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1 CADERNO DE FORMAÇÃO Nº. 02 - CANÇÕES DO POVO

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CADERNO DE FORMAÇÃO Nº. 02 - CANÇÕES DO POVO

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CADERNO DE FORMAÇÃO Nº. 02 - CANÇÕES DO POVO

HINO NACIONAL BRASILEIROPoema de: Joaquim Osório Duque EstradaMúsica de: Francisco Manoel da Silva

IOUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDASDE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE,E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS,BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE.

SE O PENHOR DESSA IGUALDADECONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE,EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE,DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!

Ó PÁTRIA AMADA,IDOLATRADA,SALVE! SALVE!

BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDODE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE,SE EM TEU FORMOSO CÉU, RISONHO E LÍMPIDO,A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE.

GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA,ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSO,E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA.

TERRA ADORADA,ENTRE OUTRAS MIL,ÉS TU, BRASIL,Ó PÁTRIA AMADA!DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,

PÁTRIA AMADA,BRASIL!

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CADERNO DE FORMAÇÃO Nº. 02 - CANÇÕES DO POVO

II

DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO,AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO,FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA,ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO!

DO QUE A TERRA MAIS GARRIDATEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES;“NOSSOS BOSQUES TEEM MAIS VIDA”,“NOSSA VIDA” NO TEU SEIO “MAIS AMORES”.

Ó PÁTRIA AMADA,IDOLATRADA,SALVE! SALVE!

BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLOO LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO,E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA- PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO.

MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE,VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA,NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE.

TERRA ADORADAENTRE OUTRAS MIL,ÉS TU, BRASIL,Ó PÁTRIA AMADA!

DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,PÁTRIA AMADA,BRASIL!

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CADERNO DE FORMAÇÃO Nº. 02 - CANÇÕES DO POVO

500 ANOS DE RESISTÊNCIA ÍNDIA NEGRA - POPULAR500 ANOS DE RESISTÊNCIA ÍNDIA NEGRA - POPULAR500 ANOS DE RESISTÊNCIA ÍNDIA NEGRA - POPULAR500 ANOS DE RESISTÊNCIA ÍNDIA NEGRA - POPULAR500 ANOS DE RESISTÊNCIA ÍNDIA NEGRA - POPULAR(Zé Pinto)(Zé Pinto)(Zé Pinto)(Zé Pinto)(Zé Pinto)

A invasão chegou de barco nesta américa LatinaVeio riscado da Europa este plano de chacinaVinham em nome da civilizaçãoEmpunhando a espada e uma cruz na outra mão (bis)

Nos pelourinhos da morte tanto sangue derramadoPra mão-de-obra barata índio e negro escravizadosSão três histórias neste grande continenteUma bem antes dos invasores chegar

E a segunda cinco séculos de invasãoE a resistência índia-negra-popularE a terceira é a que vamos construindoPra destruirmos a raiz de todo malE a nova etapa vai trilhando por aquiQuinhentos anos Campanha Continental

Esta história de dois mundos pelo mundo se espalhouCom uma visão colonialista não mostraram nossa dorMas reascende um grito de resistênciaSeguindo exemplos dos verdadeiros heróis O grito negro de Zumbi vem dos PalmaresMarçal, Proafio e tantos ergueram a vozEstão presentes em nossa OrganizaçãoPra ter mais força é preciso unificarMarchando firme contra toda escravidãoE o farol de Colombo vai se apagar.

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A BARQUINHAA BARQUINHAA BARQUINHAA BARQUINHAA BARQUINHA(trgdicional)

Quando à tardinha vai a barquinhaQual andorinha rondando o marEu já não penso nas agoniasNem lembro o dia do meu penar

RefrãoRefrãoRefrãoRefrãoRefrãoQue lindo céu, que beio marQue lindo céu, que beio marQue lindo céu, que beio marQue lindo céu, que beio marQue lindo céu, que beio marOOOOO sol fulgente lá no poente vaisol fulgente lá no poente vaisol fulgente lá no poente vaisol fulgente lá no poente vaisol fulgente lá no poente vai descambardescambardescambardescambardescambarE a rásea luz, do anoitecerE a rásea luz, do anoitecerE a rásea luz, do anoitecerE a rásea luz, do anoitecerE a rásea luz, do anoitecerMe infunde n’alma mais doce calma doMe infunde n’alma mais doce calma doMe infunde n’alma mais doce calma doMe infunde n’alma mais doce calma doMe infunde n’alma mais doce calma do meu sofrer.meu sofrer.meu sofrer.meu sofrer.meu sofrer.

Recorda os ares um bando aladoDe todo o lado na escuridãoÉ a gaivota que à terra voltaFormando a escolta da embarcação.

Ouvindo ao longe sons argentinosDe lindos sinos a bimbalharÀ Virgem Santa que o nauta amparaQue a noite aclara, me ponho a orar.

Que sobre as ondas, ao som dos remosA Deus cantemos, Senhor do marE lhe roguemos que vele atentoDo Armamento por nosso lar.

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A CANETA QUIS VINGANÇAA CANETA QUIS VINGANÇAA CANETA QUIS VINGANÇAA CANETA QUIS VINGANÇAA CANETA QUIS VINGANÇA(Ademar Bogo)

(Declamado)Depois que aquela canetaFoi passeá lá no sertãoQue se encontrô com a enxadaE fez a tal discussãoVortô pra sede do IncraSentiu forte tentaçãoDe vortá um dia pra roçaE pôr a enxada no chãoMandá ela pra sofrêLá na colonizaçãoSó pra ela tê mais cuidadoE aprendê a educação.

(Cantado)Procurando a pobre enxadaAndô dias no capinzalPro meio dos latifúndiosChegô até se senti malAs terra é tudo deserto

Nunca tinha visto igualMas pela lei do goveroComprovô que isso é legal.Numa encosta do morroViu enxadas trabaiandoSe aproximou devagarE pra elas foi falando

Tô procurando uma enxadaQue andô me rebaixandoE até o Fundo de TerraEla andô criticando.Se levantô uma enxadaE começô a faláSe tu tá me procurandoNão precisa procurá.

Eu mudei de residênciaE tô aqui nesse lugáPor que o Estatuto da terraÉ ele que faz migrá.

As enxadas levantaramE explicaram a situaçãoNóis estamos reunidasFazendo uma ocupação/É a lei de REFORMA AGRÁRIAQue dá certo em qualquer chãoAcaba com a misériaE com a colonização.

Você caneta orgulhosaLeve mais essa liçãoREFORMA AGRÁRIA pra enxadaÉ tê terra sem patrão.Volte e avise pro INCRAQue acabe com a tapeaçãoREFORMA AGRÁRIA é na terraE não na televisão

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A ENXADA E A CANETAA ENXADA E A CANETAA ENXADA E A CANETAA ENXADA E A CANETAA ENXADA E A CANETA(tradicional)

Nosso lavrador que vive do chãoSó tem a metade de sua produçãoPorque a semente que ele semeiaTem que ser à meia com o seu patrãoOs nossos roceiros vivem num dilemaE o seu problema não tem soluçãoPorque o ricaço que vive folgadoAcha que o projeto se for assinadoEstará ferindo a Constituição.

A grande esperança que o povo conduzPedindo a Jesus pela oraçãoPra guiar o pobre por onde ele trilhaE a cada família não faltar o pãoQue ele não deixe o CapitalismoLevar ao abismo a nossa naçãoA desigualdade que existe é tamanhaEnquanto o ricaço não sabe o que ganhaO pobre do pobre vive de tostão.

DeclarandoCerta vez uma canetafoi passear lá no sertão.Encontrou-se com a enxada muito hu-mildefoi lhe fazer saudação.Mas a caneta soberbaNão quis pegar na sua mão.E ainda por desaforo,lhe passou uma repreensão.

Disse a caneta pra enxada não vemperto de mim não Você está suja deterra de terra suja do chão. Sabe comquem tá falando veja a sua posiçãoE não esqueça a distância da nossaseparação.

Eu sou a caneta dourada quevive nos tabeliãoEu escrevo pros governos a leida Constituição.Escrevo em papel de linho prosricaço e pros barãoSó ando nas mão dos mestresdos home de posição.

A enxada respondeude fato eu vivo no chãoPra poder dar o que comêe vestir o seu patrão.Eu vim no mundo primeiroquase no tempo de AdãoSe não fosse o meu sustentoninguém tinha instrução.

Mais que caneta orgulhosavergonha da geraçãoA tua alta nobrezanão passa de pretensão.Você diz que escreve tudotem uma coisa que nãoÉ a palavra bonitaque se chama Educação.

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A CLASSE ROCEIRAA CLASSE ROCEIRAA CLASSE ROCEIRAA CLASSE ROCEIRAA CLASSE ROCEIRA(Zilo e Zalo)

A classe roceira e a classe operáriaAnsiosa espera a Reforma AgráriaSabendo que ela dará a soluçãoPara a situação que está precáriaSaindo o projeto do chão brasileiroDe cada roceiro plantar sua áreaSei que na miséria ninguém viveriaE a produção já aumentariaQuinhentos por cento até na pecuária.Esta grande crise que há pouco surgiuMaltrata o caboclo, ferindo o seu brioDentro de um país rico e altaneiroMorrem brasileiros de fome e de frioEm nossas manchesters ricas em imóveisMilhões de automóveis já se produziuEnquanto o coitado do pobre operárioVive apertado ganhando um salárioQue sobe depois que tudo subiu.

Nosso lavrador que vive do chãoSó tem a metade de sua produçãoPorque a semente que ele semeiaTem que ser à meia com o seu patrãoOs nossos roceiros vivem num dilemaE o seu problema não tem soluçãoPorque o ricaço que vive folgadoAcha que o projeto se for assinadoEstará ferindo a Constituição.

A grande esperança que o povo conduzPedindo a Jesus pela oraçãoPra guiar o pobre por onde ele trilhaE a cada família não faltar o pãoQue ele não deixe o CapitalismoLevar ao abismo a nossa naçãoA desigualdade que existe é tamanhaEnquanto o ricaço não sabe o que ganhaO pobre do pobre vive de tostão.

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A INTERNACIONALA INTERNACIONALA INTERNACIONALA INTERNACIONALA INTERNACIONAL(LEugéne PottierIM. PierreDegeyter)

De pé. o vítimas da fomeDe pé, famélicos da terraDa idéia a chama já consomeA crosta bruta que a soterraCortai o mal bem pelo fundoDe pé, de pé, não mais senhoresSe nada somos em tal mundoSejamos tudo produtores

/:Bem unidos, façamos nesta luta fina/:Bem unidos, façamos nesta luta fina/:Bem unidos, façamos nesta luta fina/:Bem unidos, façamos nesta luta fina/:Bem unidos, façamos nesta luta finaluma terra sem amos a Internacional:/luma terra sem amos a Internacional:/luma terra sem amos a Internacional:/luma terra sem amos a Internacional:/luma terra sem amos a Internacional:/

Senhores, patrões, chefes supremosNada esperemos de nenhumSejamos nós que conquistemosA terra mãe, livre, comumPara não ter protestos vãosPara sair deste antro estreitoFaçamos nós com nossas mãosTudo o que a nós nos diz respeito

O crime do rico a lei o cobreO Estado esmaga o oprimidoNão há direito para o pobreAo rico tudo é permitidoÀ opressão não mais sujeitosSomos iguais todos os seresNão mais deveres sem direitosNão mais direitos sem deveres

Abomináveis na grandezaOs reis da mina e da fornalhaEdificaram a riquezaSobre o suor de quem trabalhaTodo o produto de quem suaA corja rica o recolheuQuerendo que ela o restituaO povo quer só o que é seu

Nós fomos de fumo embriagadosPaz entre nós, guerra aos senhoresFaçamos greve de soldadosSomos irmãos trabalhadoresSe a raça vil cheia de galasNos quer à força canibaisLogo verá que nossas balasSão para os nossos generaisPois somos do povo os ativosTrabalhador forte e fecundoPertence a terra aos produtivosó parasita deixa o mundoó parasita que te nutresDo nosso sangue a gotejarSe nos faltarem os abutresNão deixa o sol de fulgurar

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A NOITE DO MEU BEMA NOITE DO MEU BEMA NOITE DO MEU BEMA NOITE DO MEU BEMA NOITE DO MEU BEM(Dolores Duran)

Hoje, eu quero a rosamais linda que houver.E a primeiraestrela que vierpara enfeitarA noite do meu bem...Hoje,eu quero pazde criança dormindoe abandonode flores se abrindopara enfeitarA noite do meu bem...

Quero a alegriade um barco voltandoquero ternura demãos se encontrandopara enfeitarA noite do meu bemAh! Eu quero o amoro amor mais profundoEu quero todabeleza do mundopara enfeitarA noite do meu bem...

Quero a alegriade um barco voltandoquero ternurade mãos se encontrandopara enfeitarA noite do meu bem...

Ah! Como este bemdemorou a chegarEu já nem seise terei no olhartoda ternuraque quero lhe dar..

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A NOSSA BANDERAA NOSSA BANDERAA NOSSA BANDERAA NOSSA BANDERAA NOSSA BANDERA(1 Oficina de Artes - Região Sul)

Um dia eu avisteiUma bandeira em minha frenteCoração bateu mais forteSenti algo diferenteSua cor era vibranteCor do sangue da gente

Sua força me atraíaTremulando para o povoAli estava o Sem TerraCaminhava orgulhosoSemeando a esperançaEsperança é mundo novo

Hoje vejo a bandeiraNa sua estampa tão lindaO florescer da vitóriaOlhar alegra da vida

Com o passar do tempoHoje carrego a bandeira

Faço parte desta lutaQue é justa e verdadeiraPelo mundo e pela pátriaPela pátria brasileira

Hoje vejo a bandeiraNa sua estampa tão lindaO florescer da vitóriaOlhar alegre de vidaPelo mundo e pela pátriaPela Pátria brasileira

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A SAUDADE MATA A GENTEA SAUDADE MATA A GENTEA SAUDADE MATA A GENTEA SAUDADE MATA A GENTEA SAUDADE MATA A GENTE(AntônioAlmeida ejoão de Borro)

Fiz meu rancho na beira do rioMeu amor foi comigo morarE na rede nas noites de frioMeu bem me abraçava pra me agasalharMas agora, meu Deus, vou-me emboraVou-me embora e não sei se voi voltarA saudade nas noites de frioEm meu peito vazio virá se aninharA saudade é dor pungente, morenaA saudade mata a gente, morenaA saudade é dor pungente, morenaA saudade mata a gente

ACORDA AMÉRICAACORDA AMÉRICAACORDA AMÉRICAACORDA AMÉRICAACORDA AMÉRICA(Grupo de jovens do meio popular)

/:Acorda América, chegou a hora de levantar/:Acorda América, chegou a hora de levantar/:Acorda América, chegou a hora de levantar/:Acorda América, chegou a hora de levantar/:Acorda América, chegou a hora de levantaro sangue dos mártires fez a semente se espalhar:/o sangue dos mártires fez a semente se espalhar:/o sangue dos mártires fez a semente se espalhar:/o sangue dos mártires fez a semente se espalhar:/o sangue dos mártires fez a semente se espalhar:/

Nestes campos, nestas planícies,nestes pampas e caatingasnestas raizes entrelaçadasde etnias tão misturadas.É assim meu povo,a nossa América Latina.

Meu irmão índio, meu irmão afromeus latinos companheirosnós somos vítimas das violênciasdas dependênciasde um Império estrangeiro.Eu me pergunto e a nós todos,até que dia nós agüentamosesta violência assassina.Nos tomam as terras, matam os índiosNos deixam restosde nossa américa Latina.

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A TERRA CHAMA À LUTAA TERRA CHAMA À LUTAA TERRA CHAMA À LUTAA TERRA CHAMA À LUTAA TERRA CHAMA À LUTA(Andreato)

O Movimento Sem TerraSurgiu da necessidadeDa vida que leva um povoQue passa dificuldadeSeus princípios e fundamentosSão a terra e seus problemasSolo mal utilizado,Espúrio de um mau sistema...

/:ó terra mãe deste povoterra mãe deste povoterra mãe deste povoterra mãe deste povoterra mãe deste povochama teus filhos à batalhachama teus filhos à batalhachama teus filhos à batalhachama teus filhos à batalhachama teus filhos à batalhapara que um dia tu cheguespara que um dia tu cheguespara que um dia tu cheguespara que um dia tu cheguespara que um dia tu cheguesàs mãos de quem em ti trabalha.:/às mãos de quem em ti trabalha.:/às mãos de quem em ti trabalha.:/às mãos de quem em ti trabalha.:/às mãos de quem em ti trabalha.:/

Depois de muitos anos de lutaPor Reforma Agrária na naçãoVemos nosso trabalho destruidoPela própria ConstituiçãoNossa lida será mais intensaPara conquistar o nosso chãoTemos que enfrentar a UDRE partir para a ocupação.Nos fecharam as vias legaisSó nos restam os acampamentosResistir à polícia e às armasConquistar novos assentamentosDesta terra somos herdeiros,Brasileiros de fibra e talentoNós queremos um novo porvirE suprir o país de alimentos.

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A VOZ DA MAIORIAA VOZ DA MAIORIAA VOZ DA MAIORIAA VOZ DA MAIORIAA VOZ DA MAIORIA(Zoei Bonomo)

Companheiros de jornadaDessa longa caminhadaVamos falar um pouquinhoDe várias categoriasDessa história que é formadaCom luta, com sofrimentoTem gente que nem tem nomeCom sangue que é derramadoDaqueles que dão as mãosAos companheiros massacradospelo homem que é tiranoCom poder que é desumanoCom dinheiro que é roubado

/:Perguntaram quantos somos, ei/:Perguntaram quantos somos, ei/:Perguntaram quantos somos, ei/:Perguntaram quantos somos, ei/:Perguntaram quantos somos, eigritamos somos milhões, ei, ei:/gritamos somos milhões, ei, ei:/gritamos somos milhões, ei, ei:/gritamos somos milhões, ei, ei:/gritamos somos milhões, ei, ei:/

Agora vamos ouvirÉ a voz da maioriaÉ o povo exploradopela tal da burguesiaSão donos do capital

Que juntou com a mais valiaÀs custas do sofrimentoDe várias categoriasTem gente passando fomeTem gente que nem tem nomeOutros comem bóia fria.A caminhada não páraTa crescendo a animaçãoTa crescendo a consciênciacom a organizaçãoA história está sendo escritapelas nossas próprias mãosEnfrentando sofrimentoe também perseguiçãoisso não mete sustoNós queremos o que é justo A coquista desse chão.

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ACORDA MARIA BONITAACORDA MARIA BONITAACORDA MARIA BONITAACORDA MARIA BONITAACORDA MARIA BONITA(Antônio dos Santos)

RefrãoRefrãoRefrãoRefrãoRefrãoAcorda Maria BonitaAcorda Maria BonitaAcorda Maria BonitaAcorda Maria BonitaAcorda Maria BonitaLevanta vai fazer o caféLevanta vai fazer o caféLevanta vai fazer o caféLevanta vai fazer o caféLevanta vai fazer o caféQue o dia já vem raiando.Que o dia já vem raiando.Que o dia já vem raiando.Que o dia já vem raiando.Que o dia já vem raiando.E a polícia já está de pé.E a polícia já está de pé.E a polícia já está de pé.E a polícia já está de pé.E a polícia já está de pé.

Se eu soubesse que chorandoembargo a sua viagemMeus olhos eram dois riosQue não lhe davam passagem

ACONTECERACONTECERACONTECERACONTECERACONTECER(Paco Bandeira -José Maria Rodrigues)

Eu vim das bandas do sulPuindo comboio romeiroEm noites cor do frutoEm tristezas e sobreiros(bis)Sou filho das planíciesNeto dos trovões cansadosIrmão de estrela sem nomeAmigo dos cães de gado(bis)Aprendi do ABC olhando os olhos das gentesFormei-me em vida vivida ao som do ranger dos dentes(bis)Amei em palha moída, usei corpos sem destino Fiz coisasque não conceboCom gentes que não atino(bis)Cheguei à cidade grande, usei-me em restos de nadaGastei-me em restos de tudoMinha vida está paradaUsei-me em restos de tudoGastei-me em restos de nadaE agora que nada tendo, ando à procura de mimVou pagar o que não tive em troca do que não fiz.

Cabelos pretos aneladosOlhos castanhos, delicadosQuem não ama a cor morenaMorre cego e não vê nada

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ADMIRÁVEL GADO NOVOADMIRÁVEL GADO NOVOADMIRÁVEL GADO NOVOADMIRÁVEL GADO NOVOADMIRÁVEL GADO NOVO(Zé Ramalho)

Vocês que fazem parte dessa massaQue passa nos projetos do futuroÉ duro tanto ter que caminharE dar muito mais do que receberE ter que demonstrar sua coragemÀ margem do que possa parecerE ver que toda essa engrenagemJá sente a ferrugem lhe comerÊh eô vida de gado, povo marcado povo feliz (bis)

Lá fora faz um tempo confortávelA vigilância cuida do normalOs automóveis ouvem a notíciaOs homens a publicam no jornalE correm através da madrugada a única velhice que chegouDemoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou (refrão)O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto delaE sonham com melhores tempos idos comtemplam essa vida numa celaEsperem novas possibilidades de verem esse mundo se acabarA arca de Noé, o dirigívelNão voam nem se pode flutuar

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AI, QUE SAUDADE D’OCÊAI, QUE SAUDADE D’OCÊAI, QUE SAUDADE D’OCÊAI, QUE SAUDADE D’OCÊAI, QUE SAUDADE D’OCÊ(Vital Farias)

Não se admire se um dia um beija-flor invadirA porta da tua casa, te der um beijo e partirFui eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejoFaz tempo que eu não te vejo ai que saudade d’ocêSe um dia você lembrar escreva uma carta pra mimBote logo no correio com frases dizendo assim:“Faz tempo que eu não te vejo, quero matar meu desejoTe mando um monte de beijo, ai que saudade sem fim.”E se quiser recordar daquele nosso namoroQuando eu ia viajar você caía no choroEu chorando pela estrada mas o que eu posso fazerTrabalhar é minha sina eu gosto mesmo é d’ocê

AMORAAMORAAMORAAMORAAMORA(Renato Teixeirta)

Depois da curva da estradaTem um pé de araçaSinto vir água nos olhosToda a vez que passo láSinto o coração flechadoCansado de solidãoPenso que deve ser doceA fruta do coraçãoVou contar para seu paiQue você namoraVou contar prá sua mãeQue você me ignoraVou pintar a minha bocaDo vermelho da amoraQue nasce lá no quintalDa casa onde você mora

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AMANHECEU, PEGUEI A VIOLAAMANHECEU, PEGUEI A VIOLAAMANHECEU, PEGUEI A VIOLAAMANHECEU, PEGUEI A VIOLAAMANHECEU, PEGUEI A VIOLA(Renato Teixeira)

Amanheceu eu peguei a violaBotei na sacola e fui viajarSou cantadorE tudo nesse mundoVale prá que eu canteE possa praticarA minha arteSapateia as cordasE esse povo gostaDe me ouvir cantarAmanheceu...Ao meio dia eu tavaEm Mato GrossoDo Sul ou do Norte,Não sei explicarSó sei dizerQue foi de tardezinhaEu já tava cantandoÉm Belém do Pará

Amanheceu...

Em Porto Alegre um tal deCoronelPediu que eu musicasse umVerso que ele fezPara uma china, que pelaPoesiaNem lá em Pequim se vê tantaAltivezAmanheceu...Parei em Minas prá trocar asCordasE segui direto para oCeará

E no caminho fui pensando, éLindoEssa grande aventura de poderCantarAmanheceuChegou a noite e me pegouCantandoNum baião, lá no norte doParanáDaí prá frente ninguém maisSe espantaE o resto da história eu nãoPosso contarAnoiteceu e eu voltei prá casaQue o dia foi longo e o solQuer descansarAmanheceu ...

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AMÉRICA LIVREAMÉRICA LIVREAMÉRICA LIVREAMÉRICA LIVREAMÉRICA LIVREUacir Strapozzan - Milico)

América Latina de sangue e suorEu quero pra ti um dia melhorEste povo que sofre pela mesma razãoGrita por liberdade numa nova canção

/:América, américa sou teu filho e digo/:América, américa sou teu filho e digo/:América, américa sou teu filho e digo/:América, américa sou teu filho e digo/:América, américa sou teu filho e digoum dia quero ser livre contigo:/um dia quero ser livre contigo:/um dia quero ser livre contigo:/um dia quero ser livre contigo:/um dia quero ser livre contigo:/

América morena do velho e do novoConstruindo a história na luta do povoNuma guerra de força contra o imperialismoQue dos povos da América é o grande inimigo

América minha quero te ver um diaTeu povo nas ruas com a mesma alegriaGritar a vitória no campo e cidadeE empunhar a bandeira da liberdade

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AMO ESSA TERRAAMO ESSA TERRAAMO ESSA TERRAAMO ESSA TERRAAMO ESSA TERRA(Marcia e Luizinho - PR)

Amo essa terraNela plantei meu feijão e meu arroznela me identifico porque nela me criei,é minha mãe.Quando paro e penso me emocionolembro tudo o que passei,depois de tanta luta e sofrimento a terra conquistei.

Ref: Meu irmão se junte ao MovimentoRef: Meu irmão se junte ao MovimentoRef: Meu irmão se junte ao MovimentoRef: Meu irmão se junte ao MovimentoRef: Meu irmão se junte ao Movimentose já não aguenta ver criança passandose já não aguenta ver criança passandose já não aguenta ver criança passandose já não aguenta ver criança passandose já não aguenta ver criança passandofome sem ter o que comer, com tantafome sem ter o que comer, com tantafome sem ter o que comer, com tantafome sem ter o que comer, com tantafome sem ter o que comer, com tantaterra por aí que a gente pode trabalhar.terra por aí que a gente pode trabalhar.terra por aí que a gente pode trabalhar.terra por aí que a gente pode trabalhar.terra por aí que a gente pode trabalhar.Vamos lá, como ficar parado vendoVamos lá, como ficar parado vendoVamos lá, como ficar parado vendoVamos lá, como ficar parado vendoVamos lá, como ficar parado vendotanta opressão.tanta opressão.tanta opressão.tanta opressão.tanta opressão.A nossa classe pobre toda tem que darA nossa classe pobre toda tem que darA nossa classe pobre toda tem que darA nossa classe pobre toda tem que darA nossa classe pobre toda tem que daras mãosas mãosas mãosas mãosas mãos/vamos arrancar na força o poder do/vamos arrancar na força o poder do/vamos arrancar na força o poder do/vamos arrancar na força o poder do/vamos arrancar na força o poder dotubarão/tubarão/tubarão/tubarão/tubarão/

Hoje estou feliz porque já tenho o meu pedaço de chão,mas não fujo da luta e também luto porque sofrem meus ir-mãos.Sentindo na pele a desigualdade, mas o povo há de mudaruma sociedade onde os ricos vivem sempre a governar.Meu irmão...

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AMOR NA TERRAAMOR NA TERRAAMOR NA TERRAAMOR NA TERRAAMOR NA TERRA(Luiz Passos)

Seu oficial de justiçaNão nos chame de ladrãoque Jesus foi o primeiroa nascer numa invasãoAté o jegue que era burroTeve dó da precisãoFicou num canto espremidoCom toda satisfaçãoSó por causa deste burroQue nóis tem salvação.

Por isso seu oficialNão faça despejo nãoPois quem quer a nossa terraNão precisa dela não.

Quem tem terra é o presidenteVive bem num casarãoNóis naquele mesmo espaçoDava uns trinta barracão

lnda tinha muito espaçoPra missa e reuniãoE uns pros molequeBater bola e botãoE um pedaço pra escolaDela nóis tem precisão

Nóis economiza terraQue do chão saimo inteiroRico é que bota foraNão lhe custa dinheiroRico é que nem passarinhoTriste num grande viveiro

Pobre na galiolinhaFaz o ninho bem faceiroMas ali naquele ninhoNasce uns quinze brasileiro

Aqui nessa favelinhaTerra é do nosso jeitoNóis divide com justiçaNum precisa de prefeitoMesmo sendo analfabetoNóis sabemo ter respeitoNum carece de assinaturaPara fazer valer o direitoO que vale é a vergonhaE o amor no nosso peito.

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ANDANÇASANDANÇASANDANÇASANDANÇASANDANÇAS(Zé Claudio)

Andando pelo sertão, vejo a miséria e opressãogente sofrida, gente oprimidapor um pedaço de chãoAndando pela cidade, vejo a mesma verdadeGente esquecida, gente oprimidaSem ter a liberdade

Lavrador e operárioSem direito de viverSua sina nessa vidaÉ luta pra não morrer

Capitalismo selvagemEngole o pobreTira sua dignidade (bis)

A melhor saída entãoQue o povo tem nas mãosjuntar sua força

Trilhar o caminhoEm busca da libertação

Todos juntos sem temerA vitoria vai crescerO povo nas ruasFazendo a históriaPra um novo amanhecerLavrador e operárioCom direito e dignidadeTerra parte, em sua parteNuma nova sociedade (bis)

ABRE A PORTA E A JANELAABRE A PORTA E A JANELAABRE A PORTA E A JANELAABRE A PORTA E A JANELAABRE A PORTA E A JANELA(Tonico e Tinoco)

Abre a porta e a janelaVenha ver quem é que eu souSou aquele desprezadoQue você me desprezou.

RefrãoRefrãoRefrãoRefrãoRefrãoChora morena, morena choraChora morena, morena choraChora morena, morena choraChora morena, morena choraChora morena, morena choraChora morena que amanhã eu vouChora morena que amanhã eu vouChora morena que amanhã eu vouChora morena que amanhã eu vouChora morena que amanhã eu voumememememeembora:/embora:/embora:/embora:/embora:/

Eu já fiz fiz fiz fiz fiz juramentoDe nunca mais ter amorPra viver, pená chorandoPor todo lugar que eu for.

Quem canta, seu mal espantaChorando será piorO amor que vai e voltaa volta sempre é melhor.

Chora viola e sanfonae chora triste o violãoSe até a madeira choraQue dirá meu coração.

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APRENDI COM NÓSAPRENDI COM NÓSAPRENDI COM NÓSAPRENDI COM NÓSAPRENDI COM NÓS(Zé Pinto)

Levantaram uma bandeira eu levantei a vozTudo que aprendi na vida eu aprendi com nós (bis).

- Mas é janeiro, fevereiro e marçoMuita banana no cacho, tanta plantação.É que essa gente se arrasta como serpenteSeja frio ou seja quente se cultiva o chãoSe em abril, a mentira se acabasse,E só reinasse, poesia, paz e pão.No mês de maio, mais um terço de sorrisoPois tão florido era a face deste chão. (refrão)

No mês de junho, só a fogueira queimandoSem esse erro medonho de floresta incendiarSe o mês de agosto não tem mais superstiçãojulho só fica pra trás, se a crendice sufocar. (refrão)

- Mas é setembro, outubro e novembroMesmo que esteja chovendo, vejo o sol raiarSe a nossa briga não for só fogo de palhaVai ter festa na vitória e o fórro não vai pararE em dezembro, num presépio de harmoniaO Natal a cada dia soletrar nova lição.Seguir os passos dessa gente pela vidaE replantar a partilha, na rima de uma canção. (refrão)

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AQUARELAAQUARELAAQUARELAAQUARELAAQUARELA(Toquinho, Mauricio Fobrizio, Guido Morro, Vinicius)

Numa folha qualquer eu desenho um sol amareloE com cinco ou seis retas é fácil fazer um casteloCorro o lápis em torno da mão e me dou uma luvaE se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuvaSe um pinguinho de tinta, cai num pedacinho azul do papelNun instante imagino uma linda gaivota voar no céuVai voando, contornando a imensa curva, norte a sulVou com ela, viajando, Havaí, Pequim ou Stambul.Pinto um barco a vela, branco, navegandoÈ tanto céu e mar num beijo azulEntre as nuvensVem surgindo, um lindo avião, rosa e grenáTudo em volta colorido, com suas luzes a piscarBasta imaginar e ele está partindo sereno lindoE se a gente quiser, ele vai pousar.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partidaCom alguns bons amigos, bebendo de bem com a vidaDe uma América a outra consigo passar num segundoGiro um simples compasso e num círculo eu faço o mundoUm menino caminha, caminhando chega num muroE ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro estáE o futuro. É uma astronave, que tentamos pilotarNão tem tempo nem piedadeNem tem hora de chegar.Sem pedir licença muda nossa vida, e depois convida a rir ou cho-rar.Nessa estrada, não nos cabe, conhecer ou ver o que viráO fim dela, ninguém sabe, bem ao certo onde vai dar.Vamos todos numa linda passarela, de uma aquarelaQue um dia enfim, descolorirá.Numa folha qualquer eu desenho um sol amareloQue descoloriráE com cinco ou seis retas é fácil fazer um casteloQue descoloriráGiro um simples compasso e num círculo eu faço o mundoQue descolorirá

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QUARELA BRASILEIRAQUARELA BRASILEIRAQUARELA BRASILEIRAQUARELA BRASILEIRAQUARELA BRASILEIRA(Silas de Oliveira)

Vejam essa maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genialEscolheu para este carnavalE o asfalto como passarelaSerá a tela do Brasil em forma de aquarelaPasseando pelas cercanias do AmazonasConheci vastos seringaisNo Pará, a ilha de MarajáE a velha cabana do TimbóCaminhando ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no Ceará, terra de IrapuãDe Iracema e TupãFiquei radiante de alegriaQuando cheguei na BahiaBahia de Castro Alves, do acarajéDas noites de magia, do candombléDepois de atravessar as matas do lpuAssisti em PernambucoA festa do frevo e do maracatuBrasília tem o seu destaqueNa arte, na beleza, arquiteturaFeitiço de garoa pela serraSão Paulo engrandece a nossa terraDo leste, por todo o Centro-OesteTudo é belo e tem lindo matizNo Rio dos sambas e batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febris Brasil,essas nossas verdes matasCachoeiras e cascatasDe colorido sutilE este lindo céu azul de anilEmoldura em aquarela o meu Brasil

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AQUARELA DO BRASILAQUARELA DO BRASILAQUARELA DO BRASILAQUARELA DO BRASILAQUARELA DO BRASIL(Ary Barroso)

Brasil, meu Brasil brasileiroMeu mulato izoneiroVou cantar-te nos meus versosÔ Brasil, samba que dáBamboleio, que faz gingaÔ Brasil do meu amorTerra de Nosso Senhor Brasil,Brasil, prá mim, prá mim...Ô abre a cortina do passadoTira a mãe preta do serradoBota o rei congo no congado Brasil,Brasil! deixa cantar de novo o trovadorA merencária luz da luaToda a canção do meu amor...Quero ver a Dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado Brasil!...Brasil! Prá mim ...Prá mim! Brasil, terra boa e gostosaDa morena sestrosa, de olhar indiscretoÔ Brasil, verde que dáPara o mundo admiraÔ Brasil, do meu amorTerra de Nosso Senhor Brasil,...Brasil! prá mim!... prá mimÔ, esse coqueiro que dá cocoOi onde eu armo a minha redeNas noites claras de luar, Brasil... Brasil,Ô oi estas fontes murmurantesOi onde eu mato a minha cedeE onde a lua vem brincáÔi, esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil BrasileiroTerra de samba e pandeiro, Brasil!... Brasil!

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AS ROSAS NÃO FALAMAS ROSAS NÃO FALAMAS ROSAS NÃO FALAMAS ROSAS NÃO FALAMAS ROSAS NÃO FALAM(Cartola)

Bate outra vez, com esperanças no meu coraçãoPois já vai terminando o verão, enfimVolto ao jardim, com a certeza que devo chorarPois bem sei que não queres voltar para mimQueixo-me as rosas, mas que bobagemAs rosas não falamSimplesmente as rosas exalamO perfume que roubam de ti, aiDevias vir, para ver os meus olhos tristonhosE quem sabe sonhavas com os meus sonhos, por fim

ASA BRANCAASA BRANCAASA BRANCAASA BRANCAASA BRANCA(Luis Gonzga H.Teixeira)

Quando olhei a terra ardendoQual fogueira de São JoãoEu perguntei a Deus do céuPorque tamanha judiação:/Que braseiro, que fornalha,Nem um pé de plantação/:Por falta d’água, perdi meu gado,Morreu de sede meu alazão:/

Até mesmo a asa Branca.Bateu asas pro sertão,/:Então eu disse: adeus Rosinha,Guarda contigo meu coração:/

Hoje longe muitas léguas,Numa triste solidão/:Espero a chuva cair de novoPra mim voltar pro meu sertão:/

Quando o verde dos teus olhosSe espalhar na plantação,/:Eu te asseguro, não chores, não, viuQue eu voltarei, viu, meu coração:/

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ASSENTAMENTOASSENTAMENTOASSENTAMENTOASSENTAMENTOASSENTAMENTO(Chico Buarque)

Quando eu morrer, que me enterrem naBeira do chapadãoContente com minha terraCansado de tanta guerraCrescido de coração tôo(Apud Guimarães Rosa)

Zanza daquiZanza pra acoláFim de feira, periferia aforaA cidade não mora mais em mimFrancisco, SerafimVamos embora

Ver o capimVer o baobáVamos ver a campina quando floraA piracema, rios contravimInho, Bel, QuimVamos embora

Quando eu morrerCansado de guerraMorro de bemCom a minha terra:Cana, Caquilnhame, abóboraOnde só vento se semeava outroraAmplidão, nação, sertão sem fimOh Manuel, MiguilimVamos embora

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ÂNSIA POR TERRAÂNSIA POR TERRAÂNSIA POR TERRAÂNSIA POR TERRAÂNSIA POR TERRA(Ciodoveu - Amiltinho)

Este canto tece a história/ Dos que buscam sem cessarNa extensão dos descampados/ Um espaço pra plantarOnde toda planta vingue/ E a ilusão do marketingNão lhe faça retornar

A realidade se constrói sonhando juntosde ver a todos revolver o chão de aradopois esse anseio nada poderá detê-loquando este apelo estiver unificado

E nesta ânsia por terra/ Há tantos erguendo a mãoMostrando os calos na palma/ Ao perceber que na almaFerida não cicatriza/ Enquanto o corpo precisaDo nutriente do pão

As mãos que escravizam a terra/ Sempre armaram a equaçãoResultado da fração/ Da terra mal divididaÉ um povo sem guarida/ Com a negativa mantidaDe um pedaço de chão

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