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1 Série Metodologia SENAI de Educação Profissional Projetos Integradores Brasília, 2014

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  • 1

    Srie Metodologia SENAI de

    Educao Profissional

    Projetos Integradores

    Braslia, 2014

  • 2

    CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Robson Braga de Andrade Presidente

    DIRETORIA DE EDUCAO E TECNOLOGIA DIRET

    Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramaccciotti

    Diretor de Educao e Tecnologia

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI

    Conselho Nacional

    Robson Braga de Andrade

    Presidente

    SENAI Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral

    Sergio Moreira Diretor Adjunto

    Gustavo Leal Sales Filho

    Diretor de Operaes

  • 3

    Sumrio

    Apresentao...............................................................x

    1. Introduo...........................................................x

    2. Sobre os Projetos Integradores...............................x

    3. Benefcios e Oportunidades.....................................x

    4. Implementao de Projeto Integrador......................x

    5. Etapas.................................................................x

    6. Referenciais para Implementao............................x

    7. Consideraes Finais..............................................x

    8. Referncias..........................................................x

    APRESENTAO

  • 4

    Em 2013, o Departamento Nacional, comprometido com a revitalizao da

    formao com base em competncias, realizou, com a participao dos

    Departamentos Regionais, ampla reviso dos documentos metodolgicos

    existentes, de forma a reuni-los em um nico documento que possibilitasse

    uma viso global do modelo educacional do SENAI, adotado desde 2002.

    Esse processo culminou no lanamento, em agosto de 2013, da Metodologia

    SENAI de Educao Profissional, que compreendeu, alm da reunio dos

    mtodos existentes, a incluso de exemplos que favorecessem o

    entendimento da relao entre PERFIL PROFISSIONAL DESENHO

    CURRICULAR PRTICA DOCENTE. A perspectiva adotada foi a de uma

    formao voltada para a mobilizao de competncias, capaz de suportar e

    integrar as diferentes realidades e experincias regionais, posicionando-se

    de forma alinhada tanto aos aspectos vigentes da legislao educacional,

    quanto s exigncias contemporneas sinalizadas pelo mundo do trabalho.

    Desde ento, identificou-se a oportunidade de aprofundar alguns temas

    com vistas a promover a implantao plena da Metodologia. Vislumbrou-se

    ento uma ocasio favorvel ao avano conceitual e metodolgico por meio

    da criao da SRIE METODOLOGIA SENAI DE EDUCAO PROFISSIONAL.

    Nesse sentido, o presente documento inaugura a Srie Metodologia SENAI

    de Educao Profissional, com o tema PROJETO INTEGRADOR, buscando

    orientar os Departamentos Regionais na implantao dessa estratgia de

    aprendizagem que assume destacado grau de importncia para uma prtica

    pedaggica aderente ao modelo educacional preconizado pela instituio.

    Vale enfatizar que as orientaes aqui apresentadas referem-se

    exclusivamente ao desenvolvimento de Projetos Integradores, e no s

    outras Estratgias de Aprendizagem Desafiadoras indicadas na Metodologia

    SENAI de Educao Profissional. No significando que as demais estratgias

    de aprendizagem devam ser excludas da prtica docente.

    O presente documento tem apenas o objetivo de difundir esse modelo de

    estratgia que, tendo em vista a sua complexidade, atende a todos os

    fundamentos e princpios da Metodologia SENAI de Educao Profissional,

    afigurando-se, portanto, como uma oportunidade mpar para promovermos

    avanos no campo de uma prtica pedaggica mais eficaz, significativa,

    integradora e contextualizada.

    Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti

    Diretor de Educao e Tecnologia

    1. INTRODUO

  • 5

    A prtica pedaggica com base no desenvolvimento de Projetos teve seus

    primeiros passos no incio do sculo XX, com o criador da Pedagogia de

    Projetos, John Dewey. Naquela poca, o objetivo era fazer com que a

    educao fosse um processo de vida e no apenas uma preparao para a

    vida futura, cheia de contedos especficos e desarticulados com a realidade

    presente. A escola, conforme as ideias do educador, deveria representar o

    agora, a vida prtica dos alunos, a sociedade que eles estavam enfrentando

    naquele momento.

    As caractersticas que faziam parte da proposta de Dewey eram a

    Intencionalidade, a Flexibilidade, a Originalidade e a Interdisciplinaridade.

    Com essas caractersticas, a Pedagogia de Projetos constitua-se em um

    percurso definitivo para evitar a fragmentao do ensino. O desafio seria

    contrapor-se ao sistema de educao vigente, com os seus contedos

    formativos transmitidos de forma segmentada e sem conexo com a

    realidade, com uma viso tradicional do ensino, com estratgias baseadas

    na repetio e na memorizao.

    No Brasil, o trabalho com projetos, incialmente concebido por John Dewey e

    tambm por William Kilpatrick, filsofos e educadores americanos

    envolvidos com os movimentos de mudanas na educao tradicional e com

    os movimentos curriculares mais progressistas da primeira metade do

    sculo XX, teve as suas primeiras discusses no mbito do movimento da

    Escola Nova, por volta de 1930, com Ansio Teixeira e Loureno Filho. A

    Escola Nova refere-se ao movimento educacional que enfatizava a utilizao

    de mtodos ativos de ensino e aprendizagem.

    A escola comeava a ter como foco principal a formao de indivduos

    preparados para a insero no mundo do trabalho. As estratgias de carter

    mais ativo e que proporcionavam mais autonomia aos alunos, como, por

    exemplo, a pedagogia de projetos, comeavam a se firmar como uma

    prtica pedaggica consolidada. No entanto, a partir da Segunda Guerra

    Mundial, essas mudanas ficaram estagnadas, e s retornaram por volta

    dos anos de 1980, com o auge do Construtivismo, e os projetos voltaram a

    fazer parte da pauta das discusses pedaggicas. (FERNANDES, 2011)

    Na dcada de 1990, se estabelece no Brasil o trabalho com projetos com o objetivo de repensar as teorias e as prticas educativas

    como um caminho para reorganizar o cotidiano escolar, resgatando o que j havia sido

    proposto por John Dewey h 100 anos. Assim, mesmo que esquecida por muitos anos, a Pedagogia de Projetos, vem sofrendo

    adaptaes devido s transformaes que emergem na contemporaneidade. (FERNANDES, 2011, p. 46)

  • 6

    Considerando as adaptaes no trabalho com projetos, realizadas ao longo

    do tempo, consolida-se o conceito de que o trabalho pedaggico ancorado

    em Projetos Integradores compreende uma estratgia de trabalho flexvel,

    onde a nfase est na organizao do conhecimento e na forma como ele

    alcanado, favorecendo a sua mobilizao e articulao, assim como das

    atitudes e das habilidades, caractersticas intrnsecas ao conceito de

    competncia.

    A Metodologia SENAI de Educao Profissional preconiza uma prtica

    docente aderente ao modelo pedaggico comprometido com o

    desenvolvimento das competncias profissionais requeridas pelo mundo do

    trabalho, permitindo aos alunos, no processo de formao profissional,

    mobilizarem os seus conhecimentos na gerao de novas ideias,

    exercitando importantes capacidades para o seus desempenhos

    profissionais, como pensamento criativo, a autonomia e a proatividade.

    Dessa forma, o trabalho pedaggico com Projetos Integradores contribui

    consistentemente para o alcance dos objetivos educacionais indicados para

    Metodologia SENAI de

    Educao Profissional

    Mediao da aprendizagem

    Desenvolvimento de capacidades

    Interdisciplinaridade

    Contextualizao

    nfase no aprender a aprender

    Proximidade entre o mundo do trabalho e as prticas sociais

    Integrao entre teoria e prtica

    Incentivo ao pensamento criativo e inovao

    Aprendizagem significativa

    Avaliao da aprendizagem com funo diagnstica,

    formativa e somativa

  • 7

    o modelo educacional proposto, assegurando a qualidade da formao

    profissional empreendida pelo SENAI.

    As outras Estratgias de Aprendizagem Desafiadoras, vale dizer, o Estudo

    de Caso, a Pesquisa e a Situao-Problema, devero ser constantemente

    utilizadas, de acordo com o planejamento dos docentes, com os objetivos

    que se almejam em determinado momento do curso, com as condies de

    tempo, de espao e de infraestrutura, enfim, conforme as decises de

    carter metodolgico e curricular tomadas pelos docentes, conjuntamente

    com seus pares e equipes de coordenao pedaggica.

    O trabalho pedaggico com foco no desenvolvimento de Projetos

    Integradores reorganiza significativamente os processos de ensino e de

    aprendizagem, quebrando, definitivamente a rigidez do currculo organizado

    por disciplinas, onde os contedos so, muitas vezes, organizados de

    forma fragmentada.

    Quando este currculo, desarticulado da realidade, colocado em prtica na

    sala de aula, as atividades de ensino e aprendizagem acabam repetindo

    esse padro de compartimentalizao do conhecimento. Como Hernandez

    (HERNNDEZ, 1998a) enfatiza,

    essa modalidade de articulao dos

    conhecimentos escolares uma forma de

    organizar a atividade de ensino e

    aprendizagem, que implica considerar que tais

    conhecimentos no se ordenam para sua

    compreenso de uma forma rgida, nem em

    funo de algumas referncias disciplinares

    preestabelecidas ou de uma homogeneizao

    dos alunos. (HERNNDEZ, 1998a, p. 61)

    A prtica com Projetos Integradores permite, de forma concreta, o

    necessrio dilogo entre as diferentes unidades curriculares, e dessas

    unidades com a realidade do mundo do trabalho, inserindo o aluno no

    contexto da tecnologia e da cincia, da construo do conhecimento, da

    autoria, da curiosidade, da investigao, da descoberta e da motivao

    intelectual.

    O Projeto Integrador uma das Estratgias de Aprendizagem Desafiadoras

    propostas pela Metodologia SENAI de Educao Profissional, que apresenta-

    o com o seguinte conceito

    O projeto a explicitao de um conjunto de aes planejadas, controladas e executadas com objetivos claramente definidos, dentro de

    um perodo limitado de tempo, com incio e fim estabelecidos. Caracteriza-se pela flexibilidade e

  • 8

    abertura ao imprevisvel, podendo envolver

    variveis e contedos no identificados a priori e emergentes no processo. (SENAI, 2013a, p. 138)

    Os projetos podem ser propostos pela instituio por meio de diversas

    estratgias, e devem simular situaes tpicas do mundo do trabalho. Nesse

    caso, assumem um carter interdisciplinar, uma vez que os seus eixos

    organizadores so as Capacidades Tcnicas, Sociais, Organizativas e

    Metodolgicas de vrias Unidades Curriculares que, inseridas em um

    contexto desafiador e significativo, despertam o interesse do aluno.

    Os Projetos tambm podem ser construdos a partir de problemticas

    apresentadas pelos alunos, que compartilham entre si todas as decises,

    desde a concepo at a avaliao dos resultados. Nesse processo, os

    alunos, como autores do projeto, so pessoas que pensam, descrevem e

    atuam em sua realizao, desenvolvendo aes e produzindo resultados.

    Avaliam se os resultados obtidos satisfazem as intenes desejadas, se

    respondem s perguntas iniciais, se h necessidade de reformul-las ou de

    elaborar novas perguntas. (adaptado de SENAI, 2013a, p. 138 e 139)

    O Projeto Integrador reveste-se de uma intencionalidade altamente

    contextualizada e interdisciplinar. Sua prtica, de forma sistematizada,

    pode, tanto desenvolver, quanto consolidar a aprendizagem, pode tanto ser

    utilizada durante os primeiros mdulos, quanto nos mdulos finais. Pode ser

    utilizada durante todo o curso, como a espinha dorsal do currculo. Pode ter

    um carter de culminncia do curso, pode inclusive ser utilizada como a

    estratgia para o TCC (Trabalho de Concluso de Curso). Pode assumir um

    carter inovador, de ineditismo, ou pode assumir outros objetivos, como

    por exemplo, o de tornar um curso mais atrativo, mais motivador. Enfim,

    so diversas as possibilidades, que mantm entre si as mesmas bases

    conceituais e metodolgicas.

    2. CARACTERSTICAS DO PROJETO INTEGRADOR

  • 9

    De forma sinttica, algumas caractersticas definem o Projeto Integrador,

    so elas:

    Para ilustrar e esclarecer algumas diferenas entre a forma de ensino e

    aprendizagem que est toda fundamentada em um currculo de natureza

    Faz, necessariamente, parte do processo de ensino e de

    aprendizagem, e deve envolver, no mnimo, duas Unidades

    Curriculares. realizado de forma inserida ao processo formativo do

    aluno, sob orientao, como parte das atividades integrantes do

    curso. Tem sua carga horria contemplada dentro das cargas

    horrias das Unidades Curriculares, de forma inerente ao currculo.

    planejado, desenvolvido, monitorado e avaliado, dentro de um

    limite de tempo, com incio e fim estabelecidos. Suas propostas

    (objetos de trabalho) podem ser originadas pelos alunos e/ou pelos

    docentes, ou ainda de ambos, de forma negociada. Requer um

    planejamento integrado, e um constante alinhamento entre

    docentes e equipe pedaggica.

    Assume a caracterstica de uma prtica educacional que deve

    necessariamente relacionar e trabalhar de forma integrada, flexvel,

    interdisciplinar e contextualizada a teoria e a prtica, propiciando

    uma viso sistmica do processo formativo referente a um

    determinado curso, bem como permitir a avaliao de mais de uma

    Unidade Curricular ao mesmo tempo.

  • 10

    disciplinar daquela que est baseada na proposta de um currculo

    integrador, contextualizado e que se utiliza de estratgias desafiadoras,

    podemos ver como se apresentam distintamente as situaes e expresses

    a seguir: (adaptado de HERNNDEZ, 1998b, p. 57)

    Currculo centrado nas disciplinas

    Currculo centrado em problemas interdisciplinares

    Conceitos disciplinares Temas ou problemas

    Objetivos e metas curriculares Desafios

    Conhecimento cannico ou estandardizado

    Conhecimento construdo

    Unidades centradas em conceitos disciplinares

    Unidades centradas em temas ou competncias

    Lies Projetos

    Pergunta Resposta Problema - Soluo

    Estudo individual Grupos pequenos que

    trabalham por projetos

    Livros-texto Fontes diversas

    Centrado na escola Centrado no mundo real e na

    comunidade

    O conhecimento tem sentido por si mesmo

    O conhecimento em funo da pesquisa, da soluo

    Avaliao mediante provas e testes

    Avaliao construda por meio de portflios, transferncia e

    apropriao de contedo

    O docente como especialista O docente como facilitador

    3. BENEFCIOS E OPORTUNIDADES

  • 11

    Por meio do trabalho com os Projetos Integradores possvel ampliar a

    cooperao com a indstria. Os projetos podem ser desenvolvidos de

    acordo com a necessidade do setor produtivo, seja uma necessidade

    temtica ou pontual. Estreita-se, assim, o relacionamento, e proporciona

    Unidade Escolar a possibilidade de conhecer mais detalhadamente o setor

    produtivo que a cerca, suas demandas e suas caractersticas, assim como

    permite s empresas conhecer e usufruir dos servios e das aes

    desenvolvidas pelo SENAI.

    Podem ser incentivadas as parcerias para aquisio de insumos, para a

    utilizao de infraestrutura especfica, podem ser realizadas visitas tcnicas,

    e serem negociados servios e consultorias.

    interessante que, quando da apresentao dos resultados provenientes da

    concluso dos Projetos Integradores, sejam convidados os representantes

    do setor, vislumbrando inclusive a possibilidade de transferncia de

    tecnologias desenvolvidas (por exemplo, os casos exitosos de projetos

    oriundos do Programa INOVA SENAI). Dessa forma, consolida-se a viso do

    SENAI como um provedor de solues, e uma relao de ganha-ganha,

    entre escola e indstria.

    Em muitos casos, vale lembrar que os empresrios ainda tm de ser

    conquistados, com o intuito de que haja fluxo de temas para projetos

    demandados.

    SOLUES INDSTRIA

    SENAI

    DESAFIOS - PROBLEMAS

  • 12

    Os Projetos Integradores, por levar discusso temas atuais e

    contextualizados, podem tambm incrementar os currculos. bastante

    relevante a dificuldade que se tem hoje em atualizar os currculos, tendo

    em vista um nmero muito grande de cursos e programas formativos.

    O Projeto Integrador possibilita a atualizao do currculo em tempo real. O

    aluno passa a ser agente nesse processo de atualizao curricular. Muitas

    vezes os contedos formativos necessrios execuo do projeto no esto

    previamente definidos e descritos na Ementa da Unidade Curricular e, por

    meio dos projetos integradores abre-se espao para aspectos imprevisveis,

    para questes que no foram anteriormente planejadas e que merecem

    ateno especial justamente pela sua relevncia. Desta forma, essas

    necessidades devero ser tratadas de forma concomitante ao

    desenvolvimento dos projetos, atualizando e incrementando os currculos.

    Conforme vimos, todo o potencial dos Projetos Integradores proporciona

    claramente instituio a capacidade de aprimorar e fortalecer o

    processo formativo, de acordo com o preconizado pela Metodologia SENAI

    de Educao Profissional. O desenvolvimento de capacidades tcnicas e de

    capacidades sociais importantes para o desempenho profissional, a

    capacidade de solucionar problemas, viso sistmica, responsabilidade

    frente aos riscos, tomada de deciso, disciplina, a capacidade de inovar e de

    pensar criativamente, a promoo do empreendedorismo no aluno, enfim,

    uma srie de capacidades encontram nos Projetos Integradores um espao

    profcuo para os seus exerccios.

    Outro ponto forte dos Projetos Integradores a oportunidade de se

    fortalecer a equipe envolvida com a Prtica Docente. H a necessidade de

    se ter uma equipe integrada para implementar a Metodologia SENAI, e da

    mesma forma, os projetos. H, por decorrncia, a necessidade de docentes

    que atendam ao perfil de orientadores de projetos e de facilitadores.

    Vislumbra-se a possibilidade de aperfeioamento profissional desses

    docentes, por meio da aproximao com os setores produtivos e com um

    ambiente de inovao. Por outro lado, fortalece a funo da coordenao

    pedaggica e a relao desta com os demais envolvidos, ao mesmo tempo

    em que demandada uma necessidade de atualizao, maior planejamento

    e domnio dos temas e maior integrao com outras realidades, com os

    alunos e entre os docentes.

    Alguns projetos podero ter uma caracterstica fortemente marcada por

    questes inovadoras. Principalmente quando a problemtica do projeto, ou

    seja, a situao desafiadora, for decorrente de uma realidade e/ou

    dificuldade do setor industrial. Dessa forma, os Projetos Integradores

    acabam promovendo o fortalecimento da cultura da inovao, inserindo-a

    nas discusses e nas aes desenvolvidas no mbito curricular. Alguns

    projetos podero ter o como resultado a criao de tecnologias inovadoras,

  • 13

    podendo, inclusive, recomendar a gerao de patentes e a transferncia de

    tecnologias, desenvolvidas na escola, para os setores industriais.

    As oportunidades e os benefcios no se esgotam nos itens que foram aqui

    observados. As Unidades Operacionais, ao implementarem essa prtica

    pedaggica, certamente observaro outros tantos aspectos positivos. Em

    que pese todos eles, os desafios tambm so relevantes, j que se trata de

    um modelo de atuao que impe uma nova forma de organizao e de

    gesto das aes educacionais.

    Vale enfatizar, a ttulo de um maior detalhamento, algumas particularidades

    (adaptado de HERNNDEZ, 1998b) referentes aos projetos integradores que

    nos remetem ao seu campo conceitual, todas elas associadas tambm aos

    seus aspectos metodolgicos, e que anunciam as necessidades de se criar

    condies para a implementao dessa iniciativa:

    os projetos vo alm dos limites curriculares, criando uma condio

    frtil para novos contedos formativos;

    os projetos inserem-se em um modelo pedaggico que implica,

    necessariamente, a realizao de atividades prticas;

    PROJETOS INTEGRADORES

    MOTIVAR DOCENTES E

    ALUNOS

    AMPLIAR COOPERAO

    COM A INDSTRIA

    ATUALIZAR OS CURRCULOS

    FORTALECER A CULTURA DE INOVAO

    FORTALECER A EQUIPE

    ESCOLAR

  • 14

    os temas selecionados para o trabalho, ou seja, as problemticas,

    devem ser apropriados aos interesses e ao estgio de

    desenvolvimento dos alunos;

    para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, podem ser

    realizadas experincias de primeira mo como visitas tcnicas, a

    presena de convidados na sala de aula, etc;

    como parte do desenvolvimento dos projetos integradores deve ser

    feito algum tipo de pesquisa;

    necessita-se trabalhar estratgias de busca, ordenao e estudo de

    diferentes fontes de informao;

    os projetos integradores implicam atividades individuais, grupais e de

    classe, em relao s diferentes habilidades e conceitos que so

    aprendidos;

    deve ser escolhido um percurso por um tema-problema que favorea

    a anlise, a interpretao e a crtica;

    deve ser construdo um ambiente favorvel para o desenvolvimento

    dos projetos integradores, onde deve predominar a atitude de

    cooperao, e onde o docente deve se comportar como um

    facilitador, e no s como um especialista;

    deve ser priorizado um trabalho que procura estabelecer conexes e

    que questiona a ideia de uma verso nica da realidade;

    cada projeto integrador singular, e para o seu desenvolvimento so

    buscados diferentes tipos de informao;

    em uma perspectiva de trabalho com projetos integradores, deve-se

    estar claro que h diferentes formas de aprender aquilo que

    queremos ensinar;

    trata-se de uma forma de aprendizagem na qual se leva em

    considerao que todos os alunos podem aprender, se encontrarem o

    lugar (condio) para isso;

    uma abordagem que se aproxima, de forma atualizada, dos

    problemas experienciados pelo mundo do trabalho.

    4. IMPLANTAO DE PROJETOS INTEGRADORES

  • 15

    No h definies nicas e procedimentos semelhantes aplicveis da mesma

    forma para a implantao de Projetos Integradores. imprescindvel que

    os Departamentos Regionais aproveitem as suas experincias j

    desenvolvidas no desenvolvimento de projetos, e conforme a realidade de

    cada um, apliquem os conceitos e as orientaes metodolgicas aqui

    apresentadas. A proposta, com a elaborao desse documento, incentivar

    e apoiar a implementao dessa prtica pedaggica de forma sistematizada

    por meio de subsdios conceituais e metodolgicos.

    Alguns Departamentos Regionais, por exemplo, utilizam o Projeto

    Integrador como uma forma de avaliar se o aluno de fato apreendeu todas

    as unidades curriculares ministradas durante o curso. O Projeto Integrador

    desenvolvido por toda a turma e consiste em uma problemtica nica

    para todos que envolve a rea do curso escolhido, servindo como projeto

    final. O desafio pode ser uma escolha dos alunos, ou propiciado pelos

    docentes.

    H casos em que o Projeto Integrador vai funcionar com uma espinha

    dorsal do currculo, atraindo todos os contedos formativos para a sua

    execuo. Isso significa que todo o curso estar envolvido praticamente

    com uma nica Estratgia de Aprendizagem Desafiadora, que vai

    permanecer durante todo o curso, desde as primeiras Unidades Curriculares

    at as finais. So Projetos que assumem um carter de culminncia do

    curso. O resultado do projeto pode ser utilizado, inclusive, para fins

    avaliativos. Nesse sentido, vemos tambm a possibilidade do Projeto

    Integrador surgir como uma alternativa de trabalho pedaggico relacionado

    ao TCC. O aluno, em muitos desses casos, j passou por todas as Unidades

    Curriculares, e para concluir o curso, deve preparar e executar um Projeto.

    As Unidades Escolares podem optar por desenvolver um projeto a partir da

    definio de um problema eixo, ou seja, um tema que tem a condio de

    vincular diferentes capacidades e conhecimentos, de faz-los se relacionar,

    em diferentes graus de abrangncia e de profundidade, os quais confluem

    numa proposta de trabalho que facilita o estudo e a compreenso, e que,

    tanto para os alunos e docentes, promove a motivao, a curiosidade e o

    comprometimento. Essa definio pode vir de diferentes origens, como

    veremos mais adiante. O Projeto pode ser realizado desde o primeiro

    semestre at o final do curso, pode ser realizado somente no mdulo

    bsico, pode ser realizado entre duas ou trs unidades curriculares de um

    mdulo especfico, enfim, o momento adequado pode ser variado, vai

    depender da organizao e do planejamento da equipe escolar.

    Todas as varincias podem ser acolhidas pela prtica dos Projetos

    Integradores. Um projeto para o Mdulo Bsico, ou um Projeto ao final do

  • 16

    curso, ou um Projeto para duas ou trs Unidades Curriculares de Mdulos

    Especficos. Formatos que, inclusive, podem integrar a educao bsica com

    a educao profissional. No entanto, importante enfatizar, que os

    fundamentos conceituais devem ser preservados e as questes

    metodolgicas e de implementao devem ser avaliadas.

    5. ETAPAS

    Nesse momento sero apresentadas algumas etapas de carter

    metodolgico, com a finalidade de subsidiar o Departamento Regional e as

    suas respectivas Unidades Operacionais na concepo, no planejamento, na

    execuo e na avaliao das atividades referentes ao desenvolvimento dos

    Projetos Integradores.

    Tais etapas, e seus detalhamentos, caracterizam-se principalmente como

    norteadores para a realizao do trabalho com os projetos. Tratam-se de

    aspectos metodolgicos, todavia, sem carter prescritivo. So observaes,

    sugestes e recomendaes que guardam entre si os mesmos fundamentos

    e objetivos, e que inclusive esto alinhados aos princpios estabelecidos na

    Metodologia SENAI de Educao Profissional, mais especificamente no seu

    captulo sobre a Prtica Docente.

    O Projeto Integrador pode organizar o currculo, na prtica, de forma

    antecipada e planejada, com a proposta de integrar as unidades de forma

    previamente definida, quando a coordenao pedggica, por ocasio do

    planejamento do ensino, provocar o corpo docente a introduzir a

    problemtica, ou seja, a situao desafiadora.

    Em outro sentido, os projetos podem partir da criatividade ou da

    curiosidade dos alunos, e muitas vezes at de demandas especficas

    vivenciadas por eles em seus respectivos trabalhos. Desta forma, a situao

    desafiadora ser definida a partir de uma necessidade ou vontade do

    prprio aluno, permitindo assim, em um dado momento, assumir uma

    funo de reorganizao do currculo, ou melhor, assumindo a possibilidade

    de organiz-lo de outra forma, e de increment-lo. Isso acontece quando,

    por exemplo, uma determinada situao desafiadora passa a requerer o

    desenvolvimento de capacidades e o desempenho do aluno que no

    estavam anteriormente definidas nas ementas curriculares, mas que

    certamente fazem parte do escopo do Perfil Profissional da Ocupao. De

    qualquer forma, os projetos propostos pelos alunos devem ser analisados e,

    quando viveis, acolhidos pelos docentes e coordenao pedaggica,

    inserindo-0s na proposta curricular.

    Um ponto de extrema importncia refere-se ao fato de que o Projeto

    Integrador deve ser tratado como uma Estratgia de Aprendizagem

  • 17

    Desafiadora, contemplando todas as etapas do desenvolvimento das

    Situaes de Aprendizagem, conforme apresentamos a seguir:

    Todas as etapas devem fazer parte do Projeto Integrador, com a

    possibilidade de algumas adaptaes necessrias, quando for aplicvel. O

    detalhamento sobre cada uma dessas etapas, com exemplos e, inclusive,

    com a demonstrao de utilizao de formulrio, pode ser encontrado no

    texto da Metodologia SENAI de Educao Profissional, no item Orientaes

    para Planejar e Desenvolver a Prtica Docente.

    vlido ressaltar que a utilizao dos Projetos Integradores na prtica

    pedaggica no deve substituir as outras Estratgias de Aprendizagem

    Desafiadoras propostas na Metodologia SENAI de Educao Profissional: o

    estudo de caso, a pesquisa aplicada e a situao-problema. Cada

    uma dessas estratgias deve ser considerada pelo docente, e cada uma

    delas tem as suas caractersticas e potenciais. Cabe ao docente e equipe

    pedaggica, de forma planejada e intencional, selecionar as melhores

    estratgias para o desenvolvimento das capacidades definidas no desenho

    curricular do curso, sem deixar de considerar a relao que deve existir

    Seleo e Planejamento da Estratgia de Aprendizagem Desafiadora.

    Seleo e Planejamento da Estratgia de Aprendizagem Desafiadora.

    Seleo e Organizao dos Fundamentos Tcnicos e Cientficos e ou das Capacidades Tcnica, Sociais, Organizativas e Metodolgicas.

    Seleo e Organizao dos Conhecimentos.

    Proposio de Critrios de Avaliao.

    Definio de Estratgias de Ensino.

    Definio das Intervenes Mediadoras.

    Seleo e ou Elaborao de Recursos Didticos e outros recursos necessrios

    Seleo de Ambientes Pedaggicos

    Seleo de Tcnicas e Instrumentos de Avaliao

  • 18

    entre a complexidade peculiar de cada estratgia e o estgio de

    desenvolvimento e de formao do aluno.

    Os Projetos Integradores podem, inclusive, tambm ser utilizados pelos

    Departamentos Regionais para apoiar a implantao dos Itinerrios

    Nacionais, como medida para promover os ajustes necessrios no currculo,

    para atender demandas especficas de um determinado setor ou

    caractersticas regionais, por meio da proposio de problemas e desafios

    atinentes a essas demandas.

    No entanto, entendido como uma alternativa, no se deve perder de vista

    que parte do currculo, e que assim merece todas as consideraes e

    orientaes referentes ao tema, j estabelecidas na Metodologia SENAI de

    Educao Profissional. Por exemplo, tais alternativas devem ter uma relao

    estreita com o Perfil Profissional e com o seu projeto formativo, ou seja, as

    capacidades que sero definidas, desenvolvidas e avaliadas devem guardar

    uma relao estreita e de complementaridade com aquelas definidas no

    desenho curricular do curso em pauta.

    Estimular os alunos, preparar o ambiente, e disseminar a proposta

    Sensibilizao

    Momento de planejamento, ajustes, e definio das regras

    Planejamento Execuo do projeto, quando se inicia mais fortemente as atividades dos alunos

    Desenvolvimento

    Concluso

    Finalizao do projeto e apresentao dos resultados

    ETAPAS

    AvaliaoEtapas concomitantes

    e interdependentes

    ETAPA - SENSIBILIZAO

  • 19

    A etapa de Sensibilizao, o momento ideal para que sejam promovidos

    os esclarecimentos, em todos os nveis funcionais, acerca da estratgia que

    ser utilizada, do trabalho que ser desenvolvido e das atribuies de todos

    os envolvidos. imprescindvel tambm que o aluno receba todos os

    esclarecimentos e informaes sobre as atividades inerentes ao

    desenvolvimento dos Projetos.

    necessrio que durante a Sensibilizao defina-se e explicite-se o que se

    quer com os Projetos Integradores, quais os objetivos que sero

    alcanados, os desafios que sero atendidos, as expectativas dos

    envolvidos, enfim, qual o propsito geral desse tipo de trabalho pedaggico.

    a oportunidade para motivar o aluno, tornar atrativa a atividade que ser

    desenvolvida. nesse momento, que se faz necessrio estimular o aluno,

    provoc-lo e desafi-lo, de forma mediada e adequada, e incentivar a sua

    participao. Esse um dos pontos centrais de qualquer metodologia que

    tenha como estratgia de ensino e aprendizagem o trabalho com projetos.

    O trabalho com projetos deve considerar o trabalho com alunos motivados.

    A sensibilizao requer a participao de toda a equipe escolar, e voltada

    a todos os envolvidos, no necessariamente somente os alunos. No se

    deve ter dvidas sobre a importncia do envolvimento de todos, e

    consequentemente, das providncias que devem ser tomadas para criar as

    condies para que isso acontea. E para que isso acontea, deve haver,

    necessariamente, o envolvimento das lideranas. Esse um item crtico

    para o xito dessa etapa.

    O trabalho com projetos deve

    considerar o trabalho com alunos

    motivados.

  • 20

    Recomenda-se tambm que essa etapa seja beneficiada com as atividades

    de apresentao dos projetos. Isto quer dizer que, a etapa final de um

    trabalho com projetos, que a de concluso dos trabalhos, pode ser

    considerada como parte de uma etapa de sensibilizao, dando

    continuidade ao fluxo apresentado. Dessa forma, por meio do trabalho

    desenvolvido por uma turma, por meio da sua ltima etapa, com a

    finalizao dos projetos, possvel envolver as turmas iniciais,

    sensibilizando os alunos. Caso a Unidade Operacional tenha interesse,

    possvel tambm sensibilizar representantes das empresas industriais

    instaladas na localidade, apresentando os trabalhos realizados pelos alunos

    e demonstrando as boas prticas formativas e de qualificao profissional,

    numa inteno clara de estreitamento das relaes com o setor produtivo.

    O envolvimento das lideranas um fator

    crtico de sucesso no trabalho pedaggico

    com Projetos Integradores.

    Recomendaes:

    Identificar as pessoas que estaro envolvidas com os

    Projetos Integradores.

    Identificar estratgias especficas para esclarecer e

    envolver as equipes e os alunos que estaro inseridos no

    trabalho com os Projetos Integradores, como, por

    exemplo, reunies pedaggicas, palestras motivacionais,

    visitas s empresas, feiras tecnolgicas, fruns de

    inovao, etc.

    Planejar as intervenes, estabelecendo cronograma,

    objetivos e participantes.

    Avaliar o impacto das intervenes.

    ETAPA - PLANEJAMENTO

  • 21

    Para a etapa de Planejamento prope-se uma srie de definies e de

    decises a respeito da forma como o Projeto Integrador ser desenvolvido.

    nesse momento que deve ser definido o tema de trabalho, ou seja, a

    problemtica do Projeto Integrador, a equipe que ser responsvel pela

    execuo das atividades e a forma como toda a execuo ser realizada,

    isto , como as atividades iro se integrar na rotina do curso. nessa etapa

    tambm que definida e elaborada a Situao de Aprendizagem (Projeto

    Integrador), de acordo com os preceitos e conceitos da Metodologia SENAI

    de Educao Profissional.

    vlido ressaltar, para um melhor entendimento sobre o encadeamento

    das aes, que a etapa de Planejamento, com suas respectivas definies,

    relaciona-se de forma interdependente com a etapa de Sensibilizao. A

    partir de algumas decises, tomadas no Planejamento, decorre a

    necessidade de uma srie de esclarecimentos, que devem ser feitos na

    Sensibilizao, pois so caractersticos dessa etapa. E certamente,

    resultados provenientes das atividades de sensibilizao vo tambm

    influenciar as decises caractersticas das atividades de planejamento. As

    duas etapas podem e devem ocorrer concomitantemente.

    Conforme a Metodologia SENAI de Educao Profissional, enfatizado que

    todo e qualquer projeto precisa de um planejamento inicial que considere a definio clara de seus objetivos, a anlise dos recursos

    necessrios, a facilidade para se conseguir tais recursos (sejam materiais, financeiros ou

    humanos), o tempo para a realizao das atividades planejadas, os riscos envolvidos, bem como a forma de monitorar as etapas

    propostas. (SENAI, 2013, p. 139)

    No entanto, talvez a principal definio seja a de se optar por um modelo ou

    por um tipo de Projeto Integrador. Vimos anteriormente que existem

    diversos formatos, que atendem a diversos objetivos. Nesse sentido, para

    um determinado curso, em uma Unidade Operacional, a primeira definio

    sobre qual o tipo de Projeto Integrador que ser implementado, isto , ser

    um projeto integrador com uma problemtica advinda de questes captadas

    do setor industrial ou de problemas indicados pelo docente, ou pelo prprio

    aluno. Ser desenvolvido no mdulo bsico ou ter um carter de

    culminncia do curso. So questes como essas que cercam o que aqui

    estamos chamando de tipo de Projeto Integrador. Depois dessa definio

    que sero planejadas as questes referentes ao seu desenvolvimento. A

  • 22

    etapa do Planejamento deve cumprir os seus objetivos e requisitos

    independentemente da opo do tipo de Projeto Integrador.

    Uma questo relevante, que deve ser respondida nessa etapa, est

    relacionada origem da problemtica, da ideia central por meio da qual

    sero definidos e descritos os desafios inerentes aos Projetos Integradores.

    Essa problemtica, a princpio, pode estar vinculada a diversas origens.

    Vejamos algumas delas na ilustrao a seguir:

    Apresentao

    Temticas provenientes de pesquisas, materiaisprospectivos, anlise de mercado e discussesdas Redes Tecnolgicas do SENAI

    Linhas temticas, identificadas a partir de visitastcnicas s indstrias, que esto atualmente napauta das discusses tcnicas setoriais

    A partir de um problema pontual, identificadopor meio do relacionamento com o setorprodutivo local, que requer soluo inovadora

    Proveniente dos alunos, a partir da identificaode problemas vivenciados nas suas prpriasrealidades de trabalho

    Proveniente dos alunos, quando motivados porquestes atuais que despertam seus interessespessoais em estud-las

    Proveniente dos docentes e/ou da equipetcnico-pedaggica do curso, a partir de suasexperincias, com foco no currculo

    De onde podem vir as ideias?

    Filtro

    Adequao CurricularMotivao dos alunosViabilidade

    Tcnica e Financeira

    pessoas, recursos e

    infraestrutura

    Propostas de Trabalho(Repertrio)

    O momento de planejamento do Projeto Integrador uma oportunidade

    privilegiada para se buscar ou para se estreitar os relacionamentos com o

    setor industrial. Sem dvida, esse relacionamento no se restringe a essa

    etapa, mas a partir daqui que boas e futuras experincias podem se

    concretizar.

    Considerando a riqueza dos temas, a profundidade dos problemas e,

    inclusive, a possibilidade de concretizar a aproximao com o mundo do

    trabalho, recomenda-se a busca por problemticas, por desafios, de forma

  • 23

    alinhada com as demandas por solues inovadoras advindas dos setores

    industriais.

    A possibilidade de se criar um repertrio de temas diretamente demandados

    da indstria torna a prtica do desenvolvimento de projetos integradores

    significativamente alinhada com as demandas do mundo do trabalho, com

    os problemas e as dificuldades vivenciados pelo setor produtivo. Essas

    demandas podem ser pontuais, ou seja, demandas j identificadas,

    relacionadas a um determinado problema ou dificuldade que a empresa

    esteja passando, e que exija uma soluo inovadora, de processo ou

    produto. Ou ainda demandas temticas, ou seja, temas que esto sendo

    debatidos e que fazem parte das discusses setoriais que requerem

    propostas criativas e inovadoras, sem que seja indicada especificamente

    uma questo ou alguma dificuldade mais pontual.

    Ao mesmo tempo, deve ser ressaltada a importncia da motivao do aluno

    para a realizao das atividades referentes aos Projetos, como fora tratado

    anteriormente. Mais ainda do que um projeto diretamente demandado da

    indstria e, portanto, potencialmente promotor de uma aprendizagem

    significativa e contextualizada, recomenda-se tambm privilegiar as

    preferncias e caractersticas dos alunos ou, ao menos, consider-las. Uma

    prtica pedaggica comprometida com uma forma de favorecer a

    aprendizagem a partir da realidade do mundo do trabalho no deve

    somente permanecer com esse objetivo. Ao negligenciar as caractersticas e

    motivaes dos alunos, corre-se o risco de insucesso. Como concluso,

    torna-se necessria a negociao, o dilogo com os alunos, o profundo

    conhecimento dos problemas, dos temas e, com isso, torna-se possvel e

    vivel a tomada de deciso de forma consensuada.

    Os subsdios para enriquecer essa negociao sobre o tema a ser

    desenvolvido nos Projetos Integradores so das mais diversas fontes:

    prospectiva do perfil profissional, o prprio perfil profissional, o desenho

    curricular, as tendncias de mercado, uma gama de assuntos

    disponibilizados em sites de associaes setoriais nacionais e de grandes

    empresas que informam sobre as indagaes que atualmente tem

    mobilizado as pessoas a buscarem solues inovadoras, as visitas s

    empresas, avaliaes de toda a turma do curso de carter diagnstico

    e, inclusive, informaes provenientes de entrevistas focais com os prprios

    alunos.

    Nesse momento, a atuao do docente deve contemplar a triagem dessas

    informaes, e garantir que o que ser desenvolvido est de acordo com o

    perfil de concluso de curso, e que sero desenvolvidas as mesmas

    capacidades em todas as equipes. O docente deve assegurar-se,

    principalmente, que o desafio colocado exequvel, tanto para os alunos,

    quanto para a Unidade Operacional, considerando a sua condio de

    infraestrutura e de recursos fsicos e humanos.

  • 24

    Portanto, a problemtica dos Projetos Integradores deve passar por esse

    processo de crtica, de avaliao de suas possibilidades de realizao. O

    tema a ser tratado deve estar adequado ao currculo, deve motivar os

    alunos e deve tambm ser vivel, do ponto de vista da prpria Unidade

    Escolar.

    O Planejamento deve contemplar decises tambm de carter mais

    operacional. Quantos alunos por equipe? Qual a capacidade de orientao

    do docente orientador, ou seja, quantos alunos por docente orientador? Os

    alunos podem fazer sozinho o trabalho? Quem e como se define quem vai

    fazer parte das equipes? Qual o tempo de durao do projeto? Em que

    momento do mdulo ou da Unidade Curricular ir comear o Projeto? Todas

    essas perguntas no tm uma resposta nica. Portanto, devem ser

    respondidas pelas pessoas envolvidas nas discusses e nas decises

    correspondentes. Os critrios para a tomada de deciso devem,

    primeiramente, ser estabelecidos, e a partir deles, as perguntas comeam a

    ser respondidas. Fica evidente que, a partir dessas necessidades de

    respostas, a etapa de Planejamento deve iniciar com reunies peridicas

    entre a equipe pedaggica e os docentes que iro participar do trabalho,

    pois assim as decises sero refletidas e tomadas considerando todos os

    pontos de vista dos envolvidos. Ao mesmo tempo, durante a planificao do

    trabalho, e mais precisamente durante a execuo dos Projetos, com uma

    equipe alinhada e trabalhando em sintonia, podero, de forma mais

    imediata e sem grandes dificuldades, serem realizados os ajustes

    necessrios, muitas vezes provenientes de encaminhamentos e atividades

    no previstas. E, sem dvidas, considerando as caractersticas do trabalho

    com Projetos Integradores, devido a um alto grau de probabilidade de

    ocorrncia de imprevistos, tero ajustes a serem feitos.

    Um bom planejamento requer

    uma equipe alinhada e

    trabalhando de forma sinrgica.

  • 25

    Com todos os assuntos definidos, o docente deve colocar no papel aquilo

    que se pretende fazer, ou seja, elaborar o seu planejamento fazendo os

    devidos registros. Ento, hora de elaborar o Plano da Situao de

    Aprendizagem. Para tanto, recomendamos seguir as observaes

    constantes da Metodologia SENAI de Educao Profissional, sobre como

    elaborar o Plano das Situaes de Aprendizagem, que vai evidenciar todas

    as definies, todas as decises acerca da forma como vai ser trabalhado os

    Projetos Integradores. Conforme preconiza a Metodologia,

    o planejamento docente envolve a tomada de deciso sobre um conjunto de aes que sero desenvolvidas no processo de ensino e

    aprendizagem. Os parmetros para isso so as experincias, as necessidades e os interesses

    dos alunos, juntamente com os objetivos e os contedos formativos da Unidade Curricular e

    ou do Mdulo. (SENAI, 2013, p. 118)

    Deve ficar claro, para o docente e para a coordenao/orientao

    pedaggica, assim como para os alunos, todos os itens que constam do

    Planejamento de uma Situao de Aprendizagem, conforme fora citado

    anteriormente.

    Recomenda-se, para registro dessas informaes, a utilizao do formulrio

    Plano da Situao de Aprendizagem, apresentado na Metodologia SENAI de

    Educao Profissional.

    E por fim, h mais dois aspectos importantes e que devem estar presentes

    nessa etapa. Quando o Projeto for estabelecido por meio de uma demanda

    do mundo do trabalho, recomenda-se que os contatos com as empresas

    sejam feitos de forma a deixar aberta a possibilidade de uma participao

    do setor industrial mais ativa, e que seja uma participao aderente

    concepo pedaggica em pauta, e ainda, que se crie de fato um

    relacionamento com a indstria, de carter educacional, formativo.

    E o segundo aspecto trata-se de uma recomendao, para que tambm na

    etapa de Planejamento sejam definidos os lderes desse processo, as

    pessoas que tero um papel fundamental nessa prtica, que tero a

    responsabilidade de coordenar as atividades, gerir o processo, e que sero

    as pessoas de referncia para os alunos e para os gestores. Os lderes

    devem ser definidos e, consequentemente, a sua liderana deve ser

    comunicada a todos os envolvidos.

  • 26

    Inicia-se nessa etapa uma atuao mais significativa do aluno. Trata-se da

    execuo efetiva do trabalho com projetos, com o incio das atividades das

    equipes de acordo com o previsto no Planejamento. A partir desse momento

    pode-se dizer que o trabalho com os Projetos Integradores entra em sala de

    aula, inserindo-se no programao do curso. Alm disso, inicia-se tambm,

    com mais intensidade, o processo avaliativo, de carter formativo, ou seja,

    todas as atividades que a partir da sero desenvolvidas podero subsidiar

    as avaliaes.

    Nesse momento, no incio dessa etapa, o aluno (ou melhor, a equipe) ter

    que planejar o seu projeto, elaborando o pr-projeto do Projeto

    Integrador. A elaborao de um plano faz parte do desenvolvimento do

    Recomendaes: Definir o tempo necessrio e o cronograma para que sejam

    realizadas as atividades de Planejamento.

    Proporcionar momentos de articulao entre os docentes e equipe

    pedaggica.

    Prever tempo e recursos adequados para a preparao das

    atividades que sero inerentes ao desenvolvimento dos Projetos

    Integradores.

    Definir a forma como vai ser gerada a problemtica para os

    Projetos.

    Coletar informaes, por exemplo, por meio de visitas tcnicas,

    para preparar os desafios que sero propostos.

    Definir as regras da Estratgia de Aprendizagem Desafiadora,

    registrar quantos projetos sero realizados, quantas equipes

    atuaro, quantos alunos por equipes, quando e como sero

    realizadas as atividades e os momentos de orientao, quais sero

    os docentes participantes, etc...

    Elaborar o Plano da Situao de Aprendizagem (conforme

    Metodologia SENAI de Educao Profissional).

    Prever os recursos (insumos, financeiros, etc...) que sero

    necessrios.

    Desenvolver um documento norteador voltado para os alunos,

    sobre os Projetos Integradores, em um formato de manual ou guia

    do aluno, explicando como ser realizado esse processo.

    ETAPA - DESENVOLVIMENTO

  • 27

    projeto, e deve ser feito em conjunto, equipe de alunos e docentes

    trabalhando em sintonia. O pr-projeto , em poucas palavras, a

    planificao do que vai ser desenvolvido, em uma perspectiva do aluno.

    Com objetivo, justificativa, metodologia, recursos, cronograma, e outros

    itens, que podem ser estabelecidos de acordo com as definies da Norma

    ABNT1, sobre como elaborar um projeto, o pr-projeto deve ser identificado

    tambm como uma boa oportunidade de se fazer uma entrega parcial.

    Considerando todo o tempo que o desenvolvimento do Projeto Integrador

    necessitar para ser concludo, importante que sejam definidas algumas

    entregas parciais, visando a motivao dos alunos pelo alcance progressivo

    dos resultados que podem, inclusive, serem seguidas de momentos

    avaliativos, como se fossem marcos do processo de ensino e aprendizagem

    que ser estabelecido a partir da realizao das atividades inerentes ao

    projeto. Nesse sentido, a concluso do pr-projeto pode ser definida como

    uma entrega parcial.

    Cada um com seu ponto de vista e com seus objetivos, os alunos ficam

    responsveis por esse planejamento do Projeto Integrador. Nota-se que a

    nfase aqui no planejamento que ser feito de acordo com a problemtica

    proposta, onde devero ser apresentados os passos que a equipe dar para,

    efetivamente, alcanar os objetivos propostos. Difere, portanto, do

    planejamento do Projeto Integrador do ponto de vista do docente, quando o

    mesmo deve, tambm em conjunto com os alunos, apresentar a proposta

    de atividade, a proposta da Estratgia de Aprendizagem Desafiadora. Desta

    forma, so dois produtos diferentes. Um deles, o planejamento das

    equipes, que se tem como resultado o pr-projeto, e que dever ser

    realizado na etapa de Desenvolvimento. O outro produto, o planejamento

    do docente, que tem como resultado a Situao de Aprendizagem, e que

    dever ser elaborada na etapa de Planejamento.

    Vale ressaltar que um bom planejamento deve assegurar a possibilidade de

    reformulaes durante os processos que sero desencadeados, logicamente

    sem o comprometimento da proposta como um todo, de forma a conferir

    flexibilidade e uma adequao precisa das aes que sero colocadas em

    prtica aos desafios impostos pela problemtica apresentada.

    O Desenvolvimento do Projeto Integrador deve, essencialmente, ocorrer

    dentro do processo formativo, isto , como parte da carga horria das 1 As normas da ABNT objetivam definir um padro nos trabalhos, promovendo a adoo de parmetros

    similares, facilitando a anlise e avaliao. As principais normas da ABNT que tratam dos trabalhos acadmicos so: NBR 14.724, de 2011, que especifica os princpios gerais para a elaborao e formatao dos trabalhos acadmicos e sua diviso em partes pr-textuais, textuais e ps-textuais; a NBR 15.287, de 2011, que especifica os princpios gerais para a elaborao do Projeto de Pesquisa; a NBR 10.520, 2002, que regulamenta a apresentao das citaes quanto sua forma; a NBR 6.023, de 2002, que trata da indicao das referncias utilizadas no trabalho e a NBR 6.024, de 2003, que apresenta o sistema de numerao progressiva das sees de um documento escrito.

  • 28

    Unidades Curriculares e dos seus respectivos Mdulos, para assim depender

    menos das disponibilidades dos docentes, dos alunos e das salas e

    laboratrios e dos equipamentos. Essa condio primordial para a

    sistematizao dos Projetos Integradores no mbito das Unidades

    Operacionais. A proposta aqui estabelecida a de que o trabalho com os

    Projetos Integradores deve fazer parte do processo de ensino e

    aprendizagem estabelecido em Plano de Curso, deve ser realizado,

    portanto, no decorrer do curso, isto , no decorrer do desenvolvimento do

    currculo. Os Projetos Integradores no devem ocorrer margem das

    atividades curriculares. De forma resumida, pode-se dizer que as aulas

    devem ser ministradas por meio do desenvolvimento dos projetos, ou seja,

    durante o trabalho e as atividades que estaro sendo realizadas,

    minimizando assim as atividades que eventualmente vo ser desenvolvidas

    antes ou aps as aulas.

    O desafio posto pela Metodologia SENAI de Educao Profissional no

    simples. Trabalhar por meio das situaes desafiadoras exige mudanas

    significativas na gesto escolar. No s o aluno colocado em desafio, mas

    toda a estrutura, inclusive os docentes e equipe educacional. A natureza do

    trabalho com os projetos demanda uma postura diferenciada, e a

    coordenao pedaggica torna-se imprescindvel nesse momento. Enfatiza-

    se aqui o papel da coordenao, como uma funo extremamente relevante

    para o sucesso das iniciativas envolvendo os Projetos Integradores,

    independentemente do cargo exercidos pelas pessoas.

    Durante a etapa de Desenvolvimento, recomenda-se que sejam

    promovidas, durante o curso, oficinas de criatividade, de design e inovao,

    dinmicas diversas abordando as capacidades sociais, organizativas e

    metodolgicas, oficinas que trabalhem com os alunos as ferramentas

    O desenvolvimento do Projeto

    Integrador deve, essencialmente,

    ocorrer dentro do processo

    formativo, isto , como parte da

    carga horria das unidades

    curriculares envolvidas

  • 29

    metodolgicas, de gesto de projetos, enfim, momentos que possam

    sustentar o desempenho satisfatrio dos alunos durante a execuo dos

    Projetos.

    A divulgao do resultado final requisito obrigatrio para o sucesso da

    prtica. Para tanto, para efeito de concluso e de divulgao do trabalho

    que foi desenvolvido, deve-se definir uma forma de apresentao. Essa

    forma pode, certamente, depender da natureza do projeto, mas deve

    necessariamente estar prevista na etapa de planejamento do docente. Ao

    elaborar a Situao de Aprendizagem, o docente vai definir a forma como

    ser conduzida essa concluso, se vai haver algum tipo de apresentao ou

    no, por exemplo, e quais sero as capacidades envolvidas nessa etapa,

    assim como por quais critrios os alunos sero avaliados.

    Recomendaes:

    Providenciar orientaes para a elaborao do

    pr-projeto pelos alunos.

    Vialibilizar os recursos previstos (insumos).

    Prever a utilizao das instalaes fsicas,

    infraestrutura e recursos didticos.

    Elaborar mecanismos para o compartilhamento

    de recursos, otimizando a sua utilizao.

    Viabilizar o tempo adequado dos docentes para

    orientao dos alunos.

    Viabilizar a articulao entre os docentes e a

    equipe de coordenao pedaggica, por meio,

    por exemplo, de reunies pedaggicas

    peridicas, visando o controle e a avaliao

    das atividades que estaro sendo

    desenvolvidas.

    Prever os momentos das entregas.

    .intermedirias, que devem ser previstas no

    cronograma do pr-projeto.

    ETAPA - CONCLUSO

  • 30

    Independentemente da forma como sero apresentados os resultados dos

    trabalhos da turma com os Projetos Integradores, imprescindvel que

    sejam desenvolvidas as capacidades voltadas para esse tipo de situao.

    Esse requisito pode envolver, durante a execuo do Projeto, ou at mesmo

    antes, oficinas e contedos formativos voltados para o exerccio e o

    desenvolvimento dessas capacidades. Muitas vezes, essa apresentao

    pode demandar a demonstrao de alguma prtica, de algum prottipo, a

    utilizao de softwares especficos ou simuladores, a prpria concluso do

    trabalho, com a elaborao de textos especficos, como, por exemplo, um

    artigo cientfico, etc. Se esto previstas determinadas formas de se

    apresentar a concluso dos trabalhos, os alunos devem estar preparados

    para tal.

    Uma oportunidade interessante que pode constar nessa etapa a realizao

    de uma apresentao (por exemplo, uma mostra tcnica) dos projetos para

    todas as turmas do curso, desde os alunos do 1 semestre, em um

    momento especfico, envolvendo toda a equipe escolar, visando a

    incorporao de uma atitude empreendedora por todos os envolvidos. Um

    outro ponto a promoo e a participao dos projetos em feiras

    tecnolgicas setoriais, divulgando a imagem institucional do SENAI e dos

    seus processos formativos.

    A apresentao dos resultados provenientes do desenvolvimento dos

    Projetos Integradores para os setores demandantes (setor produtivo, por

    segmento) deve ser utilizada de forma estratgica, principalmente se os

    projetos forem inspirados por eles, isto , se as problemticas e os desafios

    tiverem sido originados por meio de visitas tcnicas s indstrias. Nesse

    sentido, torna-se praticamente uma necessidade chamar os parceiros para

    prestigiarem os trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Quando for o caso,

    sugere-se uma apresentao prvia aos docentes e equipe, para que se

    faam os ltimos acertos e ajustes.

    Recomenda-se tambm que sejam aproveitados os eventos de divulgao

    do SENAI, como, por exemplo, o Mundo SENAI. So momentos privilegiados

    para que sejam disseminadas as aes educacionais realizadas pelo SENAI.

    A divulgao do resultado final requisito obrigatrio para o sucesso da

    prtica. Para tanto, para efeito de concluso e de divulgao do trabalho

    que foi desenvolvido, deve-se definir uma forma de apresentao. Essa

    forma pode, certamente, depender da natureza do projeto, mas deve

    necessariamente estar prevista na etapa de planejamento do docente. Ao

    elaborar a Situao de Aprendizagem, o docente vai definir a forma como

    ser conduzida essa concluso, se vai haver algum tipo de apresentao ou

    no, por exemplo, e quais sero as capacidades envolvidas nessa etapa,

    assim como por quais critrios os alunos sero avaliados.

  • 31

    A divulgao do resultado final

    requisito obrigatrio para o

    sucesso da prtica.

    Recomendaes:

    Definir as regras e orientar os alunos quanto concluso dos projetos.

    Identificar as melhores estratgias de

    apresentao dos trabalhos, de forma alinhada s

    caractersticas dos projetos. Propiciar a formao adequada aos alunos e aos

    docentes para que serjam aplicadas as estratgias

    de apresentao em software especfico, a

    elaborao de artigo tcnico, a demonstrao por

    meio de prottipos, etc... Identificar oportunidades de estreitar o

    relacionamento com o setor industrial local, por

    meio, por exemplo, da realizao de eventos ou

    feiras tecnolgicas. Registrar e salvaguardar os produtos decorrentes

    da concluso de projetos. Utilizar as estratgias de apresentao para

    sensibilizar as novas turmas, os novos alunos,

    com relao prtica de desenvolvimento de

    projetos.

  • 32

    Como avaliar o desempenho dos alunos durante o projeto? Para iniciar essa

    discusso, incialmente, recomenda-se que a avaliao seja realizada de

    forma mais sistematizada nas etapas de Desenvolvimento e de Concluso

    do projeto, conforme apresentado no fluxo das Etapas.

    No Plano da Situao de Aprendizagem, elaborado na etapa de

    Planejamento, devem estar previstos os critrios de avaliao, os critrios

    crticos e os desejveis, quando for o caso. A avaliao ser de acordo com

    esses critrios, e os alunos estaro cientes deles. A avaliao segue a

    orientao da Metodologia SENAI de Educao Profissional. Seu foco no

    desempenho do aluno e sua natureza de carter formativo,

    preponderantemente. A avaliao deve ocorrer durante o processo de

    ensino e aprendizagem, ao longo do desenvolvimento do projeto. Os

    momentos avaliativos devem fazer parte do cronograma das atividades, e

    devem fazer uso de diversos tipos de instrumentos de avaliao, que sero

    selecionados a partir dos objetivos a serem verificados.

    A avaliao formativa a que se supe que deveria estar na base de todo o processo de avaliao. Sua finalidade no a de controlar e qualificar os estudantes, mas, sim ajud-los a

    progredir no caminho do conhecimento, a partir do ensino que se ministra e das formas de

    trabalhos utilizadas em sala de aula. (HERNNDEZ, 1998b, p. 95)

    A avaliao formativa implica, para os professores, uma tarefa de ajuste

    constante entre o processo de ensino e o de aprendizagem para adequar a

    evoluo dos alunos e para estabelecer novas pautas de atuao em relao

    s evidncias sobre sua aprendizagem.

    Os momentos somativos certamente podem ocorrer, principalmente quando

    o Projeto Integrador for de culminncia de curso, quando dele depender

    uma verificao mais global da aprendizagem. Nesse caso, os critrios

    devem, da mesma forma, ser estabelecidos previamente, sejam eles

    referentes ao processo ou ao produto. So com base nesses critrios que

    sero realizadas as avaliaes de natureza somativa, quando da finalizao

    dos Projetos e a partir dos resultados alcanados.

    De maneira geral, importante ressaltar que os Aspectos Metodolgicos

    aqui anotados no se confundem com um procedimento, com uma

    prescrio. Nesse tipo de trabalho a constncia da incerteza, do risco, do

    imprevisto impedem esse tipo de receiturio. E mesmo a proposta de fluxo

    ETAPA - AVALIAO

  • 33

    apresentada deve ser entendida como uma sugesto de trabalho,

    considerando o carter de interdependncia entre as etapas. Segundo

    Hernndez (1998a), numa concepo sobre a relao de ensino e

    aprendizagem como a que sustenta o trabalho por Projetos, as trs fases da

    prtica docente planejamento, ao e avaliao no podem entender-se

    seno como um sistema de inter-relaes e complementariedades.

    (HERNNDEZ, 1998a, p. 91)

    Com relao aos projetos (HERNNDEZ, 1998b), vlido apontar que eles

    mesmos, porquanto ser uma caracterstica prpria dessa prtica

    pedaggica, no permitem que seja proposta uma abordagem mais

    procedimental, porque:

    no h uma sequncia nica e geral para todos os projetos, inclusive

    quando dois docentes compartilham a mesma pesquisa, o percurso

    pode ser diferente;

    o desenvolvimento no linear, nem previsvel;

    o docente tambm pesquisa e aprende;

    choca-se com a ideia de que se deve ensinar do mais fcil ao difcil;

    questiona a ideia de que se deva comear sempre pelo mais prximo;

    questiona a ideia de que se deva ir pouco a pouco para no criar

    lacunas nos contedos;

    questiona a ideia de que se deva ensinar das partes ao todo, e que,

    com o tempo, o aluno estabelecer relaes;

    fazer projetos no significa compreender a concepo educativa dos

    projetos.

    A avaliao primordialmente

    formativa e com base nos

    desempenhos alcanados.

  • 34

    6. REFERENCIAIS PARA IMPLEMENTAO

    Aqui so apenas apresentados, sugestes e recomendaes para a

    implementao dos Projetos Integradores. Essas condies devem ser

    refletidas e viabilizadas a partir da realidade da Unidade Operacional e/ou

    do Departamento Regional, e delas dependem o alcance de uma experincia

    exitosa.

    Um conjunto ou arranjo de condies, de requisitos, de referncias devem

    ser garantidos para que se possa fazer a implementao , de acordo com os

    aspectos metodolgicos estabelecidos.

    Torna-se relevante ressaltar que a riqueza desse processo justamente o

    repensar das prticas at ento estabelecidas, a reflexo e a ao crticas,

    sustentadas por fundamentos tericos coerentes e aderentes aos objetivos

    educacionais. Conforme vemos em Hernandz (HERNNDEZ, 1998b), essa

    prtica no deve simplesmente basear-se em um passo a passo, alijando os

    Recomendaes:

    Planejar a avaliao durante o planejamento

    da Situao de Aprendizagem como um todo.

    Definir os critrios de avaliao de acordo com

    as capacidades que sero desenvolvidas

    durante a o desenvolvimento do projeto.

    Apresentar aos alunos a forma como ser

    realizada a avaliao.

    Avaliar os alunos durante todo a realizao do

    trabalho, e prever momentos especficos para

    dar feedback a eles.

    Quando for o caso, prever a avaliao

    somativa, evidenciando uma verificao global

    da aprendizagem.

    Registrar todas as intervenes de carter

    avaliativo.

    Utilizar momentos de autoavaliao, inclusive

    por meio de intervenes mediadoras.

  • 35

    docentes, as equipes pedaggicas e as lideranas de um processo de

    tomada de decises particular, de um processo de transformao social.

    As escolas so instituies complexas, inscritas em crculos de presses internas e, sobretudo,

    externas, onde, com frequncia, as potenciais inovaes ficam presas na teia das modas. O

    que faz com que se transmutem em frmulas ou receitas que lhes fazem perder todo o seu potencial de mudana. O que pode acontecer

    com os projetos de trabalho, quando se reduzem a uma frmula didtica baseada numa

    srie de passos: levantamento do tema, perguntar o que os alunos sabem e o que querem saber, fazer o ndice, trazer diferentes

    fontes de informao e copiar o referente aos pontos do ndice..., com o que se dilui a

    concepo da educao que contm e suas possibilidades de repensar a educao. (HERNNDEZ, 1998b, p. 62)

    Esses referenciais, ou esses fatores, relacionam-se entre si, conversam um

    com outro, dependem um do outro. Essa interao logicamente

    desencadeada pelo papel que a Metodologia assume como estratgia de

    atuao no mbito pedaggico.

    Algumas perguntas se fazem presentes, por exemplo, quais so as

    competncias dos docentes para trabalhar com os projetos integradores?

    Ser necessria uma capacitao especfica? Qual o melhor Perfil de

    docente para trabalhar com Projetos Integradores? Um outro ponto

    importante: a infraestrutura da escola deve se adaptar? Quais seriam essas

    adaptaes? So adaptaes fsicas ou referentes sua utilizao? E sobre

    os recursos didticos, h alguma recomendao?

    As perguntas so muitas, e nesse documento orientador pretende-se chegar

    a apenas algumas respostas. Outras sero alcanadas, de forma necessria,

    e com autonomia, mediante as conversas e decises no mbito dos

    Departamentos Regionais e de suas respectivas Unidades Operacionais.

  • 36

    As observaes, sugestes e recomendaes foram inseridas em categorias,

    ainda que seja clara a interao, a interdependncia entre elas. Essa

    integrao, muitas vezes, faz com que o contedo de uma categoria se

    remeta a uma outra, provocando algumas dificuldades em classific-lo. De

    qualquer forma, as relaes sero indicadas, para melhor facilitar a

    interpretao.

    Os referenciais esto divididos nas seguintes categorias, considerando os

    fatores relevantes para a implementao de projetos educacionais em

    instituies de ensino:

    Desenho Curricular, Plano de Curso, e demais documentos

    pedaggicos;

    Metodologia;

    Infraestrutura (Instalaes Fsicas e Ambientes Pedaggicos);

    Recursos Didticos;

    Equipe Escolar e Docentes.

    Projeto Integrador

    Equipe/

    Docentes

    material didtico

    Desenho Curricular e

    documentao

    Infraestrutura

    Aspectos culturais e de gesto

    Aspectos culturais e de gesto

    Metodologia

    SENAI de

    Educao

    Profissional

    Metodologia

    SENAI de

    Educao

    Profissional

    Metodologia

    SENAI de

    Educao

    Profissional

    Metodologia

    SENAI de

    Educao

    Profissional

  • 37

    Desenho Curricular, Plano de Curso e demais

    documentos pedaggicos

    Nesse item, colocam-se em pauta as questes referentes elaborao e

    atualizao de documentos que possam contribuir e fortalecer a prtica

    pedaggica por meio do desenvolvimento de Projetos Integradores.

    Tratam-se de documentos que subsidiam e contextualizam as aes

    educacionais no mbito do Departamento Regional e das Unidades

    Operacionais, como, por exemplo, o Projeto ou a Proposta Pedaggica, o

    Regimento Escolar, o Plano de Curso e mais especificamente, o Desenho

    Curricular. Nesse sentido, recomenda-se que seja revista a documentao

    pedaggica pertinente e que seja inserido um item especfico, assim como

    suas decorrncias e consequncias relacionadas, referente ao trabalho por

    meio dos Projetos Integradores.

    No mbito do Desenho Curricular, de forma mais especfica, h uma

    questo que deve ser analisada pelo Departamento Regional interessado na

    implementao dos Projetos Integradores. Ela est relacionada existncia

    ou no de uma Unidade Curricular especfica para tratar o assunto

    Projetos. Nesse momento, as orientaes e diretrizes aqui propostas no

    contemplam essa necessidade, priorizando, assim, o desenvolvimento de

    projetos como uma estratgia pedaggica que ocorre ao longo de duas ou

    mais Unidades Curriculares, durante o desenvolvimento de seus contedos

    pedaggicos.

    Prope-se assim que o Departamento Regional estabelea, ou seja, decida,

    se deve ser includa ou no uma Unidade Curricular denominada Projetos,

    com o objetivo de proporcionar aos alunos uma oportunidade de

    desenvolver, de forma integrada, as capacidades estabelecidas nas diversas

    Unidades Curriculares do curso. No caso de se definir pela insero de uma

    Unidade Curricular especfica para Projetos, tal deciso deve estar alinhada

    s diretrizes preconizadas pelo Departamento Nacional, principalmente no

    que se refere gesto dos Itinerrios Nacionais, com as recomendaes

    preconizadas sobre alteraes nos currculos dos cursos e sobre as formas e

    parmetros para flexibiliz-los. As diretrizes estabelecidas para promover

    esse alinhamento esto disponibilizadas no Guia para Implementao dos

    Itinerrios Nacionais de Educao Profissional (SENAI/DN, 2013b).

    Recomenda-se tambm que seja tratado o tema dos Projetos Integradores

    tanto no Plano de Curso quanto no Plano de Ensino. Esses planos so

    documentos que tm o objetivo de evidenciar quais so os contedos

    abordados no curso, qual a metodologia utilizada, quais procedimentos,

    tcnicas, inclusive de avaliao, que fazem parte do processo de ensino e

    aprendizagem proposto, quais os objetivos que sero alcanados em um

    determinado perodo, enfim, so instrumentos tcnico-pedaggicos e

  • 38

    tambm administrativos, de importncia inegvel na operacionalizao das

    Unidades Operacionais. Possuem tambm a qualidade de facilitar o

    acompanhamento das atividades por todos os envolvidos, assim como a

    superviso e o controle do que foi planejado, propiciando de forma clara e

    objetiva os momentos de replanejamento e de atualizao das informaes.

    Docentes e Equipe Pedaggica

    Em primeiro lugar, a Unidade Escolar que definir colocar em prtica a

    situao de aprendizagem baseada em projetos, deve ter claro que

    necessrio uma decorrente definio tambm da equipe que vai atuar, dos

    docentes e dos coordenadores, inclusive das pessoas que sero os lderes

    nesse processo. Vale enfatizar que essa definio deve considerar que o

    foco dessa concepo pedaggica o aluno. Portanto, convm que a

    escolha das pessoas que estaro envolvidas no desenvolvimento das

    atividades considere no apenas as capacidades tcnicas e tecnolgicas,

    mas tambm aquelas que permitem a mediao da aprendizagem, a

    interlocuo com as equipes e, inclusive, a resoluo de conflitos.

    A definio das pessoas, e vale enfatizar no s a importncia dos docentes,

    mas tambm a centralidade daqueles que estaro exercendo a coordenao

    pedaggica, assim como as suas atribuies e responsabilidades em todo o

    processo, fator primordial para a implementao exitosa dessa prtica

    pedaggica.

  • 39

    Torna-se necessrio verificar o perfil do docente. Esse deve estar alinhado

    com o que se exige da orientao de projetos. Para tanto, alguns fatores

    devem ser considerados, como, por exemplo, a formao profissional, a

    experincia profissional na rea tcnica especfica do curso, o tempo de

    atividades j realizadas em projetos, o tempo de docncia no SENAI e,

    necessariamente, aspectos relacionados ao desempenho e ao

    comportamento.

    No mbito do desenvolvimento de projetos, o docente deve ter uma postura

    alinhada com as atividades que sero realizadas, considerando que haver

    interlocuo intensa com as equipes de alunos, que sero colocadas em

    prtica propostas que talvez exijam maior iniciativa, capacidade criativa e

    de resolver problemas. Ser exigido das pessoas envolvidas o

    comprometimento com a realizao dos projetos, a capacidade de lidar com

    conflitos e inclusive de atuar com liderana nesse processo. Certamente,

    para todas essas caratersticas do perfil docente devem estar asseguradas

    as condies e recursos para sua execuo.

    Nesse sentido, deve estar prevista tambm a capacitao dos docentes em

    assuntos referentes ao design, inovao, anlise de viabilidade, propriedade

    intelectual, gesto de projetos, metodologia cientfica, tcnicas de

    apresentao, empreendedorismo, fontes de pesquisa, custos e

    normalizao e regulamentao tcnica.

    Ainda que seja bvio, todos os envolvidos devem estar capacitados na

    Metodologia SENAI de Educao Profissional. O que um Perfil Profissional,

    como eles so estabelecidos, qual a participao do Comit, como so

    definidos os Currculos, como deve se dar a Prtica Docente, como elaborar

    as situaes de aprendizagem, como avaliar, quais os critrios da mediao

    e como utiliz-los, todos esses assuntos devem ser de domnio dos

    envolvidos, docentes e equipe pedaggica.

    Retomando a Metodologia SENAI de Educao Profissional:

    Ressalta-se, entretanto, que uma Prtica Docente eficaz no depende exclusivamente do docente, mas de toda a equipe envolvida no

    processo educativo. A participao da equipe de gesto e das coordenaes de curso e

    pedaggica fundamental. (SENAI/DN, 2013a, p. 107)

    Infraestrutura

    No que se refere infraestrutura e s instalaes fsicas, como as salas de

    aula, oficinas, laboratrios, biblioteca, e demais ambientes, observa-se que

    para a implementao dos projetos integradores o ponto fundamental est

  • 40

    diretamente relacionado gesto desses espaos, e no necessariamente

    construo, ampliao, adequaes e/ou reformas. essencial que

    acontea, de fato, a disponibilizao de toda a infraestrutura da escola, de

    acordo com as necessidades previstas nos projetos.

    Recomenda-se elaborar um plano de utilizao das instalaes acessvel a

    todos os colaboradores, e que seja constantemente atualizado. A proposta e

    o desafio criar um ambiente e uma cultura que propicie uma viso mais

    integradora da infraestrutura, e que seja possvel otimizar a forma de

    utilizar as instalaes fsicas.

    Certamente o papel da coordenao tcnica e pedaggica vital nesse

    processo, no sentido de viabilizar essa nova gesto dos espaos e dos

    ambientes pedaggicos. Para alm do desenvolvimento dos Projetos

    Integradores, torna-se necessrio reorganizar, ou seja, repensar a

    utilizao dos ambientes, tendo em vista a prtica preconizada na

    Metodologia SENAI de Educao Profissional, envolvendo todas as

    Estratgias de Aprendizagem Desafiadoras.

  • 41

    Recursos Didticos

    O entendimento que para a realizao dos Projetos Integradores no so

    necessrios recursos didticos diferentes daqueles que atualmente so

    utilizados para o processo formativo que j se encontra em andamento nas

    Unidades Operacionais. Todos os recursos que j fazem parte do

    desenvolvimento do curso, livros didticos, apostilas, kits e simuladores,

    mquinas, ferramentas e instrumentos, todos sero utilizados tambm no

    trabalho com os projetos e, de maneira geral, tampouco sero necessrios

    outros recursos didticos.

    No entanto, em alguns casos, conforme o tipo do Projeto Integrador, deve

    haver a previso de insumos para o desenvolvimento dos produtos, e

    talvez, dos prottipos. Nesse sentido, recomenda-se que esteja presente no

    planejamento oramentrio da Unidade Operacional a aquisio de um ou

    outro recurso. Eventualmente sero necessrias tambm parcerias com as

    empresas para a utilizao de equipamentos especficos. Essas parcerias

    podem subsidiar as Unidades Escolares tambm na cesso de insumos, para

    as atividades relativas aos Projetos, e para as atividades formativas em

    geral, como j acontece em muitas situaes.

    Como medida para incentivar a busca de informaes em diferentes bases,

    recomenda-se de forma gradual a aquisio de bibliografias

    complementares, assim como, de forma mais imediata, o acesso s bases

    de dados acadmicas. Alm disso, vale ressaltar o papel do docente e/ou do

    docente orientador ou ainda do bibliotecrio, que deve necessariamente

    apoiar o aluno nessa busca de informaes.

    Como j foi comentado anteriormente, h um certo grau de

    imprevisibilidade nesse tipo de trabalho pedaggico. No desenvolvimento

    dos projetos, eventualmente, podem ser identificadas demandas que no

  • 42

    foram previamente diagnosticadas, gerando a necessidade de se definir as

    estratgias para a incorporao e utilizao de outros recursos didticos,

    que devero ser decididas de forma contextualizada, pelos Departamentos

    Regionais e suas respectivas Unidades Operacionais.

    Metodologia

    Com relao a essa categoria, com uma clara atribuio de congregar os

    esforos e a inteligncia de todo o processo educacional, parte dela se

    refere implementao da Metodologia SENAI de Educao Profissional, e

    parte se refere ao planejamento e operao referentes ao desenvolvimento

    dos Projetos Integradores, conforme as orientaes estabelecidas neste

    documento.

    Adicionalmente, h uma srie de aes e decises, em uma perspectiva j

    de detalhamento dessa prtica pedaggica, que so de mbito regional. As

    formas de atuao e as adequaes que sero realizadas devem estar de

    acordo com as estratgias utilizadas e com os objetivos traados pelos

    Departamentos Regionais.

    A Metodologia SENAI de Educao Profissional est consolidada, e em

    amplo processo de disseminao, o que garante o arcabouo para o

    desenvolvimento dos Projetos Integradores. Os desafios esto justamente

    na implementao, e consequentemente nas condies que devem ser

    criadas para que isso acontea.

    As questes referentes metodologia apresentam-se de forma mais

    transversal, pois permeiam e influenciam todas as outras. Aqui, alm de

    procedimentos definidos e formulrios desenvolvidos com o objetivo de

    padronizar as prticas, esto presentes, ou se relacionam de forma muito

    estreita, as decises da liderana, as caractersticas da cultura

    organizacional da instituio e a definio de estratgias de atuao.

  • 43

    7. CONSIDERAES FINAIS

    Para uma implementao bem sucedida deve estar clara a deciso sobre o

    trabalho com os Projetos Integradores. O esforo e o envolvimento das

    pessoas ser muito bem conduzido e exercido a partir de uma deciso clara

    e objetiva sobre a implementao dessa prtica. Essa deciso exerce um

    fator de segurana e de comprometimento, que certamente se far

    presente nos momentos de incerteza e de enfrentamento dos obstculos

    que porventura viro.

    Adequaes e transformaes devem ser consideradas em todos os nveis,

    mas principalmente na viso e na relao com os docentes. Os docentes

    devem ter mais autonomia, devem ser capazes de negociar o uso do tempo,

    das instalaes fsicas e dos equipamentos. Alm disso, o docente deve ter

    um novo papel, o de mediador e de facilitador. Os docentes, como

    representantes de saberes distintos, devem ter a responsabilidade de

    relacionarem-se entre si e de orientarem os projetos, para alm do seu

    conhecimento. E deve ser enfatizado que a gesto responsvel pela

    aplicao, pela implementao de uma ao dessa natureza deve prever e

    dar condies para o seu sucesso.

    Nesse sentido, importante evidenciar e tornar concreta e visvel a

    estratgia de atuao para o desenvolvimento dos Projetos Integradores, e

    proceder preparao de toda a equipe inserida nesse trabalho.

    E por fim, de forma concreta, diretrizes devem ser estabelecidas pelo

    Departamento Regional abordando e esclarecendo, somando-se ao exposto

    nesse documento orientador, aspectos referentes aos seguintes itens:

    Incorporao da Metodologia SENAI de Educao Profissional.

    Decises claras sobre a implementao da estratgia dos Projetos

    Integradores.

    Relacionamento com o setor produtivo.

    Docentes com maior autonomia.

    Alunos com maior autonomia.

    Formas diversas e eficientes de controle, avaliao e monitoramento.

    Promoo da integrao da equipe.

    Necessidade de uma forte presena das lideranas no decorrer dos

    trabalhos.

    Valorizao das pessoas e dos resultados alcanados.

  • 44

    8. REFERNCIAS

    AUGUSTO, Thas Gimenez da Silva; CALDEIRA, Ana maria de

    Andrade. Dificuldades para a implantao de prticas

    interdisciplinares em escolas estaduais, apontadas por

    professores da rea de cincias da natureza. Disponvel em:

    www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID165/v12_n1_a2007.pdf .

    Acesso em novembro de 2013.

    BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n

    9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases

    da educao nacional. Braslia: Congresso Nacional, 1996.

    BRASIL. Conselho Nacional de Educao. Cmara de Educao

    Bsica. Parecer CNE/CEB n 16, de 5 de outubro de 1999.

    Diretrizes curriculares nacionais para a educao profissional de nvel

    tcnico. Braslia, 1999.

    BRASIL. Conselho Nacional de Educao. Cmara de Educao

    Bsica. Resoluo CNE/CEB n 6, de 20 de setembro de 2012.

    Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional

    Tcnica de Nvel Mdio. Braslia, 2012.

    FERNANDES, Christiane Caetano Martins. Pedagogia de projetos:

    um repensar na prtica pedaggica docente por meio dos

    projetos de trabalho na escola. Disponvel em:

    dialogoseducacionais.semed.capital.ms.gov.br/index.php/dialogos/.../

    33 . 2011. Acesso em setembro de 2013.

    GADOTTI, Moacir. Histria das Ideias Pedaggicas. 8 ed. So

    Paulo: Editora tica, 2002.

    HERNNDEZ, Fernando. A Organizao do currculo por projetos

    de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998a.

    HERNNDEZ, Fernando. Transgresso e mudana na educao:

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    JONNAERT, Philippe. Currculo e competncias. Porto Alegre:

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    LOPES, Rose Mary A.(org). Educao empreendedora: conceitos,

    polticas e prticas. Rio de Janeiro: Elsevier; So Paulo: Sebrae,

    2010.

  • 45

    MEDEIROS, Caroline de; JNIOR, Maurcio Gariba. Projeto

    Integrador: Uma Alternativa para o Processo de Avaliao

    Discente dos Cursos Superiores de Tecnologia. Disponvel em:

    www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2006/artigos/1_128_309.pdf .

    Acesso em maro de 2014.

    NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Interdisciplinaridade Aplicada. So

    Paulo: rica, 1999.

    NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos Projetos: uma jornada

    interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das mltiplas

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    PINTO, Geraldo Augusto. A organizao do trabalho no sculo

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    SENAI DN

    Unidade de Educao Profissional e Tecnolgica UNIEP

    Felipe Esteves Morgado

    Gerente Executivo

    Nina Rosa Silva Aguiar Gerente de Educao Profissional e Tecnolgica

    Maurcio Balarine

    Coordenao

    Equipe Tcnica de Elaborao do documento Claiton Oliveira da Costa DR/RS

    Daniele de Almeida Lima DR/RJ rica Peres de Souza DR/PR

    Fabrcio Ramos da Fonseca DR/SP talo de Lima Machado DR/GO

    Jefferson da Silva DR/SC

    Luciano Cordova de vila DR/RS Margareth de Castro Tomazett DR/GO

    Maria Eliane Franco Monteiro Azevedo DN Maurcio Ballarine DN

    Patrcia Paes Lemos DR/RJ Rita de Cssia Mello Namorato DR/RJ

    Thiago Korb DR/SC Vanessa Sorda Frason DR/PR

    CRDITOS DA PRODUO GRFICA

    Definir