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Café Café Instituto de Economia - UFRJ Disciplina: Formação Econômica do Brasil Profas: Leonarda Musumeci, Elisa Müller e Valéria da Vinha Brasil Brasil Império Império

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Page 1: Café Instituto de Economia - UFRJ Disciplina: Formação Econômica do Brasil Profas: Leonarda Musumeci, Elisa Müller e Valéria da Vinha Brasil Império

CaféCafé

Instituto de Economia - UFRJ

Disciplina: Formação Econômica do Brasil

Profas: Leonarda Musumeci, Elisa Müller e Valéria da Vinha

Brasil ImpérioBrasil Império

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http://www.mre.gov.br

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Expansão da cultura cafeeira no séc. XIX

http://www.multirio.rj.gov.br

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http://www.multirio.rj.gov.br

O café no Vale do Paraíba

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http://www.ars.com.br/projetos/ibrasil/1999

Vale do Paraíba (1820-1870)

Centro-norte de SP (1850-1900)

Oeste paulista (séc. XX)

Linhas construídas até 1890

Linhas construídas entre 1911 e 1940

Linhas construídas entre 1891 e 1910

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Características Vale do Paraíba (1830-70) Produção média 20 a 30 mil pés; trabalho escravo;

crescimento extensivo por incorporação de terras e trabalho; técnicas rudimentares; transporte em carros de boi; intermediação comercial e financeira (casas comissárias)

Declínio: esgotamento do solo devido à erosão; escassez de mão de obra; extinção do tráfico (1850) e elevação do preço do escravo; tentativas de colonização não vingaram => o gado ocupa a região

Lei de terras (1850) prepara o País para o trabalho do imigrante europeu => o cativeiro da terra

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Características Oeste Velho Paulista (1870-1880)

Sistema de parceria (coexistência escravo/h.livre)

Introdução de técnicas de beneficiamento (despolpadores, descascadores substituem o pilão, o arado, a enxada e a foice)

Incremento do mercado interno (alimentos e bens)

Introdução de ferrovias diminui custos de transporte e valoriza as terras

Fracasso do regime de parceria compromete continuidade da lavoura na região

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Características Oeste Novo Paulista (1880-1900..)Produção média: 100 a 200 mil pés de caféTrabalho livre do imigrante europeu (sistema de

colonato) => imigração subvencionada pelo Estado, diminui o ônus do fazendeiro

Uso intensivo de técnicas agrícolas, mecanização da lavoura; topografia mais adequada (menor declividade, menos erosão), solo de qualidade superior (terra roxa) => aumento da produtividade

Alargamento da disponibilidade de mão-de-obra para o setor industrial=> K cafeeiro se transfere para a indústria

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LEI DE TERRAS (1850)Pressão inglesa para o fim do tráfico reduz as fontes

de mão-de-obra, eleva o preço do escravo 1850 - extinção do tráfico negreiro e promulgação da

Lei de terras são processos correlatosAo regulamentar a propriedade privada, a terra passa

a ser mercadoria e a ter valor, podendo substituir o escravo c/o garantia de crédito

A exigência de título de compra, limita o acesso à terra ao colono livre e ao ex-escravo => meta do imigrante: trabalhar p/ ser proprietário (“cativeiro da terra”)

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Alternativas de mão-de-obra para o caféColônias de parceria (1847-1857) – iniciativa privada do

Senador Vergueiro. Casa Vergueiro instala colonos mediante contrato: adiantamentos p/ transporte e sustento pagam 6% de juros a.a.; cafeeiros e roças de alimentos são repartidos entre o colono e sua família e o proprietário; colono não pode abandonar a fazenda antes de saldar suas dívidas => colono hipoteca seu trabalho futuro.

Revolta em Ibicaba (colonos denunciam maus tratos, fraudes, falta de liberdade religiosa, cafezais improdutivos) leva o sistema ao fracasso

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Sistema de Colonato/ImigraçãoSubvencionadaMarca a intervenção do Estado na formação do contingente

de mão-de-obra: Governo custeia a viagem, o fazendeiro assume as despesas durante um ano, e cede terra p/ o colono cultivar alimentos;

As garantias oferecida aos colonos melhoram: salário fixo monetário anual + salário variável de acordo com o volume da colheita

Não é uma relação tipicamente capitalista (trabalhador familiar, produz parte de sua subsistência, recebe salário anual e não pode comprar fora do estabelecimento)

Entrada de imigrantes

1870 – 13 mil 1880 – 184 mil 1890 - 609 mil

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Conseqüências da imigração subvencionadaRompe c/ o equilíbrio escravista e com a hegemonia do

fazendeiro do Vale do Paraíba e do Nordeste

Acelera o processo de composição da escravidão

Movimento a favor da descentralização política e da República defendida pelos fazendeiros de São Paulo

Emancipação gradual do escravo:1871: Lei do Ventre Livre1885: Lei dos Sexagenários 1888: Lei Áurea

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Escravidão (escravo) x Liberdade (imigrante)

O escravo é lançado a sua própria sorte; apesar de cidadão, torna-se um excluído que enfrentará preconceito racial.

Para Celso Furtado, ele não está aparelhado a responder a estímulos econômicos, e a idéia de acumulação de riqueza

lhe é praticamente estranha. “sendo o trabalho para o escravo uma maldição, um castigo, e o ócio o bem

inalcançável, a elevação de seu salário acima de suas necessidades básicas resulta em perda de produtividade e

uma forte preferência à ociosidade. Para José de Souza Martins, “a liberdade para o escravo era

a liberdade de nada fazer porque não é resultado do seu trabalho; liberdade é o contrário do trabalho, isto é, a

negação do trabalho. Ele passa a ser livre para recusar a outrem sua força de trabalho. Já para o homem livre, o trabalho passa a ser a condição de liberdade, ou seja, o

meio para se tornar proprietário”.

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Participação do café no total das exportaçõesbrasileiras: 1820-1890 e 1903-2001

(em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1821/30 1831/40 1841/50 1851/60 1861/70 1871/80 1881/90

1820-1890* 1903-2001

Fontes: Roberto Simonsen, Evolução industrial do BR e outros estudos; Virgilio Noya Pinto, Brasil em perspectiva; NEIT/IE/Unicamp, Nota técnica, 2002.

(*) Média no decênio

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Outros produtoresBrasil

Exportação de café em grão: Brasil e demais países produtores - 1900 a 2001

(em milhões de sacas de 60 kg)

Fonte: NEIT/IE/Unicamp, Nota técnica, 2002

80

0

1944/45

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Fonte: Virgilio Noya Pinto, Brasil em perspectiva.

1845 19.4531846 50.3251847 56.1721848 60.0001849 54.0001850 23.0001851 3.2781852 7001856 512

Número de escravos

“importados” 1845/56

1854/63* 14.0001872 19.2191874 20.3321876 30.7471884 24.8901885 35.4401886 33.4361887 55.9651888 133.2531889 65.2461890 107.4741891 216.760

Número de imigrantes europeus - 1854/91

Fonte: Roberto Simonsen, Evolução industrial do Brasil eoutros ensaios

Médiaanual