caderno temÁtico avaliaÇÃo em lÍngua inglesa · em língua inglesa não é definitiva a...

22
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO IVONETE PIROLO JAMBERCI CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA Cornélio Procópio 2008

Upload: doancong

Post on 21-Nov-2018

229 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

IVONETE PIROLO JAMBERCI

CADERNO TEMÁTICO

AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA

Cornélio Procópio 2008

Page 2: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UENP _ CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

IVONETE PIROLO JAMBERCI

CADERNO TEMÁTICO

PDE – PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Caderno temático da disciplina de Língua Inglesa, apresentado ao Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho, como requisito do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional à Orientadora

Professora Doutora Mara Peixoto Pessôa.

Cornélio Procópio 2008

Page 3: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

SUMÁRIO 1. AVALIAÇÃO .............................................................................................. 06

2. REPENSAR A AVALIAÇÃO EM LEM ...................................................... 08

2.1 AVALIAR OU EXCLUIR? ..................................................................... 08

3. AVALIAR ?COM QUAIS ESTRATÉGIAS? .............................................. 10

4. AVALIAÇÃO – DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA .................................................................... 12

5. QUALIDADE E DIVERSIDADE: UMA QUESTÃO DE CRITÉRIOS ? ...... 14

6. UMA PRÁTICA MEDIADORA EM CONSTRUÇÃO.................................. 18 7. REFERÊNCIAS........................................................................................... 22

Page 4: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

APRESENTAÇÃO

Caro professor, Estudar é uma tarefa árdua, mas avaliar é uma tarefa complexa. Pensar em avaliação,

é na verdade um exercício de profunda reflexão, que permeia inevitavelmente, nossas

crenças, não só enquanto professores, mas também enquanto alunos.

Visando à melhoria do processo educacional, necessário se faz um estudo sobre

Avaliação e a reflexão/discussão sobre as práticas avaliativas em LEM no Ensino

Fundamental. A reflexão sobre essas práticas avaliativas deve nos levar à conclusão que

não podemos conceber a avaliação escolar se não for na perspectiva de ensinar, de

garantir acesso ao conhecimento, de promover, de incluir o aluno. A avaliação deve ser vista

e analisada dentro do contexto do trabalho de ensino e aprendizagem, da organização

curricular. Ela é ação constituinte desse trabalho e dessa organização. Portanto deve ser um

processo avaliativo contínuo e formativo. Devemos levar em conta que a aprendizagem é de

natureza processual e que os alunos precisam de tempo; não acontece de um dia para o

outro; os conhecimentos novos se tornam definitivos, surgem novos desafios e o processo

continua, possibilitando novas aquisições, novos conceitos, novos conhecimentos, novas

práticas. Por isso devemos repensar nos instrumentos de coleta de dados sobre o

desempenho de aprendizagens dos estudantes em nossas escolas. Precisamos produzir

bons e adequados instrumentos para coletar dados na avaliação da aprendizagem dos

nossos educandos, sem subterfúgios, sem enganos, sem complicações desnecessárias,

sem armadilhas, significam preparar uma avaliação intencional e bem planejada. Esse

processo de avaliação requer instrumentos e estratégias que ofereçam desafios, situações –

problema; sejam contextualizadas, coerentes com as expectativas de ensino e

aprendizagem; identifiquem os conhecimentos do aluno e as estratégias por ele

empregadas; possibilitem que o aluno reflita, elabore hipóteses, expresse seu pensamento;

permitam que o aluno aprenda com o seu erro; sejam claros em suas pretensões; revelem o

que e como se pretende avaliar.

A elaboração de um caderno temático objetiva subsidiar a prática educacional, e

oferecer informações sistematizadas para dar sustentação teórica ao professor e todos

aqueles que acreditam e se comprometem com a construção de uma educação de

qualidade.

Page 5: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

Após muitas leituras feitas sobre avaliação, apesar de encontrar dificuldade em

referencial teórico específico sobre avaliação em LEM, apresentamos: Reflexões sobre

avaliação e Textos de Jussara Hoffmann.

Esperamos que este documento conduza os professores a um questionamento a

respeito de “por quê” e “para quê” avaliam; a uma reflexão sobre a finalidade que utilizam a

avaliação; à uma análise das estratégias utilizadas na mesma e a uma conscientização dos

caminhos compatíveis com uma nova compreensão para que possam buscar alternativas de

avaliação voltadas ao ensino de LEM e a construção conjunta de novos saberes.

Page 6: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

6

1. AVALIAÇÃO

Acreditamos que a avaliação seja uma das heranças medievais, que surgiu no

século XVII com a escolaridade obrigatória, tornando-se parte do ensino de massa

desde o século XIX. A partir daí, a avaliação tem servido apenas para promover a

excelência de uns e estigmatizar a ignorância de outros ou classificar, escalonar,

promover, punir os alunos.

De acordo com Luckesi (1996) a escola pratica a verificação e não a avaliação.

A avaliação serve de base para tomadas de decisões no sentido de construir

conhecimentos, habilidades e hábitos que possibilitem o desenvolvimento.

Hoffmann (2003, 2005, 2006) revela que as provas e notas são redes de

segurança em termo de controle que os professores exercem sobre as escolas, e os

pais sobre os professores e do sistema sobre as escolas. Ela acredita que os mitos,

que se encontram na mente do professor e dos alunos, devem ser abolidos para que

haja uma prática avaliativa condizente e coerente com o ensino. Entre suas idéias

destacamos:

“A avaliação mediadora exige a observação individual de cada aluno, atenta ao seu momento no processo de construção de conhecimento. O que exige uma relação direta com ele a partir de muitas tarefas (orais ou escritas), interpretando-as (um respeito a tal subjetividade), refletindo e investigando teoricamente razões para soluções apresentadas, em termos de estágios evolutivos do pensamento, da área de conhecimento em questão, das experiências de vida do aluno”.(HOFFMANN,2006, p. 60)

Sabemos que o processo de construção de conhecimento é complexo e

trabalhoso, mas gratificante quando deparamos com soluções para as questões

envolvidas neste processo. Porém, as soluções só acontecem com muito estudo

teórico e aplicação na prática pedagógica.

A avaliação não deve ser considerada um fim único, associado à promoção,

fracasso, nota, repetência, ela é um meio que o aluno dispõe para monitorar seu

progresso, e o professor investigar o processo de ensino/ aprendizagem.

Page 7: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

7

Estudos feitos têm trazido subsídios para uma nova proposta avaliativa, mais

justa, que subsidie a prática pedagógica com vistas à melhora do ensino/

aprendizagem.

Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há

professores que não conseguem refletir uma relação entre o que ensina e o que

avalia em Língua Inglesa. Notamos mudanças nos materiais didáticos, nos

procedimentos dos professores em sala de aula, porém de ensinar/aprender/avaliar

contínua a mesma. Alguns pesquisadores têm sugerido novos meios para avaliar o

aluno de Língua Inglesa, como avaliação alternativa que leva professores, alunos,

pais e escola tomarem decisões em relação ao processo ensino/ aprendizagem de

língua inglesa. Assim, entrevistas, uso de diários, auto-avaliação, debates lições de

casa, observação sistemática dos professores, podem ser usados como alternativas

de avaliação.

Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de aquisição de uma nova língua. Portanto, o erro deve ser visto como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo (......).(PARANÁ, 2006, p.49)

De acordo com as Diretrizes Curriculares consideramos que o erro não deve ser um entrave no processo ensino aprendizagem, e sim como alternativa que após discussão entre aluno e professor, leva o aluno a refletir, desenvolver seu entendimento e superar suas dificuldades.

Page 8: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

8

2. REPENSAR A AVALIAÇÃO EM LEM

A possibilidade de realizar estudos sobre prática avaliativa, suscitou diversas

reflexões, e é importante dizer que há ainda muito a ser feito na área da Avaliação,

talvez a mais significativa e complexa da educação.

Tendo em vista os diversos questionamentos de professores em situação de

conselho de classe e durante leitura de documentos pedagógicos identificamos a

recorrência de problemas pautados na escolha de critérios e instrumentos para a

atividade avaliativa, bem como nas relações entre a prática e o discurso do

professor de Língua Inglesa a respeito de avaliação. Pretendemos com este estudo

oferecer subsídios teórico-metodológicos que possibilitem a mudança da prática

avaliativa direcionando a uma relação dialógica necessária ao processo de

construção do conhecimento, e assim evitará que se amplie a lista de evadidos.

Nesta relação dialógica o professor aprende a ouvir seus alunos, valorizar o

conhecimento que o aluno traz consigo, de forma intuitiva e espontânea e o aluno

aprende a refletir sobre as próprias teorias implícitas, a fim de compreender

situações e desenvolver - se no processo de aprendizagem.

De acordo com reflexões sobre a relação existente entre ensino e avaliação,

mais precisamente sobre o papel integrador que ela (avaliação) exerce sobre o

ensino e vice-versa. Desse modo, o conceito de avaliação perpetuado nas escolas

continua sendo aquele que visa apenas ao produto final da aprendizagem, para

classificar, punir ou promover. Verificamos que temos uma visão estreita de

avaliação, uma vez que sua função deveria ser estimular e diagnosticar o processo

de ensino/aprendizagem, a fim de que medidas possam ser tomadas para dar

continuidade a ele.

2.1 AVALIAR OU EXCLUIR? Face a tantos problemas sociais que circundam nossa sociedade atual, a escola vem

se transformando em educandário , recebendo alunos proveniente de todas as camadas

onde a violência, desemprego, delinqüência, abandono fazem parte do seu cotidiano.

As transformações sociais que afetam a escola alteram a política educacional,

inspiram novas ações educativas visando garantir a escolarização dos alunos, evitando

assim que se amplie a lista dos evadidos. Lembrando que séries onde a não-retenção

Page 9: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

9

favorecem a promoção dos alunos sem atingir sua principal finalidade de aprendizagem

efetiva dos conhecimentos básicos, conduz a uma forma de exclusão perversa roubando-

lhes a oportunidade de continuar os estudos e também ingressar no mercado de trabalho.

Page 10: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

10

3. AVALIAR? COM QUAIS ESTRATÉGIAS?

Muito se tem falado a respeito de avaliação, que tem sido alvo de duras

críticas. De fato, a avaliação é um assunto que merece atenção especial, no tocante

ao seu estudo de forma a vislumbrar possibilidades práticas que favoreçam a

aprendizagem.

Escolhemos uma abordagem qualitativa de caráter descritivo com auxílio da

pesquisa ação.

A pesquisa é crítica uma vez que há avaliação, reflexão e reconstrução da

própria prática, inserida no contexto educacional, visando transformação e novas

alternativas para os envolvidos na pesquisa e novos horizontes no

ensino/aprendizagem. Serão utilizados os métodos histórico e monográfico. Neste

projeto de pesquisa estão incluídos professores e a turma de alunos.

Para que haja a construção da reflexão é necessário que apresentemos

propostas para que o professor possa examinar sua prática avaliativa do ensino de

Língua Inglesa, e apresente mudanças e melhorias do mesmo. Utilizaremos um

questionário como ferramenta para estimular os professores em suas práticas

avaliativas.

Oportunizar aos alunos momentos para expressar suas idéias e retomar

dificuldades referentes aos conteúdos introduzidos e desenvolvidos.

Apresentaremos aos alunos um questionário para que eles possam relatar

como entendem a relação professor/aluno/avaliação.

Os alunos do Ensino Fundamental apresentarão suas reflexões, seus

sentimentos, suas visões, crenças e atitudes de seu processo ensino/aprendizagem

através de diários.

Para a construção de novos saberes, os alunos terão como instrumento

textos visando subsidiar o trabalho do professor em sala de aula.

Os alunos realizarão algumas tarefas em grupo para que os próprios alunos

se auxiliem nas dificuldades (interação), mas garantindo o acompanhamento de

cada aluno a partir de tarefas avaliativas individuais em todas as etapas do

processo.

Alunos e professor farão anotações significativas, apontando - lhes possíveis

soluções.

Page 11: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

11

Tarefas relacionadas às anteriores, numa gradação de desafios coerentes às

descobertas feitas pelos alunos, às dificuldades apresentadas por eles, ao

desenvolvimento do conteúdo.

Tomada de decisão do professor com base nos registros feitos sobre a

evolução dos alunos nas diferentes etapas do processo, tornando o aluno

comprometido com tal processo.

Page 12: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

12

4. AVALIAÇÃO

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está articulada aos

fundamentos teóricos explicitados nestas Diretrizes e na LDB n. 9394/96.

Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o processo de

ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor bem como propiciar que

o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico.

Conforme analisa Luckesi (2005, p. 166),

A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu

verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o crescimento.

Essa concepção se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de controle, e dá

lugar a um instrumento que oriente intervenções pedagógicas para além do conteúdo

trabalhado, de forma que os objetivos de ensino explicitados nestas Diretrizes sejam

alcançados.

A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna deve superar a

concepção de mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos, visto que se

configura como processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das

dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções. De fato, o envolvimento dos

alunos na construção do significado nas práticas discursivas será a base para o

planejamento das avaliações de aprendizagem.

Trabalhar o texto somente na sua linearidade é um hábito nas práticas escolares. Por

isso, romper com a linearidade do texto tem sido uma das principais preocupações desta

proposta de ensino/aprendizagem de LEM. Portanto, na avaliação esta orientação também

deve ser considerada.

Caberá ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o

engajamento discursivo na sala de aula se faça pela interação verbal, a partir dos textos, e

de diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos na turma; na interação

Page 13: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

13

com o material didático; nas conversas em língua materna e língua estrangeira; no próprio

uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o desenvolvimento de

idéias (VYGOTSKY, 1989).

Ser ativo, neste caso,significa produzir sentidos na leitura dos textos, tais como:

inferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar hipóteses a respeito da organização

textual; perceber a intencionalidade etc. Não se trata, portanto, de testar conhecimentos

lingüístico-discursivos de um texto – gramaticais, de gêneros textuais, entre outros -, mas

sim verificar a construção dos significados na interação com textos e nas produções

textuais dos alunos, tendo em vista que vários significados são possíveis e válidos,

desde que apropriadamente justificados.

A participação dos alunos no decorrer da aprendizagem e da avaliação, a negociação

sobre o que seria mais representativo no caminho percorrido e a consciência sobre as

etapas vencidas representam ganhos inegáveis ao trabalho docente.

Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira

considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de

aquisição de uma nova língua. Portanto, o erro deve ser visto como um passo para que a

aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que não é linear, não

acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas.

Uma vez que é sujeito da aprendizagem, o aluno deve ter seu esforço reconhecido por

meio de ações tais como: um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do erro

como integrante da aprendizagem.

Assim, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso

desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem como planejar e propor outros

encaminhamentos que busquem superá-las.

A explicitação dos propósitos da avaliação e do uso de seus resultados pode favorecer

atitudes menos resistentes ao aprendizado de Língua Estrangeira e permitir que a

comunidade, não apenas escolar, reconheça o valor desse conhecimento.

Embora essas considerações evidenciem a avaliação processual, é importante

considerar também avaliações de outras naturezas: diagnóstica e formativa, desde que se

articulem com os objetivos específicos e conteúdos definidos a partir das concepções e

encaminhamentos metodológicos destas Diretrizes, de modo que sejam respeitadas as

diferenças individuais e escolares.

Page 14: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

14

5. QUALIDADE E DIVERSIDADE: UMA QUESTÃO DE CRITÉRIOS?

Passamos então a apresentar o texto de Jussara HOFFMANN – O jogo do

contrário em avaliação. (2005)

Talvez algum leitor esteja se perguntando, nesse momento, acerca da definição

de critérios de avaliação que embasam o sistema de atribuição de notas. Sem

dúvida, sempre avaliamos a partir de expectativas construídas.

Não há juízos avaliativos que não tenham por referência critérios ou parâmetros

de avaliação. Esses parâmetros de referência, entretanto, podem ser conscientes ou

não pelo avaliador (nenhum professor irá se confessar, por exemplo,

preconceituoso). Mas é impossível que se consiga explicitar por completo e sempre

o que nos levou a considerar algo bom ou ruim, belo ou feio, certo ou errado, moral

ou imoral. O melhor que podemos fazer a respeito é termos a certeza de que

sempre somos movidos por critérios que nos levam a julgar o que vemos.De que

esses critérios são subjetivos: sofrem influências de nossos conhecimentos e

experiências de vida. E que devemos pensar muito antes de tomar decisões que

afetam a vida dos alunos nas escolas.

Um dos princípios da avaliação mediadora é justamente esse: colocar em dúvida

nossos parâmetros de julgamento, refletindo seriamente sobre o que se observa

para tomar decisões pedagógicas adequadas e diferenciadas em respeito a cada

aluno por quem somos responsáveis.

Para provocar um pouco mais o leitor, quero abordar mais uma incerteza em

relação à “precisão” da avaliação: por mais completos e criteriosos que pretendem

ser os parâmetros avaliativos, nunca serão capazes de absorver ou prever a criação,

a invenção, presentes no ato de aprender, muito menos por graus numéricos ou

dados quantitativos.

Enquanto escrevo este texto, ocorrem as Olimpíadas 2004 em Atenas. A

ginasta brasileira Daiane dos Santos, medalha de ouro, realiza sua primeira prova

em equipe. O júri avalia ginasta por ginasta em um ou dois minutos. Daiane faz uma

bela apresentação, mas comete pequenas falhas. O júri leva mais tempo para

decidir sua nota final do que as outras ginastas. Notas, pontos, critérios objetivos e

precisos, analise quantitativa do salto de Daiane? O que faz os jurados, então, a

Page 15: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

15

demorarem mais tempo para atribuir os pontos? Não estarão os critérios claramente

determinados, como deveriam, na primeira Olimpíada do novo século?

Daiane faz a diferença pela sua história que o publico aplaude e admira,

influenciando no julgamento. Para alguns jurados, talvez, os critérios podem ter se

tornado mais exigentes por expectativas de sucesso. Outros, pelo contrário, podem

ter sido benevolentes por ela ter passado por uma cirurgia, por suas conquistas

anteriores. O importante a perceber é que os pontos atribuídos, apesar de critérios

preestabelecidos pela comissão julgadora, sofrem a influência de decisões pessoais

dos jurados. Por certo, não apenas em relação a Daiane. Em relação a ela, fica

mais nítido o fato pelo tempo que for necessário para a decisão do júri.

Enquanto isso, entretanto, o povo brasileiro sofre com outra questão. Não

parece estar contemplado o salto diferente de Daiane. O erro igual ao das outras

desconta o mesmo de outras. O salto, muito diferente de outras, magnífico,

acrescenta pontos diferentes de outras? Onde se insere o diferente, a criação, a

invenção, nos critérios definidos e nos pontos a atribuir?

A avaliação é de tamanha complexidade que requer educadores com bom

senso e responsabilidade frente a situações inesperadas, atenção ás diferenças que

interferem nos juízos avaliativos, na interpretação das novidades que surgem e,

sobretudo, na invenção de estratégias inovadoras para enfrentar situações inéditas.

A escola não é um concurso entre melhores e piores à semelhança das

Olimpíadas. Se nessas ocasiões, a arbitrariedade dos juízes prejudica muitos

jovens, não há porque isso acontecer nas escolas e universidades.

Todos, crianças, jovens e adultos, têm conhecimentos, competências e

habilidades muito diferentes a desenvolver todos os dias e é papel do educador

criar espaços de liberdade e confiança para que isso aconteça. Não se faz isso,

armando-se bancas de jurados de competições esportivas, decidindo pontos a

acrescentar, a descontar, somando médias, classificando, premiando, eliminando.

Educa-se e forma-se para a vida, compreendendo cada aluno naquilo que lhe é

próprio, que vem alcançando em relação aos objetivos de estudo e além deles, de

diferente, de inusitado, de criativo. A escola não é um concurso entre melhores e

piores. Todos aprendem e são capazes de fazer o melhor se confiarem em si

próprios e nos seus professores. Mas essa confiança exige o abraço, o bater

palmas, o sorriso do outro com quem convive. Não surge da obrigação, nem se

Page 16: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

16

desenvolve a partir do sentimento precoce de fracasso e de humilhação diante dos

outros.

Para se ter clareza sobre as estratégias de aprendizagem dos alunos é preciso

entrar no terreno do especifico, bem ao contrário de se permanecer em explicações

generalistas, padronizando normas, regras, parâmetros de avaliação. O grande

problema, hoje, nas escolas, é que não se sabe o que alunos não sabem porque se

responde sobre generalidades, tal como itens de conteúdo, ou notas e conceitos

para explicar o que “não sabem”, ao invés de se analisar detalhadamente como

lêem, escrevem, resolvem os exercícios, apresentam suas dúvidas, relacionam-se

entre si.

Critérios de avaliação pertinentes ao processo avaliativo são contextualizados

e específicos para cada turma de alunos, em cada tempo escolar, para cada projeto

desenvolvido. Não há critérios que sirvam para vários professores, para várias

turmas, para várias escolas. Cada professor constrói os parâmetros de qualidade

sobre os quais irá pautar suas observações e fazer os encaminhamentos

pedagógicos.

A partir de um olhar sensível, é importante, sobretudo, estar sempre

consciente dos fatores que interferem os juízos avaliativos, tais como:

O efeito de halo (avaliação holística): fatos isolados dos alunos podem levar a

interpretações que se generalizam a todas as situações. Uma situação conflitante do

professor com o aluno, por exemplo, pode se estender à analise de tarefas e do seu

desempenho escolar;

Os estereótipos e preconceitos: há situações que não se resolvem

indefinidamente nas escolas, como alunos que cursam várias séries pertencendo a

uma mesma turma de alunos e ouvindo deles e dos professores apelidos

pejorativos. Ou, o contrario, alunos nota dez que já recebem créditos antes mesmo

de realizar uma tarefa. Tais expectativas ultrapositivas, ou ultranegativas interferem

fortemente no processo avaliativo, afetando auto-estimas e a interpretação dos

professores e colegas sobre expressões de aprendizagem;

O foco em aspectos relevantes para o professor: Mesmo que se predetermine

critérios de qualidade, cada texto, irá sugerir uma variabilidade muito grande de

aspectos que poderão ser mais relevantes para alguém em algum momento sobre

alguma situação, principalmente em tarefas dissertativas ou em relação à

Page 17: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

17

observação dos alunos em sala de aula. É comum ouvir de professores:” para mim,

o que é importante...” - o que revela o caráter sempre interpretativo do processo

avaliativo por mais preciso e determinado que se suponha ser;

A extensão no tempo: um fato ocorrido com o aluno afeta, por decorrência, muitas

outras situações de sua trajetória escolar. Exemplo disso foi a “lembrança” de uma

professora de história, no primeiro dia de aula, do 2° ano do ensino médio, sobre as

dificuldades de uma das alunas (que havia sido sua aluna, infelizmente) na 6° série

do ensino fundamental, e que deu origem a sua segunda reprovação nessa série.

Comentários como esses de pais, professores e colegas sobre um aluno tendem a

se generalizar, causando danos à imagem de um estudante durante muitos anos de

vida escolar e influenciando fortemente os avaliadores.

Diante do texto de Hoffmann consideramos que é de relevante importância a

análise dos fatores que podem interferir nos juízos avaliativos citados pela autora no

final do texto. Seu relato começa com o efeito de halo(avaliação holística), sabemos

que pode influenciar na avaliação do professor quando o mesmo tem um certo

desentendimento com seu aluno; quanto aos estereótipos e preconceitos, não

podemos permitir que expectativas ultrapositivas ou ultranegativas interfiram no

processo avaliativo do aluno que pertence a mesma turma por vários anos; não

podemos focar em aspectos relevantes que serão causas de desigualdade no

processo avaliativo dos alunos; e em relação à extensão do tempo, não devemos

fazer comentários negativos do Aluno que reprovou em séries anteriores que isto

influenciará os avaliadores durante muitos anos da vida escolar do mesmo.

Page 18: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

18

6. UMA PRÁTICA MEDIADORA EM CONSTRUÇÃO

Vamos refletir sobre o que é Avaliação Mediadora? (Hoffmann,2006) Aponto, a seguir, alguns princípios coerentes a uma ação avaliativa mediadora, a

partir das considerações até aqui desenvolvidas:

. oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas idéias;

. oportunizar discussão entre alunos a partir de situações desencadeadoras;

. realizar várias tarefas individuais menores e sucessivas, investigando teoricamente,

procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos estudantes;

. ao invés do certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as

tarefas dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes

oportunidades de descobrirem melhores soluções;

. transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o

acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento.

Comentarei a seguir cada um dos princípios acima delineados:

Oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas idéias.

As tarefas são elementos essenciais para a observação das hipóteses

construídas pelos alunos ao longo do processo. Através delas, professores de todos

os graus de ensino poderão estabelecer o diálogo com os educandos, no sentido de

debruçar-se sobre sua produção de conhecimento para compreender em que

momento se encontram, qual a dimensão do seu entendimento. Preocupam-me

entendimentos sobre uma prática avaliativa inovadora que abandone a realização

de tarefas pelos alunos em qualquer grau de ensino. É importante que se respeite o

saber elaborado pelo aluno, sobre tal saber, desafiando-o a evoluir, encontrar novas

e diferentes soluções às tarefas sucessivamente apresentadas pelo professor.

Antes se tratava de saber bem ( o professor ), para transmitir ou avaliar certo. Agora se trata de saber bem para discutir com a criança, para localizar na história da

Page 19: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

19

ciência o ponto correspondente ao seu pensamento, para fazer perguntas“ inteligentes”, para formular hipóteses, para sistematizar quando necessário. (Macedo, 1993,p.30)

Sugiro muitas e diversificadas tarefas em todos os momentos da escola. Em

aula, em casa, algumas mais extensas, outras menores. O importante é garantir a

espontaneidade do aluno ao realizá-las. O que determina a natureza das questões é

sua finalidade: Por que formular tais perguntas, sobre esse assunto e nesse

momento? O que pretendo investigar ou observar em relação à compreensão dos

meus alunos? Se o educador valorizar efetivamente toda a produção do estudante,

partindo de suas idéias ou dificuldades para o planejamento de novas ações

educativas, estará naturalmente tornando –o participante do processo.

Oportunizar discussão entre os alunos a partir de situações desencadeadoras.

Na teoria construtivista, é essencial a interação entre iguais para o

desenvolvimento lógico-matemático. O aluno, discutindo com seus colegas, não

está submetido a uma relação de autoridade como na relação com o seu professor.

Discute, briga, busca argumentos convincentes, estabelece melhores relações entre

suas idéias e as dos outros. Muitas vezes compreende mais rápido o que não

entendeu através da discussão com os colegas. Não me refiro aqui aos tradicionais

trabalhos feitos em grupo, onde cada um “copia” trechos de um livro, ou contribui

com a elaboração de uma parte da tarefa, mas se trata de colocar aos alunos

situações-problemas que desencadeiem vários pontos de vista e que os levem a

encontrar uma solução dentre várias alternativas colocadas.

É tempo de redefinir o papel do educador como o mediador que dinamiza as trocas de ação entre o educando e o objeto do conhecimento com vistas à apropriação do saber pelo sujeito e do mediador entre a criança e o seu grupo de iguais, viabilizando as trocas necessárias ao exercício das cooperações que sustentam o desenvolvimento das personalidades autônomas no domínio cognitivo-moral, social e afetivo. (RANGEL, 1992, p.83)

Page 20: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

20

Os trabalhos em grupo são “gatilhos” para reflexão de cada aluno, para o

desenvolvimento do conhecimento em sua perspectiva de compreensão.

Oportunidades de defender pontos de vista espontâneos, expressão de seu “vivido” .

Perigosamente, alguns professores atribuem notas e conceitos a esses trabalhos

feitos. Ora, a organização das idéias do grupo costuma ser delegada a um ou

poucos elementos participantes. E o texto final, a solução dada, expressa o

conhecimento dos alunos que escrevem, que fazem o trabalho. Muitos estudantes

permanecem ao longo dos seus cursos com sérias dificuldades, porque cursam

disciplinas cujo acompanhamento do professor se dá através de tais trabalhos. E,de

fato, dificuldades individuais deixam de ser observadas e orientadas. Assim,

discussões em grupo são momentos que devem, isso sim, ser acompanhados pelo

professor, alerta aos vários argumentos surgidos, prestando atenção para

desencadear novas questões, mas nunca como elementos de avaliação individual.

Para Piaget,(...) a crença desencadeada é muito

importante. Ela abre ou fecha é muito importante. Ela abre e fecha elos, quem sabe perdidos ou ignorados pela criança.E nesta corrente ou nesses anéis que cria, pelas perguntas ou falas dos outros (seu professor ou colegas), a criança pode produzir ou constatar algo que, sem eles, não faria por si mesmo. Mas o que faz - graças `a ajuda do outro – é dela, é produto de algo que pensa ou crê. (MACEDO, 1993, p.50)

Através de jogos, debates a partir de textos, os estudantes refletem sobre os

seus argumentos, iniciais, enriquecem suas idéias, buscam contra-argumentos, têm

a oportunidade de fazer descobertas próprias, formular conceitos, encaminhar-se

efetivamente à aprendizagem. O professor, por seu caráter de autoridade diante

deles (mesmo sem ser autoritário), dificulta, muita vezes, a expressão espontânea

de suas dúvidas.

Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando

teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos

estudantes.

A avaliação mediadora exige a observação individual de cada aluno, atenta ao

seu momento no processo de construção do conhecimento. O que exige uma

relação direta com ele a partir de muitas tarefas (orais ou escritas), interpretando-as

(um respeito a tal subjetividade), refletindo e investigando teoricamente razões para

Page 21: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

21

soluções apresentadas, em termos de estágios evolutivos do pensamento, da área

de conhecimento em questão, das experiências de vida do aluno.

A teoria construtiva introduz a perspectiva da imagem positiva do erro cometido

pelo aluno como mais fecundo e produtivo do que um acerto imediato. O indivíduo é

entendido como um ser ativo que vai paulatinamente selecionando melhores

estratégias de ação que o levem a alcançar êxito em alguma tarefa proposta, para

algum desafio que se lhe apresente.

Mas nem todos os “erros” cometidos pelos alunos são passíveis de descoberta

por eles em seus estágios evolutivos de pensamento. Segundo Castorina (1988), há

erros sistemáticos “que marcam o limite entre o que um sujeito consegue e não

consegue fazer – e os erros manifestos durante o processo de invenção e

descoberta”.(p.43) E parece-me que é necessário o aprofundamento nessa questão,

porque tal análise irá fundamentar a intervenção do professor. É preciso, portanto,

que o educador analise cada tarefa em sua especificidade.

Tendo como base o texto de Hoffmann 2006, pensamos que uma avaliação

mediadora atenta ao processo ensino/aprendizagem, proporciona a construção de

novos conhecimentos dando a oportunidade ao educando de expressar suas idéias

através de diálogos, desafiando-o a evoluir, e a encontrar solução dentre as

alternativas colocadas, encaminhando-se efetivamente à aprendizagem.

Page 22: CADERNO TEMÁTICO AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA · Em Língua Inglesa não é definitiva a prática avaliativa, pois ainda há professores que não conseguem refletir uma relação

22

7. REFERÊNCIAS

CELLANI, M.A.A. As línguas estrangeiras e a ideologia subjacente à organização dos currículos da escola pública. São Paulo: Cláritas,1994. DEPRESBITERIS, L. Avaliação educacional em três atos / Léa Depresbiteris. 3ª ed. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2004. HOFFMANN, J. O jogo do contrário. Porto Alegre:Mediação,2005. 192p.

__________________ Avaliação – mito e desafio uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, 2007, 38.ed.revista. 104p.

__________________ Avaliação Mediadora – uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediadora,1993. 26.Edição revista, 2006. 160p.

LUCKESI, C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez,1996 PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares da rede pública de educação básica do estado do Paraná. Curitiba, 2006. SAUL, A. M. Avaliação Emancipatória – desafio à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo. 7.ed. São Paulo,Cortez, 2006. SOUZA, A.M.M., DEPRESBITERIS, L., MACHADO, O.T.M. – A mediação como princípio educacional – Bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein – São Paulo: Ed.Senac São Paulo, 2004.