caderno do educador formação de gestores da rede … · grande abraço, equipe do programa ......

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1 Realização Apoio Formação de gestores da rede estadual de ensino do Maranhão sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos Setembro de 2015 CADERNO DO EDUCADOR caderno_gestor2015_vFinal.indd 1 9/15/2015 11:29:53 PM

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Rua Bruxelas, nº 169 São Paulo - SP CEP 01259-020Tel: (11) 2506-6570escravonempensar@reporterbrasil.org.brwww.escravonempensar.org.br

Realização

Apoio

Formação de gestores da rede estadual de ensino do Maranhão

sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos

Setembro de 2015

CADERNO DO EDUCADOR

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ExpedienteRepórter Brasil - Organização de Comunicação e Projetos Sociais Presidente: Leonardo Sakamoto Diretoria: Claudia Carmello Cruz (Primeira-Secretária), Iberê Fran-cisco Thenório (Comunicação), Paula Monteiro Takada (Projetos Sociais), Maurício Eraclito Monteiro Filho (Pedagogia), Rodrigo Pelegrini Ratier (Marketing) Conselho fiscal: Beatriz Costa Barbosa, Luiz Guilherme Barreiros Bueno da Silva e Spensy Kmitta Pimentel Coordenadores de programas: Ana Aranha (Agência de Notícias), Marcel Gomes (Centro de Monitoramento de Agrocombustí-veis), Natália Suzuki (Escravo, nem pensar!) Departamento administrativo-financeiro: Fabiana Garcia (coordena-dora), Juliana Furhmann (assistente financeira) e Marília Ramos (assistente administrativa)

Equipe do programa Escravo, nem pensar!: Natália Suzuki (coordenado-ra); Thiago Casteli (coordenador assistente); Jéssica Stuque (edu-cadora)

Caderno do educador 1 - Formação de gestores da rede estadual de ensino do Maranhão sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatosContéudo: Equipe do programa Escravo, nem pensar!Projeto gráfico: Marcela Weigert | Diagramação: Gabi JunsSetembro de 2015

Apoio Organização Internacional do Trabalho, Catholic Relief Service e Ministério Público do Trabalho www.reporterbrasil.org.br | www.escravonempensar.org.br

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CADERNO DO EDUCADOR 1Formação de gestores da rede

estadual de ensino do Maranhão sobre o tema do trabalho escravo e

assuntos correlatos

- Setembro de 2015 -

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Sumário

1. ProjEto “Formação DE gEstorEs Da rEDE EstaDual DE Ensino Do maranhão” 1.1. objetivo geral 1.2. objetivos específicos 1.3. justificativa e contexto 1.4. Público 1.5. Vigência 1.6. organograma do projeto 1.7. Fluxograma da formação continuada2. DaDos sobrE o trabalho EsCraVo 2.1. Estatísticas nacionais 2.2. Estatísticas do maranhão 3. Formação PrEsEnCial i 3.1 Programação 3.2 blocos temáticos 3.2.1 Migração 3.2.2 Aliciamento 3.2.3 Trabalho escravo contemporâneo 3.2.4 Combate ao trabalho escravo 3.2.5 Experiências educativas de combate ao trabalho escravo4. maPa DE DinâmiCas soCioEConômiCas 5. o aComPanhamEnto PEDagógiCo 5.1 Plataforma ipê de educação à distância 5.2 sobre o plano de ação 5.3 Formulário do plano de ação 5.3.1 Primeira etapa – Formação do setor pedagógico da URE 5.3.2 Segunda etapa – Formação dos educadores 5.3.3 Terceira etapa – Apoio e acompanhamento das unidades escolares 5.3.4 Cronograma 5.4 mapa de assuntos6. ViDEotECa: sugEstõEs DE VíDEos 7. bibliotECa: sugEstõEs DE matEriais DiDátiCos

06060606070708080909101212131318202631323434343535363941424445

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Carta ao educador(a)

Prezado(a) educador(a),

inicialmente, gostaríamos de agradecer a sua disponibilidade de participar desta formação. a sua presença neste momento é o primeiro passo para colocarmos em prática esse projeto. Como sabe, esta ação educacional, da qual você se torna integrante fundamental, é voltada ao combate do trabalho escravo no estado do maranhão por meio da prevenção.

nós, do programa Escravo, nem pensar! (EnP!), consideramos que um dos meios mais eficazes para erradicar sérias violações de direitos humanos – como o trabalho escravo – é a educação, devido ao seu papel transformador e libertador. na última década, pudemos testemunhar a ocorrência de trabalho escravo em diversas regiões do país. no entanto, também constatamos que, em lugares onde foi possível desenvolver ações de educação para tratarmos desse tema, as comunidades se tornaram mais mobilizadas contra a exploração de trabalhadores, organi-zando ações de resistência, e mais atuantes, denunciando os crimes às autoridades competen-tes e dando visibilidade a um problema que, muitas vezes, é naturalizado.

nesses contextos, atribuímos essa transformação aos profissionais da educação – professores, gestores, técnicos - que fizeram uso de seu papel de formador e foram capazes de realizar uma intervenção positiva na realidade em que vivem. Por meio da abordagem do tema em sala de aula, da realização de projetos extracurriculares e de outras ações formativas, os educado-res informaram crianças e adolescentes sobre os perigos do aliciamento e da exploração no trabalho, mas, sobretudo, contribuíram com a sua formação cidadã e fomentaram a postura reflexiva e crítica desses jovens que, por sua vez, tornaram-se multiplicadores de informação, contribuindo para que as suas comunidades também se tornassem mais cientes de seus direitos e deveres, especialmente nas relações de trabalho.

Diante disso, contamos com você para também ser a referência em seu município sobre o tema do trabalho escravo e sobre ações educacionais que privilegiam os direitos humanos.

Este caderno foi preparado para subsidiá-lo durante a nossa formação. nas páginas seguintes, você encontrará o registro das abordagens que faremos nos próximos dias e as referências necessárias para as suas atividades relacionadas a esse projeto, que serão realizadas quando retornar ao seu trabalho cotidiano.

Desejamos a todos nós uma excelente formação e grande êxito nas nossas próximas ações! Estejamos sempre juntos, compartilhando experiências e superando desafios.

grande abraço,

Equipe do programa Escravo, nem pensar!

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I Projeto “Formação de gestores da rede estadual de ensino do Maranhão”

Em maio de 2015, a ONG Repórter Brasil, por meio do seu programa Escra-vo, nem pensar!, e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) do Maranhão firmaram uma parceria para o desenvolvimento do projeto “Formação de ges-tores públicos da Educação do estado do Maranhão sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos”.

A proposta do projeto é contribuir com a erradicação do trabalho escravo no Maranhão por meio da prevenção deste problema. Para tal, a Seduc e a Repór-ter Brasil serão responsáveis pelo processo formativo de profissionais de edu-cação do estado, os quais serão agentes multiplicadores do tema em diversas regiões maranhenses.

Esse projeto pioneiro tem como orientação privilegiar a abordagem em direitos humanos na educação. A seguir, apresentamos os dados técnicos do projeto.

1.1 Objetivo geral

Contribuir com a erradicação do trabalho escravo no Brasil por meio da prevenção.

1.2 Objetivos específicos

• Gestores estaduais da rede pública de ensino têm acesso a informações, experiências e recursos didáticos de combate ao trabalho escravo por meio de plataforma digital.

• Comunidades vulneráveis desenvolvem iniciativas próprias de prevenção e combate ao trabalho escravo por meio de ações de educação.

1.3 Justificativa e contexto

O governo federal brasileiro assumiu a existência do trabalho escravo perante o país e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1995. O Brasil foi uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a escravidão contemporânea em seu território. Nesses últimos 20 anos, mais de 48 mil tra-balhadores foram libertados de situações análogas a de escravidão em ativida-des nas zonas rural e urbana.

As principais atividades econômicas em que são encontrados casos de traba-lho escravo rural são a pecuária, a produção de carvão e os cultivos de cana-de-açúcar, de soja e de algodão. Nos últimos anos, as ocorrências dessa violação têm sido cada vez mais frequentes em atividades econômicas urbanas, como a construção civil e o setor têxtil.

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No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao trabalho escravo rural são homens. As atividades para as quais esse tipo de mão de obra é utilizado exigem força física, por isso os aliciadores buscam principalmente homens e jovens. Os dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego, registrados de 2003 a 2014, indicam que, entre os trabalhadores libertados, 72,1% são analfabetos ou não concluíram o quinto ano do Ensino Fundamental. Os trabalhadores libertados são, em sua maioria, migrantes, que deixaram suas casas com destino à região de expansão agrícola. Saem de suas cidades, atraídos por falsas promessas de trabalho, ou migram forçadamente por causa de sua precariedade socioeco-nômica. Os trabalhadores proveem de diversos estados das regiões Centro-O-este, Nordeste e Norte. Dentre essas localidades, o maranhão é o principal emissor de migrantes que, posteriormente, acabam explorados como traba-lhadores escravos, e também ocupa o quinto lugar no ranking dos principais estados brasileiros em que o trabalho escravo acontece. (Veja na próxima seção dados sobre o trabalho escravo no Maranhão).

Atualmente, as estratégias governamentais voltadas ao combate ao trabalho es-cravo dão ênfase à fiscalização das propriedades rurais e à punição administra-tiva e econômica dos empregadores flagrados utilizando mão de obra escrava.Entretanto, a erradicação do problema passa também pela adoção de políticas públicas para reverter a situação de pobreza e de vulnerabilidade que corrobo-ram para a permanência de trabalhadores em situação de exploração. Dentre essas políticas, estão as ações formativas no âmbito da educação, como a que propõe esse projeto.

1.4 Público

A Repórter Brasil e a Seduc atuarão junto às Unidades Regionais de Ensino (UREs) de Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís, consideradas prioritárias, porque abrangem os municípios com nú-meros alarmantes em relação à ocorrência de casos de trabalho escravo e/ou de aliciamento. Os representantes dessas UREs serão responsáveis por multi-plicar os conhecimentos e materiais didáticos da formação para toda a equipe pedagógica, que, junta, desenvolverá formações para os educadores das esco-las envolvidas, visando fomentar a abordagem do tema em sala de aula.

Com isso, serão impactados 76 municípios, 378 escolas, 10 mil professores e 190 mil alunos de diversos segmentos. Esse projeto prevê a formação direta de um grupo de 50 gestores e técnicos das UREs e da Seduc.

1.5 Vigência

Junho de 2015 a junho de 2016.

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1.6 Organograma do projeto

Na ilustração a seguir, podemos verificar a relação entre as entidades protago-nistas do projeto.

É relevante destacar que os encontros presenciais e os acompanhamentos pe-dagógicos poderão contar com a participação ativa de representantes de orga-nizações da sociedade civil atuantes no Maranhão, como a Comissão Pastoral da Terra e o Centro de Defesa da Vida e de Direitos Humanos.

8

escolas escolas escolas

UREs

1.7 Fluxograma da formação continuada

A seguir, consta a ilustração das etapas do projeto.Para acessar um esquema resumido da proposta do projeto, acesse:https://goo.gl/HCNVJ5

Formação presencial Acompanhamento

Formação presencial II

Formação presencial III

Sistematização, avaliação e

continuidade das abordagens

Acompanhamento

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Dados sobre o trabalho escravo

O desenvolvimento de ações de prevenção no Maranhão é estratégico para o combate do trabalho escravo no Brasil, porque é o estado brasileiro que mais emite trabalhadores migrantes que são explorados em outros lugares do país e figura entre os cinco primeiros estados, onde foram encontrados mais trabalhadores libertados, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). A seguir, detalhamos esses dados.

2.1 Estatísticas nacionais

II

Ranking estadual por número de trabalhadores libertados*

1o Pará 12.761

2o mato grosso 6.953

3o minas gerais 4.038

4o goiás 3.903

5o maranhão 3.135

bahia 3.091

tocantins 2.856

mato grosso do sul 2.602

rio de janeiro 1.555

são Paulo 1.419

Paraná 1.116

Piauí 884

rondônia 863

santa Catarina 808

Pernambuco 769

alagoas 749

Espírito santo 713

Ceará 465

amazonas 398

rio grande do sul 270

acre 196

roraima 51

Paraíba 48

rio grande do norte 36

amapá 26

*O infográfico tem como base o número total de 48.705 pessoas libertadas entre 1995 e 2014.

Fonte: Dados do Ministério do Trabalho e Emprego, sistematizados pela Repórter Brasil.

Ranking dos principais estados de naturalidade dos trabalhadores resgatados entre 2003 e 2014

EstaDonúmero de

trabalhadores%

1º. maranhão 7.721 23,6%2º. bahia 3.085 9,4%3º. Pará 2.907 8,9%4º. minas gerais 2.720 8,3%5º. tocantins 1.827 5,6%6º. Piauí 1.813 5,5%total 32.682 100%

Fonte: Comissão Pastoral da Terra

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2.2 Estatísticas do Maranhão

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 0,6391 – 26º lugar dentre os estados brasileiros

Rendimento Domiciliar* (2014) Brasil (média): R$1.052,00 Maranhão: R$461,002 – o mais baixo do país *soma dos rendimentos recebidos por cada morador, dividido pelo total de pessoas do domicílio

Saldo Migratório 164.980 pessoas deixaram o estado entre 2005 e 20103. O número de emigrantes do Maranhão é o segundo mais alto do país, atrás apenas do estado da Bahia.

Ranking dos municípios de ocorrência de casos de trabalho escravo entre 2003 e 2014

ranking muniCíPiosCasos

trabalhaDorEs libErtaDos

total % total %

1º 75 24,8 366 14,72º 31 10,3 267 10,73º Bom Jardim 18 6 278 11,24º 17 5,6 107 4,35º Itinga do Maranhão 13 4,3 35 1,46º Balsas 10 3,3 9 0,47º 9 3 33 1,38º 7 2,3 191 7,79º 7 2,3 18 0,7

10º Cidelândia 6 2 18 0,7(...) (...) (...) (...) (...) (...)21º 4 4 53 2,134º 2 1 12 0,5

total 302 100% 2.446 100%

Ranking dos municípios de residência dos trabalhadores resgatados entre 2003 e 2014

ranking muniCíPiostotal DE

trabalhaDorEs

total 6.174

1º 3432º 3143º 2664º 2305º Santa Luzia MA 1876º Colinas 1597º Anajatuba 1568º 1469º Itapecuru Mirim 14310º Passagem Franca 124

1 Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (Pnud)

2 IBGE 2015

3 IBGE 2012

Fonte: Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Obs.: Não foram registrados casos de trabalho escravo em São João dos Patos e São Luís,

entre 2003 e 2014.

Fonte: Comissão Pastoral da Terra

(CPT)

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Atividades econômicas flagradas com trabalho escravo no estado entre 2003 e 2014

ATIVIDADES ECONÔMICAS TRABALHADORES RESGATADOS (%)

2072 83%

LAVOuRAS 163 7%

126 5%

80 3%

DESMATAMENTO 46 2%

TOTAL 2487 100%

Como mencionado, esse projeto trabalhará com sete UREs que, juntas, são responsáveis pelo sistema de educação do estado de 76 municípios (35% do total de municípios do estado).

Nessa área, estão concentrados:

86% dos casos de trabalho escravo

no Maranhão entre 2003 e 2014.

58% dos trabalhadores maranhenses resgatados

no Brasil entre 2003 e 2014 (local de residência).

Fonte: Comissão Pastoral da Terra (CPT)

São Luís

Balsas

Codó

Santa Inês

Açailândia

Imperatriz

São João dos Patos

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III Formação presencial 1

Nesta seção, estão registrados em tópicos os conteúdos abordados, bem como os recursos pedagógicos e as referências de materiais que utilizamos. Assim você poderá reproduzir as atividades que tenham despertado o seu interesse quando retornar ao seu trabalho cotidiano.

3.1 Programação

Data PEríoDo ContEÚDo ConViDaDos

22/09/2015Manhã (8h às 12h)

Mesa de abertura

Apresentação do ENP!

Tarde (14h às 18h) “Migração e aliciamento”

23/09/2015

Manhã (8h às 12h) “Trabalho Escravo Contemporâneo”

Tarde (14h às 18h) “A abordagem do trabalho escravo contemporâneo na sala de aula”

Educadora da rede estadual do MA

24/09/2015

Manhã (8h às 12h) “O combate ao trabalho escravo – parte 1”

Representante da sociedade civil (CDVDH-Santa Luzia)

Representante do Ministério Público do Trabalho

Tarde (14h às 18h) “O combate ao trabalho escravo – parte 2”

Representante da sociedade civil (CDVDH - Açailândia)

Representante da (CPT- Balsas)

25/09/2015

Manhã (8h às 12h) “Experiências Educativas de prevenção ao trabalho escravo”

Educadoras da rede pública estadual do MA

Tarde (14h às 18h) Plano de ação e orientações sobre o uso da Plataforma Ipê

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3.2 Blocos temáticos

DiCaAo final de cada bloco temático, reflita um pouco sobre as três questões a seguir. Elas ajudarão você a elaborar as suas atividades após a formação.

1. o que essa abordagem traz de novidade para você?

2. os temas dessa seção possuem relação com a realidade da sua região?

3. Quais referências e atividades didáticas podem ser utilizadas com os educadores?

3.2.1 MIGRAÇÃO(22 de setembro 2015 – Tarde)

Questão provocadora Qual a relação entre o trabalho escravo e a migração?

Ementa Este bloco introduz o tema da migração, destacando como esse fenômeno im-pacta o estado do Maranhão, apresentando-se os principais fluxos migratórios dos trabalhadores maranhenses com destaque para as atividades econômicas em que são empregado. Em geral, essa migração é sazonal, ou seja, o traba-lhador se ausenta de seu lar pelo tempo de empreitada, retornando poste-riormente para, no ano seguinte, repetir o mesmo rito. A ideia dessa seção é sensibilizar o educando a respeito do migrante como indivíduo em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o que o leva a partir forçadamente. Nesse caso, a migração não é uma opção.

Conteúdo

i. o que é migração?

ii. Por que as pessoas migram? (motivos da migração)

iii. a migração no brasil• Os fluxos migratórios a partir do Maranhão• Quem são os migrantes maranhenses e quais são as suas motivações?• Vulnerabilidade socioeconômica• Migração forçada e sazonal• Atividades econômicas

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Recurso didático-pedagógico

imúsica “a Violeira”(Tom Jobim/Chico Buarque)

Desde meninaCaprichosa e nordestinaQue eu sabia, a minha sinaEra no Rio vir morarEm AraripeTopei como chofer dum jipeQue descia pra SergipePro Serviço MilitarEsse malucoMe largou em PernambucoQuando um cara de trabucoMe pediu pra namorarMais adianteNum estado interessanteUm caixeiro viajanteMe levou pra MacapáUma cigana revelou que a minha sorteEra ficar naquele NorteE eu não queria acreditarJuntei os trapos com um velho marinheiroViajei no seu cargueiroQue encalhou no CearáVoltei pro CratoE fui fazer artesanatoDe barro bom e baratoPra mó de economizarEu era um brotoE também fiz muito garotoUm mais bem feito que o outroEles só faltam falarJuntei a prole e me atirei no São FranciscoEnfrentei raio, coriscoCorrenteza e coisa-máInda arrumei com um artista em PiraporaMais um filho e vim-me emboraCá no Rio vim parar

Ver IpanemaFoi que nem beber juremaQue cenário de cinemaQue poema à beira-marE não tem tiraNem doutor, nem ziguiziraQuero ver que é que tiraNós aqui desse lugar

Será verdadeQue eu cheguei nessa cidadePra primeira autoridadeResolver me escorraçarCom tralha inteiraRemontar a MantiqueiraAté chegar na corredeiraO São Francisco me levar

Me distrairNos braços de um barqueiro sonsoDespencar na Paulo AfonsoNo oceano me afogarPerder os filhosEm Fernando de NoronhaE voltar morta de vergonhaPro sertão de QuixadáTem cabimentoDepois de tanto tormentoMe casar com algum sargentoE todo sonho desmancharNão tem carrancaNem trator, nem alavancaQuero ver que é que arrancaNós aqui desse lugar

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iiEntrevista: relato de um migrante

Nome:

Qual o local de origem e para onde a pessoa se mudou? Como a pessoa se deslocou?

Quais foram os motivos da migração?

O que a pessoa esperava encontrar quando deixou seu local de origem?

Como era a realidade no local de destino? Era do jeito que a pessoa esperava?

Quais as diferenças entre os dois lugares com relação à linguagem, alimenta-ção e outras questões culturais?

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16

iiio trabalhador migrante

Nome: Idade: Estado civil: Origem social: Município de origem:

Escolaridade: Motivo da migração:

Lazer:

Sonho:

iVCiclo do trabalho escravoVulnerabilidade social (1/9) e Migração (2/9)

VUlNERABIlIDADE1

MIGRAÇÃO2

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Referências

impressos » Caderno temático Migração – O Brasil em movimento » Fascículo Ciclo do trabalho escravo » Capítulo 4 do livro Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre trabalho escra-

vo contemporâneo na sala de aula e na comunidade

recursos multimídia » Capítulo 3 do livro digital Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre trabalho

escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Vídeo Enp na Tela Ciclo do trabalho escravo (4:33’) » Documentário Migrantes (46:16’)

músicas » Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) » Belo Sertão (Miroval Marques) » Desejo e necessidade (Chico César) » De São Luís a Teresina (João do Vale)

Mão na massahistória de um migrante

i. objEtiVo i. Discutir a migração como direito humano e abordar os diferentes motivos que le-vam as pessoas a migrar. ii. Destacar o fenômeno de expulsão que pode tornar as pessoas mais vulneráveis ao aliciamento, trabalho escravo e outras formas de exploração.

ii. justiFiCatiVaA migração é um tema que está presente na vida de qualquer pessoa. Por esse motivo, para tratar desse assunto, é oportuno que a pessoa se sensibilize a respeito desse tema, já que os migrantes costumam ser, frequentemente, alvos de preconceito. A proposta para se abordar o assunto é por meio da experiência pessoal de cada um.

iii. matEriais DiDátiCos Lousa, giz, cartolina, pincel atômico, computador e equipamento para projeção.

i. Apresente o questionário da página 15 para a sala. Você pode pedir para que os educandos o respondam individualmente ou que façam uma entrevista com um pa-rente ou alguém próximo, desde que tenha vivido uma experiência de migração. Essa atividade pode ser requisitada como lição de casa.ii. Com os questionários respondidos, peça para que dois ou três voluntários relatem a experiência. Enquanto isso, sistematize na lousa elementos centrais das histórias, como o motivo do deslocamento, o local de origem e o destino. Se tiver conexão de internet e projetor, você pode também utilizar o exercício da tela 2 da seção “Migra-ção” do livro digital.iii. Ao final das exposições, os educadores comentam os casos e enfatizam as diversas motivações das migrações, mas também destacam os pontos semelhantes. É importante ressaltar que os migrantes têm, quase sempre, perspectivas positivas em relação a sua empreitada e merecem ser respeitados e devidamente integrados ao local de destino. iv. As histórias também podem ser usadas como ponto de partida para se trabalhar os fluxos migratórios regionais, estaduais e nacionais.

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3.2.2 AlICIAMENTO(22 de setembro 2015 – Tarde)

Questão provocadora Como o trabalhador se torna escravo?

Ementa O objetivo dessa seção é destacar a prática de aliciamento como um crime relacionado ao recrutamento de trabalhadores que, em geral, são vulneráveis socioeconomicamente. Essa prática estimula a migração do trabalhador me-diante a uma proposta de emprego falsa. O aliciamento é o elo entre a situação de precariedade do trabalhador em seu local de origem e a sua exploração como trabalhador escravo no local de destino.

Conteúdo

i. o que é aliciamento? » Definição conceitual » Perfil dos trabalhadores resgatados

ii. recomendações ao trabalhador migrante » Buscar referências sobre o recrutador e a empresa contratante; » Viajar em posse da sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); » Deixar com a família informações sobre o novo emprego (localização, te-

lefone, nome da empresa, duração da empreita); » Levar consigo o número de telefone do sindicato do seu município e, se

possível, da cidade do novo trabalho; » Não tomar empréstimos durante a viagem ou consentir o pagamento dos

custos da viagem para chegar ao local de trabalho; » Evitar aceitar adiantamentos de salário.

Recursos didático-pedagógicos

iVinheta do aliciamento (áudio produzido pelo Escravo, nem pensar!)Josué, o aliciador, convoca trabalhadores por um carro de som: “E atenção, atenção, nossos amigos ouvintes, para esse anúncio importante: estamos pre-cisando de trabalhadores para trabalhar em fazendas e na construção de pré-dios. O trabalho é bom, o salário também e o patrão ainda deixa adiantamento com a família. Os homens que estiverem desocupados e interessados devem vir aqui à rádio Liberdade e procurar o Josué. É trabalho garantido”.

iiPerguntas provocadoras para a dramatização

i. O trabalhador escolheria qual das ofertas de emprego e o que diria ao Josué?ii. Por sua vez, o que Josué falaria ao trabalhador?iii. Onde seria essa frente de trabalho?

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iiiCiclo do trabalho Escravo

Referências

impressos » Caderno temático Migração – O Brasil em movimento » Capítulo 2 do livro Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre trabalho

escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade

recursos multimídia » Capítulo 1 do livro digital Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre

trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Documentário Aprisionados por Promessas (16:31’)

VUlNERABIlIDADE1

MIGRAÇÃO2

AlICIAMENTO3

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20

Mão na massaDramatização do aliciamento

i. objEtiVo Introduzir o tema do aliciamento para que os participantes consigam reconhe-cer o problema em sua região.

ii. justiFiCatiVa O aliciamento é, em geral, a porta de entrada para o trabalho escravo, por isso é importante entender suas características, sua relação com a situação de vul-nerabilidade socioeconômica do indivíduo e saber como evitar essa situação.

iii. matEriais DiDátiCos: Aparelho de som

i. Coloque a vinheta do aliciamento para o grupo ouvir.ii. Peça para que se dividam em duplas e simulem o encontro entre o traba-lhador e Josué (contratante). iii. Convide algumas duplas para apresentar a dramatização. iv. Após as apresentações, estimule os participantes a responderem algumas questões para iniciar a abordagem sobre o aliciamento: Onde você mora, há muitas ofertas de empregos como as que foram oferecidas por Josué? Qual o nome dado a recrutadores como Josué? A presença de aliciadores (“gatos”) é frequente na região de vocês?. A partir das respostas, você já é capaz de abor-dar as principais características do aliciamento.

3.2.3 TRABAlHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO(23 de setembro 2015 – Manhã e tarde)

Questão provocadora Ainda existe trabalho escravo?

Ementa Esse bloco é o principal da formação, porque é o momento de definir precisa-mente o que é trabalho escravo contemporâneo. Para isso, são apresentadas as características desse tipo de exploração, exemplificadas a partir de casos reais. O Artigo 149 do Código Penal deve ser usado para dar respaldo técnico para a definição do trabalho escravo e ressaltar a sua condição de prática criminosa. Dessa forma, busca-se a diferenciação entre o trabalho escravo e irregulari-dades trabalhistas. O problema é apresentado de forma geral no Brasil, mas a contextualização no estado do Maranhão é pertinente a partir de apresen-tação de dados estatísticos e atividades econômicas relacionadas a essa práti-ca, como os setores sucroalcooleiro e da construção civil. Nessa seção, ainda serão apresentadas formas de abordar o tema em sala de aula e exemplos de projetos extracurriculares desenvolvidos por escolas.

Conteúdoi. trabalho escravo contemporâneo » Definição conceitual: Os elementos que caracterizam o fenômeno » Definição legal: Artigo 149 do Código Penal » Casos reais » Atividades econômicas flagradas com trabalho escravo no Brasil

21

ii. Contexto do trabalho escravo no maranhão » Dados estatísticos » Atividades econômicas flagradas com trabalho escravo no estado » As condições de trabalho no setor sucroalcooleiro » As condições de trabalho na construção civil

iii. Diferenças entre trabalho escravo e violações trabalhistasiV. abordagem do tema do trabalho escravo nas escolas » Produções didáticas sobre o tema » Experiência educativa (Educador da rede estadual do MA) » Trabalho escravo antigo versus trabalho escravo contemporâneo

V. Ferramentas tecnológicas para abordar o trabalho escravo » Plataforma Ipê » Livro digital ENP!

Recursos didático-pedagógicos

iDiagrama do trabalho escravo contemporâneo

trabalho EsCraVo ContEmPorânEo

anulação Da DigniDaDE e-ou PriVação Da libErDaDE

Alojamento precário

Isolamento geográfico

ATENÇÃOIrregularidades trabalhistas isoladas não bastam para configurar situações de trabalho escravo. A configuração do crime não se dá por apenas um elemento, mas por um conjunto de fatores. Uma maneira de evitar a confu-são é repassar o ciclo do trabalho escravo e se atentar para as etapas que levam o trabalhador a essa situação e para as características dessa violação de direitos humanos. Outra forma é verificar o diagrama e ver se as características de anulação da dignidade e/ou privação da liberdade estão presentes no caso.

NÃO CONFUNDA!As pessoas frequentemente pensam que horas extras não remuneradas são sinônimo de jornada exaustiva, contudo se tratam de problemas distintos.A jornada exaustiva está relacionada ao trabalho escravo e se refere a períodos de trabalho extensos e alta-mente desgastantes, cujos intervalos entre eles são insuficientes para o trabalhador recuperar as suas energias. Um exemplo disso é a situação de muitos cortadores de cana que chegam a trabalhar mais de doze horas consecutivas para aumentar a sua produtividade e, assim, receber mais. Houve casos de trabalhadores que morreram de tanto trabalhar. Trata-se de uma situação extrema, diferente do caso de trabalhadores, como os do comércio, que não recebem o pagamento pelas horas extras trabalhadas. Esse último caso é classificado como infração trabalhista e não como trabalho escravo.

22

iiirregularidades trabalhistas » Ausência de registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) » Não pagamento de horas extras » Baixa remuneração » Falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) » Assédio moral » Pagamento de salário por produtividade

iiiCiclo do trabalho Escravo Trabalho Escravo (4/9)

VUlNERABIlIDADE1

MIGRAÇÃO2

AlICIAMENTO3

TRABAlHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO

4

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23

iVtrabalho escravo antigo versus trabalho escravo contemporâneo

CaraCtErístiCas antiga EsCraViDão

EsCraViDão ContEmPorânEa

Propriedade de uma pessoa sobre a outra

( ) Permitida( ) Proibida

( ) Permitida( ) Proibida

Custo de aquisição de mão de obra

( ) Alto( ) Muito baixo

( ) Alto( ) Muito baixo

Prazo para obter lucros( ) Longo prazo( ) Curto prazo

( ) Longo prazo( ) Curto prazo

Disponibilidade de mão de obra

( ) Variável( ) Abundante

( ) Variável( ) Abundante

tempo de relacionamento( ) Longo período ( ) Curto período

( ) Longo período ( ) Curto período

Diferenças étnicas( ) Relevantes( ) Pouco relevantes

( ) Relevantes( ) Pouco relevantes

manutenção da ordem

Ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

Ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

Referências

impressos » Capítulo 2 do livro Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre trabalho

escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Fascículo As condições de trabalho no setor sucroalcooleiro » Fascículo As condições de trabalho na construção civil

recursos multimídia » Capítulo 1 do livro digital Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre

trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Reportagem A Liga – Trabalho Escravo (74’)

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Mão na massa o ciclo do trabalho escravo

i. objEtiVo » Apresentar a definição conceitual do trabalho escravo contemporâneo » Expor as dinâmicas - causas e consequências - relacionadas ao trabalho

escravo contemporâneo.

ii. justiFiCatiVaO trabalho escravo é um fenômeno relacionado a outras dinâmicas sociais. Para que ele seja compreendido em sua totalidade, é necessário que a sua abordagem seja feita de forma contextualizada. O debate em torno de suas causas e consequências corroboram para a compreensão da sua definição conceitual e para análises mais complexas sobre a sua ocorrência.

iii. matEriais DiDátiCosLousa, giz, cartolina, canetões, computador e projetor.

i. Proponha ao grupo a criação de um personagem de um trabalhador que será submetido a uma situação de trabalho escravo. A partir da história dele, é possível percorrer todo o ciclo do trabalho escravo, destacando-se as etapas desse processo.

ii. Para começar, estimule os participantes a imaginar como é a vida desse personagem antes de sair para o trabalho. Ele tem que escolaridade? Onde vive? Tem emprego? Tem família? Qual a sua situação financeira? As respostas irão evidenciar a situação de vulnerabilidade socioeconômica em que estão expostos o trabalhador e a sua família. De acordo com as respostas, apresente a primeira tarjeta do ciclo: VULNERABILIDADE SOCIAL.

iii. Em seguida, questione-os sobre as possibilidades de trabalho desse traba-lhador. Se alguém aparecer na cidade oferecendo trabalho em uma fazenda/obra distante, ele aceitará? Por quê? Quais são as reais condições desse tra-balho? Quem é a pessoa que oferecerá essa proposta? Quais informações o trabalhador teve a respeito do novo emprego? O que ele deveria saber antes de aceitar a proposta? O trabalhador recebeu adiantamento e/ou terá que pagar pelo transporte? Discorra sobre o que é aliciamento e dê atenção para a figura do aliciador (ou “gato”). Se precisar, consulte o conteúdo da seção 3.2.2. É o momento de apresentar a tarjeta: ALICIAMENTO.

iv. Uma vez que o trabalhador aceitou a proposta para trabalhar em um local distante, ele será obrigado a migrar, deixando para trás o seu lar, a sua família e outros laços sociais. Apresente a tarjeta MIGRAÇÃO e estimule o grupo a imaginar qual o local de seu destino, além das motivações e perspectivas do trabalhador. O trabalhado está feliz? Se pudesse ter escolhido, ele teria parti-do? Essas são algumas perguntas que podem ser feitas nessa fase. Se você já tiver abordado o tema dos fluxos migratórios, pode utilizá-lo nesse momento.

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v. A próxima etapa se refere ao novo local de trabalho do nosso personagem. É aqui que o personagem cai no TRABALHO ESCRAVO (cole a tarjeta). Qual é o trabalho a ser feito? Ao chegar ao local do trabalho, as condições eram as esperadas? O pagamento foi feito corretamente? Qual é o tipo de relação de trabalho? O trabalhador deve ao patrão? Qual o tipo de dívida estabelecida? Como são as jornadas de trabalho? Como é o alojamento? O trabalho é bom? Se quiser, ele pode partir? Aqui, as possibilidades de questões são muitas, es-timule aquelas que sintetizem e destaquem o conceito de trabalho escravo. A partir das respostas, retome o conceito e as principais características da prática do trabalho escravo, dando a ênfase ao fato dessa violação de direitos huma-nos anular a dignidade e/ou privar a liberdade do trabalhador e, por isso, não é uma simples irregularidade trabalhista. Se tiver oportunidade e tempo, pode mencionar alguns tipos de irregularidades e explicar a diferença delas em rela-ção ao trabalho escravo. Para embasar a sua exposição, apresente o artigo 149 do Código Penal, que classifica o trabalho escravo como crime. É importante ressaltar que não é necessário que todos os elementos estejam presentes para que um caso seja considerado como trabalho escravo.

* Os temas que envolvem as próximas etapas serão tratados nos próximos blo-cos temáticos deste caderno.

vi. A partir do momento em que o trabalhador foi submetido à situação de trabalho escravo, você pode instigar os participantes perguntando: O que ele pode fazer para sair dessa situação? Alguém pode sugerir a fuga. Cole a tarjeta FUGA e peça para que os participantes contem como seu deu a fuga e quais foram as dificuldades encontradas.

vii. Após a fuga, o que fará o trabalhador? Ajude os participantes a chegarem à DENÚNCIA (cole a tarjeta), com perguntas como: A quem ele pode recorrer? Explique que o trabalhador pode denunciar junto às entidades da sociedade civil, como a Comissão Pastoral da Terra, sindicatos, Justiça do Trabalho, Mi-nistério Público do Trabalho, entre outros. Estimule os participantes a pensar quais os papéis que essas entidades podem desempenhar na assistência a esse trabalhador e na repressão ao crime. Para realizar a denúncia, o trabalhador precisa detalhar ao máximo as condições do trabalho e características da pro-priedade para que os órgãos responsáveis tenham subsídios para encaminhar a denúncia e, então, chegar ao local denunciado.

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viii. Pergunte aos participantes: Para onde vão as denúncias? Explique que as denúncias são direcionadas ao Ministério do Trabalho e Emprego e que este aciona o Grupo Especial de Fiscalização Móvel para realizar a FISCA-LIZAÇÃO (cole a tarjeta). Enumere as entidades federais que fazem parte do Grupo Móvel (Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal). Estimule-os a pensar como será a fiscalização no local denunciado pelo trabalhador.

ix. Quando a suspeita de trabalho escravo for confirmada, o que o grupo mó-vel deve garantir ao trabalhador? Como ele pode recuperar os seus direitos? Explique que o empregador deverá fazer o PAGAMENTO DE DIREITOS (cole a tarjeta), quitando a dívida trabalhista e garantindo o retorno do trabalhador a sua cidade de origem se assim desejar. Nesse momento, você pode inserir a seta que aponta para VULNERABILIDADE SOCIAL para fechar o ciclo. (No Mão da Massa da seção seguinte, você verá como é possível quebrar o ciclo a partir das LINHAS DE AÇÃO PARA O COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO).Estimule os participantes a pensar o que seriam esses direitos: pagamento de férias, salário, fundo de garantia.

x. Estimule os participantes a imaginarem o que acontece com o trabalhador depois que ele é libertado a partir de algumas questões: Ele vai retornar a sua casa? Que situação irá encontrar? Alguma coisa mudou em seu município de origem? Chame a atenção para o fato de que o trabalhador pode voltar a sua situação inicial, que o levou a partir e tornou vulnerável ao aliciamento, po-dendo ser mais uma vez escravizado.

xi. E o que acontece com o empregador? Como ele pode ser punido? Ele pode ser preso? Terá que pagar multa? Você pode aprofundar o assunto, abordando alguns casos de trabalho escravo em que o Ministério Público do Trabalho firma com o empregador um Termo de Ajustamento de Conduta, pelo qual ele se compromete a regularizar as práticas trabalhistas e é obrigada a pagar inde-nizações que podem ser revertidas para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou para projetos sociais, como os de combate ao trabalho escravo.

3.2.4 COMBATE AO TRABAlHO ESCRAVO(24 de setembro 2015 – Manhã e tarde)

Questão provocadora O que é preciso para erradicar o trabalho escravo?

Ementa Essa etapa da formação dá atenção ao momento em que o trabalhador conse-gue escapar da situação de exploração e denunciar a sua experiência. A partir daí, a sociedade civil e os órgãos governamentais agem para libertá-lo e fazer com que ele receba a compensação pela violação a qual foi submetido. São vários os atores envolvidos que, juntos, contribuem para o combate o trabalho escravo no Brasil, por isso essa seção é dedicada também a detalhar qual é o papel de cada uma delas. Posteriormente ao flagrante, o empregador que usou mão de obra escrava é processado pela Justiça. Contudo, é importante enfati-zar que somente essas ações de repressão não são suficientes para erradicar a prática do trabalho escravo; ações de prevenção – como os projetos de educa-ção - e assistência à vítima devem ser fomentadas também.

Conteúdoi. a trilha da liberdade » Fuga: A resistência dos trabalhadores

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» Denúncia: O papel da sociedade civil (Representante do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Santa Luzia)

» Grupo Móvel de Fiscalização: O papel das autoridades públicas de com-bate ao trabalho escravo (Representante do Ministério Público do Trabalho de São Luís – MA)

» Libertação: a rescisão de trabalho e o recebimento dos direitos trabalhistas » Os caminhos da Justiça: Consequências da fiscalização para os emprega-

dores » Linha do tempo do combate ao trabalho escravo

ii. rompendo o ciclo do trabalho escravo » O ciclo vicioso: O que acontece depois que o trabalhador é resgatado? » As três linhas de combate ao trabalho escravo: prevenção, assistência à

vítima e repressão ao crime » Experiências de combate ao trabalho escravo (Representantes da Comissão

Pastoral da Terra em Balsas e do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia)

Recursos didático-pedagógicos

iCiclo do trabalho EscravoFuga (5/9) – Denúncia (6/9) – Fiscalização (7/9) – Libertação – (8/9)

ENP!

Multa

Prevenção

Repressão ao Crime

Repressão do responsável pela

exploraçao

livic edadeicos àe aos órgãos

públicos

Assistência à vítima

Busca por melhores condições de vida

Alojamento precário Dívida ilegal/ servidão por dívida

Falta de assistência médica

Péssima alimentação Retenção de documentos

Falta de saneamento básico e de higiene Retenção de salário

Maus-tratos e violência Maus tratos e violência

Ameaças físicas e psicológicas Ameaças físicas e psicológicas

Jornada exaustiva Encarceramento e trabalho forçado

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iilinhas de ação para o combate ao trabalho escravo

PrEVEnção ao trabalho EsCraVo assistênCia à Vítima rEPrEssão ao CrimE

iiirede de apoio aos trabalhadores

soCiEDaDE CiVil EnDErEço tElEFonE

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos humanos de açailândia - CDVDh

R. Bom Jesus, 576, Açailândia (MA) (99) 3538-2383

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos humanos em santa luzia - CDVDh

Referência: escritório do SINTRAED Rua Gomes Guarim, 95, Centro – Santa Luzia (MA)

(98) 3654-5648

Comissão Pastoral da terra de balsas Praça Getúlio Vargas, 149, Centro, Balsas (MA) (99) 3541-3543

autoriDaDEs PÚbliCas EnDErEço tElEFonE

ministério Público do trabalho – são luísAv. Ignácio Mourão Rangel, Lote 07, Quadra 15, Loteamento Jaracaty, São Luís (MA)

(98) 2107 9300

superintendência do ministério do trabalho e Emprego – são luís

Avenida Jerônimo de Albuquerque, 619 - Cep: 65051-210 São Luís (MA)

(98) 3213-1950

VConsequências da libertação

EmPrEgaDor trabalhaDor

Pagamento dos direitos trabalhistas Rescisão indireta e recebimentos dos direitos trabalhistas

Pagamento de multa Possibilidade de retorno ao local de origem

Lista Suja* Seguro-Desemprego

Sanções enconômicas Programas de assistência social

*Por meio da portaria interministerial MTE/SDH nº.

2, de 12 de maio de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República lançaram, em 2003, a “Lista

Suja”, ou seja, o cadastro público com nomes de

proprietários e empresas flagrados com trabalho escravo

e que foram processados no âmbito administrativo. O documento era utilizado por bancos e instituições federais

para não conceder crédito àqueles que empregaram

mão-de-obra escrava. A Lista Suja era também um

instrumento importante para empresas não comprarem de

fornecedores que tivessem se beneficiado desse tipo de exploração. No entanto, no

final de 2014, o Supremo Tribunal Federal suspendeu

a publicação do documento por liminar, atendendo a uma ação da Associação

Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, que questionou

a constitucionalidade do cadastro, afirmando, entre

outros argumentos, que ele deveria ser organizado por

uma lei específica e não uma portaria interministerial.

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V trecho do cordel “Cuidado com o trabalho escravo”de José de Lima Rocha, aluno do 2º ano do Ensino Médio no CEJA Creuslhi de Souza Ramos, Confresa (MT), participante do projeto “A Luta pela Erradicação do Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual”, contemplado pelo 9º Fundo de Apoio a Projetos do Escravo, nem pensar! (2015)

Um certo dia alguns peões Fugiram no matagal Passando no meio do mato Pegando chuva em diversas regiões Sendo caçado feito bicho No meio dos pantanal Mais até que a CPT Já estava de prontidão Junto a federal Pronta para entrar em ação E salvar aquele povo de morrer E acabar com aquele mal Fecharam aquela fazenda Libertaram o pessoal e o acertou O salário e também as horas extras Declarou o imposto de renda Mais isso sem haver contenda E marcharam pra cidade, onde tudo começou.

Referências

impressos » Capítulo 2, 7 e 8 do livro do livro Escravo, nem pensar! – Uma abordagem

sobre trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Fascículo Ciclo do trabalho escravo » Fascículo Trabalho escravo contemporâneo (1995-2015) – 20 anos de

combate

recursos multimídia » Capítulo 1 do livro digital Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre

trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Vídeo ENP na Tela Ciclo do trabalho escravo (4:33’) » Documentário Frente de Trabalho (22’)

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30

*É importante que a atividade seja

realizada com um grupo que já tenha

conhecimento sobre o conceito

de trabalho escravo contemporâneo,

bem como da situação de

vulnerabilidade vivenciada por esses

trabalhadores.

Mão na massarompendo o Ciclo do trabalho Escravo

i. objEtiVo Refletir sobre possibilidades para o rompimento do ciclo da escravidão, que levem em consideração as três linhas de ação (prevenção ao trabalho escravo, assistência à vítima e repressão ao crime).

ii. justiFiCatiVaA repressão ao crime não basta para encerrar o ciclo do trabalho escravo. Para isso, são necessárias outras ações que deem conta de tratar do problema em toda a sua complexidade, como ações de prevenção e de assistência à vítima. Esta atividade estimula que os educandos pensem em ações que contribuam para a erradicação do trabalho escravo.*

iii. matEriais DiDátiCoscartolina, fita adesiva, tesoura, canetas coloridas.

i. Com a ajuda do grupo, monte o ciclo do trabalho escravo na parede (vide o Mão da Massa O Ciclo do Trabalho Escravo), retomando a discussão sobre trabalho escravo. A partir do retorno do trabalhador à VULNERABILIDADE SO-CIAL.

ii. Estimule os participantes a imaginarem o que acontece com o trabalhador depois que ele é libertado a partir de algumas questões: Ele vai retornar à sua casa? Que situação irá encontrar? Alguma coisa mudou em seu município de origem? Chame a atenção para o fato de que o trabalhador pode voltar a sua situação inicial, que o levou a partir e tornou vulnerável ao aliciamento, po-dendo ser mais uma vez escravizado.

iii. Divida os participantes em grupos menores de até cinco pessoas. Para cada grupo, distribua fotos, notícias ou informações sobre uma ação real de prevenção ao trabalho escravo, assistência à vítima ou repressão ao crime. Você pode se basear nos exemplos do livro impresso ou do livro digital (“infor-mação e formação”; “cooperativismo”; “reforma agrária”; “qualificação profis-sional” etc.). Estimule cada grupo a discutir sobre a contribuição da ação para o rompimento do ciclo do trabalho escravo.

iv. Enquanto os grupos debatem, cole ao lado do ciclo do trabalho escravo três tarjetas: prevenção ao trabalho escravo; assistência à vítima; repressão ao crime.

v. Peça para que cada grupo socialize as suas conclusões. Ao final da fala de cada um deles, faça com que encaixem corretamente a sua ação em uma das categorias (prevenção ao trabalho escravo, assistência à vítima e repressão ao crime), que foram coladas ao lado do ciclo.

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3.2.5 EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS DE COMBATE AO TRABAlHO ESCRAVO(25 de setembro 2015 – Manhã)

Questão provocadora Como posso me envolver na luta contra o trabalho escravo?

EmentaA educação desempenha papel fundamental no âmbito da prevenção do tra-balho escravo, uma das linhas ações de combate do problema. Por meio da apresentação de experiências didáticas de escolas que integram a rede do Es-cravo, nem pensar!, este bloco é dedicado a indicar metodologias e recursos pedagógicos para o desenvolvimento do tema nas escolas por meio da aborda-gem em sala e projetos extracurriculares. O conteúdo dessa etapa serve como ponto de partida para a elaboração do plano de ação.

Conteúdo » Ações educacionais voltadas ao combate do trabalho escravo » Plano de ação

Referências

impressos » Capítulo 9 do livro Escravo, nem pensar! – Uma abordagem sobre trabalho

escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade » Caderno Experiências Comunitárias de Combate ao Trabalho Escravo e ao

Tráfico de Pessoas – 2014.

recursos multimídia » Capítulo “Mão na Massa” do livro digital Escravo, nem pensar! – Uma

abordagem sobre trabalho escravo contemporâneo na sala de aula e na comunidade

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AMAZONAS

MATO GROSSORONDÔNIA

PARÁ

MATO GROSSO DO SUl

TRANSAMAZÔNICA

N

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MARANHÃO

TOCANTINS

TRANSAMAZÔNICA

Mapa de Dinâmicas Socioeconômicas

IV

AMAZÔNIA LEGAL

TERRITÓRIO BRASILEIRO

ARCO DO DESMATAMENTO

ESTRADA

ALICIAMENTO

CONFLITOS POR TERRA

DESMATAMENTO

HIDRELÉTRICAS

MIGRAÇÃO (ATRAÇÃO)

MIGRAÇÃO (EXPULSÃO)

MINERAÇÃO

PECUÁRIA

SOJA

TRABALHO ESCRAVO1. Açailândia:

2. Balsas:

3. Codó:

4. Impertriz:

5. Santa Inês:

6. São João dos Patos:

7. São Luís:

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O acompanhamento pedagógico

O ENP! realizará acompanhamento pedagógico das atividades das UREs duran-te o período entre os encontros presenciais. Nesta seção, você encontrará infor-mações e orientações práticas para o trabalho de multiplicação em sua região.

5.1 Plataforma Ipê de Educação à Distância

A equipe do Escravo, nem pensar! desenvolveu uma plataforma de educação à distância para colaborar com o diálogo entre nós, a Seduc e os representantes das UREs. O uso desse instrumento não irá substituir as relações interpessoais e os encontros presenciais, mas ele facilitará a nossa comunicação e a sistema-tização de dados qualitativos e quantitativos gerados por esse processo forma-tivo. A plataforma também servirá como repositório de conteúdo, onde você encontrará os materiais didáticos utilizados nessa formação e subsídios para realizar o trabalho daqui em diante na URE. Além disso, estamos construindo um ambiente para que boas experiências educacionais possam ser comparti-lhadas entre vocês.

Até o momento da formação, todos os participantes terão um perfil individual criado nessa plataforma pela equipe do ENP!, que será responsável por dar as orientações de como navegar nesse ambiente digital.

O endereço da plataforma é: www.escravonempensar.org.br/ipe

5.2 Sobre o plano de ação

I. O que é o plano de ação?O plano de ação é uma ferramenta de planejamento. Com ele, você e sua equipe definirão as diretrizes do trabalho de multiplicação do tema do “traba-lho escravo” nas escolas abrangidas pelas UREs, estipulando como, quando e o que será necessário para tornar isso possível.

Esse documento está divido em etapas que representam o percurso pedagógico necessário para fazer com que os conhecimentos e materiais didáticos do Es-cravo, nem pensar! cheguem às salas de aula. Vejamos as etapas que precisam ser realizadas nesse processo:

1ª Etapa: Formação do setor pedagógico da URE2ª Etapa: Formação com os educadores (professores, coordenadores e diretores)3ª Etapa: Apoio e acompanhamento de atividades escolares (projetos pedagó-gicos, abordagem em sala, institucionalização do tema etc.)

Em nosso próximo encontro, discutiremos os desafios, ações e resultados al-cançados no trabalho de multiplicação.

V

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II. Como fazer o plano de ação?A equipe do ENP! fornecerá as orientações conceituais e práticas para a ela-boração deste documento. Em seguida, você e seus colegas de trabalho devem ler cuidadosamente os formulários do Plano de Ação, referentes às três etapas mencionadas, assinalando eventuais dúvidas. O objetivo é discutir como será feito o trabalho de multiplicação para os educadores das escolas, levando-se em consideração:

Público-alvo: Definir quem são as pessoas que se busca alcançar nas formações.metodologia: Refletir sobre a melhor forma de abordagem do tema e o uso dos materiais didáticos nas formações.logística: Prever os elementos necessários para a organização das formações.

É importante articular as propostas de ação com a realidade de trabalho da URE e das escolas (calendário da rede, estrutura da equipe, fluxo de trabalho interno etc.). Dessa forma, será possível notar desafios e já prever medidas para superá-los.

Para que essa proposta seja viabilizada, antes de tudo é necessário haver diálogo entre os envolvidos. Lembre-se de que, antes de tudo, o formulário serve como instrumento norteador. Por isso, não se atenha a responder questão por questão sem antes ter a dimensão geral do Plano de Ação. Quando a discussão estiver avançada e a proposta consolidada, passe tudo para o papel oficialmente.

O Plano de Ação é a proposta prática desse primeiro encontro presencial. Mas ele não se encerra aqui. Na formação com os demais colegas do setor Pedagógi-co, ele deverá ser apresentado, editado e enriquecido com novas contribuições.

5.3 Formulário do plano de ação

5.3.1 1ª etapa – Formação do setor pedagógico da URE

5.3.1.1 objEtiVoFormar a equipe responsável pela formação dos educadores e pelo acompanhamento das ativida-des escolares compartilhando o conteúdo da for-mação presencial com o ENP! e fornecendo sub-sídios pedagógicos, como os materiais didáticos.

5.3.1.2 PÚbliCo-alVoi. Número de pessoas: ii. Os formadores são responsáveis por quais dis-ciplinas?

ORIENTAÇõES

1. Reserve metade da carga horária dessa for-mação para a discussão conceitual e peda-gógica e a outra metade para revisar e apro-fundar a proposta do plano de ação

2. Para essa formação, é fundamental elabo-rar previamente uma proposta de ativida-des didáticas que serão trabalhadas com os representantes das escolares e exibir a proposta de cronograma. Com base nesse documento, a equipe poderá aprimorar a ideia inicial e definir os rumos do projeto.

3. Confira o Formulário de Monitoramento ní-vel 1 da Plataforma Ipê. Em breve, a URE deverá preenchê-lo com informações a res-peito da formação com o setor pedagógico.

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5.3.1.3 mEtoDologia

i. Quais materiais didáticos serão necessários?

Possuímos:

Não possuímos:

ii. Quais recursos metodológicos do ENP! serão utilizadas?

iii. Como a equipe se dividirá para realizar a formação?

5.3.1.4 logístiCa

i. Indicativo de data para a formação:

ii. Carga horária:

iii. Local:

iv. Quais são os procedimento necessários para agendar a formação? Quem se encarregará disso e comunicará a equipe? v. Quando será feita a reunião de organização da formação?

5.3.2 2ª etapa – Formação dos educadores5.3.2.1 objEtiVo Fornecer materiais didáticos, subsídios teóricos e referências práticas para os professores, coordenadores e diretores desenvolverem atividades sobre o tra-balho escravo

5.3.2.2 PÚbliCo-alVo

i. Quantas formações deverão ser feitas para alcançar todas as escolas da URE, até o término do projeto em junho de 2016?

ii. Na(s) formação(ões), qual será o número de representantes por escola? Qual o cargo deles?

iii. Quantas formações serão realizadas neste semestre?

iv. Nessa(s) formação(ões), quantos municípios serão atendidos? Quais são eles?

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ORIENTAÇõES

1. A participação dos coordenadores pedagógicos nesta formação facilita o desdobra-mento da formação e estabelece uma relação institucional para o projeto na escola.

2. O público-alvo são professores da área de Humanidades, como Artes, Geografia, Português e História. Como visto na formação, os assuntos abordados pelo ENP! estarão diretamente relacionados com os conteúdos curriculares dessas disciplinas. Ao retornar às escolas, os representantes podem incluir os professores das demais disciplinas.

3. Releia esse Caderno do Educador e as suas anotações. Você pode ter registrado boas ideias durante o encontro presencial.

4. Veja com atenção ao Mapa Temático (página 34). Ele pode ser muito útil para os educadores terem ideias de como abordar o tema a partir de suas disciplinas.Separe todo o material didático e providencie cópias, caso seja necessário. Os materiais do ENP! estão todos disponíveis na internet.

5. Utilize uma metodologia participativa, que envolva e sensibilize os professores.6. Valorize os conhecimentos que os participantes já possuem em relação ao tema.7. Tome a realidade local como base para as discussões para estabelecer familiaridade

com o conteúdo que pretende trabalhar. Dialogando com os participantes, procure mapear seus conhecimentos e impressões sobre os fenômenos da migração, do aliciamento e do trabalho escravo no município e na região.

8. Confira se o conteúdo da formação do ENP! pode ser articulado com outras pro-postas pedagógicas vigentes na rede estadual de Educação. Isso pode facilitar o tra-balho de multiplicação e enriquecer a formação com referências complementares.

9. Apresente sugestões e casos concretos de abordagem educacional do tema, como as experiências exibidas na formação.

10. Importante definir previamente com a equipe da URE o que será abordado nas formações com os educadores.

11. Apresente uma proposta de calendário para a realização das ações escolares. 12. Reserve algumas horas da formação para que as escolas esbocem seus respectivos

planos de ação, como você também realizou nessa formação. Lembre-se de que esses educadores deverão multiplicar os conhecimentos e materiais com os demais integrantes das escolas. Por isso, é fundamental discutir com eles dúvidas, oportu-nidades e melhores estratégias para conduzir esse objetivo.

13. Combine uma data e forma de envio das versões finais dos planos de ação feitos pelas escolas. Com essas informações em mãos, a URE poderá planejar melhor a etapa de acompanhamento porque será possível considerar previamente o que as escolas pretendem fazer.

14. Ao término da formação, indique para os educadores como e quando será iniciada a etapa de acompanhamento.

15. Confira o Formulário de Monitoramento nível 1 na Plataforma Ipê. A URE deverá preenchê-lo, com informações a respeito da formação com os educadores.

16. Informe os educadores sobre o que será solicitado na etapa de acompanhamento. 17. Atenção aos dados quantitativos. Para que a escola possa registrar corretamente

essas informações, leia o Formulário de Monitoramento nível 2 na Plataforma Ipê antes da formação e forneça um modelo para os educadores guardarem e preen-cherem ao longo das atividades para, depois, entregarem ao representante da URE.

18. Na plataforma, você encontrará mais subsídios pedagógicos para a formação, como sugestões de roteiros didáticos, materiais do ENP! e experiências escolares que abordam o tema.

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v. Em relação às formações que serão realizadas, preencha o quadro* abaixo:

PEríoDo muniCíPios nÚmEro DE EsColas total DE EDuCaDorEs

1) ______/201__TOTAL:_____P: ____ C:____ D: ____

2) ______/201__TOTAL:_____P: ____ C:____ D: ____

3) ______/201__TOTAL:_____P: ____ C:____ D: ____

5.3.2.3 mEtoDologia

i. Quais materiais didáticos serão necessários?

Possuímos:

Não possuímos:

ii. Quais recursos metodológicos do ENP! serão utilizadas?

iii. Quais orientações pedagógicas relacionadas ao tema deverão ser trans-mitidas aos educadores (metodologia, referências de atividades, proposta de cronograma etc.)?

iv. Quais aspectos das Experiências Educativas apresentadas nesse encontro serão úteis na formação?

v. Como a equipe se dividirá para realizar a formação?

vi. Haverá participação de alguma instituição relacionada ao combate ao tra-balho escravo?

5.3.2.4 logístiCa

i. Indicativo de data para a 1a. formação:

ii. Carga horária:

iii. Local:

iv. Qual será o método de organização utilizado? ( ) Educadores serão reunidos no município sede da URE( ) Formadores reunião os educadores em polos( ) Formadores irão até os municípios

* Esse quadro pode ser

atualizado e utilizado até o término do

projeto, de acordo com o planejamento

da URE.

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v. Como será feito o convite para as escolas? vi. Quais procedimentos precisam ser feitos para organizar a formação? vii. Como o Grupo de Trabalho (GT) da Seduc poderá contribuir com essa atividade? viii. Quais desafios precisarão ser enfrentados? O que precisa ser feito para superá-los? ix. Quem participará da reunião de organização da formação? Quando ela acontecerá?

5.3.3 3ª etapa – Apoio e acompanhamento de atividades escolares

ORIENTAÇõES

1. A realização de um concurso cultural sobre o tema (produção de textos, desenhos, poesias etc.) envolve e motiva mais as escolas.

2. É importante dar orientações sobre conteúdo e recursos sobre o tema para os educadores. A partir daí, eles poderão formular os projetos de cada es-cola com autonomia e criatividade. Lembre-se do Mapa de Assuntos e das Experiênciais Educativas.

3. Recomende a realização de pesquisas de campo e entrevistas na comuni-dade, pois essas atividades trazem descobertas e bons resultados, além de estimular a criação de laços sociais relevantes.

4. Procure estabelecer parcerias com instituições que possam apoiar os proje-tos como igrejas, sindicatos, conselho tutelar etc. Elas podem ceder espa-ços, realizar palestras e divulgar o tema na comunidade.

5. Registre as conquistas e desafios das escolas para serem apresentados no próximo encontro presencial com o ENP! e também para serem discutidos com a Seduc.

6. Ressalte com os professores a importância de se contabilizar quantitativa-mente as pessoas envolvidas nas ações da escola (formação com educado-res e trabalho direto com os alunos).

7. Nas visitas, procure levar novas sugestões didáticas ou mesmo transmitir para uma escola as atividades realizadas por outra. Assim, cria-se uma rede e as experiências dos educadores poderão ser sempre compartilhadas.

8. Confira o Formulário de Monitoramento nível 2 da Plataforma Ipê. Em bre-ve, a URE deverá preencher as informações que constam nele a respeito da formação com os educadores. O documento é dedicado especificamente a essa etapa. informe as escolas informadas sobre o procedimento de registro das atividades realizadas, assim elas podem sistematizar os dados quantita-tivos e qualitativos paulatinamente.

9. Oriente os educadores a fotografarem as atividades realizadas nas escolas. Procure tirar fotos nas visitas às escolas. A URE compartilhará essas fotos pela Plataforma.

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5.3.3.1 objEtiVoRealização de projetos escolares, abordagem em sala de aula, concursos cul-turais, atividades abertas a comunidades e institucionalização do tema

5.3.3.2 PÚbliCo-alVo

i. Quantos municípios e escolas receberão acompanhamento pedagógico? ii. Há municípios/escolas prioritários(as) nessa etapa de acompanhamento? iii. Quem serão os interlocutores/representantes das escolas com quem man-teremos contato?

5.3.3.3 mEtoDologia

i. Qual(is) será o(s) procedimento(s) de apoio e acompanhamento às escolas?( ) Reunião in loco( ) Conversas por telefone( ) E-mail( ) Aplicação de questionário

ii. Qual será a periodicidade das atividades de fomento e acompanhamento às escolas? iii. Quantas rodadas de apoio e acompanhamento serão necessárias até o tér-mino do projeto, em junho de 2016? iv. Quando será realizada a primeira rodada de acompanhamento? v. Quantos formadores da URE estarão envolvidos nessas atividades? vi. O que pode ser levado de novo às escolas para fortalecer o trabalho? vii. Quais informações deverão ser coletadas com as escolas? viii. Os formadores da URE realizarão alguma atividade pedagógica direta-mente com alunos, em conjunto com os educadores das escolas? Em caso afirmativo, qual seria essa atividade? ix. É possível orientar e incentivar as escolas a inserirem o tema em seus Proje-tos Políticos Pedagógicos (PPPs)? Qual é o procedimento para isso?

5.3.3.4 logístiCa

i. Quais procedimentos precisam ser feitos para organizar essa etapa? ii. Quais desafios precisarão ser enfrentados? O que precisa ser feito para su-perá-los?

iii. Como manter o Grupo de Trabalho (GT) da Seduc informado sobre os des-dobramentos nas escolas? Como o GT, dentro de suas atribuições, poderia auxiliar nessa etapa?

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5.3.4 Cronograma

Preencha somente quando o plano já estiver concluído. A tabela resume o período das etapas do trabalho de multiplicação:

PEríoDo sEt 2015

out 2015

noV 2015

DEz 2015

jan 2016

FEV 2016

mar 2016

abr 2016

mai 2016

jun 2016açõEs

1. Formação 1 com ENP! X

2. Multiplicação com equipe da URE

3. Formação com os educadores

4. Realização das atividades escolares

5. Acompanhamento das escolas

6. Contato com Seduc – Acompanhamento

7. Plataforma Ipê - Acompanhamento

8. Formação presencial 2 – com ENP! *

9. Formação presencial 3 com ENP! *

* A confirmar

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5.4 Mapa Temático

Abaixo você encontrará uma relação prévia entre os assuntos abordados na formação e as disciplinas escolares, mas certamente há muitas outras possibili-dades de combinação. O tema é propício para abordagem principalmente em disciplinas de Humanidades, mas não exclui que outras possam trabalha-lo também. Sinta-se livre para criar as suas abordagens. Essa lista servirá como um guia inicial para o desenvolvimento do plano de ação.

DisCiPlinas tEmas subtEmas EnP! subsíDios

história

Brasil Colônia e Império: tráfico negreiro e escravidão no Brasil

Comparação entre a escravidão colonial/imperial e o trabalho escravo contemporâneo

Livro ENP! – Capítulo 2, págs. 43 e 44

Livro digital ENP! - Capítulo 1, tela 2

geografia

Migração e êxodo rural

Migração forçada e sazonal

Livro ENP! – Capítulo 4, págs. 68-71

Livro digital ENP! – Capítulo 3, tela 2

Caderno temático Migrações – O Brasil em movimento

Fluxos migratórios: - Origem dos trabalhadores e estados que lideram a as ocorrências de trabalho escravo

Livro ENP! – Capítulo 3, pág.70

Livro digital ENP! – Capítulo 3, tela 5

Aliciamento

Livro ENP! – Capítulo 2, págs. 24 e 25

Livro digital ENP! – Capítulo 1, tela 5; Capítulo 3, tela 3

Ciclo do trabalho escravo

Livro ENP! – Capítulos 2, 7 e 08

Livro digital ENP! -

Fascículo Ciclo do Trabalho Escravo

Setores da economia: primário, secundário e terciário

Trabalho escravo no setor sucroalcooleiro

Fascículo Condições de trabalho no setor sucroalcooleiro

Hotsite Trabalho na Cana

Trabalho escravo no setor de construção civil

Fascículo As condições de trabalho na construção civil

Formação e evolução das cidades brasileiras

Trabalho escravo na zona urbana

Fascículo As condições de trabalho na construção civil

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DisCiPlinas assuntos Formação subsíDios

sociologia

Estratificação social

Vulnerabilidade socioeconômica, migração forçada e aliciamento

Livro ENP! – Capítulos 2 e 4

Livro digital ENP! – Capítulo 1 e 3

Caderno temático Migrações – O Brasil em movimento

Fascículo Trabalho escravo contemporâneo – 20 anos de combate (1995-2015)

A importância da cultura na vida social do trabalho na vida social brasileira

Prevenção ao trabalho escravo através da educação

Livro ENP! – Capítulos 7 e 8

Livro digital ENP! – Capítulo 1

Caderno temático Experiências Comunitárias de Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas – 2014

matemática

Números e operações:Números decimais, porcentagens

Estatísticas do trabalho escravo

Livro ENP! – Capítulo 2, pág. 38, 40 e 41

Livro digital ENP! – Capítulo 1, tela 3

Tratamento da informação: Leitura e interpretação apresentadas em tabelas e gráficos

Fascículo Trabalho Escravo Contemporâneo – 20 anos de Combate (1995-2015)

Português Leitura e produção textual

Ciclo do trabalho escravo

Livro ENP! – Capítulos 2, 7 e 8

Livro digital ENP! – Capítulo 1

Fascículo Ciclo Trabalho Escravo

Vídeo ENP na tela – Ciclo do trabalho escravo

artes Educação artística

Artes visuais: Desenho, colagem, fotografia

Ciclo do trabalho escravo

Livro ENP! – Capítulos 2, 7 e 8

Livro digital ENP! – Capítulo 1

Teatro: montagem cênica

Fascículo Ciclo Trabalho Escravo

Vídeo ENP na tela – Ciclo do trabalho escravo

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Videoteca: sugestões de vídeos

I. Ciclo do trabalho escravo – ENP na telaAnimação (2014) – 4min34Produção: Repórter Brasil, com apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Ministério Público do Trabalhotema: Trabalho escravo contemporâneo; migração; aliciamento.O vídeo apresenta, por meio de facilitação gráfica, os principais aspectos re-lacionados ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil, como as etapas per-corridas pelos trabalhadores – do aliciamento à libertação pelos órgãos pú-blicos – e as linhas de ação necessárias para o combate dessa violação dos direitos humanos.

II. MigrantesDocumentário (2007) – 46 minDiretor: Beto NovaesProdução: MP-2, com apoio do Ministério da Educação e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) tema: Migração; colheita da cana-de-açúcar A vida dos trabalhadores do Nordeste nos canaviais paulistas é o tema central. O documentário retrata, por meio de depoimentos e imagens marcantes, os obstáculos que os trabalhadores que migram para trabalhar no corte de cana enfrentam. A ruptura com a família, condições precárias de vida, excesso de trabalho e falta de assistência à saúde são alguns dos problemas abordados.

III. Aprisionados por promessasDocumentário (2006) – 17 minProdução: CPT, CEJIL e Witnesstemas: Aliciamento, trabalho escravoPor meio de depoimentos dos próprios trabalhadores, o documentário apre-senta as etapas do ciclo do trabalho escravo contemporâneo, como a migra-ção, o aliciamento, o trabalho em carvoarias e fazendas e a libertação dos trabalhadores pelos órgãos competentes.

IV. Frente de TrabalhoDocumentário (2006) – 21 minDireção: Caio Cavechini Produção: Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalhotemas: Trabalho escravo; fiscalização. O documentário mostra as fiscalizações voltadas ao combate ao trabalho es-cravo realizadas por auditores fiscais do trabalho. V. A liga – Trabalho escravoReportagem (2011) – 1h22 repórteres: Rafinha Bastos, Débora Vilalba, Thaíde, Sophia Reisrealização: Diego Guebeltema: Trabalho escravoO programa A Liga debate o trabalho escravo no Brasil. Há entrevistas com trabalhadores libertados, operadores do Direito e especialistas no tema.

VI

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sÉriE matErial DEsCrição

livro didático

livro Escravo, nem pensar! (EnP!) - uma abordagem sobre trabalho escravo na sala

de aula e na comunidade

Apresenta informações detalhadas sobre trabalho escravo, tráfico de pessoas e assuntos correlatos que remetem ao contexto, às causas e às consequências desses fenômenos. Propõe planos de aula para se trabalhar com esses temas nas escolas.

livro digital

livro digital Escravo, nem pensar! (EnP!) - uma

abordagem sobre trabalho escravo na

sala de aula e na comunidade

Apresenta informações atualizadas e interativas sobre trabalho escravo, tráfico de pessoas e assuntos correlatos que remetem ao contexto, às causas e às consequências desses fenômenos. Em versão digitalizada, dispõe de recursos multimídias e exercícios interativos.

Cadernos temáticos

Experiências Comunitárias

de Combate ao trabalho Escravo e

ao tráfi co de Pessoas – 2014

Reúne 16 projetos que foram dedicados ao combate do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, desenvolvidos por escolas e entidade sociais de municípios de MA, MT, PA, PI e TO. Os projetos foram contemplados pelo 8º Fundo de Apoio a Projetos do Escravo, nem pensar! durante o ano de 2014.

Experiências Comunitárias

de Combate ao trabalho Escravo e

ao tráfi co de Pessoas – 2013

O caderno reúne 14 projetos que foram dedicados ao combate do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, desenvolvidos por escolas e entidade sociais de municípios da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, mato Grosso, Pará, Piauí e Tocantins. Os projetos foram contemplados pelo 7º Fundo de Apoio a Projetos do Escravo, nem pensar! durante o ano de 2013.

migrações – o brasil em movimento

Aborda a migração como direito humano, apresenta os atuais fluxos migratórios, internos e externos relacionados ao Brasil. Por fim, discute a relação entre migração forçada, aliciamento e trabalho escravo.

Biblioteca: materiais didáticos do Escravo, nem pensar!

VII

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Fascículos

Ciclo do trabalho escravo

Sintetiza, por meio de facilitação gráfica, as etapas que compõe o ciclo do trabalho escravo, que vai do aliciamento à libertação e retorno do trabalhador escravizado ao seu local de origem.

trabalho escravo contemporâneo – 20

anos de combate (1995 – 2015)

Apresenta as principais ações de combate ao trabalho escravo, realizadas por atores da sociedade civil e do poder público, além de destacar as características do trabalho escravo contemporâneo.

as condições de trabalho no setor sucroalcooleiro

Apresenta um panorama do setor, além de casos de cortadores de cana e operadores de máquinas que sofreram violações trabalhistas, incluindo casos de trabalho escravo.

hotsite: as condições de

trabalho no setor sucroalcooleiro

O hotsite traz o conteúdo do fascículo homônimo (acima) adaptado para o meio digital. A interface é mais dinâmica e interativa, apresentando mapas, gráficos, vídeos e animação.

Link: www.escravonempensar.org.br/trabalhonacana

as condições de trabalho na

construção civil

Apresenta casos recentes de violações trabalhistas no setor de construção civil, como os de trabalho escravo e acidentes graves.

Acesse a relação de todos os materiais do Escravo, nem pensar! em: http://www.escravonempensar.org.br/tipos-de-material/publicacoes/.

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Sobre o programa “Escravo, nem pensar!”

Coordenado pela Repórter Brasil*, o Escravo, nem pensar! (ENP!) é o primeiro programa educacional de prevenção ao trabalho escravo a agir em âmbito nacional. Desde 2004, tem realizado atividades em comunidades de regiões de alta vulnerabilidade socioeconômica, suscetíveis a violações de direitos humanos como o trabalho escravo e o tráfico de pessoas. Suas ações de for-mação e prevenção já alcançaram mais de 150 municípios em nove estados brasileiros e beneficiaram mais de 500 mil pessoas. O programa foi incluído nominalmente na segunda edição do Plano Nacional para Erradicação do Tra-balho Escravo e consta como meta ou ação de planos estaduais, como os do Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins.

* Sobre a Repórter Brasil

A Repórter Brasil, fundada em 2001 por jornalistas, cientistas sociais e educadores, é reconhecida como uma das principais fontes de informação sobre trabalho escravo no país. O seu objetivo é estimular a reflexão e a ação sobre as violações aos direitos fundamentais dos povos e trabalhadores do campo no Brasil. Suas reportagens, investigações jornalísticas, pesquisas e metodologias têm sido usadas como instrumentos por lideranças do poder público, da sociedade civil e do setor empresarial em iniciativas de combate à escravidão contemporânea, que afeta milhares de brasileiros.

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Rua Bruxelas, nº 169 São Paulo - SP CEP 01259-020Tel: (11) 2506-6570escravonempensar@reporterbrasil.org.brwww.escravonempensar.org.br

Rua Bruxelas, nº 169 São Paulo - SP CEP 01259-020Tel: (11) 2506-6570escravonempensar@reporterbrasil.org.brwww.escravonempensar.org.br

Realização

Apoio

Formação de gestores da rede estadual de ensino do Maranhão

sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos

Setembro de 2015

CADERNO DO EDUCADOR

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