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CADERNO DE ANEXOS PREFÁCIO A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais de cada área de atuação etc. Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles envolvidos no processo de ensino- aprendizagem, é preciso haver suporte pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos na proposta pedagógica do curso. Considerando esses pressupostos, a produção desse Plano Piloto é parte da proposta pedagógica de curso da Faculdade de Inhumas FacMais. Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-prática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso.

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Page 1: CADERNO DE ANEXOS - FacMais · 2017-05-24 · CADERNO DE ANEXOS Cronograma sequencial de textos, slides e atividades Língua, linguagem e sociedade 1.1. Conceitos de língua, linguagem

CADERNO DE ANEXOS

PREFÁCIO

A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que

interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de

formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à

superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma formação

profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de estabelecer elos

entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais de cada área de

atuação etc.

Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um

profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam conhecimentos

específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla e desafiadora de

questões e problemas proporcionada pelas atuais conjunturas. Para que isso se

torne possível, além da dedicação daqueles envolvidos no processo de ensino-

aprendizagem, é preciso haver suporte pedagógico que dê subsídios ao aprender e

ao ensinar. Um suporte que supere a tradicional metodologia expositiva e atenda

aos objetivos expressos na proposta pedagógica do curso.

Considerando esses pressupostos, a produção desse Plano Piloto é parte da

proposta pedagógica de curso da Faculdade de Inhumas FacMais. Com este

veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca apresentar um

instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-prática, reunindo

materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e necessária para a formação

profissional qualificada dos alunos do curso.

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CADERNO DE ANEXOS

Cronograma sequencial de textos, slides e atividades

Língua, linguagem e sociedade 1.1. Conceitos de língua, linguagem e fala 1.2. Funções da linguagem 1.3. Variedades linguísticas 2. Estudo do texto 2.1. Fatores de textualidade 2.2. Gêneros textuais 2.3. Leitura e interpretação de textos 3. Estudo do parágrafo 3.1. Estrutura e organização 3.2. Elementos de coesão e coerência 3.3. Análise e produção de parágrafos 4. Redação técnica 4.1. Mensagens eletrônicas 4.2. Requerimento 4.3. Convocação 4.4. Ata 4.5. Ofício 5. Recapitulação de aspectos gramaticais 5.1. Ortografia 5.2. Acentuação gráfica 5.3. Concordância verbal e nominal 5.4. Pronomes de tratamento 5.5. Regência verbal e nominal 5.6. Pontuação 5.7. Parônimos e homônimos

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 1

1. COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA

O homem, sendo um ser social por excelência, porque vive em grupos e é dotado da capacidade de refletir, tem usado suas habilidades para manter relações com seus semelhantes, o que lhe possibilita partilhar pensamentos e emoções. E esse partilhar, antes da evolução do homem até o estágio homo sapiens, se estabelecia através de algumas “modalidades de significantes”, listadas por Vicente de Paulo Saraiva: pintura, escultura, música, dança. Mas a capacidade de pensar fez o homem criar outra ferramenta de comunicação - a palavra.

A palavra, como um dos recursos mais fecundos da comunicação, é o instrumento que o homem possui para difundir ideias, expressar emoções e defender posições. Por isso, seu uso adequado tem sido amplamente defendido não só por profissionais ligados à área da comunicação, mas também por aqueles que veem no domínio da palavra um requisito essencial para obtenção de sucesso no mercado de trabalho, independentemente do campo de atuação. Nessa linha de raciocínio, João Bosco Medeiros enfatiza: “O sucesso empresarial também depende de um sistema de comunicação

eficaz, tanto interna, quanto externamente. A comunicação imprecisa, ambígua

e insuficiente tem gerado a ruína de muitos empresários.” (MEDEIROS, 2005, p.

17)

Diante disso, que estratégias adotar para estabelecer uma comunicação

eficiente? Exercitar a leitura e a escrita e tornar-se um bom leitor.

Quais são as características do bom leitor?

►Um bom leitor cria possibilidades mais amplas de integração e ação social;

►Um bom leitor é aquele que capta o explícito e o implícito, as “entrelinhas” subjacentes ao texto, as intenções do autor;

►É aquele que constrói uma leitura crítica do mundo;

►É ainda aquele que aprecia a potencialidade da língua concretizada no texto

e avalia o que se diz e como as coisas são ditas;

►Um bom leitor incorpora à leitura os seus conhecimentos prévios e as suas experiências de vida para atingir o significado do texto.

Assim, em um mesmo texto diferentes possibilidades de leitura podem

surgir. Mas é preciso ressaltar que uma leitura só é válida quando

autorizada pelo texto e fundamentada por indicadores que permitem uma

ou mais interpretações.

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CADERNO DE ANEXOS

Que leituras podem ser feitas a partir do seguinte texto?

ZERO HORA, 28 DE FEVEREIRO DE 2002.

Enfim, o bom leitor é aquele que constrói significado/sentido no texto. E a

atividade de leitura é um exercício que prepara o indivíduo para a vida em

sociedade, devendo, por isso, ser cultivada e aperfeiçoada. Isso porque:

“Não basta, porém, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de ‘crítica’, que

envolve constatação, reflexão e transformação de significados. [...] A leitura é

uma atividade necessária no mundo de hoje e não deve restringir-se às

finalidades de estudo. É preciso ler para se informar, para participar, para

ampliar conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade

atual.” (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p. 49)

O domínio da leitura conduz ao domínio da escrita, prática indispensável no contexto atual, já que o homem escreve para dar ordens, avisar alguém, receitar, registrar vivências, pedir, etc. inicio9-10). Para esses autores, “a escrita já nasceu com mil utilidades” (2003, p. 9-10) e a sua invenção foi um sucesso: “veio para ficar e se espalhar pelo mundo, e foi uma arma poderosíssima nas mãos dos povos que a dominavam, de tal forma que, hoje, os povos que não dispõem dela dependem da escrita dos outros para sobreviverem. E, mesmo dentro de países civilizados, o cidadão que não sabe escrever também depende dos que sabem para ficar vivo.” (2003, p. 10).

A dificuldade ou a ausência do culto à escrita pode tornar-se fator gerador de “exílio”, “colonização” e “dominação” do homem na sociedade, pois, segundo Faraco

e Tezza,

O domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia

que uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever. Escrever era uma questão de segurança social, política ou religiosa: só

pessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido

sempre sob estrito controle.” (2003, p. 10) Com o passar do tempo, a

vigilância foi sendo amenizada e a escrita, popularizada de tal modo que é

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CADERNO DE ANEXOS

impensável “um mundo sem palavras escritas(FARACO; TEZZA, 2003, p. 9-

11).

Para Faraco e Tezza, a escrita é indispensável porque amplifica a linguagem oral em dois aspectos: a escrita atravessa o tempo e atravessa o espaço. Por romper a linha temporal, faz história – na dupla acepção do termo. Ao ultrapassar barreiras geográficas, no envio de uma carta ou de um e-mail, por exemplo, a escrita possibilita a construção de uma memória de informações a serem compartilhadas por pessoas de/em diversos lugares. Essas duas peculiaridades da escrita, as quais são sintetizadas na noção de “permanência”, asseguram que “a escrita dominou o mundo” (FARACO; TEZZA, 2003, p. 12)

Se a escrita domina o mundo, o homem precisa dominá-la para se revelar apto a interagir socialmente.

Diante dessa necessidade de aprimoramento da capacidade de expressão

escrita, algumas dicas são fundamentais:

►Ler atentamente bons textos, assumindo uma postura crítica;

►Ler autores da área que pretende seguir;

►Observar a forma de escrever dos autores;

►Corrigir deficiências do aprendizado da Língua Portuguesa;

►Dominar técnicas de redação e recursos linguísticos básicos;

►Produzir textos.

É importante destacar que produzir bons textos não significa produzir textos literários. Um texto bem elaborado é aquele que atende a determinados fins, seja no âmbito artístico, seja no profissional. Por exemplo, se o objetivo do redator é relatar pormenorizadamente tudo o que aconteceu numa reunião administrativa de uma empresa, ele precisará escrever uma ata, tipo de texto que se organiza segundo algumas normas específicas. Agora, se a intenção de um autor é produzir uma história a partir de acontecimentos do cotidiano e envolver o leitor numa narrativa literária, deverá escrever uma crônica. Portanto, quando se escreve um texto, é necessário atender aos objetivos da produção textual, obedecendo a um sistema de regras ligado não só a normas linguísticas, mas também à tipologia textual.

Outro elemento importante na construção de um texto é a atenção ao

contexto comunicativo. Quem será o leitor do texto? Que linguagem adotar para

estabelecer comunicação com determinado leitor e para obedecer à característica do

texto? Ao escrever um e-mail, por exemplo, o nível de linguagem usado quando se

comunica com um amigo não é o mesmo quando o interlocutor é o chefe de

trabalho.

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CADERNO DE ANEXOS

A atividade de escrita, então, pressupõe conhecimento do assunto a ser abordado, clareza das intenções/objetivos da produção textual, adequação à modalidade da língua e ao tipo de texto e ajuste de estrutura e expressão à característica do leitor/receptor. Além disso, o processo de escrita é baseado em noções de apresentação formal do texto, como a estrutura dissertativa - que exige a divisão do texto em, no mínimo, três parágrafos – e a estrutura da redação técnica – que possui linguagem e diagramação próprias.

Em síntese:

Organizar adequadamente a produção de um texto significa considerar o

que se escreve, para que se escreve, como se escreve e para quem se

escreve.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Imagine a seguinte situação: você é auxiliar administrativo de uma empresa do setor fumageiro e está trabalhando em sua sala. O telefone toca. É seu pai, pedindo que você vá depressa para o hospital porque sua mãe sofreu um acidente. Antes de sair do local de trabalho, você precisa deixar um aviso, informando que

precisou sair mais cedo por motivos pessoais. Como você escreveria um aviso para

o seu chefe, informando o ocorrido?

2. Diante da situação apresentada acima, considere que você ainda precisa

avisar sua esposa. Que torpedo você enviaria a ela, noticiando os fatos?

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CADERNO DE ANEXOS

LER É UM EXERCÍCIO. UM CONVITE À LEITURA:

Nadando em letras

Estes dias, enquanto conversava com amigos, o assunto “literatura” veio à tona. Decepcionei-me ao saber que muitos detestavam ler e espantei-me com a razão: ler seria, na opinião deles, complicado, difícil. Sei lá, isso ficou lá num canto empoeirado da minha mente, até que reapareceu, e na hora certa; na hora em que nadava. Curioso, mas os atos de ler e de nadar têm muito mais comum do que aparentemente se pensa. Ler, assim como nadar, são atividades para as quais devemos treinar, aprender.

Algo gradual; não se começa nadando em uma piscina de 50 metros, assim como não se aprende a ler com um livro de Eco, mas com treino chegamos lá.

No princípio, mesmo uma piscina curta é um desafio. A borda oposta parece tão distante; uma eternidade marcada por lentas braçadas nos separa dela. De repente a gente vai e volta, as braçadas ficam rápidas e fortes; procuramos uma piscina grande. Um dia aprendemos que, ao chegar perto da borda, basta dar uma meia cambalhota, impulsionar com os pés e daí nadar ainda mais rápido. Depois da velocidade, vem o gosto pela distância, este junto com as temidas cãibras – mais treino. Dois, três quilômetros são (quase) brincadeira. Próximo desafio: água aberta e fria, rio, correnteza; desafio! O melhor de tudo é que a qualquer momento podemos lembrar dos estágios anteriores, isto é, ter consciência de que melhoramos de fato.

Ler é similar. Quando começamos, qualquer textinho é um desafio. O ponto final não chega nunca, nos perdemos ao mudar de linha; nossa própria leitura mental não consegue encontrar a entonação certa. Enfim, é um calvário de letrinhas. Quando os textos ficam curtos, pulamos para livretos e aos poucos desenvolvemos consciência do conteúdo que expõem, assim como na piscina quando aprendemos seus truques; em resumo, adquirimos experiência, a qual é vital para ir adiante. Então pulamos para livros complicados, grandes, clássicos de autores famosos ou não.

Eles dão um nó na gente e não é raro que tenhamos que ler determinadas partes duas vezes, ou retornar alguns capítulos para compreender o contexto. São as “cãibras gramaticais”, digamos assim – mais treino.

O que vem depois: outras línguas, outros autores, mais desafios .... quem sabe até mesmo escrever? E assim como a natação, o nostálgico “olhar para trás” é gratificante e neste caso, culturalmente impagável.

Pessoalmente, leio muito. Sou do time do Luís Fernando Veríssimo: se não tenho nada para ler, corro para a torneira do banheiro para ler “quente/fria”. Talvez

por isso repudie aquela imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida, característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins. Ela apenas intimida aqueles que lêem, nutre um preconceito, que assim como a maioria, é detestável e infundado. E chegou aquela hora de passar a mensagem final e se tenho uma, ela é: leiam! Ler é mentalmente saudável; nadar (ou praticar qualquer forma de esporte) é fisicamente saudável e como o ditado latino prescreve, mens sana incorpore sano, isto é, mente sã em corpo são.

Rafael Accorsi/Universidade de Freiburg, Alemanha (Gazeta do Sul, 7 ago. 2002)

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CADERNO DE ANEXOS

1. A exemplo dos amigos do autor do texto, que detestavam ler, apresente

outras razões possíveis para tanta resistência à leitura. 2. Na visão do autor do texto, a leitura também é complicada e difícil? Explique.

3. Considere a seguinte afirmação: “Ler, assim como nadar, são atividades para

as quais devemos treinar, aprender”. Segundo o texto, como se desenvolve o

processo de leitura?

4. Que estratégia linguística o autor utiliza para explicar como se desencadeiam

os estágios de leitura? 5. A partir da leitura do texto, explique o que são “calvário de letrinhas” e

“cãibras gramaticais”. 6. O autor se opõe a uma visão tradicional de leitor, definida como ”aquela

imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida,

característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins”. Qual a razão

dessa oposição? 7. A referência a Luís Fernando Veríssimo não é casual. Por que Rafael Accorsi

o citou? 8. No final do texto, o autor propõe uma reflexão-síntese construída pela

analogia entre nadar e ler e pela citação de um provérbio latino. Explique, com suas

palavras, essa reflexão.

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CADERNO DE ANEXOS

DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA E MERCADO DE TRABALHO

A Língua Portuguesa e o Mercado de Trabalho Vanessa Loureiro Correa*

O programa de televisão "O Aprendiz 3", transmitido pelo canal fechado People and Arts e retransmitido pela TV Pampa, mostra a luta de doze candidatos por uma vaga na empresa de Roberto Justus, âncora do programa. Esse emprego é em Nova York e o salário é em torno de U$ 250.000 anuais, além de todos os confortos, ou seja, carro, apartamento, alimentação e outras vantagens. Para serem merecedores da vaga, os candidatos precisam mostrar liderança, criatividade, conhecimento técnico e, também, domínio da língua materna e de uma língua estrangeira.

Vários estudiosos da língua portuguesa escreveram sobre a importância de se saber mais de um nível de linguagem para a conquista da vaga. Justus não perdoou os competidores que, em algum momento, usaram termos ou aspectos gramaticais inadequados. Foi incisivo e falou, por alguns minutos, sobre a importância das línguas nas empresas. Provou que um excelente executivo não pode contar somente com o conhecimento da secretária para que a comunicação ocorra. O próprio Roberto demonstrou, em todos os programas, um alto nível de domínio das línguas portuguesa e inglesa.

Muitos podem estar pensando que isso só ocorreu no programa porque o emprego era bom. Porém, revistas especializadas como Você S/A informam que, atualmente, o domínio linguístico está sendo usado como fator de seleção, tendo em vista o bom currículo dos candidatos. Há empresas que pedem a conjugação de um verbo, outras fazem "ditado" de palavras portuguesas e inglesas, mas a grande maioria pede mesmo é a elaboração de uma redação. Sem sombra de dúvida que a escritura de um texto é, de fato, a melhor maneira de se avaliar o candidato. Além dos aspectos gramaticais, pode-se verificar se ele sabe coesão, coerência, partes textuais e outros elementos que constituem uma produção textual.

Sendo assim, torna-se evidente que a inserção no mercado de trabalho não depende mais de um domínio somente técnico. Aqueles que ainda têm problemas com a língua materna terão de correr atrás do prejuízo se quiserem encontrar colocação. Ainda que se possa usar o nível coloquial com os amigos e em situações informais, tem-se que dominar o culto para apresentar um diferencial. Não tem escapatória, a mensagem é clara: mãos à obra!

* Mestre em Linguística Aplicada pela PUCRS, professora do Curso de Letras da ULBRA e tutora de

Língua Portuguesa no ULBRA EAD. Coordenadora das Licenciaturas do ISEE.

Texto disponível em: http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm Acesso em: 16 ago. 2008.

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 01

2. LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE

2.1. CONCEITOS DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA

A comunicação em nossa sociedade pode ser realizada de diversas formas:

através da palavra, do corpo, do gesto, da imagem, do som. Essas formas de

comunicação são linguagens que se valem de diversos recursos para produzir

significados. A linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas

interagem entre si. Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra

(falada ou escrita), existem também as linguagens não verbais. Há ainda linguagens

mistas, que intercalam a verbal com a não verbal. Veja os exemplos:

Linguagem Verbal Texto opinativo (editorial), poema, ata, ofício, requerimento Linguagem não Música, dança, pintura, fotografia, escultura

verbal

Linguagem mista Notícia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), sites da (verbal e não Internet, história em quadrinhos, cinema, teatro, novela

verbal)

Segundo Dileta Martins e Lúbia Zilberknop (2003), no mundo moderno o homem não vive sem a comunicação, que é uma “força de extraordinária vitalidade na observação das relações humanas e no comportamento individual [...] Provado está que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria” (2003, p. 23). Como processo indispensável à sobrevivência do homem na sociedade, é preciso ter domínio da comunicação e esta se estabelece através de diversos recursos, como a palavra, os gestos, os movimentos, os símbolos, o silêncio etc. Mas de todos esses recursos, a palavra é o instrumento que tem sido preferido pelo ser humano para expressar seu pensamento, interagir com o outro e se fazer compreender.

O uso da palavra como instrumento de comunicação é regido por um código específico, que é dominado por um grupo de pessoas ou por toda uma comunidade e que possibilita a troca e a construção de mensagens. Esse código é a língua.

O que é língua? “Língua é um código que possibilita a comunicação. É um sistema de signos, combinações e de sons, de caráter abstrato, utilizado na fala.” (MEDEIROS, 2005, p. 28)

A língua portuguesa é o código que brasileiros usam nas diversas situações de comunicação e interação social. Por isso, quanto

maior for o domínio da língua portuguesa, maiores serão as possibilidades de obter uma comunicação eficiente. Dominar de forma

competente uma língua não significa somente conhecer o seu vocabulário; é necessário dominar

A língua portuguesa, assim como

outras línguas neolatinas, originou-se do

latim vulgar. Durante a expansão

marítima, no século XV, foi levada pelos portugueses a outros continentes. Hoje é

falada por 200 milhões de pessoas.

Habitantes de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau, São Tomé

e Príncipe, Guiné-Bissau falam a língua

portuguesa.

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CADERNO DE ANEXOS

as suas leis combinatórias, isto é, fazer uma combinação de palavras que propicie sentido.

O falante de língua portuguesa pode conhecer o sentido das palavras, mas se não respeitar as leis de combinação das palavras, não produzirá significado, sentido.

Como código que possibilita a comunicação na sociedade, a língua assume

um caráter social, pois o indivíduo sempre recorre ao mundo dos signos linguísticos

para formular suas mensagens. Dino Pretti (1984) sintetiza a relação entre língua e

sociedade:

“Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que

compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade,

como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos

meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica e literária.”

(PRETTI, 1984, p. 53)

É preciso destacar que a língua pertence a toda uma comunidade, evolui e

transforma-se historicamente. Quando se fala em língua, deve-se abandonar a

busca da homogeneidade e da instabilidade. A língua é mutável. Como exemplo dessas mudanças, pode-se observar o vocabulário: algumas palavras perdem ou

ganham fonemas (sons); outras deixam de ser utilizadas; outras palavras são

criadas de acordo com as necessidades das pessoas – é o caso dos neologismos e

dos empréstimos de outras línguas com as quais uma comunidade tem contato.

Como podemos observar a flexibilidade e as mudanças da língua? Vejamos os

textos:

Texto 1: Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver

muito tempo, por seu um “cardisplicente”. _ O quê? _ Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.

Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. _ “Cardisplicente” não existe, você inventou - triunfei. _ Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo. Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-

amadas. Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes.

Questão: “Mas se eu inventei, como é que não existe?” Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto,

(a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular. (b) A ser enriquecido pela criação de gírias. (c) Pronto para incorporar estrangeirismos. (d) Que se amplia graças à tradução de termos científicos. (e) A ser enriquecido com contribuições pessoais.

Texto 2: Explicação moderna para uma pergunta

antiga _ Pai, como é que eu nasci? _ Boa pergunta, filhão. Muito bem, tínhamos mesmo que ter essa conversa um

dia. O que aconteceu foi o seguinte: eu e sua mãe nos conhecemos após nos

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CADERNO DE ANEXOS

encontrarmos num Chat desses da net, que existem para se conversar. O papai marcou uma interface com a mamãe num cybercafé e acabamos plugados. A seguir, a mamãe fez uns downloads no joy-stick do papai e quando estava tudo pronto para a transferência de arquivo, descobrimos que não havia qualquer tipo de firewall conosco. Como era tarde demais par dar o ESC, papai acabou fazendo o upload de qualquer jeito com a mamãe e, nove meses depois, você apareceu. Entendeu?

(Gazeta do Sul, Gazeta Mix, 02 mar. 2006, p.6)

De que forma o pai explicou o nascimento do filho?

A língua é um código aceito por convenção. Por isso, um indivíduo, isoladamente, não consegue modificá-la. As transformações da língua são ocasionadas por alterações linguísticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.

Além disso, a língua é usada tanto na escrita quanto na fala. A fala, segundo Medeiros, “é regida pelo uso consensual que os falantes fazem dos elementos do sistema” (2005, p. 28). Além disso, a fala é um ato intencional e individual, de vontade e de inteligência. Tanto a fala quanto a escrita são “usos individuais da língua” (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 21), pois os indivíduos não falam e escrevem da mesma forma.

Como enfatiza Medeiros (2005), a língua escrita e a língua falada

apresentam diferenças de forma, gramaticalidade e recursos expressivos:

Estabelece-se diferença fundamental entre língua falada e língua escrita. A

primeira é livre, desativada de componentes situacionais; a segunda é presa

às regras da gramática e ao padrão considerado culto. Uma é criativa,

espontânea; outra cuidada, elaborada. Ainda que a língua seja a mesma, a

expressão escrita difere muito da oral, podendo-se facilmente comprovar que

ninguém fala como escreve, ou vice-versa. (2005, p. 29).

O autor também ensina que na língua falada há mais contato entre os falantes, enquanto na escrita há mais distanciamento, pois “o contato entre quem escreve e quem lê é indireto” (2005, p. 29). Nesse sentido, o autor afirma que a língua falada é concreta, não apresenta grande preocupação gramatical, tem vocabulário reduzido e constantemente renovado e pode contar com outros recursos extralinguísticos, como os gestos, as expressões faciais, a postura. A língua escrita, ao contrário, é abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforço para elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário deve ser preciso e apurado.

DIFERENÇAS ENTRE LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA

LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA

Vocabulário restrito e repetições de palavras Vocabulário amplo e variado

Emprego de gírias e neologismos Emprego de termos técnicos

Uso de onomatopeias Uso de vocabulários eruditos e abstratos Emprego restrito de certos tempos verbais Emprego do mais-que-perfeito, subjuntivo,

futuro do pretérito

Ausência de rigor na colocação pronominal Rigor na colocação pronominal

Supressão de pronomes relativos, como cujo Emprego de pronomes relativos

Subjetividade e uso de expressões emotivas Objetividade e ausência de expressões

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CADERNO DE ANEXOS

emotivas

Frases feitas, clichês, chavões, provérbios Uso criativo de frases

Sintaxe simples Sintaxe elaborada

Frases inacabadas Frases construídas com rigor gramatical Formas contraídas e omissão de palavras no Clareza na redação, sem omissões e

interior das frases ambiguidades

Predomínio de orações coordenativas Uso de orações coordenadas e subordinadas

Quadro adaptado de Medeiros (2005)

Medeiros ainda observa que tanto a língua falada/oral quanto a língua escrita

apresentam níveis ou registros: Em situações formais, a expressão se dá coma utilização de uma língua mais gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do meio familiar, a língua adquire características de informalidade, e as preocupações com a clareza e a correção tornam-se menos rigorosas.

(MEDEIROS, 2005, p. 29-30).

Exercícios:

1) Coloque V (verdadeiro) e F (falso) nas alternativas a seguir: ( ) A língua, como elemento de comunicação, sofre mudanças, que variam no

tempo e no espaço. Por isso, o modo como falamos e escrevemos hoje não é o mesmo de épocas anteriores. ( ) Enquanto a língua falada necessita de nexos entre frases, a escrita dispensa esses elementos, pois sua comunicação dispõe de outros recursos (como a riqueza vocabular) que auxiliam a comunicação. ( ) A gíria é um elemento de criatividade e expressividade usada na língua e é admitida na fala. ( ) Na língua falada, é comum o uso de períodos subordinados, que são mais longos e demonstram mais cuidado na elaboração linguística. ( ) A língua falada é mais espontânea, usa clichês, frases feitas, que, na língua escrita, são evitados.

2) Leia o diálogo estabelecido entre dois jovens, Viviane e Juliana, no telefone a

respeito de um trabalho em grupo para a faculdade.

_ Oi, Ju, cê acabou o trabalho? _ Já detonei, Vi! Só que não deu para passar na facu! O Giba ficou pegando no meu pé pra arrumar uns lances nuns gráficos. _ Ah! Falei que ia dar zica. Mas cê tá ligada que tem que escrever uma carta pra secretaria para entrega fora do prazo, né? _ Desencana. O Giba disse que ia resolver essa parada... _ Ah, então beleza! Dá um toque pro Marquinho, falô? Bejão!

a) Que expressões, palavras demonstram a oralidade da língua? b) Em que contextos comunicativos a língua falada deve se manter mais formal

ou se apresentar de forma espontânea, como acontece no diálogo entre os

universitários do texto acima?

21

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CADERNO DE ANEXOS

No uso da língua, o locutor deve ajustar sua fala e/ou escrita ao contexto

comunicativo e especialmente ao interlocutor, já que a língua oferece uma

multiplicidade de possibilidades de uso. Medeiros explica como o locutor/redator

deve proceder ao elaborar seu texto, considerando o interlocutor:

“Assim, o redator empresarial utiliza uma variante mais elaborada da Língua

Portuguesa se o texto que escreve se destina a pessoas de grau elevado de

instrução; se se dirige a um público de grau de escolarização reduzido, deve

fazer uso de uma variante mais adequada a esse nível.” (MEDEIROS, 2005, p.

30)

Outro ponto a destacar é que a língua falada e a língua escrita são formas diferentes de comunicação. Nenhuma é melhor ou pior do que a outra. Cada uma delas é apropriada a uma determinada forma de comunicação.

Apesar de reconhecer as diferenças de níveis da língua oral e da língua

escrita, Medeiros é categórico ao afirmar que é imprescindível o domínio da língua

escrita na sociedade atual:

“Note-se que, no entanto, a falta de domínio da língua escrita é estigmatizante e

que no atual momento é crescente a importância da língua escrita como meio

de informação científica e tecnológica.” (MEDEIROS, 2005, p. 30)

AULA 02

A identificação das funções da linguagem é um exercício para ampliar a

competência de leitura, que depende não só do reconhecimento das inter-relações

das linguagens, mas também da capacidade de apontar a intenção de um texto e de

considerar dos gêneros textuais

2.2. INTENÇÃO COMUNICATIVA E FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Toda vez que se estabelece uma interação entre as pessoas ocorre uma situação comunicativa. Todo o ato de comunicação verbal envolve sempre seis componentes básicos, descritos nos anos 1960 pelo formalista russo Roman Jakobson:

o locutor (aquele que diz algo a alguém)

o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica)

a mensagem (o texto, isto é, o que foi transmitido entre os falantes)

o código (a língua portuguesa)

o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico que conduz a mensagem até o interlocutor)

o referente (o assunto da mensagem)

Esses elementos podem ser esquematizados:

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CADERNO DE ANEXOS

Referente Mensagem

Locutor ....................................................................................Interlocutor Canal

Código

Quando as pessoas interagem por meio da linguagem, há sempre uma intenção, explícita ou implícita, de modificar o pensamento ou o comportamento do interlocutor. Não existe texto neutro. Não há fala ou escrita vazia de sentido. Assim, é possível dizer que toda situação comunicativa é pautada em uma intenção comunicativa. E o sucesso das interações verbais, seja na condição do locutor, seja na do interlocutor, depende da capacidade de o falante lidar com a intencionalidade, pois, por meio dela, é possível impressionar, ordenar, ofender, persuadir, informar, pedir, implorar, solicitar, etc.

Dependendo da intenção comunicativa do falante, ele organizará a linguagem embora a maioria das pessoas acredite que o uso da linguagem se dá de modo automático. Segundo Cereja e Magalhães, é por isso que “raramente se percebe que o modo como se organiza a linguagem está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela, isto é, à intenção do locutor.” (2005, p. 33)

A linguagem desempenha sempre uma função na comunicação de acordo com a ênfase que o falante queira dar a um dos componentes do ato comunicativo. Nas palavras de Medeiros, “A linguagem estrutura-se em função do fator de

comunicação (referente, emissor, receptor, canal, mensagem, código) a que se

inclina” (2005, p. 41). Dependendo do objetivo da comunicação, o locutor recorrerá a

determinados elementos da linguagem.

“Função pode ser entendida como serventia. Assim a linguagem serve para

comunicar, para exprimir emoções, para levar o receptor a uma ação, para

agradar, embelezar, para esclarecer algo da própria linguagem ou,

simplesmente, para manter viva a comunicação.” (MEDEIROS, 2005, p. 41)

Assim como são seis os componentes da comunicação, são também seis as

funções da linguagem: emotiva, conativa, referencial, metalinguística, fática e

poética.

“Fundamento de toda comunicação; sua principal preocupação é estabelecer relação entre a mensagem e o objeto a que se refere. Por isso,

Função referencial denota, referencia, informa. É uma função que procura essencialmente dar à linguagem qualidades

de objetividade, verificabilidade, evitando ambiguidades e confusões entre a mensagem e a realidade codificada. [...] é utilizada para produzir textos impessoais, objetivos”. (MEDEIROS, 2005, p.

41)

“Estabelece relação entre a mensagem e o emissor. Quando utiliza essa função, o redator, embora

Função emotiva também exponha ideias sobre o referente (função referencial), tem em vista, principalmente, exteriorizar

emoções, apresentar sua atitude em relação ao objeto, que poderá ser bom, ruim, belo, feio,

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CADERNO DE ANEXOS

agradável, desagradável. Não há preocupação com o referente nem com o receptor, mas com as

afirmações do eu.” (MEDEIROS, 2005, p. 41-42)

23

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CADERNO DE ANEXOS

“É a função que está centrada no destinatário; tem como objetivo influenciar -lhe o comportamento; Função conativa estabelece relação entre a

mensagem e o receptor, uma vez que toda comunicação objetiva obter do

receptor uma reação.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)

“Função da linguagem que consiste na atualização das potencialidades estruturais da língua. Estabelece relação da mensagem consigo mesma. As

Função poética características físicas do signo (som e visualização) são

valorizadas; o sentido que daí advém não é previsto

em uma mensagem convencional, utilizada nas

relações diárias.” (MEDEIROS, 2005, p. 42) “O objetivo da função fática é estabelecer comunicação, controlar sua

eficácia, prender a Função fática atenção do receptor, ou cortar a comunicação. Está centrada no contato físico ou psicológico. Apenas

aproxima receptor e emissor.” (MEDEIROS, 2005, p.

44) “Essa função está centrada no código, isto é, seu objeto é a própria linguagem e

seu objetivo é definir o Função metalinguística sentido dos signos que dificultam a compreensão do receptor. Serve para dar explicações ou precisar o

código utilizado pelo emissor.” (MEDEIROS, 2005, p.

45)

IMPORTANTE: As funções da linguagem não existem isoladas em cada texto. Embora uma delas

acabe predominando, elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se o tempo todo,

obtendo-se de suas combinações os mais diferentes efeitos.

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CADERNO DE ANEXOS

EXERCÍCIOS

1) Identifique qual função da linguagem predomina nos fragmentos:

a) “Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!” (Casimiro de Abreu)

b) Apesar de todas as oportunidades oferecidas pela organização, o funcionário não

demonstrou crescimento, pois continua desempenhando suas atividades de modo

inadequado, além de desperdiçar tempo, o que dificulta o alcance das metas.

Portanto, senhor, tenho convicção de que, para o sucesso de nossa empresa, é

necessário diminuir a carga horária dele e substituí-lo aos poucos por outro

profissional, cujo perfil se aproxima das nossas expectativas.

c) Pessoal! A OAB acaba de divulgar a lista dos candidatos aprovados no exame. Consegui! Fui aprovada!

d) Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e seis, às dezenove

horas, na sala de reuniões da empresa Fontoura SA, situada na Rua Silva Jardim,

82, Porto Alegre, reuniram-se o diretor geral, Adonildo da Silva, o coordenador

administrativo e financeiro, Felipe Ferreira, e a secretária administrativa, Caroline dos Santos, para discutir as novas metas da organização. O diretor destacou que a

principal meta da empresa para o ano seguinte é o aumento nas vendas de produtos

alimentícios, principal foco da organização. e) Alô! Como vai? Você está me ouvindo?

f) “Veja Não diga que a canção está perdida Tenha fé em Deus, tenha fé na vida Tente outra vez

Beba Pois a água viva ainda está na fonte Você tem dois pés para cruzar a ponte Nada acabou, não, não” (Raul Seixas)

g) Estrangeirismo é a utilização na língua oral ou na escrita de palavra ou expressão

de língua estrangeira. Shopping center é um exemplo.

2) A maioria dos textos de jornais e revistas especializadas na área de

Administração são construídos seguindo uma função da linguagem. Leia uma

parte de um artigo sobre a história da Administração no Brasil para responder

às questões: Qual função da linguagem é dominante no texto? Por que tal

função predomina nesse tipo de produção textual? “O início da valorização da ciência da Administração no Brasil está relacionado a uma necessidade de aprimoramento da Administração Pública Federal para a adoção de mudanças e reformas sociais que permitissem alavancar o desenvolvimento do país. Transformações, idealizadas durante a gestão do presidente Getúlio Vargas, que a burocracia existente até então não era capaz de processar pelo seu despreparo técnico-profissional. Foi na Era Vargas, nas décadas de 30 e 40, que a Administração começou a ganhar espaço, importância e status

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CADERNO DE ANEXOS

como atividade profissional e campo de ensino, pesquisa e documentação. A criação da Lei 4.769, em 1965, que regulamentou a profissão, foi o resultado de um processo de amadurecimento dos primeiros administradores brasileiros, que perceberam a incapacidade de evoluir sem a proteção legal de seus direitos e da definição clara das atividades privativas do Administrador. Até 1930, o ensino da Administração Pública era sempre agregado aos cursos de Comércio, Direito, Ciências Sociais ou Engenharia. Mas é nessa época que começam a chegar no país as ideias de Frederick M. Taylor e Henry Fayol sobre a então chamada Administração Científica. Com o objetivo de preparar a máquina do Poder Executivo para as metas e propósitos da Revolução de 30, tornando-as duradouras e eficientes, o regime de Vargas trouxe consigo o fortalecimento de uma nova área de estudos que, por consequência, terminou resultando em uma nova profissão: Técnico de Administração. Embora o termo hoje nos remeta a uma qualificação de

nível médio, na época referia-se aos postos máximos do serviço público, aos experts

em Administração.” (Revista Brasileira de Administração, nº 50, set. 2005)

3. Na internet e nas bibliotecas, há um grande acervo de textos que dão dicas de

como o contabilista deve se comportar para obter sucesso profissional. Leia um

texto, extraído do site http://www.multiempresa.com.br/_etiqueta001.htm, em 2 de

agosto de 2006.

ETIQUETA EMPRESARIAL

Saiba como fazer do marketing pessoal uma estratégia dentro e fora do

mundo dos negócios

Todo mundo quer aparecer na mídia. Andy Warhol já dizia que todos têm os seus 15

minutos de fama; alguns querem mais.

Um bom marketing pessoal faz milagres. Mas deve ser sutil, discreto, inteligente. Não

pense que um armário cheio de marcas de grife fará de você o "bam-bam-bam" do qual

todos querem informações. Roupa não é tudo. Você precisa ter o que falar. A exposição excessiva aos holofotes da imprensa pode ser desastrosa.

Abaixo, damos algumas dicas para quem quer levar sua imagem até a imprensa:

Marketing de sucesso

- Fale na mídia, de preferência sobre a sua área de atuação profissional; - Não use chavões; - Participe de entidades de classe; - Se for capaz, publique livros e artigos; - Frequente cursos de pós-graduação; - Mantenha a mídia informada sobre os seus projetos empresariais e pessoais relevantes; - Procure um caminho original quando seus conhecimentos forem requisitados; - Conserve amizades dos tempos de colégio e universidade; - Não se deixe picar pela mosca da vaidade; - Mantenha a vida pessoal fora das pautas dos jornalistas.

Caso você queira um trabalho mais profissional, contrate uma assessoria de

imprensa. O trabalho do marketing eficiente envolve um conjunto de ações de

comunicação que procura ordenar a aparição do cliente na imprensa em ocasiões

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CADERNO DE ANEXOS

pontuais. E, para isso, nada melhor que um jornalista para mostrar o caminho das

pedras.

a) Qual a intenção do autor ao produzir esse texto? b) Que função da linguagem predomina no texto? Que marcas linguísticas

podem justificar sua resposta?

c) De todas as dicas apontadas para obter sucesso na área da Contabilidade,

qual é a mais importante no seu ponto de vista? Por quê?

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CADERNO DE ANEXOS

LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LEITURA

A identificação das funções da linguagem é um exercício para ampliar a

competência de leitura, que depende não só do reconhecimento das inter-relações

das linguagens, mas também da capacidade de apontar a intenção de um texto e de

considerar dos gêneros textuais

EXERCÍCIOS 1. (ENADE-2005)

(Laerte. O condomínio)

(Laerte. O condomínio) (Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomínio.html)

As duas charges de Laerte são críticas a dois problemas atuais da sociedade brasileira, que podem ser identificados pela crise (A) na saúde e na segurança pública. (B) na assistência social e na habitação. (C) na educação básica e na comunicação. (D) na previdência social e pelo desemprego. (E) nos hospitais e pelas epidemias urbanas.

2. (ENADE-2005) Leia e relacione os textos a seguir. O Governo Federal deve promover a inclusão digital, pois a falta de acesso às tecnologias digitais acaba por excluir socialmente o cidadão, em especial a juventude.

(Projeto Casa Brasil de inclusão digital começa em 2004.

In: MAZZA, Mariana. JB online.)

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CADERNO DE ANEXOS

Comparando a proposta acima com a charge, pode-se concluir que (A) o conhecimento da tecnologia digital está democratizado no Brasil. (B) a preocupação social é preparar quadros para o domínio da informática. (C) o apelo à inclusão digital atrai os jovens para o universo da computação. (D) o acesso à tecnologia digital está perdido para as comunidades carentes. (E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidadão um excluído social.

AULA 03

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza (1992), a língua “é um

imenso conjunto de variedades” (1992, p. 11). As diferenças perceptíveis no uso de

uma língua caracterizam as diferenças linguísticas, que são decorrentes de distintos

fatores. Mauro Ferreira (2003) explica que já na Antiguidade Clássica, Horácio,

grande poeta e intelectual latino, indicava a possibilidade de os usuários de uma

determinada língua usarem-na de forma diferente embora todos tenham

conhecimento das estruturas gerais de funcionamento desse código:

Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma ama dedicada; se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil [...] (Horácio, Arte poética)

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CADERNO DE ANEXOS

O fragmento de um poema de Horácio explicita a ideia de que, dentro de um mesmo idioma, a estrutura da língua possa sofrer variação devido a uma série de fatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relação entre ele e o ouvinte, etc. Algumas dessas variações são facilmente perceptíveis, outras são mais sutis. Tais variações são chamadas variações linguísticas.

As variações linguísticas são causadas por três fatores principais: o tempo

histórico, o ambiente geográfico e o grupo sociocultural.

VARIAÇÃO HISTÓRICA Como a língua não é estática nem imutável, com o passar do tempo é natural

ocorrer mudança na forma de falar, na grafia de palavras e no significado dos vocábulos. Essas transformações surgidas ao longo do tempo recebem o nome de variações históricas.

Veja como Carlos Drummond de Andrade comenta a variação histórica de uma língua:

Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não

faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa onze varas, e até calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

[...] Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.

[... ] Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de -goma [...] não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.

Carlos Drummond de Andrade

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA

Observe os versos: “E o coração vazio voa vadio “O céu povoado de inquietas

Como uma pipa no ar.” pandorgas. Outros meninos

(Boca Livre, CD Songboca, 1994) erguem-nas, o dia inteiro.”

(Osman Lins)

Conforme explica Ferreira (2003), os termos pipa e pandorga são variações de nome de um brinquedo, o qual também ser chamado de papagaio, tapioca, maranhão, arraia ou quadrado, dependendo da região do falante. Nesses casos em que num determinado lugar o objeto recebe um nome e em outro lugar esse mesmo objeto é conhecido por outra expressão tem-se um exemplo de variação geográfica no vocabulário: “o nome do brinquedo muda de lugar para lugar, de região para região” (2003, p. 77).

Ferreira ainda destaca que “Além de estar presente no vocabulário, a variação

geográfica pode ser constatada também em certas estruturas de frases e

principalmente na pronúncia. A pronúncia característica dos falantes de uma região

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CADERNO DE ANEXOS

é comumente chamada de sotaque: sotaque nordestino, sotaque mineiro, sotaque

gaúcho, etc.” (2003, p. 77)

VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL

A variação sociocultural, segundo Ferreira (2003), não é difícil de ser constatada. O autor explica essa variação da seguinte forma:

Suponha, por exemplo, que alguém diga a seguinte frase:

• Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão. [Frase 1]

Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela profissão: um advogado? um trabalhador braçal da construção civil? Um médico? Um garimpeiro? Um repórter de televisão?

E quem usaria a frase a seguir?

• Obviamente faltou-Ihes coragem para enfrentar os ladrões. [Frase 2]

Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes de grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram a escola, ou, quando muito, fizeram-no em condições não-adequadas.

Já a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades socioeconômicas melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, "aperfeiçoaram" seu modo de utilização da língua.

Para Ferreira (2003), “a comparação entre as duas frases permite concluir, portanto, que as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua” (p. 78). Essas variações recebem o nome de variações socioculturais. É nesse tipo de

variações que estão incluídos os estrangeirismos e as gírias.

EXERCÍCIOS

1. Leia este relato de um professor português que, em 1960, mudou-se de seu país

e veio morar no Brasil: “Vim em 1960 e fui dar aula no Colégio Salesiano de Recife. Logo na primeira semana, fui chamado pela direção: um pai se queixara de que eu ofendera sua filha. É que eu dissera ‘cale-se, rapariga’, sem saber que, no Nordeste, rapariga significa prostituta.” a) Com que significado o professor pretendeu utilizar a palavra rapariga, ao falar com a aluna? b) Que tipo de variação linguística gerou o problema? Justifique. 2. (ENADE) Samba do Approach Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu

ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire Meu temperamento é light Minha casa é hi-tech Toda hora rola um insight

Já fui fã do Jethro Tull

30

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CADERNO DE ANEXOS

Hoje me amarro no Slash Minha vida agora é cool Meu passado é que foi trash Fica ligada no link Que eu vou confessar, my love Depois do décimo drink Só um bom e velho engov

Eu tirei o meu green card

E fui pra Miami Beach

Posso não ser pop star

Mas já sou um nouveau riche Eu tenho sex-appeal Saca só meu background

Veloz como Damon Hill

Tenaz como Fittipaldi Não dispenso um happy end

Quero jogar no dream team De dia um macho man E de noite uma drag

queen. (Zeca Baleiro)

I - “(... ) Assim, nenhum verbo importado é defectivo ou simplesmente irregular,

e todos são da primeira conjugação e se conjugam como os verbos regulares

da classe.” (POSSENTI, Sírio. Revista Língua. Ano I, n.3, 2006.)

II - “O estrangeirismo lexical é válido quando há incorporação de informação nova,

que não existia em português.” (SECCHIN, Antônio Carlos. Revista Língua, Ano I,

n.3, 2006.)

III - “O problema do empréstimo linguístico não se resolve com atitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa -se de criar palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias.” (CUNHA, Celso. A língua portuguesa e a realidade brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1972.)

IV - “Para cada palavra estrangeira que adotamos, deixa-se de criar ou desaparece

uma já existente.” (PILLA, Éda Heloisa. Os neologismos do português e a face

social da língua. Porto Alegre: AGE, 2002.)

O Samba do Approach, de autoria do maranhense Zeca Baleiro, ironiza a mania brasileira de ter especial apego a palavras e a modismos estrangeiros. As assertivas que se confirmam na letra da música são, apenas, (A) I e II. (D) II e IV.

(B) I e III. (E) III e IV.

(C) II e III.

O “CERTO” E O “ERRADO” NO IDIOMA

Observe novamente as frases:

“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” “Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.”

Qual dessas frases é gramaticalmente correta? Mas, se tanto a frase 2 como a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer

pessoa que seja falante de nosso idioma pode compreendê-las perfeitamente, por que

considerar uma frase correta e outra errada? Como determinar o que é certo e o que é

errado em um mesmo idioma?

31

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CADERNO DE ANEXOS

ADEQUAÇÃO E INADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA

Nessa mesma linha de raciocínio, Faraco e Tezza defendem a ideia de que há atribuição de valor diferente entre uma e outra variedade linguística e que essa valoração está ligada a condicionamentos históricos e sociais:

Quando uma pessoa se comunica com outra(s), para que esse ato se realize de forma eficiente, é necessário que ela faça a adequação da linguagem. Há situações em que a relação entre os interlocutores é mais descontraída, mais informal ou pessoal, casos em que fica mais adequado o emprego de uma linguagem informal, mais "solta". Outras vezes, essa relação é mais impessoal, mais distanciada, o que requer uma linguagem mais formal, “mais cuidada".

São vários os fatores que, isoladamente ou combinados, levam o falante a

adequar sua linguagem às circunstâncias do ato de comunicação. Entre esses fatores,

destacam-se:

As proposições de Ferreira (2003) sinalizam que, convencionalmente, é considerada "certa" ou "modelar" a variedade linguística utilizada pelos falantes que integram o grupo de maior prestígio social. Essa é a chamada língua culta, falada e escrita em situações mais formais, pelas pessoas de maior instrução e é difundida principalmente pela ação da escola e dos meios de comunicação.

Já a língua coloquial “é uma variante mais espontânea, utilizada nas relações informais entre os falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as normas. O falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com frequência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de expressões populares, frases feitas, gírias etc”. (FERREIRA, 2003, p. 81)

IMPORTANTE!

Numa comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível constatar

que, em certos aspectos, empregar a norma culta as diferenças entre as duas são bem

evidentes, mas, e não significa, outros, os limites não são tão claros, ficando difícil,

necessariamente, “falar” nesses casos, definir uma "fronteira" entre o que é culto e

difícil”, usando palavras e o que é coloquial. Expressões raras. Usar a língua coloquial

e a língua culta são as mesmas (ou escrever) obedecendo observáveis entre a língua

falada e a língua escrita.

Ferreira enfatiza que, “de modo geral, os falantes de um idioma são levados a aceitar como ‘correto’ o modo de falar do segmento social que, em consequência de sua situação econômica e cultural privilegiada, tem maior prestígio na sociedade. Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades linguísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas ‘erradas’.” (2003, p. 81)

É importante estar ciente de que, em princípio, não existe uma forma melhor ("mais certa") ou pior ("mais errada") de falar. Trata-se apenas de uma diferenciação que se estabelece com base em critérios sociais e em situações de uso efetivo da língua. (FERREIRA, 2003, p. 81)

Assim, proferir a frase "Eles não teve peito de encará os ladrão" está linguisticamente correto, já que é possível compreender as ideias que expressa, mas está gramaticalmente incorreto, pois o enunciado não obedece aos padrões definidos pela gramática normativa.

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CADERNO DE ANEXOS

o interlocutor (não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma criança);

o assunto (não se fala sobre a morte de uma pessoa amiga da mesma maneira que' se fala sobre a derrota do time de futebol);

o ambiente (não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em um churrasco com amigos);

a relação falante-ouvinte (não se fala da mesma maneira com um amigo e com um estranho; ou em uma relação informal e em uma relação formal).

Em um ato de comunicação, a influência desses e de outros fatores resulta num maior ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem. O grau de formalidade do redator empresarial, por exemplo, deve ser alcançado considerando-se o “público-alvo” do texto. Se o interlocutor for um sujeito com pouca escolarização, a variedade linguística utilizada dever ser menos formal. Agora se o falante for um indivíduo culto, a língua culta deve ser adotada para a comunicação.

Observando as variantes linguísticas adotadas no meio empresarial, João Bosco Medeiros (2005) constata que os profissionais desse ramos têm usado geralmente um

“nível comum tenso”, ou seja, não têm redigido textos em linguagem só compreensível

para doutores, nem escrito textos com uma variedade que agrida o padrão culto da

língua. E essa é uma saída correta para adequar a língua ao contexto de

comunicação?

EXERCÍCIOS 1. Em cada situação a seguir, indique se a linguagem utilizada pelo falante está adequada ou inadequada. a) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “Tá na cara que a testemunha ta enrolando”. b) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “É evidente que a testemunha está faltando com a verdade.” c) Um advogado, batendo um papo com um amigo, diz-lhe, a respeito de um

julgamento: “Tava na cara que a testemunha tava enrolando.”

Leia o texto a seguir para responder às questões 2 a 4.

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2. (MEC) Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em: a) situações formais e informais

b) diferentes regiões do país c) escolas literárias distintas

d) textos técnicos e poéticos

e) diferentes épocas 3. (MEC) No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho: a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2) b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6) c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14) d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v.

15) e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17) 4. Analise as assertivas.

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I. Embora o sujeito-lírico afirme que “figuras de gramática, esquipáticas” (v. 11) o atropelam, ele parece dominar regras do padrão culto da língua, como se percebe no uso dos pronomes no verso 12. II. O verso 14 poderia receber o pronome “mim” depois da preposição “para” na expressão “para ir lá fora” e essa alteração não provocaria inadequação em relação às regras da língua culta. III. O uso reiterado de pronomes de primeira pessoa indica um posicionamento pessoal

do sujeito-lírico acerca da língua portuguesa e de suas variações linguísticas.

Qual(is) da(s) alternativa(s) está(ao) correta(s)? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) Todas estão corretas

5. (ENADE – 2006)

Jornal do Brasil, 3 ago. 2005.

Tendo em vista a construção da ideia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa (A) a afirmação da identidade regional. (B) a fragilização do multiculturalismo global. (C) o ressurgimento do fundamentalismo local. (D) o esfacelamento da unidade do território nacional. (E) o fortalecimento do separatismo estadual.

6. (ENADE – 2007) Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos: “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para

Concurso, para fins de consulta escolar.”

Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que (A) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. (B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de verniz. (C) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas. (D) frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão. (E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.

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CADERNO DE ANEXOS

Aula 07

ESTUDO DO PARÁGRAFO

Nas diversas situações do nosso cotidiano, convivemos com textos. Estes podem ser uma conversa entre amigos, uma propaganda, uma história em quadrinhos, um ata, um resumo, um ofício, uma resenha. Cada um desses textos tem um modo específico de elaboração com estrutura, linguagem e objetivos distintos. Um texto pode ser mais narrativo, enquanto outro serve-se especialmente da descrição ou da argumentação. E é por isso que, no ensino fundamental e médio, são estudados os modos de organização de um texto: narração, descrição e dissertação/argumentação.

A escolha por um desses modos de organizar um texto depende da intenção e das necessidades comunicativas do redator. Nesse sentido, se o objetivo do locutor é, por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organiza em torno de argumentos, uma vez que seu objetivo é convencer. Se o objetivo é contar fatos reais ou fictícios, ele pode optar por produzir um texto que apresente em sua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, o momento e o lugar em que os fatos ocorreram. Se é transmitir conhecimentos, o locutor deve construir um texto que exponha os saberes de forma eficiente.

Dependendo da situação de produção de texto, este pode ser extenso ou curto. O importante é organizar adequadamente as ideias do texto e, para isso, existe o parágrafo, que é uma unidade de composição, uma microestrutura de uma totalidade, o texto. Estruturalmente, os parágrafos são blocos ou parcelas de texto que estabelecem sequência de informações, mantendo a unidade de sentido. Os parágrafos, à semelhança das orações que os compõem, mantêm relações de sentido entre si. Por isso, os parágrafos têm funções importantes em relação à coerência do texto: eles contribuem para assegurar a unidade e para possibilitar a progressão das ideias.

Qual a importância do parágrafo no texto?

A divisão do texto em parágrafos é uma estratégia para facilitar a compreensão do leitor, fazendo com que o receptor acompanhe a linha de raciocínio do autor. Além disso, segundo Faraco e Tezza (2003), “O parágrafo tem, antes de tudo, uma importância visual. O texto dividido em parágrafos ‘descansa’ a vista do leitor, impedindo que o olhar se perca num emaranhado sem fim de linhas” (2003, p. 208)

Um texto dissertativo-argumentativo é formado, geralmente, por um parágrafo

que introduz o tema da redação, outros que o desenvolvem e um último que conclui

o texto. A paragrafação serve para o autor indicar o movimento de um texto.

ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO

A estrutura do parágrafo-padrão em um texto dissertativo compreende três

partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

a) introdução: consiste em um período que expressa, de maneira geral e suscinta,

a ideia-núcleo do parágrafo, ou seja, contém a frase-chave do resto do parágrafo.

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b) desenvolvimento: é formado por períodos secundários, que constituem

explicações, detalhes e desenvolvimento da ideia-chave. c) conclusão: é um período que anuncia o clímax do parágrafo ou sintetiza seu

conteúdo.

Observe um exemplo de parágrafo-padrão e as partes que o compõem.

O futebol da várzea está em extinção. A prática quase centenária do jogo de bola

nos terrenos vazios e nos saudosos “campinhos” é escassa nos dias de hoje. Nos

anos 30 eram comuns as peladas que reuniam jovens de todas as idades, dos 10

aos 50 anos e times que disputavam o poder da pelota. Primeiro veio a especulação

imobiliária e muitos dos terrenos destinados à prática do esporte se foram na

construção de edifícios. Depois vieram os anos de denúncias vazias e a falta de

moradias populares. Consequentemente, aumentaram as ocupações de áreas

urbanas não construídas, o que acarretou a diminuição radical dos jogos de

bola nos campinhos.

O parágrafo-padrão apresenta

Introdução Exposição da ideia central do parágrafo. Objetivos: apresentar

a ideia-núcleo e estimular a continuação da leitura.

Desdobramento da ideia núcleo. Desenvolvimento Objetivo: expor ideias secundárias que explicam ou esclarecem

a ideia central, através de exemplos, comparações, etc.

Conclusão ou fechamento do parágrafo. Conclusão Objetivo: finalizar o parágrafo, propondo uma retomada das

ideias, um questionamento, uma opinião, etc.

Exercícios 1. Identifique as partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) dos

parágrafos a seguir:

a) A realidade brasileira deixa claro que o país é palco de grandes contradições sociais, culturais e econômicas. A origem disso pode ser procurada e provavelmente será encontrada na exploração do Brasil pelas grandes potências, que contavam com o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos. Além disso, é preciso considerar que o país tem sido governado de maneira irresponsável por alguns políticos. A atuação de Fernando Collor de Mello é exemplar nesse sentido, pois permitiu que os “anões do orçamento” desviassem verbas públicas que poderiam minimizar os problemas sociais da grande maioria da população em vez de aumentar os cofres de uns poucos privilegiados. Diante dessas contradições e dessas injustiças, os brasileiros precisam encontrar uma forma de tornar o país menos contraditório e socialmente e economicamente mais justo.

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CADERNO DE ANEXOS

b) Hoje não se diz mais “cercou um frango”, diz-se “engoliu um frango”. Há quem confunda uma coisa com outra e, confundindo-as, chegue a achar que noutros tempo o torcedor tinha mais graça. A expressão “cercou um frango” era realmente perfeita. Quando alguém, na arquibancada, pela primeira vez, gritou ”cercou um frango”, todo mundo viu o frango, o gesto familiar de cercar um frango, o quíper de braços abertos, acocorado, cerca a bola daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos, fugindo, como um frango. Não se sente o mesmo no ”engoliu um frango”, embora o torcedor vá ao ponto

de, às vezes, medir ou pesar o frango. Este não foi frango, foi uma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, e argentino. A verdade é que antes, muito antes de se dizer “cercou um frango”, o torcedor, em relação ao gol, já pensava no verbo engolir ou comer, mais em comer do que engolir. A prova está no apelido de “Guloso” que se

deu a um quíper da Mangueira. (Mário Filho, 1994, p. 150)

2. Analise o parágrafo abaixo. As frases de que se compõem constituem o desenvolvimento de uma ideia anterior. Escolha, entre as alternativas abaixo, a frase que contém a orientação básica do parágrafo, isto é, a introdução. .................................................................. Temos criado, nesse país, uma geração-

tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si. E estamos todos

impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem para contestar

nossos dirigentes, para nos opor às suas ideias e criar soluções alternativas. Agimos

apenas de maneira reativa, negativa, covarde.

a) Precisamos assumir o desafio de educar nossas crianças para desenvolver o instinto da águia. b) Com o atual sistema de ensino, estimulamos o espírito do medo e da covardia e dele nos contaminamos. c) Procuramos em nossas escolas fazer com que nossas crianças se recolham para

dentro de si e percam a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, capaz

de vencer o perigo que se lhe apresenta.

3. Os dois parágrafos a seguir encontram-se fora da ordem dada pelos autores. Restitua a ordenação original, numerando, em ordem crescente, os períodos. a) ( ) O quebra-quebra dominou o centro da cidade, e o governo perdeu o controle da situação. ( ) No saldo final do protesto, 700 pessoas presas, 65 feridas e 20 mortas. (

) Era a rebelião popular contra a vacinação antivariólica obrigatória. ( ) Arandelas de gás partidas, postes de iluminação vergados, fragmentos de vidro por toda parte,

paralelepípedos arrancados, bondes virados e incendiados. ( ) Entre 11 e 14 de novembro de 1904, o Rio de Janeiro transformou-se em praça de guerra. ( ) A

população montou barricadas para enfrentar os vacinadores e os soldados, que foram

agredidos com latas e pedras.

b) ( ) No decorrer desse período, suas faturas conosco chegaram ao montante de

centenas de milhares de cruzados. ( ) A nossa fábrica de cinzeiros Prudentina &

Irmãos, de Presidente Prudente, negocia com a empresa Comercial São José há 15 anos. ( ) Declaramos que as contas foram todas pagas até agora e tão prontamente

quanto as condições comerciais permitem. ( ) A Comercial São José nunca fez

negócios conosco que não pudesse saldar e dela podemos afirmar que é honesta e

merecedora de crédito.

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 09

FORMAS DE ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO DO PARÁGRAFO

Há várias formas de começar a redação de um parágrafo, de introduzir a ideia

central a ser desenvolvida. Os modos mais comuns de iniciar um parágrafo são:

interrogação, declaração inicial e divisão.

a) interrogação: o parágrafo começa com uma pergunta, seguindo-se o

desenvolvimento sob forma de resposta ou de esclarecimento.

O fez do Betinho o Betinho? Sua capacidade de reduzir a vida pública a um

serviço em benefício dos excluídos. Nada mais. Isso pode soar banal, ou mesmo

laudação de necrológico. Desde que foi descoberta a banalidade do mal, deixou-se

de prestar atenção na fome, casa para quem não tinha morada e trabalho para o

desempregado. São coisas que, pela ordem moral das coisas, todo mundo deveria

ter.... (ZH, 11 ago. 1997)

b) declaração inicial: o autor afirma ou nega alguma coisa para, a seguir, justificar

ou fundamentar a asserção. É a forma mais tradicional de formular a introdução.

Em junho deste ano, a luz de Betinho começou a enfraquecer. Sem poder

se alimentar, o sociólogo acabou internado com pneumonia bacteriana, infecção oral

e insuficiência hepática, mas o tratamento não adiantou. Tanto insistiu que retornou

para casa, onde foi montada uma UTI portátil. (...) (ZH, 11 ago. 1997)

c) divisão: consiste em apresentar a ideia-núcleo do parágrafo sob a forma de

discriminação das ideias a serem desenvolvidas.

Duas realizações se destacam do rico legado deixado por Betinho: a

criação do Ibase e a campanha de Ação da Cidadania contra a Miséria e pela

Vida. O Ibase, Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, é uma das mais

atuantes organizações não-governamentais do país. (...) A campanha contra a fome,

lançada em 1992, foi um obstinado trabalho em favor dos 32 milhões de brasileiros

totalmente desamparados. (...)

Exercício

Identifique o tipo de introdução dos parágrafos a seguir: a) O caos se instalou no transporte coletivo. Acompanhando um estudante que

embarca no ônibus no centro e se desloca até o Campus, poderemos perceber a situação. Os ônibus estão sucateados e os estudantes não têm onde sentar porque

todos os bancos já estão ocupados por pessoas que moram em regiões distantes do centro, nas quais a lotação passa antes. Os estudantes precisam fazer acrobacias para passar na roleta e manter consigo os materiais diante de batidas e pisões dos

outros passageiros. Ao final do trajeto, o estudante chega ao seu destino, mas está cansado e atrasado.

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CADERNO DE ANEXOS

b) O que é violência cotidiana? Os exemplos são muitos. É a crescente concentração de renda em privilégio dos 20% mais ricos, que aumentou não só

entre 1960 e 1970, mas também entre esta data e 1976. É a exploração do trabalho. Talvez o exemplo mais flagrante daquilo que pode ser chamado de violência cotidiana pode ser encontrado no tempo de locomoção diária entre a residência e o

trabalho, que em média para quem mora nas zonas periféricas de São Paulo é de 4 horas. A observação a um desses exemplos mostrará claramente a violência por que

passam aqueles que levam adiante as engrenagens produtivas. c) Para obter sucesso profissional, duas práticas devem ser seguidas à risca: o estudo contínuo e seriedade. Um profissional que não mantém uma educação

continuada pode perder espaço no mercado de trabalho por ignorar teorias e ações

recentes sobre determinada função de seu ramo de atuação. Aquele sujeito que não mantém uma postura correta e brinca durante os exercícios de suas atividades

demonstra aos seus superiores e colegas que não tem a seriedade necessária para o trabalho. Assim, estudar e manter seriedade são requisitos básicos para quem

quer alcançar êxito profissional.

AULA 09

FORMAS DE ELABORAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

O desenvolvimento do parágrafo pode ser feito de várias formas. A principais

maneiras de desenvolver a ideia-chave da introdução são:

a) comparação: consiste em desenvolver a ideia-núcleo através de uma comparação

que pode apontar semelhanças ou diferenças entre as ideias apresentadas na

introdução.

Nos 1.143,017 Km do território sul-africano, é possível encontrar atrações

turísticas tão variadas como as existentes no Brasil, que é oito vezes maior. A

região vinícola da Província do Cabo lembra muito a zona do vinho do Rio

Grande do Sul; as matas e savanas do interior do país correspondem aos

cerrados e florestas da Amazônia e do mato Grosso. Diante de tantas

semelhanças, só um olhar ingênuo ignora que África e América são terras parecidas.

b) exemplificação: consiste na apresentação de casos, fatos, ocorrências que

ilustram o que se está tratando.

Muitos poluidores químicos contribuem para degradar os rios. Os resíduos industriais são o exemplo mais dramático do prejuízo causado às fontes naturais de água, pois contêm uma série de elementos químicos altamente

prejudiciais à vida aquática, como o benzeno, o aldeído e várias espécies de ácidos. Os agrotóxicos são também poluidores que alcançam os rios,

envenenando e matando vários organismos, principalmente os peixes. Além desses, os esgotos residenciais transportam para os rios diversos tipos de poluidores químicos, dentre os quais o mercúrio. Assim, com vários agentes

nocivos, o rio tende a desaparecer, pois não há vida que suporte tanto mal.

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CADERNO DE ANEXOS

c) apresentação de causas e/ou efeito: consiste na apresentação de razões,

motivação ou consequências relacionadas à ideia central anunciada na introdução.

As florestas tropicais vêm desaparecendo rapidamente. As motivações e as consequências da destruição dessas matas estão sendo denunciadas constantemente pelos ecologistas, preocupados com o futuro do planeta. Destrói-se a floresta porque ela é um banco potencial para a fabricação de medicamentos e uma fonte de matéria-prima para a satisfação de inúmeras necessidades: alimentação, utensílios, móveis, energia. A destruição das matas também resulta da agricultura intensiva, que destrói a vegetação nativa das áreas cultivadas. A destruição da floresta provoca o desaparecimento de plantas, animais e da cultura de muitos povos. Diante desse quadro lamentável,

cabe a nós buscar uma estratégia para impedir que as florestas desapareçam pó completo e que parte de nossa “memória ambiental” mantenha-se viva para o conhecimento de gerações posteriores.

d) apelo ao testemunho de autoridade: consiste na recorrência a frases, citações,

relatos proferidos por um especialista ou uma autoridade para conferir ao texto maior

credibilidade.

Quantos diabos há? O número é infinito. Segundo o célebre doutor em demonologia, Dr. Blook, o cálculo é simples, porque cada homem tem um diabo que o acompanha sempre como sua própria sombra, devendo, portanto,

o número de diabos ser igual ao número de criaturas de que se compõe a humanidade e isso sem contar os demônios vadios, que andam pelo ar, pelo

solo, pelas águas, sem ocupação, passando... Assim, fica fácil perceber que o número de diabos é igual ao número de homens, vadios ou não, existentes no mundo.

EXERCÍCIOS 1. Leia os excertos a seguir e identifique como são desenvolvidos os parágrafos. a) A prática de redação é muito importante para a formação profissional. Não é apenas pela necessidade de redigir cartas, relatórios, ofícios que um administrador, por exemplo, precisa saber escrever. A prática da redação é fundamental porque é um excelente treinamento para a organização do raciocínio e para o desenvolvimento da capacidade de expressão. Nesse sentido, todos devem aperfeiçoar a competência comunicativa. b) A violência é um dos problemas mais graves no Brasil e pode estar associada ao desnível social, econômico e cultural da população. Constantemente jovens, crianças e adultos são expostos a agressões, roubos e morte, por exemplo. Segundo a professora de Sociologia da Universidade de São Paulo, a violência deve ser entendida como um fenômeno atrelado à desigualdade social: quanto mais dificuldades maiores são as chances de se cometer violência.. Nesse sentido, pode-se concluir que ações violentas são motivadas por questões sociais, motivadas pelos altos índices de miséria e injustiça social. c) As estratégias que a sociedade adota para combater a violência são diversas. Um

exemplo dessas medidas são as baseadas na emoção, na ação impulsionada pelo

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sentimento. Outra forma encontrada busca resolver a violência com base no

conhecimento popular, já que o conhecimento científico sobre o tema raramente é

levado em consideração. Como reflexo, o tratamento das pessoas violentas evoluiu

muito pouco no decorrer do século XX. Como se percebe, ainda não existem

soluções definitivas para acabar com a violência.

2. Elabore um desenvolvimento para o parágrafo a seguir: A realidade brasileira é marcada por contradições sociais, culturais e econômicas. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ Diante dessas contradições, os brasileiros precisam se perguntar qual é de fato o

significado do dia 7 de setembro para o nosso país.

FORMA DE ELABORAÇÃO DE CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO

A redação da conclusão de um parágrafo pode reorganizar enfaticamente as principais ideias do desenvolvimento. Isso pode ser feito através da elaboração de uma frase expressiva, de uma frase que reafirma a tese do parágrafo, de uma frase interrogativa que deixa questões ao leitor, etc. Por isso, a conclusão pode ser do tipo síntese, proposta ou pergunta.

Nos parágrafos a seguir, observe as conclusões: a) Os problemas encontrados no Gol (Grande Ônibus Lotado) não são poucos. Depois de muitos minutos em uma parada de ônibus, chega o GOL. Logo na entrada, é aquele empurra-empurra e, como música ao fundo, ouve-se “um passinho pra frente pessoal”. Todos respiram o mesmo gás carbônico, porque num contexto como esse o oxigênio já nem existe mais. Chegando ao destino, um alívio: finalmente a viagem acabou. Após o término das aulas, o sufoco recomeça. E pode contar, no outro dia, novamente tudo irá se repetir. b) A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do

coração. Somente na última década, segundo informações da Secretaria da Saúde

do Estado de São Paulo, o paulista se infartou vinte vezes mais do que no decênio

anterior. O stress causado pela vida intensa acelera os batimentos cardíacos, por

intermédio da injeção exagerada de adrenalina, e apressa o surgimento de doenças

do coração. Assim, nesse contexto, há como não sofrer problemas cardíacos?

Na redação de um parágrafo, devem -se observar algumas características para

que o texto tenha qualidade. E quais são essas qualidades? • O parágrafo deve ter unidade: as ideias e frases devem ser coerentes. Isto é,

as frases devem estar intimamente inter-relacionadas de tal modo que todas

relacionem-se ao tema. • As frases podem ser ligadas por elementos de coesão conforme o sentido que

expressam:

Elementos de coesão Ideia que expressam

Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, Adversidade

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entretanto Enquanto, ao passo que, à proporção que, à Proporção

medida que

Tanto... quanto, como, assim como, do que Comparação

Embora, ainda que, se bem que, mesmo que Concessão

Porque, visto que, uma vez que, já que Causa

Consequentemente, por conseguinte, de modo que Consequência

Logo, portanto, desse modo, assim, então Conclusão

Evitar a redação de frases muitos longas, como também somente o uso de

frases curtas. A variação no comprimento das frases do parágrafo é um

procedimento para realçar as ideias.

• A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Não usar

palavras cujo significado não seja familiar. Exemplo: O Senhor Mauro da Costa é um

quiropedista. Pedicuro) • Evitar repetições de palavras e ideias. Exemplos: Isto acontece com os velhos já idosos há 20 anos atrás. O poder aquisitivo de adquirir bens. O trabalho apresenta um estudo pertinente sobre o perfil do contabilista. Nesse trabalho,

são apresentadas dez competências necessárias ao contabilista no século XXI.

• Evitar ambiguidades. A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro. Despediram-se os empregados. È proibido dirigir um carro ébrio. O funcionário obteve licença por doença de dez dias.

• Evitar chavões, lugares-comuns: O presente trabalho apresenta.... Desde os tempos mais remotos,.... A cada dia que passa.... Eu não tenho palavras para dizer.... Hoje em dia este é um assunto muito debatido.

• Observar a norma culta da língua portuguesa: cuidar ortografia, concordância,

regência, etc. • Empregar corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o sentido da frase. Exemplo: Meu amigo saiu, não está aqui. Meu amigo? Saiu não, está aqui. Meu amigo saiu? Não está aqui?

• Evitar o uso de abreviaturas.

• Evitar fragmentos de frases: escrever frases sempre com sentido completo.

Exemplo: “Embora não tenhamos vendido muito.” Observe-se que a frase ficou

inacabada; é um fragmento apenas. Estaria completa com a oração principal:

“Embora não tenhamos vendido muito, recebemos elogios do diretor.”

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PROPOSTA DE REDAÇÃO ENADE 2006 QUESTÃO 10 – DISCURSIVA Leia com atenção os textos abaixo.

Duas das feridas do Brasil de hoje, sobretudo nos grandes centros urbanos, são a

banalidade do crime e a violência praticada no trânsito. Ao se clamar por solução,

surge a pergunta: de quem é a responsabilidade?

São cerca de 50 mil brasileiros assassinados a cada ano, número muito superior ao de civis mortos em países atravessados por guerras. Por que se mata tanto? Por que os governantes não se sensibilizam e só no discurso tratam a segurança como prioridade? Por que recorrer a chavões como endurecer as leis, quando já existe legislação contra a impunidade? Por que deixar tantos jovens morrerem, tantas mães chorarem a falta dos filhos?

(O Globo. Caderno Especial. 2 se!. 2006.)

Diante de uma tragédia urbana, qualquer reação das pessoas diretamente envolvidas é permitida. Podem sofrer, revoltar-se, chorar, não fazer nada. Cabe a quem está de fora a atitude. Cabe à sociedade perceber que o drama que naquela hora é de três ou cinco famílias é, na verdade, de todos nós. E a nós não é reservado o direito da omissão. Não podemos seguir vendo a vida dos nossos jovens escorrer pelas mãos. Não podemos achar que evoluir é aceitar crianças de 11 anos consumindo bebidas alcoólicas e, mais tarde, juntando esse hábito ao de dirigir, sem a menor noção de responsabilidade. ( ... ) Queremos diálogo com nossos meninos. Queremos campanhas que os alertem. Queremos leis que os protejam. Queremos mantê-Ios no mundo para o qual os trouxemos. Queremos - e precisamos - ficar vivos para que eles fiquem vivos.

(O Dia, Caderno Especial. Rio de

Janeiro, 10 se!. 2006.)

Com base nas ideias contidas nos textos acima, responda à seguinte pergunta,

fundamentando o seu ponto de vista com argumentos.

Como o Brasil pode enfrentar a violência social e a violência no trânsito?

Observações:

• Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser escrito

em forma de poema ou de narração). • O seu ponto de vista deve estar apoiado em argumentos. • Seu texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da Língua Portuguesa. • O texto deve ter entre 8 e 12 linhas.

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AULA 08 – SLIDE COESÃO E COERÊNCIA (ANEXO)

CONECTIVOS COESIVOS (MATERIAL DE APOIO)

Prioridade, relevância. Em primeiro lugar, a princípio, primeiramente, principalmente, primordialmente, sobretudo (...). Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade...). Então, enfim, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse meio tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas (...). Semelhança, comparação, conformidade. Como, consoante, segundo, da mesma maneira que, do mesmo modo que, igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, como, assim como, bem como, como se, à medida que, à proporção que, quanto (mais, menos, menor, melhor, pior)... tanto (mais, menos, menor, melhor, pior), tanto quanto, que (do que), (tal) que, (tanto) quanto, (tão) quão, (não só) como, (tanto) como, (tão) como (...). Condição, hipótese. Se, desde que, salvo se, exceto se, contanto que, com tal que, caso, a não ser que, a menos que, sem que, suposto que, desde que, eventualmente (...). Adição, continuação. Além disso, (a)demais, mas também, outrossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só... mas também, não apenas... como também, não só... bem como, e, além de, ainda (...). Dúvida Talvez, provavelmente, possivelmente, quem sabe, é provável, não é certo, se é que, a caso, por ventura (...). Certeza, ênfase. Decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza (...). Surpresa, imprevisto. Inesperadamente, inopinadamente, de súbito, imprevistamente, surpreendentemente (...). Ilustração, esclarecimento. Por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, ou melhor, aliás, ou antes, vale dizer (...).

Propósito, intenção, finalidade. Com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de, para (...).

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CADERNO DE ANEXOS

Lugar, proximidade, distância. Perto de, próximo a ou de, junto a ou de, fora, mais adiante, além, lá, ali, algumas preposições e os pronomes demonstrativos (...). Conclusão, resumo, recapitulação. Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, por isso, por consequência, destarte, desse modo (...). Causa e consequência, explicação. Por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=porque), portanto, logo, que (=porque), de tal sorte que, de tal forma que, visto que, dado que, como, devido a, em virtude de, tendo em vista isso, face a isto (...). Contraste, oposição, restrição, ressalva, concessão. Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, porém, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, por menos que, a menos que, a não ser que, em contrapartida, enquanto, ao passo que, por outro lado, sob outro ângulo, apesar de, a despeito de, porém, sob outro ponto de vista, de outro modo, por outro lado, em desacordo com (...). Alternativa Ou, ora, quer, quer seja, seja, já, nem (...). Negação Não, absolutamente, tampouco, de modo algum, nunca (...). Afirmação Sim, certamente, efetivamente, realmente, seguramente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, decerto, por certo, com certeza (...). Modo Bem, mal, assim, depressa, devagar, como, alerta, melhor (mais bem), pior (mais mal), às pressas, à toa, às escuras, à vontade, de mansinho, em silêncio, em coro, face a face, às cegas, a pé, a cavalo, de carro, às escondidas, às tontas, ao acaso, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de uma assentada, de soslaio, passo a passo, cara a cara, etc. Também exprime modo a maioria dos advérbios terminados em mente: suavemente, corajosamente, (...). Referência A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás, além de, antes de, antes de, aquém de, até a, dentro em, dentro de, depois de, fora de, ao modo de, à maneira de, junto de, junto a, devido a, em virtude de, graças a, a par de, etc. Intensidade Muito, pouco, assaz, bastante, deveras, menos, tão, tanto, demasiado, mais, demasiadamente, meio, todo, completamente, profundamente, excessivamente, extremamente, demais, nada (Isto não é nada fácil), ligeiramente, levemente, que (Que fácil é este exercício!), quão, como (Como cantam!), quanto, bem, mal, quase, (...).

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CADERNO DE ANEXOS

Inclusão Até, inclusive, mesmo, também, ainda, ademais, além disso, de mais a mais (...). Exclusão Apenas, salvo, senão, só, somente, exclusive, menos, exceto, fora, tirante (...).

Outros recursos coesivos a) e, além de, além disso, ademais, ainda, mas também, bem como, também - servem para acrescentar ideias, argumentos. b) embora, não obstante, apesar de, a despeito de, contudo - estabelecem relação de concessão, de resignação. c) mas, porém, entretanto, no entanto, sob outro ponto de vista, de outro modo, por outro lado, em desacordo com - estabelecem oposição entre ideias. d) assim, dessa forma, portanto, desse modo, enfim, ora, em resumo, em síntese - servem para complementar e concluir ideias. e) assim como, da mesma forma que, como, tal que - estabelecem relação de comparação de semelhança. f) de fato, realmente, é verdade que, evidentemente, obviamente, está claro que - são usadas para fazer constatações ou para se admitir um fato. g) porque, devido a, em virtude de, tendo em vista isso, face a isto - servem para introduzir explicações. h) sobretudo, principalmente, essencialmente - são usados para dar ênfase ou destaque a algum fato ou ideia. i) antes que, enquanto, depois que, quando, no momento em que - estabelecem relação de temporalidade.

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CADERNO DE ANEXOS

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 06

LEITURA E INTERPRETAÇÃO: AMBIGUIDADE

• A ambiguidade pode ser usada para obter

um efeito de sentido no receptor. • Para obter coesão e coerência é preciso,

portanto, evitar essa ambiguidade, causada por

pontuação imprópria, por problemas de

construção textual e por emprego de palavras

com mais de um sentido, que podem gerar, de

forma não intencional, mais de uma

possibilidade de interpretação.

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CADERNO DE ANEXOS

• O computador tornou-se um aliado do homem,

mas esse nem sempre realiza todas as suas

tarefas. • Para que não ocorra ambiguidade, pode-se

escrever essa frase assim: • O computador, apesar de ser um aliado do

homem, não consegue realizar todas as tarefas

humanas.

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CADERNO DE ANEXOS

Observe alguns casos frequentes de ambiguidade, que podem ser problemáticos:

a) problemas com o uso de pronomes possessivos

• Raquel preparou a pesquisa com Sílvio e fez sua apresentação.

b) problemas com o uso de pronomes relativos

• Visitamos o teatro e o museu cuja qualidade artística é inegável.

c) problemas com o uso de formas nominais

• O pai viu o filho chegando em casa bem tarde.

d) colocação inadequada de palavras

• O cliente aborrecido recusou o vinho por causa da safra.

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CADERNO DE ANEXOS

EXERCÍCIOS

Crime hediondo

Promotor usa informática para reproduzir

homicídio

1. A manchete publicada pelo jornal O Estado

de São Paulo apresenta a possibilidade de

uma interpretação absurda.

a) Que interpretação é essa?

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CADERNO DE ANEXOS

b) Qual a expressão que dá margem a

essa leitura?

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CADERNO DE ANEXOS

EXERCÍCIOS

• 2. Qual é a interpretação adequada da

manchete transcrita? • 3. No texto a seguir, extraído da revista

Veja, em 10 de março de 2004, há uma ambiguidade. Identifique-a e refaça o trecho, procurando desfazer a ambiguidade.

• “Gastou mais de 12 milhões de dólares herdados do pai, cuja família fez fortuna no ramo de construção de estradas de ferro, com festas, viagens, bebidas e mulheres.”

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CADERNO DE ANEXOS

REDUNDÂNCIA

A redundância pode dificultar o entendimento

do texto em virtude do uso de ideias e palavras repetidas ou desnecessárias, que comprometem a clareza da mensagem.

Para evitar essa repetição, é preciso tirar

palavras supérfluas a fim de sintetizar informações e não comprometer a qualidade do texto.

A repetição pode ser um recurso estilístico quando há uma intenção especial em repetir palavras ou ideias, como é perceptível em textos humorísticos, publicitários, literários, etc.

Mas há casos em que se deve evitá-la, para que a linguagem não se torne inadequada.

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CADERNO DE ANEXOS

Veja alguns casos comuns

de redundância:

a) palavras próximas e idênticas

• O povo exige seus direitos, os direitos

do povo devem ser respeitados.

b) repetições exageradas

• O ministro apresentou sua proposta

de trabalho, mas o ministro não foi

claro em várias questões e as

argumentações do ministro não foram

aceitas.

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CADERNO DE ANEXOS

EXERCÍCIOS

1. Reescreva estas frases, eliminando a redundância.

a) Atualmente, nos grandes centros urbanos, ocorre uma onda de violência que vem causando um pânico crescente, nos dias de hoje, entre as pessoas.

b) É preciso coragem! Encare as dificuldades de frente. c) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura

de uma revista. d) na volta das férias, tivemos uma surpresa

inesperada: o caso das provas desaparecidas chegara a seu desenlace final.

e) Entre dentro de casa e fique aqui ou saia já para fora. Não quero esse vaivém.

f) há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências

tão claras como provas do atentado.

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CADERNO DE ANEXOS

2. Identifique a ambiguidade nas frases e reescreva

cada uma, optando por um dos sentidos possíveis.

a) O médico examinou o

cliente preocupado. b) A diretora contratou a professora.

Ela reside próximo à escola. c) Michele telefonou para Rodrigo

e avisou-lhe sua amiga ia chegar naquela semana.

d) Peguei o ônibus correndo. e) Vi um desfile andando pela cidade.

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CADERNO DE ANEXOS

3. Assinale a ÚNICA frase em que a ordem

de colocação das palavras NÃO produz

ambiguidade.

a) Rossi pede ao STF processo por

calúnia contra Motta. b) É só colocar as moedas, girar a manivela e

ter a escova já com pasta embalada nas mãos.

c)Casal procura filho sequestrado via Internet.

d) Câmara torna crime porte ilegal de armas. e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia

cardíaca com cerimonial de chefe de Estado.

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4. Observe o seguinte texto:

Perigo

• Árvore ameaça cair em praça do Jardim Independência • Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores

da Rua Lúcia Tonon Martins, no Jardim Independência. Uma árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na Praça Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer momento. Ela foi atingida, no final de novembro do ano passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e morreu.

• A árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está muito próxima à rede de iluminação pública e das residências. “O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcatti, presidente da Associação de Bairro.

• (Jornal Integração, 16 a 31 ago. 1996)

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• a) O que pretendia afirmar o presidente da Associação? • b) O que ele afirma, literalmente? • c) Na placa abaixo, podemos encontrar o mesmo tipo de

ambiguidade que havia na declaração de Sérgio Marcatti. O que tornaria divertida a leitura da placa?

CUIDADO ESCOLA!

NOTA: Para responder, leve em conta as seguintes acepções do termo “perigo”, constantes do Novo dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira:

Perigo: 1. Circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa. 2. Aquilo que provoca tal circunstância; risco. 3. Estado ou situação que inspira cuidado; gravidade.

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ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR PROBLEMAS DE

COESÃO

ELIPSE

• É o apagamento da segunda ocorrência do

termo, que fica, assim, subentendido no

enunciado.

Tive dois grandes amigos na vida, além de meus

filhos. Um deles foi Guilherme da Silveira,

patrono de Bangu. O outro, o professor Flávio

Costa. Muitos dizem que fui um grande jogador.

Não tenho motivos para discordar. (Domingos da

Guia, ex-jogador de futebol da Seleção Brasileira)

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CADERNO DE ANEXOS

ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR PROBLEMAS

DE COESÃO

PALAVRAS REFERENCIAIS

• São palavras usadas para retomar expressões ou frases anteriores, evitando a repetição desnecessária de vocábulos.

• Fabiano Gonçalves ouvira falar em juros e prazos. Isto lhe dera uma impressão bastante penosa: sempre que os homens sabidos lhe diziam palavras difíceis, ele saía logrado.

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EXERCÍCIOS

• 1. Leia o fragmento seguinte, extraído de notícia publicada em jornal

sob o título Separatistas do Quebec mudam estratégia.

• Em uma desafiante mudança de estratégia, os separatistas do Quebec anunciaram ontem que permanecerão no Parlamento federal - apesar de sua recente derrota no referendo sobre a secessão – a fim de lutar contra as propostas que sejam apresentadas com o objetivo de manter o Quebec como parte integrante do Canadá. (Gazeta do Povo, 3 nov. 1995)

• O pronome possessivo sua, que aparece no fragmento, refere-se ao antecedente:

a) secessão b) recente derrota c) separatistas do Quebec d) Parlamento federal e) desafiante mudança de estratégia

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2. Assinale a única alternativa quer pode substituir

o termo em destaque, no trecho abaixo:

• Vencera meu pai; dispus-me a aceitar o diploma e o casamento, Virgília e a câmara dos deputados.

• _ As duas Virgílias, disse ele num assomo de ternura

política. Aceitei-os; meu pai deu-me dois fortes abraços.

a) Virgília e o casamento b) Virgília e a ternura política c) o diploma e a câmara dos deputados d) ternura política e o casamento e) o diploma e o casamento

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CADERNO DE ANEXOS

TRABALHO DE AVALIAÇÃO

1º BIMESTRE

1. Indique as partes dos parágrafos-padrão, apontando o modo

como elas são construídas.

• Duas nações acostumadas a batalhar sobre as águas medirão forças no campo: Inglaterra e Suécia. No futebol, elas possuem estilos parecidos. A diferença maior está na ambição. Os homens de amarelo pretendem chegar, no mínimo, até as oitavas -de-final. Os súditos fiéis querem repetir o feito de 1966 – o título. Dia 20 de junho, em Colônia, duas defesas fortes, meio campo com bom toque de bola farão sua queda-de-braço. Um time tem o que falta no outro. Na Inglaterra não há um articulador como Svensson e, agora, falta um artilheiro. Na Suécia não há um xerife como Terry. Desse confronto, o que o espectador pode esperar é, pelo menos, um jogo atraente sem um franco favorito. (adaptado de Gazeta do Sul, 23 maio 2006)

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CADERNO DE ANEXOS

TRABALHO

Será que os brasileiros, atualmente, seriam capazes de dar a própria vida pelo seu país? Certamente não. Isso ocorre porque foi-se o tempo em que o amor à pátria era colocado em primeiro plano, chegando até mesmo aos níveis de adoração e idolatria. O que percebemos hoje são inúmeros casos de corrupção, de sonegação de impostos, de banditismo, mostrando que os nossos homens fazem qualquer coisa para alcançar seus objetivos, mesmo que isso seja prejudicial ao desenvolvimento de sua nação. Resta saber se as gerações no próximo século assistirão ao que vemos todos os dias nas TVs, rádios e jornais: uma desvalorização patriótica sem precedentes.

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2. Indique qual das alternativas é a introdução

do parágrafo a seguir.

• Segundo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, 55% dos alunos da 4ª série são praticamente analfabetos. O Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional indica que 74% dos brasileiros adultos estão nessa condição. Não há nenhuma discrepância: todos os resultados mostram que nossa educação é péssima.

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CADERNO DE ANEXOS

• ( ) O sistema educacional brasileiro

vive um momento de crise. • ( ) O Brasil está diante de dois

problemas: convencer de que nossa

educação é péssima e, então,

tentar melhorá-la. • ( ) O pessimismo educacional toma

conta do país.

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3. Numere, em ordem crescente, a sequência de frases

que compõem o parágrafo.

( ) Na verdade, o ressurgimento de Itamar é uma manobra típica do manjadíssimo político acostumado a semear cizânia para obter dividendos pessoais. ( ) O ex-presidente Itamar Franco, que governou o país de outubro de 1992 a dezembro de 1994, voltou ao cenário político nacional. ( ) Isso ocorreu no mesmo momento em que o ex -governador Anthony Garotinho, que busca febrilmente a candidatura ao Palácio do Planalto, estava em Minas para arrebanhar apoio de Itamar. ( ) Há duas semanas, numa entrevista em Juiz de Fora, ele surpreendeu seu próprio partido, o

PMDB, ao anunciar que pretende ser candidato a presidente da República.

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CADERNO DE ANEXOS

( ) Entre aqueles com mais de 50, a

percentagem triplicou. ( ) Ao chegar à meia- idade, a maioria das pessoas começava a orientar sua vida pela perspectiva de aposentadoria. ( ) O que se constata é que a presença de alunos maduros nas salas de aula é uma transformação em curso no Brasil devido às alterações no mercado de trabalho e ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros.

( ) No entanto, hoje já não é assim. ( ) Segundo dados do IBGE, a proporção de alunos com idade acima de 40 anos nas universidades brasileiras dobrou de 1991 a 2000.

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4. PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE UM PARÁGRAFO-

PADRÃO

(JB ECOLÓGICO. JB, Ano 4, n. 41, junho 2005, p.21.)

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Agora é vero. Deu na imprensa internacional, com base científica e fotos de satélite: a continuar o ritmo atual da devastação e a incompetência política secular do Governo e do povo brasileiro em contê-la, a Amazônia desaparecerá em menos de 200 anos. A última grande floresta tropical e refrigerador natural do único mundo onde vivemos irá virar deserto.

Internacionalização já! Ou não seremos mais nada. Nem brasileiros, nem terráqueos. Apenas uma lembrança vaga e infeliz de vida breve, vida louca, daqui a dois séculos.

A quem possa interessar e ouvir, assinam essa declaração: todos os rios, os céus, as plantas, os animais, e os povos índios, caboclos e universais da Floresta Amazônica. Dia cinco de junho de 2005. Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia Mundial da Esperança.A última.

• (CONCOLOR, Felis. Amazônia? Internacionalização já! In:

JB ecológico. Ano 4, no 41, jun. 2005, p. 14, 15. fragmento)

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CADERNO DE ANEXOS

A tese da internacionalização, ainda que circunstancialmente possa até ser mencionada por pessoas preocupadas com a região, longe está de ser solução para qualquer dos nossos problemas. Assim, escolher a Amazônia para demonstrar preocupação com o futuro da humanidade é louvável se assumido também, com todas as suas consequências, que o inaceitável processo de destruição das nossas florestas é o mesmo que produz e reproduz diariamente a pobreza e a desigualdade por todo o mundo.

Se assim não for, e a prevalecer mera motivação “da propriedade”, então seria justificável também propor devaneios como a internacionalização do Museu do Louvre ou, quem sabe, dos poços de petróleo ou ainda, e neste caso não totalmente desprovido de razão, do sistema financeiro mundial.

(JATENE, Simão. Preconceito e pretensão. In: JB ecológico. Ano

4, no 42, jul. 2005, p. 46, 47. fragmento)

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CADERNO DE ANEXOS

• A partir das ideias presentes nos textos acima, expresse a sua opinião, escreva um parágrafo-padrão, respondendo à pergunta: qual a melhor maneira de se preservar a maior floresta equatorial do planeta?

• Use a norma culta da língua. O

parágrafo deve ter, no mínimo, 08

linhas, e no máximo, 12 linhas.

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CADERNO DE ANEXOS

Um bom trabalho!!!

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 14

1.CONCORDÂNCIA Concordância é um princípio linguístico que orienta a combinação das

palavras na frase. É a harmonia de flexão entre dois termos ou mais termos. Na

língua portuguesa há dois tipos de concordância: Quando a concordância se faz

entre sujeito e predicado, ela é expressa na flexão do verbo e, por isso, é chamada

concordância verbal. Quando a concordância se efetua entre artigo, numeral,

adjetivo e pronome em relação ao substantivo a que se referem, temos a

concordância nominal.

1.2 CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regras gerais:

1- Adjetivos, artigos, pronomes e numerais concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem. Ex: As primeiras alunas de cada classe foram ao zoológico.

2- O adjetivo ligado a substantivos de mesmo gênero e número vai normalmente para o plural: Ex: Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio do concurso.

Mãe e filha carinhosas passeiam sempre juntas.

3- O adjetivo ligado a substantivos de gênero diferente vai normalmente para o masculino plural: Ex: Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.

Vaso e jarra permaneciam jogados no chão.

4- O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo: Ex: Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.

Luxuosa casa e carros ele possui hoje.

5- O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito.

Ex: Meus amigos estão atrapalhados. Minhas amigas estão confusas.

6 - Quando dois adjetivos se referem a um único substantivo precedido de artigo, a concordância pode ser feita de dois modos. Considere o substantivo língua e os adjetivos alemã e inglesa:

a) O substantivo fica no singular e coloca-se também um artigo na frente do segundo adjetivo.

Ex: Nesta escola, estuda-se a língua alemã e a inglesa. b) O substantivo vai para o plural e não se coloca o artigo na frente do

segundo adjetivo. Ex: Nesta escola, estudam-se as línguas alemã e inglesa.

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CADERNO DE ANEXOS

Casos Especiais: 1-A palavra meio concorda com o substantivo quando é numeral (significa metade) e fica invariável quando é advérbio(significa um pouco) . Ex: Comi meia pêra.

Minha mãe está meio cansada.

2- As expressões é proibido, é bom, é necessário, é preciso e outras semelhantes são invariáveis quando seu sujeito não for precedido de artigo. Se houver artigo, a expressão deixará de ser invariável e concordará com o sujeito. Ex: Comida com pouca gordura é bom para a saúde.

A comida com pouca gordura é boa para a saúde. Era necessário licença para construir. Era necessária a licença para construir. É proibido entrada de pessoas estranhas. É proibida a entrada de pessoas estranhas. Eram precisos os aparelhos.

Era preciso aparelhos.

3- As palavras anexo, incluso, só (=sozinho), obrigado,quite, leso, mesmo e próprio, concordam com o nome a que se referam. Ex: Ela mesma veio até aqui.

Eles próprios escreveram. As propostas estão inclusas no relatório. Denunciaram seus crimes de lesa-pátria Obrigada!- agradeceu a vendedora. Estavam quites com o serviço militar. As crianças continuavam sós. Observe

as cópias anexas ao contrato. Observação: A expressão em anexo é invariável: Observe as cópias em anexo ao

contrato.

4- menos, alerta e pseudo (advérbios) não variam. Ex: Havia menos pessoas na praia.

Os vigias estavam alerta. Denunciaram a pseudodentista

5- muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam se forem empregadas como pronomes indefinidos, adjetivos ou numerais. Ficam invariáveis quando são advérbios. Ex: Havia muitas queixas contra ele. (pronome indefinido)

Pareciam muito tímidas. (advérbio) Poucos convidados restavam na festa. (advérbio) Fizeram bastantes críticas ao trânsito. ( pronome indefinido) As cervejas continuaram bastante geladas. (advérbio) Estavam meio distraídas durante a palestra. (advérbio) A

receita pede meia xícara de açúcar. (numeral) As passagens de avião estão muito caras.(adjetivo) Os computadores custam caro. (advérbio) A pizza daqui continua barata. (adjetivo)

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CADERNO DE ANEXOS

Neste brechó vendem-se smokings barato.(advérbio)

6 - O adjetivo possível varia de acordo com o artigo que antecede as palavras mais e menos, que expressam o grau superlativo. Ex: Visitamos os mais belos museus possíveis.

O palestrante recebeu cumprimentos o mais expressivos possível. Estas cadeiras parecem as mais confortáveis possíveis.

Exercícios:

1-Faça a concordância com uma das formas indicadas nos parênteses:

a) Demonstrou (menos - menas) aptidão para a carreira musical. b) Seria (preciso – precisa) muita paciência com o hóspede. c) O candidato conseguiu (bastante – bastantes) votos na eleição. d) A luz do abajur estava (meio – meia) forte. e) Praticaram um crime de (leso – lesa) à pátria. f) Os guarda-costas mantiveram-se (alerta – alertas) durante a viagem do

presidente. g) Entreguei-lhe (em anexo – em anexos) as fotos solicitadas. h) Água da fonte é (bom – boa) para a saúde. i) É (necessário – necessária) a prevenção contra a Aids.

2- De acordo com o exemplo, reescreva as frases, substituindo a palavra destacada pela que estáentre parênteses e refazendo a concordância nominal. Se houver duas concordâncias válidas indique-as.

Ex: Mantivemos guardado nosso melhor sonho. (ideias) Mantivemos guardadas nossas melhores ideias.

a) O tribunal considerou desnecessário o seu depoimento. (explicações)

b) Um fraco rei torna fraco o bravo povo. (gente)

c) O museu expôs esculturas e pinturas famosas. (quadros)

d) O museu expôs pinturas e esculturas famosas. (quadros)

e) O museu expôs famosas pinturas e esculturas. (quadros)

f) As pinturas e as esculturas do museu são famosas. (quadros)

g) Os especialistas consideram rara esta pintura e esta escultura. (quadro)

3- Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas da frase. a) A biblioteca já informou ............ vezes que, para a retirada de livros e revistas

........... de seu acervo, é ................. a apresentação de documento de identidade e de comprovante de endereço.

a) bastante – raras – obrigatório b) bastantes – raras – obrigatório c) bastante – raros – obrigatória d) bastantes – raros – obrigatório e) bastantes – raros – obrigatória

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CADERNO DE ANEXOS

b) “É ...... discussão entre homens e mulheres ......... ao mesmo ideal, pois já se

disse ....... vezes que da discussão, ainda que ........... acalorada, nasce a luz.”

a) bom – voltados – bastantes – meio b) bom – voltadas – bastante – meia c) boa – voltadas – bastante – meio d) boa – voltados – bastante –meia e) bom – voltadas – bastantes – meia

c) Meninas, avisem a ............ colegas que vocês .......... é que vão dirigir os ensaios da peça.

a) vossos – mesmos b) seus – mesmas c) vossos – mesmas d) seus – mesma e) vossos – mesmo

4- Um clube convidou seus associados para uma festa, publicando em um de seus boletins informativos o seguinte texto:

O Departamento Social programou para o dia 30 de outubro a maior

festa do chope que o Clube já realizou. Comidas típicas alemãs e muito chope

distribuídos gratuitamente a noite toda.

Um rapaz, sócio do clube, foi à festa sem jantar e sem levar dinheiro.Lá chegando, constatou que o chope era gratuito, mas, para sua surpresa, a comida era paga.

Pergunta-se: o rapaz leu erradamente o convite, ou foi o clube que redigiu

mal? Explique sua resposta.

5- Em duas entradas de um parque público de uma cidade, foram afixados estes dois

avisos:

É proibido a entrada de animais

É proibida a entrada de bicicletas

a) Explique por que essas frases não são coerentes entre si quanto à concordância nominal.

b) Indique qual das duas frases apresenta erro de concordância nominal e

reescreva-a fazendo a correção

6- Assinale o período em que a concordância está correta: a) O aluno está quites com a tesouraria do colégio. b) Papagaios, araras e jaçanãs estavam presos. c) Os viajantes chegaram cansadol d) Os funcionários mesmo pediram as contas.

7- Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que as duas formas entre parênteses podem completar corretamente a lacuna do enunciado:

a) Atitudes e hábitos geralmente ............. (questionados / questionadas) b) Vocabulário e fraseologia restritamente ........... ( utilizados /utilizadas) c) Grupos e pessoas linguisticamente .............. (diferenciados / diferenciadas)

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CADERNO DE ANEXOS

d) Crítica e objeções inteiramente ................. ( infundados / infundadas) e) Segredos e originalidade igualmente ........... (desejados / desejadas)

EXERCÍCIOS:

1) Leias as frases a seguir e assinale C para concordância nominal correta e I

para concordância nominal incorreta.

( ) As alunas não deveriam reclamas do novo professor. Foram elas mesmas que pediram a substituição anterior.

( ) É proibido a entrada com bebida alcoólica no acampamento dos escoteiros. ( ) Os certificados inclusos deverão ser assinados pelo diretor. ( ) A ricota com cebolinha está muito bom. ( ) A cópia anexa do documento deve ser enviada ao juiz em envelope lacrado.

( ) A cautela é necessária no trato com os animais ferozes.

2) Leia as frases a seguir: • O homem e a mulher alta atravessaram a rua. • O homem e a mulher altos atravessaram a rua.

Considerando as regras de concordância nominal, explique se há diferença de

sentido entre uma frase e outra.

3) Tendo em vista as regras de concordância, decida qual(is) forma(s) entre

parênteses pode(m) completar corretamente os enunciados.

a) Asaçõesemaniasgeralmente______________. (questionados/questionadas) b) Vocabulárioeexpressõesrestritamente______________ (utilizados/utilizadas) mostram problemas de redação. c) Críticas e objeções completamente _____________ (infundados/infundadas)

não devem aparecer em resenhas.

Leia com atenção o parágrafo a seguir.

1 Alheios à discussão, a atual dupla da Ferrari vive situações bem diferentes hoje: 2 um necessita de tratamento cirúrgico e o outro descansa no Brasil. Schumacher 3 deve ser operado nos próximos dias, para a retirada dos pinos que foram 4 colocados em sua perna direita após o acidente do ano passado em Silvertone. 5 Diferentemente da situação do companheiro de equipe, Barrichelo está de férias 6 no Brasil, aproveitando para curtir o verão carioca com o filho e a esposa 7 afetuosa. Assim, Schumacher e Barrichelo vivem momentos distintos nesse

verão de calor intenso.

a) De que modo foi construída a introdução do parágrafo? b) O desenvolvimento do parágrafo apresenta: ( ) comparação ( ) apelo a testemunho de autoridade

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CADERNO DE ANEXOS

( ) exemplificação ( ) apresentação de causa/consequência

a) O enunciado apresenta infração quanto às regras de concordância exigidas pela

norma culta da língua. Identifique a infração e reescreva o trecho em que ela ocorre

de acordo com a norma culta.

5) Complete as lacunas com uma das formas indicadas entre parênteses. a) O pintor dispõe de tintas que, puras ou misturadas, _____ (lhe, lhes) _______ (permite, permitem) dar a seus quadros cores que imitam a natureza. b) O problema é sério, e as circunstâncias atuais ______ (o, os) _____ (faz, fazem) ainda mais (grave, graves). c) O problema é sério, e a circunstância atual ______ (o, os) _____ (faz, fazem)

ainda mais (grave, graves).

1.3 CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número.

Os novos recrutas mostraram muita disposição.

Eu mostrei meu trabalho na Feira do Livro. (você (ou ele) mostrou, nós (eu

e...) mostramos...).

João e Maria assinaram o contrato hoje.

Vossa Senhoria pode ir à reunião no dia de março?

REGRAS ESPECIAIS 1) Nomes próprios de lugar ou títulos de obras:

__ verbo no plural se precedido de artigo; __ verbo no singular se não houver artigo precedendo-o ou se o artigo estiver no

singular.

Os Estados Unidos concederam ajuda financeira àquele

país. Contos Novos é uma das obras de Mário de Andrade.

Em títulos de obras, com o verbo “ser” e predicativo do singular,

admite-se também o verbo no singular:

Os Sertões é um livro muito interessante.

2) Pronome de tratamento: usa-se o verbo na 3ª pessoa.

Vossa Senhoria está melhor agora?

Você está bem?

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CADERNO DE ANEXOS

3) Em frases com sujeito inexistente, o verbo fica na terceira pessoa do singular. É

o caso de verbos que indicam fenômenos da natureza: sempre na 3 pessoa do

singular.

Choveu ontem.

Ventou muito nessas noite.

Geou em Santa Cruz do Sul.

4) Verbo haver: sempre na 3ª pessoa quando é empregado no sentido de existir ou

de tempo transcorrido.

Haverá descontentes no governo e na oposição.

Havia cinco anos não ia a Brasília.

Faz dez dias que não durmo.

Semana passada fez dois meses que iniciou a apuração das irregularidades.

5) Verbo + pronome se: Os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e

indiretos, quando apassivados, concordam com o sujeito:

Vendem-se apartamentos funcionais e residências oficiais.

Vendem-se casas e terrenos a prazo.

Para obterem-se resultados são necessários sacrifícios.

6) Verbo + pronome se: Verbo transitivo indireto (isto é, que rege preposição) fica

na terceira pessoa do singular; o se, no caso, não é apassivador pois verbo transitivo

indireto não é apassivável:

Precisa-se de serventes de pedreiro.

Assiste-se a mudanças radicais no País.

Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (E não *Precisam-se de...)

Trata-se de questões preliminares ao debate. (E não *Tratam-se de...)

1. Indique qual das formas verbais entre parênteses preenche adequadamente

as frases a seguir, de acordo com a variedade padrão.

a) A rádio e a televisão local ________________ (interrompia – interrompiam) a todo momento a programação para anunciar a tempestade que se aproximava da cidade. b) Nem um nem outro comentário ________ (abalou – abalaram) sua decisão. c) Dentro de alguns minutos _________________ (será divulgada – serão divulgadas) a nota de avaliação final e a lista dos aprovados) deste ano. d) O diretor, ela e eu ______________ (participarão – participaremos) do curso de

especialização em Marketing.

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CADERNO DE ANEXOS

2. Assinale a opção em que o verbo haver é impessoal e, portanto, não deveria estar no plural: a) Os infratores se haverão com a Justiça. b) No último final de semana, houveram muitos assassinatos na periferia de São Paulo. c) Alguns políticos hão de cumprir suas promessas. 3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas: a) com essas medidas, acredito que não ____ (haverá – haverão) mais problemas

de ordem econômica. b) Já ___ (faz –fazem) três dias que ele não aparece por aqui. c) Penso que ___(deve – devem) existir meios para que vocÊ possa atingir seu

objetivo. d) ____ (há – a) muito tempo, __________( aconteceu - aconteceram) ali alguns

fatos estanhos. e) O relógio da sala __________ (bateu – bateram) quatro horas. Agora, _______-

(falta - faltam) apenas trinta minutos para ele chegar com as novidades.

4. Os enunciados a seguir apresentam infração às regras de concordância exigidas para a escrita. Identifique tais infrações e reescreva os trechos em que eles ocorrem de acordo com a norma culta. a) um dos sinais de desespero é a incoerência. Fala-se coisas que antes eram ditas de outra forma. O governo está com esse sintoma. (Folha de São Paulo, 28 maio 2001) b) Como se tratam de documentos protegidos pelo sigilo bancário, a comissão

decidiu não divulgar a ata da reunião. (Folha de São Paulo, 24 ago. 2001) 5. Assinale a alternativa em que tanto A quanto B estão adequadas à modalidade escrita padrão. 1) a. O juiz havia assinado o mandado na véspera.

b. O juiz tinha assinado o mandado na véspera.

2) a. Tem vários pontos de vista diferentes. b. Trata-se de vários pontos de vista diferentes.

3) a. Havia várias pessoas descontentes com a polícia.

b. Existiam várias pessoas descontentes com a polícia. 4) a. O sorteio foi suspenso porque houveram muitas reclamações no Procon.

b. O sorteio foi suspenso porque ocorreu muitas reclamações no Procon.

6. Observe a concordância estabelecida na construção “verbo + se” em dois

textos da seção “Classificados”.

Vende-se terras 12ha s/ benf. Rincão da Lagoa; 20ha s/ benf.. R$ 7.000,00 por ha.

F. 9785 2165.

Vende-se terreno na Prainha, lugar alto e cercado. 3743-2143.

a) Um dos textos não obedece a regra de concordância. Qual? Por quê?

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b) Procure explicar qual seria a razão para o erro de concordância no texto. 7. Complete as lacunas com uma das formas verbais indicadas entre parênteses. a) Quando cheguei à cidade, _____ (havia – haviam) apenas dois apartamentos disponíveis para aluguel. b) ________ (deve haver – devem haver) muitos feridos no acidente da viaduto. c) ________ (deve existir – devem existir) muitas razões para o divórcio. d) _______ (vai fazer – vão fazer) cinco anos que não viajo.

Exercícios:

1-Faça a concordância verbal adequada, usando uma das alternativas dos parênteses:

a) Grande parte dos nossos alunos .......do sexo masculino. (é – são) b) .............. casas . (vende-se / vendem-se) c) Fui eu que ........... a carta. (enviou / enviei) d) Fui eu quem ............. a carta. ( enviou /enviei) e) No relógio da Igreja ......9horas. ( soou / soaram) f) Aquilo ........ os meus pertences. (é / são) g) A nomeada para o cargo ........ eu. ( fui / foi) h) Novecentos reais ....... pouco. ( é/ são) i) ..... vinte minutos que estamos à sua espera. (faz / fazem) j) ...... poucas vagas para o curso. (havia /haviam)

2- Com base nas frases do exercício1, faça o que se pede: a) Justifique sua resposta para o item a. b)Compare suas respostas para os itens c e d e justifique-as.

a) Justifique suas respostas para os itens i e j.

3- Passe o sujeito das frases a seguir para o plural, obedecendo à concordância correta:

a) Ouve-se noticiário pelo rádio. b) Demorou a chegar até nós. c) Começa muito tarde o programa noturno. d) Era sempre eu o culpado. e) Cobre-se botão.

4- Passe para o plural os termos destacados, efetuando a concordância correta: a) Houve festa durante o ano todo. b) Haverá feriado este mês? c) Existe caso de leptospirose em São Paulo? d) Precisa-se de empregos. e) Vende-se apartamento na praia.

5- a) Substitua o verbo existir, na frase a seguir, pelo verbo haver. Existem algumas pessoas boas, nesse mundo. É uma pena que sejam

poucas. b) Qual é a função sintática de algumas pessoas boas na frase original e na sua resposta? c) Justifique a concordância do verbo haver na sua resposta.

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CADERNO DE ANEXOS

6- Copie as frases, fazendo a concordância nominal adequada: a) O garoto e as garotas ficaram .......... com a festa. (entusiasmado) b) Encontrei os livros e as revistas .......... pelo professor. (sugerido) c) O conjunto possui cantores e banda ......... . (maravilhoso) d) Sua excelência, o ministro, é muito ............ . (honesto) e) Ouvimos apenas a primeira e a segunda .......... do discurso. (parte) f) Elas ............ expuseram suas ideias sobre a vida. (mesmo) g) Muito ............ , disse a garota. (obrigado)

h) Carla não quis sair porque está ............. cansada. (meio) i) ............ , estamos enviando os documentos. (anexo) j) Ela escreve ......... . (confuso)

k) Eles .......... chegaram às duas horas por causa do trânsito. (só) l) As fotos estão................ aos documentos. (anexo) m) Então ............ todos os documentos necessários ao processo. (incluso) n) Ela .......... cortou seu cabelo. (mesmo)

o) Ela estava ............ irritada com a filha. (meio) p) Nós ........... fizemos nossas ........... declarações de renda. (mesmo/ próprio) q) São as............... flores que escolhi. (mesmo)

r) Minha blusa de lã custou muito ................. (caro)

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 05

4.1. GÊNEROS TEXTUAIS

Nas diversas situações do nosso cotidiano, convivemos com textos. Estes podem ser uma conversa entre amigos, uma propaganda, uma história em quadrinhos, um ata, um resumo, um ofício, uma resenha. Cada um desses textos tem um modo específico de elaboração com estrutura, linguagem e objetivos distintos. Nesse sentido, se o objetivo do locutor é, por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organiza em torno de argumentos, uma vez que seu objetivo é convencer. Se o objetivo é contar fatos reais ou fictícios, ele pode optar por produzir um texto que apresente em sua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, o momento e o lugar em que os fatos ocorreram. Se é transmitir conhecimentos, o locutor deve construir um texto que exponha os saberes de forma eficiente.

Ao interagirmos com outras pessoas por meio da linguagem (oral ou escrita), produzimos certos tipos de texto. Constituindo os chamados gêneros textuais ou discursivos, esses gêneros foram criados para a fim de atender a determinadas necessidades de interação verbal. Por isso, de acordo com o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda, um gênero pode sofrer mudanças até transformar-se em um novo gênero.

A escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes elementos que participam do contexto, tais como: quem está produzindo o texto, para quem está produzindo o texto, com que finalidade, em que momento histórico, em que suporte, etc.

A escolha dos gêneros textuais deve considerar a circulação do texto, ou

seja, em que contexto será veiculado o texto. Assim, os gêneros textuais estão

ligados a esferas de circulação. Observe:

Esfera de circulação Gêneros textuais

Esfera jornalística Notícia, reportagem, editorial, entrevistas, crônica, carta do

leitor Esfera de Resumo, resenha crítica, artigo, ensaio, monografia,

divulgação científica dissertação, tese, relatório Esfera da redação Ata, carta comercial, requerimento, ofício, e-mail, aviso, técnica e da edital, currículo, memorando comunicação

empresarial

Cada gênero textual possui uma estrutura, uma linguagem, uma forma

própria de elaboração que se relaciona com o objetivo do locutor. Um resumo, por

exemplo, é utilizado para expor uma síntese de um livro, de um artigo, de um

filme, através de uma linguagem clara, objetiva que prioriza a impessoalidade e a

imparcialidade, pois o redator deve manter-se fiel às ideias apresentadas no texto

e isentar-se de emitir opiniões e comentários críticos.

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CADERNO DE ANEXOS

O resumo é uma sinopse, a apresentação concisa de um texto, em que se destacam os elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais ideias do autor da obra. A finalidade do resumo é a difusão das informações contidas em livros, artigos, teses, etc., priorizando-se a apresentação das questões mais pertinentes de uma obra. Deve conter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.

Já a resenha crítica possui outros objetivos e, por isso, sua estrutura é

distinta da do resumo. Vamos conhecer as características de uma resenha?

Além da sinopse de uma obra, a resenha crítica fornece dados informativos de uma produção (livro, artigo, monografia, tese, filme, peça de teatro e outras obras

artísticas) e emite um opinião a respeito dela, recomendando-a ou não. Isto é, a resenha apresenta uma crítica que pode ser favorável ou desfavorável. Deve conter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.

O resenhista pode fazer referências a outras obras, comparar, fazer citações, contra argumentar, sempre com a intenção de justificar seu ponto de vista.

A resenha tem sido utilizada como meio de estimular os estudantes à leitura e à capacidade de entendimento, síntese e crítica. O objetivo da resenha é informar o leitor de forma sucinta, objetiva e clara sobre o assunto tratado no texto original, acrescentando-se, no caso de uma resenha crítica, a possibilidade de comentários e opiniões, bem como de posicionamento a respeito do tema discutido.

Para tanto, a resenha crítica resume as ideias centrais da obra, avalia as informações nela contidas e a forma como foram expostas.

Quanto à estrutura, segue o mesmo formato de um resumo, ou seja, deve possuir título, introdução, desenvolvimento e conclusão. Não deve ser extensa, limitando-se, ao máximo, a dez por cento do tamanho do texto resenhado.

Para a elaboração de uma resenha, há um roteiro básico:

1. Na introdução, apresentar: ☻ Referências bibliográficas do texto resenhado: identificar o autor, título, local, edição, editora, ano ☻ Credenciais do autor: informações gerais sobre sua formação, atividades,

experiências de quem fez o estudo, quando, por que, onde.

2. No desenvolvimento, destacar: ☻ Um resumo das ideias principais, enfatizando o tema, os argumentos do autor, as seções da obra (os capítulos do livro, por exemplo). ☻ Citações bibliográficas se considerar necessário.

2. Na conclusão, apontar:

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☻ Comentários e opiniões acerca da obra resenhada, salientando respostas para questões como o texto resenhado apresenta conclusão ou não? Onde está? Quais foram as conclusões?; Metodologia do autor: que métodos utilizou? Que técnicas utilizou? Entrevistas? Questionário? Teoria do autor: que teoria serve de apoio ao estudo apresentado? Qual o modelo teórico apresentado? ☻ Crítica do resenhista: julgamento da obra. Apreciação da obra: Qual a contribuição da obra? As ideias são originais? Há aprofundamento do tema? ☻ Indicações do resenhista: a quem é dirigida a obra? Pode ser adotada em

alguma disciplina ou curso? Qual?

Exemplo de resenha crítica

Em sua recente obra voltada à área de Administração, Idalberto Chiavenato, no livro Gestão de pessoas, publicado pela editora Campus, em 2003, mostra a nova maneira de administrar juntamente com as pessoas e o novo papel de consultoria interna que está se consolidando na maior parte das organizações bem-sucedidas.

Nesse sentido, Chiavenato desenvolve uma pesquisa voltada para Recursos Humanos, ampliando sua produção científica, que inclui, entre outros, Introdução à Teoria Geral da Administração e Administração e Marketing. Seu livros constituem referência básica dos cursos de Administração de empresas, pois abordam, de maneira prática e crítica, os desafios e tendências atuais na administração de negócio, de pessoas, etc.

Para o autor, administrar com as pessoas, consideradas agora parceiras do negócio e não mais meros recursos empresariais, passou a ser o mais importante desafio interno das empresas em plena Era da Informação.

Chiaventao destaca os novos desafios da Gestão de Pessoas, desenvolvendo a tese de que o ambiente dinâmico e competitivo são os fatores determinantes no processo de gerenciamento de recursos humanos. Na perspectiva do autor, em uma época em que a globalização, a competição, o forte impacto da tecnologia e as célebres mudanças tornaram-se os maiores desafios externos. Assim, a vantagem competitiva das empresas está na maneira de utilizar o conhecimento das pessoas e colocá-lo rápida e eficazmente em ação na busca de soluções satisfatórias e de novos produtos e serviços inovadores. O pesquisador salienta que tudo isso deve estar focalizado no cliente.

Ao referir-se à seleção e à avaliação do desempenho e às relações interpessoais nas organizações, Chiavenato sublinha que as pessoas devem ser

consideradas não como objeto de trabalho, mas como capital intelectual, como

fonte de conhecimento. A transformação das pessoas -- de meras fornecedoras de mão-de-obra para fornecedoras de conhecimento -- é a nova revolução que está

ocorrendo nas organizações bem-sucedidas, enfatiza o escritor. Nas palavras dele, “Isso decorre de uma nova cultura e de uma nova estrutura organizacional na qual se privilegiam o capital intelectual e o aporte de valor que somente as

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pessoas podem proporcionar, desde que devidamente preparadas e motivadas para tanto” (CHIAVENATO, 2003, p. 41).

O autor destaca que o talento humano passou a ser tão importante quanto o próprio negócio, pois é o elemento essencial para sua preservação, consolidação e sucesso. E assim os programas de incentivo e recompensa devem ser pautados nessas novas considerações.

Baseando-se nessas reflexões, Chiavenato conclui seu texto declarando que o desafio para o processo de gestão de pessoas reside no fato de as empresas e organizações conscientizarem-se de tratar os colaboradores como capital intelectual e não como objeto de trabalho.

O livro de Chiavenato é elaborado de forma organizada, utilizando uma linguagem simples e de fácil compreensão. Dividida em capítulos ordenados, que possibilitam um desenvolvimento lógico das ideias, a obra apresenta uma

referência básica para estudantes que buscam conhecimentos sólidos acerca do processo de gestão de recursos humanos. Além de trazer informações reflexivas, críticas e pertinentes a formação universitária e empresarial, o texto ilumina uma conexão entre a teoria da administração e a prática da administração. Assim, a leitura do livro pré-indicada tanto para graduando quanto para empresários e administradores que buscam novas fontes de informação e conhecimento.

EXERCÍCIOS

1- O que é gênero textual? O que deve ser levado em consideração ao

analisar um gênero textual? A que esferas de circulação deve ser

relacionado os gêneros textuais\?

2- Identifique, no texto, as partes da resenha crítica, apontando expressões e informações que comprovam cada um dos segmentos da resenha crítica.

a. Como se caracteriza a linguagem dessa resenha? b. A que público se destina essa resenha?

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AULA 10

REDAÇÃO TÉCNICA

A redação técnica pode ser definida como qualquer produção textual que usa uma linguagem objetiva, dando preferência à eficácia e a exatidão da comunicação e eliminando marcas da subjetividade do autor (opiniões pessoais, crenças, deduções subjetivas etc). Conforme destaca Othon Garcia (2002), “Nesses casos, a redação oficial, a correspondência comercial e bancária, os papéis e documentos notariais e forenses constituem redação técnica” (p. 394).

A redação técnica pode englobar variados tipos de texto, que combinam descrição, narração e argumentação, dependendo de quem escreve, para que escreve, o que escreve. Pertencem, portanto, à redação técnica textos como manuais de instrução, pareceres, relatórios, atas, bulas, ofícios, etc.

Neste capítulo, serão destacados apenas os textos que fazem parte do cotidiano do Administrador ou do Contador, priorizando o esclarecimento sobre aquilo que realmente será utilizado nas atividades práticas dessas profissões. As correspondências oficiais e comerciais fazem parte da chamada redação técnica e há vários autores que se dedicam ao estudo de textos administrativos, cartas comerciais, correspondência oficial, dentre os quais João Bosco Medeiros, Dileta Martins e Lúbia Scliar Zilberknop.

Conforme Medeiros (2001), as correspondências podem ser de vários tipos:

• Particular, pessoal ou social: trocada entre particulares. Os assuntos são íntimos, particulares.

• Bancária: enfoca assuntos relacionados à vida bancária; • Comercial: ocupa-se da transação comercial ou industrial; • Oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

Os textos comerciais e oficiais servem para a comunicação empresarial, para o

registro de reuniões, para a solicitação de recursos, documentos, etc. Para cada um

desses objetivos existe um tipo de texto: ofício, mensagem eletrônica, ata,

requerimento.

No contexto da redação empresarial, ou seja, produção de textos administrativos, são necessárias algumas observações. Estas variam desde o cuidado aos objetivos do autor e observação à estrutura de cada tipo de texto até às qualidades da redação técnico-administrativa.

Para que essa comunicação seja eficiente é necessário ficar atento a algumas

particularidades da redação técnica, as quais seguem os princípios básicos de

qualquer tipo de composição textual. A bibliografia atual sobre o assunto destaca

algumas exigências para se escrever um bom texto:

• Concisão: evitar detalhes e palavras desnecessários como também o uso

de adjetivação excessiva e de muitos advérbios; observar o meio termo:

não ser tão conciso a ponto de a informação não ser suficiente.

• Precisão vocabular: termos com sentido preciso vocabulário amplo.

• Uso de palavras simples e conhecidas: evitar palavras prolixas.

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CADERNO DE ANEXOS

• Uso de frases simples e diretas: evitar frases intercaladas e com sintaxe

complexa; optar por orações coordenadas em vez de subordinadas. • Uso limitado de verbos no gerúndio e no particípio e de tempos

compostos. Evitar iniciar frases com “sendo...”. • Uso da língua culta: observar as regras da gramática normativa e não

utilizar gírias, chavões, expressões estereotipadas. • Ênfase na informação.

• Exatidão: evitar palavras vagas, compridas, difíceis que podem não ser

entendidas pelo receptor. Nesse sentido, evitar o uso de alguns, quase

todos, muitos, poucos, há dias... que são palavras e expressões vagas. • Coerência de ideias: enfatizar os pontos-chave convenientemente; fazer

uma transição natural entre uma frase e outra; construir frases com sentido

completo. • Clareza: o texto deve ser tão claro que até um estrangeiro que conheça

um pouquinho a língua portuguesa possa entender a mensagem. • Cortesia: ser educado, agradável e cortês na redação para suscitar

reações positivas no receptor. • Atenção ao receptor: um dos elementos mais importantes numa

correspondência é o receptor. Evitar, portanto, excesso de pronomes

pessoais, como eu, nós. • Simplificação: restringir a redação ao essencial. Veja:

a) Acusamos o recebimento → Recebemos

b) Anteriormente citado → Citado

c) Segue anexo a esta → Anexamos

d) Será prontamente atendido → Será atendido

e) Um cheque nominal no valor de → Um cheque de

f) O corrente mês de julho → Neste mês

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CADERNO DE ANEXOS

ATENÇÃO!

Na redação dos textos empresariais, deve-se chamar atenção para algumas expressões que devem ser banidas da redação:

a) Agradecemo-lhe antecipadamente... b) Venho por meio deste.... c) Ansiosamente aguardamos resposta... d) Lamentamos informar... e) Permita-me dizer... f) O presente ofício... g) No devido tempo... h) Cordiais abraços... i) Cordiais saudações... j) Manifestando nossas considerações e apreço, despedimo-nos.

Na redação técnica, também é preciso observar a estética: distribuir de modo harmônico o texto na folha; não encaminhar ofícios ou requerimentos, por exemplo, em folhas cuja impressão não é de qualidade ou em folhas amassadas. Além disso, o redator deve dominar a estrutura de cada tipo de texto. Como o objetivo das relações comerciais é criar, manter e encerrar negociações, a correspondência comercial, para atingir seus objetivos, submete-se à exigência de certas normas e orientações quanto à elaboração e circulação de documentos próprios ao mundo do trabalho.

Vamos conhecer a estrutura de uma ata, de um ofício, de um requerimento e

de uma mensagem eletrônica, que são os textos mais comuns nos contextos

administrativo e contábil.

REQUERIMENTO

Quando alguém deseja solicitar alguma coisa a uma entidade, órgão, setor,

deve escrever um tipo de texto específico: o requerimento, que deve ser claro e

objetivo.

Requerimento é um documento específico de solicitação e, através dele, a pessoa

física ou jurídica requer algo a que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por

lei, decreto, ato, decisão, etc.

O requerimento, assim como os demais textos técnicos, possui uma estrutura

particular. São elementos que o compõem:

a) Invocação: os termos devem ser escritos por extenso (coloca-se a função

profissional do receptor, não o nome dele);

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CADERNO DE ANEXOS

b) Texto: inicia-se o pelo nome do requerente, sua qualificação (ou representação

se for pessoa jurídica), exposição do ato legal em que se baseia o requerimento e o

objeto desse requerimento (quando o pedido for amparado por uma lei específica). c) Fecho: em que entram as expressões

Nesses termos ou Nesses termos

Pede deferimento Aguarda deferimento

Após a expressão, deve ser mencionar a data e apresentar a assinatura do

requerente (ou seu representante legal).

Senhor Prefeito Municipal de Vacaria /RS,

Prodesa – Indústria e Comércio S.A., com sede na Avenida Assis Brasil, 2069, em Porto Alegre, por seu Presidente e Representante Legal, Luís Carlos Soares, industrial, brasileiro, casado, residente em Porto Alegre, na Rua Filadélfia, 1260, nos termos do Decreto nº 45/2000, assinado por V. Exª. em 10 de maio de 2000, em que concede isenção de impostos sobre serviços de qualquer natureza, por dez anos, a indústrias que venham a instalar-se nesse município no ano 2000, vem requerer que Vossa Excelência outorgue à Prodesa a referida isenção. Para isso, consta em anexo toda documentação exigida no decreto citado.

Nesses termos Pede deferimento

Vacaria, 30 de junho de 2006.

Luís Carlos Soares Luís Carlos Soares

Presidente

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CADERNO DE ANEXOS

Senhor Presidente,

Analice da Silva, brasileira, solteira, Secretária Executiva da Mols & Mols Ltda., residente e domiciliada na Rua Ernesto Alves, nº 412, em Santa Cruz do sul, tendo em vista que: a) é funcionária efetiva na empresa desde 1995; b) participou de todos os cursos de qualificação profissional oferecidos pela empresa, alcançando ótimo desempenho conforme avaliação dos instrutores; c) busca aperfeiçoamento contínuo, através de curso superior, para ampliar sua formação vem solicitar a Vossa Senhoria uma bolsa de estudos para que

o curso universitário seja realizado com mais proveito e em um

período mais curto.

Nesses termos Pede deferimento

Santa Cruz do sul, 24 de setembro de 2006.

Analice da Silva

Analice da Silva Secretária Executiva

MENSAGEM ELETRÔNICA

No contexto atual, a Internet tem se constituído como uma das ferramentas de trabalho e, considerando essas circunstâncias, as mensagens eletrônicas são usadas para estabelecer comunicação à distância com maior rapidez, substituindo o telefone, a carta, o telegrama. Através dessas mensagens (os populares e-mails) são feitas comunicações, inclusive as empresariais, pois proporcionam rapidez e eficiência e podem ser enviadas e recebidas a qualquer instante, conforme a conveniência do destinatário. Nesse sentido, mensagens eletrônicas são formas atuais de comunicação.

A mensagem eletrônica, criada a partir do uso intenso da Internet, deu origem

a um tipo de texto, que apresenta características de outros tipos de texto, como o

memorando, a carta, o bilhete, a conversa face a face. A predominância de uma

dessas características depende da maneira como e-mail é usado.

Mensagem eletrônica (e-mail) é uma mensagem recebida através de um sistema de correio eletrônico.

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CADERNO DE ANEXOS

IMPORTANTE!

☻Como o e-mail é utilizado em diversas situações comunicacionais, formais e informais, a linguagem pode variar.

☻ Em geral, os parágrafos são curtos para dar maior clareza e fluência na leitura do texto. ☻ A mensagem eletrônica apresenta estrutura-padrão de uma carta. Assim, a estrutura de uma mensagem eletrônica compreende:

→ Vocativo

→Texto → Despedida → Assinatura

☻ Não se pode esquecer de colocar o destinatário (link “para”) e preencher o tema da mensagem (link “assunto”).

EXERCÍCIOS

1. Diz o provérbio que “Com vinagre não se apanham moscas!”. Por que a falta de cortesia é

considerada uma falha da redação técnica? E que expressões podem manifestar cortesia sem

ser exageradas? 2. Na elaboração de textos técnicos, a objetividade é qualidade essencial. Considerando que

objetividade, segundo Medeiros (2006), é a “qualidade da linguagem direta, sem rodeios; é o

contrário da empolação (...) não é melosa nem artificial” (p. 103) e que é caracterizada pela

clareza e precisão linguística, avalie o requerimento a seguir, julgando se ele atende a esse

item ou não e identificando elementos de texto que sustentam seu ponto de vista.

Senhor Presidente da Sul América Indústria Moveleira,

considerando a tradição da empresa e a estimada atenção dispensada

aos ex-funcionários por Vossa Senhoria, diretor dessa organização,

Pedro Ramos, comerciário, brasileiro, casado, residente em Pelotas,

na Rua José Bonifácio, 10, pede-lhe a gentileza e a fineza de enviar,

através do correio ou e-mail eletrônico, algumas informações

imprescindíveis que o requerente está ansiosamente aguardando para

a comprovação de suas atividades de gerência nessa empresa durante

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CADERNO DE ANEXOS

o ano passado, a saber:

a) ata da reunião de 20 de dezembro de 2005 (mas observe se a ata

está assinada por Vossa Senhoria e mande-a com reprodução

legível);

b) parecer do representante da ISO 9001 sobre o funcionamento dos

programas de informática (especialmente aquele último);

c) formulário da inscrição da empresa ao Concurso Administração

Legal (não pode ser o formulário que respondido pelo supervisor,

deve ser o outro)

Agradecendo atenção e manifestando considerações e apreço,

aguarda retorno.

Nesses termos

Pede deferimento

Pelotas, 30 de outubro de 2006.

Pedro Ramos

Pedro Ramos

Comerciário

REDAÇÃO OFICIAL ATA

A ata é um registro em que se relata os acontecimentos de uma reunião, assembléia ou convenção. As atas podem ser de vários tipos: ata de assembléia geral extraordinária, ata de assembléia geral ordinária, de condomínio, de posse, de fundação de entidade, etc.

Uma das particularidades da ata é que deve ser assinada pelo presidente ou

secretário sempre e pelos participantes da reunião em alguns casos.

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembléia, sessão ou reunião

para um determinado fim.

1. Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio,

que deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento,

assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela

autoridade delegação de poderes para tanto. A autoridade também deverá

numerar e rubricar todas as folhas do livro.

Termo de abertura

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CADERNO DE ANEXOS

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), por mim rubricadas, e se destina ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua

Visconde das Silva, número vinte e três. A minha rubrica é a seguinte SApp.

Ribeirão Preto, 23 de janeiro de 2004.

Sadi Appel

SADI APPEL Presidente

Este livro, que contém cinquenta folhas, todas numeradas, destina-se às anotações, em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla anotar-se-á como SODIME. Esta empresa está localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal. Os atos iniciados à existência jurídica da SODIME vão por mim anotadas, Joelmir Mendes, brasileiro, divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número 2.025, na OAB/RN sob o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG. 247.707 SSP/RN, residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110, Condomínio Milano bloco "B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova. Este livro está contém minha rubrica - JM - em todas folhas .

Natal, 23 de agosto de 1998.

Joelmir Mendes JOELMIR MENDES

Presidente

Termo de encerramento

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), que, rubricadas pelo Presidente Sadi Appel, destinaram-se ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua Visconde das Silva, número vinte e três, conforme se lê no Termo de Abertura.

Ribeirão Preto, 29 de outubro de 2005.

Sadi Appel SADI APPEL

Presidente

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CADERNO DE ANEXOS

Este livro, que contém cinquenta folhas, todas numeradas, destinou-se às anotações, em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla é SODIME. A empresa, localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal, tem como representante jurídico Joelmir Mendes, brasileiro, divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número 2.025, na OAB/RN sob o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG. 247.707 SSP/RN, residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110, Condomínio Milano bloco "B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova, conforme descrito do Termo de Abertura deste livro.

Natal, 10 de março de 2000.

Joelmir Mendes JOELMIR MENDES

Presidente

2. A ata é um documento de valor jurídico. Portanto, deve lavrada de tal forma que nada lhe poderá ser acrescentado ou modificado.

3. Deve-se sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas (os fatos e decisões).

4. O texto deve ser compacto, sem parágrafos e sem espaços para evitarem-se acréscimos. Pode ser digitado, manuscrito ou datilografado, mas sem rasuras.

5. Se houver engano no momento de escrever e o secretário notar, deve

escrever a expressão “digo”, retificando a ideia mencionada.

Exemplo: Poderão tomar parte da Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, como sócios, as pessoas jurídicas, digo físicas, cuja atividade profissional de nível superior se encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da Saúde, ou manterem um concreto interesse por este ramo de Direito.

6. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão “Em

tempo: onde se lê....., leia-se.....”.

Exemplo: Ficaram determinadas para o dia vinte e sete deste mês, no local

acima referido, a instalação solene da Sociedade Irmã da Luz, a discussão e a

aprovação dos seus Estatutos e a eleição de sua Diretoria. Nada mais havendo a

tratar, deu-se por encerrada esta ata, que vai assinada pelos seus sócios ou seus

representantes por procurações. Em tempo: onde se lê “aprovação de seus

Estatutos”, leia-se “aprovação de seu Regimento”.

7. Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também

as abreviações.

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CADERNO DE ANEXOS

8. O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.

9. A ata dever ser assinada. Deverão assiná-la todas as pessoas presentes na reunião ou, quando deliberado, apenas o presidente e o secretário.

10. É permitida a transcrição da atas em folhas digitadas, desde que sejam convenientemente arquivadas, impossibilitando a fraude.

11. Em casos muitos especiais (como atos rotineiros), usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais. 12. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro secretário ad hoc designado para essa ocasião. Ad hoc significa para isso, para este caso. 13. A ata deve conter:

• introdução: contextualização (dia, mês, ano e hora da reunião por extenso;

local da reunião e relação dos participantes) • síntese dos fatos e decisões: exposição da ordem do dia, dos fatos mais

importantes, das pautas discutidas e das decisões tomadas; declarações dos participantes;

• encerramento: apresentação dos encaminhamentos finais da reunião,

fechamento do texto da ata e assinaturas. Os fechos podem ser redigidos de

diferentes formas.

Modelos de Fechos

.... Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a sessão e convocou outra reunião para o dia dez de janeiro, às quatorze horas, quando serão examinados os assuntos em pauta. E, para constar, lavrei esta ata que subscrevo e vai assinada pelo Senhor Presidente depois de lida. (assinaturas do Presidente e do Secretário)

.... Nada mais havendo a tratar, Fulano de Tal agradeceu a presença do Sr.

Beltrano, do Sr. Ciclano, das demais autoridades presentes e declarou encerrada a

reunião, da qual eu, Janice Pereira, Secretária em exercício, lavrei esta ata, que vai

assinada pelo Sr. Presidente e por mim. (assinaturas do Presidente e da Secretária)

.... A sessão encerrou-se às quatorze horas. Eu, Angélica Ramos, Secretária, lavrei,

transcrevi e assino esta ata. (assinaturas do Presidente, da Secretária e dos demais

presentes)

Exemplos de atas

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CADERNO DE ANEXOS

ATA DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIREITO MÉDICO

(SODIME)

Aos vinte e cinco dias do mês de outubro de dois mil, na cidade do Recife, estado de Pernambuco, durante a realização do Brasil Forense 2000, congresso multidisciplinar, no qual dar- se-á o I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO MÉDICO, nas instalações do Mar Hotel Recife, foi criada e fundada a Sociedade Brasileira de Direito Médico, que identificar-se- á pela sigla de SODIME, que consistirá numa sociedade de caráter privado para agrupar quantos profissionais de nível superior manifestarem interesse concreto na questão relativa ao Direito Médico e à Legislação Sanitária ou da Saúde. Esta entidade que ora se constitui, desempenhará suas atividades em todo o território brasileiro, terá uma duração indefinida e sua dissolução tão-somente realizar-se-á por causas previstas nos seus Estatutos. A Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, tem a finalidade de favorecer, mediante as atividades que realizará, a promoção e difusão dos estudos relativos ao Direito Médico e à legislação da Saúde, para as quais desempenhará, entre outras, as seguintes atividades: a) promover os conhecimentos teórico-prático dos profissionais relacionados ao Direito Médico e a Legislação da Saúde, proporcionando uma relação médico-paciente adequado às devidas circunstâncias; b) estimular o interesse do conhecimento do Direito Médico e da Legislação da Saúde; c) promover e defender a formação e aperfeiçoamento de especialistas nesta área jurídica; d) promover contatos e intercâmbios científicos interdisciplinares entre as diversas pessoas e instituições interessadas em Direito Médico e na Legislação da Saúde; e) organizar, por si só ou em colaboração com outras organizações ou entidades, Congressos Simpósios e reuniões ou outras atividades científicas de Direito Médico ou da Legislação da Saúde; f) editar publicações relacionadas com o Direito Médico e a Legislação da Saúde, assim como manter e promover a formação de estudos e bibliotecas especializadas sobre esta matéria; g) promover o incentivo da criação da disciplina "Direito Médico" nas Escolas de Medicina e de Direito. Poderão tomar parte da Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, como sócios, as pessoas físicas cuja atividade profissional de nível superior se encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da Saúde, ou manterem um

concreto interesse por este ramo de Direito. Fica determinado o dia vinte e sete deste mês, no mesmo local acima referido, a instalação solene da Sociedade, a discussão e a aprovação dos seus Estatutos e a eleição de sua Diretoria. Nada mais

havendo a tratar, deu-se por encerrada esta ata, que vai assinada pelos seus sócios ou representados por procurações. (Assinaturas).

ATA DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 1995

Aos quatorze duas do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e cinco, às quatorze horas,

na Sala de Reuniões da Fundação Souza Becker, quinto andar, sala quinhentos e vinte e três, do

Edifício do Ministério da fazenda, na cidade de São Paulo, reuniu-se o Conselho da Fundação Souza Becker, em Sessão Ordinária, presidido pelo Conselheiro-Presidente, Senhor Adalberto Silva, e com

a presença dos Conselheiros Senhores: Antônio Lopes, Carlos Becker, Giovane Melchior e Adão

Morales. Também participou da reunião o Procurador-Presidente da Fazenda Nacional, Senhor

Tomás Pilleti. Iniciados os trabalhos, o Conselheiro-Presidente remeteu aos Conselheiros um projeto

de convênio entre a empresa Max Seguros e a Fundação. Solicitou que todos avaliassem a proposta

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CADERNO DE ANEXOS

para identificar a viabilidade do acordo. A seguir, o Procurador-Presidente da Fazenda Nacional fez uma exposição do Programa de Ação Social desenvolvido pela Fazenda Nacional, destacando as metas do programa. Após a explanação e a leitura da pauta da próxima reunião, o Conselheiro-Presidente encerrou a sessão, da qual, para constar, eu, Alice Ferreira, lavrei esta ata, que segue assinada por mim e pelos presentes. (assinaturas).

OFÍCIO

O ofício é uma correspondência oficial emitida por órgãos públicos. É

proveniente de uma autoridade e consiste em uma comunicação de qualquer

assunto de ordem administrativa ou estabelecimento de uma ordem. Distingue-se da

carta por apresentar caráter público e só poder ser emitido por órgão da

administração pública, como uma secretaria, um ministério, uma prefeitura e outros.

O destinatário pode ser órgão público ou cidadão qualquer.

Ofício é uma correspondência externa usada principalmente pelos órgãos de

governo e autarquias.

Deve ser impresso ou datilografado em papel tamanho ofício. Seu conteúdo é de caráter oficial.

São partes de um ofício:

Timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo da empresa,

entidade, do órgão que emite o ofício.

Número do ofício: número de ordem do documento. Exemplo: Of. nº 601- 99 (= ofício número 601, do ano de 1999).

Local e data: coloca-se ponto após ao ano.

Vocativo: tratamento ou cargo do destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Senhor Presidente, Senhor Diretor. Exemplos: Senhora Ministra, Senhor Chefe de Gabinete, Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Texto: exposição do assunto, devendo apresentar uma introdução (exposição do assunto: se houver mais de um assunto, cada ideia deve

ser abordada em um parágrafo distinto), um desenvolvimento

(detalhamento do assunto) e uma conclusão (reafirmação do assunto).

Fecho ou cumprimento final: serve para encerrar o texto e saudar o

destinatário. Formas de fecho: Atenciosamente para autoridades de

mesma hierarquia ou de hierarquia inferior; Respeitosamente para

autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.

Assinatura: nome do autor da comunicação, cargo ou função. Exemplo:

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CADERNO DE ANEXOS

(espaço para assinatura) JARBAS PASSARINHO

Ministro da Justiça

Anexos: se for necessário

Endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo

ou função do receptor, seguidos da localidade e destino.

É muito comum encontrar ofício com introduções e fechos superados. Portanto

observe as formas adequadas de iniciar e encerrar a redação de um ofício.

Expressão desgastada Expressão atual

Int

roduç

ão

• Vimos, por intermédio do presente, levar • Comunicamos a V. Sa.

ao conhecimento de V. Sa. que... que... • Este ofício tem por finalidade levar ao • Informamos a V. Sa. que..

conhecimento de V. Sa. que.... • Informo Vossa Excelência.

• Tenho a honra de informar que... de que....

• Cumpre-me informar que... • Encaminho a V. Sa....

• Com protestos de estima e apreço... • Atenciosamente, • Com os protestos de elevada estima e • Respeitosamente,

Fech

o

distinta consideração. • Aproveitamos o ensejo para reafirmar a

V. Sa. nossos protestos de estima e

apreço. • Aproveitamos o ensejo para reafirmar a

V. Sa. nossos votos de estima e apreço.

• Cordiais saudações.

Na redação de ofícios, são utilizados os pronomes de tratamento. Veja os

principais para fazer a escolha correta na hora de se dirigir ao prefeito, ao Presidente

etc:

Pronomes de Abreviatura Emprego

Tratamento Singular Plural Senhor Sr. Sres. Trato respeitoso

Senhora Sra. Sras. Trato respeitoso Senhorita Srta. Srtas. Trato respeitoso (usado só para mulheres

solteiras)

Você, vocês v. - Trato familiar

Vossa Alteza V. A. VV.AA. Príncipes, arquiduques e duques

Vossa Eminência V. Ema. V. Emas. Cardeais Vossa Excelência V. Exa. V. Exas. Autoridades superiores (presidentes, ministros,

deputados, etc)

Vossa Magnificência V. Maga. V. Magas. Reitores

Vossa Majestade V.M. VV.MM. Reis e imperadores

Vossa Reverendíssima V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa

Vossa Paternidade V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa

Vossa Santidade V.S. - Papa

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CADERNO DE ANEXOS

Vossa Senhoria V.Sa. V.Sas. Pessoas que exercem cargos importantes (cônsules, oficiais , chefes de seção,

comerciantes, etc)

Exemplo de ofício:

TIMBRE

Of. nº 97/98

Porto Alegre, 29 de setembro de 1998.

Senhor Secretário,

comunicamos a V. Sa. que este centro comunitário realizará, no período de 20 de outubro a 20 de novembro do corrente ano, a Campanha de Prevenção do Câncer.

Solicitamos, pois, a V. Sa. a gentileza de indicar dois médicos dessa Secretaria para participarem da Campanha, que contará com o assessoramento técnico–pedagógico da Agência Brasileira da Organização Mundial da Saúde.

Contamos com a sua colaboração.

Atenciosamente,

Ana Amélia Torres Presidente

Ilmo. Sr. José Tavares Lima Secretário Municipal de Saúde Rua Marechal Floriano, 147 Santa Vitória do Palmar / RS

Memorando O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades

administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo

nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação

eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser

empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados

por determinado setor do serviço público.

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CADERNO DE ANEXOS

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídico.

Exemplo de Memorando

5 cm Mem. 118/DJ Em 12 de abril de 1991

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores

1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento

fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de

dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento

ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na

qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

[nome do signatário]

[cargo do signatário]

3 cm

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 13 (ACENTUAÇÃO) CRASE 1º CRASE não é acentuação gráfica e sim uma sinalização vocálica.!

Crase é a fusão escrita e oral de duas vogais idênticas. É a fusão da preposição a com o

artigo a(s). A crase é indicada pelo acento grave [`]. Condições para ocorrência de crase

1) O termo regente deve exigir a preposição a. 2) O termo regido tem que ser uma palavra feminina que admita o artigo a(s). Exemplo: Ele se dirigiu a + a fazenda. → Ele se dirigiu à fazenda.

↓ ↓ Prep. Art.

Empregos da crase Dependendo de certos fatores presentes na estrutura da frase, o emprego do sinal

de crase pode ser obrigatório, opcional ou proibido. Veja:

Emprego Casos Exemplos

Em locuções adverbiais femininas de Saí às pressas e cheguei às dez tempo, modo e lugar horas.

Voltaremos à vila em breve. Em locuções prepositivas (à+ palavra Ela saiu à procura de ajuda. feminina + de) e conjuntivas (à + palavra Esfriava à medida que escurecia.

Crase feminina + que) À proporção que se aproximava o dia obrigatória da entrega do prêmio, mais ansiosos

ficavam os atores. Quando estão subentendidas as Refiro-me à UFRJ. (à universidade). expressões à moda de, à maneira de ou Ele fez bifes à milanesa. palavras como faculdade, empresa,

companhia, mesmo que seja diante de

palavras masculinas. Com pronomes possessivos (minha, sua, Ele se dirigiu à minha irmã.

nossa, etc) Ele se dirigiu a minha irmã. Com nomes de mulher Eu me refiro à Patrícia.

Crase Eu me refiro a Patrícia. opcional Com a palavra até A estrada vai até à praia.

A estrada vai até a praia. Antes de palavras masculinas Escreva o texto a lápis.

As vendas a prazo aumentaram. Antes de verbos Ele começou a gritar.

Passou a acreditar em milagres.

Antes de essa(s), esta (s), cuja(s) Dou valor a essa vitória. Antes de pronomes pessoais (inclusive os Obedeço a ela, não a V. Sa. de tratamento)

Crase Quando há preposição no singular Não vamos a festas do clube.

proibida seguida de um substantivo no plural Assistimos a manifestações públicas em Brasília.

Referia-se a pessoas ricas.

Entre palavras repetidas Estávamos frente a frente.

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CADERNO DE ANEXOS

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CADERNO DE ANEXOS

Antes de nomes de lugar que não O vocalista irá a Curitiba para uma admitem artigo ou sem especificação. apresentação. Somente na outra semana voltará a

Diamantina.

Importante! O vocalista irá à bela Curitiba para uma apresentação. Somente na outra semana voltará à

histórica Diamantina. Antes da palavra casa (se não houver Chegamos cedo a casa.

especificação) Chegamos cedo à bela casa.

Importante! Vamos à casa de meus

amigos. Antes da palavra terra (no sentido oposto O náufrago chegou a terra.

ao de “água”) Importante! “Terra” com sentido de

planeta e de terra natal admitem crase. A espaçonave voltará à Terra em um mês. Sempre sonhou retornar à terra em

que nasceu.

EXERCÍCIOS 1. Reescreva as frases a seguir, completando-as com a, à ou às:

a) O supermercado vende ___ atacadistas ____ vista e ____ prazo e ainda faz entrega em domicílio ____ pedido do freguês.

b) Saboreamos um tutu ___ mineira, num restaurante aconchegante ___ pouca distância do hotel, mas ou menos ___ sete horas.

c) Sentou-se ____ e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma ____ s do relatório. d) Garanto ___ você que compete ____ ela, pelo menos ___ meu ver, tomar ____

providências necessárias para resolver o caso, pois ____ qualquer momento estará ____ entrada do prédio ____ comissão parlamentar.

2. Considerando que você aprendeu sobre o assunto, tente explicar por que, nestas frases, não ocorre crase.

a) O ricaço gastava dinheiro a rodo. b) Rapidamente aprendeu a ler. c) Não me submeto a uma ordem desse tipo. d) Ele não conseguiu responder a nenhuma questão de interpretação de texto. e) Os dois rivais estavam face a face.

3. Complete as frases com A, AS, À ou ÀS. a) Voltou ___ fazenda no final de semana para andar ____ cavalo. b) A reunião será ____ uma hora, na sala da diretoria. c) Encontrei Maria debruçada ____ janela, esperando ___ hora de viajar. d) Comunico ___ Vossa Senhoria ___ transferência de acordo para ___ próxima semana. e) O gerente foi ____ Inglaterra ____ negócios e não ____ passeio.

4. Indique a frase em que a presença ou ausência do acento grave está INCORRETA. a) Fui à casa de meu professor. b) A transmissão do evento começa às dez horas. c) Costumava-se vestir à moda italiana. d) Logo percebi a quem você se referia, naquele momento. e) Foi à Bruxelas para assistir à uma conferência sobre o aquecimento global.

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 17 PONTUAÇÃO

Quando falamos, precisamos fazer certas pausas mais ou menos prolongadas entre as partes do nosso discurso. Algumas dessas pausas servem para retornarmos o fôlego; outras, no entanto, devem ser feitas obrigatoriamente, caso contrário, ou não seremos entendidos, ou nossa mensagem será interpretada de forma diferente.

A língua escrita, não dispondo dos recursos de ritmo e melodia próprios da fala, serve-se de sinais de pontuação para marcar o sentido dos enunciados. Um texto escrito

sem pontuação não tem sentido preciso. Uma frase adquire sentidos diferentes quando

pontuada de diferentes formas. Os sinais de pontuação servem para marcar a pausa, o

ritmo e a entonação na leitura e também para substituir outros componentes específicos

da língua falada, como os gestos e a expressão facial. A pontuação facilita a leitura e

torna mais claro e preciso o texto.

A pontuação marca, na escrita, as diferenças de entonação, contribuindo para tornar

mais preciso o sentido que se quer dar ao texto.

Veja as frases a seguir e observe o emprego de sinais de pontuação e o

conteúdo de cada mensagem.

É favor não sentar: pintado. É favor não sentar pintado. É favor não sentar, Pintado.

Qual é o sentido que se depreende em cada uma das frases?

As pausas e entonações do texto escrito são marcadas por sinais de pontuação:

dois-pontos, vírgula, ponto-e-vírgula, ponto, travessão, ponto de exclamação, ponto de

interrogação, aspas, parênteses, reticências.

Os sinais de pontuação são sinais gráficos usados para indicar as pausas, a entonação e o

ritmo da leitura de um texto.

1. VÍRGULA Emprega-se a vírgula para:

separar

enumeração: Sua observação foi agressiva, irônica,

antipática. separar aposto: Fernanda Montenegro, atriz talentosa, foi

homenageada. separar orações adjetivas explicativas:

Seus olhos, que eram negros, brilhavam muito. separar orações adjetivas explicativas:

Seus olhos, que eram negros, brilhavam muito. separar o vocativo:

Você ouviu, Maria, que notícia estranha? Prezado diretor, comunico que a sua empresa será notificada por infringir leis trabalhistas.

• isolar adjunto adverbial deslocado quando ele é extenso ou quando se quer destacar:

À noite, faço um curso de inglês intensivo.

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CADERNO DE ANEXOS

Na manhã do dia 15 de março, ladrões invadiram um supermercado na zona sul da cidade.

• isolar expressões explicativas, como isto é, ou seja, a saber, por exemplo, ou melhor etc:

O diretor titubeou, isto é, não concordou de pronto com a decisão.

• separar nomes de lugar, em datas e endereços: Santa Cruz do Sul, 25 de maio de 2006. Rua do Ouro, 228.

• indicar a supressão do verbo: Nós preferimos café, e eles, chá.

• separar orações coordenadas que não são ligadas pelo conector “e”:

Viajou no fim de semana, foi visitar os pais. Talvez seja engano meu, mas acho que ela está mais serena agora.

OBSERVAÇÃO: separar as orações coordenadas pelo conector “e” quando o sujeito das orações não for o mesmo: A criatura desviou-se, e as linhas se moveram.

separar orações subordinadas adverbiais antepostas à oração principal: Embora vivesse no interior, vinha muito à capital. Quando eu era menino, ouvia muitas histórias macabras.

• quando aparecer uma oração iniciada com gerúndio, esta oração deverá ser separada, obrigatoriamente, por vírgula:

Jamais conseguirá o apoio de seus pais, agindo impensadamente.

• separar orações intercaladas: Esses fatos, conforme informou o jornal, são falsos.

Não se emprega vírgula entre o sujeito e o predicado de uma oração nem se usa

vírgula para separar o verbo de seus complementos.

A Mata Atlântica está perdendo um campo de futebol a cada quatro minutos.

EXERCÍCIOS 1. Coloque vírgulas quando necessário:

a) Meu marido faz aniversário em maio e eu em setembro. b) Santa Cruz do Sul 22 de junho de 2006. c) Eu você e todo o pessoal vamos ao churrasco da turma. d) Santa Cruz do sul que é uma cidade de colonização germânica realizará festa para

homenagear colocnizadores. e) Meu filho saiba que numa situação dessas é necessário acima de tudo

muita discrição. f) A questão é saber quando será descoberta a cura das doenças que hoje

ainda matam. g) João Bosco Medeiros autor de livros sobre redação técnica publicou

recentemente mais uma obra sobre correspondências.

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CADERNO DE ANEXOS

h) A prefeitura que realizará concurso público em junho para provimento de vagas

aumentará o número de funcionários públicos efetivos. 2. Nos itens a seguir, as frases originais são reescritas, alterando-se a ordem de seus termos. Observando essas transformações, coloque as vírgulas que julgar necessárias:

a) Os hóspedes saíram rapidamente do hotel para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados. I) Para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados os hóspedes saíram rapidamente do hotel. II) Os hóspedes para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados saíram

rapidamente do hotel.

b) Por que o coração se enche de ardor quando vagamos pela cidade vazia? (Arnaldo Jabor, Folha de S.Paulo, 18 ago. 1991) I) Por que quando vagamos pela cidade vazia o coração se enche de ardor? II) Por que o coração quando vagamos pela cidade vazia se enche de ardor?

III) Quando vagamos pela cidade vazia\por que o coração se enche de ardor?

3. Leia o texto e responda às questões. Uma vírgula esquecida ou mal usada afeta o sentido da frase. A maldita pode mudar o sentido ou deixar a frase sem sentido. Observe a importância da vírgula no exemplo a seguir: “Os técnicos foram à reunião acompanhados da secretária do diretor e de um coordenador.” Se usarmos uma vírgula, mudaremos o sentido da frase.

a) Onde a vírgula deve ser colocada para que o sentido da frase seja alterado? b) Explique a alteração de sentido produzida com a utilização da vírgula.

4. Observe o texto:

Iguais e diferentes Do lado de fora, somos bastantes diferentes no que se refere à cor da pele e dos cabelos, à estrutura física, à altura. Internamente, porém, parecemos verdadeiros gêmeos. Se você

pudesse embarcar numa micronave e entrar no corpo humano, como no filme Viagem

insólita, o que você veria? Centenas de ossos, quilômetros de veias e trilhões de cédulas,

trabalhando em conjunto para pôr em funcionamento essa máquina. (O Guia dos

Curiosos)

As vírgulas foram empregadas no texto por razões diversas. Justifique o uso da vírgula nas seguintes situações:

a) Do lado de fora, b) à estrutura física, à altura c) trabalhando em conjunto

5. Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula segue a mesma orientação do uso da vírgula em “Por causa de sua profissão, Tereza vive recebendo diversas ameaças de morte”: a) Quando sair à noite, tome cuidado especial com a segurança. b) Devido à forte chuva, dois carros perderam o controle e colidiram na RST 471. c) Depois de encarar as gravações e Sinhá moça, Bruno Gagliasso já está cotado para trabalhar na próxima novela das oito. d) Para dar um susto em Rafa, Bodão empurra o Ogromóvel ladeira abaixo.

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CADERNO DE ANEXOS

e) Juba chega, dá uma pedrada na cabeça do capanga e todos fogem.

6. Observe as frases: I. Ele foi, logo eu não fui. II. O menino, disse ele, não vai. III. Deus, que é Pai, não nos abandona. IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.

Identifique a alternativa correta: a) Em I, há erro de pontuação. b) Em II e III, as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro. c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase. d) Na II, faltam dois-pontos depois de “disse”. e) n. d. a.

7. Pontue adequadamente o texto a seguir, estabelecendo sentido lógico. Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni terão de conter a ansiedade da estréia por mais um

dia por causa de insistentes e irritantes chuvas em Stuttgart os jogos dos dois tenistas

passaram para hoje para tentar evitar novos problemas de atraso a rodada começará bem

mais cedo se o tempo permitir Guga enfrentará o austríaco Stefan Koubek por volta das 8

horas (de Brasília) (4 pontos-finais e 3 vírgulas).

8. Justifique o emprego das vírgulas nas frases a seguir: a) Maria deu um presente a todos os seus irmãos e ao namorado, apenas um abraço. b) Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos enquanto os ladrões de galinha vão para a cadeia. c) Cheguei, peguei o livro, voltei rápido para o colégio. d) Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são premiados. e) A geração canguru, isto é, a geração dos filhos que ficam em casa até mais ou menos

trinta anos, tem dificuldade de sair de casa porque não consegue estabilidade financeira.

OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO 2. PONTO FINAL Emprega-se no final de frases declarativas: Os livros foram danificados pelas traças.

3. DOIS-PONTOS É usado para:

introduzir uma fala num diálogo escrito: A aeromoça aproximou-se: _ Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.

introduzir uma citação: Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo, a polícia proibira comícios na rua e passeatas embora se falasse vagamente em motins na tarde no Largo da Sé.

introduzir palavras ou orações que servem para enumerar ou esclarecer o que se afirmou anteriormente: Lembrei-me do nome e do tipo: era João Francisco Gregório, caboclo robusto, desconfiado.

4. RETICÊNCIAS Indicam a interrupção da frase, feita com a finalidade de sugerir:

dúvida, hesitação, surpresa:

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CADERNO DE ANEXOS

Qualquer dia destes, embarco pra .... pra ... pra China. suspensão do pensamento ou quebra de sequência na fala:

_ Vá pra casa, menino! ... aí vem temporal... supressão de trecho em textos:

Com os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI, os portugueses ampliam

enormemente o império de sua língua ...

5. PONTO DE INTERROGAÇÃO Emprega-se no final de frases interrogativas diretas: Os homens precisam andar armados?

6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado após uma interjeição ou frase exclamativa para expressar chamamento, emoções, ordem ou pedido: Epa! Alguma coisa está errada no trabalho. Saia do meu quarto!

7. ASPAS Empregam-se as aspas para:

indicar o início e o final de uma citação: Machado de Assis disse: “Deve ser um vinho enérgico a política.”

destacar uma palavra ou expressão (como palavra estrangeira, gíria,

neologismo): Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar chegou. Você sabe fazer “downloads” de arquivos?

8. PARÊNTESES Empregam-se os parênteses:

para intercalar uma ideia acessória ou explicativa na frase: Depois do jantar (mal servido) ele saiu daquele hotel e não voltou mais.

nas indicações bibliográficas: “Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta e me deixe

passar.” (Chico Buarque) 9. TRAVESSÃO Emprega-se o travessão para:

indicar a fala ou a mudança de interlocutor nos diálogos escritos: _ Quer saber de uma coisa? O melhor é nós terminarmos. _ Terminarmos? Ele

sentiu um frio.

_ Não combinamos mais mesmo. enfatizar expressões ou orações nas frases:

Foi poeta – e sonhou – e amou na vida.

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AULA 18

TÓPICOS GRAMATICAIS: PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS

Algumas palavras confundem tanto no momento de escrever quanto no de falar, porque, embora sejam diferentes no sentido, apresentam semelhança na escrita e na pronúncia – as parônimas – ou apresentam diferença na escrita e semelhança na pronúncia – as homônimas.

As palavras parônimas e homônimas mais comuns são:

Acender: pôr fogo Vou acender meu cigarro.

Ascender: subir Vou ascender profissionalmente quando tiver um

diploma de curso superior. Atuar: agir Eu vou atuar como administrador em empresa do

ramo fumageiro.

Autuar: processar, lavrar auto de infração O fiscal vai autuar todas as empresas que

estiverem com contabilidade fraudulenta.

Comprimento: extensão O comprimento da mesa é 1m.

Cumprimento: saudação; ato de cumprir Aceite meus cumprimentos pela formatura. Caçar: perseguir a caça Que tal caçar os pássaros que estão invadindo a

lavoura de arroz?

Cassar: anular, tirar os direitos políticos de Alguns políticos ameaçaram cassar o presidente

Lula. Censo: recenseamento O último censo realizado no Brasil mostrou

diminuição da desigualdade social.

Senso: juízo claro Nem todo mundo tem bom senso. Cessão: ato de ceder, doação A cessão de brinquedos para entidades carentes foi

uma excelente atividade promovida pelo Lions.

Seção ou secção: corte, divisão

A seção de esportes da Gazeta do Sul apresenta

reportagens especialmente sobre futebol

Iremos amanhã à sessão do filme de Elizabeth

Sessão: reunião, assembleia Taylor

Concerto: harmonia; composição musical Concerto de música clássica nem sempre atrai

Conserto: reparo

grande público.

O conserto do sapato ficou excelente.

Delatar: denunciar O presidente da câmara vai delatar quatro políticos

Dilatar: estender, retardar; aumentar de envolvidos no mensalão.

volume Os pulmões contraem-se e dilatam-se. Descrição: representação; ato ou efeito de Você já fez a descrição da turma de alunos?

descrever Guardando sigilo, tu agirás com discrição.

Discrição: ato de ser discreto, reserva

Emergir: vir à tona Emergiu o escândalo do mensalão na política

brasileira.

Imergir: mergulhar Preciso imergir na piscina para pegar meu óculos

que caiu enquanto nadava.

Eminente: alto, excelente Aquele é um eminente conferencista.

Iminente: que está prestes a ocorrer O parto de uma mulher com quase nove meses de

gestação está iminente.

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Flagrante: ato de ser surpreendido em O criminoso foi apanhado em flagrante.

alguma situação; evidente; patente

Fragrante: perfumado, aromático Como esse sabonete é fragrante!

Infligir: aplicar (pena ou repreensão) O delegado infligiu-lhe um duro castigo.

Infringir: violar, transgredir, desrespeitar Um guri infringiu a lei ao arrombar uma casa.

Mandado: ordem judicial O mandado de prisão foi levado até o acusado.

Mandato: período de missão política Acabam em 2006 os mandatos de deputados.

Ratificar: confirmar A palestrante ratificou sua presença no evento.

Retificar: corrigir Preciso retificar o texto do redator da CPI.

Soar: dar ou produzir som ; ecoar O sino da igreja soa todas as manhãs.

Suar: transpirar Quem corre muito, sua.

Tachar: censurar, notar defeito em Márcio T. Bastos tachou o presidente de mentiroso.

Taxar: estabelecer preço ou imposto; avaliar, O governo taxou fortemente as bebidas e cigarros.

julgar Tráfego: trânsito O tráfego de caminhões é proibido nas principais

ruas da cidade.

Tráfico: comércio ilícito O tráfico de drogas é proibido, mas existe.

Vultoso: volumoso Fez um negócio vultoso essa semana.

Vultuoso: atacado de vultuosidade Seu rosto estava vultuoso e irreconhecível.

(congestão da face)

EXERCÍCIOS 1. Qual das alternativas completa adequadamente o período: “O guarda ________ em ________ o motorista que _________ as normas de trânsito. a) atuou – fragrante – infringiu d) atuou – flagrante – inflingiu

b) autuou – fragrante – infringiu e) autuou – flagrante – infringiu

c) atuou – fragrante – infligiu

2. Preencha os espaços com seção, sessão ou cessão: a) “Durante a ___________ parlamentar, uma _____________ do partido do

Governo manifestou-se contrária à ____________ de terras a imigrantes do Japão.

b) Na _________ plenária estudou-se a __________ de direitos territoriais a

estrangeiros.

3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas entre parênteses: a) Cidadãos ___________________ antecederam-me neste cargo. (eminente – iminente) b) Ao fim das investigações, a verdade ______________ , e tudo ficou bem esclarecido. (emergiu – imergiu) c) É inadmissível que se ______________ pessoas por religião, sexo ou cor. (descriminem – discriminem) d) Se as leis forem ____________________, as penas terão de ser aplicadas. (infligidas – infringidas) e) As despesas com a reforma do prédio serão __________. (vultosas – vultuosas)

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f) Por sua solidariedade, ______________-no de benfeitor da humanidade. (taxaram – tacharam) g) Está ________________ a mudança da legislação salarial. (eminente – iminente) h) O _________________ dos representantes classistas, em todas as instâncias, é de três anos. (mandado – mandato) i) Quando, algum tempo depois, ele voltou, trazia as orelhas vermelhas e o rosto ____________. (vultuoso – vultoso)

4. Leia as frases abaixo: I – Assisti a um _______ de meu computador. II – Ele fez ao filho a ___________ de uma parte das terras. III – De tempo em tempo se faz um novo ________ da população.

Escolha a alternativa que oferece as sequência certa de vocábulos para a sequência das lacunas.

a) conserto, sessão, censo d) conserto, cessão, censo b) concerto, seção, senso e) concerto, cessão, senso c) conserto, secção, censo

5. Assinale a alternativa em que o significado não corresponde à palavra dada:

a) Expiar: pagar (a culpa), remir d) Ratificar: confirmar b) Sela: arreio e) Flagrante: perfumado c) Seção: corte, divisão

6. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que propõe a substituição dos termos ou

expressões em destaque, sem que haja alteração no sentido da sentença apresentada

abaixo:

Parecia estar prestes a acontecer a punição do réu, visto que os fatos já indicavam que ele realmente teria desrespeitado as leis e, nesse sentido toda a população já está censurando de indevida a atitude do acusado. a) iminente – porquê – infringido – taxando b) iminente – porque – infligido – tachando c) eminente – por que – infringido – tachando d) eminente – porque – infligido – tachando e) iminente – porque – infringido - tachando

7. Assinale a alternativa correta: a) Trouxeram-me um ramalhete de rosas brancas flagrantes. b) O governo, cada vez mais, procurar controlar o tráfico no trânsito. c) Os ladrões, apesar das tentativas de fuga, foram pegos em flagrante. d) As despesas de mudança será vultuosas. e) Os jogadores espanhóis soaram muito na partida contra o Brasil, pois fizeram

muitos esforços físicos para acompanhar o ritmo dos brasileiros.

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 16

Regência Verbal e Nominal

Definição:

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e

seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não

ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

REGÊNCIA VERBAL

Termo Regente: VERBO

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os

complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece

oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples

mudança ou retirada de uma preposição. Observe:

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar.

A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:

O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo

da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar

completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô.

Cheguei no metrô.

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por

mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a

que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum

existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência

culta.

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A

transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em

frases distintas.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns

detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

a) Chegar, Ir

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CADERNO DE ANEXOS

Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições

usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

Exemplos:

Fui ao teatro.

Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.

Adjunto Adverbial de Lugar

Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também

o retorno.

Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:

Cheguei a Roma em outubro.

Adjunto Adverbial de Tempo

Chegamos no trem das dez.

Adjunto Adverbial de Meio

b) Comparecer

O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.

Por Exemplo:

Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem

preposiçãopara o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos

lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem

assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,

nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando

complementos verbais, objetos indiretos.

São verbos transitivos diretos, dentre outros:

abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar,

ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar,

defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,

socorrer, suportar, ver, visitar.

Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:

Amo aquele rapaz. / Amo-o.

Amo aquela moça. / Amo-a.

Amam aquele rapaz. / Amam-no.

Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

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CADERNO DE ANEXOS

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que

atuam como adjuntos adnominais).

Exemplos:

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)

Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses

verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes

pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe,

lhes (ambos para substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos

de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se

pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São

verbos transitivos indiretos, dentre outros:

a) Consistir

Tem complemento introduzido pela preposição "em".

Por Exemplo:

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

b) Obedecer e Desobedecer:

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".

Por Exemplo:

Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.

Eles desobedeceram às leis do trânsito.

c) Responder

Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a

quem" ou "ao que" se responde.

Por Exemplo:

Respondi ao meu patrão.

Respondemos às perguntas.

Respondeu-lhe à altura.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se

responde, admite voz passiva analítica. Veja:

O questionário foi respondido corretamente.

Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

d) Simpatizar e Antipatizar

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CADERNO DE ANEXOS

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".

Por Exemplo:

Antipatizo com aquela apresentadora.

Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou

advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por

uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes

apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um

verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:

Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela

preposição "a".Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.

Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem.

Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum

verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos

Acessível a Entendido em Necessário a

Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a

Agradável a Escasso de Paralelo a

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a Relativo a

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CADERNO DE ANEXOS

Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Contrário a Indeciso em Sensível a

Descontente com Insensível a Sito em

Desejoso de Liberal com Suspeito de

Diferente de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de

Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são

formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

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CADERNO DE ANEXOS

AULA 15

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta se manifesta quando utilizamos pronomes que, apesar de

indicarem nosso interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o

caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques

Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais

Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos

Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-

generais

Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades

Vossa Majestade V. M. reis e rainhas

Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores

Vossa Santidade V. S. Papa

Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso

Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a

senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" e "vocês", no tratamento

familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões , a

forma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à

linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:

a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem "Vossa (s)" são

empregados em relação à pessoa com quem falamos.

Por exemplo:

Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa.

Por Exemplo:

Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da

República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos

interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos

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CADERNO DE ANEXOS

endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que

ocupa.

b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve

ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos

empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.

Por exemplo:

Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para

que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido

mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se

começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá,

ainda, verbo na terceira pessoa.

Por exemplo:

Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)

Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)

Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. São Paulo: Ática, 1994. ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Língua portuguesa: noções básicas

para cursos superiores. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004. AZEREDO, José Carlos. Fundamentos de gramática do português. 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar, 2002. MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lubia Scliar. Português instrumental: de acordo com

as atuais normas da ABNT. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários.

Petrópolis: Vozes, 1992.

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CADERNO DE ANEXOS

FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar a gramática. São Paulo: FTD, 2004.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Editora da Fundação,

2002.

KLEIN, Jane Jordan. Caderno de Língua Portuguesa. Cruzeiro do Sil, 2010.

MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. ______. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. SOARES, Magda; CAMPOS, Edson. Técnica de redação: as articulações lingüísticas de

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Revistas: Exame, Carta Capital.

http://www.gramaticaonline.com.br

http://www.classecontabil.com.br

http://www.fecap.br/adm_online

http://www2.uol.com.br/linguaportuguesa