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Pataias: passado e futuro este suplemento faz parte da edição 858 do REGIÃO DE CISTER de 28 de Janeiro de 2010 e não pode ser vendido separadamente

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Pataias: passado e futuro

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010II suplemento pataIas

A origem de Pataias é muito antiga, sabendo-se que o seu nome já era referido no tempo do rei D. Afonso Henriques. Mas correu boca, ao longo dos séculos, uma lenda sobre o nome da povoação, cuja veracidade não foi nunca confirmada. Reza a tradição popular que, indo a Rainha Santa isabel a passar por ali com o seu séquito e sentindo que os cavalos começavam a ficar demasiado cansados, por tentarem, a custo, cavalgar pelo caminho arenoso, terá dito às suas aias para que aliviassem as montadas:

“à pata aias”.A lenda foi sendo repetida de geração em

geração até chegar aos dias de hoje. É sabido que a rainha procurava, muitas vezes, as termas das Caldas. Mas se numa dessas deslocações terá feito tal advertência às suas aias é um dado da história que permanece sem confirmação.

Mas a história revela que no tempo do primeiro rei de Portugal, em 1151, o nome desta terra era referido pelo próprio monarca, no documento de doação que fez aos Monges Beneditos da Ordem de Cister. E o documento diz, entre ou-tras coisas: “(...) Damo-vos também o lugar que chamam Alcobaça e dele vos fazemos testamento e couto… pelos limites abaixo declarados… e passa por Mélvoa até à Mata de Pataias, donde corta direito por entre Pederneira e Moel, até chegar ao mar.”

Ao longo dos anos, muitas foram sendo as teorias sobre a origem da designação deste po-voado: houve quem defendesse que o nome se deve aos deuses pataicos (deuses fenícios que enfeitavam os barcos desse povo que viajou, com frequência, na costa portuguesa); argumentou-se ainda que a origem se deveria à abundância de patos na região ou ainda que se localizam nesta terra as tulhas (espécie de armazém) dos frades da Abadia de Cister, sabendo-se que Pataias é um vocábulo de origem indiana que significa tulhas.

A vila teve, desde sempre, uma grande tradição industrial que, durante algum tempo, coincidiu com a actividade agrícola. Foi crescendo ao longo dos séculos, atingindo um auge económico com a exploração dos fornos da cal. Esta actividade, desenvolvida até quase ao final do século XX,

há registos da vila que remontam ao tempo de d. afonso henriques

Desde o berço da nação

BI DA FREGUESIAElevação a vila: 16 de Maio de 1984

População: cerca de 6 mil habitantes

Concelho: Alcobaça

Área: 78 km2

Eleitores: 4.833 (Outubro de 2009)

Localidades: Pataias, Pataias-Gare, Pi-

sões, Burinhosa, Ferraria, Mélvoa, Paio de

Baixo, Paredes da Vitória, Mina de Azeiche, Água de Medeiros, Légua,

Vale do inácio, Boubã e Alva

Orago: nossa Senhora da Esperança

Feiras, festas e romarias: Mercado semanal (domingo), Carnaval, festa

da vila (no fim-de-semana a seguir a 16 de Maio), festa de nossa

Senhora da Vitória (14 e 15 de Agosto, na praia das Paredes da Vitória),

festa de nossa Senhora da Esperança (fim-de-semana mais próximo

de 18 de Dezembro)

Principais actividades económicas: Cimentos, móveis, moldes e

plásticos.

FICHA TÉCNICA

Jorlis, Lda

Director

José Ribeiro Vieira

Coordenação executiva

Rui Pereira (Jorlis)

Hugo neves (Região de Cister)

Edição

Joaquim Paulo

Textos

Helena Silva/i-n3ws.pt

Fotos

Arquivo REGiÃO DE CiSTER

e Junta de Pataias

Serviços comerciais

Hugo neves e

Marlene Carreira

Paginação

Jorlis

Impressão

Grefedisport

Tiragem

4 mil e 500 exemplares

Distribuição

com a edição 858 do

semanário REGiÃO DE CiSTER,

de 28 de Janeiro de 2010, não

podendo ser vendido

separadamente

Telefone

262 598 627

Fax

262 598 414

Internet e e-mail

www.regiaodecister.pt

[email protected]

deu lugar a outras, como os vidros, os móveis e os cimentos. O comércio assume, também, lugar de destaque actualmente.

Hoje, Pataias tem cerca de seis mil habitantes e procura cimentar uma estratégia para atrair mais moradores.

Tem, desde o início deste ano uma unidade de Saúde Familiar (uSF), que abrange as extensões de Martingança e Alpedriz.

A nível da Educação, Câmara e Junta preparam-se para iniciar a construção de um equipamento muito aguardado pela população local: um Cen-tro Escolar, que agregará as seis escolas (três do primeiro ciclo e três do pré-escolar) e abrangerá também os alunos dos lugares de Martingança, Montes e Alpedriz.

A beleza natural das praias é outra das imagens de marca da freguesia. Água de Madeiros, Pedra do Ouro, Polvoeira, Paredes, Légua, Falca e Vale Furado são obras esculpidas por mão divina. 1

praia de Paredes é uma obra esculpida por mão divina

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010suplemento pataias iii

A actividade que foi, durante mui-tos anos, o ganha-pão dos habitantes de Pataias vai integrar um roteiro que permitirá aos visitantes conhecer a tra-dição industrial da vila. Junta e Câmara de Alcobaça já estão em negociações com os proprietários dos antigos fornos da cal, no sentido de adquirirem um deles para ser restaurado.

O projecto começou a ser pensado o ano passado. A vila será dotada de um roteiro turístico, integrando praias, aldeias, a lagoa e também um percurso pelos antigos fornos da cal, revelou Dário Moleiro, secretário da Junta de Freguesia. “Os fornos estão todos nas mãos de

particulares e estamos, neste momen-to, a tentar negociar com alguns, no sentido de conseguir adquirir um deles para ser restaurado”, explica o autarca, frisando que haverá “uns três ou qua-tro ainda em estado de conservação razoável”.

A inclusão destas estruturas no roteiro permitirá aos visitantes co-nhecer aquela que foi, em tempos, a actividade nobre da freguesia. A ri-queza geológica (maciços calcários) e a abundância de madeira dos pinhais da região, favoreceu o aparecimento destes fornos. A actividade teve, até, influência no desvio da rota da linha do Oeste (Pataias-Gare) que garantia o escoamento da produção para quase todo o país.

O fabrico da cal não conheceu gran-des alterações ao longo dos séculos. Esses fornos artesanais, cuja labora-ção se manteve até praticamente ao final do século passado, em pouco alteraram as suas características de funcionamento e dimensão, desde o período romano.

Supõe-se que a generalidade dos fornos tenha surgido em meados do século XiX. Esta actividade chegou a ter

um dos ex-libris de Pataias, a lagoa, já foi alvo de re-qualificação no anterior mandato autárquico. O investi-mento, efectuado pela Câmara de Alcobaça e que rondou os 100 mil euros, incidiu na limpeza e criou condições para que sejam realizados, ali, passeios pedestres, ca-minhadas ou simples horas de lazer num novo parque de merendas. uma vez realizado o investimento, é tempo, agora, de divulgar e promover a zona, de forma a atrair visitantes, considera o secretário da Junta de Freguesia, Dário Mo-

leiro. Por isso, é intenção do executivo integrar a lagoa no roteiro turístico que está a ser criado.

“Já é uma das atracções da freguesia mas queremos dar-lhe mais notoriedade”, esclarece. A lagoa é uma extensa zona húmida, envolta por uma vasta área de pinhal bravo. no sentido de acautelar a sua preservação, a Câmara de Alcobaça integrou-a, desde 2003, no Projecto de Educação Ambiental do município, procurando chamar a atenção dos mais jovens para a importância deste recurso.

projecto da câmara de alcobaça e da junta de freguesia

Fornos da cal de Pataias vão integrar roteiro turístico

estruturas ainda pertencem a muitos privados

Revelar a beleza da lagoa

uma importância considerável para a economia local. Em 1980, ainda havia 25 fornos operacionais, fazendo em média sete cozeduras por ano.

O seu declínio foi notório a partir da década de 90, com a extinção da grande maioria. Sabe-se que o último forno em actividade, na região, deixou de laborar a 30 de Junho de 1995.

Dário Moleiro conta que o que resta da actividade está disperso pela fre-guesia. Mas mostra-se convicto de que,

“mesmo que não se chegue a acordo com os proprietários para aquisição e restauro de um dos fornos, será sem-pre possível integrá-los num roteiro”. E isto porque, sustenta, a maior parte deles está localizado junto a caminhos públicos, o que permitirá elaborar pro-gramas de visitas sem interferir com os interesses dos proprietários. “Mas estamos convencidos de que

haverá interesse dos privados em fazer parte deste projecto”, afirma.

O roteiro integrará também as praias da região, entre Água de Madeiros e a Falca - que serão todas requalificadas -, pretendendo incluir ainda algumas das aldeias de Pataias. “Há algumas, como Mélvoa e Pisões, com características de tal modo agradáveis que gostaríamos de poder desenvolver ali projectos de turismo rural”, conta o secretário da Junta de Freguesia, admitindo que tais projectos estarão, sempre, dependen-tes da vontade dos privados. “Mas a beleza dessas zonas, por si só, justifica a sua inclusão num roteiro que permita aos turistas usufruir delas”, justifica, frisando que, neste momento, ainda estão a ser identificadas as aldeias a incluir nesse roteiro.

A concretização deste projecto não tem prazos definidos. A Junta gostaria de poder vê-lo em andamento até final do actual mandato, esclarece ainda o responsável. 1

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010IV suplemento pataIas

construção do centro escolar obriga a transferência

Mercado vai mudar de local

Dois milhões de euros serão inves-tidos na requalificação da principal avenida de Pataias. A intervenção, ainda sem data marcada, pretende dar mais dignidade e aumentar a segurança dos dois quilómetros de estrada que atravessam a vila

O projecto está feito. E as nego-ciações com as Estradas de Portu-gal (EP) estão em curso. Hermínio Rodrigues, vereador da Câmara de Alcobaça, sintetiza, desta forma, o andamento do projecto de requa-lificação da Avenida Rainha Santa isabel, a principal via de Pataias.

As obras ainda não têm data marcada para começar mas a sua realização responde a um antigo an-seio dos moradores. A estrada será alargada, a zona envolvente irá sofrer trabalhos de embelezamento, serão criadas zonas de estacionamento e até uma nova rotunda. “O trânsito deverá ter um ordenamento dife-rente e vai fluir, por certo, melhor”, considera Dário Moleiro, secretário da Junta de Freguesia, mostrando-se esperançado de ver, ainda neste mandato, o trabalho realizado.

Tal intervenção, considera, pos-

sibilitará uma melhoria significa-tiva no tráfego - aquela zona, no Verão, é atravessada, diariamente, por milhares de automóveis - sem retirar dali a circulação, o que era uma preocupação dos comerciantes.

“Durante muito tempo, falou-se da possibilidade de ser criada uma via alternativa, fora da freguesia, que permitisse retirar dali o trânsito. Mas os comerciantes consideram que isso colocará em risco os negócios”, ex-plica.

Para o vereador Hermínio Rodri-gues, esta intervenção não pode ser

vista de forma isolada em relação à zona envolvente e aos projectos que estão para aí previstos. Refere-se às praias do concelho que, desde o ano passado, estão a ser requalificadas.

na praia das Paredes da Vitória, a intervenção está praticamente concluída. Entre passadiços que possibilitam os passeios pedestres, a intervenções no saneamento e tratamento de águas pluviais, a praia está hoje mais bonita e mais segura. Seguir-se-ão as restantes: Légua, Pedra do Ouro, Polvoeira e Água de Madeiros. no total, o inves-

timento nestas intervenções rondará os cinco milhões de euros.

E, revela o vereador, são obras feitas a pensar no futuro. É que está prevista, para a zona da Pedra do Ouro, um empreendimento ligado ao Golfe que, na expectativa dos autarcas da região, atrairá grande número de turistas e contribuirá para o desenvolvimento dos concelhos mais próximos.

Só a nível da economia, revela ainda Hermínio Rodrigues, a concre-tização desse projecto representará a criação de “cerca de dois mil postos de trabalho directos”. 1

avenida rainha santa isabel

Requalificação ainda sem data marcada

É das iniciativas de Pataias a que mais pes-soas atrai, todas as semanas, aos domingos. Chegam a organizar-se excursões, oriundas de vários pontos do país para visitar o local. O mercado semanal, que se realiza há décadas na freguesia, começou por decorrer junto à igreja, à beira da avenida Rainha Santa isa-bel, a principal via rodoviária que atravessa a localidade.

Em finais da década de 80 foi mudado para a actual localização, junto às piscinas muni-cipais.

Turíbio Machado, que foi presidente da Junta no início dessa década, recorda que depois dos feirantes levantarem as bancas de venda,

“ficava tudo sujo”. “na altura, até tive o cui-dado de mandar fazer a limpeza logo depois do levantamento dos feirantes para dar mais dignidade à zona”, conta.

Já então se colocava a questão da necessida-de da mudança de localização. “Empenhámo-nos no sentido de se encontrar um terreno para mudar o mercado para outro sítio. Era uma preocupação antiga”, explica o ex-autarca, lembrando que a resolução do problema “não foi fácil porque as pessoas não queriam pres-cindir dos seus terrenos para tal fim”.

Surgiu, então, a possibilidade do mercado ser mudado para um terreno público, mas que estava afecto à zona florestal, localizado nas ‘alvas’ (zona de dunas). Foi para aí que, no final da década de 80 se mudou o mercado que, a partir de então, despertou ainda mais o inte-resse dos vendedores e dos compradores. “Logisticamente, a localização é óptima. Fica

a caminho das praias, atraindo os visitantes no Verão, e tem grande facilidade de aces-so e estacionamento todo o ano”, considera

Dário Moleiro, secretário do actual executivo da Junta de Freguesia. no seu entender, essas razões poderão explicar o sucesso da inicia-tiva que, todos os domingos, enche a vila de visitantes.

Em 2003, o local passou por uma reestrutu-ração que, no entender de Dário Moleiro, lhe conferiu ainda mais qualidade.

Mas o terreno onde o mercado se realiza, próximo da possível localização da zona des-portiva, foi escolhido, pela Junta e pela Câmara de Alcobaça para acolher o futuro Centro Es-colar, que congregará seis escolas de Pataias (do primeiro ciclo e do pré-escolar) e outras da Martingança, Montes e Alpedriz. “Tem todo o sentido que o Centro Escolar seja instalado junto às piscinas e aos outros equipamentos desportivos que serão ali colocados”, defende o secretário da Junta.

O mercado vai, por isso, ser mudado. E até já existe terreno, bem próximo daquele onde ele se realiza actualmente.

“O Centro Escolar será uma das nossas prio-ridades, por isso, estamos já a trabalhar no sentido de mudar o mercado”, explica o autarca, frisando que a construção do novo equipamen-to escolar só pode começar quando o terreno estiver desocupado.

Ainda não há datas para o início dos tra-balhos.

Mas Dário Moleiro acredita que os processos começarão a dar passos em breve. Até porque, sublinha, a construção do Centro, para além de dotar alunos e professores de melhores condi-ções, permitirá reduzir verbas que, anualmente, são investidas na recuperação dos edifícios escolares, muitos deles já antigos. 1

uma das atracções da vila acontece todos os domingos

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010suplemento pataias V

A Associação de Bem Estar e Ocupação de Tempos Livres de Pataias foi criada em 1984, com o objectivo de dar resposta às crianças, na ocupação dos seus tempos livres. Só mais tarde, a sua acção veio a ser alargada aos idosos. Apesar de, desde 1997, a associação ter um projecto criado, nunca conseguiu, até hoje, reunir os apoios financeiros necessários para a criação de um lar de idosos na freguesia

Turíbio Machado, que foi presidente da Junta de Pataias no início da década de 80, recorda que a freguesia foi pioneira na criação das ac-tividades de tempos livres às crianças, serviço que foi assegurado pela constituição da As-sociação de Bem Estar e Ocupação de Tempos Livres (ABEOTL), em 1984. “não havia nada, na altura. As crianças saí-

am da escola e ficavam, muitas vezes, por aí, sem fazer nada”, recorda, considerando que, ao criar a associação, pretendeu-se “dar um passo fundamental para ajudar as crianças e os pais”.

nos primeiros tempos, a ABEOTL funcionou nas instalações da Junta de Freguesia.

A partir de 1993, com a mudança de instala-ções, foi alargado o tipo de apoio, que passou a abranger, também, os idosos.

Anabela Mariano, actual directora da ABEOTL, conta que o serviço prestado à terceira idade começou com a inauguração do Centro de Dia, em 1993 e, no ano seguinte, teve início o apoio domiciliário e o Centro de Actividades Ocupa-cionais.

O ano passado, a associação inaugurou uma Residência Autónoma para Deficientes, que fun-ciona num apartamento da freguesia e que acolhe, actualmente, cinco utentes.

Com 35 funcionários, a ABEOTL, presidida por António Caseiro, presta apoio a 25 crianças no ATL, 35 idosos no Centro de Dia e 13 no Centro de Actividades Ocupacionais, auxiliando outros 49 no apoio domiciliário. A grande carência, neste momento, é o lar da terceira idade, admite a responsável.

O projecto de construção do novo edifício, que prevê o alargamento das actuais insta-lações, foi elaborado em 1997. “Até hoje não avançou porque nunca conseguimos apoios”, explica Anabela Mariano. Representando um investimento superior a 550 mil euros, o novo lar permitirá acolher 35 utentes, possibilitando ainda a criação de 27 postos de trabalho.

“Tivemos já várias reuniões com a Segurança Social, em Leiria, e há abertura para a criação

deste equipamento”, adianta ainda a respon-sável, sublinhando que, no entanto, a decisão tem que ser governamental e isso ainda não aconteceu.

A ABEOTL candidatou, entretanto, o projecto ao qREn, ao Programa Operacional do Poten-cial Humano (POPH), aguardando ainda pela decisão.

“O lar permitiria dar resposta positiva a uma lacuna grande que existe nesta região”, consi-dera a responsável da ABEOTL, contando que os equipamentos do género que existem no con-celho “têm consideráveis listas de espera”.

Há praticamente dez anos à frente da asso-ciação, Anabela Mariano faz um balanço positivo do trabalho desenvolvido na freguesia. “Tem sido um trabalho interessado, para que a casa cresça e melhore, a nível de qualidade, a sua oferta. E isso tem sido conseguido”, sustenta.

Os projectos ligados à terceira idade são cada vez mais procurados e apenas a actividade do ATL tem diminuído, situação que a respon-sável atribui ao aumento do horário lectivo pelas escolas. “A escola pública tem hoje mais respostas, que fazem com que as crianças ali permaneçam mais horas e os pais deixam de ter tanta necessidade dos ATL”, refere. 1

AssociAção de Bem estAr e ocupAção de tempos Livres de pAtAiAs

Lar de idosos aguarda financiamento há 13 anos

Luís Filipe M. VerdascaEconomista

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António Caseiro preside instituição

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010VI suplemento pataIas

É muito crítico em relação ao que tem sido o papel da Câmara de Alcobaça no desenvolvimento daquela que é a sua freguesia, Pataias. Turíbio Machado, que foi presidente da Junta na década de 80, até escreveu um romance, num misto de humor e drama, que decorre em cenários da freguesia. Hoje em dia, assume-se como observador da vida da vila e aconselha a “uma maior união em nome dos interesses da terra”.

REGIÃO DE CISTER (RC) > Como era Pataias quando foi presidente da Junta?TuRÍBiO MACHADO (TM) > Economi-camente, estava bem nessa altura. Havia uma actividade empresarial diversificada. Socialmente, penso que as pessoas estavam razoavelmente bem. na época, o País passava por uma grave crise económica e havia, a nível governamental, aquela neces-sidade de os portugueses ‘apertarem o cinto’. Mário Soares tentava resolver os problemas da economia. na Junta, padeci um bocado com isso, porque não havia verbas disponíveis para avançar com projectos que conside-rava, então, fundamentais. A somar a isso, tive a fatalidade de encontrar uma Câmara de Alcobaça que, por razões políticas, não investia nesta freguesia. A prioridade do executivo era, e sempre foi, o investimento em São Martinho do Porto.

RC > Quais foram, na época, as suas prioridades e os principais projectos?TM > uma das prioridades foi o abas-tecimento de água a Pataias, vinda das Paredes. Era uma água de qualidade e esse abastecimento ainda se mantém nos dias de hoje. Foi, também, inau-gurado o parque de campismo da praia das Paredes, que era uma necessidade e hoje está em funcionamento, com bons rendimentos.

RC > Quantos habitantes tinha, en-tão, a freguesia?TM > Devia ter à volta de oito a dez mil habitantes porque também tínhamos a Moita e a Martingança. Mas apesar de sermos a freguesia mais populosa do concelho, nunca fomos tratados com o respeito que merecíamos.

RC > Há oito anos lançou um livro, que intitulou de ‘Deserdados’. É um retrato da freguesia?TM > Em parte, sim. É um romance, um misto de humor e drama. A história passa-se na freguesia, nos lugares li-mítrofes, e retrata a forma de viver na época desde o final da segunda guerra mundial até à década de 60. A primeira edição, de 500 exemplares, foi muito bem aceite e tenho andado para fazer

uma segunda edição. Mas ainda não tive oportunidade.

RC > E porque escolheu o título ‘Deserdados’?TM > Porque a história desta fregue-sia conta-nos que a população sempre teve que se desenrascar sozinha. nunca houve interesse de entidades ou go-vernantes, Santa Casa da Misericórdia, e sobretudo da Câmara, em olhar para esta terra. Mas foi pena porque havia pessoas muito carenciadas que nunca foram ajudadas. Sempre servimos para dar receitas à Câmara mas pouco rece-bemos em troca. O título do meu livro, ‘Deserdados’, reflecte um pouco isso.

RC > Continua a acompanhar a vida de Pataias?TM > ultimamente, já nem tanto. Houve várias situações que me foram desgos-tando, ao longo dos anos, e acabei por me ir afastando um pouco. E também

não vejo, da parte do povo, um interes-se pela política local, nem empenho na resolução dos problemas da terra. Mas vou observando...

RC > E há questões que o preocu-pem mais?TM > Há algumas situações que não me agradam muito. As piscinas foram construídas devido à venda de um terreno à Cibra, terreno esse que foi o ganha-pão de muita gente e durante muitos anos. Era desse terreno que era extraída a pedra para os fornos da cal, indústria muito antiga na freguesia. Lamentavelmente, vejo lá inscrito o nome de piscinas municipais, quan-do, ao que me consta, a Câmara nada lá gastou. O dinheiro foi proveniente daquilo que era nosso. Logo, se eu fosse presidente da Junta, não permitiria que alguém colocasse ali o ‘municipal’. É por questões como esta que prefiro alhear-me do que se passa. Outra das minhas

desilusões é o parque de campismo. Eu empenhei-me e esperava ver o projecto desenvolvido, com bungalows, restau-rantes e outras soluções de qualidade. E hoje vejo, com desgosto, que as barra-cas dos Mijaretes, lamentavelmente, se passaram para dentro do parque.

RC > Mas, apesar de tudo, continua a acompanhar o progresso da freguesia. O crescimento tem correspondido às expectativas que tinha?TM > Até determinada altura, houve um crescimento grande. Mas de há algum tempo a esta parte, com a crise, as coi-sas regrediram e não tem havido grande desenvolvimento em Pataias. Muitas empresas fecharam, infelizmente. Já fomos uma referência, a nível nacional, na indústria do mobiliário, mas as coisas decaíram drasticamente. E se calhar foi porque os empresários não souberam unir-se, nem criar uma estratégia no sentido de obter apoios estatais, de

turíbio machado, autor e antigo presidente da junta de pataias

“Servimos para dar receitas à Câmara mas pouco recebemos”

PerfilTuríbio da Encarnação Machado, de 62 anos, foi presidente da Junta de Pataias, no mandato autárquico entre 1982-85, eleito como independente nas listas do PS. Foi a única experiência autárquica e política, finda a qual se afastou, manifestando-se “desiludido” com a forma como funcionam a política e as máquinas partidárias. “Cansei-me de andar a lutar contra mo-ínhos de vento”, justifica. Figura respeitada pela popula-ção local, começou a trabalhar aos 10 anos e assegura que teve muitas profissões ao longo da vida. Foi barbeiro, escriturário, guarda-livros e Técnico Oficial de Contas, que exerceu até 2009. Sempre ligado à sua terra, fez parte da Direcção de várias associações culturais, entre as quais a Casa da Cultura e o

“Jornal de Pataias”.Há oito anos lançou um livro, de título “Deserdados”, retratando a década de 60 na freguesia. Actualmente, para espanto de muitos, dado ser um sexagená-rio, é estudante de Arqueologia e História na Faculdade de Letras da universidade de Coimbra, cidade onde passa a maior parte do tem-po. A vida de estudante impõe-lhe que permanceça em Coimbra a semana inteira, regressando à vila apenas aos fins-de-semana. Esta alteração na sua rotina levou-o a afastar-se, ainda mais, da vida da sua terra.

forma a desenvolver o sector.

RC > E os equipamentos e as respos-tas sociais que existem actualmente... Satisfazem-no?TM > A nível de saúde, por exemplo, o Centro de Saúde deixa muito a desejar. E na Cultura, somos carentes. Tivemos uma Casa da Cultura e um Jornal de Pataias. Tive o privilégio de estar na Direcção de ambos e acho que fizemos um bom trabalho. Havia uma pessoa, o Emídio de Sousa, que foi notável na luta pela defesa da Cultura nesta terra. Fize-mos colóquios, concertos, espectáculos, criámos um grupo musical e um Rancho Folclórico... Hoje, não resta nada.

RC > Como é que vê o futuro de Pataias?TM > Gostaria que fosse um futuro ri-sonho. Gostava de ver mais união em defesa dos interesses da terra e menos divisões em nome da política. 1

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010suplemento pataias Vii

Estará concluído no primeiro trimestre deste ano o Plano de Pormenor da Alva, onde irá ser construída a nova Zona industrial da freguesia. Hermínio Rodrigues, vereador da Câmara de Alcobaça esclarece que, neste momento, estão por definir questões rela-cionadas com as acessibilidades ao local, pelo que estão já agen-dadas reuniões com as Estradas de Portugal (EP) para concluir esses detalhes.

Findo esse processo, será aber-to o concurso para construção da Zona industrial. “Se tudo correr bem, como esperamos, as obras poderão arrancar no início do próximo ano”, revela o respon-sável.

A criação da zona industrial permitirá melhor a resposta da freguesia a nível económico. O vereador conta que, nos últi-mos meses, várias empresas têm manifestado interesse em fixar os seus projectos na localidade.

“Muitas empresas, sobretudo de moldes, têm-nos procurado com a intenção de se instalarem na freguesia”, explica.

Pataias tem, desde há muito, uma forte dinâmica industrial. Vários sectores de actividade, desde os vidros, aos cimentos, moldes e móveis têm, nos últimos

Zona industrial tem empresas em ‘lista de espera’

Plano de pormenor da Alva está em fase de conclusão

atrair e fixar jovens à freguesia é o objectivo do projecto

anos, escolhido essa localização para se implementar.

O pólo empresarial, situado na saída da freguesia a caminho da nazaré, já não tem capacidade para acolher mais unidades in-dustriais. “Sem resposta positiva, os empresários acabam por ter que escolher outros concelhos para se localizar, o que gosta-ríamos de evitar”, explica, por seu turno, o secretário da Junta de Freguesia, Dário Moleiro. Por isso, considera ser de extrema importância que avance com rapidez a construção da nova zona industrial. “Já há projecto e já foi consegui-

da a desafectação dos terrenos. Agora, é só arrancar com a obra”, defende.

Dário Moleiro conta que um dos objectivos do executivo na Junta é conseguir atrair e fixar jovens na freguesia. “não sentimos, pelo menos ainda, que a vila esteja a ficar envelhecida. Mas temos consciência de que, para que isso não aconteça, é preciso investir”, adianta, considerando que a criação de emprego - resultante da fixa-ção de novas empresas - será um contributo fundamental para esse objectivo. “Sempre fomos ambi-ciosos e continuamos a sê-lo”, assegura. 1

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quinTA-FEiRA 28 JAnEiRO 2010VIII suplemento pataIas