caio adorno vassao design e computação ubíqua

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Caio Adorno Vassão Arquiteto e Urbanista. Pesquisador e professor Centro Universitário Senac Abril de 2007

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Panorama dos conceitos fundamentais para o Design de Interação e de uma noção culturalista de projeto para o contexto da Ubicomp.

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Page 1: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Caio Adorno Vassão

Arquiteto e Urbanista.

Pesquisador e professor Centro Universitário Senac

Abril de 2007

Page 2: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Objetivos Gerais:

Desenvolver e aplicar metodologia de projeto em Computação Móvel e Ubíqua que contemple:

(1) aspectos da cultura urbana contemporânea

(2) os dispositivos móveis e suas diversas propostas

(3) métodos para arquitetura e design da informação adequados a tal contexto

Page 3: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Método de pesquisa e de projeto

Concentração na metodologia de projeto – lacuna tanto nas áreas exatas como nas ciências humanas

Equilibrar as áreas de conhecimento: filosofia, antropologia, estética e tecnologia

De maneira resumida, nossa preocupação é a trazer uma contribuição à ciência da computação, de maneira a expandir o alcance da proposta em computação ubíqua.

Distinguir-se do campo de propostas estabelecido em torno das artes plásticas, dado como “experimental”.

Ir além da Usabilidade como amparo ao projeto integrado às comunidades.

Cenário sócio-cultural cada vez mais complexo.

Abrir a computação móvel às considerações da perspectiva da sociedade, da cidade e do design.

Page 4: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

O designer-antropólogo

Reconhecer a importância, a necessidade e a utilidade em contemplar-se aspectos da estética, da antropologia e do ambiente urbano contemporâneo.

Além da ergonomia e do cognitivismo: sociedade

Tecnologia na sociedade: estética, política, tecnociência (Latour, Deleuze, Foucault).

Fenomenologia e a perspectiva antropológica.

‘Design centrado no humano’? (Existe algum item da tecnologia que não seja ‘humano’?)

Estética e antropologia tratadas pela engenharia apenas no nível heurístico, repertório das ciências humanas e das artes.

Page 5: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

O designer-antropólogo

Estética e antropologia são itens inescapáveis os quais contam com um repertório extenso e bastante desenvolvido.

No entanto, eles são tratadas pela engenharia e pela ciência da computação apenas no nível heurístico, acabando por reafirmar padrões pouco compreendidos, criticados e/ou desenvolvidos, do ponto de vista sócio-cultural.

Page 6: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Noção ecológica das mídias

Complexidade do ambiente midiático de hoje, Ecologia de Mídias.

Marshall Mcluhan – Escola Canadense de Comunicações – Toronto University.

Neil Postman – New York University.

Nosso conhecimento é incompleto e o contexto é complexo.

Page 7: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Computação ubíqua, pervasiva e distribuída

Mark Weiser e a Ubicomp

GIS, GPS, wireless, mobile computing.

Promessa: urbanidade integrada

Ameaça: panóptico

O designer antropólogo, além de ocupar-se do projeto de interação deve estar atento para estes aspectos.

Realidade Aumentada.

Page 8: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Ecologia no design de interação

Ecologia interativa, interfaces e dispositivos.

A interação se estabelece em um complexo sistema eletrônico, o qual é melhor compreendido como uma ecologia, no sentido natural do termo. Ou seja, interagir com os diversos meios disponibilizados hoje é penetrar em um modo sócio-cultural complexo, ainda largamente inexplorado, e que não para de se desenvolver.

Page 9: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Ecologia no design de interação

CAI, padrões comuns e abertos.

CAMADA AMBIENTAL INTERATIVA

Denominação proposta (LTDI) para identificar o conjunto que inclui a infra-estrutura da ubicomp, os meios de interação disponibilizados e os serviços/aplicações.

Quanto mais desenvolvidos e explorados forem os padrões comuns (standards) mais coesa, contínua e coerente será a CAI.

Propomos que a CAI seja considerada como um dado da infra-estrutura urbana, obrigando a questionar o que é infra-estrutura e o que não é, assim como o que é público ou não.

Page 10: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

 

Ecologia no design de interação

Amálgama de situações, pessoas, dispositivos e interfaces

Além da CAI, o processo interativo envolve mais do que tecnologia. A sociedade é um dado inalienável do futuro do desenvolvimento tecnológico...

Agenciamento

Deve-se encarar o processo de projeto de interação como um agenciamento desses itens:

Situações

Pessoas

Dispositivos

Interfaces

Page 11: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Nichos de interação

Nichos de interação: situações recorrentes de interação.

Apesar das especificidades, o que se repete?

Surgimento e evolução de um nicho de interação.

dispositivo/interface específico substituição por outro, funcionalidade similar

Aspectos de um nicho de interação:

posição no espaço,

postura corporal,

atuação social,

infra-estrutura (CAI).

Page 12: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Nichos de interação

Projeto = sistema de interfaces que se insere em um complexo muito maior.

Incompletude do conhecimento, processo dinâmico de projeto e avaliação, envolvimento da comunidade, interpretação dos produtos, processos e resultados.

Page 13: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Nichos de interação

Do Walkman ao iPod – um nicho em evolução

Como exemplo de um nicho de interação, podemos salientar os derivados do Walkman. Assim, indicamos (LTDI) que pode-se entender a interatividade como algo não exclusivamente digital. Da origem analógica à ubiquidade digital.

Construção das PANs idiossincráticas e espontâneas e, mesmo assim, similaridades – os nichos. E incorre na reconfiguração sócio-cultural do Corpo e dos Hábitos

PANs como micro-ecologias, inseridas em ecologias maiores. Emergências de modos recorrentes de interação a partir de práticas sócio-culturais cotidianas.

Page 14: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Integração e invisibilidade

Donald Norman e Mark Weiser

Calm Technologies implicaria na invisibilidade dos dispositivos, e em interfaces não invasivas/intrusivas.

Visualidade e presenças próprias dos Information Appliances e das interfaces.

Cada tecnologia se estabelece gradualmente e encontra-se entranhada em um nicho de interação que a abarca.

Ela pode ser visível ou invisível. No entanto, isso é um item a ser considerado caso a caso. (Hjelm, 2005)

Page 15: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Computação situacional

Atual tendência em privilegiar uma visão imanente da tecnologia

Tecnologia como algo entranhado no mundo.Steve Juvertson – Augmented Reality

Vinton Cerf – Ubiquitous Computing

Neil Gershenfeld – "the World"

Paul McFerries – Infosphere

Katy Börner – Global Brain

Ubicomp começa a ser aceita pelo establishment que comenta a cultura digital.

Page 16: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Computação situacional

Propomos que o termo Situação seja incorporado à computação, indo além:

- da ubiquidade (computação ubíqua)

- do contexto (computação contextual – LTDI, 2004-2005)

denominações demasiado instrumentais,

para que se possa incluir outras dimensões.

Page 17: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Computação situacional

Situacionismo

Movimento artístico-cultural de fins da década de 1950.

Guy Debord, Constant Niewenhuys

Sociedade do Espetáculo, 1967 – crítica dos meios de comunicação e do contexto desenraizado da vida urbana.

Influência sobre boa parte da arte produzida a partir da década de 1960.

Performance, instalação, arte total, arte povera...

Page 18: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Computação situacional

Complexificação do ato interativo que abandona o desktop.

Quando a interação era uma questão de interação em um posto de trabalho determinado e fixo, poderíamos a compreender como um dado tratável pela ergonomia e pelo design dito ‘centrado no humano’. Com o deslocamento ‘livre’ do indivíduo portador de uma Pan, a interação se torna complexa, e a postura e a posição (na cidade) tornam-se dados importantes.

Page 19: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Computação situacional

Sensores, modelos e meio urbano.

(1) sensores para o monitoramento de condições ambientais, metabolismo e fisiologia humana.

(2) modelos (representações) de atividades e comportamentos humano, de processos sócio-produtivos, de padrões de circulação, etc.

(3) imersão no meio urbano, assessorando o usuário/interator no processo de navegação na cidade, assim como possibilitar um novo nível de apreensão da urbanidade.

Page 20: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Interpretação como método consciente de projeto

Ecologia do ponto de vista da tecnologia = modelo formal.

Ecologia do ponto de vista humanista = interpretativa, hermenêutica, desvelamento e não determinação

Interpretações: interativa, simbólica, ambiental, social...

Page 21: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Interpretação como método consciente de projeto

Multidisciplinaridade: modelagem informacional seria tarefa desenvolvida em conjunto pelo designer de interação e pelo cientista da computação.

Projeto em design de interação = ecossistema.

Mais do que projetar ao ínfimo detalhe, o designer de interação compõe interpretações do ecossistema. O projetista de origem em áreas afins à ciência da computação irá projetar formalmente pequenos tratos do sistema em projetos específicos.

O designer-antropólogo mantém um ponto de vista interpretativo, atendo-se à intimidade do projeto a partir de uma fenomenologia do sistema.

Page 22: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Do ‘demo’ao produto final

 

O Demo e seu uso.

  Demonstração de funcionalidades.

Continuidade entre etapas de projeto; virtualidade e seu fundamento tecnológico

  Processamento digital permite a continuidade.

Virtualidade do projeto de interação implica a variabilidade das diretrizes de projeto.

Mobilidade sobre o território e mobilidade dos conceitos norteadores do projeto.

O quanto isso é possível/desejável do ponto de vista da engenharia?

Page 23: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Do ‘demo’ao produto final

O uso de beta-testers como método que explora tal continuidade.

Detecção de bugs, comunidade também indica novas funcionalidades.

Software livre, integração das comunidades no processo de projeto.

  Produção coletiva de conhecimento e de produtos viáveis em larga escala.

Necessidades de novas técnicas de envolvimento do público.

Necessidade de novas abordagens de avaliação.

Page 24: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Do ‘demo’ao produto final

Ir além da tecnologia e sujeitá-la ao mesmo escrutínio antropológico.

Latour sugere que a própria produção social da tecnologia seja alvo de estudos antropológicos, de maneira a identificar os caminhos culturais que fazem determinada tecnologia se estabelecer socialmente.

Page 25: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Design de interação e o ambiente urbano

Imergir a tecnologia no espaço urbano – location based media.

Experimentos a partir das artes resultam aquém das possibilidades sociais da implementação a partir da tecnologia e do design.

Procura por ‘contaminar’ o pensamento tecnológico pela antropologia e pela estética.

Page 26: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Design dos Objetos e Ambientes Interativos – InterDesign

Objetivos:

Trabalhar de maneira integrada os aspectos interativos do Ambiente Urbano.

Inclusão de uma pensadora da Cultura Contemporânea – Profa. Marlivan Alencar – e de uma artista plástica atuante em Arte Interativa – Profa. Dra. Daniela Kustchat.

Conformar uma súmula explícita dos aspectos metodológicos levantados até o momento e confrontá-los à crítica de pesquisadores de (1) estética e (2) estudo da cultura contemporânea.

Apoio conceitual e científico a evento de porte médio que contará com palestras, mesas redondas e workshops sobre os temas relevantes à pesquisa em andamento, a ser realizado no 2º semestre de 2007.

Desenvolvimentos anteriores:

CAI – Camada Ambiental Interativa

Page 27: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Design dos Objetos e Ambientes Interativos – InterDesign

Demanda conceitual e estratégica:

Estabelecimento de um Framework referencial quanto às possíveis aplicações neste contexto:

Recenseamento e organização conceitual e funcional de uma tecnosfera interativa em constante crescimento denominada informalmente de Computação Ubíqua:

- malha celular

- computação pessoal móvel (UMPC)

- redes de sensores e atuadores em escalas variadas

- vestíveis e PANs

- áreas urbanas inteligentes

- automação predial/domótica

- popularização maciça da informática (OLPC – One Laptop Per Child)

- ...

Page 28: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Design dos Objetos e Ambientes Interativos – InterDesign

Propostas/Levantamentos Parciais:

Dispositivo de Convergência (ago-dez/2005) – PC, Cellphone, Câmera, portal de acesso à Web e serviços da Internet. (Estabelecimento da plataforma UMPC, pela Microsoft, “campanha viral” a partir de fev/2006).

“Design de interação para a computação distribuída com Motes, RFID e Microcâmeras” (1o sem/2006). Proposta desenvolvida com anteparo do PAD-LSI

Page 29: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(A) Envolvimento de Representantes.

(B) Modelos Co-evolutivos e Co-desenvolvidos.

(C) Dois modelos de gestão de Projetos Participativos.

(D) Abordagem Ecológica.

Page 30: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(A) Envolvimento de Representantes:

Parece existir uma tendência dos propositores de aplicações em M-Gov de endereçar-se ao cidadão individual, quando a aplicação direciona-se ao uso público, e pouco ao representante da comunidade.

1 – Serviços centrados no cidadão individual e isolado – relação direta com a entidade governamental.

Page 31: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(A) Envolvimento de Representantes:

Parece existir uma tendência dos propositores de aplicações em M-Gov de endereçar-se ao cidadão individual, quando a aplicação direciona-se ao uso público, e pouco ao representante da comunidade.

2 – Serviços que podem estar centrados no

cidadão individual e isolado, mas que também

aproveitam a existência de lideranças

locais, e representantes.

Pode-se focar soluções em equipamentos

mais sofisticados e em treinamento do

representante – equipamento e

serviços diferenciados.

Page 32: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(B) Modelos Co-evolutivos e Co-desenvolvidos:

Aquilo que a população formula, como modelo cognitivo de um serviço, aplicação ou interface, não é um decalque exato do que os provedores crêem estar apresentando.

Mais adequadamente, os modelos cognitivos que o cidadão constrói são idiossincráticos e apenas aproximados aos modelos originais.

O mesmo pode ser dito de todo o processo de desenvolvimento do produto junto às instituições interessadas ou envolvidas: elas mesmas não compreendem exatamente o que está sendo proposto.

Uma possível solução é a adoção de uma abordagem Co-Evolutiva de Desenvolvimento de aplicações:

1 – Os modelos cognitivos serão diferentes, mas referenciados continuamente entre si.

2 – Ajustes serão feitos nas aplicações, interfaces e serviços para refletir, corrigir e/ou adaptar-se aos diversos modelos.

Page 33: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(C) Dois modelos de gestão de Projetos Participativos:

Existiriam dois modelos para a Gestão de Projetos Participativos:

1 – Centralizado.

2 – Descentralizado.

Page 34: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(C) Dois modelos de gestão de Projetos Participativos:

1 – Centralizado.

Mediação de um poder central – quer seja um representante governamental, ou um ente centralizador na comunidade usuária envolvida no processo.

Page 35: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(C) Dois modelos de gestão de Projetos Participativos:

2 – Descentralizado.

Ausência de um mediador formalmente nomeado. A centralização ainda pode, ou mesmo deve, ocorrer do ponto de vista da viabilização de um serviço oferecido.

Mas a mesma metáfora “nebulosa” da

Internet pode ser utilizada:

O caminho das propostas, da comunidade usuária participante à entidade promotora do serviço, não precisa ser unificado ou unitário. Uma rede de relações, por vezes espontânea, por vezes promovida/induzida pode tomar para si o papel mediador inicial, chocando pontos de vista diferentes e contribuindo para o desenvolvimento de uma aplicação.

Page 36: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(C) Dois modelos de gestão de Projetos Participativos:

2 – Descentralizado.

Ausência de um mediador formalmente

nomeado. A centralização ainda pode,

ou mesmo deve, ocorrer do ponto de

vista da viabilização de um serviço oferecido.

Mas a mesma metáfora “nebulosa” da Internet

Page 37: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(D) Abordagem Ecológica:

1 – de Interfaces (apresentado anteriormente)

2 – de Serviços

No lugar de propor-se um OU outro serviço isolado, pode-se pensar em esforços concertados:

Uma aplicação pode auxiliar outra, mesmo que as duas não sejam propostas pelo mesmo ator/player.

A mesma coisa pode ser dita dos:

- Modos de interação.

- Modos de Projeto Participativo.

- Modos e Técnicas de Desenvolvimento.

Page 38: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

(D) Abordagem Ecológica:

A questão é assumir a não-exclusividade e o não-isolamento de uma proposta/solução.

Cada inovação, proposta ou solução convive e conviverá com uma população de outras propostas – na maioria das vezes controladas por entidades mutuamente independentes.

Uma Ecologia....!

Page 39: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

Modos de produção de inovação

(a) Insight pessoal/individual – sem ele nada acontece – é a força motriz inicial – a “visão” de uma inovação latente, a “inspiração” – esse mesmo insighit evolui e deve ser alvo de projeto, envolvendo alterações, questionamentos, aprimoramentos.

Esse estágio é similar e co-extensivo ao desenvolvimento de uma peça de design ou no desenvolvimento de interfaces nas empresas de consultoria e projeto.

(b) Choque com o público – testes de usabilidade, testes de uso e compreensão – registro de percursos cognitivos, modos de utilização comuns e incomuns, erros comuns e enganos induzidos pela interface (“bugs” cognitivos) – fase crucial, mas ainda circunscrita ao universo do desenvolvimento de projeto no ambiente de consultoria/empresarial – mesmo que se traga “convidados” da comunidade para a avaliação da peça interativa em questão, o processo não é aberto à comunidade.

(c) Envolvimento da comunidade – etnografia, recenseamento do universo conceitual e cultural – profissionais que desenvolvem este tipo de serviço de recenseamento estão disponíveis no mercado, mas concentram-se em outras áreas, em especial publicidade e propaganda.

Page 40: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

Desenvolvimento de inovações está, em geral, à mercê dé uma lógica invertida:

(1) O Insight está submisso à pesquisa de mercado – dados estatísticos que podem ou não ser compreendidos em prol da criação de uma inovação.

Lembrar do desenvolvimento do Laptop e do walkman, em que o input de indivíduos criativos, balizados por algumas colocações externas envolveram o redirecionamento dos esforços.

(2) O envolvimento da comunidade está à sujeito à mediação exagerada dos atores envolvidos no desenvolvimento da interface ou da peça interativa.

Ou seja, quando é importante a independência do pensamento isolado frente a uma inovação, envolve-se demais os dados estatísticos, em um momento em que eles possuem pouco significado real. E quando é necessário o envolvimento da comunidade, esse envolvimento é mediado em demasia, afastando a inovação concreta. Em outras palavras, quando o envolvimento é necessário ele não acontece, e quando ele atrapalha, ele é obrigatório.

Lembrando que essa dicotomia é uma simplificação. O processo concreto de desenvolvimento de uma interface envolve e envolverá um entrechoque mais complexo e um vai-e-vem dos dois modelos bastante mais ativo e dinâmico.

Page 41: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Envolvimento da Comunidade Usuária na Definição de Serviços e Aplicações

Meios e modos de envolvimento da comunidade e seu gerenciamento deste processo – primeiras explorações.

(1) Adaptabilidade – embutida no código e no serviço – planos de contingência e variações previamente presentes na peça, permitindo o deployment de variações com o mínimo de re-programação. Um certo grau de inteligência é bem-vindo, mas é preciso mensurar e posicioná-la com cuidado.

(2) Iteratividade – lançamento de versões incompletas – envolvimento de beta-testers – Se, no passado, o beta-tester tenderia a ser um “power-user”, no caso da computação ubíqua ele tende a ser um leigo completo. O expertise que deveríamos valorizar nele é seu conhecimento da comunidade e de suas idiossincrazias – representantes etnograficamente válidos – lideranças são interessantes, mas não são uma amostra modal.

(3) Alteridade – alternativas latentes devem ser reconhecidas com mais velocidade – focus-groups devem gerar modelos cognitivos alternativos, além de alterações nos grafismos e disposição dos pontos de interação.

(4) Agrupamento e desagrupamento de serviços – permitir que o input da comunidade interfira na conformação dos pacotes específicos de serviços.

Page 42: Caio Adorno Vassao Design e Computação Ubíqua

Grato pela atenção.