, respectivamente.

Os nutrientes foram absorvidos pela cebola na seguinte ordem: K > N > Ca > S > P > Mg e

Fe > Mn > Cu > Zn.

May et al. (2008) no sistema de semeadura direta verificou que a cebola híbrida

Optima extraiu aos 150 dias após a semeadura, os macronutrientes (em kg ha-1): N: 79; P:

13; K: 76; Ca: 59; Mg:12 e S: 24. A cebola híbrida Superex extraiu os macronutrientes (em

kg ha-1): N: 65; P: 10; K: 68; Ca: 66; Mg: 13; S: 25.

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Apesar de se observar praticamente a mesma sequência de absorção de nutrientes

verifica-se diferenças nas quantidades absorvidas destes entre os genótipos utilizados,

mesmo quando cultivou-se a cebola no mesmo solo e período do ano.

As diferentes quantidades extraídas de nutrientes pela cebola, apresentadas em

diversos trabalhos, podem ser atribuídas à diversidade de fertilidade dos solos, diferentes

épocas de plantio, diferentes características climáticas (principalmente as temperaturas

durante o ciclo), diferentes sistemas de propagação (semeadura direta, mudas e bulbinhos)

e exigências nutricionais distintas conforme a cultivar. Torna-se, portanto, importante a

realização de pesquisa regional e local sobre nutrição mineral da cebola com a finalidade de

se aprimorar as recomendações de adubação e os períodos de aplicação dos fertilizantes

para a cebola.

3.3 Interpretação da análise foliar

A análise química foliar consiste na determinação dos teores de elementos em tecidos

vegetais (principalmente folhas) visando o diagnóstico do estado nutricional da cultura.

Auxilia ainda na interpretação dos efeitos da adubação anteriormente efetuada e a estimar

indiretamente o grau de fertilidade do solo. A análise foliar permite também distinguir os

sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles provocados por nutrição

inadequada (Trani et al, 1983).

Na cultura da cebola a folha a ser coletada é a mais jovem, desde que completamente

expandida, coletando-se uma folha por planta, num total de 40 folhas por gleba homogênea.

O período de coleta indicado é na metade do ciclo da cultura, ou seja, 40-50 dias após o

transplante. Após a coleta, deve-se acondicionar as amostras em sacos de papel,

identificando-as e enviando-as, imediatamente, para laboratório de análise química de tecido

vegetal.

A seguir é apresentada a faixa de teores adequados de macro e micronutrientes

(tabela 2).

16

Tabela 2. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em cebola.

N P K Ca Mg S

---------------------------------------------------g kg-1

---------------------------------------------------

25– 40 2 – 5 30 – 50 15 – 30 3 – 5 5 – 8

B Cu Fe Mn Zn

---------------------------------------------------mg kg-1

-------------------------------------------------

30 – 50 10 – 30 60 – 300 50 – 200 30 – 100

Fonte: adaptado de Trani e Raij, 1997

4. Amostragem do solo para análise.

O produtor deve coletar as amostras de solo sempre com a devida antecedência para

que haja tempo da aplicação e efeito do calcário e do fertilizante orgânico. O terreno a ser

plantado deve ser percorrido ao acaso, em zigue-zague, e coletadas de 12 a 20 sub-

amostras, com um trado ou enxadão, na profundidade entre 0 e 20 cm. As sub-amostras

devem ser misturadas em um recipiente limpo e a amostra composta com 300 a 400

gramas, enviada de preferência aos laboratórios que participam do programa de controle de

qualidade de solo, coordenado pelo IAC. Ressalte-se que as áreas representativas de cada

amostra composta não devem ser superiores a 10 - 20 ha. Em áreas cultivadas com

diferentes espécies vegetais, intensamente corrigidas e adubadas recomenda-se a cada 5

anos realizar também uma análise física do solo, coletando-se duas amostras compostas

distintas: a primeira representativa da camada de 0 - 20 cm e a segunda de 20 - 40 cm de

profundidade. Com base nos resultados da análise física e química é possível aprimorar o

manejo do solo

5. Calagem

A maioria dos solos brasileiros apresenta características químicas inadequadas para o

cultivo intensivo de plantas, tais como: elevada acidez, altos teores de hidrogênio e alumínio

trocáveis além da deficiência de cálcio e magnésio. A calagem é prática fundamental para a

17

correção da acidez do solo e para o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas. A cultura

da cebola situa-se entre as hortaliças mais sensíveis à acidez do solo. Assim sendo, os

solos em que será cultivado cebola devem ser corrigidos, para se alcançar 80% de

saturação por bases, além de um pH (Ca Cl2) próximo a 6,0.

Dentre os corretivos da acidez do solo, os calcários são os mais comercializados. Os

calcários podem ser classificados em função do teor de óxido de magnésio (MgO) como

calcíticos, magnesianos ou dolomíticos. Aqueles que apresentam menos de 5% de MgO são

denominados calcíticos; de 5-12% de MgO, magnesianos e acima de 12% de MgO,

dolomíticos.

Os calcários comuns tem PRNT (poder relativo de neutralização total) aproximado de

70% e devem ser incorporados ao solo de 60 a 90 dias antes da semeadura ou do plantio da

cebola para ocorrer completa correção da acidez do solo.

Os calcários finamente moídos denominados “Filler” (com PRNT entre 80 e 90%) e os

calcários parcialmente calcinados (PRNT de 90 a 100%) apresentam ação mais rápida na

correção da acidez do solo (30 a 40 dias após a aplicação).

Recomenda-se a incorporação do corretivo até 25 a 30 cm de profundidade, para

possibilitar o pleno desenvolvimento das raízes da cebola. Logo após a incorporação do

calcário, irrigar o local para que se atinja umidade suficiente necessária à reação deste junto

ao solo. A distribuição do calcário deve ser a mais uniforme possível e sobre a área total do

terreno (Figura 4).

Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato de cálcio bi-hidratado) não corrige o pH do

solo. Tem como principal função fornecer cálcio e enxofre às culturas e também arrastar para

longe do alcance das raízes, o alumínio trocável do solo. Sua aplicação deve ser criteriosa,

pois o excesso de gesso agrícola poderá acarretar a lixiviação para maiores profundidades,

além do Al+++, de cátions como o K+ e o Mg++.

18

Figura 4. Aplicação de calcário sobre a área total do terreno para posterior incorporação ao solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr.

6. Adubação Orgânica

A aplicação do adubo orgânico deve ocorrer de 15 a 30 dias antes da semeadura ou

transplante de mudas. Recomenda-se aplicar 15 t ha-1 de esterco bovino bem curtido ou 5 t

ha-1 de esterco de galinha (ou cama de frango) curtido, ou ainda 150 a 200 kg ha-1 de torta

de mamona pré- fermentada. As maiores quantidades de adubos orgânicos são

recomendadas em solos arenosos e pobres em matéria orgânica. A distribuição dos adubos

orgânicos deve ser realizada em área total do terreno e posterior incorporação ao solo dos

canteiros (Figura 5).

19

Figura 5. Aplicação de fertilizante orgânico com a antecedência de 15 a 30 dias antes do plantio ou da semeadura da cebola. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda

Jr.

Dentre os fertilizantes orgânicos recomendados destaca-se o composto (Figura 6),

oriundo da fermentação de diferentes materiais e cuja quantidade a aplicar deve ser

calculada conforme o teor de nutrientes, principalmente o teor de N presente em maior

quantidade nos fertilizantes orgânicos.

20

Figura 6. O composto orgânico proporciona entre outros benefícios a melhoria da estrutura do solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr.

7. Adubação Mineral de Plantio

Aplicar e incorporar de 7 a 10 dias antes da semeadura, conforme a análise do solo

os seguintes nutrientes (Tabela 3):

Tabela 3. Recomendação de nutrientes em pré- plantio de cebola conforme análise química de solo.

Nitrogênio

P resina, mg dm-3

K+ trocável, mmolc dm

-3 Zn, mg dm

-3

0-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0 0-0,5 0,6-1,2 >1,2

N, kg ha-1

------------P2O5, kg ha-1

---------- -----------K2O, kg ha-1

----------- ------Zn, kg ha-1

------

30 a 60 320 240 120 60 160 120 60 30 4 2 1

Aplicar junto com o NPK em pré-plantio 30 a 60 kg ha-1 de S ha, 1 a 2 kg ha

-1 de B , sendo as maiores doses nos solos deficientes em boro ou pobres em matéria orgânica. Acrescentar ainda 2 a 4 kg ha

-1 de cobre (Cu) e 1 a 2 kg ha

-1 de manganês (Mn), em solos deficientes nestes micronutrientes.

21

Recomenda-se a utilização de 1/4 a 1/5 do fósforo em pré-plantio na forma de

termofosfato que contém, além do fósforo, cálcio, magnésio, micronutrientes e silício.

As doses de nutrientes a serem aplicadas antes da semeadura ou do plantio, podem

também variar conforme o sistema de distribuição dos fertilizantes, em área total do canteiro

ou nos sulcos de semeadura. Caso a análise de solo indique a necessidade de elevadas

doses de K2O em pré-plantio, aplicar fórmulas em área total do canteiro e não em sulcos,

para “diluir” o efeito do K presente nas mesmas. Caso seja somente possível a aplicação

direcionada das fórmulas NPK nos sulcos, evitar aquelas com cloreto de potássio ou

deverão contê-lo em pequenas quantidades. A concentração excessiva de K pode acarretar

a salinização do solo devido ao cloro do KCl e prejudicar a germinação das sementes de

cebola.

O produtor de cebola que distribui os fertilizantes diretamente em sulcos ou linhas

deve sempre regular a máquina para que o adubo fique situado 2,5 cm abaixo e 2,5 cm ao

lado das sementes, diminuindo assim, a possibilidade de “queima” das mesmas.

8. Adubação mineral de cobertura

As maiores ou menores quantidades de N, P, K em cobertura dependerão da

avaliação da cultura antecedente, da fertilização orgânica anterior, do estande de plantas de

cebola e da produtividade desejada ou esperada. Outros fatores a considerar são: o estado

vegetativo das plantas no campo, a exigência nutricional da cultivar de cebola utilizada e o

sistema de plantio utilizado.

No sistema de transplante de mudas aplicar 80 a 120 kg ha-1 de N e 40 a 120 kg ha-1

de K2O, parcelando os totais em duas aplicações aos 20 a 30 e aos 45 a 55 dias após o

transplante. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura,

junto com o N e o K, não ultrapassando 30 a 40 kg ha-1 de P2O5. O sistema de transplante

de mudas proporciona menor quantidade de plantas por ha em relação ao sistema de

22

semeadura direta e requer consequentemente menor quantidade de nutrientes. A Figura 7

mostra uma propriedade agrícola no sistema familiar, onde as cebolas foram produzidas

através do transplante de mudas e irrigação por aspersão, sendo adotado o sistema de

adubação em cobertura acima mencionado.

Figura 7. Colheita de cebola em propriedade agrícola familiar no sistema de produção por transplante de mudas. Os fertilizantes em cobertura foram aplicados em linhas ao lado das plantas. A água foi fornecida através do sistema de aspersão. São José do Rio Pardo (SP), 2006. Foto: Paulo E. Trani

No sistema de semeadura direta aplicar 80 a 160 kg ha-1 de N e 40 a 160 kg ha-1 de

K2O dividindo este total em 5 aplicações aos 25, 40, 55, 70 e 85 dias após a emergência das

plantas. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura, junto

com o N e o K, não ultrapassando 40 a 60 kg ha-1 de P2O5.

A utilização de fórmulas de fertilizantes de cobertura contendo P (como 20-05-20; 12-

04-12) juntamente com N e K tem sido praticada há décadas para diversas espécies de

hortaliças, inclusive para a cebola e mostrado na prática, efeitos benéficos, ainda não

quantificados, quanto à maior produção e melhor qualidade dos produtos colhidos.

23

A alta solubilidade de alguns fertilizantes fosfatados presentes em formulações de

cobertura, como o DAP e o MAP, proporciona rápida absorção de P pelas raízes de

hortaliças de ciclo médio (120 a 160 dias para a cebola, alho e tomate) e até aquelas de

ciclo rápido (30 a 40 dias para a alface / rúcula e 80 a 90 dias, para a cenoura / beterraba).

Vale ressaltar que o fósforo solúvel presente em quantidades adequadas no solo “estimula” a

absorção de nitrogênio pelas plantas. Outro aspecto a se destacar refere-se à tecnologia de

fertilizantes, onde fórmulas de cobertura fabricadas com adubos fosfatados em sua

composição por vezes são menos higroscópicas em relação às fórmulas que contém apenas

fertilizantes nitrogenados e potássicos.

Factor et al (2009), utilizando a uréia como fonte nitrogenada, observaram maiores

produtividades e melhor classificação de bulbos de cebola com a aplicação de 200 kg ha-1

de nitrogênio, sendo 40 kg ha-1 no plantio e 160 kg ha-1 em cobertura aos 30, 50 e 70 dias

após a semeadura.

Em relação à adubação potássica para a cultura da cebola em semeadura direta

(híbrido Optima), maior produtividade total e de bulbos classe 3 (50-70 mm) de melhor valor

comercial, foram obtidas com adubação de 189 kg ha-1 e 165 kg ha-1 de K2O,

respectivamente (Factor et al., 2011).

Quando da aplicação de nutrientes em cobertura por fertirrigação adotada nos

sistemas de gotejamento e pivô central (Figura 8) e especialmente para cultivos adensados

de cebola (Figura 9) recomenda-se aumentar o número de parcelamentos das doses de

nutrientes calculadas conforme o estado nutricional da cultura, e nas diferentes fases de

desenvolvimento, o que deverá ser monitorado com a análise foliar.

Os fertilizantes destinados aos sistemas de fertirrigação devem ser altamente

solúveis. É importante o conhecimento de suas características químicas tais como índice

salino, condutividade elétrica e índice de acidez e alcalinidade, as quais podem interferir nas

condições físico-químicas do solo e no desenvolvimento das plantas submetidas à adubação

radicular (Trani & Trani, 2011).

24

Figura 8. Fertirrigação de cebola através de água fornecida por pivô central. São José do Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani

Figura 9. Sistema adensado de produção de cebola em época próxima à colheita de bulbos, em São José do Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani

Ao se avaliar a necessidade de complementar as quantidades de nutrientes acima

recomendadas em cobertura, tomar cuidado com o nitrogênio, pois o excesso deste

25

nutriente pode prolongar o ciclo da cebola, causar maior porcentagem de bulbos bifurcados,

plantas taludas (“pescoço grosso”), maior suscetibilidade a doenças foliares e ainda

acarretar baixa conservação dos bulbos após a colheita. É importante a avaliação e

definição das melhores relações N / K em cada tipo de solo para que se obtenha boas

produtividades aliadas à qualidade dos bulbos colhidos.

Com relação ao enxofre este nutriente encontra-se geralmente presente nas fórmulas

de plantio de baixa e média concentrações de NPK, na forma de superfosfato simples (10 a

12% S) e de sulfato de amônio (24% S). Caso o produtor utilize em pré-plantio fórmulas com

alta concentração de NPK onde o S normalmente não está presente pode-se utilizar do

gesso agrícola ou ainda realizar a cobertura da cebola com fórmulas de baixa e média

concentração que permitem espaço para fertilizantes com S em sua composição. O enxofre

em excesso poderá afetar o sabor e aroma da cebola, pois está relacionado à formação de

componentes que aumentam a pungência dos bulbos.

9. Adubação foliar

Recomenda-se pulverizar as plantas, próximo à colheita com solução de sulfato de

potássio a 1%. Com relação ao magnésio, recomenda-se 3 a 4 pulverizações com sulfato de

magnésio heptaidratado a 0,8% distribuídas de maneira uniforme durante o ciclo da cebola.

Ainda, durante o desenvolvimento da cultura e sempre após as adubações nitrogenadas,

aplicar molibdato de sódio a 0,05% (0,5 g por litro de água). Quanto ao boro, pulverizá-lo na

forma de ácido bórico a 0,1-0,2% (corresponde a 1-2 g por litro de água) complementando a

aplicação via solo. Vale lembrar que a cebola possui folhas cerosas recomendando-se a

mistura dos fertilizantes com espalhante adesivo.

10. Adubação verde

A adubação verde e/ou a cobertura vegetal é uma prática agrícola milenar para

aumentar a capacidade produtiva do solo. Consiste no cultivo de plantas, em rotação /

sucessão / consorciação com as culturas, que melhoram significativamente os atributos

26

químicos, físicos e biológicos do solo.

As plantas denominadas “adubos verdes” tem características recicladoras,

recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras de solo. Dentre os benefícios

da adubação verde destacam-se: a) aumento da capacidade de armazenamento de água no

solo; b) controle de nematóides fitoparasitos; c) descompactação, estruturação e aeração do

solo; d) diminuição de amplitude da variação térmica do solo; e) fornecimento de nitrogênio

fixado direto da atmosfera quando leguminosas; f) intensificação da atividade biológica do

solo; g) melhoria do aproveitamento e eficiência dos adubos e corretivos; h) produção de

fitomassa para formação da cobertura morta e manutenção da matéria orgânica no solo;

i) proteção do solo contra os agentes da erosão e radiação solar; j) rápida cobertura do solo

e grande produção de massa verde em curto espaço de tempo; k) reciclagem de nutrientes

lixiviados em profundidade. A Tabela 4 mostra os principais adubos verdes recomendados

para a cultura da cebola e suas características agronômicas.

Tabela 4. Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos verdes/ plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca.

Nome

comum

Matéria fresca

(t ha-1

)

Matéria seca

(t ha-1

)

N P K Ca Mg

--------------------- g kg-1

de matéria seca -------------------

Braquiaria

ruziziensis 25 - 40 6 - 10 14 - 24 1,0 - 3,6 14 - 28 2,4 - 6,8 1,8 - 4,8

Crotalaria

juncea* 30 - 45 8 - 12 11 - 44 0,9 - 3,7 6 - 34 3,3 - 23 2,5 - 8,0

Crotalaria espectabilis*

15 - 30 4 - 8 20 - 33 0,7 - 2,5 8 - 18 4,3 - 18 3,7 - 5,0

Guandu* 30 - 50 8 - 16 13 - 33 0,9 - 2,5 4,7 - 28 5,7 - 17,9 1,9 - 4,9

Milheto 22 - 38 6 - 12 8 - 34 1,3 - 4,9 11 - 38 1,3 - 4,1 1,3 - 5,0

Milho 25 - 38 8 - 12 20 - 40 2,0 - 4,0 17 - 35 2,5 – 8,0 1,5 - 5,0

Mucuna anã*

10 - 20 2 - 5 27 - 35 1,6 - 5,3 16- 48 19 - 24 4,6 - 6,5

Sorgo

forrageiro 35 - 60 10 - 20 5 - 12 1,0 - 3,0 8 - 28 2 - 4 2,5 - 5,0

Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011

*após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola no máximo 30 kg N/ha.

27

Tabela 4 (cont.) Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos verdes/plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca.

Nome

comum

Matéria fresca

(t ha-1

)

Matéria seca

(t ha-1

)

S B Cu Mn Zn

g kg-1

m.s. ----------- mg kg-1

de matéria seca----------

Braquiaria

ruziziensis 25 - 40 6 - 10 0,9 - 1,7 12 - 30 5 - 14 50 - 280 25 - 60

Crotalaria

juncea* 30 - 45 8 - 12 1,2 - 2,7 15 - 25 6 - 14 23 - 179 16 - 44

Crotalaria espectabilis*

15 - 30 4 – 8 1,5 - 1,6 34 - 41 8 - 10 53 - 126 23 - 30

Guandu* 30 - 50 8 - 16 1, 9 -2,1 22 - 25 5 - 12 26 - 99 15 - 66

Milheto 22 - 38 6 - 12 1,5 - 2,7 7 – 35 5 - 16 27 - 101 24 - 98

Milho 25 - 38 8 - 12 1,5 - 3,0 10 - 25 6 - 20 20 - 200 15 - 100

Mucuna

Anã* 10 - 20 2 - 5 2,6 - 2,9 35 9 - 28 179 - 358 61 - 85

Sorgo

forrageiro 35 - 60 10 - 20 0,2 - 0,4 4 - 20 4 - 20 10 - 190 14 - 50

Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011

*após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola, no máximo 30 kg N/ha.

Os seguintes consórcios de espécies de primavera/verão e quantidades de sementes

são recomendados para a cultura da cebola:

- Milheto + Crotalaria juncea (40 + 10 a 15 kg/ha).

- Milheto + Guandu + Crotalaria juncea (40 + 20 + 7 a 10 kg/ha).

- Crotalaria espectabilis (7 a 8 kg/ha) + Crotalaria ocroleuca (7 a 8 kg/ha) + Milheto

(30 kg/ha).

As Figuras 10; 11; 12; 13 e 14 mostram alguns dos benefícios da adubação verde,

acima mencionados.

28

Figura 10. Área de milheto já dessecada para posterior semeadura direta na palha em São José do Rio Pardo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

Figura 11. Área da esquerda com Crotalaria juncea visando controle de nematóides, e área da direita com milho como rotação de cultura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

29

Figura 12. Supressão de plantas daninhas indesejáveis nas áreas de produção de cebola utilizando a Crotalaria juncea como adubo verde. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

Figura 13. “Mix” de 40 kg/ha de milheto com 12 kg/ha de Crotalaria juncea aos 55 dias após a semeadura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

30

Figura 14. Área com “mix” de milheto e Crotalaria juncea, aos 55 dias após a semeadura. Após apenas uma “passada” de gradão observa-se a reestruturação do solo e a facilidade de manejo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

11. Conclusões

A calagem e adubação são práticas agronômicas fundamentais para se obter altas

produtividades e qualidade de bulbos de cebola. O cálculo correto das quantidades de

calcário e fertilizantes a serem aplicados no plantio e em cobertura deve sempre levar em

conta a análise de solo e a análise foliar. É também importante a utilização de cultivares

selecionadas para o clima de cada região. Verifica-se ainda que os diferentes manejos

incluindo novas maneiras de propagação da cebola (como a semeadura direta), sistemas de

irrigação (como o pivô central), calagem e adubação, ajustados para tais manejos,

proporcionam um significativo acréscimo na produtividade e qualidade de cebola em

diferentes regiões do Estado de São Paulo.

As Figuras 15 e 16 mostram boas produtividades e qualidade de cebola, alcançadas

graças ao melhoramento genético e à nutrição mineral que foram aprimoradas em anos

31

recentes pela Pesquisa Agronômica e divulgados pela Assistência Técnica para esta cultura,

no Estado de São Paulo e no Brasil.

Figura 15. Campo de experimentação de cebola mostrando alta produtividade e qualidade dos bulbos graças ao melhoramento genético, à calagem e adubação baseadas na análise de solo e análise foliar. Parceria IAC - Asgrow/SVS - Paulínia (SP), 2004. Foto: Paulo E. Trani.

Figura 16. Alta produtividade de cebola em área onde foram adotadas boas práticas conservacionistas proporcionando a manutenção da fertilidade do solo. São José do Rio Pardo (SP), 2006. Foto: Paulo E. Trani.

32

12. Referências Bibliográficas

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