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PROCESSO AVALIATIVO Caderno de Orientações sobre o Janeiro, 2012

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PROCESSOAVALIATIVO

Caderno de Orientações sobre o

Janeiro, 2012

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APRESENTAÇÃO

Prezadas Educadoras, Prezados Educadores,

Depois de muito trabalho coletivo, entregamos o Caderno de Orientações sobre o Processo

Avaliativo, com o objetivo de contribuir para a reflexão sobre as questões que envolvem a

avaliação da aprendizagem escolar. Nele apresentamos o Registro-Síntese, um instrumento

que o educador e a equipe escolar utilizarão para sistematizar o aprendizado e o

desenvolvimento do educando em sua trajetória.

Oriundo de revisão da Ficha Descritiva de Avaliação, o Registro-Síntese do Processo Avaliativo

é resultado das discussões realizadas no âmbito da Rede e sistematizadas pelo Grupo de

Trabalho, do qual fizeram parte os diferentes segmentos: educadores, coordenadores

pedagógicos, gestores etc. As discussões serviram para qualificar tanto a elaboração do

instrumento, quanto a discussão acerca da avaliação na sua relação com os saberes

necessários e com o Projeto Político-Pedagógico.

Como componente do processo avaliativo, o Registro-Síntese é uma referência para o

pensamento acerca do que é necessário fazer para que o educando se desenvolva de maneira

plena. Isso caracteriza sua função diagnóstica, na medida em que, identificando o que precisa

ser feito, permite as mediações e também seu acompanhamento. Sua função maior é ser

instrumento de crescimento do educando, jamais de maneira seletiva e excludente.

Ressaltamos que o material ora apresentado é o esforço de todos os sujeitos que se

debruçaram em sua elaboração, mesmo porque esta não é a construção de uma pessoa ou

grupo, mas do conjunto da Rede Municipal e da Secretaria de Educação. Com a clareza de

que este processo sinaliza mais um passo na construção de uma gestão democrática,

acreditamos que, sempre juntos, poderemos fazer o melhor para garantir uma educação de

qualidade social para a cidade de Guarulhos.

Prof. Moacir de SouzaSecretário Municipal de Educação

Janeiro de 2012

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 2

TRAJETÓRIA DE CONSTRUÇÃO COLETIVA DO REGISTRO-SÍNTESE DO PROCESSO AVALIATIVO 4

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E SEUS REGISTROS 6

Introdução ................................................................................... 6

Avaliação da aprendizagem como componente indissociável do processo educativo ....................................................................... 6

Avaliação da aprendizagem: entre a classificação excludente e o diagnóstico .................................................................................. 7

Avaliação da aprendizagem para todos ou só para o educando? ......... 8

Avaliação da aprendizagem e registro da prática: em busca da materialização de sua finalidade essencial ...................................... 9

Caminho a percorrer continuamente em nossa prática ...................... 11

REGISTRO-SÍNTESE DO PROCESSO AVALIATIVO 12

Finalidade .................................................................................... 12

Organização do Documento ........................................................... 12

Modelo de Registro-Síntese do Processo Avaliativo ................... 14

Parte Objetiva........................................................................ 22

Parte Descritiva ..................................................................... 26

SUGESTÕES DE MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A EQUIPE ESCOLAR 28

De professores para educandos ...................................................... 28

Mediações referentes aos saberes ........................................... 29

Mediações referentes à avaliação ............................................ 30

De coordenação para professores ................................................... 31

CONSELHO PARTICIPATIVO DE CLASSE E CICLO 33

Introdução ................................................................................... 33

Orientações Gerais ........................................................................ 34

Orientações para Preparação e Realização do Conselho Participativo de Classe e Ciclo .......................................................................... 34

Outras Sugestões .......................................................................... 35

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2 Secretaria de Educação de Guarulhos

INTRODUÇÃO

O objetivo deste Caderno de Orientações é trazer a você, educador, educadora e equipe escolar, informações sobre o Processo Avaliativo, o Registro-Síntese que dele decorre e sua forma de preenchimento, continuando o diálogo sobre a avaliação escolar na relação com o Currículo, o Projeto Político-Pedagógico e o Conselho Participativo de Classe e Ciclo.

Pretendemos cobrir um leque de discussões sobre a complexidade da aprendizagem escolar e qual papel a avaliação representa em seu interior. Ressaltaremos, por isso, a importância de fazer do processo pedagógico um elemento de indagação contínua que, pela avaliação, possa diagnosticar as ações necessárias para garantir o desenvolvimento do educando.

O Documento está organizado da seguinte maneira:

• Trajetória de Construção Coletiva do Registro-Síntese do Processo Avaliativo: o objetivo é contextualizar o histórico das discussões realizadas na Rede e sistematizadas pelo Grupo de Trabalho (GT) na elaboração do Registro-Síntese do Processo Avaliativo. Descrevemos de maneira breve todo o processo participativo que originou, inclusive, a elaboração deste Documento;

• Avaliação da Aprendizagem e seus Registros: texto de referência construído coletivamente pela Rede que, depois de elaborado, orientou toda a ação do GT na construção do Registro-Síntese do Processo Avaliativo. Nele a avaliação é entendida como um processo que acompanha o aprendizado e o desenvolvimento do educando em seu percurso escolar;

• Registro-Síntese do Processo Avaliativo: nesta parte, explicamos o que é o Registro-Síntese como um instrumento que reúne os elementos acumulados durante a trajetória de aprendizagem e desenvolvimento do educando. Apresentamos também, de maneira direta, a estrutura do documento, explicando cada parte constituinte;

• Sugestões de Mediações Pedagógicas para a Equipe Escolar: o objetivo desta parte é subsidiar a equipe escolar com estratégias que ela pode utilizar para lidar com as questões que surgem no cotidiano do trabalho pedagógico. Elas são resultado das contribuições da própria Rede e do GT, e não devem ser entendidas isoladamente, mas como parte de um processo que visa tanto o aprendizado do educando, quanto o fortalecimento da equipe. O sentido delas está orientado pela relação com o Quadro de Saberes Necessários (QSN);

• Conselho Participativo de Classe e Ciclo (CPCC): o texto visa orientar a equipe escolar na organização deste importante órgão colegiado. Como parte da gestão democrática, o CPCC deve se constituir em um espaço de discussão coletiva para levantamento das necessidades de mudança e avanço. Devem participar de sua realização representantes de pais/responsáveis e educandos.

Ao assumirmos o compromisso de sistematizar nosso Projeto Político-Pedagógico, vários processos foram desencadeados, tanto para a explicitação de nosso horizonte acerca de que educando queremos formar, quanto de que maneira implementaremos as ações para que um projeto de educação possa se efetivar na formação de um educando crítico, solidário e participativo na sociedade (QSN, 2009).

Como a tarefa precípua da escola é a formação humana integral (no aspecto físico, social, cultural, cognitivo, ético, estético e sexual), é fundamental a construção de um processo avaliativo que permita a percepção da aprendizagem e do desenvolvimento do educando. Mas, para chegar a isso, foi importante a construção do Quadro de Saberes Necessários (2009), o qual serviu de referência para definição de nossa concepção de avaliação em 2010 [texto presente neste Documento], que, por sua vez, demandou a elaboração do Registro-Síntese do Processo Avaliativo (2010-2011).

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Caderno de Orientações sobre o Processo Avaliativo 3

Ele [o Registro-Síntese] deve ser, portanto, um elemento que garanta, na prática, a continuidade do trabalho pedagógico realizado para que a aprendizagem do educando não seja interrompida e para que ele aprenda os saberes necessários para o exercício de sua cidadania. Desse modo, constitui-se em um indicador do percurso escolar de aprendizagens do educando.

Sua relação com o currículo é de complementaridade, na medida em que ambos são “instrumentos” pedagógicos com os quais a escola pretende atender sua função de educar. A definição do que é o currículo é de caráter pedagógico e contribui ou para a reprodução da sociedade ou para sua transformação, mas em uma relação dialética. Nesse aspecto se situa o divisor de águas para um projeto de educação de caráter reacionário (reprodução) ou de caráter emancipatório (transformação). Todavia, é importante salientar que reprodução e transformação são complementares, não antagônicas. É importante reproduzir, por exemplo, valores como respeito, solidariedade, fraternidade, trabalho em equipe, consciência de direitos etc. O que não se pode é fazer a reprodução das desigualdades sociais, mas as conquistas que se obtêm devem ser mantidas e ampliadas.

A avaliação materializa uma visão de mundo, conhecida na educação, quando sistematizada, como Projeto Político-Pedagógico, que, segundo o que defendemos, não pode estar pautado em uma educação formada para a lógica do mercado, liberal, mas, ao contrário, deve estar a serviço da leitura crítica, não submissa aos imperativos do consumo inconsciente.

Em uma visão de mundo excludente e seletiva, a função da avaliação só pode ser a de manutenção do status quo, com uma função coercitiva de classificação dos níveis de aprendizagem do educando, visando à exclusão dos que não podem ou “não merecem”. Ela será entendida somente como “prova”, pois o educando não é sujeito em crescimento, é sujeito a priori condicionado a “provar” que o que sabe é passível de aprovação.

A lógica da “prova” responde, em geral, a uma visão de mundo, pois é um elemento a serviço da seletividade que não atende às funções fundamentais da avaliação em um projeto emancipatório: diagnóstica e reguladora. Todavia, podemos utilizá-la se for como um instrumento para a realização do trabalho, como diagnóstico das necessidades de intervenção didática. O que não podemos fazer, como já salientamos, é a classificação para a exclusão, é a “prova” como petrificação de um momento e negação do processo.

Por isso, a avaliação, em nossa perspectiva, se reveste de um conteúdo articulador entre o ideal e o real. Ela é a referência para o pensamento acerca do que é necessário fazer para que os educandos aprendam mais e melhor, pois visa perceber/levantar os pontos a serem melhorados para que possamos diversificar as estratégias de ensino-aprendizagem, de modo a possibilitar o aprendizado adequado de cada um e de todos. Nesse sentido, é fundamental diversificar as estratégias de avaliação também. No caso de educandos com deficiência, deve-se buscar os recursos de tecnologia assistiva, sejam digitais, de informação, comunicação, bem como materiais pedagógicos acessíveis.

É necessário que o processo avaliativo abarque a totalidade do grupo-escola, respeitando e valorizando a diversidade humana nela presente (étnico-racial, de gênero, regional e religiosa), pois o entendimento que temos de avaliação, como componente da qualidade social da educação e do processo ensino-aprendizagem, é de que ela deve ser inclusiva e não excludente.

Do ponto de vista regulador da avaliação, o que se observa é sua capacidade de reorientar os planos de ação da escola e do professor, permitindo o replanejamento, a revisão de caminhos ou sua continuidade.

Nesse sentido, quando falamos em Registro-Síntese, salientamos dever ser ele sistemático e atualizado sobre os acontecimentos de cada educando por meio de diversos instrumentos, incluindo atividades, provas, trabalhos, rodas de conversas, registro de observações, dentro e fora da sala de aula.

É para contribuir à efetivação deste quadro que elaboramos estas orientações sobre o processo avaliativo no qual o Registro-Síntese se insere, para que possamos criar uma nova cultura sobre a avaliação, em que os educandos sejam vistos como sujeitos em crescimento, e os educadores, como atores que promovem a aprendizagem significativa deles. Esperamos, por fim, que este Caderno de Orientações contribua para a prática de todos.

Secretaria Municipal de Educação

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4 Secretaria de Educação de Guarulhos

TRAJETÓRIA DE CONSTRUÇÃO COLETIVA DO REGISTRO-SÍNTESE DO PROCESSO

AVALIATIVO

As discussões sobre o que viria a ser o Registro-Síntese do Processo Avaliativo aconteceram entre 2010 e 2011 e contaram com a participação de diversos sujeitos da Rede Municipal, incluindo a Secretaria, que enriqueceram todo o processo e demarcaram um caminho trilhado coletivamente. Seu início aconteceu em 4 de fevereiro de 2010, quando, no documento de Planejamento das Escolas da Prefeitura de Guarulhos, a Secretaria de Educação solicitou que todos os educadores e equipes gestoras, em suas respectivas escolas, respondessem individualmente a duas questões: a) Qual é a Avaliação que desejamos em nossas escolas? e b) Em relação à Ficha Descritiva em uso na Rede, destaque pontos positivos, negativos e dê sugestões. Esse primeiro movimento já demonstrava as intencionalidades desta Rede de Educação, que pretendeu democraticamente reconstruir um documento de avaliação que realmente mostrasse o trabalho dos educadores. Em seguida, nos meses de fevereiro e março, ocorreram plenárias parciais em cada unidade escolar para a sistematização das respostas, objetivando registrar o consenso do grupo, um trabalho bastante complexo diante da diversidade de ideias e ações pedagógicas existentes nas escolas. Mas os educadores mostraram, em sua maioria, muita responsabilidade e dedicação para a veracidade das concepções apresentadas. Esse trabalho foi enviado até 15 de março de 2010 à Secretaria de Educação, que fez o mesmo trabalho que as escolas diante das questões apresentadas e participou como mais um agente na contribuição sobre o que pensamos de avaliação e quais pontos positivos e negativos víamos na Ficha Descritiva. Entre os dias 5 e 20 de março de 2010, as escolas foram convidadas pelo Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (DOEP) a encaminharem representantes para constituição do Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes da Rede – diretores, vice-diretores, professores-coordenadores pedagógicos, professores de educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA), agentes de desenvolvimento infantil – e do DOEP. Um movimento democrático que se fez por representação, pois seria inviável ouvir um a um todos os educadores da Rede. Os que vieram ao GT como representantes de suas escolas se ofereceram para tal trabalho. Refletir sobre nossas concepções de avaliação a partir das nossas práticas não é tarefa fácil e necessita de subsídio. Portanto, dando continuidade, foram realizados entre os meses de março e abril encontros formativos de professores-coordenadores pedagógicos com o GT e o Professor Celso Vasconcellos, objetivando o aprofundamento do Marco Referencial Avaliativo, etapa fundamental da construção da Concepção de Avaliação. Entre março e maio de 2010, o GT se reuniu periodicamente para leitura analítica, compilação e discussão a respeito das contribuições da Rede, enviadas no início do ano, sobre a concepção de avaliação da aprendizagem, para, assim, ser sistematizada uma primeira proposta de texto. Essa proposta foi enviada a todas as escolas em 24 de junho de 2010, para apreciação e discussão relativas às contribuições da Rede discutidas anteriormente. Paralelamente, o GT trabalhava na sistematização dos pontos negativos, pontos positivos e sugestões da Rede a respeito da Ficha Descritiva de Avaliação. Em 30 de julho, o GT recebe da Rede novas considerações a respeito do texto de Concepção de Avaliação e o finaliza. Com a certeza das concepções da Rede sobre avaliação, considerando todos as contradições existentes e dos apontamentos quanto à Ficha Descritiva, o GT elaborou propostas de novo(s) instrumento(s) de Registro-Síntese do Processo Avaliativo, tanto para a Educação Infantil, como para o Ensino fundamental e EJA, entre junho e setembro de 2010. Em 14 de dezembro de 2010, o GT se reuniu e ouviu as impressões do Secretário da Educação sobre a proposta de Registro-Síntese. Foi evidenciada a necessidade de realização de um laboratório nas escolas da Rede com o

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Caderno de Orientações sobre o Processo Avaliativo 5

objetivo de ouvir os educadores sobre a proposta de Registro-Síntese, apontando o que precisaria ser acrescentado, suprimido e com sugestões, tendo sempre como norte as concepções de Avaliação e o Quadro de Saberes Necessários. Foram escolhidas oito escolas, levando em conta as etapas e/ou modalidades que atendem, o número de educandos, os bairros em que se localizam, as observações e escutas das visitas do próprio Secretário às unidades da Rede. Foram elas: EPG Amador Bueno, EPG Carlos Drummond de Andrade, EPG Cora Coralina, EPG Dorcelina de Oliveira Folador, EPG Gianfrancesco Guarnieri, EPG Herbert de Souza, EPG Siqueira Bueno, EPG Vinícius de Moraes. Além disso, a EPG Edson Malecka solicitou entrada no laboratório e foi contemplada, somando-se nove escolas participantes.

Em seguida, durante o mês de abril de 2011, duplas formadas por participantes do GT (representante do DOEP e das escolas) visitaram especificamente as nove escolas do laboratório e explicaram seu objetivo e sua importância. Os Registros ficaram nas unidades para análise e apreciação. Tratava-se de mais uma oportunidade de participação representativa da Rede na construção coletiva do Registro-Síntese do Processo Avaliativo, dentro de uma visão dialética e democrática em que cada um e todos os sujeitos envolvidos possuem um papel e, portanto, responsabilidade política, social e educacional dentro dessa construção. Paralelamente, nos dias 13, 20 e 27 de abril de 2011, os professores-coordenadores pedagógicos das escolas do laboratório estiveram no DOEP para discussão sobre os avanços e desafios do trabalho.

Entre 9 e 17 de maio de 2011, as duplas de acompanhamento do GT retornaram às nove escolas com o objetivo de receber os relatórios produzidos em cada período, lendo e intervindo com o grupo da escola quando as questões solicitadas não estivessem explicitadas e, em grupo, registrando as considerações necessárias. O acompanhamento do laboratório teve início com movimentos de recusa ao exercício do preenchimento do Instrumento, e até mesmo da responsabilidade que ele trazia ao grupo da escola, mas os diálogos nos fizeram (GT e ESCOLAS) crescer em nossas argumentações e entender melhor o processo democrático que responsabiliza os sujeitos tanto quanto lhes dá voz. Os resultados foram muito positivos e, como não poderiam deixar de ser, bastante diferentes entre escolas, períodos, etapas e modalidades de ensino.

Todo o material produzido no laboratório foi sistematizado pelas respectivas duplas de acompanhamento entre os dias 20 e 23 de maio de 2011 e, no dia 24, em reunião com todo o GT e com o Secretário de Educação, houve a apresentação das sistematizações finais. Daí em diante, o GT reformulou o Registro-Síntese do Processo Avaliativo.

Nos dias 17, 24 e 31 de agosto, foram realizadas oficinas com os professores-coordenadores pedagógicos com alguns objetivos: apresentar a todos o Registro-Síntese do Processo Avaliativo e o texto de orientações elaborado pelo GT/DOEP, contendo informações para subsidiar seu preenchimento (pedido da rede); apresentar o texto de concepções e uma listagem de sugestões de mediações pedagógicas, para subsidiar o trabalho da equipe escolar; e instrumentalizá-los para a etapa que aconteceria nas escolas em 13 de setembro, denominada “Parada da Rede”, para discussão do documento e levantamento de novas sugestões, supressões e modificações.

Como última etapa deste processo de construção, de 13 a 21 de setembro de 2011 as escolas enviaram as devolutivas das discussões realizadas e, de 21 de setembro a 10 de outubro, o GT/DOEP sistematizou essas contribuições e preparou o Seminário de Avaliação Educacional a partir das questões que não tiveram consenso na Rede ou no GT, sempre considerando as concepções postas, a veracidade das ações pedagógicas da Rede e o desejo dos educadores, tendo como foco principal a aprendizagem significativa dos educandos. O Seminário contou com a representatividade de todos os segmentos, de todas as escolas, e deliberou por explanação dos assuntos seguida de votação sobre o Registro-Síntese do Processo Avaliativo e o Caderno de Orientações. Assim, “concluímos” esta etapa do processo, mas não o processo inteiro, pois nosso desafio é implementar o Registro- -Síntese na Rede, de modo que ele possa, realmente, operar conforme sua finalidade maior, como instrumento de crescimento do educando pela sistematização de seu percurso escolar.

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6 Secretaria de Educação de Guarulhos

AVALIAÇAO DA APRENDIZAGEM E SEUS REGISTROS1

Introdução

No que se refere às funções da avaliação da aprendizagem, importa ter

presente que ela permite o julgamento e a consequente classificação, mas

essa não é a sua função constitutiva. É importante estar atento à sua função

ontológica, que é a de diagnóstico, e, por isso mesmo, a avaliação cria a

base para a tomada de decisão, que é o meio de encaminhar os atos

subsequentes, na perspectiva da busca de maior satisfatoriedade nos

resultados. (Cipriano C. Luckesi)

Questão fundamental que se coloca na discussão sobre a avaliação é qual será a sua definição político-social para o trabalho na escola, porque dela decorre uma gama de ações que podem ou não servir a finalidades de melhoria do processo educativo. Por isso, a busca da definição conceitual da avaliação se mostra necessária. Todavia, tal consideração não quer dizer que é a definição que determina a prática, mas sim a prática que determina o pensamento sobre a avaliação para que, então, prática e pensamento estabeleçam uma relação de diálogo, ou seja, de ida e volta como duas faces de uma mesma ação pedagógica.

Para que a definição político-social de avaliação da Rede Municipal de Educação de Guarulhos não se constitua em uma abstração desvinculada da prática real das escolas, o processo de discussão do Grupo de Trabalho (GT) e do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (DOEP) privilegiou a máxima fidelidade às contribuições enviadas pela Rede.

Desse processo de reflexão, que não começou agora, mas que já resultou na publicação do Quadro de Saberes Necessários (QSN) em 2009, a avaliação é entendida como parte integrante do Projeto Político-Pedagógico Municipal e escolar, na medida em que é um instrumento diagnóstico das possibilidades de continuidade do processo pedagógico, refletindo a prática, mas, sobretudo, identificando elementos para reflexão.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO COMPONENTE INDISSOCIÁVEL DO PROCESSO EDUCATIVO

A avaliação é todo processo que, em princípio, acompanha o caminho percorrido individualmente pelo educando em sua trajetória de aprendizagem e desenvolvimento, pois não ocorre em um momento isolado como se fosse apenas para marcar a passagem de uma unidade de ensino (bimestre ou semestre), mas, integrante de todo o currículo e das práticas práticas escolares, é entendida como contínua, ou seja, como atividade cotidiana que permite à escola a aferição do andamento do processo, tendo em vista seu consequente avanço.

O educando é visto como sujeito de práticas sociais para as quais a escola tem uma função potencializadora, o que ressalta seu aspecto de interação. Assim, vemos a avaliação como uma interação positiva com o educando, buscando sempre o aprendizado e o desenvolvimento integrais, em todos os aspectos: corporais, emocionais, coletivos, cognitivos, éticos e estéticos.

1 O processo de elaboração deste texto iniciou-se no dia 4 de fevereiro de 2010, quando a Secretaria de Educação solicitou que todos os educadores e equipes gestoras respondessem individualmente a duas questões: a) Qual é a avaliação que desejamos em nossas escolas? e b) Em relação à Ficha Descritiva em uso na Rede, destaque pontos positivos, negativos e dê sugestões. Sua primeira publicação aconteceu no dia 24 de junho de 2010, e a versão ora apresentada é basicamente a mesma, com modificações apenas de caráter de revisão.

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A busca de uma avaliação que dê conta de uma visão mais integral do educando é uma exigência social, muito mais do que uma determinação a priori de uma Secretaria de Educação ou de uma política pública, pois emerge da necessidade de uma compreensão mais geral do mundo, de suas múltiplas determinações que, certamente, uma visão fragmentada do educando e do ensino não é capaz de abarcar. O educando interage com o mundo, e, nessa interação, ele o transforma, mesmo inconscientemente, de modo que a função da avaliação, integrada ao processo pedagógico mais amplo, é exatamente tornar consciente no educando essas possibilidades de diagnosticar o mundo e não somente de verificá-lo, pois, por verificação, concebe-se uma visão estática do mundo, e por diagnóstico, no sentido avaliativo, se compreende o movimento de diálogo com o mundo. Esse movimento se dá em todo o momento de nossa vida e não somente em uma “prova”.

Nesse sentido, a avaliação é um referencial para avançarmos nas conquistas dos saberes necessários tanto para o educando quanto para o educador no âmbito formativo, contínuo, de observação, reflexão e registro das vivências cotidianas. Por vivências cotidianas entendemos todas as ações humanas dos indivíduos, que permitem ao educando lidar com o mundo e multiplicar suas experiências mais imediatas, conscientes ou não. A avaliação, considerando essa apreensão imediata do mundo (vivências cotidianas), torna-as conscientes e vai além delas na medida em que permite o seu refinamento e sua ressignificação.

A avaliação é vista como um processo contínuo que considera o desenvolvimento global de cada educando em sua singularidade, os conhecimentos prévios e o contexto em que ele está inserido, pois ela faz parte de um processo formativo, contínuo, diário e diversificado, que procura acompanhar o sujeito em seu desenvolvimento como ser multidimensional.

O instrumento avaliativo deve ser subsidiado pelo registro objetivo das ações na escola para a tomada de decisão que contribua para o fortalecimento do processo educativo. Isso se relaciona com a compreensão de que a observação atenta e seu registro fazem parte do processo avaliativo permanente do educando, em diversas situações: quando brinca, quando participa de uma roda de conversa, quando lê, escreve, conta uma história, quando pesquisa, resolve problemas etc.

Além disso, a avaliação deve ocorrer ao longo do processo, adequando-se à natureza da aprendizagem, levando em consideração não só os resultados das tarefas realizadas, mas o processo de aquisição dos saberes. Portanto, deve objetivar mais do que “notas”. Trata-se de um olhar integral e não fragmentado, sem aspectos classificatórios e eliminatórios. O diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser compreendido não como um veredicto que irá culpar ou absolver o educando, mas sim como uma análise da situação escolar atual, em função das condições de ensino que estão sendo oferecidas.

O educador atento a isso trabalha observando, interpretando e registrando as ações, as hipóteses e o pensamento do educando, considerando sempre a riqueza das possibilidades e as diferenças culturais e respeitando a individualidade dos sujeitos e seu Tempo de Vida, sem finalidades classificatórias, mas sim diagnósticas.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ENTRE A CLASSIFICAÇÃO EXCLUDENTE E O DIAGNÓSTICO

Por considerar a avaliação como componente do processo educativo em todos os seus momentos e facetas, ela é vista em seu aspecto constitutivo, ou seja, no sentido de avanço do ensino-aprendizagem e tendo em vista o fortalecimento da prática. Desse modo, a avaliação visa à melhoria da qualidade do ensino e ao levantamento de um conjunto de dados que permitem à escola e à sociedade tomar decisões sobre os rumos da escolarização dos educandos.

A avaliação tem, na sua essência, uma função diagnóstica, pois deve ser continuamente um instrumento objetivo que permite uma tomada de decisão sobre os dados colhidos, daí a importância do registro para uma discussão mais consistente no interior da escola.

A prática da avaliação nunca pode ser entendida apenas como prova, pois o educando não deve provar ao

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8 Secretaria de Educação de Guarulhos

educador, por exemplo, que é inocente diante dos aprendizados nele “depositados”, mas, como sujeito, esse educando verá, nos instrumentos avaliativos, a possibilidade real, expressiva do crescimento de sua compreensão relativa ao mundo e aos saberes socioculturais trabalhados durante um período, ou unidade de ensino.

Em oposição a esse modelo classificatório de cunho seletivo, excludente e coercitivo é que surge a necessidade de a avaliação incluir e não excluir, revelando sua função fundamental: diagnóstica. A avaliação não pode ser um instrumento de mera classificação, na maioria dos casos com valorações em melhor ou pior, bom ou ruim, satisfatório ou insatisfatório etc., mas um instrumento que auxilia a melhoria da qualidade de ensino e o desenvolvimento individual e coletivo do educando, sendo fonte de estímulo e não de desmotivação.

A avaliação não tem um fim em si mesma, adquirindo seu sentido somente quando vinculada ao processo educacional mais amplo (política pública) e mais específico (o currículo e o projeto da escola), sendo um indicador de seu sucesso e das possíveis necessidades de melhora.

Avaliar é diagnosticar o desempenho dos educandos nas diversas práticas educativas e nos respectivos eixos que estão contemplados no Quadro dos Saberes Necessários, importante documento norteador de nossa prática, para encadear sempre a correção de rumos e o replanejar do educador e do grupo-escola. Trata-se de um ato conscientemente vinculado à concepção de mundo, de sociedade e de ensino que temos (PPP), permeando toda a prática pedagógica e as decisões metodológicas.

Disso decorre que a avaliação não deve representar o fim do processo de aprendizagem, nem tampouco a escolha inconsciente de instrumentos avaliativos, mas sim a escolha de um caminho a percorrer na busca do desenvolvimento dos saberes necessários.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM PARA TODOS OU SÓ PARA O EDUCANDO?

À primeira vista, quando nos deparamos diante de uma pergunta exclusiva como esta, a resposta se mostra quase automaticamente: em geral se escolhe que a “avaliação é para todos”. Todavia, ao nos debruçarmos sobre a realidade das escolas e vermos como realmente o processo de avaliação se dá, nem sempre toda a equipe escolar se coloca como objeto ou sujeito do processo avaliativo, pois existe uma ideia de avaliação como forma de verificar o conteúdo formal aprendido pelo educando, e não o conjunto das ações que se dão no interior da escola nas quais estão envolvidos todos os atores.

Não é exagero salientar que essa postura sobre a necessidade de o processo avaliativo abarcar a totalidade do grupo-escola decorre da concepção que temos de avaliação (PPP), entendida como os instrumentos de que a escola dispõe para diagnosticar as condições concretas de seu funcionamento (organização, gestão, didática, metodologia etc.), tendo em vista a qualidade social da educação e do processo ensino-aprendizagem.

Dada essa necessidade de grupo nos processos avaliativos, consideramos que, em relação ao educando, a avaliação deve ter um caráter formativo e não classificatório, priorizando o processo ensino-aprendizagem do grupo/coletivo e de cada indivíduo, ou seja, um processo dinâmico no qual as atividades e conteúdos de trabalho dialoguem, constantemente, com as situações e necessidades dos educandos.

O Quadro de Saberes Necessários, ao defender uma perspectiva de diálogo como fonte para o processo de construção do conhecimento, concebe os saberes como advindos da experiência vivida da escola, da comunidade e historicamente construídos, cuja formalização é o resultado de um exame crítico das necessidades sociais de transformação de suas condições de existência.

Em consonância com esse princípio político-social, a avaliação é um instrumento que permite a essa concepção se materializar, ou seja, no interior da escola, ela é uma das expressões da concretude da educação que

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queremos, daí sua relação com o currículo escolar, que é, segundo o próprio Quadro de Saberes Necessários, um instrumento de formação humana.

Conhecer os educandos, seus interesses, suas necessidades, respeitar o modo de ser e de viver (ambiente familiar) e valorizar seus múltiplos saberes e habilidades são fatores de extrema importância para a relação entre saberes, currículo e avaliação. Para isso, a sondagem é o ponto de partida para estabelecer uma relação entre o Quadro de Saberes Necessários e o conhecimento que cada educando traz em sua bagagem cultural, dando maior significado para o novo conhecimento a ser adquirido por ele.

Em seguida, faz-se necessária a discussão de uma intervenção, um planejamento fundamentado e ao mesmo tempo flexível, pois devemos contar com as possíveis necessidades de mudanças durante o processo. Surge daí uma perspectiva de reflexão e diálogo contínuos, pois um planejamento só pode ser flexível e atender às necessidades formativas do educando se, pelo diálogo e sistematização, encontrar novas possibilidades de reorientação da prática.

Mas, como fio condutor, pensamos que avaliar o educando diariamente em todos os espaços educativos (na sala de aula, nos jogos/brincadeiras, nas atividades artísticas, nos horários de refeição, em diferentes situações que fazem parte do cotidiano escolar) e considerar suas características individuais, por meio de observações e registros, é um elemento importante da avaliação. Uma formação que se quer integral não pode limitar o ato de avaliar somente a situações em que os conteúdos conceituais prevaleçam. É preciso criar desafios e situações de aprendizagens para que os educandos desenvolvam suas diferentes capacidades (cognitivas, motoras, sociais, afetivas, interacionais etc.).

A avaliação é uma ferramenta que orienta a pensar o ensino-aprendizagem por meio de uma reflexão que envolva a todos: o educando, que tem o direito de conhecer o seu próprio processo de aprendizagem para se empenhar na superação das necessidades/dificuldades (autoavaliação); os seus pais, corresponsáveis pela educação dos filhos e por parte significativa dos estímulos que eles recebem; e o educador regente e os educadores das diferentes áreas do conhecimento humano, que precisam constantemente avaliar as próprias práticas em sala de aula, de modo a garantir continuidade e coerência no cotidiano escolar do educando.

Não podemos esquecer que o educador também deve se avaliar, refletindo sobre o seu próprio trabalho, verificando seu planejamento, seus procedimentos metodológicos, e, quando necessário, reestruturando sua prática.

A reflexão coletiva dos profissionais que acompanham o educando deve ser realizada nos diferentes âmbitos da escola, com o parecer de todos os envolvidos, principalmente dos gestores, pois não se trata de um olhar isolado e obrigatório do educador.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E REGISTRO DA PRÁTICA: EM BUSCA DA MATERIALIZAÇÃO DE SUA FINALIDADE ESSENCIAL

Quando nos perguntamos sobre a finalidade essencial (constitutiva) da avaliação, estamos nos perguntando sobre o seu “para quê?”, ou seja, a sua destinação fundamental, que permite relacionar a finalidade mesma e a definição, que responde a pergunta “o que é?”.

É importante relacionar a finalidade da avaliação com o processo de registro, considerando, prioritariamente, quais saberes os educandos construíram por meio de suas vivências familiares, sociais e escolares, visando a que o educando se aproprie da leitura e da escrita e dos conhecimentos historicamente construídos, fornecendo aos educadores, pais e aos próprios educandos, dados concretos do que já sabem e do que ainda precisam saber.

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Mas, para que esse objetivo seja alcançado, é necessário que a avaliação, a partir do diagnóstico, ganhe de fato um movimento mediador. Para garantir sua eficiência como instrumento pedagógico, quando compartilhada com os pares, deve provocar reflexões, sugestões e transformações, no sentido de ampliar os horizontes e o caminho percorrido.

Permite, em suma, ao educador refletir sobre sua prática pedagógica (individual e coletivamente), e, se necessário, transformá-la, analisando assim o que se pretendia e o que realmente foi alcançado, o ideal e o real, valorizando e respeitando o Tempo de Vida do educando. Isso mostra que a avaliação é instrumento de reflexão, que sempre ocorre em um movimento de diálogo, em que uma questão é objeto de pontos de vista, em geral discordantes, mas com um mesmo objetivo. É a partir desse processo que conseguimos a ampliação dos horizontes e proporcionamos ao educando as ferramentas necessárias para sua ação no mundo.

Concebemos, pois, a avaliação na sua finalidade de diagnosticar o momento de aprendizagem de cada educando, revelando conhecimentos prévios, identificando potencialidades e dificuldades, registrando e acompanhando o seu caminhar, respeitando-o e valorizando-o, pois o educando nos mostra em que momento da aprendizagem ele se encontra. Possibilita que o educador planeje sua mediação, isto é, a prática pedagógica com a finalidade de ampliar o conhecimento dos educandos e o seu desenvolvimento pleno.

Quando conseguimos dimensionar essa função mediadora da avaliação é que alcançamos outra finalidade, qual seja, nortear a mediação do educador e da escola na formação integral do educando como cidadão autônomo, crítico, ético e solidário, sujeito de seu próprio conhecimento, capaz de ter sua própria visão de mundo, que saiba respeitar e conviver com a diversidade, colaborando, cooperando e estabelecendo vínculos de afetividade, de modo a buscar continuamente uma aprendizagem significativa direcionada para a Vida. Tudo isso constitui a qualidade social da educação.

Como é possível depreender da delineação dessas finalidades fundamentais da avaliação, observa-se que as palavras “compreender”, “diagnosticar” e “mediar” investem o ato de avaliar de um conteúdo político-social, responsável pela materialização do caráter processual e qualitativo que desejamos. A avaliação possibilita fazermos uma sondagem de nosso próprio trabalho, fornecendo um mapeamento da situação da turma e de cada educando, no sentido de propor intervenções significativas e norteadoras de ações subsequentes; além do quê, permite buscar meios para que os educandos alcancem os objetivos propostos, não para rotulá-los e classificá- -los, nem penalizá-los pelos possíveis erros, mas para possibilitar registros claros sobre avanços e desafios, visando seu acompanhamento em todos os aspectos.

Para materializar a finalidade da avaliação, insistentemente reforçada, o registro tem um papel fundamental e necessário. Por registro, está caracterizada toda forma de reflexão e expressão objetivas sobre momentos determinados do processo educativo e que permitem uma tomada de decisão fundamentada, tendo sempre em vista a ampliação da qualidade social da educação. O registro deve ser sistemático e atualizado sobre os acontecimentos do grupo e de cada educando por meio de diferentes instrumentos, incluindo testes, provas e trabalhos com notas e descrições.

O registro também pode ser feito em formato de relatório, contendo a descrição de todas as etapas do processo em um semanário ou, então, em um “diário de bordo” que contenham itens como: frequência, participação ativa, convívio com os demais colegas, desempenho nas atividades, postura diante dos combinados realizados em sala de aula, relação educador-educando, apropriação e compreensão dos saberes necessários etc.

Outra forma indicada para organizá-lo [o registro] e que propicia a participação da família dos educandos no processo é a sistematização das atividades produzidas por eles, por meio de um portfólio, ou seja, de uma pasta com as atividades mais significativas realizadas num determinado período, com os devidos registros do educador, que possibilita a visualização dos avanços e desafios e que revela diferentes aspectos da aprendizagem.

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CAMINHO A PERCORRER CONTINUAMENTE EM NOSSA PRÁTICA

Como construção contínua de acertos e erros, a Educação possui a mesma dinâmica da Vida, pois ela é a própria vida na potência de aperfeiçoamento das nossas possibilidades de agir no mundo. A Educação nunca terá seu fim, mas apenas um (re)começo, e é nessa trajetória que passamos a compreender a vida como experiência.

No que se refere à avaliação da aprendizagem, concebemos que ela não pode ser desvinculada do Projeto Político-Pedagógico, nem dos saberes necessários fundamentais à formação do educando que desejamos. Nesse sentido, salientamos a importância da ação avaliativa de cada um dos educadores em seu modo atento, sensível e diferenciado de olhar o educando e as situações de aprendizagem e desenvolvimento, visto que consideramos cada sujeito um ser único, repleto de possibilidades, temores, expectativas, vivências e dificuldades. Portanto, o ato de avaliar deve ser feito levando-se em consideração todos estes aspectos, sem que o educador compare os educandos entre si.

Disso decorre que, embora todos os envolvidos no processo da escola participem das dinâmicas de avaliação, o princípio de que devemos estar atentos para que o educando se desenvolva integralmente deve ser imperativo. A avaliação é fundamental para o processo ensino-aprendizagem e deve ser utilizada com responsabilidade a favor do educando, sem simplesmente classificar o fracasso, além de ter que existir em função da aprendizagem e do aprimoramento do trabalho do educador, que, após observações e registros, analisará as informações com a finalidade de redirecionar e reorientar a ação educativa. Esse processo deve ser focado no desenvolvimento de todas as dimensões humanas dos educandos e não ter exclusivamente como finalidade medir e quantificar estatisticamente erros e acertos.

Dito de outra maneira, os momentos avaliativos visam a auxiliar o educando a superar-se, nunca devem ser utilizados apenas para mostrar suas inabilidades ou deficiências, pois todos somos seres plenos, capazes de aprender e de nos tornar melhores. A avaliação deverá ser um instrumento transformador da realidade, provocador de mudanças positivas e significativas no educando, com o objetivo de formar um cidadão crítico, oferecendo oportunidades para autoavaliação e fazendo com que todos se envolvam no processo de superação coletiva das dificuldades. Nesse movimento, o educando terá oportunidade de refletir sobre seu processo de desenvolvimento, reconhecer suas potencialidades, seus desafios e perceber que todos podem aprender com todos.

É dessa forma que o educador pode encontrar elementos para refletir sobre as seguintes questões: O que fazer para que todos avancem? O que melhorar? O que aprimorar? Elas nortearão o trabalho realizado com os educandos ao longo de sua vida escolar, para que ele não seja fragmentado nos ciclos de formação e aprendizagem e se promova a inclusão de todos, num movimento dialético.

Enfim, o educador deve conhecer seus educandos, seus avanços e dificuldades, ao passo que o próprio educando também deve aprender a se avaliar e descobrir o que é preciso mudar e/ou transformar para que se garanta uma aprendizagem de melhor qualidade. O grande desafio ainda continua sendo o de abrir o caminho da qualidade de uma educação emancipatória, que atenda às necessidades sociais do cidadão que desejamos formar.

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REGISTRO-SÍNTESE DO PROCESSO AVALIATIVO

O Registro, como o nome indica, é a síntese de um percurso, é a reunião de elementos que foram se acumulando durante uma caminhada. A síntese é o elemento unificador dos componentes de um processo. Seu registro é fundamental porque é o que permite o distanciamento e a análise para que se possam corrigir caminhos e rotas.

Por essa razão, o que estamos dizendo quando falamos de um Registro-Síntese do Processo Avaliativo? Estamos dizendo que um dos componentes da reflexão pedagógica na escola se dá no trabalho que ocorre na relação entre ensino, aprendizagem e avaliação, no movimento de ação e reflexão sobre a ação e, quando necessário, superação dela. A avaliação é este movimento regulador que, para sê-lo, deve ser processual.

O Registro-Síntese do Processo Avaliativo não é a avaliação, ou as avaliações. É o registro dela(s). É o elemento de organização objetiva e descritiva do desenvolvimento do educando puxado pelo aprendizado. É o instrumento de registro e sistematização da aprendizagem para reorientação das intervenções realizadas. Com base nesta definição sobre o que ele é, o que decorre é a indagação sobre qual é sua finalidade/intencionalidade.

FINALIDADE

Uma importante questão a ser colocada quando queremos dar significado às nossas ações é sobre o sentido do uso dos instrumentos para agir. Na vida, quando realizamos atividades cotidianas, estamos sempre nos valendo de instrumentos mediadores.

Com a escola não é diferente, ela possui diversos instrumentos para se constituir como espaço de ação dos homens para atender a uma finalidade. Nesse sentido, todos os instrumentos que a escola utiliza para educar devem ter um sentido claro e, complementarmente, servir à finalidade de desenvolvimento integral do educando. Estamos nos referindo ao planejamento anual, aos planos de ação, ao diário de classe, entre outros.

O que garante a validade de um instrumento é sua função direcionada ao fim a que se destina, o que lhe confere sentido. No caso do Registro-Síntese do Processo Avaliativo, seu objetivo deve ser claro: sistematizar o processo de aprendizagem e desenvolvimento do educando. Nesse aspecto, insere-se o registro como elemento diagnóstico, tendo duas funções, uma retrospectiva (que aponta para o processo, o que se realizou e por quais caminhos) e outra prospectiva (que aponta para o que se deve fazer a partir da própria sistematização para a continuidade do ensino-aprendizado).

Por isso, ele também se constitui em um parâmetro para o replanejamento da escola, constituindo-se como possibilidade para os responsáveis (pai, mãe e cuidador), o educando e todo o coletivo escolar se atentarem para como tem sido o processo de ensino-aprendizagem e as ações pedagógicas para que ele se efetive. Assim, ele se torna mais um elemento para o acompanhamento efetivo do processo de desenvolvimento escolar do educando. É necessário, no entanto, utilizar diversas atividades avaliativas para que, quando chegar ao Registro-Síntese propriamente, o professor possua elementos para que ele de fato atenda sua função de síntese do processo.

ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO

Um ponto importante da organização do Registro-Síntese do Processo Avaliativo é o que se refere à concepção de Ciclos de Aprendizagem. Esta concepção indica que a aprendizagem não se dá de maneira seriada, isto é, de maneira linear, em que um conhecimento é abordado uma única vez. O conhecimento é um construto que se dá de maneira crescente como uma espiral que, à medida que ascende, vai ampliando seu raio de abrangência em torno de seu eixo.

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Dito de outra maneira, à medida que o conhecimento vai sendo trabalhado, ele se expande, mas sempre em movimento circular que permite voltar aos saberes com graus de profundidade crescente. Isso é o que fundamenta a organização do Registro-Síntese na concepção de ciclos e não de divisão do desenvolvimento humano em séries ou partes fragmentadas.

Descreveremos a estrutura do documento de sistematização, seguida de uma explicação sobre suas partes constituintes.

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Modelo de Registro-Síntese do Processo Avaliativo

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Parte Objetiva

CAPA: traz inicialmente espaço para a identificação da escola (com espaço para mais duas em caso de transferência), bem como para os dados do educando (Ano/Ciclo, Período e Turma). Em seguida, há um espaço onde devem ser inseridos dados pessoais, como seu nome, filiação, responsável (pai, mãe ou cuidador), data de nascimento e sexo.

LEGENDA: traz o conjunto de menções com a finalidade de descrever o estágio de desenvolvimento do educando no que se refere à apropriação dos saberes trabalhados durante o semestre:

Início do processo: indica o momento inicial da aprendizagem do educando num primeiro contato com o saber, seja em termos de informações, notícias, noções etc.;

Entende o saber: indica a capacidade do educando de identificar o saber em alguns contextos, determinar suas características, mas cuja apropriação ainda está em vias de consolidação. Este é o estágio em que o educando já

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percebe seus próprios erros e elabora hipóteses mais consistentes para validar suas ideias. Ele está em um momento de interação mais ativa com o objeto de conhecimento;

Apropria-se do saber: indica o momento em que o educando consolidou a construção de um conhecimento em determinada fase do desenvolvimento. Este estágio, por sua vez, será a base para a construção de conhecimentos mais complexos. Nessa apropriação, o educando dispõe do conhecimento como repertório de ação para as situações sociais às quais este conhecimento se refere e o utiliza para agir no mundo de maneira efetiva;

Não trabalhado: indica que tal saber ainda não foi definido para trabalho em sala de aula em determinado período.

EXEMPLO DE PROCESSO DE CONHECIMENTO – SOBRE AS LEGENDAS

Para ilustrar, vejamos como o ser humano se apropria de um conhecimento, isto é, como ele conhece “as coisas”. Utilizando as legendas de desenvolvimento deste Registro, por exemplo, para mostrar como se dá a aprendizagem do uso de um celular pela criança, vemos as três fases: contato inicial, entendimento de sua função e consolidação de seu uso (apropriação).

O início do processo acontece quando a criança tem contato com o objeto de conhecimento (na televisão, vendo outras pessoas usarem etc.) e percebe sua existência no mundo. Em seguida, geralmente com a mediação do adulto, ela começa a interagir com este objeto, em geral imitando uma pessoa falando ao celular, mexendo nas teclas do aparelho, percebendo como as pessoas o utilizam, de modo que vai percebendo imitativamente sua função.

Nessa interação, a criança passa a elaborar hipóteses acerca do uso que o objeto tem no mundo, em um primeiro momento de consolidação de sua função social concreta. Sua interação com o objeto de conhecimento é mais ativa e ela passa a entendê-lo.

Como continuidade e ainda com mediação do adulto, ela então consolida o uso deste objeto quando percebe que o celular é um instrumento de comunicação humana. Ela já é capaz de utilizá-lo em todas as situações de seu cotidiano em que for necessário, o que constitui um de seus repertórios de comunicação. Então podemos dizer que ela se apropriou do saber.

FINALIDADE E RELAÇÃO DOS SABERES: traz a descrição das finalidades de formação e os saberes necessários que permitirão o alcance do objetivo da aprendizagem. O que orienta o ensino é a finalidade do eixo do conhecimento a que ela refere, e os saberes devem ser vistos como elementos para o desenvolvimento das capacidades nela descritas. A escolha da construção do Registro-Síntese por “finalidades” se dá pelo fato de darem ênfase ao fim a que o conhecimento escolar se destina, porque questionam, direcionam e orientam de maneira direta os saberes do QSN a serem trabalhados em sala de aula. Entretanto, é importante salientar que os saberes relacionados no Registro-Síntese são apenas para lembrar que é necessário buscar sua profundidade e transversalidade nos eixos do QSN.

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Caso o professor trabalhe com saberes não relacionados no Registro, poderá acrescentá-los abaixo da relação dos próprios saberes.

CÉLULAS DE PREENCHIMENTO: traz o campo de preenchimento com as menções da legenda (IP, ES, AS e NT), que permitirão ao professor acompanhar o desenvolvimento do educando, no que se refere à descrição que cada uma representa no percurso escolar. Além disso, traz a identificação do ciclo e do ano com o qual o professor está trabalhando, bem como seu próprio nome.

QUADRO RESUMO: traz, abaixo de cada finalidade e dos saberes a ela correspondentes, três campos que visam a objetivar o nível de alcance da aprendizagem, a serem respondidos simplesmente com uma marcação (X):

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Atingiu os objetivos: a ser preenchido se o educando alcançar um nível de apropriação da finalidade esperado em seu processo de aprendizagem. O parâmetro é o conjunto dos saberes trabalhados e consignados no PPP e no Planejamento da escola;

Atingiu parcialmente os objetivos: a ser preenchido se o educando alcançar o desenvolvimento esperado em um conjunto de saberes, mas ainda não ter alcançado a todos, o que sugere um trabalho mais específico na diversificação das estratégias de mediação pedagógica.

Ainda não atingiu os objetivos: a ser preenchido se o educando não alcançar o desenvolvimento esperado em um conjunto de saberes. Nesse caso, é necessário um acompanhamento mais intenso deste educando no sentido de verificar e diagnosticar por que o aprendizado não está ocorrendo.

EXEMPLO DE ATINGIMENTO DE OBJETIVOS

Em uma classe de 4º ano, a partir de sondagem da turma, conhecimento da comunidade, de dados da escola e da turma nos anos anteriores, a professora realizou seu planejamento para o semestre. Durante os meses que sucederam, utilizando de variadas metodologias (projeto, sequências didáticas) e linguagens (artes, movimento, línguas, registro escrito etc.), ela trabalhou os saberes definidos como importantes para o alcance das metas do semestre.

No final desse período e a partir de diferentes registros realizados no processo (portfólio, registro de observação, atividades em classe, produções artísticas, rodas de conversas etc.), a professora preencheu o Registro-Síntese considerando a aprendizagem dos educandos com base nos saberes trabalhados e na individualidade de cada um.

Ao realizar a leitura do Registro-Síntese na primeira finalidade, ela percebeu que determinado educando esteve e permaneceu no Início do Processo de aprendizado na maioria dos saberes, pois teve acesso ao saber, porém não conseguiu ainda realizar uma elaboração interna dele. A professora registrou no documento síntese que o educando não atingiu os objetivos, pois era esperado que, com todas as intervenções, ele já tivesse se apropriado da maioria dos saberes, ou pelo menos tivesse começado a interagir e entendê-los. Já, ao observar outro educando na mesma finalidade, percebeu que ele entendeu parte dos saberes e se apropriou da maioria deles, de modo que assinalou no documento o atingimento dos objetivos.

REGISTRO DE FALTAS: traz inicialmente a identificação do ano e do ciclo. Este campo será preenchido para que a escola possa ter uma percepção mais ampla e concreta da frequência do educando, identificando a correlação entre a própria frequência à escola e a aprendizagem dos saberes. Há, também, um campo para a justificativa de faltas e sua compensação.

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CAMPO DE ASSINATURAS: traz os espaços para a assinatura de todos os responsáveis pelo Registro-Síntese e do educando avaliado, no caso da EJA.

Parte Descritiva

RELATÓRIO SEMESTRAL: A parte descritiva é componente da avaliação e de seu registro e deve ser preenchida quando houver necessidade de salientar aspectos relevantes do processo de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Neste momento, é importante percebermos a singularidade de cada um no sentido de trazer à luz os aspectos mais específicos de seu desenvolvimento no aprendizado dos saberes, no que toca a atitudes, valores, criatividade, sensibilidade etc. Como parte das possibilidades de trabalho com as dificuldades do educando, sugerimos ao professor e à equipe escolar mediações pedagógicas numeradas, das quais ele pode dispor para ajudar no ensino-aprendizado.

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AUTOAVALIAÇÃO SEMESTRAL DO EDUCANDO [EJA]: traz o momento de preenchimento do educando. Se consideramos a avaliação como um elemento constituinte do humano, como o desenvolvimento da capacidade de juízo sobre o que fazemos, a autoavaliação ganha sentido na medida em que o coloca como sujeito reflexivo sobre seu próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento. A autoavaliação é o momento em que o educando olha para sua aprendizagem e pode contrabalançar a qualidade social dos saberes trabalhados e seu desenvolvimento cognitivo-afetivo-social. Nela devem ser usados diversos instrumentos e/ou estratégias, como os desenhos, a oralidade, a escrita, entre outros. A autoavaliação deve ser uma prática comum no processo, mediada pelo educador, para que possa haver maior possibilidade de um registro mais revelador do educando.2

2 Sem negar a importância e a necessidade da autoavaliação dos educandos de outras etapas e modalidades, neste momento seu registro estará destinado somente à Educação de Jovens e Adultos.

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SUGESTÕES DE MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A EQUIPE ESCOLAR

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DE COORDENAÇÃO PARA PROFESSORES

1. Diagnosticar e planejar as intervenções conjuntamente (equipe de professores e professor-coordenador pedagógico).

2. Trabalhar com o conjunto dos professores com problemas complexos (ex.: textos que apresentem dados estatísticos sobre a extinção de espécies de animais – articulação entre matemática, geografia e ciências).

3. Questionar intencionalidade das atividades propostas e sistematizar suas observações nos semanários, considerando também outras formas e suportes de registro.

4. Conhecer a diversidade e as dificuldades de cada sala para poder auxiliar nas intervenções e planejamento, dando o suporte necessário para proporcionar o avanço de cada grupo.

5. Ter um registro de estudo com anotações de cada sala para conversar mais embasado com o professor a respeito de seu grupo.

6. Propor ações parceiras entre colegas, potencializando os saberes de cada professor.

7. Juntar classes para uma aula, sequência ou projetos inter/transdisciplinares.

8. Conhecer melhor a realidade dos educandos.

9. Oportunizar a interação dos educandos das diversas classes em atividades diversificadas.

10. Dialogar com os pais, as famílias e/ou os responsáveis, informando-os sobre o desempenho dos educandos.

11. Proporcionar planejamento conjunto entre os professores das diferentes áreas.

12. Propor a criação e valorizar as organizações dos educandos (grêmio, rádio, clube de ciências, comunidade de jovens, informática, teatro etc.).

13. Trabalhar a partir de projetos construídos pelos próprios educandos, com a mediação do professor (pesquisa-ação).

14. Proporcionar e estimular Estudo do Meio para levantamento de questões reais e significativas de interesse dos educandos.

15. Efetivar a participação dos educandos nos conselhos escolares.

16. Utilizar o tempo e o espaço do Conselho de Classe para diálogo entre os professores sobre a criação de novas estratégias para recuperar a aprendizagem dos educandos.

17. Verificar se o que está sendo proposto pelo professor está de acordo com as necessidades da sala e de cada educando.

Trazer novas propostas e/ou orientações aos professores quando estiverem com dificuldades para ensinar ou mediar a aprendizagem dos educandos.

18. Propiciar a interação de educandos e pais sobre o sentido da mudança da avaliação (núcleo: aprendizagem e desenvolvimento; lembrar das mudanças que estão ocorrendo na “sociedade do conhecimento”, bem como no mundo do trabalho e até das empresas – certificado versus competência).

19. Sugerir aulas assistidas, gravadas (e refletidas) por colegas.

20. Criar as condições para que os professores gravem suas aulas para análise posterior.

21. Trabalhar com sanção por reciprocidade (Piaget), superando tanto o autoritarismo quanto o espontaneísmo; discutir as sanções para os educandos e trabalhar para que elas tenham reciprocidade com o ato cometido, e que visem tomar consciência, reparar o erro e reestabelecer o vínculo rompido.

22. Provocar uma reflexão sobre por que o educando não está aprendendo.

23. Proporcionar, estimular e potencializar os estudos dos professores sobre os problemas na aprendizagem dos educandos.

24. Participar periodicamente da rotina da sala de aula com cada professor, aproximando-se das necessidades referentes a cada turma.

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25. Propor estratégias de avaliação com embasamento teórico, como sondagem, para justificar sua importância; fornecer orientações de como aplicá-la e interpretá-la.

26. Realizar a hora-atividade não somente na sala dos professores, mas em outros espaços dentro e fora da escola, para que cada educador observe a possibilidade de se relacionar e aprender nos espaços diversificados.

27. Sensibilizar o professor sobre o papel fundamental que exerce dentro de uma sociedade, de modo que possa construir momentos significativos de ensino- -aprendizagem.

28. Utilizar diversos recursos tecnológicos (data-show, TV, vídeo, entre outros) para potencializar os momentos de hora-atividade.

29. Discutir sobre os sentidos da avaliação, inclusive da autoavaliação, para o educando e o educador.

30. Favorecer a participação em um ambiente democrático e participativo, mediando o trabalho dos educadores e possibilitando elos entre eles, a direção e os demais profissionais.

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CONSELHO PARTICIPATIVO DE CLASSE E CICLO

INTRODUÇÃO

Diante da necessidade cada vez mais percebida de abertura da escola para a participação coletiva, os conselhos têm representado um avanço, porquanto são dispositivos de participação que podem efetivar, no conjunto dos trabalhos da escola, uma partilha tanto das responsabilidades quanto das decisões a serem tomadas. No caso deste texto, importa considerar que o Conselho Participativo de Classe e Ciclo (CPCC) contempla este sentido mais geral de efetivação da participação dos sujeitos nas decisões e discussões que lhes concernem.

O CPCC é, antes de tudo, um mecanismo de gestão democrática, que tem como uma de suas funções ser um espaço de levantamento das necessidades de mudança e avanço. Nesse sentido, ele passa a ter um caráter definidor de um projeto de formação e se constitui como espaço rico de transformação da prática pedagógica, com base no Projeto Político-Pedagógico da Escola e da Rede, para que o coletivo verifique se as metas propostas estão sendo atingidas, dando mais sentido aos processos de avaliação desenvolvidos.

O CPCC é um órgão colegiado cujo objetivo é primar pela participação direta dos envolvidos, sendo constituído por gestores, professor-coordenador pedagógico, todos os educadores de uma mesma classe ou ciclo e deve contar, imprescindivelmente, com a participação de representantes de pais e educandos de cada classe. Esta é uma exigência para que a estrutura do Conselho aja conforme seu conceito.

Garantindo, por isso, a efetiva participação democrática de todos os segmentos na tomada de decisão, como agentes na construção de uma escola voltada para a qualidade social da educação, o CPCC é um mecanismo que marca a transparência da escola quanto ao processo educativo do educando junto à família, para que esta também possa assumir sua responsabilidade com o aprendizado, e a escola possa transcender sua ação para além de seus muros na perspectiva de uma educação emancipatória e efetivamente democrática.

Por isso, no esforço de integração entre escola e família, a escola deve fornecer informações precisas e qualitativas sobre o processo de aprendizagem dos educandos, estabelecendo ações conjuntas que visem seu desenvolvimento, levando-os ao aprendizado efetivo dos saberes necessários. Os representantes de pais e educandos, por sua vez, devem apontar avanços, desafios, questionamentos e sugestões emergentes no grupo, em um processo participativo que confere maior significado e importância à democracia e à gestão democrática da escola e da aprendizagem, favorecendo o exercício da cidadania de todos.

Nesse sentido, o educador que trabalha cotidianamente com os educandos, tendo a família como parceira, tem a oportunidade de discutir e refletir sobre a aprendizagem de forma integrada e situada para uma avaliação mais completa de cada educando e de seu próprio trabalho, potencializando ainda mais os pontos positivos e superando os desafios ainda postos para a garantia da aprendizagem de todos.

No entanto, para que o horizonte a que aponta a função do CPCC possa ser vislumbrado, é fundamental que a família se sinta respeitada e realmente convidada a participar na discussão das questões sobre a aprendizagem de seus filhos. Por isso, consideramos que a primeira reunião de pais e educadores é um importante momento para alavancar o CPCC, sobretudo no sentido de realizar sondagens mais fidedignas para a elaboração do Plano de Ação da escola.

Assim, a equipe escolar desenvolverá um olhar mais atento ao próprio trabalho, em consonância também com os anseios das famílias que, certamente, querem que seus filhos sejam bem-sucedidos na escola, na valorização de boas práticas e no fomento à troca de saberes, de modo a proporcionar maior tomada de consciência sobre práticas pedagógicas que podem ser transformadas ou transformadoras.

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ORIENTAÇÕES GERAIS

Para o funcionamento adequado do que expomos em linhas gerais neste texto, a escola deve:

Realizar o CPCC no final de cada bimestre, conforme calendário escolar. Caso o professor responsável pela classe não possa participar, deverá enviar por escrito, antecipadamente, relatório contendo a avaliação de seu trabalho pedagógico e do desenvolvimento da aprendizagem dos educandos de sua turma, no qual deve conter diagnóstico da turma e as principais ações implementadas para corrigir rotas e promover a aprendizagem. É importante, também, a presença dos professores especialistas, e caberá à escola discutir e garantir as condições de sua participação;

Garantir um espaço para apresentação de propostas e sugestões sobre o funcionamento do CPCC, desde que observados os princípios consignados no Projeto Político-Pedagógico da Rede;

Garantir a participação de, no mínimo, um educando por classe, escolhido entre seus pares;

Garantir a participação de pais e responsáveis;

Coordenar os trabalhos do Conselho, de responsabilidade do professor-coordenador pedagógico, sem perder de vista o conceito de avaliação como processo. Em sua ausência, a coordenação pode ficar a cargo de alguém da equipe gestora ou de algum professor escolhido entre os pares.

ORIENTAÇÕES PARA PREPARAÇÃO E REALIZAÇÃO DO CONSELHO PARTICIPATIVO DE CLASSE E CICLO

O objetivo das orientações que seguem é contribuir para que a realização efetiva do CPCC. Acreditamos que, como instrumento da democracia e da assunção coletiva pelo projeto da escola, o CPCC deve garantir a expressão de todos os envolvidos e, para isso, é necessário que tanto sua preparação quanto sua realização garantam um momento de crescimento da escola rumo à qualidade social da educação.

Salientamos que estas orientações de preparação e realização do CPCC não são as únicas possíveis, mas constituem-se como referência para que a escola possa se guiar no processo. Como possibilidade de condução e caminhada próprias, a escola também pode exercer sua autonomia para organizar o trabalho da forma que melhor corresponder à sua realidade, primando sempre pelos princípios da participação real de todos os envolvidos, a gestão democrática e o empoderamento social.

Para a riqueza que o CPCC pode proporcionar, é fundamental:

Quanto à preparação:

Trabalhar com os educandos para que possam participar de forma qualificada deste momento. É importante que sejam realizadas rodas de conversa e registro para o levantamento de opiniões e visões. A escuta reflexiva e sensível é elemento fundamental para avaliação e autoavaliação do processo;

Trabalhar com os pais para que possam participar de forma qualificada deste momento. Esta atividade deve ser realizada fundamentalmente na primeira reunião do ano, momento em que alguns pais estão conhecendo a escola e devem ser inseridos de maneira acolhedora em seu interior. Além disso, é importante que haja um canal de comunicação em que os pais possam enviar sugestões e anseios antes das reuniões do Conselho;

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Organizar todos os registros que subsidiarão a reunião do CPCC: anotações de educadores e coordenadores pedagógicos, de pais, responsáveis etc., relatórios de acompanhamento, gráficos, registro de horas- -atividade, atividades dos educandos, observações do Diário de Classe e do Registro-Síntese do Processo Avaliativo, atas e registros bimestrais do Conselho.

Quanto à realização da Reunião do Conselho:

Escolher relator para registrar as principais discussões, encaminhamentos e deliberações do grupo. O registro pode ser feito por mais de uma pessoa e sistematizado posteriormente. É interessante que ele seja feito por um professor e um pai de aluno, por exemplo;

Apresentar um panorama geral da escola, geralmente a cargo do professor-coordenador pedagógico, destacando-se os principais elementos da real situação no que toca a aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Nesse momento, os educadores devem falar sobre o desempenho de sua classe, destacando singularidades e pontos relevantes;

Abrir espaço para intervenções dos participantes, sempre dentro da pauta e do objetivo do Conselho para não haver dispersão, na perspectiva da busca de soluções para as questões levantadas. A bússola para a condução deste debate é o horizonte do Projeto Político-Pedagógico da Escola e da Rede e o Plano de Ação da Escola;

Elaborar registro com principais pontos de debate, reflexão e encaminhamento para verificação posterior. Este trabalho serve para garantir a continuidade das discussões e deliberações, para que não haja a sensação de que sempre se está a discutir os mesmos pontos, impedindo o avanço do grupo. Esse registro deve constituir uma das bases para a realização da próxima reunião.

OUTRAS SUGESTÕES

Realizar dinâmicas de trabalho em grupo com os responsáveis (pais, mães etc.) na reunião, com divisão em subgrupos com temas diferentes e complementares, desde assuntos relativos ao currículo escolar, à avaliação, ao papel da escola na vida de seu filho até a realidade dos educandos. A discussão em grupo entre os responsáveis os deixa mais à vontade para exporem o que pensam, garantindo um meio para que aqueles mais inseguros também possam se expressar. Para a socialização, entre eles pode ser escolhido um representante para expor o resultado das discussões realizadas. Tal atividade garante não só a coleta de dados, mas também ajuda na diminuição da distância entre escola e família. Ainda, o espaço pode ser aproveitado para a escolha de representantes para o CPCC;

Organizar questionários para serem respondidos pelos educandos. Quanto àqueles que ainda não escrevem, sugere-se como escriba o educador ou um educando mais avançado na aprendizagem. Para objetividade do registro, as questões podem ser divididas em duas partes: na primeira, sobre autoavaliação, como: Fez as lições de casa? Prestou atenção nas aulas? Participou das atividades? Interagiu com os colegas e aprendeu os saberes trabalhados? etc. Na segunda, pode-se solicitar-lhes que apontem as aulas de que mais gostaram, as mais desafiadoras, as mais difíceis e por quê;

Organizar questionários para serem respondidos pelos responsáveis, com questões objetivas, com temas que ajudem o coletivo a perceber melhor como o educando se relaciona com o estudo quando está fora da escola. Pode-se perguntar se o pai, responsável ou algum familiar ajuda o educando nos estudos, se este tem horário e local específicos para estudar e se faz atividades extras. Também se pode perguntar-lhes se percebem alguma facilidade ou dificuldade com tarefas que a criança tenha e, para além disso, verificar se observam mudanças de comportamento e atitudes pela aquisição de novos saberes na sua relação com o

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mundo, como, por exemplo, alimentação, valorização do meio ambiente, autonomia e identidade, respeito às diversidades, entre outros relacionados aos projetos que a escola desenvolve.

A organização do CPCC, bem como as orientações aqui expressas só farão sentido se estiverem articuladas com o Projeto Político-Pedagógico da Escola e com seu Plano de Ação e visarem à gestão democrática e à qualidade social da educação. Não basta haver um mecanismo de participação para que a democracia seja efetivada, é necessário que de fato nos esforcemos para incluir as pessoas nos processos de discussão e decisão no interior da escola.

O CPCC, portanto, como órgão colegiado, caracteriza a possibilidade de que a comunidade, como também educandos e educadores possam se sentir construtores também da história e da possibilidade de a escola atender de fato sua função social. Tudo isso visa a um tipo de prática de democracia que possa, a partir da leitura da realidade e, neste caso, do percurso de uma classe/ciclo, promover a aprendizagem significativa de nossos educandos com vistas à emancipação humana.

Secretaria Municipal de Educação

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EXPEDIENTE

PrefeitoSebastião Almeida

Vice-PrefeitoCarlos Derman

Secretário Municipal de EducaçãoProf. Moacir de Souza

Secretário Adjunto de EducaçãoProf. Fernando Ferro Brandão

Gestora do Departamento de Ensino EscolarNeide Marcondes Garcia

Gestora do Departamento de Orientações Educacionais e PedagógicasSandra Soria

Gestor do Departamento de Controle da Execução Orçamentária da EducaçãoJosmar Nunes de Souza

Gestor do Departamento de Alimentação e Suprimentos da EducaçãoMarcelo Colonato

Gestor do Departamento de Manutenção de Próprios da EducaçãoLuiz Fernando Sapun

Gestora do Departamento de Planejamento e Informática na EducaçãoCintia Aparecida Casagrande

Gestora do Departamento de Serviços Gerais da EducaçãoMargarete Elisabeth Shwafati

ELABORAÇÃO

Grupo de Trabalho sobre Avaliação da Aprendizagem e seus RegistrosAntonio da Silva Quirino, Aparecida Fátima Arantes de Oliveira, Carla Valquíria Maio, Celso dos Santos Vasconcellos, Cibeli Barbosa, Clarice Lacerda, Cristina Vitorino da Rós, Jandira Aparecida da Silva, Giselli Câmara Gavassi, José Edson da Silva, Maria Angélica M.S. Cajá, Maria Aparecida Contin, Maria da Gloria P. dos Santos, Maria do Carmo Sartório, Marilene da Cruz Costa, Miriam Augusto, Nadir Aparecida de Abreu Passos, Nereide Vibiano, Nery Nice Osmondes Travassos, Patrícia Fernandes de Morais, Patrícia Wasser Freire Silva, Raquel S. Basto, Roseli da Silva Martins, Roseli Ferreira de Souza Araújo, Sandra Soria, Simone Datoguea, Tiago Rufino Fernandes, Vânia Maria Marangoni Santos e Willian Oliveira Teramoto.

Divisão Técnica de Publicações EducacionaisJosé Augusto Lisboa, Claudia Elaine Silva, Maria de Lourdes Dias da Silva, Vanda Martins, Maurício Burim, Fellipe Domingos Mazzola Miserani Belardino, Eduardo Calabria Martins e Maristela Barbosa Miranda.

CoordenaçãoMiriam Augusto e Sandra Soria

ConsultoriaCelso dos Santos Vasconcellos

AssessoriaCristiane Machado e

Maria Aparecida Contin

Organização do MaterialMiriam Augusto, Raquel S. Basto, Simone

Datoguea e Tiago Rufino Fernandes

Preparação do TextoTiago Rufino Fernandes

AgradecimentosMagali Aparecida Silvestre

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