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1 Instituto Internacionalde Educação do Brasil – IEB André Tomasi CADEIA DE VALOR DA CASTANHA DO BRASIL NO MUNICÍPIO DE LÁBREA/ AM Realização Apoio

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IEB

André Tomasi

CADEIA DE VALOR DA CASTANHA DO BRASIL NO MUNICÍPIO DE LÁBREA/ AM

Realização Apoio

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Apoio ao fortalecimento das cadeias de valor sustentáveisno sul do Amazonas

PROJETO +VALOR

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INSTITUTO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO BRASIL – IEB

Cadeia de Valor da Castanha do Brasil no Município de Lábrea/ AM

André TomasiDezembro de 2016

Realização Apoio

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1. INTRODUÇÃO Existe um interesse nacional e internacional considerável em torno da promoção dos produtos florestais não-madeireiros (PFNMs) como estratégia de conservação das florestas tropicais e manutenção dos modos de vida e culturas particulares atrela-das ao extrativismo. A castanha-do-Brasil é um PFNM clássico e apenas na Amazônia brasileira, para o ano de 2015, mais de 45 mil toneladas foram coletados, com vendas acima de R$ 100.000.000, sendo que em Lábrea a produção, para o mesmo período, gi-rou em torno de 800 toneladas, totalizando, em termos financeiros, aproximadamente R$ 1.600.000 (IBGE, 2016¹) – isso segundo dados oficiais... Por meio de dados aferidos com atores locais do município de Lábrea, em entrevistas individuais semiestrutura-das, a produção pode chegar à 2.070 toneladas e a divisa alavancada gira em torno de R$ 15.773.400,00.²

O município de Lábrea encontra-se no limite sul do estado do Amazonas, localizado numa zona de fronteira entre os estados do Acre e Rondônia, sendo circundado a leste pelas BR 319 (Porto Velho – Manaus) e BR-230 (Transamazônica) e a oeste pelo rio Purus. O município constitui-se num mosaico de unidades territoriais, áreas pro-tegidas e áreas não destinadas ainda não ordenadas e consolidadas, respondendo atualmente pelas maiores taxas de desmatamento da Amazônia brasileira (INPE, 2015; ALENCAR et. al., 2016).

O sul-sudoeste de Lábrea está inserido num contexto diferente da sede municipal ou de regiões ribeirinhas interiorizadas do município; caracteriza-se, atualmente, por ser o prolongamento dos vetores de pressão oriundos do corredor da BR-364, que rasga a divisa entre Rondônia, Amazonas, Acre e a Bolívia, além de ser um prolongamento das fazendas de gado de sua vizinha Boca do Acre. É uma região que envolve maze-las e ingerências típicas do front de expansão da fronteira do desmatamento, como a evasão de divisas, extração seletiva ilegal de madeira, grilagem de terras públicas, aumento da atividade pecuária e conflito agrário.

Por outro lado, as porções norte-nordeste (limite com o município de Tapauá), oeste (limite com o município de Pauini) e as áreas mais centrais do município (repletas de UCs e Tis) são regiões que ainda resguardam grandes maciços florestais, abrigan-do modos de vida tipicamente amazônicos ligados ao extrativismo e ao conjunto de hábitos e costumes ribeirinhos. São destas áreas mais remotas e “ interiorizadas” da onde partem os principais PFNM de Lábrea, como a castanha-do-Brasil.

1. Iremos contrapor tais números com dados primários levantados entre os dias 02 e 08 de Agosto de 20162. A construção do cálculo de produção e rentabilidade: ver o item abaixo “Estimativa de Extrativistas Envolvidos na Atividade e Estimativa Total Produção Castanha em Lábrea”

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Atualmente, em Lábrea, é notória a tensão e fricção entre estes modelos econômicos e modos de vida que dualizam sistemas produtivos e usos da terra antagônicos: de um lado a pecuária de corte – com o desmatamento -, e do outro o extrativismo – com premissas conservacionistas. Apostar em mecanismos e processos de valorização das cadeias de valor da sociobiodiversidade, e consequentemente dos PFNMs, que depen-dam da manutenção da integridade territorial, e consequentemente florestal, é empe-nhar-se em consolidar alternativas econômicas locais e regionais ao desmatamento.

Esta nota técnica contempla uma visão plural dos atores locais labrenses sobre a ca-deia de valor da castanha-do-Brasil; são eles: Astrogildo – COOPMAS, Gisele – IDAM, Gustavo e Diogo – OPAN, Luís Fernandes e Zé Bajaga – FUNAI, Raimundo Falcão - Insti-tuto Desenvolver, Silvério - APADRIT RESEX Ituxi, Zé Maria – ATAMP RESEX Médio Purus

O recorte espacial ancora-se nas redes e processos das chamadas, aqui, de áreas “ interiorizadas” do município, preponderantemente aquelas localizadas no mosaico de UCs e Tis. A escala temporal está alicerçada nas últimas três safras do produto: 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016.

A complementaridade e síntese da cadeia de valor da castanha-do-Brasil em Lábrea ainda carece de um sobrevoo sobre seus elos e arranjos na porção sul do município, aquela associada ao conjunto de vetores oriundos do front do desmatamento de Ron-dônia e Acre. Sabe-se que nesta região, em virtude do fluxo e eixo de escoamento da BR-364, desenvolve-se também a cadeia da castanha, integrando o sul do Amazonas, Acre, a Ponta do Abunã em Rondônia e Bolívia (atualmente o maior exportador mun-dial do produto e que atualmente representa um forte comprador local). Estima-se - sem ainda uma confirmação acurada e contra posta entre várias fontes - uma pro-dução em torno de 60.000 latas, que chegam a valores superiores a R$ 50,00/ lata.

2. A CADEIA DE VALOR DA CASTANHAEM LÁBREA: VISÃO GERAL

A rede de extração e compra da castanha inicia-se pela demanda das indústrias de be-neficiamento voltadas ao mercado interno brasileiro e outras conectadas ao mercado de exportação, localizadas, sobretudo, no estado do Pará. Estas indústrias, projetando a demanda do mercado por meio de contratos assinados previamente a safra, viabili-zam seus compromissos e negócios injetando capital em atores locais habitualmente conhecidos por marreteiro/ regatão/ atravessador. Este, numa simplificação, atua em

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dois níveis: aquele atravessador(-regional-“patrão”), que é bancado pelas indústrias, que, por sua vez, financia outro atravessador(-local-”patrãozinho”). Este último, ao seu turno, viabiliza a atividade extratora das famílias castanheiras - com mantimen-tos, gêneros alimentícios e gasolina -, numa modalidade de aviamento muito similar àquela praticada desde o fim do século XIX. Resumidamente, a sucessão das classes/ elos envolvidos na cadeia dá-se da seguinte forma: indústria – patrão – patrãozinho – extrativista.

A cadeia de valor da castanha em Lábrea conecta-se, em termos regionais com indús-trias e patrões de Humaitá, Porto Velho, Bolívia, Óbidos, Santarém, Belém e Manaus.

Nos é relatado que na RESEX Médio Purus, por exemplo, quem comanda e dita os preços são os atravessadores, que dominam entre 80% a 90% do fluxo comercial da castanha dentro da UC.

Além do aviamento, modalidade histórica de financiamento informal da produção cas-tanheira local, a Cooperativa Mista Agroextrativista Sardinha (COOPMAS) também atua no município como importante ator da cadeia: desde a financeirização da atividade (viabiliza capital de giro às famílias em moldes similares ao aviamento), passando pelo beneficiamento da castanha (micro usina de processamento local), até a busca por mercado (comercialização e contratos).

Entretanto, há uma disparidade de participação entre os atravessadores e a Coope-rativa no que diz respeito ao montante de capital de giro empregado na cadeia. A ca-pacidade de investimento dos atravessadores em Lábrea, dependendo do ano, chega a ser entre 4 e 5 vezes maior do que a COOPMAS, mostrando a alta rentabilidade do produto e a força do setor privado nas negociações.

O grande atravessador da região é o sr. Dário Pantoja (de Óbidos/ Santarém) que é o ator majoritário de financiamento dos “patrãozinhos” de Lábrea. O poder de investi-mento deste ator na cadeia da castanha municipal é muito grande. Enquanto a COO-PMAS, em 2015 investiu, com capital de giro para o financiamento prévio da produção (“adiantamento”) algo em torno de R$ 1,5 milhão, o sr. Dário Pantoja, que possui uma indústria de beneficiamento para exportação no Pará, financiou, com o adiantamento aos patrãozinhos, algo em torno de R$ 7 milhões.

Portanto, se pensarmos em termos de capitalização, a COOPMAS representa 18% do investimento e compra da cadeia, enquanto os atravessadores ocupam 82% da mesma.

Mesmo com esta discrepância de capacidade de investimento entre o setor privado e a cooperativa municipal é interessante notar que a definição dos preços da lata de

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castanha é fixado não pelo seu maior investidor-comprador (os atravessadores regio-nais e locais), e sim pela COOPMAS. Funciona de forma semelhante à uma “bolsa de valores” informal: no início da safra (que vai de Dezembro a Março) o preço flutua e a regra é da oferta e demanda (muita produção resulta em menores preços e vice-e--versa). Quando a COOPMAS entra em cena, para honrar seus contratos com compra-dores externos, ela define um piso mínimo de compra pela lata(=10kg) de castanha. Enquanto a COOPMAS não está exercendo seu papel como compradora, os “patrão-zinhos” estabelecem a demanda pelo produto e consequentemente arbitram preços. Assim que a cooperativa passa a delimitar um preço mínimo, que normalmente é acima daquele praticado pelo mercado, os “patrãozinhos” se vem obrigados a chegar no mesmo preço praticado pela COOPMAS, incorrendo no risco, caso não o façam, de não conseguirem comprar mais castanha devido ao aumento do valor exercido por esse “regulador de preços” local, que é a cooperativa.

MEDIDAS

1 SACA

1 SACA

35kg

3,5 latas

1 HECTOLITRO

1 LATA

1 HECTOLITRO

5 latas

10 kg

50 kg

Se por um lado notamos que a COOPMAS opera de modo semelhante aos atravessa-dores, no que que diz respeito à utilização de métodos similares ao aviamento para viabilização do capital de giro e adiantamento às famílias, por outro, notamos que ela é um importante ator no que diz respeito à regulação dos preços da castanha em Lábrea. Este processo de regulação e estabelecimento de melhores preços ocorre, por parte da COOPMAS, pela simples concorrência comercial entre a cooperativa e os atravessadores. Como a COOPMAS opera com contratos já fechados, consegue pagar melhores preços devido a fixação prévia dos preços em suas transações. A COOPMAS não estabelece melhores preços em virtude de boas práticas ou manejo; o estabele-cimento de melhores preços se dá pelos contratos negociados, que vez fixam preços e que por sua vez “puxam” os valores comerciais praticados pelos atravessadores

Historicamente notamos um aumento do preço praticado tanto na compra direta com o produtor extrativista, quanto na comercialização final do produto beneficiado pela COOPMAS, conforme atesta a tabela abaixo:

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Pago pela COOPMAS Venda Benef COOPMAS

LATA

2013 R$ 32,00 R$ 140,00

2014 R$ 36,00 R$ 220,00

2015 R$ 26,00 R$ 220,00

2016 R$ 46,00 R$ 300,00

HECTO

2013 R$ 160,00 R$ 700,00

2014 R$ 180,00 R$ 1.100,00

2015 R$ 130,00 R$ 1.100,00

2016 R$ 230,00 R$ 1.500,00

QUILO

2013 R$ 3,2 R$ 14,00

2014 R$ 3,6 R$ 22,00

2015 R$ 2,6 R$ 22,00

2016 R$ 4,6 R$ 30,00

Ainda incorrendo sobre a COOPMAS, atualmente, ela possui algo em torno de 300 pro-dutores cadastrados e costuma comprar/ processar, anualmente, por volta de 9.000 hl= 45.000 latas = 450 T de castanha.

Mesmo com investimento inicial considerável e com a formação de estoque, que por sua vez viabiliza a negociação em grande escala e a conquista por melhores preços, nota-se que a falta de boas práticas onera a cadeia em termos de aproveitamento das castanhas para o beneficiamento. A perda no processamento pelo não emprego de boas práticas chega à 70%.

Outro ponto frágil da cadeia, que envolve a perda de capital na renda familiar, é a falta de organização no que diz respeito à venda “casada”/ coletiva da produção; consegue--se melhores preços, no momento da negociação de contratos, com montantes maio-res de castanha. Famílias e comunidades organizadas conseguem fazer o equilíbrio entre o volume e escala de produção versus soberania alimentar e manutenção dos modos de vida, balanceando, desta forma, a produção sem onerar aspectos impor-tantes da vida e unidade comunitária, como a agricultura, a pesca, a caça e as festas.

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MANEJO E RENTABILIDADEInformante Getúlio – CNS:

1 lata não manejada = produz (entre 2 e 3 kg de amêndoa)1 lata manejada = produz 5 kg de amêndoas

Informante Astrogildo – COOPMAS:Uma lata de castanha rende 10 kg in natura. Beneficiada rende 3 kg. Perde-se em torno de 70%, dos quais excluindo-se a casca

e partes podres, ainda se faz o óleo.

Pensando na relação entre o investimento do Capital Privado, o Capital da COOPMAS, Números de Sócios e Preços busca-se, abaixo, fazer uma estimativa de Produção e Rendimento da cadeia no município.

Levando-se em consideração a relação do montante de investimento em capital de giro para viabilização da atividade castanheira em Lábrea - mostrada anteriormente - entre o Setor do Aviamento e a COOPMAS (7 milhões de reais versus 1,5 milhões de reais) chegamos à uma razão de 4,6. Ou seja: o setor privado é 4,6 vezes mais capita-lizado do que a COOPMAS no mercado da castanha de Lábrea.

Se aplicarmos esta razão para tentar estipular o número de produtores de castanha, baseados nos 300 produtores associados da COOPMAS, estimamos que existam no mercado da castanha de Lábrea o envolvimento aproximado de 1.380 produtores/ fa-mílias extrativistas. Levando em consideração a mesma razão para estipular a produ-ção municipal chegamos ao montante de 207.000 latas = 2.070 toneladas (levando-se em conta que a produção da COOPMAS é de 45.000 latas)

Uma lata de castanha rende 10 kg in natura. Beneficiada rende 3 kg. Perde-se, portan-to, em torno de 70%. Portanto, as 207.000 latas, com aproveitamento de apenas 30%, viram 62.100 latas aptas ao beneficiamento, o que corresponde, com o valor máximo conseguido de R$ 300,00 pela lata beneficiada em 2016, a geração aproximada de R$ 15.773.400,00 em divisa para o município.³

3. Para este cálculo foi utilizado o maior preço de venda que a COOPMAS conseguiu para a lata da castanha (R$ 300/lata beneficiada em 2016), subtraído o valor de compra (R$ 46/ lata pago ao castanheiro), vezes a estima-tiva de produção municipal de 2.070 toneladas, chegamos ao valor de R$ 52.578.000. Como aproveita-se 30% da produção, o valor de venda total do município atinge a cifra de R$ 15.773.400,00. Neste montante não foram con-tabilizados os custos de perda para cada quilo de castanha produzida: portanto, além dos R$ 46,00 subtraídos na compra da castanha - para uma estimativa mais precisa – estudos e planos de negócio devem considerar as perdas financeiras com transporte, embalagem, estocagem, recursos humanos, salários, gastos operacionais etc. Memória de cálculo: [207.000 latas x (R$ 300 – R$ 46)] x 30%

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É importante ressaltar um fato recorrente e dito por muitos dos entrevistados liga-dos à cadeia: a produção bruta de castanha oscila, operando em ciclos aproximados de 3 anos, entre safras de baixa e alta produção. Portanto o rendimento global da atividade, além de considerar questões de ordem econômica, deve levar em conta a ecologia da espécie.

PRODUÇÃO DA CADEIA LOCAL

Informante Astrogildo – COOPMAS:Estima que nos municípios de Lábrea, Pauini, Canutama e parte de Tapauá produzam potencialmente em torno de 60.000 hl = 300.000 latas = 3.000 Toneladas, enquanto somente em Lábrea, como foi exposto anteriormente,a produção atinge em torno de 207.000 latas = 2.070 toneladas.

ANO VOLUME COMERCIALIZADO

PREÇO MÉDIODE COMPRA

PREÇO MÉDIODE VENDA

2013 860 T R$ 160,00 R$ 14,00/ kg

2014 750 T R$180,00 R$ 22,00/ kg

2015 450 T R$ 130,00 R$ 22,00/ kg

2016 Valores fechados somente em 2017 R$ 230,00 R$ 30,00/ kg

ESCALA DA COMERCIALIZAÇÃO VIA COOPMAS NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

3. OS ELOS DA CADEIA DE VALOR: ATORES ECONÔMICOS

Os maiores investidores-compradores da cadeia da castanha em Lábrea são: • Dário Pantoja – Santarém/ Óbidos (indústria exportadora no Pará)• Zé Raimundo – Lábrea (Posto de Gasolina)• Zé Augusto – Lábrea (Posto de Gasolina ATEM)

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• Jaime – Lábrea (Posto de Gasolina)• Acreana – Rio Branco• Santo Araújo – Lábrea• Jean Barros – Lábrea (ex-prefeito)• COOPMAS (Cooperativa Mista Agroextrativista Sardinha)

O grande comprador da região de Lábrea é o sr. Dário Pantoja (de Óbidos/ Santarém), financiador da maioria dos “patrãozinhos” locais e responsável pela maior inversão de capital na atividade no município. O principal destino da castanha deste comprador é o processamento para o mercado exterior.

Este grande atravessador financia um corolário de pequenos atravessadores locais, os “patrãozinhos”. Estes ocupam um posto de poder no município (econômico ou político; ou os dois) e exercem controle sobre o capital de giro das famílias, sobre a compra em relação à estas mesmas famílias financiadas e pela formação de preços da castanha. O atravessador local é uma figura de expressão marcante e elo principal entre a economia local e os grandes mercados.

ATORES/CLASSES DA CADEIRA DE VALOR/REDE DA CASTANHA DE LÁBREA

A COOPMAS é outro ator econômico importante no que diz respeito ao investimento, compra e regulação de preços da cadeia. A sua atuação funciona da seguinte manei-ra: arca com 60% da produção de cada extrativista antes do término da safra. Quando a venda total é feita, em torno do mês de Março, a COOPMAS paga o 100% final. Esse

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montante em “a ver” (os 40% restantes) sofrem a variação do preço do mercado, mas normalmente agrega mais valor ao repasse de recurso no final da safra, que é quando a COOPMAS transaciona melhores valores, ao firmar contratos mais vantajosos, devido à grande quantidade de castanha acumulada (ganho de escala).

Mesmo sabendo que isto ocorre, de auferir melhores preços de venda ao fim da sa-fra, os extrativistas preferem vender a castanha a um valor reduzido, ou adquirindo viveres “no barranco” à preços inflacionados, para o atravessador/ regatão.

Nota-se aqui a dificuldade da prática do cooperativismo entre os extrativistas: a for-mação de preço para um montante maior de castanha é garantida pelo ganho de escala que a cooperativa consegue fazer ao fim da safra; entretanto, o castanheiro, segundo determinantes da racionalidade econômica local, atrelada à uma vida de dificuldades e privações, não consegue garantir a entrega da produção à cooperati-va e esperar pela negociação por melhores preços; o que impera é a vulnerabilidade e ampla carência familiar, que faz com que a família castanheira venda a produção para o primeiro atravessador que apareça, mesmo sendo cooperada e sabendo que conseguiria um melhor valor de venda, esperando à negociação final da Cooperativa.

A OPAN – Operação Amazônia Nativa, ONG indigenista que atua no município de Lábrea, é outro ator importante na cadeia. Já trabalhou com a castanha, fazendo diagnósticos e dando os primeiro aportes e intervenções, desde 2012 na TI Caititu. Entretanto, não deram visibilidade aos relatórios e aprendizados colhidos nesta primeira iniciativa junto aos Apurinã da TI Caititu, seja com publicações ou tentativas de alavancar novos projetos. A TI Caititu é o espaço de incidência da instituição em relação à esta cadeia.

A atuação da instituição se dá na TI Caititu, aldeia Japiim, local próximo a BR-230 e nas aldeias do Igarapé Puciari, onde foram listadas 43 famílias envolvidas na ativida-de castanheira. Nestes locais já existem processos sendo postos no chão, incluindo, como reflexo das atividades iniciais, um prêmio da COOPMAS a comunidade do Japiim como a mais organizada com a qual a cooperativa trabalhou na safra de 2013-2014. Segundo os técnicos da OPAN, a castanha é o produto cuja mobilização familiar é mais percebida na TI Caititu; as comunidades indígenas Apurinã almejam um caminhão para fazer o transporte da castanha para Porto Velho.

Os trabalhos da instituição em relação à cadeia da castanha foram: i) diagnóstico da cadeia e comunidades indígenas; ii) planejamento familiar de base comunitária (“ma-temática familiar”); iii) gestão do território (caça, pesca e castanha) e iv) relação dos indígenas com a COOPMAS (valorização das boas práticas).

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Mesmo com o desafio da organização social sendo equacionado pela OPAN, atestam que o trabalho de base deve ser ainda maior na TI Caititu – “a TI Caititu é um labo-ratório para entender a região no que diz respeito à atividade da castanha” - seja pelo tamanho expressivo da TI e quantidade de aldeias, seja pela compreensão das relações e dinâmicas de parentesco e fluxo comercial/ familiar Apurinã em relação à cadeia da castanha.

Os entraves para continuidade das atividades se dão pela dificuldade de levantar in-formações e registrar dados, existência de um potencial muito grande de produção ainda não equacionado, diversificação de patrões que atuam na TI, necessidade de entender melhor as relações com os patrões (não é somente a questão financeira que mobiliza as relações; é um costume tradicional lidar com patrões). Em termos gerais, a continuidade dos trabalhos na cadeia de valor da castanha é uma das estratégias institucionais da OPAN e mobiliza esforços para o prosseguimento da atuação insti-tucional no município.

A FUNAI atua, mesmo que de maneira pouco pronunciada, na temática das cadeias de valor. Participa de reuniões, negociações e concede, principalmente, infraestrutura de barcos para o transporte da produção. Indicam como comunidades potenciais para o trabalho com a castanha os indígenas do Paciá, aldeia Japiim, TI Caititu, Os Banawá de Canutama e os Jarawara da TI Jarawara/ Jamamadi/ Kanamati, que venderam sua produção, sobretudo, para a COOPMAS. O menor preço de venda dos indígenas para 2016 foi de R$ 26,00 e o maior R$ 46,00.

Segundo relatos dos servidores, a potencialidade para a castanha é a TI Caititu (aldeias Jacamim, Arapaçu) e os Banawa de Canutama. Afirmam ainda sobre a necessidade de identificação dos arranjos locais e interinstitucionais da cadeia: compradores de Lá-brea, Humaitá, Porto Velho.

A RESEX Ituxi é um das áreas de grande fartura de castanha do munícipio de Lábrea. As regiões que mais produzem são as terras firmes dos rios Curuquetê, Punicici e Si-riquiqui. No rio Curuquetê há castanheiros que vendem a produção com melhores preços na vila rondoniense de Vista Alegre do Abunã. O circuito aqui é distinto: como os preços auferidos a produção são melhores na vila próxima à BR-364, que liga Por-to à Rio Branco, os castanheiros preferem extravasar as cabeceiras do rio Curuquetê, afluente do Ituxi, chegando na vila ou vendendo direto pros caminhões que chegam até as cabeceiras dos afluentes do Ituxi no distrito rondoniense de Vista Alegre do Abunã. Notamos aqui o momento em que uma nova rede é formada no município de Lábrea, em que castanheiros deixam de estabelecer relações de venda com a sede municipal, adentrando em novos espaços, condicionados por outros fluxos, processos e preços.

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Na RESEX Ituxi estão envolvidas em torno de 123 famílias ou 500 pessoas na atividade da castanha, que tiram por volta de 15.000 hl = 75.000 latas por ano. Dentro da RESEX existem comunidades que possuem secador, um diferencial na região. Os castanheiros foram capacitados em boas práticas: tratamento da árvore e entrono, até a entrega na cooperativa.

Segundo o presidente da APADRIT, uma das duas associações representativas dos mo-radores da UC, os compradores de fora do município ligam para especular preços e tentar fechar contratos e negócios, mas quem realmente estabelece os preços são com-pradores do Acre, Pará e Paraná, tanto para a cadeia da castanha, quanto da madeira. Entretanto o fluxo da produção e comercialização perpassa, sobretudo, a venda para a COOPMAS e atravessadores locais que pegam a castanha nas próprias comunidades.

A AMARI, outra associação da RESEX Ituxi, vendeu, em 2015, R$ 200 mil para um atraves-sador de maneira antecipada e não conseguiu honrar a negociação, tanto pela baixa produção, como pela falta de organização social para estabelecer a venda “casada” entre os produtores, e atualmente estão com uma dívida de R$ 170 mil em castanha.

Na RESEX Ituxi há adiantamento de pagamento tanto por parte dos atravessadores, como pela cooperativa. Ano passado a COOPMAS adiantou somente para 12 casta-nheiros da RESEX Ituxi. A APADRIT não tem capital de giro para viabilizar a atividade extrativista na unidade.

O adiantamento para a cadeia da castanha dentro da UC perpassa o seguinte arranjo: “são R$ 2.000 adiantados +R$ 1.000 de rancho”. Em 2016, somente na RESEX Ituxi foram negociados 15.000 hl à um valor médio de R$ 230,00 o que gerou R$ 3.450.000 - este é o potencial produtivo da UC.

O IDAM é outro ator ligado à cadeia da castanha no que diz respeito à capacitação, formação e assistência técnica.

Atualmente possuem somente 3 técnicos. Possuíam uma engenheira de pesca (ma-nejo do pirarucu), que foi para o Instituto Desenvolver e um engenheiro agrônomo (castanha) que tinham contrato temporário e que já acabou. Possuíam 13 técnicos ex-tensionistas até outubro de 2015; atualmente não possuem nenhum. Estão esperan-do a contratação de 2 técnicos para o fim de 2016. O desmonte da instituição se deu com o novo governo de estado, uma mostra disso, além da demissão do quadro de funcionários temporários foi o cancelamento do curso de boas práticas de castanha, que estava previsto para 2016.

Fizeram uma parceria com o ICMBio em relação ao mapeamento dos castanhais da RESEX do Ituxi, cedendo o apoio de 1 técnico florestal para a atividade, que terá a pu-blicação até fim de 2016.

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A meta de 2015 do governo do estado do Amazonas em relação ao ATER Agroextrativis-ta era de atender 2.436 produtores e 129.907,5 hl (visita, orientação técnica, extensão, assistência técnica). Segundo relato dos técnicos locais de Lábrea este número não chegou nem próximo de ser atendido.

Participam do GT Agroextrativista do município, mas não se responsabilizaram com nenhuma incumbência ou atividade por conta da falta de técnicos e recursos finan-ceiros que acomete a instituição.

4. CAPACITAÇÃOE FORTALECIMENTO ORGANIZACIONAL

Os cursos de extensão ofertados pelo IDAM, no passado recente, foram: Boas Práticas com a copaíba (2015), Boas Práticas no manejo da seringa (2015), Boas Práticas com castanha (2014) com comunitários do Ituxi e o curso de Boas Práticas do manejo do pirarucu (2015) parceria com o Instituto Desenvolver e ICMBio

A COOPMAS também recebeu cursos de capacitação, que reverberaram na organi-zação interna da cooperativa. Dentre estes destacam-se: Curso de Cooperativismo, ministrado pelo Sindicato das Cooperativas o Estado do Amazonas, Cursos de Boas Práticas ministrado pelo IDAM (2009). Nota-se uma carência do produtor em relação à boas práticas.

Existe uma carência da COOPMAS na parte de capacitação financeira-contábil. Neste aspecto, existe a possibilidade de trabalhar em parceria com FVA, junto com o técnico Inácio, no âmbito do edital do BNDES/ Fundo Vale de 2017. O projeto prevê o fortale-cimento de uma rede de cooperativa do estado do Amazonas.

Na RESEX do Ituxi as comunidades se organizaram em torno da abertura de uma co-operativa, chamada de COOPAGRE, com o intuito de negociar Madeira, Castanha, Co-paíba, Pirarucu e potencialmente Açaí. Em torno deste tema do cooperativismo, rece-beram 3 capacitações: uma dada pela COOPMAS e outras 2 ministradas pelo ICMBio. As capacitações giraram em torno da organização coletiva em torno do tema do co-operativismo, além da temática das boas práticas: limpeza de aceiros e piques, girau para armazenamento, métodos para ensacar etc.

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5. ACESSO À INFORMAÇÕESE AOS MERCADOS EXTERNOS

6. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

O preço da castanha se dá, inicialmente, no começo da safra, pelas regras do livre mercado (oferta e demanda). Os grandes compradores despejam capital na mão dos “patrãozinhos” que por sua vez estabelecem a tendência de preços. Os valores se es-tabilizam e atingem um ápice tanto pela entrada da COOPMAS regulando os preços, por conta dos contratos que negocia e que fixam um preço pelo produto, como pela escassez da castanha ao fim da safra, que também repercute em melhores preços aos castanheiros.

A COOPMAS trabalha com a CONAB; PGPMBIO para a borracha e para a andiroba. O preço da castanha sempre bate o dobro do preço mínimo da CONAB. Participam da formação de estoque da CONAB.

Um marco para a geração de informação será o mapeamento dos castanhais da. Este trabalho sairá até o final de 2016. Quem liderou inicialmente estre trabalho foi a ges-tora Lilian, seguida por Leonardo e Joedon. Este estudo sairá no formato de publicação (mapeamento dos castanhais, quantidade de piques por castanheiro, quantidade de castanha, compradores, valores monetários cobrados etc.). Marco importante para o ordenamento da atividade na unidade e geração de informação apta ao planejamen-to; pode ser um marco importante para a RESEX Ituxi.

A COOPMAS acessou edital do Ecofortes de 2015 via ASPACS. Previram infraestrutura para a quebra de castanha. Tiveram financiamento da AFEAM para formação de capital de giro. Todo ano angariavam recursos do governo do estado para compor o capital de giro da atividade da castanha. Com a mudança para o governador José Melo, houve uma reestruturação da FEAM que passa a não mais financiar este tipo de investimen-to (capital de giro para atividade extrativista). Para a COOPMAS, atualmente, o maior gargalo é o capital de giro. Precisam de dinheiro para financiar a produção. A COOPMAS possui dificuldade de emprestar dinheiro de financiadores públicos e privados. Atualmente trabalham com duas fontes de capital: com a formação de es-toque da CONAB e com um investidor privado do Rio de Janeiro que está fornecendo o capital de giro para a produção de 2016.

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Estão atualmente renegociando a dívida de 2015 com a FEAM. Tal pendência não in-viabilizou a atividade da COOPMAS. A dívida atual da cooperativa é de R$ 800.000, sendo 2015 o ano de maior inadimplência, apesar da constatação de diminuição da produção a cada ano.

A COOPMAS conta atualmente com as seguintes infraestruturas produtivas:

• 2005 – Mini extratora de óleo FPS (FEAM) governo do estado do Amazonas • 2009 – Máquinas para Beneficiamento da Castanha Recurso do Ministério da Integração Nacional administrado pelo IDAM. • 2015 - Aquisição de uma despolpadora de fruta. Compra com recursos próprios, somadas a contribuição financeira da prelazia de Lábrea

A COOPMAS ainda possui carência nos seguintes aspectos: beneficiamento do pescado (salga e filetagem) e ampliação do prédio para entrar as máquinas de processamen-to da castanha (quebradeira, esteira e autoclave). Esta infraestrutura para a cadeia da castanha foi conseguida em 2015 via Ecofortes e está inviabilizada de operar por conta da falta de espaço físico para abriga-la

A RESEX Ituxi possui balsa e paiol na comunidade Floresta, que atendem as comuni-dades da UC. Para a atividade da castanha julgam que ainda lhes faltam 3 galpões/ paióis de armazenamento, quadrículos ou jericos para o transporte, canoão e rabetão também para transporte.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em Lábrea, a cadeia de valor da castanha envolve uma série de atores, formas de tra-balho, instituições, manifestações de poder e maneiras de interação com o mercado, que são capazes de gerar, concomitantemente, divisa(-capital) e exclusão. A cadeia, de modo geral, cria endividamento de famílias extrativistas pelo aviamento, viabiliza o fluxo de renda municipal pelo capital de giro informal via adiantamento praticado pelos regatões, não consegue valorar e garantir melhores preços aos produtores pelas boas práticas e atende de forma precária padrões e critérios de qualidade.

Apesar, e mesmo com estas limitações, o produto guarda uma grande capacidade de desenvolvimento, seja pelo potencial de gerar divisa (aumento anual dos preços de comercialização, alto valor de mercado pela castanha da região do Purus, elevada produção bruta municipal, importância na composição monetária das famílias ex-

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trativistas); seja pela mobilização coletiva em torno da atividade (cooperativas, pro-postas de acordos e contratos coletivos, boas práticas, busca por melhores preços e compradores).

Outro ponto frágil da cadeia, que envolve a perda de capital na renda familiar, é a falta de organização no que diz respeito à venda “casada”/ coletiva da produção; con-segue-se melhores preços, no momento da negociação de contratos, com montantes maiores de castanha.

A cadeia da castanha de forma geral, e não restritivamente à Lábrea, não consegue valorar os extrativistas que executam boas práticas. Sabemos que são poucos os ex-trativistas que exercem rotinas de boas práticas em seus castanhais e mesmo aqueles que receberam capacitação para o manejo não o fazem porque sabem que os com-pradores não atribuem melhores preços à castanha manejada.

Em relação à cooperativa local, se por um lado notamos que a COOPMAS opera de modo semelhante aos atravessadores, no que que diz respeito à utilização de mé-todos similares ao aviamento para viabilização do capital de giro e adiantamento às famílias, por outro, notamos que ela é um importante ator no que diz respeito à re-gulação dos preços da castanha em Lábrea.

A estrutura do aviamento ainda é notada de forma proeminente no município. Os atravessadores ocupam um posto de poder no município e exercem controle sobre o capital de giro das famílias, sobre a compra em relação à estas mesmas famílias fi-nanciadas e pela formação de preços da castanha.

Aqui notamos como antagonizam-se as mentalidades do aviamento versus coopera-tivismo: é difícil que as famílias planejem-se no médio prazo, a lógica é ter o dinheiro vivo na hora da venda, sem expectativas de colher maior lucro num futuro próximo, com a negociação de preços que a COOPMAS pode fazer com melhores contratos futuros.

Ainda estão na lógica do “patrão” que dava o dinheiro antes de receber a produção. Entretanto os modelos de cooperativismo são justamente o contrário da lógica vigen-te: entrega a produção pra cooperativa e depois paga o produtor, contrário da lógica do “patrão/ regatão”.

De forma resumida temos como balanço da cadeia da castanha em Lábrea:

• Múltiplos atores (rede, elos, compadrios, arranjos, forças)• Interação entre instituições, unidades territoriais (UC e Tis) e grupos familiares/ comunitários (o “território”)

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• Variedade de formas de trabalho e renda (monetarização das famílias)• Formas de poder (politico, econômico, dentro das comunidades)• Interações de vários tipos com o mercado (comercialização/ vender)• Gera ao mesmo tempo divisa-capital-$$$ e exclusão (contradição)• Presença marcante do “Aviamento” e endividamento das famílias (o custeio informal)• Não consegue valorar as boas práticas (mercado justo?)• Qualidade da Produção (quem faz boas práticas não agrega valor no produto para gerar renda)• Possibilidade de mobilização coletiva em torno da atividade (Debate sobre busca por melhores preços e compradores, cooperativas, propostas de acordos e contratos coletivos)• A falta de boas práticas pesa em termos de aproveitamento das castanhas para o beneficiamento (A perda no processamento pelo não emprego de boas práticas chega à 70%)• Cooperativa como reguladora de preço

Desta feita, notamos abertura para enveredar por determinados elos da cadeia que dizem respeito aos seguintes aspectos: organização da base produtiva ligada prin-cipalmente aos processos que orientem a venda coletiva da produção; capacitação técnica para o manejo e boas práticas ligadas à cadeia; fomentar a inclusão e parti-cipação dos atores nas políticas públicas da produção extrativista; busca por acordos comunitários, que norteiem contratos coletivos, que por sua vez tenha a participação de compradores que valorizem boas práticas e paguem melhores preços por isso; e formas alternativas de viabilizar o custeio da atividade extrativista da castanha dife-rentes daquela usualmente utilizadas pelo aviamento – aqui estão relacionadas as políticas públicas de crédito para produção.

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8. REFERÊNCIASALENCAR, A., PEREIRA, C., CASTRO, I., CARDOSO, A., SOUZA, L., COSTA, R., BENTES, A. J., Stella, O., Azevedo, A., Gomes, J., Novaes, R. Desmatamento nos Assentamentos da Amazônia: Histórico, Tendências e Oportunidades. IPAM, Brasília, DF, 93p. 2016.

AZEVEDO-RAMOS, Claudia; ZWEEDE, Michelle; COUTO, Suelene, PACHECO, Leonardo; DA MATA, João. Desafios e oportunidades da produção florestal em Unidades de Conserva-ção. Anais do Seminário Internacional América Latina: Política e Conflitos contemporâ-neos - SIALAT. Castro, E.M.R., Alves, S.R., Correa, S.A., Carmo, E.D. (Org.). 9 a 11 novembro de 2015. Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil. Pag. 748-763.IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Monitoramento da floresta Amazôni-ca brasileira por satélite. 2015. Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/prodes/index.php>. Acesso: 20/10/2016.

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