cajÁ-manga (spondias mombin l.): desenvolvimento ...§ão_thays_lorray… · 10 resumo o objetivo...

115
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS THAYS LORRAYNE LAVRINHA E SILVA CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO FISIOLÓGICO E AVALIAÇÃO DO PADRÃO RESPIRATÓRIO GOIÂNIA 2016

Upload: others

Post on 14-May-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

ALIMENTOS

THAYS LORRAYNE LAVRINHA E SILVA

CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO

FISIOLÓGICO E AVALIAÇÃO DO PADRÃO

RESPIRATÓRIO

GOIÂNIA

2016

Page 2: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial
Page 3: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

3

THAYS LORRAYNE LAVRINHA E SILVA

CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): CARACTERIZAÇÃO

FISIOLÓGICA E AVALIAÇÃO DO PADRÃO

RESPIRATÓRIO

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa

de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, da Universidade Federal de Goiás, para

obtenção do título de mestre em Ciência e Tecnologia

de Alimentos.

Orientadora: Profa. Dra. Clarissa Damiani

Co-orientadores: Prof. Dr. Flávio Alves da Silva

Prof. Dr. Edson Pablo Silva

GOIÂNIA

2016

Page 4: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

4

Page 5: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

MESTRADO

THAYS LORRAYNE LAVRINHA E SILVA

“Cajá-manga (Spondias mombin L.): caracterização fisiológica e avaliação do padrão

respiratório”.

Dissertação DEFENDIDA e APROVADA em 25 de agosto de 2016, pela Banca

Examinadora constituída pelos membros:

__________________________________________________________

Professor Dr. Eduardo Ramirez Asquieri

Faculdade de Farmácia/UFG

_________________________________________________________

Professora Dra. Fernanda Salamoni Becker

Morrinhos/IFGoiano

________________________________________________________

Professora Dra. Clarissa Damiani

Orientadora – Engenharia de Alimentos/UFG

Page 6: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

6

À toda minha família, em especial,

aos meus avós, aos meu pais e ao meu amor,

E aos verdadeiros amigos,

Que em meio a tantas dificuldades tiveram amor, coragem, persistência e sabedoria, não

permitindo que eu desistisse, me dando forças para seguir em frente e alcançar mais essa

conquista.

DEDICO

Page 7: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

7

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre estar presente na minha vida e por me dar forças para superar os

obstáculos, por me guiar, iluminar e proteger.

Aos meus Pais, que me apoiaram, me deram forças, amor e muito carinho, sempre

confiando nas minhas decisões.

Ao meu amor, por todo apoio e amor, dedicados a mim nos momentos mais difíceis

nessa jornada, por sempre estar ao meu lado e me proporcionar os melhores momentos de

alegria, carinho e amor.

Aos meus avôs pelo apoio e amor dedicados a mim. Especialmente, a minha avó e mãe

querida, Dionilha, meu orgulho e exemplo, por ser essa mulher trabalhadora.

Aos meus sogros, especialmente a Celma, pelo carinho, conselhos e todo apoio.

A minha Princesa, pelos momentos de alegria, amor e descontração.

As amigas Jéssyca e Ellen, por me ajudar e estar sempre presentes nos momentos bons

e difíceis, dando força, não deixando que desistisse. Pela troca experiências nas análises e

mensagens que tanto ajudaram na elaboração e conclusão da dissertação.

As amigas Monick Braga, Aline Bessa e Alessandra pela amizade e palavras de força.

A todos os colegas do mestrado e colegas de laboratório, Monik, Lismaíra e Daniela,

pela ajuda e colaboração.

Aos técnicos do Departamento de Engenharia de Alimentos, Bruno, Ana Paula, Jussara,

Anderson pelo apoio, especialmente ao Devis, pelas noites que passamos realizando análises.

A minha orientadora, Professora Clarissa, pela amizade, carinho, apoio e conhecimentos

transmitido durante todo o tempo que estamos trabalhando juntas.

Ao Professor Eduardo Ramirez Asquieri, pela receptividade no Laboratório de

Bioquímica de Alimentos, por todo conhecimento transmitido, paciência para esclarecer as

dúvidas, e pela força nos momentos difíceis.

Page 8: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

8

Ao Professor Flávio, pelo apoio e por sempre estar disponível para ajudar no que for

preciso.

À Professora e amiga Fernanda, pelos conselhos e apoio, que me fizeram buscar e

alcançar mais essa conquista.

Ao Professor Edson Pablo pelo apoio e ajuda na coleta dos frutos.

Aos Professores do Departamento de Engenharia de Alimentos, pelo apoio e

conhecimentos transmitidos a mim durante o processo de graduação e mestrado.

À Fazenda Jaboticabal, especialmente ao Paulinho e Paulo Filho, por sempre estarem

disponíveis e disponibilizar os frutos para realização dessa pesquisa.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), pela

concessão da bolsa de estudo e apoio financeiro para a realização dessa pesquisa.

Enfim, obrigada a todos que, direta ou indiretamente, torceram pelo meu sucesso e

contribuíram para a realização e conclusão desse trabalho!

Page 9: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

9

"Conheço pessoas que triunfam, e sempre triunfarão, sabe por que? Eu lhes direi o

porquê! Porque nunca desistem dos seus sonhos e sempre terminam aquilo que começam"

Napoleon Hill

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer! ”

Mahatma Gandhi

Page 10: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

10

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

antioxidante e atividade respiratória do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.), durante o

desenvolvimento fisiológico, assim como o seu padrão respiratório e alterações físicas e

químicas que ocorreram durante a maturação. O ciclo compreendeu um período de 260 dias

após antese (DAA), definido quando os frutos apresentaram facilidade para serem destacados

dos arbustos e coloração amarelo alaranjada. Foi marcado pela ascensão climatérica entre 160

a 180 DAA, com pico de produção de CO2 aos 180 DAA, seguindo padrão respiratório

climatérico. Os resultados indicaram padrão de crescimento tipo sigmoide simples, com

aumento significativo de massa e diâmetros longitudinal e transversal até 220 DAA, com

variação da firmeza e redução após 240 DAA. Houve decréscimo da pectina total e aumento da

pectina solúvel, redução da acidez e dos teores de clorofila, desmascaramento dos carotenóides,

culminando com amaciamento e mudança de coloração do fruto. Apresentou redução

significativa dos fenólicos totais e maior conteúdo nos extratos alcoólico e aquoso. O maior

teor de vitamina C foi obtido aos 220 DAA. Os teores de taninos diminuíram

significativamente. Os compostos antioxidantes apresentaram maior atividade no fruto em

formação, por aturem como mecanismos de defesa. Aos 260 DAA, a maior atividade

antioxidante, foi obtida pelos extratos etéreo e etanólico pelo método DPPH, e pelos extratos

alcoólico e aquoso, pelo método FRAP, e quando avaliados pelo método ABTS não

apresentaram diferenças significativas entre os extratos. Foram observadas degradação do

amido, aumento de açúcares solúveis totais e sólidos solúveis e variação nos teores de macro e

microminerais, apresentando, durante todo o desenvolvimento fisiológico, maior conteúdo de

fósforo, cálcio e magnésio. Foram observadas reduções da umidade, incremento de proteína e

carboidratos e foram identificados 27 compostos voláteis durante o desenvolvimento

fisiológico sendo, majoritariamente, terpenos. Portanto, mudanças significativas foram

observadas entre 200 e 220 DAA, podendo este ser o período em que o fruto atingiu sua

maturação.

Palavras-chaves: Spondias mombin L., cajá-manga, análises físico-químicas, compostos

bioativos, composição nutricional, fisiologia de frutos, frutos climatéricos.

Page 11: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

11

ABSTRAT

The objective of this study was to evaluate changes in physical - chemical compounds,

antioxidant potential and respiratory activity of the fruit cajá -manga (Spondias mombin L.)

during the physiological development, as well as your breathing pattern and physical and

chemical changes that occurred during maturation. The cycle comprised a period of 260 days

after anthesis (DAA), set when the fruits had to be easily detached from the bushes and orange

yellow color. It was marked by the rise climacteric between 160-180 DAA, with peak

production of CO2 at 180 DAA, following climacteric respiratory pattern. The results indicated

standard sigmoid simple type growth, significant increase of mass, longitudinal and transverse

diameters up to 220 DAA, with varying firmness and reduction after 240 DAA. There was a

decrease of total pectin and increased soluble pectin, reducing acidity and chlorophyll content,

unmasking of carotenoids, culminating in softening and change of fruit color. Showed a

significant reduction in total phenolic content and higher in alcohol and aqueous extracts. The

higher content of vitamin C was obtained to 220 DAA. Tannin levels decreased significantly.

The antioxidant compounds showed greater activity in the fruit formation, by aturem as defense

mechanisms. At 260 DAA, the highest antioxidant activity, was obtained by the ethereal and

ethanol extracts by DPPH method, and the alcoholic and aqueous extracts by FRAP method,

and when evaluated by ABTS method showed no significant differences between extracts.

.Starch degradation were observed, and increase of total soluble solids and soluble sugar content

variation in macro and trace minerals presenting all physiological development , higher content

of phosphorus , calcium and magnesium. Moisture reductions were observed, protein and

carbohydrates increase and were identified 27 volatile compounds during the physiological

development and, mainly, terpenes. Therefore, significant changes were observed between 200

and 220 DAA, which may be the period in which fruit has reached its maturation.

Keywords: Spondias mombin L., cajá-manga, physical and chemical analysis, bioactive

compounds, nutritional composition, fruit physiology, climacteric fruits.

Page 12: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

12

Page 13: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

13

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

Figura 1. Biomas Continentais Brasileiros (IBGE, 2014). ...................................................... 19

Figura 2. Árvore de cajá-manga Spondias mombin L. . .......................................................... 20

Figura 3. Frutos de cajá-manga Spondias mombin L. . ........................................................... 21

Figura 4. Estádios do desenvolvimento baseado nos processos fisiológicos dos frutos. Fonte:

Ryall e Lipton (1979) apud por Chitarra e Chitarra (2005). ..................................................... 22

CAPÍTULO II

Figura 1. Antese (abertura dos botões florais) da cajazeira (Spondias Mombin L.). .............. 40

Figura 2. Fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico.

.................................................................................................................................................. 42

Figura 3. Valores de pH e acidez titulável na polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin

L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. .......................................................................... 44

Figura 4. Dados colorimétricos da casca do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao

longo do desenvolvimento fisiológico. ..................................................................................... 46

CAPÍTULO III

Figura 1. Taxa respiratória do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do

desenvolvimento fisiológico. .................................................................................................... 70

Figura 2. Açúcares solúveis totais, sólidos solúveis e amido da polpa do fruto de cajá-manga

(Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. ........................................... 72

Page 14: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

14

CAPÍTULO IV

Figura 1. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) maturos, colhidos pela manhã após 240

dias após antese. ....................................................................................................................... 94

Figura 2. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.)colhidos após 240 dias após antese,

mantidos a 25 ºC, para a avaliação do padrão respiratório. ...................................................... 95

Figura 3. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) colhidos após 240 dias após antese,

mantidos a 25 ºC, para análises físico-químicas. ...................................................................... 95

Figura 4. Taxa de respiração (TR) dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) coletados

maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. ..................... 957

Figura 5. Variáveis físicas e físico-químicas da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias

mombin L.) coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-

colheita. .................................................................................................................................... 99

Figura 6. Variáveis colorimétricas da casca dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.)

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. ..... 105

Figura 7. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.), colhidos 240 dias após antese, entre 0

e 76 horas pós-colheita. .......................................................................................................... 106

Figura 8. Variáveis colorimétricas da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.)

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. ..... 107

Figura 9. Polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.), colhidos 240 dias após antese,

entre 0 e 76 horas pós-colheita. .............................................................................................. 108

Page 15: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

15

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO II

Tabela 1. Massa, diâmetro longitudinal, diâmetro transversal, firmeza, pectina total e pectina

solúvel do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico.

.................................................................................................................................................. 41

Tabela 2. Teor de clorofila e carotenóides da casca do fruto de cajá-manga (Spondias mombin

L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. .......................................................................... 47

Tabela 3. Teores de compostos fenólicos em diferentes extratos, taninos hidrolisáveis, taninos

condensados e vitamina C na polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do

desenvolvimento fisiológico. .................................................................................................... 49

Tabela 4. Atividade antioxidante em diferentes extratos da polpa do fruto de cajá-manga

(Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. ........................................... 51

CAPÍTULO III

Tabela 1. Composição proximal da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao

longo do desenvolvimento fisiológico. ..................................................................................... 71

Tabela 2. Minerais da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do

desenvolvimento fisiológico. .................................................................................................... 75

Tabela 3. Constituintes voláteis, tempo de retenção médio (TRM) e porcentagem de áreas

relativas dos componentes aromáticos da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.),

ao longo do desenvolvimento fisiológico. ................................................................................ 78

CAPÍTULO IV

Tabela 1. Composição proximal da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.)

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. ....... 99

Page 16: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

16

SUMÁRIO

CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 17

1. Introdução .......................................................................................................................... 17

2. Revisão de literatura .......................................................................................................... 18

Referências bibliográficas ...................................................................................................... 26

CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 31

1. Introdução .......................................................................................................................... 31

2. Materiais e métodos ........................................................................................................... 33

3. Resultados e discussão ....................................................................................................... 39

4. Conclusão ........................................................................................................................... 53

5. Referências ......................................................................................................................... 53

ANEXO A ........................................................................................................................................... 57

CAPÍTULO III ..................................................................................................................... 64

1. Introdução .......................................................................................................................... 64

2. Materiais e métodos ........................................................................................................... 65

3. Resultados e discussão ....................................................................................................... 69

4. Conclusão ........................................................................................................................... 80

5. Referências ......................................................................................................................... 80

ANEXO B ........................................................................................................................................... 85

CAPÍTULO IV ...................................................................................................................... 92

1. Introdução .......................................................................................................................... 92

2. Materiais e métodos ........................................................................................................... 94

3. Resultados e discussão ....................................................................................................... 97

4. Conclusão ......................................................................................................................... 108

5. Referências ....................................................................................................................... 108

ANEXO C ......................................................................................................................................... 112

Considerações finais ........................................................................................................................ 115

Page 17: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

17

CAPÍTULO I

1. Introdução

O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, é reconhecido como a

savana mais rica do mundo em biodiversidade (MAYERS, 2000; PROENÇA; OLIVEIRA;

SILVA, 2000). Dentre suas espécies, destacam-se as frutíferas que apresentam frutos com alto

valores nutricionais, características sensoriais próprias que, ainda, são desconhecidas pela

população brasileira, com exceção dos povos nativos desse bioma, que os utilizam na forma de

alimentos, medicamentos e ornamentais (MANCIN, 2002; SILVA et al., 2001). No entanto, a

expansão agropecuária tem desprezado sua área, transformando-a em extensas pastagens e

grandes monoculturas, colocando em risco suas espécies e vegetação nativa (SANO et al.,

2008).

O aproveitamento e exploração, de maneira sustentável dos recursos desse bioma, está

diretamente ligada com sua preservação, porém, apesar da sua grande diversidade de fauna e

flora, ainda existem poucos estudos e pesquisas que permitem avaliar e valorizar seu potencial

econômico (PARRON et al., 2008).

A cajazeira (Spondias mombin L.) é uma espécie frutífera, que produz frutos nutritivos,

saborosos e de grande aceitação de mercado, conhecidos, popularmente, como cajá-manga,

apresentando sabor agridoce, suculência, sendo fortemente aromática (LORENZI et al., 2006).

Não é um fruto típico do Cerrado, mas adapta se bem e apresenta alta produção nesse bioma.

O cajá-manga é muito apreciado no Brasil, consumido in natura ou na forma de

produtos, principalmente, polpa congelada, bebidas, doces, sorvetes e picolés. Contém

quantidade relevante de potássio, cobre e compostos fenólicos, que apresenta potencial

antioxidante, associados a prevenção de doenças crônicas-degenerativas, como

cardiovasculares, câncer e diabetes. Encontrando carotenoides, taninos, vitamina C e

destacando-se como uma das frutas tropicais mais aromáticas (TIBURSKI et al., 2011;

NARAIN et al., 2004; HAMANO; MERCADANTE, 2001). Porém, apresentam alta

perecibilidade pós-colheita, sendo necessário o estudo de tecnologias que promovam maior

período de comercialização do fruto in natura, com boa qualidade sensorial, nutricional e

biológica.

O estudo do desenvolvimento e processos fisiológicos dos frutos é importante para

estabelecer procedimentos tecnológicos, como o ponto de colheita ideal e obtenção de produtos

Page 18: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

18

de boa qualidade. Esse estudo abrange as etapas como crescimento, maturação, maturidade

fisiológica, amadurecimento e senescência (CHITARRA; CHITARRA, 2005; SILVA, 2008;

WATADA et al., 1984).

A atividade respiratória e a biossíntese de etileno são importantes no processo

fisiológico de desenvolvimento dos frutos, pois estão associados à várias reações responsáveis

pela degradação e síntese de inúmeros compostos. Varia entre espécies e estádios de

desenvolvimento, e o fruto, por meio da atividade respiratória pode ser classificado como

climatérico ou não climatérico (PURVIS, 1997; PAUL et al., 2012).

Frutos climatéricos são caracterizados pelo aumento da atividade respiratória,

acompanhado por um pico auto catalítico de produção de etileno, no início do amadurecimento

(ALEXANDER; GRIERSON, 2002), enquanto os não-climatéricos, a atividade respiratória

mantém-se em declínio durante o amadurecimento (SANTELLI, 2005).

Logo, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar, fisiologicamente, o cajá-manga

(Spondias mombin L.), durante seus estádios de desenvolvimento, desde a antese até o fruto

maduro, e avaliar o seu padrão respiratório para identifica-lo como climatérico ou não

climatérico.

2. Revisão de literatura

2.1. Cerrado e potencial em frutas nativas

O território brasileiro é composto por seis biomas, a saber, Amazônia, Cerrado,

Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, bem divididos no território brasileiro (Figura 1).

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, representando uma área de 2.036,488 km2, cerca

de 24% do território nacional continental, ocupando a totalidade do Distrito Federal, mais da

metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas

Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados (IBGE, 2014).

As espécies vegetais do cerrado destacam-se pelo seu valor alimentício, medicinal,

madeireiro, tintorial, forrageiro e ornamental, de grande importância para a população nativa

dessa região. Sua flora é rica em diversas espécies frutíferas, que produzem frutos comestíveis,

com formas variadas, cores atrativas, sabor característico e elevados teores de vitaminas,

Page 19: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

19

proteínas, sais minerais, açúcares, entre outros, que lhes confere grande potencial para

utilização agrícola e desperta grande interesse comercial, devido suas propriedades nutricionais

e funcionais (SILVA et al., 2001).

Os frutos podem ser aproveitados e consumidos de diversas maneiras, in natura ou na

forma de geleias, doces, sucos, sorvetes, vinhos, licores, entre outros, o que auxilia e estimula

a conservação da biodiversidade deste bioma (MANCIN, 2002).

Figura 1. Biomas Continentais Brasileiros (IBGE, 2014).

Segundo Costa et al. (2006), existem mais de 58 espécies de frutas nativas do cerrado,

conhecidas e utilizadas pela população nativa, porém, a expansão agropecuária tem

transformado sua área, originalmente biota natural, em extensas pastagens e grandes

monoculturas (SANO et al., 2008) e, juntamente com o extrativismo predatório, originam

progressivamente em perdas de materiais genéticos e menores produções de frutos, colocando

em risco a sobrevivência de algumas espécies (LUIS, 2008). Segundo dados do Instituto

Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE, 2014), o Cerrado teve sua cobertura vegetal

reduzida para quase metade.

Além de ser um bioma com muitas diversidades em paisagens e espécies de fauna e

flora, tem-se grande deficiência de estudos e pesquisas que permitem avaliar seu potencial

econômico, identificar e explorar, de maneira sustentável, as suas espécies nativas e espécies

que se adaptam bem nessa região (PARRON et al., 2008). Por isso, é necessário incentivar e

desenvolver pesquisas relacionadas a conservação das espécies do cerrado.

Os frutos nativos do Cerrado mais utilizados na alimentação, pela população nativa

dessa região, são pequi (Caryocar brasiliense), mangaba (Hancornia speciosa), cagaita

(Eugenia dysenterica), baru (Dipteryx alata), araticum (Annona crassiflora), maracujá do

cerrado (Passiflora cincinnata), caju-do-cerrado (Anacardium othonianum), buriti (Mauritia

Page 20: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

20

vinifera), gabiroba (Campomanesia adamantium) e murici (Byrsonima verbascifolia)

(REGONATO; ALMEIDA, 2003).

Além das espécies frutíferas nativas dessa região, existem as que se adaptam e

apresentam alta produção, como a cajazeira (Spondias mombin L.), que produz frutos

conhecidos como cajá-manga.

2.2. Cajá-manga (Spondias mombin L.)

A cajazeira (Spondias sp.), nativa da América Tropical, pertence à família

Anacardiaceae, e ao gênero Spondias, sendo encontrado nas áreas tropicais da América, Ásia,

África e no Brasil (MILLER; SCHAAL, 2005).

A espécie Spondias mombin L. (Figura 2) é uma árvore frutífera tropical, frondosa,

situa-se entre as frutíferas perene, com flores dispostas em panícula, produzindo frutos

nutritivos, saborosos e de grande aceitação de mercado, conhecidos, popularmente, como cajá-

manga ou cajá ou taperpebá, apresentando sabor agridoce, suculência, sendo fortemente

aromática (LORENZI et al., 2006).

Figura 2. Árvore de cajá-manga Spondias mombin L. Fonte: Arquivo pessoal.

O cajá-manga (Spondias mombin L.) (Figura 3) é um fruto muito apreciado no Brasil,

consumido in natura ou na forma de produtos, como polpa congelada, bebidas, doces, sorvetes,

picolés e geleias (MATTIETTO et al., 2007; CARVALHO et al., 2008). É constituído de polpa,

Page 21: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

21

casca e semente, apresentando formato elipsoide, do tipo drupa com, aproximadamente, 6 a 10

cm de comprimento e 3 a 10 cm de largura e 100 g, com semente dotada de fibras rígidas e

espinescentes que penetram parcialmente na polpa. Sua casca é fina e lisa e, à medida que

amadurecem, tornam-se amarelo-ouro (FRANQUIN et al., 2005).

Figura 3. Frutos de cajá-manga Spondias mombin L. Fonte: Arquivo pessoal.

A época de safra varia nos diversos estados brasileiros, devido ao clima peculiar a cada

região e da constituição da própria planta (BOSCO et al., 2000). Na região Amazônica, por

exemplo, a colheita ocorre de dezembro a fevereiro, enquanto no Sudeste da Bahia e no estado

do Ceará de janeiro a maio, na Paraíba de maio a julho (CAVALCANTE et al., 2009), e, em

Goiás, de abril a junho.

É comercializada, principalmente, para consumo in natura e processamento de polpa,

apresentando grande aceitação no mercado pelo sabor exótico e excelente valor comercial como

matéria-prima (SOARES et al., 2006).

O cajá-manga (Spondias mombin L.) fornece 65,62 kcal 100g-1, constituído por 83,66 g

100g-1 de umidade, 1,06 g 100g-1 de proteína, 0,62 g 100g-1 de lipídeos, 13,90 g 100g-1 de

carboidratos, 1,87 g 100g-1 de fibra alimentar e 0,76 g 100g-1 de resíduo mineral fixo

(TIBURSKI et al., 2011).

Mattietto et al. (2010) encontraram na composição de cajá-manga (Spondias mombin

L.) pH igual a 2,53, acidez titulável total igual a 1,86%, em ácido cítrico e teor de sólidos

solúveis totais de 10,09 °Brix.

Segundo Tiburski et al. (2011), a polpa de cajá-manga contém quantidade relevante de

potássio, cobre, atividade antioxidante e conteúdo de fenólicos totais, carotenoides, taninos e

vitamina C (HAMANO; MERCADANTE, 2001).

Page 22: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

22

Os compostos fenólicos apresentam potencial antioxidante, importantes no combate dos

processos oxidativos, pois apresenta capacidade de neutralizar radicais livres, portanto, estão

associados a prevenção de doenças crônicas-degenerativas, como cardiovasculares, câncer,

diabetes e cataratas (BARBOSA et al., 2010; SANTOS et al., 2008).

Segundo Narain et al. (2004), o cajá-manga destaca-se como uma das frutas tropicais

mais aromáticas, com 33 compostos que ajudam a formar o aroma característico da fruta.

As características físico-químicas dos frutos podem variar com a espécie, fator genético,

local de cultivo, época de frutificação e de colheita, fatores ambientais, entre muitos outros

(MATTIETTO, 2005).

O cajá-manga apresenta curto período de comercialização, alta perecibilidade, sendo

necessário o estudo e desenvolvimento de tecnologias que promovam maior período de

comercialização do fruto in natura, com boa qualidade sensorial, nutricional e biológica.

Portanto, é importante o conhecimento do desenvolvimento fisiológico do fruto, assim como o

ponto ideal de colheita para melhor conservação.

2.3. Desenvolvimento fisiológico de frutos

O desenvolvimento fisiológico de frutos pode ser divido de acordo com os processos

fisiológicos, que ocorrem desde a formação até a morte dos tecidos, sendo pré-maturação,

maturação, amadurecimento e senescência (Figura 4) (CHITARRA, CHITARRA, 2005;

WATADA et al., 1984).

Figura 4. Estádios do desenvolvimento baseado nos processos fisiológicos dos frutos. Fonte:

Ryall e Lipton (1979) apud por Chitarra e Chitarra (2005).

Page 23: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

23

O crescimento é uma etapa que ocorre na pré-maturação, no qual ocorre rápida divisão

e alongamento celular, aumento irreversível do peso, diâmetro e comprimento, os quais são

influenciados por fatores genéticos e ambiental, como temperatura, radiação solar e

precipitação (BERILLI et al., 2007).

O estádio de maturação é uma fase que leva à maturação fisiológica. A maturidade

fisiológica é definida como o estádio em que a fruta continuará seu desenvolvimento, mesmo

que destacada da planta. Normalmente, os frutos são colhidos nesse estádio, após o qual, vivem

utilizando-se dos substratos acumulados (WATADA et al., 1984).

O amadurecimento corresponde a fase final da maturação. Nesta fase, os frutos são

transformados em produtos aceitáveis e comercialmente atrativos, como resultado das

mudanças nas características nutricionais e sensoriais dos alimentos, como alteração na cor,

textura, sabor e aroma (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

As alterações da cor ocorrem devido a degradação da clorofila, síntese e aparecimento

dos carotenoides e antocianinas. Do sabor, pela conversão de ácidos orgânicos e compostos

fenólicos em outros componentes, como açúcares, geralmente associados com o aumento de

compostos aromáticos, diminuição da acidez e adstringência, e as alterações na textura pela

degradação de pectina (RYALL; LIPTON, 1979).

Essas mudanças estão associadas ao aumento da atividade enzimática e, no caso de

frutos com padrão respiratório climatérico, na mudança da atividade respiratória e biossíntese

de etileno (VENDRELL; PALOMER, 1997).

Ao final do amadurecimento, ocorre a diminuição dos processos de sínteses (processos

anabólicos) e predominância dos processos de degradação (processos catabólicos), que

culminam com envelhecimento e morte dos tecidos, caracterizando o estádio denominado

senescência. As principais alterações fisiológicas que ocorrem neste estádio são perda das

características sensoriais e nutricionais (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

As mudanças físicas e químicas, tais como coloração, tamanho, massa, formato, textura,

sabor, que ocorrem durante o desenvolvimento do fruto, determinam os estádios de

desenvolvimento com base nos dias após a antese (abertura da flor) (OMS-LIU et al., 2011).

Essas mudanças podem ser verificadas por meio de medidas físicas e químicas, ao logo

do desenvolvimento fisiológico do fruto. O aumento na doçura e diminuição da acidez, por

exemplo, são atributos que podem ser medidos e avaliados por meio do teor de sólidos solúveis

e acidez titulável.

Page 24: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

24

O aumento da doçura está relacionado com a degradação de sacarose e de

polissacarídeos, de reserva como o amido, com formação e acréscimo de frutose e glicose que,

também, são usadas para a produção de energia no processo respiratório (NULTSCH, 2000).

Os ácidos orgânicos, presentes nos frutos, são responsáveis pela acidez titulável, estes

tendendo a diminuir devido à sua oxidação nas reações bioquímicas, decorrentes da respiração.

Estas reações são fundamentais para a síntese de compostos fenólicos, lipídeos e compostos

voláteis (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

O conhecimento dos processos fisiológicos, no desenvolvimento do fruto, é importante

para estabelecer bases para a colheita apropriada e métodos tecnológicos adequados para o

aproveitamento dos frutos e, consequentemente, redução das perdas (RODRIGUES, 2005;

SILVA, 2008). Quando os frutos são colhidos, fisiologicamente imaturos, não amadurecem,

enrugam ou, quando o amadurecimento ocorre, a qualidade dos frutos é prejudicada,

ocasionando perdas (HULME, 1970).

Frutas e hortaliças, mesmo após a colheita, continuam seu desenvolvimento, e a sua

atividade respiratória é importante, pois está associada aos processos fisiológicos, responsáveis

pela síntese e degradação de inúmeros compostos (PURVIS, 1997).

2.4. Padrão Respiratório ou processo respiratório

A atividade respiratória varia entre espécies e estádios de desenvolvimento do fruto, e

usa como substratos açúcares, ácidos orgânicos e lipídeos, acumulados durante o

desenvolvimento. Essas substâncias são oxidadas em moléculas mais simples, como o oxigênio

(O2) e dióxido de carbono (CO2), com produção de energia (liberada na forma de calor e ATP)

e esqueleto carbono, que podem ser utilizados em reações de síntese (WILLS et al., 1998).

O padrão de atividade respiratória, durante o amadurecimento de frutos, classifica-os

em climatéricos e não climatéricos (PAUL et al., 2012).

Frutos classificados como climatérico, é caracterizado pelo aumento da atividade

respiratória, acompanhado por um pico auto catalítico de produção de etileno, no início do

amadurecimento (ALEXANDER; GRIERSON, 2002). A produção auto catalítica do etileno é

o que desencadeia todas as reações que levam os frutos climatéricos a desenvolver

características de frutos maduros, como amolecimento da fruta, desenvolvimento do sabor e

aroma (GIOVANNONI, 2004; KLEE; GIOVANNONI, 2011).

Page 25: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

25

Frutos climatéricos podem ser colhidos, ainda verdes, quando estão fisiologicamente

maturos, pois continuam o desenvolvimento, completando o amadurecimento (KAYS; PAULL,

2004). Dentre os frutos com padrão respiratório climatérico, tem-se como exemplo, o mamão,

a mangaba, o tomate, a banana e a maçã.

Em frutos não climatérios, não ocorre o aumento da atividade respiratória, pelo

contrário, mantém-se em declínio durante o amadurecimento e as transformações bioquímicas,

que tornam o fruto maduro, ocorre de forma mais lenta, apresentando amadurecimento lento e,

geralmente, sua respiração mantém-se em declínio até a senescência (SANTELLI, 2005). Pode-

se citar como frutos não climatéricos, a uva, o morango e os citros.

Frutos climatéricos apresenta, comercialmente, vida útil curta e níveis mais elevados de

aroma em comparação com frutos que apresentam padrão respiratório não climatério, pois

alguns compostos aromáticos são produzidos, apenas, por vias depedentes do etileno (FLORES

et al., 2002).

Para extensão da vida pós-colheita de frutos, vários fatores pré e pós-colheita, como

cultivo adequado, padrão respiratório do fruto, colheita na maturidade ótima, manuseio e

aplicação de tecnologias de armazenamento apropriados, devem ser avaliados e assegurados,

com o intuito de minimizar as perdas e resguardar a qualidade dos frutos (VILAS BOAS, 2014).

Page 26: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

26

Referências bibliográficas

ALEXANDER, L.; GRIERSON, D. Ethylene biosynthesis and action in tomato: a model for

climacteric fruit ripening. Journal of Experimental Botany, v. 53, p. 2039–2055, 2002.

BARBOSA, K. B. F.; COSTA, N. M. B.; ALFENAS, R. de C. G.; DE PAULA, S. O.;

MINIM, V. P. R.; BRESSAN, J. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores

modulatórios. Revista de Nutrição, Campinas, n. 23, v. 4, p. 629-643, 2010.

BERILLI, S. S.; OLIVEIRA, J. G.; MARINHO, A. B.; LYRA, G. B.; SOUSA, E. F.;

VIANA, A. P.; BERNARDO, S.; PEREIRA, M. G. Avaliação da taxa de crescimento de

frutos de mamão (Carica papaya L.) em função das épocas do ano e graus-dias acumulados.

Revista Brasileira de Fruticultura, v. 29, n. 1, p. 11-14, 2007.

BOSCO, J.; SOARES, K. T.; AGUIAR FILHO, S. P.; BARROS, R. V. (2000). A cultura da

cajazeira. João Pessoa: EMEPA-PB.

CARVALHO, P.C.L.; RITZINGER, R.; SOARES FILHO, W.S.; LEDO, C.A.S.

Características morfológicas, físicas e químicas de frutos de populações de umbu-cajazeira no

Estado da Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura, n. 30, v. 1, p. 140-147, 2008.

CAVALCANTE, L. F; LIMA, E. M.; FREIRE, J. L. O.; PEREIRA, W. E.; COSTA, A. P. M.;

CAVALCANTE, I. H. L. Componentes qualitativos do cajá em sete municípios do brejo

Paraibano. Acta Scientiarum, v. 31, n. 4, p. 627-632, 2009.

CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de Frutos e Hortaliças: Fisiologia e

Manuseio. Lavras, 2005, 783p.

COSTA, T. S. A.; FARIA, J. P.; NAVES, R. V.; VIEIRA, R. F.; COSTA, T. S. A.; DA

SILVA, D. B.; FERREIRA, F. B.; SANO, S. M. Embrapa recursos genéticos e

biotecnologia, 2006, cap. 8.

FLORES, F.; EL-YAHYAOUI, F.; DE BILLERBECK, G.; ROMOJARO, F.; LATCH´E, A.;

BOUZAYEN, M.; PECH, J. C.; AMBID, C. Role of ethylene in the biosynthetic pathway of

aliphatic ester aroma volatiles in Charentais Cantaloupe melons. Journal Experimental

Botany, v. 53, p. 201–206, 2002.

FRANQUIN, S.; MARCELIN, O.; AURORE, G.; REYNES, M.; BRILLQUET, J.M.

Physicochemical characterisation of the mature-green Golden apple (Spondias cytherea

Sonnerat). Fruits, v.60, p.203-210, 2005.

Page 27: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

27

GIOVANNONI, J.J. Genetic regulation of fruit development and ripening. Plant Cell, v. 16,

p. S170–S180, 2004.

HAMANO, P. S.; MERCADANTE, A. Z. Composition of carotenoids from commercial

products of Caja (Spondias lutea). Journal of Food Composition and Analysis, v. 14, n. 4,

p. 335−343, 2001.

HULME, A. C. The biochemistry of fruits and their products. London, 1970. 618p.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de desenvolvimento

sustentável. 2014. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm. Acesso em: 10

mar. 2014.

KAYS, S.J.; PAULL, R.E. Postharvest biology. Athens: EP press, 2004. 568p.

KLEE, H.J., GIOVANNONI, J.J. Genetics and control of tomato fruit ripening and quality

attributes. Annual Reviews of Genetics, v. 45, p. 41–59, 2011.

LORENZI, H., BACHER, L., LACERDA, M., SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas

cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.

LUIS, Z.G. Propagação in vitro e caracterização anatômica de gemas adventíceas e

embriões somáticos de murici (Byrsonima basiloba Juss., Malpighiaceae). 2008. 95f.

Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade de Brasília, DF.

MATTIETTO, R.A.; LOPES, A.S.; MENEZES, H.C. Estabilidade do néctar misto de cajá e

umbu. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 3, p. 156-463, 2007.

MATTIETTO, R.A. 2005. Estudo tecnológico de um néctar misto de cajá (Spondias lutea

L.) e umbu (Spondias tuberosa, Arruda Câmara). Tese de Doutorado em Tecnologia de

Alimentos, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas,

Campinas, São Paulo. 299 pp.

MAYERS, N.; MITTERMEYER, R. A.; MITERMEYER, C. G.; FONSECA, G. A.; KENT,

J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.

MANCIN, R. C. Pior sem ela: a lei protege o patrimônio genético. Galileu, Vinhedo, n. 137,

p.26-37, 2002.

Page 28: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

28

MATTIETTO, R. A.; LOPES, A. S.; MENEZES, H. C. Caracterização fisica e fisico-quimica

dos frutos da cajazeira (Spondias mombin L.) e de suas polpas obtidas por dois tipos de

extractor. Brazilian Journal of Food Technology, v. 13, n. 3, p. 156-164, 2010.

MILLER, A.; SCHAAL, B. Domestication of a mesoamerican cultivated fruit tree, Spondias

purpurea. Proceeding of the National Academy of Science of the United States of

America, v. 102, n. 1, p. 12.801-12.806, 2005.

NARAIN, N.; ALMEIDA, J. N.; GALVÃO, M. S.; MADRUGA, M. S.; BRITO, E. S.

Compostos voláteis dos frutos de maracujá (Passiflora edulis forma Flavicarpa) e de cajá

(Spondias mombin L.) obtidos pela técnica de headspace dinâmico. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, v. 24, n. 2, p. 212-216, 2004.

NULTSCH, W. Botânica geral. Trad. de P.L. de Oliveira. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,

2000. 489p.

OMS-LIU, G; HERTOG, M. L. A. T. M.; POEL, B. V.; AMPOFO-ASIAMA, J.;

GEERAERD, A. H.; NICOLA, B. M. Metabolic characterization of tomato fruit during

preharvest development, ripening and postharvest shelf-live. Postharvest Biology and

Technology, v. 62, n. 1, p. 7-16, 2011.

PAUL, V.; PANDEY, R.; SRIVASTAVA, G.C. The fading distinctions between classical

patterns of ripening in climacteric and non climacteric fruit and the ubiquity of ethylene - an

overview. Journal of Food Science and Technology, v. 49, p. 1–21, 2012.

PARRON, M. L.; AGUIAR, L. M. S.; DUBOC, E.; OLIVEIRA FILHO, E. C.; CAMARGO,

A. J. A.; AQUINO, F. G. Cerrado: desafios e oportunidades para o desenvolvimento

sustentável. Planaltina, 2008. 464p.

PROENÇA C., OLIVEIRA R.S., SILVA A.P. Flores e frutos do Cerrado. Brasília, 2000.

PURVIS, A. C. The role of adaptive enzymes in carbohydrate oxidation by stressed and

senescing plant tissues. Hortscience, v. 32, n. 7, p. 195 – 168, 1997.

REGONATO, V.D.; ALMEIDA, M.D.A. Singularidade do cerrado: Interrelação das

populações tradicionais com as fitofisionomias. Observatório Geográfico de Goiás. 2003.

Disponível em: <www.agencia.cnptia.embrapa.br/.../VEG_Fitofision_PopTradicionaisID-

5iPeE3VDUr.pdf >. Acesso em: 28 mar. 2014.

Page 29: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

29

RODRIGUES, L.J. O pequi (Caryocar brasiliense Camb.): ciclo vital e agregação de valor

pelo processamento mínimo. 2005. 152p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos

Alimentos), Universidade Federal de Lavras.

RYALL, A.L.; LIPTON, W.J. Handling, transportation and storage of fruits and

vegetables. 2nd ed. Westport: Avi, 1979. v.1 587p.

SANTELLI, P. Fisiologia Pós-colheita de frutos das palmeiras Syagrus oleracea (Mart.)

Becc. e Mauritia vinifera Mart. 2005. Dissertação (Mestrado em Botânica), Universidade

de Brasília.

SANTOS, G. M.; MAIA, G. A.; SOUSA, P. H. M.; COSTA, J. M. C. C.; FIGUEIREDO, R.

W.; PRADO, G. M. Correlação entre atividade antioxidante e compostos bioativos de polpas

comerciais de açaí (Euterpe oleracea Mart). Archivos Latinoamericanos de Nutricion, v.

58, n. 2, p. 187-192, 2008.

SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO J. L.; FERREIRA, L. G. Mapeamento semi-detalhado

(escala de 1:250.000) da cobertura vegetal antrópica do bioma Cerrado. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 1, p. 153-156, 2008.

SILVA, E. P. Caracterização do desenvolvimento de frutos do cerrado: marolo (Annona

crassiflora, Mart.) e gabiroba (Campomanesia pubescens). 2008. 118p. Dissertação

(Mestrado em Ciência dos Alimentos), Universidade Federal de Lavras.

SILVA, D. B.; SILVA, J. A.; JUNQUEIRA, N. T. V.; ANDRADE, L.R.M. Frutas do

Cerrado. Brasília, 2001, p. 178.

SOARES, E.B.; GOMES, R.L.F.; CARNEIRO, J.G.M.; NASCIMENTO, F.N.; SILVA,

I.C.V.; COSTA, J.C.L. Caracterização física e química de frutos de cajazeira. Revista

Brasileira de Fruticultura, v.28, n.3, p.518-519, 2006.

TIBURSKI, J. H.; ROSENTHAL, A. DELIZA, R.; GODOY, R. O.; PACHECO, S.

Nutritional properties of yellow mombin (Spondias mombin L.) pulp. Food Research

International, v. 44, p. 2326–2331, 2011.

VENDRELL, M. PALOMER, X. Hormonal controlo of fruti ripening in climateric frutis.

Acta Horticulturae, n. 463, p. 325-334, 1997.

VILAS BOAS, E. V. B. Fisiologia e tecnologia pós-colheita de frutas e hortaliças in

natura e minimamente processadas. Lavras, 2014.

Page 30: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

30

WATADA, A. E.; HERNER, R. C.; KADER, A. A.; ROMANI, R. J.; STABY, G. L.

Terminology for the description of developmental stages of horticultural crops. HortScience,

v. 19, n. 1, p. 20-21, 1984.

WILLS, R.; MCGLASSON, B.; GRAHAN, D.; JOYCE, D. Postharvest: An introduction to

the physiology & handling of fruit, vegetables & ornamentals. Austrália: USNW Press.

1998. 262 p.

Page 31: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

31

CAPÍTULO II 1

2

ARTIGO I - Desenvolvimento fisiológico do fruto cajá-manga (Spondias mombin L.): 3

caracterização física, química e comportamento dos biocompostos 4

5

RESUMO 6

O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações físico-químicas e o potencial 7

antioxidante no fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) durante seu desenvolvimento 8

fisiológico. O ciclo compreendeu um período de 260 dias após antese (DAA), definido quando 9

os frutos apresentaram facilidade para serem destacados dos arbustos e coloração amarelo 10

alaranjada. Os resultados indicaram padrão de crescimento tipo sigmoide simples, com aumento 11

significativo de massa e diâmetros longitudinal e transversal até 220 DAA, com variação e 12

redução da firmeza após 240 DAA. Houve decréscimo da pectina total e aumento da pectina 13

solúvel, redução da acidez e dos teores de clorofila, desmascaramento dos carotenóides, 14

culminando com amaciamento e mudança de coloração do fruto. Apresentou redução 15

significativa dos fenólicos totais e maior conteúdo nos extratos alcoólico e aquoso. O maior 16

teor de vitamina C foi obtido aos 220 DAA. Os teores de taninos diminuíram 17

significativamente. Os compostos antioxidantes apresentaram maior atividade no fruto em 18

formação, por atuarem como mecanismos de defesa. Aos 260 DAA, a maior atividade 19

antioxidante, foi obtida pelos extratos etéreo e etanólico pelo método DPPH, e pelos extratos 20

alcoólico e aquoso, pelo método FRAP, e quando avaliados pelo método ABTS não 21

apresentaram diferenças significativas entre os extratos. Portanto, mudanças significativas 22

foram observadas entre 200 e 220 DAA, podendo este ser o período em que o fruto atingiu sua 23

maturação. 24

25

Palavras-chaves: Spondias Mombin, compostos bioativos, fisiologia de frutos, frutos do 26

cerrado. 27

28

1. Introdução 29

30

A cajazeira (Spondias sp.), nativa da América Tropical, pertence à família 31

Anacardiaceae e ao gênero Spondias, o qual produz frutos conhecidos como cajá-manga 32

(Spondias mombin L.) (MILLER; SCHAAL, 2005; PRADO; GIBBS, 1993). 33

O cajá-manga (Spondias mombin L.) é um fruto constituído de polpa, casca e semente, 34

muito apreciado no Brasil, consumido in natura ou na forma de produtos, como polpa 35

congelada, bebidas, doces, sorvetes, picolés e geleias (MATTIETTO et al., 2010; CARVALHO 36

et al., 2008; FRANQUIN et al., 2005). 37

Page 32: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

32

Segundo Tiburski et al. (2011), a polpa de cajá-manga contém compostos antioxidante, 38

como fenólicos totais, carotenóides, taninos e vitamina C (HAMANO; MERCADANTE, 39

2001). 40

O cajá-manga apresenta curto período de comercialização, alta perecibilidade, sendo 41

necessário o estudo e desenvolvimento de tecnologias que promovam maior período de 42

comercialização do fruto in natura, com qualidade sensorial, nutricional e biológica 43

satisfatórias. Logo, o conhecimento do desenvolvimento fisiológico do fruto, assim como o 44

ponto ideal de colheita, é imprescindível para melhor conservação deste. 45

O desenvolvimento dos frutos é dividido de acordo com os processos fisiológicos, que 46

ocorrem desde a formação até a morte dos tecidos, compreendendo crescimento, maturação, 47

maturidade fisiológica, amadurecimento e senescência (WATADA et al., 1984). 48

O crescimento é marcado pela rápida divisão e alongamento celular, aumento 49

irreversível do peso, diâmetro e comprimento, os quais são influenciados por fatores genéticos 50

e ambiental, como temperatura, radiação solar e precipitação (BERILLI et al., 2007). O estádio 51

de maturação é uma fase que leva à maturação fisiológica, definida como a fase em que o fruto 52

continuará seu desenvolvimento mesmo que destacado da planta (WATADA et al., 1984), 53

quando considerado climatérico. 54

Ao final da maturação, inicia o estádio de amadurecimento dos frutos, no qual ocorre 55

mudanças nas características nutricionais e sensoriais, como alteração na cor, textura, sabor e 56

aroma, que os transformam em produtos aceitáveis e comercialmente atrativos (CHITARRA; 57

CHITARRA, 2005). Ao final do amadurecimento, ocorre a diminuição dos processos de 58

sínteses e predominância dos processos de degradação, que caracterizam o estádio denominado 59

senescência. As principais alterações fisiológicas que ocorrem neste estádio são perda das 60

características sensoriais e nutricionais (OMS-LIU et al., 2011). 61

Page 33: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

33

O presente trabalho teve como objetivo avaliar as alterações físicas e químicas do fruto 62

de cajá-manga (Spondias mombin L.), ao longo dos estádios de desenvolvimento, deste a antese 63

até o fruto maduro, enfatizando as mudanças na atividade antioxidante durante seu 64

desenvolvimento fisiológico. 65

66

2. Materiais e métodos 67

68

2.1. Medição de temperatura e umidade relativa do ar 69

A temperatura e umidade relativa do ar foram mensurados, com auxílio de termo 70

higrômetro digital com sensor externo (Marca: Incoterm), durante a colheita dos frutos. 71

72

2.2. Material vegetal e avaliação durante o desenvolvimento 73

Os frutos foram colhidos entre os meses de setembro de 2014 a junho de 2015, em área 74

de plantação de cajá-manga (Spondias mombin L.), localizada na Fazenda Jabuticabal, no 75

município de Nova Fátima, distrito de Hidrolândia-GO, localizada nas coordenadas geográficas 76

16°55’32.35" de latitude sul e 49°21’39.76" de longitude oeste. 77

Durante o processo de florescimento, foram selecionadas, ao acaso, 10% (50 do total 78

de 500) das espécimes de Spondias mombin L., e marcadas as flores, por ocasião da antese, 79

com fios de lã de diferentes cores, em posições distintas da planta. A primeira colheita ocorreu 80

após a formação dos frutos, com 40 dias após antese (DAA), e as demais em intervalos de vinte 81

dias, até completar 260 DAA, quando ocorreu o amadurecimento, caracterizado pela coloração 82

amarelada da casca, totalizando 12 pontos de coleta. 83

Os frutos foram colhidos ao acaso, no período da manhã, divididos em quatro lotes 84

iguais, representando as replicatas. 85

86

2.3. Análises físico químicas 87

Page 34: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

34

Quarenta frutos de cada estádio de desenvolvimento, imediatamente após a colheita, 88

foram avaliados em relação a massa fresca, diâmetro longitudinal (DL) e transversal (DT), 89

utilizando balança semi-analítica (Mettler Model PC 2000) e paquímetro digital (Leetools 150 90

mm), e os resultados foram expressos em g e cm, respectivamente. 91

Com os resultados obtidos, determinaram-se as taxas de crescimento relativo (TRC) 92

para massa (g dia-1) e diâmetros longitudinal e transversal (cm dia-1) utilizando-se a equação 93

(1). 94

𝑇𝑅𝐶 =(𝑉1 × 𝑉0)

(𝑇1 × 𝑇0) 95

No qual: 96

V = valores dos parâmetros avaliados; V0 = valor inicial; V1 = valor final; 97

T = época da avaliação (dias após a antese); T0 = tempo inicial e T1 = tempo final. 98

99

Coloração (L *, a *, b *, Chroma* e °h), foi determinada em pontos distintos sobre a 100

casca (epicarpo), uti lizando colorímetro HunterLab (ColorQuest II Sphere), a firmeza foi 101

medida em texturômetro Texture Analyser, modelo TA-XT Plus, equipado com sonda tipo 102

agulha de diâmetro de 2 mm, no qual foram feitas seis medições em diferentes pontos de cada 103

fruto, e os resultados foram expressos em Newtons (N). 104

A análise do teor de sólidos solúveis totais (SST), pH e acidez titulável (AT) foram 105

feitas em seis repetições para cada estádio de desenvolvimento. Os sólidos solúveis (SS) da 106

polpa foram medidos por refratometria, com refratômetro digital (ATAGO PR-100), com 107

compensação de temperatura automática, à 25 ºC, segundo AOAC (2012) nº 922.10. Os 108

resultados foram expressos em °Brix. A acidez titulável (AT) foi determinada por titulação com 109

solução de NaOH 0,1 M, usando como indicador fenolftaleína, de acordo com AOAC (2012) 110

nº 942.15. Os resultados foram expressos em g 100 g-1 de polpa fresca, considerando o ácido 111

Page 35: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

35

cítrico como ácido predominante. O pH da polpa foi medido utilizando medidor portátil pH 112

TECNAL (Tec 3MP), de acordo com AOAC (2012) nº 981.12. 113

Em seguida, os frutos foram congelados, em nitrogênio líquido, e armazenados em 114

freezer, até realização das análises. 115

116

2.4. Pectinas total e solúvel 117

As pectinas totais e solúveis foram extraídas de acordo com a técnica descrita por 118

McCready e McComb (1952) e determinados, em espectrofotômetro a 520 nm, segundo Bitter 119

e Muir (1962). Os resultados foram expressos em g de ácido galacturônico 100 g-1 de polpa. 120

121

2.5. Clorofila e carotenóides 122

Para determinação da clorofila na casca, 1 g de amostra foi triturada em 10 mL de 123

solução de acetona a 80%, com auxílio de almofariz. O extrato foi transferido para balão 124

volumétrico de 25 mL, completando o volume com acetona a 80%. Após 12 horas de repouso 125

no escuro, foi filtrado, realizando leitura em espectrofotômetro (BiospectroSP-220) à 652 nm, 126

e os resultados foram calculados, utilizando-se a equação (2) adotada por Engel e Poggiani 127

(1991) e expressos em mg 100 g–1 de casca. 128

129

𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓𝑖𝑙𝑎 = [𝐴652 × 100 × (

𝑉100𝑊)

34,50] × 100 130

131

No qual: 132

A652 = leitura em absorbância à 652 nm; 133

V = volume final do extrato clorofila; 134

w = peso da casca em g; 135

Page 36: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

36

136

Para determinação de carotenóides totais na casca, foi empregado o método 137

espectrofotométrico, segundo Higby (1962). Realizou-se leitura em espectrofotômetro 138

(BiospectroSP-220), à 450 nm. Os resultados foram expressos em mg de carotenóides totais 139

100 g-1 de casca. 140

141

2.6. Obtenção e preparo dos extratos para determinação da atividade antioxidante e 142

compostos fenólicos totais 143

Os extratos etéreo, alcoólico e aquoso, para determinação da atividade antioxidante e 144

compostos fenólicos totais, foram preparados consecutivamente. Dois gramas e meio (2,50 g) 145

de amostra foram colocados em béquer coberto e tampado com folha de alumínio, para evitar 146

contato com a luz, adicionou-se 50 mL de éter etílico (proporção 1:20 (p/v) de amostra e 147

reagente) e agitou-se à temperatura ambiente durante 1 hora, com auxílio de agitador (Quimis, 148

Modelo: Q261-22). A solução foi então filtrada com auxílio de papel filtro, e completou-se o 149

volume para 50 mL com éter etílico. O resíduo restante foi submetido à secagem, à 45 °C por 150

1 hora, para ser utilizado na extração do extrato alcoólico. O extrato filtrado (extrato etéreo) foi 151

acondicionado em frasco âmbar. Adicionou-se álcool etílico absoluto ao resíduo na proporção 152

1:20 (p/v), seguido por agitação e filtração, com os mesmos procedimentos realizados para o 153

extrato etéreo. Completou-se o volume, conforme o volume inicial de álcool etílico absoluto, e 154

acondicionou-se em frasco âmbar. Para o extrato aquoso, adicionou-se água destilada na 155

proporção 1:20 (p/v) no resíduo seco à 45 ºC por 1 hora, seguido por agitação e filtração, com 156

os mesmos procedimentos realizados para o extrato etéreo e etanólico. Completou-se o volume, 157

conforme o volume inicial de água destilada, e acondicionou-se em frasco âmbar. Os extratos 158

etéreos, etanólico e aquoso, foram armazenados em freezer à -18ºC e utilizados para análises 159

de antioxidantes (DPPH, ABTS e FRAP) e compostos fenólicos totais. 160

Page 37: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

37

161

2.7. Atividade antioxidante por DPPH 162

O método do DPPH (2,2 difenil-1-picrilhidrazil) foi realizado, de acordo com o método 163

de Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995), com modificações segundo Borguini (2006). O 164

grau de descoloração do radical DPPH, pela ação dos antioxidantes, foi medido 165

espectrofotometricamente (BiospectroSP-220), à 517 nm, após 20 minutos de reação, nos 166

extratos etéreo, etanólico e aquoso, da polpa de cajá-manga, com concentração de 0,2 mg mL-167

1. Os resultados foram expressos em IC50 (Mensor et al., 2001), calculado conforme equação 168

(3). 169

170

IC50 =200 × 0,50

[1 − (Abs amostra − Abs branco

Abs controle) × 100]

171

172

No qual, 173

Abs amostra = absorbância da amostra; 174

Abs branco = absorbância da amostra; 175

Abs controle = absorbân cia do controle. 176

177

2.8. Atividade antioxidante total por ABTS 178

A atividade antioxidante total determinada pelo método de captura de radicais de ABTS 179

(2,2’-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido-sulfônico), foi realizada de acordo com o método 180

de Rufino et al. (2007). A absorbância foi medida em espectrofotômetro (BiospectroSP-220) à 181

734 nm, nos extratos etéreo, etanólico e aquoso, da polpa de cajá-manga. A curva padrão foi 182

linear entre 0 e 1000 μM Trolox e os resultados foram expressos em mM de equivalentes trolox 183

(TE) g-1 de polpa. 184

Page 38: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

38

185

2.9. Poder antioxidante pela redução do ferro 186

O método de redução de íons de ferro (FRAP) foi realizada segundo Rufino et al. (2006). 187

A absorbância foi medida em espectrofotômetro (BiospectroSP-220) à 593 nm, nos extratos 188

etéreo, etanólico e aquoso, da polpa de cajá-manga. A curva padrão foi linear entre 50 e 2000 189

μM de sulfato ferroso e os resultados foram expressos em mM sulfato ferroso g-1 de polpa. 190

191

2.10. Compostos fenólicos totais 192

O conteúdo de fenólicos totais nos extratos etéreo, etanólico e aquoso, da polpa de cajá-193

manga, foi determinado por espectrofotômetro (BiospectroSP-220), à 750 nm, de acordo com 194

Waterhouse (2002), e baseado no estabelecimento da curva padrão de ácido gálico, na faixa de 195

0 a 15 mg de ácido gálico L-1, e os resultados expressos em mg de equivalentes de ácido gálico 196

(EAG) g-1 polpa. 197

198

2.11. Taninos condensados 199

O conteúdo de taninos condensados foi determinado pelo método espectrofotométrico 200

de Price, Scoyoc e Butler (1978), com adaptações realizadas por Barcia et al. (2012), na polpa 201

de cajá-manga. A quantificação foi baseada no estabelecimento da curva padrão de catequina, 202

na faixa de 600 a 1200 mg L-1, em espectrofotômetro (Biospectro SP-220), no comprimento de 203

onda de 500 nm. Os resultados foram expressos em mg de catequina equivalente g-1 polpa. 204

205

2.12. Taninos hidrolisados 206

O conteúdo de taninos hidrolisados foi determinado pelo método, espectrofotométrico, 207

de Brune, Hallberg e Skanberg (1991), com adaptações realizadas por Barcia et al. (2012), na 208

polpa de cajá-manga. A quantificação foi baseada no estabelecimento da curva padrão de ácido 209

Page 39: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

39

gálico, na faixa de 20 a 120 mg L-1, em espectrofotômetro (Biospectro SP-220), no 210

comprimento de onda de 680 nm. Os resultados foram expressos em mg de ácido gálico 211

equivalente g-1 polpa. 212

213

2.13. Ácido ascórbico 214

O teor de ácido ascórbico foi determinado segundo Strohecker e Henning (1967), 215

realizou-se leitura em espectrofotômetro (BiospectroSP-220), à 520 nm. Os resultados foram 216

expressos em mg ácido ascórbico100 g-1 polpa. 217

218

2.14. Análises estatística 219

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC) 220

constituído por doze períodos de coleta (40, 60, 80, 100, 120, 140, 160, 180, 200, 220, 240 e 221

260 DAA), com três repetições. 222

As análises foram realizadas em triplicata. Os resultados foram submetidos a análise de 223

variância (ANOVA), teste de Duncan (p ≤ 0,05) e regressão, utilizando software Statistica 224

(Versão 8.0, StatSoft Inc., Tulsa, Oklahoma), e os resultados expressos médias ± erro padrão 225

(EP). 226

227

3. Resultados e discussão 228

229

3.1. Mudanças na massa, diâmetros, firmeza, pectina solúvel e total durante o 230

amadurecimento do fruto cajá-manga 231

A floração do cajá-manga (Figura 1) iniciou-se no início do mês de setembro 2014, 232

tendo fim na primeira quinzena de outubro. A frutificação inicial ocorreu na primeira quinzena 233

de outubro do mesmo ano, com ápice no mês de novembro. 234

235

Page 40: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

40

236

Figura 1. Antese (abertura dos botões florais) da cajazeira (Spondias Mombin L.). 237

238

O ciclo da floração até a colheita, compreendeu um período de 260 dias, considerando 239

a partir da abertura da flor (antese) até a colheita, definida quando os frutos apresentavam 240

facilidade para serem destacados dos arbustos e coloração amarelo alaranjada. 241

Entre setembro (2014) a junho (2015), a temperatura do ar variou de 22,90 a 32,20 °C, 242

com umidade relativa entre 38 a 85 %, no momento da colheita dos frutos. 243

A massa, diâmetro transversal e longitudinal do cajá-manga (Spondia mombin L.) 244

(Figura 2) aumentaram significativamente durante o crescimento (Tabela 1). 245

Aos 200 DAA foi atingido o valor máximo significativo de diâmetro transversal (4,86 246

cm) e aos 220 DAA, valores máximos significativos de diâmetro longitudinal (6,68 cm) e massa 247

(93,12 g), mostrando que frutos atingem a maturação entre 200 e 220 DAA, os quais 248

apresentavam coloração esverdeada. 249

No presente estudo, os parâmetros de crescimento, determinados em cajá-manga 250

durante o desenvolvimento do fruto, descrevem um padrão de crescimento tipo sigmoide 251

simples, sendo evidenciado por um acumulo significativo de massa e aumento de diâmetros 252

longitudinal e transversal (Tabela 1). A taxa de crescimento aumentou entre 40 e 100 DAA, 253

cuja maior taxa foi obtida entre 100 a 120 DAA (0,97 g 20 dias-1, 0,03 cm 20 dias-1, 0,04 cm 254

Page 41: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

41

20 dias-1, para massa, diâmetro transversal e longitudinal, respectivamente), apresentando 255

estabilidade entre 120 e 200 DAA, seguida de redução entre 200 e 260 DAA. 256

A firmeza foi afetada com o desenvolvimento do fruto, observando-se aumento até 120 257

DAA (27,02 N), seguido por período de certa estabilidade até 200 DAA (25,64 N), quando 258

houve redução da firmeza, aos 220 DAA (23,15 N), atingindo valor de 15,57 N aos 260 DAA 259

(Tabela 1), mostrando que a firmeza do fruto tendeu a diminuir depois de 200 DAA, após atingir 260

a maturidade. Resultados similares foram encontrados por Wongmetha, Ke e Liang (2015), em 261

manga cv. Jinhwang (M. Indica L.), oriundas de Pintung (Taiwan), avaliadas durante o 262

desenvolvimento, que reporta aumento da firmeza de 50 DAA (5,35 Kgf) até 110 DAA (9,25 263

Kgf) seguido de decréscimo até a maturidade plena, atingida aos 140 DAA (8,05 Kgf). 264

265 Tabela 1. Massa, diâmetro longitudinal, diâmetro transversal, firmeza, pectina total e pectina 266

solúvel do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 267

DAA Massa

(g)

Diâmetro

longitudinal

(cm)

Diâmetro

transversal

(cm)

Firmeza

(N)

Pectina total

(g ácido

galacturônico

100g-1)

Pectina solúvel

(g ácido

galacturônico

100g-1)

40 0,55 ± 0,03 a 1,25 ± 0,02 a 0,86 ± 0,02 a 13,08 ± 0,24 a 1,23 ± 0,03 ef 0,08 ± 0,03 d

60 2,94 ± 0,11 a 2,43 ± 0,04 b 1,51 ± 0,02 b 14,42 ± 0,16 b 1,05 ± 0,03 bc 0,05 ± 0,03 c

80 9,99 ± 0,34 b 3,58 ± 0,05 c 2,30 ± 0,03 c 15,60 ± 0,30 b 1,23 ± 0,03 ef 0,03 ± 0,03 b

100 19,71 ± 0,53 c 4,55 ± 0,05 d 2,86 ± 0,03 d 20,59 ± 0,34 c 1,12 ± 0,01 cd 0,03 ± 0,01 a

120 39,20 ± 1,16 d 5,23 ± 0,06 e 3,73 ± 0,05 e 27,02 ± 0,40 f 0,98 ± 0,02 b 0,08 ± 0,02 d

140 49,94 ± 1,08 e 5,56 ± 0,06 f 4,10 ± 0,03 f 26,16 ± 0,62 ef 0,77 ± 0,02 a 0,14 ± 0,02 f

160 64,46 ± 1,07 f 6,01 ± 0,09 g 4,45 ± 0,03 g 26,45 ± 0,55 ef 1,27 ± 0,06 e 0,08 ± 0,06 d

180 79,22 ± 1,39 g 6,15 ± 0,22 gh 4,69 ± 0,03 h 25,57 ± 0,46 e 1,00 ± 0,03 b 0,15 ± 0,03 fg

200 82,09 ± 1,15 g 6,38 ± 0,06 h 4,86 ± 0,03 i 25,64 ± 0,61 ef 1,03 ± 0,04 bc 0,11 ± 0,04 e

220 93,12 ± 2,54 h 6,68 ± 0,07 i 4,97 ± 0,05 i 23,15 ± 0,58 d 0,96 ± 0,03 b 0,17 ± 0,03 g

240 96,02 ± 2,22 h 6,88 ± 0,07 i 4,97 ± 0,05 i 25,15 ± 0,41 e 1,16 ± 0,02 de 0,22 ± 0,02 h

260 97,65 ± 5,83 h 6,84 ± 0,12 i 4,98 ± 0,10 i 15,57 ± 0,58 b 1,06 ± 0,03 bc 0,27 ± 0,03 i

Os dados correspondem a média ± erro padrão. Letras diferentes, na mesma coluna, indicam diferenças 268 significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 269 Valores em base úmida. 270

Page 42: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

42

271

272 273

274 275

276 277

278

Figura 2. Fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 279

280

60 DAA 80 DAA

100 DAA 120 DAA 140 DAA

160 DAA 180 DAA 200 DAA

220 DAA 240 DAA 260 DAA

40 DAA

Page 43: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

43

De acordo com Prasanna et al. (2007), o decréscimo da firmeza pode ser relacionado 281

com a despolimerização péctica da parede celular, culminando na solubilização de pectinas, 282

degradação de polissacarídeos e reações enzimáticas catalisadas por glicanases, glicosidases e 283

esterases. 284

Ao longo do desenvolvimento, observou-se redução nos níveis de pectina total (Tabela 285

1), enquanto que, para pectina solúvel (Tabela 1), os níveis aumentaram, significativamente, 286

entre 40 DAA e 260 DAA (1,23 a 1,06 e 0,08 a 0,27 g ácido galacturônico 100g-1, 287

respectivamente). Segundo Lima e Durigan (2002), os aumentos nos teores de pectina solúvel 288

indicam amaciamento do fruto e acontece devido ao fato das substâncias pécticas serem 289

degradadas a ácido galacturônico solúvel, por ação de enzimas, como Pectina Metil Esterase e 290

Poligalacturanase. Silva et al. (2016) avaliaram o desenvolvimento do fruto de Murici 291

(Byrsonima crassifolia Kunth), oriundos de Roraima (Brasil), e obtiveram o mesmo 292

comportamento em relação a pectina total e solúvel, detectando a atuação das enzimas pectina 293

metil esterase e poligalacturanase sobre estes componentes. 294

295

3.2. Mudanças no pH e acidez titulável durante o amadurecimento de cajá-manga 296

Mudanças no pH e acidez titulável foram observadas durante o desenvolvimento do 297

cajá-manga (Figura 3A e 3B). 298

Houve declínio do pH (Figura 3A) entre 40 DAA (3,36 ± 0,02) até 80 DAA (2,47 ± 299

0,01), culminando com aumento significativo, atingindo 2,67 ± 0,00 aos 260 DAA, valor este 300

menor do que relatado por Tiburski et al. (2011) de 2,83 ± 0,01 ao avaliar polpa de cajá-manga 301

(Spondias mombin L.), oriundos de Aracaju (Brasil). 302

Ocorreu-se redução na acidez titulável (Figura 3B), 3,14 ± 0,00 g 100 g-1 para 0,89 ± 303

0,02 g 100 g-1 de ácido cítrico, entre 40 e 260 DAA, respectivamente, porém comportamento 304

Page 44: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

44

inverso foi observado no pH, após 80 DAA na polpa de cajá-manga, que aumentou de 2,47 ± 305

0,01 para 2,67 ± 0,00 entre 80 DAA e 260 DAA, respectivamente. 306

307

Figura 3. Valores de pH e acidez titulável na polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin 308

L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 309 Letras diferentes, no mesmo gráfico, indicam diferenças significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). DAA = 310 Dias após antese; AT = acidez titulável. Valores em base úmida. 311

312

A redução da acidez, provavelmente, foi influenciada pela utilização de ácidos 313

orgânicos em reações bioquímicas, decorrentes da respiração, fundamentais para síntese de 314

novos compostos orgânicos, como açúcares e compostos fenólicos, durante o desenvolvimento 315

do fruto (MATARAZZO et al., 2013). 316

317

3.3. Mudança na coloração, carotenóides e clorofila da casca durante o desenvolvimento 318

fisiológico 319

Foram observadas alterações na coloração da casca dos frutos de cajá-manga (Figura 2), 320

evidenciadas por meio das coordenadas L*, a*, b*, Hue e Chroma (Figura 4). 321

Observou diminuição significativa do valor de L* (Figura 4A), com o decorrer do 322

desenvolvimento do fruto de 40 até 140 DAA (58,52 ± 0,60 a 52,14 ± 0,34, respectivamente), 323

seguindo com variações, ficando estável até 260 DAA (52,09 ± 0,80), apresentando-se mais 324

claro no início do desenvolvimento, seguindo para mais escuro ao final da avaliação. 325

i

c

a bc

dc

e f e f g

h

e

y = -6E-07x3 + 0,0003x2 - 0,0423x + 4,4577

R² = 0,75

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

3,00

3,20

3,40

3,60

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

pH

DAA

A

i

h

gf

eb c

d eb c c d

a b a

d e

y = 1E-04x2 - 0,0394x + 4,4872

R² = 0,95

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

AT

(g 1

00 g

-1ác

ido c

ítri

co)

DAA

B

Page 45: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

45

Observou-se elevação significativa do valor a* (Figura 4B) e do valor b* (Figura 4C). 326

Os frutos iniciaram o desenvolvimento, aos 40 DAA, na faixa do verde e azul (a*= -4,64 ± 0,67 327

e b*= 12,86 ± 0,69), porém no decorrer do desenvolvimento ocorreu perda da intensidade da 328

cor verde, tornando-se vermelho e amarelado (a*= 10,42 ± 0,68 e b*= 23,52 ± 1,00) aos 260 329

DAA. O ângulo Hue (Figura 4D) apresentou-se em declínio durante o desenvolvimento do 330

fruto, variando de 109,76 ± 2,10 a 66,08 ± 1,32, entre 40 DAA e 260 DAA, respectivamente, 331

indicando cor tendendo mais para o vermelho no final do desenvolvimento fisiológico. 332

Page 46: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

46

333

334

335

Figura 4. Dados colorimétricos da casca do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao 336

longo do desenvolvimento fisiológico. 337 Letras diferentes, no mesmo gráfico, indicam diferenças significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 338 Valores em base úmida. 339 340

Esse comportamento está relacionado com a redução dos teores de clorofila (Tabela 2), 341

que variaram de 38,06 a 2,85 mg 100 g-1, entre 40 DAA e 260 DAA. De acordo com Taiz e 342

Zeiger (2004), a redução da coloração verde ocorre, principalmente, em função da perda 343

fg

h

e

cdc

b a

c

f

dee

c

y = -1E-07x4 + 8E-05x3 - 0,0138x2 + 0,8676x +

42,672

R² = 0,74

45

47

49

51

53

55

57

59

61

63

65

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

CIE

L*

DAA

A

c

a

b bcc c c

d d

ee

f

y = 0,0005x2 - 0,0801x - 2,8812

R² = 0,85

-10

-5

0

5

10

15

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

CIE

a*

DAA

B

a

h

cde ef ef

gd

fg

cb

fg

y = -1E-10x6 + 1E-07x5 - 4E-05x4 + 0,0072x3 -

0,7252x2 + 35,679x - 625,81

R² = 0,69

0

10

20

30

40

50

60

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

CIE

b*

DAA

C

f

d

efe

d d d

c c

bb

a

y = -0,001x2 + 0,1631x + 99,474

R² = 0,88

50

60

70

80

90

100

110

120

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

°H

ue

DAA

D

a

j

cdef fg fg

h

degh

cb

i

y = 7E-09x5 - 5E-06x4 + 0,0016x3 - 0,2079x2 +

12,473x - 234,89

R² = 0,51

0

10

20

30

40

50

60

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

Chro

ma

DAA

E

Page 47: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

47

estrutural da clorofila, devido diversos fatores, como variação do pH, influenciado pelo 344

acúmulo de ácidos orgânicos nos vacúolos, sistemas oxidativos e enzimáticos, que tem como 345

consequência, a síntese ou desmascaramento dos carotenóides, presentes nos vacúolos. 346

Ao longo do desenvolvimento do cajá-manga houve declínio no teor de carotenóides 347

(Tabela 2), variando de 1,85 a 0,85 mg 100 g-1 de casca, entre 40 e 260 DAA, podendo presumir 348

que ocorreu o desmascaramento desse pigmento. 349

350

Tabela 2. Teor de clorofila e carotenóides da casca do fruto de cajá-manga (Spondias mombin 351

L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 352

DAA Clorofila

(mg 100g-1 casca)

Carotenóides

(mg 100g-1 casca)

40 38,06 ± 0,24 j 1,85 ± 0,00 k

60 28,30 ± 0,54 i 1,60 ± 0,00 j

80 23,21 ± 0,09 h 1,54 ± 0,00 i

100 14,67 ± 0,04 g 1,22 ± 0,00 h

120 11,89 ± 0,06 f 0,97 ± 0,00 g

140 9,02 ± 0,04 d 0,85 ± 0,00 c

160 9,49 ± 0,02 d 0,86 ± 0,00 d

180 7,43 ± 0,03 c 0,93 ± 0,00 e

200 10,53 ± 0,02 e 0,94 ± 0,00 f

220 7,77 ± 0,03 c 0,66 ± 0,00 a

240 5,84 ± 0,04 b 0,74 ± 0,00 b

260 2,85 ± 0,05 a 0,85 ± 0,00 c

Os dados correspondem a média ± EP. Letras diferentes, na mesma coluna, indicam diferenças significativas pelo 353 teste de Duncan (p ≤ 0,05). 354 Valores em base úmida. 355

356

Os valores de Chroma (Figura 4E), variaram ao longo do desenvolvimento do fruto, 357

apresentando aumento, de 14,23 ± 0,72 (40 DAA) para 25,86 ± 1,05 (260 DAA), refletindo 358

maior pureza e intensidade da cor da casca de cajá-manga. 359

360

Page 48: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

48

3.4. Conteúdo total de fenólicos, taninos hidrolisados, taninos condensados, vitamina C e 361

capacidade antioxidante 362

O conteúdo total de fenóis (Tabela 3) foi influenciado pelo desenvolvimento do fruto de 363

cajá-manga. Houve declínio significativo em fenólicos totais quando extraído em álcool, 364

apresentando 128,00 mg EGA g-1 e 58,88 mg EGA g-1, entre 40 DAA e 260 DAA, 365

respectivamente, enquanto observou-se aumento significativo quando extraídos em éter etílico 366

e água. No final do desenvolvimento (260 DAA), o álcool e a água foram os que apresentaram 367

o maior conteúdo de fenóis totais, 58,88 mg EGA g-1 e 57,66 mg EGA g-1, respectivamente. 368

Comparando o resultado obtido em goiaba (Psidium guajava L.), que apresentou 10,81 369

mg EGA g-1 (HASSIMOTO, GENOVESE & LAJOLO, 2005), a polpa de cajá-manga 370

apresentou maior conteúdo de polifenóis total, quando extraídos em éter e álcool. 371

Os compostos fenólicos apresentam potencial antioxidante, importantes no combate dos 372

processos oxidativos, pois apresentam capacidade de neutralizar radicais livres, sendo 373

associados a prevenção de doenças crônicas-degenerativas, como cardiovasculares, câncer, 374

diabetes e envelhecimento precoce (BARBOSA et al., 2010; SANTOS et al., 2008). Os taninos 375

fazem parte do grupo dos compostos fenólicos de alto peso molecular, e são classificados em 376

dois grupos de acordo com suas diferenças estruturais, sendo eles, taninos hidrolisáveis e 377

taninos condensados (DEGÁSPARI, WASZCZYNSKYJ & PRADO, 2005). 378

Os teores de taninos (Tabela 3) diminuíram, significativamente, ao longo do 379

desenvolvimento do cajá-manga, sendo que os taninos hidrolisáveis apresentaram menor 380

concentração que taninos condensados durante todo desenvolvimento, aos 260 DAA foram 381

iguais a 0,07 mg ácido gálico g-1 e 3,39 mg catequina g-1, respectivamente. Esse comportamento 382

tem influência positiva em relação a qualidade sensorial do fruto, devido a menor capacidade 383

de taninos hidrolisados complexar com proteínas, resultando em baixa adstringência 384

(DEGÁSPARI, WASZCZYNSKYJ & PRADO, 2005). 385

Page 49: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

49

386

Tabela 3. Teores de compostos fenólicos em diferentes extratos, taninos hidrolisáveis, taninos 387

condensados e vitamina C na polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do 388

desenvolvimento fisiológico. 389

DAA Compostos fenólicos (mg EAG g-1 polpa)

Taninos

hidrolisáveis

(mg ácido

gálico g-1)

Taninos

condensados

(mg catequina

g-1)

Ácido

ascórbico (mg

100g-1)

E E E A E AQUO

40 20,98 ± 0,42 abc 128,23 ± 0,49 g 20,27 ± 1,12 a 1,11 ± 0,03 h 16,68 ± 0,19 i 54,82 ± 0,58 g

60 23,68 ± 0,86

bcd 48,13 ± 1,12 cd 52,04 ± 0,65 cd 0,89 ± 0,02 g 11,57 ± 0,08 h 25,25 ± 0,85 d

80 26,07 ± 1,84 cd 45,2 ± 0,85 bc 93,86 ± 1,27 f 0,55 ± 0,04 f 8,50 ± 0,11 g 18,72 ± 0,29 b

100 19,05 ± 0,49 ab 51,06 ± 2,57 d 33,97 ± 0,88 abc 0,29 ± 0,03 e 6,39 ± 0,32 f 15,68 ± 0,63 a

120 25,7 ± 0,42 cd 34,21 ± 0,42 a 47,64 ± 5,08 bcd 0,15 ± 0,02 bcd 3,83 ± 0,23 bcd 18,35 ± 1,43 b

140 19,48 ± 0,42 ab 40,07 ± 1,69 b 46,22 ± 1,7 bcd 0,21 ± 0,01 d 2,77 ± 0,07 a 25,66 ± 0,86 d

160 16,82 ± 0,88 a 42,03 ± 0,65 b 29,57 ± 6,69 ab 0,18 ± 0,02 cd 4,62 ± 0,29 de 30,77 ± 1,5 e

180 28,77 ± 1,22 de 89,07 ± 1,49 f 63,59 ± 14,49 d 0,10 ± 0,02 ab 3,68 ± 0,42 bc 21,4 ± 0,35 c

200 27,86 ± 0,65 de 90,62 ± 4,4 f 36,12 ± 7,38 abc 0,13 ± 0,02 abc 4,71 ± 0,38 e 25,79 ± 0,57 d

220 26,81 ± 4,95 d 85,98 ± 0,24 f 26,4 ± 3,44 a 0,08 ± 0,02 a 3,52 ± 0,35 ab 56,98 ± 0,81 g

240 32,92 ± 1,36 ef 47,89 ± 0,24 cd 19,56 ± 0,42 a 0,09 ± 0,01 ab 4,41 ± 0,29 cde 30,89 ± 0,65 e

260 34,14 ± 0,88 f 58,88 ± 0,24 e 57,66 ± 8,79 d 0,07 ± 0,01 a 3,39 ± 0,19 ab 50,92 ± 0,63 f

Os dados correspondem a média ± EP. Letras diferentes, na mesma coluna, indicam diferenças significativas pelo 390 teste de Duncan (p ≤ 0,05). EAG = Equivalentes de ácido gálico. 391 Valores em base úmida. 392 393

O conteúdo de fenóis tende a ser maior em frutos imaturos, pois são metabolitos 394

secundários, usados como mecanismos de defesa das plantas, protegendo frutos no início do 395

seu desenvolvimento, permitindo a sua maturação (FENNEMA, 1996). 396

Segundo Wojdyło et al. (2016), outro componente, como ácido ascórbico, pode 397

contribuir para o aumento da capacidade antioxidante, por ser forte agente de redução, o que 398

pode prevenir o estado de oxidação dos compostos antioxidantes. 399

O teor de ácido ascórbico (Tabela 3) variou ao longo do desenvolvimento do cajá 400

manga, apresentando maior teor em 40 DAA e 220 DAA (54,82 e 56,98 mg 100g-1, 401

Page 50: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

50

respectivamente), seguindo de 260 DAA (50,92 mg 100g-1) e menor teor aos 100 DAA (15,68). 402

Essas variações ocorrem devido a utilização de ácidos orgânicos em reações do processo 403

respiratório (MATARAZZO et al., 2013). 404

Ibarra-Garza et al. (2015) avaliaram a maturação da manga (Mangifera indica L. cv 405

Keitt), proveniente do El Rosario (Mexico) e verificaram que o teor de ácido ascórbico 406

aumentou ao longo do desenvolvimento do fruto e, no último estádio de maturação, diminuiu 407

54% em comparação com penúltimo. 408

Os teores de ácido ascórbico, obtido durante o desenvolvimento do cajá-manga 409

(Spondias mombin L.), foram inferiores ao encontrado em goiaba brasileira (Psidium araça) 410

(102,00 ± 0,00 mg 100g-1) e caju (Anacardium occidentale) (228,00 ± 1,68 mg 100g-1) maduros, 411

provenientes da Colombia, determinados por Contreras-Calderón et al. (2011), e superior ao 412

determinado em cupuaçu (Theobroma grandiflorum) (7,05 ± 0,00 mg 100g-1), pelo mesmo 413

autor. 414

Segundo Carocho e Ferreira (2013), os mecanismos antioxidantes, em tecidos 415

biológicos, são extremamente complexo e, apenas um método para determinação, não é 416

suficiente para fornecer resultados confiáveis. Dessa forma, a capacidade antioxidante dos 417

frutos de cajá-manga, ao longo do desenvolvimento fisiológico, foi avaliada por três diferentes 418

ensaios, DPPH, ABTS e FRAP, como apresentado na Tabela 4. 419

No método DPPH, IC50 é a concentração necessária de antioxidante para reduzir em 50 420

% o radical DPPH. Quanto menor o valor de IC50, maior a atividade antioxidante do fruto. Esse 421

método detecta os antioxidantes mais solúveis em solventes orgânicos. Durante o 422

desenvolvimento fisiológico, a atividade antioxidante, avaliada pelo método DPPH, apresentou 423

aumento significativo no extrato alcoólico, e declínio no extrato aquoso, enquanto a atividade 424

antioxidante no extrato etéreo se manteve constante. No final do desenvolvimento, 260 DAA, 425

Page 51: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

51

o éter e o álcool foram os que apresentaram maiores atividade antioxidante (IC50 = 15,13 e 426

12,47, respectivamente). 427

No método ABTS, os compostos antioxidantes detectados são de natureza lipofílica e 428

hidrofílica (KUSKOSKI et al., 2005). Durante o desenvolvimento do fruto, o extrato alcoólico 429

apresentou aumento na atividade antioxidante, enquanto os extratos etéreo e aquoso se 430

mantiveram em declínio. No fruto maduro, 260 DAA, todos os extratos apresentaram a mesma 431

atividade antioxidante, sendo significativamente iguais, apresentando 40,61, 42,77 e 55,31 mM 432

TE g-1, no etéreo, alcoólico e aquoso, respectivamente. 433

No método FRAP, os antioxidantes detectados limitam-se aos solúveis em água e em 434

soluções aquosas de etanol. Durante o desenvolvimento do fruto, os extratos etéreo e aquoso 435

diminuíram a capacidade de redução do ferro, enquanto o alcoólico, aumentou. Aos 260 DAA, 436

o extrato alcoólico e o aquoso apresentaram maior capacidade de redução do ferro, sendo iguais 437

significativamente, apresentando 113,23 e 91,88 mM sulfato ferroso g-1, respectivamente. 438

Como observado nos diferentes métodos avaliados, DPPH, ABTS e FRAP, no início do 439

desenvolvimento do fruto a atividade antioxidante é maior, devido à intensa atividade 440

metabólica do fruto em formação, por demandar mecanismos fisiológicos de defesa, como 441

biossíntese de moléculas orgânicas, sobretudo, de produtos secundários (FERNANDES et al., 442

2009). 443

De acordo com Rosler et al. (2007), a relação entre os compostos fenólicos e a 444

capacidade antioxidante pode depender do método escolhido e das características hidrofóbicas 445

ou hidrofílicas. Portanto, o método FRAP foi o que apresentou melhor relação com os 446

compostos fenólicos, por apresentar o mesmo comportamento, assim o cajá-manga exibiu 447

atividade antioxidante, predominantemente, ferro quelante.448

Page 52: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

52

Tabela 4. Atividade antioxidante, em diferentes extratos e métodos, da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do 449

desenvolvimento fisiológico. 450

DAA

DPPH

(IC 50)

ABTS

(mM TE g-1)

FRAP

(mM sulfato ferroso g-1)

E E E A E AQUO E E E A E AQUO E E E A E AQUO

40 24,61 ± 1,02ab 39,51 ± 8,67 c 22,00 ± 0,91 ab 111,62 ± 11,47 d 9,98 ± 0,27 a 70,17 ± 2,44 e 99,21 ± 1,82 c 74,22 ± 0,93 c 141,97 ± 1,10 i

60 24,54 ± 3,23 ab 16,51 ± 1,44 ab 21,37 ± 2,22 ab 70,55 ± 7,01 c 139,04 ± 3,61 f 223,84 ± 9,64 f 122,15 ± 0,670 e 292,62 ± 2,48 h 414,35 ± 4,39 j

80 8,44 ± 0,89 a 23,47 ± 5,43 b 29,40 ± 4,81 ac 65,50 ± 11,58 c 60,11 ± 0,71 e 320,16 ± 9,34 g 113,13 ± 2,40 de 162,99 ± 0,89 h 540,26 ± 2,23 k

100 5,31 ± 0,30 a 17,98 ± 0,55 ab 29,13 ± 0,83 ac 72,82 ± 6,40 c 15,04 ± 6,11 ab 66,24 ± 1,39 de 115,81 ± 4,81 de 94,59 ± 0,86 ef 125,21 ± 1,18 h

120 14,62 ± 0,21 ab 16,36 ± 1,86 ab 22,30 ± 3,14 ab 53,63 ± 0,70 bc 28,64 ± 3,78 bc 35,31 ± 1,48 ab 150,91 ± 2,34 f 90,02 ± 1,22 de 67,68 ± 0,65 bc

140 18,55 ± 1,5 ab 14,68 ± 1,56 ab 34,54 ± 3,84 c 33,84 ± 0,96 ab 10,51 ± 0,71 a 67,64 ± 0,95 de 98,40 ± 1,91 c 60,77 ± 3,10 ab 73,66 ± 0,33 d

160 67,03 ± 51,76 b 16,57 ± 1,74 ab 21,52 ± 1,05 ab 23,49 ± 0,7 a 9,71 ± 1,07 a 29,17 ± 0,71 a 64,99 ± 3,67 a 53,11 ± 0,86 a 33,36 ± 0,65 a

180 17,47 ± 4,49 ab 14,22 ± 0,34 ab 102,33 ± 0,00 d 42,67 ± 9,47 ab 30,02 ± 0,71 bc 49,41 ± 1,10 c 120,11 ± 5,5 de 80,29 ± 0,57 cd 80,37 ± 1,28 f

200 11,25 ± 0,25 a 16,04 ± 4,22 ab 15,77 ± 1,15 b 38,77 ± 1,41 ab 27,15 ± 1,66 bc 63,69 ± 1,64 de 111,25 ± 2,78 d 75,09 ± 0,45 c 90,24 ± 0,88 g

220 10,04 ± 0,17 a 10,51 ± 0,63 a 23,71 ± 1,06 ab 40,42 ± 2,25 ab 29,71 ± 1,92 bc 43,41 ± 1,23 bc 102,02 ± 0,74 c 72 ± 1,30 bc 63,60 ± 0,33 b

240 20,79 ± 3,3 ab 13,01 ± 0,62 ab 38,38 ± 7,39 c 31,02 ± 6,83 a 53,44 ± 13,63 de 48,91 ± 0,27 c 78,01 ± 2,19 b 103,98 ± 1,31 fg 69,28 ± 0,81 cd

260 15,13 ± 0,77 ab 12,47 ± 1,19 ab 36,11 ± 1,15 c 40,61 ± 1,22 ab 42,77 ± 8,42 cd 55,31 ± 0,71 cd 79,97 ± 0,86 b 113,23 ± 12,94 g 91,88 ± 0,25 g

Os dados correspondem a média ± EP. Letras diferentes, na mesma coluna, indicam diferenças significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). DAA = Dias após antese; E E = 451 Extrato etéreo; E A = Estrato alcoólico; E AQUO = Extrato aquoso. 452 Valores em base úmida. 453

Page 53: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

53

4. Conclusão 454

455

O desenvolvimento de cajá-manga foi compreendido por um período de 260 dias, 456

marcado por um padrão de desenvolvimento sigmoidal simples. Os compostos 457

antioxidantes apresentaram maior atividade no fruto em formação, por aturem como 458

mecanismos de defesa. Aos 260 DAA, a maior atividade antioxidante, foi obtida pelos 459

extratos etéreos e etanólico pelo método DPPH, e pelos extratos alcoólico e aquoso, 460

quando avaliados pelo método FRAP, enquanto o método ABTS não apresentou 461

diferença significativa entre os extratos. Mudanças significativas foram notadamente 462

observadas entre 200 e 220 dias desenvolvimento, podendo este ser o período em que o 463

fruto atingiu sua maturação, culminando com o amadurecimento do mesmo e ponto ótimo 464

de consumo. 465

466

Agradecimentos 467

Os autores gostariam de agradecer seu patrocinador brasileiro, CNPq pelo suporte 468

financeiro. 469

470

5. Referências 471

472

AOAC. (2012): Official Methods of Analysis of AOAC International, nineteenth ed. 473

Gaithersburg, EUA. 474

475

Barcia, M. T., Pertuzatti, P. B., Jacques, A. C., Godoy, H. T., & Zambiazi, R. (2012). 476

Bioactive compounds, antioxidant activity and percent composition of jambolão fruits 477

(Syzygium cumini). The Natural Products Journal, Washington, 2, 129-138. 478

479

Barbosa, K. B. F., Costa, N. M. B., Alfenas, R. C. G., De Paula, S. O., Minim, V. P. R., 480

& Bressan, J. (2010). Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. 481

Revista de Nutrição, Campinas, n. 23, v. 4, p. 629-643, 2010. 482

483

Berilli, S. S., Oliveira, J. G., Marinho, A. B., Lyra, G. B., Sousa, E. F., Viana, A. P., 484

Bernardo, S., & Pereira, M. G. (2007). Avaliação da taxa de crescimento de frutos de 485

Page 54: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

54

mamão (Carica papaya L.) em função das épocas do ano e graus-dias acumulados. 486

Revista Brasileira de Fruticultura, 29, 11-14. 487

488

Borguini, R. G. Avaliação do potencial antioxidante e de algumas características físico 489

químicas do tomate (Lycopersicon esculentum) orgânico em comparação ao 490

convencional. 2006. 178 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde 491

Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. 492

493

Bitter, T., & Muir, H. M. (1962). A modified uronic acid carbazole reaction. Analytical 494

Biochemistry, 4, 330-334. 495

496

Brune, M., Hallberg, L., & Skanberg, A. (1991). Determination of Iron-binding Phenolic 497

groups in Foods. Journal of Food Science, Chicago, 56, 128-131. 498

499

Carocho, M., & Ferreira, I. C. F. R. (2013). A review on antioxidants, prooxidants and 500

related controversy: Natural and synthetic compounds, screening and analysis 501

methodologies and future perspectives. Food and Chemical Toxicology, 51, 15–25. 502

503

Carvalho, P.C.L., Ritzinger, R., Soares Filho, W.S., & Ledo, C.A.S. (2008). 504

Características morfológicas, físicas e químicas de frutos de populações de umbu-505

cajazeira no Estado da Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura, 30, 140-147. 506

507

Chitarra, M.I.F., & Chitarra, A.B. (2005). Pós-colheita de Frutos e Hortaliças. Fisiologia 508

e Manuseio. Lavras. 509

510

Contreras-Calderón, J., Calderón-Jaimes, L., Guerra-Hernández, E., & García-Villanova, 511

B. (2011). Antioxidant capacity, phenolic content and vitamin C in pulp, peel and seed 512

from 24 exotic fruits from Colombia. Food Research International, 44, 2047–2053. 513

514

Degáspari, C. H., Waszczynskyj, N., & Prado, M. R. (2005). Atividade antimicrobiana 515

de Schinus terebinthifolius Raddi. Ciência agrotécnica, 29, 617-622. 516

517

Engel, V.L., & Poggiani, F. (2001). Estudo da concentração de clorofila nas folhas e seu 518

espectro de absorção de luz em função do sombreamento em mudas de quatro espécies 519

florestais nativas. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, 3, 39-45. 520

521

Fennema, O. R. (1996). Food chemistry (3rd ed.). NewYork: Marcel Dekkan. 522

523 Fernandes, C. F., Júnior, J. R. V, Silva, D. S. G, & Reis, N. D. (2009). Mecanismos de 524 defesa de plantas contra ataque de agente fito patogênicos. Embrapa. Centro de pesquisa 525 agroflorestal de Rondônia. 526

527

Franquin, S., Marcelin, O., Aurore, G., Reynes, M., & Brillquet, J.M. (2005). 528

Physicochemical characterisation of the mature-green Golden apple (Spondias cytherea 529

Sonnerat). Fruits, 60, 203-210. 530

531

Hamano, P. S., & Mercadante, A. Z. (2001). Composition of carotenoids from 532

commercial products of Caja (Spondias lutea). Journal of Food Composition and 533

Analysis, 14, 335−343. 534

535

Page 55: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

55

Hassimoto, N. M. A., Genovese, M. I., & Lajolo, F. M. (2005). Antioxidant activity of 536

dietary fruits, vegetables, and commercial frozen fruit pulps. Journal of Agricultural and 537

Food Chemistry, 53, 2928–2935. 538

539

Higby, W. K. A. (1962). A simplified method for determination of some the carotenoid 540

distribution in natural and carotene fortified orange juice. Journal of Food Science, 27, 541

42-49. 542

543

Ibarra-Garza, I. Ramos-Parra, P. A., Hernández-Brenes, C., & Jacobo-Velázquez, D. A. 544

(2015). Effects of postharvest ripening on the nutraceutical and physicochemical 545

properties of mango (Mangifera indica L. cv Keitt). Postharvest Biology and Technology, 546

103, 45–54. 547

548 Kuskoski, E. M., Asuero, A. G., Troncoso, A. M., Mancini-Filho, J., & Fett, R., (2005). 549 Aplicacion de diversos métodos químicos para determinar actividad antioxidante em pulpa 550 de frutos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 25, 726-732. 551 552

Lima, M. A., & Durigan, J. F. (2002). Reguladores vegetais na conservação pós-553

colheita de goiabas ‘Paluma’. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, 24, 370 - 554

375. 555

556

Matarazzo, P. H. M, Siqueira, D. L., Salomão, L. C. C., Silva, D. F. P., & Cecon, P. R. 557

(2013). Desenvolvimento dos frutos de lulo (solanum quitoense lam), em Viçosa-MG. 558

Revista Brasileira de Fruticultura, 35, 131-142. 559

560

Mattietto, R. A., Lopes, A. S., & Menezes, H. C. (2010). Caracterização fisica e fisico-561

quimica dos frutos da cajazeira (Spondias mombin L.) e de suas polpas obtidas por dois 562

tipos de extractor. Brazilian Journal of Food Technology, 13, 156-164. 563

564

Mccready, P.M., & Mccolomb, E.A. (1952). Extraction and determination of total 565

pectin material. Analytical Chemistry, 24, 1586. 566

567

Miller, A., & Schaal, B. (2005). Domestication of a mesoamerican cultivated fruit tree, 568

Spondias purpurea. Proceeding of the National Academy of Science of the United 569

States of America, 102, 12.801-12.806. 570

571

Prado, D. E., & Gibbs, P.E. (1993). Patterns of species distribution in the dry season 572

forests of South America. Annals of the Missouri Botanical Garden, 80, 902-927. 573

574

Prasanna, V., Prabha, T.N., & Tharanathan, R.N. (2007). Fruit ripening phenomena – an 575

overview. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 47, 1–19. 576

577

Oms-liu, G., Hertog, M. L. A. T. M., Poel, B. V., Ampofo-Asiama, J., Geeraerd, A. H., 578

& Nicola, B. M. (2011). Metabolic characterization of tomato fruit during preharvest 579

development, ripening and postharvest shelf-live. Postharvest Biology and Technology, 580

62, 7-16. 581

582

Price, M. L., Scoyoc, S. V., & Butler L. G. (1978). A Critical Evaluation of the Vanillin 583

Reaction as an Assay for Tannin in Sorghum Grain. Journal Agriculture and Food 584

Chemistry, 26, 1214-1218. 585

Page 56: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

56

586

Rufino, M. S.M., Alves, R.E., Brito, E. S., Morais, S. M., Sampaio, C.G., Pérez-587

Jiménez, J., & Saura-Calixto, F. D. (2007). Metodologia Científica: Determinação da 588

Atividade Antioxidante Total em Frutas pela Captura do Radical Livre ABTS•+. 589

Embrapa Agoindústria Tropical, 4p. (Embrapa Agroindústria Tropical, Comunicado 590

Técnico 128). 591

592

Rufino, M. S.M., Alves, R.E., Brito, E. S., Morais, S. M., Sampaio, C.G., Pérez-593

Jiménez, J., & Saura-Calixto, F. D. (2006). Metodologia científica: determinação da 594

atividade antioxidante total em frutas pelo método de redução do ferro (FRAP). 595

Embrapa Agoindústria Tropical, 4p. (Embrapa Agroindústria Tropical, Comunicado 596

Técnico 125). 597

598

Santos, G. M., Maia, G. A., Sousa, P. H. M., Costa, J. M. C. C., Figueiredo, R. W., & 599

Prado, G. M. (2008). Correlação entre atividade antioxidante e compostos bioativos de 600

polpas comerciais de açaí (Euterpe oleracea Mart). Archivos Latinoamericanos de 601

Nutricion, 58, 187-192. 602

603

Silva, P. M. C., Neves, L. C., Bastos, V. J., Lima, C. G. B., Araújo, K. G. M., & Roberto, 604

S. R. (2016). Harvesting period of Murici (Byrsonima crassifolia Kunth) fruit in relation 605

to physical and chemical parameters evaluated during fruit development. Scientia 606

Horticulturae, 200, 66-72. 607

608

Strohecker, R., & Henning, H. M. (1967). Analisis de vitaminas: metodos comprobados. 609

Madrid: Paz Montalvo, 428 p. 610

611

Taiz, L. & Zeiger, E. (2004). Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, p.449-484. 612

613

Tiburski, J. H., Rosenthal, A., Deliza, R., Godoy, R. O., & Pacheco, S. (2011). 614

Nutritional properties of yellow mombin (Spondias mombin L.) pulp. Food Research 615

International, 44, 2326–2331. 616

617

Watada, A. E., Herner, R. C., Kader, A. A., Romani, R. J., & Staby, G. L. (1984). 618

Terminology for the description of developmental stages of horticultural crops. 619

HortScience, 19, 20-21. 620

621

Waterhouse, A. L. Polyphenolics: Determination of total phenolics (2002). In: 622

WROLSTAD, R.E. Current Protocols in Food Analytical Chemistry (pp. 111-118). 623

New York: John Wiley & Sons. 624

625

Wongmetha, O., Ke L., & Liang, Y. (2015). The changes in physical, bio-chemical, 626

physiological characteristics and enzyme activities of mango cv. Jinhwang during fruit 627

growth and development. Wageningen Journal of Life Sciences, 7–12. 628

629

Wojdylo, A., Carbonell-Barrachina, Á. A., Legua, P., & Hernández, F. (2016). Phenolic 630

composition, ascorbic acid content, and antioxidant capacity of Spanish jujube (Ziziphus 631

jujube Mill.) fruits. Food Chemistry, 201, 307–314.632

Page 57: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

57

ANEXO A – Normas de publicação Food Chemistry

Guide for authors

Preparation

Use of word processing software

General: Manuscripts must be typewritten, double-spaced with wide margins. Each page

must be numbered, and lines must be consecutively numbered from the start to the end of

the manuscript. Good quality printouts with a font size of 12 or 10 pt are required. The

corresponding author should be identified (include a Fax number and E-mail address).

Full postal and email addresses must be given for all co-authors. Authors should consult

a recent issue of the journal for style if possible. The Editors reserve the right to adjust

style to certain standards of uniformity. Authors should retain a copy of their manuscript

since we cannot accept responsibility for damage or loss of papers.

Article structure

Follow this order when typing manuscripts: Title, Authors, Affiliations, Abstract,

Keywords, Main text, Acknowledgements, Appendix, References, Vitae, Figure

Captions. Do not import the Figures or Tables into your text, figures and tables should be

submitted as separate files. The corresponding author should be identified with an asterisk

and footnote. All other footnotes (except for table footnotes) should be identified with

superscript Arabic numbers. The title of the paper should unambiguously reflect its

contents. Where the title exceeds 70 characters a suggestion for an abbreviated running

title should be given.

Subdivision - numbered sections

Divide your article into clearly defined and numbered sections. Subsections should be

numbered 1.1 (then 1.1.1, 1.1.2,), 1.2, etc. (the abstract is not included in section

numbering). Use this numbering also for internal cross-referencing: do not just refer to

'the text'. Any subsection may be given a brief heading. Each heading should appear on

its own separate line.

Essential title page information

• Title. Concise and informative. Titles are often used in information-retrieval systems.

Avoid abbreviations and formulae where possible.

• Author names and affiliations. Please clearly indicate the given name(s) and family

name(s) of each author and check that all names are accurately spelled. Present the

authors' affiliation addresses (where the actual work was done) below the names. Indicate

Page 58: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

58

all affiliations with a lowercase superscript letter immediately after the author's name and

in front of the appropriate address. Provide the full postal address of each affiliation,

including the country name and, if available, the e-mail address of each author.

• Corresponding author. Clearly indicate who will handle correspondence at all stages of

refereeing and publication, also post-publication. Ensure that the e-mail address is given

and that contact details are kept up to date by the corresponding author.

• Present/permanentaddress. If an author has moved since the work described in the article

was done, or was visiting at the time, a 'Present address' (or 'Permanent address') may be

indicated as a footnote to that author's name. The address at which the author actually did

the work must be retained as the main, affiliation address. Superscript Arabic numerals

are used for such footnotes.

Abstract

A concise and factual abstract is required. The abstract should state briefly the purpose of

the research, the principal results and major conclusions. An abstract is often presented

separately from the article, so it must be able to stand alone. For this reason, References

should be avoided, but if essential, then cite the author(s) and year(s). Also, non-standard

or uncommon abbreviations should be avoided, but if essential they must be defined at

their first mention in the abstract itself.

The abstract should not exceed 150 words.

Highlights

Highlights are mandatory for this journal. They consist of a short collection of bullet

points that convey the core findings of the article and should be submitted in a separate

editable file in the online submission system. Please use 'Highlights' in the file name and

include 3 to 5 bullet points (maximum 85 characters, including spaces, per bullet point).

See http://www.elsevier.com/highlights for examples.

Chemical compounds

You can enrich your article by providing a list of chemical compounds studied in the

article. The list of compounds will be used to extract relevant information from the NCBI

PubChem Compound database and display it next to the online version of the article on

ScienceDirect. You can include up to 10 names of chemical compounds in the article. For

each compound, please provide the PubChem CID of the most relevant record as in the

following example: Glutamic acid (PubChem CID:611). The PubChem CIDs can be

found via http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pccompound. Please position the list of

Page 59: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

59

compounds immediately below the 'Keywords' section. It is strongly recommended to

follow the exact text formatting as in the example below:

Chemical compounds studied in this article

Ethylene glycol (PubChem CID: 174); Plitidepsin (PubChem CID: 44152164);

Benzalkonium chloride (PubChem CID: 15865)

More information is available at: http://www.elsevier.com/PubChem.

Units

Follow internationally accepted rules and conventions: use the international system of

units (SI). If other units are mentioned, please give their equivalent in SI.

Temperatures should be given in degrees Celsius. The unit 'billion' is ambiguous and

should not be used.

Artwork

Electronic artwork General points

• Make sure you use uniform lettering and sizing of your original artwork.

• Embed the used fonts if the application provides that option.

• Aim to use the following fonts in your illustrations: Arial, Courier, Times New Roman,

Symbol, or use fonts that look similar.

• Number the illustrations according to their sequence in the text.

• Use a logical naming convention for your artwork files.

• Provide captions to illustrations separately.

• Size the illustrations close to the desired dimensions of the published version.

• Submit each illustration as a separate file.

A detailed guide on electronic artwork is available on our website:

http://www.elsevier.com/artworkinstructions.

You are urged to visit this site; some excerpts from the detailed information are given

here.

Formats

If your electronic artwork is created in a Microsoft Office application (Word, PowerPoint,

Excel) then please supply 'as is' in the native document format.

Regardless of the application used other than Microsoft Office, when your electronic

artwork is finalized, please 'Save as' or convert the images to one of the following formats

Page 60: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

60

(note the resolution requirements for line drawings, halftones, and line/halftone

combinations given below):

EPS (or PDF): Vector drawings, embed all used fonts.

TIFF (or JPEG): Color or grayscale photographs (halftones), keep to a minimum of 300

dpi.

TIFF (or JPEG): Bitmapped (pure black & white pixels) line drawings, keep to a

minimum of 1000 dpi. TIFF (or JPEG): Combinations bitmapped line/half-tone (color or

grayscale), keep to a minimum of 500 dpi.

Please do not:

• Supply files that are optimized for screen use (e.g., GIF, BMP, PICT, WPG); these

typically have a low number of pixels and limited set of colors;

• Supply files that are too low in resolution;

• Submit graphics that are disproportionately large for the content.

Please insert the following text before the standard text - Photographs, charts and

diagrams are all to be referred to as "Figure(s)" and should be numbered consecutively in

the order to which they are referred. They should accompany the manuscript, but should

not be included within the text. All illustrations should be clearly marked with the figure

number and the author's name. All figures are to have a caption. Captions should be

supplied on a separate sheet.

Color artwork

Please make sure that artwork files are in an acceptable format (TIFF (or JPEG), EPS (or

PDF), or MS Office files) and with the correct resolution. If, together with your accepted

article, you submit usable color figures then Elsevier will ensure, at no additional charge,

that these figures will appear in color online (e.g., ScienceDirect and other sites)

regardless of whether or not these illustrations are reproduced in color in the printed

version. For color reproduction in print, you will receive information regarding the costs

from Elsevier after receipt of your accepted article. Please indicate your preference for

color: in print or online only. For further information on the preparation of electronic

artwork, please see http://www.elsevier.com/artworkinstructions.

Figure captions

Ensure that each illustration has a caption. Supply captions separately, not attached to the

figure. A caption should comprise a brief title (not on the figure itself) and a description

Page 61: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

61

of the illustration. Keep text in the illustrations themselves to a minimum but explain all

symbols and abbreviations used.

Tables

Please submit tables as editable text and not as images. Tables can be placed either next

to the relevant text in the article, or on separate page(s) at the end. Number tables

consecutively in accordance with their appearance in the text and place any table notes

below the table body. Be sparing in the use of tables and ensure that the data presented in

them do not duplicate results described elsewhere in the article. Please avoid using

vertical rules.

References

Citation in text

Please ensure that every reference cited in the text is also present in the reference list (and

vice versa). Any references cited in the abstract must be given in full. Unpublished results

and personal communications are not recommended in the reference list, but may be

mentioned in the text. If these references are included in the reference list they should

follow the standard reference style of the journal and should include a substitution of the

publication date with either 'Unpublished results' or 'Personal communication'. Citation

of a reference as 'in press' implies that the item has been accepted for publication.

Web references

As a minimum, the full URL should be given and the date when the reference was last

accessed. Any further information, if known (DOI, author names, dates, reference to a

source publication, etc.), should also be given. Web references can be listed separately

(e.g., after the reference list) under a different heading if desired, or can be included in

the reference list.

Example: CTAHR (College of Tropical Agriculture and Human Resources, University

of Hawaii). Tea (Camellia sinensis) a New Crop for Hawaii, 2007. URL

http://www.ctahr.hawaii.edu/oc/freepubs/pdf/tea_04_07.pdf . Accessed 14.02.11.

Reference management software

Most Elsevier journals have a standard template available in key reference management

packages. This covers packages using the Citation Style Language, such as Mendeley

(http://www.mendeley.com/features/reference-manager) and also others like EndNote

(http://www.endnote.com/support/enstyles.asp) and Reference Manager

(http://refman.com/downloads/styles). Using plug-ins to word processing packages

which are available from the above sites, authors only need to select the appropriate

Page 62: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

62

journal template when preparing their article and the list of references and citations to

these will be formatted according to the journal style as described in this Guide. The

process of including templates in these packages is constantly ongoing. If the journal you

are looking for does not have a template available yet, please see the list of sample

references and citations provided in this Guide to help you format these according to the

journal style.

If you manage your research with Mendeley Desktop, you can easily install the reference

style for this journal by clicking the link below:

http://open.mendeley.com/use-citation-style/food-chemistry

When preparing your manuscript, you will then be able to select this style using the

Mendeley plugins for Microsoft Word or LibreOffice. For more information about the

Citation Style Language, visit http://citationstyles.org.

All publications cited in the text should be presented in a list of references following the

text of the manuscript. See Types of Paper for reference number limits. In the text refer

to the author's name (without initials) and year of publication (e.g. "Steventon, Donald

and Gladden (1994) studied the effects..." or "...similar to values reported by others

(Anderson, Douglas, Morrison & Weiping, 1990)..."). For 2-6 authors all authors are to

be listed at first citation. At subsequent citations use first author et al.. When there are

more than 6 authors, first author et al. should be used throughout the text. The list of

references should be arranged alphabetically by authors' names and should be as full as

possible, listing all authors, the full title of articles and journals, publisher and year. The

manuscript should be carefully checked to ensure that the spelling of authors' names and

dates are exactly the same in the text as in the reference list.

Reference style

Text: Citations in the text should follow the referencing style used by the American

Psychological Association. You are referred to the Publication Manual of the American

Psychological Association, Sixth Edition, ISBN 978-1-4338-0561-5, copies of which

may be ordered from http://books.apa.org/books.cfm?id=4200067 or APA Order Dept.,

P.O.B. 2710, Hyattsville, MD 20784, USA or APA, 3 Henrietta Street, London, WC3E

8LU, UK.

List: references should be arranged first alphabetically and then further sorted

chronologically if necessary. More than one reference from the same author(s) in the same

year must be identified by the letters 'a', 'b', 'c', etc., placed after the year of publication.

Examples:

Page 63: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

63

Reference to a journal publication:

Van der Geer, J., Hanraads, J. A. J., & Lupton, R. A. (2010). The art of writing a scientific

article. Journal of Scientific Communications, 163, 51-59.

Reference to a book:

Strunk, W., Jr., & White, E. B. (2000). The elements of style. (4th ed.). New York:

Longman, (Chapter 4).

Reference to a chapter in an edited book:

Mettam, G. R., & Adams, L. B. (2009). How to prepare an electronic version of your

article. In B. S. Jones, & R. Z. Smith (Eds.), Introduction to the electronic age (pp. 281-

304). New York: E-Publishing Inc.

AudioSlides

The journal encourages authors to create an AudioSlides presentation with their published

article. AudioSlides are brief, webinar-style presentations that are shown next to the

online article on ScienceDirect. This gives authors the opportunity to summarize their

research in their own words and to help readers understand what the paper is about. More

information and examples are available at http://www.elsevier.com/audioslides. Authors

of this journal will automatically receive an invitation e-mail to create an AudioSlides

presentation after acceptance of their paper.

Supplementary material

Supplementary material can support and enhance your scientific research.

Supplementary files offer the author additional possibilities to publish supporting

applications, high-resolution images, background datasets, sound clips and more. Please

note that such items are published online exactly as they are submitted; there is no

typesetting involved (supplementary data supplied as an Excel file or as a PowerPoint

slide will appear as such online). Please submit the material together with the article and

supply a concise and descriptive caption for each file. If you wish to make any changes

to supplementary data during any stage of the process, then please make sure to provide

an updated file, and do not annotate any corrections on a previous version. Please also

make sure to switch off the 'Track Changes' option in any Microsoft Office files as these

will appear in the published supplementary file(s). For more detailed instructions please

visit our artwork instruction pages at http://www.elsevier.com/artworkinstructions.

Page 64: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

64

CAPÍTULO III 1

2

ARTIGO II - Comportamento químico e perfil de voláteis sintetizados durante o 3

desenvolvimento fisiológico de Cajá-manga (Spondias Mombin L.) 4

5

RESUMO 6

O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade respiratória e os compostos químicos, 7

durante o desenvolvimento fisiológico dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.). A 8

avaliação compreendeu um período de 260 dias após antese (DAA), definido quando os frutos 9

apresentaram facilidade para serem destacados dos arbustos e coloração amarelo alaranjada, e 10

foi marcado pela ascensão climatérica entre 160 a 180 DAA, com pico de produção de CO2 aos 11

180 DAA, seguindo padrão respiratório climatérico. Foram observadas degradação do amido, 12

aumento de açúcares solúveis totais e sólidos solúveis e variação nos teores de macro e 13

micromineiras, apresentando durante todo o desenvolvimento fisiológico maior conteúdo de 14

fósforo, cálcio e magnésio. Foram observadas reduções de umidade, incremento de proteína e 15

carboidratos, e identificados 27 compostos voláteis durante o desenvolvimento fisiológico, que 16

auxiliaram a formar o aroma característico da fruta, sendo, majoritariamente, terpenos. 17

18

Palavras-chaves: composição proximal, taxa de gás carbônico, valor nutricional, estádios de 19

desenvolvimento, minerais, compostos voláteis. 20

21

1. Introdução 22

23

Dentre o território brasileiro, o Cerrado é considerado o maior bioma. Segundo [1], 24

existem mais de 58 espécies de frutas nativas do cerrado, conhecidas e utilizadas pela população 25

nativa, sendo um bioma com muitas diversidades em paisagens e espécies de fauna e flora. No 26

entanto, tem-se grande deficiência de estudos e pesquisas que permitam avaliar seu potencial 27

económico, identificar e explorar, de maneira sustentável, suas espécies nativas e espécies que 28

se adaptam bem nessa região [2], como a cajazeira (Spondias mombin L.), que produz frutos 29

conhecidos como cajá-manga. 30

A cajazeira (Spondias sp.), nativa da América Tropical, pertence à família 31

Anacardiaceae, e ao gênero Spondias [3], sendo árvore tropical, frondosa, situando-se entre as 32

frutíferas perene, com flores dispostas em panícula, produzindo frutos nutritivos, saborosos e 33

Page 65: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

65

de grande aceitação de mercado, conhecidos, popularmente, como cajá-manga, cajá ou 34

taperebá. O fruto apresenta sabor agridoce, suculência, destacando-se como uma das frutas 35

tropicais mais aromáticas, com 33 compostos que ajudam a formar o aroma característico da 36

fruta [4,5]. 37

A composição e a qualidade nutricional do fruto são importantes, devido a presença de 38

vários componentes físico-químicos, que desempenham função relevante na alimentação, 39

contribuindo para o fornecimento de calorias, sais minerais, vitaminas, água e outros nutrientes, 40

constituindo-se, dessa forma, em fontes reguladoras da saúde. Essas características dependem 41

do genótipo, condições ambientais na pré-colheita, estádio de desenvolvimento do fruto, 42

colheita e manejo pós-colheita [6, 7, 8]. 43

Os estádios de desenvolvimento do fruto podem ser divididos desde a formação até a 44

morte dos tecidos, sendo eles crescimento, maturação, maturidade fisiológica, amadurecimento 45

e senescência [9]. A atividade respiratória é um processo fisiológico que ocorre durante todo o 46

desenvolvimento do fruto, fundamental durante o amadurecimento, pois várias reações, 47

responsáveis pela síntese de inúmeros compostos, estão relacionadas com a respiração [10]. 48

Os frutos podem ser classificados, de acordo com o padrão respiratório, em climatéricos e 49

não climatéricos. Frutos com padrão respiratório climatérico apresentam aumento na atividade 50

respiratória e na síntese de etileno, associado ao amadurecimento, enquanto os não-climatéricos 51

não apresentam essa elevação [11, 12, 13]. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi 52

avaliar a atividade respiratória e caracterizar a evolução da composição química, nutricional, 53

mineral e compostos voláteis, durante o desenvolvimento dos frutos de cajá-manga (Spondias 54

mombin L.), desde a antese até o fruto maduro. 55

56

2. Materiais e métodos 57

58

2.1. Medição de temperatura e umidade relativa do ar 59

Page 66: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

66

Durante a colheita dos frutos de cajá-manga, a temperatura e umidade relativa do ar 60

foram medidos, com auxílio de termo higrômetro digital com sensor externo (Marca: Incoterm). 61

62

2.2. Material vegetal e avaliação durante o desenvolvimento 63

As coletas, durante o desenvolvimento dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.), 64

ocorreram entre os meses de setembro de 2014 a junho de 2015, na Fazenda Jabuticabal, 65

município de Nova Fátima, distrito de Hidrolândia-GO, localizada nas coordenadas geográficas 66

16°55’32.35" de latitude sul e 49°21’39.76" de longitude oeste. 67

Durante o processo de florescimento, foram selecionadas, ao acaso, 10% das espécimes 68

de Spondias mombin L., e marcadas as flores, por ocasião da antese, com fios de lã de diferentes 69

cores, em posições distintas da planta. 70

Aos 80 dias após antese (DAA), realizou-se a primeira coleta. As demais foram 71

realizadas em intervalos de vinte dias, até completar 260 DAA, quando ocorreu o 72

amadurecimento, caracterizado pela coloração amarelada da casca, totalizando 10 pontos de 73

coleta. Os frutos foram colhidos ao acaso, no período da manhã, divididos em quatro lotes 74

iguais, representando as replicatas. 75

76

2.3. Medição da taxa respiratória ao longo do desenvolvimento fisiológico de cajá-manga 77

Para avaliação do padrão respiratório, constituído de 6 repetições, logo após a colheita 78

os frutos foram selecionados (ausência de danos), mantidos a 25ºC, e analisados ao longo do 79

desenvolvimento fisiológico (80, 100, 120,140,160, 180, 200, 220, 240 e 260 DAA). 80

A análise da taxa respiratória foi realizada por meio da coleta de CO2, na qual os frutos 81

foram colocados, individualmente, em frasco de vidro com o volume proporcional ao tamanho 82

dos mesmos, variando de frascos de 40 mL a 600 mL, durante o desenvolvimento fisiológico 83

do fruto. Os frascos foram selados, hermeticamente, durante uma hora, e amostras de gás foram 84

Page 67: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

67

coletadas a partir do headspace. A taxa respiratória foi calculada, medindo a quantidade de CO2 85

produzida por um cajá-manga, com uma massa conhecida, utilizando analisador de gases 86

O2/CO2 (Illinois – LL6600), e os resultados foram expressos em mL CO2 kg-1 h-1. 87

Em seguida, os frutos foram congelados, em nitrogênio líquido, e armazenados em 88

freezer, até realização das análises de composição proximal, açúcares solúveis totais, sólidos 89

solúveis, amido, minerais e compostos voláteis. 90

91

2.4. Composição proximal 92

A composição proximal da polpa, a saber, umidade, cinzas, proteínas e lipídeos [14]; os 93

carboidratos totais foram determinados por diferença [15] conforme equação (1), tendo os 94

resultados expressos em g 100 g-1 de polpa; o valor energético total foi calculado, utilizando-se 95

os fatores de conversão tradicionais para proteínas (4 kcal g-1), lipídeos (9 kcal g-1) e 96

carboidratos (4 kcal g-1), e os resultados expressos em Kcal 100 g-1 de polpa [16]. 97

98

𝐶𝑎𝑟𝑏𝑜𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠 (g 100 𝑔−1) = 100 − (𝑈𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (g 100 𝑔−1) +99

𝐶𝑖𝑛𝑧𝑎𝑠(g 100 𝑔−1) + 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒í𝑛𝑎𝑠 (g 100 𝑔−1) + 𝐿𝑖𝑝í𝑑𝑒𝑜𝑠 (g 100 𝑔−1)) 100

101

2.5. Açúcares solúveis totais, sólidos solúveis e amido 102

Os açúcares solúveis totais foram determinados pelo método de Antrona [17] e os 103

resultados expressos em g 100 g-1 de polpa fresca. 104

Sólidos solúveis (SS) da polpa foram medidos por refratometria, com refratômetro 105

digital (ATAGO PR-100), com compensação de temperatura automática à 25ºC [14]. Os 106

resultados foram expressos em °Brix. 107

O amido foi determinado pelo método enzimático, conforme método da [14], e expresso 108

em g 100 g-1 de polpa. 109

110

Page 68: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

68

2.6. Minerais 111

Os minerais analisados na polpa de cajá-manga foram cálcio (Ca), magnésio (Mg), 112

fósforo (P), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn), determinados segundo 113

metodologia descrita por [18]. Os resultados foram expressos em mg 100 g-1. 114

115

2.7. Compostos voláteis 116

A extração, identificação e quantificação de compostos voláteis, em frutos de cajá-117

manga, foram realizadas utilizando microextração em fase sólida (SPME) e cromatografia 118

gasosa acoplada a espectrometria de massa (modelo Shimadzu CG-17A, com detector seletivo 119

de massas modelo QP5050A), sob as seguintes condições operacionais: foi utilizada a fibra de 120

polidimetilsiloxano/divinilbenzeno (PDMS/DVB) 65 μm para a partição dos compostos 121

voláteis presentes na amostra. A fibra foi acondicionada a uma temperatura de 300ºC por 1 122

hora, antes de sua utilização. As amostras foram acondicionadas por 30 minutos a 40ºC sob 123

agitação de 250 rpm. A fibra foi exposta a 1 cm do headspace do frasco de vidro de 10 mL. 124

Após a exposição à fibra sob 70ºC, a seringa foi imediatamente levada ao injetor do CG-MS, 125

no qual os compostos voláteis foram dessorvidos, a 250ºC, em splitless por 2 minutos. Foi 126

utilizada a coluna capilar de sílica fundida de 30 m x 0,25 mm e 0,25 μm de espessura, tendo 127

como fase estacionária 5% de difenil e 95% de polidimetilsiloxano (DB5), temperatura do 128

injetor de 270°C, programação da coluna com temperatura inicial de 60ºC, sendo acrescidos 129

3ºC a cada minuto até atingir 270ºC; gás de arraste hélio, com 1,8 mL.min-1 na coluna; sem 130

slipt com pressão inicial da coluna de 100kPa. 131

As condições do espectrômetro de massa (EM) foram: detector seletivo de massas 132

operando por impacto eletrônico e energia de impacto de 70 eV; velocidade de varredura 1000 133

m/z.s-1; intervalo de varredura de 0,5 fragmentos.s-1e fragmentos detectados de 29 Da e 600 Da. 134

Os compostos foram tentativamente identificados comparando o tempo de retenção de padrões 135

Page 69: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

69

de alcanos C5-C20, a partir do índice de retenção da literatura. Os fragmentos de massas foram 136

comparados utilizando as bibliotecas Willey 8 e a literatura específica de [19]. 137

138

2.8. Análise estatística 139

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC) 140

constituído por dez períodos de coleta (80, 100, 120, 140, 160, 180, 200, 220, 240 e 260 DAA), 141

com três repetições. 142

As análises foram realizadas em triplicata. Os resultados foram submetidos a análise de 143

variância (ANOVA), teste de Duncan (p ≤ 0,05) e regressão, utilizando software Statistica 144

(Versão 8.0, StatSoft Inc., Tulsa, Oklahoma), e os resultados expressos em médias ± erro padrão 145

(EP). 146

147

3. Resultados e discussão 148

149

3.1. Mudanças na taxa respiratória durante o desenvolvimento fisiológico de cajá-manga 150

Entre setembro (2014) a junho (2015), a temperatura do ar variou de 22,90 a 32,20 °C, 151

com umidade relativa entre 38 a 85 %, no momento da colheita dos frutos. 152

A taxa respiratória (Figura 1), medida pela quantidade de CO2, liberada pelo fruto, 153

apresentou declínio entre 80 e 160 DAA (189,53 ± 0,11 e 95,89 ± 0,29 mL CO2 kg-1 h-1 154

respectivamente), seguida da ascensão climatérica, entre 160 e 180 DAA (95,89 ± 0,29 e 311,34 155

± 0,63 mL CO2 kg-1 h-1, respectivamente), com pico de produção de CO2 aos 180 DAA, 156

evidenciando padrão respiratório climatérico. Após, observou redução na taxa de CO2, 157

caracterizando o pós-climatérico. Comportamento semelhante foi encontrado por [20] no 158

estudo do desenvolvimento fisiológico do fruto de Murici (B. Crassifolia Kunth), oriundo de 159

Boa Vista (Brasil), o qual apresentou padrão típico climatérico, com a detecção do pico 160

climatérico. 161

Page 70: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

70

162

Figura 1. Taxa respiratória do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do 163

desenvolvimento fisiológico. 164 Letras diferentes, no mesmo gráfico, indicam diferenças significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). DAA = 165 Dias após antese. 166 167

3.2. Composição proximal ao longo do desenvolvimento fisiológico de cajá-manga 168

O conteúdo de umidade (Tabela 1) reduziu durante o desenvolvimento fisiológico de 169

cajá-manga, obtendo 91,10 e 81,39 g 100 g-1 entre 80 e 260 DAA, respectivamente. O 170

decréscimo observado no teor de umidade pode ter sido refletido pelo aumento da taxa 171

respiratória, contribuindo para síntese e concentração dos outros compostos químicos avaliados 172

durante o processo [21]. [22] determinaram teor igual a 90,06 g 100 g-1 em polpa de cajá 173

(Spondias lutea L.), oriundo de Campina Grande (Brasil), maior ao encontrado neste trabalho, 174

entre 180 DAA e 260 DAA. 175

Durante o desenvolvimento fisiológico, o teor de cinzas, que corresponde ao resíduo 176

mineral fixo, apresentou variações, com redução de 0,25 g 100 g-1 para 0,16 g 100 g-1, entre 80 177

e 180 DAA, respectivamente. Após, observou-se aumento, obtendo aos 240 e 260 DAA teor de 178

0,27 g 100 g-1, sendo igual, estatisticamente, ao teor obtido aos 80 DAA. Comportamento 179

semelhante foi observado para o teor de lipídeos, no qual apresentou variações, obtendo o 180

mesmo teor, 0,22 g 100 g-1, no início (80 DAA) e no final (260 DAA) da avaliação, e o menor 181

teor, 0,16 g 100 g-1, foi obtido aos 160 DAA. 182

g f

c

cd

c

b

a

f

e

de

y = 1E-07x5 - 0,0001x4 + 0,0353x3 - 5,4234x2 + 396,96x - 10856

R² = 0,7055

50

100

150

200

250

300

350

80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

CO

2 (

mL

CO

2 k

g-1

h-1

)

DAA

Page 71: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

71

183

Tabela 1. Composição proximal da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao 184

longo do desenvolvimento fisiológico. 185

DAA Umidade

(g 100 g-1) Cinzas

(g 100 g-1)

Proteínas (F = 6,25*) (g 100 g-1)

Lipídeos (g 100 g-1)

Carboidratos (g 100 g-1)

VET (Kcal 100 g-1)

80 91,1 ± 0,07 h 0,25 ± 0,02 fe 0,06 ± 0,00 a 0,22 ± 0,01 d 8,36 ± 0,05 a 35,69 ± 0,30 a

100 91,01 ± 0,04 h 0,27 ± 0,00 f 0,03 ± 0,00 a 0,18 ± 0,01 c 8,51 ± 0,03 ab 35,80 ± 0,20 a

120 90,09 ± 0,24 g 0,23 ± 0,01 de 0,44 ± 0,01 cd 0,17 ± 0,01 bc 9,06 ± 0,23 bc 39,58 ± 10,00 b

140 89,20 ± 0,32 f 0,18 ± 0,00 ab 0,43 ± 0,03 cd 0,15 ± 0,01 ab 10,04 ± 0,27 d 43,20 ± 1,34 c

160 90,03 ± 0,08 g 0,20 ± 0,01 bc 0,42 ± 0,01 cd 0,13 ± 0,01 a 9,22 ± 0,08 c 39,71 ± 0,34 b

180 83,87 ± 0,32 d 0,16 ± 0,00 a 0,16 ± 0,00 b 0,18 ± 0,00 c 15,62 ± 0,33 f 64,80 ± 1,31 e

200 82,60 ± 0,07 c 0,21 ± 0,01 cd 0,62 ± 0,01 e 0,19 ± 0,00 c 16,39 ± 0,08 g 69,72 ± 0,33 f

220 85,22 ± 0,10 e 0,22 ± 0,01 cd 0,41 ± 0,01 c 0,14 ± 0,01 a 14,01 ± 0,11 e 58,92 ± 0,38 d

240 80,60 ± 0,20 a 0,27 ± 0,00 f 0,46 ± 0,02 d 0,20 ± 0,01 cd 18,46 ± 0,20 i 77,52 ± 0,73 h

260 81,39 ± 0,40 b 0,27 ± 0,01 f 0,71 ± 0,02 f 0,22 ± 0,01 d 17,40 ± 0,37 h 74,45 ± 1,65 g

DAA = Dias após antese; VET = valor energético total. Média ± Desvio padrão. 186 Valores com mesma letra em colunas não são diferentes significativamente pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 187 Valores em base úmida. *Fator de conversão geral de nitrogênio para proteína. 188

189

O conteúdo de proteína variou ao longo do processo de desenvolvimento, apresentando 190

aumento de 0,06 g 100 g-1 para 0,71 g 100 g-1, entre 80 a 260 DAA, respectivamente. 191

Segundo [23], quando ocorre deficiência de substratos para o processo respiratório, 192

como açúcares, outros compostos, como proteínas e lipídeos, podem ser utilizados, o que 193

justifica a variação desses componentes ao longo do desenvolvimento. 194

Os teores de proteína, lipídeos e cinzas (0,82 g 100 g-1,0,26 g 100 g-1 e 0,58 g 100 g-1, 195

respectivamente) em polpa de cajá-manga madura, oriunda de Belém (Brasil) [24], foram 196

maiores aos observados nesse trabalho. 197

O teor de carboidratos apresentou o mesmo comportamento do valor energético total, 198

ou seja, incremento durante o desenvolvimento fisiológico. Os menores valores foram obtidos 199

aos 80 DAA (8,36 g 100 g-1 e 35,69 Kcal 100 g-1, respectivamente) e os maiores aos 260 DAA 200

(18,46 g 100 g-1 e 77,52 Kcal 100 g-1, respectivamente). [25] avaliaram polpa de cajá-manga 201

(Spondias mombin L.), oriundos de Aracaju (Brasil), e determinaram teor de carboidratos e 202

Page 72: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

72

valor energético total iguais a 13,90 g 100 g-1 e 65,42 Kcal 100 g-1, respectivamente, menores 203

ao encontrado nesse trabalho, na polpa de cajá-manga a partir de 200 DAA. 204

205

3.3. Açúcares solúveis totais, sólidos solúveis e amido durante o desenvolvimento 206

fisiológico de cajá-manga 207

O conteúdo de açúcares solúveis totais e sólidos solúveis (Figura 2A, 2B) aumentaram, 208

continuamente, ao longo do desenvolvimento, atingindo teores máximos no fruto mais maduro, 209

aos 260 DAA (8,57 ± 0,26 g 100 g-1 e 14,67 ± 0,33 °Brix, respectivamente). Observou-se, 210

também, redução no teor de amido, a partir do seu máximo acúmulo obtido aos 240 DAA (10,42 211

± 0,00 a 8,46 ± 0,00 g 100 g-1, em 240 e 260 DAA, respectivamente) (Figura 2C), indicando o 212

início de sua degradação caracterizada pela conversão em açúcares solúveis. 213

214

215

Figura 2. Açúcares solúveis totais, sólidos solúveis e amido da polpa do fruto de cajá-manga 216

(Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 217

a a

b

c c

ed

g

f

h

y = 0,0381x - 2,04

R² = 0,9367

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

Açú

care

s so

lúvei

s to

tais

(g 1

00

g-1

)

DAA

A

aab ab ab

bc cd

dee

cd

f

y = 0,0003x2 - 0,0562x + 9,3515

R² = 0,7756

2

4

6

8

10

12

14

16

80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

lid

os

solú

vei

s to

tais

(°B

rix)

DAA

B

gf

c cdc

b a

f

e

de

y = -0,0002x2 + 0,1244x - 8,2652

R² = 0,9011

0

2

4

6

8

10

12

80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

Am

ido (

g 1

00 g

-1)

DAA

C

Page 73: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

73

Letras diferentes, no mesmo gráfico, indicam diferenças significativas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). DAA = 218 Dias após antese. 219

220

Maior conteúdo de açúcares totais (9,40 g 100 g-1) foi determinado por [26] em polpa 221

de cajá-manga maduro, oriundos das regiões Norte e Nordeste (Brasil). [27] determinaram teor 222

de sólidos solúveis em Spondias mombin L., oriundos do estado de Piauí (Brasil), igual a 14,28 223

°Brix, próximo ao encontrado nesse trabalho, quando o fruto estava aos 260 DAA. 224

225

3.4. Teores de minerais ao longo do desenvolvimento fisiológico de cajá-manga 226

Os teores de minerais (Tabela 2), durante o desenvolvimento do fruto de cajá-manga, 227

variaram significativamente. Em relação aos macro-minerais avaliados, os teores de magnésio 228

e cálcio reduziram ao longo do desenvolvimento (15,04 a 13,37 e 38,50 a 28,75 mg 100 g-1, 229

respectivamente), enquanto o conteúdo de fósforo apresentou incremento (39,13 a 58,84 mg 230

100 g-1) entre 80 e 260 DAA, respectivamente. Entre os microminerais avaliados, o cobre, ferro 231

e zinco aumentaram (0,01 a 2,19, 0,35 a 0,96 e 0,09 a 0,14 mg 100 g-1, respectivamente) e o 232

manganês diminuiu (0,16 a 0,05 mg 100 g-1) entre 80 e 260 DAA, respectivamente. 233

Essas variações no conteúdo de minerais estão relacionadas com a mobilidade dos 234

minerais no floema e suas tendências de translocação, que variam de acordo com a espécie, 235

condições ambientais e fase de crescimento do fruto [27, 28]. 236

Cajá-manga (Spondias mombin L.) maduro avaliados por [28], oriundos da Colômbia, 237

apresentaram teores de cálcio (23,00 mg 100 g-1), fósforo (20,00 mg 100 g-1), magnésio (12,00 238

mg 100 g-1), cobre (0,02 mg 100 g-1), ferro (0,74 mg 100 g-1) e manganês (0,02 mg 100 g-1), 239

menores ao encontrado neste trabalho aos 260 DAA. 240

241

3.5. Compostos voláteis ao longo do desenvolvimento fisiológico de cajá-manga 242

Page 74: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

74

Os compostos voláteis identificados no cajá-manga durante o seu desenvolvimento 243

fisiológico, com seus respectivos tempos de retenção médios (TRM) e porcentagens das áreas 244

relativas dos picos, estão apresentados na Tabela 3. 245

Foram identificados 27 compostos nos diferentes estádios de desenvolvimento. Dentre 246

as classes químicas encontradas, obteve-se álcoois, aldeídos, esterés e terpenos. 247

Predominantemente, o início do desenvolvimento do cajá-manga (40 DAA a 100 DAA), foi 248

caracterizado pela presença de terpenos; entre 120 e 240 DAA, verificou a presença de terpenos 249

e ésteres; e aos 260 DAA, predominaram apenas os terpenos. 250

Os compostos voláteis são sintetizados de diversos precursores, como aminoácidos, 251

lipídeos e carotenóides, portanto, apresentaram variações ao longo do desenvolvimento do fruto 252

[30]. 253

Page 75: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

75

Tabela 2. Minerais da polpa do fruto de cajá-manga (Spondias mombin L.) ao longo do desenvolvimento fisiológico. 254

DAA Cálcio (Ca) Magnésio (Mg) Fósforo (P) Cobre (Cu) Ferro (Fe) Manganês (Mn) Zinco (Zn)

(mg 100 g-1)

80 38,5 ± 0,00 i 15,04 ± 0,00 j 39,13 ± 0,00 h 0,01 ± 0,00 a 0,35 ± 0,00 f 0,16 ± 0,00 g 0,09 ± 0,00 c

100 39,5 ± 0,00 j 9,05 ± 0,00 d 34,95 ± 0,00 g 0,01 ± 0,00 a 0,28 ± 0,00 e 0,21 ± 0,00 h 0,09 ± 0,00 c

120 20,65 ± 0,00 e 8,26 ± 0,00 c 27,92 ± 0,00 b 0,01 ± 0,00 a 0,19 ± 0,00 b 0,04 ± 0,00 e 0,08 ± 0,00 b

140 17,43 ± 0,00 b 8,16 ± 0,00 b 28,49 ± 0,00 c 0,01 ± 0,00 b 0,25 ± 0,00 d 0,03 ± 0,00 c 0,08 ± 0,00 b

160 21,46 ± 0,00 f 6,37 ± 0,00 a 25,75 ± 0,00 a 0,02 ± 0,00 b 0,16 ± 0,00 a 0,04 ± 0,00 d 0,08 ± 0,00 a

180 18,52 ± 0,00 d 10,59 ± 0,00 g 30,65 ± 0,00 e 1,08 ± 0,00 h 0,22 ± 0,00 c 0,03 ± 0,00 c 0,13 ± 0,00 g

200 31,93 ± 0,00 h 9,69 ± 0,00 e 32,04 ± 0,00 f 0,67 ± 0,00 e 0,61 ± 0,00 g 0,05 ± 0,00 f 0,14 ± 0,00 g

220 16,67 ± 0,00 a 9,8 ± 0,00 f 29,22 ± 0,00 d 0,84 ± 0,00 f 0,63 ± 0,00 h 0,02 ± 0,00 b 0,11 ± 0,00 e

240 17,99 ± 0,00 c 12,21 ± 0,00 h 54,99 ± 0,00 i 0,85 ± 0,00 g 1,22 ± 0,00 j 0,01 ± 0,00 a 0,12 ± 0,00 f

260 28,75 ± 0,00 g 13,37 ± 0,00 i 58,84 ± 0,00 k 2,19 ± 0,00 i 0,96 ± 0,00 i 0,05 ± 0,00 ef 0,14 ± 0,00 h

DAA = dias após antese; Média ± Erro padrão (mg 100 g-1). 255 Valores com mesma letra nas colunas não são diferentes significativamente pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 256 Valores em base úmida.257

Page 76: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

76

Os aldeídos como hexanal e tolueno foram detectados em todo desenvolvimento 258

fisiológico, assim como os ésteres hexanoato de etila, etanoato de butila e octanal, e os terpenos 259

limoneno, α-pineno, β-pineno, myrcene, r- cinemo, camphene, α-thujene. 260

Os aldeídos hexanal, tolueno, 2-methylbutanal acresceram suas porcentagens da área 261

com o desenvolvimento do fruto, enquanto o 2-heptenal diminuiu. Os aldeídos em altas 262

concentrações auxilia no sabor agradavel do fruto e, em sua maioria, são os compostos 263

majoritários [31]. 264

Entre os ésteres, o hexanoato de etila, etanoato de butila, nonanal e octanal diminuiram 265

suas porcentagens da área, enquanto o butanoato de etila apresentou aumento. Segundo [32], o 266

butanoato de etila tem sido encontrado em numerosos frutos, e em altas concentrações está 267

associado ao elevado grau de maturação. 268

Éster hexanoato de etila foi encontrado por [35], no último estádio de maturação de 269

medronho (Arbutus unedo L.), fruto típico de Portugal, o qual aumentou a concentração durante 270

cinco dias de avaliação pós-colheita. 271

Foi detectado presença de pinene, limoneno, linalol, terpinen-4-ol, α-terpineol em 272

mirtilo (L. caerulea L.), oriundos de três regiões da Polónia [36]. 273

O terpeno limoneno apresenta aroma de limão e está presente em manga [37, 38], 274

acerola [39], frutos cítricos [40] e abacate [41], oriundos de Saharanpur (India) e Flórida 275

(Estados Unidos), regiões do Brasil, Siracusa (Itália) e Califórnia (Estados Unidos), 276

respectivamente. 277

O hexanal foi identificado em umbu [42], morango [43], maçã [44] e tomate [45], 278

oriundos de Itambé (PE-Brasil), de Valência (Espanha), Vacaria (RS-Brasil) e de diferentes 279

áreas da Espanha, respectivamente, e tem sido descrito como responsável pelo aroma de “verde, 280

mato, grama” em produtos vegetais. 281

Page 77: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

77

Foi dectado presença de myrcene, γ-terpinene, α-terpinene, camphene, terpinolene, α-282

humulene, α-Thujene e α-Phellandrene, em frutos de Goji Berry (Hypericum androsaemum), 283

provenientes de diferentes localidades da Itália [46]. 284

Os compostos nonanal, octonal, toluene foram detectados em pêssegos (Prunus persica 285

L. [Batsch]), provenientes da Tunisia, em dois estádios de maturação [47]. 286

Foi verificado a presença de ethanol, 2-methylbutanal, 6-methyl-5-hepten-2-one, em 287

frutos de melão do orvalho do mel (Cucumis melo L. subsp. melo var. Inodorus H.Jacq.), 288

oriundos de Pachino (Itália) [48]. 289

O composto butanoato de etila foi encontrado durante o desenvolvimento de mamão 290

‘Pluk Mai Lie’ [49], oriundo de Nakhon Pathom (Tailândia), enquanto o etanoato de butila foi 291

detectado em abacaxi (Ananas comosus [L.] Merr.), oriundo de Filderstadt (Alemanha) [50].292

Page 78: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

78

Tabela 3. Constituintes voláteis, tempo de retenção médio (TRM) e porcentagem de áreas relativas dos componentes aromáticos da polpa do fruto 293

de cajá-manga (Spondias mombin L.), ao longo do desenvolvimento fisiológico. 294

Classe/

Constituintes* TRM

Área de pico (%) Referências

40

DAA

60

DAA

80

DAA

100

DAA

120

DAA

140

DAA

160

DAA

180

DAA

200

DAA

220

DAA

240

DAA

260

DAA

Álcoóis

Ethanol 1,82 0,19 0,09 - 0,40 - 0,52 0,37 0,27 0,34 0,32 0,46 1,25 [48]

Aldeídos

Hexanal 4,94 0,70 0,29 1,19 1,98 0,85 1,22 1,25 1,59 3,94 0,73 3,27 - [42, 43, 44, 45]

2-Heptenal 8,51 0,49 0,54 0,94 1,18 0,41 - - - - - - - [35]

Toluene 4,29 4,60 0,89 9,91 - 4,19 47,27 37,81 23,74 30,69 17,97 24,96 8,47 [47]

2-Methylbutanal 1,26 - - - - - - - - - - - 3,08 [48]

Ésteres

Hexanoato de etila 10,27 1,12 0,31 1,42 0,56 0,54 0,47 1,06 0,41 0,38 1,50 1,39 2,94 [35]

Butanoato de etila 2,69 - - - - - - - - - - - 3,33 [49]

Etanoato de butila 5,07 - - - - 0,45 0,38 0,59 0,33 0,64 0,29 0,58 0,22 [50]

Nonanal 12,45 0,27 0,08 0,25 0,51 - - - - - - - - [47]

Octanal 10,36 - - 0,31 0,63 0,55 0,29 0,56 - 0,38 - 0,78 - [47]

Terpenos

Limoneno 11,78 26,90 17,58 13,60 9,75 0,73 4,14 5,25 3,58 3,99 5,14 3,96 2,98 [34, 36, 37, 38, 39,

40, 41]

Page 79: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

79

Tabela 3, continuação

α-pineno 8,60 23,94 16,87 31,21 41,49 3,40 5,48 5,87 28,23 14,55 29,42 12,07 21,53 [36]

β-pineno 10,03 10,07 7,14 5,73 8,96 0,93 1,90 2,50 8,30 5,19 9,72 3,56 6,77 [36]

Myrcene 10,40 5,41 6,32 3,78 3,38 0,34 1,66 1,88 1,77 1,62 2,19 2,02 1,37 [46]

γ-Terpinene 11,06 2,95 2,16 2,68 2,09 - - - - - - - - [46]

Terpinen-4-ol 15,78 2,86 1,99 2,47 2,63 0,44 - - - - - - 1,58 [34, 36]

r- Cinemo 11,54 2,40 1,49 2,40 2,23 - 3,38 3,28 1,70 2,95 2,61 2,83 1,43 [51]

α-Terpineol 16,24 2,20 2,50 3,62 2,97 0,50 - - - - - - 6,95 [34, 36]

Camphene 9,06 1,79 1,84 3,00 3,51 - 0,41 0,40 0,54 0,42 0,59 0,35 0,33 [46]

Terpinolene 11,88 1,27 0,88 1,12 0,67 - - - - - - - - [46]

α-Humulene 13,87 3,51 - - - - - - - - - - - [46]

Linalol 7,70 - - - - - - - - - - - 15,61 [36]

α-Terpinene 12,30 0,29 - 0,40 - - - - - - - - - [46]

α-Thujene 9,58 - - 0,13 0,14 - 0,82 0,77 0,79 0,78 0,34 0,36 0,26 [46]

Outros

α-Phellandrene 9,52 0,63 0,27 0,36 0,55 - - - - - - - [46]

6-Methyl-5-

hepten-2-one 9,29 0,14 0,14 0,29 0,45 0,24 - - - - - - - [48]

*tentativamente identificados por comparação dos seus espectros de massas com banco de dados existentes na literatura (Wiley 8. FFNSC.1.2.lib e LIB). 295 Valores em base úmida.296

Page 80: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

80

4. Conclusão 297

A avaliação do fruto de cajá-manga estendeu-se por 260 dias após antese e a taxa 298

de respiração exibiu formação de pico aos 180 DAA, que evidencia padrão respiratório 299

climatérico. Ao longo do desenvolvimento, observou-se declínio no teor de umidade, 300

aumento no conteúdo de proteína, carboidratos, açúcares solúveis totais e sólidos 301

solúveis. Os teores de minerais variaram, e os 27 compostos voláteis, identificados 302

durante o desenvolvimento fisiológico do cajá-manga, restringem ao grupo dos terpenos. 303

304

Agradecimentos 305

Os autores gostariam de agradecer seu patrocinador brasileiro, CNPq pelo suporte 306

financeiro. 307

308

5. Referências 309

1- Costa TSA, Faria JP, Naves RV, Vieira RF, Costa, TSA, Silva DB, et al. Embrapa 310

recursos genéticos e biotecnologia, 2006, cap. 8. 311

312

2- Parron ML, Aguiar LMS, Duboc E, Oliveira Filho EC, Camargo AJA, Aquino FG. 313

Cerrado: desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável. Planaltina; 2008. 314

315

3- Miller A, Schaal B. Domestication of a mesoamerican cultivated fruit tree, Spondias 316

purpurea. Proceeding of the National Academy of Science of the United States of 317

America. 2005; 102: 12.801-12.806. 318

319

4- Lorenzi H. et al. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas. São Paulo: Instituto 320

Plantarum de Estudos da Flora, 2006. 321

322

5- Narain N, Almeida JN, Galvão MS, Madruga MS, Brito ES. Compostos voláteis dos 323

frutos de maracujá (Passiflora edulis forma Flavicarpa) e de cajá (Spondias mombin L.) 324

obtidos pela técnica de headspace dinâmico. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2004; 325

24: 212-216. 326

327

6- Lima EDPA, Lima CAA, Aldrigue ML, Gondim PJS. Umbu-cajá (Spondias sp) 328

aspectos de pós-colheita e processamento. João Pessoa: Ed Universitária/Ideia; 2002. 329

330

7- Kader AA. Flavor quality of fruits and vegetables. Journal of Science of Food and 331

Agriculture. 2008; 88: 1863–1868. 332

333

Page 81: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

81

8- Santos MB, Cardoso RL, Fonseca AAO, Conceição MN. Caracterização e qualidade 334

de frutos de umbu-cajá (Spondias tuberosa X S. mombin) provenientes do recôncavo sul 335

da Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura. 2010; 32: 1089-1097. 336

337

9- Watada AE, Herner RC, Kader AA, Romani RJ, Staby GL. Terminology for the 338

description of developmental stages of horticultural crops. Hort Science. 1984; 19: 20-339

21. 340

341

10- Klee HJ, Giovannoni JJ. Genetics and control of tomato fruit ripening and quality 342

attributes. Annual Review of Genetics; 2011; 45: 41–59. 343

344

11- Biale JB. Growth, Maturation, and senescence in fruits. Science. 1964; 146: 880–345

888. 346

347

12- Lelievre JM, Latche A, Jones B, Bouzayen M, Pech JC. Ethylene and fruitripening. 348

Physiologia Plantarum. 1997; 101: 727–739. 349

350

13- Giovannoni JJ. Genetic regulation of fruit development and ripening. Plant Cell. 351

2004; 16: 170–S180. 352

353

14- Aoac. Official methods of analysis of the Association Analytical Chemists. 18.ed. 354

Gaithersburg, Maryland, 2005. 355

356

15- Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). Food energy: 357

methods of analysis and conversion factors. Rome: FAO; 2003. (Food and nutrition 358

paper, 77). 359

360

16- Atwater WO, Woods CD. The Chemical Composition of American Food Materials. 361

Washington: Government Printing Office, 1896. 46p. (Bulletin n. 28). 362

363

17- Dische, E. General color reactions. In: Whitler RL, Wolfram ML (ed). Carbohydrate 364

chemistry. New York: Academic Press; 1962. pp. 477-512. 365

366

18- Malavolta E, Viltti GC, Oliveira, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: 367

princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba: Potafos; 1997. 368

369

19- Adams ROS, 1995. Identification of essential oil components by 370

gáschromatography/mass spectroscopy. Allured Publishing Corporation, CarolStream, 371

Illinois, pp. 1–69. 372

373

20- Silva PMC, Neves LC, Bastos VJ, Lima CGB, Araújo KGM, Roberto SR. 374

Harvesting period of Murici (Byrsonima crassifolia Kunth) fruit in relation to physical 375

and chemical parameters evaluated during fruit development. Scientia Horticulturae. 376

2016; 200: 66-72. 377

378

21- Chitarra AB, Alves RE. Tecnologia de pós-colheita para frutas tropicais. Lavras: 379

UFLA/FAEPE, 2001. 380

381

Page 82: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

82

22- Mata MERMC, Duarte MEM, Zanini HLHT. Calor específico e densidade da polpa 382

de cajá (Spondias lutea L.) com diferentes concentrações de sólidos solúveis sob baixas 383

temperaturas. Revista de Engenharia Agrícola. 2005; 25: 488-498. 384

385

23- Hopkins WG. Introduction to Plant Physiology. 2nd ed. New York: John Wiley & 386

Sons; 2000. 387

388

24- Mattietto RA, Lopes AS, Menezes HC. Caracterização física e físico-química dos 389

frutos da cajazeira (Spondias mombin L.) e de suas polpas obtidas por dois tipos de 390

extrator. Brazilian Journal of Food Technology. 2010; 13: 156-164. 391

392

25- Tiburki JH, Rosenthal A, Deliza R, Godoy R. O, Pacheco S. Nutritional properties 393

of yellow mombin (Spondias mombin L.) pulp. Food Research International. 2011; 44: 394

2326–2331. 395

396

26- Dias DR, Schwan RF, Lima LCO. Metodologia para elaboração de fermentado de 397

cajá (Spondias mombin L.) Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2003; 23: 342-398

350. 399

400

27- Nunes JAR, Santana FF, Gomes RLF, Lopes ACA, Pereira MMG, Soares EB. 401

Stratified mass selection of promising Spondias mombin clones in a commercial crop. 402

Crop Breeding and Applied Biotechnology. 2011; 11: 141-148. 403

404

28- Leterme P, Buldgen A, Estrada F, Londoño, AM. Mineral content of tropical fruits 405

and unconventional foods of the Andes and the rain forest of Colombia. Food 406

Chemistry. 2006; 95: 644–652. 407

408

29- Emaga TH, Andrianaivo RH, Wathelet B, Tchango JT, Paquot M. Effects of the 409

stage of maturation and varieties on the chemical composition of banana and plantain 410

peels. Food Chemistry. 2007; 103: 590-600. 411

412

30- Tieman DM, Zeigler M, Schmelz EA, Taylor MG, Bliss P, Kirst M, et al. 413

Identification of loci affecting flavour volatile emissions in tomato fruits. Journal of 414

Experimental Botany. 2006; 57: 887-896. 415

416

31- Beaulieu J. Volatile changes in cantaloupe during growth, maturation, and in 417

storage fresh-cuts prepared from fruit harvest at various maturities. Journal of the 418

American Society for Horticultural Science. 2006; 131: 127-139. 419

420

32- Senesi E, Di Cesare LF, Prinzivalli C, Lo Scalzo R. Influence of ripening stage on 421

volatiles composition, physicochemical indexes and sensory evaluation in two varieties 422

of muskmelon (Cucumis melo L var reticulatus Naud). Journal of the Science of Food 423

and Agriculture. 2005; 85: 1241–1251. 424

425

33- Franco MRB. Aroma e sabor de alimentos: temas atuais. Sâo Paulo: Varela; 2003. 426

427

34- Bajpai VK, Rahman A, Kang SC. Chemical composition and anti-fungal properties 428

of the essential oil and crude extracts of Metasequoia glyptostroboides Miki ex Hu. 429

Industrial Crops and Products. 2007; 26: 28–35. 430

431

Page 83: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

83

35- Oliveira I, Pinho PG, Malheiro R, Batista P, Pereira JA. Volatile profile of Arbutus 432

unedo L. fruits through ripening stage. Food Chemistry. 2011; 128: 667–673. 433

434

36- Kupska M, Chmiel T, Jedrkiewicz R, Wardencki W, Namiesnik, J. Comprehensive 435

two-dimensional gas chromatography for determination of the terpenes profile of blue 436

honeysuckle berries. Food Chemistry. 2014; 152: 88 - 93. 437

438

37- Singh SP, Saini MK. Postharvest vapour heat treatment as a phytosanitary measure 439

influences the aroma volatiles profile of mango fruit. Food Chemistry. 2014; 164: 387-440

395. 441

442

38- Dea S, Brecht JK, Nunes MCN, Baldwin EA. Quality of fresh-cut ‘Kent’ mango 443

slices prepared from hot water or non-hot water-treated fruit. Postharvest Biology and 444

Technology. 2010; 56: 171-180. 445

446

39- Bicas JL, Molina G, Dionísio AP, Barros FFC, Wagner R, Maróstica Júnior MR, et 447

al. Volatile constituents of exotic fruits from Brazil. Food Research International. 2011; 448

44: 843-1855. 449

450

40- Strano MC, Calandra M, Aloisi V, Rapisarda P, Strano T, Ruberto G. Hot water 451

dipping treatments on Tarocco orange fruit and their effects on peel essential oil. 452

Postharvest Biology and Technology. 2014; 94: 26-34. 453

454

41- Obenland D, Collin S, Sievert J, Negm F, Arpaia ML. Influence of maturity and 455

ripening on aroma volatiles and flavor in ‘Hass’ avocado. Postharvest Biology and 456

Technology. 2012; 71: 41-50. 457

458

42- Galvão MS, Narain N, Santos MSP, Nunes ML. Volatile compounds and 459

descriptive odor attributes in umbu (Spondias tuberosa) fruits during maturation. Food 460

Research International. 2011; 44: 1919-1926. 461

462

43- Peinado I, Rosa E, Heredia A, Escriche I, Andrés A. Influence of processing on the 463

volatile profile of strawberry spreads made with isomaltulose. Food Chemistry. 2013; 464

138: 621-629. 465

466

44- Both V, Brackmann A, Thewes FR, Ferreira DF, Wagne R. Effect of storage under 467

extremely low oxygen on the volatile composition of ‘Royal Gala’ apples. Food 468

Chemistry. 2014; 156: 50-57. 469

470

45- Heredia A, Peinado I, Rosa E, Andrés A, Escriche I. Volatile profile of dehydrated 471

cherry tomato: influences of osmotic pre-treatment and microwave power. Food 472

Chemistry. 2012; 130: 889-895. 473

474

46- Caprioli G, Iannarelli R, Cianfaglione K, Fiorini D, Giuliani C, Lucarini D, et al. 475

Volatile profile, nutritional value and secretory structures of the berry-like fruits of 476

Hypericum androsaemum L. Food Research International. 2016; 79: 1–10. 477

478

47- Dabbou S, Lussiana C, Maatallah S, Gasco L, Hajlaoui H, Flamini G. Changes in 479

biochemical compounds in flesh and peel from Prunus persica fruits grown in Tunisia 480

during two maturation stages. Plant Physiology and Biochemistry. 2016; 100: 1-11. 481

Page 84: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

84

482

48- Verzera A, Dima G, Tripodia G, Condurso C, Crinò P, Romanoc, D, et al. Aroma 483

and sensory quality of honey dew melon fruits (Cucumis melo L. subsp. melo var. 484

inodorus H.Jacq.) in relation to different rootstocks. Scientia Horticulturae. 2014; 169: 485

118–124. 486

487

49- Fuggate P, Wongs-aree C, Noichinda S, Kanlayanarat S. Quality and volatile 488

attributes of attached and detached ‘Pluk Mai Lie’ papaya during fruit ripening. Scientia 489

Horticulturae. 2010; 126: 120–129. 490

491

50- Steingass CB, Grauwet T, Carle R. Influence of harvest maturity and fruit logistics 492

on pineapple (Ananas comosus [L.] Merr.) volatiles assessed by headspace solid phase 493

microextraction and gas chromatography–mass spectrometry (HS-SPME-GC/MS). 494

Food Chemistry. 2014; 150: 382–391. 495

496

51- Schneider NFZ, Moura NF, Colpo T, Marins K, Marangoni C, Flach A. Estudo dos 497

compostos vol·teis e atividade antimicrobiana da Myrciaria tenella (cambuí). Revista 498

Brasileira de Farmácia. 2008; 89: 131-133.499

Page 85: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

85

ANEXO B – Normas de publicação Ploss One

Submission Guidelines

Style and Format

File format

Manuscript files can be in the following formats: DOC, DOCX, RTF, or PDF. Microsoft Word

documents should not be locked or protected.

LaTeX manuscripts must be submitted as PDFs. Read the LaTeX guidelines.

Length

Manuscripts can be any length. There are no restrictions on word count, number of figures, or

amount of supporting information.

We encourage you to present and discuss your findings concisely.

Font

Use any standard font and a standard font size.

Headings

Limit manuscript sections and sub-sections to 3 heading levels. Make sure heading levels are

clearly indicated in the manuscript text.

Layout

Manuscript text should be double-spaced.

Do not format text in multiple columns.

Page and line numbers

Include page numbers and line numbers in the manuscript file.

Footnotes

Footnotes are not permitted. If your manuscript contains footnotes, move the information into

the main text or the reference list, depending on the content.

Language

Manuscripts must be submitted in English.

You may submit translations of the manuscript or abstract as supporting information. Read the

supporting information guidelines.

Abbreviations

Define abbreviations upon first appearance in the text.

Do not use non-standard abbreviations unless they appear at least three times in the text.

Keep abbreviations to a minimum.

Page 86: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

86

Reference style

PLOS uses “Vancouver” style, as outlined in the ICMJE sample references.

See reference formatting examples and additional instructions below.

Equations

We recommend using MathType for display and inline equations, as it will provide the most

reliable outcome. If this is not possible, Equation Editor is acceptable.

Avoid using MathType or Equation Editor to insert single variables (e.g., “a² + b² = c²”), Greek

or other symbols (e.g., β, Δ, or ′ [prime]), or mathematical operators (e.g., x, ≥, or ±) in running

text. Wherever possible, insert single symbols as normal text with the correct Unicode (hex)

values.

Do not use MathType or Equation Editor for only a portion of an equation. Rather, ensure that

the entire equation is included. Avoid “hybrid” inline or display equations, in which part is text

and part is MathType, or part is MathType and part is Equation Editor.

Nomenclature

Use correct and established nomenclature wherever possible.

Units of measurement: Use SI units. If you do not use these exclusively, provide the SI value

in parentheses after each value. Read more about SI units.

Drugs: Provide the Recommended International Non-Proprietary Name (rINN).

Species names: Write in italics (e.g., Homo sapiens). Write out in full the genus and species,

both in the title of the manuscript and at the first mention of an organism in a paper. After first

mention, the first letter of the genus name followed by the full species name may be used (e.g.,

H. sapiens).

Genes, mutations, genotypes, and alleles: Write in italics. Use the recommended name by

consulting the appropriate genetic nomenclature database (e.g., HUGO for human genes). It is

sometimes advisable to indicate the synonyms for the gene the first time it appears in the text.

Gene prefixes such as those used for oncogenes or cellular localization should be shown in

roman typeface (e.g., v-fes, c-MYC).

Manuscript Organization

Manuscripts should be organized as follows. Instructions for each element appear below the

list.

Beginning section

The following elements are required, in order:

Page 87: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

87

Title page: List title, authors, and affiliations as first page of manuscript

Abstract

Introduction

Middle section

The following elements can be renamed as needed and presented in any order:

Materials and Methods

Results

Discussion

Conclusions (optional)

Ending section

The following elements are required, in order:

Acknowledgments

References

Supporting information captions (if applicable)

Other elements

Figure captions are inserted immediately after the first paragraph in which the figure is cited.

Figure files are uploaded separately.

Tables are inserted immediately after the first paragraph in which they are cited.

Supporting information files are uploaded separately.

Parts of a Submission

Title

Include a full title and a short title for the manuscript.

Abstract

The Abstract comes after the title page in the manuscript file. The abstract text is also entered

in a separate field in the submission system.

The Abstract should:

Describe the main objective(s) of the study

Explain how the study was done, including any model organisms used, without methodological

detail

Summarize the most important results and their significance

Not exceed 300 words

Page 88: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

88

Abstracts should not include:

Citations

Abbreviations, if possible

Introduction

The introduction should:

Provide background that puts the manuscript into context and allows readers outside the field

to understand the purpose and significance of the study

Define the problem addressed and why it is important

Include a brief review of the key literature

Note any relevant controversies or disagreements in the field

Conclude with a brief statement of the overall aim of the work and a comment about whether

that aim was achieved

Materials and Methods

The Materials and Methods section should provide enough detail to allow suitably skilled

investigators to fully replicate your study. Specific information and/or protocols for new

methods should be included in detail. If materials, methods, and protocols are well established,

authors may cite articles where those protocols are described in detail, but the submission

should include sufficient information to be understood independent of these references.

We encourage authors to submit detailed protocols for newer or less well-established methods

as supporting information. Read the supporting information guidelines.

Human or animal subjects and/or tissue or field sampling

Methods sections describing research using human or animal subjects and/or tissue or field

sampling must include required ethics statements. See the reporting guidelines for human

research, clinical trials, animal research, and observational and field studies for more

information.

Data

PLOS journals require authors to make all data underlying the findings described in their

manuscript fully available without restriction, with rare exception.

Large data sets, including raw data, may be deposited in an appropriate public repository. See

our list of recommended repositories.

For smaller data sets and certain data types, authors may provide their data within supporting

information files accompanying the manuscript. Authors should take care to maximize the

Page 89: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

89

accessibility and reusability of the data by selecting a file format from which data can be

efficiently extracted (for example, spreadsheets or flat files should be provided rather than PDFs

when providing tabulated data).

For more information on how best to provide data, read our policy on data availability. PLOS

does not accept references to “data not shown.”

Cell lines

Methods sections describing research using cell lines must state the origin of the cell lines used.

See the reporting guidelines for cell line research for more information.

New taxon names

Methods sections of manuscripts adding new taxon names to the literature must follow the

reporting guidelines below for a new zoological taxon, botanical taxon, or fungal taxon.

Results, Discussion, Conclusions

These sections may all be separate, or may be combined to create a mixed Results/Discussion

section (commonly labeled “Results and Discussion”) or a mixed Discussion/Conclusions

section (commonly labeled “Discussion”). These sections may be further divided into

subsections, each with a concise subheading, as appropriate. These sections have no word limit,

but the language should be clear and concise.

Together, these sections should describe the results of the experiments, the interpretation of

these results, and the conclusions that can be drawn.

Authors should explain how the results relate to the hypothesis presented as the basis of the

study and provide a succinct explanation of the implications of the findings, particularly in

relation to previous related studies and potential future directions for research.

PLOS ONE editorial decisions do not rely on perceived significance or impact, so authors

should avoid overstating their conclusions. See the PLOS ONE Criteria for Publication for more

information.

Acknowledgments

Those who contributed to the work but do not meet our authorship criteria should be listed in

the Acknowledgments with a description of the contribution.

Page 90: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

90

Authors are responsible for ensuring that anyone named in the Acknowledgments agrees to be

named.

References

Any and all available works can be cited in the reference list. Acceptable sources include:

Published or accepted manuscripts

Manuscripts on preprint servers, if the manuscript is submitted to a journal and also publicly

available as a preprint

Do not cite the following sources in the reference list:

Unavailable and unpublished work, including manuscripts that have been submitted but not yet

accepted (e.g., “unpublished work,” “data not shown”). Instead, include those data as

supplementary material or deposit the data in a publicly available database.

Personal communications (these should be supported by a letter from the relevant authors but

not included in the reference list)

References are listed at the end of the manuscript and numbered in the order that they appear

in the text. In the text, cite the reference number in square brackets (e.g., “We used the

techniques developed by our colleagues [19] to analyze the data”). PLOS uses the numbered

citation (citation-sequence) method and first six authors, et al.

Do not include citations in abstracts or author summaries.

Make sure the parts of the manuscript are in the correct order before ordering the citations.

Formatting references

Journal name abbreviations should be those found in the National Center for Biotechnology

Information (NCBI) databases.

Figures and Tables

Figures

Do not include figures in the main manuscript file. Each figure must be prepared and submitted

as an individual file.

Cite figures in ascending numeric order upon first appearance in the manuscript file.

Figure captions

Page 91: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

91

Figure captions must be inserted in the text of the manuscript, immediately following the

paragraph in which the figure is first cited (read order). Do not include captions as part of the

figure files themselves or submit them in a separate document.

At a minimum, include the following in your figure captions:

A figure label with Arabic numerals, and “Figure” abbreviated to “Fig” (e.g. Fig 1, Fig 2, Fig

3, etc). Match the label of your figure with the name of the file uploaded at submission (e.g. a

figure citation of “Fig 1” must refer to a figure file named “Fig1.tif”).

A concise, descriptive title

The caption may also include a legend as needed.

Read more about figure captions.

Tables

Cite tables in ascending numeric order upon first appearance in the manuscript file.

Place each table in your manuscript file directly after the paragraph in which it is first cited

(read order). Do not submit your tables in separate files.

Tables require a label (e.g., “Table 1”) and brief descriptive title to be placed above the table.

Place legends, footnotes, and other text below the table.

Page 92: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

92

CAPÍTULO IV 1

2

ARTIGO III - Padrão climatérico de cajá-manga (Spondias Mombin L.) 3

4

RESUMO 5

O presente estudo avaliou o padrão respiratório de cajá-manga e alterações físicas e químicas 6

que ocorrem durante a maturação. Frutos maturos foram utilizados para avaliar o padrão 7

respiratório, à 25°C, e foram analisados durante 76 horas, sendo as avaliações realizadas de 8

quatro em quatro horas. As seguintes análises foram realizadas: peso (massa fresca), diâmetros 9

longitudinal (DL) e transversal (DT), coloração, atividade de água (aw), teor de sólidos solúveis 10

(SST), pH, acidez titulável (AT), firmeza, composição proximal, amido, açúcares solúveis 11

totais, pectina total e solúvel. O fruto de cajá-manga apresentou padrão respiratório típico de 12

frutos climatéricos, com altas taxas de respiração, e seu amadurecimento caracterizou-se pelo 13

aumento de sólidos solúveis e amarelecimento da polpa. 14

15

Palavras-chaves: Spondias mombin, análises físico-químicas, composição nutricional, 16

respiração de frutos, frutos climatéricos. 17

18

1. Introdução 19

20

O território brasileiro é composto por seis biomas, entre eles o Cerrado, considerado o 21

segundo maior, representando, aproximadamente, 24% do território nacional (IBGE, 2014). 22

Apresenta grandes diversidades em paisagens e espécies de fauna e flora, que se destacam pelas 23

suas propriedades nutricionais e funcionais (SILVA et al., 2001). Porém, a expansão 24

agropecuária tem transformado sua área, originalmente de biota natural, em extensas pastagens 25

e grandes monoculturas (SANO et al., 2008) e, juntamente com o extrativismo predatório, 26

originam progressivamente em perdas de materiais genéticos e menores produções de frutos, 27

colocando em risco a sobrevivência de algumas espécies (LUIS, 2008). Segundo dados do 28

Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE, 2014), o Cerrado teve sua cobertura 29

vegetal reduzida para quase metade em sua extensão. 30

Há um déficit de estudos que permitem avaliar seu potencial econômico, identificar e 31

explorar, de maneira sustentável, as espécies nativas e espécies que se adaptam bem nessa 32

Page 93: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

93

região (PARRON et al., 2008), sendo necessário incentivar e desenvolver pesquisas 33

relacionadas a sua fisiologia, o que levará a um melhor aproveitamento das espécies, 34

culminando com maior conservação. 35

Além das espécies frutíferas nativas dessa região, existem as que se adaptam e 36

apresentam alta produção, como a cajazeira (Spondias mombin L.), que produz frutos 37

conhecidos como cajá-manga. 38

A cajazeira pertence à família Anacardiaceae, sendo uma árvore frutífera tropical, 39

frondosa, situando-se entre as frutíferas perene, com flores dispostas em panícula (LORENZI 40

et al., 2006). Seus frutos são constituídos de polpa, casca e semente, apresentando formato 41

elipsoide, do tipo drupa, com aproximadamente, 6 a 10 cm de comprimento, 3 a 10 cm de 42

largura e 100 g, com semente dotada de fibras rígidas e espinescentes que penetram 43

parcialmente na polpa. Sua casca é fina e lisa e, à medida que amadurecem, tornam-se amarelo-44

ouro (FRANQUIN et al., 2005). 45

Todas as frutas e hortaliças, mesmo após a colheita, continuam seu desenvolvimento 46

fisiológico, e a respiração é um importante processo, pois está associada à várias reações 47

responsáveis pela degradação e síntese de inúmeros compostos, como por exemplo, síntese de 48

pigmentos, compostos fenólicos e fito-hormônios (PURVIS, 1997). 49

A atividade respiratória varia entre espécies e estádios de desenvolvimento do fruto. A 50

partir da atividade respiratória, durante o amadurecimento, os frutos podem ser classificados 51

em climatéricos e não climatéricos (PAUL et al., 2012). 52

Frutos climatéricos podem ser colhidos ainda verdes, quando estão fisiologicamente 53

maturos, pois continuam o desenvolvimento, completando o amadurecimento (KAYS; PAULL, 54

2004). Em frutos não climatérios, não ocorre o aumento da atividade respiratória, pelo 55

contrário, mantém-se em declínio durante o amadurecimento e as transformações bioquímicas, 56

que tornam o fruto maduro, ocorre de forma mais lenta, apresentando amadurecimento lento e, 57

Page 94: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

94

geralmente, sua respiração mantém se em declínio até a senescência (SANTELLI, 2005). Logo, 58

a determinação do padrão respiratório em frutos, assume papel importante, pois, por meio do 59

conhecimento deste, pode-se buscar métodos de conservação, que auxiliem na manutenção dos 60

frutos por longos períodos, agregando valor aos mesmos. Neste intuito, objetivou-se determinar 61

o padrão respiratório em cajá-manga, avaliando as transformações físicas e químicas 62

decorrentes deste processo. 63

64

2. Materiais e métodos 65

66

2.1. Amostras 67

Frutos de cajá-manga maturos (Figura 1), foram colhidos pela manhã aos 240 dias após 68

antese, de diferentes árvores, na Fazenda Jabuticabal, em Nova Fátima, distrito de Hidrolândia, 69

Goiás, Brasil (latitude 16°55’32,35" S, longitude 49°21’39,76" O). 70

71

72

Figura 1. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) maturos, colhidos pela manhã após 240 73

dias após antese. 74

75

Os frutos (Figura 2) foram selecionados (ausência de danos), mantidos a 25ºC, para a 76

avaliação do padrão respiratório, constituído de 6 repetições, e foram analisados durante 76 77

horas, em intervalos de 4 em 4 horas, sendo coletados os teores de dióxido de carbono (CO2). 78

Page 95: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

95

Também foram realizadas, a cada tempo de avaliação, nos frutos de cajá-manga colhidos após 79

240 dias após antese (Figura 3), as análises de massa, diâmetro longitudinal (DL), diâmetro 80

transversal (DT), coloração, atividade de água (aw), teor de sólidos solúveis (SST), pH, acidez 81

titulável (AT), firmeza, açúcares solúveis totais, pectina total e solúvel. E no início (0 horas) e 82

final (76 horas) do experimento as análises da composição proximal e amido. Todas as análises, 83

físicas e químicas, foram realizadas em triplicata. 84

85

86

Figura 2. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) colhidos após 240 dias após antese, 87

mantidos a 25ºC, para a avaliação do padrão respiratório. 88

89

90

Figura 3. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) colhidos após 240 dias após antese, 91

mantidos a 25ºC, para análises físico-químicas. 92

93

Page 96: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

96

2.2. Análises física e físico-químicas 94

A massa fresca e os diâmetros longitudinal e transversal, das frutas inteiras, foram 95

avaliados utilizando balança semi-analítica (Mettler Model PC 2000) e paquímetro digital, e os 96

resultados foram expressos em g e cm, respectivamente. 97

Para a coleta de CO2, os frutos de cajá-manga maturos, colhidos aos 240 dias após 98

antese, foram colocados, individualmente, em frasco de vidro de 600 mL aberto, mantidos a 99

25°C até maduros. Os frascos foram selados hermeticamente, durante uma hora, e amostras de 100

gás foram coletados a partir do headspace. A taxa respiratória foi calculada medindo a 101

quantidade de CO2 produzida por um único fruto, com massa conhecida, utilizando analisador 102

de gases O2/CO2 (Illinois – LL6600). Os resultados foram expressos em mL CO2 kg-1 h-1. 103

A firmeza foi medida em texturômetro Texture Analyser, modelo TA-XT Plus, 104

equipado com sonda tipo agulha de diâmetro de 2 mm. Foram feitas seis medições em diferentes 105

pontos no centro de cada fruta. Os resultados foram expressos em Newtons (N). 106

Sólidos solúveis (SS) da polpa foram medidos por refratometria, com refratômetro 107

digital (ATAGO PR-100), com compensação de temperatura automática à 25ºC de acordo com 108

AOAC (2012) nº 922.10. Os resultados foram expressos em °Brix. 109

A acidez titulável (AT) foi determinada por titulação, com solução de NaOH 0.1 M, 110

usando como indicador fenolftaleína, conforme o AOAC (2012) nº 942.15. Os resultados foram 111

expressos em g 100 g-1 de polpa fresca, considerando o ácido cítrico como ácido predominante. 112

O pH da polpa foi medido, utilizando medidor portátil pH TECNAL (Tec 3MP), de acordo com 113

AOAC (2012) nº 981.12. 114

A coloração (L *, a *, b *, C * e °h) foi determinada em pontos distintos sobre a casca 115

(epicarpo) e polpa, utilizando colorímetro HunterLab (ColorQuest II Sphere). 116

Page 97: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

97

As pectinas, total e solúvel, foram extraídas de acordo com a técnica descrita por 117

McCready e McComb (1952), e determinados, em espectrofotômetro a 520 nm, segundo Bitter 118

e Muir (1962). Os resultados foram expressos em mg de ácido galacturônico 100 g-1 de polpa. 119

Os açúcares solúveis totais foram determinados pelo método de Antrona (DISCHE, 120

1962). Os resultados foram expressos em g 100 g-1 de polpa fresca. 121

O amido foi determinado pelo método enzimático, conforme método AOAC (2012) nº 122

996.11, expresso em g 100 g-1de polpa. 123

A composição proximal da polpa: umidade, cinzas, proteínas e lipídeos, foram 124

determinados segundo metodologia descrita pela AOAC (2012) nº 986.25 e os carboidratos 125

totais foram determinados por diferença (FAO, 2003), e os resultados expressos em g 100 g-1 126

de polpa fresca. O valor energético total foi calculado, utilizando-se os fatores de conversão 127

tradicionais para proteínas (4 kcal/g), lipídeos (9 kcal/g) e carboidratos (4 kcal/g) (ATWATER; 128

WOODS, 1896), e os resultados foram expressos em Kcal 100 g-1 de polpa fresca. 129

A atividade de água da polpa foi medida em instrumento digital Aqua-Lab (CX-2, 130

Decagon Devices). 131

Os parâmetros foram analisados utilizando análise de variância (ANOVA) e teste de 132

Duncan (p ≤ 0,05), em software Statistica (Versão 8.0, StatSoft Inc., Tulsa, Oklahoma), e os 133

resultados expressos médias ± erro padrão (EP). 134

135

3. Resultados e discussão 136

Os frutos de cajá-manga, com 240 dias de desenvolvimento avaliados para determinação 137

do padrão respiratório, apresentaram peso médio de 96,02 ± 14,07 g, diâmetro longitudinal 138

médio de 6,88 ± 0,41 cm e diâmetro transversal médio de 4,97 ± 0,32 cm. 139

O padrão de respiração dos frutos de cajá-manga, mantidos à 25ºC após a colheita, é 140

apresentado na Figura 4. 141

Page 98: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

98

142

143

Figura 4. Taxa de respiração (TR) dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) coletados 144

maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. 145

146

Observou-se que os frutos com 240 dias de desenvolvimento, submetidos à 147

determinação do padrão respiratório, obtiveram constância nas taxas de CO2 nas primeiras 48 148

horas de análise. Entretanto, a partir da 52ª hora pós-colheita, aumento significativo foi 149

detectado, apresentando pico de CO2 (356,48 ± 2,96 mL CO2 kg-1 h-1), após 60 horas de análise, 150

seguido de declínio. O comportamento detectado reflete padrão típico de frutos climatéricos. 151

Em frutos climatéricos, a taxa de respiração é importante, pois quando colhidos 152

fisiologicamente maturos (estádio de maturação fisiológica), continuam seu desenvolvimento 153

até a senescência, considerando que para eles quanto maior a taxa de respiração maior a sua 154

perecibilidade, devido aos processos oxidativos relacionados com a respiração (LIMA et al., 155

2015). 156

De acordo com a taxa respiratória, os frutos podem ser classificados em baixa (< 40 mg 157

CO2 kg-1 h-1), moderada (40 – 80 mg CO2

kg-1 h-1), alta (80 – 120 mg CO2 kg-1 h-1) ou muito alta 158

(> 120) (SUDHEER; INDÍRA, 2007). Dessa forma, o cajá-manga pode ser classificado como 159

fruto com taxa respiratória muito alta durante o amadurecimento. 160

O processo respiratório de frutos provoca várias reações oxidativas de compostos 161

orgânicos, principalmente, ácidos orgânicos e carboidratos, para síntese de novos compostos, 162

150

170

190

210

230

250

270

290

310

330

350

370

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

CO

2(m

L C

O2

kg

-1h

-1)

Horas pós-colheita

TR

Page 99: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

99

como açúcares, ou para a oxidação e produção de energia química na forma de ATP, com 163

liberação de CO2 durante o amadurecimento dos frutos (CHITARRA E CHITARRA, 2005). 164

Os dados da composição proximal e teor de amido da polpa dos frutos de cajá-manga, 165

durante o início (0 horas) e final (76 horas) da avaliação do padrão respiratório, estão 166

apresentados na Tabela 1. 167

168

Tabela 1. Composição proximal da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) 169

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. 170

0 h 76 h

Umidade (g 100 g-1) 80,60 ± 0,20 a 81,22 ± 0,15 a

Cinzas (g 100 g-1) 0,27 ± 0,00 a 0,25 ± 0,01 a

Lipídeos (g 100 g-1) 0,20 ± 0,01 a 0,23 ± 0,01 a

Proteína (F = 6,25*) (g 100 g-1) 0,46 ± 0,02 a 0,52 ± 0,01 a

Carboidratos totais (g 100 g-1) 18,47 ± 0,19 a 17,79 ± 0,01 b

Amido (g 100 g-1) 10,42 ± 0,00 a 10,39 ± 0,00 b

Valor energético (Kcal 100 g-1) 77,52 ± 0,73 a 75,26 ± 0,01 b

Os dados correspondem a média ± EP. Letras diferentes, na mesma linha, indicam diferenças significativas pelo 171 teste de Duncan (p ≤ 0,05). 172 Valores em base úmida. *Fator de conversão geral de nitrogênio para proteína. 173 174

Não foram observadas variações significativas na umidade, cinzas, lipídeos e proteína, 175

durante o experimento, enquanto foi observada redução, significativa, nos teores de 176

carboidratos, amido e valor energético (Tabela 1). 177

Damiani et al. (2011) determinaram em frutos de cajá-manga, provenientes de Nova 178

Veneza (Brasil), conteúdo de umidade, cinzas e proteínas maiores ao observado neste trabalho 179

(84,00, 0,45 e 0,78 g 100 g-1, respectivamente), e de carboidratos e lipídeos menores (15,18 e 180

0,03 g 100 g-1, respectivamente). 181

O conteúdo de amido apresentou redução significativa durante o experimento (10,42 ± 182

0,01 a 10,39 ± 0,00 g 100 g-1, entre 0 e 76 horas, respectivamente) (Tabela 1). Segundo Konishi, 183

Page 100: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

100

Kitazato e Asano (1991), durante o amadurecimento do fruto, pode ocorrer a degradação deste 184

componente, produzindo açúcares redutores e/ou não redutores. 185

Os dados de firmeza, sólidos solúveis (SS), pH, acidez titulável (AT), relação SS/AT, 186

atividade de água (aw), açúcares solúveis totais, pectina solúvel e pectina total dos frutos de 187

cajá-manga, coletados aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita, estão 188

apresentados na Figura 5. 189

190

191

192

d d d

g

a

bc

efe

b

ijgh

b

gh hi

k

l

cd

f

j

m

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

11,00

12,00

13,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Teo

r d

e só

lid

os

solú

vei

s (°

Bri

x)

Horas pós-colheita

A

i

ef

g

de

b

a

hi hi

cd

h

bc

fg

bc

a

k

cd

j

h

de

j

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Açú

care

s so

lúvei

s to

tais

(g 1

00 g

-1)

Horas pós-colheita

B

defg

defg defg

bcdefg

defg

bcdefgdefg

fg

defg

efg

cdefg

defg

bcdef

bcde

ab

a

g

bcdef

abcd

abc

15,00

17,00

19,00

21,00

23,00

25,00

27,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Fir

mez

a (N

)

Horas pós-colheitaC

ab

bcbc

ef

a

cd

bc

ef

de

fgfg

efg

ef

bcd

h

ab

h

fg

h

gh

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

0,22

0,24

0,26

0,28

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Pec

tina

solú

vel

(g á

cid

o g

alac

turô

nic

o 1

00

g-1

)

Horas pós-colheitaD

Page 101: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

101

193

194

195

Figura 5. Variáveis físicas e físico-químicas da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias 196

mombin L.) coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-197

colheita. 198 Pontos com mesma letra não são diferentes significativamente pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 199

200

201

No início do amadurecimento dos frutos foi observado aumento significativo no teor de 202

sólidos solúveis (Figura 5A), de 9,00 ± 0,00 a 11,28 ± 0,03°Brix, até 60 horas pós-colheita, 203

efg

bcdef

abcd ab

abcd

cdef

bcdef

abcd

def

h

a

abcde

ab

abcdef

gh

abc

abcd

abc

fgefg

0,65

0,75

0,85

0,95

1,05

1,15

1,25

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Pec

tina

tota

l (g

áci

do g

alac

turô

nic

o 1

00 g

-1)

Horas pós-colheitaE

c

b

a

ab

i

ghifghi

c

efg

cd

c

de

c

def

fghi

efgh

hi

de de

cd

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Aci

dez

tit

ulá

vel

(g á

cido c

ítri

co 1

00 g

-1)

Horas pós-colheita

F

h

i

h h

a

f

a

f

cde

de

g

c cd cde cde

ab

e

f

bc

e

3,00

3,05

3,10

3,15

3,20

3,25

3,30

3,35

3,40

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

pH

Horas pós-colheita

G

def

gh

i i

a

bbc

def

b

effg

bc

fg

cde cddef

b

cddef

h

3,00

5,00

7,00

9,00

11,00

13,00

15,00

17,00

19,00

21,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

SS

/AT

Horas pós-colheita

H

b bb b

a

b b bb

b b b b b bb b

bb

b

0,96

0,96

0,97

0,97

0,98

0,98

0,99

0,99

1,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Ati

vid

ade

de

água

(aw

)

Horas pós-colheita

I

Page 102: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

102

coincidentemente com o pico de climatérico. Após, ocorreu declínio até 64 horas (8,88 ± 204

0,06°Brix) e, em seguida, aumento, apresentando, ao final de 76 horas, teor igual a 12,23 ± 205

0,07ºBrix. Valor semelhante foi encontrado por Dias, Schwan e Lima (2003), que encontraram 206

sólidos solúveis, igual a 12,30°Brix em frutos de cajá-manga, colhidos em vários municípios 207

das regiões Norte e Nordeste (Brasil). 208

Observou o mesmo comportamento nos teores de açúcares solúveis totais (Figura 5B), 209

durante a avaliação, apresentando após 56 horas pós-colheita o maior teor (8,10 ± 0,13 g 100g-210

1) durante a avaliação, simultâneo com o aumento da taxa respiratória (Figura 4), seguido de 211

declínio até 60 horas (5,40 ± 0,07 g 100g-1), e, em seguida, incremento, obtendo ao final do 212

experimento, 7,44 ± 0,06 g 100 g-1, valor este maior ao encontrado por Mattietto (2010) (4,54 213

g 100 g-1) em cajá-manga adequado para consumo ou processamento, oriundos de Belém 214

(Brasil). 215

Foram observadas redução significativa na firmeza (Figura 5C), ao longo da avaliação, 216

e o menor valor encontrado foi 60 horas pós-colheita, momento que ocorreu o pico de CO2. 217

Valor este, significativamente igual, a firmeza apresentada após 76 horas (19,19 ± 1,09 N). 218

Nos frutos de cajá-manga a diminuição da firmeza, provavelmente, ocorreu devido a 219

degradação do amido (Tabela 1) e da parede celular ao longo da avaliação, observado pelo 220

aumento significativo do teor de pectina solúvel (Figura 5D), apresentando maior conteúdo 221

após 56 horas pós-colheita, coincidentemente com o aumento da taxa de CO2, sendo igual, 222

significativamente, ao teor apresentado após 76 horas (0,25 ± 0,00 g ácido galacturônico 100 g-223

1). O teor de pectina total (Figura 5E) apresentou-se igual, significativamente, no início e final 224

da avaliação, apresentando 1,01 ± 0,09 g ácido galacturônico 100 g-1 de polpa, ao final de 76 225

horas pós colheita. 226

A alteração da parede celular, mediado por enzimas, promovem a solubilização das 227

protopectina (pectina insolúvel em água), produzindo ácidos pécticos (pectinas solúveis), 228

Page 103: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

103

geralmente correlacionado com a diminuição da firmeza dos tecidos (INARI et al., 2002; 229

PRASANNA; PRABHA; THARANATHAN, 2007). 230

Não foram observadas mudanças significativas na acidez titulável (AT) (Figura 5F), 231

entre 0 a 76 horas, apresentando 0,74 ± 0,02 e 0,80 ± 0,02 g de ácido cítrico 100 g-1, 232

respectivamente. Foi observado declínio significativo do pH (Figura 5G) durante a 233

determinação do padrão respiratório (3,31 ± 0,01 a 3,15 ± 0,00 entre 0 e 76 horas, 234

respectivamente), apresentando menor pH em 60 horas pós-colheita. Segundo Nascimento 235

Júnior et al. (2008), esse decréscimo do pH, ao longo do amadurecimento, é esperado, pois está 236

relacionado ao acúmulo de açúcares e de constituintes ácidos durante o amadurecimento dos 237

frutos. 238

Lira Júnior et al. (2008) relataram valores médios de acidez titulável em cajá-manga 239

coletados em Recife (Brasil), variando de 1,77 a 2,41 g de ácido cítrico 100 g-1, valores 240

superiores ao observado neste trabalho. Tiburski et al. (2011) encontraram valores de pH menor 241

(2,83), enquanto que Mata, Duarte e Zanini (2005) encontraram valor maior (4,16) em cajá-242

manga oriundos de Aracajú (Brasil) e Campina Grande (Brasil), respectivamente. 243

A relação SS/TA (Figura 5H) aumentou significativamente durante a maturação. Esta 244

variável é utilizada como indicador do estado de maturação, palatabilidade e sabor dos frutos, 245

relacionando doçura e acidez (HUI; BARTA, 2006). Soares (2006) encontrou menor média de 246

SS/AT (10,50) em polpa de cajá-manga, oriundo de Teresina (Brasil), em comparação com 247

obtido nesse trabalho após 76 horas pós-colheita (15,46 ± 0,06). 248

A atividade de água (Figura 5I), encontrada aos 240 DAA na polpa de cajá-manga foi 249

de 0,99 ± 0,00, apresentando declínio significativo, obtendo após 16 horas pós-colheita o valor 250

de 0,96 ± 0,03, apresentando incremento (0,99 ± 0,00, 20 horas pós-colheita), e mantendo-se 251

constante até 76 horas pós-colheita (0,99 ± 0,00). Este resultando foi semelhante ao encontrado 252

por Moura (2009) (0,99), na polpa in natura de cajá-manga, proveniente de Pecém (Brasil). 253

Page 104: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

104

Não foram observadas mudanças significativas em L* (Figura 6A), b* (Figura 6C) e 254

Chroma (Figura 6E) na casca dos frutos de cajá-manga, enquanto os valores de a* (Figura 6B) 255

apresentaram-se entre positivos e negativos, iniciando em 0,01 ± 0,60, chegando a 2,30 ± 0,60 256

ao final da avaliação do padrão respiratório. Este aumento indica a perda da coloração verde da 257

casca, com o decorrer do amadurecimento dos frutos, passando à coloração amarela (Figura 7). 258

A polpa dos frutos apresentou declínio significativo de L* (Figura 8A) entre 0 e 64 259

horas, indicando que houve mudanças na luminosidade da polpa, apresentando-se mais escura 260

no final da avaliação. Houve aumento significativo de a* (Figura 8B) (3,06 ± 0,30 para 7,05 ± 261

0,60), de b* (Figura 8C) (30,12 ± 0,32 para 40,14 ± 0,77) e de Chroma (Figura 8E) (30,29 ± 262

0,35 para 40,77 ± 0,64) entre 0 e 76 horas de avaliação, decorrente da perda da coloração verde, 263

amarelecimento e vermelhidão da polpa (Figura 9). 264

265

Page 105: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

105

266

267

268

Figura 6. Variáveis colorimétricas da casca dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) 269

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. 270 Pontos com mesma letra não são diferentes significativamente pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 271 272

cdef

ghfgh

bcde bcde

efgh

abc

defgh

ab

cdefg

a

cdef

bcde

cdefg

cdefg

fgh

h

abcd

a

abc

30,00

32,00

34,00

36,00

38,00

40,00

42,00

44,00

46,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

L

Horas pós-colheitaA

bcdefg

ab

abcdeabcd

fgh

bcdefg

abcdef

a

efgh

abcd

a

ab

cdefg

efgh

ghi

abc

i

abc

defgh

hi

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

a

Horas pós-colheita

B

abc

cdefgh

defgh

ab abc

bcdefg

efgh fgh

a

bcde

i

gh

abcab

bcdef

efgh

h

bcdef

efgh

abcd

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

b

Horas pós-colheitaC

bcdef

g

efg

fg

ab

cdefg

defg

g

abc

fg

fg g

bcdef

abcd

ab

fg

a

fg

abcde

a

80,00

82,00

84,00

86,00

88,00

90,00

92,00

94,00

96,00

98,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

°Hue

Horas pós-colheitaD

ab

cdefgdefgh

ab abc

bcdefg

efgh fgh

a

bcde

i

gh

abc

ab

bcdef

efgh

h

bcdefg

efgh

abcd

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Chro

ma

Horas pós-colheitaE

Page 106: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

106

273

Figura 7. Frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.), colhidos 240 dias após antese, entre 0 274

e 76 horas pós-colheita. 275

276

Segundo Jiménez, Mora-Newcomer e Gutiérrez-Soto (2014), a mudança no conteúdo 277

de pigmentos totais ocorre devido a degradação de clorofilas e síntese de pigmentos amarelos, 278

como carotenóides, que são decorrentes do processo de amadurecimento. 279

A redução do ângulo de tonalidade (°Hue) da casca e polpa (Figura 6D e 8D, 280

respectivamente), durante o período de avaliação (88,90 ± 0,70 para 81,33 ± 0,57 e 84,22 ± 281

0,53 para 80,11 ± 0,76, respectivamente) foi observada, o que reflete a perda da cor verde do 282

fruto. 283

A mudança de cor é um importante indicador de estádio de maturação (MIKULIC-284

PETKOVSEK et al., 2015), permitindo analisar o índice de amarelecimento ou esverdeamento 285

do fruto. 286

0 horas 76 horas

Page 107: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

107

287

288

289

Figura 8. Variáveis colorimétricas da polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.) 290

coletados maturos, aos 240 dias após antese, e avaliados durante 76 horas pós-colheita. 291 Pontos com mesma letra não são diferentes significativamente pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05). 292

293

gfg

ef

ab

bcde

g

cde

h

bcdebcd

gfg

g

abc

abc

cde

a

de

fg

a

54,00

56,00

58,00

60,00

62,00

64,00

66,00

68,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

L

Horas pós-colheitaA

g

cde cde

a

bcdebcde

a

abcd

a

def

fg

efg

abcdeabc

efg

abcde

ab

h

cde

i

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

a

Horas pós-colheita

B

abc

aab

defdef

abcd

abcd abc

efg

def

efg

cde

cde

bcde

efg

efgefg

fg

cde

g

25,00

27,00

29,00

31,00

33,00

35,00

37,00

39,00

41,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

b

Horas pós-colheitaC

bc

defg

def

j

efghefghi

j

ghij

j

def cd

de

fghi

hij

def

fghi

ij

b

efg

a

78,00

80,00

82,00

84,00

86,00

88,00

90,00

92,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

°Hue

Horas pós-colheitaD

abc

a ab

de de

abcd

abcd

abc

efde

ef

cdecde

bcde

ef efef

fg

cde

g

25,00

27,00

29,00

31,00

33,00

35,00

37,00

39,00

41,00

43,00

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76

Chro

ma

Horas pós-colheitaE

Page 108: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

108

294

Figura 9. Polpa dos frutos de cajá-manga (Spondias mombin L.), colhidos 240 dias após antese, 295

entre 0 e 76 horas pós-colheita. 296

297

4. Conclusão 298

Cajá-manga (Spondias mombin L.) apresenta padrão respiratório típico de frutos 299

climatéricos e alta taxa de respiração. O amadurecimento do fruto foi caracterizado pelo 300

aumento no teor de sólidos solúveis, redução da firmeza, bem como amarelecimento da polpa. 301

302

Agradecimentos 303

Os autores gostariam de agradecer seu patrocinador brasileiro, CNPq pelo suporte 304

financeiro. 305

306

5. Referências 307

AOAC. (2012): Official Methods of Analysis of AOAC International, nineteenth ed. 308

Gaithersburg, EUA. 309

310

ATWATER, W.O.; WOODS, C.D (1896): The Chemical Composition of American Food 311

Materials. Washington: Government Printing Office, 46p. (Bulletin n. 28). 312

313

BITTER, T. MUIR, H. M. (1962): A modified uronic acid carbazole reaction. Analytical 314

Biochemistry, 4: 330-334. 315

316

0 horas 76 horas

Page 109: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

109

CHITARRA, M.L.F., CHITARRA, A.B. (2005): Pós-colheita de frutos e hortalic: fisiologia e 317

Manuseio, second ed. UFLA, Lavras. 318

319

DAMIANI, C.; SILVA, F. A.; AMORIM, C. C. M.; SILVA, S. T. P.; BASTOS, I. M.; 320

ASQUIERI, E. R.; VERA, R. (2011): Néctar misto de cajá-manga com hortelã: caracterização 321

química, microbiológica e sensorial. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, 13: 301-322

309. 323

324

DIAS, D. R.; SCHWAN, R. F.; LIMA, L. C. O. (2003): Metodologia para elaboração de 325

fermentado de cajá (Spondias mombin L.). Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos, 326

Campinas, 23: 342-350. 327

328

DISCHE, E. (1962): General color reactions. In: WHITLER, R.L.; WOLFRAM, M.L. (ed): 329

Carbohydrate chemistry. New York, Academic Press: 477-512. 330

331

FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). 332

Food energy: methods of analysis and conversion factors. Rome: FAO, 2003. (Food and 333

nutrition paper). 334

335

FRANQUIN, S.; MARCELIN, O.; AURORE, G.; REYNES, M.; BRILLQUET, J.M. (2005): 336

Physicochemical characterisation of the mature-green Golden apple (Spondias cytherea 337

Sonnerat). Fruits, 60: 203-210. 338

339

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2014): Indicadores de desenvolvimento 340

sustentável. Avaliable at: 341

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm. (accessed 342

March 10, 2014). 343

344

KAYS, S.J.; PAULL, R.E. (2004): Postharvest biology. Athens: EP press: 568. 345

346

KONISHI, Y.; KITAZATO, S.; ASANO, R. (1991): Polymorphism of acid and neutral -347

glucosidases in banana pulp: changes in apparent pIs and affinity to Con A of the enzymes 348

during ripening. Agricultural Biological Chemistry, Tokyo, 55: 1089-1094. 349

350

LIMA, J. P.; RODRIGUES, L. F.; MONTEIRO, A. G. D. P.; VILAS BOAS, V. B. (2015): 351

Climacteric pattern of mangaba fruit (Hancornia speciosa Gomes) and its responses to 352

temperature. Scientia Horticulturae, 197: 399–403. 353

354

LIRA JÚNIOR, J. S.; BEZERRA, J. E. F.; LEDERMAN, I. E.; MOURA, R. J. M. (2008): 355

Recursos Genéticos de Spondias em Pernambuco: cajazeira, cirigueleira e cajá-umbuzeiro. 356

Spondias no Brasil: umbu, cajá e espécies afins. Recife: IPA-UFRPE. 357

358

LORENZI, H. (2006): Frutas brasileiras e exóticas cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum 359

de Estudos da Flora. 360

361

LUIS, Z.G. (2008): Propagação in vitro e caracterização anatômica de gemas adventíceas e 362

embriões somáticos de murici (Byrsonima basiloba Juss., Malpighiaceae). [Dissertação 363

Mestrado] Brasília, Universidade de Brasília: 1-95. 364

365

HUI, Y. H.; BARTA, J. (2006): Handbook of fruits and fruit processing. Oxford: Blackwell. 366

Page 110: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

110

367

INARI, T.; YAMAUCHI, R.; KATO, K.; TAKEUCHI, T. (2002): Chances in pectic 368

polysaccharides during the ripening of cherry tomato fruits. Food Science and Technology 369

Research, 8: 55-58. 370

371

JIMÉNEZ, V.M.; MORA-NEWCOMER, E.; GUTIÉRREZ-SOTO, M.V. (2014): Biology of 372

the papaya plant. In: MING R.; MOORE, P.H. Genetics and genomics of papaya, plant genetics 373

and genomics: crops and models. New York: Springer Science-Business Media: 17-33. 374

375

MATA, M. E. R. M. C.; DUARTE, M. E. M.; ZANINI, H. L. H. T. (2005): Calor específico e 376

densidade da polpa de cajá (Spondias lutea L.) com diferentes concentrações de sólidos 377

solúveis sob baixas temperaturas. Revista de Engenharia Agrícola, 25: 488-498. 378

379

Mattietto RA, Lopes AS, Menezes HC. Caracterização física e físico-química dos frutos da 380

cajazeira (Spondias mombin L.) e de suas polpas obtidas por dois tipos de extrator. Brazilian 381

Journal of Food Technology. 2010; 13: 156-164. 382

383

MCCREADY, P.M.; MCCOLOMB, E.A. (1952): Extraction and determination of total pectic 384

material. Analytical Chemistry, 24:1586. 385

386

MIKULIC-PETKOVSEK, M.; RESCIC J.; SCHMITZER, V.; STAMPAR F.; SLATNAR, 387

A.; KORON, D.; VEBERIC, R (2015): Changes in fruit quality parameters of four Ribes 388

species during ripening. Food Chemistry, 173:363 – 374. 389

390

MOURA, C. L. A. (2009): Maceração enzimática da polpa de cajá (Spondias mombin L.). 391

[Dissertação Mestrado.] Ceará, Universidade Federal do Ceará: 1-78. 392

393

NASCIMENTO JUNIOR, B. B.; OZORIO, L. P.; REZENDE, C. M.; SOARES, A. G.; 394

FONSECA, M. J. O. (2008): Diferenças entre bananas de cultivares Prata e Nanicão ao longo 395

do amadurecimento: características físico-químicas e compostos voláteis, 28: 649-658. 396

397

PARRON, M. L.; AGUIAR, L. M. S.; DUBOC, E.; OLIVEIRA FILHO, E. C.; CAMARGO, 398

A. J. A.; AQUINO, F. G. (2008): Cerrado: desafios e oportunidades para o desenvolvimento 399

sustentável. Planaltina: 464. 400

401

PAUL, V.; PANDEY, R.; SRIVASTAVA, G.C. (2012): The fading distinctions between 402

classical patterns of ripening in climacteric and non climacteric fruit and the ubiquity of 403

ethylene - an overview. Journal of Food Science and Technology, 49: 1-21. 404

405

PRASANNA, V., PRABHA, T.N., THARANATHAN, R.N. (2007): Fruit ripening phenomena 406

– an overview. Critical Reviews in Food Science and Nutrition: 47, 1–19. 407

408

PURVIS, A. C. (1997): The role of adaptive enzymes in carbohydrate oxidation by stressed 409

and senescing plant tissues. Hortscience, 32: 168-195. 410

411

SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO J. L.; FERREIRA, L. G. (2008): Mapeamento semi-412

detalhado (escala de 1:250.000) da cobertura vegetal antrópica do bioma Cerrado. Pesquisa 413

Agropecuária Brasileira, 43: 153-156. 414

415

Page 111: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

111

SANTELLI, P. (2005): Fisiologia Pós-colheita de frutos das palmeiras Syagrus oleracea 416

(Mart.) Becc. e Mauritia vinifera Mart. [Dissertação Mestrado.] Brasília, Universidade de 417

Brasília. 418

419

SILVA, D. B.; SILVA, J. A.; JUNQUEIRA, N. T. V.; ANDRADE, L.R.M. (2001): Frutas do 420

Cerrado. Brasília: 178. 421

422

SOARES, E.B.; GOMES, R.L.F.; CARNEIRO, J.G.M.; NASCIMENTO, F.N.; SILVA, I.C.V.; 423

COSTA, J.C.L. (2006): Caracterização física e química de frutos de cajazeira. Revista 424

Brasileira de Fruticultura, 28: 518-519. 425

426

SUDHEER, K.P., INDIRA, V. (2007): Postharvest Technology of Horticultural Crops, 427

seventh ed. New India Publishing Agency, Delhi, India, 291 p. 428

429

TIBURKI, J. H.; ROSENTHAL, A. DELIZA, R.; GODOY, R. O.; PACHECO, S. (2011): 430

Nutritional properties of yellow mombin (Spondias mombin L.) pulp. Food Research 431

International, 44: 2326–2331. 432

Page 112: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

112

ANEXO C – Normas de publicação Scientia Horticulturae

Instructions to Authors 2016

The journal publishes results of basic and applied research from all areas of horticulture, fruit

growing, vegetable growing, floriculture, ornamental gardening, garden, and landscape

architecture. The main concern is on plants growing under the conditions of the European

temperate zone and countries with a similar climate. Original scientific papers, short

communications, and review articles are published in the journal. Papers are published in

English (British spelling). The Manuscript handling fee (200 EUR/article (5 000 CZK –

authors from the Czech Republic) prices are without 21%VAT) is payable upon the

manuscript acceptance. The author is fully responsible for the originality of the paper

and formal correctness. The paper or its main content must not be published previously

elsewhere. The Managing Editorial Board decides on the publication of papers, taking into

account scientific importance, peer reviews and manuscript originality, quality and length.

Standard size of paper: (A4 format), type size 12 font, double-space lines, 2.5 cm margins

on each edge of the page. Scientific papers and review articles shall not be longer than 15

standard pages, including tables and figures. Short communications should not be longer

than 6 standard pages. Manuscripts must be submitted in Word text editor to electronic

editorial system: (http://www.agriculturejournals.cz/web/HORTSCI.htm).

Copyright. The journal is protected by copyright held by the publisher after the manuscript

has been accepted for publication. As concerns the transfer of rights, the corresponding author

takes over responsibility for all authors. No part of this publication may be reproduced, stored,

or transmitted in any form or by any means, without the written permission of the publisher.

Title page must contain title of paper (short, not exceeding 85 characters; no subtitles shall

be used), complete name(s) of the author(s), the name(s) and address(es) of the institution(s)

where the work was done.

Abstract is a short summary of the whole paper (as a single paragraph). It should describe

all essential facts of a scientific paper. The abstract should not go to more than 170 words.

The abstract is an important part of the paper because it is published and cited in world

databases. No references are to be cited. Keywords (recommendation 5 words) should be

different from words mentioned in the title.

The main text of scientific paper must be developed under the

following headings: Introduction, Material and Methods, Results

and Discussion.

Introduction should outline the main reasons why the research was conducted; describe

a brief review of literature consisting of refereed periodicals, journals and books, and the

goal of the authors. It is recommended to include references to papers from peer reviewed

periodicals only. Citations from non-available sources (reports, proceedings etc.) should be

omitted.

Page 113: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

113

Material and Methods. All tested material, experiments conducted, their extent, conditions

and course should be described in detail in this section. All original procedures that were used

for the processing of experimental material and all analytical methods used for evaluation

should also be detailed described. Data verifying the quality of acquired data should be

indicated for the used methods. The complete methodology should be described only if it is

an original one; in other cases it is sufficient to cite the author of it and mention only particular

differences if any. Methods of statistical processing including the software used should also

be listed in this section.

Results and Discussion. The results obtained from the experiments including their

statistical evaluation and any commentary should be presented graphically or in tables in

this section. Each new finding should be commented and explained, using scientific

arguments. The author should compare partial results with data published by other authors,

whose names and year of publication are to be cited by including them in the text directly,

e.g. … as published by LOWE (1981), NOVÁK and ŠÍDLO (2002) found …, or citing

authors and years of publication in parenthesis (LOWE 1981; NOVÁK, ŠÍDLO 2002; JAKL

et al. 2014). Diacritical signs of national Latin-based alphabets should be preserved. Names

in non-Latin alphabets should be transcribed according to international standards. The

citations should be limited to items really needed for placing the paper into a proper context.

Tables should be placed at the end of the manuscript. Word editor should be used to create

tables; each item should be placed into a separate cell. Tables should be numbered using

Arabic numbering in the order in which they are referred to in the text, and have a brief, but

self-explanatory title. Footnotes to tables should be indicated by superscript letters (or

asterisks for significance values). Abbreviations or symbols used in the tables must be

explained either in the table title or as a footnote. For explanation of abbreviations or symbols

used in tables it is not possible to refer to the main text.

Figures. Figure captions should be placed behind tables. The captions should be brief but

contain sufficient information to make the illustrations self-explanatory. Graphs should be

provided in MS Excel and they should be stored with original data. Centred captions, parallel

to axes, are used to indicate the measured attributes and their dimensions (in brackets).

Autotypes should be submitted in TIFF or JPG format in minimal resolution 300 dpi. All

graphs and photos should be numbered, continually according to the order in which they are

included in the text, using Arabic numerals. Files should be named using the first author’s

surname with the Figure number (e.g. “Newman Fig1.jpg”). If you send colour Figures, they

will be published in colour. Printing costs will be approximately € 200 for one print page (A4

format). If you send black and white Figures, they will be published in black and white and

printing costs will be free. All material to be included in a paper should be referred to in the

text.

Abbreviations and units. If any abbreviations are used in a paper, they shall be explained

appropriately when they are used in the text for the first time. It is not advisable to use any

abbreviations in the paper title or in the abstract.

The SI international system of measurement units should be used, e.g. kg, g,

mg, km, m, cm, mm, ppm, l (litre),ml, s (second), min (minute), h (hour), mol etc.

Page 114: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

114

Use g/cm instead of g.ha-1. The definitive SI website is that of the Bureau International des

Poids et Mésures at http://www.bipm.org/. Units should be indicated on each occurrence

of numerical information and at the axes of all graphs. To express a unit of measurement,

space between the number and the unit (5 g; 20 ha) except of percentages and degrees (37%;

27°C). In a series of measurements, indicate the unit at the end

(3, 6, and 8 mm). Abbreviate units only after a numeric value (24 h; several hours later; 2

days). In chemical formulae the valence of ions must be given as, e.g. Ca2+ and CO 2 rather

than as Ca++ and CO --. Isotope numbers should precede the symbols (e.g. 18O). The

decimal marker is a point (e.g. 0.1 m), while the thousand’s separator is a comma (e.g. 2,000).

The decimal point in all numbers between 1 and ‒1, except 0, must be preceded by 0. In

general, use words for numbers one through nine, and use digits for 10 and over. For a series

of numbers, any of which are over 10, use all digits.

References should be preferably a list of refereed periodicals arranged in alphabetical order

according to the surname of the first authors. The surnames and initials of all authors should

be followed by the year of publication cited, the original title of the paper (if the cited source

is not in English, it should be translated in brackets behind of the original title), the name of

the periodical, the relevant volume and page number, in the case of a book or proceedings

the title should be followed by the name of the publisher and the place of publication. Names

of authors should be separated by commas, not by & or and. If an author's name in the list

is also mentioned with co-authors, the following order should be used: publications of the

single author, arranged according to publication year – publications of the same author with

one co- author, arranged according to publication year – publications of the author with

more than one co-author, arranged according to publication year. Only papers cited in the

text must be included in the list of references.

Page 115: CAJÁ-MANGA (Spondias mombin L.): DESENVOLVIMENTO ...§ão_Thays_Lorray… · 10 RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar as alterações dos compostos físico-químicos, potencial

115

Considerações finais

Ao longo do desenvolvimento dos frutos, atividade respiratória e a biossíntese de etileno

são importantes, pois estão associados à várias reações responsáveis pela degradação e síntese

de inúmeros compostos, e variam entre espécies e estádios de desenvolvimento. Portanto

estudos futuros podem ser realizados, com o intuito de verificar o comportamento do etileno

durante o desenvolvimento fisiólogo do fruto de cajá-manga.