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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS "HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL" - HISTEDBR X JORNADA DO HISTEDBR “História da Educação: Intelectuais, Memória e Política” Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) Museu Pedagógico – MP Local: Vitória da Conquista-BA Data: 26 a 29 de julho de 2011 ISSN 2177-8892 CADERNO DE RESUMOS

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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS

"HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL" - HISTEDBR

X JORNADA DO HISTEDBR

“História da Educação: Intelectuais, Memória e Política”

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Museu Pedagógico – MP

Local: Vitória da Conquista-BA

Data: 26 a 29 de julho de 2011

ISSN 2177-8892

CADERNO DE RESUMOS

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História, sociedade e educação

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A CLASSE TRABALHADORA NO LIVRO DIDÁTICO: MEMÓRIA E HISTÓRIA

RONALDO OLIVEIRA FERRAZ *Colégio Estadual Nilton Gonçalves

[email protected]

O livro didático de História assume um importante papel de construtor e portador dememórias. Neste sentido, se coloca como um lugar de memória no qual a memóriacoletiva e histórica da classe trabalhadora é projetada e construída na confluência dediversos fatores. É objeto cultural, é mercadoria, é influenciado pelas políticas públicasque estabelecem normas e regras sobre ele. Assim, ao ser portador de uma memória daclasse trabalhadora brasileira é fruto, também, do diálogo entre a produçãohistoriográfica sobre os trabalhadores e a sua produção enquanto livro destinado aoensino da história. Desta forma, o presente trabalho busca perceber qual a memória daclasse trabalhadora no Brasil é projetada no livro didático de História do Ensino Médio.Para tanto, buscou-se traçar um quadro no qual se discute o entrelaçamento entre amemória, a produção historiográfica sobre a classe trabalhadora brasileira e o livrodidático de História, analisando seis livros didáticos escolhidos entre os livros queconstam no Guia do Livro Didático do Ensino Médio, publicado em 2006. O que sepercebe é que a memória da classe trabalhadora aparece nos livros didáticos analisadosde forma fragmentada e marcada pelo predomínio de uma abordagem tradicional.

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A CONSTITUIÇÃO DO CAMPO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA – OS DILEMAS E IMPASSES NACONSTRUÇÃO DE UM ENSINO PÚBLICO NO BRASIL DE INÍCIO E MEADOS DO SÉCULO XX

AMONE INACIA ALVES *Universidade Federal de Goiás

[email protected]

Este texto pretende discutir como se constituiu a educação brasileira, localizando propostas voltadas aoensino público no Brasil de início a meados do século XX. Mostraremos que, esse período marca aconstituição de um campo, na acepção da palavra que dá Bourdieu, utilizado como nosso referencialteórico, pois se organizaram diferentes agentes coletivos interessados em um modelo de escola a serinstituído no país. Para tanto, encontramos nos textos produzidos pelos literatos do período, inúmerasimagens que nos levaram a cenários que foram ilustrativos para a compreensão dessa história, bem como àanálise de discursos proferidos por diferentes intelectuais da época. Trata-se de uma reconstituiçãobibliográfica, com a utilização da literatura como pano de fundo para esse tipo de análise. Mostramos queeste campo da educação foi marcado por distintos projetos, cujo grupo vitorioso foi o de uma escola deelite, distante do modelo escolar público e gratuito

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A EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA REPÚBLICA: O INÍCIO DA ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

CATIA ABATE *Universidade de [email protected]

O objetivo proposto para este trabalho foi demonstrar que o contexto social, político e cultural influenciou odebate educacional no Brasil no período de 1889 a 1930, conhecido como Primeira República. O problemase caracterizou em tentar entender a influencia desse contexto e como ele foi inserido no debateeducacional. Utilizei como metodologia a pesquisa bibliográfica, e a principal fonte foram os livros. Acontextualização do período foi realizada de forma compartimentada separando os aspectos políticos,econômicos sociais e educacionais. A questão política foi trabalhada de forma bem pontual, porém traduz asdificuldades da instalação do novo regime político, as lutas ideológicas e de controle do poder. Na questãoeconômica busquei demonstrar que mesmo o país possuindo um modelo agrário exportador dependenteinicia-se um período de industrialização, entretanto as indústrias aqui instaladas funcionaram dentro dalógica capitalista dependente. No capítulo dedicado a sociedade destaco a entrada de imigrantes europeus,a urbanização e os movimentos de contestação, esses três tópicos possuem relação direta com a situaçãoeconômica e política do país. O último capítulo é dedicado a educação, onde foram contemplados aspectoscomo a expansão do ensino e o debate educacional. Enfim o que percebi foi que a educação fez parte dodiscurso político de vários grupos, contudo poucos realmente a levaram a sério ou tinham como objetivofazer dela um meio de inclusão social para a grande maioria dos brasileiros que estavam a margem de todoo processo político social do país.

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A EDUCAÇÃO NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX SOB O OLHAR DAIMPRENSA: O ESCRITO E O NEGADO

ISABEL CRISTINA CAETANO DESSOTTI *Universidade Estadual de Campinas

[email protected]

RESUMO:O presente artigo busca enveredar pelo caminho do entendimento das instituições escolares e suaspráticas, num período de intensa transformação na história da educação brasileira, ou seja,final do séculoXIX e início do século XX, numa época de rupturas e mudanças apresentada pela imprensa escrita, daregião de Sorocaba – SPPretende-se utilizar o olhar da imprensa sobre o contexto escolar abrangendo a educação tanto públicacomo privada (em suas poucas expressões) procedendo uma análise dos posicionamentos ideológicos dosjornais de maior de circulação, evidenciando o tratamento dado à educação: práticas escolares, métodos deensino, profissionais da educação, processos de escolha desses profissionais, legislação educacional,alunado, políticas públicas e direito à educação, num cenário de uma sociedade escravocrata e agrária quevai cedendo lugar a uma sociedade industrial utilizando a mão de obra assalariada do imigrante europeu.A abordagem dessa sociedade que desponta e a educação inserida nesse contexto será feita sob as lentesda imprensa escrita local. Considerando que a imprensa registra, comenta e participa da história. Atravésdela se trava uma constante batalha pela conquista dos corações e mentes. (CAPELATTO apud ARAUJO,2001, p.95)

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A FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS DA LAVOURA CANAVIEIRA MEDIANTE OIMPERATIVO DA QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO

CINVAL FILHO DOS REIS *Universidade Federal de Uberlândia

[email protected]

FABIANE SANTANA PREVITALIUniversidade Federal de Uberlândia

[email protected]

O presente trabalho consiste numa pesquisa de mestrado em andamento, pertencente ao Programa dePós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, no eixo “Políticas e Gestão emEducação”, sob a orientação da Profª. Dra. Fabiane Santana Previtalli.Busca analisar, como as mudançasno mundo do trabalho, no que diz respeito à reestruturação produtiva e as novas relações interfirmas estãose relacionando com a formação da força de trabalho voltada para a indústria sucroalcooleira mediante aexpansão da produção da monocultura de cana-de-açúcar em Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiroapós a década de 2000. Haja visto que essa expansão está vinculada a uma política pública de produção debicombustíveis, associada a uma demanda internacional por busca de novos insumos. Assim, torna-senecessário problematizar a dimensão educacional deste processo em que pese à formação dostrabalhadores frente às inovações técnicas e organizacionais que vem sendo implementadas na produçãosucroalcooleira no triangulo mineiro.

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A IMPLANTAÇÃO DO CICLO BÁSICO NO PARANÁ: UM RESGATE HISTÓRICO PELAS VIAS DOSJORNAIS

CEBILLA MOLETTA SLOTUK *Universidade Estadual do Centro Oeste

[email protected]

CLAUDIA MARIA PETCHAK ZANLORENZIUnivesidade Estadual do Centro - Oeste

[email protected]

Apresentamos neste artigo as primeiras análises sobre como a imprensa veiculou as informaçõesrelacionadas à implantação do ciclo básico de alfabetização, que objetivou diminuir a evasão e repetêncianos anos iniciais do ensino fundamental, no Paraná. Para tanto, buscamos informações bibliográficas sobreo assunto, bem como notícias publicadas nos jornais do estado em 1988. Para organização do trabalho,faremos, num primeiro momento um estado da arte sobre as pesquisas já realizadas a respeito do ciclobásico. Em seguida, falaremos sobre contexto político e social no período da implantação do ciclo e comoaconteceu a implantação no Paraná. Finalizando, apresentaremos as análises das notícias encontradassobre o ciclo básico, organizadas em quatro categorias: o contexto educacional, a organização do ciclobásico para a imprensa; o entusiasmo transmitido aos leitores e a função da escola de ciclos de acordocom a imprensa. Ao final, percebemos que as noticias transmitiram grande entusiasmo com a novaproposta, prometendo melhorias à educação, e mudanças no sistema de avaliação, principalmente.Visamos, sobretudo, contribuir com os estudos sobre a história da alfabetização, destacando estaimportante mudança na educação paranaense.

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A MEMÓRIA ENTRE A TRADIÇÃO ORAL E ESCRITA

LUCINEIDE SANTOS SILVA SANTOS*Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA ELIZABETH SANTOS ALVESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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As relações entre memória e sociedade intensificam na medida em que surge a necessidade decompreender a vida humana e fazer as releituras sobre o processo de aquisição do conhecimento, tendo emvista maior entendimento das comunicações por meio da linguagem. Este trabalho tem como objetivodescrever os registros presentes na sociedade em seu percurso da tradição oral às sociedades com escritana história da humanidade, apresentando seus avanços e percalços por meio da discussão teórica. Alémdisso, buscamos indagar em que medida a memória interfere nas transformações sociais no que diz respeitoà aquisição do aprendizado através da linguagem e das condições materiais no curso da história; em quemedida é possível compreender os registros como partícipes do processo de mediação da memória comopeça importante na construção do conhecimento. O retorno à memória se faz fundamental pararelacionarmos as categorias de análise “trabalho e memória” presentes na pesquisa que desenvolvemossobre “A memória do trabalho: Rio de Contas segundo Marvin Harris. No percurso dessa pesquisa,traçamos, de forma simbiótica, uma relação entre o trabalho útil (produtor de objetos úteis) e o trabalhoabstrato (produtor de elementos culturais) e o trabalho formador de valor. Nesse processo, afirmamos que amemória de Rio de Contas se faz apresentar pelas obras que caracterizam o seu passado através dotrabalho materializado.

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A MERCANTILIZAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOB A PERSPECTIVAEPISTEMOLÓGICA DA EDUCAÇÃO – A DÉCADA DE 2000

JANE MARIA SANTOS REIS*Universidade Federal de Uberlândia

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O presente trabalho é fruto de reflexões e debates acerca da pesquisa em Educação e de uma pesquisa dedoutorado em andamento, tem como objetivo problematizar a produção de conhecimento científico noespaço acadêmico, mediante as tendências mercadológicas transpostas para a esfera educacional e emsuas interfaces com a fundamentação teórico-metodológica dialética oferecida pela epistemologia daeducação. Para isso foram utilizadas referências que tratam especificamente da temática abordada, comênfase na teoria da complexidade proposta por Morin e nas reflexões de Lévy acerca da inteligênciacoletiva. Desse modo, tem se como foco: analisar a concepção de ciência que fundamenta a produção deconhecimento dentro da universidade na primeira década deste milênio, em contraposição à teoria dacomplexidade proposta por Morin rumo a uma redefinição do conhecimento; refletir sobre os parâmetros deavaliação da produção intelectual dos docentes e discentes no ensino superior; problematizar a maneirapela qual a universidade vem respondendo às políticas educacionais, as deliberações de órgãos de fomentoà pesquisa etc., ao que lhe é solicitado enquanto “ação competente”; apontar os limites e possibilidades doenquadramento da produção de conhecimento dentro da universidade, num modelo padrão de ciência. Énecessário levar em conta que é preciso que haja uma interação entre o pesquisador e o horizonte de suapesquisa e que, neste processo, há vontades, interesses, enfim, uma dimensão subjetiva, que nem por issodesvalida ou desqualifica o conhecimento científico a ser produzido. O conhecimento sempre resulta datrama das relações sócio-culturais. Com a concretização destas analises foi possível depreender que setrata apenas do início de uma profunda e minuciosa discussão, que não pode deixar de ser pensada erepensada no local onde a construção do conhecimento é tão polêmica e tendenciosa: a universidade.

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A REVISTA A ORDEM E O ENSINO RELIGIOSO NA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA

PATRICIA LOPES FERNANDES *Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

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A presente comunicação faz uma breve análise de um arquivo (Editorial: Educação Religiosa) que compõeuma importante fonte histórica de divulgação do pensamento da Igreja Católica – a Revista A Ordem. Estarevista foi ainda pouco estudada no âmbito educacional, entretanto este arquivo (um editorial de 1931)revela o que a bibliografia histórica do período indica - o retorno das profundas relações entre IgrejaCatólica e Estado. No caso, este arquivo demonstra a satisfação dos intelectuais católicos com o retornodo ensino religioso nas escolas oficiais. Este texto integra a pesquisa de mestrado em andamento.

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A REVOLUÇÃO FRANCESA E O PROJETO EDUCACIONAL DE CONDORCET

MARCOS PEREIRA COELHO *Unicamp

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O presente trabalho analisa, em uma perspectiva histórica, a proposta educacional elaborada por JeanAntoine Nicolas de Caritat, Marquès de Condorcet (1743-1794), observando à instrução moral subjacenteao pensamento do filósofo e a instrução profissional por ele proposta. O período da Revolução Francesacaracterizou-se por profundas transformações econômicas e, concomitantemente, a maneira de se pensar ohomem e a organização política da sociedade. No plano material, a França estava envolvida emcontradições sociais difíceis de serem resolvidas no limite da ordem estabelecida. O fortalecimento daeconomia capitalista colocava em crise as instituições políticas do Antigo Regime, criando um terreno fértilpara proposições político-filosóficas a cerca do papel do Estado e do próprio homem na organização social.Neste período, diversos filósofos como Voltaire, Rousseau e Condorcet dedicaram-se à formulação teóricade idéias que ajudassem na estruturação de uma nova ordem política, legando à filosofia um papelimportante nos embates que caracterizaram este século. Epistemologicamente, os autores da épocaprocuraram redefinir a ação humana e a institucional, fundamentando-se, para tanto, no homem comoindivíduo e na razão natural. É neste cenário que Condorcet elaborou suas idéias sobre a instrução pública.Para o autor, o ser “infinitamente perfectível” é o ponto de partida para a organização social e, nessaperspectiva, suas propostas educacionais vão além da organização metodológica do ensino ou daestruturação física das escolas. A educação, para ele, mostrou-se marcada por um forte caráter político,capaz de ordenar uma nova moral e de instrumentalizar o indivíduo para agir adequadamente na vida públicae aperfeiçoar, paulatinamente, a sociedade.

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A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ESPECIFICIDADE DA SOCIOLOGIA

ROSILENE DE LIMA *Escola Municipal Maria Montessori

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Este estudo objetiva investigar a Sociologia da Educação com especificidade de uma ciência maior, aSociologia. Nesse sentido, buscamos salientar alguns dados, com base em autores como Durkheim,Bourdieu e Cândido, entre outros, que nos permitem verificar a relação estreita entre Sociologia eEducação. Sabe-se que a Sociologia, como ciência, surgiu em um contexto de constantes transformaçõesda sociedade nos âmbitos econômico, social, cultural, dentre outros. Há muito se discute a relaçãoestabelecida entre essa ciência – que, mais tarde, tornou-se disciplina – e a Educação em um aspecto maisamplo e complexo. São diversas as concepções sobre o estudo da Sociologia e da Educação. Asconcepções de educação integram um leque de temáticas abordadas pela Sociologia. Esta compreende umvasto campo de conhecimento, que se consolida em uma série de estudos em suas peculiaridades. Nocampo da Sociologia, são inúmeras as temáticas abordadas, e, dentre essa diversidade, pode-se destacar,segundo o Comitê de Pesquisa da Associação Internacional de Sociologia a Sociologia da Educação comouma das temáticas elencadas. Isso implica a confirmação de que a mesma tem despertado interesse dospesquisadores e que os sociólogos, com ou sem afinco, têm se dedicado aos aspectos da SociologiaEducacional. Essa especificidade da Sociologia como disciplina tem como pressuposto um estudo maisaprofundado, no que concerne aos processos sociais do ensino e da aprendizagem. Nesse sentido, pode-sedizer que a disciplina de Sociologia da Educação analisa tanto os processos institucionais eorganizacionais, nos quais a sociedade se fundamenta para o provimento da educação, como as relaçõessociais estabelecidas no desenrolar desse processo. É importante clarificar que quando tratamos, nestapesquisa, da aproximação entre Sociologia e Educação, nosso objetivo não é remontar às relações sociaise educacionais, algo que pode ser percebido desde a Antiguidade, mas observar a Educação comoespecificidade da Sociologia, a partir do momento em que esta é reconhecida como tal. Afinal, sabe-se quea educação, em sua amplitude, diferencia-se de acordo com o tempo histórico em que se situa. A partir dosdados investigados e das argumentações expostas no texto, observamos duas questões: a ênfase dada aotreinamento moral para a vida social, enquanto o conhecimento e a instrução são colocados em segundoplano; e a valorização, desde a sociedade primitiva e antiga, de uma educação ligada ao aspecto social, aocomportamento. Assim, podemos dizer que um dos fatores responsáveis pela aproximação entre Sociologiae Educação foi a questão do controle social. A Educação tomou um rumo, em que acabou se tornandochave para a regulação da sociedade, para a obtenção de um comportamento condizente com asnecessidades que emergiam com o processo de modernização.

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ANÁLISE DA AULA DE ESTUDOS SOCIAIS PARA O SUPLETIVO ATRAVÉS DO UNSTITUTI DERADIODIFUSÃO EDUCATIVA DA BAHIA - IRDEB

IDÁLIA MARIA TIBIRIÇÁ ARGÔLO*Universidade do Estado da Bahia

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ANÁLISE DA AULA RADIOFÔNICA DE ESTUDOS SOCIAIS PARA SUPLETIVO ATRAVÉS DO INSTITUTO DERADIODIFUSÃO EDUCATIVA DA BAHIA - IRDEB

A comunicação faz uma reflexão sobre a educação de adultos pelo rádio, na Bahia, após o Golpe Militar de1964 e analisa uma aula radiofônica de Estudos Sociais, do Curso de Supletivo de 1º grau, elaborada peloIRDEB, em convênio com o Ministério de Educação e Cultura (MEC). Este Curso tinha como finalidade apreparação dos alunos para realização do Exame de Supletivo quando adquiriam o certificado de conclusãodo 1º grau, atual Ensino Fundamental. O trabalho tem como objetivo analisar a aula de Estudos Sociaisutilizando documentação e depoimentos orais daqueles que vivenciaram o período referido na instituição,suas práticas educativas através da radiodifusão, as emissoras de rádio comerciais parceiras, as formasde organizar os programas educativos, as salas de recepção e a presença de Orientadores deAprendizagem (O. A.); os conteúdos do material pedagógico veiculado, programas, material impressos etc..Para isto, foram realizadas entrevistas com educadores que participaram do IRDEB na Bahia e a análise dematerial bibliográfico sobre a instituição, permitindo observar a participação de educadores que tambémestavam envolvidos em outros movimentos de educação como o Movimento de Educação de Base (MEB), aCADES, o Colégio Santa Bernadete e os Centros Integrados de Educação, que representaram significativasreformas no sistema educativo na Bahia. O IRDEB foi, durante muitos anos, um órgão ligado à SEC e tinhacomo principal objetivo a veiculação de programas educativos formais para uma população adulta.Atualmente a instituição está ligada à Secretaria de Cultura (SECULT) e, através da Rádio FM e da TVE,veicula uma programação não formal. O referido trabalho faz parte da dissertação de mestrado apresentadana UNEB em 2010.PALAVRAS - CHAVESEDUCAÇÃO RADIOFÔNICA - SUPLETIVO DE 1º GRAU - EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

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AS ESCOLAS NO CAMPO E AS SALAS MULTISSERIADAS EM SÃO PAULO: UM BREVEDIAGNÓSTICO.

JAQUELINE DANIELA BASSO *Universidade Federal de São Carlos

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ANA TATIANA STAINE CARDOSO GOBATOUniversidade Federal de São Carlos

[email protected]

JULIA MAZININI ROSAUniversidade Federal de São Carlos

[email protected]

O estado de São Paulo, apesar de ser altamente urbanizado, apresenta demanda significativa por escolasno meio rural e há indícios de que esta demanda não esteja inteiramente suprida. É objetivo deste trabalho,portanto, realizar um breve diagnóstico da educação no meio rural paulista entre os anos de 2008 e 2010por meio do levantamento dados educacionais. As fontes utilizadas foram o Censo Demográfico 2010, osCensos Escolares de 2008 a 2010, as Sinopses Estatísticas da Educação Básica 2009 e 2010, osIndicadores Demográficos e Educacionais do Plano de Ações Articuladas- PAR e informaçõesdisponibilizadas pela coordenação do Programa Escola Ativa no Estado. A análise dos dados nos permitiuperceber que, mesmo a educação brasileira tendo surgido no meio rural, até o ano de 2010, aqueles quevivem neste ambiente não têm suas necessidades educacionais atendidas, visto que, apenas 41% dosmunicípios paulistas possuem escolas no campo, e a maioria delas se limita a oferecer apenas o EnsinoFundamental. Outro fator de precarização da educação campesina são as salas multisseriadas, que mesmocom a política de nucleação que data de fins da década de 1990, e que visava acabar com este tipo deorganização escolar, ainda representam 16% das turmas nas áreas rurais. Embora as salas multisseriadascontribuam para que aqueles que vivem no campo não abandonem a escola, sua eficiência pedagógica ébastante questionada. Para auxiliar o trabalho docente nestas salas, em 2007, alguns municípios paulistasaderiram ao Programa Escola Ativa, programa governamental que busca melhorar as condições de trabalhodocente e a infraestrutura das salas multisseriadas. Desta maneira, o estudo realizado nos revela umaeducação no campo ausente em mais da metade dos municípios paulistas e que se limita a ofertar o EnsinoFundamental, na maioria dos casos, carregando consigo resquícios da multisseriação, a muito já superadano meio urbano.

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AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SENHORAS SOBRE O PROGRAMA TOPA: UM ESTUDODE CASO ATRAVÉS DAS NARRATIVAS ORAIS EM CAETITÉ/ BAHIA.

MARIA CLÁUDIA MEIRA SANTOS BARROS*Universidade [email protected]

Muito se tem discutido sobre a importância das representações sociais como sistema de referência utilizadopor nós, sujeitos históricos, na tentativa de se compreender e interpretar os acontecimentos cotidianos. NaEJA (Educação de Jovens e Adultos), as representações sociais, a simbologia, marcas da cotidianidadesão aqui apresentadas como formas facilitadoras para a compreensão que esse grupo faz acerca darealidade social em que estão inseridos. Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo analisar o significadoda experiência escolar de senhoras devidamente matriculadas no Programa TOPA (Todos pelaAlfabetização) no município de Caetité, Bahia no ano de 2009. A metodologia de cunho qualitativo se deuatravés de entrevista semi-estruturada com 13 senhoras na faixa etária entre 50 a 75 anos, matriculadasnessa modalidade de ensino. O critério de escolha dos sujeitos da pesquisa se deu pela disponibilidade dosmesmos. A relevância desse estudo se dá mediante o contexto em que se percebe um intenso processo deenvelhecimento populacional na sociedade brasileira, caracterizado por um número considerável demulheres que chegam a terceira idade e que se declararam como de referência do domicílio, mesmo com apresença de um cônjuge (2,4% para 9,1%).

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CONCEPÇÕES DE GESTÃO ESCOLAR PRESENTES NO TRABALHO DO DIRETOR NASESCOLAS MUNICIPAIS EM PONTA GROSSA – PR

DALILA MARIA ANTONECHE BURAK*Secretaria Municipal de Educação

[email protected]

SIMONE DE FÁTIMA FLACHUniversidade Estadual de Ponta Grossa

[email protected]

O presente texto procura sintetizar e apresentar as principais reflexões realizadas em pesquisa para oTrabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia – UEPG no ano de 2010, a qual se centrou nas concepçõessobre o trabalho do gestor escolar e nas atribuições desenvolvidas por esses profissionais no contexto daescola pública municipal de Ponta Grossa. Assim, o texto apresenta alguns subsídios teórico-práticos para areflexão sobre o papel desempenhado pelo diretor escolar da rede municipal de ensino de Ponta Grossa –Paraná, evidenciando que a atuação dos diretores escolares é permeado por contradições, as quaisvinculam-se à concepções nem sempre explícitas, ou seja, mesmo que os discursos indiquem, osencaminhamentos político-administrativos e as ações práticas demonstram certa fragilidade para aefetivação de ações democráticas.

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CONSTRUINDO A IDENTIDADE SOCIAL MATO-GROSSENSE NOS LIVROS ESCOLARES DEHISTÓRIA DE MATO GROSSO (1900-1930)

APARECIDO BORGES DA SILVA *UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

[email protected]

NICANOR PALHARES SÁUNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

[email protected]

Este trabalho pretende demonstrar como os livros escolares que versavam sobre a História de MatoGrosso, produzidos no período da República Velha (1889-1930), foram importantes para moldar a memóriacoletiva do povo mato-grossense. Delimitou-se este período em função do estabelecimento, entre os anosde 1900 e 1930, do início da produção das primeiras grandes obras destinadas à formação de umaidentidade social mato-grossense; obras que buscam fortalecer o sentimento de pertencimento regional,com ênfase na importância histórica de Cuiabá. Para compreender tal momento, adotou-se comometodologia o levantamento e a análise crítica das fontes disponíveis nos arquivos das mais antigasescolas do estado e no acervo do Arquivo Público de Mato Grosso (APMT), os documentos e obras doInstituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), os censos populacionais, os relatórios dePresidentes de Províncias, Diretores e Inspetores da Instrução Pública e, também, as Legislações e Jornaisda época, disponíveis no acervo do Grupo de Pesquisa “Historia de Educação e Memória” do Instituto deEducação da Universidade Federal de Mato Grosso (GEM/IE/UFMT). Além destas, procedeu-se à análisebibliográfica de autores como Franco (2009), Zorzato (2000), Pollak (1992), Bittencourt (2004), Chopin(2004), entre outros Por fim, no desenvolvimento deste trabalho, foram analisadas, ainda que de formapreliminar, as obras Quadro Corográfico de Mato Grosso (1906) e Álbum Gráfico do Estado de Mato Grosso(1914), consideradas as primeiras obras destinadas à construção da memória histórica mato-grossense,inclusive em salas de aula. A pesquisa demonstra que, em Mato Grosso, a República abriu uma espécie devácuo de poder, que logo gerou luta intensa pelo mando local, na qual as facções da elite se utilizaramamplamente de bandos armados para se firmarem no poder. Porém, a força das armas não se fez suficientepara governar o povo mato-grossense. Construir uma memória coletiva que convencesse os mais amplossetores da população da uniformidade dos destinos tornou-se dura estratégia para a manutenção do podercom os grupos privilegiados.

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DA MURTA AO MÁRMORE: O PODER CRISTALIZADOR DA LEITURA

MARIA APARECIDA DE A. BARRETO RIBAS *Universidade Estadual de Maringá

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A Igreja Reformada no Brasil se institucionalizou, pela primeira vez, no século XVII, quando da dominaçãoholandesa (1630-1654) em parte das capitanias do norte, entre o Ceará e o Rio São Francisco. Talpresença esteve estreitamente relacionada às disputas coloniais pelo território hispano-português naAmérica. O catolicismo romano era, até então, a religião oficial e a única permitida nos domínios da Coroaespanhola na época da União Ibérica; sua estrutura contava já com cerca de um século de atividades nacolônia com suas ordens religiosas, suas práticas eclesiásticas e métodos de catequese indígena. Nessecontexto da dominação holandesa, uma significativa fração dos índios Potiguar aliou-se a eles no combateaos luso-brasileiros. Para além das questões concernentes às relações de aliança e de conflito com oseuropeus, o problema que se apresenta é o da caracterização cultural do cristianismo protestante indígenano século XVII nas capitanias do norte do Brasil; ou, mais precisamente, a questão da doutrinação, dosíndios aldeados num novo modelo de cristianismo — o reformado, em sua variante calvinista das ProvínciasUnidas dos Países Baixos. A prática catequética reformada repousava em outras bases, que não aoralidade — caso da catequese católica—. Essa prática de catequese reformada era baseada naalfabetização, visto a importância que a leitura alcançava, naquele momento de Reformas — protestante ecatólica. Dentre as características específicas da missionação calvinista, uma era essencial: aalfabetização. O objetivo deste trabalho é analisar a missionação calvinista entre os grupos indígenas noBrasil holandês considerando a especificidade da catequese calvinista, que era o letramento ameríndio. Demodo que a alfabetização e a disponibilização de literatura religiosa na língua dos brasilianos seduziram etransformaram senão as bases daquela sociedade, ao menos aspectos importantes de sua cultura. Acatequese reformada, aliada à alfabetização, tinha o propósito de formar novos súditos fiéis dos EstadosGerais. Esses índios reformados, ao se refugiarem em Ibiapaba em 1654 — com o término do Brasilholandês —, fincaram pé na prática da fé reformada e ainda, tentaram doutrinar os índios naturais da Serra,os tabajara, sinal de que o trabalho catequético reformado parece ter se solidificado. A documentaçãoutilizada para esta pesquisa é bastante variada: crônicas e histórias coevas, cartas — como as trocadaspelos índios Pedro Poti e seu primo Felipe Camarão, atas do Sínodo da Igreja Reformada no Brasil doséculo XVII, a Relação da Missão da Serra de Ibiapaba e algumas Cartas do Padre Antonio Vieira.

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DA SENZALA PARA ESCOLA: A EDUCAÇÃO NOS CONGRESSOS AGRÍCOLAS DO RIO DEJANEIRO E PERNAMBUCO(1878)

MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTO *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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Essa pesquisa tem como tema central a educação nos documentos dos Congressos Agrícolas do Rio deJaneiro e de Pernambuco, ambos realizados em 1878. Estou buscando abordar o tema, a partir de algumasconsiderações iniciais: de um lado a classe operária que estava se formando, que é parte integrante desseprocesso histórico e que foi muito discutida nesses Congressos. Embora esteja mapeando a pesquisa nahistória regional com suas singularidades e particularidades, que são específicas do objeto da pesquisa, asua compreensão ampla só se dará mediante o movimento de aproximação e articulação com a organizaçãosocial mais ampla, isto é, procurando compreender o movimento do real na região objeto do estudo, com asrelações contraditórias que mantém com o contexto nacional, bem como, nas suas relações com os paísescentrais O exame dos textos e discursos apresentados nos Congressos Agrícolas do Rio de Janeiro ePernambuco revelam uma grande diversidade de interesses que são sociais e históricos, econômicos epolíticos. O governo imperial ao convocar fazendeiros e representantes das províncias do Rio de Janeiro,Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo em 1878 considerou esse grupo como sendo os representantesdas principais regiões produtores de café com o objetivo de alavancar ainda mais a lavoura do “pais”colocando lado a lado dois tipos de interesses, os quais, não eram conflitantes, mas descompassados.Emoutras palavras, as aspirações dos participantes da reunião representavam, muitas vezes, momentosdistintos da economia brasileira. Deste modo, as demandas da cafeicultura paulista, representando o centromais dinâmico da economia do país, em muitos instantes divergiram daquelas das demais regiões do Brasil,pois representam momento posterior de desenvolvimento econômico. Com efeito, pela própria diversidadede interesses presentes na reunião na cidade do Rio de Janeiro, sede do Império, devido às condiçõesdistintas de cada região presente, torna-se um estudo importante para a História da Educação. Os debatesda reunião, portanto, foram marcados pela presença de dois tipos de agricultura. Por um lado, uma lavouraem crise de capitais, como no caso de Minas Gerais, que avistava uma possível crise de mão-de-obradevido à inevitabilidade da abolição dos escravos, gerando um clima muito tenso, preocupada primeiramenteem obter benefícios financeiros do governo e garantir, de todos os modos possíveis, seu poder político esocial. Por outro, uma lavoura em pleno desenvolvimento econômico, para a qual os capitais existiam emrelativa abundância, mas que ainda assim se via ameaçada pela crise financeira do Estado, cuja maiorpreocupação era garantir trabalhadores em número suficiente para suprir a demanda.

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EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA: AS CONCEPÇÕES DA IGREJACATÓLICA, DO PCB E DO ISEB

JEFERSON ANIBAL GONZALEZ *Universidade Estadual de Campinas

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O presente trabalho compõe a pesquisa intitulada “Do povo, para o povo e pelo povo”: as concepções deeducação, cultura popular e transformação social nas formulações do MEB e do CPC nos anos 1960,realizada como parte das atividades do mestrado em educação do Programa de Pós-graduação emEducação da FE/UNICAMP, sob orientação do Prof. Dr. José Luis Sanfelice. Como recorte de tal pesquisa,pretende-se aqui discutir algumas concepções sustentadas pela Igreja Católica, pelo Partido ComunistaBrasileiro (PCB) e pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) nos anos que antecederam o golpecivil-militar de 1964 no Brasil. Essas três instituições-base forjaram concepções que sustentaram as açõesde militantes ligados de movimentos sociais, políticos e culturais daqueles anos. Nesse sentido, afirma-seque, em geral, a interpretação da realidade brasileira defendida por essas instituições e suas contribuiçõesà educação vão ao encontro da defesa do desenvolvimento econômico nacional e na consciência crítica dopovo sobre a necessidade desse desenvolvimento, configurando um aparato político-ideológico que marca aefervescência da primeira metade da década de 1960.

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EDUCAÇÃO E PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO NO BRASIL: TRAJETÓRIA HISTÓRICA.

KELLY ARAUJO VALENÇA OLIVEIRA *Universidade Tiradentes

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A proposta do presente artigo é tecer um caminho sobre a educação brasileira e os processosescolares relacionados à aquisição da leitura e escrita. Na perspectiva aqui de estudar acaminhada não linear da educação brasileira. O citado estudo propõe aqui estudar a trajetóriada educação no Brasil, caracterizando-a como um espaço permeado por processos deescolarização e pela construção do conhecimento de leitura e escrita. A trajetória percorridavai desde a educação colonial até os dias de hoje, demonstrando o que modificou e osaspectos relevantes de cada momento histórico. Este texto tem como objetivo analisar atrajetória da educação brasileira e identificar a relação dos processos de escolarização naconstrução do conhecimento de leitura e escrita. A partir desses objetivos a indagaçãoelaborada é a seguinte: Qual a relação dos processos de escolarização brasileira na construçãoda leitura e escrita tomando como base a trajetória da educação no Brasil da Colônia até aRepública? O recorte teórico-metodológico está pautado em Roger Chartier (1999),Dominique Julia (2001), Luciano Faria Filho (2003), Cristina Menezes (2007), Heller (2000)os quais oferecem categorias de análise como representações, cultura escolar, processosescolares e história, memória e cotidiano. O texto apresentado justifica-se pela ausência deestudos referentes aos processos escolares e a construção do conhecimento em leitura eescrita, além de enfatizar a trajetória da educação brasileira, bem por servir para o início defuturas reflexões sobre a presente temática. Esse trabalho insere-se na perspectiva da NovaHistória Cultural, a qual permite aos pesquisadores de História da Educação exceder barreirasdo seu objeto de estudo, trocando informações e explorando outras áreas do conhecimentoque vem a enriquecer sua pesquisa. As principais fontes utilizadas para o embasamento destetexto foram: 500 anos de educação no Brasil (LOPES, FARIA FILHO e VEIGA, 2003) e aEducação, memória, história: possibilidades, leituras (MENEZES, 2004).

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EDUCAÇÃO EM NOTÍCIA: A DIFUSÃO DO IDEÁRIO MODERNIZADOR DA EDUCAÇÃO ENTREAS DÉCADAS DE 1930 E 1950 NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

MARIA CRISTINA NUNES CABRAL *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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No presente resumo apresentamos os principais resultados da pesquisa intitulada “O Ideário Modernizador eIndustrialista da Educação na Cidade de Vitória da Conquista – BA nas décadas de 1930-1950” ondetratamos sobre a efetivação ou reflexos do ideário inovador escolanovista na cidade de Vitória da Conquista- BA. O período estudado corresponde às décadas de 1930 a 1950. Buscamos compreender o fenômenoeducacional brasileiro por meio da analise do contexto nacional e regional sobre a cidade de Vitória daConquista, que está localizada na região centro-sul do estado. O estudo objetivou a reflexão do ideáriomodernizador do período nessa cidade difundido entre Católicos e Liberais formadores de um discursopromotor de projetos fundamentais para a educação da referida cidade. Utilizamos matérias jornalísticasumas das poucas fontes que expressam o pensamento que era disseminado em matéria educacionalnaquele momento. No período então estudado (1930 – 1950), foram encontradas nos jornais: O Combate; OClarim; O Rui; A Conquista, A Alvorada e O Boré, 147 noticias referentes à educação, cerca de 90 delasexaltando-a como fator propulsor do progresso/modernização, Estas possibilitaram situar as relaçõesexistentes entre as discussões travadas nacionalmente e sua defesa na cidade, ou seja, um projeto maisamplo de sociedade brasileira, esse município demonstrou que não estava alheio às discussõeseducacionais, pois divulgava por meio da imprensa os projetos sociais de formação de opiniões favoráveisà conquista da modernização por meio da educação. A maior parte das matérias jornalísticas ressaltava anecessidade da expansão do número de instituições escolares, adaptação do mobiliário escolar, fundaçãode bibliotecas, dentre outros aspectos. Enfim, o estudo permitiu a identificação dos elos entre as grandesdiscussões de cunho nacional com as discussões travadas na cidade, na qual a modernização se constituíaa intenção primordial e a educação um projeto viabilizador da mesma. Além disso, percebemos nessesmesmos discursos, contradições sobre esse ideário revelando outras faces sobre os interesses dosinterlocutores que se posicionavam favoráveis ao projeto de modernização.

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EM DEFESA DA MODERNIDADE: OS LIBERAIS E A ESQUERDA NO MANIFESTO DE 1932 E NACAMPANHA EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA

MICHELE CRISTINE DA CRUZ COSTA *Universidade Estadual de Campinas

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O presente trabalho integra um projeto de pesquisa em andamento que busca compreender a relação entreo pensamento liberal e o de esquerda, tendo em vista dois momentos específicos da história da educaçãono Brasil: a publicação do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” em 1932, num período de equilíbrioentre as idéias da pedagogia tradicional e da pedagogia nova, e a Campanha em Defesa da Escola Públicadeflagrada a partir da publicação do Manifesto de 1959 e organizada em torno dos debates para aelaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 1961, num contexto depredomínio da pedagogia nova enquanto corrente hegemônica no campo das idéias pedagógicas. Assim,objetivamos: analisar o momento histórico-político no qual há o equilíbrio entre as idéias da pedagogiatradicional e da pedagogia nova e, posteriormente, o predomínio da pedagogia nova, explicitando omomento teórico-filosófico que anima as correntes no campo das ideias pedagógicas entre 1932 e 1961; eidentificar os principais intelectuais e seus posicionamentos nos debates travados no período. Para isso,centraremos nosso olhar para três intelectuais que formaram a bases do movimento renovador em 1932,são eles: Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira. Junto a estes três importantes intelectuaissignatários do manifesto de 1932, analisaremos também as ideias de Paschoal Lemme, tendo em vista aidentificação do mesmo com o pensamento de esquerda. Em relação ao movimento configurado como umaampla Campanha em Defesa da Escola Pública, centraremos na análise de três correntes: a liberal-idealista,liderada por Roque Spencer Maciel de Barros, Laerte Ramos de Carvalho e João Eduardo RodriguesVillalobos; a liberal-pragmatista, liderada pelos educadores ligados ao movimento renovador – AnísioTeixeira, Fernando de Azevedo, Almeida Júnior e Lourenço Filho; e a socialista, liderada por FlorestanFernandes. Para nortear o trabalho, levantamos algumas questões que poderão nos ajudar a compreender arelação entre o pensamento liberal o de esquerda: Quais são os conflitos políticos e filosóficos quepodemos encontrar nas idéias que sustentam o pensamento político e pedagógico das correntes deesquerda e liberais? Qual sentido de suas aproximações em momentos históricos determinados? A garantiada modernidade pode ser o argumento utilizado pelas esquerdas ao aderirem ao Manifesto de 1932 quantoà Campanha em Defesa da Escola Pública? Essas são questões que pretendemos responder ao longo denossa pesquisa. Como pressupostos teórico-metodologicos realizaremos uma pesquisa bibliográfica a qualsustentamos o caráter  concreto do conhecimento histórico-educacional numa perspectiva de longaduração, pautado num olhar analítico-sintético no trato com as fontes, articulação do singular e do universale a atualidade da pesquisa histórica, entendendo-os como fundamentais ao trabalho dentro da perspectivamaterialista-dialética da história da educação.

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ENTRE ENXADAS E MÁQUINAS: ENSINO AGRÍCOLA, TRABALHO, TRADIÇÃO EMODERNIZAÇÃO NA AGRICULTURA

DANIELA PEREIRA VERSIEUX *CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

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IRLEN ANTÔNIO GONÇALVESCENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

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Os primeiros anos após a instauração da República foram marcados, em Minas Gerais e no restante doBrasil, pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre. Minas – um Estado essencialmente agrário –encontrava-se nesse período nos estágios iniciais de seu processo de modernização. Nesse momento,havia uma carência de mão-de-obra para a agricultura. Nota-se que a carência era de braços, mas não detrabalhadores. Uma das soluções encontradas pelas elites condutoras mineiras para esse problema, da faltade braços, foi a tentativa de substituição parcial dos trabalhadores por máquinas agrícolas e a instrução dealguns desses trabalhadores para o manejo das máquinas que se queria introduzir. É nesse contexto que aselites assumem o ensino agrícola como estratégia modernizadora do campo. Assim, o presente artigo temcomo objeto de estudo o ensino agrícola pensado, planejado e executado pelo Estado de Minas Gerais nasduas primeiras décadas republicanas. Constituem nossos objetivos: explicitar a relação existente entre oensino agrícola, a agricultura e a instalação em Minas Gerais de uma modernidade capitalista; ecompreender como o ensino agrícola fez parte do processo de modernização pelo qual passava asociedade mineira do início da República, inserindo-se nos esforços que as elites condutoras do Estadoempreenderam para subjugar a “rotina” ou a tradição que imperava na lida agrária. Para atingir tais metasrestringimos o período pesquisado às duas primeiras décadas da república e utilizamos como categorias deanálise: escolarização, modernidade, modernização e tradição; além do ensino agrícola como categoriahistórica. Empregamos como fontes primárias a legislação do Estado de Minas Gerais, produzida nos doisprimeiros decênios republicanos; artigos do jornal Minas Gerais; alguns relatórios produzidos pela secretariade Agricultura do Estado de Minas Gerais; bem como alguns textos dos anais do Congresso Legislativo deMinas Gerais. A partir da leitura dessas fontes e de um profícuo diálogo com a literatura pudemos inferir queo ensino agrícola contribuiu para a modernização agrícola ao impor um determinado modo de fazeragricultura, substituindo práticas, métodos, conhecimentos e instrumentos tradicionais pelos modernosmétodos agrícolas, retirando dos trabalhadores a possibilidade de uma sobrevivência autônoma eimprimindo ao processo modernizador um caráter de expropriação.

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ENVELHECIMENTO, EDUCAÇÃO E EXCLUSÃO: O ANALFABETISMO NA VELHICE COMOPROBLEMA SOCIAL

MARCOS AUGUSTO CASTRO PERES*Universidade Estadual de Santa Cruz

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Este trabalho analisa a relação entre velhice e educação, tendo como referência os programas deeducação de jovens e adultos (EJA) e a ausência de políticas e leis educacionais específicas da velhice noBrasil. A sociedade capitalista e urbano-industrial criou um sistema educacional adaptado à vida urbana e àtecnologia de produção industrial. Os trabalhadores rurais e os idosos foram excluídos deste sistema porquea sociedade “não educa ninguém que não precise educar”. Essa funcionalidade do sistema educacional aosistema produtivo na sociedade capitalista pode ser considerada como determinante fundamental (eestrutural) dos elevados índices de analfabetismo e baixa escolaridade, observados entre as camadaspopulares, especialmente nas regiões rurais do país. A exclusão educacional, como um subproduto daexclusão social verificada nas sociedades com alta concentração de renda, atinge principalmente apopulação idosa, que detém os maiores percentuais de analfabetismo no país. Não se observa, contudo, aexistência de uma política educacional voltada especificamente para a velhice, e nem tampouco aoanalfabetismo. Leis específicas como a LDB (da educação) e o Estatuto do Idoso (da velhice) nem sequercitam a velhice como destinatária de políticas educacionais e o analfabetismo como um problema socialreproduzido e perpetuado por um sistema educacional essencialmente excludente. Neste contexto, aspolíticas educacionais e as demais políticas sociais são elaboradas “de cima para baixo”, sem consideraras demandas legítimas da população, caracterizando um Estado de tipo autoritário.

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GRUPOS ESCOLARES NO ESTADO DE MATO GROSSO 1910-1930

MARCIO BERETTA COSSATO *Universidade Católica Dom Bosco

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MARCIO BOGAZ TREVIZANUniversidade Federal da Grande Dourados

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MARCIO BOGAZ TREVIZANUniversidade Federal da Grande Dourados

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A partir do processo de implantação dos Grupos Escolares no Brasil (1889-1931) procuramos caracterizar osurgimento dos diversos Grupos Escolares erigidos no Estado de Mato Grosso no período de 1910 a 1930.Pautado nos princípios positivistas, nacionalista, liberais e na laicidade absoluta das instituiçõessociopolíticas e da cultura, os Grupos Escolares mato-grossenses foram erigidos nas principais cidades doEstado de Mato Grosso (Cuiabá, Poconé, Cáceres, Rosário-Oeste, Corumbá, Miranda, Aquidauana, CampoGrande, Três Lagoas e Ponta Porã), tendo como meta a difusão do ensino republicano. Para dar sustentoas nossas investigações, tomamos como base as abordagens referenciais de Souza (1998) e Vidal (2006).Além desta produção, recorremos a documentos primários arquivais ou editados [relatórios oficiais, atas dogoverno do Estado e Relatórios da Diretoria Geral da Instrução Pública de Mato Grosso] disponíveis nosacervos regionais e locais. A pesquisa evidenciou que dadas as condições financeira precárias do Estadode Mato Grosso, e o baixo investimento feito na instrução pública local, os Grupos Escolares durante asdécadas de 1910 a 1930, foram caracterizados pela falta de professores qualificados, de material didático eescolar. Pensamos que esta comunicação sobre os Grupos Escolares em Mato Grosso possa contribuirpara o avanço dos estudos históricos acerca da Escola brasileira.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM PARANAGUÁ – UM ESTUDO DO DESENVOLVIMENTOEDUCACIONAL ENTRE OS SÉCULOS XVII E XVIII

ALEXANDRE CHIARELLI *Universidade Estadual do Paraná - Campus Fafipar

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Esse trabalho analisa como foi realizado a estruturação de um processo de ensino na cidade de Paranaguá,que nos primeiros séculos do Brasil Colonial tornou-se o centro do desenvolvimento do sul da Colônia, demaneira a realizar uma relação de interesse mutuo com a Companhia de Jesus, que levou aoestabelecimento de um Colégio, dessa forma realiza-se um levantamento do processo histórico aliado astendências pedagógicas que se aplicavam na cidade, dessa maneira possibilita o resgate de um períodoonde a população da Vila de Nossa Senhora do Rosário era o epicentro do desenvolvimento educacional dosul da Colônia, o que possibilita a construção de um estudo de uma sociedade singular. Essa pesquisa vema estruturar a organização da história da educação na cidade de Paranaguá, junto a isso caracterizando apopulação do período, as relações com a Companhia de Jesus e os métodos de trabalho realizados dentrodos Colégios Jesuítas. O trabalho de coleta de dados esta calcado na pesquisa bibliográfica de fontesrelacionados a história da organização estabelecida pela educação religiosa jesuítica em Paranaguá,inicialmente a pesquisa se desenvolve com autores paranaenses que relatam o condição que a sociedadeparnangua vivenciou e porque desse interesse pelo estabelecimento de uma ordem religiosa voltada aoprocesso educacional cidade, posteriormente segue-se uma pesquisa bibliográfica em autores naturais dacidade, onde pode-se obter uma visão do que hoje pode ser analisado do processo de desenvolvimentoeducacional do período abordado.

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HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E A RELAÇÃO COM OMUNDO DO TRABALHO

DANIELLE BARBOSA SANTOS *Universidade Federal de Uberlândia

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Resumo: O presente trabalho analisa as questões que envolvem a relação Educação e Mundo do Trabalhoe tem como foco a formação profissional oferecida pelos programas de qualificação em Institutos Federaisde Ensino Tecnológico. Essa pesquisa está vinculada ao Grupo de Pesquisa em Trabalho, Educação eFormação Humana no contexto da Linha de Pesquisa de Política e Gestão da Educação do Programa dePós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. Possui como objetivo verificar se háuma relação com o enfoque dado na implementação dos cursos técnicos e tecnológicos a partir das lógicaslocais e regionais de necessidade de mão-de-obra e a “pressão” exercida para formação escolar de carátergeneralista implementada em nível Estadual ou mesmo nacional. Parte-se da consideração que o percursohistórico da Educação Profissional no Brasil se estabeleceu à partir da reestruturação produtiva do mundodo trabalho e alterou de forma profunda as relações entre educação e sociedade, homem e trabalho, escolae mercado de trabalho por outro lado constatou-se que a política de educação atual coopera para aformação de sujeitos acríticos, pois a uniformização da educação para todos não oferece educaçãonecessária para contribuir na formação do homem crítico e politizado conforme afirmado nos discursospolíticos e também tal qual posta a educação solidifica as desigualdades sociais, separando os indivíduosentre os que sabem e os que apesar da formação obtida não possuem o conhecimento necessário para suainserção na vida social e no mercado de trabalho. Por outro lado apesar do crescimento da escolarizaçãoem nível técnico, tecnológico e superior com vistas à formação profissional as empresas não estãoconseguindo preencher as vagas que exigem qualificação básica universitária, pois a escola e aUniversidade não conseguem acompanhar o movimento dinâmico tecnológico do mercado de trabalho. Ametodologia adotada nesta pesquisa possui caráter sustentado pelo materialismo histórico dialético, poisconsidera as categorias histórica da educação profissional, as reais condições de formação dos egressosdos cursos técnicos e tecnológicos e as diversas contradições entre formação requerida e anunciada tantopelos programas de formação quanto pelas empresas e a realidade efetivada pelo sistema educacional.

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IMPRENSA ESTUDANTIL E EDUCAÇÃO EM FEIRA DE SANTANA: PERIÓDICOS DO GRÊMIO DOCOLÉGIO SANTANÓPOLIS – 1954 -1957

SANDRA NIVIA SOARES DE OLIVEIRA *Universidade Federal a Bahia / Universidade Estadual de Feira de Santana

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IMPRENSA ESTUDANTIL EM FEIRA DE SANTANA - OS JORNAIS DO COLÉGIO SANTANÓPOLIS – 1954-1957

Recentemente os pesquisadores da História da Educação têm reconhecido nos periódicos uma importantefonte de informações sobre a História da Educação. Vários trabalhos têm mostrado o quanto jornais erevistas têm fornecido subsídios para se escrever a história de educação a partir de outro foco para alémdas fontes oficiais, além de reconhecer no próprio periódico um elemento importante na educação do povo.Dos conhecidos nesse campo debruçam-se sobre os conceitos educativos de determinados intelectuais,das lutas políticas por escolarização, entre outras questões. Entretanto, não tive notícia de nenhum trabalhoque se debruce sobre a imprensa estudantil. Este trabalho tem como objetivo analisar os periódicosproduzidos pelos alunos do extinto Colégio Santanópolis - que durante quase duas décadas foi o únicocolégio de ensino secundário da cidade -, em Feira de Santana, no período de 1954 a 1957. Pararealização do trabalho utilizou-se como fonte uma coletânea dos Periódicos “O SANTANÓPOLIS” e OCORUJA, organizada pela Fundação Senhor dos Passos. O objetivo do trabalho é pesquisar quais questõesinteressavam aos alunos do Colégio nesse período e, em especial as questões educacionais veiculadasnesses periódicos. As atividades se iniciam com um jornal interno do Colégio sendo reproduzido através demimeógrafo. A partir de 1954, o Periódico intitulado “O SANTANÓPOLIS” passa a ser rodado na gráfica doJornal Folha do Norte e começa a circular para além dos muros da escola. Em 1955, o Jornal muda de nomepara O CORUJA, em função de o Dr. Áureo Filho, diretor fundador do Colégio se candidatar a DeputadoEstadual. Os resultados do trabalho são ainda tímidos, visto que o mesmo faz parte de pesquisa dedoutorado em andamento, necessitando de maior aprofundamento no tratamento dos dados, entretanto já épossível afirmar que os alunos do Colégio tinham como foco principal as questões políticas, sociais eeconômicas de Feira de Santana em detrimento das questões internas do colégio. Estas questões estãodemonstradas em várias reportagens que trata de questões referentes à modernização e desenvolvimentoda cidade de Feira de Santana destacando-se a segurança, o saneamento básico e a luta pela ampliaçãoda escolarização em Feira de Santana. Percebe-se que este era um periódico dos alunos do ColégioSantanópolis, mas destinado à toda a comunidade.

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INSTRUÇÃO NO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA: ENTRE O BRILHO DOS DIAMANTES E AS LUZESDA EDUCAÇÃO.

MICHELLE MATTAR PEREIRA DE OLIVEIRA MICHELLE*Universidade Federal de Uberlândia

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FLÁVIO CÉSAR FREITAS VIEIRAUniversidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri

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O texto resulta de pesquisa envolvendo a ação do governo municipal na instrução pública em Diamantina,nas duas primeiras décadas da Primeira República. Busca revelar a ação da Câmara Municipal em seuesforço pela dinamização da educação republicana a população local. O município, herdeiro de passadocultural destacado desenvolvido no período imperial, recebeu com a Constituição republicana, e aConstituição mineira, incumbências com respeito a estabelecer um presente ressignificação na educaçãopara formar os futuros cidadãos republicanos. O objetivo é identificar e compreender as ações do governomunicipal no esforço pela instrução pública municipal a população local, a aproximação/distanciamento coma proposta oficial do estado, sob as novas orientações republicanas para a formação novos cidadãos.

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JUVENTUDE, FORMAÇÃO E TRABALHO EM BOM JESUS DA LAPA: CONSIDERAÇÕESINICIAIS.

KAROLYNY DE OLIVEIRA ALMEIDA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação entre juventude, formação e trabalho, no Municípiode Bom Jesus da Lapa, BA, considerada um dos principais “centros baianos da fé” e de exploração doturismo religioso. Parte-se do pressuposto de que a relação de influências entre o histórico cultural dacidade e a configuração das relações entre uma “juventude específica” – jovens trabalhadores ou filhos daclasse trabalhadora - e o mundo do trabalho, pode ser compreendida pelo viés da memória coletiva. Otrabalho encontra-se em fase de pesquisa bibliográfica, cujas categorias centrais são: juventude(considerada a diversidade de sujeitos que a compõe), educação (entendida como formação), trabalho(pautado na perspectiva Marxista), memória coletiva (tal como aparece em Halbwachs) e memóriageracional ou herdada. A pesquisa empírica será guiada pelos pressupostos da pesquisa qualitativa,utilizando-se da história oral e cujos instrumentos de construção de dados devem ser prioritariamenteentrevistas semi-estruturadas. A seleção dos sujeitos deverá ser definida após as primeiras imersões decampo.

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KRUPSKAIA: REVOLUCIONÁRIA E EDUCADORA.

SAMANTHA LODI-CORRÊA *Universidade Estadual de Campinas

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Resumo: Nadezhda K. Krupskaia (1869-1939) constantemente é lembrada por ser a mulher de V. Lenin,porém poucas vezes encontramos uma pesquisa que coloque sua produção intelectual como centro deanálise. A presente comunicação vincula-se a um projeto de doutorado que pretende conhecer melhor a obraproduzida por algumas revolucionárias que também foram educadoras no final do século XIX e início doséculo XX. Krupskaia foi uma pedagoga marxista que desenvolveu uma preocupação com a educação parao trabalho vinculada à educação intelectual para o desenvolvimento integral do indivíduo. Sempre ativa nomovimento comunista russo, Krupskaia teve importante papel na preparação da Revolução Russa e naconsolidação do regime soviético. Apoiada na teoria marxista-leninista visava ampliar a atividade socialcomo prática comum na nova sociedade que se desenvolvia, pós Revolução Russa, para converter amentalidade humana individualista, posta pelo capitalismo, em mentalidade coletivista. Para Krupskaia, aeducação deveria considerar os três aspectos essenciais apresentados por Marx: educação mental,educação física e educação tecnológica. Defendeu a politecnia e um ensino igual para todos, independentedos recursos financeiros ou do sexo. A presente comunicação traz alguns dados preliminares da atuação deKrupskaia, mas já aponta que enquanto revolucionária e educadora teve sua atuação própria na formaçãode um ideal e na ação prática que se efetivou.

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MAS, AFINAL, O QUÊ/QUEM A ESCOLA ESTÁ A (RE) PRODUZIR? A RELAÇÃO EDUCAÇÃO EMEMÓRIA NA REPRODUÇÃO DA IDEOLOGIA DOMINANTE (UMA ANÁLISE DO UNIVERSO DO

ENSINO BÁSICO DE DIVISA ALEGRE – MG)

DANILO BANDEIRA DOS SANTOS CRUZ*Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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JOSÉ RUBENS MASCARENHAS DE ALMEIDAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O objetivo do presente trabalho é o de compreender como o sistema do capital tem se servido da educaçãoinstitucionalizada para produzir/reproduzir ideologias via processo de agenciamento da memória social ecomo esse processo se afirma enquanto mecanismo de perpetuação das contradições próprias dometabolismo capitalista. Por outro lado, tenta mostrar que, ao mesmo tempo, essa própria educação podese apresentar, de maneira contraditória, uma produção da memória social alternativa. Isso porque oshomens se fazem na contradição do mundo real, na sua produção material e esse fazer-se pressupõe areprodução e a legitimação dessas condições materializadas nas classes sociais, por meio das instituiçõessociais e políticas, através de sistemas determinados de idéias que exprimem e escondem o significado realde suas relações. A dinâmica do capital segue no movimento condicionante dos sujeitos a partir do seusistema educativo em consonância com a realidade material de apropriação do trabalho alheio, numa lógicaem que o próprio sujeito se prende sem que perceba. Destarte, a educação é aqui pensada tanto na via dareprodução quanto na da possibilidade de transformação do metabolismo societário do capital.

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MEMÓRIA DO ALUNO-TRABALHADOR SOBRE A ESCOLA NOTURNA.

RONEY GUSMÃO CARMO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA ELIZABETH SANTOS ALVESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este trabalho tem como objetivo elaborar algumas considerações a respeito da memória construída peloaluno-trabalhador a respeito da escola noturna, vislumbrando as prováveis desproporções entre o sentidoassumido pela instituição escolar para o trabalhador e os debates acerca do papel da educação no cenárioatual.A escola sofre inferências sugeridas pelo contexto socioeconômico exterior. Tal fato pode ser facilmenteconstatado ao estudar o trajeto histórico revelado pelo sistema educacional brasileiro que, muitoproximamente, assumiu distintas representações conforme as transformações no cenário econômicomundial.Por efeito, verifica-se que as representações sociais construídas pelo trabalhador sobre a escola noturnaapresentam contornos derivados de outros contextos históricos, que sugestionavam à educação umposicionamento diferenciado e condizente com as demandas sociais outrora vigentes. Em função disso, oaluno-trabalhador incorre o risco de elaborar representações deformadas sobre as possibilidades apontadaspela escola no atual contexto produtivo.Nesse sentido, busca-se compreender essas assimetrias atrelando-as ao conceito de memória herdada esua vinculação com a dinâmica socioeconômica, que historicamente redefine a engrenagem produtiva etoca a relação estabelecida entre educação e trabalho. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa foiefetivada por meio de observações em uma escola de ensino médio, situada no município de Vitória daConquista, BA, mediante o emprego entrevistas com alunos-trabalhadores e demais integrantes dacomunidade escolar.Através da aplicação dos instrumentos de pesquisa, foram confirmadas as hipóteses de que os propósitosdo trabalhador sobre uma escola vinculada ao mercado de trabalho muito se apega ao modelo de educaçãotecnicista, cujos pressupostos assentavam em outro cenário socioeconômico. Embora a reconversãoprodutiva tenha reeditado a teoria do capital humano, incrementando a função da escola no atual contexto,os trabalhadores insistem em conceber o ensino médio regular como mecanismo de qualificação para otrabalho.Dessa forma, o presente estudo se ocupa em perceber os significados assumidos pela escola noturna parao trabalhador, tendo em vista observar que o trabalho, ao contrário do que frequentemente tem sido feito,não deve entrar na educação noturna apenas como meio ordenador do calendário escolar, mas, sobretudo,enquanto mecanismo de reflexão sobre o modelo excludente proposto pelo sistema capitalista.

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MEMÓRIAS DA REPÚBLICA E DA EDUCAÇÃO: CESÁRIO MOTTA JUNIOR E A CONVENÇÃO DEITU/SP (1873)

FERNANDA HELENA PETRINI MARÇOLA *Faculdade de Educação - UNICAMP

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Situado no eixo temático História, Sociedade e Educação, este trabalho tem como objetivo analisar arelação entre república e educação no Brasil. Considerando o aspecto dialético das relações entreeducação e sociedade, enfatiza-se como objeto de estudo a atuação de Cesário Motta Junior, umrepublicano histórico, no episódio conhecido como Convenção Republicana de Itu ocorrida em 1873. Aprincipal fonte de pesquisa utilizada foi o documento intitulado “Recordações Históricas (1873)”, escrito porCesário Motta em 1890 para registrar o evento e anexado posteriormente aos arquivos do MuseuRepublicano da Convenção de Itu (Museu Paulista/USP). Além desta fonte documental, outras fontesbibliográficas de época e também especializadas foram consultadas.

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O CAMPO EDUCACIONAL E O CAMPO POLÍTICO NO PRIMEIRO GOVERNO DE LAURO SODRÉ(1891-1897)

FELIPE TAVARES DE MORAES *Universidade Federal do Pará

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Este trabalho apresenta como temática a História da Educação no Pará Republicano, nos finais do séculoXIX. O objeto de discussão diz respeito à articulação entre o campo educacional e o campo político noPrimeiro Governo de Lauro Sodré. Tendo por objetivo compreender quais os elementos específicos dearticulação entre campo educacional, segundo as formulações de Pierre Bourdieu, e o campo político,entendendo, ainda, que tal articulação ocorre no plano do discurso, de acordo com as proposições teóricasde Mikhail Bakhtin, no contexto de consolidação do regime republicano no Pará do final do oitocentos.Utilizaram-se as Mensagens do Governador ao Congresso do Estado no qual fazia um copiosa das açõesdo governo em vários ramos da administração pública, dentre eles, a educação – é a partir destedocumento oficial que percebemos a articulação. Considera-se, em linhas gerais, que campo educacional,representado pelas reformas educacionais empreendidas por Lauro Sodré, procura dar validade política aogoverno republicano em consolidação, formando a opinião pública no sentido da legitimidade e superioridadedas instituições republicanas, por meio da formação de cidadãos que se comprometessem, nos seusdeveres políticos e cívicos, com o regime republicano.

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O CARÁTER CONSERVADOR E DEMOCRÁTICO DA GESTÃO ESCOLAR

ACÁCIO NASCIMENTO FIGUERÊDO *Universidade Federal de Sergipe

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X JORNADA DO HISTEDBR

CARÁTER CONSERVADOR E DEMOCRÁTICO DA GESTÃO ESCOLAR

RESUMOEste trabalho propõe analisar o campo da Gestão Escolar no seu âmbito mais geral, sem deixar de lado asua singularidade, isto é, busca compreender a totalidade deste objeto investigativo. Se insere assim numaperspectiva mais ampla e complexa, em que há uma concepção de educação e de sociedade. Para tantorecorre a concepção conservadora e democrática da educação, mostrando que se há uma gestãoautoritária a mesma se inscreve também numa educação conservadora. Uma é parte da outra. E se há umagestão democrática há também uma educação democrática. Neste sentido recorre aos fundamentos daeducação a fim de mostrar que a educação conservadora é parte integrante da sociedade conservadoraque se organiza através de um sistema capitalista, atribuindo à escola um espaço de desigualdades sociaise de permanência. Essa permanência de uma educação conservadora, e conseqüentemente de uma gestãoconservadora nas escolas brasileira tem sua origem na formação cultural e social autocrática, atrasada econservadora. Ao tratar da Educação Democrática busca definir a possibilidade da construção teórica eprática da necessidade de uma educação democrática para uma sociedade democrática. Por fim buscadistinguir a administração em geral, da administração escolar, colocando os principais aspectos de umaadministração escolar qualitativa e transformadora, através dos elementos essenciais na administraçãoescolar pública. O artigo trás uma experiência de gestão educacional que explicita a possibilidade de umagestão comprometida com uma educação democrática. Conclui que no Estado de Sergipe a gestão escolarestá longe de ser democrática. O objetivo deste trabalho é analisar o caráter conservador e democrático dagestão escolar. A metodologia está baseada numa pesquisa bibliográfica.

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O CINEMA COMO PROJETO EDUCATIVO: A BAHIA REGISTRADA POR ALEXANDRE ROBATTOFILHO NOS ANOS 30 A 50

ANA LUISA DE CASTRO COIMBRA*Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LÍVIA DIANA ROCHA MAGALHÃESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Nessa comunicação pretendemos apresentar os primeiros resultados da nossa pesquisa sobre osdocumentários de Alexandre Robatto Filho e o contexto social e histórico em que suas obras foramproduzidas, tomando como referencial teórico as discussões sobre a relação entre cinema e educaçãodesde o início até meado do século XX. Pela filmografia de Robatto Filho, datada entre as décadas de 30 a50, é possível observar que os registros visavam valorizar as tradições baianas, ao mesmo tempo em quedeixavam transparecer nas imagens a tentativa de mostrar a inserção do Estado da Bahia no processo demodernização econômica, exigido pelo ideal de interação entre o local, o regional e o nacional. Enfim, ocinema se tornara um projeto político-educativo de registro de memória, de formação de um ideal de Estadoe de nação que reforçava a interpretação de que o local e o nacional poderiam concretizar e possibilitar umamodernização compartilhada atingindo tanto fins culturais como sócio-econômicos e o cinema possibilitariaa confirmação dessa “consciência” pelo seu poder educativo pela imagem.

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O CINEMA ENQUANTO PRÁTICA PEDAGÓGICA E INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO POLÍTICANOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE UBERLÂNDIA/MG

JULIANA ARAÚJO SILVA *

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O objetivo desse trabalho é discutir o cinema enquanto pratica pedagógica junto aos movimentos sociais,particularmente aqueles inseridos na luta pela terra em 2009. Partimos do pressuposto que o cinema podepropiciar uma forma crítica de refletir sobre as questões que permeiam os participantes desses movimentos,o que contribui significativamente para o desenvolvimento e o aprimoramento do senso crítico que o sujeitosocial tem de si mesmo e do meio sociocultural e educacional em que vive, aprimorando o exercício dacidadania. A metodologia utilizada foi pautada na revisão de literatura pertinente à temática e napesquisa-ação.

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O ESTADO EDUCATIVO: O ENSINO TÉCNICO INDUSTRIAL NAS DÉCADAS DE 1940 A 1970

TALITA FRANCIELI BORDIGNON *Universidade Estadual de Campinas

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O presente artigo, estudo de natureza bibliográfica, busca entender o contexto de substituição deimportações e industrialização – decisões do Estado brasileiro a partir da década de 1930 – que podem serconsideradas o motivo que rege, contraditoriamente, o consentimento estatal e das elites brasileiras àinterferência estrangeira nos negócios nacionais, principalmente no que diz respeito à educação para anecessária formação de mão-de-obra. Os pedidos de financiamento para projetos referentes à educaçãotécnica começam a ser celebrados em meados da década de 1940 e atingem seu ápice quando, depois dogolpe civil-militar em 1964, são assinados os chamados “Acordos MEC-USAID”. Neles, e nas Leis deDiretrizes e Bases da Educação Nacional aprovadas no período (Leis n. 4.024/61 e n. 5.692/71), sãodelineadas as ações do Estado para o ensino industrial, de modo que se possam controlar as diversastensões sociais, revelando seu caráter educativo.

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O RURALISMO PEDAGÓGICO NO BRASIL: REVISITANDO A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO RURAL.

CAMILA TIMPANI RAMAL *Faculdade de Tecnologia e Ciências

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O presente trabalho retoma o processo histórico da educação rural no Brasil que permeia o início daRepública, fim do século XIX e inicio do século XX, com um forte movimento educacional que recebeu onome ruralismo pedagógico. Esta corrente de pensamento através de seus educadores como, SudMennucci, Carneiro Leão e Manoel Bergstrom Lourenço Filho, ampliava nacionalmente a retomada de umideal de formação do camponês e que por meio do processo educacional seria possível a sua fixação nocampo, seu local de origem. No Brasil, essa época foi marcada pela grande imigração estrangeira e por umaincitação que se concentrava nos incipientes centros urbanos brasileiros proporcionada e estimulada peloinício da industrialização e urbanização do país. Esta realidade demarca o movimento do ruralismopedagógico que surgiu como forte corrente teórica, pois fazia menção e até mesmo, corroborava para umideal de educação nacionalista que só seria possível numa volta às raízes agrárias do Brasil, o campo. Oruralismo pedagógico surge como uma tentativa de resgatar a educação do campo que representava oBrasil de uma maneira genuína e por isso, a justificativa de se levar para o campo uma educação específicaapoiada em materiais e recursos humanos próprios para esta realidade. Os ideais educacionais domovimento do ruralismo pedagógico preconizavam uma mudança na educação principalmente em temas queabrangiam a questão curricular, o calendário escolar e a formação de professores em contraposição aospadrões de ensino urbano estabelecidos pelo ano civil da época.

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O SURGIMENTO DA UNIVERSIDADE E O PROJETO BURGUÊS DE EDUCAÇÃO NO BRASIL

PAULINO JOSÉ ORSO *Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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Resumo: O surgimento da universidade brasileira ocorreu tardiamente. Foi criada somente em 1934, depoisde ter se passado 351 anos da primeira tentativa de criá-la feita pelo jesuíta Marçal Beliarte, ainda noPeríodo Colonial, em 1592. Depois desta, foram realizadas outras dezenas de propostas, mas tambémacabaram malogradas. Com isso o Brasil foi o último país das Américas a criar o ensino superior de tipouniversitário e, quando foi criada, já existiam mais de cem instituições desse tipo na América. Em 1920,ainda não havia sido criada a universidade no Brasil e na América do Norte já existiam 76 e na América doSul mais 26, totalizando 102 universidades . A questão principal, entretanto, não está propriamente nosurgimento tardio dessa instituição, mas nos motivos que levaram à sua criação nesse momento e noprojeto a que estava vinculada. Criada por um segmento social conservador, a universidade deveria ser aalma máter da sociedade, a partir da qual deveria ser irradiada uma nova mentalidade e uma novaorganização social; pretendia-se, por meio dela, implantar um projeto de educação tendo em vista tambémcriar e/ou consolidar um projeto burguês de sociedade no Brasil.

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ORIENTAÇÕES CURRICULARES E EJA: DIÁLOGOS, IMPASSES E POSSIBILIDADES

CÉLIA SANTANA SILVA *Universidade do Estado da Bahia

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O presente trabalho apresenta algumas considerações acerca de pesquisa que vem sendo desenvolvida noColégio Estadual Baden Powell-Eunápolis/ Bahia, sobre a experiência de ensinar/aprender História a “partirda realidade do aluno”, para as turmas de Educação de Jovens e Adultos-EJA, Tempo Formativo III, Eixo VI.A pesquisa teve início em outubro de 2010 e encontra-se em andamento. O objetivo maior é analisar, refletirsobre as complexidades e especificidades relativas ao ensino e aprendizagem no campo da História, a partirdas Orientações Curriculares para o Ensino Médio- Ciências Humanas e suas Tecnologias e os diálogoscom o Projeto de Educação de Jovens e Adultos do Estado da Bahia. De acordo com LDB, artigo 22: “Aeducação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comumindispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudossuperiores”. Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio estabelecem “vincular a educaçãocom o mundo do trabalho e a prática social, consolidando a preparação para o exercício da cidadania epropiciando preparação básica para o trabalho”. Desse modo, voltamo-nos, sobretudo, para umaperspectiva de discutir o currículo do Tempo Formativo III, correspondente ao Tempo de Aprender a Fazer.Utilizando-se das categorias históricas: tempo histórico, trabalho, cidadania, conhecimento e poder. Algumaspreviamente elencadas no documento base da EJA. Identificamos as dificuldades de inserção de taiscategorias históricas e suas relações com os conteúdos de História por parte dos docentes. Esses nãoestão preparados para trabalhar a partir de eixos temáticos. Constata-se que os docentes não articulamsuas aulas à organização desses eixos, pois não entendem que na modalidade de Educação de Jovens eAdultos a perspectiva é de área de conhecimento e não mais a disciplinar. Dificultando assim, o objetivomaior das orientações curriculares que é preparar o educando para a vida, para o exercício da cidadania equalificação no mundo do trabalho. Ainda podemos inferir acerca das dificuldades de compreensão dosalunos em relação à disciplina História, apresentada a partir desses eixos que à primeira vista, quandosurge no cenário da aula é de forma atemporal e deslocada dos conteúdos.Podemos perceber que os resultados apontam para uma assimetria e descompasso em relação àsorientações curriculares e orientações para o Ensino de História e atuação/adequação dos temasdirecionados para o mundo do trabalho. Perceber a importância dos Eixos Temáticos e Áreas deConhecimento, através da articulação com os saberes e conhecimentos da vida cidadã ainda requer umaluta árdua em direção à escolha das concepções de história e de ensino.

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PANORAMA DO TRABALHO DOCENTE: DAS COMUNIDADES PRIMITIVAS AS SOCIEDADESESCRAVOCRATAS

HÉLIO CLEMENTE FERNANDES *Universidade do Oeste do Paraná

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PAULINO JOSÉ ORSOUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

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O pressuposto é que a problemática que envolve o trabalho docente não pode ser adequadamentedimensionada e compreendida sem a referência às relações históricas junto aos quais foi produzido. Otrabalho docente desenvolve-se concomitantemente ao modo de organização social em que os homens searticulam para produzir sua existência.Com o estudo das fontes bibliográficas, objetiva-se compreender - por meio de uma digressão histórica - otrabalho docente articulado com as múltiplas determinações histórico-sociais, tendo presente os modos deorganização social primitivo e escravocrata.

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POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS ENTRE OS SÉCULOS XIX-XX.

RODRIGO SARRUGE MOLINA *Universidade Estadual de Campinas

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Este artigo tem o objetivo de traçar as principais políticas públicas educacionais na transição do século XIXpara o XX, com destaque para o Brasil. A principio, se pretende analisar os conceitos de: “políticaspúblicas”, “políticas sociais” e “democracia” para posteriormente fazer um breve relato do que foram aspolíticas educacionais em nível nacional e internacional. Com relação ao Brasil, grande parte dasinstituições de ensino criada por políticas educacionais nos remonta a esse contexto histórico, período deprofundas e aceleradas transformações em toda a sociedade, principalmente a chamada “segundarevolução” industrial nos centros capitalistas. As inovações do sistema produtivo implicaram numa série dereformas, principalmente no sistema do trabalho, na diligência política, nas relações sociais e na educação.O estudo entende que as alterações no campo da educação visaram formar um novo homem, capaz dedecifrar as novas técnicas e os novos comportamentos de sociabilidade, elementos fundamentais para aconstrução de uma nova civilização, agora liberal e técnico-científica. No entanto, as condições brasileirasna divisão internacional do trabalho e suas condições materiais barraram este processo condenando amaioria da população ao analfabetismo enquanto as elites criavam instituições educacionais que atendiamaos seus interesses privados.

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PRINCÍPIOS LIBERTÁRIOS E EDUCAÇÃO NO BRASIL: A ESCOLA MODERNA DE SÃO PAULO(1912-1940)

MARCELO LUIZ COSTA *Universidade Nove de Julho - UNINOVE

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Este trabalho visa analisar as experiências de educação libertária em São Paulo, sua prática pedagógica eos seus princípios teóricos norteadores. Procura-se, com isto, detectar as nuanças do desenvolvimento noBrasil das matrizes da pedagogia libertária até a década de 1930, visto que, elaborada sob o modelo dasescolas modernas de Paul Robin e Francisco Ferrer, cuja verificação se deu na Espanha no início do séculoXX, a primeira escola moderna foi fundada em São Paulo como modelo por educadores anarquistasbrasileiros ou estrangeiros aqui estabelecidos, o que imputa refletir em que medida as práticas pedagógicasnaquela escola expressaram os princípios básicos pedagogia libertária de Robin e Ferrer. Isto porque, aodepararmo-nos com os registros do pensamento educacional anarquista no Brasil, ligado às escolasmodernas, como os de João Penteado, Adelino de Pinho, Maria Lacerda Moura, entre outros, tendo aindaem consideração o fato de que essas experiências de práticas educacionais se deram num contextohistórico diferente da Espanha, se tornam visíveis, em alguma medida, o trabalho de re-elaboração ere-significação dos princípios libertários. A análise das experiências de educação libertária em São Paulo noinício do século XX proporciona a reflexão a respeito de práticas pedagógicas do âmbito da educaçãonão-formal, de crítica e oposição aos regimes escolares vigentes.

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QUEM DÁ AOS POBRES, EMPRESTA A DEUS”: APELO À CARIDADE E PROMOÇÃO DEEDUCAÇÃO PROFISSIONAL CATÓLICA NA BAHIA DO SÉCULO XIX

FRANCISCO SALES DA CUNHA NETO*Faculdade Evangélica de Salvador

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Neste artigo pretendemos analisar, no discurso de lideranças católicas da Bahia do final do século XIX, osargumentos favoráveis à promoção de educação profissional para crianças desvalidas em Salvador. Paraisso, serão apreciadas cartas pastorais e pessoais da época destinadas a mobilizar os fiéis para a serviçoda caridade, favorecendo a arrecadação de recursos para a construção do Liceu Salesiano do Salvador.

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REPRESENTACIONES DIDÁCTICAS SOBRE LA INDEPENDENCIA DE AMÉRICA EN LOSMANUALES ESCOLARES DE HISTORIA DE LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN ESPAÑA

(1900-1940)

LUCIANA OLIVEIRA CORREIA *Universidade do Estado da Bahia - Universidad de Alcalá

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El objetivo del texto es presentar algunas de las conclusiones de la investigación titulada “América en losmanuales escolares de Historia en España (1900-1940)”, presentada como trabajo de investigación tuteladaal Programa de Doctorado Desarrollo Psicológico, Aprendizaje y Educación de la Universidad de Alcalá. Enesta investigación partimos de la concepción de que históricamente los contenidos de la enseñanza de laHistoria han producido sentidos, significados y maneras de educar para un sentimiento de pertenencia a lanación. Hemos analizado como fuente primaria treinta y cuatro manuales editados en las cuatro primerasdécadas del siglo XX, con el objetivo de comprender cual el sentido de América para la construcción de laHistoria patria española. En la enseñanza de la Historia de España, especialmente a través de lo que nos espresentado por los manuales escolares, el contenido de América ha tenido un destaque muy propio en lamanera de construir la historicidad y en la idea de nación española: los relatos y hechos sobre elflorecimiento y crisis de la nación/civilización/imperio español aparece siempre relacionados con lapresencia española en las tierras del nuevo mundo. Con base en trabajos de Raimundo Cuesta Fernández,Carolyn Boyd, Rafael Valls Montés, entre otros, hemos utilizado en el analice de los datos obtenidos laaproximación teórica representaciones didácticas para referir a las maneras como las construccionespedagógicas de una determinada disciplina escolar se reapropia del discurso científico de su ciencia dereferencia y recrea sentidos, significados y usos públicos para el discurso de la enseñanza. En el casoparticular de lo que fue explorado en nuestras fuentes, uno de los elementos analizados fue exactamente lasrepresentaciones didácticas construidas para enseñar el contenido “independencia de América”. El análisisde la narrativa, las imágenes iconográficas, los términos utilizados en los manuales para referirse al territorioamericano y sus gentes a lo largo de los contenidos, e incluso los cambios y continuidades observadas a lolargo de los años en las publicaciones, demuestra construcciones como la preferencia por los términos“independencia” y “emancipación” como principales maneras de referir al conjunto de hechos quecomprenden desde la independencia dos Estados Unidos hasta la perdida de Cuba; las figuras de Bolívar ySan Martin como principales personajes relacionados a estos hechos; o la acción maléfica de los EstadosUnidos en la América española como principal motivo de la pérdidas de los últimos territorios en elcontinente americano. La perspectiva general indagada con esta investigación no fue apenas inventariarprácticas sobre la enseñanza de la historia, sino que – siguiendo el camino trazado por algunos estudiossobre el código disciplinar de la Historia en España, el conocimiento de los elementos de su genealogíapuede ayudar en la construcción de una didáctica crítica.

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REPRESENTAÇÕES ACERCA DA ESCOLA PÚBLICA E DAS PRÁTICAS DE ESCOLARIZAÇÃONAS OBRAS LITERÁRIAS DE DALCIDIO JURANDIR: TECENDO ANALISES PARA SE

COMPREENDER AS RELAÇÕES DE PODER E DE CLASSES EM BELÉM-PA.

LETICIA SOUTO PANTOJA *Universidade Federal do Para

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A partir da análise dos romances "Belém do Grão-Pará" e "Primeira Manhã" escritos pelo literato DalcidioJurandir discute-se as relações de poder e de classes entretecidas na sociedade parauara entre os anos de1920 e 1940. Ativo militante de esquerda, integrante dos quadros da secretaria estadual de educação ecolaborador de jornais e revistas da região norte, esse letrado expressou em suas narrativas ficcionaisfortes críticas à escola e às práticas de escolarização vigentes na época.Para ele, a educação escolar pública, ao constituir-se espaço para aquisição de saberes abstratos,desconectados das vivências dos educandos e imbuída de forte sentimento religioso, reforçava asdiferenças de classe e afastava a instituição daquilo que o mesmo considerava ser função do conhecimentoescolar: contribuir para o processo de construção de uma sociedade justa, formada por indivíduos críticos ereflexivos.Nesse sentido, os escritos dalcidianos acerca da escola e da escolarização são recheados de personagensque exprimem sentimentos contraditórios, desejosos de educar-se para ascender socialmente, mastemerosos diante da vivência escolar, descrita como dispendiosa e autoritária.Assim, em conjunto com a leitura de outros textos desse escritor presentes em revistas destinadas aosprofessores da rede pública estadual, essas narrativas possibilitam refletir não somente a respeito douniverso escolar do período, como também sobre as tensões que existiam entre diferentes projetos desociedade.

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SOCIEDADE E EDUCAÇÃO: O IMAGINÁRIO DOS ESTUDANTES MORADORES DAS ÁREASPERIFÉRICAS DA CIDADE DO RECIFE

IZABEL ADRIANA SENA *UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

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Este artigo apresenta discussões sobre a educação, a sociedade e as diferentes exclusões que sofrem osmoradores das regiões periféricas da cidade do Recife, com foco nos estudantes favela do Coque. Paranos auxiliar em nossas reflexões acerca do imaginário dos estudantes, escolhemos a história oral. A partirdas memórias pudemos melhor compreender a configuração social da favela do Coque. Durante ospercursos investigativos utilizamos como aporte o pensamento de Paul Thompson, assim como a TeoriaElisiana, entendemos que essas fontes teóricas nos auxiliaram proficuamente no desvendamento e nopróprio entendimento da pesquisa.

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SÃO BENEDITO NO CONTEXTO DA ROMANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA: UMA DEVOÇÃOPRETERIDA

FABÍOLA P. DE ARAÚJO MELLO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA PALMIRA B. S. CASIMIROUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

[email protected]

Nesta pesquisa investigamos as raízes históricas da devoção a São Benedito, santo negro, para,posteriormente, analisarmos os possíveis porquês da troca desse santo pela imagem de Nossa Senhora deLourdes, no momento da fundação da paróquia na cidade de Encruzilhada-BA. Para tanto, remontamos àbibliografia acerca do modelo de religiosidade forjado tanto no Brasil colonial como no período dastransformações por que passaram a Igreja Católica a partir das décadas finais do século XIX. Analisamosainda um documento da Igreja Matriz de Vitória da Conquista que dá conta do culto a São Benedito emEncruzilhada.

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SÍLMIA SOBREIRA: UMA INTELECTUAL ORGÂNICA CONTRA A DITADURA

ÍTALO COELHO DE ALENCAR *Universidade Regional do Cariri

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O presente estudo é resultado do exame dos artigos escritos por Sílmia Sobreira para a Tribuna deJuazeiro, nos anos de 1966 a 1968. Pretendemos observar e recuperar o cenário da época mediante aanálise dos textos de Sílmia. Ou seja: ao tentar compreender a ação da articulista no período, não nosfurtamos em recolher os elementos necessários para reconstituição de um momento histórico em que aregião do Cariri Cearense, como parte de um contexto mais abrangente, esteve sob o domínio de um poderde inspiração militarista.Tal obra busca referência em autores como Gramsci, ao tentar enquadrar Sílmia como uma "intelectualorgânica" que lutou contra o Governo Militar que ascendeu ao poder em 1964.

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UFBA NA MEMÓRIA

MARIA INÊS CORRÊA MARQUES*UniversidadeFederal da Bahia

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História da Universidade Federal da Bahia (UFBA) trazendo para o presente a história da luta secularempreendida pelos baianos, por Universidade. O trabalho toma sua história institucional para analisar ocontexto da educação superior brasileira na contemporaneidade. Na sua construção, foi considerada apluralidade de posições, os conflitos, as vozes dissonantes e a legítima resistência dos que defendem aliberdade e autonomia da Universidade. Procuramos reconhecer como a UFBA, parte do Sistema Federal deInstituições de Ensino Superior, teria apreendido as políticas públicas para educação superior, ao longo desua trajetória. A Universidade brasileira foi tratada a partir de uma complexa rede interpretativa, para revelaros acontecimentos e o movimento sociohistórico baiano e brasileiro. Valorizamos o narrador-personagem-histórico e o seu olhar sobre a realidade. Os narradores, Roberto Santos, Rogério Vargens, Felippe Serpa,ofereceram outra possibilidade para a memória e reconstrução da imagem da instituição, a partir de seuângulo de implicado, que recorta e conta. Uma história que não pertence apenas à subjetividade do narrador,é reveladora do real. Ele narra como testemunha e protagonista. Nesta perspectiva, buscamos reflexões ememória.

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UM OLHAR SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA: REFLETINDO SOBRE SUA HISTÓRIA

LÚCIA GRACIA FERREIRA *Universidade Federal de São Carlos

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MARIA DAS GRAÇAS PORTO PIRESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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PALOMA OLIVEIRA BEZERRAPos-Grad

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A pesquisa teve por objetivo avaliar o histórico de mudanças ocorridas no curso de Pedagogia daUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB/ Campus Juvino Oliveira/Itapetinga, durante o períodode 1998 a 2007, com a finalidade de realizar um estudo para compreensão do seu percurso histórico. Comoprocedimento metodológico adotou-se a pesquisa quanti-qualitativa. Sendo necessário, para alcançar osobjetivos deste trabalho, fazer uso dos seguintes instrumentos – entrevistas, questionário e análisedocumental. Na perspectiva dessa pesquisa, consideramos que a educação superior constitui um meio paraa produção do conhecimento, sendo a universidade um lugar onde os valores e práticas da educaçãopodem ser vivenciadas. Nesse recorte, aqui apresentado, expomos dados recolhidos atraves da análisedocumental. Partindo deste pressuposto, mostramos que embora o curso disponha de um bom ProjetoPolítico-Pedagógico esse não é empregado em sua totalidade e com relação à Grade Curricular, essa nãopossibilita o contato com aprendizagens que capacite os graduandos a atuar em ambientes não escolares.Portanto, percebemos que embora muitas mudanças já tenham ocorrido, ainda há muito que fazer e há muitoque analisar.

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VASILI V. DAVIDOV: A CONCEPÇÃO MATERIALISTA HISTÓRICA E DIALÉTICA COMO MÉTODODE ANÁLISE DA PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA

SOLANGE MUNHOZ LOPES *Centro Universitário de Maringá

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Neste artigo nos propomos a socializar as sínteses que foram produzidas a partir do processo de estudossobre os conceitos fundamentais da psicologia contemporânea escritos por Vasili Vasilievich Davidov.Buscamos identificar no método de análise os pressupostos filosóficos da concepção materialista históricae dialética e suas categorias. Tomamos como objeto de análise o texto Conceptos fundamentales de lapsicologia contemporânea, que compõe o Capítulo I do livro La ensenanza escolar y El desarrollo psíquico,produzido por Davidov (1988). Este estudo nos incita a reafirmar o indubitável entrelaçamento entre apsicologia soviética e o marxismo e elucida questionamentos apresentados na contemporaneidade sobreesta vinculação.

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“A EDUCAÇÃO NOS GOVERNOS LULA E FHC: TRANSFORMAÇÃO OU CONTINUÍSMO?

GUSTAVO RICCIARDI FÁBREGAS DE AGUIAR *UNICAMP

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Este breve trabalho visa apresentar ao público a temática desenvolvida em nossa pesquisa de mestrado,iniciada em 2011. Temos como objetivo central analisar as propostas educacionais nos governos duplos deFernando Henrique Cardoso (1994-2002) e Luís Inácio Lula da Silva (2002-2010), confrontando-as com osresultados alcançados ao término dos respectivos mandatos. A história da educação será abordada naperspectiva de que este objeto está dentro de um processo histórico, influenciando-o e por ele sendoinfluenciado. De outra forma, ergueríamos uma fronteira entre a História da Educação e a História, como seestas fizessem parte de dimensões separadas. Assim, discussões pertinentes e atuais no campo da históriaserão contempladas a fim que possamos realizar um trabalho coerente e bem contextualizado.Como nossa pesquisa encontra-se em seu estágio inicial, este trabalho tem o propósito de apresentarnossas intenções e dúvidas, mais do que propriamente, nossos resultados e conclusões. Quanto ao recortecronológico, reconhecemos a resistência e o espanto que ele pode suscitar. Apesar deste tipo deabordagem estar repleto de modismos e relatos meramente descritivos, erroneamente apontados comoobras de “história do presente”, cremos ser necessário ampliar o foco de análise, combatendo o relativismohistoricista, característico do movimento pós-moderno. Trabalhamos na perspectiva de inserir o presente emseu contexto mais amplo, evitando análises extremamente pontuais e individuais.Reforçamos nossa convicção através da opinião de historiadores de formação sólida e obras bemconceituadas, como Eric Hobsbawm, o qual revela possíveis problemas dessa iniciativa, mas tambémressalta suas vantagens e possibilidades de realização. A proposta é, portanto, realizar um levantamentodas obras que abordam o tema história da educação nestes dois governos, problematizá-las, integrá-las erelacioná-las ao processo histórico em curso, procurando supostas contradições ou colaborações entreelas. Num segundo momento, pretendemos nos munir de fontes primárias, sempre integradas àssecundárias, e construirmos uma síntese que permita a comparação de suas políticas educacionais.A escolha do tema justifica-se na medida em que, ao partirmos do objeto educação brasileira, podemoscontemplar uma visão privilegiada da sociedade, pois esta não é algo alheio à sua manutenção. A educaçãonão é neutra, mas sim um produto social, que traz consigo marcas e revela as raízes dos diversosinteresses que permeiam a nossa realidade. Cremos numa perspectiva transformadora e ativa da pesquisahistórica na realidade econômico-social de nosso país. Portanto, compreender a relação entre a educaçãoe os governos referenciados, através da ótica materialista histórico-dialética, torna-se relevante efundamental para a possibilidade de, como vislumbrava Marx, uma compreensão e transformação social.

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Currículo e práticas educativas

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BUROCRACIA ESTATAL OU RACIONALIDADE COLETIVA UM ESTUDO DA GESTÃOEDUCACIONAL DO MST

ARLETE RAMOS SANTOS *Universidade Federal de Minas Gerais

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O objetivo desse trabalho é analisar a gestão educacional sob o enfoque da burocracia estatal capitalista,como elemento de contradição no MST, tendo em vista que esse Movimento luta pelo socialismo. O local depesquisa foi a Escola Municipal Emliano Zapata, situada no Assentamento Cangussu, município de Barra doChoça, BA. Para tanto buscou identificar os instrumentos da burocracia estatal capitalista existentes nareferida escola; analisar se a gestão implementada na escola é autoritária ou democrática, e descobrirquais os desafios e conflitos vivenciados pelo gestor da educação no MST, uma vez que ele faz os papéisde diretor/coordenador junto à burocracia estatal (Secretaria Municipal de Educação), onde predomina ocapitalismo, e de militante junto ao setor de educação do Movimento, cuja predominância é o socialismo. Ocaminho escolhido foi, a partir do referencial teórico weberiano e marxista, fazer uma revisão de literaturacom autores que tratam das categorias analíticas do tema, a saber: burocracia, movimentos sociais,democracia e gestão. As reflexões com base nos pressupostos teóricos e nos dados coletados levou aconcluir que a gestão educacional do MST é democrático/participativa, com especificidades própriasvoltadas para o objetivo de implementar a proposta pedagógica do Movimento tendo em vista umapedagogia socialista. As características predominantes são a autonomia e o trabalho coletivo. A partir domarco conceitual do que é tido como burocracia nos estudos realizados durante a pesquisa, ficou claro quea forma de organização, coordenação e sistematização do MST não se encaixa nesse termo. Por isso,entendeu-se como necessário criar uma nomenclatura para essa forma de estruturação, a qual foidenominada de Racionalidade Coletiva nessa pesquisa.

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CURRÍCULO E ENSINO DE HISTÓRIA: A CONFIGURAÇÃO FORMAL E A RECONFIGURAÇÃOREAL NO COTIDIANO ESCOLAR.

BERGSTON LUAN SANTOS *UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

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Nas últimas décadas, emergiram várias propostas visando tornar o ensino de História mais significativo,face às transformações sociais, culturais e tecnológicas do mundo contemporâneo. Diante dessaconjuntura, os currículos escolares foram sendo estudados e modificados, sobretudo, em suas dimensõespolítica e social, com objetivo de identificar os novos papéis atribuídos ao ensino de História na sociedadedo tempo presente. Com isso o objetivo desta pesquisa foi verificar quais os condicionantes estruturais queorientam os professores das redes pública e privada na configuração do currículo prescrito/proposto e comoesse currículo é (re)configurado na prática cotidiana pela interferência dos alunos. A pesquisa se orientoupor uma abordagem qualitativa, cujo processo de coleta de dados incluiu a realização de entrevistas,observações empírica/participativa no contexto escolar e análise de documentação. O trabalho sempre seencontra em fase de construção, mas podemos destacar algumas considerações pertinentes, sendo elas: aconfiguração de um currículo é complexa pois traz consigo implícita marca, concepções e representaçõesconflitantes; as escolas mesmo em situações institucionais distintas mantêm objetivos educacionaisparecidos, no entanto, implicando uma base curricular real envolvendo valores sócio-culturais voltados paraenfretamentos de problemas sociais diferentes. A análise da realidade foi fundamentada em autores comoForquin (1993), Bourdieu (1987) e Fonseca (1991), que discutem a questão dos saberes escolares e dosimperativos culturais na definição e implementação dos currículos. A contribuição da pesquisa encontra-seem reconhecer os professores como mediadores do conhecimento que desenvolvem junto aos alunos e,mais que isso, buscar uma compreensão sobre a relação cultura, escola e ensino de História na região donorte de Minas. A atividade também contribui com uma produção de conhecimento sobre a prática docenteem Janaúba, oferecendo elementos para reflexão sobre a proposição e implementação de propostascurriculares do ensino de História.

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CURRÍCULO, ESCOLA E COMUNIDADE: LIMITES, DESAFIOS E POSSIBILIDADES

ZIZELDA LIMA FERNANDES -*Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa realizada numa escola pública cujos alunos sãoprovenientes, em sua maioria, de um bairro periférico marcado por grandes problemas sociais, comomarginalidade e violência. Nela buscou-se questionar de que forma se entrecruzam o currículo e o contextosociocultural dos alunos no cotidiano de uma escola pública, que trabalha com os anos iniciais do ensinofundamental. A investigação focaliza o currículo, com o propósito maior de analisar: como ele se relacionamno cotidiano da escola com as questões sociais (pobreza, desemprego, marginalidade e violência); comoessas questões são tratadas no currículo prescrito e como se entrecruzam no currículo em ação. Optou-sepelo estudo de caso numa pesquisa qualitativa, na crença de que tal metodologia contribuiria para a melhorcompreensão do objeto. Foram selecionados como principais sujeitos para a pesquisa, os alunos de quatroturmas, duas do ciclo I e duas do ciclo II, seus pais, suas professoras e o grupo da gestão (diretor,vice-diretor e coordenador pedagógico e a secretária.). Nessa perspectiva buscou-se analisar as práticascurriculares no cotidiano escolar, através da Proposta Curricular, do Projeto Pedagógico, do Plano deDesenvolvimento Escolar e também por meio de observações na escola, entrevistas semi-estruturadas comos professores e gestores; dinâmica textual e oficina interativa com os alunos. A fundamentação teóricapercorreu estudos sobre a escola pública, o currículo escolar e o “efeito vizinhança”. Os resultados apontamque construir um currículo articulado com o contexto sociocultural do aluno é um grande desafio e que aspráticas escolares, na maioria das vezes, estão distantes das práticas sociais dos alunos. Fica evidente,portanto, a importância de se rever o papel da escola e do professor no contexto escolar, assim como oslimites, possibilidades e desafios entre o que se vive na escola e o que se vive na comunidade. Caberessaltar que a escola vem traçando metas com o propósito de se resgatar como um “espaço possível”,principalmente, por meio de projetos construídos coletivamente, envolvendo toda a comunidade escolar.

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EDUCAÇÃO E CURRÍCULO DO ENSINO DE HISTÓRIA EM FEIRA DE SANTANA: POLÍTICASEDUCACIONAIS E CURRÍCULO VIVIDO

SIMONE DIAS CERQUEIRA OLIVEIRA *Centro de Educação Básica da Uefs

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Articulado aos processos mais amplos da educação nacional, o cenário educacional de Feira de Santanacomeçou a ser reordenado e redefinido na forma da Lei desde o final dos anos de 1980. Na décadaseguinte, tal processo tomava contornos mais fortes. Apesar de não tratarem diretamente sobre currículo doEnsino de História nas escolas da rede pública municipal de ensino – 5ª a 8ª séries –, objeto deste trabalho,a legislação vigente continha regulamentações que visavam atingir e modificar o ensino no espaço dassalas de aula, ou seja, acenavam para a melhoria da qualidade do currículo vivido pelos professores. Emque medida as políticas educacionais feirenses convergiam para o movimento de mudanças coroado com aabertura política do Brasil? Como questões que envolviam currículo foram enfocadas e tratadas pela políticaeducacional local? Assim, os esforços foram concentrados nos objetivos de apresentar e discutir o queconsidero um movimento reformista do ensino público da Rede Municipal de Feira de Santana na década de1990, com ênfase em aspectos do currículo do ensino de História identificados na legislação que acenavampara possíveis inovações dos conteúdos conceituais no interior das salas de aula. As reflexões foramencaminhadas a partir do cruzamento de discussões teóricas sobre currículo, Leis municipais, diários declasse e entrevistas com professores. As análises da pesquisa se inserem no campo da História daEducação, particularmente nos estudos sobre a História do Ensino de História e têm como referênciateórica a Teoria Crítica do Currículo. Verificou-se que no movimento reformista educacional, os professores,em especial os de História, vivenciaram mudanças que acabaram por assegurar um aumento na margem deautonomia de seu trabalho: acesso à rede apenas por concurso público, liberdade para deliberar sobre seusplanos de curso, de aula, tipo de avaliação. Mas, as condições adversas de desenvolvimento de seutrabalho (grande número de alunos em sala, a pequena carga-horária da disciplina, pouca disponibilidade dematerial didático, espaço físico inadequado das escolas) e a inexistência de políticas de formaçãocontinuada para professores de 5ª a 8ª séries aparecem como fortes elementos que interferiram na seleçãoe organização curricular, dando continuidade a concepções mais tradicionais. Conclui-se que, no âmbito dasreformas educacionais locais, as determinações previstas no texto da Lei, apontavam para mudançasefetivas na realidade educacional e curricular em geral e para o currículo do Ensino de História em particularque não se concretizaram na prática.

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NOTAS SOBRE O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: LEITURA E ESCRITA NO PRIMEIROSEGMENTO DO ENSINO BÁSICO

SILVANA PEROTTINO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este trabalho pretende realizar uma reflexão a respeito do modo como a leitura e a escrita vêm sendoabordadas em documentos oficiais de orientações curriculares para a educação infantil. A análiseapresentada não objetiva ser exaustiva e nem abordar a totalidade de documentos oficiais dirigidos aosprofissionais que atuam na educação infantil, no tocante à questão da leitura e da escrita. A discussão estápautada pelo recorte de enunciados referentes aos processos de leitura e de escrita encontrados em doisdocumentos disponibilizados no portal do Ministério da Educação (http://www.mec.gov.br), e que foramelaborados em diferentes períodos históricos da república brasileira: o Referencial Curricular Nacional paraEducação Infantil (RCNEI), de 1998, e as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, de 2009. Umterceiro elemento integra a nossa reflexão por abordar especificamente a leitura e a escrita na educaçãoinfantil. Trata-se das Diretrizes Curriculares para o Trabalho Pedagógico com Leitura e Escrita na EducaçãoInfantil, de 2008, cuja elaboração ficou sob a responsabilidade da equipe técnica pedagógica de ummunicípio do interior paulista. A analise empreendida em relação aos enunciados sobre a leitura e a escritaencontrados nos três documentos que tratam do currículo na educação infantil indica que as abordagenspropostas em relação a esses dois processos são divergentes, de um modo geral, em termos de seuspropósitos: o primeiro, o RCNEI, indica a urgência de oportunizar atividades com a linguagem escrita nasações pedagógicas dirigidas à criança; o segundo, as Diretrizes, centra-se na concepção de construção edesenvolvimento singular da cultura por parte da criança; o terceiro, as Diretrizes específicas, reafirma aescrita como um funcionamento lingüístico-discursivo que não pode ser ignorado pelos atores sociaisenvolvidos na educação da criança. A ressalva que fazemos é sobre a necessidade de rever algumas dasjustificativas teóricas encontradas no segundo documento analisado, pois elas podem subsidiar açõespedagógicas que negligenciem a presença da linguagem escrita na sociedade, minimizando, portanto,achados importantes de pesquisas no campo dos estudos lingüísticos e produzindo, em última instância,sujeitos apartados de uma realidade na qual se inserem.

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O ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

VANDA ALMEIDA SANTOS *Universidade Estadual de Feira de Santana

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JOILA RODRIGUES DE LIMAUniversidade Estadual de Feira de Santana

[email protected]

LILIAN MIRANDA BASTOS PACHEUniversidade Estadual de Feira de Santana

[email protected]

Este artigo faz uma análise reflexiva, sob o olhar do graduando em Licenciatura Plena em Pedagogia daEducação Infantil e Séries Iniciais sobre o ensino da disciplina de História, ministrada na educação infantil enos primeiros ciclos do Ensino Fundamental, tendo como principal desafio para os alunos: refletir, analisar eproblematizar a História a partir de sua compreensão como uma ciência, seus métodos de pesquisa eensino, efeitos gerados currículos escolares e estratégias pedagógicas, assim como os conceitos demudanças e permanências, semelhanças e diferenças, enquanto parte fundamental e integrante da vida decada pessoa, de maneira a possibilitar uma compreensão sistemática e crítica da realidade.

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O ENSINO DE HISTÓRIA NAS SÉRIES INICIAIS

JEAN CARLOS CERQUEIRA PEREIRA*Universidade Estadual de Feira de Santana

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Este trabalho pretende discutir sobre o ensino de História nas Séries Iniciais, considerando sua relevânciapara a formação do indivíduo, bem como o papel do professor de História na contribuição para aconsciência crítica e descoberta de si como agente de transformação social, com o poder de intervir nasociedade. Ideias são discutidas, amparando-se em diversos autores, para corroborar a importância doestudo e ensino de História nas Séries Iniciais.

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OS ACORDOS MEC/USAID E A PRÁXIS PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃOFÍSICA

DIEGO PALADINI MACHADO *Universidade Nove de [email protected]

A comunicação apresenta o escopo teórico e os resultados parciais obtidos e pertinentes ao projeto depesquisa “Implicações dos acordos MEC/USAID na práxis pedagógica dos professores de Educação Físicado ensino superior (1961-1971)” em fase de desenvolvimento na Linha de Práticas do PPGE daUniversidade Nove de Julho. A Educação Física (EF) vem se consolidando como campo de conhecimentonos últimos anos devido à preocupação de seus docentes e discentes, que têm se esforçado para atender auma demanda crescente da sociedade, tanto por profissionais quanto por conhecimentos sobre amanutenção de hábitos de vida saudáveis. Para que esse processo de consolidação continue, devemosbuscar as raízes históricas da EF no Brasil, isto é, os elementos históricos, políticos, sociais e econômicosque contribuíram para a formulação dos conceitos e das práticas pedagógicas e educacionais da área.Valendo-nos do referencial teórico do materialismo histórico dialético e reconhecendo as fontes orais comocapaz de fornecer subsídios credíveis para o campo da história da educação, tencionamos que recuperar odebate acerca das implicações dos acordos do Ministério da Educação e da Cultura (MEC) com a Agênciapara o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) para a práxis pedagógica docente noensino da EF na universidade oferecerá uma contribuição ao debate acadêmico da historicidade daformação de professores.

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PRESCRIÇÕES DIDÁTICAS DE AFRO DO AMARAL FONTOURA E SEU USO NA ESCOLANORMAL PROFESSORA AMASÍLIA

LAURA APARECIDA DREYER SCHNEIDER *Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

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MÁRCIA MARLENE STENTZLERFaculdade Estadual de Filosofia, Cências e Letras

[email protected]

Esta pesquisa tem por finalidade investigar sobre as práticas educacionais difundidas no períodopós-guerra, um período de democratização da sociedade brasileira e de busca de melhores condições devida a população. Com a industrialização, surge a necessidade de alfabetizar os brasileiros a fim deprepará-los para a vida urbana e em sociedade. Nesse momento, no Paraná houve investimento do Estadopara a ampliação da oferta das Escolas Primárias e Normais na rede pública de ensino. Na região Sulparanaense esse fato ficou marcado em 1949, com a criação de Escola Normal Secundária em União daVitória, mais tarde denominada de “Escola Normal Professora Amasilia”. Esta escola funcionou até a LDB5692/71, a qual modificou o Ensino Normal para uma habitação do 2° Grau denominada magistério. A EscolaNormal tinha como objetivo formar professoras normalistas com o fim de atuar nas escolas primárias daregião para alfabetizar a população. Nesse período foram usadas orientações didático-pedagógicasespecíficas, dentre as quais se destacou em termos metodológicos e quantitativamente pelo número deobras publicadas e reeditadas, Afro do Amaral Fontoura. Sua obra Didática Geral, pertencente à sérieEscola Viva, foi publicada entre 1961 e 1971 em dezessete edições. Este estudo tem por objetivo geralcompreender como aconteceu a organização didático-pedagógica para a formação do professoralfabetizador na Escola Normal Professora Amasilia em União da Vitória. Mais especificamente, analisou-seo processo de criação da Escola Normal Professora Amasilia em União da Vitória elencando as obras deAfro do Amaral Fontoura e apontando na obra “Didática” a aplicabilidade de suas ideias para a formação doalfabetizador na Escola Normal. O olhar para a didática foi permeado pela ideia de homem e de cultura empermanente transformação, sendo a didática, elemento de ligação entre as diversas ciências que compõemum currículo escolar. Compreendemos que, assim como a sociedade se transforma, o processo deensino/aprendizagem sofre alterações e que no momento histórico abordado a Educação Brasileira estevefortemente influenciada pela Escola Nova e a Tendência Tecnicista. Esta pesquisa tem como basemetodológica a história cultural, compreendendo o homem como fruto das transformações históricas esociais, estando ele imerso no universo cultural ao qual pertence, agindo e transformando a sociedadeconforme os paradigmas históricos vividos, justificando determinadas práticas institucionais e referenciasteóricos. Essa pesquisa se realizara com base em documentos já catalogados pelo Núcleo de Catalogaçãoe Pesquisas do HISTEDBR de União da Vitória, existentes no arquivo do Colégio Estadual Túlio de França,em União da Vitória – Paraná. Também se utilizou do acervo bibliográfico que pertencia à Escola NormalProfessora Amasilia.

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RELAÇÕES ENTRE MEMÓRIA E SABER HISTÓRICO ESCOLAR: UM ESTUDO COM ALUNOS DOENSINO FUNDAMENTAL

POLLIANA MORENO DOS SANTOS *Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista

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LÍVIA DIANA ROCHA MAGALHÃESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Neste trabalho apresentamos um recorte da análise dos resultados de uma pesquisa realizada no mestradoem Memória, Linguagem e Sociedade sobre a memória e a construção do conhecimento histórico escolarpor parte dos alunos do Ensino Fundamental, considerando a forte influencia da imagem televisiva sobre oseu cotidiano e o processo de constituição de um excessivo presentismo. A preocupação que norteou estapesquisa centra-se no fato de que crianças e adolescentes muitas vezes parecem não se interessar peloensino de história, não percebem o seu sentido e viabilidade para o entendimento do presente, ao passoque recebem constantemente uma vasta gama de informações midiáticas, que os põem em constantecontato com uma percepção presentista do tempo. Neste contexto coube-nos questionar se a escola, pormeio do ensino da disciplina história, tem contribuído para o desenvolvimento de um pensamento sobre aessência do conhecimento histórico. Ademais, como alunos que estão em fase de formação cognitiva estãocompreendendo o tempo histórico inerente aos conteúdos que estudaram ou estão estudando? Para tanto,discutimos a relação entre memória e conhecimento histórico escolar. A amostra apresentada foi constituídapor meio de enquetes aplicadas entre os meses de maio a julho de 2010, junto a alunos de três escolas,com perfis distintos, sendo duas públicas(rural e urbana) e uma privada(urbana), ambas localizadas nacidade de Vitória da Conquista-Ba. O estudo indicou que os alunos de todas essas escolas apresentamdificuldades para localizar a temporalidade histórica, bem como uma quantidade considerável dessesmesmos alunos demonstraram uma compreensão dispersa e evasiva acerca do conhecimento histórico.

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Instituições e culturas escolares

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A CONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DAS INSITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL NOMUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

MAISA MENDONÇA DIAS *universidade estadual do sudoeste da bahia

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Ao contextualizar a trajetória da educação infantil no Brasil, é possível inferir que nem sempre, esse públicoteve acesso a creches e pré-escolas, somente a partir da década de 80 é que diferentes setores dasociedade somaram forças com o objetivo de instigar o direito da criança a uma educação de qualidadedesde os primeiros anos de vida. No contexto histórico em que as mulheres ocupam vagas no mercado detrabalho, a educação das crianças perde a soberania materna, pois as famílias aliam-se às InstituiçõesInfantis para juntas contribuírem no cuidado e na educação. Como parte dos estudos sobre a educaçãoinfantil a investigação da configuração do espaço físico das Instituições de Educação Infantil no Brasil temsido objeto de estudos de pesquisadores atuante nesta área, pois, entende-se que o espaço exerce grandeinfluência no desenvolvimento do sujeito, neste caso, da criança especificamente. Em termos legais, odireito à educação na infância é garantido primeiramente na Constituição Federal de 1988 e posteriormenteinstituído por demais documentos que irão dirimir diretrizes para a solidificação desse direito. A organizaçãodos espaços destinados à Educação Infantil insere-se nas recomendações desses documentos legaisinstruídos pelo Ministério da Educação – MEC, dada a importância do espaço nas relações sociais. Sendoa escola um lugar em que se estabelecem essas relações sociais e conseqüentemente a troca de cultura,este espaço também será relevante para a construção social de um sujeito, ou seja, as relações que ascrianças estabelecerá no ambiente da instituição infantil será fundamental no processo ensino-aprendizagem. Portanto, o estudo é pertinente para as discussões referente a qualidade da educaçãoinfantil, contribuindo para a melhoria dos espaços destinados à infância, assegurando os direitospostergados às crianças.

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A EDUCAÇÃO RURAL E O IDEÁRIO DOS RURALISTAS PEDAGÓGICOS

MARINEIDE DE OLIVEIRA DA SILVA *Universidade Federal de Mato Grosso

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KELEN VIRGINIA LISBOA REZENDEUniversidade Federal de Mato Grosso

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MARTA ANDREIA ESTANCARE PINHEIRO SILVAUniversidade Federal de Mato Grosso

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NATHÁLIA DOS SANTOS BORGESUniversidade Federal de Mato Grosso

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VIVIAN CRISTINA DA SILVA SILVA BISPOUniversidade Federal de Mato Grosso

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Durante a primeira República, a educação era considerada como uma ferramenta importante para alavancaro desenvolvimento do Brasil e tinha como objetivo principal, diminuir o analfabetismo e fornecer umaformação capaz de despertar o sentimento de nação no povo brasileiro. Esses objetivos deveriam estarpresentes em todas as escolas do país, tanto nos currículos das escolas urbanas, quanto das escolasrurais. Não se levava em consideração a diversidade de contextos em que essas escolas se inseriam.Deste modo, pretende-se com esse trabalho, desenhar um quadro da realidade educacional das escolasrurais em Mato Grosso e trazer a cena os discursos em torno do ensino rural no período entre 1920 e 1945.Para a realização deste trabalho, utilizou-se pesquisa documental, em que se analisaram fontesdocumentais, disponíveis no Arquivo Público de Mato Grosso, tais como: Relatórios de Presidentes deEstado, de Diretores e Inspetores da Instrução Pública, Mensagens, Legislações de Mato Grosso e Jornaisà época. A fundamentação teórica pautou-se nos estudos de Leite (1970), Alves (1998), Prado (1995),Almeida (2005), dentre outros autores que discutem a temática. O recorte temporal foi escolhido porabranger um período de grandes transformações sociais e educacionais no Brasil, principalmente a partir de1920, quando emergiram no país a luta por uma educação rural diferenciada e que pudesse proporcionarconhecimentos e habilidades, capazes de tornar o sujeito apto a trabalhar na terra e tirar dela suasubsistência. A tendência ruralista pedagógica, que se espalhou fortemente no Brasil a partir da década 20,tinha como objetivo principal propagar uma escolarização que integrasse o homem às condições regionais eo fixasse no campo. As análises documentais apontam vestígios, em Mato Grosso, das aspiraçõeseducacionais dos ruralistas nos escritos de 1922. Os dados mostram também que as escolas ruraismato-grossenses, possuíam a denominação, no período em estudo, de escolas isoladas. As escolasisoladas se localizavam a mais de 3 km das cidades e tinham o objetivo de ministrar a instrução primáriapara crianças de 7 a 12 anos de idade. As análises indicam ainda que a realidade das escolas rurais emMato Grosso foi marcada por abandono, falta de alunos, descaso das autoridades locais, escassez deestabelecimento de ensino, de materiais pedagógicos e de professores diplomados, contrastante com arealidade da educação ministrada nas cidades. Percebe-se que as dificuldades relacionadas à escassez deinvestimentos direcionados para a manutenção das escolas rurais aumentavam os problemas referentesaos professores, pois não havia profissionais habilitados que aceitassem trabalhar nas áreas rurais.

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A ESCOLA COMUNITÁRIA DE CAMPINAS: SURGE UMA ESCOLA “DIFERENTE” NO CENÁRIOEDUCACIONAL DA CIDADE

ANA ELISA DE ARRUDA PENTEADO *Escola comunitária de Campinas

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A presente comunicação é parte de minha tese de doutorado e aborda o nascimento, em 1977, da EscolaComunitária de Campinas - que pertence à rede privada de educação - e o modo como ela foi se instituindo,nessa mesma sociedade, como uma escola “diferente”, num momento em que, entre avanços e recuos, opaís buscava redemocratizar-se. A escola, que foi erguida por um grupo de pais coadjuvado por professores,todos dissidentes do tradicional Colégio Progresso Campineiro, após uma crise sem precedentes em suahistória, consubstanciava os anseios desse grupo por um projeto de educação renovada que foraabruptamente interrompido naquele colégio e pelo qual esses pais e professores estavam dispostos a lutar.Neste texto, prioriza-se a constituição da identidade desta instituição escolar na sociedade campineira defins dos anos 1970, momento em que eclodiam na cidade diversas escolas (auto) refenciadas como“alternativas”. Buscou-se abordar a instituição escolar como a uma “totalidade em construção”,entendendo-a como um “organismo vivo” (MAGALHÃES, 1999); e como síntese de múltiplas determinações,que interagem entre si dialeticamente, de modo que daí resulte uma identidade (SANFELICE, 2007). À luz dométodo histórico-crítico, observaram-se as características singulares dessa instituição escolar, que tecemsua identidade, inseridas no meio social que as produziu, afinal a instituição é parte de um todo que formaum sistema societário integral (BITTAR E FERREIRA JR., 2009).

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A ESCOLARIDADE NOS GRANDES SERTÕES: MEMÓRIAS,TEMPOS E ESPAÇOS.

MARIA ZENEIDE CARNEIRO MAGALHÃES DE ALMEIDA *PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

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O texto aqui apresentado trata dos estudos parciais do projeto de pesquisa: “Entre Casas-Escolas e osGrupos Escolares: memórias da escolaridade nos sertões de Goiás e Minas Gerais (Região Trijuntora –1935-1965);” tem como objeto de estudo a reconstrução das lembranças dos processos de escolarização,dos espaços construídos para educar e civilizar, dos mestres sertanejos pioneiros do espaço de interseçãoentre o noroeste mineiro e o norte goiano. A região é também conhecida como Trijunção e/ou trijuntora,parte dela é também conhecida como Grandes Sertões, uma designação do não menos conhecidoGuimarães Rosa. Em cuja homenagem, foi criado, em 1989, por um Decreto Presidencial o Parque NacionalGrande Sertão, que inclui áreas dos municípios de Arinos e Formoso (MG), este, faz divisa com o municípiogoiano Sítio d’Abadia. Esses municípios constituem-se no espaço/lugar no qual vem se desenvolvendo apesquisa de campo. O projeto tem dentre seus principais objetivos: Sistematizar a história e a memória demestres pioneiros-professores do sertão de Minas Gerais e de Goiás, no espaço geográfico da interseçãoGoiás-Minas Gerais, no período especificado; identificar suas experiências e práticas educativas, bemcomo os significados dos conteúdos transmitidos pelos mestres na sala-de-aula; compreender o papel e osignificado daquelas escolas para seus ex-alunos/alunas e, para toda uma coletividade em seu tempo elugar. As reflexões aqui apresentadas têm também seu aporte nos resultados obtidos no percurso da tese dedoutorado, cuja construção do Corpus da pesquisa contou tanto com fontes orais como fontes escritas. Osdados da pesquisa de campo foram coletados por meio de entrevistas, questionários, observação e análisede documentos pesquisados em arquivos públicos, institucionais e particulares. O recorte temporal dessesestudos contempla os acontecimentos e cenários do início a meados do século XX. O aporte teórico queilumina as análises teve como eixo norteador as contribuições da abordagem dialética de da HistóriaCultural. Espera-se com esses trabalhos ampliar as reflexões no campo da História da Educação brasileirae regional, compreendendo as contribuições dos diferentes processos educativos para a formação dasociabilidade e da civilidade num contexto de modernização e construção da identidade nacional, bem comode projetos e políticas de escolarização e educação da infância e dos jovens brasileiros em diferentes loci .

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A INSTITUIÇÃO E A GESTÃO ESCOLAR NA VISÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃOBÁSICA EM VITÓRIA DA CONQUISTA (BA)

ANDRESSA MENDES DA SILVA DIAS *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LUCI MARA BERTONIUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LUCIANA CANÁRIO MENDESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O “Museu Pedagógico: uma interlocução com problemas do cotidiano escolar” é um projeto piloto implantadodesde finais do ano de 2008 e conta com o financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estadoda Bahia (FAPESB) e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Nesse pôsterapresentaremos os problemas que catalogamos sobre a concepção de escola e de sua gestão, de acordocom o registro realizado pelos professores das cinco instituições escolares que integram a pesquisa.Tomamos como referencial teórico-metodológico a concepção de instituição escolar como uma unidade deação, um sistema de práxis que se insere em sua história (SAVIANI, 2007). Ressaltamos ainda a suacomplexidade espaço-temporal, pedagógica, organizacional, bem como os seus muitos elementos materiaise humanos (MAGALHÃES, 2005), entre outros aspectos são fundamentais para o seu entendimento naatualidade. Dentre os dados coletados de janeiro/2009 até março/2011, cerca de 30% dos problemasapresentados pelos professores referem-se ao campo da gestão escolar, ou seja, há uma insistência emregistrar que na escola não ocorre o planejamento coletivo do trabalho e, principalmente nas séries iniciais,esse trabalho ocorre de forma isolada, desgastante e solitário. Por sua vez, os governantes não assumem agestão da escola do ponto de vista das suas necessidades básicas, ocasionando um descaso que provocaum conjunto de problemas cotidianos, entre eles o desânimo de professores e alunos com a educação.Entre outras inquietações, os professores registram abertamente: “Falta proposta político-pedagógica daescola. Faltam parâmetros para ações coerentes do coletivo da escola. Trabalhamos, quase sempre,individualmente”. A falta de autonomia da escola para implementar a gestão democrática para a construçãoe execução do projeto político-pedagógico também é reiterativamente denunciado. Os professores relatamainda que o modelo pedagógico adotado nas escolas não estimula o diálogo, a troca, eles se sentemisolados em suas angústias, e essa dura realidade tende a empobrecer mais ainda o processo ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva, consideramos que as instituições escolares possuem as suasparticularidades, mas que são inerentes a contextos sócio-históricos que as determinam, não de mododeterminista, mas dialético, aos pesquisadores do Projeto. Tornou-se também necessário um olhar mediadopor uma compreensão dinâmica do conceito de instituição e de gestão escolar, para que se pudessemcompreender melhor os problemas apresentados pelos professores e para que fosse possível realizar umaanálise mais próxima da realidade, uma vez que as escolas integrantes do projeto possuem realidades queas aproximam, mas também especificidades inerentes ao contexto espacial que ocupam.

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A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO DOS IMIGRANTES POLONESES NO MUNICÍPIO DE MALLET -PARANÁ (1900- 1940

EVEN MARILA BILINSKI *Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras

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VALÉRIA APARECIDA SCHENAFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

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O estudo em tela foi realizado com base na imigração polonesa no município de Mallet/PR, enfocandoprincipalmente a preocupação dessa etnia com a orientação educacional dos filhos e o envolvimento dosmesmos com a sociedade. No decorrer do presente estudo são apresentados os fatos que resultaram navinda dos poloneses para o Brasil, entre eles: a colonização do atual distrito judiciário de Rio Claro do Sul, opovoamento do então município de Mallet/PR, a organização dessa comunidade. Tem-se como basemetodológica um estudo documental no Arquivo do Colégio Nicolau Copérnico. Além destes aspectoshistóricos discutiremos brevemente a cerca da rivalidade entre as duas etnias, a polonesa e a ucraniana,que povoaram o município, pois ao mesmo tempo em que preservaram suas origens, cada qual de sua terranatal, também criaram uma divergência entre as mesmas. Aspecto este que teve início ainda em terraseuropéias e que passou de geração em geração e perdura até os dias atuais. A esse respeitocontextualizaremos as ideias apresentadas pelos pesquisadores: Mario Deina (1990), Paulo Horbatiuk(1989), entre outros. E por fim, apontamos a preocupação da etnia polonesa com a instrução educacionaldos filhos que resultou na construção do primeiro colégio polonês de 2º grau do Brasil, o Colégio NicolauCopérnico, este visava um ensino de qualidade a sua clientela, sendo destacado como um dos mais bemequipados estabelecimentos de ensino secundário do Estado do Paraná em meados de 1911.

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COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL “ARLINDO RIBEIRO” EM GUARAPUAVA/PR

SOLANGE APARECIDA DE O. COLLARES SOLANGE*Universidade Estadual do Centro-Oeste

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CLODOALDO SHREIBERUniversidade Estadual do Centro-Oeste

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JUNIOR CESAR DOS SANTOS JUNIORUniversidade Estadual do Centro-Oeste

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O presente trabalho tem por finalidade fazer o levantamento das fontes primárias, referente ao ColégioAgrícola Estadual “Arlindo Ribeiro”, situado no Município de Guarapuava, bem como retratar o seu contextohistórico, político e social. O objetivo é investigar o processo de qualificação profissional dos trabalhadoresdo setor agrícola, tendo como parâmetro as transformações nas relações de produção e as mudançasocorridas no processo educacional no Município de Guarapuava/Pr. A fundamentação teórica utilizada estácentrada no materialismo histórico e dialético, pois possibilita a compreensão e explicitação dos fatos natotalidade e na unidade.

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COLÉGIO DOS ANJOS E O PENSAMENTO DE MONSENHOR LUIS BIRAGHI (1838-1912)

NEISE MARINO CARDOSO CARDOSO*

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Esta pesquisa teve como tema central um colégio confessional católico instalado na cidade de Botucatu,interior do Estado de São Paulo: o Colégio dos Anjos. Em 1912, no início do regime republicano, o Colégiofoi instalado na cidade presenciando e participando de importantes mudanças políticas e culturais ocorridasno país, especialmente para a Igreja Católica com o fim do padroado. Desde sua implantação o colégiodesenvolveu perante os habitantes da cidade, uma imagem de escola de qualidade e que oferece formaçãointegral.Para tanto, levantamos e catalogamos as fontes primárias e secundárias, referente ao pensamento doperíodo em análise, bem como do fundador da congregação das Marcelinas.Esperamos que este trabalho possa contribuir com a história da educação brasileira, em especial com ahistória educacional da Congregação Marcelina no Brasil e no mundo.

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CRECHE TIA CLETY: UM POUCO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL EM ITUAÇU, BAHIA

ADALCIRA GONÇALVES SILVA *Universidade do Estado da Bahia

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IDELICE DOS SANTOS SILVAUniversidade do Estado da Bahia

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MARIA DO ALÍVIO CANGUÇUUniversidade do Estado da Bahia

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SORAYA MENDES ADORNOUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia / Universidade Federal de São Carlos

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VANUZIA MALHEIRO T. INÁCIOUniversidade do Estado da Bahia

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Este artigo representa um primeiro esforço de apresentar parte da história da educação infantil no municípiode Ituaçu/BA, tendo como universo a Creche Municipal Tia Clety, fundada em 1990. Nosso objetivo éidentificar, historicamente, a importância dessa instituição na formação inicial dos educandos do município.Para alcançar essa meta buscamos contribuições de teóricos que se debruçam, tanto sobre a história daeducação da infância quanto sobre as práticas pedagógicas nessa modalidade de ensino. Esses estudiosose seus estudos contribuíram sobremaneira com a análise dos dados de nossa pesquisa. Tais dados foramcoletados por meio de questionários junto ao prefeito municipal à época da pesquisa e alguns ex-prefeitos,além de pais de alunos e de professores da Creche Tia Clety. O resultado obtido demonstra que foramgrandes as transformações vivenciadas tanto no aspecto social quanto no educacional na sede do nossomunicípio, pois percebemos que a criação da Creche Tia Clety foi determinante na formação inicial doseducandos.

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DAS CARTILHAS AOS LIVROS DIDÁTICOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: UM PERCURSOHISTÓRICO

BENEDITO GONÇALVES EUGÊNIO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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É sabido que o livro didático é um objeto privilegiado no cenário educacional nacional, exercendo papelcentral nas práticas pedagógicas cotidianas das escolas. Diante disso, é de suma importância analisar estematerial didático. Este trabalho aborda o percurso histórico realizado pelos livros didáticos, em especial osLDs destinados às classes de alfabetização, tomando como base a década de 1930, quando ocorre, pelaprimeira vez, no Brasil, a definição de “livro didático”, através do Decreto-Lei nº 1.006, de 30 de dezembrode 1938 . Fazemos uma discussão sobre o material destinado à alfabetização, iniciando pela cartilha, até aprodução do livro didático como política estatal no Brasil. No decorrer do texto apontamos as modificaçõespor que foram passando os livros didáticos, principalmente a partir da intervenção estatal por meio doPrograma Nacional do Livro Didático.

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EDUCAÇÃO DE ELITE OU INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA O TRABALHO?QUEM FOIINSTRUÍDO NO GRUPO ESCOLAR CORONEL FLAMÍNIO FERREIRA-LIMEIR/SP (1901-1930)

ALESSANDRA DE SOUSA DOS SANTOS *UNICAMP

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Os grupos escolares foram instituições de ensino criadas no final do século XIX e início do século XX. Foicom a Proclamação da República, em 1889, que os liberais iniciaram um movimento que reformulou o ensinopaulista. As bandeiras do liberalismo e do positivismo despertaram nos governantes paulistas a necessidadede uma educação escolarizada, que formasse no cidadão conceitos como democracia, república, civismo,patriotismo, entre outros. Os Grupos Escolares, criados a partir da Reforma da Instrução Pública do Estadode São Paulo, de 1892, foram os espaços para atender às necessidades de escolarização do povo. Nossoobjetivo nesta comunicação é apresentar os resultados obtidos a partir da nossa pesquisa de mestradosobre o alunado atendido pelo Grupo Escolar Coronel Flamínio Ferreira criado em 1901 no município deLimeira interior do Estado de São Paulo, para tanto utilizaremos os dados apresentados no capítulo III dadissertação. Nossa pesquisa tem como período de análise de 1901 - período em que o Grupo Escolar deLimeira foi criado - a 1930, quando se encerra, no Brasil, a Primeira República. As fontes utilizadas paranossa análise foram os livros de matrícula do grupo escolar, artigos de jornal, anuários do ensino do Estadode São Paulo, documentos referentes ao período pesquisado.

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ENSINO AGRÍCOLA E MISSÃO PROTESTANTE NA EAL (1908 – 1936)

JOSÉ NORMANDO MEIRA *Universidade Estadual de Montes Claros

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Esta pesquisa, de cunho historiográfico, discute a educação presbiteriana em Minas Gerais, privilegiando aexperiência de Lavras, no oeste do Estado, onde foi fundado em 1893, o Instituto Evangélico (queposteriormente passou a ser chamado Instituto Presbiteriano Gammon). No estudo dessa iniciativaprotestante, de tradição calvinista, reformada, destaca-se na pesquisa a Escola Agrícola de Lavras,fundada em 1908, que ao lado do Ginásio, com curso preparatório anexo, e o colégio feminino CarlotaKemper, a Escola Comercial e outros cursos avulsos, compunham o Instituto Evangélico. Os objetivos desteestudo são: ampliar a discussão sobre a educação protestante no Brasil, principalmente no que se refere aMinas Gerais; compreender as relações entre convicções religiosas e a "ação social", especificamente noque se refere à prática educacional e as suas implicações na construção da sociedade; avaliar a relaçãoentre o projeto educacional presbiteriano em Minas Gerais e o "americanismo" instalado no imaginário socialbrasileiro a partir de meados do século XIX; discutir a ideologia protestante trazida pelos missionários norte-americanos e a eficácia dos seus símbolos, especialmente daqueles relacionados à educação escolar, paraos seus objetivos de reformar a sociedade brasileira; analisar os princípios educacionais que nortearam oInstituto Evangélico de Lavras e, especialmente, a sua Escola Agrícola; discutir as estratégias adotadaspelos implantadores do Instituto Evangélico de Lavras e, particularmente, da Escola Agrícola, em busca deeficácia para as suas práticas pedagógicas; levantar as qualidades éticas e morais entendidas comonecessárias à formação dos alunos. Esta pesquisa permitiu compreender a relação entre os objetivos dasmissões protestantes e o discurso de modernização da agricultura no Brasil e, especificamente em MinasGerais, por meio do saber científico. Possibilitou a análise de como o projeto civilizador presbiterianoinseriu-se no contexto das discussões pertinentes às primeiras décadas da República brasileira quanto àmodernização do país e o papel da educação para que esses ideais fossem alcançados. Para a realizaçãoda pesquisa, foram utilizadas fontes encontradas, principalmente, no Arquivo Público Mineiro, no MuseuBi-Moreira da Universidade Federal de Lavras e no Pró-memória Gammon, do Instituto PresbiterianoGammon, em Lavras-MG.

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ESCOLA CONFESSIONAL: UMA DISCUSSÃO SOBRE A MANUTENÇÃO DA DISCIPLINA (1917-1945)

ROSELI BILOBRAN KLEIN *UEPR/ Faculdade Estadual de Fil., Ciências e Letras de União da Vitória - PR

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Este trabalho é resultado de uma investigação de fontes primárias através de uma pesquisa de catalogação.Tendo em vista um grande número de fontes primárias catalogadas, foram selecionados documentos de umaúnica escola confessional compreendidos entre os anos de 1917 a 1947. Estes documentos resgatamregistros de Visitas de Inspetores Escolares e Atas de Reuniões Pedagógicas que trazem fragmentos deuma realidade permeada por um rigor disciplinar tendo em vista que se tratava de uma escola religiosa queseguia uma linha tradicional de ensino inspirada em tradições e valores morais instituídos por umasociedade também tradicionalista e pelas leis da Igreja. A disciplina na escola envolve as relaçõespedagógicas, um fenômeno complexo que vai além dos fatores de âmbito escolar e cultural, contendo algunselementos condicionantes como o poder, a comunicação e as regras. Através destes documentos, temospor objetivo discutir a questão da manutenção da disciplina no determinado tempo histórico inserida narealidade que a permeia. Através destes fragmentos podemos tirar algumas conclusões ressaltando o poderlegitimado dos Inspetores Escolares quanto à manutenção da disciplina, vigilância e punições.

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ESCOLA NOVA PIRATININGA: RECONSTITUIÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOSTRABALHADORES NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR NO BRASIL - 1979-1985

MARIA INÊS PAULISTA *Universidade Nove de [email protected]

O presente trabalho visa a investigar a formação profissional dos trabalhadores da Escola Nova Piratininga,desde sua fundação nos anos de 1970, época da ditadura militar do Brasil e seu percurso até os anos 90. Oobjetivo principal é verificar a concepção de formação adotada pela instituição fundada por um grupo desindicalistas que fazia oposição ao sindicato metalúrgico estabelecido. Ela oferecia cursosprofissionalizantes apoiado em conhecimentos técnicos, formação política e ensino acadêmico aostrabalhadores. A formação do trabalhador exige um nível de especialização e de análise crítica da sociedadena busca da identificação das demandas sociais que constituem o centro de sua prática. Assim,pretendemos reconstituir a trajetória desta escola e de seus principais agentes, através do contextohistórico. As fontes orais com as narrativas de trabalhadores e professores que vivenciaram este processoda criação, e a documentação oficial, permitirá resgatar as principais tendências, dentre as quais focalizama resistência política e as mudanças ocorridas na formação dos novos militantes que possuíam comoprincipal preocupação, uma sociedade mais justa e democrática.

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ESCOLAS E FORMAS ESCOLARES NO SÉCULO XIX: O CASO DE IGUASSÚ

JORDANIA GUEDES *Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

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O objetivo deste trabalho, fruto de pesquisa em andamento, é apresentar a disseminação de escolaspúblicas e particulares de primeiras letras no município de Iguassú, hoje conhecido como Nova Iguaçu, naBaixada Fluminense, Rio de Janeiro, no período compreendido entre os anos de 1833 a 1856. Osdocumentos analisados são os Relatórios Provinciais , os que estão digitalizados pela Universidade deChicago, o Fundo PP disponível no Arquivo Público da Cidade do Rio de Janeiro, ainda arquivos que estãono Arquivo Nacional e no IHGB. A história da escolarização de Iguassú em muito se assemelha a dasdemais regiões do Império Brasileiro, uma história fragmentada pela distribuição e má conservação dasfontes,marcada pelas desigualdades e singularidades, contudo consiste em um desafio para o decifrar eelucidar do que foi o processo de escolarização no Recôncavo da Guanabara do século XIX.

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ESPORTE NA EDUCAÇÃO: ESTUDO REALIZADO NA ESCOLA MUNICIPAL DULCE VIANACARDOSO

SORAYA MENDES ADORNO *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia / Universidade Federal de São Carlos

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ANTÔNIO SANTOS OLIVEIRAUniversidade do Estado da Bahia

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HELENI CONCEIÇÃO ALMEIDA MENDESUniversidade do Estado da Bahia

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MARCOS ROBERTO DA SILVASEC Érico Cardoso

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PAULO ROBERTO SANTANAUniversidade do Estado da Bahia

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Neste trabalho relatamos a situação em que se encontra a prática esportiva na Escola Municipal DulceViana, no município de Érico Cardoso, na Bahia, em pesquisa realizada entre os anos de 2006 e 2007. Oestudo foi realizado para a escrita de trabalho monográfico (elaborado a oito mãos), um dos pré-requisitospara a obtenção do grau de Licenciados em Pedagogia pela Rede UNEB de Érico Cardoso. Nosso objeto deestudo é, então, a Escola Municipal Dulce Viana, analisada sob a ótica da história do esporte e este comoinstrumento na formação de valores éticos e morais no espaço educacional, formal ou não-formal.Enfocamos como o esporte era visto e aceito por parte de professores, direção, alunos da escola ecomunidade do entorno daquele estabelecimento de ensino. Ao mesmo tempo, nos propomos a discutir aimportância que o esporte exerce no desenvolvimento físico e mental do ser humano e na construção devalores éticos e morais, por meio de entrevistas e questionários aplicados a professores, pais de alunos elideranças comunitárias. O questionário se compôs de perguntas voltadas para a concepção de esporte epercepção da sua importância na formação da cidadania. Desenvolvemos a pesquisa à luz do referencial dahistória cultural. Para analisar a temática do esporte e suas contribuições à cidadania nas população maisjovem, tomamos como principais teóricos os que se debruçam sobre a temática do desporto, como: MárciaRegina Grespan, Nuno Cobra Ribeiro, Leonor Rizzi, Regina Célia Haydat, Antonio Roberto Rocha Santos eoutros. Acreditamos termos conseguido demonstrar como o esporte foi, historicamente, se colocando comoinstrumento de formação de valores na escola em pareço, observando que alguns estudos afirmam que oesporte por si só seja capaz de afastar os jovens do mundo do crime, contribuindo para a formação de umasociedade mais justa, organizada e participativa.

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FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO: ENTRE AEFERVESCÊNCIA POLÍTICA E O OBSCURANTISMO DITATORIAL. A HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO

ENTRE OS ANOS 1957 E 1968

CAROLINE MARIA FLORIDO *Faculdade de Educação da UNICAMP

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Nos anos sessenta foram criados, pelo governo do Estado de São Paulo, seis campi universitários isolados,chamados de Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLs). O objetivo, à época, era alavancar oprojeto de formação de profissionais que dirigiriam e coordenariam mudanças científicas e culturais nasociedade paulista. Um desses institutos isolados, a FFCL de São José do Rio Preto, teve algumasespecificidades e ganhou notoriedade por seu envolvimento político nos movimentos educacionais. Ainstituição foi atingida por intervenções ditatoriais que alteraram seu andamento e determinaram mudançasfuturas importantes na atuação de alguns intelectuais. Objetiva-se estudar o processo institucional vividopor aquela FFCL, o envolvimento da intelectualidade a ela vinculada para uma melhor compreensão daeducação superior paulista no período.Questiona-se porque o projeto da FFCL de São José de Rio Pretopôde parecer tão ameaçador para a ordem vigente, a ponto da instituição ter sido praticamente desmontadacom o golpe de 1964. O presente estudo insere-se na linha de pesquisa de História das InstituiçõesEscolares, dentro do Grupo de Pesquisa “História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR”, doPrograma de Pós-Graduação da FE/UNICAMP. Para a execução dessa pesquisa será realizado umlevantamento de fontes primárias e secundárias relacionadas à existência da FFCL de São José do RioPreto, entre os anos de 1957 e 1968. Serão consultados documentos que tragam informações a seurespeito e que auxiliem a compreensão das implicações que decorreram para a instituição, as suas relaçõescom a cidade, bem como com a sociedade local e regional. O estudo compreenderá o contextocorrespondente à transição do período Nacional Desenvolvimentista a Ditadura Civil-Militar, levando emconsideração a influência política, econômica e cultural. As principais fontes documentais estão sendodisponibilizadas pelo Centro de Memória da UNESP de São José do Rio Preto. Outros arquivos históricosserão também buscados.

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HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: SENAI PONTA GROSSA- PR

KELLY CRISTINA CAMPONES *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Esta pesquisa de dissertação de mestrado é um estudo cujo ponto de partida são os determinanteshistóricos da relação trabalho e educação, e o ponto de chegada é a criação do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial em Ponta Grossa - Pr. O trabalho insere-se no complexo debate das repercussõesdas transformações econômicas, sociais e históricas do início do século XX até a fundação do primeiroSenai na região de Ponta Grossa. Sabendo que o SENAI é uma entidade que participou de grande parte dahistória brasileira, desde sua época agrária, inicio da industrialização até a intensa industrialização dos diasatuais, e que o mesmo surgiu ou seja, em razão de uma necessidade de profissionalização, ligadadiretamente ao ambiente industrial. O processo de globalização e o avanço tecnológico, provoca, cada vezmais, mudanças no setor econômico, social e cultural do Brasil. Tais mudanças atingiram a totalidade daestrutura produtiva e vêm transformando progressivamente a sociedade industrial em sociedade doconhecimento. E é com esta visão que o SENAI procura manter seus talentos humanos qualificados para oenfrentamento das demandas de qualificação industrial e da sociedade brasileira. Compreende-se que aEducação Profissional é uma modalidade de ensino que atrai os pesquisadores educacionais por permitir aelaboração de inúmeros questionamentos e por ter uma importância relevante na sociedade. Com o estudoda implantação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial na cidade de Ponta Grossa, busca-secompreender as relações de transformações de produção e do trabalho no Brasil e consequentemente nareferida cidade. Desta forma, poderemos ampliar os estudos e pesquisas referentes ao ensinoprofissionalizante e por conseguinte no tocante ao tema trabalho e educação, principalmente no municípiode Ponta Grossa. Utiliza-se como pressuposto metodológico, a abordagem histórica da relação trabalho eeducação fundamentada no materialismo histórico dialético.

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INSTITUIÇÕES ESCOLARES AGRÍCOLAS E A FORMAÇÃO DO TRABALHADOR NO PARANÁ

VERA LUCIA MARTINIAK *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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Esta pesquisa tem por objetivo apresentar os resultados preliminares acerca do processo de constituiçãodas primeiras escolas agrícolas na região dos Campos Gerais do Paraná. O estudo tem por objetivoanalisar, a partir das transformações econômico-sociais, a criação das instituições voltadas para o ensinoagrícola, buscando o entendimento sobre a relação trabalho e educação. A problemática da pesquisa buscacompreender como as transformações nas relações de produção impactaram os processos de formaçãoprofissional para o setor agrícola no Paraná e originaram a criação das primeiras escolas agrícolas.Pretende-se abordá-lo a partir de uma perspectiva histórica, na busca da compreensão de como astransformações nas relações de produção se relacionam com as demandas por qualificação profissional, eneste contexto, o processo de constituição das primeiras instituições escolares. O período demarcado paraeste estudo tem como ponto de partida a criação do Ministério da Agricultura, em 1910, e o atrelamento doensino agrícola a este órgão, sendo assumido pelo Ministério da Educação, somente após a promulgaçãoda LDB em 1961. O eixo teórico metodológico é expresso por meio do materialismo dialético, na busca dereconstruir uma história totalitária, analisando os determinantes econômicos, políticos e sociais. Osapontamentos iniciais permitem apresentar alguns resultados preliminares no sentido de evidenciar que asinstituições agrícolas, tem em sua gênese o caráter assistencialista e da formação por meio do trabalho,preparando o trabalhador rural com conhecimentos básicos sobre técnicas agrícolas que atendessem asnovas relações do capital.

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O ENSINO PRÉ-PRIMÁRIO EM MATO GROSSO (1910-1940)

ELTON CASTRO RODRIGUES DOS SANTOS*Universidade Federal de Mato Grosso

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KELEN VIRGINIA LISBOA REZENDEUniversidade Federal de Mato Grosso

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MARTA ANDREIA ESTANCARE PINHEIRO SILVAUniversidade Federal de Mato Grosso

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NATHÁLIA DOS SANTOS BORGESUniversidade Federal de Mato Grosso

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VIVIAN CRISTINA DA SILVA SILVA BISPOUniversidade Federal de Mato Grosso

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Com a Revolução Industrial e inserção da mulher no mercado de trabalho, muitas creches foram instaladaspara atender aos filhos dos operários, sendo essas instituições ligadas à Assistência Social. No Brasil, oprimeiro jardim de infância não se destinou a atender as famílias operárias. Seu modelo educacional refletiaos ideais liberais do fim do século XIX, sendo essa instituição destinada às camadas abastadas dapopulação. O primeiro jardim de infância público começou a funcionar em 18 de maio 1896, anexo à EscolaNormal Caetano de Campos, no estado de São Paulo. Diante do explicitado, pretende-se com esse trabalho,pautado análises documentais, como Relatórios de Presidentes do Estado, de Diretores e Inspetores daInstrução Pública, Mensagens e Legislações do Estado de Mato Grosso, trazer à cena os primeirosesforços para implantação de instituições educacionais destinadas ao atendimento de crianças entre 3 a 6anos em Mato Grosso, no período entre 1910-1940. A fundamentação teórica pautou-se nos estudos deKuhlmann Jr. (1991), Carvalho (1997), Alves (1998), Julia (2001), Gondra (2002), Sá (2007), dentre outrosautores que discutem a temática. O recorte temporal foi escolhido por abranger o período em que as fontesdocumentais indicam o empenho do poder público em implantar instituições para o atendimento da infância.As análises documentais apontam que o jardim de infância para crianças de 03 a 06 anos de idade, emMato Grosso, deveria ter sido implementado desde 1910, por meio do Decreto n°. 533 de 04 de junho de1910, documento que reorganizou a instrução pública nesse período. Contudo, mesmo com a autorizaçãopara a instalação do Jardim de Infância, que funcionaria anexo à Escola Normal e à Escola Modelo, suainstalação não aconteceu como o previsto. Em 1930, o Diretor Geral da Instrução Pública explica algunsmotivos que talvez tenham contribuído para não instalação, até aquele período, do jardim de infância emMato Grosso. Motivos como a falta de professor capacitado, falta de fiscalização e espaço físico impróprioà contribuição com a educação tanto em escolas, a instrução destinada à infância, que era quase nada ounula. Os dados documentais apontam ainda que a implementação do Jardim de infância em Mato Grossonão dependia apenas de vontade política, mas sim de condições estruturais.

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O MOVIMENTO ESTUDANTIL NA FFCL SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DE 1960 A 1964: SUASATIVIDADES SEGUNDO OS JORNAIS LOCAIS

LETÍCIA BORTOLOZO DE OLIVEIRA MARTINS*Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho"

[email protected]

O objetivo desta pesquisa é identificar as atividades do movimento estudantil da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de São José do Rio Preto, de 1960 a 1964, analisando-as e compreendendo aparticipação dos estudantes, suas organizações, e preocupações.A FFCL de São José do Rio Preto mantinha três cursos, História Natural, Letras e Pedagogia e possuía ummovimento estudantil aparentemente organizado, possuindo três grupos principais de representações, oCentro Acadêmico de Filosofia, o Grupo de Teatro Amador (GRUTA) e Centros de Estudos de HistóriaNaturalO trabalho se limitará a pesquisar estes movimentos a partir das atividades divulgadas pelos jornais locais:A Notícia, Correio Araraquarense, A Tribuna, Diário da Região e Diário da Tarde, no período de 1960 a1964.O recorte realizado privilegia a percepção da comunidade com relação às atividades produzidas pelomovimento estudantil no período pré-ditadura militar de 1960, ano de conclusão de curso das primeirasturmas da Faculdade de Filosofia local, ao ano de 1964, ano em que foi instituído o primeiro AtoInstitucional, iniciando o Regime Militar, que limitava a produção, pesquisa e pensamento dos cidadãos,podendo influenciar as atividades do movimento.A análise inicial dos documentos pesquisados permite perceber que o Centro Acadêmico de Filosofia daFaculdade de Filosofia de Rio Preto foi o grupo mais ativo da FAFI e comunidade em geral. No total forampublicadas 38 matérias jornalísticas, a respeito do movimento estudantil, distribuídas por todos os jornaisutilizados.

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O PERFIL DOS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS ELETRAS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO NO PERÍODO DE 1957 A 1964

LAURA PACIFICO SPARVOLI *Unesp

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SILVANA FERNANDES LOPESUniversidade Estadual Paulista

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Visando uma composição parcial do perfil dos alunos de pedagogia da Faculdade de Filosofia Ciências eLetras de São José do Rio Preto (FFCL), este trabalho tem como objetivo apresentar algumascaracterísticas desses estudantes. O estudo em questão está inserido numa temática mais ampla, a dereconstrução da história da FFCL de São José do Rio Preto, que vem sendo desenvolvido como parte dasatividades do Grupo de Pesquisa “História e Política Educacional Brasileira”, especificamente na linha“História das Instituições Escolares”. Segundo a analogia de Sanfelice (2007), no interior das instituições háum quebra-cabeça formado de pequenas peças que formam um todo. Quando estamos dentro da instituição,devemos entender o jogo das peças e buscar os seus respectivos lugares e seus encaixes, uma vez que aanálise desse quebra-cabeça ajuda a entender o papel de cada peça individual e a sua articulação com oconjunto, assim a instituição escolar é composta de diversas instâncias que, apesar de suasparticularidades, se relacionam e se acomodam. É importante também que se leve em conta que, se por umlado, uma instituição é constituída pela síntese de múltiplas determinações, por outro, cada uma dessasinstituições responde a essas determinações de uma forma particular, constituindo, assim, sua própriaidentidade. Sob esse ponto de vista, há diversos caminhos possíveis para a investigação da história deuma instituição escolar e este trabalho focaliza um dos aspectos relevantes para a compreensão de umainstituição escolar: os seus estudantes, uma vez que o estudo do público-alvo - a quem essa instituição sedestina – é importante para o delineamento tanto do perfil institucional quanto pode fornecer algunsindicativos da sua relevância social. Para a composição do perfil, as características analisadas foram osexo, a faixa etária e a origem geográfica dos estudantes ingressantes do curso de pedagogia do períodode 1957 a 1964. Para tal, elegemos como fontes as “Fichas individuais de notas” e os “Livros de Matrículada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Preto”. Os resultados indicam que o grupoestudado é constituído basicamente por alunos do sexo feminino, de uma faixa etária média variando entre17 e 21 anos e oriundos, na média, de localidades distantes até 100 km de São José do Rio Preto.

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OS CASTIGOS E PUNIÇÕES ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA NO PARANÁ:REGIÃO DO VALE DO IGUAÇU

ELISÂNGELA BAIAK NOVICKI *Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras

[email protected]

VALÉRIA APARECIDA SCHENAFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

[email protected]

OS CASTIGOS E PUNIÇÕES ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA NO PARANÁ: REGIÃO DOVALE DO IGUAÇU

Elisângela B. Novicki (FAFIUV)[email protected]. Valéria Ap. Schena (FAFIUV)[email protected]

RESUMO

A iniciativa em pesquisar sobre as punições escolares parte da questão de desvelar os métodos praticadosatravés dos regimentos escolares impostos pelo regime das escolas tradicionais Neste estudo aborda-seespecificamente o estado paranaense dos séculos passados e sua evolução até o século XX. Este estudoabrange a área da História da Educação e apresenta como objetivo geral a identificação do contextohistórico da punição escolar e suas características no estado do Paraná no século XX, no decorrer nadécada de 1930, descrevendo os procedimentos adotados quanto à prática das punições nas escolas, e osreflexos decorrentes da educação extremamente rígida aos alunos do antigo primário ou ensinofundamental, levando em consideração o regimento escolar adotado no Paraná e seguido também em Uniãoda Vitória no primeiro Grupo Escolar Professor Serapião, tendo iniciado suas atividades em meados de1913. Torna-se evidente pensar que historicamente, as punições existem desde a antiguidade, mas somentea partir do século XVIII que elas começam a ser vistas, sob olhares menos violentos, embora que, aindaseguindo padrões de controle, de submissão e imposição de poder, fatos que revelam a grande importânciapara o estudo de como as punições na escola evoluíram ao longo dos tempos até chegar ao século XX,tomando como base os regimentos escolares adotados pelo estado do Paraná provenientes de um modelode ensino tradicional baseado na rigidez e imposição de poder.

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RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS ESCOLAS TÉCNICAS DO ESTADO DO PARANÁ

MARIA JOSELIA ZANLORENSE *universidade estadual de ponta grossa

[email protected]

MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

[email protected]

O presente texto tem por objetivo apresentar o estudo sobre como se constituíram as primeiras escolastécnicas do Estado do Paraná. Encontrando-se este estudo ainda em forma de projeto. Temos como pontode partida o levantamento das fontes das instituições escolares para o ensino técnico, fundadas einstaladas no período de 1904 a 1950, nas cidades mais antigas do mencionado Estado. Igualmenteapresentamos neste a necessidade do resgate e organização das fontes documentais bem como dareconstrução histórica das instituições escolares do Paraná e seu significado para a História da Educaçãobrasileira. Elencamos também neste trabalho as etapas principais para o alcance dos objetivos destapesquisa. Apontamos como problemática desta pesquisa os elementos determinantes que se fizeram instituiras escolas do ensino técnico do Estado do Paraná, pretendemos também com este analisar o processo dedesenvolvimento destas instituições bem como os ideais que pautaram o modelo de ensino naquelemomento da história brasileira e que respaldaram o processo de criação e instalação destas escolas doensino técnico no Estado do Paraná. Vemos neste trabalho de resgate das fontes e de reconstruçãohistórica das Escolas técnicas um significado especial para a comunidade escolar e para os grupos sociaiscom os quais tem relações, no sentido, de possibilitar o conhecimento de como se constituíram as cidadesque receberam a instalação das escolas técnicas, a economia que suscitou o surgimento destas cidades,possibilitando com este uma melhor compreensão do desenvolvimento histórico das comunidades onde asinstituições estão inseridas, construindo também a história da educação paranaense bem como a brasileira.

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UNIVERSIDADES MEDIEVAIS: A SINGULARIDADE DA PRIMEIRA UNIVERSIDADE PORTUGUESA

LUCIANA ARAÚJO NASCIMENTO *Universidade Estadual de Maringá

[email protected]

CÉLIO JUVENAL COSTAUniversidade Estadual de Maringá

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O presente trabalho pretende discorrer sobre as relações existentes entre o nascimento da primeiraUniversidade do reino português, a alma mater lusitana no campo educacional, e o desenvolvimento dasuniversidades medievais em algumas regiões da Europa Ocidental, no contexto dos séculos XII e XIII. Paratanto, primeiramente apontamos os fatos históricos que consideramos mais relevantes para a compreensãoda fundação das primeiras universidades medievais, isto é, os principais aspectos históricos e sociaisdaquele momento. Da mesma forma, apresentamos a caracterização entre dois modelos distintos de regiõese corporações de ensino, as instituições de Paris e Bolonha, e esboçamos algumas particularidades doEstudo Geral medieval. Posteriormente, expomos o nascimento da universidade no reino português, no finaldo século XIII, em 1290. Será apresentado o contexto histórico, como se encontrava o território lusitano naépoca, bem como a caracterização da universidade enquanto corporação, as faculdades ensinadas, osprivilégios, caracterização e local de funcionamento. Tendo por base uma vasta bibliografia historiográficasobre o tema, especialmente sobre a história da primeira Universidade lusitana, pretende-se, enfim,apresentar o nascimento da dita instituição e relacioná-lo, na medida do possível, com o desenvolvimentodas universidades originadas no restante da Europa. Serão apresentadas tanto as semelhanças quanto asdivergências entre cada Estudo, a fim de que possamos perceber a singularidade da Universidade lusitanano contexto histórico e social no medievo ocidental e colaborar nos debates acadêmicos acerca da históriada educação no que se refere a historiografia dessas instituições educativas das quais somos herdeiros.

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“O GRUPO ESCOLAR CONSELHEIRO JESUÍNO MARCONDES (1907) – CAMPOS GERAIS/PR”

LUCIA MARA DE LIMA PADILHA *UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

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O presente trabalho refere-se à pesquisa de mestrado, do programa de Pós-Graduação em Educação daUniversidade Estadual de Ponta Grossa - PR, sobre o grupo escolar “Conselheiro Jesuíno Marcondes”,construído na cidade de Palmeira nos Campos Gerais – Paraná. Trata-se de uma instituição regional deensino a partir da qual se procurou estabelecer relações entre o contexto nacional e o local, uma vez queestá dentro do projeto republicano de instauração de Grupos Escolares no país, cujo objetivo era aexpansão da escolarização visando reduzir o alto índice de analfabetismo e de forma ideológica, doutrinar e“civilizar” a sociedade. Por ser uma instituição criada numa região com várias colônias de imigrantes,procurou-se também verificar as questões mais gerais no contexto da sociedade, do Estado, daorganização das classes e grupos sociais dominantes que influenciaram nas relações de adaptação dessesimigrantes no país. Para dar conta dessa problemática e compreendê-la foram elencadas as categorias deanálise (Estado, Trabalho, Educação), com os quais se procurou aproximar do objeto em estudo, no caso ogrupo escolar inaugurado na cidade de Palmeira - PR (1907). O estudo foi estruturado e organizado a partirdos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico e dialético, que propõe para ainvestigação de determinado objeto que se parta das condições concretas de existência, superando asconcepções idealistas e metafísicas da história. O procedimento metodológico adotado para odesenvolvimento da pesquisa foi, inicialmente a realização do levantamento das fontes documentais eiconográficas, como: Leis, Decretos, Regulamentos, Portarias, Atas de reuniões, fotografias, mapas,desenhos e Jornais da época, encontrados no Grupo Escolar em estudo, no Museu da cidade de Palmeira,na Casa da Memória de Ponta Grossa, no Arquivo Público do Paraná – PR e no Museu Campos Gerais -PR, e posteriormente, a organização desse material devidamente copiado e digitalizado em um banco dedados específico que foi armazenado em um CD-ROM. Uma cópia desse material, entregue juntamente coma versão final da pesquisa, está disponibilizada no “Centro de Documentação On-line” na pagina do Grupode pesquisa HISTEDBR- Campos Gerais , de modo a colaborar com outras pesquisas em História daEducação. A pesquisa foi dividida em três capítulos: “O ideário republicano no Brasil”; “Os Campos Gerais ea formação da cidade de Palmeira”; “O Grupo Escolar Conselheiro Jesuíno Marcondes”. Conclui-se que opresente trabalho permitiu uma melhor compreensão do projeto republicano de instauração dos gruposescolares no país, cujo objetivo era a expansão da escolarização como forma de dar instrução ao povo, quediferentemente dos discursos, se deu de forma lenta e de acordo com os interesses políticos de cadaregião, sempre atrelado aos interesses de classes.Palavras chave: Escola Pública e Gratuita. Grupo Escolar. Palmeira. Paraná.

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Inclusão, gênero e etnia

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ENSINO SUPERIOR PARA INDÍGENAS NO AMAZONAS: O PROTAGONISMO DOS MOVIMENTOSINDÍGENAS.

MARCOS ANDRÉ FERREIRA ESTÁCIO*Universidade do Estado do Amazonas

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Nas últimas décadas o sistema de ensino público tem recebido severas críticas, porém ele continua sendoum instrumento eficiente para difundir a cultura das sociedades dominantes. Um dos destaques da atualpolítica educacional brasileira é a ampliação do acesso a educação escolarizada para as comunidadesindígenas, devendo ser comunitária, específica, diferenciada, intercultural e multilíngüe. Deve ainda,propiciar aos povos indígenas os conhecimentos universais a partir da valorização de suas línguasmaternas e saberes tradicionais, e também, contribuir para a reafirmação de suas identidades esentimentos de pertencimento étnico. Assim, formar professores indígenas, membros de suas respectivasetnias, para que assumam a docência e a gestão das escolas em terras indígenas, é um desafio para aconsolidação de uma proposta de educação inclusiva e universal. Hoje estão em curso experiências deformação de docentes indígenas em nível de licenciatura, dando seguimento aos cursos de magistérioindígena, os quais buscavam promover a escolarização básica e a formação específica de professoresindígenas em diferentes regiões do país. No presente trabalho analisa-se, criticamente, a educação escolarindígena desenvolvida no Amazonas durante o século XX, assim como também, compreender a política deformação docente indígena desenvolvida no Estado do Amazonas, pela Escola Normal Superior daUniversidade do Estado do Amazonas – UEA e se esta é a mesma reivindicada pelos povos indígenas,principalmente, as da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, a qualcongrega povos e populações indígenas do Amazonas. Concluiu-se que a política de educação indígena,instituída pelo Estado do Amazonas, em certa medida, responde as aspirações do movimento indígena poruma escola diferenciada, a partir da participação dos próprios índios na política educativa. Isto correspondeao controle efetivo da escola pela comunidade, dos aspectos de infra-estrutura, contratação de professoresindígenas e desempenho curricular que atendam aos interesses das comunidades indígenas. Acredita-seque a importância que deve ser dada à formação dos professores e a profissionalização docente, manterárelação intrínseca com a valorização destes profissionais e o reconhecimento de sua responsabilidadesocial na construção de uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Contudo, sabe-se que taisconquistas não são alcançadas por via legal ou por concessão do Estado, mas, sobretudo, pelodesenvolvimento de propostas responsáveis, que caminhem para a transformação social.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, RELAÇÕES ÉTNICORRACIAIS E FORMAÇÃO CONTINUADA DEPROFESSORES: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

ELENICE SILVA FERREIRA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O presente trabalho é o resultado da experiência como membro do grupo de pesquisa “Educação eRelações Étnicas com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras”, CNPq, e docente no curso de extensão:“Educação e culturas afro-brasileiras”, promovido pelo ODEERE/UESB, cujo objetivo é a promoção dediscussões acerca da ancestralidade do povo negro e a sua trajetória histórica no Brasil, com vistas àformação continuada do educador. O texto vem propor uma reflexão acerca da necessidade urgente de serepensar a prática educativa hoje, no que diz respeito ao ensino da história da África e da culturaafro-brasileira na educação básica, vindo à tona a partir da promulgação da lei 10.639/2003. Nessaperspectiva, buscamos discutir como na história da educação brasileira, a ausência de uma reflexão sobreas relações raciais no planejamento escolar tem impedido a promoção de relações interpessoaisrespeitáveis e igualitárias entre os agentes sociais que integram o cotidiano da escola. Fundamentado nosestudos de NÓVOA (1992), MUNANGA (2005; 1996), FERNANDES (2005), CANDAU (1999), CAVALLEIRO(2000; 2001), FREIRE (1996), o texto traz reflexões referentes à formação continuada do educador comosendo uma prioridade em qualquer proposta de reforma educativa. O mesmo se encerra mostrando, deforma resumida, as propostas de formação continuada construídas pelo ODEERE/UESB junto à comunidadeda região sudoeste da Bahia. Tais propostas vêm ressaltar, assim, o relevante papel da Universidade comoinstituição de formação política, de promoção e disseminação do conhecimento.

Palavras-chaves: Diversidade, Escola, Prática educativa.

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INCLUSÃO? UMA ANÁLISE HISTORICA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA ÁREA DAEDUCAÇÃO ESPECIAL: VIABILIZADORAS DA INCLUSÃO OU MANTENEDORAS DA

EXCLUSÃO?

MARILZA PAVEZI *UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DO SERTÃO

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CRISTIANO DAS NEVES VILELAUniversidade Fedral de Alagoas

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Este trabalho apresenta algumas reflexões possibilitadas pelo estudo do surgimento e avanço da legislaçãoespecífica sobre a Educação Especial no Brasil em confronto com aspectos históricos, políticos eeconômicos de cada época. Este estudo bibliográfico configurou-se como uma das etapas nodesenvolvimento do projeto de extensão “Gestão da Inclusão: das políticas públicas à efetiva garantia deacesso, permanência e sucesso para todos os alunos em idade de escolarização obrigatória.” que foidesenvolvido no município de Delmiro Gouveia, alto sertão do estado de Alagoas, com a participação dealunos dos cursos de História, Geografia, Pedagogia e Letras que configurou-se como um estudoexploratório possibilitando uma aproximação com a realidade educacional no citado município no que serefere à Educação Básica e às ações voltadas à Educação Inclusiva.

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PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E A (RE)PRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES RACIAIS NAESCOLA

TERCIANA VIDAL MOURA *Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

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O presente artigo é resultado do recorte de uma pesquisa desenvolvida no curso de Mestrado do Programade Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade da UNEB e está vinculada ao Projeto de PesquisaMemória da Educação na Bahia-PROMEBA. Insere-se no bojo de estudos que buscam ampliar o estado daarte sobre relações raciais e educação. Objetiva tensionar a relação entre a escola e a reprodução dasdesigualdades raciais e sociais. Acreditamos que sociedade brasileira tem vivido um momento históricosingular nas discussões em torno do racismo, preconceito e discriminação racial, principalmente por ter sidoinstigada a buscar rever e superar o quadro de desigualdade racial construído historicamente e pelocrescimento da consciência pública sobre a situação social de negros/as e das desigualdades raciais noBrasil. Entretanto, esse reconhecimento oficial, não impede que as estatísticas continuem a balizar umquadro ainda assustador: os pretos e pardos, embora maioria da população brasileira, continuam sendominoria quanto à participação efetiva dentro de nossa sociedade, excluídos e privados de gozar plenamentede sua cidadania. As premissas históricas e ideológicas que constituíram o pensamento racial brasileiroultrapassaram as barreiras do tempo e, ainda hoje, contribuem para manter a difícil situação da populaçãonegra, colocando, no seu cotidiano, vivências de circunstâncias como preconceito e descrédito, dificultandosua inclusão social. Tais representações, fundadas em conceitos e estereótipos negativos, fazem-nosconstruir “distorções cognitivas” gerando preconceito e discriminação quanto à população negra,sustentando as práticas racistas e contribuindo, assim, para justificar e validar a condição subalterna damesma dentro da sociedade. No que se refere à educação o componente racial ainda constitui uma dasvariáveis elencadas para compreender os fatores propulsores das diferenças educacionais entre negros ebrancos e de como a escola atua na reprodução da desigualdade racial e social. Diante desse contexto oestudo buscou identificar os mecanismos de (re)produção da desigualdades racial e social no interior deuma escola pública do interior da Bahia. Constituiu-se num estudo de caso etnográfico e teve como sujeitosda pesquisa 67 alunos e 10 professores das séries finais do ensino fundamental. Alguns discursos docentesrevelaram a reprodução da ideologia racista que, por práticas de preconceito, discriminação racial e, aodesconsiderar o papel dos/as alunos/as como sujeitos sociais, seu universo sócio-cultural contribuigrandemente para a conservação das desigualdades sociais, podendo coibir a ação da escola na produçãode novas relações sociais.

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RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO AMBIENTE ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DE UMAESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA/BA.

ALINE OLIVEIRA RAMOS *UESB

[email protected]

RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO AMBIENTE ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA ESCOLAPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA/BA.

Aline Oliveira Ramos.E-mail: [email protected] Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB.

Esta pesquisa buscou analisar como os alunos e professores do Ensino Fundamental I de uma escolapública, localizada no Município de Itapetinga/BA, lidam com as diferenças étnico-raciais e o racismo noambiente escolar. Constituíram-se objetivos dessa pesquisa: Compreender como os alunos e professoresdo Ensino Fundamental I de uma escola pública, localizada no Município de Itapetinga/BA, lidam com asdiferenças étnico-raciais e o racismo no ambiente escolar; refletir sobre a necessidade de uma educaçãopluricultural que combata as práticas racistas e discriminatórias que recaem sobre as crianças negras eafro-descendentes. Utilizou-se, nesse trabalho, a abordagem de pesquisa etnográfica com os seguintesinstrumentos para coleta a análise de dados: observações, conversas informais, questionários eentrevistas. Ademais, constituíram como sujeitos desta pesquisa: professores e alunos. Esta pesquisarevelou que os professores pesquisados não se encontram preparados para lidar com as situações deracismo e de discriminação no contexto escolar e que suas posturas de intervenção (diante dessassituações) se apresentam insuficientes uma vez, que, em sua grande maioria, essas posturas, buscam,simplesmente, “suavizar o problema”, com intervenções bem pontuais e ineficazes, no sentido do combateàs situações de racismo e discriminação racial no contexto escolar. Combater o racismo, trabalhar pelo fimda desigualdade social e racial, empreender reeducação das relações étnico-raciais, não são tarefasexclusivas da escola. As formas de discriminação de qualquer natureza, não têm o seu nascedouro naescola, porém o racismo, as desigualdades e as discriminações correntes na sociedade perpassam por ali.O que se observa é a reprodução de preconceitos, naturalização de práticas racistas, discriminações eexclusões racial e social, bem como a sua legitimação através da ação, ou omissão, docente no ambienteescolar. No entanto, esta omissão está atrelada à institucionalização do racismo na nossa sociedade, e se,o debate das questões étnico-raciais não for assumido no âmbito educacional de Itapetinga continuaremosa reproduzir uma sociedade onde o negro ocupa as periferias geográficas e sociais.

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UMA NAÇÃO DE MULHERES: O PAPEL DO GÊNERO FEMININO NA RECONFIGURAÇÃOEDUCACIONAL GUARANI APÓS A GUERRA CONTRA O PARAGUAI

PAULO TARSO MASCARENHAS PEDREIRA*Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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JOSÉ RUBENS MASCARENHAS DE ALMEIDAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este trabalho, fruto de pesquisa da disciplina Trabalho Monográfico Orientado, aborda a imprescindívelparticipação do gênero feminino no processo de reconstrução educacional do Paraguai pós-guerra,aniquilado pela Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), auspiciada pela Inglaterra. Uma nação demulheres, a maioria em condições subumanas, após o genocídio da população masculina, se incumbiu deum projeto educacional do Estado liberal instituído no pós-guerra, fomentado pela elite dirigente paraguaia. Asociedade paraguaia, ao fim do conflito, foi coagida a conceber as premissas européias do liberalismo, emdetrimento da tradição cultural guarani. Nesse processo, a nação, eminentemente feminina, foi alvo de umacampanha que aquilatava o acesso à educação e sob uma imagem ideal da mulher: instruída e convertidaem mãe e esposa exemplares. Tal modelo feminino passou a pautar um padrão educacional exigido peloprocesso de regeneración política e econômica do país: a mulher guarani deveria ser um modelo demoralidade (burguesa) e contribuir na revitalização econômica do país na esfera do liberalismo sob o jugo dogrande capital inglês.

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“ROMPENDO O SILÊNCIO”: VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MENINAS NO ESPAÇO DOMÉSTICO

JOÃO DIOGENES FERREIRA SANTOS *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre o universo da violência noespaço doméstico. São crianças e adolescentes do sexo masculino e feminino que enfrentam em seuscotidianos o abuso sexual. Trata-se de violência ocorrida no interior dos relacionamentos intrafamiliar eextrafimiliares, podendo ser incestuosa, quando o violentador é integrante da família; e não incestuosa,quando as pessoas são conhecidas das crianças e adolescentes comentem o abuso sexual. Essa realidadetrágica é decifrada por meio dos diálogos teóricos clássicos e contemporâneos, que possibilitam entenderesse universo, em que a cultura política brasileira, marcada por traços autoritário, personalismo,paternalismo e práticas adultocentrica , enseja um circulo vicioso de violência. Buscou-se também dados doConselho Tutelar da cidade de Vitória da Conquista e instituições que atendem as vítimas dessa violência eentrevistas com as crianças e adolescentes. O abuso sexual pode ser encarado como prática perversa quereproduz relações de mandonismo e autoritarismo, forjando uma violência em que os adultos alocamrelações hierárquicas de dominação, alicerçada pela desigualdade social e econômica.

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Trabalho, saberes e formação docente

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A CONSTRUÇÃO DA PROFISSIONALIDADE DOCENTE POLIVALENTE: UMA ANÁLISEHISTÓRICA

SHIRLEIDE PEREIRA DA SILVA CRUZ*Universidade Federal da Pernambuco

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Analisamos elementos históricos que foram se tornando atributos socialmente partilhados, conforme aanálise de Roldão (2005), para a definição de uma profissionalidade do docente dos anos iniciais do ensinofundamental nas ações de algumas políticas de formação docente. Demarcamos no campo legal e curriculara implementação da Lei Orgânica do Ensino Normal em 1946 e os primeiros anos de criação do curso dePedagogia. A análise nos permitiu identificar que as políticas curriculares para a formação docentepropostas nesse período é marcada pela tensão entre modelos de formação docente. É marcada tambémpela problemática das hierarquizações dentro de uma mesma função social não deixando claras asespecificidades do exercício do docente que exerce a polivalência nos anos iniciais do ensino fundamental.

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A ESCOLA NORMAL E SEUS TRABALHADORES DOCENTES

LIÉTE OLIVEIRA ACCÁCIO *Universidade Estadual do Norte Fluminense

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A ESCOLA NORMAL E SEUS TRABALHADORES DOCENTESLiéte Oliveira Accácio (UENF)O artigo apresenta aspectos históricos da profissionalização docente no Rio de Janeiro, capital brasileira,no período final da década de 1920, observando as condições concretas do trabalho docente, asestratégias de seleção e lugares de exercício do magistério, assim como seu controle. A categoria trabalhodocente compreende os sujeitos em suas complexas dimensões, experiências e identidades, assim como ascondições para a realização das atividades no ambiente escolar. Nesse período desenvolvem-se reformasda educação, capitaneadas por educadores escolanovistas como Fernando de Azevedo, Diretor deInstrução do Rio de Janeiro, que afirma caber ao Estado o encargo da educação e promove umaintervenção política de expansão educacional, mas, por outro lado, extingue cargos do magistério entre osquais os dos docentes da Escola Normal. Alteram-se os mecanismos de seleção e de controle dessestrabalhadores colocando maiores exigências aos profissionais docentes para exercer seu ofício na EscolaNormal do Rio de Janeiro. Em sua análise do campo científico Pierre Bourdieu (1983) refere-se aosdispositivos de luta e dominação que permeiam os conflitos de poder, afirmando que as reivindicações delegitimidade tiram sua legitimidade da força relativa dos grupos cujos interesses elas exprimem. O momentotratado neste artigo caracteriza-se por convulsões sociais, grupos em disputa política de poder e controle,no período histórico que antecede a revolução de 1930 no Brasil. Os órgãos públicos de controleeducacional buscam organizar o campo da educação e a profissão docente e, dentro desse papelcontrolador, o Estado estabelece procedimentos de recrutamento e seleção de docentes, como forma decolocá-los a serviço de sua ideologia. Entretanto, a convivência com dificuldades na organizaçãoinstitucional do magistério e na construção da autonomia profissional são fatores da já antiga precarizaçãodo trabalho docente. Utilizam-se fontes primárias em forma de documentos oficiais, alguns obtidos no acervoda instituição docente pesquisada, como ofícios de dirigentes estaduais e municipais, legislação, livros deregistros de títulos de nomeação e dispensa de funcionários e empregados da Escola Normal, jornais deampla circulação que publicam a burocracia oficial.

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A EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E AS CONDIÇÕES DETRABALHO DOCENTE NA REDE DE ENSINO ESTADUAL EM UBERLÂNDIA – MG (A PARTIR DA

DÉCADA DE 1990)

ELIZETH REZENDE MARTINS *UFU- Universidade Federal de Uberlândia

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FABIANE SANTANA PREVITALIUniversidade Federal de Uberlândia

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O objetivo deste trabalho é discutir os impactos das reformas educacionais sobre o trabalho docente a partirda década de 1990, no contexto da expansão do ensino superior no Brasil. Discute-se proposta deexpansão do Ensino Superior brasileiro, com enfoque na qualidade da formação de professores para aEducação Básica, buscando entender as modificações no processo de trabalho docente a partir dascondições sociais e das atividades dos professores da rede pública estadual no município de Uberlândia –MG, após a década de 1990, considerando-se as principais modificações no processo de trabalho docentea partir da análise da organização do trabalho, bem como determinantes sociais e educacionais.Ametodologia implica em revisão da literatura pertinente ao tema.Os dados são ainda preliminares , pois a pesquisa está em andamento.

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A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNICENTRO E ASUA ATUAÇÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE GUARAPUAVA

CLARICE SCHNEIDER LINHARES *Universidade Estadual do Centro Oeste

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A partir da análise dos dados obtidos através de entrevistas com pedagogos que atuam nas escolasestaduais de Guarapuava, verificou-se que a implantação das novas Diretrizes Curriculares do Curso dePedagogia homologada em abril de 2006, orientou a formação do pedagogo em Docência e Gestão Escolar.Esta implantação realizada de forma de forma gradativa, ainda parcial, pode ser constatada nasescolas/colégios em que realizamos atividades do estágio curricular com os acadêmicos na disciplina deEstágio Supervisionado em Gestão em Instituições Escolares e Não Escolares. Também permitiu que seanalisasse a nova divisão do trabalho pedagógico, em que os profissionais da educação, professores epedagogos, assumiram todo o processo educativo, tendo em vista que o Estado do Paraná, através daSecretaria de Estado da Educação, adotou a partir de 2004/2005-a figura do professor pedagogo – emsubstituição ao modelo anterior, o especialista da educação, cujo princípio baseava-se na divisão dotrabalho em pensar e fazer. Com isto analisou-se a relação entre o campo de formação, ou seja, efetuadapelo Curso de Pedagogia da UNICENTRO, e o campo de atuação, representados pelas escolas estaduaisde educação básica e com a Equipe Pedagógica do Núcleo Regional, o qual coordena o trabalho doProfessor/Pedagogo junto às escolas e colégios estaduais. Vários teóricos ainda discutem esta formação,entre eles, ABRANTES (1984), APARÍCIO (1972), AZEVEDO (2004), BENCOSTA (2005), CATANI (1995),CHAUÍ (2001), FRIGOTTO (1998), GARCIA (1999), KUENZER (1998), LOMBARDI (2005), MAIA (2000),MANACORDA (1990), MÉSZÁROS (2005), MURAMOTO (1991), NEVES OLIVEIRA (2004), SAVIANI:FERRETI (1994) , SAVIANI (1991), SILVA, C.S.B. (2003), SILVA, J. (1996).

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A PESQUISA COMO EIXO DE FORMAÇÃO DOCENTE: PERSPECTIVAS E DESAFIOS DOESTÁGIO NA CONSTRUÇÃO DOS SABERES PROFISSIONAIS

LUCIENE BATISTA BARROS *UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

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IVAN LUCAS ALVES OLIVEIRAUNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

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LARISSA MONIQUE DE SOUZA ALMEIDAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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SOCORRO APARECIDA CABRAL PEREIRAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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THIANA DO EIRADO SENA DE SOUZAUNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

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Este trabalho apresenta algumas considerações relevantes sobre o papel da pesquisa e da reflexão naformação docente e sua importância para a atuação do futuro professor, trazendo algumas observaçõesrealizadas numa escola municipal de Jequié-Ba. Por meio da pesquisa etnográfica e bibliográfica,ressaltamos alguns dos pontos importantes da formação docente. Os resultados obtidos com esse trabalhoapontam a necessidade de se tornar cada vez mais constante o contato do futuro professor e a escola.

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A RELAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO DOCENTE E AS CONCEPÇÕES DE LETRAMENTO EALFABETIZAÇÃO: UMA PESQUISA FEITA COM ALUNOS DE LETRAS E DE PEDAGOGIA

HELDER SANTOS ROCHA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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A alfabetização de um indivíduo deve se constituir dentro de uma prática letrada, em que a imersão, desse,no mundo da leitura e da escrita, faça sentido lhe concedendo a oportunidade de participar da sociedadenão somente como mero espectador, mas também como ser atuante. Por isso, o profissional responsávelpor alfabetizar, deve, além de compreender a especificidade das concepções de alfabetização e deletramento como faces complementares de um grande processo, ter um conhecimento linguístico necessáriopara orientar um já falante, no uso e reconhecimento das peculiaridades de sua língua materna. É, nestesentido, que este trabalho intentará demonstrar que há uma lacuna no processo de formação docente, destealfabetizador, com relação aos estudos da linguagem, ainda a ser preenchida. Para isto, far-se-á uso, aqui,dos estudos sobre o letramento, à exemplo de Soares (2004) e Kleiman (1995; 2008), para referendar estanecessidade da formação docente deste profissional.

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A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E TRABALHO SOB A ÓTICA DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO

ROSANA MENDES MACIEL *Universidade Federal de Uberlândia

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FABIANE SANTANA PREVITALIUniversidade Federal de Uberlândia

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O presente artigo possui como temática central o estudo sobre educação e trabalho vistos sob a ótica domaterialismo histórico - dialético. O bjetivo da pesquisa consiste em analisar o método do materialismo-histórico- dialético contextualizado com as reformas educacionais dos anos 1990.Na produção doconhecimento científico é imprescindível utilizar métodos e técnicas eficazes para se conquistar os objetivosda pesquisa. A pesquisa científica é importante em todas as áreas do conhecimento e, consequentemente,a sua aplicação e/ou reflexão diante da busca da verdade como processo e essa procura caracteriza-secomo a finalidade da própria pesquisa científica. O materialismo histórico dialético é o pensamento críticoque se propõe compreender a “coisa em si” e sistematicamente se questiona como é possível chegar àcompreensão da realidade. (MARX, 1977). Fica claro que Existem muitas pesquisas recentes sobrepolíticas educacionais e reformas de ensino, que discutem as implicações da globalização econômica e dahegemonia política do neoliberalismo sobre a educação brasileira. Novos mecanismos de regulação egestão têm sido efetivamente implantados pelas reformas das últimas décadas do século XX no Brasil, oque gerou um crescente processo de precarização do trabalho docente. O aumento dos contratostemporários nas redes públicas de ensino, o arrocho salarial, o respeito a um piso salarial nacional, ainadequação ou mesmo ausência, em alguns casos, de planos de cargos e salários, a perda de garantiastrabalhistas e previdenciárias vindas dos processos de reforma do Aparelho Estatal têm tornado cada vezmais agudo o quadro de instabilidade e precariedade do emprego no magistério público.Faz-se necessário arealização de novos estudos para aprofundar na temática do trabalho no contexto neoliberal e sua relaçãocom o trabalho docente.

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ANÍSIO TEIXEIRA:DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA PÚBLICA DE QUALIDADE

JOSÉ AGUIAR NOBRE *Pontifícia Universidade Católica de Campinas

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SAMUEL MENDONÇAPontifícia Universidade Católica de Campinas

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Discussões em torno da qualidade da educação pública fazem parte das prioridades de políticas públicasnas esferas municipais, estaduais e federais. O que se tenciona analisar nesta pesquisa é algo queantecede e que talvez seja o elemento de qualificação da educação pública, ou seja, a concepção dehomem o agente desta educação. Em outros termos, pretende-se investigar elementos antropológicos,buscando compreender quem é o ‘público’ da educação pública de qualidade. O referencial teórico adotadoneste exame será Anísio Teixeira e seus diversos escritos sobre a escola e a democracia. Para estaanálise, considerando o referencial teórico, esquadrinhar-se-á o conceito de democracia que tem JohnDewey como interlocutor. Então, do ponto de vista metodológico, o trabalho será feito a partir de revisãobibliográfica, dissecando textos de Anísio Teixeira e de John Dewey, buscando elucidar o conceito dedemocracia e oferecendo ocasião para a qualificação da educação pública. O problema da pesquisaconsiste, do ponto de vista formal, na pergunta: quem é o homem da educação pública de qualidadepensada por Anísio Teixeira e qual o papel do educador no desenvolvimento das potências deste homem naconstrução de uma concepção de educação que aponta para a emancipação do sujeito? A exemplo deAnísio Teixeira buscar-se-á visualizar possíveis estratégias para a contínua qualificação da educação e porque não dizer da cidadania a fim de se conseguir efetivamente uma educação pública de qualidade no Brasil.Os resultados esperados consistem na hipótese da construção de um perfil de educador condizente com atarefa de promover a emancipação do homem; afinal, é a educação o ethos possível para o fomento dasdemocracias.

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ARQUITETURA DE CORPOS E MENTES: A FORMAÇÃO DA PROFESSORA PRIMÁRIA ATRAVÉSDA ESCOLA NORMAL DA BAHIA (1873-1895)

DÉBORA MAGALI MIRANDA VIEIRA*UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

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A formação de professores (as) teve o seu início no Brasil, no século XIX, no âmbito das Escolas Normais –escolas destinadas a formar profissionais de educação para atuar nas classes elementares. A primeiraEscola Normal, datada de 1835, é criada na província do Rio de Janeiro, assim como a Bahia, a segundaprovíncia a criar sua Escola Normal, o faz em 1836. Porém, a primeira, não logra êxito sendo suprimida em1849, e neste processo de criação e extinção das escolas normais, a província baiana se mostra pioneiraem termos manutenção desta instituição. Neste movimento, o curso para formação de professores (as)sofreu várias alterações, sendo inclusive, paulatinamente, transformado de um ensino de participaçãoabsolutamente masculina, no inicio de sua implantação, para um processo de feminização. Ao considerar osdiscursos que caracterizavam o magistério a partir de qualidades tidas como femininas, a análise aquidesenvolvida possui como norte, a investigação sobre as normas e os valores morais que orientaram aformação das mulheres baianas para o magistério, a partir da segunda metade do século XIX– fase em quea presença da mulher vai se firmando nesta formação escolar/profissional. Este trabalho tomou como pontode apoio o período de 1873 a 1895 por apresentar marcos significativos na história da formação deprofessores (as) da Bahia. Foi a partir deste recorte temporal, que se fez uma abordagem contextualizadado objeto a ser investigado, com o fim de entender as suas relações com o contexto social, político eeconômico. Trabalhamos este tema, no intuito de colaborar para o desenvolvimento da História dasMulheres que, ao longo do tempo encontrou-se silenciada, e que graças à ampliação dos horizontes daHistória da Educação nas últimas décadas, categorias como gênero passaram a fazer parte do terreno dahistoriografia. A metodologia é a pesquisa documental e bibliográfica. Assim, o conteúdo deste artigo foiproduzido a partir das fontes documentais (fontes primárias), compostas pelas Falas de Presidentes daProvíncia e, por Mensagens do Governador do Estado, Relatórios, Leis e Atos, junto às fontes secundárias,as quais favoreceram a análise da situação econômica, social política e ideológica, do período estudado.Ao nos reportarmos a essa época, percebemos que a formação escolar/profissional oferecida às mulheresfoi posta em relevo a partir da segunda metade do século XIX ao tempo em que a Bahia se lançava nasuperação dos limites de uma sociedade tradicional e economicamente rural. É nesse cenário que asidealizações morais vigentes são ressaltadas como meio de ordenar a sociedade. A escola passa a ter umafunção social fundamental no sentido de forjar valores aos indivíduos que nela se formavam, e nesseprocesso, aqueles e aquelas que seriam os preceptores das futuras gerações teriam que seguir normas decondutas previamente prescritas.

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AS DIRETRIZES DO CURSO DE PEDAGOGIA: APROXIMAÇÕES COM AS DIRETRIZESEDUCACIONAIS DE ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS

JOCEMARA TRICHES *UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA

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O presente trabalho objetivou investigar a presença de diretrizes oriundas de Organizações Multilaterais(OM) nas políticas de formação docente no Brasil, especialmente na definição das Diretrizes CurricularesNacionais para o Curso de Pedagogia (DCNP), efetivadas pela Resolução CNE/CP n. 1/2006. Tendo porbase e referencial o Materialismo Histórico Dialético entendo que a mudança empenhada no Curso dePedagogia faz parte de um conjunto maior de reformas do Estado, iniciadas na década de 1990, tendo emvista adaptações às novas demandas da sociedade capitalista neoliberal que exigem profissionaispolivalentes e flexíveis para o mercado e para a manutenção do controle da sociedade, ou seja, para que ahegemonia burguesa seja garantida. Nesse processo, a educação, a escola e os professores são vistoscomo elementos estratégicos, pois sobre eles são colocadas a origem e as soluções dos problemas sociaise econômicos. Para tanto, faz-se necessário reconvertê-los por intermédio de um conjunto de reformas naformação e profissionalização docente. Tais mudanças têm se consolidado mediante a consecução de umconsenso em torno de uma agenda comum na América Latina e Caribe, com papel ativo de OrganizaçõesMultilaterais e do Brasil. Portanto, para compreender a reforma atual do Curso de Pedagogia torna-senecessário compreendê-la com seus determinantes históricos. Nesse trabalho o recorte temporal vai de1996 a 2008 – duas datas marcantes envolvendo o Curso. A metodologia utilizada foi a análise documentalvoltada para a formação de professores oriunda das OM (38 documentos vinculados a UNESCO, OEI eOEA) e o cotejamento dos dados coligidos com os recolhidos nas DCNP, principalmente aqueles referentesà docência. Na documentação examinada foi possível verificar que o professor assume um lugarprivilegiado, constituindo-se como protagonista da reforma. Implicitamente este sujeito configura-se comoum superprofessor – multifuncional, polivalente, responsável, flexível, afeito às tecnologias, inclusivo,tolerante, aprendente ao longo da vida e, acima de tudo, sem crítica às determinações de sua própriacondição de professor. Contraditoriamente, ao assumir as características de superprofessor ele éconstituído como professor-instrumento, por meio do qual a reforma se realizaria. Foi possível confirmar quevários elementos das DCNP convergem com os propostos por OM, como: os conteúdos da formação; anoção de competência profissional; os campos de atuação; a configuração da gestão e da pesquisa e aênfase na prática, na aprendizagem, nos alunos, na educação para a tolerância e na avaliação. Essa junçãocorrobora para a constituição do alargamento do conceito de docência e gestão e restrição da formaçãoteórica e do tempo de formação que, por conseqüência, pode levar à desintelectualização dos professores eà desconfiguração do Curso de Pedagogia.

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AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E A APLICAÇÃODOS RECURSOS DO FUNDEF NO MUNICIPIO DE MONTES CLAROS-MG

LEONICE VIEIRA DE JESUS PAIXÃO*Universidade Estadual de Montes Claros

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Pressupõe-se que as políticas públicas adotadas pelo MEC a partir da LDBEN 9.394/96 têm proporcionadoaos estados e municípios uma maior autonomia. Este artigo é resultado de dissertação de mestrado pelaUNIUBE–MG, no período de 2006 a 2008, que buscou responder à seguinte problemática: Como foramdesenvolvidas as ações de Formação Continuada de Professores no âmbito da Secretaria Municipal deEducação de Montes Claros nos anos de 2002 a 2006, segundo os professores?. Os objetivosdesenvolvidos nessa pesquisa foram: conceitualizar formação Continuada de Professores; determinar o quee como foram desenvolvidas as ações de Formação Continuada de Professores no âmbito do município deMontes Claros, no período de 2002 a 2006; e confrontar essas concepções e essas ações com asconcepções e ações informadas nos relatórios municipais para o FUNDEF no período mencionado, tendoem vista verificar se os professores estão sendo atendidos em sua formação continuada conforme o“espírito da lei”, conforme seus interesses e conforme suas necessidades. A pesquisa focalizou a aplicaçãodos recursos do FUNDEF no município em estudo; recursos estes que são utilizados para a remuneraçãodos profissionais do magistério em efetivo exercício de suas atividades no ensino fundamental e tambémpara a manutenção, formação e desenvolvimento do ensino fundamental. Os resultados sugeriram que omunicípio, no período analisado, não utilizou o percentual destinado pelo FUNDEF para à formação edesenvolvimento do ensino, em ações formativas dos professores, sendo este utilizado em outras ações.

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ESTUDO DA MODERNIZAÇÃO DA MATEMÁTICA NO COLÉGIO BATISTA CONQUISTENSE

IRANI PAROLIN SANTANA *Universidade Federal da Bahia

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CLAUDINEI CAMARGO SANT ANAUniverdidade Estadual Sudoeste da Bahia

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O Movimento da Matemática Moderna teve como intenção aproximar a matemática ensinada na escolasecundária daquela produzida pelos pesquisadores da área, focando alguns tópicos da matemática. Essemovimento chegou a diversos países, difundindo-se também pelo Brasil; fato que levou professores dediferentes estados a se reunirem em busca de reflexões sobre o ensino dessa disciplina e motivou osurgimento de vários grupos de estudos que desenvolveram ações regionais. Esses grupos tornaram-sereferência local, colaborando significativamente para a apropriação das ideias da Matemática Moderna.Essa pesquisa tem como objetivo principal investigar como os processos de institucionalização,profissionalização e modernização chegaram ao interior do estado da Bahia e como os professores seapropriaram dos conteúdos sugeridos pelo movimento da matemática moderna. Para a realização destapesquisa, priorizamos localizar fontes documentais primárias: diários de classe, cadernos, atas e outrasfontes escritas ou orais relacionadas com educação escolar. A realização das primeiras leiturasinterdisciplinares e/ou transdisciplinares dos materiais rastreados geraram análises para posterior criaçãode informações e uma proposta de desdobramento que compreende as etapas históricas e contextuais daEducação Matemática da cidade de Vitória da Conquista. Esses documentos encontram-se no acervo doMuseu Pedagógico Casa Padre Palmeira da Universidade Estadual Sudoeste da Bahia (UESB). Com aanálise da história regional, espera-se conseguir esclarecimentos que possam contribuir para oencaminhamento das questões aqui levantadas, que envolvem os problemas de ensino da Matemática,favorecendo o entendimento de seu desenvolvimento e da instalação do ensino atual.

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS E DOS SIGNIFICADOS DOSPROFESSORES DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA SOBRE A PRÁTICA DOCENTE.

LUCINEA GOMES DE JESUS LUC*prefeitura municipal de vitoria da conquista

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O presente trabalho discute os sentidos e os significados dos professores de Ciências e Matemática emformação inicial e continuada. O texto apresenta na parte introdutória uma breve revisão bibliográfica quetraz importantes reflexões acerca das concepções e teorias sobre a formação de professores,considerando-a no contexto das políticas públicas atuais e sua simbiose com concepções conservadorasque norteiam as propostas curriculares dos cursos de graduação, pós-graduação e formação continuada.Destaca a influência dos estudos de Shon sobre essa temática que são difundidos na América Latina queno Brasil teve como precursor Antônio Nôvoa. Por sua vez esses estudos influenciaram na produçãocientífica brasileira a partir da década de 1980. A idéia de Shon traz a“reflexão na ação” que propõe umanova prática formativa – uma alternativa ao modelo predominante, no trinômio “teoria-aplicação-estágio”,que se baseia na concepção da racionalidade técnica positivista. Discute a Pedagógia Histórico-Críticaintroduzida no Brasil por Dermeval Saviani nos anos 1970. Com efeito, esta Pedagogia implica a clareza dosdeterminantes sociais de educação, e a compreensão do grau em que as contradições da sociedademarcam a educação.” (SAVIANI, 1997.108) ao passo que exige uma formação baseada no compromissopolítico e competência técnica para a mudança. Aliada a essa visão penetra no Brasil a Psicologia Histórico– Cultural, pertencente à Escola de Vigotski destacando os estudos de Leontiev sobre a Teoria da AtividadeHumana pertencente à corrente do materialismo histórico-dialético. Apresenta a pesquisa qualitativa comoproposta metodológica e como referencial teórico, explicita as categorias centrais de análise, a saber: oconceito de sentido e significado que nortearão esta pesquisa no contexto educacional marcado atualmentepelo repetência, evasão e recuperações paralelas que não sanam suas dificuldades, provenientes dasdeficiências do processo de ensino e aprendizagem de Ciências e de Matemática e das condições objetivasdadas é que colocamos a seguinte problemática: que sentidos e significados os professores constroemacerca de sua prática de trabalho, na medida em que estabelecem uma simbiose entre concepção deeducação e abordagem metodológica que embasa sua atuação em sala de aula? Optamos por essascategorias de análise por entender que essas nos dará condições de compreender melhor como está sedando a formação dos professores analisando os sentidos construídos e os significados que essesprofissionais vem dando a educação e a sua prática docente no contexto da precarização do trabalho e detodos os seus desdobramentos na aprendizagem de gerações de indivíduos que passam pela escolarização.

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FORMAÇÃO DO FORMADOR DE PROFESSORES: NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO

LILIANE CAMPOS MACHADO *Universidade Estadual de Montes Claros

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FORMAÇÃO DO FORMADOR DE PROFESSORES: NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO

Este trabalho resulta de uma pesquisa que se situa, no contexto da formação dos professores formadoresde professores, em cursos ofertados na modalidade de Educação a Distância, o curso escolhido comoespaço de investigação foi o de Pedagogia da UAB/Unimontes. Entendemos que a formação do professorpara a Educação a Distância apresenta-se como uma possibilidade de resposta aos anseios,questionamentos e inquietudes intelectuais oriundas da experiência de vida acadêmica e profissional. Évisto também como uma forma de dar continuidade ao processo, garantindo uma melhoria da qualidadesocial do ensino, e uma atitude pedagógica geradora de compromisso com a vida, em relação aeducadores/educandos, afeita às peculiaridades do contexto cultural e social da região onde se insere apesquisa. A pesquisa contempla os temas: formação, profissionalização, saberes, práticas docentes dosprofessores formadores de professores em cursos de Pedagogia a distância da Universidade Estadual deMontes Claros, o que nos possibilitou uma discussão sobre a formação de professores e das possíveistransformações socioculturais e pedagógicas nas práticas docentes e na atuação dos professoresformadores em curso ofertado na modalidade de EAD. Os autores que fundamentaram esse trabalho depesquisa foram: KENSKI, (1995), Becker e Marques (2002), Altet, (1994), Gatti (2002), Peters, (2004), eoutros. A metodologia utilizada privilegiou a abordagem qualitativa, o que nos fez optar pela análise deconteúdo categorial. Fizemos uma pesquisa bibliográfica. As entrevistas foram gradas, transcritas etextualizadas. Acreditamos que a qualificação do trabalho docente, na modalidade de EAD, só ocorrerá se oprofissional tiver consciência de que essa modalidade de ensino não é uma nova roupagem ao ensinopresencial, mas que deve primar constantemente pela busca do essencial para suprir as necessidadesdiárias do professor formador, que contempla a competência humana, técnica e política.

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O DESAFIO DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA MICRORREDE ENSINO-APRENDIZAGEM-FORMAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA COM O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE

INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID / UESB

MANOELA MATOS PEREIRA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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FABRÍCIA PEIXOTO DE SOUZAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este trabalho discute os desafios postos ao trabalho interdisciplinar no Projeto Institucional Microrrede deEnsino-aprendizagem-formação, integrante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência -PIBID, campus de Jequié, desenvolvido com o apoio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior – CAPES. A pesquisa realizada utilizou-se do estudo do tipo etnográfico, contandocom a observação da prática e com os registros realizados pelos alunos bolsistas nas suas incursões pelasescolas de ensino médio vinculadas ao referido Programa. As análises feitas indicam como principaisdesafios a uma prática interdisciplinar: a falta de um alinhamento teórico-metodológico sobre o trabalhointerdisciplinar no desenvolvimento da microrrede; a ausência de uma efetiva articulação entre ossubprojetos; a inexperiência dos sujeitos envolvidos com o trabalho escolar numa perspectivainterdisciplinar; o rompimento com a visão positivista de ciência.

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O DILEMA DA RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DAEDUCAÇÃO NO BRASIL: DA ESCOLA NORMAL AO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO.

LUCIANA CRISTINA SALVATTI COUTINHO *Unicamp

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Este texto insere-se na pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação da FE/Unicamp noGrupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR que buscacompreender, historicamente, a formação prática do pedagogo no Brasil. Constituindo-se, pois, em umestudo histórico, entende-se que, para compreender o curso de Pedagogia, é necessário identificar eanalisar as condições anteriores que permitiram sua criação e desenvolvimento. Além disso, entende-seque a formação prática é expressão do dilema entre teoria e prática que atravessa os cursos de formaçãodos profissionais da educação desde que estes foram instituídos. Coerente com estes pressupostos,parte-se da análise do dilema, ora exposto, das Escolas Normais que se efetivaram na década de 1890, atéos Institutos de Educação criados na década de 1930. A presente análise se pautou em fontes bibliográficasacerca das duas instituições em referência: Escolas Normais e Institutos de Educação. Percebeu-se que háuma relação dialética entre campo de atuação profissional e cursos de formação. A concepção tradicional,que predomina nas Escolas Normais, pautando a formação prática do professor no pressuposto da fielreprodução do trabalho pedagógico desenvolvido no campo de atuação profissional, não permite aosdocentes autonomia para organizarem e, consequentemente, direcionarem o processo educativo quandoinseridos na escola já que não possuem o domínio dos fundamentos que sustentam seu próprio trabalho.Contraditoriamente, é na concepção tradicional centrada nos conteúdos científicos que ignora-se acientificidade do trabalho pedagógico.A concepção escolanovista, dominante na década de 1930, por sua vez, mesmo avançando no sentido debuscar fornecer, no processo de formação, elementos teóricos que permitissem ao professor, no seutrabalho efetivo desenvolvido nas escolas, um certo domínio consciente do processo educativo, mostrou-seextremamente limitador ao estabelecer como objetivo principal da educação escolar a facilitação epromoção das experiências individuais dos educandos, o que promoverá, tão somente, a adaptação dosujeito ao meio no qual está inserido.Ambas as propostas, portando, não deram uma resposta ao dilema entre teoria e prática nos cursos deformação de professores que possibilitassem, aos futuros professores, a apropriação de instrumentosnecessários para que a educação assumisse um caráter de emancipação humana.

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OS DESAFIOS DA DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO: A PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE

GUSTAVO CUNHA DE ARAUJO GUSTAVO*Universidade Federal de Uberlandia

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Este estudo tem como finalidade analisar os desafios da profissão docente, tema este bastanteproblematizado na esfera educacional. Para tal, foi feita uma análise das pesquisas inseridas no bojo dahistória da educação brasileira, que abordam este tema, para que se pudesse produzir reflexões ecompreender questões acerca do propósito colocado neste trabalho, além de se somar as observaçõesrealizadas na atuação enquanto docente e dos estudos realizados por um grupo de pesquisa da Faculdadede Educação da Universidade Federal de Uberlândia. Neste sentido, esta investigação corrobora arelevância de pesquisas sobre a profissão-professor ao socializar e disseminar conhecimento sobre temasque envolvem a profissionalização docente e os desafios que permeiam essa profissão no âmbitoeducacional.

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TRABALHO INFANTIL: CATEGORIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NOS DIAS ATUAIS

POLLYANA ANDRADE SOUSA VIANA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA ELIZABETH SANTOS ALVESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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RESUMO

O presente trabalho consiste numa pesquisa de dissertação de mestrado em que busca abordar a questãodo trabalho infantil, verificando as causas de sua utilização no período da Revolução Industrial e que apóstrês séculos ainda continua sendo utilizada na sociedade contemporânea. Ao mesmo tempo verifica-se apresença de algumas ideologias de valorização legitimadas através da memória histórica entre as classespopulares como justificativa para a utilização deste tipo de trabalho.. O bairro Campinhos em Vitória daConquista apresenta esta realidade onde as crianças trabalham diariamente nas fábricas de farinha emdiferentes ocupações. As mudanças históricas a serem percebidas, são as novas formas de inserção dobraço infantil nos trabalhos atuais, a escolarização fragmentada, mesmo motivada pelos programas sociaiscomo PETI e Bolsa escola, as condições em que esses trabalhos se efetivam e a proteção legal, serãocategorias analisadas nesta pesquisa que após três séculos e apesar do desenvolvimento científico e dacrescente mobilização da sociedade, a exploração da criança ainda é um fato existente. Para odesenvolvimento deste trabalho num primeiro momento será realizada a observação nas fábricas de farinha,com intuito de perceber os aspectos que não serão encontrados nas entrevistas como comportamentos eopiniões; em seguida será utilizado formulário de pesquisa elaborado de acordo com os objetivos dapesquisa, na perspectiva de ser um instrumento direto, objetivo, prático e, principalmente, de fácilassimilação e compreensão, visando identificar as causas do ingresso das crianças no mercado detrabalho, caracterizar os trabalhadores, e descrever as atividades realizadas pelos mesmos. O trabalho nainfância em vez de ser o instrumento de capacitação que a sociedade lhe atribui, acaba tornando uma formade aprofundamento e reprodução da desigualdade social. Toda a proibição e evidência das conseqüênciasnefastas do trabalho precoce não têm sido suficientes para fazer estancar o crescimento dos índices dasnovas vítimas flagradas no trabalho doméstico, na agricultura, nas atividades terceirizadas e domiciliares.

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TRABALHO, EDUCAÇÃO E MEIO RURAL: UM ESTUDO SOBRE O SETOR AGROINDUSTRIALSUCROALCOOLEIRO NO BRASIL

FABIANE SANTANA PREVITALI *Universidade Federal de Uberlândia

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CÍLSON CÉSAR FAGIANIUniversidade Federal de Uberlândia

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O artigo visa problematizar a relação entre mudança tecnológica, trabalho e educação no bojo do processode reestruturação produtiva no complexo agroindustrial sucroalcooleiro e suas implicações sobre a classetrabalhadora na região do Triângulo Mineiro/Brasil a partir da década de 2000 envolvendo assalariadosurbanos e rurais no que se refere ao controle da força de trabalho, demandas de qualificação profissional,organização e representação política dos trabalhadores. Resultados preliminares da pesquisa demonstramintenso processo de realocação geográfica de empresas localizadas em outras regiões do país, entre elas ointerior do estado de São Paulo e do nordeste, para a região do Triangulo Mineiro, em função da qualidadede suas terras, incentivos governamentais e oferta de força de trabalho, encontrando um movimento sindicalainda pouco organizado em suas práticas de resistência.

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TRABALHO, IDEOLOGIA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

ERALDO LEME BATISTA *Faculdade de Educação Unicamp

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Neste texto, analisaremos o debate em torno da educação profissional no Brasil, tendo como recortehistórico as décadas de 1930 e 1940, onde privilegiaremos na análise a defesa da educação profissionalrealizada pelos industriais neste período. Entendemos que os industriais brasileiros, defendiam a criação decentros de educação profissional, como estratégias para capacitar os trabalhadores e aumentar aprodução, mas fundamentalmente como mecanismo para “educar”, “disciplinar” e “controlar” a força detrabalho, além de reestruturar o interior do espaço fabril, buscando com isso, conter a organização e quebrara autonomia das organizações dos trabalhadores. Os industriais ligados ao IDORT (Instituto de OrganizaçãoRacional do Trabalho), tinham claro um projeto de educação profissional para o país, que possibilitasse aformação de um “novo” operário, “dócil”, “educado”, “saudável” e que fosse acima de tudo “produtivo”. Aoanalisarmos os documentos do IDORT, percebemos as evidencias sobre a posição dos industriais com aformação de uma nova classe trabalhadora, a educação profissional para a formação de trabalhadores“brasileiros” para a indústria em ascensão. Pretendemos também demonstrar que neste período histórico, odebate em torno de outro país, industrial, desenvolvido, estava também ligada com a política de construçãodo consenso, da harmonia social e para tanto, necessitava de aceitação das teses industriais, para tanto,seria necessário, substituir os trabalhadores estrangeiros, por trabalhadores brasileiros, pois esses nãotinham idéias “estranhas”. “complicadas” Neste período, estava em curso, a política de “banir” do chão dafábrica e do país (extradição, deportação) as lideranças políticas e sindicais, de origem européia.Entendemos que estava claro o projeto da burguesia industrial, que buscava a construção hegemônica deseu pensamento e viabilizar o projeto nacional desenvolvimentista, buscando enfraquecer setores daeconomia agrário-exportador, bem como enfraquecer os trabalhadores, cooptando, fragmentando eperseguindo lideranças sindicais, com apoio do Estado, principalmente no período do Estado Novo.

Palavras-chave: Educação Profissional, Ideologia, Projeto Nacional Desenvolvimentista

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UERJ, DE PROFESSOR À DOCENTE: MOVIMENTO, LUTAS E ASSOCIATIVISMO.

CARLOS EDUARDO MARTINS DA SILVA*UNIRIO

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Nesse trabalho, pretendemos problematizar a experiência constitutiva dos docentes da Universidade doEstado do Rio de Janeiro enquanto categoria sócio-histórica, colaborando para a compreensão daconstrução da identidade dessa categoria social nos quadros da universidade entre as décadas de 1970 e1980. Pretendemos investigar a relação entre o processo de construção da entidade representativa dosdocentes com a própria constituição identitária da categoria docente da UERJ, no período final da décadade 1970, fim da ditadura militar e início da década de 1980, período de redemocratização da sociedade.Portanto, entre o período das primeiras reuniões clandestinas (1977) até a consolidação da Asduerj comoentidade representativa (1985). Entrelaçamos as fundamentais contribuições do historiador inglês E. P.Thompson, as reflexões de Hobsbawm e F. Dosse e o trabalho sobre a origem e gênese da UERJ realizadopor Deise Mancebo (1996), bem como com os depoimentos dos entrevistados/pesquisados. Buscamospontuar em nosso trabalho um movimento permanente entre empiria e teoria na produção do conhecimentohistórico.Assim, encontramos na história oral um caminho fértil no campo historiográfico, que a partir da escola dosAnnales, com a introdução de novos objetos, abordagens e problemas, ressignificando-os, propôs aemergência de fontes alternativas ao documento escrito com a revalorização do depoimento oral e dasimagens. O testemunho oral é o núcleo da investigação, a ligação com a história dos movimentos sociais, ea subversão da relação entre sujeito e objeto, pois, o entrevistado/ pesquisado é sujeito, protagonista doprocesso histórico investigado e não, meramente, objeto da pesquisa.Buscamos um conceito de história que promova uma ruptura com a dimensão linear e cronológica ecaminhamos no sentido do tempo do agora, um tempo múltiplo, em que o olhar para o passado constituauma oportunidade de experiência do historiador com esse passado, possibilitando o conhecimento dopresente e construções de projetos futuros. Com a pesquisa e seus movimentos, podemos trazer algumasconclusões provisórias, mas que nos apontam perspectivas e possibilidades de lançar novas propostasinvestigativas.Nesse sentido, Fazer-se docente, desejosos por construírem uma universidade, marcada pelaautonomia, democracia e associação entre ensino, pesquisa e extensão, e não mais, “simples professores-horistas”, contrapondo-se ao projeto da velha UERJ que valorizava, basicamente, o ensino, com umaestrutura de poder centralizada e nesse processo de se constituirem docentes, na experiência e na açãocoletiva, um processo ativo que se deve tanto à ação humana como aos seus condicionamentos sociais,constroem-se e reconstroem-se em movimento e nesse movimento é consolidada a Asduerj. Portanto aexperiência docente em fazer-se categoria com uma identidade própria, especial e específica, no caso daUERJ, necessita, ainda, de um estudo.

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Historiografia, acervos e métodos

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EDUCAÇÃO, IMPRENSA E IDEOLOGIA: IDEAIS REPUBLICANOS, MÉTODO INTUITIVO ETRABALHO DOCENTE NA REVISTA “A ESCOLA” ( 1906-1910)

CLAUDIA MARIA PETCHAK ZANLORENZI *Univesidade Estadual do Centro - Oeste

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MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTOUniversidade Estadual de Ponta Grossa

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Tanto a imprensa periódica escrita especializada em temas educacionais, como a diária e popular, produzidamuitas vezes por leigos que não tem como proposta as metodologias e teorias educacionais, são fontesinigualáveis para a história da educação, dado que podemos encontrar na análise desses materiais osprojetos políticos, concepções, os problemas da época, com também proporciona um estudo acurado dascontradições presentes na sociedade. Direcionadas a um público alvo específico, ou melhor, visado, asrevistas educacionais tiveram uma história relevante na educação brasileira, pois produzidas porprofessores para professores, tinham como objetivo a materialidade da formação docente e oaperfeiçoamento do trabalho pedagógico em um determinado período. Este artigo tem por finalidadeapresentar uma pesquisa de doutoramento que está em desenvolvimento, a qual propõe investigar e discutiro papel desempenhado pela Revista “A Escola” no processo de disseminação dos ideais Republicanos, deimplantação do método intuitivo na educação paranaense e de promoção de mudanças no trabalho docente.A pesquisa terá como principal fonte histórica a revista “A Escola” publicada em Curitiba-PR, no período de1906 a 1910, por um grupo de intelectuais e professores da escola pública. Para o presente artigopriozaremos a seguinte discussão: as reflexões iniciais propostas para o projeto, uma brevecontextualização do período estudado e o delineamento da pesquisa.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: LEVANTAMENTO DE FONTES E PRODUÇÃO ACADEMICA NAREGIÃO OESTE DO PARANÁ

JOÃO CARLOS DA SILVA *Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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Este artigo é resultado das atividades do projeto de pesquisa Instituições escolares e memória histórica naregião Oeste do Paraná (1950-1980), financiado pelo Cnpq, junto ao grupo de pesquisa HISTEDBR - GTCascavel. Discute o levantamento de fontes e a produção acadêmica acerca da história da educação noOeste do Paraná. As pesquisas sobre instituições escolares vêm ganhando importância desde os anos de1990 e a cada dia vem se colocando como tema de pesquisa, atraindo um número significativo depesquisadores particularmente no âmbito da história da educação. Os esforços no desenvolvimento dapesquisa no campo da história das instituições somente terão sentido, na medida em que se coloquem comouma possibilidade de escrever uma história da educação brasileira, com pesquisas de qualidade ao levar emconta as especificidades regionais e locais, num movimento que articule elementos entre o geral e oparticular.

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O ACERVO DEOPS/SP: RESGATE HISTÓRICO ATRAVÉS DA PESQUISA DOCUMENTAL.

MILENE CRISTINA HEBLING *Universidade Federal de São Carlos

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Este texto busca possibilitar ao leitor o contato com um vasto acervo documental produzido peloDepartamento Estadual de Ordem Política e Social do estado de São Paulo – DEOPS/SP - e apresentar ocaminho percorrido durante uma pesquisa nesse acervo, realizada pela presente autora para seu Trabalhode Conclusão de Curso - TCC, intitulado “Análise Documental dos Arquivos do DEOPS/SP entre os anos de1968 a 1974 na busca por professores suspeitos de prática de crimes políticos”, no qual foram analisadosdocumentos, através do método histórico, produzidos pelo DEOPS relativos a onze professores quelecionavam em níveis primário e/ou secundário, segundo a nomenclatura utilizada na época, e que atuaramna luta contra a ditadura militar no Brasil. O recorte histórico foi feito segundo o seguinte critério: em 1968,com o AI-5, o regime ditatorial se fortalece e permanece assim durante todo o governo Médici, que seestende até 1974. Por isso, os documentos utilizados foram produzidos entre 1968 a 1974. Para a análise,foram utilizados documentos presentes nos seguintes dossiês 30-Z-160/ Pasta 61; 50-H-67/Pasta 02;50-Z-009/ Pasta 72; 50-Z-75 e os prontuários 56.011; 125.714; 145.507; 146.127; 146.420; 147.528, todosdo Acervo DEOPS/SP. Outros dossiês e prontuários foram consultados mas, devido aos critérios deseleção, não puderam ser utilizados. A partir desta pesquisa, foi possível dividir os documentos consultadosem três casos: professores que foram acusados de crime político devido à sua atuação em sala de aulae/ou escola; professores acusados de crime político devido à militância em organizações de esquerda eprofessores acusados de crime político sem que houvesse provas ou referências sobre qualespecificamente teria sido o crime. Para atender os objetivos aqui propostos, este texto compõe-se de trêspartes: em primeiro lugar, faz-se uma síntese sobre o DEOPS/SP, sua organização e funcionamento; logoapós, são apresentadas informações ao leitor quanto ao conteúdo e estrutura do acervo propriamente dito.Feito isso, há uma aproximação com a pesquisa realizada por esta autora, no sentido de indicar osprocedimentos adotados para levantar informações neste acervo e as conclusões a que se chegou a partirdisso. É inegável a importância do magnífico conjunto documental que constitui o acervo DEOPS/SP, poispropicia o acesso a novas informações sobre um período da história do Brasil. Além de informações novas,os estudos sobre este órgão permitem realizar levantamentos sobre o modo de organização e atuação deum órgão repressor do período militar, sobre os setores considerados tendencialmente mais perigosos e,consequentemente, mais investigados em cada época e sobre as relações entre o governo militar e asociedade. Assim, apesar da dificuldade existente em consultar um acervo dessa amplitude, faz-seextremamente necessário a realização de novas pesquisas para ampliar o conhecimento sobre o acervo, oDEOPS/SP e o regime militar brasileiro.

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Ensino de história da educação

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A DISCIPLINA HISTORIA DA EDUCAÇÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UNIMONTES:DÉCADAS DE 80 E 90.

FARLEY RODRIGUES DOS SANTOS JÚNIOR*Universidade de Santo Amaro

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ISLEI GONÇALVES RABELOUniversidade Estadual de Montes Claros

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ROSANGELA SILVEIRA RODRIGUESUniversidade Estadual de Montes Claros

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Este estudo consiste em resultado parcial de uma pesquisa cujo objetivo é identificar a presença ouausência da disciplina História da Educação dos cursos de licenciatura da UNIMONTES, Universidadesituada no Norte de Minas, cuja tradição de formar professores é presente desde a década de 60 até osdias atuais. A presente pesquisa é parte de uma pesquisa maior, vinculada ao grupo GHES cujo título é “AFORMAÇÃO DOCENTE NA TRADIÇÃO DA UNIMONTES (décadas de 60, 80 e 90); contraposiçõesepistemológicas do conteúdo da disciplina História da Educação mediante a historicidade formativa e ahistoricidade crítica. No que se refere à metodologia aqui adotada, encontra-se baseada nos princípios dainvestigação histórica e fundamentada na concepção histórico crítica. O estudo bibliográfico terá comoreferência resultados de pesquisa de autores como: SAFELICE, SCHAFF, SAVIANI, LOMBARDI, PEREIRA,NEVES, MANACORDA, GATTI, FÁVERO e outros. Encontra-se em fase de realização um levantamento dedados cujas fontes são os currículos dos cursos de licenciatura da UNIMONTES das décadas de 80 e 90;fontes estas que se localizam na secretaria geral da supracitada Universidade. A relevância social desteestudo consiste no fato de que tanto o resultado como o processo de realização do mesmo vem sendoespaço de inquietação e provocação entre os docentes e acadêmicos dos cursos de licenciatura no que serefere aos prejuízos que podem ser causados em decorrência da ausência da disciplina História daEducação no processo de formação de professores emancipados.

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A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NOS CURSOS DELICENCIATURA DA UNIMONTES: DÉCADAS DE 80 E 90

ISLEI GONÇALVES RABELO *Universidade Estadual de Montes Claros

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FARLEY RODRIGUES DOS SANTOS JÚNIORUniversidade de Santo Amaro

[email protected]

ROSANGELA SILVEIRA RODRIGUESUniversidade Estadual de Montes Claros

[email protected]

Este estudo constitui-se no resultado parcial de uma pesquisa em andamento e tem como intento identificarentre os cursos de licenciatura catalogados na Unimontes nas décadas de 80 e 90 que constam a disciplinade História da Educação, suas respectivas ementas, tendo em vista analisá-las a fim desvelar a concepçãode História da Educação nelas presente; concepções estas que serviram de alicerce para a formação deprofessores nesses cursos de licenciatura. A imputação de seriedade através da presença ou ausênciadesta disciplina pode indiciar, em parte, os espaços categóricos que são dados a certos interesses dotrabalho acadêmico, e consequentemente, o arquétipo de professor a ser formado. O teor das ementaspode envolver definições significantes para que se compreenda o lugar da História da Educação noprocesso de formação de professores tomado pela Unimontes nesse recorte temporal. Imperativo se fazperceber que a sociedade brasileira está inserida em um tempo de contradições, pois de um lado ela estáimersa em um acelerado ritmo de transformação, e de outro, encontra-se paralisada diante do conhecimentocomo regulação; daí o entendimento de que a disciplina de História da Educação, em que pese suarelevância pedagógica, parece conviver com um desafio: ser capaz de interferir na construção daconsciência e da ação educativa do professor através do conhecimento histórico, tendo em vista interferirnessa tessitura social de contradições. Por meio da presente investigação levantam-se dados queconsistem em resultados parciais da pesquisa: A formação docente na tradição da Unimontes (décadas de60, 80 e 90): contraposições epistemológicas do conteúdo da disciplina História da Educação mediante ahistoricidade formativa e a historicidade crítica; pesquisa esta, aprovada na câmara de pesquisa daUnimontes por meio da resolução nº. 161/2010. A metodologia adotada baseia-se nos princípios dainvestigação histórica e é solidificada por meio de uma pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisaempírico-documental que tem como fonte principal o projeto pedagógico dos cursos de licenciaturapropostos pela Unimontes nas décadas de 80 e 90, com apoio dos históricos dos alunos levantados naSecretaria geral da supracitada Instituição, também os programas das disciplinas e planos de ensino a fimde compor um quadro das ementas propostas para a disciplina História da Educação. Entende-se que arelevância da discussão ora apresentada pode permitir o inicio de um debate nos cursos de formação deprofessores uma vez que se percebe nessa direção, grande inquietação entre os docentes e acadêmicos;debate cuja intenção é problematizar as concepções de história da educação presentes nestas ementas.

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TENDÊNCIAS E POSSIBILIDADES DA HISTORICIDADE CRÍTICA E FORMATIVA NO ENSINO DAHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA UNIMONTES

ROSANGELA SILVEIRA RODRIGUES *Universidade Estadual de Montes Claros

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FARLEY RODRIGUES DOS SANTOS JÚNIORUniversidade de Santo Amaro

[email protected]

ISLEI GONÇALVES RABELOUniversidade Estadual de Montes Claros

[email protected]

Este estudo tem como objeto de estudo as tendências do ensino da disciplina História da Educação noscursos de formação de professores oferecidos pela Unimontes e tem como fonte o referencial bibliográficoadotado para ministrar o conteúdo da disciplina História da Educação nos cursos de licenciatura daUniversidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Minas Gerais, nas décadas de 80 e 90. Para tanto,encontra-se em processo um trabalho de análise que vislumbra entender se o referencial bibliográfico a sertrabalhado nos cursos em questão, proposto pelo projeto político pedagógico, apresenta indícios defundamentos em uma concepção de História da Educação baseado na historicidade formativa ou nahistoricidade crítica. Assim sendo, esse estudo consiste em resultado parcial de uma pesquisa emandamento aprovada na câmara de pesquisa da Unimontes por meio da resolução nº. 161/2010 (CEPEX): Aformação docente na tradição da Unimontes (décadas de 60, 80 e 90): contraposições epistemológicas doconteúdo da disciplina História da Educação mediante a historicidade formativa e a historicidade crítica. Ametodologia que norteia o estudo fundamenta-se nos princípios da investigação histórica com base naconcepção histórico-crítica. A fundamentação teórica se embasa em literatura que apresenta resultados depesquisas realizadas na área do ensino da História da Educação. As fontes coletadas e utilizadas são osprojetos políticos pedagógicos dos cursos alvo, bem como o referencial bibliográfico proposto nessesprojetos a partir do qual será trabalhada a disciplina História da Educação. Tal recorte se justifica no fato deque entende-se aqui que os conhecimentos presentes nos conteúdos das bibliografias adotadas nos cursosde formação de professor influenciam direta e/ou indiretamente no perfil do professor a ser formado.

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Historiografia e questões teórico-metodológicas da história daeducação

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A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS EM PORTUGAL NO SÉCULO XVI: CONSIDERAÇÕESSOBRE INÁCIO DE LOYOLA

ARIELE MAZOTI CRUBELATI*Universidade Estadual de Maringá

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CÉLIO JUVENAL COSTAUniversidade Estadual de Maringá

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GILMAR ALVES MONTAGNOLIUniversidade Estadual de Maringá

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O presente trabalho tem como objetivo analisar a presença dos padres jesuítas no reino português durante oséculo XVI, levando em conta a história de seu fundador, Inácio de Loyola. A discussão limita-se unicamenteao reino, não abordando questões pertinentes ao Império Português como um todo. Para sua realização,fez-se necessário a breve contextualização histórica de Portugal nesse período, analisando como o reinolusitano se encontrava a fim de compreender os motivos que levaram essa ordem religiosa a adentrar aopaís. Posteriormente, buscou-se compreender o surgimento da Societas Iesu a fim de entender seusobjetivos iniciais. Priorizou-se as informações relativas às características que deveriam obter os indivíduosque adentrassem a esta ordem religiosa, como perfil de pessoa que deveria ser formada. É de estudotambém o ensino jesuítico, pois, apesar de a educação não ter sido o principal objetivo da Ordem, ela veio ase tornar uma das principais e mais reconhecidas atividades exercidas por aqueles padres, e, assim,compreendidas como um exercício de suma importância.

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EDUCAÇÃO E TRABALHO: CONTRADIÇÕES NA HISTORICIDADE DA INSTITUIÇÃO DEFORMAÇÃO DE PROFESSORES BRASILEIRA.

RENATA LOPES DA SILVA *

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As constantes análises sobre as contradições do real e as inquietações proporcionadas nas discussõesrealizadas ao longo do Mestrado em Educação levaram-me a definição de um estudo que busca desvelar asinfluências na história da educação, na política educacional, no trabalho, na formação de professores e emespecial na materialidade histórica da escola normal brasileira, a partir das mudanças sociais mais amplas eno contexto das diferentes concepções de Estado. Realizar um estudo sobre as mudanças ocorridas nahistória e políticas voltadas para a formação de professores, no contexto da escola normal brasileira,apreender possíveis mediações entre imperialismo, educação, trabalho e a materialidade representada nosdocumentos e legislação que contemplam a historicidade da formação de professores, bem como aideologia e as contradições presentes. Torna-se necessário investigar e teorizar sobre a compreensão dodesenvolvimento da formação humana no seio do sistema capitalista, a educação organizada nasinstituições escolares para a formação de professores, bem como explicitar o papel e a estrutura do Estadono que diz respeito às políticas educacionais para a profissionalização de professores em nível médio.Assim, estabelecer nas contradições inerentes a este processo, a relação com a economia e a cultura paraque a crítica apresente-se consistente. Este texto tem em vista a necessidade de desenvolver trabalhosacadêmicos que tratem dessa problemática a partir de uma abordagem analítica e crítica para constituir-seem elementos norteadores ao desenvolvimento de propostas que contribuam para a transformação daeducação, de acordo com a concepção teórica e metodológica do Materialismo histórico e dialético para asuperação da manutenção de uma educação utilitarista visando apenas o mercado. Para tanto, a presenteproposta de estudo torna-se relevante ao campo de conhecimento da educação, ao passo que poderásuscitar discussões sobre a formação de professores nas escolas normais e verificar quais são asinfluências e determinações no plano social para a referida proposta de educação, levantando os avançosjá obtidos no Brasil, de modo que o campo político educacional possa ser amplamente enriquecido com osdesdobramentos da problemática apresentada.

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PIERRE VERGER E O PROJETO COLÚMBIA

EDNEI DA PURIFICAÇÃO SANTOS OTÁVIO*Universidade do Estado da Bahia

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O convênio de pesquisa firmado no início da década de 50 entre o Governo da Bahia, via Fundação para oDesenvolvimento da Ciência na Bahia (FDC-Ba), com a Universidade de Colúmbia, contou com a presençado "olhar peregrino" de Pierre Verger, com sete de suas fotografias ilustrando o trabalho de pesquisacontratado por Anísio Teixeira. O denominado Projeto Colúmbia previa o estudo de cidades em seis regiõesecológicas do Estado da Bahia, que eles denominaram como: Recôncavo, Nordeste, Chapada Diamantina,São Francisco do Conde, Oeste e o que ele chama de Florestas do Sul - pegando de Ilhéus e Itabuna atéVitória da conquista e do Extremo Sul todo.Essa missão propõe relatar como ocorreu a participação de Pierre Verger junto ao Projeto Colúmbia,através de uma pesquisa no acervo de fotógrafo, que fica na Fundação que leva seu nome, na Vila América.A hipótese que surgiu nas discussões das reuniões que seguiram sugere que Verger acompanhou efotografou as viagens do Projeto Colúmbia em 1950 e existiria no acervo cópia das fotos, como fotógrafo doestudo, nos municípios visitados pela UNESCO - Monte Santo e Euclides da Cunha; São Francisco doConde e a região das usinas em Santo Amaro da Purificação; e Rio de Contas e Livramento do Brumado,na Chapada Diamantina. Além de fazer o levantamento do material na Fundação Verger, sabendo se estematerial existe ou não, de modo a adquirir e, caso possível, disponibilizar na home Page doPROMEBA/PROCAD/REDEMEMO.

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História das políticas educacionais no Brasil

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A MATERIALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO RURAL, ELABORADAS PELOSGOVERNOS FEDERAIS E ESTADUAIS NO PERÍODO ENTRE 1947-1960, NA REGIÃO DE

GUARAPUAVA-PR

ADAIR ANGELO DALAROSA *Universidade Estadual do Centroeste do Parana

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ANGELA MARIA HIDALGO HIDALGOUniversidade Estadual do Centro-Oeste

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FERNANDA DE ARAGÃO MIKOLAICYKUniversidade Estadual do Centro-Oeste

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A pesquisa objetiva analisar como se materializam no município de Guarapuava-Pr, as políticas definidas noâmbito Federal e Estadual, para a educação rural, no período entre 1947-1960. As fontes de investigaçãoestão no acervo histórico da Unicentro, do Colégio Belém de Guarapuava, da Arquidiocese do Município edo Arquivo Público do Paraná, nos arquivos da Sede da Unesco e do INEP em Brasília. No período de1938-1946, foram criados no Estado do Paraná os cursos de formação de professores e proposta a criaçãoda Escola Normal Rural Feminina objetivando formar para o trabalho, proporcionando um mínimo deconhecimentos responsabilizando a educação pela redução do êxodo rural. No município de Guarapuava-Pr,foi criada uma Escola Normal Regional e escolas rurais. No entanto, não sabemos como se materializou naproposta pedagógica destas escolas as diferentes concepções da relação “trabalho e educação” para aformação dos alunos. Espera-se através desta pesquisa contribuir para a produção do conhecimentoacerca da educação do campo tal como se configura nos cursos ofertados atualmente. A UNICENTRO temofertado, a partir de Janeiro de 2010, o curso de Licenciatura em Educação do Campo em convênio com oMEC, assim como um curso de Especialização stricto sensu, em Educação do Campo, que teve início emMarço de 2010. No final de 2009 iniciou a execução de um projeto de extensão para a formação continuadade professores de escolas, que ofertam a segunda etapa do ensino fundamental e ensino médio, emassentamentos da região de Rio Bonito do Iguaçú-Pr, em convênio com a Secretaria Estadual de Ciência eTecnologia do Estado do Paraná. Todas estas iniciativas estão relacionadas à organização do grupo depesquisa intitulado “Políticas Públicas e Educação”, que apresenta, entre outras, uma linha de pesquisa em“Educação do Campo”, que vem desenvolvendo estudos teóricos na área desde 2007. Pretendemos comeste trabalho de pesquisa, paulatinamente, criar condições de análise das propostas na área da Educaçãodo campo a partir de uma perspectiva histórica.

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A ESCOLA NORMAL NA BAHIA E A EDUCAÇÃO FEMININA

GREISSY LEONCIO REIS LEMOS *Universidade Federal da Bahia

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Este artigo é resultado de uma pesquisa maior vinculada a um projeto de dissertação de mestrado, intitulado“O Gênero e a Docência: Uma análise de questões de gênero na formação dos (as) professores (as) doCurso Normal Médio do Instituto de Educação Euclides Dantas”, do Programa de Pós-Graduação emEstudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, da Universidade Federal da Bahia, que temcomo um de seus objetivos analisar os aspectos históricos do ensino normal, no contexto baiano, no iníciodo século XX, em especial, a Escola Normal de Vitória da Conquista. Assim, tentaremos elucidar o que aimplantação dessa escola representou para sociedade conquistense, haja vista, que estudos anterioresrelatam que a inauguração da Escola Normal de Vitória da Conquista se constituiu num ato emblemático,monumental, de muita simbologia e significado para a história dessa sociedade e para história da educaçãofeminina. Este artigo objetiva ainda, discutir a situação da mulher no magistério, a partir do momento em queela passou a ocupá-lo como atividade profissional, bem como, as mudanças que o ingresso femininoprovocou na configuração do curso normal médio na Bahia.

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A INFLUÊNCIA DO PCB NA CONSTRUÇÃO DO ENSINO PÚBLICO PRIMÁRIO DE BELÉM DOPARÁ DE 1945 A 1964

MARIA JOSÉ AVIZ ROSÁRIO *Universidade Federal do Pará

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Este texto tem a pretensão de discutir e analisar a construção do ensino público primário de Belém do Pará,a partir das relações existentes entre os poderes políticos instituídos e os movimentos sociais organizadosliderados pelo Partido Comunista do Brasil – PCB, no período entre 1945 e 1964. A análise toma por base,centralmente, a expansão de escolas e a institucionalização dos órgãos oficiais do ensino. As fontesusadas para construção do texto compõem-se de mensagens governamentais, dos relatórios produzidospelo poder político municipal e de depoimentos de comunistas históricos. Em sua conclusão, aponta-se queo PCB não mediu esforços para que o poder político instituído cumprisse com seu dever constitucional deoferta do ensino e que parte das demandas sociais educacionais asseguradas institucionalmente, foiarticulada pelos movimentos sociais organizados sob a liderança do partido; que os prefeitos se esforçarampara demonstrar empenho na aplicação das leis aprovadas que criavam novas escolas e permitiam aexpansão dos estabelecimentos de ensino, visando à garantia do atendimento ao ensino público primáriomunicipal, bem como dos órgãos responsáveis pela sua coordenação. Desse modo é possível afirmar que oPCB, de 1945-1964, de fato, exerceu um papel importante na história da construção do ensino públicoprimário de Belém do Pará. A movimentação se deu a partir de orientações nacionais e da produçãoarticulada, discutida e elaborada pelos comunistas paraenses, que se configurou em um projeto deeducação. Tal projeto foi discutido com a sociedade belenense e serviu de base a criação de escolas eórgãos oficiais de ensino municipal - Diretoria de Ensino, em 1949 e o Departamento de Ensino Municipal,em 1958.

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A POLÍTICA DE ORGANIZAÇÃO DA ESCOLARIDADE EM CICLOS COMO UMA POLÍTICA DEUNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: EM FOCO A DÉCADA DE 1980

ANALÉIA DOMINGUES *FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO

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OSMAR MARTINS DE SOUZAUniversidade Estadual de Maringá

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Este texto tem como propósito discutir o contexto histórico, político e social em que a política deorganização da escolaridade em ciclos é pensada e posta em prática como uma política de universalizaçãoda educação básica. Partimos do pressuposto de que as políticas educacionais, nada mais são do queexpressões dos embates travados no âmbito do reordenamento das relações sociais. Nesse sentido,recobrar o contexto político,econômico e social em que a organização da escolaridade em Ciclos éimplantada nos faz compreender que essa política é implementada na Educação Básica com vistas aatender as demandas sociais dos anos de 1980 que foram marcados pela travessia da ditadura militar àredemocratização e pelos confrontos da burguesia brasileira com a classe trabalhadora e os movimentossociais que se desenvolvem em seu interior. Dessa forma, pode-se dizer que a questão democrática nesseperíodo era a questão central nos debates e nas lutas sociais.

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A PRECEDÊNCIA POLÍTICA DA NOVA REPÚBLICA PARA A CONFORMAÇÃO POLÍTICO-SOCIALDAS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO NOS ANOS 90

ANTONIA ALMEIDA SILVA *Universidade Estadual de Feira de Santana

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O presente trabalho coloca-se em foco os movimentos operados pela classe dirigente no curso da transiçãopolítica brasileira, mais precisamente da Nova República, para recomposição do poder e viabilização dasreformas do Estado e da educação nos anos 90. A tese que mobiliza este ensaio é a de que a atitude de“agente interessado” na justiça social assumida pelo Estado naquele contexto foi fundamental parareagregar a classe hegemônica e garantir a continuidade do seu projeto de classe na década de 1990.Neste movimento, o estudo analisa os contornos adquiridos pelas políticas educacionais, posto que aconstrução de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos e em todos os níveis, que era umacaracterística dos anos 80, deixa de ter o mesmo ímpeto para dar lugar a formulações “menos políticas” emais instrumentais, com ênfase na qualidade, na eficiência e na equidade. A metodologia adotada, denatureza qualitativa, teve como aporte a análise documental e bibliográfica. As categorias de análise Estadoe hegemonia são introduzidas no texto a partir da abordagem de Gramsci. O estudo evidenciou que asmudanças operadas na década de 1990 não cabiam no governo da Nova República, mas os efeitosproduzidos por ela foram fundamentais para afirmar a crise do modo de intervenção do Estado e alavancar odesenvolvimento orientado ao mercado e a reforma fiscal como alternativas.

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A PROPOSTA EDUCACIONAL DA APEOESP: UMA PROPOSTA CONTRA-HEGEMÔNICA?

TATIANA SILVERIO KAPOR *Universidade Estadual de Campinas

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MARA REGINA MARTINS JACOMELIUniversidade Estadual de Campinas

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O texto, baseado no projeto de mestrado recentemente apresentado e aprovado ao Programa de PósGraduação da Faculdade de Educação da UNICAMP, no grupo HISTEDBR, refere-se a pesquisa ainda emfase inicial, visa a análise das propostas educacionais da APEOESP – Sindicato dos Professores do EnsinoOficial do Estado de São Paulo no período que compreende sua formação enquanto sindicato – 1978-79 -até 2010, analisando ainda as políticas educacionais em âmbito federal e estadual desde a década de 70 eo papel da APEOESP nesse contexto. A pesquisa busca ainda compreender de que modo o sindicato seposicionou como força contra-hegemônica em cada período e as transformações políticas que o sindicatosofreu no contexto atual.Para a realização da pesquisa, está sendo utilizada como fonte as atas e documentos do Sindicato dosProfessores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – APEOESP – suas resoluções congressuais,instância máxima de deliberação no sindicato, e as resoluções das Conferências Estadual de Educaçãoorganizada e realizada pelo Sindicato de três em três anos. Analisaremos ainda os documentos oficiaisfederal e estadual (S.P.) de referentes a educação divulgados no Portal Eletrônico do MEC e no Portal doEstado de São Paulo, alem de trabalhos já publicados referente a temática de Politica Educacional.Por se tratar de uma pesquisa recém-iniciada, ainda não foi possível averiguar os resultados, ficando asanálises restritas as leituras da bibliografia indicada e citada nas referências bibliográficas.

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A UNIVERSIDADE NA DÉCADA DE 1960 NA VISÃO DE ÁLVARO VIEIRA PINTO E UNIÃONACIONAL DOS ESTUDANTES ( UNE)

CRISLAINE DE CAMARGO TITSKI *Universidade Estadual do Centro Oeste

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MICHELLE FERNANDES LIMA MICHELLEUniversidade Estadual do Centro Oeste

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Este trabalho tem como objeto de estudo, a análise do debate pela Reforma Universitária na década de1960, com especial destaque para a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a contribuição do teóricoÁlvaro Vieira Pinto que participaram desse debate. Tal proposta se faz importante como objeto de estudoporque a UNE representava, organizava o movimento estudantil e centrava suas discussões acerca dosproblemas nacionais do país e lutavam por uma reestruturação das Universidades. As reivindicações daUNE causaram impacto na sociedade brasileira nos anos de 1960 e na história da vida política do país,apoiando sensivelmente as tensões no debate político-ideológico que ocorria na sociedade civil. Oprocedimento metodológico para o desenvolvimento da pesquisa, está centrado em pesquisa documental ebibliográfica, trazendo aspectos relevantes no que se refere às políticas educacionais. Também foidesenvolvido analise de documentos da época, como fontes primárias, e ainda analisamos o livro “Aquestão da Universidade”, escrito pelo filósofo Álvaro Vieira Pinto, o qual defende a proposta Radical paraas universidades. Para tanto, a pesquisa está estruturada da seguinte maneira: no primeiro momento foianalisado o livro “A Questão da Universidade” do filósofo Álvaro Vieira Pinto, onde o pensador imprime suaopinião a respeito da universidade e da sua reforma. Posteriormente os estudos prosseguiram numa análisedos documentos elaborados pela UNE (União Nacional dos Estudantes), que intensificava o debate em tornoda questão da universidade

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AMPLIAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 8 PARA 9 ANOS COMO POLÍTICA EDUCACIONALMUNICIPAL: DIREITO À EDUCAÇÃO? PARA QUAL CIDADÃO?

SIMONE DE FÁTIMA FLACH *Universidade Estadual de Ponta Grossa

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O texto relata algumas conclusões de pesquisa de doutorado, realizada junto ao PPGE – UFSCar, sobre aAmpliação da Escolaridade Obrigatória no município de Ponta Grossa – Paraná, a qual teve como objetivoevidenciar os efeitos da política de ampliação do ensino fundamental de 8 para 9 anos na vida dos cidadãose, utilizou o materialismo histórico e dialético como pressuposto teórico-metodológico. A ampliação daescolaridade obrigatória ocorreu sobre um consenso de classe onde o direito de alguns não é o direito detodos e, nesse sentido, a cidadania de alguns teve mais efetividade que a de outros. O direito à educação,enquanto um dos componentes da cidadania foi violado, penalizando os filhos daqueles que vivem do própriotrabalho e, portanto, necessitam da escola pública e a utilizam. Os efeitos produzidos tiveram impacto fulcralnos direitos dos cidadãos e a cidadania vivida ficou circunscrita no campo específico de existência decidadanias diferenciadas.

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AS AÇÕES INTENCIONAIS PRESENTES NA CONSTRUÇÃO DE UMA “EDUCAÇÃO” PARAJOVENS E ADULTOS NO BRASIL (1500-2000)

ADENILSON SOUZA CUNHA JÚNIOR*Universidade Federal de Sergipe

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JÂNIO RIBEIRO DOS SANTOSUniversidade Federal de Sergipe

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WAGNER DA CRUZ SILVAUniversidade Federal de Sergipe

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Este estudo apresenta algumas reflexões sobre as ações que foram desenvolvidas ao longo da História daEducação no Brasil em torno da criação de uma Educação para Jovens e Adultos e as ações intencionaisque figuraram como pano de fundo nesta construção histórica. O objetivo é refletir sobre o sentido daEducação de Jovens e Adultos no Brasil em uma perspectiva histórica, analisando cada espaço-tempo ondefigura essa “modalidade” de ensino e as razões pela qual foi incentivada a educação para pessoas que nãotiveram acesso à educação em idade apropriada. Revisitando a História da Educação de Jovens e Adultosno Brasil desde as primeiras iniciativas até os dias atuais é possível enxergar a consolidação dessamodalidade de ensino, onde ainda que legitimada constitucionalmente, fenece no campo secundário deatenção do poder público.

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BAHIA-COLÚMBIA: UM PROJETO PARA A MODERNIZAÇÃO

ROBERTO REVELINO SVERSUTI *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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JOSÉ RUBENS MASCARENHAS DE ALMEIDAUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Neste trabalho procuramos evidenciar o modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado brasileiro no finalda década de 1930, que levou à organização e crescimento da indústria de bens de consumo, aumentandoa demanda por assistência técnica. O modelo adotado acabou por levar ao estreitamento das relaçõesentre o país e os Estados Unidos, por meio de acordos e programas de cooperação cujo fito era promover a“modernização” das regiões periféricas, o que implicava uma relação de dependência do capitalinternacional pela periferia. Nesse processo, a Antropologia exerceu um papel relevante como instrumentode estudos que permitissem conhecer a realidade dos povos da periferia e das condições efetivas deimplementação das relações capitalistas. O Projeto Bahia-Columbia teve, na figura de Anísio Teixeira, entãoSecretário da Educação do Estado da Bahia, um dos seus principais articuladores, auspiciado pelaUNESCO.

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EDUCAÇÃO PARA O PROGRESSO: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA PRIMEIRAREPÚBLICA NO PARÁ (1900-1904)

RAFAELA PAIVA COSTA *Universidade Federal do Pará

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Este trabalho apresenta uma parte dos resultados de uma dissertação de mestrado que tem por temática aEducação na Primeira República (1889-1930) e por objeto o modelo oficial de Formação de Professores noinício do século XX no Pará, especificamente, entre 1900 e 1904. Foi investigado como fonte históriaprincipal o periódico mensal “A Escola: revista official do Ensino no Estado do Pará”, veiculado entre osanos 1900 e 1905, por meio do qual perscrutamos o ideal de formação de professores proposto no discursooficial do novo regime, a partir da concepção de “bom professor” veiculada pela revista, suas influênciasteóricas nacionais e internacionais, e objetivos sociopolíticos. Para isto, empreendemos uma análisedocumental baseada na Análise de Conteúdo de Laurence Bardin, e pelas noções conceituais deDominação Simbólica, Habitus, Campo e Capital de Pierre Bourdieu, bem como com o conceito deRepresentação Social de Roger Chartier. No que concerne aos limites desta comunicação, apresentamosos resultados referentes aos objetivos sociopolíticos evidenciados por meio das fontes deste ideal deformação dos chamados “mestres-escola”, os quais se desdobraram no ensino baseado em uma instruçãocívica e moral, nas quais a participação da família e o amor à pátria figuraram no epicentro do trabalho daescola para a consolidação da República.

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EDUCAÇÃO SUPERIOR CATARINENSE NA DÉCADA DE 1960: FATORES QUEIMPULSIONARAM O PROCESSO DE INTERIORIZAÇÃO

LETICIA CARNEIRO AGUIAR *Universidade do Sul de Santa Catarina

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O trabalho tem como objetivo apresentar os principais fatores que favoreceram o processo de interiorizaçãoda educação superior no estado de Santa Catarina nos anos de 1960. Resultante de estudos documentais,a reflexão que se procura desenvolver retrata o quanto às políticas públicas de expansão da educaçãosuperior no período estava profundamente articulado com interesses regionais privados, e sob a idéia de“universidade como discurso para o desenvolvimento”. A gênese desse processo de interiorização ocorreu apartir do surgimento de faculdades e/ou escolas superiores, e que foi se consolidando através da criação deFundações Educacionais que, em muitos casos, foram criadas pelo poder público municipal, representandona verdade não uma expansão da educação pública, mas sim de natureza privada.

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ESCOLA-PADRÃO: CURTA VIDA, LONGA SAUDADE . . .

APARECIDA LUVIZOTTO MEDINA MARTINS ARRUDA*Universidade de [email protected]

O trabalho tem por objetivo mostrar o Projeto Educacional Escola-Padrão, implantado no Estado de SãoPaulo, como parte do Programa de Reforma do Ensino do Governo Fleury (1991- 1994). Por que foiimplantado em algumas escolas e em outras não? Por que não foi universalizado para toda a rede estadual?Qual resultado apresentou? Como as escolas receberam o projeto? Buscando respostas, estuda alegislação sobre o Projeto, coleta dados e documentos por meio do relato de grupos focais de professoresque participaram do projeto. As pessoas que vivenciaram o Projeto Educacional Escola-Padrão têmlembranças muito fortes e agradáveis, em relação ao estímulo dado aos professores e ao aprendizado dosalunos. Quando se pensa em termos de democratização da escola pública, percebe-se que o referidoprojeto foi para “algumas escolas”, em detrimento das demais. Para melhor objetividade é feito um estudoem uma escola-padrão de uma cidade do interior paulista onde os benefícios foram claros, e outros em quemesmo com eles, os resultados esperados não foram atingidos.

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HISTÓRIA DA POLÍTICA LOCAL E SUA INTERFACE COM A GESTÃO EDUCACIONAL

VILMA APARECIDA SOUZA *Universidade Federal de Uberlândia

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O presente trabalho teve como objeto de investigação a experiência de implementação da gestãodemocrática que ocorreu na rede municipal de Uberlândia – MG por meio da implementação de diretrizes doPrograma Escola Cidadã. Teve como objetivo refletir sobre as políticas educacionais implementadas para aconsolidação da gestão democrática do ensino público e suas implicações no processo de democratizaçãoda educação. As fontes orais referem-se a uma amostra de trinta e dois sujeitos da RME/UDI (gestores daSecretaria Municipal de Educação e da escola, docentes e funcionários) que participaram da experiência deimplementação da gestão democrática na periodização selecionada. Os dados das fontes orais foramconfrontados com os dados advindos das fontes documentais primárias. A documentação encontra-se emarquivos distintos: o Arquivo Público de Uberlândia (documentação pública produzida pela AdministraçãoMunicipal), o Arquivo da Secretaria Municipal de Educação (SME) e os arquivos de oito escolas municipais.Em relação à metodologia, por meio da pesquisa documental, foram coletadas informações sobre atrajetória da política em Uberlândia e o processo de implantação da gestão democrática na RME/UDI. Foramaplicadas entrevistas semi-estruturadas a amostra dos sujeitos envolvidos. O trabalho estruturou-se em trêspartes: uma com as informações do município de Uberlândia, enfocando o contexto da política local. Pormeio de um resgate histórico da Administração do Executivo, buscou-se mapear a trajetória da política emUberlândia com o intuito de apontar as rupturas e continuidades no período de 2001 a 2004. Na segundaparte, são apresentados dados sobre a história da educação no município com informações sobre aestrutura da RME/UDI. Por fim, passa-se à análise da implementação das ações do Programa EscolaCidadã. Os resultados da pesquisa permitem inferir que os objetivos do Programa Escola Cidadã foramatingidos de forma parcial. A inviabilidade dos objetivos do Programa refere-se à ausência de uma políticaeducacional consistente e a presença de uma política partidária local historicamente submeteu a concepçãode educação a interesses político-partidários. Além disso, concepções autoritárias e práticascentralizadoras arraigadas na estrutura e organização do sistema escolar sedimentaram um campo poucofértil para a consolidação de mecanismos e políticas educacionais voltados para a gestão democrática.

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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DO CAMPO NO ESTADO DOPARANÁ

CAROLINE MARI OLIVEIRA *Universidade Estadual de Maringá

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Este artigo apresenta algumas considerações sobre o papel dos Movimentos Sociais do Campo e daEducação do Campo enquanto agentes impulsionadores de produção e transformação da realidadecamponesa. É parte da temática da dissertação de Mestrado em desenvolvimento e tem como aporteteórico-metodológico adotado o método histórico e dialético, por meio do qual analisamos o objeto deestudo em articulação com o cenário histórico de referência (década de 1990). Ressaltamos a pretensãoem explicitar que o contexto histórico, político, educacional e econômico não deve ser compreendido comouma relação mecânica de causa e efeito, ao contrário disso, buscamos apreender o cenário referenciadopara subsidiar a investigação do objeto que não se desliga das relações sociais e históricas produzidaspelos sujeitos sociais que se buscou investigar. Assim, o presente artigo pretendeu tecer reflexões sobre aatuação dos Movimentos Sociais do Campo, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra – MST, na luta social travada contra o Estado e, sobretudo contra o ideário neoliberal para conquistade políticas públicas para a Educação do Campo, tomando como referência o Estado do Paraná, a partir dadécada de 1990. Para tanto, a investigação se apoiou no materialismo histórico para corroborar para aanálise das relações sociais dialéticas entre os Movimentos Sociais do Campo e Estado, que se articula emdiálogos para instituir e assegurar direitos à educação aos camponeses. Como resultado parcial,compreendemos que a emancipação humana proposta pela Educação do Campo colabora com a inserçãoda pauta reivindicativa da luta social travada pela classe trabalhadora do campo que se apoia na concepçãode que a educação compreende a construção e transformação social norteada pela superação dasociedade capitalista, por meio de mediações feitas por camponeses formados sob uma ótica crítica e queprotagonize a materialidade de uma educação para além dos aportes do capital. Dessa forma, asconsiderações aqui apresentadas apontam as necessidades e indicam possibilidades para aprofundar atemática proposta à linha de pesquisa das Políticas Públicas e Educação do Campo, sobretudo a históriadas políticas educacionais no Brasil para a Educação do Campo.

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LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL: O LUGAR DAEDUCAÇÃO INFANTIL NESTE CONTEXTO

DJANIRA RIBEIRO SANTANA *Colégio Municipal São [email protected]

RESUMO: O artigo aqui apresentado resulta de uma pesquisa bibliográfica fundamentada no estudo da LDBNº 9.394/96 e na leitura de relevantes autores na área de História da Educação Brasileira, PolíticasPúblicas de Educação e Educação Infantil. O seu objetivo é apresentar uma breve análise da História dasPolíticas Educacionais e suas conseqüências para a Educação Infantil no Brasil destacando o papeldesempenhado pela elite na constituição de uma educação dualista que durante séculos excluiu essa etapado sistema educacional brasileiro. Foi reservada à Educação Infantil apenas uma assistência filantrópicadesde a época colonial, imperial, passando pela República Café-com-leite, cuja política dava continuidade auma educação excludente, pela Era Vargas e suas reformas que reforçavam o caráter discriminatório daeducação até as recentes conquistas com a promulgação da Nova LDB 9394/96. Outro aspecto importantea ser abordado é a interferência do Neoliberalismo na legislação educacional brasileira e suasconsequências para as políticas públicas de educação. Almeja-se que a temática aqui apresentadacontribua para promover o debate acerca da importância das Políticas Educacionais para a democratizaçãodo ensino público de qualidade em todos os níveis da Educação Básica.

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O CENÁRIO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA (PDE-ESCOLA) NO MUNICÍPIODE IRATI – PARANÁ

JULIANE MARTINHUK *Universidade Estadual do Centro Oeste

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MICHELLE FERNANDES LIMA MICHELLEUniversidade Estadual do Centro Oeste

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O presente trabalho tem como objeto de estudo o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola).Nosso objetivo consiste em analisar o PDE-Escola a fim de buscar compreender seus objetivos, formas deimplantação e seus reflexos na política educacional brasileira, bem como sua elaboração, implementação eefetivação no município de Irati - Paraná. Para tanto, realizamos estudo bibliográfico, análise documental eentrevistas com a coordenadora municipal do projeto e com as diretoras das três escolas do município deIrati, que receberam o projeto. O trabalho está organizado na seguinte seqüência: primeiramente, fazemosuma breve abordagem sobre o PDE-Escola no Brasil e no Paraná, em seguida enfocamos a realização doprojeto no município e concluímos analisando o processo de implantação. Como categoria de análiseelencamos a questão da centralização e descentralização, a influência dos organismos internacionais naeducação brasileira e a ação do governo federal na implementação de programas, planos e projetos. Oestudo mostra a necessidade de maior criticidade diante das políticas que são implementadas, pois estasexpressam contradições e limites.

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O SENTIDO DA REFORMA: O ESTATUTO DA UNIVERSIDADE DE FRANCISCO CAMPOS EM UMBRASIL EM TRANSIÇÃO

ARNALDO ROMERO *UNICAMP

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Este trabalho tem a pretensão de, a partir da análise do Estatuto das Universidades Brasileiras, instituídopelo Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931 no Governo Provisório, pelo recém criado Ministério daEducação e Saúde Pública, cujo primeiro titular foi Francisco Campos, fazer intersecções e relações desentido da educação do primeiro Governo Vargas com o projeto de um novo país, menos oligárquico, agrárioe rural. Quer ainda, tentar reconstruir a história do seu mentor, situando-o no campo das doutrinas epropostas na construção desse projeto para o país. Em linhas gerais, quer compreender o projetoeducacional como componente do nacional-desenvolvimentismo que se consolidou como ideologia a partirdaquele período. Analisa esquematicamente o Decreto das universidades, fazendo ilações de sentido dosseus títulos, capítulos e artigos. Utiliza para tanto fontes primarias e secundárias, como as normas daReforma e comentários sobre as mesmas. Filia-se, o autor, a paradigmas dialéticos-materialistas, adotandopressupostos que consideram que a realidade social vive em transformação constante, ainda que submetidaa leis da história.

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PERCALÇOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO DIREITO DA CRIANÇA: ANÁLISE DA HISTÓRIAE DA LEGISLAÇÃO DAS DÉCADAS DE 1980 E 1990

MARIA ANGÉLICA OLIVO FRANCISCO LUCA *Universidade Estadual de Maringá

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Nesse artigo, objetivamos discutir a respeito da função conferida a educação das crianças pequenas noperíodo marcado pelo fim da ditadura militar até a aprovação da LDB, décadas de 1980 e 1990. Paraalcançar tal objetivo faz-se necessário o cruzamento da história da educação infantil brasileira e daspolíticas públicas que tratam desse nível de escolaridade. Este estudo se justifica visto que as últimas trêsdécadas da história da educação brasileira constituem-se em uma etapa importantíssima para a história denossa educação infantil. Contudo, verifica-se que o atendimento com qualidade a toda a demanda caminhaem passos lentos, embora no âmbito legislativo tenhamos conquistado o reconhecimento da necessidade eespecificidade dessa modalidade de ensino. Como ocorreu esse processo? Quais foram os documentosoficiais que permitiram reconhecer o direito da criança de zero a seis anos à educação? Essas são asprincipais indagações que nortearam a elaboração desse texto. É importante atentarmos para o processohistórico que favoreceu a consolidação desse direito, destacando as dificuldades de sua garantia. Combase no reconhecimento que as instituições e garantias legais são produzidas por uma dada sociedade,consideramos importante compreender as condições materiais que levaram ao tratamento da educaçãoinfantil como um direito em seus percalços. Para tanto, o presente artigo está organizado em quatro partes.Na primeira parte caracterizamos o período da história da educação infantil brasileira em análise, seguindo aperiodização feita por Rosemberg (2003), cujo início é marcado pelo processo de abertura política após aditadura militar. Trata-se de um período de intensa mobilização política, rico em discussões e propostas queenvolviam a busca de uma função pedagógica para a educação das crianças pequenas a ponto deinfluenciar não apenas a redação do texto constitucional, mas outros documentos legais, especialmente, oselaborados no início da década de 1990. A partir dessa caracterização, apresentamos as principaisconquistas para a educação das crianças pequenas oriundas do texto da Constituição Federal (1988), doEstatuto da Crianças e do Adolescente – ECA (1990) e da Política Nacional de Educação Infantil – PNEI(1994). O período estudado foi marcado por intensa participação da sociedade civil e de organismosgovernamentais na discussão e afirmação dos direitos da criança. A mobilização se deu em torno da defesade uma política integrada de educação da criança de 0 a 6 anos em oposição às concepçõesessencialmente assistencialistas e preparatórias que, até então, caracterizavam o atendimento às criançaspequenas. O texto constitucional as reconheceu como cidadãs, o ECA reforçou o compromisso do Estado ea PNEI definiu como finalidade desse nível de ensino proporcionar condições adequadas para odesenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social das crianças.

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POLÍTICA DE EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL NA GÊNESE DACONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL E DO MUNICÍPIO DE CAMPO

GRANDE (1970-1980)

JEFFERSON CARRIELLO CARMO *Universidade Católica Dom Bosco

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Este trabalho compreende parte de um projeto de pesquisa e objetiva apresentar uma análise preliminar,sobre “as formas de produção e trabalho e as políticas públicas de educação profissional integrada aoensino médio no Estado de Mato Grosso do Sul”.A intenção deste texto, em linhas gerais, é investigar a gênese e constituição do Estado do Mato Grosso doSul e do município de Campo Grande, nos anos indicados, tendo como mediação a implementação depolíticas de educação e desenvolvimento industrial. Esta finalidade centra-se na identificação de algumasocorrências sobre o processo de industrialização, no setor secundário e as políticas educacionais oriundosdeste processo.Teoricamente este trabalho foi norteado pelas seguintes matrizes: o entendimento que o governo federal(Estado) gerenciou um “novo” desenvolvimento econômico; corroborou para manter o crescimentoeconômico oriundo dos anos anteriores, “milagre econômico” e, contribuiu, fortaleceu o embate político nadivisão do Estado do Mato Grosso. Para isso, o Governo Federal contou com o Plano Nacional deDesenvolvimento (PND, 1971) e os Plano de Desenvolvimento econômico-social do Centro-Oeste(PLADESCO, 1973) e II Plano Nacional de Desenvolvimento: programa de ação do governo para regiãoCentro-Oeste, 1975-1979 (SUDECO, 1975). Metodologicamente a pesquisa centrou-se no campo teórico–bibliográfico analítico e documental.Verificou que, no Brasil, entre 1968-1979, o processo de desenvolvimento e planejamento econômico,juntamente, com outras regiões do país experimentou um ciclo expansivo e consolidação industrial em que oEstado teve fundamental participação através do I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND, 1975 – 1979).A região Centro-Oeste estava entre as que participaram dessa expansão através de uma nova fase deinvestimentos públicos e privados nas indústrias de insumos básicos, de bens de capitais além deinvestimentos públicos em infra-estrutura. O objetivo foi completar a estrutura industrial brasileira e criar acapacidade de exploração de alguns serviços básicos, com vistas, na consolidação de um modelo decapitalismo industrial.Constatou que, no caso da Região Centro-Oeste houve dois planos. O primeiro Plano de Desenvolvimentoeconômico-social do Centro-Oeste (PLADESCO, 1975) e II Plano Nacional de Desenvolvimento: programade ação do governo para região Centro-Oeste, 1975-1979 (SUDECO, 1975), ambos com a finalidade deindicar objetivos e diretrizes à dinamização da espacialidade social e econômica da região Centro-Oeste.Estes Planos representaram num esforço do Estado na acumulação de capital e de uma diversificação deestruturas industrial, na Região Centro-Oeste, na direção do setor secundário, que antes não haviaacontecido. Sobre o planejamento do sistema de ensino regional as estratégias ocorrem pela Lei 5692/1971e as interferências não só do Governo Federal, como também pelos industriais, Sistema S e pelosorganismos internacionais.

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POLÍTICA, LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇAO DO ENSINO NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DAPROVÍNCIA DO CEARÁ, SOB A ÉGIDE DA LEI GERAL DE 1827.

FRANCISCO ARI ANDRADE *Universidade Federal do Ceará

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POLÍTICA, LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇAO DO ENSINO NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DA PROVÍNCIA DOCEARÁ, SOB A ÉGIDE DA LEI GERAL DE 1827

FRANCISCO ARI DE ANDRADEUNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ[email protected]

Introdução: O presente texto é uma reflexão sobre a política educacional brasileira à luz da experiênciaescolar da Província do Ceará, na primeira metade do século XIX. Foram tomadas como referências duasmedidas de política educacional: a reforma do ensino do ensino primário (1836-1837) e a instituição doLiceu (1844).Objeto de estudo: O objeto de tal investigação se reporta à primeira metade do século XIX no Brasil.Tomou-se como estudo de caso duas metidas educacionais na Província do Ceará: a reforma do ensinoprimário, conhecida como Reforma Alencar, empreendida no período de 1834-1837 e a organização doensino secundário, por meio da instituição do Liceu, no ano de 1844.Referencial teórico-metodológico: As reflexões trazidas por Almeida (1989), por Azevedo (1960), por Saviani(2008) coadunam com os dados apresentados por Moacyr (1939) acerca da política educacional voltadapara a organização do ensino primário e secundário na Corte e nas Províncias brasileiras, na primeirametade do século XIX. Tal política tinha como suporte a legislações do ensino de 1827 e o AdendoConstitucional de 1834. Ambas, descentralizavam ações de política educacional para os governosprovinciais. Visando compreender os impactos de tal legislação na realidade educacional da Província doCeará, fora sistematizada uma pesquisa de iniciação científica, no período de 2008-2009, intitulada Fontespara a História da Educação do Ceará. A proposta de tal pesquisa era fazer um levantamento de fontesoficiais acerca de medidas concretas empreendidas no período, para uma reflexão acerca da culturaescolar nas Províncias do Nordeste. As fontes encontradas e catalogadas pela pesquisa apontam açõesefetivas dos governos cearenses, no sentido da organização do sistema de ensino, porém em choque comas contradições de uma sociedade rural e escravagista.

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO CAMPO: PERCURSO

NEILA SILVA REIS *UFPA

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O trabalho objetiva pontuar fragmentos de trajetória das Políticas Educacionais para escolas do campo. Ametodologia concerne na análise documental e estudos bibliográficos. Os resultados apresentam um esboçosobre caminhos, procedimentos, planos, leis, ações e conquistas dessas políticas, com destaque que deveser mencionado aos fazer de alguns movimentos sociais que estiveram e estão na luta por estruturação,implementação e aprimoramento de outra política educacional. São reivindicações e ações dessesmovimentos que configuram o debate por uma política educacional que prima pela lógica da legislação emgarantir à constituição de uma educação que esteja próxima aos conteúdos sociais, com exigências de umaeducação com aportes, conceituais, teóricos e práticos, indissociados, para além dos clamores dascompetências em si mesmas e da qualidade total, neotecnicista. Uma das conquistas é as DiretrizesOperacionais para a Educação Básica do Campo – CNE/CEB/Res. nº 1, de 3/4/2002, que à luz dasmudanças necessárias para escolas do campo, sua implementação necessita ser incorporada nos sistemasde ensino estaduais e municipais. Também é necessário constituir outros aportes de intervenção, alémdessas Diretrizes, para que, de fato governos sejam pressionados para conduzir instâncias operacionaissociopolíticas para implementação de legislação de conjunto e evite a orientação de políticas que seguem amesma direção de projetos para o campo, tomados secularmente contra as demandas dos trabalhadores.Nesse sentido a necessidade imperiosa de reorganização permanente de professores e dos Movimentospor uma educação do campo.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE LEITURA: DO CONTROLE À FOMENTAÇÃO

MINERVINA JOSELI ESPÍNDOLA REIS 0.0*Universidade do Estado da Bahia

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O estudo traz um levantamento das principais políticas públicas direcionadas para o fomento da leitura noBrasil, implantadas a partir da década de 30 até o final do século XX. Optamos por instituir como marcohistórico inicial a década de 1930, por considerar a efervescência ideológica e pedagógica vivenciadadurante esse período da nossa história. A primeira seção do presente artigo abrange o período de 1930 aofinal da década de 1970, epóca em que as políticas públicas eram direcionadas ao controle dos livros emnossa sociedade. Com o reconhecimento do poder da leitura, nesse momento histórico, era difícil circularobras que, segundo os critérios de julgamento oficial, representavam um perigo para o poder instalado. Asegunda compreende a década de 1980 até o final do século XX, período em que os pesquisadores eeducadores demonstraram e denunciaram a crise na escola brasileira. Nesse contexto, a partir de intensosdebates, foi reconhecida a importância e necessidade da implantação de políticas públicas voltadas àfomentação da leitura. As informações acerca das políticas públicas estudadas foram obtidas por meio daanálise de diversos materiais como leis, decretos oficializados, programas oficiais, relatórios de trabalhopresentes em livros impressos, em artigos on-line disponíveis em sites oficiais do Governo FederalBrasileiro e sites históricos reconhecidos nacionalmente. Destacamos que encontramos um númeroexpressivo de estudos sobre formação do leitor e a leitura no Brasil que focalizam concepções, estilos eanálises de diversas obras. Entretanto, percebemos uma carência de estudos que relacionam o tema leiturae ações governamentais. Apresentamos uma reflexão sobre a necessidade de continuar investindo emprogramas, projetos e campanhas que possibilitem a formação de uma sociedade leitora e, também, daimplantação de uma política de avaliação cirteriosa e permanente das políticas implantadas. Pelo que sepode depreender do estudo apresentado neste texto, as mudanças sociais, economicas e politícas nasociedade brasileira sempre trouxeram repercussões nas politícas direcionadas à leitura, o que, de certomodo, confirma a relação entre elas – politícas e leitura e estrutura de uma sociedade. O estudo provocareflexões a respeito do modo como as politicas de leituras são concebidas no processo de formação dosujeito leitor e no cotidiano das escolas de Educação Básica.

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PROGRAMA ESCOLA ATIVA: QUAL EDUCAÇÃO PARA O TRABALHADOR DO CAMPO?

MARIA CRISTINA SANTOS BEZERRA *Universidade Federal de São Carlos

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LUIZ BEZERRA NETOUniversidade Federal de São carlos

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Neste texto vamos discutir o Programa Escola Ativa, uma estratégia metodológica criada, inicialmente, paracombater a reprovação e o abandono da sala de aula pelos alunos das escolas multisseriadas do primeirociclo do Ensino Fundamental do campo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e que, após passarpelo período de experimentação, com um projeto piloto, passou pela institucionalização com a ampliação donúmero de municípios participantes e chegou a expansão, visando atingir a todos os estados da federação,etapa em que estamos agora. Através desse programa educacional, sob controle de técnicos dosorganismos governamentais, buscava-se formar um trabalhador dócil e controlar os movimentos sociais quetinham forte influência nessas regiões. Analisaremos as bases históricas do programa e sua vinculação comos organismos internacionais no contexto de desenvolvimento do capitalismo. Mostraremos inicialmente, emlinhas gerais, as raízes históricas, para em seguida, discutirmos os paradigmas conceituais do programaEscola Ativa e, consideramos importante fazê-lo para apreender as implicações que esse tipo de programatem para a classe trabalhadora. Buscamos em documentos que foram elaborados sobre o programa EscolaAtiva na Colômbia encontrar essa gênese, e, a partir daí, verificar até que ponto existe semelhanças com oprojeto proposto para o Brasil. Entendemos que como a origem está naquele país, para se ter a visão deconjunto, deveríamos adentrar na caixa preta que vai nos possibilitar identificar aquilo que o programabrasileiro tem omitido. Verificamos que os primeiros documentos elaborados no Brasil eram traduçõesliterais do programa colombiano, evidenciando mais claramente os objetivos, a metodologia e a concepçãopedagógica, mas que, a partir de 2008 passaram por processo de avaliação e reestruturação, absorvendo,em parte as manifestações dos movimentos sociais do campo que pleiteiam uma educação específicavoltada aos interesses dos trabalhadores campesinos. Embora essa tentativa de vinculação, o materialdidático utilizado mantém o mesmo formato do projeto original, a concepção de formação de professores é amesma, a estrutura administrativa em nada muda. E o ideário escolanovista com vinculações neoliberais epós-modernas persistem tanto na teoria quanto na prática, escamoteada sob o manto das “DiretrizesOperacionais para as escolas do campo” e da LDB 9394/96.

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PROVÍNCIA DA PARAHYBA DO NORTE: AULAS DE PRIMEIRAS LETRAS E CONSTITUIÇÃO DACARREIRA DOCENTE. 1834- 1848

ADRIANO SOARES DA SILVA *Universidade Federal da Paraíba - Programa de Pós-Graduação em Educação

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MAURICÉIA ANANIASUniversidade Federal da Paraí[email protected]

Este artigo partiu da participação de um projeto de pesquisa da Universidade Federal da Paraíba que visabuscar o sentido para a sociedade oitocentista brasileira a partir das ações do Estado, com a mediação dalegislação, para a instituição da escolarização de uma parte da população da província da Parahyba doNorte. A constituição da escola pública brasileira será analisada na perspectiva de demonstrarmos aimportância da memória histórica para a formação e atuação docente. Para tal, teremos como objetivo aconstrução do conhecimento histórico acerca das primeiras décadas do império brasileiro relativo àinstitucionalização da instrução pública no Brasil, em especial, a província da Paraíba do Norte entre osanos de 1834 a 1848, através da análise de um conjunto de documentos, de fontes primárias e secundáriasda Instrução pública, encontrados, catalogados, transcritos e, em alguns casos, já publicados pelo Grupo deHistória da Educação no Nordeste Oitocentista- GHENO, relativos à formação e carreira docente e àcriação de aulas. Na documentação pesquisada, encontramos informações sobre a criação, restauração esupressão de cadeiras; os métodos de ensino; horários das aulas; férias dos alunos; ordenados dosprofessores; concurso e exigências para ocupação do cargo de professor. Espera-se que com essetrabalho, por seu caráter embrionário, possa contribuir para, além das novas análises acerca da história daeducação que demarca o período de transição entre a escola doméstica e a escola moderna, tambémpossa contribuir para a constituição da memória histórica dos profissionais da educação do Estado daParaíba.

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RAZÕES HISTÓRICAS PARA PROBLEMAS COM A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA:INSTITUIÇÕES ESCOLARES E POLÍTICAS EDUCACIONAIS NORMATIZADAS A LUZ DO

PROCESSO ECONÔMICO.

JOSÉ RAIMUNDO OLIVEIRA LIMA*Universidade do Estado da Bahia

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Este estudo propõe-se a fazer uma reflexão sobre a maneira como foi conduzido o processo educacional noBrasil: sem política educacional clara do ponto de vista de uma educação ampla e libertária, propiciandouma escola de comportamento organizacional que se espelha nas organizações produtivas no intuitoprincipal de servi-las, o que contribui para uma educação de qualidade ruim. Esse processo se dar puxadopela evolução da economia brasileira, inicialmente um modelo agroexportador e posteriormente, industrialtardio. Nesta perspectiva, será observado no processo histórico, o processo de legalização através dasConstituições e formalização educacional, bem como o concomitante e sugestivo processo econômico quenão dá conta de um formato educacional para satisfazer a toda sociedade de maneira ampla e libertária,negligenciando o cultivo ou respeito à relação entre os processos educativos não formais ou populares e osprocessos formais o que certamente se fosse considerado resultaria numa criticidade entre os polos (formalnão formal), benéfica à qualidade da educação como dimensão de formação social do cidadão na suaintegralidade.

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UM ESTUDO SOBRE AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEAS E O ENSINO DEGEOGRAFIA

GLAUBER BARROS ALVES COSTA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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O presente estudo se propõe discutir as políticas nacionais educacionais e a relação que elas estabelecemcom o ensino de Geografia no contexto atual, para tanto, foi escolhida como política educacional específica,os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Na construção desse artigo, buscou-se dialogar com autoresque analisam as políticas educacionais em uma perspectiva crítica, compreendendo a totalidade doprocesso. Para traçar discussões desses temas na contemporaneidade e relacioná-la com o ensino deGeografia e os rebatimentos do Estado como promotor dessas políticas é que pretendeu-se a análise dodocumento supracitado, desvendando assim o que se tem de avanços, retrocessos e estagnação comrelação à essa política educacional promovida pelo Estado e o Ensino de Geografia, trazendo ainda comoreflexão a categoria contradição no que tange compreender o que é proposto como política e o querealmente é efetivada no campo da ação.

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Intelectuais e História da educação

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ABDIAS DO NASCIMENTO: INTELECTUAIS NEGROS E

MARLUCE DE LIMA MACÊDO *Universidade do Estado da Bahia- UNEB

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Resumo: Os conhecimentos produzidos pelos(as) negros(as) geralmente são silenciados, invisibilizados oumenosprezado no processo de educação formal, que tem privilegiado as teorias e idéias ditas comouniversais, geralmente produzidas por sujeitos brancos e ocidentais. Esse artigo realiza uma reflexão apartir de algumas obras de Abdias Nascimento, discutindo o quanto a “autoria negra”, nos oferece apercepção dos negros como agentes, sujeitos históricos e intelectuais, em contramão aos referenciaiscolocados na memória configurada pelo racismo moderno e geralmente em dissonância com osfundamentos hegemônicos das nossas instituições de educação formal. Tal reflexão fundamenta-se emquestões e diálogos contemporâneos, traduzidos principalmente pelos chamados “Estudos Pós-Coloniais” e“Descoloniais”, que realizam uma crítica à concepção de sujeito moderno, protagonizada pelas CiênciasSociais – uma epistemologia que não só privilegia o pensamento ocidental, mas também, estuda o “outro”enquanto objeto e não como sujeito produtor de conhecimento. A análise textual enquanto procedimentometodológico é tomada como um processo de identificação dos rastros, indícios e vestígios que possibilitema organização e a construção de novos entendimentos a partir do estabelecimento de relações entre asdimensões particulares - as linhas marginais do texto. Os conhecimentos produzidos pelos(as) negros(as),seguramente se constituem em importantes fontes de inspiração e investigação para a realização depesquisas e concepções no campo interdisciplinar e têm corroborado para trazer à tona as diferentesexperiências, memórias e discursos das populações negras, elegendo os(as) próprios(as) negros(as) comointerlocutores indispensáveis, enquanto sujeitos históricos portadores de memórias silenciadas, esquecidas,marginalizadas e estereotipadas dentro dos espaços educacionais.

Palavras Chaves: intelectuais negros, autoria, sujeito.

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ALCEU AMOROSO LIMA (1893-1983) E A REAÇÃO CATÓLICA AO MANIFESTO DOS PIONEIROS

CÉZAR DE ALENCAR ARNAUT DE TOLEDO *Universidade Estadual de Maringá

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ORIOMAR SKALINSKI JUNIORUniversidade Estadual de Maringá

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Este trabalho tem como objetivo analisar o primeiro movimento da Reação Católica à publicação doManifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). Tomamos como fonte o artigo “AbsolutismoPedagógico”, escrito por Alceu Amoroso Lima, importante liderança católica, e publicado n’O Jornal apenasquatro dias após o Manifesto... A publicação de ambos os textos mostrou uma tensão que se agudizavadesde o início da República (1889), o que deflagrou a disputa entre católicos e liberais no campoeducacional. Em seu texto, Alceu Amoroso Lima acusava os pioneiros de defenderem o monopólio doEstado nas questões do ensino, o que, em sua visão, seria uma espécie de absolutismo do Estadopedagogo, pois negaria às demais instituições, inclusive as religiosas, o direito de participarem ativamenteda formação educacional de seus membros. A análise do artigo “Absolutismo Pedagógico” permite mostrarque, desde o início, a Reação Católica ao Manifesto..., foi contundente. Alceu Amoroso Lima classificava asproposições dos pioneiros, entre outras coisas, como anticristãs, antinacionais e antiliberais. E, ainda, demodo muito incisivo, afirmava em seu texto que caso as ideias contidas no Manifesto... lograssem êxito,significaria um crime contra a nacionalidade. A dura resposta já era indício de que Reação Católica seriamaior do que simplesmente uma manifestação de discordância, e se efetivaria por meio da criação deperiódicos, material didático, formação de associações de professores católicos e também, de umacomplexa articulação da Ação Católica Brasileira.

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ANÍSIO TEIXEIRA E A REVOLUÇÃO DENTRO DA ORDEM NA IMPLEMENTAÇÃO DAUNIVERSIDADE DO DISTRITO FEDERAL.

RACHEL AGUIAR ESTEVAM DO CARMO*Universidade Federal Fluminense

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O trabalho analisa o percurso de Anísio Teixeira na implementação da Universidade do Distrito Federal, em1935, afirmando que tal criação significou uma revolução dentro da ordem na história do ensino superior noBrasil.Utilizamos a fundamentação histórico-sociológica de Florestan Fernandes para contextualizar a trajetória deTeixeira na condução de políticas educacionais, voltada para a socialização e democratização do saber,além de defender o rompimento com o pensamento colonialista-arcaísta das elites brasileiras.

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AS CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS DE IRONIDES RODRIGUES PARA O “PENSAMENTOEDUCACIONAL” NO BRASIL, ENTRE 1940 E 1960.

GILCA RIBEIRO DOS SANTOS *Universidade Federal de Uberlândia

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Nessa comunicação apresento os elementos constituintes do pensamento educacional de um intelectual quefoi de fundamental importância para a formação da identidade negra no Brasil: Ironides Rodrigues (1927 –1985). Este intelectual foi um grande ativista da educação, do amadurecimento e desenvolvimento domovimento negro. Com forte atuação em Uberlândia-MG e no Rio de Janeiro, no período entre 1930 e 1960,destacou-se pela edição e publicação do jornal “A Raça”, colaboração no Teatro Experimental do Negrodeste sua fundação. Coordenou e ministrou aulas de alfabetização no “Curso de Alfabetização” e de culturageral nos cursos de preparação de elenco. Dotado de uma cultura vasta, lecionou Latim, Francês,Português e Literatura. Contribuiu ainda para diversas atividades da Companhia de Teatro apresentandopalestras, elaborando texto e fazendo traduções para o Jornal Quilombo. O objetivo desta pesquisadesenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Uberlândia é contribuir paraocupar as lacunas existentes na historiografia da educação sobre as trajetórias de intelectuais negros nocampo da educação. Esta proposta de pesquisa está sendo desenvolvida por meio de entrevistas e análisebibliográfica. Resultados parciais obtidos com a revisão bibliográfica e levantamento das fontes nos permitetraçar a trajetória e a concepção de Educação de Ironides Rodrigues.

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AS RELAÇÕES ENTRE O CAMPO ARTISTICO E EDUCACIONAL, UMA ANÁLISE DATRAJETÓRIA DE ERASMO PILOTTO

ROSSANO SILVA *Universidade Federal do Paraná

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O presente trabalho através da análise da trajetória do educador e intelectual paranaense Erasmo Pilotto(1910-1992) estabelece as relações entre o campo artístico e educacional na Curitiba da década de 1940.Considerado pela historiografia da educação paranaense como um dos principais articuladores doMovimento pela Escola Nova no Paraná, Pilotto atuou conjuntamente à grupos interessados no debatesobre à modernização das artes e da literatura participando de iniciativas que buscavam trazer a Curitibatanto os preceitos do Movimento pela Escola Nova como as discussões sobre a arte moderna. O referencialteórico que auxilia na construção dessa trajetória mantém relação com os conceitos de campo e capital dePierre Bourdieu (1996), além das contribuições teóricas sobre a história intelectual de Carlos Eduardo Vieira(2001, 2002 e 2007) e Helenice Rodrigues da Silva (2002). Para a realização da pesquisa foram utilizadasfontes provenientes de diversos arquivos e centros de pesquisa de Curitiba e Ponta Grossa. As fontespesquisadas são de tipologias variadas divididas em: documentos oficiais, periódicos, manuscritos edocumentos não publicados, obras e depoimentos. Assim objetivou-se com a pesquisa estabelecer como asações do intelectual, no recorte destacado, mobilizaram artistas e educadores em projetos comuns, queresultaram, entre outros, na criação de instituições culturais como a Escola de Música e Belas Artes doParaná - Embap, o Salão Paranaense de Belas Artes, as Exposições de Arte Infantil e o Grupo EditorialRenascimento do Paraná, além de enfocar a produção bibliográfica do intelectual na qual transparce suasconcepções de arte e de educação.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTUDOS BIOGRÁFICOS DE INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃOBRASILEIRA

DAISY LARAINE ASSIS *UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

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HARMENSZ VAN RIN MORAIS DE ASSISUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

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Este trabalho resulta de uma discussão sobre as características presentes na elaboração de estudosbiográficos de intelectuais que se debruçaram, atuaram ou exerceram influência no campo educacionalbrasileiro. Vale ressaltar que o conceito de biografia adotado incorpora os estudos de memória,autobiografia, trajetória, itinerário, perfil biográfico, biografia jornalística, entre outros. Nesse sentido, asconsiderações acerca dos estudos biográficos sobre intelectuais da educação terão como base a leitura deobras de diferentes autores. Assim, serão destacadas as produções biográficas que se caracterizam porevidenciar a trajetória profissional da personagem histórica, a história das idéias, bem como a atuaçãopolítica e educacional do(a) biografado(a), entendidas como uma forma de abordagem relevante, que tempossibilitado ao historiador aprofundar a reflexão em torno dos sentidos e significados, limites epossibilidades da narrativa biográfica no campo da história da educação.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTUDOS BIOGRÁFICOS DE INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃOBRASILEIRA

HARMENSZ VAN RIN MORAIS DE ASSIS *UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

[email protected]

Este trabalho resulta de uma discussão sobre as características presentes na elaboração de estudosbiográficos de intelectuais que se debruçaram, atuaram ou exerceram influência no campo educacionalbrasileiro. Vale ressaltar que o conceito de biografia adotado incorpora os estudos de memória,autobiografia, trajetória, itinerário, perfil biográfico, biografia jornalística, entre outros. Nesse sentido, asconsiderações acerca dos estudos biográficos sobre intelectuais da educação terão como base a leitura deobras de diferentes autores. Assim, serão destacadas as produções biográficas que se caracterizam porevidenciar a trajetória profissional da personagem histórica, a história das idéias, bem como a atuaçãopolítica e educacional do(a) biografado(a), entendidas como uma forma de abordagem relevante, que tempossibilitado ao historiador aprofundar a reflexão em torno dos sentidos e significados, limites epossibilidades da narrativa biográfica no campo da história da educação.

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CONTRIBUIÇÃO LACANIANA AOS CONCEITOS DE TEMPORALIDADE EM HISTÓRIA

CLÓVIS PEREIRA SANTOS *Universidade Estadual de Santa Cruz

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O polêmico pensador francês Jacques Lacan, tradicionalmente associado ao estruturalismo e à psicanálise,produziu uma contribuição consistente aos conceitos de temporalidade com os quais trabalham muitospesquisadores das humanidades, em particular, aqueles do ensino de história. Trata-se do RSI, o nóborromeano que indissocia o Real, o Simbólico e o imaginário.É tempo de superar as dificuldades da escrita complexa de Lacan e trazer às claras seu pensamento paraalém das questões particulares da psicanálise. É essa a proposta desde artigo.

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DOM LEME, OS INTELECTUAIS E O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA RECONQUISTA DA HEGEMONIACATÓLICA: A GUERRA DE POSIÇÃO DE 1915 A 1950

PERI MESQUIDA *Pontifícia Universidade Católica do Paraná

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MIRIAM FURLAN BRIGHENTEPontifícia Universidade Católica do Paraná

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Esta comunicação é o resultado parcial de uma pesquisa sobre a “Hegemonia Católica e Educação, de1870 a 2000”, já publicado na Revista do HISTEBR acrescida de novos elementos historiográficos quesurgiram ao longo da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa que trabalha com fontes documentais ehistoriográficas utilizando a concepção de tempo de curta duração, como abordagem metodológica. Dessamaneira, em particular os documentos utilizados mostraram que as relações de produção do capitalismoagrário estavam sendo pouco a pouco alteradas ao longo do Segundo Império, refletindo-se na abolição daescravatura e na absorção do trabalho assalariado. Também o sistema político se modifica com a presença,agora, de uma nova camada social hegemônica. No entanto, essas transformações provocam uma crise na“hegemonia social”; esta crise tem uma dupla dimensão: por um lado, desmoronam as instituiçõesestabelecidas pela formação social senhorial, com a função de promover a hegemonia social, com destaquepara a Igreja Católica, e a nova classe dominante não conta com formas ideológicas e aparelhos dehegemonia capazes de ganhar o consentimento das classes subalternas à sua dominação. A Igreja,separada do Estado, com a proclamação da república, precisa restaurar a hegemonia. Para tanto, faráapelo aos seus intelectuais orgânicos e empreenderá uma guerra de posição, utilizando a educação comoarma de combate.Palavras-chave: Educação, reconquista da hegemonia; restauração; intelectuais; guerra de posição.

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DR. TEHODOMIRO BRASIL: UM EDUCADOR NEGRO ESQUECIDO NA HISTÓRIA DEAMARGOSA.

CAMILA DE ALMEIDA SANTANA *Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

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Esse trabalho consiste num aprofundamento realizada pela autora a partir de uma investigação coletivarealizada no Colégio Estadual Pedro Calmon (Amargosa-BA), por oito (08) dos cinquentea (50) alunos-bolsistas participantes do Programa Institucional de Bolsas para Incentivo à Docência-PIBID do CFP-UFRB.Durante os meses de abril a agosto de 2010, os oito (08) alunos-bolsistas referidos estiveram envolvidos notrabalho de reconstituição histórica do referido colégio, desde a sua fundação na segunda metade dos anos1950 até a atualidade, utilizando-se de fontes escritas (relatórios, atas, ofícios, etc.), orais (entrevistas comex-professores e ex-alunos) e iconográficas. Durante a investigação chamou-nos a atenção o silenciamentosobre o Professor Tehodomiro Brasil, promotor público que exerceu forte influência no processo de fundaçãoda escola, na segunda metade dos anos 1950. Os documentos escritos analisados a ele fazem referênciasapenas como um Promotor Público que foi um dos primeiros professores da instituição, silenciando sobre agrande contribuição política que ofereceu para a criação da escola, materializada na fundação daAssociação Educacional de Amargosa, entidade mantenedora da escola; sua atuação como professor; bemcomo sua condição de negro. O silenciamento sobre este educador, rompido apenas a partir dequestionamentos mais incisivos durante as entrevistas, despertou-me para analisar a sua trajetória de vidae sua ação educacional. Dialogando com autores dos campos da História da Educação (MENEZES, 2007;ROMANELLI, 1986), das Relações Raciais e dos estudos Biográficos (ABRAHÃO, 2004; LEVI, 2006;SOUZA, 2006), e, ainda, e procedendo a utilização da História Oral como abordagem metodológica(DELGADO, 2010; FERREIRA e AMADO, 2006; MEIHY, 1996), a pesquisa, que pretendo dar cabo comoTrabalho de Conclusão de Curso (TCC), procura compreender a trajetória deste educador e indagar sobre oseu silenciamento na história da educação local.

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EDUCAÇÃO NO SERTÃO BAIANO - A EXPERIÊNCIA DO PE. PALMEIRA EM VITÓRIA DACONQUISTA – BA (1940-1960)

EDILEUSA SANTOS OLIVEIRA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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ANA PALMIRA B. S. CASIMIROUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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Este artigo se debruça sobre o fazer do Padre Luiz Soares Palmeira, fundador do Ginásio de Conquista eresponsável pela implementação do ensino ginasial no município de Vitória da Conquista. Essa instituiçãoescolar está imortalizada na memória regional por seu pioneirismo e por uma anunciada contribuiçãointelectual, cultural e política para o desenvolvimento do município e da região. Os relatos dos ex-alunos doGinásio sobre o Pe. Palmeira referem-se a esse como um homem inteligente, rígido e brincalhão, queversava sobre diversos temas e falava da vida com sabedoria e profundidade. Segundo os seus ex-alunos,o Pe. Palmeira foi um espírito inquieto e dinâmico, que ajudou a tirar Conquista do anonimato. No imaginárioregional, a figura do Pe. Palmeira está associada ao campo educacional e político. Por não ter se limitadoàs questões eclesiásticas, ele suscitou inúmeras polêmicas sobre seu comportamento, gerando muitosboatos e insinuações referentes à sua vida pública e privada. Seria o Pe. Palmeira um intelectual de espíritomoderno, da tradição liberal, inspirado no iluminismo e no racionalismo? Um educador preocupado com aexistência do ser humano? Um homem com uma visão humanista? Alguém crente de que a educaçãogarantiria uma melhora na vida do indivíduo? Essas são questões que norteiam o presente texto cujoobjetivo é discutir a cosmovisão desse educador, a sua concepção pedagógica e os fundamentos quenorteiam a sua prática, considerando as múltiplas determinações históricas próprias da primeira metade doséculo XX; os pensamentos e as políticas educacionais em disputa e em evidência, na época; e,principalmente, os fundamentos que embasam o pensar e o fazer pedagógico no Brasil.

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FLORESTAN FERNANDES E A QUESTÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA (1959-1961): ASCONTRIBUIÇÕES À CAMPANHA EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO

CRISTIANE SILVA MELO *Universidade Estadual de Maringá

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MARIA CRISTINA GOMES MACHADOUniversidade Estadual de Maringá

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Este trabalho aborda as contribuições de Florestan Fernandes (1920-1995) à Campanha em Defesa doEnsino Público, no Brasil, no final da década de 1950 e anos iniciais de 1960. Indaga-se acerca dasconcepções do autor acerca da finalidade e importância desse movimento que contou com a participaçãode intelectuais e educadores das mais diversas áreas do ensino, na defesa do ideário de oferta de umaeducação qualitativa de caráter público para a sociedade brasileira. A Campanha divulgou dados sobre arealidade da situação da educação nas diversas regiões do país, enfatizou a necessidade de um sistemanacional de ensino para o estabelecimento de uma educação democrática para toda a população nacional,fomentando debates acerca dos assuntos relativos à educação e o ensino ante as discussões e aelaboração da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei nº 4.024/1961). FlorestanFernandes aliou-se à Campanha em prol da causa do ensino público, considerou o movimento significativopor representar a ação conjunta de intelectuais que, inconformados com os problemas existentes naeducação nacional, colocaram-se à disposição pela luta de melhorias para o bem comum, em defesa daelevação da democracia e de oportunidades de igualdade a todos no acesso à educação, aos saberes e àcultura. A ação de intelectuais em prol do ensino público foi destacada por Florestan Fernandes comonecessária e importante para o desenvolvimento do ensino nacional. A movimentação dos intelectuaisrepresentou a união de muitas pessoas na defesa de uma causa considerada importante para toda apopulação brasileira. Eles acreditavam que a denominada educação democrática, estabelecida pelo viés,sobretudo do ensino público, contribuiria em especial à classe popular que muito necessitava dos benefíciosda educação em sua formação para a participação nas diversas instâncias sociais.

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GOVERNADOR E HISTORIADOR: APONTAMENTOS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA EEDUCAÇÃO EM UM GOVERNO

JUÇARA LOBATO DA SILVA *Universidade Estadual de Campinas

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No primeiro governo após o golpe militar de 1964, foi eleito pela assembleia legislativa do Estado doAmazonas um novo governador, o historiador e professor Arthur Cezar Ferreira Reis. Este texto aborda arelação entre História e Educação a partir da reflexão sobre a vinculação deste governador com a sua visãode História. Demonstramos isto através de algumas das suas produções em história, importantes,principalmente, porque tratam da propagação de concepções sobre a história regional e amazonense. Arelevância dada por este governador e historiador à educação e ao ensino de história se infere não só pelaquantidade de publicações, mas também, pelo interesse na produção de conhecimento sobre a realidadeamazonense e amazônica.

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GRACILIANO RAMOS, O ESCRITOR E O INTELECTUAL E SUA DIMENSÃO HUMANA

AURÉLIO RICARDO FILHO *UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

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GRACILIANO RAMOS, O ESCRITOR E O INTELECTUAL E SUA DIMENSÃO HUMANAAurélio Ricardo Filho

Tem este trabalho a pretensão de apresentar o escritor Graciliano Ramos (1892 – 1953) como umintelectual outsider – termo cunhado pelo geográfico Milton Santos. A abordagem estará sustentada emdeclarações expostas em Memórias do Cárcere, livro de memória e autobiografia, lançado postumamente,em 1953. Ao longo das primeiras décadas do Século XX, o escritor alagoano mostrou-se como um dos maisferrenhos críticos da estrutura da sociedade nacional, nesse sentido, Graciliano Ramos criticará toda formase imposição que recai sobre uma imensa parte da sociedade brasileira. Memórias do cárcere é umaexposição de fatos ocorridos no país no início do século XX, e como o pensamento de um escritor,convertido em intelectual, afeta as estruturas de um poder que se mostrava arbitrário e torpe, no caso, aDitadura Vargas. Preso em 1936, sem que nenhum processo contra ele tenha sido levantado, serájustamente no cárcere que o escritor Graciliano Ramos será convertido conscienciosamente num intelectualque investe contra setores da política e da sociedade que atuam em desfavor dos menos esclarecidos.Como base de sustentação, ter-se-á um referencial teórico aportado em Jean-Paul Sartre, Edward Said eWalter Benjamin. Assim, tem-se a intenção de demonstrar como a ação escritural de um homemextensamente politizado, pode troná-lo um intelectual.Palavras Chaves: Graciliano Ramos. Intelectual. Memórias do Cárcere. Literatura.

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GRAMSCI, INTELECTUAIS E SUAS FUNÇÕES CIENTÍFICO-FILOSÓFICA, EDUCATIVO-CULTURAL E POLÍTICA

MARCOS FRANCISCO MARTINS *Universidade Federal de São Carlos - campus Sorocaba

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À luz da concepção gramsciana de intelectual, vista sob o prisma da relação entre trabalho intelectual eengajamento político, o texto apresenta uma leitura de suas funções científico-filosófica, educativa-cultural epolítica na disputa pela hegemonia que se trava entre as classes na realidade capitalista. Inicialmente, édestacada a dificuldade enfrentada pelos que se propõem a conceituar o termo “intelectual”, pois ele suscitasignificados variados e é utilizado de diferentes formas para identificar indivíduos e/ou grupos sociais naação sócio-política e educativa. Resgata-se a visão de alguns autores que trabalharam com essa temática,destacando que o debate sobre os intelectuais emergiu Modernidade e ganhou contornos mais nítidos nofinal do século XIX e início do século XX, sobretudo com o caso Dreyfus. Por fim, apresenta-se aconcepção gramsciana de intelectual, orientada pela marxiana categoria de classe.

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HISTÓRIA DA INFÂNCIA MODERNA NO BRASIL: DIÁLOGOS ENTRE O CAMPO LITERÁRIO E AESFERA JURÍDICO-SOCIAL

ELIANA DA SILVA FELIPE *Universidade Federal do Pará

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Nesta comunicação, apresento os resultados de um estudo bibliográfico/documental sobre o processo deformação da infância moderna no Brasil. A questão que o inspira, a relação entre o enfraquecimento domundo agrário, a ascensão da sociedade industrial e a necessidade de governo das crianças, tem comopano de fundo o processo tardio e descontínuo da modernidade brasileira, e as suas reconfigurações maisrecentes, decorrentes do processo de globalização e do avanço do capitalismo em escalas cada vez maiselevadas. Busco apreender o movimento da história da infância nas suas múltiplas temporalidades,localizando tempos de afrouxamento da ordem doméstica e da ascensão do Estado como esfera deregulação da vida social, combinada com um intenso processo de urbanização/industrialização, processosque incidem diretamente na condição social da infância e na sua elevação ao patamar de centro daspreocupações sociais. Pela incursão no campo literário, particularmente em obras de três escritoresbrasileiros (Machado de Assis, José Lins do Rego e Cecília Meireles), em diálogo com outras esferas emque a infância ganha notoriedade, como a esfera jurídico-constitucional, reúno elementos para problematizara história da infância no Brasil, em sua emergência e desenvolvimento histórico. Talvez estejamos diante deum tempo de transição, marcado pelo enfraquecimento da ideia de governo sobre uma infância indefesa einocente erigida do ideal romântico que fundou o mundo moderno, e a afirmação das crianças como sujeitosde direito.

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INFLUÊNCIA DO PERSONALISMO DE EMMANUEL MOUNIER E DOS MOVIMENTOS SOCIAISCATÓLICOS SOBRE AS IDEIAS PEDAGÓGICAS DE PAULO FREIRE

HENRIQUE KLENK *pontificia universidade católica do Paraná

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PERI MESQUIDAPontifícia Universidade Católica do Paraná

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Resumo

Esta comunicação é fruto de uma pesquisa em andamento sobre as influências recebidas por Freire e que oajudaram a construir tanto os seus fundamentos epistemológicos quanto a sua prática pedagógica colocadaa serviço dos “esfarrapados” da terra. No caso, procuramos por meio de pesquisa bibliográfica, verificar atéque ponto o personalismo de Emmanuel Mounier influenciou os movimentos sociais católicos no Brasil, emespecial as CEBs, o MEB e a JUC e qual teria sido o alcance tanto das idéias de Mounier quanto dessesmovimentos na formação do pensamento de Paulo Freire. Por isso, procuramos dialogar com Mounier eFreire assim com autores que estudaram a obra do pensador francês e a do pedagogo brasileiro.Palavras-chave: personalismo; conscientização; liberdade; movimentos sociais; prática pedagógica.

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MEMÓRIA ESCRITA DE PROFESSORES INTELECTUAIS COMO INTERLOCUTORES DOREPUBLICANISMO EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA ENTRE OS IDOS DE 1910-1945

DANIELA MOURA ROCHA DE SOUZA *Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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LÍVIA DIANA ROCHA MAGALHÃESUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

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A pesquisa de mestrado que desenvolvemos teve como objetivo central analisar a memória escrita deprofessores de primeiras letras, no papel de intelectuais, que, durante a Primeira e/ou Segunda República,ganharam evidência pública, por meio de suas atuações na imprensa local, nas agremiações culturais e napolítica. Foram os interlocutores do republicanismo que se instalava a partir do lugar de professor comointelectual. Analisamos notícias de jornais, trechos de poesias, de bibliografias locais, diversos registrosescritos oficiais e nos deparamos com o processo de interação que um grupo de professores intelectuaisestabeleceu com o contexto republicano, a partir das oportunidades oferecidas pelo seu “status” deprofessores de primeiras letras. Revisitamos a categoria de professor intelectual e tomamos a memóriahistórica como conceito fundamental, na sua versão de memória histórica documental, ou simplesmentememória escrita como registro de experiências comuns, de trajetórias individuais ou de um grupo em umdado momento histórico. Consideramos que as primeiras décadas da República propiciaram queprofessores de pequenas salas de aula adentrassem em espaços como jornais, escrevessem poesias,ocupassem cargos públicos e depois se tornassem reverenciados em revistas, poesias, discursos,autobiografias, se tornando referências de uma memória coletiva (ou de grupo), que passam a fazer parte deuma memória social local.

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O ENSINO DE HISTÓRIA NA PERSPECTIVA INTELECTUAL DE ALFREDO MIGUEL AGUAYO

RODRIGO AUGUSTO DE SOUZA *Universidade Federal do Paraná[email protected]

Este trabalho procura realizar um estudo sobre os fundamentos históricos, filosóficos e pedagógicos queorientam o ensino de história segundo a perspectiva do intelectual cubano Alfredo Miguel Aguayo(1866-1943). A partir da análise do seu livro “Didática da Escola Nova”, publicado na coleção “AtualidadesPedagógicas” da Companhia Editora Nacional, vamos investigar o capítulo intitulado “Ensino da História”.Nossa intenção é apresentar o diálogo de Aguayo com autores importantes da historiografia alemã, emespecial com Bernheim, Ranke, Waitz, Sybel e Droysen. No livro de Aguayo temos também um capítulodestinado à “História Natural”, o que mostra o vínculo acentuado de seu pensamento com a biologia.Pretendemos apresentar o estatuto epistemológico da história como disciplina escolar na perspectivaintelectual de Aguayo.

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O PENSAMENTO DE JÚLIA WANDERLEY E SUAS CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTORIA DAEDUCAÇÃO PARANAENSE

NILVAN LAURINDO SOUSA *Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR

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Esta pesquisa de dissertação de mestrado, que está em processo de desenvolvimento, tem como objetivoestudar o percurso vivido pela Professora Júlia Wanderley, pioneira no ingresso da Escola Nomal deCuritiba, no Paraná, no que diz respeito as suas contribuições no campo educacional, à análise da suaforma de atuação, seus papeis, uma vez que atuou 25 anos na Escola Tiradentes. Júlia Wanderley é maisuma figura de destaque entre os intelectuais que marcaram o debate educacional no Paraná, colaborou coma Revista Escola na primeira década do século XX, tendo seu relatório da Instrução Pública publicado namesma em 1906, dentre outras coisas. A delimitação da Pesquisa vai de 1891 a 1917, compreende operíodo de produção intensa, desde o ingresso na escola normal e a consolidação da sua carreira docente.Objetivamos analisar os relatórios, as correntes filosóficas que fundamentaram a sua produção intelectual. Apesquisa tem o propósito de contribuir para a ampliação do conhecimento na área de história da Educaçãono Paraná e no Brasil. A originalidade se justifica pelo ineditismo na catalogação da obra desta importanteeducadora do Paraná, objetivando uma reunião de seus escritos, a análise e reflexão de sua produção, bemcomo inseri-la no contexto dos Intelectuais da época.

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O QUE ESSE BAIANO TEM? APONTAMENTOS SOBRE A TRAJETÓRIA INTELECTUAL EINSERÇÃO DE AFRÂNIO PEIXOTO NOS DEBATES EDUCACIONAIS.

TAMIRES FARIAS PAIVA *UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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Inserido no esforço de trazer contribuições históricas acerca da educação republicana e seus sujeitos, esteestudo privilegia reflexões sobre a trajetória intelectual do médico Afrânio Peixoto e sua inserção nosdebates educacionais entre as décadas de 1910 e 1930. O presente trabalho recorta da trajetória desteintelectual baiano um corpo de discursos que realiza acerca da formação de professoras primárias,buscando tornar pensáveis as representações que o mesmo compartilha sobre a relação mulher e docência.Para atender o objetivo proposto, elencaram-se como fontes deste estudo cartas pessoais, impressos elivros produzidos pelo médico. Tomando tais fontes, este estudo realiza dois movimentos de reflexão: oprimeiro busca apresentar traços da vida, inserção e produção do médico Afrânio Peixoto no campoeducacional ao longo das três décadas compreendidas; o segundo movimento pretende explorar questõesreferentes à formação de professoras primárias, expondo alguns aspectos que situam o tema no contextodo período analisado em concomitância com os elementos apresentados pelos discursos de Afrânio Peixotoque oferecem questões relevantes para discussão. A trajetória intelectual de Afrânio Peixoto e,especialmente, sua inserção no campo educacional, trazem traços de uma prática bastante comum à época:formado médico, a autoridade desta condição permitiu a este baiano se inserir em distintos campos desaberes, como a história e a literatura. Autor de livros escolares, como foram Minha terra e minha gente eNoções de Hygiene, o público-leitor para o qual tais livros se destinaram se constituiu desde crianças atéprofessoras primárias em formação. Além do aspecto da formação em medicina, vale assinalar que a redede sociabilidade constituída por Afrânio Peixoto também se apresenta como chave para pensar suainserção tanto no campo da literatura como na educação. Ao lado de ilustres como Nina Rodrigues, Máriode Alencar e Anísio Teixeira, a trajetória intelectual de Afrânio Peixoto alcançou eminência, especialmente apartir do momento em que se transfere para o Rio de Janeiro. O pioneirismo também é outro aspectointeressante que deve ser observado quando se resgata traços da vida pública de Afrânio Peixoto. Exemplodisto é o livro Noções de História da Educação, cujo autor afirma ser o primeiro manual de história daeducação no prefácio que dá abertura à leitura. A criação do serviço de inspeção médico-escolar do DistritoFederal também foi associada ao nome do médico, em 1914, embora estudos já realizados demonstrem aexistência do mesmo já em 1910, com a organização do pediatra Moncorvo Filho. Foi, portanto, esteconjunto de questões que possibilitou o desenvolvimento deste estudo e abriu frentes de reflexões para aproblematização da trajetória dos sujeitos que, atravessando a história de nossa educação, permitem-nosaproximar daqueles tempos e lugares, seus problemas, as representações que constroem e os modos comointervêm nos rumos da educação.

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OS SABERES TÉCNICOS DE APROPRIAÇÃO DO MUNDO MATERIAL E SUA VINCULAÇÃO AOSPROGRAMAS DE ACELERAÇÃO DO TEMPO: UMA APROXIMAÇÃOTEÓRICA AO PENSADOR

CAMPISTA ÁLVARO VIEIRA PINTO

PAULO CÉSAR HEMÉRITAS *UNIV EST NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

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A pesquisa em andamento tem por objetivo revisitar a obra do pensador Álvaro Vieira Pinto, em especial oseu "Conceito de Tecnologia". Considerado como o "ideólogo" do desenvolvimento, discute-se apresentificação das suas idéias diante dos atuais desafios apresentados à sociedade brasileira quanto asua opção de modelo de desenvolvimento econômico. Pensador campista, professor da Faculdade Nacionalde Filosofia, esquecido pelo tempo e cuja obra começa a ser revelada postumamente com a edição denovos volumes, como o Conceito de Tecnologia. O seu legado teórico é fruto de uma época em quevivenciava-se o conflito entre ideologias sobre o futuro do país, geração que influenciou inúmeros outrospensadores a partir dos trabalhos publicados pelo ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros.O estudo pretendido abre nova frente de investigação, contribuindo com fontes de informação einterpretação que até o momento foram insuficientes sobre questões que a História considera relevantes.Pelo vulto de sua temática, cruzando as fronteiras dos Governos Café Filho, JK, Jânio Quadros e JoãoGoulart,.

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PAULO FREIRE: UMA ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO POPULAR

ALESSANDRA COLESEL *Universidade Estadual do Centro Oeste

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MICHELLE FERNANDES LIMA MICHELLEUniversidade Estadual do Centro Oeste

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Esse artigo refere-se ao trabalho de conclusão de curso, intitulado como: Paulo Freire: uma análise nosprincípios filosóficos da Educação Popular. A pesquisa tem como base a história da educação popular noBrasil, tendo como objetivo investigar os pressupostos históricos e filosóficos da mesma, a qual foi criada edefendida por Paulo Freire nas décadas de 1950 e 1960. Desse modo, esse estudo visa contribuir com ahistória e filosofia da educação brasileira, conhecendo e aprendendo com este conceituado educadorbrasileiro a partir de um olhar embasado metodologicamente no materialismo histórico. O artigo estáorganizado com base no contexto histórico das décadas acima citadas, momento do surgimento doMovimento de Educação Popular, desenvolvido a partir da seguinte problemática: Quais os Pressupostosfilosóficos presentes na educação defendida por Paulo Freire? Seguindo também algumas reflexõessecundárias, como: A filosofia Marxista está presente na proposta da educação popular? Se aparece emque momento? Qual a concepção de homem proposta por Paulo Freire? E de sociedade? E educação?.Para melhor aprofundamento metodológico utilizamos o materialismo histórico, como fundamento paraanálise da pesquisa. Na seqüência tratamos sobre a origem e conceitos teóricos que fundamentam aproposta educacional, apresentando o cenário das dissertações de Mestrado realizadas no período entre2000 a 2010, que tiveram como objeto o pensamento de Paulo Freire. Ainda a fim de verificar os estudos dafilosofia do educador, analisamos o posicionamento dos autores sobre a educação popular. Finalizamos coma análise de alguns escritos de Paulo Freire, com intuito de identificar as concepções de filosofia,sociedade, homem e educação presentes na sua obra. Nesse sentido, a discussão em torno da educaçãopopular no Brasil, tem sido feita por autores como: Aranha (1996), Beisiegel (1992), Gadotti (1995),Ghiraldelli (1994), Giovedi (2006), Fidalgo (2000), Freire (1987), Paiva (1986), Rezende (1990), Rodrigues(2003), Saviani (2008), Scocuglia (2003) e Werri (2008).

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REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO E POLÍTICA NO PENSAMENTO DE EPICURO

OSMAR MARTINS DE SOUZA *Universidade Estadual de Maringá

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JOSÉ JOAQUIM PEREIRA MELOUniversidade estadual de Maringá

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Este texto tem como intento refletir sobre a educação e a política no pensamento de Epicuro. A concepçãoeducativa e política do pensador helenístico significou um rompimento com a dos pensadores clássicosgregos, como Platão e Aristóteles, porque convocava os freqüentadores de sua escola a afastar-se da vidapública e das atividades ligadas à política. Essa visão “negativa” em relação à política constituiu uma dascaracterísticas fundamentais de seu pensamento educativo e pode ser compreendida em parte pelocontexto social em que viveu Epicuro. Este foi marcado por profundas transformações como a decadênciada polis grega, da democracia enquanto sistema político e pela implantação da Monarquia Alexandrina oumacedônica. Tais mudanças colocaram em crise os principais ideais formativos da sociedade gregaclássica e oportunizou o desenvolvimento de outras concepções filosóficas.

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“CONSCIÊNCIA NEGRA E TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE”: A CONTRIBUIÇÃO DEFLORESTAN FERNANDES PARA INSERÇÃO DOS NEGROS NA EDUCAÇÃO FORMAL.

GENILSON FERREIRA DA SILVA *Universidade do Estado da Bahia

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O presente texto procura destacar a importância de Florestan Fernandes para a compreensão de doistemas complementares da sociedade brasileira: a questão racial brasileira, sobretudo aquela pertinente aonegro; e educação brasileira, tema este, em que o autor se coloca em favor de educação pública. Paraentender essas duas dimensões (racismo e educação), o artigo referencia-se em um conjunto dedocumentos elaborados no início nos anos de 1990 por Fernandes, na condição de deputado federal, queimplica na Emenda Constitucional, no Pronunciamento na Câmara dos Deputados e na Carta à Liderança doPartido dos Trabalhadores.Palavras chave:

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