caderno colono e motorista

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Colono Motorista Quando olhamos para trás e vemos os bons resultados do nosso trabalho e atitudes, sabemos que logo à frente nos espera um futuro ainda melhor. Uma homenagem ao Dia do Colono e Motorista. Jornal da Manhã - Ijuí, 24 de julho de 2012

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Caderno em homenagem ao dia do Colono e Motorista

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&ColonoMotorista

Quando olhamos para trás e vemos os bons resultados

do nosso trabalho e atitudes, sabemos que logo à

frente nos espera um futuro ainda melhor. Uma homenagem ao Dia do Colono e Motorista.

Jornal da Manhã - Ijuí, 24 de julho de 2012

Entre os riscos de saúde que os trabalhadores rurais

sofrem, os mais comuns são:- Acidentes com ferramentas manuais, com máquinas e

implementos agrícolas ou provocados por animais;- Acidentes com animais peçonhentos. Cobras, aranhas,

escorpiões taturanas e abelhas são os mais frequentes;- Exposição a agentes infecciosos e parasitários endê-

micos que provocam doenças como a esquistossomose, malária e etc;

- Exposição a radiações solares por longos períodos poden-do ocasionar câimbras, exaustão por calor, envelhecimento precoce e câncer de pele.

- Exposição ao ruído e à vibração devido ao uso de trato-res, motosserras, colheitadeiras etc. O ruído provoca perda auditiva progressiva, fadiga, irritabilidade, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono etc. A vibração ocasio-na desconforto geral, dor lombar, degeneração dos discos intervertebrais, a “doença dos dedos brancos” e etc.

- Exposição a partículas de grãos armazenados, ácaros, pólen detritos de origem animal, componentes de células de bactérias e fungos que provocam doenças respiratórias, como a asma ocupacional e as pneumonites por hipersensibilização.

- Ler/Dort: Lesões por Esforços Repetitivos/ Doenças Osteomunsculares Relacionadas com o Trabalho, ocasiona-das pela divisão e ritmo intenso de trabalho com cobrança de produtividade, jornada de trabalho prolongada, ausência de pausas e outros aspectos da organização do trabalho.

- Exposição a fertilizantes que podem causar intoxicações graves e mortais.

- Exposição a agrotóxicos podendo ocorrer sintomas agudos (náusea, cefaléia, tontura, vômito, parestesias, coma, morte) ou sintomas crônicos (paresia e paralisia reversível, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia).

A saúde no meio ruralO Dia do Colono é nesta quarta-feira e esse

é um momento de reflexão sobre os cui-dados no meio rural. O Centro Regional

de Referência em Saúde do Trabalhador da Ma-crorregião Missioneira (Cerest-Ijuí) através de projetos e ações de educação, busca promover e proteger a saúde no campo.

Durante o ano são realizadas palestras dire-cionadas ao trabalhador rural, distribuição de materiais informativos e realização de projetos de pesquisa sobre o tema Agrotóxico, além de realizar a reabilitação de trabalhadores já ado-ecidos, o objetivo é orientar para os cuidados desse profissional.

O Dia do Colono e motorista nasceu para homenagear essas duas categorias tão importantes para o desenvolvimento

Cerest Ijuí ressalta principais riscos aos quais produtores ficam expostos

Origem das profissões tão importantes para o desenvolvimento do país

O dia 25 de julho é dia do Colono e Motorista, profissões essas tão importantes para o de-senvolvimento da economia do país. O colono, responsável pela produção de alimentos é uma das principais fontes de renda da população brasileira, poderia ser considerado o alicerce eco-nômico do país. Os motoristas, desde sempre tão importantes quanto a agricultura, são res-ponsáveis pelo desenvolvimento da economia. Além disso, o dia é consagrado a São Cristóvão, padroeiro dos trabalhadores dessas categorias.

A profissão de motorista surgiu na primeira metade do século XX, quando apareceram as máquinas, veículos e em-barcações movidas a motor de combustão interna. Foi então que nasceu os motoristas de máquinas que serviram, primei-ramente, a Marinha Mercante. Atualmente, o motorista é visto com grande importância na economia, sendo responsável

pelo transporte de pessoas ou cargas valiosas, correndo riscos diversos.

As categorias são divididas em habilitações de acordo com o tipo de atividade: o motoris-ta de ligeiros, de pesados de

mercado rias e de pesados de passageiros. A comemoração se estende a carreteiros, viajantes, rodoviários, caminhoneiro e taxistas.

Já o colono, no século XIX, era o trabalhador rural estrangeiro

que veio para o Brasil logo após o fim da escravidão para subs-tituir os escravos nas lavouras. Eles trabalhavam em regime de colonato, ou seja, moravam em casas dentro das fazendas e trabalhavam nas lavouras recebendo em troca parte da colheita. Eram trabalhadores que chegavam ao Brasil com o sonho de comprar terras no país. Entretanto, as condições de contrato eram regulamen-tadas por lei e sempre benefi-ciavam os fazendeiros.

Mesmo com muitas dificul-

dades, com o passar do tempo os colonos conquistaram sua independência e até se torna-ram grandes fazendeiros no país. Atualmente, no Sul do país, onde a imigração foi mais forte, a palavra ainda é usada para os trabalhadores rurais que tiram da terra seu sustento. Vemos com frequência a evolução dessa categoria que há muito é a responsável pelo sustento de todo o país e é a partir da pro-dução de grãos e da agricultura familiar que o amor pela terra se solidifica.

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Veísa moderniza atendimento pós-venda

Com o advento da nova tecnologia de motores de caminhões Bluetec 5

da Mercedes-Benz que atende a nova legislação Proconve que controla a emissão de poluentes para motores a diesel 2012, a Veísa investiu em capacitação e formação de mecânicos na fábrica e em aquisição de novos equipa-mentos para atender a nova tecnologia de motores. Con-sultores técnicos estão sendo formados para disponibilizar treinamentos e orientação técnica necessária aos moto-ristas. Este investimento tem a finalidade de proporcionar o máximo de suporte aos clientes.

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A Nova tecnologia Mer-cedes-Benz oferece motores mais eficientes, sistemas mais robustos e resistentes a varia-ções de qualidade de diesel, economia de combustível e muito mais confiabilidade. Aos clientes interessados em conhecer mais sobre os benefícios, a Veísa está dis-ponibilizando o email [email protected] para que suas dúvidas sejam enviadas, além de disponibilizar 9 caminhões

da linha 2012 para realizar test drive.

Segundo o gerente de pós-Vendas Serviços da Veísa, Sr. Ricardo Krause, a nova tecnologia, além de menos poluente, proporciona maior economia e durabilidade ao motor. A Veísa assim como a Mercedes-Benz, já vem preparando seu pessoal e mo-dernizando seu atendimento para atender com qualidade e segurança a nova tecnologia.

Segurança no trânsito: nunca é demais saberAs estatísticas demonstram

que, a cada ano, são cente-nas de milhares as vítimas

de acidentes de trânsito no Brasil. Dentre elas, aproximadamente 50 mil são vítimas fatais, das quais 30 mil morrem no local do acidente. São computados em dezenas de milhares também, os sobreviventes que se tornam in-válidos. O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso, pois a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 35 anos e pertence à faixa economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade.

Quando analisamos as es-tatísticas envolvendo motos, os números são ainda mais impressionantes. As motos representam aproximadamen-te 7% da frota brasileira de veículos, mas estão envolvidas em 35% dos acidentes. Todos nós somos usuários diários do trânsito, seja como passagei-ros, pedestres ou condutores. Somos responsáveis pelo bem-estar desse meio social. Porém, quanto à Segurança no trânsito, sem dúvida a maior responsa-bilidade cabe aos condutores.

Conforme o coordenador de Trânsito do município de Ijuí, Ubiratan Erthal, os peri-gos encontrados no trânsito são diversos, principalmente a conservação do pavimento, a falta de sinalização, estradas sem acostamentos, motoristas imprudentes ou ainda sinaliza-ção coberta pela vegetação. Ex-postos a esses e outros perigos, os motoristas precisam tomar algumas atitudes preventivas, no intuito de garantir a pró-pria segurança e a dos outros condutores.

Para Erthal, medidas como estar sempre atento às regras de circulação e conduta, diri-gir defensivamente, obedecer a sinalização, não ultrapassar em locais proibidos e diminuir a velocidade ao se aproximar de trevos e acessos a outras rodovias e cidades podem evitar acidentes. “Não exceder a velo-cidade, não dirigir após ingerir bebida alcoólica, usar cinto de segurança e exigir o uso pelos demais passageiros também são dicas valiosas”, acrescentou.

Ele orienta ainda que em via-gens longas como acontece com os profissionais do trânsito, é necessário que alguns aspectos sejam observados. “A ingestão de alimentos leves e em peque-nas quantidades, bem como, se possível, parar o veículo para descansar quando sentir sono são fundamentais para manter o motorista em perfeitas condi-ções para seguir a viagem com segurança”, salienta. Essas pa-radas, segundo o coordenador, devem acontecer em postos de

Para o caminhoneiro de primeira viagem, é aconselhado ir de acompanhante primeiramente para conhecer melhor o caminho, a sinalização e as regras de cada cidade

Ijuí, 17 de julho de 2012

combustível, policiamento ro-doviário ou praças de pedágio, o que garantem a segurança do motorista durante o descanso.

Táxi para região

O uso de táxi para viagens médias distâncias como o des-locamento para outros muni-cípios tem sido cada vez mais comum. Apesar do dinheiro que entra para os taxistas ser bom, as estradas andam cada vez mais perigosas e os motoristas devem ficar atentos a algumas orientações importantes para manter a segurança dos moto-ristas que se dispõem a realizar essas viagens.

O coordenador de Trânsito Ubiratan Erthal aconselha que os taxistas verifiquem as condi-ções adversas do veículo, bem como as condições do tempo para ajustar o carro quando necessário. Respeitar as regras durante o trajeto da viagem, utilizar o cinto de segurança e exigir a utilização pelos passa-geiros, assim como acertar o valor da corrida previamente, também são fundamentais para garantir uma boa viagem.

No trânsito, para qualquer veículo, é necessário cuidado e atenção redobrada para que se tenha uma viagem segura

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De caminhão

As viagens de caminhão normalmente costumam ser a longas distâncias. Isso exige dos motoristas uma atenção redo-

brada, principalmente quando iniciantes, pois não conhecem as estradas e as regras dos municí-pios. Para isso, é importante ficar atento ás placas de sinalização, bem como estudar o trajeto no

mapa antes da viagem. “Para quem tem um GPS, é aconselhado que o leve na viagem para auxiliar. Parar em postos de combustíveis para tirar dúvidas também pode ser uma boa saída, mas é impor-tante que isso só aconteça em postos de combustíveis e com policiais rodoviários para evitar problemas”, destaca Erthal.

Como a legislação de trân-sito é a mesma em todo país, é importante que o motorista a conheça bem e a respeite para evitar possíveis multas. Tam-bém é importante ficar atento aos dias e locais permitidos para a circulação dos veículos de acordo com seu peso e tamanho.

Boa Viagem

Em geral, viajar é sempre bom. Seja a trabalho ou apenas para diversão. Por isso, para garantir uma viagem segura e voltar são e salvo para casa, seguir dicas simples podem fazer toda diferença. Ficar atento ao trajeto e nas condições adversas do tem-po, da via, do veículo, observar as condições dos freios, pneus e a conservação dos veículos, além de observar todas as regras de circulação e conduta garantirão ao motorista uma viagem segura e um retorno sem problemas. Fique atento e boa viagem!

Para dar continuidade ao negócio da família, Iris Teixeira assumiu o volante do táxi e ganhou o respeito dos taxistas do município

Com os olhos bem pin-tados, pó fácil, batom e cabelo impecáveis Ivete

Soares reflete a imagem da feminilidade. Imagem, que segundo ela, combina muito bem com uma profissão tida como masculina durante muito tempo: a de motorista.

O contato com o volante começou muito cedo. Desde pequena, muito apegada com o pai, Ivete o seguia até o ca-minhão e o observava dirigir. Aquele carro enorme não a assustava, pelo contrário, a hipnotizava, e a paixão por dirigir crescia cada dia mais. O amor pelo volante cresceu na mesma proporção em que ela, ficando maior a cada ano e como o contato era diário, muito cedo também aprendeu a dirigir.

Quando teve idade para tirar a carteira de caminhão, aproveitou para fazer tam-bém a carteira D, que a permi-tia dirigir ônibus. “Na época, não tinha intenção de dirigir ônibus, meu interesse era mesmo ajudar meu pai com o caminhão. Mas ainda bem que fiz, pois com o tempo, as viagens diminuíram e meu pai estava dando conta, foi então que fiz um teste para entrar na Medianeira Transporte e passei”, conta Ivete.

Há seis anos como moto-rista de ônibus, Ivete comenta que apesar da profissão ser encarada como masculina, nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “O máximo foram olhares estranhos”. Ela relata que desde que assumiu o volante das linhas da Media-neira, sempre que precisou teve o apoio dos colegas para se adaptar e todos a incentiva-vam muito a seguir em frente. Por parte dos passageiros, a motorista relata que poucos foram os olhares assustados, mas nunca ninguém lhe falou nada grosseiro ou teve uma

O volante é delas

Ivete Soares trabalha há seis anos como motorista de ônibus, mas já atuou como caminhoneira para ajudar o pai

atitude que a ofendesse. Para ela, esse é um mercado

promissor para as mulheres. “Fico feliz quando vejo outras mulheres pegando o volante de um micro na autoescola. Penso: que bom que mais alguém tomou coragem e vai enfrentar e se dedicar a essa profissão”, destaca. Questio-nada sobre ser uma possível fonte de inspiração para as mulheres, Ivete destaca que se sente feliz por isso e dizque estar em ação, à frente do vo-lante, é o que realmente a faz sentir feliz.

Táxi em vista

O táxi é do marido, mas quem dirige é ela. Iris Teixeira conta que quando começou a dirigir o táxi, há cerca de seis anos, assumiu o lugar do marido que passou a dirigir caminhão. “Quando resolvi as-sumir o táxi não tive nenhum problema com os outros moto-ristas ou com os passageiros. Tudo aconteceu de forma muito tranquila”, relata.

Sendo a única motorista de táxi da cidade, Iris relata que durante todos esses anos duas reações podem ser nitidamen-te notadas quando mulheres são vistas à frente de um vo-lante de forma profissional: a primeira é a admiração pela coragem e persistência de encarar o trânsito e dedicar seu tempo a esse negócio e a segunda é o incômodo, que ainda é existente. “Mas esse incômodo nunca foi suficiente para gerar atritos ou desres-peito da parte de alguém, acho que hoje a mulher que deseja trabalhar nessa profissão tem todo incentivo para isso, é apenas ter força de vontade e dedicação”, finaliza.

Acompanhante de estrada

Luci Dalla Corte é pro-

prietária de um caminhão. Apesar de acompanhar as viagens do marido, não fez a carteira para dirigi-lo. “Já pensei em fazê-la, mas tenho filhos e eles precisam da mãe por perto. Isso sem falar nos problemas constantes que os caminhoneiros enfrentam na estrada”, diz.

Para Luci, os motoristas não recebem uma remune-ração exatamente de acordo com os gastos que enfrentam com o caminhão a cada via-gem. Segundo ela, a nova lei estipulada pelo governo em que limita a carga horária dos motoristas em 8h não traz benefícios, apenas os deixa mais afastados do convívio da família.

Questionada sobre o pre-conceito com mulheres ca-minhoneiras, ela destaca que o preconceito existe em qualquer lugar e na estrada não poderia ser diferente. “Entretanto, o país ainda não está preparado para

receber mulheres caminho-neiras, exemplo disso são os banheiros dos postos que não oferecem estruturas mínimas de higiene”, relata. “As mulheres podem exercer essa profissão como qualquer outra, pois pode ser tão qua-

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lificada quanto um homem, entretanto, isso exige uma re-formulação na infraestrutura das estradas e dos postos de combustíveis, bem como um reforço da segurança que já é precária mesmo para os nos-sos caminhoneiros”, finaliza.

Frutas cítricas: uma opção de renda

Agricultura famíliar: a gratificante sucessãoHá mais de 50 anos a

família Ceretta vem dedicando sua vida à

lida no campo. São números incontáveis de dias sucessi-vos em que a rotina é acordar antes mesmo do galo cantar e dar início ao cultivo das hor-taliças. Entretanto, a lida não parece incomodar. É dela que a família tira seu sustento e foi dela que pagou a faculdade dos cinco filhos, todos formados em engenharia elétrica. No entanto, apenas um dos filhos permaneceu no campo.

Cristiano Ceretta é formado em Engenharia Elétrica, mas ainda não atuou na produção devido à dedicação que oferece ao cultivo de hortaliças. “Come-cei a trabalhar desde pequeno com o cultivo de hortaliças. Eu e meus irmãos sempre ajudamos nossos pais com a lida do campo e eu tomei gosto pela produção. Depois que me formei, resolvi continuar no campo e auxiliar meus pais a continuar com o cultivo”, comentou.

Apesar do amor pela ativi-dade, a dependência das condi-ções climáticas e a desvaloriza-

ção, muitas vezes desestimulam os produtores que querem dar continuidade ao que foi constru-ído pelos pais. Esse é o principal motivo que faz com que muitos jovens agricultores saiam do campo em busca de melhores condições na cidade.

Para Cristiano, um dos principais problemas é a des-valorização do produto para o produtor, o que não acontece na mesma escala nos supermerca-dos da cidade. “Comparado aos insumos, há muita defasagem no valor pago pelas hortaliças. Acredito que se nosso produto fosse mais valorizado, seria um incentivo a mais para aumentar a produção e para que os jovens permanecessem no campo”, relata.

O produtor rural enfatiza que não é ruim trabalhar no campo e a continuidade da propriedade e da produção depende da sua permanência na agricultura, por isso, é tão importante continuar auxi-liando seus pais. “Ainda não tenho certeza se vou constituir família no campo, mas minha expectativa de permanecer é

Cristiano Ceretta ficou com a família para dar continuidade à produção de hortaliças

Há 36 anos trabalhando com o manejo de frutas cítricas, a família Ortmann começou os trabalhos para obter uma segunda fonte de renda, pois o carro chefe ainda era a agri-cultura. Com o tempo, o gosto pelo cultivo cresceu, bem como as condições de sustentabili-dade pelas vendas realizadas nas feiras. “Depois de muito plantar trigo e soja, resolvemos diversificar, afinal, é preciso. Então, começamos a trabalhar com frutas cítricas como limão e as diferentes variedades de laranja e bergamota”, relata Terezinha Ortmann.

Entretanto, segundo Terezi-nha, a vida no campo não é fácil. O plantio é frequentemente prejudicado com as condições climáticas que neste ano, por exemplo, variaram de uma seca de mais de sete meses para uma geada muito forte no inverno que agravou os efeitos causados anteriormente. “Outro proble-ma que desanima um pouco os produtores é a remuneração e o reconhecimento. O produtor rural sofre muito com a lida do campo. Não temos finais de semanas, feriados, décimo terceiro nem horários. Estamos trabalhando o tempo todo para o nosso sustento e apesar de gostar muito do que faço, acre-

dito que deveria haver maior reconhecimento e uma melhor remuneração pelo esforço que dedicamos”, salienta.

Terezinha tem apenas um filho e este optou por ficar no campo auxiliando os pais. “Ele tem 26 anos e desde que

terminou a escola decidiu ficar conosco no campo. Ele se dedica muito ao trabalho e nos auxilia a potencializar a produção”, orgulha-se. Segundo ela, o filho pretende continuar na pro-priedade e dar seguimento aos negócios da família no campo.

Família trabalha há 36 anos com o manejo de frutas cítricas

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positiva. Apesar das dificulda-des, eu gosto muito do campo e é muito gratificante, depois de

todo o processo de produção, chegar na Feira para vender o seu produto e ver que as pes-

soas procuram por ele, pois é um produto de qualidade”, concluiu.

Cargas perigosas: direção defensiva e bom senso são fundamentais

Produto perigoso é toda e qualquer substância que, dadas às suas caracterís-

ticas físicas e químicas, possa oferecer, quando em transporte, riscos à segurança pública, saúde de pessoas e meio ambiente, de acordo com os critérios de classificação da ONU, publicados através da Portaria nº 204/97 do Ministério dos Transportes. A classificação desses produtos é feita com base no tipo de risco que apresentam.

De acordo com o gerente da unidade D do Sest/Senat de Ijuí, responsável pelos cursos de treinamento para transporte de cargas perigosas, Carlos Dortz-bacher, o condutor do veículo que estiver conduzindo cargas tidas como perigosas deve estar devidamente homologado pela legislação em vigor, no que se refere ao transporte de produtos perigosos. “Os cuidados com esses produtos variam de acordo com o tipo que está sendo trans-portado, ou seja, combustíveis, inflamáveis, químicos, tintas”,

Fique atento ao óleo lubrificante de seu carro

Deixe o seu carro nas mãos de quem entende

Transporte de cargas perigosas exige treinamento especializado

A principal função do óleo lubrificante é evitar o atrito entre as peças móveis dentro do motor e assegurar o bom fun-cionamento. Esse fluído deve manter suas características de lubrificação sob as mais diver-sas condições, sejam climáticas ou formas de uso. Com o passar do tempo, o óleo do motor tende a perder sua viscosidade (ca-racterística principal no lubri-ficante), encarregada de fazer com que o óleo permaneça por mais tempo revestindo as peças que estão em contato dentro do motor. Perdendo a viscosidade, o atrito poderá comprometer o funcionamento do motor e deste modo a vida útil, além de reduzir o desempenho e aumentar o consumo.

Muitas pessoas têm o hábito

comentou.Além das péssimas condi-

ções de certas estradas, roubos de cargas e imprevistos com o caminhão, a falta de conheci-mento do risco que representa transportar produtos perigosos é outro fator que pode colocar em risco a vida do carreteiro. Isso porque são poucos os pro-fissionais que trafegam pelas rodovias e sabem identificar o perigo de uma carga pelo painel laranja obrigatório dos quase 3.100 produtos considerados perigosos, que na maioria são constituídos por combustível (álcool, gasolina, querose, etc.) e produtos corrosivos, como soda cáustica e ácido sulfúrico.

Conforme Carlos, por esses e outros motivos é que é exigido que o motorista seja penalmente imputável, esteja habilitado no mínimo com carteira B e possua curso específico das resoluções 168 e 285 do Contran que é o curso para condutores de veículos de transporte de produtos perigo-sos com 50 horas. “Nos cursos de

formação, os condutores apren-dem sobre direção defensiva, primeiros socorros, meio am-biente e prevenção de incêndio e legislação básica de trânsito e específica de movimentação de produtos perigosos”, explica.

Para garantir a segurança na estrada, é importante ainda

que se tenha a identificação no veículo que é feita através de retângulos laranjas, que podem ou não apresentar duas linhas de algarismos, definidos como Painel de Segurança; e losangos definidos como Rótulos de Risco, que apresentam diversas cores e símbolos, correspondentes à

classe de risco do produto a ser identificado.

No retângulo, a linha supe-rior se refere ao Número de Risco do produto transportado e é composto por no mínimo dois algarismos e, no máximo, pela letra X e três algarismos numéricos. A letra X identifica se o produto reage perigosamente com a água. Na linha inferior encontra-se o Número da ONU (Organização das Nações Uni-das), sempre composta por quatro algarismos numéricos, cuja função é identificar a carga transportada. Caso o Painel de Segurança não apresente ne-nhuma identificação, significa que estão sendo transportados mais de um produto perigoso.

A orientação para os mo-toristas, segundo o gerente do Sest/Senat, tanto para quem já está na estrada como para quem vai iniciar no transporte, “é sem-pre agir defensivamente com razão e bom senso preservando sua vida, e dos demais atores do trânsito e do meio ambiente”.

de só completar o óleo quando este está abaixo do limite, sendo que o mais adequado é fazer a troca completa do lubrificante. Esse erro pode custar caro. Se não for substituído, o óleo fica mais sujo que o normal, já que além de lubrificar, ele também tem a função de eliminar deter-minados resíduos da combustão – queima do combustível - e isso compromete a viscosidade.

Veja algumas dicas do Elias Car e não tenha problemas com seu carro

Que óleo colocar?

Para saber qual é o lubrifi-cante correto para seu veículo, consulte o Manual do Proprie-tário na seção referente à ma-nutenção. É simples e rápido.

Lembre-se de observar os dados referentes a viscosidade (SAE) e ao desempenho (API) e grave esses números. Outra possibilidade é conferir as tabelas de recomendação dis-poníveis nos postos de serviço. Conheça os tipos de óleo:

Óleo mineral multiviscoso - O mineral multiviscoso é o mais comum no mercado. Esse tipo de óleo é adequado para qualquer motor, sendo ele de qualquer cilindrada ou combus-tível. Sua principal caracterís-tica é adaptar a viscosidade de acordo com a temperatura de funcionamento do motor.

Óleo semissintético - O semi-sintético é o óleo que mis-tura a base sintética com a mi-neral. Esse tipo é recomendado para motores mais potentes que trabalham em altas rotações. Mas, nada impede seu uso em motores menos potentes. Pro-voca menos carbonização inter-na e contribui para amenizar o atrito entre as peças internas do motor, principalmente durante a partida, quando a maior parte do óleo encontra-se em repouso no cárter – reservatório do óleo. Ele também é do tipo multivis-coso. A troca é recomendada pela maioria dos fabricantes a cada 10 mil quilômetros, mas convém efetuá-la antes disso, por volta dos 8 mil.

Óleo sintético - Os sinté-ticos são os mais elaborados

e caros e prometem manter a viscosidade constante, indepen-dentemente da temperatura de funcionamento do motor. Com essa característica, a tendência é não carbonizar o motor. São indicados para os modelos esportivos que trabalham em regimes mais severos. A troca é recomendada a cada 20 mil quilômetros, mas é bom ficar sempre atento ao nível.

O mais importante de tudo, entretanto, é usar um único tipo de óleo e, de preferência, da mesma marca. Em princí-

pio, os óleos automotivos são compatíveis entre si, sendo até possível misturar marcas diferentes. Porém é preciso tomar o devido cuidado de usar produtos de um mesmo nível de desempenho (API) - sigla em inglês de Instituto Americano do Petróleo, uma classificação de duas letras que informa o tipo de motor para o qual o óleo se destina (gasolina ou diesel) e o nível de qualidade.

Elias Car. Avenida Coronel Dico, 1283. Telefone 55 3331-1560 ou 91466327.

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&O trabalho começou cedo.

Com apenas 14 anos, Mariano Cindrowski teve

de aprender a dirigir para ajudar nas despesas de casa. Mesmo ilegal, ele arriscava-se dirigindo, primeiramente, em pequenas distâncias e somente no interior, onde morava. Com 17 anos, ele já havia conseguido a carteira de motorista estadual, mesma época em que começou com as viagens mais longas pelo Estado. Com o tempo ele ganhava o Brasil, foram inúmeras as distâncias percorridas e muitas as histórias que ficaram para contar.

Motorista por paixão, Maria-no foi obrigado a parar de dirigir tão cedo quanto iniciou. Por conta de um acidente onde o capô do caminhão caiu sobre sua cabeça e afetou-lhe a visão do olho esquer-do, foi considerado incapaz de voltar para as estradas. Hoje ele relembra histórias, dificuldades e felicidades que o remetem a de-sejar passar por tudo novamente se fosse necessário, apenas para sentir a mesma sensação da época em que dirigia.

O caminhoneiro do passado

Naquela época não existia asfalto e as viagens até a capital chegavam a durar três dias. “Na época, também não dormíamos em cabines, pois eram muito pe-quenas e nem sempre podíamos dormir em hotéis”, relata.

Foram muitos anos à frente do volante de diferentes cami-nhões. Sua trajetória teve apenas uma pausa, de seis anos, quando Mariano dedicou-se à direção de

Enciclopédia sobre rodas: histórias sobre as rotas de uma vida

Mariano lembra dos tempos em que viajava com orgulho e emoção, ressaltando o quão gratificante era ficar em frente ao volante

ônibus. “Mas minha paixão sem-pre foi o caminhão. Comecei com um Ford Alemão, depois viajava com um Alpha Romeo, passando para o Mercedes e por fim para um Scania que com certeza foi o melhor”, lembra.

Memórias

Para quem vive na estrada, histórias para contar são o que não faltam. Entretanto, há sem-pre aqueles fatos que marcam as vidas dos caminhoneiros de tal forma que as histórias reper-cutem para os netos e bisnetos. Esse é exatamente o caso de Ma-riano. Até hoje ele relembra fatos vividos e que marcaram muito sua história de caminhoneiro. “Presenciei muitos acidentes horríveis, os quais ainda guardo imagens na memória”, conta.

Ele relata que a queda da Ponte do Rio Pelotas foi a mais surpreendente. “Eu estava para entrar na ponte quando um se-nhor de uma oficina conhecida me impediu de entrar. Durante esse tempo em que conversá-vamos, chegou um ônibus da

Minuano, de Porto Alegre, e um dos passageiros desceu e foi para o meio da ponte olhar o que estava acontecendo, alegando que era engenheiro. Quando ele estava lá, a ponte abriu e caiu com o engenheiro e tudo o que havia

em cima. Nunca mais acharam o corpo”, afirma. “Eu era para estar naquela queda”, emociona-se.

Mariano, hoje com 73 anos e afastado da estrada ressalta que apesar de todas as dificuldades que um caminhoneiro enfrenta

na estrada e da vida solitária que muitas vezes obriga-se a viver em função da correria das viagens, voltaria a dirigir. “Se pudesse, voltaria e não pararia nunca mais. Não iria querer nem a aposentadoria”, finaliza.

Ijuí, 24 de julho de 2012

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