caderno de resumos v jornada latino americana de estudos teatrais
TRANSCRIPT
-
MEMRIA, IMAGINIO E CULTURA
ANDARILHOS: CRIAO E APRECIAO TEATRAL Aline Jorge Silva, Thbatta Nayara Ferreira, Eluhara Resende Bolsa de Iniciao Artstica (PROEX/DICULT). Or. Prof. Dr. Narciso Telles Curso de Teatro UFU O presente projeto de Iniciao Artstica tem como objetivo a criao do espetculo
Andarilhos a partir das obras do escritor uruguaio Eduardo Galeano. O recorte artstico-
temtico aqui proposto tem a Amrica Latina como foco, dada as questes especficas
de identidade, memria e cidadania neste conjunto de pases e suas expresses artsticas.
No processo de criao do espetculo utilizaremos os viewpoints (VPs) e a composio
como procedimentos de criao, os quais foram desenvolvidos pela diretora norte-
americana Anne Bogart, partindo da relao de uma resposta sinestsica, ou seja, a
reao espontnea que desenvolve o trabalho corporal atravs da escuta.
No primeiro momento est sendo feita uma pesquisa e coleta de materiais cnicos para
compor uma dramaturgia a partir de determinados contos, os quais sero construdos
atravs de narrativas. A presena de trs mulheres e suas vivncias tecero alguns
acontecimentos e aes singulares que faro o pblico mergulhar no mundo da
contao de histrias.
Palavras-chave: Amrica Latina; Contao de Histrias; Narrativas; Composio.
-
MEMRIA, IMAGINARIO E CULTURA.
MEMRIA E IMAGINAO EM MOVIMENTO Ana Clara Cabral Amaral Brasil (Bolsa de Doutorado); Orient. Renato Ferracini. Ps Graduao em Artes da Cena ; Instituto de Artes; Unicamp. O presente texto pretende abordar a questo da Memria em um processo de criao em teatro-dana; referindo-se especificamente, s experincias prticas do Ncleo Fuga! (Campinas-SP), que investiga as relaes potentes entre procedimentos desenvolvidos no Lume-Teatro (Ncleo interdisciplinar de pesquisas teatrais da Unicamp), e na Tcnica Klauss Vianna (Tcnica desenvolvida a partir dos princpios desenvolvidos pelo bailarino e pesquisador do movimento Klauss Vianna). Importa aqui desenvolver uma reflexo acerca da potncia da memria em recriar-se no corpo. Nos utilizamos para tanto, do procedimento de Mimese Corprea relacionando-o ao movimento danado no espao. Desejo ancorar esta idia nos escritos de Henry Bergson e na leitura de sua obra realizada por Gilles Deleuze, onde encontro a mesma natureza de pensamento a respeito da durao do tempo. No dilogo de prticas de trabalho que propem uma atualizao de memrias em movimento, as linguagens da dana e do teatro podem provocar o corpo pelo aspecto imaginativo destes processos de cognio. Tambm busco aproximar conceitos sobre memria do neurocientista Gerald Edelman, e em especial, na leitura direcionada Tcnica Klauss Vianna realizada por Neide Neves. Sobretudo, investigo a potncia de imaginao do corpo quando em procedimentos prticos que possam dinamizar, incitar uma experincia. Apoio: Fapesp.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
UM HOMEM ALM DO RISO:
ABORDAGEM DE SEBASTIO BERNARDES DE SOUZA PRATA PELO ESPETCULO MOLEQUE TO GRANDE OTELO
Ana Maria Rodrigues; Universidade Federal de Uberlndia; Programa de Ps-graduao em Artes - Curso de Mestrado. Esta pesquisa teve como ponto inicial o conhecimento e o reconhecimento de um grande nome da cena artstica brasileira, muito pouco celebrada na cidade de Uberlndia (MG). Este artista se chama Sebastio Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo. Reconheo na sua histria a histria de tantos outros artistas que produziram um legado de grande importncia para a histria do teatro, do cinema e da TV brasileira. Atravs da perspectiva cnica do espetculo Moleque To Grande Otelo, analiso, neste artigo, como as memrias de vida e artsticas, desse ator, foram trabalhadas na dramaturgia e na encenao do referido espetculo, ambas compostas pelo Prof. Dr. Luiz Humberto Arantes. Para isso, terei como referencial terico as anlises tecidas por Henri Bergson a cerca da percepo e da memria. Cabe destacar, que o processo criativo do espetculo foi marcado pela anlise e reconstruo das memrias de Otelo, sejam elas autobiogrficas, depoimentos e entrevistas em vdeo e em texto do prprio artista, e biogrficas, atravs do livro "Grande Otelo: uma biografia" de Srgio Cabral. Todas estas fontes apontaram em uma montagem carregada de memrias hbridas, de um lado do prprio artista e do outro aliado ao contexto histrico social da poca.Com isso, o espetculo apresentou fragmentos da vida pessoal e artstica de Otelo, revelando seus duplos sentidos, reconhecendo que Sebastio Bernardes de Souza Prata vivia seu Otelo com o intuito de trazer a alegria que muitas vezes no possua, vestia seu Grande Otelo para encarar com riso as angstias que o preconceito e as dificuldades da vida lhe impeliam.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
A MODERNA PLASTICIDADE DE UM PASSADO REMOTO Autores: Bruno Henrique Costa, bolsista de Extenso e Carlos Frederico Bustamante
Pontes, Professor Orientador, Universidade Federal de So Joo del-Rei/UFSJ.
O Programa de Extenso da Universidade Federal de So Joo del-Rei Teatro XXI:
Inquietaes Artsticas: uma abordagem transdisciplinar tem como uma de suas aes
no ano de 2012 a transposio para linguagem videogrfica de um projeto cnico
itinerante realizado no Teatro Municipal de SJDR em 2011 com o ttulo Do passado ao
Presente: um passeio encenado pelo tempo de Histria das Minas Gerais. O projeto em
questo props a ficcionalizao de uma pesquisa documental relacionada aos valores
culturais, familiares e sociais do interior de Minas Gerais do final do sculo XIX. Atravs
de referncias museolgicas em que a memria da cultura local so-joanense foi
reconstituda, buscamos integrar referncias do nosso passado distante s nossas
inquietudes criativas atuais, a partir das diferentes possibilidades de sua recriao. Desta
maneira, o imaginrio dos participantes do trabalho, relativamente livres de uma
fidelidade histrica e contextual, contribuiu significativamente para que fossem criados
em conjunto e de forma colaborativa a dramaturgia, a cenografia, os figurinos e o aspecto
representacional do trabalho. Abordaremos nesta comunicao mais precisamente, a
pesquisa terica e prtica do desenvolvimento dos elementos que compuseram a
plasticidade da encenao, atendo-nos mais ao espao utilizado para a representao da
fico e criao dos figurinos e adereos.
Apoio: PROEX/UFSJ
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
TEATRO LIBERTRIO EM PELOTAS RS (1914-1919)
Cssia Ferreira Miranda (Bolsista PROMOP; Orientadora: Profa. Dra. Vera Collao;
CEART-UDESC)
O presente trabalho tem como objetivo abordar o uso do teatro pelas classes
trabalhadoras no perodo que compreende os anos de 1914 e 1919, na cidade de Pelotas.
O teatro operrio, em sua maior parte anarquista, foi utilizado com significativa
freqncia servindo para o congraamento da classe operria e para a propagao das
ideias libertrias. A opo por esse recorte histrico se d pela projeo que teve, nesses
anos, o Grupo Teatral Cultura Social - que exercia suas atividades no Teatro 1 de Maio,
sediado na Liga Operria de Pelotas. Esse Grupo se destaca pelo fato de que, alm de sua
intensa atuao, ele teve uma produo de textos teatrais anarquistas, diferentemente de
alguns grupos da poca que tinham a prtica de utilizar tradues de textos estrangeiros.
Ser apresentado um panorama da efervescncia teatral operria no perodo; peas,
atores, dramaturgos, locais; enfim, nos detalharemos na produo do GTCS.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
ANLISE DOS PROGRAMAS DE ESPETCULOS DA PRIMEIRA FASE (1963-1968) DO TEATRO DE COMDIAS DO PARAN
Clarissa Loyola Comin; bolsista UFPR/TN, orientador: prof. Dr. Walter Lima Torres
Neto; UFPR
Esta pesquisa investiga, por meio do estudo de programas de espetculos da primeira fase
do Teatro de Comdias do Paran (1963-1968), a concepo de um teatro pblico de arte.
A anlise dos programas dos espetculos, enquanto paratextos teatrais, permite estudar
diversos aspectos, como por exemplo: o discurso das autoridades locais em relao aos
espectadores e agentes criativos como se conformava iconograficamente nos
programas; o repertrio considerado de alto valor artstico; a ideologia que perpassa essa
primeira fase entre outros aspectos da vida teatral curitibana. O perodo delimitado a esta
primeira fase considerado, pela crtica e pela histria do teatro local, como um dos mais
promissores, onde o TCP do Teatro Guara encontrava-se sob direo artstica do ator e
diretor Cludio Correa e Castro.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
A DRAMATURGIA DA IMAGEM COMO INSTRUMENTO DE ADAPTAO NO ESPETCULO CHAPUZINHO VERMELHO DO GRUPO
CONTADORES DE ESTRIAS DE PARATY-RJ
Cristina Rangel Nascimento, orientador: Wagner Francisco Araujo Cintra; Instituto de
Artes; UNESP
Este trabalho consiste em uma investigao e registro da utilizao da dramaturgia sem palavras como opo potica no espetculo de animao Chapuzinho Vermelho do Grupo Contadores de Estrias, sediado em Paraty no estado do Rio de Janeiro. A popular estria da menina de gorro vermelho, geralmente passada oralmente pelas geraes, foi mais do que adaptada pelo grupo, foi transcriada em um espetculo de teatro de bonecos onde se optou pela abdicao de artifcios dramticos como o conflito em funo da criao de imagens dramticas para representar o percurso da personagem. Para orientar este trabalho utiliza-se do processo metodolgico de reflexo a respeito de conceitos como: dramaturgia, drama, pico e do conceito pouco discutido da dramaturgia da imagem. A no existncia de um conflito tradicionalmente dramatrgico e sim o uso do percurso da personagem e da peripcia determinam o espetculo como um hbrido de dramtico e pico. A linguagem deste trabalho faz re-observar e reafirmar o alcance desta poeticidade cnica que potencializada pela imagem em detrimento da linguagem falada.
Palavras chaves: Grupo Contadores de Estrias, Dramaturgia, imagem, bonecos, adaptao, potica
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
WALTER BACCI: CENOGRAFIA E ARTES PLSTICA DIALOGANDO NOS
CROQUIS DA PEA GOTA DGUA
Danielle Menezes de Brito Semple, orientador: Wagner Francisco Araujo Cintra;
UNESP
Este trabalho tem como objetivo estudar a obra de Walter Bacci, que foi um artista
plstico que trabalhou a maior parte de seu tempo com cenografia e figurino de peas
teatrais, de 1962 a 1977. Dedicado pintura de tecido e, por ter sido um dos primeiros
no Brasil a trabalhar com a tcnica denominada de silk screen, Bacci ganhou destaque
com seus paneaux, vestidos, togas, camisas e camisetas. Nesse trabalho abordarei
apenas um aspecto da obra de Walter Bacci que exatamente a cenografia da pea Gota
Dgua, da qual Bacci tambm executou o figurino. Dos sete croquis da cenografia da
pea possvel perceber a construo da composio visual e a narrativa que eles
proporcionam, mostrando como cada elemento - cor, forma, peso e luz - colocado em
cena colabora para a absoro das ideias e ideais da pea pelo espectador. A anlise
feita neste trabalho trata da possibilidade dos croquis de Bacci serem um instrumento
criado para comunicar visualmente os acontecimentos que se passaram no perodo da
ditadura militar brasileira e como a trama de Gota Dgua se desenrolar de acordo com
o que foi construdo textualmente e visualmente nos croquis.
Palavras-chave: Walter Bacci; composio visual; cenografia; teatro; Gota Dgua.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
A ESTETIZAO DO ERRO JURDICO DE ARAGUARI
Eliene Rodrigues de Oliveira (Mestranda em Artes UFU/MG; Bolsista CAPES, Or.: Prof. Dr. Luiz Humberto Martins Arantes; Programa de Ps-graduao em Artes do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlndia-MG) A presente pesquisa em andamento investiga o processo de construo do texto teatral a partir dos autos processuais de O Caso dos Irmos Naves tendo como referncia a montagem do espetculo de mesmo nome concebido pelo Grupo Teatral EmCena (Araguari-MG 2006). A histria dos irmos torturados para confessaram o crime que nunca existiu e que se tornou um clssico dos erros judicirios do Brasil, foi a fonte inspiradora para a criao de diversos trabalhos artstico e culturais, quais sejam: o livro O Caso dos Irmos Naves o erro judicirio de Araguari de Joo Alamy Filho (1960); o filme O Caso dos Irmos Naves dirigido por Lus Srgio Person e co-roteirizado por Jean-Claude Bernardet (1967); a msica Erro Judicirio de Sulino e Dr. Antnio Carlos (1994), regravada por Leyde & Laura com o nome de O Caso Irmos Naves (2002); o episdio televisivo exibido no Programa Linha Direta Justia TV Globo (2003); o espetculo teatral O Caso dos Irmos Naves do Grupo EmCena (2006) e a Visita Tcnica O Caso dos Irmos Naves a histria de um erro idealizada por Viviane Lemes (2012). O livro escrito pelo defensor dos Naves serviu de inspirao para a escrita do roteiro do filme e do espetculo teatral. Tais criaes, luz de Peter Burke, Marina Maluf e Jacques Legoff, representam aparatos de memria, monumentos de consagrao e smbolo do imaginrio coletivo. Uma parte da identidade jurdico-brasileira cristalizada por meio dos olhares de artistas e suas artes: literatura, cinema, msica, televiso e teatro. Cada linguagem artstica se comunicando e se inspirando na outra criao. Em tempos diversos. Apoio: CAPES.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
O RIDCULO NA COMDIA CURITIBANA DO INCIO DO SCULO XXI: DA ESPETACULARIDADE AO HUMOR DE CARA LIMPA (2001-2010)
Everton Ribeiro (Eevee), Universidade Federal do Paran
A inteno desta pesquisa refletir sobre o percurso da comdia, em Curitiba, no que diz
respeito s encenaes realizadas na primeira dcada do sculo XXI. Alm de
compreender aspectos de comicidade e construo de um ridculo prprio nestas
montagens, foi traado um breve panorama do teatro curitibano e dos tipos de comdia
desde o seu surgimento. Para melhor analisar os aspectos relativos aos espetculos,
optou-se por sistematizar e categorizar todas as encenaes cmicas colhidas nas fontes
disponveis Anurios do Teatro Curitibano e os Guias de Programao do Festival de
Teatro de Curitiba entre os anos de 2001 e 2010. Para melhor estabelecer parmetros e
pontos de anlise da produo curitibana no referido perodo, props-se estabelecer
algumas divises de categorias do cmico, a saber: comdias procedentes de um texto
dramtico; comdias decorrentes de um processo de criao e comdias originadas de
um monlogo humorstico. Esta investigao busca refletir a necessidade de rir do
pblico curitibano numa perspectiva alm da existncia dos excessos, mas atravs da
contemplao do bem feito tal qual analisado pela virtude do humor em Andr Comte-
Sponville, pois podemos rir de tudo, mas no de qualquer maneira.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
ENTRE OLHOS, BOCAS, COBERTORES E ANDADORES Felipe Brognoni Casati (IARTE; Universidade Federal de Uberlndia)
Entramos em mundos, conversamos com personagens, nos emocionamos com pessoas,
coletamos histrias de fraes inteiras de vida. O trabalho um memorial a respeito das
apresentaes do espetculo A ltima Contradana dirigido por Luciene Andrade
(graduanda em Teatro na UFU) em lares de idosos de Uberlndia-MG e como isso
modificou o fazer teatral durante essa trajetria; com registro feito de um modo particular
e singular do ator do espetculo/autor do texto. Fizemos tudo o que tnhamos que fazer,
danamos, falamos, cantamos, conversamos, encenamos, brincamos e danamos mais um
pouco. Acabamos. Todos adoraram, sem exceo, era ntido, e isso contando com os
idosos que no tinham nenhuma compreenso do que estava acontecendo ou
compreendiam de outra maneira aquela tentativa de troca por meio da arte. Visitamos
quatro lares de idosos, todos com um reboco de saudade; nas paredes coisas de
esquecimento, uns tratavam bem os velhinhos, outros nem tanto, uns tinham corredores
frios, outros eram casas quentes; era sempre doloroso, era sempre engraado, era sempre
surpreendente. E me vinha a cabea: j pensou, uma coisa te fazer rir e chorar ao mesmo
tempo?
Apoio: DICULT, PROEX, PROPLAD.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
HISTRIA E MEMRIA CULTURAL: O SERMO DO PADRE MATHIAS ANTNIO SALGADO E SEUS ELEMENTOS TEATRAIS
Guilherme Paiffer Pelodan (BIC FAPEMIG); Cludio Guilarduci (UFSJ)
Durante o sculo XVIII, Minas Gerais foi palco de trs grandes festas que possibilitam entender o esprito barroco vivenciado naquela poca. A primeira festa, intitulada O
Triunfo Eucarstico, ocorreu em Ouro Preto, em 1733. Essa festa comemorou a inaugurao da nova Igreja de Nossa Senhora do Pilar que foi construda em Vila Rica. A segunda festa foi a posse de Dom Frei Manoel da Cruz e ocorreu no ano de 1748. O ureo Trono Episcopal, editado em Lisboa no ano seguinte, relata os fatos ocorridos durante essa festa sagrada. De acordo com esse documento possvel precisar de forma ampla a disposio do espetculo com seus cenrios, coreografias e msicas. A terceira
festa, as Exquias de Dom Joo V, pode ser desdobrada em trs eventos distintos que ocorreram em Ouro Preto e em So Joo del-Rei-SJDR. Da festa de Ouro Preto (1750) foram preservadas no Auto de Vereao, posteriormente publicado pela Cmara Municipal de Ouro Preto (1904), as instrues de como a comemorao fnebre deveria ocorrer. A comemorao na cidade de SJDR ocorreu com dois sermes distintos. Os sermes formam proferidos pelo Padre Mathias Antnio Salgado na igreja do Pilar. O primeiro sermo (1750) foi solicitado pelo Senado da Cmara para as solenes exquias oficialmente celebradas pela Vila. J o segundo (1751), promovido pelo prprio padre foi editado, no mesmo ano, em Lisboa, por Manoel Joseph Corra e traz com mincias toda a celebrao. Diante disso, a presente comunicao tem por objetivo analisar a partir da Histria Cultural a dimenso teatral cenrio, msica, iluminao e performance dos sacerdotes contida no segundo sermo proferido em SJDR.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
TEATRO HISPANO-AMERICANO DE PS-GUERRA
Humberto Hugo Villavicencio Garcia,Or. Prof. Dr. Alexandre Mate; Escola Superior de
Artes Clia Helena So Paulo
No final do sculo XIX a dramaturgia hispano-americana mantinha estreitos vnculos de
dependncia com o teatro espanhol, porm, a partir do incio do sculo XX esta relao
comea a se modificar por causa de questes fundamentais que emergiram durante a virada
do sculo. Espanha conclua o ciclo colonizador das Amricas e as naes emergentes
lutavam por consolidar sua independncia poltica. O teatro latino-americano afirmava-se
empregando procedimentos narrativos prprios, como o drama dana pr-colombianos, a
comdia de costumes e o grotesco criollo. A assimilao das inovaes temticas e
estilsticas do Expressionismo, do Simbolismo e do Teatro pico encerrar um perodo de
fecundas transformaes no ps-guerra.
Palavras-chave: Histria, Teatro Hispano-americano, Ps-guerra.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
ESTDIO DE PERA BOLSHI: PERSPECTIVAS E APONTAMENTOS NA PRTICA LABORATORIAL DE STANISLVSKI
Inaj Neckel - UNOCHAPEC
Para compreender a lide laboratorial de K. Stanislvski, na dimenso que transcende o
espetculo, h que se distanciar das etiquetas que lhe foram coladas, dos caminhos
comumente a ele atribudos, das preconcepes a ele dirigidas. O trabalho realizado pelo
encenador russo nos estdios revela, em maior grau, a f desse homem de teatro na
prtica laboratorial e no homem/ator para uma renovao teatral. Os estdios foram
espaos voltados experimentao e formao de um novo homem/ator para alm dos
limites proficientes sobre a cena. Assim, o pesquisador desses espaos deve deslocar seu
olhar para aquilo que Franco Ruffini diz encontrar-se sob a pele, atitude extrema
fundamental para a compreenso do movimento renovador que podemos encontrar nos
relatos sobre essas prticas. As proposies colocadas aos atores-cantores do Estdio de
pera Bolshi (1918 a 1922) corroboram para uma atitude extrema do pesquisador diante
desta prtica laboratorial realizada por Stanislvski. Neste perodo ele apresenta o
sistema aos atores-cantores do grande Teatro Bolshi, e teve uma efetiva vivncia
pedaggica. O presente trabalho apresenta, a partir da experincia junto ao Estdio, trs
grandes linhas apontadas por Stanislvski para o estabelecimento de um estdio: a
comunidade teatral, o mestre como condutor nico e a pesquisa de um tema constante de
trabalho (condio criadora). Esta anlise, cujo olhar foi conduzido pela inteno de estar
sob a pele, verifica nas transformaes a necessidade do labor dirio, comprometido e
constante dos homens de teatro como potncias que antecedem e transcendem o
espetculo. Prticas que, ainda, reverberam e dialogam com nossas experincias.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
O TEATRO DE REVISTA E AS IMAGENS DE SO JOO DEL-REI: HISTRIA E MEMRIA CULTURAL
Janana Braga Trindade (BIC-CNPq); Cludio Guilarduci (UFSJ)
A Histria Cultural no final da dcada de 1980 trouxe formas mais eclticas para as abordagens historiogrficas. Esse fato ocorreu por dois motivos: (i) os redimensionamentos ocasionados pela crise de sua prpria funo ao suspeitar das explicaes globalizantes que ofereciam verdades sobre culturas inteiras, ou seja, a Histria Cultural buscou respostas para os novos desafios oriundos do alargamento do
domnio da cultura, e (ii) pela renovao de olhares e de abordagens inter e transdisciplinares para o entendimento de uma dada temporalidade construdo a partir
de fontes ainda no-consideradas documentos ou a partir de um revistar de velhas fontes, ou seja, a Histria Cultural buscou respostas para a ascenso das teorias culturais discutidas em outras disciplinas. Dessa forma, a presente comunicao tem por objetivo analisar o espao urbano da cidade de So Joo del-Rei (SJDR/MG) a partir de imagens que retratam o Centro Histrico da Cidade. Essas imagens foram adquiridas durante as pesquisas realizadas no projeto Os edifcios teatrais da cidade de So Joo del-Rei (1782 1893): uma anlise do espao urbano (PDJ/CNPq). A seleo das imagens foi elaborada a partir de cinco peas de teatro de revista A mudana da Capital (1893), de Modesto de Paiva; Terra ideal (1915), de Tancredo Braga; O Gramophone (1916), de Alberto Gomes; Nmero um (1917), de Durval Lacerda e O meu boi fugiu (1918), de Dr. Ribeiro da Silva e Oscar Gamba escritas e encenadas na cidade de SJDR entre os anos de 1893 a 1918. Dessa forma, a anlise ser realizada a partir dos seguintes conceitos da Histria Cultural: representao, imagem, imaginao (fico).
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
A GINGA EM AO NA CENA: A RAINHA NZINGA E A ANCESTRALIDADE
Julianna Rosa de Souza (Bolsa de Mestrado CAPES); Orientadora: Profa. Dra. Maria
Brgida Miranda; Programa de Ps-Graduao em Teatro (PPGT / UDESC).
Este artigo fundamenta-se nas discusses sobre o corpo/mente do ator/danarino
afrodescendente e a ginga como elemento diferencial na criao das aes fsicas. Para
tanto, utiliza-se no mbito da cincia os escritos do neurocientista portugus Antnio
Damsio e na perspectiva dos estudos culturais o pesquisador Stuart Hall. Objetivando
(re)localizar os conceitos de ginga se articular as definies encontradas no universo da
capoeira e a histria da Rainha Nzinga. A memria ancestral do ator/danarino
afrodescendente confrontada constantemente com a perspectiva mecnica de
corpo/mente.
Palavras-chave: Ator/danarino Afrodescendente; Ginga; Ancestralidade; Corpo/Mente.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
FESTA DA MEMORIA: AO CULTURAL DO TEATRO COMUNITRIO
ARGENTINO Juliano Borba, UDESC Universidad de Buenos Aires
O teatro comunitrio argentino um movimento nacional de grupos teatrais que
articulam suas produes sob os princpios da Festa e da Memria. Atravs da festa da
memria o teatro comunitrio convoca e prope que cada comunidade possa gerir seu
grupo para produzir sua arte, a travs de ticas e estticas prprias, diferentes das
utilizadas por outras correntes artsticas. Essa investigao de doutorado foi construda a
partir do questionamento do sentido cultural do teatro comunitrio, j que a pesquisa de
campo indicou que essa prtica era capaz de gerar benefcios para a comunidade e seus
membros. Os casos estudados foram os grupos Catalinas Sur, Pompapetryasos e
Patrcios Unido de Pie. Esse trabalho objetiva apresentar as caractersticas desse
movimento e interpret-lo como ao cultural capaz de gerar desenvolvimento territorial.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA CORPO DISCIPLINADO E DELICADEZA: A VISO DA MENOR BAILARINA Acadmica: Lohanny Rezende. Orientadora: Doutora Maria Brgida de Miranda. Bolsa de pesquisa Probic/UDESC. Graduanda do terceiro semestre de Licenciatura e Bacharelado em Teatro da UDESC, Universidade do Estado de Santa Catarina.
Coque no cabelo com gel, sem fiapos soltos, com grampos, redinha cor do cabelo e
arranjo de florzinhas. Sem brincos, pulseiras e correntes. O collant e a meia cala devem
ser rosa e sem calcinha. A sapatilha tambm rosa e com o elstico amarrado e as sobras
cortadas. Falem isso para a me de vocs meninas!. Estas foram as primeiras palavras da
professora em minha primeira aula de ballet clssico.
O artigo traz a descrio da trajetria de 16 anos de treinamento de ballet clssico e busca
uma reflexo sobre este corpo feminino disciplinado. Relacionando com o livro Vigiar e
Punir de Michael Foucault, trazida a questo da auto-vigilncia e auto-punio e a
relao entre esse corpo e os conceitos padres de delicadeza, feminilidade e beleza,
impostos sobre ele. Por fim, aponto o ballet como um potente auxiliar no treinamento do
ator, onde disciplina, rigidez e controle se completam com criatividade, expresso e
imaginao.
Apoio: CNPq.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
TEATRO, MEMRIA E IDENTIDADE
Luiz Humberto Martins Arantes (UFU/PPGArtes)
Esta proposta de comunicao pretende apresentar algumas discusses acerca do tema
da memria, apontar a diversidade de questes tericas que tangenciam e aprofundam
este tema e, principalmente, verificar possibilidades de estudo e criao cnica que se
vem realizando a partir deste tema to importante na contemporaneidade. Memria
como lembrana, como acmulo de informaes e conhecimento do passado, mas
tambm como esquecimento e esvaziamento do sujeito. Para isso, h que se entender a
questo da memria em cena e, portanto, traduzida em espetculos teatrais. Entender
como tem se dado a adaptao de biografias para a cena e os usos variados de relatos e
depoimentos, o que implica pensar as diversas solues cnicas para a questo do tempo
nas narrativas dramatrgicas. Tudo isso corroborando para se pensar sobre o instigante
uso da memria no fazer teatral.
Apoio: FAPEMIG.
-
MEMORIA, IMAGINARIO E CULTURA
CONTAR A HISTORIA DO PRESENTE Marcelo Sousa Brito; Doutorando em Artes Cnicas; Orientao Eliene Bencio; Programa de Ps Graduao em Artes Cnicas; Universidade Federal da Bahia
O texto apresentado como relato de pesquisa aborda parte do processo realizado pelo
autor durante o Mestrado junto ao Programa de Ps Graduao em Artes Cnicas da
Universidade Federal da Bahia, com bolsa de estudos do CNPq, finalizado em 2011. A
dissertao intitulada Pedra afiada: um convite para o teatro invadir a cidade, orientada
pela Professora Dra. Angela Reis, trata da relao entre o individuo e o lugar que ele
vive/ocupa, estimulando o coletivo urbano da cidade de Itamb, no interior da Bahia a
agir cnicamente em funo do desenvolvimento scio-cultural de seu municpio. Com a
aplicao de metodologias participativas e de exerccios fenomenolgicos, os habitantes
dessa pequena cidade ocuparam os espaos pblicos com o intuito de recontar a histria
desse lugar. Um exerccio de memria na construo de uma dramaturgia do espao. Para
a realizao desse processo de pesquisa se fez necessrio o dilogo entre autores da
filosofia (Hannah Arendt e Maurice Merleau-Ponty) com autores da geografia e do
urbanismo (Henry Lefebvre, Julia Lossau) com autores das artes cnicas (Andr Carreira,
Constantin Stanislavsky, Jean-Pierre Ryngaert entre outros. Agora como aluno regular no
doutorado do mesmo programa o pesquisador pretende aprofundar o estudo aplicando o
processo com atores profissionais na cidade de Salvador Bahia.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
AGREGAR VALORES NA ENCOMENDA DE MSICA CNICA Marcos Machado Chaves, Stephan Arnlf Baumgrtel; Universidade do Estado de Santa
Catarina
A sonoridade proposta no teatro se encaixa em projetos de encenao com diversas
nomenclaturas, geralmente associada como msica cnica ou trilha sonora. Nas ltimas
duas dcadas, novos recursos de captao e reproduo de udio intensificaram a
presena de um artista vinculado musicalidade no processo de criao, conhecedor das
necessidades e possibilidades teatrais. Quando observamos pouco entendimento a
respeito da sonoridade cnica proposta em montagem de espetculo, deflagramos
situaes que pouco contribuem ao desenvolvimento da obra desde projeto embrionrio
apresentao como encomenda de msicas cnicas a msicos com destaque na mdia,
mas que no podem assistir ensaios ou no possuem experincia de composio para
teatro. Ao relatar recente experincia como propositor de trilha sonora em espetculo
teatral porto-alegrense, buscamos compartilhar algumas reflexes sobre a valorao dada
a este elemento da encenao teatral.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
A PRODUO TEATRAL ARTESANAL VERSUS A PRODUO TEATRAL COMERCIAL
Regiane da Silva Ferreira, Orientador: Mauro Macedo Campos
As produes teatrais das grandes companhias se tornaram produtos rentveis, portanto
comercializveis, por isso na medida em que os produtores orientam a sua produo
para o mercado, temos neste momento as companhias de teatro se comportando como
empresas, havendo necessidade de se pensar em estratgias de marketing, plano de
negcios, ou seja, a maneira como aquela obra ou produto ser vendido. Deste modo,
no podemos dissociar este fato ao modelo de poltica pblica de cultura do Brasil: as
leis de incentivo fiscal cultura que concentra recursos nas capitais, e, na maioria das
vezes patrocinando as grandes companhias de teatro, que, por sua vez, tem condies de
agregar valor a marca da empresa. Na medida em que h uma diviso do trabalho e,
portanto uma especializao, pois se antes havia grupos de teatro que tinha a figura do
faz tudo, ou seja, o ator que desempenha a funo de diretor, figurinista, cengrafo,
agente cultural, camareira etc, hoje ocorre necessidade de cada membro da companhia
desenvolver uma funo especfica. Contudo, nas cidades do interior a figura do faz
tudo ainda est presente, o que nos faz pensar a diferena entre produo teatral
artesanal e a produo comercial, a diferena cultural entre os grandes centros e o
interior e a poltica pblica cultural vigente: as leis de incentivo fiscal cultura.
Agncia de Fomento: FAPERJ
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
O CORPO COMO POTNCIA CRIADORA: DIALOGISMOS DE VIVNCIA ENTRE TEATRO E EDUCAO FSICA
Sabrina Lencina Bonorino, (Bolsa Cultural), Ms. Inaj Neckel, UNOCHAPEC
O corpo uma construo provisria, plural e mutvel. No teatro e na educao fsica tais transformaes se atravessam intensamente. O corpo ferramenta que possibilita ao ator, ou ao aluno, tomar posio diante de representaes normatizadas da construo histrica e/ou social a qual somos submetidos. As prticas do teatro e da educao fsica apresentam possibilidades de produes criadoras, muitas vezes, vetadas ao corpo. Diante de minha vivncia na extenso universitria junto ao GTEU (Grupo de Teatro Expresso Universitria da Unochapec), deparei-me, ainda mais, com tais possibilidades. Um dilogo estabelecido entre a professora de educao fsica e a participante do grupo de teatro. Nele evidencia-se o fluxo errante do corpo como ferramenta de nossa criao viva na medida de cada instante presente e sucessivo. Ento, a pergunta de Espinoza ganha fora novamente: o que pode um corpo? As potncias advindas e adquiridas no processo possibilitam ao aluno/ator construir novas imagens e significados, e qui (re)definir o que pode um corpo, tanto social quanto culturalmente. Assim, educao fsica e teatro estabelecem um espao potente para corpos mais-que-plurais, criam contextos dialgicos entre os instrumentos produzindo um pensamento sobre esses fazeres. Neste sentido, a experincia junto ao projeto de extenso revela um espao (outro) em que podemos vivenciar e compreender essas potncias de nosso corpo, ou sua sensibilidade ao dialogismo no-determinista ou proficiente em uma rea de conhecimento. Estabelece-se um campo salutar a outras possibilidades que tm como fulcro a produo de um pensamento individuado conquistado na experincia.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
YORUBA COMO RAIZ, IORUB COMO RIZOMA: IMBRICAES DA MEMRIA NAG NO TEATRO
Tatiana Henrique Silva (Bolsista CAPES, Orientadora Profa Dra. Diana de Souza Pinto;
PPG Memria Social; UNIRIO)
No teatro realizado no Brasil, quando de sua descriminalizao, os mitos e ritos africanos,
especialmente os de origem iorub, j tornados afro-brasileiros, chamados de nags, so
apropriados por artistas e coletivos teatrais, restaurando em suas prticas dimenses de
integridade arquetpica, possibilitando assim um estado de projeo identitria de
memria mediada pela linguagem teatral. Porm, que memria essa? Em que medida
ela reitera o discurso oficial da miscigenao e at que ponto ela faz emergir as etnias
mergulhadas nessa fuso mitificada? Assim, este trabalho investiga a insero dos
vestgios da memria religiosa de origem iorub mitos, ritos, corporeidades,
sonoridades e objetos especificamente no espetculo Macumba Antropfaga, realizado
pelo Teatro Oficina, em 2011, analisando como os simbolismos sagrados so alinhados
aos simbolismos das estticas teatrais, ampliando seus significados, aferindo a sua
apropriao em uma rede de sentidos que transita entre o conceito de raiz e de rizoma
deleuzianos.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
YUYACHKANI: TEATRO E PERFORMANCE ENQUANTO REGISTRO E
MEMRIA NA LATINO-AMRICA.
Thas Helena Rissi de Sousa, Orientador: Luz Srgio de Oliveira; UFF - Universidade
Federal Fluminense
As naes latino-americanas viveram e vivem intensos conflitos poltico/sociais.
Enfrentaram perodos de ditaduras extremas e, muitas vezes utilizaram das artes para
expressar suas opinies e protestar contra as injustias sofridas. Grupos teatrais utilizaram
o corpo como suporte e instrumento de ao para uma prtica esttica que faz visvel os
corpos ausentes de um ethos coletivo, em um processo que constitui uma poltica de
rearticulao simblica da memria. O fazer artstico rompe as fronteiras da lngua e da
formao cultural ao valer-se do teatro e da performance como veculo transmissor de
suas histrias e memrias. Nos espetculos, os relatos polticos ganham a dimenso da
analogia e conseguem ultrapassar fronteiras dificilmente permeadas atravs de um
comcio ou mero discurso. Os atores-performers tornam-se possveis testemunhas das
desaparies foradas e da anulao da garantia dos direitos democrticos. A participao
do artista no contexto de problemas urgentes, promovendo rituais coletivos, colocando
seus recursos artsticos a servio de aes que procuram questionar o status quo ou
simplesmente aliviar o sofrimento dirio, em situaes nas quais as fronteiras se
confundem entre arte e vida, entre ator, artista e cidado, entre fico e realidade,
explicitando a dimenso tica da experincia esttica e artstica como uma forma de
ativismo social, alm do teatro e para alm da fico.
Este estudo tem por objetivo investigar a ao do Grupo Peruano Yuyachkani na busca de
estabelecer uma linguagem cnico-performativa como tentativa de conscientizao e
registro da memria.
Apoio: MEC/SISU/REUNI
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
O TEATRO LUZ DO SOL Timteo Elias (bolsista de iniciao cientfica), orientadora: Olvia Camboim Romano; FURB -
Universidade Regional de Blumenau.
Este trabalho fruto da pesquisa em andamento intitulada O Teatro luz do sol: um estudo
sobre as possveis correspondncias entre a tradio teatral ocidental e a produo cnica atual
brasileira em espaos abertos no especializados. Esse estudo busca estabelecer equivalncias
entre as estratgias de iluminao teatral utilizadas nos principais perodos da histria ocidental
ao ar livre, em espaos abertos e semiabertos, antes da inveno da lmpada incandescente
comum (1879) com a realizao de espetculos cnicos brasileiros em espaos abertos no
especializados, tais como ptios de escolas, praas, entre outros. Alm disso, reflete sobre as
possibilidades dramatrgicas e semiolgicas da luz do sol em espetculos teatrais apresentados ao
ar livre no perodo diurno, pois se entende que a luz participa como construtora de sentido no
espetculo. O trabalho foi elaborado a partir de entrevistas e depoimentos de iluminadores e
diretores teatrais contemporneos residentes em Santa Catarina, como Ivo Gogois e Roberto
Murphy, e de fontes como os trabalhos de Roberto Gil Camargo e Cibele Forjaz Simes. De
acordo com as informaes obtidas at o momento, exceto por algumas excees, os espetculos
apresentados em espaos abertos que usufruem da luz solar no o fazem com o auxilio de um
profissional em iluminao, e a grande maioria nem se quer concebe um pensamento estratgico
sobre o uso da luz natural. Portanto, esse estudo contribuir com a produo de conhecimento
sobre a iluminao cnica e sua histria, tanto quanto um levantamento de possibilidades e
solues que possam contribuir com a qualidade dos espetculos cnicos apresentados em
espaos no especializados; assim como o estimulo de realizaes de espetculos teatrais em
espaos abertos desprovidos de energia eltrica necessria.
Apio: PIPe Art.170/2012.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
O TEATRO VARASANTA
Me. Umberto Cerasoli Jr, orientador: Prof. Dr. Armando Srgio da Silva; ECA/USP
Proponho apresentar um registro dobre a histria de formao da Fundao Teatro Varasanta, seus espetculos e o trabalho pedaggico desenvolvido h 18 anos pelo grupo na cidade de Bogot (Colmbia). Tambm proponho apresentar uma breve contextualizao do trabalho do grupo, em relao as suas principais influncias. Criado em 1994 na cidade de Bogot, a histria do grupo marcada pela trajetria pessoal de seu fundador e diretor artstico, Fernando Montes, que, aps realizar estudos teatrais em Paris com Jacques Lecoq, Mnica Pagneux e Ryszard Cislak; trabalhou entre 1988 e 1992, em Pontedera, na Itlia, com Maud Robart e Jerzy Grotowski, durante a ltima fase de pesquisa do mestre polons conhecida como Arte como Veculo. No Workcenter, Montes recebeu de Grotowski a tarefa de recriar os exerccios fsicos e plsticos desenvolvidos por Ryszard Cislak durante a primeira fase do Teatro Laboratrio na Polnia. De volta Colmbia, fundou o Teatro Varasanta Centro para a transformao do ator, com o propsito de investigar os segredos da arte do ator atravs de um trabalho de longo prazo, cotidiano e rigoroso sobre a prtica teatral. De 1994 a 2012, o grupo criou 11 espetculos. Esta pesquisa faz parte do projeto de doutorado Entre a Arte e a Poltica do Teatro Varasanta: uma Proposta de Formao de Atores, em desenvolvimento junto a Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo, e est embasada na residncia artstica que o autor realizou junto ao grupo durante os meses de Fevereiro-Junho de 2012.
-
MEMRIA, IMAGINRIO E CULTURA
NARRATIVAS E MEMRIAS COMO ABORDAGEM METODOLGICA EM ESTUDOS TEATRAIS
Vilma Campos dos Santos Leite; UFU
Trabalhei com os conceitos de narrativa, memria e experincia em investigao realizada no doutorado e a combinao dessa trade favoreceu um percurso metodolgico na pesquisa que gostaria de compartilhar e aprofundar. Naquele estudo, tese sobre a ELT (Escola Livre de Teatro) de Santo Andr, acerquei-me de um espao de formaco do artista cnico com o intuito de desvelar as formas com que a experincia foi vivida por aqueles que foram os seus sujeitos e buscando quais relaces estiveram presentes em seu tempo e espaco. Os vestgios escritos e iconogrficos das produes criadas ELT, como jornais, fotos, videos, programas, cadernos de anotaes, entre outros, foram relevantes e existiam previamente pesquisa, mas por mais que se constituissem em caminhos pertinentes para uma investigaao pertencente histrica cultural, vi necessidade de arriscar-me tambm por outros caminhos, compreendendo que a complexidade de adentrar aspectos do modo de viver poderia acolher tipologias de fontes ou at a produo de novas pistas, visando os objetivos da pesquisa. Dediquei-me especialmente a percorrer as possibilidades de utilizao da enunciao oral e entre os motivos que me levaram a isso posso destacar o meu pertencimento ao grupo social focalizado, porque apesar dos riscos como a subjetividade prpria presente, houve uma combinao de elementos que favoreceu o estudo, sendo muito bem vindo o investimento metodolgico com tal base . Adentrei em um volume significativo de material que permitiu-me enfrentar as imagens, as metforas e as analogias que vieram tona pelas narrativas de professores, funcionrios gestores e estudantes da escola que foram mediadas pela memria. A partir desse trabalho comecei a me perguntar sobre as possibilidades desses elementos como procedimentos em outras pesquisas, como por exemplo iniciaes cientficas ou mestrados sob a minha orientao. Acredito que h possibilidades de ampliar a historiografia que se faz na rea de teatro por meio de alguns procedimentos que tem a narrativa, segundo o conceito de Walter Benjamin e a memria a partir do sociolgo Maurice Halbwachs. Nesse texto, pretendo me aprofundar no vocbulo transcriao, termo utilizado a partir do manejo de fragmentos que so citados a partir da enunicao oral dos sujeitos em uma pesquisa. O vocculo vem da literatura e encontra campo frtil para a apropriao do pesquisador a partir de narrativas que so compartilhadas a ele por um ou mais narradores em situao de pesquisa.
-
PERFORMANCE E ATUAO
O ATO(R) RESPONSVEL DA TERREIRA DA TRIBO
Andria Paris (PROMOP/UDESC), Orientador: Prof. Dr. Milton de Andrade Leal
Junior; UDESC
Este artigo aborda os princpios artsticos, polticos e pedaggicos da Tribo de Atuadores i Nis Aqui Traveiz e os aproxima do conceito Ato Responsvel desenvolvido pelo pesquisador russo Mikhael Bakhtin na dcada de 20. A tribo, criada em 1978 por Paulo Flores e Rafael Baio em Porto Alegre tem uma poltica de atuao bastante forte e interessante que torna o papel e ao do ator no grupo, na cena, na atuao e na comunidade mpar, potencializando-as. Deste mofo, o foco principal da discusso o conceito de atuador, desenvolvido pelo grupo paulista Oficina, que o grupo gacho se apropria e o desenvolve at hoje. O atuador visto neste trabalho como um realizador artstico de ato responsvel por causa de sua postura tica com relao ao seu trabalho, seu posicionamento diante de sua comunidade e de seu pblico.
PALAVRAS-CHAVE: Ator Atuador Ato Responsvel Tribo de Atuadores i Nis Aqui Traveiz
-
PERFORMANCE E ATUAO
COMO NASCE O ATOR E MORRE O LEITOR? Carlos Eduardo da Silva, Rodrigo Garcez, UFSC
Regra geral, o primeiro contato de um leitor com um determinado texto vai do
desconhecido ao revelador, do misterioso ao conhecido, conforme avana tal
aproximao. Qui o primeiro contato de um pblico com uma performance teatral
obedea a mesma regra abstrata. No haveria de ser diferente, no entanto, a evoluo do
relacionamento que o ator estabelece o texto de uma pea teatral, comportando-se o
artista tal qual um leitor comum. Este artigo se ocupa de investigar e refletir sobre estes
primeiros contatos, o momento ou perodo em que, o ator deixe de ser o leitor
dramatrgico e torne-se o performer, atuador ou intrprete da obra em questo. Essa
investigao, busca no conceito de intercessores, de Deleuze, elementos e tcnicas que
visem acelerar esse processo e mais rpido promovam a "morte do leitor" para dar lugar
ao "nascimento do ator", isto , transformando a dramaturgia em provocadora de cena.
Pois, para Deleuze a ideia de intercessores so quaisquer encontros que fazem com que o
pensamento saia de sua imobilidade natural, de seu estupor. Sem os intercessores no h
criao. Este conceito aplicado aqui como todo elemento provocador ou disparador
de outros conceitos e imagens sendo um potencial gerador de aes criadoras. O foco da
investigao est na figura do ator: na relao que estabelece com a dramaturgia, esta o
provoca e ele manifesta suas conseqncias.
-
PERFORMANCE E ATUAO
O CORPO EM RISCO UMA TRAVESSIA DA BODY ART AO TEATRO PERFORMATIVO
Cassiana dos Reis Lopes
Na dcada de 60/70 houveram sucessivas performances cujos artistas assumiam o
prprio corpo como obra de arte, Body Art. Em determinados trabalhos eram realizadas
escarificaes, mutilaes que intervinham diretamente sobre a pele por meio da dor, elas
tinham a inteno de jogar com o risco desse corpo e a presena do pblico. Dentre tantos
performers dessa poca, o recorte desse artigo feito a partir das obras de Marina
Abramovic que continua efetuando suas performances de risco at os dias de hoje.
Porm, o que se percebe que o risco construdo de diferentes maneiras em suas
performances atuais. Sendo assim, este artigo pretende verificar a modificao do
conceito de risco nessas performances dependendo do contexto em que se encontram e
sinalizar possveis influncias desses diferentes significados no teatro performativo.
Apoio: FAP e UFPR.
-
PERFORMANCE E ATUAO
VIAS POSSVEIS E LEGAIS DE UMA ATUALIZAO: O JOGO, A CRTICA SOCIAL E A CONTEMPORANEIDADE NA ATUAO COM A COMMEDIA
DELL'ARTE Deivid Ferreira Santana (Bolsa de Graduao 2012-2013/PROGRAD/UFU, Prof. Dr.
Vilma Campos dos Santos Leite e Prof. Dr. Joice Aglae Brondani; Universidade Federal
de Uberlndia - UFU)
Este texto relata uma pesquisa em perodo inicial que busca uma apropriao dos
elementos da essncia da Commedia dell'Arte, procurando meios de obter uma
atualizao, permeada por uma aproximao das relaes humanas contemporneas. Para
isso, busca-se a interao da mscara dell'Arte com o espectador no presente. Um dos
objetivos dessa pesquisa trazer o pblico para dentro do universo da cena e da mscara
dell'Arte, visando um possvel dilogo entre o presente e o passado. Busca-se
configurar a prtica como um sistema universal, problematizando questes que sejam
inerentes aos dias de hoje, se utilizando dos elementos da Commedia dellArte , para que
possa haver comunicao entre ator e pblico e o interesse em assistir uma arte inspirada
em outra que antiga. Uma das atividades dessa pesquisa colocar a mscara em contato
direto com transeuntes de espaos pblicos, por meio do jogo de improviso, para
estabelecer trocas entre mscara e espectador, de forma que possa haver uma interveno
no olhar crtico que o trabalho se prope, podendo se influenciar com elementos
provenientes desse contato no decorrer da pesquisa. O ato de considerar a recepo tem o
intuito de nutrir a cena com elementos que contribuem no processo de formao do ator,
especialmente no que concerne ao campo da improvisao teatral. Parte da pesquisa
pretende focalizar no contexto social contemporneo, para levantar questionamentos
sobre nossas prticas cotidianas como seres imergidos em um coletivo, partindo do
mtodo utilizado pelos cmicos dellArte de abordagem dessa crtica do social, inerente
ao seu cotidiano. Culminando na insero dessas questes descobertas no mbito da cena.
Apoio: PROGRAD, UFU.
-
PERFORMENCE E ATUAO
O TEATRO EMANCIPADO
Edelcio Mostao; UDESC
Uma reflexo sobre o teatro contemporneo luz de duas obras simtricas: A representao emancipada, de Bernard Dort, lanada em 1988 e O espectador emancipado, de Jacques Rancire, surgida em 2008. Entre outros elementos, a noo de emancipao ganha destaque: a emancipao a liberdade para a elaborao de outros paradigmas.
-
PERFORMANCE E ATUAO
MEMRIAS DE UM CORPO EM TRANSFORMAO
Eduarda Pereira da Silva, Orientadora Mara Leal; Universidade Federal de Uberlndia
A vontade de estudar uma linha teatral na qual eu pudesse colocar as minhas prprias
angustias e vontades, e aonde eu pudesse retratar um fato que marcante na minha
histria de vida, me levou a estudar a performance. Por ser um campo aberto a vrias
possibilidades e tambm por permitir um carter autobiogrfico. Junto um grupo de
pesquisa formado por cinco mulheres, realizamos alguns estudos sobre praticas
performticas. E depois de muitas discusses sobre algumas performances e sobre
alguns temas que poderamos trabalhar, cheguei no tema que eu gostaria de estudar
que a f. O interesse por este tema surgiu devido ao fato de ter crescido dentro de um
ambiente religioso que direcionou boa parte de minha vida. A discusso sobre esse
assunto atravs da performance pretende ser um convite para que os espectadores
reflitam sobre o poder da f e do uso ou abuso que as religies fazem disso. Pretendo
fazer um dilogo entre o teatro contemporneo e a religio, trazendo atravs do meu
corpo um olhar crtico sobre as influncias religiosas que h muito tempo tem
manipulado de todas as formas indivduos e sociedades.
Apio: Bolsa de Iniciao Cientifica- FAPEMIG
-
PERFORMANCE E ATUAO
A Performance do eu: A criao a partir da autobiografia
Eduardo Bruno Fernandes Freitas (IFCE)
Orientador: Fernando Lira Ximenes
A Performance uma linguagem artstica relativamente nova quando comparada as
outras linguagens j mais tradicionais, talvez seja por esse motivo que ainda nos parea
to estranha e em alguns pontos no aceita pela critica. a partir dos conhecimentos da
historia e formao do movimento da performance apresentados por Renato Cohen em
seu livro Performance como linguagem , as compresses de discurso presente no livro
Introduo analise do Discurso de Helena Brando, junto com o artigo A performance
solo e o sujeito autobiogrfico de Ana Bernstein, que o presente trabalho se proporem a
discutir a criao performtica a partir das vivencias, memrias e lembranas do
peformer. Dessa forma, compreender como o peformer mesmo fazendo uso de sua
biogrfica apresenta em sua obra de arte uma polifonia de vozes, mesmo que
indiretamente e encobertar por memrias pessoais. Tornando-se, assim, um catalisador da
sociedade, pois se constri dentro dela, mas sem perder o carter individual que o
diferencia dos demais.
-
PERFORMANCE E ATUAO
RELAES ENTRE CONSCINCIA E MEMRIA EMOTIVA
Elida Strazzi Moreira Gomes, orientador: Eduardo Okamoto; Escola Superior de Artes Clia Helena
Esta pesquisa parte integrante do Grupo de Estudos da Performatividade da Escola
Superior de Artes Clia Helena. Aborda as relaes entre conscincia e memria
emotiva com o objetivo de potencializar o trabalho do ator por meio da compreenso e
uso adequado deste procedimento desenvolvido por Stanislavski. Se a conscincia
entrelaa corpo, emoes, intelectualidade, sentimento e histria, o entendimento de
como esse processo se d em relao a uma memria emotiva, traz a possibilidade de
potencializar o uso desse recurso utilizando-o de maneira mais eficaz. Fundamenta-se a
memria emotiva utilizando-se textos e artigos de Stanislavski, Kusnet e Guinsburg,
para desmistificar conceitos equivocados que se relacionam a este elemento da primeira
fase de estudos do diretor russo. O conceito estudado de conscincia fundamentado
pelas pesquisas do neurocientista Antonio Damsio e pelos cientistas cognitivos George
Lakoff e Mark Jhonson. A correlao entre conscincia e memria emotiva abordada
por meio dos estudos de Rhonda Blair e Bruce McConachie.
Apoio: FAPESP - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo
-
PERFORMANCE E ATUAO
O INVISVEL ERODIDO: POSSIBILIDADES DESFIGURATIVAS DO
FESTIVAL RENCONTRES IMPROBABLES 6.
Elisa Schmidt; CAPES PPGT UDESC
Neste artigo descreve-se as percepes absorvidas no festival de performances
Rencontres Improbables 6, que ocorreu em novembro de 2011 em Frana, nas cidades
Bayonne, Biarritz e Anglet. A partir da experincia crtica de observao das interfaces
das performances, desdobram-se reflexes acerca das possibilidades da argila como
ferramenta expressiva da desfigurao em arte. Elabora-se a reflexo sobre: Danse du
Chao, de Ghel Nikaido, Transfiguration de Olivier De Sagazan, Transfiguration
Hybridization, de Marie Cardinal e Olivier De Sagaza, Gigotronc, de Flix Fujikkon
e Blandine Voineau, Transit, de Olivier De Sagazan, Richard Nadal e Lisa Grimaud.
Nestas performances o sujeito rompe-se, arruna-se e transborda os limites do que pode
o corpo. Este sujeito erodido pela argila chave para atacar questes ontolgicas sobre
a carne humana, bem como as relaes entre o invisvel que est visvel em cena.
Apoio: Cnpq, PPGT UDESC e Ministrio da Cultura Programa de Intercmbio e
Difuso Cultural.
-
PERFORMANCE E ATUAO
ATOR OU PERFORMER?
Flaviano Souza e Silva, Orientadora: Professora Dra. Mariana de Lima Muniz; Escola
de Belas Artes; Universidade Federal de Minas Gerais
Sobre o prisma dos estudos da performance, o presente artigo busca realizar uma anlise
das caractersticas do ser ator de teatro e do ser performer, artista que se dedica s
atividades performativas. Qual a aproximao e a diferena entre ambos? realmente
possvel diferenciar o termo ator do termo performer? No seria o ator um
performer? O performer pode ser encontrado em peas teatrais tradicionais? O artigo
apresenta ainda um panorama do desenvolvimento do termo performance, desde a sua
origem nos anos de 1960, sua aproximao com o movimento de arte conceitual
denominado Body Works nos anos de 1970, at a sua dificuldade de classificao nos
dias atuais. Discute, ainda, definies de termos contemporneos como Teatro Ps-
dramtico e Teatro performativo.
Agncia de Fomento que apia a pesquisa: CNPq
-
PERFORMANCE E ATUAO
VIRTUOSISMO E DISFUNO: O GROTESCO NA HISTRIA DO MODERNO CIRCO OCIDENTAL
Flvio Eduardo Lira Filho, Orientador: Jos Tonezzi; Departamento de Artes Cnicas; Universidade Federal da Paraba.
Este plano de trabalho vincula-se pesquisa intitulada O teatro das disfunes, do grupo
Teatro: tradio e contemporaneidade, do CNPq. Dando continuidade ao plano anterior,
que tratava do Teatro do Bizarro, tem como propsito a realizao de um panorama
histrico do circo moderno, levando em considerao os parmetros proposto por Alice
Viveiros de Castro em que o espao do circo semelhante ao que conhecemos hoje tem
duzentos anos. O foco desta pesquisa o corpo virtuoso, disforme ou desproporcional,
que se torna espetacular no decorrer da histria do circo moderno, assim como aqueles
que alcanam resultados extraordinrios atravs do treinamento fsico e tcnico. Dentre
tais atraes, podem ser citados: anes, gigantes e outros fenmenos da natureza
(como a mulher barbada), contorcionistas, engolidores de fogo e de objetos,
acrobatas, trapezistas e funmbulos que, com suas exibies, perturbam o olhar e
acabam por estimular no pblico reaes de xtase e de tenso, de repulsa e de prazer,
vrias delas tidas como inerentes ao universo do grotesco.
Apoio: CNPq.
-
PERFORMANCE E ATUAO
MSCARA, ROSTO, BURACO NEGRO
Frederick Magalhes Hunzicke, orientadora: Profa.Dra. Neyde Veneziano e co-orientador: Prof.Dr. Renato Ferracini.
O presente artigo visa pensar a arte do ator na perspectiva da utilizao de um recurso cnico para a formao do ator contemporneo. A mscara teatral e a pedagogia do uso da mscara neutra e expressiva, especificamente da commedia dell arte, podem ser teis ao aluno-ator contemporneo? Uma pergunta que ser debatida a partir das proposies filosficas de Deleuze, Guattari e Jos Gil. Fizemos uma reflexo a partir da ideia do Corpo Sem Orgos -CsO- deleuziano para pensar como a utilizao da mscara teatral pode ser feita com o corpo todo, disponibilizando uma expresso completa, envolvida numa forma de expresso de ao corprea. E tambm, pensamos a memria, como recriao do vivido na linguagem da commedia dell arte que recria os tipos-fixos. E o processo pedaggico de Jaques Lecoq que fez uma atualizao das mscaras teatrais e recriou outras como a Mscara Neutra.
Palavras-chave: Artes Cnicas, Mscara teatral, filosofia da arte. Interpretao.
-
Ficha de Inscrio para o II Seminrio de Pesquisa em Artes Cnicas 21 e 22 de maio de 2012.
PERFORMANCE E ATUAO
ESTADOS COMO PROCESSO DE ATUAO NO ESPETCULO PEQUENOS
BURGUESES
Giovanna Silveira Colombi; UDESC
Este artigo ter como foco principal relatar as atividades de pesquisa realizadas no
segundo semestre de dois mil e onze, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
pelo Ncleo de Pesquisas sobre Processos de Criao Artstica (QIS), do qual sou bolsista,
coordenado pelo professor Andr Carreira. O ncleo formado atualmente por alunos de
graduao, mestrado e doutorado, o que estimula o desenvolvimento de diversos pontos de vista,
a partir da realidade de cada um. Reflete-se sobre o conceito de teatro ambiental relacionado
com as prticas do site specific. Relatarei sobre minha experincia pessoal nesse laboratrio de
prticas criativas, tendo como matria prima os estados e com um produto final resultando no
aqui e agora, que no caso foi o espetculo-experimento: Pequenos Burgueses, de Mximo
Grki.
-
PERFORMANCE E ATUAO
CA FESTA POPULAR NA CENA TEATRAL DA CIA. SO JORGE DE
VARIEDADES
Ive Novaes Luna (Promop), Orientador: Prof. Dr. Andr Luis Antunes Carreira;
UDESC
Este artigo trata do conceito de festa e da aproximao deste com o espetculo teatral,
uma vez que ambos propem um estado festivo, celebratrio, e uma comunho entre
pblico e artistas, quando se forma um corpo nico, coletivo, sendo a msica,
invariavelmente, o elemento aglutinador que faz com que os participantes se
reconheam como tal, anfitri do grande encontro. Para ilustrar a aproximao acima
proposta, e como, neste caso especfico, a msica ato teatral, o artigo faz uma breve
anlise do espetculo Bafaronda, encenado pela Cia. So Jorge de Variedades, de So
Paulo, dirigido coletivamente pela companhia, coordenado pela atriz Patrcia Gifford, e
com direo musical do msico Lincoln Antonio, que divide as composies com
Jonathan Silva. Barafonda um espetculo itinerante, que percorre quase dois
quilmetros do bairro paulista Barra Funda, apresenta cento e cinquenta figurinos e
conta com dois carros alegricos. Atravs da anlise deste espetculo podemos ter uma
mostra de como a festa e, sobretudo, a festa popular, est contida na cena teatral.
Apoio: Promop
-
PERFORMANCE E ATUAO
A REFREXO DO CORPO NO ESPAO NO UBU REI
Juliana Goldfeder, Orientadora: Ivana Vitria Deeck Fuhrmann; FURB A reflexo realizada acerca do corpo no espao no espetculo Ubu Rei fruto do Trabalho de Concluso de Curso, apresentado na forma de um Memorial Descritivo. A montagem teatral escrita por Alfred Jarry, e co-dirigida por Pita Belli e Tanya Kane-Parry, foi realizada por intermdio das atividades curriculares da disciplina Prtica de Montagem III do Curso de Artes Bacharelado em Teatro da FURB, desenvolvida no segundo semestre de 2011. A presente pesquisa reflete as percepes e constataes colhidas pelo meu corpo nos momentos de atuao em ensaios e apresentaes, e relatadas em dirio de campo. O objetivo do trabalho de propor um estudo sobre a relao da montagem com o corpo e o espao do ator-bailarino, especificamente do personagem Rainha, bem como analisar os movimentos e suas particularidades. Os dados apontaram que corpo e espao interagem concomitantemente com os impulsos internos, sem fragmentao, e sempre esto interagindo com o contexto e sua totalidade.
Palavras-chave: Corpo; Espao; Memorial Descritivo; Montagem Teatral
-
PERFORMANCE E ATUAO
INTERDISCIPLINARIDADE NO TEATRO-MUSICAL
EXPERIMENTAES E VIVNCIAS
BERGAMIN, Kaio Armando Gomes; GONZLES, Matheus; ALVES, Renan;
BRACK, Rosemari (orientadora)
Com essa pesquisa, almejamos dar continuidade ao nosso trabalho com relao
interdisciplinaridade artstica proposta pelo teatro-musical. Desta pesquisa,
conseguimos compreender que Teatro-Muscial explora a musicalidade do ator
corpo/voz, dana e msica e mesmo que elas aparentemente trabalhem de forma
segmentada, a funo da interdisciplinaridade fazer com que todas elas trabalhem
juntas Teatrando, Musicando, Danando, buscando sempre uma organicidade no
trabalho, um trabalho mais fluente. Buscar-se-, portanto, desvelar a prtica do teatro-
musical de forma interdisciplinar no trabalho de ator. Como objeto de pesquisa, foi
criado um grupo de extenso universitria na Faculdade de Artes do Paran FAP,
composto por sessenta pessoas, coordenado por Kaio Gomes Bergamin, Matheus
Gonzles e Renan Alves, para que possamos experimentar, vivenciar, discutir e escrever
sobre a prtica do teatro-musical, por entendermos que atravs da dana, do teatro e da
msica, podemos expressar nosso ser artstico; sendo assim, porque no trabalh-las
juntas? No decorrer do projeto de pesquisa, buscamos entrelaar nossas pesquisas sobre
o Teatro-Musical (ainda em experimentao) com nossas vivncias dentro e fora da
academia, com pesquisas histricas sobre os musicais no Brasil, sobre as formas de
fazer teatro-musical a partir do modelo Broadway, seguindo para uma pesquisa e o
trabalho do ator-interprete-bailarino dentro da montagem musical na
contemporaneidade.
Apoio: Faculdade de Artes do Paran - FAP
-
PERFORMANCE E ATUAO
PERFORMATOR: OS EFEITOS DA PRESENA E SUA INTIMIDADE COM O
REAL NA CENA CONTEMPORNEA
Laudemir Pereira dos Santos (Lau Santos); Orientador: Prof. Dr. Andr Carreira;
Programa de Ps-Graduao em Teatro (PPGT / UDESC).
O presente artigo tem como objetivo detectar nas inter-relaes estabelecidas pelo
performator, no momento da atuao, rastros que fazem da Presena um elemento
mediador, ou melhor, delator da fronteira do real e do ficcional na cena contempornea.
As reflexes deste texto encontram-se apoiadas em um trip de binmios: real/ficcional;
presena/ausncia; expectao/atuao. Para tanto, dialoga-se com os escritos de Jos
Antonio Sanchez, Richard Schechner e Romeo Castellucci. Assim, a experincia
fenomenolgica do encontro entre performator e espectador considerada aqui a partir
de um corpo/delator, isto , o corpo que visto, o corpo exposto, escaneado pelos olhos
daquele que observa.
Palavras-chave: Presena; Performator; Real; Ficcional.
-
PERFORMANCE E ATUAO
O ESPECTADOR TRANSFORMADO:
PENSANDO AS MODIFICAES NO LUGAR DO ESPECTADOR A PARTIR
DE EXPERINCIAS EM PERFORMANCE E TEATRO
Ligia Ferreira, Bolsista CAPES; Orientador: Andr Carreira; PPGT/UDESC
O artigo pretende discutir algumas questes provindas da minha experincia na disciplina
O Ator e o Performer: tenses, vazios e zonas de imbricao, ministrada pelo Prof. Dr.
Mateo Bonfitto e oferecida pelo Programa de Ps-Graduao em Teatro da Universidade
do Estado de Santa Catarina. Uma das questes que mais reverberou em mim na referida
disciplina foi a possibilidade do performativo de influenciar, deslocar e transformar o
papel do espectador no acontecimento cnico. Dessa forma, esse trabalho pretende
debater essa questo, buscando compreender essa possvel modificao que transfere o
pblico de um lugar de passividade para um lugar ativo de participao. Entendo que o
performativo nasce de um perodo de renovaes e miscigenaes nas artes, onde
experincias como a performance, os happenings, o teatro experimental, a dana, se
transformaram e influenciaram mutuamente. No contexto desse trabalho pretendo me
dedicar compreenso de como a performance e o teatro experimental deslocaram essa
questo especfica em relao ao espectador.
-
PERFORMANCE E ATUAO
ESTADOS EM JOGO Lucas Heymanns (PIBIC-CNPq; Andr Carreira; CEART - UDESC)
Estados em Jogo um relato dos processos laboratoriais do QIS - Ncleo de pesquisa
sobre processos de criao artstica, grupo de pesquisa coordenado por Andr Carreira, e
de minha experincia enquanto ator-pesquisador no grupo e no espetculo-laboratrio Os
Pequenos Burgueses. A pesquisa desenvolvida pelo QIS a de uma interpretao a
partir de estados anmicos, onde o espetculo-laboratrio uma instncia de trabalho
experimental. O objeto desse estudo o jogo da modulao dos estados pelos atores e a
resposta s modulaes dos estados alheios. Como instrumento de pesquisa, utilizamos
um procedimento de associao livre com um cenrio e um texto realista com o fim de
criar espao para diferentes nveis de improvisao e respostas no aqui e agora da
representao. O texto agrega-se representao como uma camada sobreposta ao jogo
dos estados, criando contrastes que ressignificam ambos estado e dramaturgia. Destarte,
o estado no visa narrar a situao dramtica, e sim agregar a ela outro elemento. Essa
justaposio cria novos sentidos e desloca a interpretao para um nvel no
representacional o contraste, seja qual for ou o quo explcito for, constri certa
profundidade neste conflito entre o material dramatrgico e o ator em jogo com o estado.
O presente trabalho expe os procedimentos criativos e tcnicos da interpretao com
estados e faz uma reflexo a partir da pesquisa que vem sendo feita pelo ncleo desde
2007, pensando os estados atravs de teorias de Grotowski, Schechner e Merleau-Ponty e
buscando novas possibilidades de procedimentos performticos.
Apoio: CNPq.
-
PERFORMANCE E ATUAO ESTADOS: UMA EXPERINCIA INICIAL COM O ESPETCULO OS
PEQUENOS BURGUESES
Marcos Laporta, Orientador: Andr Carreira; UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina O presente artigo busca refletir sobre o mtodo de atuao atravs de Estados psico-fsicos, desenvolvido pelo QIS Ncleo sobre Processos de Criao Artstica, coordenado pelo professor Andr Carreira. O mtodo foi testado no Espetculo-experimento Pequenos Burgueses, de Mximo Gorki. O espetculo-experimento integra o projeto Teatro e Ambiente, que vem sendo desenvolvido desde Junho de 2011, no qual se busca experimentar prticas criativas atorais atravs do ambiente cnico. Alm da vertente laboratorial de investigao do projeto, h uma vertente terica, na qual se estuda principalmente os conceitos de Teatro Ambiental de Richard Schechner. No trabalho, falarei sobre minha experincia prtica inicial com o mtodo, articulando a prtica com a investigao terica.
Apoio: Bolsista de Iniciao Cientfica (Ic) Cnpq
-
PERFORMANCE E ATUAO
MOVIMENTO DA ARTE PELA BARBRIE E PEDAGOGIA DA
DESRAZO
Marianna F. M. Monteiro; Professora Doutora da Universidade Estadual Paulista
Julio de Mesquita Filho- Unesp.
Nessa comunicao pretendo discutir alguns aspectos da prtica de coletivos teatrais
paulistanos, percebendo a articulao entre produo artstica e mobilizao poltica
nesses grupos como uma s face da mesma moeda: as performance esttica no se
desvinculam do drama social, confundem-se com a prpria luta poltica. Uma
produo teatral que se pensa no bojo de movimentos sociais e que no pode ser
compreendida fora dessa proposta. Essa forma de compreender a relao entre
produo esttica e movimentos poltico, analisada tendo como foco o momento em
que o movimento ensaiou uma nova e, controvertida palavra de ordem: Movimento da
Arte pela Barbrie. Busca-se compreender o sentido dessa palavra de ordem,
contraplo do lema inicial que mobilizou outrora o movimento. Qual o sentido
dessa mudana ? Na segunda parte da comunicao pretendo analisar a prtica
pedaggica da II Trupe de Choque coletivo teatral que desenvolve seu trabalho no
Pinel, antigo hospcio em via de desativao, sob o ttulo de pedagogia da
desrazo. Pretendo confrontar as prticas pedaggicas desse grupo com as propostas
da Arte pela Barbrie buscando contribuir para a compreenso das relaes entre a
macro e micro poltica, no interior do movimento de teatro de grupo paulistano.
Fundao de Amparo a Pesquisa do Estado de So Paulo- FAPESP
-
PROCEDIMENTOS IMPROVISACIONAIS
LUZ DOS VIEWPOINTS : A ILUMINAO CNICA E OS PRINCPIOS DOS VIEWPOINTS.
Marina Ferreira Andrade (bolsista de Iniciao Cientifica, Orientador: Narciso Telles;
Universidade Federal de Uberlndia)
O texto busca relacionar as possveis interseces dos princpios da iluminao cnica
com os conceitos contidos na prtica dos viewpoints - procedimentos de treinamento do
ator e de criao cnica organizados para o teatro por Anne Bogart. Tais procedimentos
so fundamentados por ideias atemporais e que pertencem aos princpios naturais da
trade movimento/tempo/espao. O princpio fundamental que perpassa todas as etapas
do procedimento o de relao. Partindo dessa ideia que surge a vontade de trabalhar a
luz em cena como mais um elemento em jogo para a criao, com a qual o
ator/performer/bailarino deve se relacionar e criar, conscientemente, um discurso cnico
seja partindo de improvisaes livres (como os open viewpoints) como tambm daquilo
que Anne Bogart e Tina Landau chamam de Composio. Quais so as formas de se
pensar a iluminao como elemento com o qual podemos jogar e nos relacionar, tanto
quem faz a cena (o ator/performer/bailarino) tanto para aquele que a l
(diretor/espectador)? Como trazer a perspectiva de se pensar a luz tambm como
elemento criador de sentido para a cena relacionando esse processo com os conceitos dos
viewpoints? A iluminao se coloca posta como elemento antes da participao do ator
em cena ou o ator cria e a luz ilumina? Qual a diferena presente nesses dois processos?
Como combinar os elementos da iluminao, como cor, direo, sentido e intensidade
com o intuito de criar uma ambientao com um toque de erotismo tal como prope Anne
Bogart em A Preparao do Diretor? Essas so as questes que norteiam essa etapa da
pesquisa.
Apoio: CNPq.
-
PERFORMANCE E ATUAO
DARIO FO NO BRASIL: A RELAO GESTUALIDADE - PALAVRA NAS
CENAS DE A DESCOBERTA DAS AMRICAS DE JULIO ADRIO E IL PRIMO
MIRACOLO DE ROBERTO BIRINDELLI
Pesquisadora: Melize Zanoni (A pesquisa foi realizada entre 2006 e 2008; orientao
do Prof Dr Milton de Andrade Leal Jr; Programa de Ps-Graduao Mestrado em
Teatro - UDESC)
Esta pesquisa investiga em que dimenso a formalizao de procedimentos provenientes
do teatro-solo de linha fsica, no qual a cena determinante do texto falado, oferece
caminhos concretos para um problema especfico da arte teatral: a relao gestualidade -
palavra. Para a problematizao do tema desta pesquisa, foram analisados dois trabalhos
apresentados por grupos brasileiros que possuem como base para sua dramaturgia os
monlogos escritos pelo ator e dramaturgo italiano Dario Fo: A descoberta das
Amricas, representado por Julio Adrio, dirigido por Alessandra Vannucci e produzido
pelo Ncleo de Produo Lees de Circo Pequenos Empreendimentos do Rio de
Janeiro, e Il Primo Miracolo, representado e dirigido por Roberto Birindelli, da Cia do
Beb de Porto Alegre. A pesquisa est centrada na anlise de alguns elementos que
constituem as partituras gestuais destes espetculos e sua relao com o texto, tais
como: repetio, fragmentao, quebras, descrio, criao de sentido, corporificao
do texto e suas relaes intertextuais. O trabalho foi desenvolvido no PPGT (Programa
de Ps-Graduao em Teatro da UDESC)
Apoio: Bolsa PROMOP (UDESC).
-
PERFORMANCE E ATUAO
O CORPO E A NOO DE PRESENA NO MOMENTO DO CONTATO
Autora: Milene Lopes Duenha (Bolsa PROMOP; Orientadora: Prof. Dr Sandra Meyer
Nunes; Instituio: UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina)
O trabalho que se pretende apresentar refere-se investigao da evidncia da presena
do artista considerando os aspectos relacionais da exposio da pessoa/artista perante o
pblico, e da articulao entre os elementos de composio e apresentao da obra. Tal
proposta se localiza na produo contempornea em arte que se faz por meio da fuso de
linguagens, caracterizando-a como hbrida. Esta pesquisa pretende identificar
possibilidades de contaminao no corpo e consequente alterao de estados corporais
que possam emergir destas relaes, articulando elementos em favor das possibilidades
expressivas do artista. Para tanto sero utilizados estudos sobre a noo de presena
cnica, sobre o hibridismo nas artes presenciais e sobre a neurocincia. Neste trabalho se
pretende a reunio de teorias e reflexes em favor da busca de abertura s relaes com o
ambiente de modo a potencializar a expresso do artista seja ele ator, bailarino ou
performer.
-
PERFORMANCE E ATUAO
IMAGEM E IMAGINAO NO TRABALHO DO ATOR
Nadiana Carvalho, Orientador: den Peretta; Universidade Federal de Ouro Preto;
Instituto de Filosofia, Artes e Cultura.
Com o intuito de compreender como se ativa e se perpetua o fluxo da imagem no
trabalho do ator, este estudo pretende abordar a imagem como objeto de criao
presente tanto na relao com o imaginrio como na materializao desta atravs do
corpo. A primeira direo indicada possui dimenses prioritariamente abstratas,
referindo-se relao ficcional com a imagem; a segunda, por sua vez, se preocupa em
aprofundar na metodologia de materializao da mesma, isto , investigar por quais
veculos o corpo perpassa e/ou quais elementos se dispem para concretizar a imagem
ficcional no tempo presente e no espao real. Trata-se, desta forma, de uma anlise no
treinamento do ator que pretende abordar o trabalho a partir da associao direta entre o
corpo e a imaginao, ou ainda concedendo conceitos semelhantes aos mesmos.
Corpo pode ser entendido, nesta perspectiva, como a materializao da memria, das
lembranas, das imagens internas, e Mente como o corpo desses respectivos registros.
Ambos se inter-relacionam entre si criando um fluxo bidimensional e bidirecional da
imagem para o trabalho de criao do ator. Desta forma, o estudo pretende apresentar
uma metodologia de trabalho corporal, que se atente para a materializao do discurso
imagtico do ator.
-
PERFORMANCE E ATUAO
TCNICA DE BUFO: ESTUDO E PRTICA
Nykaelle Aparecida Pereira de Barros, Orientador: Jos Tonezzi; Departamento de
Artes Cnicas; Universidade Federal da Paraba.
O plano de trabalho PIBIC, intitulado Tcnica de bufo: estudo e prtica, que est
vinculado ao Grupo de Pesquisa Teatro: Tradio e Contemporaneidade dando
continuidade a um plano anterior que lhe serviu de base e que tratava do cmico, do
grotesco e do bufonesco. O estudo tem por objetivo aprofundar questes inerentes ao
bufo, personagem grotesco que rene em si peculiaridades e desdobramentos que
requerem maior detalhamento investigativo, desenvolvendo questes sobre sua esttica
ao longo da histria e como ele se manifesta nas artes cnicas contemporneas. Partindo
de pesquisa bibliogrfica, anlise de espetculos com caractersticas bufonescas e
artistas que trabalhem com o universo do bufo, esta pesquisa pretende discutir as
incidncias desta categoria cmica nas prticas cnicas da atualidade, observando
recursos e procedimentos ligados atuao, dramaturgia e encenao. A primeira
etapa pretende compreender o universo bufonesco com reflexes a partir do processo
civilizatrio do Ocidente, com a observao das mudanas de comportamento social e
referncias encontradas ao longo do tempo sobre a arte da bufonaria, sobretudo na Idade
Mdia. Para tanto, servem como base os estudos de Norbert Elias e o conceito de
mundo s avessas preconizado por Mikhail Bakhtin. Analisando o corpo, a imagem e o
comportamento grotesco do bufo, iremos discutir as relaes estabelecidas entre este e
o espectador, percebendo as reaes geradas atravs deste ser ambguo e enfatizando
sua importncia como um personagem crtico indispensvel arte com suas
intervenes impactantes.
Apoio: CNPq.
-
PERFORMANCE E ATUAO
DESENHOS FICCIONAIS E O NOVO ESTATUTO DO CORPO DEPOENTE
Autora: Patricia Leonardelli, coordenador: Renato Ferracini; LUME; Unicamp.
O artigo analisa as relaes entre tempo e performatividade a partir das noes de
memria como recriao do vivido, proposta por Henri Bergson e relida por Gilles
Deleuze, e de tempo reflexivo, apresentada por Pierre Lvy. Nosso estudo se debrua
sobre as singularidades do tempo da criao como durao de vetores endgenos de
circunscrio, atualizados pelos desenhos especficos de cada processo de criao, e que
problematizam o tratamento convencional sobre as relaes entre tempo e trabalho
tomadas do cotidiano. Nesse sentido, o tempo potico (reflexivo) comporta diagramas
de dinmicas infinitas, e permite a explorao potente dos mltiplos estados e campos
de afetao possveis aos corpos criadores-depoentes tanto no momento da preparao
de uma obra/depoimento pessoal quanto no encontro com o pblico. Debateremos, luz
de tais conceitos, as condies que permitem a instaurao dos campos da teatralidade e
da performatividade, e as transformaes que afetam o corpo depoente em tais
processos, para, dessa reflexo, sugerir uma perspectiva ampliada de formao do ator
contemporneo.
Apoio: Fapesp.
-
PERFORMANCE E ATUAO
O PERFORMER E A IDENTIDADE CULTURAL PS-MODERNA
Paulo Victor Chagas Aires; UFC
Os movimentos cnicos ocorridos durante o final do sculo XX abrem novas possibilidades de construo da arte que no o da representao. A partir disso, foco minha anlise na performance autobiogrfica buscando uma relao do artista/homem e sua identidade, analisando que na modernidade tardia existe um deslocamento dessa identidade que passa a ser hbrida, assim como a arte que comea a ser desenvolvida na poca. Discuto como essa fragmentao de identidade ressonou na performance e no teatro contemporneo, destacando que a fragmentao da identidade humana se torna modo de realizao da cena, composta cada vez mais de dissonncia da formao do indivduo ps moderno. Articulo o pensamento a partir de pensadores da teoria da performance como Eleonora Fabio e Renato Cohen, agenciando com pensamentos de Stuart Hall sobre identidade cultural na ps-modernidade.
-
PERFORMANCE E ATUAO
SENSAO, CORPO E ORGANICIDADE Priscila Genara Padilha, Sandra Meyer; Universidade do Estado de Santa Catarina
Este trabalho pretende refletir de que maneira a sensao, aliada a ao fsica pode se
transformar em procedimentos de uma pedagogia atorial que no se pauta pela
representao ficcional. Para isto buscam-se referncias em trs experincias teatrais: a
criao de um monlogo, a direo de outros atores e a participao em uma oficina. Tais
prticas circunscrevem um mesmo territrio, o da sensao. Para fundament-lo so
convocados Fernando Pessoa, Gille Deleuze, Flix Guatarri, Konstantin Stanislavski e
Jos Gil, sendo que a teoria colabora com as prticas na tentativa de entender um
processo atorial de cunho sensacionista.
-
PERFORMANCE E ATUAO
A MATERIALIDADE ESTTICA DA VOZ EM OS DOCES BRBAROS
Priscila Marinho; orientador: Edlcio Mostao; UDESC
Palavras-chave: tropicalismo; intrprete; performance; poesia oral.
O artigo efetua um estudo analtico da voz falada e cantada como instrumento potico,
tomando como anlise o espetculo ps-tropicalista Os Doces Brbaros, criado em
1976. Concentra-se nos contrapontos e estranhamentos suscitados entre o dialogismo da
obra vocal, dentro do contexto cultural efervescente da poca e sua caracterizao
teatral, tomando como base analtica o documentrio realizado pelo cineasta Joo
Cleber Azulay. Ponderam-se questes de ordem ontolgica do fazer teatral, num
primeiro momento do artigo, traando-se a seguir uma trajetria esttica de momentos
histricos do tropicalismo e da formao do grupo para, em seguida, investigar-se a
operao de conceitos e saberes artsticos ali presentes.
Apoio: UDESC e CNPq
-
PERFORMANCE E ATUAO
IMPLICAES ESTTICAS DO CORPO NA CENA CONTEMPORNEA A PARTIR DA PRTICA DO BALLET CLSSICO
Jhonatan Machado Rios e Priscilla K. S. Vieira (Universidade Federal de Uberlndia)
O presente trabalho prope a reflexo acerca da prtica do ballet clssico e sua
contribuio para a qualidade do trabalho do artista na cena contempornea brasileira. A
anlise parte do principio esttico e funcional do corpo, ou seja, a construo de linhas
corporais bem definidas, o fortalecimento e flexibilidade muscular, limpeza e clareza de
movimentos e o modo como tal prtica relaciona-se s prticas improvisacionais que tm
como principio a percepo sensvel do corpo (escuta extraordinria e foco suave, ambos
conceituados por Anne Bogart) e por conseguinte, com procesos criativos.
-
PERFORMANCE E ATUAO
ATLETISMO AFETIVO: DESLOCAMENTOS Renato Ferracini, Pq C, LUME - UNICAMP
O termo Atleta Afetivo de Artaud se coloca em qual territrio de pensamento? O termo
pode parecer levar a uma questo polar: o afetivo ao invs do racional, gerando uma
polaridade razo sentimento. Ser que esse termo cunhado por Artaud reflete esse
binarismo simplista? Definitivamente no. O afetivo aqui deve ser lido como uma
potncia de afetar e ser afetado, um territrio e um campo de afeto que passa pela
experincia de um conjunto de prticas. Dessa forma o termo afetivo gera um campo
de experincia e por ser esse campo impele uma contaminao. A peste artaudiana passa
por essa contaminao e no pela escolha polar entre um termo e outro de um binarismo
razo-emoo. O mesmo se d com o termo atleta que no pode ser reduzido a um
competidor ou sujeito que escolhe entre o corpo e o racional. O destriamento desses dois
termos, seja em seu carter singular (termos singulares) seja em sua potencia de conjunto
pode realizar o deslocamento e uma reflexo potente para a arte de ator que escape das
simples polaridades e escolhas entre termos.
FAPESP, CNPq.
-
PERFORMANCE ATUAO
O BANQUETE: O DIA EM QUE A NUM-SE-PODE COMEU SEU SAPATO VERMELHO DE SALTO ALTO E LAMBEU O PRATO DE PORCELANA BRANCA; A DANA NO PTIO; E A PELEJA DO CISNE NEGRO COM A
BAIADORA
Silvana Maria Santana de Oliveira, Orientadora, Prof Dr Renata Bittencourt Meira; IARTE- UFU Universidade Federal de Uberlndia.
O Banquete uma metfora que usarei para as reflexes acerca dos resultados do
trabalho desenvolvido na Disciplina Pedagogia (s) do Teatro, do Curso de Ps-
Graduao em Artes da Universidade Federal de Uberlndia - 2011, ministrada pelo
professor-doutor Narciso Larangeira Telles com durao de dezoito semanas. Nesse
perodo, foram realizados encontros de trabalhos prticos com os temas: Os
viewpoints e a composio: novas perspectivas de construo do conhecimento; O
ps-dramtico, a performance e a pedagogia do teatro. Essa experincia resultou em
work process: a fruio de um processo de criao (que permaneceu em aberto) e j
no se localizava no espao-tempo e proposta da prpria disciplina, mas reverberou
para o mbito do indizvel, da imanncia. O que me permitiu trilhar um percurso
sensrio, de interstcios, interdio, prazer e dor, ruptura, comoo e a captura de
outros nveis de percepo: estesia, paixo, encanto e carnalidade. Como em um
banquete - a vida nua, a carne viva. No banquete, o corpo est rebelado de si mesmo,
do tempo e do espao, entregue criao, ao indmito. Discorro sobre as contribuies
decorrentes desse percurso, que o work in process, a partir dos viewpoints, source
work e composio, em que o corpo experimentou a dimenso do infinito e foi servido
como num banquete - onde h o encontro da fome com a vontade de comer originando
o escopo de uma proto performance e, a partir disso, um processo intenso de criao.
Apoio : CAPES.
-
PERFORMANCE E ATUAO
BAILANDO COM OS FILSOFOS: O ATOR EM BUSCA DA POESIA
Valquiria Vasconcelos da Piedade, Orientador: Dr. Edlcio Mostao; UDESC
Esta pesquisa tem como objetivo investigar o ator como uma manifestao do ser (devir), a partir
da filosofia de Friedrich Nietzsche e de Martin Heidegger. Entendendo o ator a partir desta
perspectiva traaremos alguns paralelos com autores que questionam o sujeito inserido no
contexto vigente da sociedade. Os autores que contribuiro para esta anlise so: Michel Foucault
e Theodor Adorno. Depois de entendido e conscientizado que o ator tambm o sujeito em
sociedade, pergunta-se: como este ator pode vir a acontecer poeticamente? A partir do conceito
de aura, do hic et nunc aqui agora proposto por Walter Benjamin ser trilhado uma
investigao para responder a tal questo. Como possveis concluses para o acontecer potico
do ator sero propostos alguns olhares tambm poticos: jogo do equilbrio entre os deuses do
teatro Apolo e Dionsio, a partir de uma perspectiva nitzscheniana; aguar no ator sua vontade
de potncia, tambm em uma perspectiva nietzscheniana; alm de uma percepo infantil, no
sentido de saudao inebriante vida e disposio ao jogo (no aqui agora) a partir dos olhares
de Walter Benjamin e Giorgio Agamben. A metodologia de cunho bibliogrfico-histrico,
ontolgico e fenomenolgico buscar um olhar compartilhado dos diversos saberes: filosofia,
s