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CADERNO 2 CAP. 3 SEGUNDO REINADO Página 1 de 27 CAPÍTULO 3 - SEGUNDO REINADO EXERCÍCIOS DE SALA Competência PARA ESTE EXERCÍCIO Competência de área 3 Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades. H14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas. 1. (Enem 2013) Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa? Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado). O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. c) definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. d) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para a sobrevivência das fazendas. e) financiar afixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência. 2. (Enem 2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos. 3. (Enem PPL 2013) A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou mais tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos eram extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as condições de vida da escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra solução para o problema da mão de obra.

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CAPÍTULO 3 - SEGUNDO REINADO EXERCÍCIOS DE SALA Competência PARA ESTE EXERCÍCIO – Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades. H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.

1. (Enem 2013) Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa? Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador

Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. c) definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. d) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para a sobrevivência das fazendas. e) financiar afixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência. 2. (Enem 2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos. 3. (Enem PPL 2013) A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou mais tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos eram extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as condições de vida da escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra solução para o problema da mão de obra.

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COSTA, E. V. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp, 2010.

Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós determinou a extinção do tráfico transatlântico de cativos e colocou em evidência o problema da falta de mão de obra para a lavoura. Para os cafeicultores paulistas, a medida que representou uma solução efetiva desse problema foi o (a) a) valorização dos trabalhadores nacionais livres. b) busca por novas fontes fornecedoras de cativos. c) desenvolvimento de uma economia urbano-industrial. d) incentivo à imigração europeia. e) escravização das populações indígenas. 4. (Enem PPL 2012) TEXTO I Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha. Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.

NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12 out 2011 (adaptado)

TEXTO II Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para o seu fim.

COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)

Segundo Joaquim Nabuco, a solução do problema escravista no Brasil ocorreria como resultado da: a) Evolução moral da sociedade. b) Vontade política do Imperador. c) Atuação isenta da Igreja Católica. d) Ineficácia econômica do trabalho escravo. e) Implantação nacional do movimento republicano. 5. (Enem 2ª aplicação 2010) Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.

LYNCH, J. “As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai”. BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da independência até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP,

2004.

A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois a) representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator político de primeira ordem. b) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina. c) concretizou a emancipação dos escravos negros. d) incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico. e) solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas. 6. (Enem 2ª aplicação 2010) A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a

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possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa – caso típico de São Paulo – desempenharam, ao mesmo tempo, papel relevante.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000. A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que resultou a) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma

vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho. b) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios

políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.

c) no “branqueamento” da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.

d) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.

e) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.

7. (Enem 2010) Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.

AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Historia. Ano 1, n.o 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a a) impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo

sendo alfabetizado. b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do

Direito como canal de luta pela liberdade. c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de

ascensão social. d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço

filho de pai português. e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrária escravista que outorgara o

direito advocatício ao mesmo. 8. (Enem 2ª aplicação 2010) Ó sublime pergaminho Libertação geral A princesa chorou ao receber A rosa de ouro papal Uma chuva de flores cobriu o salão E o negro jornalista De joelhos beijou a sua mão Uma voz na varanda do paço ecoou: “Meu Deus, meu Deus Está extinta a escravidão”

MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http:// www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como a) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de

trabalho.

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b) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas.

c) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão social dos libertos.

d) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e escravos.

e) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis e sociais para os negros.

9. (Enem 2010) Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.

CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, "destruindo o Paraguai, mantém o status o na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre". Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão.

(DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova historia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra. b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra. c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha. d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra. e) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino durante o conflito. 10. (Enem 2008) O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição da escravatura com as seguintes palavras: "Cinco ações ou concursos diferentes cooperaram para o resultado final: 1

0) o espírito daqueles que criavam a opinião pela ideia,

pela palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos "meetings" [reuniões públicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 2

0) a ação

coercitiva dos que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão, arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3

0) a ação complementar dos próprios

proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suas 'fábricas'; 4

0) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo; 5

0) a

ação da família imperial."

Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com adaptações).

Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma luta a) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários

que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial. b) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda

de proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de estadistas e, posteriormente, ações republicanas.

c) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.

d) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.

e) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.

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TAREFÃO

11. (Enem 2007) Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida "civilizado", marca que distinguia as classes cultas e "naturalmente" dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações. Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim;

P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

Levando-se em consideração as afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial. b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho

livre. c) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização

em relação a outros países. d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos

para a infraestrutura de serviços urbanos. e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários

setores produtivos. 12. (Enem 2007)

Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta. a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas

do país. b) O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das

crianças nascidas em cativeiro. c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos

cativos mais velhos. d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal

a escravidão no Brasil. e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis

antiescravidão no Brasil.

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13. (Enem 2004) Constituição de 1824: "Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado." Frei Caneca: "O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador." (Voto sobre o juramento do projeto de Constituição) Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram

escolhidos pelo Imperador. b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da

sociedade nas duas esferas do poder legislativo. c) arbritário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder

representativo da sociedade. d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os

deputados representantes da Nação. e) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da

representação política. 14. (Enem 2000) O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo. "Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a república. João repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império retornasse."

(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897) A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João: a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição. b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo. c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo. d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo. e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel. 15. (Enem 1999) Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973) O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: a) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial

indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX. b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se

observa no cotidiano descrito. c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma atividade

pouco desenvolvida no Brasil.

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d) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais.

e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época.

16. (Uerj 2014)

A restituição da passagem As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens.

Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908 A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto. Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da: a) oferta de mão de obra para a cafeicultura b) ampliação dos núcleos urbanos no interior c) continuidade do processo de reforma agrária d) expansão dos limites territoriais da federação e)

17. (Uerj 2013)

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O romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865, influenciou artistas, como José Maria de Medeiros, que nele encontraram inspiração para representar imagens do Brasil e do povo brasileiro no período imperial (1822-1889). Na construção da identidade nacional durante o Império do Brasil, identifica-se a valorização dos seguintes aspectos: a) clima ameno / índole guerreira dos ameríndios b) grandeza territorial / integração racial das etnias c) extensão litorânea / sincretismo religioso do povo d) natureza tropical / herança cultural dos grupos nativos 18. (Fuvest 2014) O tráfico de escravos africanos para o Brasil a) teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas

nas Minas Gerais. b) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e

foi extinto, de vez, no início do século XIX. c) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do

século XIX. d) foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito da pressão contrária das regiões

auríferas. e) dependeu, desde o seu início, diretamente do bom sucesso das capitanias hereditárias, e,

por isso, esteve concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente, até o século XVIII.

19. (Uece 2014) Pode-se afirmar corretamente que a Guerra do Paraguai representou para o Brasil a) a afirmação do exército brasileiro como um personagem importante junto à sociedade

brasileira. b) a concretização da emancipação política dos escravos nascidos no Brasil. c) o incentivo à adoção de um regime republicano constitucional no País. d) a solução de uma profunda crise financeira pela qual passava o Brasil. 20. (Pucrs 2014) Considere as afirmações abaixo sobre a Proclamação da República no Brasil, em 1889. I. Teve, como uma das suas principais causas, a abolição da escravidão, em 1888, pois essa

medida levou a oligarquia cafeeira e escravocrata carioca, uma das bases de apoio do Imperador, a se sentir traída pela monarquia e abandonar o regime imperial.

II. Resultou em profundas alterações estruturais no Brasil, na medida em que a queda da monarquia acarretou a perda de poder da oligarquia cafeeira, que foi alijada do sistema político, em favor da ascensão das classes médias urbanas.

III. Teve, como um dos seus principais agentes, o exército brasileiro, que, desde a Guerra do Paraguai, desejava ampliar o seu papel político no Império, o que não era permitido pelo Imperador.

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IV. Atendeu aos interesses das camadas mais humildes da população brasileira, tendo em vista a impopularidade do Imperador e a tendência de o regime republicano permitir a participação popular no sistema eleitoral recém-implantado.

Estão corretas as afirmativas a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 21. (Fgv 2014) Somente a partir de 1850 vai se observar um maior dinamismo no desenvolvimento econômico do país em geral e de suas manufaturas, em particular. O crescimento do número de empresas industriais se faria com relativa rapidez. Mas o que provocaria essas mudanças?

(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12) É correto responder à indagação afirmando que a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas restritivas às importações, como a proibição da

entrada de mercadorias similares às já produzidas no país, e também criou a primeira política industrial brasileira.

b) houve a importante contribuição do fim do tráfico de escravos para o Brasil, que possibilitou a disponibilidade de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, especialmente do café.

c) a nacionalização do subsolo brasileiro, presente na Constituição imperial, impulsionou os investimentos privados na exploração mineral, conjuntamente com os incentivos governamentais na criação de estaleiros.

d) ocorreu uma rápida modernização dos grandes engenhos de açúcar do Nordeste em função dos financiamentos ingleses e, em 1851, fundou-se um banco estatal de desenvolvimento.

e) acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados de 1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e estes, em contrapartida, proporcionavam transferência de tecnologia industrial.

22. (Unicamp 2014) Como os abolicionistas americanos previram, os problemas da escravidão não cessariam com a abolição. O racismo continuaria a acorrentar a população negra às esferas mais baixas da sociedade dos Estados Unidos. Mas se tivessem tido a oportunidade de fazer uma viagem pelo Brasil de seus sonhos – o país imaginado por tanto tempo como o lugar sem racismo – eles teriam concluído que entre o inferno e o paraíso não há uma tão grande distância afinal.

(Adaptado de Célia M. M. Azevedo, Abolicionismo: Estados Unidos e Brasil, uma história comparada (século XIX). São Paulo: Annablume, 2003, p. 205.)

Sobre o tema, é correto afirmar que: a) A experiência da escravidão aproxima a história dos Estados Unidos e do Brasil, mas a

questão do racismo tornou-se uma pauta política apenas nos EUA da atualidade. b) Os abolicionistas norte-americanos tinham uma visão idealizada do Brasil, pois não

identificavam o racismo como um problema em nosso país. c) A imagem de inferno e paraíso na questão racial também é adequada às divisões entre o sul

e o norte dos EUA, pois a questão racial impactou apenas uma parte daquele país. d) A abolição foi uma etapa da equiparação de direitos nas sociedades norte-americana e

brasileira, pois os direitos civis foram assegurados, em ambos os países, no final do século XIX.

23. (G1 - cftmg 2014) Analise a charge publicada em 1887.

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Nela, o artista retrata o imperador Dom Pedro II como um governante omisso a) diante dos graves problemas da nação publicados pelos jornais. b) acerca das notícias sobre as pressões inglesas pelo fim do tráfico. c) frente à onda de manifestações feministas divulgadas pela imprensa. d) diante das manchetes diárias sobre a destruição das matas nacionais. 24. (Unesp 2014) A proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como chegaram a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto inesperado de uma parada militar. Os militares não foram meros instrumentos dos civis, nem foi um ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções republicanas e já vinham conspirando há algum tempo [...]. Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos de que resolveriam os problemas brasileiros liquidando a Monarquia e instalando a República.

(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república, 1987.)

O texto identifica a proclamação da República como resultado a) da unidade dos militares, que agiram de forma coerente e constante na luta contra o poder

civil que prevalecia durante o Império. b) da fragilidade do comando exercido pelo Imperador frente às rebeliões republicanas que

agitaram o país nas últimas décadas do Império. c) de um projeto militar de assumir o comando do Estado brasileiro e implantar uma ditadura

armada, afastando os civis da vida política. d) da disseminação de ideais republicanos e salvacionistas nos meios militares, que

articularam a ação de derrubada da Monarquia. e) de uma conspiração de civis, que recorreram aos militares para derrubar a Monarquia e

assumir o controle do Estado brasileiro. 25. (Fuvest 2014)

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Em seu contexto de origem, o quadro acima corresponde a uma a) denúncia política das guerras entre as populações indígenas brasileiras. b) idealização romântica num contexto de construção da nacionalidade brasileira. c) crítica republicana à versão da história do Brasil difundida pela monarquia. d) defesa da evangelização dos índios realizada pelas ordens religiosas no Brasil. e) concepção de inferioridade civilizacional dos nativos brasileiros em relação aos indígenas da

América Espanhola. 26. (Mackenzie 2014) “A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se considerar finda a Monarquia, passando o regime francamente democrático com todas as consequências da Liberdade” Assim se referiu a manchete do jornal carioca Gazeta da Tarde, anunciando a Proclamação da República no Brasil. Pode-se dizer que tal ato a) reforçou as posições conservadoras dos positivistas brasileiros, o que facilitou a ascensão

do exército, como liderança do movimento, e auxiliou na decretação de um Estado em bases religiosas e federalistas.

b) resultou da conjugação de variados fatores, destacando as insatisfações de grupos militares, camadas médias urbanas e setores latifundiários com os rumos políticos e sociais do Império no Brasil.

c) colocou fim à longa crise do Segundo Reinado, contribuindo para a emergência do populismo enquanto prática política manipuladora, voltada para a satisfação dos anseios de camadas trabalhadoras urbanas.

d) rompeu com a legalidade da sucessão ao trono, uma vez que impediu a ascensão da princesa Isabel, como governante, causando, por sua vez, revoltas populares por todo o país.

e) corroborou a busca pela modernização política do Brasil e mostrou-se decisivo para a elaboração de políticas governamentais de inserção dos ex-escravos no mercado de trabalho livre.

27. (Uece 2014) Atente para as seguintes afirmações sobre a Crise do Escravismo Brasileiro, perceptível no Segundo Reinado. I. A crise alimentou, a longo prazo, a difícil questão em torno da substituição da mão de obra,

bem como resultou na constituição de um mercado interno. II. A crise resultou na constituição de um tráfico interprovincial de escravos, das áreas

decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba. É correto afirmar-se que a) I é verdadeira e II é falsa. b) I é falsa e II é verdadeira. c) ambas são falsas. d) ambas são verdadeiras.

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28. (Cefet MG 2014) No dia 01 de janeiro de 1880, uma massa popular concentrou-se nos arredores do Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro, protestando contra a entrada em vigor de uma taxa de 20 réis, um vintém, sobre o serviço de bondes puxados a burro. O vintém era moeda de cobre, a de menor valor da época. O delegado que comandava as tropas da polícia pediu reforços ao Exército, mas, antes que a ajuda chegasse, ordenou à polícia que dispersasse a multidão a cacetadas. A um grito de “Fora o vintém!”, os manifestantes começaram a espancar condutores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar trilho. Coma chegada do Exército, alguns mais exaltados passaram a arrancar paralelepípedos e atirá-los contra os soldados. Um deles atingiu o comandante da tropa. O oficial descontrolou-se e ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são imprecisas. Falou-se em 15 a 20 feridos e em três a dez mortos. A multidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios nos três dias seguintes, o motim do vintém havia terminado. A cobrança da taxa passou a ser quase aleatória. As próprias companhias de bondes pediam ao governo que a revogasse. Desmoralizado, o ministério caiu a 28 de março. O novo ministério revogou o desastrado tributo.

CARVALHO, José Murilo de. A guerra do vintém. Disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br> Acesso em: 31 jul. 2013 (Adaptado).

A eclosão da chamada Guerra do Vintém, descrita no texto acima, está relacionada com a(o) a) descaso dos cidadãos cariocas com a conservação das vias públicas. b) aversão da população contra o monopólio português do comércio varejista. c) hostilidade do povo com o recrutamento forçado para as tropas nacionais. d) desilusão dos moradores com a atuação das forças armadas brasileiras. e) descontentamento de segmentos sociais com a carestia do transporte urbano. 29. (Uerj 2014) A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, reuniu uma multidão em frente ao Paço Imperial, no Rio de Janeiro.

Essa ideia de que as pessoas saíram correndo e comemorando, isso é lenda. Depois do 13 de maio, meu bisavô e a maioria dos escravos continuaram vivendo onde trabalhavam. Registros históricos mostram que alguns receberam um pedaço de terra para plantar. Mas poucos passaram a ganhar ordenado, e houve quem recebesse uma porcentagem do café que plantava e colhia − conta o historiador Robson Luís Machado Martins, que pesquisa a história de sua família, e a do Brasil, desde a década de 1990.

Adaptado de O Globo, 12/05/2013.

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A fotografia e a reportagem registram aspectos particulares sobre os significados da abolição, os quais podem ser associados aos seguintes fatores do contexto da época: a) crise monárquica − exclusão social b) estagnação política − ruptura econômica c) expansão republicana − reforma fundiária d) transição democrática − discriminação profissional 30. (Fgv 2014) Em contraste com a estagnação e mesmo a decadência de outras regiões do Império, o vale do Paraíba do Sul apresentava- se em franco progresso, especialmente a partir da década de 1830-1840. Em torno dos novos-ricos dessa região, formar-se-ia um novo bloco de poder, cuja hegemonia, durante muitos anos, não seria contestada.

(Hamilton M. Monteiro, Brasil Império. p. 36. Adaptado) Sobre o projeto político hegemônico, é correto considerá-lo com a) o resultado de uma ampla negociação entre as elites do Centro-Sul e as nordestinas, pela

qual o modelo político-administrativo descentralizado era aceito por todos os grupos regionais, desde que o modelo agroexportador fosse protegido em Minas Gerais, a província mais rica do Segundo Reinado.

b) uma vitória dos representantes das oligarquias que defendiam o liberalismo radical, porque no decorrer das Regências ampliou-se a autonomia das províncias e houve um alargamento dos direitos políticos, com a concessão do voto universal masculino desde 1837.

c) uma articulação bem costurada entre liberais e conservadores, desde a aprovação da Reinterpretação do Ato Adicional em 1841, que garantiu a estabilidade do poder a partir do reforço do papel do Parlamento, especialmente do Senado, e o isolamento político do imperador Dom Pedro II.

d) um processo desencadeado com o chamado Regresso Conservador, que defendia a anulação das medidas liberais presentes no Ato Adicional de 1834, o que resultou em uma série de práticas centralizadoras do poder, como a restauração do Conselho de Estado em 1841.

e) uma ação decisiva das elites nordestinas e sulinas, muito preocupadas com a possibilidade de fragmentação político-territorial em função das rebeliões regenciais, colaborando decisivamente para a reforma constitucional de 1840, que trouxe princípios federalistas.

31. (Ufpr 2014) Se, durante décadas, o dia 13 de maio foi comemorado como a data da abolição da escravidão, recentemente o dia 20 de novembro foi instituído no Brasil como o Dia da Consciência Negra. Sobre os sentidos dessas duas datas, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) O 13 de maio simboliza uma libertação conquistada pelos escravos e pelos abolicionistas

junto ao Império, que instituiu políticas de reparação aos ex-escravos e aos seus descendentes.

( ) O 20 de novembro tem se firmado como uma data que relembra a resistência escrava, pois a abolição da escravidão não ocorreu sem a luta de parte dos escravos, seja de forma coletiva organizada (quilombos), seja de forma individual (suicídio, fuga, abandono do trabalho).

( ) O 13 de maio foi resultado tanto da resistência dos escravos quanto da atuação dos abolicionistas, porém a abolição da escravidão foi um processo lento que seguiu a situação e as vontades política e econômica das elites.

( ) A razão pela demora em se estabelecer o 20 de novembro como uma data comemorativa deveu-se à escassez de indícios que confirmassem a luta política dos abolicionistas, visto que Rui Barbosa, então ministro da Fazenda do início da República, incinerou os documentos que comprovavam essas ações.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – V – F – V. b) F – F – V – V. c) F – V – V – F. d) V – F – V – V. e) V – V – F – F.

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32. (G1 - cftmg 2014) “Senhores, combatendo a ideia da emancipação direta perante o Parlamento, devo repelir uma pecha que os mais intolerantes promotores da propaganda costumam lançar sobre aqueles que, como eu, têm levantado a voz para protestar energicamente contra a imprudência e precipitação com que se iniciou esta reforma. Chamam-nos de espíritos tacanhos, que não recebem os influxos da civilização. Vós, os propagandistas não passais de emissários da revolução, de apóstolos da anarquia. Os retrógrados sois vós, que pretendeis recuar o progresso do país, ferindo-o no coração, matando a sua primeira indústria, a lavoura. Não vos lembreis de que a liberdade concedida a essas massas brutas é um dom funesto; é o fogo entregue ao ímpeto.”

ALENCAR, José de. Trecho de discurso parlamentar, 1871. Apud. FREIRE, Américo et alli. História em curso. p. 209. (Adaptado).

No contexto desse discurso, o parlamentar associa a) o avanço da educação do povo brasileiro ao processo de melhoria da tecnologia industrial. b) a atitude irresponsável da imprensa brasileira ao populismo dos deputados nacionais. c) o compromisso com a continuidade do regime de trabalho existente no país ao avanço

econômico. d) a introdução de modernas técnicas na agricultura nacional ao financiamento da imigração

europeia. 33. (Mackenzie 2014) Quem viver em Pernambuco Há de estar enganado Que ou há de ser Cavalcanti Ou a de ser cavalgado Quem for para Pernambuco Leve contas pra rezar Pernambuco é purgatório Onde a gente vai penar

(Quadrinhas populares da época) As revoluções de 1848, na Europa, marcam o fim de um ciclo revolucionário iniciado em 1789, com a Revolução Francesa. No Brasil, a Revolução Praieira, em 1848, também representou o fim das agitações políticas e sociais iniciadas com o processo de organização do Império brasileiro. A respeito desse episódio, considere as assertivas abaixo. I. É remanescente do contexto revolucionário do Período Regencial, pois marca o confronto

político entre liberais e conservadores pelo poder, porém possui uma forte conotação social, uma vez que manifesta a insatisfação das classes populares contra a concentração da propriedade fundiária.

II. A vitória dos praieiros, revoltosos pernambucanos, deu início ao processo de rejeição, por parte das elites brasileiras, ao poder centralizador monárquico.

III. A rebelião praieira foi o último movimento liberal a defender o modelo descentralizado de poder para o país.

Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I está correta. b) Somente a afirmativa II está correta. c) Somente a afirmativa III está correta. d) Somente as afirmativas I e II estão corretas. e) Somente as afirmativas I e III estão corretas. 34. (Upe 2013) Observe um trecho da letra do samba Vai passar, de Chico Buarque de Holanda: (...) aqui sambaram nossos ancestrais. / Num tempo, página infeliz da nossa história, / passagem desbotada na memória / Das nossas novas gerações. // Dormia a nossa pátria mãe

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tão distraída / sem perceber que era subtraída / Em tenebrosas transações. // Seus filhos erravam cegos pelo continente, / levavam pedras feito penitentes / erguendo estranhas catedrais. Com base no texto e nos conteúdos referentes à escravidão no Brasil imperial, assinale a alternativa CORRETA. a) A música faz referência à utilização da mão de obra escrava que sozinha ergueu as cidades

do passado. b) A música retrata os aspectos desumanos das relações sociais do passado brasileiro que

atingiam apenas os escravos. c) Mesmo considerando as dificuldades vivenciadas pelos escravos, como afirma a canção, a

conquista de sua liberdade dependia apenas dos seus esforços. d) Apesar dos sofrimentos relativos à condição escrava, era comum, no século XIX, ver, nas

grandes cidades, escravos que, por exercerem determinados ofícios, detinham uma certa autonomia.

e) Durante o século XIX, a escravidão se limitava aos africanos e a seus descendentes. 35. (Mackenzie 2013) “Apareceu a 1º do corrente [janeiro de 1888] em Piracicaba o primeiro número de uma folha trissemanal intitulada O Lavrador Paulista, e consagrada aos (...) interesses negreiros das fazendas” [interesses dos grandes proprietários de escravos]

Diário Popular (jornal de São Paulo), 03/01/1888

“O órgão escravocrata que sob este título [O Lavrador Paulista] apareceu em Piracicaba, deu três números e morreu. O povo não esteve para sustentar folhas de semelhante jaez” [espécie/qualidade/laia]

Diário Popular (jornal de São Paulo), 10/01/1888 Considerando o contexto histórico em que as notícias acima foram divulgadas, assinale a alternativa que apresente uma explicação satisfatória para a falta de apoio popular ao O Lavrador Paulista. a) No momento em que o jornal foi publicado, a população não tinha aderido ao abolicionismo,

portanto a principal causa de sua extinção foi o desinteresse popular pelos destinos reservados aos negros após a Lei Áurea, assinada naquele contexto.

b) Era consenso, naquele momento, que a abolição fosse uma questão de tempo, por isso a população não deu atenção ao jornal que defendia os interesses escravistas da burguesia cafeeira do Oeste paulista e sua indenização, caso a Lei Áurea fosse assinada.

c) O interesse escravista, predominante naquele momento, tentou influenciar as populações rurais de São Paulo a não aderirem ao abolicionismo, daí a necessidade de fundação de um jornal naquele sentido, apesar de sua extinção alguns dias depois.

d) O abolicionismo, predominante na sociedade brasileira da época contava com a adesão de diversos sujeitos sociais – camadas médias urbanas, intelectuais, políticos, jornalistas dentre outros – assim como a ação efetiva dos negros na luta pelo fim da escravidão.

e) É preciso levar em consideração, na análise, a situação financeira do município citado – Piracicaba – uma vez que, afastado dos grandes centros produtores de café, não foi possível aos seus cidadãos o financiamento do jornal citado.

36. (Ufsm 2013) Analise a afirmação a seguir. Em São Paulo a questão principal não é a liberdade do escravo. A questão séria é a substituição do trabalho. Desde que o governo cure seriamente de empregar meios que facilitem a aquisição de braços livres, os paulistas estarão satisfeitos e podem abrir mão de escravos, mesmo sem indenização [...].

Fonte: Declaração de Prudente de Moraes, em 1885, em nome do Partido Republicano Paulista (PRP). BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. SP: Ática, 2003. p. 266.

A partir dessa afirmativa, pode-se concluir que

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a) a preocupação dominante na cafeicultura paulista, no final do Império, era a diversidade de modelos de organização do trabalho.

b) a mobilização dos trabalhadores das fazendas levava a classe dominante paulista a pleitear o auxílio do Governo Central para melhor enquadrá-los no mundo do trabalho.

c) a expansão da lavoura do café exigia adequação e reorganização do modelo de organização do trabalho, para enfrentar os novos tempos.

d) a cafeicultura exigia grandes recursos de capital e de terras, enquanto a mão de obra se solucionava com o incentivo a migrações do Norte e Nordeste.

e) a campanha abolicionista, em curso na sociedade brasileira dos anos 1880, atendia às demandas humanitárias da classe dominante paulista.

37. (Fatec 2013) Observe atentamente o mapa que traz dados do primeiro Censo, realizado no Brasil em 1872. Leve em consideração que a delimitação das províncias imperiais corresponde aproximadamente à delimitação dos atuais estados da federação.

Baseando-se na proposta do IBGE a qual divide o Brasil em cinco regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste) e estabelecendo uma comparação entre elas, é correto afirmar que a porcentagem de escravos no Brasil, em 1872, era a) menor na região Sul, pois as missões jesuíticas combatiam a escravidão africana. b) menor na região Nordeste, pois naquela época a economia açucareira estava no auge. c) menor na região Norte, devido à industrialização e urbanização precoces na região. d) maior na região Centro-Oeste do que no litoral, devido à economia agropecuária. e) maior na região Sudeste, graças ao crescimento da economia de exportação de café. 38. (Ufg 2013) Analise a fotografia a seguir.

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Datada do século XIX, a fotografia retrata o cotidiano de uma fazenda produtora de café, no Rio de Janeiro. Da análise da fotografia conclui-se que a) o terreiro de secagem do café demarca o domínio da pequena propriedade na economia

escravista. b) o convívio entre distintos grupos etários anuncia a inexistência de um espaço dedicado à

infância. c) a forma do edifício indica a influência dos migrantes na produção do espaço de trabalho. d) o relevo montanhoso da região de exploração fragiliza o mercado interno voltado à produção

cafeeira. e) o apego às técnicas produtivas tradicionais impossibilita a dinamização da economia

cafeeira. 39. (Cefet MG 2013) NÃO caracteriza a sociedade brasileira na segunda metade do século XIX, a(o) a) persistência do trabalho escravo conjugada com o apoio à imigração de trabalhadores livres. b) existência de uma economia de base agrícola vinculada à dinâmica dos mercados

internacionais. c) início de um processo de urbanização acompanhado por investimentos em atividades

comerciais. d) configuração de partidos políticos defensores da estrutura latifundiária presente na economia

imperial. e) emprego de medidas protecionistas para incentivar a substituição de importações de

produtos industrializados. 40. (Uepb 2013) Quanto ao trabalho escravo no sertão paraibano, é correto afirmar: a) A captura de negros fugitivos era feita exclusivamente por autoridades policiais, que

colocavam os escravizados capturados na cadeia antes de serem entregues a seus senhores.

b) O açoitamento era considerado um crime desde o período colonial, mas na Paraíba era permitido de acordo com o Código Criminal do Império do Brasil, de 1830.

c) Os escravos negros, além das funções corriqueiras em uma fazenda, como realizar atividades domésticas (rachar lenhas, pegar água, fazer comida, entre outros serviços), eram também auxiliares de vaqueiros ou vaqueiros e trabalhavam na roça.

d) Os escravos negros da Paraíba do século XIX não desenvolveram formas de resistência porque tinham uma vida diferenciada dos escravos da zona da mata e podiam adquirir cabeças de gado já que a principal atividade era a pecuária extensiva.

e) A ausência da luta contra a escravidão no sertão paraibano levou os negros ao cangaceirismo e diversos bandos infestaram a Paraíba na segunda metade do século XIX.

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41. (Unicamp 2013) Assinale a afirmação correta sobre a política no Segundo Reinado no Brasil. a) Tratava-se de um Estado centralizado, política e administrativamente, sem condições de

promover a expansão das forças produtivas no país. b) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes Moderador e Executivo,

monopolizando os elementos centrais do sistema político e jurídico. c) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou uma proposta federalista

que já existia em momentos anteriores. d) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a Igreja e o Estado fortaleceram a

monarquia e suas bases sociais, na década de 1870. 42. (Upe 2013) Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou seja, a um ex-escravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais sofrera o cativeiro. SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª

edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157. Sobre o que afirma o texto, analise as seguintes proposições: I. Nas décadas finais do século XIX, antes da Abolição, uma parcela da população africana do

Brasil já estava liberta. II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos. III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos. IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII. V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade

de condições de vida. Estão CORRETAS a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I, II e V. d) II, III e V. e) I, IV e V.

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Gabarito: EXERCÍCIOS DE SALA Resposta da questão 1: [C] A partir da vigência da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, os cafeicultores brasileiros começaram a sofrer com a diminuição da mão de obra escrava negra no Império. O governo, então, decidiu subsidiar a vinda de trabalhadores imigrantes europeus para trabalharem nas lavouras de café do Brasil. Resposta da questão 2: [C] A partir do texto, fica clara a opinião de Joaquim Nabuco: "é no Parlamento, e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade". Resposta da questão 3: [D] Como parte do programa para suprir a falta de mão de obra escrava devido à aplicação da Lei Eusébio de Queiroz, o governo imperial brasileiro promoveu o incentivo a vinda de imigrantes para trabalhar na lavoura paulista. Portugueses, italianos e espanhóis virem em bom número para o Brasil nessa época. Resposta da questão 4: [A] Como ambos os textos deixam claro, Nabuco associou o “ter escravos” ao “constrangimento”, deixando claro que, para a sociedade do Segundo Reinado, a escravidão era uma herança moral vergonhosa. Resposta da questão 5: [A] A Guerra do Paraguai foi o maior e mais importante conflito externo que o Brasil vivenciou ao longo de sua História. Segundo o governo de D. Pedro II, era necessário impedir a política expansionista do Paraguai e guardar para a posição de hegemonia na América do Sul. As principais consequências da Guerra foram: o aumento do endividamento frente à Inglaterra e a formação de um exército mais numeroso, organizado e consciente de sua importância. A partir do final da Guerra, o exército passou a ocupar uma posição de maior importância na política do país, estabelecendo situação conflituosa com o governo imperial – a questão militar – e foi fundamental para o advento da República. Resposta da questão 6: [B] Na segunda metade do século XIX, tornou-se cada vez mais perceptível as diferenças entre setores de elite, principalmente na região sudeste. Enquanto a aristocracia tradicional, predominante no Rio de janeiro e no Vale do Paraíba, defendia a manutenção do escravismo, a elite latifundiária do oeste de São Paulo, área de maior expansão do café, defendia a abolição da escravidão, tendo sua expressão política no Partido Republicano Paulista. Resposta da questão 7: [B]

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O texto faz referência direta a importância do Direito como arma de luta pela liberdade; no entanto, ao tratar de intelectuais negros, vale lembrar que esse universo era muito limitado e, em meio a um número muito pequeno, muitos conseguirem destaque na sociedade da época, pós 1870, (a Lei do Ventre Livre é de 1871) época em o movimento abolicionista conheceu grande crescimento. Apesar de alguns negros forros (libertos) se intelectualizarem, essa foi a situação de uma minoria – normalmente destacada em livros. Resposta da questão 8: [B] A letra da música reflete uma concepção tradicional da abolição da escravidão, segundo a qual a alforria foi uma dádiva da Princesa Isabel aos escravos. Valoriza um ato heroico e de bondade da governante, visão predominante na historiografia oficial. Nas últimas décadas, a abolição é entendida como parte da luta de escravos e abolicionistas e das contradições do próprio modelo escravocrata no contexto de expansão do capitalismo. Resposta da questão 9: [D] Questão de interpretação e comparação que requer alguma atenção e mais do que conhecimento histórico, mas as novas tendências de interpretação da História. Os dois textos divergem quanto os motivos da guerra, sendo que o segundo texto apresenta uma crítica ao primeiro, ao considerá-lo “ideológico” e sem base documental. É importante lembrar que, se a História é uma ciência humana, passível de interpretações diferentes onde as ideologias têm naturalmente visões diferentes, a História deve ser escrita a partir de base documental. Resposta da questão 10: [A] O autor destaca ações de pessoas e grupos diferentes, que adotaram formas e expressões diferentes, através da imprensa, da ação voluntária ou da ação política, congregaram intelectuais, proprietários e políticos, incluindo a família real; todos com o mesmo ideal: a abolição. TAREFÃO Resposta da questão 11: [C] O texto destaca a estrutura agrário exportadora do Brasil, organizada no período colonial e que foi preservada após a independência. A manutenção de tal estrutura manteve a dependência econômica, vinculando a economia do país aos interesses ingleses, em um contexto marcado pela expansão da industrialização e de um modelo de capitalismo expansionista. Desde a independência até o segundo reinado percebe-se a presença de interesses e capitais ingleses no Brasil. Resposta da questão 12: [D] O primeiro passo efetivo e retratado na linha do tempo foi a extinção do tráfico de escravos, que forçou uma redução gradual do número de cativos, seguida duas décadas depois pelas leis que garantiram a liberdade para os nascidos de mãe escrava e para os maiores de 60 anos. O auge desse processo foi a Lei Áurea, assinada em 1888, quando apenas 5% da força de trabalho era escrava. Resposta da questão 13:

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[C] O Poder Moderador, também chamado de “o quarto poder”, era de uso exclusivo do Imperador e garantia a este a superioridade aos demais poderes, caracterizando um governo autoritário. Através do Moderador, o Imperador poderia fechar a Câmara de Deputados que representava a sociedade, apesar de seus membros serem eleitos pelo voto censitário. Portanto, representava uma elite, porém, opositora do Imperador. Resposta da questão 14: [D] Interpretação de texto, que mostra o trabalho do escravo que é responsável por tocar o sino, sineiro, independentemente do acontecimento. Pode ser um fato favorável ou não; sua função deveria ser cumprida. Resposta da questão 15: [A] A questão é sobre o “contexto” em que foi escrito o romance, o ano de 1884, final do século XIX. Nesse período, o Brasil vivia a expansão da economia cafeeira, principalmente no oeste paulista e, ao mesmo tempo, conhecia um acentuado processo de urbanização, com o desenvolvimento da indústria e de atividades paralelas, como a ferroviária e bancária, sempre estimuladas pela expansão do café e pelo capital acumulado a partir de seu desenvolvimento. A alternativa “C” está errada ao afirmar que a indústria pouco se desenvolveu. Na verdade, ela conheceu desenvolvimento acentuado, apesar de secundário diante do café. Resposta da questão 16: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A cafeicultura era o carro-chefe da economia do Segundo Reinado brasileiro e, por isso, tinha total atenção do governo. Devido à pressão inglesa pelo fim da escravidão e à consequente assinatura da Lei Eusébio de Queiroz, o governo brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes europeus para suprir a falta dos escravos nas nossas lavouras. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Como mencionado corretamente na alternativa [A], a imigração estrangeira garantia a demanda da mão de obra para a cafeicultura, substituindo a mão de obra escrava. Estão incorretas as alternativas: [B], porque o objetivo da imigração era a absorção pela cafeicultura; [C], porque a redistribuição de terras não era pertinente no século XIX; [D], porque o objetivo era a absorção da mão de obra nas fazendas, e, portanto, o povoamento do território nacional. Resposta da questão 17: [D] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] A construção da identidade nacional no período histórico mencionado se dá com a valorização da natureza tropical, como citado corretamente na alternativa [D], em que se faz apologia à paisagem quente e úmida composta pela vegetação exuberante, elementos que destoam da paisagem temperada a qual estava associada à antiga metrópole europeia. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A ideia de “identidade cultural” formou-se durante o Império, com a preocupação de valorizar os elementos típicos do Brasil, buscando certo distanciamento dos valores tradicionais portugueses. Nesse sentido o elemento indígena e a natureza são ressaltados e valorizados. Vale lembrar que o destaque dado ao índio não significa que ele foi valorizado e a cultura

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europeia desprezada, apenas que alguns aspectos da cultura indígena, como a bondade e simplicidade são mais valorizados. Resposta da questão 18: [C] A associação de datas está correta: o tráfico começa com o Ciclo do Açúcar, no século XVI, e termina em 1850 (século XIX), com a Lei Eusébio de Queiroz. Resposta da questão 19: [A] Durante e após a Guerra do Paraguai, em especial devido à dimensão do conflito, o Exército brasileiro viu sua importância e o seu reconhecimento aumentarem significativamente. Os oficiais do Exército brasileiro passaram a gozar de importância e voz dentro da sociedade nacional, o que explica, em parte, a participação do Exército na Proclamação da República. Resposta da questão 20: [C] A afirmativa [II] está incorreta porque a Proclamação da República não trouxe mudanças político-sociais profundas, uma vez que a aristocracia rural permaneceu como classe privilegiada. A afirmativa [IV] está incorreta porque, como outros eventos importantes no Brasil, a Proclamação da República também não foi popular. Resposta da questão 21: [B] O fim do tráfico intercontinental, promovido pela Lei Eusébio de Queiróz, possibilitou um deslocamento do capital da exportação do café da compra de escravos para o incentivo à industrialização, o que promoveu um maior desenvolvimento industrial no país. Resposta da questão 22: [B] Explícito no próprio texto, se os abolicionistas norte-americanos tivessem visitado o Brasil, teriam percebido que o racismo também era um problema social nosso, uma vez que nossos negros não foram inseridos na cidadania após a abolição. Resposta da questão 23: [A] A alternativa [A] está correta. Em 1887, ano da charge publicada, o Segundo Reinado (1840-1889) estava em crise devido o desgaste político e o imobilismo da monarquia, a modernização econômica gerada pelo café, a Campanha Republicana, a Campanha Abolicionista, a Questão Religiosa, a Questão Militar, a Questão Servil, entre outros. Apesar da crise generalizada, havia o sono da indiferença e do descaso com os problemas brasileiros. As demais alternativas estão incorretas. O tráfico de escravos foi abolido em 1850. Não ocorreram manifestações feministas neste contexto e não havia ainda uma preocupação ambiental. Resposta da questão 24: [D] A alternativa [D] está correta. A Guerra do Paraguai, 1865-1870, foi um divisor de águas na história do exército brasileiro. A partir deste conflito, a corporação ganhou consciência de sua importância para a nação e assumiu o ideal de “salvador da pátria”. Os políticos denominados de “casacas” criticaram esta nova postura do exército que eram os “fardados”. Assim, os jovens

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oficiais apoiados em um ideário positivista criticou a monarquia e se aproximaram de ideias republicanas. A politização de parte do exército foi fundamental para derrubar a monarquia e implantar a República. Vale afirmar que os dois primeiros presidentes do Brasil República foram militares. As proposições [A], [B], [C] e [E] estão incorretas. Não havia unidade entre o exército. Não ocorreram rebeliões republicanas nas últimas décadas do império. Não havia um projeto militar de implantar uma ditadura, o próprio Deodoro era monarquista. A proclamação da República não foi obra dos civis e sim dos militares. Resposta da questão 25: [B] O pintor Victor Meirelles pertence à Escola Romântica de Pintura. Um dos principais admiradores de sua obra foi o Imperador Pedro II, que se tornou seu mecenas em um projeto de construção da identidade nacional através de símbolos da nossa origem, como a figura dos indígenas. O quadro Moema, acima retratado, enquadra-se nesse contexto. Resposta da questão 26: [B] O texto destaca as principais crises pelas quais o Segundo Reinado passava e que culminaram com o aumento do movimento republicano e com o fim da monarquia: a insatisfação dos militares (que queriam maior participação política), a insatisfação das camadas médias urbanas (que eram a favor do abolicionismo e do republicanismo) e a insatisfação dos setores latifundiários (não satisfeitos com as Leis Abolicionistas). Resposta da questão 27: [D] A crise escravista no Brasil, cujo ápice foi a abolição da escravatura, teve início quando da aprovação da Lei Bill Aberdeen pela Inglaterra e agravou-se em 1850, com a aprovação, por aqui, da Lei Eusébio de Queiroz. Ambas as leis proibiam o tráfico internacional de escravos, impedindo a compra de novos negros. Por isso, teve início um tráfico interprovincial no Brasil, com as províncias do Nordeste exportando negros para as províncias do Sudeste. Após a aprovação das leis do Ventre Livre e dos Sexagenários, o governo brasileiro começou a traçar uma estratégia para substituir o trabalho escravo no Brasil. A imigração europeia, então, começou a ser incentivada. Resposta da questão 28: [E] Somente a alternativa [E] está correta. O texto menciona um importante movimento urbano ocorrido no Rio de Janeiro no fim do Segundo Reinado, 1880. Trata-se da “Guerra do Vintém” que contestou o aumento nas tarifas do bondinho puxado a burro. Depois de muita violência, as autoridades revogaram o aumento do tributo. As demais alternativas estão incorretas. Não se trata de conservação das vias públicas, não diz respeito à desilusão dos moradores contra a atuação do exército, nem menciona a hostilidade contra o recrutamento forçado. Resposta da questão 29: [A] A abolição foi concedida em um momento de crise do Segundo Reinado, devida, em grande parte, à própria questão abolicionista. A Princesa Isabel teria ouvido, inclusive, que “havia ganhado o jogo, mas que havia perdido o trono” ao assinar a Lei Áurea. De fato, a monarquia acabou dois anos depois da assinatura da Lei. A Lei Áurea, ao libertar os escravos, não programou socialmente o que fazer com eles, o que gerou uma grande exclusão social e a não inserção do negro na sociedade brasileira. Resposta da questão 30:

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[D] A questão faz referência aos cafeicultores do Vale do Paraíba e sua participação nos rumos políticos do Segundo Reinado, participação esta que proporcionou uma re-centralização de poder, iniciada com o Regresso Conservador e consolidada com a restauração do Conselho de Estado. Resposta da questão 31: [C] Sabe-se da importância do13 de Maio na História do Brasil, porém não ocorreu algum tipo de reparação para os ex-escravos e seus descendentes. Ao longo de todo período em que ocorreu a escravidão no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, surgiram inúmeras formas de resistências dos escravos que não eram meramente objetos e mercadorias, também eram sujeitos que procuraram se expressar apesar do chicote dos brancos. Daí que o dia 20 de novembro tem se consolidado como uma data importante. A abolição da escravidão no Brasil foi um processo lento que ocorreu ao longo do século XIX começando desde os Tratados de 1810 e culminando no 13 de Maio de 1888. De um lado havia escravos e abolicionistas e de outro os interesses políticos e econômicos da arcaica elite agrária brasileira. Embora Rui Barbosa queimasse documentos inerentes ao universo da escravidão (compra e venda) logo após 13 de Maio isto não justifica a demora em se estabelecer 20 de novembro como data comemorativa. O fato é que a República implantada no Brasil foi oligárquica e sempre procurou marginalizar os mais humildes, basta observar a constituição brasileira de 1891 que não permitia a participação política de analfabetos. Resposta da questão 32: [C] Somente a alternativa [C] tem conexão com o texto citado. Na data citada no documento, 1871, o Brasil estava inserido no Segundo Reinado, 1840-1889, sendo governado por Dom Pedro II. No âmbito econômico o café estava gerando a modernização da economia através de transportes, indústrias e a transição da mão de obra escrava para a livre com a chegada de imigrantes. Desta forma havia um intenso debate sobre a abolição da escravidão, sobretudo depois que em 1865 Abraham Lincoln aboliu a escravidão nos EUA e o Brasil passou a ser o único país escravista na América do Sul. A Campanha Abolicionista ganha corpo juntamente com a Campanha Republicana. Em 13 de Maio de 1888 foi assinada a lei Áurea colocando fim a escravidão no Brasil e em 15 de Novembro do ano seguinte foi proclamada a República Brasileira. Resposta da questão 33: [A] Gabarito Oficial: [E] Gabarito SuperPro®: [A] A afirmativa [II] de fato está errada porque os praieiros foram derrotados. Mas a afirmativa [III] também não está completamente correta, porque afirma que a Revolução Praieira foi “o último movimento liberal a defender o modelo descentralizado de poder para o país”. Se pensarmos bem, depois da Revolução Praieira, outros movimentos liberais ocorreram no Brasil, também se manifestando contra a centralização de poder. O melhor exemplo nesse sentido é o Movimento Republicano ocorrido no final do Segundo Reinado, cerca de 40 anos depois da Revolução Praieira. Por isso, considero que a melhor resposta para a questão é a alternativa [A]. Resposta da questão 34: [D] A questão trata de História e Música, situação bastante abordada em questões semelhantes às do ENEM. O aluno precisa perceber a importância do tema “escravidão” que, no século XVI, no Brasil, possuía uma questão meramente econômica; já no século XIX, o tema está associado às

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transformações ocorridas no Brasil e no mundo no que cerne à transformação das ideias política e sociais. No século XIX, no Brasil, os escravos de ganho (escravos com certa autonomia) passaram para os espaços urbanos, como as zonas portuárias e locais de grande comercialização, antes ocupados somente pela elite, dando ideia de certa liberdade. Resposta da questão 35: [D] Em 1888, o movimento abolicionista brasileiro já contava com muitos adeptos, em várias camadas sociais, o que explica a baixa adesão de interesse ao jornal que apoiava a escravidão. Resposta da questão 36: [C] O século XIX foi marcado pela expansão da lavoura cafeeira, assim como pelo aumento das pressões inglesas pela abolição do tráfico e da escravidão. Desde a metade do século houve forte estímulo à vinda de imigrantes para o trabalho na lavoura e depois dos anos 70 intensificaram-se as manifestações abolicionistas. O texto destaca a preocupação dos fazendeiros, que não se interessam pela escravidão em si, mas pela garantia de que existirá mão de obra para a lavoura. Resposta da questão 37: [E] A mineração e, posteriormente, o cultivo do café, promoveram uma migração dos escravos do Nordeste para o Sudeste a partir do século XVII. Isso, aliado ao fim do tráfico internacional, contribuiu para a concentração de negros na região Sudeste, como fica claro no mapa da questão. Resposta da questão 38: [B] A alternativa [B] é a única que podemos depreender a partir da imagem, uma vez que nela podemos observar grupos de crianças brincando em meio ao terreno de plantio de café, espaço também ocupado pelos escravos já adultos. Resposta da questão 39: [E] A política de substituições de importações no Brasil teve força apenas a partir de 1920. Resposta da questão 40: [C] O interior do Nordeste brasileiro era cenário da pecuária no Brasil colonial. Portanto, os escravos, ali, também praticavam atividades ligadas ao gado. Resposta da questão 41: [C] A maior ou menor centralização não está vinculada diretamente à expansão das forças de produção. De fato, o Imperador controlava a vida política, pois tinha em suas mãos os poderes Executivo e Moderador, mas não é possível dizer que se opunha “ao sistema eleitoral”; as eleições para o legislativo ocorriam normalmente. O movimento abolicionista e a oposição de setores religiosos ao Império enfraqueceram o poder imperial. A fundação do Partido Republicano procurou aglutinar as forças que defendiam o federalismo, ou seja, maior autonomia para as províncias, em detrimento do poder central.

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Resposta da questão 42: [C] A escravidão no Brasil teve várias nuances (negros livres, libertos, alforriados). A campanha abolicionista estava sempre presente e chegou ao seu auge no Segundo Reinado com a lei Bill Aberdeen (1845), aprovada pelo parlamento inglês (prisão de qualquer navio brasileiro que comercializasse escravos), a lei Eusébio de Queiroz (1850), que proibiu o tráfico de escravos, e com a Lei Áurea (1888), acabando com a escravidão.

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