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BIOSSEGURANÇA
AUTORA: XANA RAQUEL ORTOLAN
C A D E R N O
ESTUDO
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca da Faculdade Avantis Aline M. d’Oliveira CRB 14 – 1063
CDD 21ª ed. 620.8 Biossegurança
Ortolan, Xana Raquel O78b Biossegurança [caderno de estudo eletrônico] / Xana Raquel
Ortolan. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2017. 57p. il.
Inclui Índice ISBN: 978-85-66237-82-5 [recurso eletrônico]
1. Biossegurança. I. Faculdade Avantis. II. Título.
CADERNO DE ESTUDO
BIOSSEGURANÇAAUTORA: XANA RAQUEL ORTOLAN
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOANA LÚCIA DAL PIZZOL - [email protected]
SUMÁRIO
AUTORA ...................................................................................... 7
PLANO DE ESTUDO ...................................................................... 8
CAPÍTULO 1 ................................................................................101 BIOSSEGURANÇA...................................................................................................10
1.1 BIOSSEGURANÇA E LEGISLAÇÃO ..................................................................................................11
1.1.1 Biossegurança Legal ...........................................................................................................11
1.1.2 Biossegurança Praticada .....................................................................................................14
1.2 RISCOS OCUPACIONAIS ...............................................................................................................14
1.3 DOENÇAS INFECCIOSAS ..............................................................................................................17
1.4 ACIDENTES OCUPACIONAIS .........................................................................................................19
CAPÍTULO 2 ................................................................................232 PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA ..............................................................................23
2.1 VACINAÇÃO .................................................................................................................................24
2.1.1 Vacina contra Hepatite B ....................................................................................................24
2.1.2 Vacina SRC (Tríplice Viral) ..................................................................................................25
2.1.3 Vacina DT (dupla adulto) contra difteria e tétano .................................................................25
2.1.4 Vacina contra influenza ......................................................................................................25
2.1.5 Vacina contra Hepatite A .....................................................................................................25
2.1.6 Vacina contra Varicela (catapora) ........................................................................................26
2.1.7 Meningocócica B ................................................................................................................26
2.1.8 Meningocócicas conjugadas (C ou ACWY) ............................................................................26
SUMÁRIO
2.1.9 Vacina Pneumocócica 23v ..................................................................................................26
2.2 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ............................................................................................................27
2.2.1 Higienização simples das mãos ...........................................................................................29
2.2.2 Fricção Antisséptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas) .............................................31
2.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..................................................................................32
2.3.1 Luvas .................................................................................................................................33
2.3.2 Jaleco .................................................................................................................................35
2.3.3 Máscaras ............................................................................................................................36
2.3.4 Óculos de proteção ............................................................................................................38
2.3.5 Gorro ...................................................................................................................................38
2.3.6 Calçados .............................................................................................................................39
2.4 NOÇÕES GERAIS DE LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO ...................................................39
2.4.1 Descontaminação de ambientes ..........................................................................................39
2.4.1.1 Áreas críticas....................................................................................................................40
2.4.1.2 Áreas semicríticas ............................................................................................................40
2.4.1.3 Áreas não-críticas ............................................................................................................40
2.4.2 Limpeza ...............................................................................................................................41
2.4.3 Desinfecção .......................................................................................................................42
2.4.4 Descontaminação do material ............................................................................................43
2.4.5 Esterilização .......................................................................................................................43
2.5 MANUSEIO, ARMAZENAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .....................44
2.5.1 Segregação ........................................................................................................................46
SUMÁRIO
2.5.2 Acondicionamento ..............................................................................................................47
2.5.3 Identificação ......................................................................................................................47
2.5.4 Transporte Interno ..............................................................................................................48
2.5.5 Armazenamento Temporário ................................................................................................49
2.5.6 Armazenamento Externo .....................................................................................................49
2.5.7 Coleta e Transporte externos ..............................................................................................49
2.5.8 Tratamento .........................................................................................................................50
2.5.9 Disposição Final .................................................................................................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................52
REFERÊNCIAS ............................................................................53
AUTORA
XANA RAQUEL ORTOLAN
Sou a professora Xana Raquel Ortolan, possuo Graduação em Enfermagem pela Universidade do
Vale do Itajaí (2010), Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis (2016) e Mestrado
em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (2013). Por muito tempo participei
de pesquisas científicas nas áreas de Biologia e Comportamento e Histologia. Atualmente presido
o Comitê de Ética e a Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis, além de ser membro da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Também atuo como Membro do Núcleo
Docente Estruturante do Curso de Enfermagem da Faculdade Avantis. Minha formação me
permite lecionar nos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia da Faculdade Avantis,
nas áreas de Biossegurança, Ergonomia e Biologia Celular.
8BIOSSEGURANÇA
Ementa
Conceitos em biossegurança. Métodos e técnicas utilizadas para a proteção dos profissionais e
usuários dos serviços de saúde contra fatores de risco encontrados no ambiente de trabalho do
fisioterapeuta. Noções gerais de limpeza, desinfecção e esterilização. Manuseio, armazenamento
e descarte de resíduos de serviços de saúde. Biossegurança em biotecnologia: histórico evolutivo
da tecnologia e seu reflexo para o cidadão e para o meio ambiente. Biossegurança e educação
ambiental.
Objetivos da disciplina
f Analisar aos diferentes campos da biossegurança
f Entender a importância das práticas de biossegurança na medidas profissional do fisioterapeuta;
f Capacitar os discentes para reconhecer e desenvolver práticas laborativas e de pesquisa com segurança nos serviços de assistência à saúde com base na prevenção e manejo adequado dos processos.
PLANO DE ESTUDO
9BIOSSEGURANÇA
O PAPEL DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DO ESTUDANTE
A biossegurança tem sido caracterizada como um campo de conhecimentos e de práticas com
diferentes preocupações sociais e ambientais, que tem por objetivo conhecer, prevenir, minimizar
ou até mesmo eliminar os riscos que o trabalho científico e técnico pode oferecer à vida e ao meio
ambiente.
Embora seja um campo relativamente novo, já institui importantes desafios à gerência das
empresas públicas e privadas, principalmente aquelas que voltam sua atividade para a pesquisa
científica ou para a prestação de serviços em saúde.
Quando se trata de saúde, os desafios também são constantes na formação dos profissionais, e
por isso, a disciplina tem sido cada vez mais aplicada nos cursos técnicos e de ensino superior no
Brasil, uma vez que a biossegurança se tornou um processo funcional e operacional e fundamental
nos serviços de saúde por abordar medidas de proteção da equipe de assistência e usuários em
saúde.
Por outro lado, ainda que os profissionais executem em larga escala atividades que exijam
normas de biossegurança percebe-se que há uma fragmentação de conteúdos na formação
destes profissionais, exigindo, portanto, conhecimento e compreensão dos processos básicos
da biossegurança desenvolvidos em cursos na área de saúde, fato que articula a formação
profissional com as necessidades e as demandas da sociedade.
Assim, é através dessa disciplina que pretendemos incentivar e sensibilizar você, futuro
profissional da saúde, para as medidas de proteção da vida.
Então vamos começar?
Desejo bons estudos a você.
10BIOSSEGURANÇA
1 BIOSSEGURANÇA
Objetivo da aprendizagem
Compreender as vertentes da biossegurança e seus aspectos gerais que refletem na saúde da
população e dos profissionais da saúde.
INTRODUÇÃO
A biossegurança compreende uma área de conhecimento relativamente nova que tem crescido
em importância e abrangência, sendo as suas normas e recomendações cada vez mais difundidas.
Ainda que seja um dos temas mais debatidos atualmente, seja no campo da saúde ou no
desenvolvimento tecnológico, é importante parar para refletir:
A biossegurança pode ser definida como um conjunto de saberes direcionados para ações de
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a
VAMOS REFLETIR:
Você já se perguntou o que significa biossegurança? Em que situações do seu dia a dia você pratica a biossegurança?
CAPÍTULO 1
11BIOSSEGURANÇA
saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
Analisando o conceito apresentado pelos autores supracitados, percebemos que a Biossegurança
é uma área bastante ampla que abrange diferentes aspectos. Para que possamos entender melhor
esse conceito precisamos conhecer um pouco do contexto histórico da Biossegurança e a sua
legislação.
Vamos lá?
1.1 BIOSSEGURANÇA E LEGISLAÇÃO
A biossegurança está relacionada à prevenção de acidentes em
ambientes ocupacionais, incluindo o conjunto de medidas
técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas.
Entretanto, o tema abrange ainda o uso de técnicas de engenharia
genética, definindo a segurança e o risco para o ambiente e para
a saúde humana, associados à liberação no ambiente dos
organismos geneticamente modificados (OGMs) (PENNA, et al.
2010). De maneira geral, a biossegurança abrange o campo da
saúde e segurança do trabalho, ambiental e o da engenharia
genética.
Assim, pode-se dizer que a biossegurança possui duas vertentes. Uma compreende a Legal, que
no Brasil, trata das questões envolvendo a manipulação de OGMs e pesquisas com células-tronco
embrionárias, e a Praticada, aquela desenvolvida, principalmente nas instituições de saúde, e
que envolve os riscos presentes nesses ambientes, que se encontra no contexto da segurança
ocupacional (COSTA; COSTA, 2009).
1.1.1 Biossegurança Legal
Em relação à conceituação legal, a biossegurança começou a ser fortemente difundida na década
de 1970, após a realização de um procedimento pioneiro utilizando técnicas de engenharia
genética, com a transferência e expressão do gene da insulina para a bactéria Escherichia coli.
Figura 1. Símbolo da biossegurança. Fonte: PFARMA, 2009.
12BIOSSEGURANÇA
Essa experiência provocou forte reação da comunidade mundial de ciência, culminando com a
Conferência de Asilomar, na Califórnia, em 1974, onde foram tratadas questões acerca dos riscos
das técnicas de engenharia genética e sobre a segurança dos espaços laboratoriais e a partir da
qual, se originaram as normas de biossegurança do National Institute of Health (NIH), dos Estados
Unidos da América. Seu objetivo era o de alertar a comunidade científica, principalmente quanto
às questões de biossegurança inerentes à tecnologia de DNA recombinante (ALBUQUERQUE,
2001). A partir de então, a maioria dos países viu-se diante da necessidade de estabelecer
legislações e regulamentações para as atividades que envolvessem a engenharia genética
(ALMEIDA; VALLE, 1999).
No Brasil, a biossegurança se pauta em princípios estabelecidos pela Lei da Biossegurança
(Lei nº.11.105, de 24 de março de 2005), regulamentada pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio) integrada por profissionais de diversos ministérios e indústrias
biotecnológicas, formando uma equipe interdisciplinar.
Além de estabelecer normas e mecanismos de fiscalização que regulamentam qualquer atividade
que envolva organismos geneticamente modificados, a Lei da Biossegurança, no Brasil, também
regulamenta as pesquisas com células-tronco embrionárias.
O OGM é um organismo cujo material genético (ADN/ARN) tenha sido modificado por qualquer
técnica de engenharia genética e apesar dos benefícios que essa tecnologia pode proporcionar
à sociedade, o seu uso e disseminação geram profundas controvérsias quanto a aspectos éticos,
econômicos, sociais e, em especial, quanto aos efeitos da liberação de organismos geneticamente
modificados no meio ambiente e o seu impacto na saúde humana e animal.
Um exemplo de organismos geneticamente
modificados são os alimentos transgênicos.
Atualmente, sua comercialização tem causado muita
polêmica. Diversas empresas, produtores e cientistas
que defendem a tecnologia, afirmam que ela pode
aumentar a produtividade além de permitir a redução
dos agrotóxicos utilizados. De outro lado, ambientalistas
afirmam que é um produto perigoso por não se
conhecer seus efeitos sobre a saúde humana nem o
impacto que pode causar no meio ambiente.
Já as pesquisas com células-tronco fomentam a esperança de pessoas para encontrar o tratamento
ou até mesmo a cura de doenças como o mal de Parkinson e o Alzheimer, doenças cardíacas e
degenerativas, diabetes, distrofia muscular, entre outras.
Figura 2. Alimentos transgênicos. Fonte: Fonte: SCATOLON, 2015.
13BIOSSEGURANÇA
Assim, surgem em torno das células-tronco embrionárias discussões, visto que a nova lei permite
a utilização dessas células para fins de pesquisa e terapia, impondo, no entanto, certas condições,
tais como: que sejam embriões inviáveis; ou embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, e ainda
o consentimento dos genitores, sendo vedado qualquer tipo de comercialização. Entretanto, o
método de sua obtenção é polêmico porque a maioria das técnicas implementadas nessa área
exige a destruição do embrião. Tudo isso é ampliado pelas divergências científicas de quando a
vida humana começa.
Muitos cientistas afirmam que as células-tronco embrionárias são retiradas do embrião antes
mesmo da formação neural, ou seja, segundo essa corrente, antes da existência da vida. E mais,
tal fato, seria vantajoso, pois essa retirada salvaria inúmeras vidas (AZEVEDO, 2014).
Por outro lado, pesquisadores defendem a ideia de que a retirada embrionária mataria um ser
vivo; além disso, há poucos casos concretos de aplicações terapêuticas de uso das células-tronco
embrionárias, e; algumas características atribuídas às células-tronco embrionárias poderiam ser
suplantadas pelas células-tronco adultas (ACERO, 2010).
De fato, a ciência está a serviço da população,
principalmente quando se trata de pesquisas para
a descoberta da cura de doenças que afetam
milhares de pessoas. Muitos tratamentos
inovadores têm proposto o uso de células tronco
embrionárias para diferentes patologias, fazendo
até que pessoas que sofreram lesão na coluna
voltem a andar. Figura 3. Células-tronco Fonte: TUA SAÚDE, [s.d].
ATIVIDADE DE ESTUDOS
Você, como estudante da área da saúde, concorda que as pesquisas envolvendo células-tronco devam continuar? Faça uma leitura do artigo abaixo e discuta com seus colegas.
“Células-tronco embrionárias: implicações bioéticas e jurídicas”, escrito por Delci Gomes, em 2007. Disponível em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/bioethikos/57/celulas_tronco_embrionarias.pdf
14BIOSSEGURANÇA
1.1.2 Biossegurança Praticada
Por outro lado, a Biossegurança praticada, teve início nas décadas de 60 e 70 impulsionada
pela indústria que começou a aplicar medidas de biossegurança como estratégia para prevenir,
eliminar ou até minimizar os riscos associados às práticas laborativas.
A biossegurança tem ganhado destaque uma vez que o trabalho tem sido visto não apenas como
fonte de renda, mas também como meio de valorização individual e convívio social. Porém,
quando em circunstâncias desfavoráveis, o local de trabalho pode apresentar diversos riscos
à saúde, interferindo diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores e na biossegurança
(NUNES, [s.d]).
Neste sentido, a preparação dos profissionais em relação à legalização das políticas voltadas para
as práticas que busquem a biossegurança deve ser uma obrigação e constante alvo das empresas.
Essa formação deve ter conteúdo que abrange diversas áreas da saúde e segurança do trabalho,
respeitando as normas e resoluções da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da
Saúde (MS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre outros. Esses
órgãos reforçam constantemente, em seminários e cursos, a importância dos procedimentos de
biossegurança em saúde, com o interesse sempre voltado para os processos e riscos ocupacionais.
1.2 RISCOS OCUPACIONAIS
O conceito de risco ocupacional leva em conta o interesse dos trabalhadores e sua efetiva
participação na prevenção, análise e tratamento dos mesmos. Desta maneira, pode-se dizer que
o risco ocupacional é toda e qualquer possibilidade de que algum elemento ou circunstância
presente num dado processo e ambiente de trabalho possa causar danos à saúde, seja através
de acidentes, doenças ou sofrimento dos trabalhadores, ou ainda através da poluição ambiental
(PORTO, 2000).
G Você já parou para pensar porque muitos trabalhadores recebem adicional de insalubridade?
O adicional de insalubridade é um direito concedido aos trabalhadores que são expostos a agentes
15BIOSSEGURANÇA
nocivos à saúde, ou seja, a riscos ocupacionais.
A insalubridade é definida em função do tempo de exposição ao agente nocivo, considerando o
tipo de atividade desenvolvida pelo empregado, observando-se os limites de tolerância, as taxas
de metabolismo e respectivos tempos de exposição.
São consideradas insalubres as atividades ou operações que por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos
seus efeitos.
G Agora que você já sabe o que é um risco ocupacional, olhe ao seu redor e analise: Quais são os possíveis riscos à sua saúde que o ambiente no qual você está inserido
oferece?
G Você consegue perceber os riscos para um profissional de saúde na sua atividade laboral? É provável que você esteja pensando que o risco depende muito do ambiente de
trabalho. E você está certo!
É nesse contexto que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) elencou, através de sua norma
regulamentadora NR 9 (BRASIL, 1978b), os cinco principais riscos ocupacionais, ou seja, perigos
que incidem sobre a saúde humana e o bem-estar dos trabalhadores associados a determinadas
profissões. São eles:
Grupo I – Agentes físicos – São considerados agentes físicos as diversas formas de energia a
que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibração, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como, o infrassom
e o ultrassom.
SAIBA MAIS!
Norma Regulamentadora – Nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Estabelece as atividades e operações insalubres. Disponível em: http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-15-atividades-e-operacoes-insalubres
As NRs regulamentam e fornecem informações sobre os procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e à medicina de trabalho no Brasil.
16BIOSSEGURANÇA
Grupo II – Agentes químicos – São considerados agentes químicos as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Grupo III - Agentes biológicos – São considerados agentes biológicos os bacilos, bactérias,
fungos, protozoários, parasitas, vírus, entre outros.
Grupo IV - Agentes ergonômicos – São os agentes caracterizados pela falta de adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador. Entre os agentes
ergonômicos mais comuns estão: trabalho físico pesado; posturas incorretas; posições incômodas;
repetitividade; monotonia; ritmo excessivo; trabalho em turnos e trabalho noturno; jornada
prolongada.
Grupo V - Agentes de acidentes (mecânicos) – São
arranjos físicos inadequados ou deficientes,
máquinas e equipamentos, ferramentas defeituosas,
inadequadas ou inexistentes, eletricidade,
sinalização, perigo de incêndio ou explosão,
transporte de materiais, edificações, armazenamento
inadequado, etc. Essas deficiências podem abranger
um ou mais dos seguintes aspectos: arranjo físico;
edificações; sinalizações; instalações elétricas;
máquinas e equipamentos sem proteção;
equipamento de proteção contra incêndio; ferramentas defeituosas ou inadequadas;
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) inadequados; armazenamento e transporte de
materiais; iluminação deficiente.
Identificar os riscos ambientais em um determinado ambiente de trabalho é essencial para
a implementação de medidas com vistas à proteção dos profissionais, servindo de base para
fundamentar ações de prevenção, eliminação e/ou controle desses riscos.
Uma ferramenta muito utilizada para demonstrar os riscos ocupacionais em um ambiente
de trabalho é o Mapa de Riscos, instituído pela NR 9 (BRASIL, 1978b). Os tipos de riscos são
representados por círculos de cores e tamanhos diferentes de acordo com a gravidade envolvida.
As identificações são realizadas em uma planta baixa do ambiente avaliado. Em seguida, esse
documento é afixado em local visível para o conhecimento de todos os trabalhadores, o que
facilita o gerenciamento do risco e a implantação das medidas de biossegurança.
Figura 4. Riscos Ocupacionais. Fonte: LMIT, 2013.
17BIOSSEGURANÇA
Figura 5. Exemplo de um mapa de riscos. Fonte: MARCONDES, [s.d].
Considerando o que foi estudado até aqui, tente elencar quais riscos estão presentes na atividade
do profissional de saúde? Se você optar pela área hospitalar, consegue reconhecer esses riscos
dentro do ambiente de saúde?
Provavelmente o primeiro risco que você percebeu tenha sido o risco biológico. Isso
acontece porque em um ambiente de saúde, independente da área em que atuaremos, é inevitável
nos depararmos com a presença de microrganismos.
A própria vivência em serviços de saúde demonstra que um dos agentes de maior importância
do ponto de vista quantitativo ou de gravidades, é o agente de risco biológico, pois se não forem
devidamente controlados podem ser origem de doenças ocupacionais (CARDOSO, 2016).
É por isso que daremos destaque às medidas de biossegurança que minimizam o risco biológico
presente em nosso ambiente de trabalho.
1.3 DOENÇAS INFECCIOSAS
As doenças infecciosas podem ser definidas como qualquer moléstia causada por um agente
biológico infectante, como um vírus, bactéria ou algum outro organismo que possa ser
caracterizado como parasita.
18BIOSSEGURANÇA
O histórico epidemiológico das doenças infecciosas tem mudado significativamente graças
aos avanços de controle de doenças e saúde da população. Os grandes movimentos mundiais
de combate e controle de doenças infecciosas através da higienização básica, campanhas
de vacinação em massa e uso de antimicrobianos, que se popularizaram no século passado,
culminaram com o aumento da sobrevida populacional. No entanto, a reemergência de doenças
contagiosas e o descobrimento de novos microrganismos são uma situação real e potencialmente
perigosa (CARNEIRO, 2011).
O Brasil, juntamente com outros países em desenvolvimento, pela complexidade de suas condições
socioambientais e por sua rica biodiversidade, responde por uma quantidade representativa de
doenças infecciosas. Aliada a essa complexidade, encontra-se a extensa fronteira do país, com
outros países que apresentam de forma similar, problemas de saúde pública, surgimento de
novos vírus, e carência de infraestrutura laboratorial para gerir controles, monitoramentos e
pesquisas (CARDOSO, 2016).
Esses dados demonstram a necessidade de ampliar as redes internacionais de informação
e vigilância, a fim de enfrentar as doenças que tendem a se globalizar e de aumentar a
responsabilidade governamental na definição de políticas públicas de impacto relacionadas
à prevenção, monitoramento e controle dessas doenças, além de estabelecer medidas de
biossegurança dirigidas à proteção dos indivíduos, em especial aos mais expostos aos riscos
(CARDOSO, 2016).
As instituições de saúde vêm se deparando com várias situações de crise com a possibilidade de
introdução de microrganismos de alta periculosidade como a reintrodução da cólera, dengue,
zika, chikungunya, HIV, hepatites, tuberculose, bem como síndromes respiratórias graves.
Sabe-se que a complexidade da assistência à saúde demanda um contínuo desenvolvimento de
competências técnicas que são incontestáveis para assegurar as atividades do profissional. Além
disso, trabalhadores engajados e comprometidos são fundamentais para que haja boa adesão às
medidas de controle e prevenção de infecções (CARVALHO, 2015).
Por outro lado, é importante ressaltar que existem muitos casos documentados de transmissão
de alguns agentes infecciosos (vírus da hepatite, do HIV, varicela, bactérias causadoras da
tuberculose, entre outros) devido a acidentes com materiais de trabalho (como agulhas) e/ou
através das vias respiratórias, ambos devido à falta ou ao não uso de materiais de segurança
(equipamentos de proteção) (SILVEIRA; BRITO, 2010).
19BIOSSEGURANÇA
1.4 ACIDENTES OCUPACIONAIS
Acidentes ocupacionais ou de trabalho acontecem quando os trabalhadores sofrem algum tipo de
acidente devido à exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos. As exposições ocupacionais
a materiais contaminados são um sério risco aos profissionais em seus locais de trabalho, devido
ao grande número de materiais contaminantes existentes nesses locais (SILVEIRA; BRITO, 2010).
Estudos desenvolvidos nesta área mostram que os acidentes envolvendo material biológico
(sangue e outros fluidos orgânicos) correspondem às exposições mais frequentemente relatadas
e, em geral, são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de
transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes, sendo o vírus da imunodeficiência humana
(HIV), o da hepatite B e o da hepatite C, os agentes infecciosos mais comumente envolvidos
(BRASIL, 2006a).
As exposições a material biológico podem ser definidas como (BRASIL, 2006a):
a. Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e
cortantes;
b. Exposições em mucosas – respingos na face envolvendo boca, nariz e olhos;
c. Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – contato com pele com dermatite ou
feridas abertas;
SAIBA MAIS!
Consulte o livro “Doenças infecciosas e parasitárias” do Ministério da Saúde, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 3 milhões de trabalhadores de saúde enfrentam exposição ocupacional a vírus transmitidos pelo sangue todos os anos (OGOINA, et al., 2014).
20BIOSSEGURANÇA
d. Mordeduras humanas – são consideradas como exposição de risco quando
envolvem a presença de sangue.
Nesse contexto, as infecções ocupacionais podem ser contraídas por meio da execução de
atividades laborais com manejo de pacientes ou de agentes infecciosos ou da exposição a esses
agentes, simplesmente por estarem presentes nos ambientes de saúde; e embora sua prevenção
seja difícil, o entendimento das fontes de contaminação e da cadeia epidemiológica permite
que ações sejam direcionadas corretamente, interferindo na transmissão do agente biológico e
reduzindo a doença desencadeada por esse microrganismo (CARDOSO, 2016).
Desta maneira, é necessário estabelecer medidas de prevenção de doenças infecciosas e que
refletem principalmente em mudanças do comportamento, de posturas e do processo de trabalho
adotados.
Dentre as principais medidas institucionais que visam garantir um ambiente de trabalho seguro,
minimizando os riscos ocupacionais destacam-se:
a. Realizar treinamentos e orientações quanto aos riscos ocupacionais e às medidas
de prevenção;
b. Disponibilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC);
c. Dispor recipientes apropriados para o descarte de perfurocortantes;
d. Supervisionar o estado vacinal dos profissionais e promover campanhas de
vacinação periódicas;
e. Fornecer instruções escritas e afixar cartazes sobre os procedimentos a serem
adotados em casos de acidentes.
Já as medidas individuais compreendem:
a. Realizar o esquema completo da vacinação;
b. Adotar as Precauções Padrão - utilizar sempre luvas, óculos, máscara e avental,
quando manipulação de sangue e secreções, independentemente do diagnóstico do
paciente;
21BIOSSEGURANÇA
c. Manter atenção durante a realização dos procedimentos;
d. Manipular, com cuidado, as agulhas e instrumentos cortantes;
e. Desprezar todo material perfurocortante em recipientes adequados.
Em caso de exposição a material biológico são necessárias
medidas que auxiliam na minimização do risco de
soroconversão. Em caso de acidentes percutâneos ou
cutâneos, as medidas iniciam com a limpeza do local
atingido com água e sabão. Na exposição em mucosa, a
primeira conduta é lavar o local com solução fisiológica. A
avaliação ocupacional inicia pela anamnese, realizando-se
a caracterização do paciente fonte, análise do risco e a
notificação do acidente. Além disso, devem-se analisar
aspectos relacionados ao potencial de transmissão dos
vírus Hepatite B, Hepatite C e HIV, para que imunoglobulinas
e medicamentos sejam administrados para diminuir as
chances de infecção (BRASIL, 2006a).Figura 6. Campanha de prevenção contra acidentes por materiais perfurocortantes. Fonte: PODECAFE, 2011.
APÓS A LEITURA FAÇA UMA REFLEXÃO:
1. Quem você considera o principal responsável pelos acidentes com material biológico em um ambiente de saúde. Por quê?
2. Como profissional da área da saúde, o que você poderia fazer para minimizar os acidentes com material biológico?
22BIOSSEGURANÇA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo aprendemos sobre as duas vertentes da Biossegurança: a Legal e a Praticada.
A Biossegurança Legal, que trata de pesquisas com organismos geneticamente modificados e do
uso de células-tronco, tem gerado, nos últimos anos, grandes controvérsias e debates em relação
aos riscos e benefícios esperados com a biotecnologia, resultantes da interferência nos processos
naturais.
Por outro lado, a Biossegurança Praticada, compreende o conhecimento dos riscos ocupacionais
nas atividades laborais bem como o uso de medidas de precauções padrão e específicas para
minimizar esses riscos. Esta é a vertente da biossegurança que, na realidade, atua em conjunto
com a medicina do trabalho e a saúde do trabalhador.
Desta maneira, percebemos que, como futuros profissionais da saúde, devido à possibilidade
de atuação em diferentes áreas, temos contato direto com uma elevada heterogeneidade de
ambientes e, portanto, é importante que estejamos preparados para lidar com os riscos no
ambiente de trabalho.
O que temos percebido recentemente é que muitos profissionais de saúde ingressam no mercado
de trabalho sem terem conhecimento dos cuidados necessários para evitar a exposição aos riscos
e da rotina do serviço, permanecendo por muito tempo sem treinamento sobre os fatores de risco
presentes.
De fato, o conhecimento sobre os riscos ocupacionais é imprescindível para a realização correta
de procedimentos e técnicas de saúde, uma vez que negligenciadas as medidas de biossegurança,
o próprio profissional pode colocar a sua segurança em risco, bem como do paciente e de seus
familiares.
23BIOSSEGURANÇA
2 PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA
Objetivo da aprendizagem
Reconhecer a importância das normas e precauções padrão adotadas pelos profissionais nos
ambientes de saúde.
INTRODUÇÃO
Os profissionais de saúde devem ter consciência que no ambiente de trabalho há diferentes
situações de risco que colocam a sua saúde e a dos usuários em condições de perigo. Isso porque,
de acordo com as condições de trabalho e sua intensidade de contato com agentes etiológicos
de diferentes doenças infecciosas podem se tornar responsáveis pelos altos índices de infecção
cruzada em ambientes de saúde, principalmente nos serviços hospitalares.
Diversas são as formas de proteção que podem ser usadas em nosso dia a dia. Em seu conjunto,
as medidas de proteção são chamadas de Normas e Precauções Padrão, sendo constituídas por
cuidados e equipamentos que irão evitar o contato direto dos trabalhadores, usuários e ambiente de
trabalho com os microrganismos que poderão causar algum tipo de doença ou problema de saúde.
Com o maior conhecimento a respeito das formas de transmissão dos microrganismos e dos
meios de se evitar a contaminação de pacientes, profissionais e ambientes/equipamentos vão se
tornando mais eficazes, reduzindo, assim, a propagação das infecções.
Vamos conhecer as medidas de proteção utilizadas pelos profissionais de saúde?
CAPÍTULO 2
24BIOSSEGURANÇA
2.1 VACINAÇÃO
As vacinas são substâncias produzidas com bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou
enfraquecidos que quando introduzidas no corpo humano provocam uma reação do sistema
imunológico, o qual produz anticorpos contra aquela substância. Assim, as vacinas preparam
o organismo para que, em caso de contato com aquele agente patogênico, a doença não se
desenvolva ou se desenvolva de forma leve.
Os profissionais da área da saúde, por estarem mais expostos, possuem um risco elevado de
aquisição de doenças infecciosas, devendo estar devidamente imunizados. O profissional deve
estar atento às características da região e da população a ser atendida, pois diferentes vacinas
podem ser indicadas.
As vacinas devem ser preferencialmente
administradas nos serviços públicos de
saúde ou na rede credenciada para a
garantia do esquema vacinal, do lote e da
conservação adequada.
De acordo com o calendário de Vacinação
Ocupacional da Sociedade Brasileira de
Imunizações – 2015/2016 (SBIM, 2016)
as vacinas recomendadas para todos
os profissionais que trabalham em
instituições geradoras de saúde, seja em caráter assistencial ou administrativo são:
2.1.1 Vacina contra Hepatite B
Deve ser feita em três doses, com quatro semanas de intervalo entre a primeira e a segunda dose
e cinco meses de intervalo entre a segunda e terceira dose. Deve ser administrada no deltoide
por via intramuscular. Após dois meses do esquema vacinal completo recomenda-se a realização
do anti-HBs para confirmar soroconversão. Os indivíduos que não responderem ao primeiro
esquema vacinal deverão ser submetidos a um novo esquema vacinal com as três doses da vacina.
Figura 7. Vacinação. Fonte: ARCANJO, 2016
25BIOSSEGURANÇA
2.1.2 Vacina SRC (Tríplice Viral)
A vacina confere proteção contra caxumba, sarampo e rubéola e deve ser realizada em dose única
por via intramuscular.
2.1.3 Vacina DT (dupla adulto) contra difteria e tétano
A vacina DT é indicada para proteção de difteria e tétano em três doses por via intramuscular:
dois meses de intervalo entre a primeira e a segunda dose e quatro meses entre a primeira e
terceira dose. Requer uma dose de reforço a cada dez anos, antecipada para cinco anos em caso
de gravidez ou acidente com lesões graves.
2.1.4 Vacina contra influenza
Atua contra gripe e requer uma dose a cada ano.
Já, as vacinas indicadas para grupos específicos, são:
2.1.5 Vacina contra Hepatite A
Deve ser realizada em duas doses, no esquema 0 - 6 meses.
2.1.6 Vacina contra Varicela (catapora)
26BIOSSEGURANÇA
É recomendada somente para pessoas suscetíveis com duas doses com intervalo de um mês
2.1.7 Meningocócica B
Duas doses com intervalo de um mês. Considerar seu uso avaliando a situação epidemiológica.
2.1.8 Meningocócicas conjugadas (C ou ACWY)
Uma dose. A indicação da vacina, assim como a necessidade de reforços, dependerá da situação
epidemiológica.
2.1.9 Vacina Pneumocócica 23v
Todos os profissionais acima de 60 anos de idade ou incluídos no grupo de risco.
2.2 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
VOCÊ SABIA?
Quantas vezes você já lavou as mãos hoje? Você sabia que as mãos constituem a principal via
de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes?
Figura 8. Higienização das mãos. Fonte: SETOR SAÚDE, 2015
27BIOSSEGURANÇA
Isso acontece porque diferentes agentes biológicos causadores de doenças podem ser
frequentemente isolados nas mãos dos profissionais de saúde. A pele é um reservatório de diversos
microrganismos que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto
(pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados (BRASIL,
2007).
Na pele das mãos habitam duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota
residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por microrganismos
de baixa virulência, pouco associados às infecções transmitidas pelas mãos. É mais difícil de ser
removida, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele.
28BIOSSEGURANÇA
A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção
mecânica pela higienização das mãos.
Portanto, higienizar as mãos promove a
remoção de sujidade, suor, oleosidade,
pelos, células descamativas e da
microbiota da pele, além de prevenir
ou reduzir as infecções causadas pelas
transmissões cruzadas.
A higienização das mãos é a medida
individual mais simples e menos
dispendiosa para prevenir a
propagação das infecções relacionadas
à assistência à saúde. A Organização Mundial da Saúde recomenda cinco momentos para a
higienização das mãos, conforme Figura abaixo:
Figura 11. Higienização das mãos. Fonte: BRASIL, 2007.
O termo engloba a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a
antissepsia cirúrgica das mãos.
Considerando o vasto campo de atuação dos profissionais de saúde, daremos destaque às duas
principais técnicas de higienização das mãos: higienização simples e a fricção antisséptica.
2.2.1 Higienização simples das mãos
Figura 9. Taxa de infecções relacionadas à assistência à saúde. Fonte: WHO, 2009.
29BIOSSEGURANÇA
A higienização simples compreende o uso de água e sabonete comum. O sabonete comum não
contém agentes antimicrobianos ou os contêm em baixas concentrações, funcionando apenas
como conservantes. Os sabonetes para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob
várias formas: em barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma, favorecendo
a remoção de sujeira, substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação
mecânica.
Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e para a maioria das
atividades práticas nos serviços de saúde. Porém, a eficácia da higienização simples das mãos,
com água e sabonete, depende da técnica e do tempo gasto durante o procedimento, que está
estimado em 40 a 60 segundos.
Para garantir a eficiência da técnica de higienização simples das mãos, recomenda-se que os
seguintes passos sejam seguidos:
30BIOSSEGURANÇA
2.2.2 Fricção Antisséptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas)
Figura 11. Higienização das mãos. Fonte: BRASIL, 2007.
31BIOSSEGURANÇA
A fricção antisséptica tem o objetivo de reduzir a carga microbiana das mãos, mas não há remoção
de sujidades. Os álcoois têm rápida ação quando aplicados à pele, mas não apresentam atividade
contra esporos.
A atividade antimicrobiana em geral dos álcoois se eleva com o aumento da cadeia de carbono,
porém a solubilidade em água diminui. Somente os álcoois alifáticos que são completamente
miscíveis em água, preferencialmente o etanol, o isopropanol e o n-propanol, são usados como
produto para higienização das mãos.
O Ministério da Saúde tem recomendado a utilização de gel alcoólico preferencialmente a 70%
ou de solução alcoólica a 70% com adição de 1-3% de glicerina para evitar ressecamento da pele
(BRASIL, 2007).
Para uma técnica correta e eficaz recomenda-se que a duração do procedimento varie entre 20
a 30 segundos, aplicando-se pelo menos 3 ml do produto nas mãos, o qual pode variar com as
diferentes formulações (gel, espuma, líquido). Entretanto, se ocorrer a sensação de que as mãos
estão secas após a fricção do álcool por 10 a 15 segundos, provavelmente foi aplicado um volume
insuficiente do produto (BRASIL, 2007).
Ressalta-se que a eficácia de preparações alcoólicas para higienização das mãos é afetada por
vários fatores: tipo, concentração, tempo de contato, fricção e volume de álcool utilizado, e se as
mãos estavam molhadas no momento de aplicação do álcool.
Caro aluno, perceba que a higienização das mãos não é um processo tão simples como parece.
Se não respeitarmos a técnica e o tempo preconizados e utilizarmos produtos inadequados, a
higienização das mãos não será efetiva.
32BIOSSEGURANÇA
A figura abaixo descreve o processo de fricção antisséptica das mãos. Esses passos devem ser
seguidos criteriosamente para que o processo seja eficaz no combate a infecção cruzada.
Figura 12. Técnica para fricção antisséptica das mãos. Fonte: BRASIL, 2007.
2.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho. A Norma Regulamentadora -NR6 do Ministério do Trabalho, descreve sobre a
obrigatoriedade do fornecimento dos equipamentos de proteção individual (EPI) aos empregados,
gratuitamente, adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento (BRASIL,
1978a). Os principais EPIs em um ambiente de saúde são:
33BIOSSEGURANÇA
2.3.1 Luvas
Devem ser os EPI primordiais e indispensáveis para qualquer prática de saúde, usados sempre
por toda a equipe, em todos os procedimentos com exposição a sangue, hemoderivados e fluidos
orgânicos. Para situações que exigem maiores cuidados devem-se adotar outros materiais e, em
casos de acidente, luvas grossas de borracha devem ser usadas nos procedimentos de limpeza
e na retirada de fragmentos cortantes do chão ou de equipamentos, com auxílio de pá e escova.
Esse EPI varia de acordo com o procedimento e material a ser manipulado.
As luvas mais utilizadas nos ambientes de saúde são dos tipos:
a. Luvas de procedimento: são limpas, (não estéreis)
utilizadas durante a manipulação de objetos/materiais e
superfícies contaminadas e em procedimentos em que existe
o risco de contato com materiais biológicos como sangue,
secreções e fluídos corporais.
A Organização Mundial da Saúde (2009) faz as seguintes considerações sobre o uso de luvas de
procedimento:
a. As luvas são eficazes para prevenir a contaminação das mãos de profissionais de
saúde e para ajudar a reduzir a transmissão de agentes patogênicos.
b. A remoção incorreta das luvas pode contribuir para a transmissão de
microrganismos.
c. Se a integridade das luvas estiver comprometida (exemplo: furos), elas devem
ser trocadas o mais rápido possível.
d. O uso de loções e cremes para as mãos à base de vaselina pode afetar adversamente
a integridade das luvas de látex e algumas preparações alcoólicas para a higienização das
mãos podem interagir com pós-remanescentes nas mãos dos profissionais de saúde.
e. Deve-se evitar o uso desnecessário de luvas em situações não recomendadas.
Figura 13. Luvas de procedimento.Fonte: B4BRANDS, 2013.
34BIOSSEGURANÇA
f. O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos com
preparação alcoólica ou água e sabonete.
g. Usar luvas quando puder ser prevista a ocorrência de contato com sangue ou
outro material potencialmente infeccioso, membranas mucosas ou pele não intacta.
h. Remover as luvas após auxiliar um paciente. Não use o mesmo par de luvas para
assistir mais de um paciente.
Deve-se trocar ou remover as luvas nas seguintes situações: ao mudar de um sítio corporal
contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente; após tocar um local ou superfície
contaminada e antes de tocar um local limpo ou o ambiente de assistência.
Evite usar, novamente, o mesmo par de luvas.
b) Luvas cirúrgicas: são estéreis, utilizadas durante
a realização de procedimentos invasivos (como
cirurgias) e manipulação de material estéril
(curativos, suturas, entre outros).
c) Sobreluvas: podem ou não ser estéreis; são utilizadas em
procedimentos em que existe o risco de contato com materiais
biológicos ou para proteção da luva de procedimento ao tocar
demais objetos/equipamentos.
d) Luvas de borracha: estão indicadas para limpeza de materiais e de ambiente.
Figura 14. Luvas cirúrgicas estéreis. Fonte: CMS, [s.d]
Figura 15. Sobreluvas. Fonte: UNICAMP, [s.d].
35BIOSSEGURANÇA
2.3.2 Jaleco
O Center for Disease Control and Prevention – CDC (2003) recomenda utilização de jalecos a
fim de fornecer uma barreira de proteção contra acidentes e incidentes e reduzir a transmissão
de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da
exposição a sangue e fluidos corpóreos, respingos e derramamento de material infectante ou de
outros tipos de agente de risco.
Para o uso de jaleco, recomenda-se:
• O jaleco deve ser preferencialmente de cor clara, ter colarinho alto e mangas
longas, podendo ser de pano, descartável (em caso de procedimento cirúrgico); ou
impermeável para limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos e ambientes.
• O jaleco deve ser fechado ou apresentar-se com todos os botões fechados;
• A troca do jaleco deverá ser diária ou sempre que for contaminado por fluidos
corpóreos;
• Após a remoção do jaleco, deve-se fazer a lavagem das mãos;
• Após uso, o jaleco deverá ser retirado e colocado em um saco plástico para
posterior lavagem ou descarte;
• A lavagem do jaleco e das roupas brancas de trabalho deverá ser realizada em
um recipiente específico e separado das demais roupas. Na lavagem, deve-se utilizar água,
sabão e hipoclorito de sódio a 1%;
• O jaleco deve ser usado apenas dentro do ambiente de trabalho e retirado sempre
que sair do ambiente de saúde.
36BIOSSEGURANÇA
Você deve ter se lembrado de algumas situações corriqueiras e que provavelmente você já
presenciou. A partir da leitura que fizemos até aqui, sobre as diferentes doenças infecciosas, qual
é a sua opinião sobre a Figura abaixo?
Você sabe se em seu Estado existe alguma legislação sobre o uso e jaleco nas ruas? Se existir, você
acha que ela está sendo cumprida? Procure saber e discuta com seus colegas.
2.3.3 Máscaras
A máscara é uma barreira de uso individual que deve cobrir o nariz e a boca. É indicada para
proteger o profissional de infecções por inalação de gotículas transmitidas a curta distância e
pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias;
além de minimizar a contaminação do ambiente com secreções respiratórias geradas pelo próprio
profissional ou pelo paciente em condição de transporte (BRASIL, 2009).
As máscaras também podem ser de vários tipos, de acordo com a necessidade de uso; as mais
comuns em ambientes de saúde são:
VOCÊ SABIA?
Você sabia que em muitos Estados do Brasil, algumas leis foram sancionadas a respeito do uso de jalecos fora dos ambientes de trabalho? Algumas até preveem multas para os profissionais que descumprirem a lei.
Figura 16. Uso de jalecos fora do ambiente de saúde. Fonte: RIBEIRO, 2011
37BIOSSEGURANÇA
a. Máscara cirúrgica (de uso único, sendo
desprezada após o uso): tem como função a proteção
do profissional (boca e nariz): contra gotículas
(respingos) contaminadas provenientes da boca
(tosse, espirro, fala) de usuários, respingos durante a
limpeza de materiais e equipamentos durante suas
atividades e no manuseio de produtos químicos ou
em locais onde haja o risco de entrar em contato com
estes tipos de produtos.
b. Máscara N95 ou PFF2: é uma máscara com mais camadas
de material, tendo uma capacidade de filtração maior
(partículas menores – aerossóis) que a cirúrgica; pode ser
utilizada por períodos maiores do que a máscara comum,
desde que seca, íntegra e limpa. São utilizadas em situações
especiais, como por exemplo, por profissionais de saúde em
isolamento de pacientes com tuberculose, sarampo, varicela,
etc.
Para o uso de máscaras devem ser seguidas as recomendações:
• Devem ser de tamanho ideal para cobertura de toda a boca e todo nariz, com
permissão de respiração normal e sem irritar a pele.
• Qualquer adorno (piercing) presente na face deverá ser removido ou coberto
com micropore® antes da colocação da máscara;
• Falar o mínimo quando a estiver usando; em caso de espirro, tosse ou
umedecimento, a máscara deve ser substituída;
• A máscara facial não deve ser usada fora da área de atendimento nem ficar
dependurada no pescoço;
• Para sua remoção, a máscara deve ser manuseada o mínimo possível tendo em
vista sua grande contaminação.
Figura 17. Máscara cirúrgica. Fonte: PROLAB, [s.d].
Figura 18. Máscaras N95 ou PFF2. Fonte: SESMT -USP, [s.d].
38BIOSSEGURANÇA
2.3.4 Óculos de proteção
Os óculos protegem os olhos do profissional contra respingos
contaminados provenientes da boca (tosse, espirro, fala)
de pacientes, respingos durante a limpeza de materiais e
equipamentos, durante suas atividades e no manuseio de
produtos químicos (SILVEIRA; BRITO, 2010).
Os óculos devem apresentar uma vedação periférica, boa
adaptação marginal e não devem ser utilizados fora do
ambiente de trabalho. Após o uso, devem ser lavados com
água e sabão ou submetidos à desinfecção por álcool 70%,
utilizando-se luvas de borracha grossa. É importante lembrar
que os óculos de correção visual não substituem os óculos de proteção.
2.3.5 Gorro
O gorro deve ser utilizado em caso de exposição dos cabelos e couro cabeludo à matéria orgânica
ou produtos químicos, bem como proteção ambiental a escamas do couro cabeludo e cabelos.
Normas de uso do gorro:
a. Os gorros devem cobrir todo o cabelo, não
podendo ficar parte sem proteção;
b. Os brincos ou piercing devem ser retirados
antes da colocação do gorro;
c. Devem ser utilizados durante a limpeza de
instrumentais e desinfecção de superfícies;
d. Deve ser de preferência descartável e trocado a cada turno de trabalho.
2.3.6 Calçados
Figura 19. Óculos de proteção. Fonte: SESMT – USP, [s.d].
Figura 20. Gorro. Fonte: MEDJET, [s.d].
39BIOSSEGURANÇA
Os calçados utilizados em um ambiente de saúde devem ser preferencialmente brancos, de
material impermeável, fechados e com solado antiderrapante.
2.4 NOÇÕES GERAIS DE LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO
Os microrganismos podem ser transmitidos de pessoa para pessoa ou através de superfícies
e equipamentos de uso comum do serviço. Portanto, além de todas as medidas já descritas
acima, outras formas de prevenir a transmissão de microrganismos consistem na limpeza, na
desinfecção e na esterilização adequada do material a ser utilizado para os procedimentos bem
como na limpeza e desinfecção do ambiente.
2.4.1 Descontaminação de ambientes
Quando nos referimos aos processos de descontaminação de ambientes precisamos entender
que as áreas dos serviços de saúde são classificadas em relação ao risco de transmissão de
infecções com base nas atividades realizadas em cada local. O objetivo dessa classificação é
orientar as complexidades, a minuciosidade e o detalhamento dos serviços a serem executados
nesses setores, de modo que o processo de limpeza e desinfecção de superfícies esteja adequado
ao risco (BRASIL, 2012).
Portanto, considerando o risco potencial para a transmissão de infecções, podemos classificá-las
em áreas críticas, semicríticas e não-críticas (BRASIL, 2002).
2.4.1.1 Áreas críticas
Figura 21. Centro cirúrgico hospitalar. Fonte: PANORAMA HOSPITALAR, 2013.
40BIOSSEGURANÇA
São os ambientes onde existe risco
aumentado de transmissão de infecção,
onde se realizam procedimentos de
risco ou onde se encontram pacientes
imunodeprimidos. São exemplos
desse tipo de área: Centro Cirúrgico
(CC), Centro Obstétrico (CO), Unidade
de Terapia Intensiva (UTI), Unidade
de Diálise, Unidade de Queimados,
Unidades de Isolamento.
2.4.1.2 Áreas semicríticas
São todos os locais ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade
e doenças não infecciosas. São exemplos desse tipo de área: enfermarias e apartamentos,
ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredores, clínicas de fisioterapia.
2.4.1.3 Áreas não-críticas
São todos os demais compartimentos dos estabelecimentos assistenciais de saúde não ocupados
por pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco. São exemplos desse tipo de área:
vestiário, copa, áreas administrativas, almoxarifados, secretaria.
Embora essa classificação seja questionável, ela pode nortear os serviços de saúde quanto ao tipo
e a frequência do processo de contaminação a ser utilizado em cada área. Dentre os processos de
descontaminação para os ambientes de serviços de saúde podemos citar a limpeza e a desinfecção.
2.4.2 Limpeza
41BIOSSEGURANÇA
A limpeza consiste na remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando-
se meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em um determinado
período de tempo (BASSO, 2004). O uso de desinfetantes limita-se à presença de matéria orgânica.
Existem dois processos de limpeza:
• Limpeza concorrente: É o procedimento de limpeza realizado, diariamente, em
todas as unidades dos estabelecimentos de saúde com a finalidade de limpar e organizar
o ambiente, repor os materiais de consumo diário (por exemplo, sabonete líquido, papel
higiênico, papel toalha e outros) e recolher os resíduos, de acordo com a sua classificação
(BRASIL, 2012).
Figura 22. Frequência da realização da limpeza concorrente de acordo com a área. Fonte: BRASIL, 2012.
• Limpeza terminal: Trata-se de uma limpeza mais completa, incluindo a limpeza
de paredes, pisos, teto, equipamentos, todos os mobiliários como camas, colchões,
macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição, armários, bancadas, janelas, vidros,
portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar condicionado (YAMAUSHI; LACERDA;
GABRIELLONI, 2000).
Figura 23. Frequência da realização da limpeza terminal de acordo com a área. Fonte: BRASIL, 2012.
2.4.3 Desinfecção
A desinfecção é o processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos patogênicos
42BIOSSEGURANÇA
de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos. Tem a finalidade de
destruir microrganismos das superfícies de serviços de saúde, utilizando-se solução desinfetante
(BRASIL, 2012).
Os principais desinfetantes utilizados para desinfecção de ambientes e superfícies de saúde são o
álcool, os compostos liberadores de cloro ativo e o ácido peracético.
Os alcoóis etílico e o isopropílico são os principais desinfetantes utilizados em serviços de saúde,
podendo ser aplicado em superfícies ou artigos por meio de fricção. Sua ação é considerada de
nível médio, sendo bactericida, virucida, fungicida e tuberculocida, por meio da desnaturação
das proteínas que compõem a parede celular dos microrganismos. Sua concentração varia entre
60% e 90% em solução de água volume/volume. Possui como desvantagens a inflamabilidade,
volatilidade, opacificidade de acrílico, ressecamento de plásticos e borrachas e da pele (BRASIL,
2012).
Dentre os compostos liberadores de cloro ativo mais utilizados está o hipoclorito de sódio.
Possui ação de nível intermediário, sendo bactericida, virucida, fungicida e tuberculicida, em
concentrações próximas a 1,0%. Possui como desvantagens: instável (afetado pela luz solar,
temperatura >25ºC e pH ácido). Inativo em presença de matéria orgânica; corrosivo para metais;
odor desagradável, e pode causar irritabilidade nos olhos e mucosas (BRASIL, 2012).
O ácido peracético age por desnaturação das proteínas alterando a permeabilidade da parede
celular, oxidando as ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas e enzimas. Tem uma ação de
alto nível, bastante rápida sobre os microrganismos, inclusive sobre os esporos bacterianos em
baixas concentrações de 0,001 a 0,2%. É efetivo em presença de matéria orgânica. Apresenta
baixa toxicidade. Desvantagens: é instável principalmente quando diluído, corrosivo para metais
(cobre, latão, bronze, ferro galvanizado) e sua atividade é reduzida pela modificação do pH
(BRASIL, 2012).
VOCÊ SABIA?
As superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir em cerca de 99% o número de microrganismos, enquanto as superfícies que foram apenas limpas os reduzem em 80% (RUTALA, 2004).
43BIOSSEGURANÇA
2.4.4 Descontaminação do material
Quando tratamos de descontaminação dos materiais utilizados em ambiente de saúde devemos
compreender que esse processo compreende três etapas fundamentais: limpeza, desinfecção e
esterilização.
Já vimos anteriormente os conceitos de limpeza e desinfecção, bem como os produtos
desinfetantes utilizados na desinfecção de ambientes, e estes, podem ser utilizados também na
descontaminação de materiais.
Por outro lado, alguns materiais utilizados em procedimentos de saúde, necessitam de um
processo de descontaminação mais eficiente: a esterilização.
2.4.5 Esterilização
A esterilização é o processo pelo qual os microrganismos são eliminados de maneira que não
possam ser detectados no meio padrão de cultura em que previamente haviam proliferado.
De acordo com Brasil (2001) a esterilização pode ser realizada por:
a) Processos químicos: através da imersão dos artigos em substâncias líquidas esterilizantes
como o glutaraldeído e o ácido peracético. Devido à dificuldade de manuseio dos materiais
esterilizados, este não é o método de esterilização mais indicado.
b) Processos físicos: Utilizam calor em diferentes formas e alguns tipos de radiação para esterilizar
artigos. Por exemplo: vapor saturado ou úmido (autoclave), calor seco (estufa) e por raios gama.
c) Métodos físico-químicos: Através do óxido de etileno (ETO) e Peróxido de Hidrogênio.
2.5 MANUSEIO, ARMAZENAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
VAMOS REFLETIR:
O que você tem feito para minimizar a produção dos resíduos em casa? Você tem o costume de separar o seu lixo?
Figura 24. Segregação incorreta de resíduos. Fonte: CAPELAS, 2013.
44BIOSSEGURANÇA
De acordo com os dados da ABRELPE (2014), a geração total de resíduos no Brasil, em 2014, foi de
aproximadamente 78,6 milhões de toneladas, e embora cerca de 65% dos municípios registrarem
alguma iniciativa em relação à coleta seletiva, muitas vezes estas atividades resumem-se à
disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores,
que não abrangem a totalidade do território ou da população do município.
Para piorar a situação, 58,4% dos resíduos teve destinação final adequada, porém, 29.659.170 de
toneladas seguiram para lixões ou aterros controlados, os quais, do ponto de vista ambiental,
pouco se diferenciam dos lixões, pois não possuem o conjunto de sistemas necessários para a
proteção do meio ambiente e da saúde pública (ABRELPE, 2014).
Os resíduos de serviços de saúde (RSS) são denominados de resíduos contaminantes que, se
gerenciados de maneira inadequada, apresentam riscos potenciais à saúde pública e ao meio
ambiente.
A ANVISA através da Resolução 306/2004 (BRASIL, 2004) define como geradores de RSS todos
os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de
assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde;
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia
e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de
manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de
zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores
de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde;
G E os resíduos de serviços de saúde, você já se perguntou o que acontece com eles?
45BIOSSEGURANÇA
serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares.
Considerando a variedade de ambientes
em que o profissional da saúde pode atuar,
é imprescindível que você entenda o que
significa gerenciar os RSS.
O gerenciamento dos RSS constitui-se em
um conjunto de procedimentos de gestão,
planejados e implementados a partir de
bases científicas e técnicas, normativas
e legais, com o objetivo de minimizar a
produção de resíduos e proporcionar aos
resíduos gerados, um encaminhamento
seguro, de forma eficiente, visando a
proteção dos trabalhadores, a preservação
da saúde pública, dos recursos naturais e
do meio ambiente (BRASIL, 2004).
Para que o gerenciamento seja
garantido ele deve abranger todas as etapas
de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos
humanos envolvidos no manejo dos RSS.
O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra
e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas
(BRASIL, 2004):
2.5.1 Segregação
Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as
Figura 25. Dados do RSS no Brasil. Fonte: WALTRICK, 2011.
46BIOSSEGURANÇA
características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Os resíduos
podem ser classificados em (BRASIL, 2004):
a. Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que
representam risco à saúde e ao meio ambiente. Como exemplos, temos: sangue, secreções,
excreções e outros fluídos orgânicos, placas e lâminas de laboratório, carcaças de animais,
entre outros.
b. Grupo B - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar
risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
c. Grupo C - Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é
imprópria ou não prevista.
d. Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico
à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Figura 26. Coleta seletiva de resíduos domiciliares. Fonte: WIKIPÉDIA, 2016.
e. Grupo E - Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas,
lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas;
e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea
47BIOSSEGURANÇA
e placas de Petri) e outros similares.
2.5.2 Acondicionamento
Consiste no ato de embalar os resíduos segregados
em sacos ou recipientes que evitem vazamentos
e resistam às ações de punctura e ruptura. A
capacidade dos recipientes de acondicionamento
deve ser compatível com a geração diária de cada
tipo de resíduo, sendo proibido o seu esvaziamento
ou reaproveitamento.
Os sacos devem estar contidos em recipientes de
material lavável, resistente à punctura, ruptura
e vazamento, com tampa provida de sistema de
abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento. Os
resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível
com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.
2.5.3 Identificação
Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos
sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. A identificação deve
estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa,
nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de
fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos
parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas
à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.
Figura 27. Coletor para material perfurocortante. Fonte: DESCARPACK, [s.d].
48BIOSSEGURANÇA
Figura 28. Identificação dos RSS. Fonte: BRASIL, 2006b.
2.5.4 Transporte Interno
Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento
temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em
horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de
visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades.
49BIOSSEGURANÇA
2.5.5 Armazenamento Temporário
Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local
próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o
deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa.
Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso,
sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.
A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas
e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto
de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores,
para o posterior traslado até a área de armazenamento externo.
2.5.6 Armazenamento Externo
Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em
ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.
2.5.7 Coleta e Transporte externos
Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de
tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições
de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente,
devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.
2.5.8 Tratamento
Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos
50BIOSSEGURANÇA
riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes
ocupacionais ou de dano ao meio ambiente.
O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento,
observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento
gerador e o local do tratamento.
2.5.9 Disposição Final
Consiste na disposição de resíduos no
solo, previamente preparado para recebê-
los, obedecendo a critérios técnicos de
construção e operação e com licenciamento
ambiental.
Você deve ter percebido que o processo de gerenciamento dos RSS é bastante complexo e
compreende diferentes etapas que são obrigatórias para o correto manejo desses resíduos.
Portanto, a Resolução RDC 306/2004, determina que todo gerador de RSS deve elaborar seu
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). O PGRSS é um documento
que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas
características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes
à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e
disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
Além disso, O PGRSS deve contemplar as medidas preventivas e corretivas de controle integrado
de insetos e roedores, as rotinas e processos de higienização e limpeza em vigor no serviço, as
ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes, as ações referentes aos processos
de prevenção de saúde do trabalhador e o desenvolvimento e a implantação de programas de
capacitação abrangendo todos os setores geradores de RSS, os setores de higienização e limpeza.
Figura 29. Aterro Sanitário em Itajaí (SC). Fonte: AMBIENTAL, [s.d].
51BIOSSEGURANÇA
ATIVIDADE DE ESTUDOS
Você pode tentar elaborar um PGRSS fictício. Essa atividade é importante para que você aprenda sobre todos as etapas de elaboração deste documento. Além disso, poderá servir como modelo para o seu ambiente de saúde.
Para elaborar seu PGRSS consulte a Resolução 306/2004 disponível no link http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/res_306.pdf
52BIOSSEGURANÇA
Caro aluno, chegamos ao final do nosso caderno. Espero que você tenha percebido a importância
das práticas de biossegurança nas atividades do profissional de saúde. Sabemos que, nos
últimos anos, o conhecimento científico aplicado às ações de gerenciamento e controle de riscos
ocupacionais vem crescendo constantemente e que a adoção de medidas, como a vacinação,
higienização das mãos, o uso de EPIs, a utilização correta de processos de descontaminação e do
manejo dos resíduos de saúde garantem a qualidade na assistência à saúde através do cuidado
seguro.
Por outro lado, o grande problema para minimizar os riscos presentes nas atividades do profissional
da saúde, não está nas tecnologias disponíveis e sim no comportamento dos profissionais da
saúde que, muitas vezes, acabam negligenciando as normas de biossegurança.
O desafio atual, além de saber o que deve ser feito é também o de conseguir aliar essas práticas ao
cumprimento das normas de precaução padrão e específicas com base na instituição de sistemas
gerenciais embasados cientificamente.
Portanto, existe a constante necessidade de ampliar a educação profissional para o setor saúde,
com foco na biossegurança, que é um produto social, condicionado por um conjunto de práticas
sociais e culturais que influenciam às questões relacionadas a biossegurança, positiva ou
negativamente.
Assim, para que se garanta a correta aplicação das medidas de biossegurança nos serviços de
saúde é necessário o investimento em educação continuada, gerando novos saberes que unam a
teoria e a prática.
Os serviços de saúde públicos e privados precisam dispor de métodos que ampliem a
percepção do risco e que promovam a participação dos profissionais da saúde, o que favorece o
compartilhamento de responsabilidades e a mudança para uma cultura prevencionista na área
da biossegurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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