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UFG/CS

PROCESSO SELETIVO/2011-2

GRUPO 1

FSICA QUESTO 1 Um jogador de futebol, rente lateral direita do campo, faz um lanamento oblquo ao longo dessa lateral. O chute imprime bola uma velocidade de 25 m/s. Em decorrncia de um vento horizontal, ela tambm adquire uma velocidade de 6 3 m/s, perpendicular direo do lanamento. A bola atinge o solo na outra lateral do campo, cuja largura de 45 m. Desprezando a resistncia do ar e considerando g=10 m/s2, calcule: a) b) o ngulo de lanamento com a horizontal. a altura mxima alcanada pela bola.(3,0 pontos) (2,0 pontos)

QUESTO 2 Um passarinho pousa no ponto mdio de um fio elstico de massa desprezvel e constante elstica k , esticado horizontalmente entre duas paredes separadas por uma distncia L . Sob a ao de seu peso, o fio passa a formar um ngulo com a horizontal. Determine a massa do passarinho em funo de , k , L e da acelerao da gravidade g . (5,0 pontos) QUESTO 3 A tcnica de Microscopia de Fora Atmica fornece imagens nanomtricas de superfcies por meio da reflexo de um raio laser que incide sobre uma haste flexvel. A haste se encontra apoiada em uma sonda que varre a amostra em estudo. Em decorrncia das alteraes no relevo da amostra, a haste modifica sua inclinao, refletindo o raio laser que atingir o detector em diferentes posies, como representado na figura a seguir.

Considerando que a fora que age sobre a haste flexvel proporcional sua deflexo y , sendo k sua constante elstica, determine: a) b) geometricamente a expresso que relaciona o ngulo formado pela deflexo da haste h com a variao do ngulo de reflexo R . (3,0 pontos) a expresso para a fora que age sobre a haste em funo do deslocamento z medido pelo detector, da distncia L da extremidade da haste ao ponto de incidncia do raio laser, da distncia D do ponto de reflexo do raio laser ao detector e da constante elstica k . (2,0 pontos)

fisica-grupo-1

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PROCESSO SELETIVO/2011-2

GRUPO 1

QUESTO 4 Uma balana eltrica consiste em uma haste metlica de massa desprezvel, que pode girar livremente em torno de um eixo horizontal fixo e isolante, como esquematizado na figura a seguir.

Na extremidade direita da haste fixada uma barra isolante na qual colocado o prato da balana, tendo esse conjunto massa m. A barra isolante est distncia L1 do eixo de rotao. Na outra extremidade da haste, que se encontra distncia L2 do eixo, existe um im de comprimento d que produz um campo magntico uniforme. Considerando o exposto, a) determine o sentido da corrente eltrica convencional que deve percorrer a haste de modo a equilibrar a balana e, em seguida, justifique sua resposta. (1,0 ponto) b) c) calcule a intensidade do campo magntico B do im, sabendo que a balana permanece horizontalmente em equilbrio quando uma corrente eltrica i E percorre a haste metlica. (2,0 pontos) calcule, em termos de m, M e i E , qual deve ser o acrscimo no valor da corrente eltrica i , para manter a balana em equilbrio, quando um corpo de massa M colocado no prato.(2,0 pontos)

QUESTO 5 Um equipamento de raios X produz muito calor, sendo por isso refrigerado por um circuito fechado de gua de 50 litros que, em contato com o metal, retira calor e dissipa-o num irradiador, mantendo o sistema a uma temperatura de 20 oC. Quando o irradiador para de funcionar por 5 horas, a gua circulante atinge uma temperatura de 65 oC. Sendo a capacidade trmica do sistema igual a 10.000 cal/oC, o calor especfico da gua 1 cal/goC e considerando 1 cal = 4,2 J, calcule a) a potncia dissipada pelo equipamento. (2,5 pontos) b) a porcentagem de energia retida na gua.(2,5 pontos)

QUESTO 6 No microscpio eletrnico de transmisso os eltrons so acelerados por uma diferena de potencial, atravessam uma fina camada da amostra a ser analisada e, finalmente, atingem o detector. Como as energias dos eltrons so elevadas, correes relativsticas so necessrias. A energia cintica relativstica dos eltrons dada por E=

1 v 1 c

1 E 0 ,

sendo E0 =mc 2=0,5 MeV. Diante do exposto, calcule: a) a diferena de potencial aplicada aos eltrons para E=E 0 /10 , lembrando que 1,0 eV =1,61019 J.(2,0 pontos)

b)

a razo v /c entre a velocidade dos eltrons e a velocidade da luz para E=E 0 /12 .

(3,0 pontos)fisica-grupo-1

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GRUPO 1

MATEMTICA QUESTO 7 Um nanossegundo-luz a distncia percorrida pela luz, no vcuo, no perodo de um nanossegundo, sendo um nanossegundo equivalente a um bilionsimo de segundo. Desse modo, considerando que a luz percorre 300.000 km em um segundo, um nanossegundo-luz equivale a quantos centmetros?(5,0 pontos)

QUESTO 8 O mosaico plano apresentado a seguir foi construdo a partir de octgonos regulares.

L

O menor lado do mosaico mede L, como mostra a figura. Assim, calcule a rea de um octgono desse mosaico em funo de L. (5,0 pontos) QUESTO 9 A figura plana apresentada a seguir representa um boiadeiro no ponto B que decide cavalgar at um ponto P, localizado na margem de uma represa, para deixar seu cavalo beber gua, antes de ir at o curral, no ponto C.Represa A P D

3 km

6 km C

5 km

B

Em cada um dos percursos retilneos BP e PC, o boiadeiro consegue manter uma velocidade constante de cavalgada, porm, depois de beber gua, o cavalo fica mais lento, e a velocidade no percurso PC a metade da velocidade no percurso BP. Considerando que o ponto P pertence ao segmento AD, qual deve ser a medida de AP para que o tempo gasto em cada um dos dois percursos seja o mesmo? (5,0 pontos)

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GRUPO 1

QUESTO 10 Leia os textos a seguir.Ondas sonoras estacionrias podem ser produzidas pela vibrao do ar em um tubo cilndrico. Para cada tubo, as ondas estacionrias ocorrem somente em algumas frequncias naturais, sendo a mais baixa chamada de frequncia fundamental, ou primeiro harmnico, e as demais de harmnicos de ordem superior.MATIAS, R.; FRATTEZI, A. Fsica geral para o ensino mdio. So Paulo: Harbra, 2008. p. 525; 527. [Adaptado].

O intervalo percebido entre duas notas musicais depende da razo entre suas frequncias. Quando a frequncia da nota mais aguda o dobro da mais grave, o intervalo entre elas chamado de uma oitava. Uma escala musical muito utilizada atualmente a temperada, na qual as frequncias das notas musicais so distribudas de modo que notas consecutivas tenham, entre si, sempre o mesmo intervalo, denominado semitom, e tal que uma oitava equivalha a 12 semitons. Assim, se uma nota tem frequncia f, a frequncia da prxima nota, um semitom acima, f 15 4 ma, por exemplo, tem frequncia f 12 2 = 2 f 2 . 12

2

e uma nota 15 semitons aci-

AS ESCALAS MUSICAIS. Disponvel em: . Acesso em: 6 maio 2011. [Adaptado].

Considerando o exposto e que 440 Hz a frequncia de uma nota da escala temperada, responda: Em um tubo cilndrico aberto nas duas extremidades, cuja frequncia fundamental 440 Hz, a nota da escala temperada que mais se aproxima do terceiro harmnico fica quantos semitons acima da fundamental?Dado: log23 = 1,58(5,0 pontos)

QUESTO 11 A distoro do som da guitarra eltrica pode ser obtida por meio de dispositivos vlvula, como o pedal valvulado, gerando o som distorcido pelo processo de waveshaping, que consiste em transformar um sinal sonoro por meio de uma funo no linear. Existem vrias funes que podem ser utilizadas nesse processo, dentre elas esto os polinmios de Chebyshev de grau n, para n=0,1, 2,... , definidos pela relao: T n x =cos [ n .arccos x ], com x [1,1]. Considerando a relao que define os polinmios de Chebyshev, a) b) escreva a expresso que representa o polinmio T 0 x e esboce o seu grfico. calcule os valores de x para os quais T 2 x =0.(2,5 pontos) (2,5 pontos)

RASCUNHO

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GRUPO 1

QUESTO 12 Ao justapor polgonos regulares de mesmo tipo e de lado 1, unindo-os somente por um dos lados, sem que haja sobreposio de polgonos ou de parte deles, pode-se verificar que o permetro da figura resultante obedece a um padro, como nos dois casos exemplificados na tabela a seguir.Quantidade de polgonos regulares Figuras resultantes da justaposio de polgonos regulares de lado 1 Tringulos Permetro Pentgonos Permetro

1

3

5

2

4

8

3

5

11

Com base nestas informaes, segundo as regras de justaposio descritas, responda: a) b) Quantos pentgonos devem ser justapostos para que o permetro da figura resultante seja 302?(2,0 pontos)

Denotando por Pn o permetro da figura resultante da justaposio de n pentgonos regulares e Hm o permetro da figura resultante da justaposio de m heptgonos regulares, quais so os trs primeiros valores inteiros positivos de n e de m para os quais Pn = Hm? (3,0 pontos)

RASCUNHO

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REDAO

REDAO Instrues A prova de redao apresenta trs propostas de construo textual. Para produzir o seu texto, voc deve escolher um dos gneros apresentados a seguir: A Artigo de opinio B Carta de leitor C Conto O tema nico para os trs gneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema anula a redao. A leitura da coletnea obrigatria. Ao utiliz-la, voc no deve copiar trechos ou frases sem que essa transcrio esteja a servio do seu texto. Independentemente do gnero escolhido, o seu texto NO deve ser assinado. Tema Entre a cultura do individualismo e a manuteno de valores sociais Coletnea1. Os ombros suportam o mundo Carlos Drummond de Andrade Chega um tempo em que no se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depurao. Tempo em que no se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou intil. E os olhos no choram. E as mos tecem apenas o rude trabalho. E o corao est seco. Em vo mulheres batem porta, no abrirs. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. s todo certeza, j no sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos. Pouco importa venha a velhice, que a velhice? Teu ombros suportam o mundo e ele no pesa mais que a mo de uma criana. As guerras, as fomes, as discusses dentro dos edifcios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando brbaro o espetculo, prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que no adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida uma ordem. A vida apenas, sem mistificao.Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2011.

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REDAO

2. Indivduo e sociedade [] Onde poderamos encontrar, nas grandes cidades, os chamados ritos de passagens para a vida adulta? Ante a inexistncia de uma comunidade coesa, que partilha com todos os seus membros valores comuns, dificilmente poderemos encontrar um nico ritual que marque simbolicamente a passagem do adolescente para o universo adulto. Em uma sociedade fragmentada, hierarquizada, capaz de comportar distintas manifestaes culturais, esses rituais apenas podem ser identificados e apreendidos na trajetria individual de cada adolescente. Conforme a histria de vida, as relaes familiares, a situao financeira, as crenas religiosas e os laos de sociabilidades, cada jovem armazenar em sua experincia de vida algum tipo de evento simblico que sinalizar sua entrada no mundo adulto. Por exemplo, o vestibular, o trote, o servio militar, o culto religioso ou at a maternidade precoce. Ritual e religio Em algumas tradies religiosas, o jovem ingressa no mundo dos adultos depois de participar de uma elaborada cerimnia religiosa. Na religio judaica, por exemplo, h o bar mitzvah, para os meninos que completam 13 anos, e o bat mitzvah, para as meninas de 12. Julga-se que esses adolescentes, j maduros nessas idades, so capazes de contribuir para a sociedade qual pertencem. Por isso, em um ritual que a todos rene, os jovens recitam trechos sagrados e seguem determinadas prescries a fim de que, publicamente, possam ser reconhecidos como pessoas preparadas para mais uma etapa da vida. Na Igreja Catlica, a crisma, considerada, ao lado do batismo e da eucaristia, um dos sacramentos da iniciao crist, apresenta um propsito semelhante. Meninos e meninas com mais de 15 anos podem participar dos rituais a ser ungidos pelo padre ou bispo com leo sagrado, smbolo da purificao da alma, que vai abeno-los e prepar-los para maior compreenso dessa doutrina religiosa. Evidentemente, para os jovens inclinados a um caminho de recluso, os rituais so um pouco mais elaborados. Ao atravessarem os portes de um monastrio ou de um convento, precisam deixar para trs os antigos costumes da vida mundana. Por isso, em geral enfrentam um perodo de noviciato, no qual precisam abandonar as vestes seculares e fazer diversos votos (entre eles, o de abstinncia sexual), com o intuito de poder assumir efetivamente o compromisso de uma vida voltada para o cultivo da f e da compaixo. Depois do noviciato, caso estejam preparados, recebem um novo ttulo, conforme a doutrina de sua religio, que os qualifica para uma atuao maior em sua comunidade espiritual.EL FAR, Alessandra. O olhar adolescente mente e crebro, n. 4. Dueto Editorial. So Paulo, [s.d.], p. 17-20.

3. Bem comum passa pela educao e solidariedade Marina Dias O bem comum o objetivo que une os homens em sociedade e determina o modo como devem se organizar. A atual era individualista que vivemos, com bases na especulao financeira, coloca-se contrria ao coletivismo e, consequentemente, prtica do bem comum. Para discutir a aplicao desse conceito e entender sobre os caminhos que levam solidariedade, o Espao Cidadania entrevistou Luiz Roberto Alves, que atualmente professor titular do Programa de Ps-graduao em Administrao e coordenador acadmico da Ctedra de Gesto de Cidades da Universidade Metodista de So Paulo. Espao Cidadania: As pessoas esto preocupadas com o bem comum ou voltadas para os interesses particulares? Luiz Roberto Alves: Eu no generalizaria. As maiorias lutam pelo seu espao, ganho, sobrevivncia. No entanto, organizaes e movimentos sociais em todo o mundo se movimentam pelo ambiente saudvel, por reivindicaes de polticas de qualidade, pela transparncia nas coisas pblicas e pelo direito migrao, ou por fazer da sade um direito universal. Espao Cidadania: Por que o coletivismo enfatiza o bem comum? Luiz Roberto: Em vez de pensar o coletivismo, prefiro pensar os projetos comunitrios. Pensar comunitariamente uma tendncia minoritria, mas forte, como condio para nos localizarmos na globalidade com identidade. Espao Cidadania: Quais so as formas de atingir o bem comum nessa sociedade individualista? Luiz Roberto: Visar e buscar o bem comum implica participar de aes de educao social e de cultura poltica em nossas cidades. Fazer, como diria Paulo Freire, leituras de palavra e mundo. Descobrir novos cdigos de relaes humanas e fazer a crtica do tipo de sociedade em que fomos envolvidos. Denunciar o financismo que agora nos rouba as economias e os sacrifcios feitos em dcadas. Educar as novas geraes para a solidariedade e para o entendimento da cultura como construo de valores simblicos a favor do que comum, local e universal a um s tempo, prximo e distante.Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2011. [Adaptado].

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4. Solteiro at que a morte nos separe Ronaud Pereira Ontem a noite, assistindo televiso, pulando de canal em canal, por acaso, parei num programa daqueles de cunho religioso, mas muito atual, com ares de programa pop onde discutiam a opo de permanecer solteiro nos dias de hoje. O tema era: A gente pega mas no se apega e a questo era: Medo da decepo, falta de opo ou convico?. Pelo telefone as pessoas respondiam a essa questo e at me surpreendi com o resultado. Eu acreditava que a falta de opo ganharia nfase, mas ficou com nenhum voto, ao passo que o medo da decepo das pessoas com seus pares ficou com 90% dos votos dos telespectadores. Eu vejo essa opo de permanecer solteiro motivada por todos os trs itens da questo levantada acima, e no somente por um. Temos medo da decepo, j que conhecemos bem a natureza humana e sabemos que os comportamentos se repetem. Se temos medo de nos decepcionar, evidente que por no encontrarmos uma opo (algum) melhor que afaste de ns esse medo e nos torne confiantes num futuro a dois. Todos os bons partidos j esto casados, ouvi uma vez. Por fim, ficamos convictos de que melhor estar s do que mal acompanhado, o que ainda uma grande verdade. Hoje fala-se que vivemos numa sociedade muito individualista, como se algum dia essa sociedade tivesse sido plenamente coletivista. Lnin bem que tentou. Mas o russo trabalhador, que fazia sua parte, no gostou de saber que pagava indiretamente a comida do outro compatriota preguioso que no queria saber de nada. O Capitalismo permaneceu porque incentiva o esforo individual. E muito alm disso, o Capitalismo permaneceu porque nada mais do que a institucionalizao da natureza humana, que individualista desde sempre. O que h de coletivo em nosso comportamento mais estimulado por fatores alheios nossa vontade do que por um sentimento genuno de fraternidade. E esse individualismo se manifesta em todos os aspectos da nossa vida, financeira (descaradamente), mas tambm na vida amorosa e afetiva (aqui meio que mascarada). De fato, somos seres individuais (ou algum j nasceu casado?), o que desanda justamente essa necessidade imposta a ns pelos outros de que precisamos achar um par, contrariando nossa natureza. No perguntam como estamos nos sentindo, perguntam por que no agimos como eles. Alis qualquer forma de imposio fora a amizade na gria jovem. Se a sua natureza viver acompanhado, e essa natureza de muitos, timo, v luta, ache o seu amor e seja feliz. Mas e se no for? E h pessoas que realmente no nasceram para viver a dois. Nesse caso, o melhor assumir sua liberdade, manter-se independente, e ser feliz assim. O que h de mal? O importante fazer o que manda o corao e sentir-se bem consigo mesmo. Sou um defensor da liberdade, mais do que qualquer outro sentimento (para mim liberdade antes de mais nada um sentimento h quem crie as prprias prises). Vejo com alegria qualquer progresso alheio que torne o sujeito mais independente do que antes. Mas as pessoas se casam justamente porque no sabem o que fazer com sua liberdade eu digo, h quem crie suas prprias prises. O casamento, um subterfgio? Em muitos casos, com certeza. Ele pode se tornar um refgio para no precisarmos mais encarar certas situaes, ou melhor, para no termos mais de pensar. Voc nunca ouviu aquele ditadozinho ridiculamente verdadeiro: Quem pensa, no casa. Quem casa, no pensa!?Disponvel em: . Acesso em: 21 mar. 2011. [Adaptado].

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5. Sociedade narcisista Luciana C. Berlinck Nossa sociedade alimenta o gosto pelo efmero; passado e futuro no so referncias psicolgicas e sociais predominantes, mas sim o presente como instante fugaz. Porm, a ordem humana surge exatamente como capacidade para simbolizar, isto , para lidar com o ausente, e a primeira relao com a ausncia dada pela relao com o outro sob a forma do tempo, seja como relao com o morto relao com o que se tornou ausente seja como relao com a natureza por meio do trabalho, que torna presente o que estava ausente. A temporalidade, relao com a ausncia, , assim, decisiva para a realizao do trabalho do luto, e a impossibilidade dessa relao temporal o que opera na melancolia e dificulta (quando no impede) o trabalho de sua superao. Ora, a sociedade do efmero, do tempo reduzido ao instante presente fugaz abandonou a densidade e profundidade do tempo, desencadeando a impossibilidade de simbolizar a ausncia e, portanto, gerando depresso, isto , a melancolia. A sociedade narcisista desvaloriza culturalmente o passado, no sendo surpreendente que este aparea sob a forma da "nostalgia", como se o passado fosse o mesmo que velhos estilos e velhas modas sempre repostos pelo mercado como um bem de consumo voltil. De fato, sem interesse pelo passado, o narcisista tambm no se interessa pelo futuro, achando difcil a interiorizao de associaes e de lembranas felizes com as quais poderia enfrentar a velhice que, no seu entender, sempre traz tristeza e dor. A incapacidade para atar os laos do passado e do futuro coloca a sociedade e os indivduos na mesma condio de Narciso, incapaz de amadurecer. Tambm a ameaa de catstrofes (de guerras de extermnio geral, desastres ecolgicos irreversveis, surgimento de novos vrus etc.) tornou-se uma preocupao cotidiana. E, assim, justifica-se viver o momento, o viver para si, e no para as geraes futuras. Perdeu-se o sentido de continuidade histrica, na qual as geraes se sucediam do passado para o futuro. A sociedade sem futuro se dispe a um narcisismo coletivo. Nessa cultura do individualismo competitivo, o indivduo levado pelo desejo desenfreado da felicidade, identificada ao sucesso, sendo este identificado supremacia pela eliminao do outro (eliminao que, se no fsica, moral e profissional). O ncleo da sociedade narcisista a necessidade do espelho, isto , das imagens. O indivduo da cultura do narcisismo aquele que depende do espelho dos outros para validar sua precria ou inexistente autoestima, trao que, como vimos, marca indelevelmente o melanclico. Ficando a ss consigo mesmo, cresce sua insegurana, pois ele precisa de plateia e admirao. Se tomarmos a relao dos indivduos com as imagens produzidas pelos instrumentos produtores de realidade virtual e pelos outros meios de comunicao de massa, veremos repetir-se exatamente o que se passa no mito de Narciso. A imagem miditica, espelho que reflete uma imagem que deve ser desejada ou desejvel, , por sua irrealidade, inteiramente inalcanvel. H um abismo entre o dever-ser da imagem e o ser do indivduo que, identificando-se com a imagem, sente-se distante de si e experimenta uma perda contnua. Isso tanto mais relevante para compreendermos a extenso assumida pela melancolia (com o nome de depresso) quanto mais levarmos em conta que as mensagens miditicas, visando seduo, operam com simulacros, imagens do real intensificado, dotado de uma aparncia mais real do que o prprio real, para torn-lo absolutamente desejvel. Isso significa que a identificao por meio do espelho ou da imagem inalcanvel e absoluta impossibilita uma identidade pessoal positiva ou afirmativa e instaura uma identidade negativa ou por falta. Eis a razo por que um dos traos mais marcantes da experincia contempornea o autoexame corporal e psquico incessante com a finalidade de detectar imperfeies, incorrees e faltas por comparao com a imagem hiperreal ou virtual. No poderia ser mais bvia a consequncia: tem um nome preciso uma experincia contnua de falta e perda, de desconhecimento de si por identificao negativa com um outro que o prprio eu. Chama-se melancolia.Disponvel em: . Acesso em: 17 de mar. 2011. [Adaptado].

6.

Disponvel em: . Acesso em: 17 mar. 2011.

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Propostas de redao A Artigo de opinio O artigo de opinio um gnero do discurso argumentativo que tem a finalidade de expressar o ponto de vista do autor a respeito de um determinado tema. A validade da argumentao evidenciada pelas justificativas de posies assumidas pelo autor ao apresentar informaes e opinies que se complementam ou se opem. No texto, predominam sequncias expositivo-argumentativas. Suponha que voc foi convidado por um jornal de circulao local para escrever um artigo de opinio a respeito do papel do individualismo na formao do jovem contemporneo. Defenda seu ponto de vista, apresentando argumentos que evidenciem a oposio individualismo versus coletivismo. B Carta de leitor De natureza persuasivo-argumentativa, a carta de leitor um gnero discursivo no qual o leitor manifesta sua opinio sobre assuntos publicados em jornal, revista ou em outro veculo de comunicao, dirigindo-se ao editor ou ao autor de um texto publicado. O texto da carta caracterizado pela construo da imagem do interlocutor e por estratgias de convencimento. Os argumentos do autor buscam convencer o destinatrio a acatar o seu ponto de vista e suas ideias. Escreva uma carta de leitor a um jornal local, posicionando-se em relao s ideias sobre a cultura do individualismo e a manuteno de valores sociais, defendidas por Luiz Roberto Alves, professor titular do Programa de Ps-graduao em Administrao e coordenador acadmico da Ctedra de Gesto de Cidades da Universidade Metodista de So Paulo. Para construir seus argumentos, relacione dados e fatos que possam convencer o seu interlocutor a acatar o seu ponto de vista. Para escrever sua carta, considere as caractersticas interlocutivas prprias desse gnero.

NO IDENTIFIQUE O REMETENTE DA CARTA. C Conto O conto um gnero do discurso narrativo. Sua constituio formal pouco extensa. Essa caracterstica de sntese exige um nmero reduzido de personagens, esquema temporal e espacial econmico e um nmero limitado de aes. O narrador elabora o ponto de vista que sustenta a trama. O enredo estabelece um nico conflito. No desenvolvimento do texto, o conflito poder ou no ser solucionado. Escreva um conto sobre o tema Entre a cultura do individualismo e a manuteno de valores sociais. Para escrever seu texto, imagine que voc seja um individualista radical e se v forado a viver uma experincia de coletividade extrema. A histria que voc vai criar deve estabelecer um conflito que envolva a oposio individualismo versus coletivismo.

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